Celeiro de Redenção - Cap.5 PDF
Celeiro de Redenção - Cap.5 PDF
Celeiro de Redenção - Cap.5 PDF
Gisella Amorim - Haroldo Dutra Dias - Joo Romrio Filho - Jos Otvio Aguiar.
Coordenao: Aluizio Elias.
1 Edio
2014
1 Edio
1 milheiro
Copyright 2014 by
Instituto SER
AV. Manoel Ribas, 8552, loja 04. Butiatuvinha
Curitiba/PR - CEP: 82320-750 - Brasil
Carta de Intenes..........................................................................................................40
De Emmanuel a Marc Bloch: reflexes sobre os julgamentos, a histria e o mtodo.....41
Dos limites e liberdades do ofcio de historiar........................................................42
Das historiografias s mediunidades psicogrficas...............................................43
As Terras de Santa Cruz.................................................................................................46
Manuel da Nbrega ........................................................................................................47
Jos de Anchieta...............................................................................................................49
ndios Tupis........................................................................................................................50
Etnias Africanas................................................................................................................50
O Reformismo Ilustrado.................................................................................................52
A Inconfidncia Mineira..................................................................................................53
A transferncia da Corte Portuguesa.........................................................................56
A nao e sua forja..........................................................................................................57
A abdicao de Dom Pedro I e suas repercusses................................................58
Entrelaamentos:.............................................................................................................59
rvore do Evangelho........................................................................................................78
Introduo.........................................................................................................................78
O jardim e suas rvores.................................................................................................87
Em busca da rvore da vida..........................................................................................92
A rvore do Evangelho...................................................................................................94
De volta ao den..............................................................................................................98
Caravela ...............................................................................................................................102
Fragmentos oportunos
Apresentao
As plantinhas do serto, mesmo as mais midas, fixam-se ao solo por um mun-
daru de razes. O capim-barba-de-bode, a canela-de-ema, a arnica e o tu-
cum-rasteiro espalham sob a terra verdadeira renda radicular. Nos meses de
estiagem, sobretudo, asrazesde um arbustozinho do cerrado podem descer
a uma profundidade dedez metros em busca de gua.
Quem vem de longe e desconhece o lugar no suspeita dos emaranhados
sob os corpos das rvores. S os mateiros sabem disso. Os filhos dos ndios,
caboclos raizeiros, desenterram a rama da planta e dela fazem remdio para
sarampo, maleita e mal de amor. Aprenderam com seus antepassados que
a vista, por si s, no consegue abraar toda a inteireza de um ip. preciso
cutucar a carne da terra at descobrir a parte oculta do vegetal.
Para escrever sobre o propsito intrnseco em Brasil, Corao do Mundo,
Ptria do Evangelho, seguimos essa tradio sertaneja. Mobilizamo-nos para
alcanar a trama subterrnea do livro psicografado por Chico Xavier. Importava
achar as razes do escrito e a partir destas obter um caldo bento, remedinho
santo para os males da ignorncia.
Ainda hoje, muitos s sabem da obra em questo o que as expresses
mais superficiais do texto-rvore lhes revelaram: a forma e o estilo. preci-
so, contudo, volver s bases bblicas profundamente espirituais em que se
assenta a narrativa de Humberto de Campos. Palmos abaixo, no encoberto
de Brasil, Corao do Mundo..., repousa a espiritualidade radiosa que poucos
viram. L, nosso grupo reconheceu os componentes que acabaram estrutu-
rando o presente trabalho: Celeiro de Redeno.
As primeiras pginas escritas foram assinadas por Ala Pinheiro. Nossa
maninha balbucia quase a posso ouvir uma prece linda dirigida a Maria de
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Nazar. V-se, ento, acender uma flama. Lume exemplar. Quando Ala roga
Rainha dos Anjos que derrame sua misericrdia sobre o Brasil, a candeia da f
vem clarear o tino de nossa casa mental.
Em meu texto abordo os processos de amlgama civilizatria e a composi-
o espiritual que singulariza o povo brasileiro. Em tudo isso, enxergo as enxer-
tias espirituais presentes nos movimentos de transmigrao reencarnatria.
Com Alexandre Caroli Rocha temos uma prosa agradvel. A conversa se
d em torno dos frutos literrios que pendem da parceria Chico Xavier/Hum-
berto de Campos. Especialista no assunto, ele evidencia o que h de mais pe-
culiar na relao entre o mdium mineiro e o autor desencarnado.
Jos Otvio Aguiar escreve sobre as especificidades que tornam a narrati-
va histrica de Humberto de Campos um caso to singular dentro da literatura
medinica. Essencialmente, pergunta: como a narrativa do esprito Humberto
de Campos se comporta, explorando temas que so, geralmente, objeto de
estudo da historiografia praticada pelos encarnados?
Gisella Amorim busca compreender as fontes documentais sobre a Hist-
ria do Brasil a partir de suas referncias bblicas. Processo que implica apreen-
d-las numa dupla dimenso: histrica, mas tambm simblica.
Haroldo Dutra Dias analisa a profundidade espiritual da expresso rvore
do Evangelho, buscando-a na prpria estrutura literria das Sagradas Escrituras.
Entende essa expresso como uma palavra-mestra, ou palavra-chave, que reto-
ma o eixo temtico central da Bblia: Criao, Aliana, Exlio, xodo e Redeno.
O poeta Gladston Lage pondera as atribuies e responsabilidades, aes
e procedimentos relativos governadoria espiritual da nao brasileira. Recor-
re s metforas mar e navegao para problematizar a relao entre a mis-
so espiritual outorgada nao brasileira e as escolhas morais dos espritos
vinculados a essa comunidade.
A constelao do Cruzeiro do Sul foi o tema confiado a Joo Romrio Filho.
Jornalista e educador, Romrio explora a significao espiritual atribuda ao Cruzei-
ro e sua movimentao astronmica.
Findamos o trabalho apresentando duas sees: Textos Especiais e Frag-
mentos Oportunos. Alguns so publicaes raras da revista Reformador, gen-
tilmente cedidos pela Federao Esprita Brasileira. Os demais pertencem a
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Celeiro de Redeno
Aluizio Elias
SER
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A
Captulo 5
Haroldo Dutra Dias1
rvore do Evangelho
Em essncia, potica a gramtica da literatura. Devemos, primeira-
mente, saber como um texto significa antes de podermos saber o que
ele significa (WALTKE, 2010).
Introduo
A narrativa bblica desvela, ao leitor atento e treinado, propsitos histricos, teo-
lgico-didticos e estticos, ao longo de uma tessitura artisticamente elaborada
com o emprego de tcnicas tpicas, utilizadas com maestria pelo narrador.
literatura, na medida em que narra, conta histrias - persuadindo, pres-
crevendo e comunicando significado - sem perder o senso esttico. Ao mesmo
tempo obra teolgico-didtica que no oculta suas intenes religiosas, peda-
ggicas, selecionando e conectando eventos para construir personagens que
se tornem inspiradores da crena, tica e mensagem que pretende comunicar.
Os leitores so convidados a interagirem com a histria, experimentando
os sentimentos, ideias, perplexidades e desafios dos personagens-tipo.
Em suma, exortao engenhosamente destilada na narrativa.
A abordagem literria da Bblia responsvel por importantes contribui-
es ao trabalho dos seus exegetas e hermeneutas. Os estudos crticos da po-
tica e da narrativa evidenciam como o narrador estrutura sua composio, sua
narrativa-histrica de maneira que a pea artstica possa comunicar significado.
1 Haroldo Dutra Dias, de Belo Horizonte-MG: Estudioso das Escrituras e literatura rabnica. Conhece as
lnguas hebraica, grega e aramaica. Tradutor do Novo Testamento editado pela Federao Esprita Brasileira.
Orador esprita conhecido no Brasil e no mundo.
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