Psicologia e Fisica Quantica PDF
Psicologia e Fisica Quantica PDF
Psicologia e Fisica Quantica PDF
INTRODUO
9
10
Ao ler a obra de Fritjof Capra, O Ponto de Mutao, encontrou ela algumas das
respostas a esses questionamentos. O encontro com essa obra provocou outras
buscas que levou-a at mesmo realizar o Curso de Gesto e Aplicao de Terapias
Holsticas Vibracionais, com grande expectativa na disciplina Teoria Quntica e
Metafsica, a qual trouxe outras respostas, mas tambm colocou novos pontos para
aprofundamento, sobretudo no que se refere aos conceitos dessa teoria.
10
11
Foi ao realizar o curso acima que veio o insight de procurar explicitar as relaes
possveis entre essas duas reas do saber humano, uma vez que as descobertas na
rea da Fsica Quntica afetaram praticamente todas as reas do conhecimento,
alm de trazer contribuies para se repensar o modelo da cincia clssica, abrindo
o caminho para o surgimento de um novo paradigma cientifico e,
consequentemente, de uma psicologia de natureza quntica.
No campo da sade e cura Goswami (2006, p. 27) afirma que o paradigma de uma
nova cincia dentro da conscincia [...] integra a fsica, a psicologia e a
espiritualidade. Assim de se supor a sua influncia tambm na rea da educao.
5. Problema da pesquisa
3. Objetivo Geral
4. Objetivo Especfico
11
12
6. Hiptese
7. Metodologia da pesquisa
A metodologia seguiu um caminho exploratrio e a coleta dos dados foi feita por
meio de levantamento bibliogrfico, procedimento de observao indireta, com a
inteno de buscar na literatura o que j havia sido publicado direta ou indiretamente
sobre o tema ou que pudesse servir de pano de fundo para inferncias sobre uma
possvel ligao entre as reas escolhidas, pois de imediato busca-se maior
familiaridade com este assunto, alm de verificar o que se publicou sobre ele, at
mesmo com o propsito de clarear o problema.
8. Reviso da literatura
A reviso da literatura buscou encontrar obras nas trs reas Fsica Quntica
Psicologia e Educao que explicitassem as relaes entre elas. Essa busca se
confunde com o prprio trabalho, na medida em que ele apresenta as obras que
foram encontras sobre o tema no tempo previsto.
12
13
CAP I
FUNDAMENTAAO TERICA
1. Fsica Quntica FQ
13
14
cincia moderna, realista, materialista, foi abalada em alguns dos seus dogmas,
conforme apresentado por Goswami ( 2000, pp. 41 a 52).
14
15
Assim, diz Goswami, (2000, p 52), no que diz respeito objetividade, a Fsica
Quntica tem elementos para provar que a realidade no independe do observador,
pois os fenmenos quando observados sofrem um colapso, na medida em que os
eltrons, na sua modalidade de onda, so ondas de possibilidades e de
probabilidades. Em termos perceptivos, a conscincia escolhe como um eltron vai
se manifestar.
Esses abalos causam uma revoluo no paradigma cientfico que retoma a viso do
universo como totalidade, agora visto como organizado em redes complexas de
interconexes . Essa mutao para uma compreenso da complexidade csmica
bem tratada por Frijof Capra, em vrias de suas obras.
15
16
Segundo Capra, (2005), saindo das redes biolgicas, nessa poca havia no mbito
social a busca de uma compreenso sistmica tambm da vida em sociedade,
enquanto o pensamento era fortemente influenciado pelo positivismo de Augusto
Comte, sendo um dos princpios bsicos a idia de que cabia s Cincias Sociais o
dever de conhecer as leis gerais do comportamento, e rejeitar as explicaes
subjetivas. O debate acontecia entre duas grandes correntes o funcionalismo e o
estruturalismo.
Destaca Capra (2005) que, na segunda metade do sculo XX, duas grandes teorias
sociais se sobressaem na busca da integrao das noes de estrutura social e
atividade humana: a teoria da estruturao, de Anthony Giddens, do inicio dos anos
1970, buscou explorar as interaes entre as estruturas sociais e atividade humana,
cujas aes que constituem o fluxo da condio humana tem capacidade
transformadora. Nessa mesma poca Jurgen Habermas formulava sua teoria da
ao comunicativa. Como Giddens, Habermas apresenta duas perspectivas
complementares para a compreenso dos fenmenos sociais - o sistema social
ligado ao modo pelo qual as estruturas sociais constrangem as aes dos
indivduos, e o mundo ligado s questes do significado e da comunicao. Assim,
integra dois tipos de conhecimento - o emprico-analtico, estudo do mundo externo,
e o hermenutico, estudo do mundo interno, do sentido das coisas, que trata da
linguagem e da comunicao. Em sua teoria, traa tambm uma nova distino
entre diferentes tipos de ao, todos enquadrados na idia de processo: a ao
instrumental decorre do mundo externo (matria) ao estratgica, a dos
relacionamentos humanos (forma), e a ao comunicativa, o entendimento
(significado). (Capra 2005, p. 92).
16
17
Constitui essa a razo pela qual toda abordagem que busca isolar
experimentalmente objetos no cabe na antropologia, pois seu propsito estudar
o prprio contexto em que se encontram esses objetos e a rede de relaes que
estas constituem com a totalidade social em sua dinmica (LA PLANTINE, 1989).
17
18
18
19
19
20
Sua teoria partiu de duas idias centrais: a de que o organismo possui uma
estrutura cognitiva permanente que pode se modificar por influncia do meio, o que
lhe imprime uma viso estruturalista, e a segunda de que o desenvolvimento do
pensamento biologicamente atende a necessidade de equilbrio por auto-regulao -
viso funcionalista (FIGUEIREDO, 1991, p. 93).
Por fim, por ser a rea da sade ligada tambm aos fenmenos psicolgicos,
considerou-se importante citar aqui, na inteno de contextualizar a poca em que
ocorreram as transformaes nos diversos campos do conhecimento humano, em
especifico da psicologia, a obra de Gerber de 1954, publicada no Brasil em 2007,
pois se tornou ela um clssico na proposta de um novo modelo de medicina a
medicina vibracional, em consonncia com as descobertas da Fsica Quntica, a
partir do pressuposto de uma nova anatomia do organismo humano, tendo como um
dos seus corpos sutis os corpos mental e emocional, dimenses que dizem respeito
Psicologia, e por extenso Psicologia Educacional.
Este conceito foi proposto pelo mdico Richard Gerber, em seu livro com o titulo
acima, aps onze anos de pesquisas pessoais, como uma nova abordagem para
pensar a sade e a doena.
20
21
21
22
A lio importante, que ele deixa, que as pessoas precisam ser ensinadas e
educadas a respeito das cruciais interaes entre seus corpos, mentes, emoes e
energias espirituais. (p. 394). Postura defendida neste trabalho.
22
23
Tanto Miliaret (1996) quanto Santos (1996) e Morin (1982) afirmam que o
abandono da fsica clssica, da mecnica newtoniana, e a incorporao
dos conhecimentos decorrentes da mecnica quntica, da biologia
molecular, da astrofsica, entre outros, impem novo ponto de vista sobre a
realidade: esta, como hoje se sabe, sofre interferncias estruturais do
sujeito, em sua relao com o objeto observado, comprova-se que a
totalidade do real no se compe da soma das partes e, sendo assim, a
relao sujeito objeto considerada complexa , integrativa, holstica[...]
(FRANCO; GHEDINI, 2008, p. 47)
Isto, posto tem-se mais uma razo para a importncia desta pesquisa sobre as
relaes da FQ com a Psicologia e a Educao, pois constitui ela mais uma
oportunidade de divulgao dos conhecimentos dessa cincia e da revoluo
23
24
24
25
CAP II
O LEVANTAMENTO BIBLIOGRFICO
Para esse levantamento inicial, como so poucas as obras identificadas que tratam
do tema, em especial de uma psicologia de natureza quntica voltada educao,
as aqui selecionadas ajudam na construo do propsito de estabelecer as relaes
entre FQ, Psicologia e Educao.
Esta obra, embora no seja especifica sobre Psicologia, traz capitulo intitulado A
Psicologia newtoniana que traa de forma sinttica o processo evolutivo dessa
cincia, ao mostrar sua origem na Filosofia, o momento em que se transforma em
disciplina cientifica, na segunda metade do sculo XIX, inspirada no modelo
cartesiano-newtoniano, o paradigma vigente na poca, e as transformaes
subseqentes at retomar uma abordagem holstica de mundo e de homem, agora
por influncia das novas descobertas da teoria quntica.
25
26
Uma terceira corrente, a Psicanlise, surge com Freud que adota o mtodo da livre
associao para estudo da mente, tambm com base nos conceitos da mecnica
newtoniana.
Segundo Capra (2006, p. 178), Carl Gustav Jung foi o que mais contribuiu para a
expanso da psicanlise, pois seus conceitos bsicos transcenderam claramente os
modelos mecnicos da Psicologia Clssica. no capitulo 11, Jornadas para alm do
espao e do tempo, (pp. 351- 379), que o autor desenvolve a influncia de Jung na
nova concepo da teoria psicolgica. Antes, porm, ressalta que na concepo
26
27
E ao romper com Freud, Jung foi talvez o primeiro a estender a psicologia a esses
novos domnios, ao abandonar os modelos newtonianos e desenvolver conceitos
compatveis com os da fsica moderna, na medida que suas idias sobre a dinmica
dos fenmenos mentais estavam bastante prximas da concepo sistmica: a
psique, um sistema auto-regulador, caracterizado por flutuaes entre plos
opostos, para cuja descrio utiliza o termo libido, mas com novo significado, isto
, como uma energia vital a qual inclui a energia psquica, manifestao da
dinmica bsica da vida, acepo semelhante a de Reich bioenergia.
27
28
Com a criao da teoria dos tipos psicolgicos em que destaca quatro funes da
psique - sensao, pensamento, sentimento e intuio, Jung transcende a estrutura
racional da psicanlise voltada para a funo pensante e postula que os padres
psicolgicos esto ligados no s de forma causal (Freud), mas tambm no
causalmente. Sincronicidade o termo para as conexes no-causais entre as
imagens simblicas do mundo interior e os eventos da realidade externa. Hoje, na
fsica das partculas, encontra-se a distino entre conexes causais (ou locais) e
no-causais (ou no locais)
Suas idias sobre a psique e a nova noo de doena mental passou a exercer
enorme influncia nos psicoterapeutas recentes . A mente passa a ser entendida
como um sistema auto-regulador (hoje, auto-organizador) e a neurose um processo
para superar as obstrues que impedem esse sistema de funcionar como um todo
integrado. Com essa compreenso, o papel do terapeuta passa a ser o de apoiar o
processo que leva ao desenvolvimento pessoal ou individuao - integrao dos
aspectos inconscientes e conscientes, o que envolve encontro com os arqutipos
e resultar em um novo centro da personalidade ou self. Define-se, assim uma nova
relao terapeuta-paciente encontro pessoal envolvendo o ser total de ambos.
28
29
Trata-se, segundo o autor, de uma nova psicologia compatvel com a viso sistmica
de vida. Longe de ser uma teoria completa, a abordagem sistmica da nova
psicologia tem uma perspectiva holstica e dinmica, frequentemente associada ao
principio da Gestalt, j que as propriedades e funes da psique no podem ser
entendidas e reduzidas a elementos isolados. Ela considera o organismo humano
um todo integrado que envolve padres fsicos e psicolgicos interdependentes.
Nessa perspectiva os fenmenos mentais s podem ser entendidos no contexto de
todo sistema corpo/mente, devendo haver compatibilidade da base conceitual da
psicologia com a da biologia. E tal como nesta ltima, o foco da psicologia est se
transferindo das estruturas psicolgicas para os processos subjacentes.
Nessa nova orientao, a psique vista como um sistema dinmico que envolve
funes associadas ao fenmeno da auto-organizao em termos de um fluxo de
energia que reflete uma inteligncia intrnseca - o equivalente ao conceito sistmico
de mentao que habilita a psique a criar, mas tambm curar a doena. H a o
reconhecimento de que a situao psicolgica do individuo no pode ser separada
do seu ambiente emocional, social e cultural, e que o sofrimento mental decorre do
colapso das relaes sociais.
29
30
30
31
Trata-se de uma abordagem com origem nos Estados Unidos, Califrnia, nos anos
1960, a partir do movimento conhecido como a quarta fora, em Psicologia, aps o
Behaviorismo, a Psicanlise e a Psicologia Humanista, movimento tambn citado
por Capra (2006).
Essa quarta fora, fruto de uma sntese de varias reas do conhecimento, trouxe
novas posturas na pesquisa das experincias subjetivas, que se agruparam em dois
movimentos acadmicos: Psicologia Humanista e Psicologia Transpessoal, sendo
este considerado uma expanso do primeiro.
Baseada em Pierre Weil, Tabone diz que a Psicologia Transpessoal tem por
finalidade o estudo dos vrios estados de conscincia por que passa o homem,
assim como de suas relaes com a realidade, com o comportamento e com os
valores humanos. Por meio de uma abordagem interdisciplinar (diria transdisciplinar)
que rene tendncias metodolgicas de varias reas disciplinas. que combina as
tendncias do pensamento psicolgico ocidental com as metodologias
desenvolvidas por sistemas esotricos, tambm pelo budismo, o Yoga Tibetano, e
outros, a partir de evidncias da relao crebro--conscincia. (In TABONE, s.d.,
p.11),
31
32
Reforando o que j foi posto acima, Tabone, (sd,, p 20) tambm enfatiza as
contribuies da teoria dos Quanta de Max Planck, em 1900, e a teoria da
Relatividade de Albert Einstein, 1905, propiciadoras de verdadeiras revolues
cientificas ao se propor substituir a Fsica Clssica por uma nova fsica que passou a
ser conhecida como Fsica Moderna (ou ps-moderna, melhor seria), cujo
desenvolvimento alterou e transcendeu os postulados do paradigma cartesiano
newtoniano dominante por trs sculos, criando um abismo entre o pragmatismo do
Ocidente e a espiritualidade do Oriente.
Citado pela autora, o paradigma clssico foi classificado por Werner Heisenberg na
dcada de 1980 como estreito e rgido, enquanto que a Fsica Moderna trouxe
maior abertura conceitual. Assim, Heisenberg se manifestou:
32
33
Apoiando-se em Mario Schenberg (1984), - assim como para Wilson, que ser
abordado mais adiante -, a Fsica e a Psicologia so aspectos diferentes da mesma
realidade, vistos sob ngulos diferentes, autor que tambm considera C. G, Jung um
precursor na tarefa de reunir os conhecimentos da Fsica e da Psicologia.
Com essa perspectiva, houve uma redefinio dos conceitos bsicos de sade,
doena e cura - com reflexos importantes na rea do desenvolvimento e formao
da personalidade humana (o que apontado tambm por Capra, 2006, e Gerber,
em sua medicina vibracional).
33
34
Assim, como diz Tabone, se a terapia deve buscar condies e utilizar tcnicas que
visam despertar as foras curativas do organismo e incentivar a sua auto-reao
para facilitar a cura, como, respirao relaxamento, biofeedback, aconselhamento,
meditao, visualizao, a educao deve buscar mtodos e tcnicas para o
desenvolvimento global do educando,
34
35
Neste livro Tescarolo torna publica a sua dissertao de mestrado, em que faz uma
busca de entendimento e de explicao da escola, enquanto sistema social, a partir
da descoberta do autor de uma concepo emergente de conhecimento e de
realidade que supera a noo absoluta de espao e tempo e a ausncia de um
modo que existe sem relaes conceito que vem da FQ .
Na verdade, nessa linha o autor entra em contato com uma concepo que vai
exigir, como ele mesmo diz, a descontruo de uma cultura mecanicista e
determinista que o impregnava, assim como sempre impregnou a pesquisadora e
muitos militantes da rea educacional e da sociedade como um todo, Isso lhe
permitiu a elaborao de uma viso que reconhece a realidade dinmica e fluda.
Assim, o autor entra em contato com um novo paradigma, que surge a partir do
desenvolvimento das idias que levaram construo de uma nova fsica: a
quntica.
Pela primeira tem-se um texto construdo por educador brasileiro com base
nos pressupostos de uma cincia fundamentada em princpios especficos
da FQ, com referncia explicita a essa cincia;
35
36
Tudo isso tem a ver com uma nova viso de mundo e de homem, apontada agora
pelos ensinamentos da nova cincia como holstica. E uma nova viso de homem,
individual e coletiva, passa pelos fundamentos da psicologia geral, individual e
social.
No entanto, como o autor, percebe-se que a luta de quem busca a mudana passa
por uma perspectiva ainda emergente que exige, por sua vez, um conhecimento
concebido como uma rede de significao complexa, e no mais como um conjunto
somado de unidades isoladas em suas especializaes. Reconhecida como um
conceito-problema e um novo modo de questionamento da realidade, a
complexidade sistmica passou a ser colocada, ento, no centro da reflexo do
36
37
Como j foi visto aqui, ele mostra que a complexidade sistmica ou a idia de
sistemas complexos, como a escola enquanto sistema social vivo, (bem explicado
por Capra, 2005) encontra sua gnese na nova leitura das cincias da natureza que
passa a descrever um universo rico de diversidades e potenciais, desde o
surgimento da mecnica quntica, que tornou insustentvel a idia de simplificao
(Serres, 1995, In TESCAROLO, 2004, p.20).
37
38
qualquer outra organizao, como cada escola uma escola, pois cada qual
tem sua prpria essncia.
38
39
Dessa forma aponta para a noo de currculo integrado, noo ainda no muito
bem assimilada pela escola, como fcil constatar. Identifica o autor um importante
obstculo para essa assimilao do currculo escolar como rede capaz de
estabelecer uma relao ativa entre o agente formador, o sujeito que aprende e o
conhecimento. Esse obstculo reside na rotina metodolgica muito resistente que
considera os objetos do conhecimento como isolados e estticos, plenamente
construdos e definitivos, alm de na dura realidade em que se encontra mergulhado
o seu cotidiano.
39
40
livro uma leitura obrigatria para quem quer se inserir nas novas descobertas da
cincia e que se aplicam tambm Educao.
Sobre a leitura deste livro preciso que se tea antes algumas consideraes. A
pesquisadora aprendeu, enquanto estudante, que para se ter uma boa compreenso
de um texto (capitulo, livro etc) deve-se l-lo pelo menos 4 vezes (uma para tomar
viso global, outra para assinalar os pontos chaves, a terceira para fechar as
relaes entre os principais pontos e ter a arquitetura do mesmo, e a quarta para se
ter total domnio sobre o tema tratado). Com o tempo foi percebendo que essa regra
vlida para textos cujo tema o leitor no tem dele muito conhecimento. Quando se
trata de textos cujo assunto conhecido, uma nica leitura, ou talvez duas, pode ser
suficiente.
No caso do livro em questo, percebeu que muito do que nele tratado j era do
seu conhecimento, o que significa que uma primeira leitura da mesma poderia ter
sido suficiente para completar este trabalho. Porm, como trata de um tema que
envolve conceitos da fsica/mecnica quntica, essa leitura apresentou um grau de
rudo (novos conceitos) que exigiu outras passagens por alguns captulos a fim de
que melhor pudesse apreender os significados novos, como para estabelecer as
devidas relaes entre esses conceitos e os j conhecidos e, dessa forma, poder ter
uma compreenso globalizada do contedo abordado.
Dos livros levantados e lidos sobre o tema especificamente, este que atendeu o
propsito de ver a relao da Fsica Quntica com a Psicologia, pois, como trata o
autor, pontos de semelhana entre a mecnica quntica e o crebro consiste num
primeiro passo para criao de uma Psicologia Quntica, ao reconhecer que o
estudo da matria e da `mente leva ao questionamento das noes de
realidade semelhana tambm apontada por Goswami (2000).
40
41
Muitos so os conceitos novos trabalhados, porm nem todos foram aqui tratados.
Selecionados foram aqueles que mais permitiram, no momento, uma aplicao no
mbito educacional, reflexo julgada de maior interesse, uma vez que a educao
est necessitando entrar em contato com mais e mais argumentos para promover a
mudana h muito esperada e ainda no totalmente vislumbrada.
A rea da educao tem se revelado muito rica no discurso terico, porm bastante
aqum do desejado na elaborao prtica. A Psicologia humana, sobretudo no que
se refere ao desenvolvimento e aprendizagem, constitui uma disciplina
fundamento para a ao docente, e h tempos uma nova viso de mundo e de
homem vem sendo debatida. Agora cada vez mais chegam as idias de uma viso
holstica, relacional e complexa, tambm conhecida como ecolgica, para contestar
a viso reducionista, mecanicista e tecnicista fundamentada no behaviorismo, nas
abordagens do estudo do homem segundo o modelo das cincias naturais.
Essa vista como uma linguagem que elimina as abstraes que o Existencialismo
ataca e que define as coisas em termos de operaes humanas.
41
42
bom refletir sobre o que traz Wilson (2007): Uma realidade profunda pressupe
um Universo em dois planos: um constitudo de aparncias e o outro de uma
realidade subjacente. Porm, ressalta o autor, (p. 31), que a pesquisa moderna
indica uma serie indefinida de aparncias em diferentes nveis de magnificao e
no encontra nenhuma substncia, ou coisa, ou realidade profunda, subjacente a
todas as aparncias registradas pelas diferentes categorias de instrumentos.
42
43
2
CARRAHER, T.N.; CARRAHER, D.W.; SCHLIEMANN, A. Na vida dez, na escola zero. 14. ed . So Paulo: Cortez, 1995.
43
44
Assim fica fcil entender porque a explanao de uma aula pelo professor pode
receber diferentes interpretaes do que foi exposto por seus alunos - cada um
apresenta o seu prprio tnel de realidade. E quando o assunto devolvido numa
avaliao oral ou escrita, o professor fica surpreso ou espantado ao ver que alguns
alunos no entenderam o que foi dito, recorrendo ao julgamento de desateno,
pouca inteligncia e outros equivalentes, sem atinar para o fato dos muitos rudos
que podem ocorrer na emisso e recepo dos estmulos enviados.
Desde os anos 1950, com a chegada das idias de Jean Piaget, que se enfatiza a
importncia de a escola e o professor considerarem, no ensino, o nvel de
desenvolvimento do aluno e o conjunto de suas experincias e conhecimentos, pois
tudo isso vai interferir no modo como ele vai receber os ensinamentos, apresentando
dificuldade ou no (em diferentes nveis) para receb-los. Tais ensinamentos foram
posteriormente ampliados e intensificados pelos seguidores de Piaget e tambm
pelos ensinamentos apresentados por Vygotski e seus seguidores, sobre a
influncia da cultura na construo da percepo e do conhecimento.
Hoje, numa viso de uma Psicologia de natureza quntica, que os alunos vm para
sala de aula, cada qual com seu tnel de realidade. Este deve ser um pressuposto,
oriundo de uma nova compreenso da psicologia humana, de natureza holstica, a
orientar a ao docente, que no pode tratar os alunos como iguais. preciso
reflexo sobre isso, para adequar a prtica escolar a uma nova viso de aluno,
considerando que, pela viso holstica, outras influncias, alm da cultura, da
sociedade e famlia fazem parte desse tnel, como por exemplo, a questo da
espiritualidade, bem como as experincias de vidas passadas. Como lidar com essa
44
45
descoberta? Que implicaes ela traz para se pensar a organizao de uma classe,
o preparo de uma aula e o direcionamento das escolhas pessoais e vocacionais?
45
46
desse padro. Quando se fala ou se pensa, faz-se por meio de mapas ou modelos
simblicos que, na verdade, no equivalem aos eventos de espao-tempo por eles
representados. Na verdade, no h mapa capaz de representar tudo sobre o mundo
externo. Tem-se sempre um recorte do mesmo.
Por outro lado, ainda segundo o autor aqui tratado, preciso considerar a diferena
entre o verbal e no verbal. O verbal expresso por meio de uma grade simblica
ou semntica, o no verbal experiencial, o que significa que o no verbal no
simblico, no matemtico. experincia, portanto, indizvel. E isso faz parte do
processo perceptivo.
Na comunicao pedaggica, qual a grade simblica que o aluno traz para a sala de
aula? Quais so suas experincias e impresses j vividas? Quais
condicionamentos j se instalaram no decorrer de sua histria de vida? Quais
aprendizagens significativas j se apresentam estruturadas? Como ele vivencia a
experincia do aprender na escola, um aprendizado ainda bastante descolado da
sua realidade concreta, mais formalizada e abstrata do que prxima de seus
significados? Essas e outras questes precisam fazer parte das reflexes que a
equipe pedaggica necessita considerar no planejamento e nas avaliaes.
Outro aspecto considerado por Wilson (2007), em seu livro aqui abordado, trata da
contribuio de Korzybski (1933) sobre o significado da palavrinha . Segundo este
ltimo autor estabelece relao de identidade, por isso deveria ser eliminado o seu
uso. Por qu?
46
47
Porque o ajusta o crebro a uma estrutura lgica aristotlica, cujo universo supe
uma reunio de coisas, com essncias, ou fantasmas internos, e desse modo supe
uma rede de relaes estruturais estabelecidas, portanto, rgidas. Em suas anlises,
o significa estagnao, remete a uma essncia. Por exemplo, afirmar que o aluno
preguioso. Essa frase faz uma afirmao que pode levar o aluno a criar uma
identidade, ou auto-imagem de que ele preguioso. Auto-imagem pode gerar uma
dimenso psicolgica conhecida como profecia auto-realizada em que a pessoa
procura sempre se comportar de modo a confirmar essa expectativa criada.
Tal fenmeno j conhecido por rtulos. Rotular um aluno o mesmo que separar o
observador do objeto observado, isto , de no levar a ver o sujeito da observao,
no caso aqui um aluno, em suas mltiplas facetas.
Por exemplo: o aluno parece estar mais preguioso, hoje. Ou por que ele parece
estar preguioso? Tal abordagem pode levar a importantes descobertas, muitas no
imaginadas.
Enquanto o ajusta o crebro a uma lgica aristotlica, que remete a uma essncia,
o E-Prime, como linguagem operacional, ou fenomenolgica, coloca o observador
em um universo moderno em que os eventos ocorrem num continuum de espao-
tempo, como estabelece a Fsica Quntica. Ou seja, tem um fluxo dinmico.
Por fim outra contribuio apresentada pelo autor Wilson (2007) para mostrar a
possibilidade de aplicao das idias qunticas para o universo da psicologia como
fundamento da prtica pedaggica. Trata-se da noo de lgica quntica em
47
48
contraposio lgica aristotlica. Esta ltima se define por uma lgica de dois
valores Verdadeiro ou Falso. John Von Neumann fala de uma lgica de trs valores
Verdadeiro, Falso, Talvez, o que exclui o sem sentido.
48
49
CAP III
Esta obra, embora no seja especifica sobre Psicologia, foi considerada de grande
importncia para este trabalho por duas razes:
1) porque mostra como a nova Fsica, denominada Quntica, e que comea a surgir
no inicio do sculo XX, afeta todas as cincias a partir de uma mudana de
paradigma cientifico e prenuncia uma transformao da viso de mundo e de
homem;
49
50
3
Na literatura a que a pesquisado tem acesso, verifica-se que terminologia paradigma ps-moderno mais
usada para designar a contraposio ao modelo clssico tambm designado de moderno.
50
51
Com essa perspectiva, houve uma redefinio dos conceitos bsicos de sade,
doena e cura - com reflexos importantes na rea do desenvolvimento e formao
da personalidade humana.
51
52
Nessa viso, v-se que o conceito de currculo se apia em uma viso critica como
apontam diversos autores Sacristan (2000), Demo (2002), Doll (1997) , Morin (2000),
dentre outros, e no apenas para conservar o que j est estabelecido.
Por que ele faz essa volta ao passado e por que deve-se mencion-la aqui?
52
53
Pela pequena amostra aqui apresentada sobre o que foi e como se organizou
sistemicamente essa experincia, avanada para o seu tempo, possvel perceber
a sua atualidade, confrontada com o trabalho de Tescarolo (2004) ( ede muitos
autores contemporaneos. Pode-se afirmar que embora no haja nenhum registro da
sua fundamentao em idias diretas da Fsica Quntica, os fundamentos tericos,
filosficos, antropolgicos, sociolgicos e psicolgicos, entre outros, j se inspiravam
numa viso renovada das cincias sociais e, em especial, da antropologia
existencialista e da experincia concreta.
53
54
O livro de Robert Anton Wilson foi o nico encontrado, nesta fase inicial de um
levantamento sobre o tema objeto de estudo, que trata especificamente das relaes
Teoria Quntica e Psicologia, sem contudo fazer referncia aplicao dos
conceitos a uma fundamentao da prtica educacional. Apesar disso, foi ela a que
mais proporcionou a oportunidade de inferncias para uma psicologia educacional,
neste momento.
Nem todos os conceitos apresentados por este autor foram aqui trabalhos. Apenas
aqueles que, de imediato, permitiram o emprego para uma aplicao e reflexo
sobre educao, como uma amostra do quanto possvel extrapolar das
concepes da FQ para a Psicologia, e desta para a educao.
54
55
CONSIDERACES FINAIS
Essa nova concepo afeta a compreenso do que venha a ser percepo. Esta
deixa de ser o registro objetivo dos estmulos captados pelos rgos dos sentidos
para ser uma interpretao objetiva/subjetiva dos mesmos, e no apenas uma
representao mental. Em vez de registro, a interpretao individual do objeto
percebido. Os estmulos se transformam assim em conhecimento construdo pelo
sujeito e deixam de ser apreenso e acmulo de verdades estabelecidas e
absolutas. A isso o autor Wilson fala de tnel de realidade cada um constri o
seu.
55
56
Desse modo, para falar de uma psicologia holstica, com influncias da viso da FQ
e suas aplicaes na rea da educao, sobretudo escolar, foi preciso estabelecer
relaes entre o que era lido e os conhecimentos j adquiridos, oriundos no s de
teorias, mas tambm da experincia vivida como professora, educadora. E, nesse
sentido, muitas relaes ainda podem vir a ser estabelecidas. Isto fica como
sugesto para o aprofundamento deste estudo, assim como o estudo de outros
conceitos merecem ser ainda trabalhados. Exemplos: criatividade e hierarquia
entrelaada, ambos aplicveis rea educacional.
Como j foi dito no corpo do trabalho, este estudo oferece, entre outras
contribuies para a elaborao de uma psicologia holstica, a de enriquecer a
compreenso e a influncia da Fsica Quntica na construo do conhecimento e de
um novo paradigma cientfico para o estudo das reas da Psicologia e da Psicologia
da Educao.
56
57
REFERNCIAS
DOLL JR, William E. Currculo: uma perspective ps-moderna. Porto Alegre: Artes
Mdicas, 1997.
57
58
58
59
59