Ajax Perez - Vida para Além Do Ego
Ajax Perez - Vida para Além Do Ego
Ajax Perez - Vida para Além Do Ego
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Mas quem é este indivíduo?
Para a psicopatologia Arquetípica
Indivíduo é visto como:
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Psicopatologia Arquetípica
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Os atributos do sujeito moderno
Ego heróico são:
Autodeterminação;
Independência;
liberdade em relação à necessidade,
à religião e à tradição
Senhor na dominação da natureza
seja externa ou interna.
Aproximação inicia-se pelo
Pathos
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Para a psicopatologia Arquetípica
7
James Hillman
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Reimaginar, metaforicamente,
os “transtornos mentais”.
Metáfora como uma forma de ver que se
aproxima do que aparece como constelação
de atributos aglutinados e não como
unidades totalizantes.
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Padrões Arquetípicos
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A psicopatologia atual fundamenta-se na idéia
de um indivíduo genérico abstrato,
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A unidade / identidade
como questão
O que é “uma coisa” ou o que é sua
identidade?
Só conseguimos determinar alguma coisa
quando ela se apresenta em um contexto.
Toda determinação é sempre um processo
relacional.
Determinamos as coisas através do acesso a
suas qualidades.
Mas toda qualidade também é relacional.
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É preciso uma crítica que atinja a diferença
entre igual e diferente
(o princípio da não contradição).
Aristóteles
– “Efetivamente, é impossível a quem
quer que seja acreditar que uma mesma
coisa seja e não seja"
– dada uma proposição e sua negação,
não podem ser ambas verdadeiras
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Crítica ao
princípio da não contradição.
Sem esta crítica não é possível resgatar a
ambivalência e as contradições que os
processos de universalização procuraram
excluir de conceitos como: indivíduo
(sujeito moderno), doença etc..
Sem ela o “individuo” (sujeito moderno),
não pode portar em si a contradição e
tudo que se opor a ele aparecerá na forma
doença.
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Ego heróico / sujeito moderno
Foi constituído como a base nos princípios
de liberdade dominação de natureza,
autonomia, autodeterminação, etc.,
tudo que se apresentar portando
elementos contraditórios em relação a
estes aspectos será aglutinado na
doença.
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Ego heróico e a contradição
Para manter o Ego heróico como pólo
saudável, o recurso é evitar a contradição
deslocando tudo o que não se encaixa na
forma sujeito moderno/identidade para a
doença (incapacitação, deficiência, restrição,
sofrimento, perda de liberdade etc.).
E como isto elimina-se também todo
indeterminado, diverso, fluxo, conflito,
contradição e instabilidade.
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Literalismo
O literalismo realiza sua tarefa de
coagular o múltiplo em significados
singulares que chamamos fatos, dados,
problemas, realidade.
A menos que as coisas sejam coaguladas
não há necessidade de vermos através,
não há necessidade de insight.
É a configuração coagulada que vai entrar
em conflito com a inquietação e
indeterminação.
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Se a vida é tensão e a contradição
orienta
O que pode ser a realidade material?
A realidade material não pode ser o que se
apresenta através do mundo como o vemos, nem
da intuição sensível, nem da observação direta
dos objetos, nem em mim e nem no mundo.
Não pode ser os fatos, dados, problemas,
realidade!
Também não pode ser o resultado
estatisticamente comprovado pela descrição
neutra de um sem número de observadores que
homogeneizaram e submeteram tudo às regras de
equivalência e cálculo.
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Realidade material
pode aparecer como:
Tensão entre determinação e
indeterminação.
Na resistência entre a forma configurada,
determinada e a pulsação, a inquietude
presente em todo ser.
No excesso que indica como toda
estruturação de objeto vai ser sempre
assombrada pela indeterminação.
No confronto com a negação no interior das
qualidades que parecem mais identitárias.
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Ruptura com a imediaticidade e
realidade material
Ruptura com a imediaticidade em qualquer coisa
não se faz pela distância, nem negando as
particularidades.
Rompe-se sim aprofundando na particularidade;
reconhecendo e valorando o que resiste àquela
configuração particular e, através das
resistências, abrir as contradições.
O aprofundamento da particularidade no
movimento da vida vai levar ao confronto com o
excesso, com o que resiste e esta pode então
dissolver-se, ser devolvida à realidade material
que a sustenta.
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Realização do particular como fracasso
Como toda determinação é um processo
relacional.
Só se determina algo quando este algo é posto
em uma situação, em um contexto próprio a
existência;
Mesmo as qualidades mais próprias que
determinam aquele forma, em particular, também
são relacionais.
Por isso a realização de toda e qualquer
particularidade é o necessariamente o seu
fracasso.
É a partir deste fracasso que podemos pensar
outra noção de liberdade.
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Liberdade
Como a realização do meus desejos e vontades?
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O contrário é convergente.
Harmonia de tensão contrárias como de
arco e lira.
Todas as coisas aparentemente múltiplas
e distintas estariam unidas.
Pode se dizer que há unidade na oposição
dos contrários.
Há uma medida nos processos de
alternância dos opostos. A justa
ordenação
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Logus
em Heráclito
Logus é sempre e segundo o qual todas
as coisas vêm a ser.
Logus como medida, cálculo ou
proporção, razão.
Logus não como o discurso, mas como
algo que está no discurso.
O logus da physis (das coisas )
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O particular em
Heráclito
Os homens vivem como se possuíssem
um particular.
Tomam por particular o que é comum.
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Metáfora como outra
perspectiva,outra forma de ver.
O olhar metafórico pode ser uma forma de
ver que olha para os atributos aglutinados
no que se apresenta e não como unidades
literais.
não unifica tudo.
Mantêm a tensão com a multiplicidade.
não literaliza.
Sustenta-se no uso da imaginação.
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Trabalho da psicologia começa com
o processo de imaginação
Análise vai na alma da
imaginação!
É isto que torna possível significar os
acontecimentos tornando-os em
eventos
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O trabalho da psicologia necessita
do processo de imaginação’.
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O “trabalho da psicologia começa
com o processo de imaginação”
Porque:
as fantasias se apresentam primeiramente
projetadas como problemas literais.
Problemas são fantasias literalizadas.
Problemas são efeitos do ego heróico (Eu)
sobre o que se apresenta como
desconhecido, descontrolado etc.
A literalização é resposta de um olhar
heróico sobre os acontecimentos.
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James Hillman
Se o ego heróico é o estilo de
consciência, que encarna o processo de
unificação
Ego Imaginal
É aproximação que multiplica sentidos.
Caminha em direção ao aprofundamento
nas imagens sempre desdobrando nas
metáforas que se apresentam.
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Psicologizar
É mover-se através do literal em direção
ao metafórico.
Desliteralizar as questões e os problemas.
Dissolver o que aparece como problema
nos múltiplos que se coagularam na
imagem.
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Os problemas, assim como as
verdades e a psicopatologia,
são metáforas que se
literalizaram pelo uso num
padrão heróico unificador
literalizante.
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James Hillman
propõe o "patologizar" definido como:
"a autonomia da psique de criar doença,
morbidez, desordem, anormalidade e
sofrimento em qualquer aspecto do seu
comportamento e de experienciar e imaginar a
vida através desta perspectiva deformada e
aflita“
As imagens patologizadas apresentar-se-
iam, literalmente ao ego, como doenças
que precisariam ser enfrentadas e
removidas.
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James Hillman
Olhando-se através das imagens
patologizadas , metaforicamente, é
possível desdobrá-las e dissolvê-las.
Metaforicamente uma coisa pode ser
muitas coisas ao mesmo tempo, sem
deixar de ser nenhuma delas; pode ter
atributos, que são contraditórios, sem se
destruir ou se anular.
Se a palavra é o assassinato da coisa, a
metáfora é a traição da palavra!
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O personificar
Assim como os gregos personificaram
poderes como a fama, a insolência,
noite, esperança, volúpia, harmonia...etc.
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As descrições sempre guardam o sujeito
proposicional como opaco as descrições
dos transtornos não nos explicitam a partir
de quem a fala está sendo feita.
Cabe-nos ler nas figuras inscritas o que
permanece opaco.
É exatamente quando conceito vai se
realizar, ao se aplicar ao caso, que as
contradições que não puderam
permanecer no conceito vão surgir
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Na realização do conceito na experiência,
na efetivação do conceito em objeto é que
ele fracassa e que aparecem as
contradições.
Porque o princípio de unificação do
diverso do sensível, sob a forma de
objeto, é dado pelo próprio eu.
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No olhar subjetivista
o que sofre é “Eu”, o ego
na figura da pessoa!
Pessoa :
Constituída em sua unidade interna a
partir de vivências, experiências que se
particularizaram em sua história de vida
pessoal.
Conjunto de atributos singulares, com
suas qualidades individuais, que
determinam sua identidade.
Cidadão jurídico de direitos e deveres.
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Os dois olhares podem manter
ou preservar:
a idéia de uma unidade determinada quer
seja:
Em oposição a um objeto externo (doença) ;
Como identidade constituída interna e ou
externamente;
Como “Eu”- unidade sintética de todas as minhas
representações.
Como um “Eu” vazio de representações.
Esta unidade funciona como suporte das
expectativas de autonomia, liberdade e
autodeterminação.
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A unidade / identidade
como questão
O que é “uma coisa” ?
Só conseguimos determinar alguma coisa
quando ela se apresenta em um contexto.
Portanto toda determinação é sempre um
processo relacional.
Determinamos as coisas através do
acesso a suas qualidades.
Mas toda qualidade também é relacional.
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A unidade / identidade como questão
Heráclito
As coisas são como são porque opostos
estão sustentando entre si uma relação de
tensão.
Harmonia visível esconde uma tensão de
contrários, não visível.
como de arco e lira.
Esta tensão sendo harmonia e justiça só se
dá na discórdia.
Todas as coisas vem a ser segundo
discórdia e necessidade
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A unidade / identidade como questão
Heráclito
O combate (pólemos) é de todas as
coisas pai de todas rei.
A guerra é mãe de tudo e rainha de tudo
O combate é o que é comum
Os homens vivem como se possuíssem
um particular.
Tomam por particular o que é comum.
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Princípio da não-contradição
sustentando a unificação
Parmênides
O ser é e não pode não ser;
O não-ser não é e não pode ser de modo algum.
Aristóteles
– “Efetivamente, é impossível a quem quer que
seja acreditar que uma mesma coisa seja e não
seja"
– dada uma proposição e sua negação, não
podem ser ambas verdadeiras
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Ego pode ser entendido como:
Indivíduo em suas expectativas de
autonomia, liberdade e autodeterminação;
Como expressão de “pessoa” que se
reconhece em seus atributos, em suas
qualidades individuais. Qualidades que
determinam sua identidade.
Como cidadão de direitos.
campo de atributos singulares de um
sujeito.
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Pathos pode ser visto como:
Causa de conduta, e não como doença que aliena e que
necessita especificamente de cuidados individualizados;
não como um obstáculo, que se opõe a ser senhor de si.
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a psicopatologia tem se
polarizado entre
Olhares empírico/objetivo,
Categorias dos transtornos mentais
“doença” identificada como realidade
concreta e literal.
Olhares subjetivistas
Enfatizam os sofrimentos psíquicos
vinculados as singularidades e
particularidades das histórias de vida
pessoal.
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No olhar empírico/objetivo
o que sofre é o ego
na figura do indivíduo.
No CID -10
Transtorno mental é uma síndrome,
que ocorre em um indivíduo;
associado com
sofrimento ou
incapacitação ou com
risco significante aumentado de sofrimento atual,
morte, dor, deficiência, ou uma perda importante da
liberdade. ...
(CID-10 Organização Mundial da Saúde, 1993) p.5
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a psicopatologia tem se
polarizado entre
Olhares empírico/objetivo,
Categorias dos transtornos mentais
“doença” identificada como realidade
concreta e literal.
Olhares subjetivistas
Enfatizam os sofrimentos psíquicos
vinculados as singularidades e
particularidades das histórias de vida
pessoal.
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