Apostila 2 Sistema de Freios
Apostila 2 Sistema de Freios
Apostila 2 Sistema de Freios
2003
SENAI-SP, 2003
Trabalho elaborado e editorado pela Escola SENAI Conde Jos Vicente de Azevedo
S47s SENAI. SP. Sistema de Freio Hidrulico - Bsico. So Paulo, 2000. 86p. il.
Apostila tcnica
CDU 629.063.6
E-mail senaiautomobilistica@sp.senai.br
SUMRIO
INTRODUO 7
UM POUCO DE HISTRIA 9
CONCEITOS FSICOS 10
Energia 10
Energia cintica 10
Calor 10
Atrito 11
Compresso e aspereza 12
Escorregamento 12
A funo do freio 12
FREIO A TAMBOR 14
Freio a tambor simplex 15
Freio a tambor duplex 16
Freio a tambor uni-servo 17
Freio a tambor duo-servo 17
Freio a tambor twimplex 18
ACIONAMENTO DE SAPATAS 19
Cilindro de rodas 19
FREIO A DISCO 20
Freio a disco fixo 21
Freio a disco deslizante 22
Freio a disco no eixo traseiro 25
Freio de estacionamento 27
Freio de servio 27
Exerccios 28
PRINCPIOS HIDRULICOS 30
Compressabilidade 30
Incompressabilidade 30
Presso 31
Lei de Pascal 33
CILINDRO MESTRE 36
Cililndro mestre simples 37
Cilindro mestre duplo 42
SERVOFREIO 46
Presso atmosfrica 46
Servofreio 48
Servofreio Girvac 51
Exerccios 51
Pastilhas de freio 74
Servofreio 75
Vlvula reguladora de presso 77
BIBLIOGRAFIA 86
INTRODUO
O mdulo Sistema de freio hidrulico - tem como objetivo orientar o aluno sobre o
funcionamento de todos os componentes desse sistema; o diagnstico de possveis
problemas com as respectivas causas, conseqncias e como corrigi-las; as regulagens e
testes que devero ser feitos para que se possa ter total confiabilidade nesse sistema.
O desenvolvimento dos estudos desse mdulo deve ocorrer em duas fases: aulas tericas
e prticas.
A diviso do mdulo em duas fases apenas recurso de organizao sendo que as aulas
de teoria e de prtica devem ocorrer simultaneamente e a carga horria deve variar de
acordo com as necessidades didtico-pedaggicas.
O texto que se segue ir tratar do contedo bsico da fase terica do mdulo. Esse contedo
compreende os seguintes assuntos:
freio a tambor;
cilindro mestre;
freio a disco;
servofreio;
vlvula reguladora de presso
sistema anti-bloqueio ABS;
freio a disco traseiro.
UM POUCO DE HISTRIA
A inveno da roda foi um marco na histria da Humanidade. Ela resolveu srios problemas
de transporte, pois permitiu a reduo do atrito entre o veculo e o cho. Junto com a
soluo, porm, veio um problema: como parar esta roda?
CONCEITOS FSICOS
ENERGIA
Para provocar o movimento de um veculo precisamos fornecer a ele energia. Por exemplo,
para acelerar um nibus eltrico devemos fornecer a ele energia eltrica.
ENERGIA CINTICA
Quando o veculo est a uma certa velocidade, ele possui um tipo de energia chamada
energia cintica. Logo, a energia fornecida ao veculo fica armazenada nele na forma de
energia cintica.
energia cintica
CALOR
Para frear um veculo precisamos retirar dele a energia cintica. O que acontece com a
energia cintica retirada do veculo? Transforma-se em outra forma de energia, denominada
calor. Logo, em um veculo h dois tipos de mquinas: uma, o motor, que transforma a
OBSERVAES
Uma carreta carregada (de aproximadamente 40 toneladas), a 100 km/h, quando freada,
gera calor suficiente para ferver 50 litros de gua.
O freio, assim como o motor, tem a funo de transformar um tipo de energia em outro.
Nos dois casos podemos calcular a potncia da mquina: o freio de uma carreta tem
potncia de aproximadamente 4.000 HP.
ATRITO
Toda vez que um corpo escorrega ou tenta escorregar sobre outro, aparece uma fora
chamada atrito, que tenta impedir o escorregamento. O princpio de funcionamento de
qualquer tipo de freio o atrito entre dois corpos.
tentativa de
escorregamento
atrito
atrito
escorregamento
COMPRESSO E ASPEREZA
Compresso: Quanto maior a compresso de um corpo contra outro, maior ser o atrito.
ESCORREGAMENTO
Quando um corpo escorrega sobre outro aparece calor. Esse fato pode ser comprovado de
vrias maneiras:
Num dia frio as pessoas esfregam as mos para se aquecer. Se algum movimentasse
as duas mos juntas, de modo a no haver escorregamento, no apareceria calor.
Duas pessoas, descem por uma corda. Uma desce escorregando, a outra desce sem
escorregar. A primeira queima as mos. A segunda no queima.
A FUNO DO FREIO
O freio pra a roda e o piso pra o carro. Quando um veculo se movimenta, suas rodas
giram. Por incrvel que parea, a funo do freio no fazer o carro parar, e sim diminuir a
rotao da roda at faz-la parar de girar. Suponha que um carro tenha os freios funcionando
perfeitamente mas esteja com os pneus carecas e trafegando numa pista molhada.
Acionando os freios podemos garantir que a roda vai diminuir a sua rotao at parar de
girar. Mas no podemos garantir que o carro vai parar conforme o desejado.
RECOMENDAES
Ao examinar os freios de um veculo, deve-se:
Verificar todos os itens de segurana.
Trocar todas as peas que no estiverem em perfeitas condies. No usar peas
duvidosas.
No fazer quebra-galhos.
Alertar aquele que vai usar o veculo dos problemas que podem diminuir a eficincia da
frenagem, como por exemplo os pneus carecas.
FREIO A TAMBOR
J sabemos que a funo do freio parar a roda. Para isso h necessidade de uma fora
oposta a rotao da roda.
rotao
movimento
Essa fora oposta conseguida pelo atrito entre duas peas. Vejamos como isso possvel:
Imagine um tambor vazio rolando. Ele poderia ser freado por um dispositivo que aplicasse
uma fora na parede interna do tambor. claro que o dispositivo teria que estar fixo, se no
acabaria rolando junto com o tambor. Da se conclui que o freio constitudo de duas
partes: uma que gira junto com a roda (que no caso do freio a tambor o prprio tambor) e
uma fixa ao veculo (que no caso do freio a tambor so as sapatas).
O freio a tambor basicamente composto das seguintes peas: tambor de freio, sapatas e
espelho.
O pneu, a roda e o tambor so peas que giram juntas, enquanto que as sapatas e o
espelho so peas fixas ao chassis.
O tambor est preso roda e gira junto com ela. No interior do tambor esto as sapatas, as
quais esto fixas ao espelho e portanto ao veculo. Essas sapatas so recobertas de um
material adequado para aumentar o atrito (lonas). Quando o freio acionado as sapatas
so comprimidas contra o tambor. O atrito entre as peas causa diminuio da rotao das
rodas.
De acordo com a posio da sapata, ela denominada primria ou secundria, como mostra
a figura a seguir.
sapata sapata
secundria primria
apoio
Quando o freio acionado, o tambor tenta arrastar as sapatas junto com ele. As sapatas s
no giram junto com o tambor por estarem apoiadas ao espelho, pela placa de apoio.
Na sapata primria, a fora de arrasto tem o mesmo sentido da fora de acionamento (FA);
logo, a fora de arrasto e a fora de acionamento se somam.
secundria primria
pino ncora
cilindro de roda
com 2 pistes
pino de ajuste
Tambm no freio duo-servo, o tambor tenta arrastar as sapatas junto com ele, quando
acionado.
Neste tipo de freio a fora devida ao arrasto transmitida sapata secundria pela ligao
mecnica entre as sapatas. Isto causa uma atuao maior da sapata secundria.
utilizado tanto em veculos leves como mdios. As caractersticas principais das sapatas
so:
O acionamento se faz nos quatro pontos das sapatas.
Cada sapata possui regulagem individual com ajuste manual ou automtico.
ACIONAMENTO DE SAPATAS
Sabemos que as sapatas devem ser comprimidas contra o tambor. Isso exige uma fora
agindo sobre elas. Podemos conseguir essa fora atravs de um dos seguintes dispositivos:
cilindro de roda, cmara pneumtica e cmara de freio-mola. Como estamos tratando
somente dos freios hidrulicos, estudaremos a seguir somente o cilindro de roda.
CILINDRO DE RODA
sapatas
superfcie de
atrito do tambor
Quando o freio deixa de atuar, a mola de retorno das sapatas traz os mbolos para a
posio inicial, forando o excesso de fluido a retornar.
FREIO A DISCO
Em primeiro lugar, seria bastante inconveniente que o freio atuasse diretamente no aro da
roda (1). Por isso um disco instalado na roda de modo a girar junto com ela. O freio vai
atuar no disco e no aro (2).
Em lugar dos tradicionais garfos dos freios de bicicleta, so utilizados mbolos, acionados
pela presso hidrulica (3). No lugar dos cabos de ao, que transmitem a fora da mo do
ciclista at a roda, utilizada a presso hidrulica. No lugar das sapatas, so utilizadas as
pastilhas que resistem mais aos esforos de um veculo (4).
1 2 3 4
pina
pastilha
disco
disco
O disco fica encaixado entre as pastilhas, de modo a haver uma pequena folga. Quando o
freio acionado, as pastilhas so comprimidas contra o disco. A fora de atrito entre as
pastilhas e o disco causa diminuio da rotao da roda.
Comeamos com o caso do freio a disco fixo com dois mbolos. Nesse modelo, cada pastilha
est apoiada a um mbolo. Quando o freio acionado, o mbolo empurrado pelo fluido
hidrulico sob presso. O mbolo empurra a pastilha contra o disco.
anel vedador
mbolo
Observe que neste caso cada pastilha acionada por um ou dois mbolos, como se observa
nas figuras.
Quando o freio acionado, o fluido de freio injetado sob presso. Essa presso atuando
somente no mbolo como tambm na pina. Suponha que essa ltima seja livre para se
movimentar. Pela ao da presso hidrulica, o mbolo se moveria para um lado enquanto
a pina se moveria para o outro. Na figura, esses movimentos so exagerados para facilitar
a visualizao.
Imagine agora que entre as pastilhas estivesse o disco. Tanto a pastilha fixa ao mbolo
como a fixa pina seriam comprimidas contra o disco.
parafuso sangrador
grampo pino trava
pino trava
conjunto
suporte do cauper
mola
anti-rudo
sentido do
deslocamento
sistema do cauper
guias das
deslizante grampo O
pastilhas arredondadas pastilhas
ANEL DE VEDAO
Nos freios a disco, o anel de vedao apresenta dupla funo:
evitar vazamentos de fluido de freio;
fazer o mbolo retornar quando o freio desaplicado. Observe que o anel de vedao
fica alojado em uma canaleta na carcaa. Quando o freio acionado, o mbolo se
movimenta deformando o anel. Quando o freio desaplicado a presso hidrulica se
reduz. O anel volta ao seu formato original trazendo o mbolo de volta. Esse retorno
afasta as pastilhas do disco que passa a girar livremente.
capa
protetora
anel de vedao
pisto
Assim, temos:
freio acionado: o anel de vedao se deforma.
freio desaplicado: o anel de vedao volta ao seu formato original trazendo o mbolo
com ele.
PASTILHAS DO FREIO
Os esforos de frenagem esto todos concentrados na pastilha. Entre a pastilha e o disco,
h atrito acompanhado de escorregamento. Como vimos, este faz com que os corpos em
contato se aqueam. Por isso, as pastilhas devem ser fabricadas de modo a poderem
resistir a altas temperaturas.
consumo Newtons
esforo
consumo de material no pedal
de atrito
temperatura
temperatura
MOLAS ANTI-RUDO
A trepidao causada pelos pneus passando sobre solo irregular tendem a fazer as pastilhas
vibrarem. Essa vibrao causa um rudo. Para evitar esse rudo, as pastilhas so pressionadas
por uma mola.
Por isso a ao dos freios a disco difere pouco de uma roda para outra. Isto garante uma
maior estabilidade durante a frenagem evitando o fenmeno do freio que puxa para um lado.
Existem vrios modelos de freios a disco aplicados ao eixo traseiro. No entanto existe,
atualmente, uma tendncia mundial em se aplicar esse tipo de freio devido ao projeto dos
veculos.
Podemos dizer que o freio a disco com freio de estacionamento incorporado trabalha em
duas funes distintas:
Freio de servio - Quando acionado atravs da presso hidrulica no momento da
frenagem do veculo. Funciona de forma igual ao freio a disco deslizante;
Freio de estacionamento - Quando o freio do eixo traseiro acionado pela alavanca do
freio de mo.
eixo
pino
parafuso de regulagem
FREIO DE ESTACIONAMENTO
Aps a pastilha ter-se apoiado na face interna do disco, o eixo continua girando. Agora,
porm, empurra a carcaa na direo oposta fazendo com que a pastilha do outro lado
tambm seja pressionada contra o disco.
FREIO DE SERVIO
Ao acionar o freio de servio, a presso hidrulica empurra o mbolo para frente juntamente
com a porca de ajuste que est acoplada nele.
A porca caminha junto com o mbolo at que seu curso seja interrompido pelo parafuso.
nesse momento que a porca deixa de se apoiar no mbolo e empurrada para frente pelas
molas. Assim, a rosca especial de 4 entradas permite o giro da porca em torno do parafuso
at que ela se apie novamente no mbolo. Desta forma assume uma nova regulagem que
compensa o desgaste ocorrido nas pastilhas.
Essa regulagem ocorre sempre que o movimento do mbolo for superior a folga existente
entre o parafuso e a porca.
EXERCCIOS
1. Quando um veculo est em movimento dizemos que ele possui energia cintica. Para
fre-lo, precisamos retirar-lhe essa energia. O que acontece com a energia cintica
retirada do veculo?
2. Ao verificar desgaste desigual nas lonas do freio a tambor tipo simplex, qual a causa
provvel?
6. Complete a frase:
PRINCPIOS HIDRULICOS
COMPRESSIBILIDADE
ar compressvel
volume
volume alterado
Exemplos desse fato so comuns. o que acontece quando se enche um pneu, ou quando
o pisto de um motor comprime a mistura ar-gasolina.
INCOMPRESSIBILIDADE
Se em lugar de um gs fosse colocado um lquido, gua por exemplo, o resultado seria
diferente. Comprimindo-o com o auxlio de um pisto notaremos que seu volume no diminui.
Por isso dizemos que os lquidos so incompressveis.
Considere duas seringas de injeo interligadas por um tubo, como mostra a figura abaixo.
Suponha que o sistema esteja cheio de um lquido. Se um mbolo fosse comprimido, o
outro se deslocaria em sentido contrrio. O aumento de volume na seringa B compensaria
a diminuio do volume na seringa A.
B
A
PRESSO
O conceito de presso pode ser aplicado sempre que a fora que atua sobre um corpo
estiver distribuda numa certa rea. Define-se presso como sendo o valor da fora dividido
pelo valor da rea.
Fora
Presso =
rea
EXEMPLOS
1. A rea do mbolo de uma seringa 2cm2. Sobre o mbolo aplicada uma fora de
10kgf. No interior da seringa h um lquido ou um gs. O conceito de presso pode ser
aplicado a qualquer caso. A presso aplicada vale:
~ = 10kgf = 5kgf / cm 2
Pr essao
2cm 2
10kgf
2cm2 5kgf/cm2
P = 20kgf/cm2
10cm2
LEI DE PASCAL
EXEMPLOS
1. Voltemos ao exemplo das duas seringas interligadas por um tubo. As reas dos mbolos
esto indicadas na prpria figura. O sistema est cheio de gua. Ao mbolo menor
aplicada uma fora de 10kgf. Qual ser a fora aplicada pelo mbolo maior?
4cm2
2cm2
Fora 10kgf 2
Presso = = 2
= 5kgf/cm
rea 2cm
10kgf
2cm2
4cm2
5kgf/cm2
Mas este aumento de presso transmitido para todos os pontos. Logo, no mbolo da
seringa maior o aumento da presso tambm ser 5kgf/cm2. Nesse mbolo podemos
calcular a fora:
fora = presso x rea
fora = 5kgf/cm2 x 4cm2 = 20kgf
3. A diminuio do volume de gua na seringa menor deve ser igual ao aumento do volume
de gua na seringa maior. Isto porque, como j vimos, a gua incompressvel. Logo,
o deslocamento do mbolo da seringa maior ser de 1,5cm, pois:
3cm
2cm2
4cm2
OBSERVAO
Num sistema com dois mbolos interligados e cheios de um lquido qualquer, o de maior
rea (maior dimetro) receber a maior fora, mas sofrer o menor deslocamento. Se o
sistema estiver cheio de gs, o mbolo de maior rea receber a maior fora, nada se pode
afirmar sobre o deslocamento.
curso 1cm
curso 10cm
fora
100kgf
1000kgf
rea 1cm2
rea 10cm2
CILINDRO MESTRE
fb
fb
fa
F F
F fc
F
freio dianteiro cilindro mestre servofreio e pedaleira freio traseiro
(disco) e vlvula vlvula de (tambor)
equalizadora reteno de
vcuo
fa - fora de aplicao no pedal
fb - fora aplicada pelo sistema de alavanca do pedal
fc - fora aplicada pelo diferencial de presso do servofreio
F - fora originada pela presso hidrulica
Existem vrios tipos de cilindro mestre. Vamos comear pelo cilindro mestre simples. Os
componentes desse tipo de cilindro so indicados na figura a seguir.
14
15
16
17
1. Carcaa
2. Bujo de apoio para reservatrio
3. Capa de proteo
18
4. Anel de reteno
5. Arruela de encosto
1
6. Gaxeta secundria
12 2
7. Pisto
13
8. Arruela de apoio
11 9. Gaxeta primria
10 10. Arruela de escora
9
11. Mola de presso
8 12. Vlvula de presso residual
13. Jogo completo
6 14. Reservatrio
7 5 15. Tampa
16. Arruela de vedao
4
17. Filtro
18. Indicador de luz de freio
3
Quando o pedal do freio no est acionado, dizemos que o sistema est em repouso. Todo
o sistema est cheio de lquido numa presso aproximadamente igual presso atmosfrica.
Tudo se passa como se fosse um recipiente totalmente cheio de um lquido. Observe que
o lquido passa do reservatrio para o sistema atravs do furo de compensao. Observe
tambm que o respiro impede a formao de vcuo no caso do nvel de lquido baixar.
respiro
furo de
compensao
gaxeta
Quando o pedal do freio acionado, o mbolo empurrado. A gaxeta primria veda o furo
de compensao. O lquido contido na regio entre o cilindro mestre e as rodas
pressurizado. O lquido pressurizado aciona os cilindros das rodas.
OBSERVE QUE:
na cmara em frente da gaxeta primria o fluido est pressurizado;
na cmara atrs da gaxeta primria o fluido est na presso atmosfrica, pois este est
em contato com o reservatrio, atravs do furo de alimentao. Por isso a gaxeta primria
forada para trs. A funo da arruela protetora proteger a gaxeta primria para que
esta no seja danificada.
furo de
alimentao lquido
pressurizado
gaxeta
presso
atmosfrica
Quando o pedal do freio desaplicado, a fora no age mais sobre o mbolo. Logo, o
mbolo empurrado para trs pela presso hidrulica do circuito e pela mola de retorno.
medida que o mbolo do cilindro mestre se movimenta para trs, a presso no circuito
diminui. Isso permite que as molas de retorno das sapatas empurrem de volta os mbolos
dos cilindros de roda. A volta dos mbolos dos cilindros de roda causa o retorno do fluido
para o cilindro mestre.
Para entender melhor o que foi explicado, imagine que se pretenda retirar o lquido de um
recipiente utilizando uma seringa. O furo da agulha sendo pequeno oferece uma dificuldade
para o lquido entrar dentro da seringa. Em conseqncia, se o mbolo puxado rapidamente,
a presso no interior da seringa diminui. por isso que o mbolo fica duro. A presso
externa (atmosfrica) fica maior que a interna, dificultando o movimento do mbolo.
Voltando ao cilindro mestre, sabemos ento que, em seu retorno, a presso na cmara
anterior se torna maior que na posterior. Essa diferena de presso faz com que o Iquido
atravesse por um orifcio no mbolo, flexione a gaxeta primria, e passe para a cmara
frente do mbolo.
gaxeta
reservatrio
vedador externo
gaxeta
mola principal
vedador interno
Imediatamente aps o freio ser desaplicado, a presso do circuito hidrulico maior que a
presso no interior da vlvula.
OBSERVAO
Como vimos, toda a presso hidrulica necessria para o funcionamento do freio hidrulico
gerada no cilindro mestre. Havendo um problema qualquer com essa pea, um vazamento
por exemplo, todo o sistema fica comprometido. Para resolver esse problema foi criado o
cilindro mestre duplo, cujo funcionamento passaremos a ver.
circuito circuito
secundrio primrio
Podemos dizer que o cilindro mestre duplo a unio de dois cilindros mestres simples, com
o objetivo de aumentar a segurana. Se um falhar o outro garante o funcionamento dos
freios.
Na figura abaixo mostrado o cilindro mestre duplo do tipo simultneo. Observe a existncia
de duas cmaras de presso, as duas ligadas ao reservatrio. Para cada uma, h um furo
de alimentao e outro de compensao. Entre os mbolos montada uma mola com uma
pr-carga.
cmara B
furo de compensao
mbolo 1
mbolo 2
cmara A
2 1
Essas cmaras esto ligadas a circuitos hidrulicos independentes, que transmitem a presso
hidrulica para as rodas, sendo que cada cmara fornece presso para duas rodas do
veculo.
EMERGNCIAS
H um vazamento na cmara A; logo, nessa cmara o fluido no se pressuriza. No en-
contrando resistncia, o mbolo percorre livremente o cilindro at atingir a situao indi-
cada na figura. Desse ponto em diante o mbolo 1 passa a empurrar o mbolo 2. Nessa
cmara o fluido pressurizado, garantindo o funcionamento do freio.
cmara A
vazamento
cmara B
vazamento
Quebra da mola entre os dois mbolos. Se a mola da cmara A no atua, o mbolo 2 ten-
de a se afastar muito do furo de compensao, devido ao da mola da cmara B. Para
evitar esse problema, instalado um parafuso de encosto, que garante o posicionamento
correto do mbolo 2, permitindo que o freio funcione.
SERVOFREIO
PRESSO ATMOSFRICA
Presso atmosfrica a fora que a camada de ar que envolve a Terra exerce sobre sua
superfcie.
1 kgf/cm2
Esse nmero indica que numa superfcie qualquer (como uma mesa, por exemplo), o ar
exerce uma fora de 1kgf em cada cm2. Se a superfcie tiver 600cm2 (rea aproximada da
superfcie desta pgina) a fora exercida pela atmosfera ser de 600kgf.
O fato de uma placa de vidro aderir fortemente a outra ou de um copo grudar em outro
so explicados de modo anlogo a esse.
EM RESUMO
Podemos realizar vrias tarefas com emprego da presso atmosfrica, desde que possamos
utiliz-la contra uma outra presso menor (o vcuo).
Vejamos agora o caso de um mbolo que pode se mover no interior de um cilindro. Existindo
presso atmosfrica dos dois lados do mbolo, ele no vai movimentar-se. Tambm no
haver movimento se existir vcuo dos dois lados dele. O mbolo s vai se movimentar
existindo presso atmosfrica de um lado e vcuo do outro.
vcuo
presso
atmosfrica
A B
SERVOFREIO
carburador
vcuo para o
servofreio motor
TAMPAS
Tm a funo de reservatrio do vcuo.
DIAFRAGMA
Mantm separadas as cmaras de ar e de vcuo. Funciona como o mbolo da figura do
resumo.
MBOLO DE FORA
Nele ficam as vlvulas que controlam o sistema. Essas vlvulas so:
- Vlvula de entrada de ar;
- Vlvula de passagem do vcuo.
HASTE DE ENTRADA
Transfere o esforo do pedal para o interior do freio.
HASTE DE SADA
Aciona o cilindro mestre.
VLVULA DE RETENO
Mesmo aps o motor ter sido desligado essa vlvula mantm o vcuo suficiente para alguns
acionamentos.
DISCO DE REAO
Responsvel pelo equilbrio do conjunto.
tampa entrada de ar
haste de entrada
haste de sada
passagem do vcuo
disco de
reao
FUNCIONAMENTO DO SERVOFREIO
Dizemos que o servofreio est em repouso quando:
O pedal est desaplicado.
A vlvula de entrada de ar est fechada.
A vlvula de passagem do vcuo est aberta.
Nesse momento h vcuo constante sobre os dois lados do diafragma. No havendo
diferena de presso, o conjunto mantm-se em repouso.
canal de ar ambiente
mola de haste de acionamento
recuperao
cmara traseira
mbolo de operao
canal de passagem de vcuo
passagem de ar ambiente
ar ambiente
mola de
recuperao
presso
do pedal
vlvula pisto
SERVOFREIO GIRVAC
Nos servofreios convencionais, a transmisso das foras feita atravs das tampas.
No Girvac esses esforos so transmitidos pelos tirantes. As tampas passam a ter apenas
funo de reservatrio de vcuo. Assim sendo podem ter menor espessura, permitindo
uma reduo em mais de 50% de seu peso final.
Convencional
esforo nas tampas
Girvac
esforo nos tirantes
EXERCCIOS
a) Prximo s praias.
b) No alto das montanhas.
c) Em qualquer lugar pois a altitude no faz diferena.
d) Sob a gua, em inundaes.
Para que se possa estudar a vlvula reguladora de presso, necessrio que entendam-se
alguns conceitos fundamentais sobre: inrcia, inclinao durante a frenagem, distribuio
de esforos e estabilidade direcional.
INRCIA
Um corpo em repouso s inicia o movimento se uma fora atuar sobre ele. A tendncia de
um corpo em repouso permanecer em repouso. Por outro lado, se um corpo estiver em
movimento, s conseguimos faz-lo parar aplicando uma fora sobre ele. Se o corpo j
estiver a uma certa velocidade, tende manter-se nessa velocidade.
Chamamos de inrcia a essa propriedade que corpos tm de tentar manter o seu estado de
repouso ou de movimento. Exemplos dessa propriedade so muito comuns, mas vamos
discutir apenas o caso do veculo que est a uma certa velocidade e obrigado a frear:
Um caminho que est a uma certa velocidade freia bruscamente. Se a carga no estiver
convenientemente amarrada ao caminho, ela tende a continuar na mesma velocidade.
Um veculo que est a uma certa velocidade freia bruscamente. Se o chassis e a carroceria
no estivessem convenientemente presos aos eixos, continuariam na mesma velocidade.
DISTRIBUIO DE ESFOROS
500kg 500kg
No caso de uma freada brusca, essa distribuio passaria a ser por exemplo a indicada na
figura. Essa diminuio do peso nas rodas traseiras faz com que elas sejam freadas com
mais facilidade que as da frente. como se os freios tivessem que segurar um veculo mais
leve atrs do que na frente. Assim sendo, uma dada presso hidrulica no sistema pode
causar o travamento das rodas traseiras enquanto as dianteiras continuam livres.
300kg 700kg
ESTABILIDADE DIRECIONAL
Quando um veculo no est freado, mais fcil empurr-lo para a frente do que para o
lado. As rodas estabelecem portanto uma direo na qual o movimento mais fcil, para
isso que elas existem.
Mas quando as rodas esto travadas, a dificuldade de movimentar o veculo para a frente
ou para o lado praticamente a mesma. como se a roda no existisse. O veiculo s se
movimenta derrapando. E a dificuldade para forar a derrapagem aproximadamente a
mesma em qualquer direo.
Por isso, se acontecer de, numa freada brusca, as rodas traseiras serem travadas, o carro
perde o controle. No h mais uma direo preferencial de movimento. As rodas traseiras
tanto podem derrapar de frente como de lado. Quando as rodas traseiras derrapam de lado
dizemos que o carro deu um cavalo de pau.
vlvula reguladora
de presso
Tem como finalidade a reduo da presso nos freios traseiros em relao aos dianteiros.
Com isso evita-se o travamento das rodas traseiras numa freada brusca.
Posio fechada: o mbolo dotado de duas faces distintas, ambas guarnecidas por
gaxetas. A rea menor voltada para os freios dianteiros e a maior para os freios traseiros.
Quando o sistema pressurizado as duas faces do mbolo recebem a mesma presso.
Mas essa presso atuando em reas diferentes, geram foras diferentes,
vedadores
carcaa rea menor
para os para o
face menor fora menor freios cilindro
traseiros mestre
face maior fora maior
mola principal
rea mbolo
maior
pino de polister
Quando a diferena entre essas foras (menor e maior) for suficiente para vencer a mola, o
mbolo ser empurrado para trs, movimentando a vedao em direo ao pino. O fluxo de
lquido para os freios traseiros interrompido no momento em que a vedao se apia no
pino.
vedao aberta
vedao fechada
Essa diminuio maior se o veculo estiver carregado. A vlvula sensvel carga, como o
prprio nome indica, controla a presso no circuito traseiro em funo da carga do veiculo.
carcaa
anel
luva esfera
anel
mbolo
mola
anel
coifa
vlvula de esfera
regulagem de fora
alavanca de frenagem
A instalao da mola feita de modo que quanto maior a carga maior a tenso na mola.
presso maior
mola
sada
carga da mola
DIRIGIBILIDADE
Como j foi explicado, quando as rodas de um veculo esto livres mais fcil moviment-
lo para frente ou para trs do que para os lados.
pino
vlvula central
Isso significa que no existe mais uma direo preferencial de movimento: o veculo perde
a dirigibilidade.
A funo da roda, a rigor, no apenas a de reduzir o atrito, mas tambm de reduzi-lo numa
nica direo. Isso, porm, s acontece quando a roda gira.
Suponhamos que durante uma curva as rodas dianteiras do veculo sejam travadas mas
que as traseiras continuem livres. Para as rodas dianteiras, no haver direo preferencial.
O veculo seguir ento a direo preferencial de movimento das rodas traseiras. O veculo
no faz a curva apesar do motorista ter girado a direo. Por isso, quando as rodas dianteiras
esto travadas, dizemos que o veculo perde a dirigibilidade, isto , torna-se impossvel
dirigi-lo.
ESTABILIDADE DIRECIONAL
Quando as rodas traseiras esto livres, elas impedem qualquer desvio lateral. Isto por causa
da direo preferencial de movimento que elas apresentam. difcil moviment-las
lateralmente e fcil moviment-las longitudinalmente. Assim sendo o carro consegue manter
a direo de movimento. Dizemos que as rodas traseiras garantem a estabilidade direcional
do veculo.
Dizemos ento que, com as rodas traseiras travadas, o carro perde a estabilidade direcional
(cavalo de pau).
E o que aconteceria se o carro estivesse fazendo uma curva. As rodas dianteiras apresentam
uma direo diferente das rodas traseiras.
mais fcil movimentar as rodas traseiras na
direo 1 e as dianteiras na direo 2. O
efeito combinado dessas duas direes de 1
movimento a curva. 2
DISTNCIA DE FRENAGEM
A experincia mostra que permitindo o travamento das rodas, a distncia de frenagem ser
maior que no segundo caso.
EM RESUMO
No se deve permitir que as rodas sejam travadas durante a frenagem pelas seguintes
razes:
com as rodas traseiras travadas o veculo perde a estabilidade direcional.
com as rodas dianteiras travadas o veculo perde a dirigibilidade; a com as rodas travadas
a distncia de frenagem aumenta.
O sistema com anti-bloqueio (ABS) tem a finalidade de evitar o travamento das rodas, em
qualquer condio de atrito, piso ou pneu.
servofreio
cilindro mestre
freio
modulador
controlador
sensor
controlador sensor
freio
cmara de
bomba expanso
cilindro
vlvula 1 mestre
vlvula 2
modulador
Frenagem normal
controlador sensor
freio
cmara de
bomba expanso
cilindro
vlvula 2 vlvula 1 mestre
modulador
Presso retida
controlador sensor
freio
cmara de
bomba expanso
cilindro
vlvula 2 vlvula 1 mestre
modulador
Reduo da presso
controlador sensor
freio
cmara de
bomba expanso
cilindro
vlvula 2 vlvula 1 mestre
modulador
Aumento da presso
Essas 4 fases representam um ciclo de modulao que repetido vrias vezes por segundo
durante a frenagem em que h possibilidade de travamento.
EXERCCIOS
a) As rodas travam.
b) O piso est molhado.
c) As rodas atingem o limite de travamento, mas no travam.
d) As rodas ficam livres.
Neste captulo, sero apresentados os problemas mais comuns que ocorrem com o sistema
de freio hidrulico, suas causas e como corrigi-los.
CILINDRO DE RODA
Recebe presso hidrulica para acionar as sapatas do freio a tambor, freando assim as
rodas do veculo.
PROBLEMA
Vazamento de fluido de freio
PROBLEMA
Travamento dos mbolos internos
CUIDADOS
Substituir o fluido de freio a cada 10.000Km ou anualmente.
Na substituio do reparo, no usar lixas, use apenas esponja de ao fina.
Nunca utilizar gasolina, diesel, querosene ou qualquer outro derivado de petrleo para a
limpeza dos componentes.
Este equipamento no deve ser eliminado do sistema ou sofrer qualquer outra operao
que altere as caractersticas originais do veculo.
CILINDRO MESTRE
Gera a presso hidrulica necessria para que os freios atuem nas rodas.
PROBLEMA
Vazamento interno ou externo de fluido de freio
COMO CORRIGIR Substituir o cilindro mestre ou seu reparo quando no houver corroso.
PROBLEMA
Travamento dos mbolos internos
COMO CORRIGIR Substituir o cilindro mestre ou seu reparo quando no houver corroso.
PROBLEMA
Furo interno de compensao obstrudo
CUIDADOS
Substituir o fluido de freio a cada 10.000Km ou anualmente.
Na substituio do reparo, no usar lixas, use apenas esponja de ao fina.
Nunca utilizar gasolina, diesel, querosene ou qualquer outro derivado de petrleo para a
limpeza dos componentes.
Este equipamento no deve ser embuchado, brunido ou sofrer qualquer outra operao
que altere suas caractersticas originais.
DISCO DE FREIO
PROBLEMA
Superfcies desgastadas ou com sulcos
Frenagem deficiente.
CONSEQNCIAS Curso longo do pedal de freio.
Rudo durante a frenagem.
PROBLEMA
Empenamento
Superaquecimento do disco.
CAUSAS
Disco de qualidade inferior.
PROBLEMA
Superfcie com acabamento irregular ou faces no paralelas
Trepidao do pedal.
CONSEQNCIAS
Rudo durante a frenagem.
CUIDADOS
Na retfica, observar atentamente a espessura mnima do disco.
A manuteno deve ser sempre efetuada por eixo, e nunca em apenas uma roda.
As espessuras dos discos montados devem ser rigorosamente iguais.
Freadas contnuas e carregamentos imprprios do veculo causam o superaquecimento
dos freios, comprometendo sua performance.
FLUIDO DE FREIO
Transmite integralmente a presso hidrulica gerada pelo cilindro mestre ao sistema de freio.
PROBLEMA
Presena de gua
PROBLEMA
Baixo ponto de ebulio
Fluido de m qualidade.
CAUSAS
Fluido contaminado com gua.
PROBLEMA
Viscosidade irregular
PROBLEMA
Bolhas de ar no sistema de freio
PROBLEMA
Incompatibilidade com outros materiais do sistema
CUIDADOS
Utilizar fluido que atenda rigorosamente as normas nacionais e internacionais.
Substituir o fluido de freio a cada 10.000Km ou anualmente.
Evitar contaminao com gua nas operaes de lavagem, troca de fluido, etc.
Manter a embalagem sempre fechada e em ambiente seco.
No reutilizar fluido que j tenha circulado pelo sistema de freio.
COMPATIBILIDADE
Sedimentao a 80C (vol. % mx.) 0,05 0,05 0,05 0,05
RESISTNCIA OXIDAO
mg/cm2, mx.
Alumnio 0,05 0,05 0,05 0,05
Ferro fundido 0,03 0,03 0,03 0,03
PONTO DE EBULIO
Como recebido (C min.) 205 205 205
mido (C min.) 140 140 140
VISCOSIDADE CINEMTICA
A -40C, cSt mx. 1800 1500 1800
A 100C, cSt min. 1,5 1,5 1,5 1,5
pH 7 a 11,5 7 a 11,5 7 a 11,5 7 a 11,5
ESTABILIDADE DO FLUIDO
Estabilidade a alta temperatura
Variao em C mx. +/-3 +/-5 +/-3 +/-3
Estabilidade qumica
Variao em C mx. +/-5 +/-3 +/-3
CORROSO
Variao de peso (mg/cm3, mx.)
Ferro estanhado 0,2 0,2 0,2 0,2
Ao/Ao estanho 0,2 0,2 0,2 0,2
Alumnio 0,2 0,1 0,1 0,1
Ferro fundido 0,2 0,2 0,2 0,2
Lato 0,2 0,2 0,2 0,4
Cobre 0,4 0,4 0,4 0,4
(continua)
(continuao)
EVAPORAO A 100C
Perda de peso (% mx.) 80 80 80
Ponto de fluidez do resduo (C mx.) -50 -50 -50
TESTE SIMULADO (STROKING TESTE) Passa Passa Passa Passa
FREIO A DISCO
Recebe presso hidrulica fazendo as pastilhas atuarem contra o disco de freio, parando as
rodas.
PROBLEMA
Vazamento de fluido de freio
PROBLEMA
Travamento dos mbolos
PROBLEMA
Pinos-guias desgastados / Molas de reteno das pastilhas fracas ou quebradas
Ao do tempo.
CAUSAS
Manuteno incorreta.
CONSEQNCIAS Rudo.
CUIDADOS
Substituir o fluido de freio a cada 10.000Km ou anualmente.
Na substituio do reparo, no usar lixas, use apenas esponja de ao fina.
Nunca utilizar gasolina, diesel, querosene ou qualquer outro derivado de petrleo para a
limpeza, pois ataca os componentes de borracha.
Este equipamento no deve ser embuchado, brunido ou sofrer qualquer outra operao
que altere as suas caractersticas originais.
FREIO A TAMBOR
Recebe presso hidrulica fazendo as lonas atuarem contra o tambor de freio, parando as
rodas.
PROBLEMA
Desregulagem ou regulagem desigual
Frenagem deficiente.
CONSEQNCIAS Curso longo do pedal de freio.
Puxa para um lado durante a frenagem.
PROBLEMA
Molas de retorno das sapatas fracas ou quebradas
Rudos.
CONSEQNCIAS Veculo com rodas presas.
Puxa para um lado durante a frenagem.
PROBLEMA
Sobre-regulagem dos freios
CUIDADOS
Evitar danificar as sapatas durante as trocas de lonas.
Verificar a ao do regulador a cada 10.000Km.
No utilizar tambores com dimetro maior que o especificado.
Na troca de lonas coladas, substituir as lonas j coladas em novas sapatas.
O processo de colagem exige equipamentos sofisticados para garantir a perfeita fixao,
portanto s o fabricante est apto a execut-lo.
PASTILHAS DE FREIO
Atua sobre o disco de freio, atravs de fora gerada pelo mbolo do freio a disco ocasionando
a desacelerao das rodas do veculo.
PROBLEMA
Superfcie irregular da pastilha
Frenagem deficiente.
CONSEQNCIAS
Trepidao no pedal.
Pedal longo.
Rudo durante a frenagem.
PROBLEMA
Perda do nvel ideal de atrito
PROBLEMA
Alto nvel de atrito
CUIDADOS
Durante a manuteno, as mos devem estar limpas de graxa ou leo.
Usar sempre pastilhas originais.
Retificar os discos de freios a cada troca de pastilhas.
Efetuar a verificao da espessura das pastilhas a cada 5.000Km, esta espessura no
deve ser inferior a 2mm das partes metlicas.
Substituir as pastilhas sempre por eixo (par).
O perfeito assentamento das novas pastilhas acontecem nos primeiros 500Km rodados
em permetro urbano.
Freadas contnuas ou carregamento excessivo causam superaquecimento, comprome-
tendo a performance do veculo.
SERVOFREIO
PROBLEMA
Diafragma interno rasgado
Substituir o servofreio.
COMO CORRIGIR Regular carburador.
Reparar ou substituir cilindro mestre.
PROBLEMA
Infiltrao indesejada de ar
PROBLEMA
Vlvulas internas danificadas ou alteradas
PROBLEMA
Insuficincia de vcuo
Mangueira danificada.
CAUSAS
Sada do coletor obstruda.
Motor com baixa produo de vcuo.
Substituir a mangueira.
COMO CORRIGIR Limpar tomada de vcuo no coletor.
Verificar funcionamento do motor.
PROBLEMA
Vlvula de reteno de vcuo danificada
Substituir vlvula.
COMO CORRIGIR
Regular carburador.
PROBLEMA
Filtros impregnados com impurezas no permitindo a entrada de ar no servofreio
PROBLEMA
Haste de entrada ou de acionamento do cilindro mestre desregulada
CUIDADOS
Regular o carburador do veculo ao trocar o servofreio.
Nunca utilizar gasolina, diesel, querosene ou qualquer outro derivado de petrleo para a
limpeza dos componentes, pois ataca os componentes de borracha.
PROBLEMA
Vazamento de fluido de freio
Freio inoperante.
CONSEQNCIAS
Curso longo do pedal de freio.
PROBLEMA
Travamento dos mbolos internos
CUIDADOS
Substituir o fluido de freio a cada 10.000 Km ou anualmente.
Nunca utilizar gasolina, diesel, querosene ou qualquer outro derivado de petrleo para a
limpeza dos componentes.
Este equipamento no deve ser eliminado do sistema ou sofrer qualquer outra operao
que altere as caractersticas originais do veculo.
O freio a disco com freio de estacionamento incorporado uma unidade hidrulica destinada
a provocar a desacelerao das rodas traseiras com mais eficincia e segurana que os
freios a tambor.
1. Carcaa
2. Conjunto de pastilhas
3. Suporte
21
4. Coifa
22 5. Coifa
23
15 6. mbolo
14 1
7. Pino-guia
13
12 2 8. Anel de vedao
16 11 9. Anel trava
17 10. Capa da mola
18 11. Mola
19 12. Arruela
24
10 13. Placa de fixao
9 14. Haste de regulagem
20 15. Anel de vedao
8
16. Pino
7 17. Retentor
6
4 18. Alavanca
5
19. Mola
3 20. Parafuso limitador
21. Coifa do sangrador
22. parafuso do sangrador
23. Parafuso
24. Mola lateral
cabos do freio
de estacionamento
sistema de regulagem
automtica
Podemos dizer que este freio a disco trabalha em duas fases distintas:
Freio de servio - acionamento dos freios no eixo traseiro atravs de presso hidrulica,
no momento da frenagem do veculo, pela ao do pedal de freio.
Freio de acionamento - acionamento dos freios no eixo traseiro atravs da alavanca do
freio de mo.
FREIO DE SERVIO
O freio de servio acionado atravs da presso hidrulica gerada quando o pedal de freio
pressionado. Ao acionar os freios do veculo, a presso gerada no sistema age sobre o
mbolo no interior do conjunto, empurrando-o contra a pastilha interna, at que esta entre
em atrito com o disco em movimento.
disco
mbolo
presso
hidrulica
pastilha interna
A mesma presso age tambm sobre o fundo da carcaa que, estando montada sobre
pinos deslizantes, movimenta-se na direo oposta ao mbolo. Assim, a carcaa pressiona
a pastilha externa contra a outra face do disco.
disco
carcaa
presso
hidrulica
pastilha
externa
OBSERVAO
O livre movimento do mbolo permitido pela folga existente entre o parafuso de regulagem
e a porca de ajuste.
anel de vedao
FREIO DE ESTACIONAMENTO
mbolo
pino
parafuso de regulagem
porca de ajuste
pino
eixo
pastilha interna
pressionada
Aps ter apoiado o conjunto na face interna do disco, o eixo continua girando, porm,
empurrando a carcaa na direo oposta. Isto faz com que a pastilha externa, do outro lado
do disco, seja pressionada tambm.
pastilha externa
pressionada
carcaa
REGULAGEM AUTOMTICA
A regulagem automtica do freio de estacionamento acontece sempre que houver desgaste
das pastilhas. A porca caminha junto com o mbolo at que o curso seja interrompido pelo
parafuso.
rolamento de encosto
mola que empurra porca sem apoio no mbolo
a porca
mbolo
nesse momento que a porca deixa de se apoiar no mbolo e empurrada para frente por
molas. A rosca especial de 4 entradas permite o giro da porca em torno do parafuso, at se
apoiar novamente no mbolo, compensando o desgaste das pastilhas.
rolamento de encosto
mola que empurra
a porca
mbolo
presso do fluido
porca
parafuso
Essa regulagem ocorre sempre que o movimento do mbolo for superior folga existente
entre o parafuso e a porca.
OBSERVAES
Caso seja necessrio retificar o disco importante observar o seguinte:
- Ao ser retificado, o disco dever ficar com as suas duas faces perfeitamente paralelas
para no provocar trepidao no pedal.
Para permitir a montagem das novas pastilhas, deve-se retornar o mbolo. Usa-se uma
ferramenta apropriada para girar o mbolo at o fundo da carcaa.
posio dos
coifa rebaixos
REGULAGEM DO CABO
Em alguns modelos, deve-se regular o cabo somente com o veculo no solo (valeta) ou
suspenso com apoio exclusivo no eixo diferencial. Nunca eleve o veculo pela carroaria,
pois, nessa condio, ocorrem alteraes na posio do cabo que comprometem a
regulagem. H outros modelos que podem ser regulados em qualquer posio (no solo ou
suspensos pela carroceria).
apoios colocados no
eixo diferencial
porca de regulagem
Acione e solte vrias vezes, com fora considervel, a alavanca do freio de estacionamento
para o perfeito assentamento do novo cabo.
1m
m
Caso alguma no gire ou gire com dificuldade, deve-se checar se o retorno do mbolo da
pina foi completo na substituio das pastilhas, ou ainda, se h problemas no sistema de
regulagem automtica do conjunto (desmontar/montar pina). A seguir, repete-se a
regulagem.
OBSERVAO
Em alguns casos, normal a utilizao de 8 (oito) a 11 (onze) cliques na alavanca do freio
de estacionamento para segurar adequadamente o veculo. Em outros casos, normal a
utilizao de 3 a 5 cliques.
BIBLIOGRAFIA