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Defesa Multa

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Ilustrssimo Senhor Diretor do Departamento Estadual de Trnsito do

Estado de So Paulo

Defesa Prvia

Auto de Infrao n PMB6376564-4

Eu, RICARDO GOMES FERNANDES, Brasileiro, Casado, enfermeiro, com RG

n 716814ssp/ms e CPF n 61409863115, residente e domiciliada na Rua Luis

ferrari, n 6-38, Bairro Pq das Naes, no municpio de Bauru-SP, CEP 17053-010,

condutor do veculo alugado da companhia UNIDAS S.A de placas BAJ-9253,

marca NISSAN modelo SENTRA.

DA INFRAO

Em 11 de abril do ano em curso, s 07:41, na av Nove de julho, o

recorrente foi supostamente autuado por infringir o art. 167, do CTB, ou seja:

Deixar o Condutor ou Passageiro de Usar Cinto de Segurana.

No conformando-se o recorrente com o Auto de infrao, contido na Guia/Notificao

PMB6376564-4, vem, com o devido respeito, solicitar seu cancelamento, tendo a

alegar em sua defesa o seguinte:

Primeiramente, observe-se o dispositivo do CTB abaixo transcrito:

"Art. 281. A autoridade de trnsito, na esfera da competncia estabelecida neste Cdigo

e dentro de sua circunscrio, julgar a consistncia do auto de infrao e aplicar a

penalidade cabvel.

Pargrafo nico. O auto de infrao ser arquivado e seu registro julgado insubsistente:
I - Se considerado inconsistente ou irregular".

A medida administrtiva do art. 167, da Lei Federal n. 9.503/97, CTB, clara, precisa e

concisa quando determina a reteno do veculo at a colocao do Cinto de segurana.

Posto isso, o Agente de Fiscalizao foi arbitrrio na autuao do recorrente (art. 37 da

Constituio Federal), no parando o condutor para efetuar a referida autuao.

Como poderia o agente de trnsito constatar de forma precisa que o condutor ou o

passageiro estava sem o cinto de segurana se o veculo no foi parado? No

foi assinado nenhum Auto de Infrao e, somente foi tomado conhecimento do

fato quando do recebimento da Notificao.

A Coordenao Geral de Instrumental Jurdico e de Fiscalizao do Ministrio

da Justia, em seu Parecer n. 011/1999, concluiu pela obrigatoriedade da

medida administrativa prevista no Art. 167 do CTB. Esse mesmo posicionamento

mantido no parecer 044/2000/CGIF/DENATRAN. Transcreve-se, ipsis litteris, a

concluso do DENATRAN sobre a matria: "Face ao exposto, entendemos que h

necessidade da abordagem do condutor do veculo para que seja constado pelo agente

de trnsito a utilizao do cinto de segurana, uma vez que se o mesmo no estiver

usando este equipamento e tambm no estando em condies de funcionamento, lhe

dever ser aplicado, tanto a penalidade da multa, como a medida administrativa

de reteno do veculo at a colocao do cinto em perfeito funcionamento,

conforme prev o artigo acima transcrito, tendo em vista que o objeto primordial

dessa obrigatoriedade a de proteger a integridade fsica dos ocupantes dos veculos".

O parecer do DENATRAN s veio corroborar o que j explcito no CTB art. 167.

Deixar o condutor ou passageiro de: usar o cinto de segurana, conforme previsto no

art. 65: Infrao - Grave/ Penalidade multa. Medida Administrativa -


Reteno do veculo at colocao do cinto pelo infrator.

A lei determina a reteno do veculo, isto , parar o veculo, sendo que se a lei

determina, o caberia ao Agente Fiscalizador era tranquilamente simplesmente seguir

tal determinao, pois , segundo consta no ato de infrao o local da notificao do

agente foi na Rua Nove de Julho em frente ao numero 4707, esse local trata-se de um

semforo entre a rua citada e a av. Groelndia.

A abordagem do condutor, que s se pode realizar com a reteno do veculo,

necessria no s para que o agente de trnsito exercite o seu papel de conscientizar o

motorista sobre a importncia da utilizao do cinto, como tambm para se confirmar a

irregularidade, posto que uma srie de fatores poderiam levar o agente de trnsito a

cometer injustias. Como exemplos desses fatores cita-se eventual reflexo do vidro, a

velocidade do veculo, a posio do batente da porta, a posio do banco, o tipo e cor do

vesturio, o efeito lusco-fusco to relatado a esse horrio etc. No h como negar que

tais condies poderiam levar o agente de trnsito a autuar erroneamente o condutor.

No caso em apreo, foi o que aconteceu.

a medida administrativa importante. Mesmo porque o objetivo maior das normas


de trnsito deve ser o de educar e no simplesmente penalizar. Somente promovendo a

educao no trnsito que se tomar possvel garantir aos usurios das vias brasileiras

o direito apregoado no pargrafo 2 do art. 1 do CTB, o qual declina sobre o trnsito

em condies seguras como direito de todos.

Disso se conclui que o sistema de sanes existe no com um propsito arrecadatrio,

mas sim, com escopo educativo. O intuito do sistema de sanes educar. Da a

indignao diante da atuao, pois, luz do que prescreve a Medida Administrativa, a

autuao somente deve ser feita com o veculo parado.

Destarte, solicita-se o encaminhamento deste recurso ao rgo julgador, com objetivo

de serem apreciados os fundamentos invocados, para fins de direito.

No aguardo do DEFERIMENTO, esperando que o Poder Pblico cumpra a

determinao da Lei, respeitando o Princpio da Legalidade, apresenta-se protestos de

elevada estima e distinta considerao.

O Recorrente encontra-se a disposio dessa JARI para quaisquer informaes.

BAURU-SP, 08 DE maio de 2017.

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RICARDO GOMES FERNANDES

RG n 716814ssp/ms

CPF n 61409863115

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