GustavoMellerCasagrande TCC
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RESUMO
O objetivo deste estudo verificar a seo adequada do canal, para atender a vazo
no perodo de cheias na cidade de Iara, Santa Catarina. Para atingir este propsito
foram utilizados trs mtodos: o mtodo racional para elaborao dos clculos
(indicado para calcular a vazo para reas menores que 3Km), a equao de
Manning (para calcular o dimetro da tubulao e assim encontrar a rea necessria),
e a considerao de chuvas intensas (ajustadas com parmetros para o municpio de
Iara SC, para o clculo das chuvas mximas). Nesta ltima frmula foram utilizados
perodos de retorno de 2, 5, 10 e 50 anos. Por meio dos clculos e das medies a
campo foi possvel encontrar a vazo mxima, que mostrou o dimetro indicado para
ser utilizado na tubulao e fazer uma comparao com o canal existente. Os valores
de rea encontrados ao final do estudo so considerados apropriados para amenizar
o problema das enchentes. Os resultados so apresentados por meio de tabelas e
grficos, apontando que de fato as canalizaes j existentes no suportam a vazo
nos perodos de enchentes, sendo indicadas hipteses que poderiam vir a sanar o
problema no municpio.
1. INTRODUO
2. MATERIAIS E MTODOS
Para realizar a seguinte pesquisa, foi necessria uma sada de campo, iniciada no dia
15/09/2016, para fazer as devidas medies dos canais e tubulaes existentes.
Ficou-se constatado que haviam vrias sees diferentes. A seo que se inicia ao
sul, na rua 7 de Setembro tem uma entrada 1,45x1,10m, percorrendo um caminho de
aproximadamente cinco metros, deste ponto em diante passa a ser duas tubulaes
de 1 m de dimetro cada. Esta tubulao tem 424 m de extenso e percorre pelo
Centro, chegando na rua Vitria onde ela desagua em um canal de 2,10x1,50m que
possui 725 metros de extenso percorrendo um trecho como um canal aberto e
passando por baixo de casas, edifcios, ruas e empreendimentos comerciais
desaguando no Rio Iara, atravs de tubos, prximo ao viaduto da SC-445, Rodovia
Paulino Brigo. A figura 1 apresenta todo o caminho percorrido pelo canal do trecho
sul.
O acesso ao mapa de curvas de nvel foi possvel com o auxlio do software Global
Mapper e com as aerofotografias do municpio fornecidas pela Prefeitura de Iara,
assim delimitando a bacia de contribuio avaliada e tambm encontrando sua rea,
conforme a figura 3.
O Global Mapper um software de geoprocessamento com diversas funcionalidades.
O programa exibe os mais populares formatos de vetores e dados de elevao. Por
meio dele, possvel converter, editar, imprimir, registrar trilhas GPS, permitindo que
o usurio desfrute de toda a funcionalidade SIG de sua base de dados.
A vazo mxima foi estimada pelo mtodo de racional ou Lloyd-Davies (1850), que
indicado para a determinao de projeto para estruturas hidrulicas em pequenas
bacias, ou seja, rea de drenagem inferiores a 3km (300ha), ou quando seu tempo
de concentrao for inferior a uma hora. Neste mtodo a vazo mxima calculada
empregando a equao 1:
= /360 Equao (1)
Onde:
Q= vazo de pico em m/s;
C= coeficiente de escoamento superficial varia de 0 a 1;
I= intensidade media da chuva em mm/h;
A=rea da bacia em ha.
Equao (3)
Onde: i= intensidade da chuva em mm/h;
K, b, m e n= coeficientes adimensionais;
Tr= perodo de retorno em anos;
Tc= tempo de concentrao em minutos.
A equao acima foi ajustada com base na equao de chuvas intensas de Iara
SC, indicada por Back (2013) como mostrada na equao 4:
0,174
= 722,90 (+8,95)0,70 5 < < 120 Equao (4)
Fonte: Chuvas intensas e chuva para dimensionamento de estruturas de drenagem para o estado de
Santa Catarina. (Back, lvaro Jose, 2013)
Para o clculo curva I-D-F de intensidade de chuva foi considerado chuva com duas
horas de durao e com tempo de retorno de 50 anos, conforme a figura 6,.
150
135,85
100 110,38
94,06
82,58 74,00
67,31 61,92
50 57,47 53,72 50,52
47,75
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Durao (min)
Fonte: do autor/2016.
O tempo de concentrao o tempo que leva para que toda a bacia considerada
contribua para o escoamento superficial (Tomaz, 2002).
Nas sub-bacias 2,3,4,5 e 6 o tempo de concentrao foi calculado usando a frmula
de California Culverts Pratice (1942), mostrado na equao 5, desenvolvida pelo
Departamento de Estradas de Rodagem da Califrnia, que diz:
Equao (5)
Onde:
tc= tempo de concentrao;
L= comprimento do talvegue, em km;
I= declividade, em m/km.
Como a sub-bacia 1 possui uma rea maior de 1 km, foi utilizado a frmula de Kirpich
modificada, conforme a equao 6:
0,385
3
= 85,2 ( ) Equao (6)
Onde:
tc= tempo de concentrao;
L= comprimento do talvegue, em km;
H= desnvel total do talvegue, em metros.
3. RESULTADOS E DISCUSSES
Para calcular os valores mximos de vazo basta somar os valores obtidos de vazo
da sub bacia jusante, como as sub-bacias 1 e 4 so as primeiras da bacia de
contribuio, os valores calculados anteriormente so os mximos. Porm, os valores
de vazo mxima da sub-bacia 2 a soma da vazo mxima da sub-bacia 1 mais a
contribuio da sub-bacia 2. J na 5 a soma da sub-bacia 4 mais a contribuio da
sub-bacia 5 e nas sub-bacias finais segue a mesma ideia, soma-se o valor das sub-
bacias jusante com a suas vazes de contribuio. Estes valores esto
demonstrados na tabela 6.
Com os valores obtidos pelo mtodo racional foi possvel observar que para um projeto
com o perodo de 50, 10, 5 e 2 anos apenas no trecho da sub-bacia 6, a galeria
existente suporta a carga de vazo de pico e os outros trechos as dimenses
calculadas ficam abaixo das existentes, ou seja, elas no suportam as cargas de
chuva em dias com alta intensidade, resultando alagamentos. O grfico abaixo
representa esses dados.
5
Areas (m)
4 Tr=50 anos
Tr=10 anos
3
Tr=5 anos
2 Tr=2 anos
Area Existente
1
0
SB 02 SB 03 SB 05 SB 06
Sub Bacias
Fonte: do autor/2016.
Outro fator que influenciou nas ltimas cheias foi que todo o bairro Cristo Rei,
Raichaski, Primeiro de Maio e Centro foram pavimentados de 2014 a 2016, ou seja, o
coeficiente de escoamento superficial utilizado na formula do mtodo racional
aumentou significativamente. Conforme estudos de Tucci, possvel deduzir os
coeficientes de asfalto e solo compactado como mostrado na tabela 9:
4. CONCLUSES
Ao final deste trabalho verifica-se que as reas das tubulaes e canais existentes no
municpio de Iara esto bem abaixo do ideal, como exemplo na Avenida Procpio
Lima, onde houve alagamento em 11/05/2015, o canal tem 2,10x1,50 metros de
seo, totalizando uma rea de 3,15 m, localizado na sub-bacia 3, deveria ter no
mnimo para um perodo de retorno de 50 anos, uma rea de 5,48 m, para suportar
a vazo mxima calculada. Na atual situao nem para um projeto com perodo de
retorno de 2, 5 e 10 e 50 anos a tubulao atual seria suficiente. Somente no trecho
da sub-bacia 6 o canal existente suportaria a vazo calculada. Levando em
considerao tambm, o fato de que houveram muitas pavimentaes no decorrer dos
anos, alterando significativamente o coeficiente de escoamento. Este trabalho mostra
que o municpio deve comear a pensar em uma soluo para o problema, sendo ela
um desvio destes rios atravs de canais auxiliares ou ento a criao de uma bacia
de reteno. Se nenhuma soluo for pensada e aplicada, assim que novos episdios
de altos volumes de chuvas ocorrerem, o problema das enchentes novamente voltar
a aparecer, atrapalhando os moradores e causando muitos prejuzos ao municpio.
6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BACK, A. J. Chuvas intensas e chuva para dimensionamento de estruturas de
drenagem para o Estado de Santa Catarina. Florianpolis, Epagri. 2013. 177p.
TUCCI, C.E.M.; PORTO, R.L.L.; BARROS, M.T. Drenagem Urbana. Porto Alegre:
ABRH/Editora da Universidade/UFRGS, 1995.