A SECA NO NORDESTE.

ANALISE DOS IMPACTOS SOCIOECONMICOS E

DESENVOLVIMENTO.

RESUMO

A seca no Nordeste Brasileiro tem sido objeto de muitos estudos e debates. Com a ocorrncia
de perodos longos de estiagem a produo agrcola e pecuria debilitada e as reservas de
gua de superfcie se exaurem. Nessas condies, a populao rural torna-se inteiramente
vulnervel ao fenmeno climtico que reflete no desenvolvimento do Nordeste. O presente
trabalho teve como objetivo realizar um diagnstico sobre as dimenses da seca e os
respectivos impactos refletidos no desenvolvimento do Nordeste brasileiro, bem como
elaborar e analisar indicadores que demonstram a realidade da regio nos ltimos anos. A
pesquisa se baseia em metodologia exploratria, estudo terico e levantamento de dados
socioeconmicos em relao regio do Nordeste brasileiro, demonstrando a relao entre
duas perspectivas referentes s aes de incentivo para diminuir o impacto da seca e o
fortalecimento do desenvolvimento.

PALAVRAS CHAVE

Dimenses da seca; Populao rural; Fenmeno climtico.

ABSTRACT

Drought in Northeast Brazil has been the subject of many studies and debates. With the
occurrence of long periods of drought the crop and livestock production is impaired and
surface water reserves are exhausted. Under these conditions, the rural population becomes
completely vulnerable to climatic phenomenon that reflects the development of the Northeast.
This study aimed to perform a diagnosis of the dimensions of drought and its impacts
reflected in the development of the Brazilian Northeast, and to develop and analyze indicators
that demonstrate the reality of the region in recent years. The research is based on exploratory
methodology, theoretical study and survey of socioeconomic data in relation to the Brazilian
Northeast region, showing the relationship between two prospects for the actions of incentive
to reduce the impact of drought and the strengthening of development.

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KEY WORDS

Dimensions of drought, rural population, climate phenomenon.

INTRODUO

A regio Nordeste brasileira ocupa uma rea de 1.539.000 km2, correspondente a 18%
do territrio brasileiro, e de acordo com dados do Censo Demogrfico de 2010 abriga uma
populao de 53.081.950, a segunda Regio mais populosa do pas, superada somente pelo
Sudeste (IBGE, 2014). A regio produz cerca de 13% do PIB brasileiro, esse dado est entre
os motivadores do movimento Integra Brasil - Frum Nordeste no Brasil e no Mundo, que
busca o desenvolvimento da regio.

REFERENCIAL TERICO

O Nordeste enfrenta obstculos no desenvolvimento regional devido aos seus perodos

longos de estiagem que aconteceram e acontece ao longo dos anos. O excedente demogrfico
e as fragilidades da produo de subsistncia tambm ganham espaos nos debates sobre a
realidade do semi-rido e sobre as alternativas de desenvolvimento regional. As secas s
foram consideradas um grave problema para o Brasil, a partir da seca de 1877, que provocou
a morte de cerca de quinhentas mil pessoas.
Ao decorrer dos anos, aes do estado no combate seca do Nordeste foram se
desenvolvendo e as marcantes medidas surgiram no sculo XX, a partir da dcada de 50,
desenvolvido pela Superintendncia de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), que tinha
como objetivo a industrializao e a superao dos problemas agrcolas ocasionados pela seca
(SILVA, 2003).
A seca do Nordeste desencadeou o surgimento da indstria da seca, considerado um
fenmeno poltico. Desde as primeiras aes contra seca, at os dias de hoje, os grupos
dominantes de latifundirios nordestinos, com o apoio de aliados polticos, beneficiam-se de
investimentos e crditos que no fim no tem finalidades para o setor agrcola, prorrogando
ainda mais a busca de solues dos problemas da seca.
Diante dos problemas que o Nordeste enfrenta em relao seca, a regio requer um
novo paradigma que oriente o desenvolvimento sustentvel da regio, desmistificando as
problemticas e as tentativas frustradas de combate seca e seus efeitos (SILVA, 2003).

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 Neste sentido, o presente trabalho realiza um diagnstico sobre as dimenses da seca e
os respectivos impactos refletidos no desenvolvimento do Nordeste brasileiro, bem como
elabora e analisa indicadores que demonstram a realidade da regio nos ltimos anos.

MATERIAIS E MTODOS

Nesta pesquisa foi feito uma investigao do contedo apresentado na disciplina de

Economia do Nordeste, disponibilizado pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG). Foram realizados levantamentos bibliogrficos e anlise das literaturas relacionadas
ao desenvolvimento do Nordeste, o contexto histrico da seca na regio e os impactos que
apresenta nos dias atuais, bem como anlise e consultas de informaes levantadas em sites da
internet, artigos acadmicos relacionados ao tema e dados do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatstica (IBGE), do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada (IPEA), do Departamento
Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) e o Boletim Regional Trimestral do Banco
Central.

RESULTADOS E DISCUSSO

A seca resulta em impactos socioeconmicos, em que tal fato remete a anlise de

alguns indicadores como xodo rural, perdas agrcolas e ndices de pobreza.

xodo Rural
O Nordeste brasileiro, mesmo sendo a segunda regio mais populosa do Pas,
apresenta grande xodo rural, caracterstica da seca que afeta a regio. O censo demogrfico
exps que o numero de pessoas que reside na zona rural ainda vem diminuindo, mesmo est
ainda sendo a mais abitada (14,3 milhes de um total de 29,8 milhes) (IBGE, 2010). De
acordo ainda com a pesquisa do censo demogrfico, a populao rural no pas perdeu dois
milhes de pessoas entre 2000 e 2010, o que representa metade dos quatro milhes que foram
para as cidades na dcada anterior. A prtica sustentvel vem demonstrando diminuio, pois
as atividades agrcolas e pecuaristas esto sendo abandonadas em conseqncia do xodo
rural.

Perdas Agrcolas

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 As maiores perdas em relao agricultura e rebanho devido seca no Brasil ocorre
na regio Nordeste, conforme os dados do DNOCS (DNOCS, 2012). Essas perdas so
percebidas em todos os municpios, trazendo prejuzos e diminuindo a renda das famlias que
geralmente vivem da atividade agrcolas, comprometendo tambm sua alimentao que na
maioria das vezes destinada a subsistncia (MATOS, 2012).
De acordo com os dados fornecidos pelo o IPEA-DATA (2007) por meio do anurio
Produo Agrcola Municipal (PAM) do IBGE sobre o desempenho das culturas agrcolas, o
cultivo do milho, apresenta-se com caracterstica forte dentre as diversas atividades agrcolas
do Nordeste, considerando o perodo de 1970 a 2002. Os dados apresentados na tabela 2
apresentam as diferenas entre os coeficientes das regresses relativos aos anos de seca e de
neutralidade, multiplicados pelas temperaturas e precipitaes amostradas em cada municpio
nordestino. Agregando os valores em mdias os anos analisados revelam as perdas de
produo por hectare colhido na regio, nos Estados e tambm nos municpios. Os Estados da
regio do Nordeste apresentam reduo em sua produtividade de milho, sendo os Estados da
Paraba e da Bahia (que identificado como forte produtor de milho) os mais prejudicados,
com cerca de 40% em perda da produtividade (ARAJO et al., 2013).

Tabela 2 Variao mdia da produtividade do milho para os estados da regio Nordeste.

Fonte: Dados do IPEA-DATA

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ndice de pobreza

O Nordeste sempre apresenta destaque em relao ao alto ndice de pobreza,

envolvendo, baixa renda familiar e escassez de alimento que decorrem da seca.
A regio se depara com os maiores desafios na concepo de uma estratgia que
pretende implantar o esforo de desenvolvimento regional sustentvel, considerando o
principal foco para a incluso social.
Diante os indicadores que demonstram, dentre tantos, os mais importantes impactos,
identificam-se o considervel impacto socioeconmico no Nordeste, que proporcionam aes
de incentivos em relao ao Desenvolvimento do Nordeste e combate a seca. Dentre inmeros
planos estratgicos e aes foram destacados alguns que apontam tal objetivo.
Incentivos atravs do poder pblicos tambm destaque quando se refere a
desenvolvimento do Nordeste e combate a seca.
O Programa Bolsa Estiagem ou Auxlio Emergencial um benefcio federal institudo
pela Lei N 10. 954, de 29 de setembro de 2004, que tem como objetivo beneficiar famlias
com uma renda mdia de at 2 salrios, que residem em municpios em situao de
emergncia que sofrem com efeitos da estiagem, reconhecidos pelo Governo Federal. Cada
famlia tem o beneficio de R$ 400,00 transferidos em 5 parcelas mensais de R$ 80,00.
(ALVES, 2013).
Por atuao da SUDENE, o Programa Garantia - Safra (GS) uma ao do Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) que beneficia agricultores com
indenizaes para aqueles que perderam certa de 50% da produtividade agrcola. O intensivo
beneficia agricultores com renda media de at 1,5 salrios mnimo (ALVES, 2013).
Mais um incentivo de poder poltico analisado o de Programa de Integrao com a
Bacia do Rio So Francisco PISF, que desde sua criao at os dias de hoje provoca muita
polmica, onde tem como objetivo assegurar garantia de oferta de gua de boa qualidade para
uso mltiplo urbano e rural, de modo a aumentar a sustentabilidade da produo e reduzir os
efeitos das secas em extensas pores territoriais do semi-rido nordestino (ALVES, 2013).
Por fim, a elaborao, pela Agncia de Desenvolvimento do Nordeste ADENE, junto
com o Ministrio da Integrao Nacional, de uma proposta para discusso do Plano
Estratgico de Desenvolvimento Sustentvel do Nordeste PDNE, a qual tem como objetivo
assegurar aos nordestinos a superao dos problemas e desafios enfrentados para o

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desenvolvimento da Regio Nordeste, propondo a criao da nova Superintendncia de
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e a implementao do Projeto So Francisco e da
Ferrovia Transnordestina. (MIN, 2006).
Mesmo com certas aes, de acordo com a presente pesquisa, os impactos da seca
ainda so evidentes, sendo necessrio alm de aes de desenvolvimento, o verdadeiro
cumprimento das mesmas. preciso avanar no sentido de desenvolver estratgias e
tecnologias capazes de favorecer positivamente o semirido nordestino.
J na dcada atual, a partir de 2010, o Nordeste se destaca por apresentar uma regio
com ampla disparidade, por um lado a seca considerada a maior dos ltimos 50 anos por
anlise do IBGE, castigando o semirido nordestino com vrios problemas socioeconmicos,
dentre eles os que foram citados nesse trabalho. Por outro lado, de acordo com os dados do
ltimo Boletim Regional Trimestral do Banco Central (2013), a regio liderou o crescimento
no Brasil entre dezembro de 2012 e fevereiro de 2013. No perodo, a atividade econmica da
regio cresceu 2,1% em relao ao trimestre anterior, finalizado em novembro de 2012. O
Nordeste atingiu 13,5% de participao no PIB nacional resultado analisado pelo IBGE e
tambm a maior taxa de crescimento do PIB per capita, de 3,12% entre 2000 e 2010 (IBGE,
2010).
Resultados de grandes investimentos no setor industrial que cresce cada dia mais, com
grandes plos situados em determinadas regies do Nordeste.

CONCLUSO:

A seca no Nordeste do Brasil um tema bastante discutido. A regio sofre com esse
problema h muitos anos e apesar de tantos incentivos e aes de combate a seca, ainda
apresenta dificuldades e aponta resultados preocupantes.

As polticas pblicas ainda apresentam dficit de soluo, pois os benefcios sociais

no atendem a todos os necessitados, seja pela excessiva burocracia, ou pela gesto
inadequada de recursos, pessoas e equipamentos, ou ainda pelos desvios de carter dos
governantes, revitalizando a conhecida Indstria da Seca.

O Nordeste por ser uma regio de ampla expanso de territrio e por ter grande rea
semi-rida, tem tudo para ser uma regio de desenvolvimento agrrio, verdade que as secas
vo continuar existindo, mas possvel conviver com o problema, e isso ser possvel com

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incentivos que sejam realmente cumpridos e investimento em tecnologia que solucionem tal
problema. Medidas estruturadoras e concretas so necessrias para que os dramas das secas
no continuem a ser vivenciados.

REFERNCIAS.

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