RESENDE, Garcia. Miscelanea PDF
RESENDE, Garcia. Miscelanea PDF
RESENDE, Garcia. Miscelanea PDF
Miscellanea e variedade
de historias, costumes,
casos, e cousas
PQ
9231
R4M5
Subsdios para o estudo da Histria da Literatura Portuguesa
XIX
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LIVRODA
'obrasdcGarcadcRccfcncciuctrafra Javda &.\qr3r
mas virtudes 5(:bdados:.magnanimocrforo,c\-cclii.:
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coftiimcs manhas 6c nniy crarosfatcsdoclinliani-
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MISCELLANEA
Composto e impresso na Tipografia Frana Amado
Rua Ferreira Borges, i()3 ~ Coimbra.
Subsdios para o estudo da Histria da Literatura Portuguesa
XIX
GARCIA DE RESENDE
MISCELLANEA
E VARIEDADE DE HISTORIAS, COSTUMES,
CASOS, E COUSAS QUE EM SEU TEMPO ACONTECERAM
IVMCN
COIMBRA
FliANA Q4MAD0 - EDITOR
1917
LIVRO DAS
obrasdeGarcadcRccfcncIcjuctradadavida&rrandiri
mabvrtudcs 5<r bdadrs: magnnimo cfforo, cvcclintcs
...-^
mes, caafosA-coufas , ) ) Ml
quccmicutcpo
rcmfcutcpo yj^U^^^^^J^
acctcccr.1
M^4
PREFCIO
VIII - Prefcio
Prefcio ix
E Garcia de Resende
Feito peixe tamboril
E inda que tudo intende
Ir dizendo por ende :
O^edondo do Resende
Bem m'intende,
Tange e canta muito bem,
E debuxar algum
Se com isto no se ofende.
II
b
XVIII Prefcio
Prefcio xix
lencia em i 5 1
1
, cinco anos, portanto,
anterior ao do nosso compatriota, e que
logo se reimprimiu em i5i4.
Que importa
Tambm Gil Vicente foi precedido em
Espanha por Juan dei Encina e na sua
pigada correram Lucas Fernndez e
Torres Naharro, e isso no obsta a que
o nosso imortal autor seja superior a
qualquer dos seus competidores. A esse
tempo a confraternizao peninsular era,
entre os bons espritos, moeda corrente.
E a prova est bem patente, calando
outras fora do meu escopo, no prprio
Resende e no seu mesmo Cancioneiro.
L figuram trovadores castelhanos como
Joo Rodriguez de la Cmara e Joo de
Mena, e l h numerosos portugueses
trovando em castelhano, como se na sua
prpria lingoa trovassem
com todos
os seus segredos de tcnica e idiotismo.
XX Prefcio
Prefcio xxi
a 1846 a edio de
edio prncipe,
Estutgarda, 1904 a edio fac-simile do
benemrito Sir Archer Houtington, 1910
a edio da Imprensa da Universidade
de Coimbra um perodo de perto de
quatro sculos entre as duas ediis
nacionais
Deixemos, pois, Hernando dei Castillo
III
tempos
poderiam censur-lo. Ele
prefere ouvi-los a calar-se.
Determinei de sofrer
de ouvir antes glosadores,
que deixar escurecido
o que devia ser claro.
descontente e ocioso
e forade ocupaes
no de paixes, nem cuidados
(Est. 177)
pequenas nominazinhas
estreilinhas guarnies,
e muito ms invenes,
pois que tudo sam cousinhas.
(Est. 178)
^Prologo.
Senhor. tanto mal,tam pouco bem
tanco fauordcQduof
^Has perdas nojos doenas tanto valer dcfualer
fortunas tem rcmcdio tanto plascr.tantos nojos
mas cjuc deixa perder tempo t pouco dar por vircudcs
nunt;. li mais pode cobrar taticos falfos 8^ mentiras
cu naquefie cm que me vi tain pouca fe 3l verdade
dcftontcnie Sc ocofo tantos foberbos 5l baixos
Sc fora de ocupai^es 'tanto fabcr km dar Truifto
non de paixes Sc cuydados. Omples 3c errado*
t.intos
ic occupci em cuydar tam poucos hos que acertam*
di^co]]]eraa memoria tantos fcruios em v."o
PROLOGO.
SENHOR.
rias perdas, nojos, doenas,
& fortunas tem remdio;
mas que deixa perder tempo
nunca ho mais pode cobrar:
eu naquefte, em que me vi
defcontente, &ociofo,
& fora de ocupaes,
non de paixes, &
cuydados,
me occupei em cuydar,
& recolher aa memoria
has muitas, &grades coufas,
que em noTos dias paTaram,
& has nouas nouedades,
grandes accontescimentos,
& defuairadas mudanas
de vidas, & de coftumes,
tantos comeos, &cabos,
tanto andar, &defandar,
tanto fobir, &descer,
tantas voltas maas, &
boas,
tanto fazer, desfazer,
tanto dar, tanto tomar,
ttas mortes, tats guerras,
tam poucas vidas, &
pazes,
Miscellania e variedade de Historias
Comea ha obra.
He muy gr cquiftador,
te gr fora teverdade
que fe lhe daa per vontade
CO quto tem, com fauor
deixa em fua liberdade
aos que toma pcllejando
mata hos, nunca leixando
coufa viua no logar
ito lhe faz conferuar
tantas terras, tanto mando.
Conlantinopla fundou
Imperador conftantino,
filho de Elena que achou
ho lenho sancto diuino
da cruz que tantos faluou:
do Imperador coytado
Gftantino era chamado,
& ha my tambm Elena,
q ho imprio c gr pena
perdeo, & foy dcgollado.
:
E vimos ho Tamorlam
com grandiTimo poder
tam gram fenhor fe fazer,
que tinha de fua mo
reys grandes a feu querer:
vijmos fua crueldade,
gr tirania, maldade
bbir em tam grade eftado,
q era de muitos chamado
aoute da chriftdade.
IO
II
12
i5
16
18
Vijmos q ho caualleiro,
dalcantra comendador,
por lhe ho meetre mayor
D Alonfo de
Mroy mef- em has canas &
terreiro
tre dalctara. fazer ho foo desfauor,
contra ho meetre fe ergueo
e em batalha ho veceo,
ho meetrado lhe tomou,
& por meetre fe alou,
meetre foy, meetre morreo
19
D Aluoro
Ho
de luna.
meetre t gr priuado,
que catella aTi mandou,
condetable profperado,
que tanto fenhoreou,
vijmos morto degollado:
D^ Ferndo
duqe de bra- & tambm em portuga!
gana. vijmos outro cafo tal
em outro muy gram fenor
de tal poder & valor,
que n tinha eu ygual.
20
21
22
24
E vi mos ha poderofa
j
25
Elle & trs
E vi j mos el rey Luys
filhos mor-
rer jtos e de fra muito mal quifto,
ho no, &
ficou ho rey- cruo, auaro, muy prouifto,
no a cl rey
Luis feu pri-
fazendo quanto mal quis,
mo. morrer bem velho foy vito,
& feu filho muy amado,
gram liberal, esforado,
Carlos virtuofo, humano,
com trs filhos em ho ano
morreo moo, mal logrado.
26
Qudo to-
El rey dom afonfo andou
mou Alccer
ceguer, qu- feys vezes fora da terra,
do la tornou
outra vez foy Catella,Feez conquitou,
a noffa se-
nhora Dagua- em batalhas pellejou,
delupe a ver feu fogro maiou em guerra;
fe c e\ rey
d Anriq: fov depois veo, morreo &
tomar Arzif-
la & iger, na cafa em
que nafceo,
trou Caf-
tella,& foy
em Sintra, onde acabou
a Fra. feus trabalhos, & deixou
gram filho que fobcedeo.
:
27
28
29
3o
3i
32
33
34
3^
36
3?
No no de Prncipes da chntdade,
i536, n ho
papa n ho papa, imperador, reys
imperador,
n rey alg veemos de pouca hidade,
da chriftda-
de chegaua
& com muita autoridade
a ciquoenta gouernar per fus leys,
anos.
todos quantos elles fam
na melhor hidade eftam,
na mayor fora da vida,
deos lha de muyto cprida,
& em tudo perfeiam.
38
39
Vijmos la guerra de graada,
nuca fe vio outra tal,
Ha Rainha ha gram raynha efmerada
dona Ifabel.
de damas acompanhada
andaua no arrayal,
aTi aas pellejas hia,
a que ventages fazia
daua logo galardam,
entre has damas no leram
mercs, honras, recebia.
40
Quem nam eria valente,
desforado coraam,
etando fempre prefente
raynha tam excellente,
damas de gram perfeiam ?
ha raynha oo tomou
graada, &
ella ganhou
ha honra de tal victoria
ella merelce mais gloria
que quem muyto pellejou.
41
4
.
42
Ho aicayde j^-Qq f^y faluar OS minlnos,'
de baa sa- ^ ^-^ .
coma
,
43
44
Vijmos ha corte e folgar
que ho papa alexandre leue,
Hoduqueva- ^ ho filho fcu mandar,
feu vencer, &
triumphar,
que nele tempo foteue:
matou ho duque de Gdia,
fenhores de fenhoria,
quantas terras que tomou,
como tam cedo accabou
prefo & morto fem valia.
:
45
46
El Rey d
Jobolegun-
E vijmos em Sanctarem
do, el rey d dous prncipes nomeados
lo terceiro
noffo Senor, afonfos, hos pes tambm
hos filhos
vSc
bos afontbs.
ambos lones chamados,
non em huo tempo porem,
he coufa para nara creer
virem ambos a morrer '
no mes de julho & ho dia,
nos quaes tempos non auia
mais filho que fobceder.
47
48
Rey & principe fe vio
Foy
etn
jurado
toledo
de Caftella, &
laa andou,
no no de dij a pouco defcobrio
ccccxciij.
ha ndia, &
ha tomou,
como todo ho mdo ouuio,
tomando reynos, & terras
per muyguerreadas guerras,
ganhado toda ha riqueza
do soldam &
de Veneza,
fobjugando mares, ferras.
49
Vimos lhe fazer Belem
c ha gram torre no mar,
has cafas do almazem
com armaria fem par
fez foo el rey que deos tem
vijmos feu edificar,
no reyno fazer alar
paos, igrejas, moleiros
grandes, pouos caualleiros,
vij ho reyno renouar.
5o
Per ho C6-
de Almirte
Outro mudo encuberto
d vafco da vijmos ent defcobrir,
gama.
que fe tinha por incerto:
pafma home de ouuir
ho que fabe muito certo,
q coufas tam grandes fam
hos da ndia, &
lucatam,
& quam na china efptofas,
que faanhas faanhofas
no brafil &
Peru vaam ?
Miscellania e variedade de Historias 21
5i
52
53
E comeo em Guinee,
& Manicgo, por ter
colume de fe comer
hus a outros, como he
muy notrio fe fazer.
cpr homs como gaados,
efcolhidos,bem criados,
& matam hos regateiras,
& cozidos em caldeiras
hos come tambm afados.
Miscellania e variedade de Historias
54
56
Em Benij de antigamete
tem por colume, por ley
matarem da nobre gente
& prTcipal, que he prefente,
qndo quer q morre ho rey
para la ho acompanharem
no outro mudo, & citarem
com elle fempre prcfentes,
& aTi morrem contentes
fem has vidas eftimarem.
: :
58
69
V gr fomma a portugal
cadno, tb aas ilhas,
he coufa que fempre vai,
trs dobra ho cabedal
em caftella, 6c nas antilhas
por ha terra fer muy queete
anda nua toda ha gente,
defcalos todos a pee
muitos delles te ja fee,
t marfim, ouro excellente.
: :
60
61
62
E na ndia, em geeral
haa columes defuairados,
hos dos outros defuiados,
tanto como bem & mal,
entrelles muy coftumados
terra bem auenturada,
de grandes dotes dotada,
n tem peite ne tem fome,
ha gente barato come,
viue sa, rica, abatada.
:
63
64
Tem robijs, diamtes taes,
que n tem preo ou contia,
efmeraldas muy reaes,
perlas de muy gram valia,
efpinellas, 6c tem mais
carbunclos, Ametiftas,
turquefas, 6c chryfolitas,
afiras, olhos de gato,
jagas, de tudo ha tracto,
de outras mais q n s dietas.
65
66
67
68
69
70
71
72
74
Grandes arteficiaes,
em tudo muy entendidos,
muy fotijs officiaes
de toda forte metaes,
muy preles, muito fabidos,
baratos para fallar
ver ouriuez trabalhar
huo dia por ho vintm
c fazem tudo tam bem,
75
S moores volteadores,
que nuca foram fabidos,
muy grandes efgrimidores,
archeiros, trefectadores
moores que vijr nafcidos :
77
So gentios c acatam
ydolos com grande amor,
haa em algijos tanto feruor
deuaam, que fe matam
por fua honra A louuor
quando os querem feftejar,
em grandes carros moftrar
com grades Rodas daceiro,
muitos v tomar marteiro,
deixam fe efpedaar.
:
78
79
E outros vam efgrimdo
Em Cbaya. ^^^ lbos traucTados
|^q3
c ganchos de ferro, alados
por cordas altas, cantando,
em carros ai leuados,
coufas muy duras de crecr,
de contar d* defcreuer,
fe n foram iam fabidas,
tam viftas c tam ouuidas,
que bem has polTo dizer.
8:
Acabado de morrer,
logo elejem outro rey,
q outro tal haa de fazer,
acabados de correr
os anos que tem por ley
ito fe faz ern huo dia
de muito grande alegria,
de perdes c jubileu,
qudo moftr ho deos feu,
que lhes daa tal oufadia.
82
83
Em Narga.
E molheres por vontade,
K primeiro
q fe lce no qudo morre feus maridos,
togo, tira as
joyas, e re- com amor, c lealdade,
parteas per
teus paren-
fe mata com crueldade,
tes, q te to- feus corpos e poo ardidos:
dos panelas
dazeite q l- c feus pes, mes, d- irmos,
jtamcte
qndo ella fe
amigos, d cijdados
laa. so CO grade hora trazidas,
da cinta acima dcfpidas,
com joyas. anees nas mos.
:
84
Ela ha gr fogueira
em ha gr coua ardendo,
ella com verdadeira
vontade, liure, inteira,
anda derredor dizendo
palauras de obrigaam
aos homes por razam
da morte que toma ali,
entam fe lana por fi
no gram fogo fem paixam.
85
86
87
88
89
90
Differentes marauilhas
EmMeua. ^^ yfo &
variedade,
q has mais em tenra hidade
em Meua cofem has filhas
por guardar virgindade,
fica ha carne tam foldada,
91
92
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94
95
96
Hos reys do malabar,
EmCaiecu.
fenhores, &
nobre gente,
feus filhos n ha de herdar,
por das mes nam confiar,
& ha derdar ho parente
filho de yrma, ou de prima
mais chegada efte etima,
:
97
Como he por rey alado
ho rey, & obedecido,
he por prncipe jurado
ho fobrinho mais chegado,
por herdeiro conhecido:
& como he confirmado,
& por filho nomeado,
logo ho mandam apartar,
fem na corte mais entrar
atee d rey fer finado.
98
N manda embaixadores
reys a reys, gentes a gentes,
nem fenhores a fenhores,
em lhe mdarem prefentes,
por fer bs negoceadores :
99
Diz
pedraria
q qr
Ha laa reys de gr poder,
Eorq de qre
ir leu na
,
lOO
lOI
102
io3
104
io5
io6
107
io8
Na ilha
Ceilatn.
de Em Ceil tem pdurados
feus finados em fumeiros,
& depois de bem fecados
sam em cafa agafalhados
hos corpos aTi inteiros,
t feus pes,mes, decdetes,
& os chegados parentes,
em caa juntos guardados,
muito limpos, muy hrados
hos te fempre aTi prefentes.
109
1 10
III
Em amboino, &
no brafil,
em amatra, e paacer,
& em outras partes mil,
entre nobres gtes vil,
gentios que nam tem fee,
hos aos outros Te comem,
como quer q mata homem
em pelleja ou em guerra,
hos de fora &
da terra
depois de comidos dorme.
112
ii3
Ha rayz
chama Baa-
fe
No reyno de Deli haa
ragua, & ha arbores daquefia forte,
fructa Mira-
bexi. que ha raiz he tam maa
peonha, que fe fe da a
a comer, da logo morte :
114
Maidia"'*^"
ha nella ilhas tamanhas,
fam loureno, & paacer,
como Frana, & as efpanhas
tem juntas onze mil ilhas
repartidas por partilhas
entre reys, entre fenhores,
pequenas, meaas, maiores,
outras muitas marauilhas.
ii5
116
Ho Idalcam fe faluou
vendo fua perdiam,
com muy poucos efcapou,
nunca gente fe ajuntou
em tam grande multidam
cauallos, artelharia,
non abata ha fantafia
a ho que dizem efcrcuer,
crea ho que o quifer crer,
que he coufa de longa via.
:
117
Ho rey era
Ho barbeiro degollou
muito mal-
quifto,& hos ho grande rey poderofo
grades n no
podia matar, de Narfinga, & fe alou
porq fe guar-
daua, e co-
por rey, & por rey ficou,
metter ^ ao
barbeiro qho
fecto mao &efpantofo,
mataffe, & em fua vida reynou
que ho
riam rey,
fa-
& em paz, tee que fe finou,
affi foy. & reynou logo aps elle
ete rey,que filho delle,
que pacifico deixou.
18
119
I20
121
122
123
124
Raynh Vijmos el rey dingraterra
dei rey
filha ael re
d Ferndo, em Fra com gr poder,
& da raynha
& entrarlhe ua terra
dona Ifabel
de Caftella. clrey defcocia a fazer
com gr gcte grade guerra,
vijmos fayr ha raynha
c be poucos muy ainha,
& com elle pellejou,
& em batalha ho matou,
tomoulhe ho reyno q tinha.
125
126
f.Fra,Caf-
tella, Portu-
Quze reys, quze reynados
gal, Iglater- vijmos ja na chritandade,
ra, Npoles,
Arag, Vn- huos dos outros f tomados
gria, Dina-
marca, Pol-
per fora ou falfidade,
nia, Bomia,
Cecilia,Chy-
em foos fepte fam tornados.
Ere, Scocia, Ho gram poder do soldam
lauarra, rey
dos romos.
& do grande tamorlam
vijmos tomar para fi
ho Turco & ho sophi
com poder & fem auam.
127
128
129
Gatelhanos, &
Francefes,
alemes, venezeanos,
Nauarros, Aragefes,
Napolitanos, Inglees,
Romanos, Cezelianos,
Italianos, Milanefes,
Soyos, &Ecorcefes,
vimos todos batalhar,
hos com outros fe matar,
faluo ungros, &
portuguefes.
i3o
i3i
l32
i33
i34
i35
i36
37
Fazia iQta-
Vijmos obras efpantofas,
mte S Pe-
dro. & as que Papa lulio fundou,
cafas para
todolos otti- tam grandes, t fumptuofas,
cios, & ha
fem comparaam famofas
varada de
Belueder, ^
as obras dos
has fez, & has ordenou,
paos, ha& vij sam pedro comear,
fortaleza de
Kruitu,cSc ou-
obra tanto defpantar,
tras. que outra tal non fe abe,
n fey Papa que ho acabe,
e ho deos non acabar.
5o Miscellania e variedade de Historias
i38
i39
140
Vijmos ha gr maldiam
ho gr mal & gr vergonha
de tantos detruyam
que matam aa trayam
em Itlia com peonha
matam papas, cardeaes
Reys, fenores principaes
nobres, ricos, fabedores,
baixos, meos &
maiores
eftrangeiros, naturaes.
:
141
El Rey d
lo fegundo,
Ho mayor rey de ethiopia,
no no de de manicogo chamado,
ccccxcj dia
de Sct Cruz vijmos chrito fer tornado,
de Mayo. & com elle grande copia
de gente de feu reynado
mandou por religiofos,
& por frades virtuofos
q lhe el rey de caa mdaua,
& elle melmo prgaua
noTa fee a hos duuidoos.
142
No no de
Hos judeus vij caa tornados
ccccxcvij per
el Rey d todos no tempo chriftos,
Manoel.
hos mouros ent lanados
fora do reyno pafados,
& ho reyno fem pagos,
vijmos fynogas mezquitas,
em q fcmpre era dietas
e pregadas herefias,
tornados em noffos dias
Igrejas fanctas benditas.
143
Per Rey
d
cl
Fernan-
Vijmos ha deftruyam
do, &
Ray- dos ludeus irites errados,
nha dona Ila-
bel. Noanno que de caftella lanados
de ccccxcij.
fora c gram maldiam
a ho reyno de Feez paTados
de Mouros four roubados,
deshonrados, abiltados,
q filhos, filhas, & mes
lhe incetauo efes caes,
moas, & moos forados.
; :
144
14S
146
'47
148
149
jurdies,mando, nobleza ?
i5o
Vijmos ho gr fabedor
dom anrique de vilhana,
Hos filhos
loam de Mena ho trouador
fora ho Car-
deal d Pro no cume, & ho primor
Galez, de
qveohoMar- do Marqs de Santilhana,
l52
D loS
checo meef-
Pa- E vijmos hos dous hirmos
tre de San- meelres, q tanto madaram,
tiago ho mais
velho, & d Pachecos, q aTi medraram,
Pedro Giro que grandes, pouo, meos
mecftre Dal-
ctara, dona hos mais delles gouernar,
Ifabel, q foy
ha Ra ynha ho moo determinou
poderofa. de fer rey, e adjuntou
cinco mil lanas polante
para cafar com ha Iffante,
no caminho fe finou.
: ;:
i53
164
i55
i56
Qii do el
Rey d Fer-
Vijmos outros tres fenores,
ndo fe foi condelable, almirante,
de caftella
f)era Napo- duque dalua, feruidores
es, eftestres
fenores foos
dei rey d Ferndo moores
feguir feu nas fortunas q n ante
partido.
em tepo de aduerfidade
motrar gram lealdade
por tam fingular fenhor,
coufa de grande primor,
de esforo, honra, bdade.
i57
Ho duque d
Vijmos ho gram capitam,
Galo Per-
na ndez da- que tanto honrou caftella,
guilar.
que bondade, que razam,
era tudo que perfeiam
outro tal n vijmos nella :
i58
'59
Ho Mars de Vimos fallefcer na corte
villa real, ho
Bpoda Guar- fenhores velhos honrados,
da, ho Bpo
de Vifeu, ho todos muy apreTurados
Cde prior,
hos vijmos leuar ha morte
ho Baram
d a luito, ho fem falia, nem confeirados.
Conde de
Mfancto. & hos outros que ito vem
muy pouca emmenda teem;
antes andam tam mdanos,
como fe foffem feus annos
como de Matufalem.
i6o
i6i
1)6
Duque
lemes
de
Ho Duque vijmos chegar
Braga & a Azamor, logo tomallo,
de Guitna-
vijmos fobrelle leuar
mais de dous mil de cauallo
tantas legoas fobre mar
n haa nenha memoria,
nem fefcreueo em hitoria
de tantos cauallos yrem
fobre mar tam lgc e virj,
& nam fallo da victoria.
: !! :
162
i63
Bpo Deuora Vij ho bpo dom Garcia
& da Guar-
da. Bifpo de taes dous Bpados:
que honra, que gram valia,
que grandes mercs fazia
a parentes &
chegados !
i65
lo de Mene-
ies. Ho Bpo Vijmos muyto profperados
deCoibra.no hos almeidas, & menefes,
Bpo de Cei-
ta, ho Cde muitos fenhores hrados,
Dabrtes, ho
Prior do Cra-
tantos hirmos, t prezados
to, ho Vifo-
& o
na corte &
nos arnefes
r e y,
Come dador tantos condes, &
prelados,
mor.
& no reyno tam liados,
& capites tam fabidos,
em qu pouco cfumidos
vijmos tamanhos elados.
166
D Aluoro
Ho gr Cde de Mfancto
de Caftro.
em honra, cauallaria,
em faber, galantaria,
vijmos priuar, valer tanto,
que a todos precedia :
167
i68
r/has^"'"
E vijmos tomar Bintam
com bombardas aTeftadas
quatrocentas, &
eftacadas,
e ho rey abedor cam,
& etancias muy armadas,
& bem cinco mil pagos
e tam poucos os chnlos,
q a trezetos n chegaram,
aas lanadas tomaram
ha cijdade ai aas mos.
169
170
171
172
.73
175
176
77
178
179
l8o
ho'condT'da
Outro mundo nouo vijmos,
videgueira. per nofa gente fe achar,
c ho nofo nauegar
iam grande, q defcobrimos
cinco mil lguas per mar.
de vijmos minas reaes
douro, de doutros metaes
no reyno fe defcobrir
mais que nunca vij faber
ingenho de officiaes.
i8i
182
vijmos defagardecidos,
vijmos outros efqueecidos
que deuiam de lembrar,
vijmos muito pouco dar
pollos desfauorecidos.
!
i83
184
i85
Pinctores, luminadores
agora no cume eftam,
ouriuizes, efculptores
fam mais fotijs, & melhores,
q quantos paffados fam :
i86
E vijmos fingularmente
fazer reprefentaes
delilo muy eloquente,
de muy nouas enuenes,
& fectas por Gil vicente
elle foy ho que inuentou
iloca a, &
o vfou
c mais graa &
mais dotrina,
poto que loam dei enzina
ho paftoril comeou.
187
189
190
E vijmos comunicar
el rey c5 ho prete loam,
embaixadas fe mandar,
coufa, que nella fallar
parecia admiraam :
192
193
194
195
E vijmos em ha chrildade
mouer grdilimas guerras,
muito grade mortindade,
deftruijdas muitas terras
com muy grade crueldade :
196
197
198
199
200
201
202
jejuos, &
oraam,
lagrimas, &
contriam,
& confiTam verdadeira
com fatisfaam enteira
entefouram faluaam.
2o3
204
2o5
206
207
Coufa he de confufam
veer hos mos permanecer,
e hos bos c oppreTam,
fem ordem nem ccrufam
mos fubir, & bos defcer
mas deuem fe confolar
em faber que ham de pagar
hos mos quto mal ezer,
& ho exeplo que deram
para outros mal obrar.
208
209
Vijmos efterilidades,
peites, & aares non sos,
vfuras, & crueldades,
veemos cprar nouidades,
& reuendellas chriftos :
2IO
211
E vijmos ja lauradores
pagar feus dzimos bem,
pagar bem a seus fenhores,
darlhe Deos anos melhores
dos que lhes agora vem
trigo, ceuada, centeo
furtam quai de permeo,
& deitam terra no pam ;
fam t mos os q mos fam,
que de Deos n tem receo.
212
2l3
214
2l5
2l6
217
218
219
220
222
Glofadores, maldizentes,
desfazedores de quem
hos faz viuer defcontentes,
com amigos, nem parentes,
n tem ley, nem c ningue
vij fracos de coraam,
afperos fem criaam,
trabalhar por teer imigos,
& deixar perder amigos,
por fua maa condiam.
223
224
Em medos, aduerfidades
veemos propofitos ter
de emendar, c correger
has mas vidas, de maldades
a honelo, & bom viuer:
mas como paTa ho temor
torna tudo a fer pior,
porque nos a nos tornamos,
& de nouo comeamos
ter a ho mundo mais amor.
:
225
226
227
228
229
23o
23l
232
233
2^4
235
236
237
238
239
240
Vijmos ha aftrologia
mentir toda em todo mudo,
que toda juncta dizia,
q em vinte &
quatro aula
de auer deluuio fegundo
& ecco vimos ho anno,
& bem claro ho engano,
em q aftrologos eftauam,
pois dates tanto affirmau
por chuuas auer gram dano.
241
242
No^..no de
yjj ^^^ ^^ Lixboa cahio
da cofta gram cantidade,
duas ruas delruhio,
duzentas cafas fumio,
foy gram temor na cijdade.
aqueftes tremores taes,
& outros muytos fignaes
veemos, fem termos lbra,
de Deos, nem fazer muda
de noffas vidas mortaes..
Miscellania e variedade de Historias 85
243
244
Tbe vijmos em caftella
tuerras das comunidades,
muitas batalhas nella,
245
Em Valena &
fua terra
vimos q os mouros fe alara,
contra os chrilos pellejar:
ouue ahi tam grade guerra,
que muitos nella accabar:
depois fe concertaram,
todos chriftos fe tornara,
nenhua arma lhes ficou,
& rey os ifentou,
el
trebutos mais no pagaram.
86 Miscellania e variedade de Historias
246
247
Prncipe dos Chiprianos
vij em Roma requerer
feu reyno, q por enganos
lhe tem hos venezianos
de abfoluto poder,
vij ho cigo trazer,
hjo feuhirmo, &
no teer
de comer, ne qu lho deTe,
n a que fe focorreTe
para lhe poder valer.
48
Vij Carlos imperador
de feus aus herdar tanto,
que foy jaa mayor enhor
que ho cario magno fancto,
& ditofo vencedor:
herdou gr parte defpanha,
fldres, borgonha, alcmanha,
napole, aragam, Cecilias,
nauarra, autria, & as ntilias,
terra rica, & muy etranha.
Miscellania e variedade de Historiai 87
249
25o
25l
262
axxTij?
**"
Tomado Roma morreo
ele mefmo capitam,
que era ho duq de borbam,
& fua gente prendeo
ho fancto padre em prifam,
& laqueou ha cijdade
com muy grade crueldade,
captiuou hos cardeaes,
delruhio todos hos mais
fem nenha piedade.
253
264
255
2S6
Defuenturada cijdade,
mal auenturada terra,
teendo tanta fanctidade,
te perdefte per maldade
em poucas horas de guerra
maldito ho pouo chrito,
que fem caufa pos ha mo
em tanta coufa fagrada,
hos que mata com efpada
com efpada hos mataram.
257
No no de Vij que cm africa aqceo
er morte, & fame muy forte
cauallos, & gado morreo,
muita gente perefceo,
nunca foy tal fome & morte
hos pes hos filhos vendia,
duzentos reaes valiam,
muitos fe vinham fazer
chriftos caa, foo por comer,
nos campos, praas morria.
!: !
268
259
260
Morreo no
nodeD.xxj. Nele anno fe finou
a xiij. de de^
zembro.
ho gram rey dom Manoel:
quantos configo leuou
ha morte trile cruel
que rey, que gete matou
duztos homes honrados,
em q hi muitos deflados,
vijmos que entam f(- finara
de modorra, de efcaparam
muitos ja quafi enterrados.
;
261
262
263
264
265
266
Marido da efclarecida
raynha noTa fenhora,
defte gram fangue nacida,
no mudo muy efcolhida,
de Deos grande feruidora
por crefcerem feus eftados
deulhe Deos mais acabados,
mais reaes octo hirmos,
q nuca antre reys chntos
nafceram tam elmerados.
Miscelania e variedade de Historias gS
267
267
269
270
271
272
273
274
Cijdades, - villas fus,
em q fempre fe faz guerra
a mouros detro lua terra,
quatro fobre vijnte duas
teem, fe me a pena no erra :
275
276
277
Ho ouro, ha pedraria,
cnotilhos, borlados,
has perlas ha chaparia,
hos forros, hos efmaltados
nam tem conto nem valia
em elremoz fe juntaram,
has vodas hij celebraram,
nunca par fe juntou,
tal
Deos aTi os conformou,
q em tudo fe conformaram.
278
279
280
Acrefcentou grdemete
hos feus defembargadores,
fez muitos corregedores,
& no reyno juntamente
fez mais trs gouernadores ;
281
Ha corte de portugal
vijmos bem pequena fer,
depois tanto ennoblefcer,
q n haa outra ygual
na chrilandade, a meu ver
tem cinco mil moradores,
em q entra muitos fenores,
a q elrey d aTentamentos,
moradias, cafamentos,
tenas, mercs, & honores.
: : : ;
282
283
A veadores da fazenda
vijho contrato fazer,
que bem fe pode dizer,
fem nifo auer contenda,
outro tal nunca e veer
venderam juncto huo dia
em drogas,- efpeciaria,
feptecentos mil cruzados
outros lhe vij contractados
de pouco menos contia.
284
286
286
287
288
289
290
No
D.
fino
XXX.
de
no
E depois dilo em rom,
comeo doi- foo com trs dias chouer
tubro.
em octubro, e ho Tibre toma
agoa tta, em tta fomma,
que foy epanto de veer:
toda a cijdade allagou,
ha agua dize que chegou
tee hos fegundos fobrados,
hos baixos foram lagados,
foo nos motes non tocou.
; :
291
poderam yr carauellas,
pois tam alto neuegauam.
292
293
294
E no laneiro do anno
logo feguinte finaes
efpantofos vijmos, taes,
q n baila ingenho hvmano
a hos boquejar non mais;
ante manha quinta feira
foy em tam grande maneira
terremoto em portugal,
que fe no vio outro tal,
nem Deos que fe veja queira.
295
296
297
298
299
Gretas, buracos fazia
ha terra, &fe abrio,
agua, &rea fahia, .
3oo
3oi
502
3o3
3 04
3o5
Thomasfiiho Ej^ euora vij h minino,
de Manoel ^ , ^ ^ '
'
3o6
3o7
3o9
Conclusam.
3io
3ii
Deo gratias.
Estncias 2 3
Vimos ho turco tomar
eic.
Ests. 4 5
O 2.0 verso desta estncia 4. foi miseravelmente
T gr fora, tf verdade.
Ests. 6 7
de notar-se o elogio a Portugal censurando ao
mesmo tempo os outros reinos cristos. L por culpa
destes que o sulto da Turquia tam poderoso.
1
Notas e Esclarecimentos 1 1
Est. 8.
Est.
Est. IO
Est. II
Est. 12
Est. i3
Est. 14
Est. \5
Est. 16
Est. 17
Ests. 18 19
Est. 20
Est.
Ests. 22 23
Est. 24
E vimos a poderosa
Rainha D. Isabel
Est. 25
Est. 26
Est. 27
Est. 28
Ests. 29 33
Seguem as alusis s deslumbrantes festas realiza-
das por ocasio do casamento do Prncipe D. Afonso
com D. Isabel, filha e herdeira dos reis de Espanha.
Leiam-se os caps. cxvii e segs. da Crnica, at o
<;ap. cxxxir, onde se narra o eplogo trgico da morte
<lo Infante, numa 3.-f., i3 de julho de 1491.
Ests. 34 35
A Princesa D. Isabel regressara no meio do luto
e da viuves, inconsolvel, a Espanha, trocando os
brocados de preciosas sedas pelo pobre saial de d.
Confessara mesmo que se faria religiosa para chorar
no silncio a sua mgoa sem termo. Mas l a foi
acordar a esse torpor a poltica prestigiosa do rei
D. Manoel, a que ela acedeu, todos sabemos com que
120 Notas e Esclarecimentos
Est. 36
Diz Resende :
Portugueses, Castelhanos
No os quer Deos juntos ver.
: !
Notas e Esclarecimentos
Portugueses, Castelhanos
J os quer Deos juntos ver
Est. 37
Est. 38
Ests. 39 40
A conquista de Granada realizou-se ao fim dum
ano de cerco em 2 de janeiro de 1492. Sabe-se que
a Rainha Isabel foi, de facto, a alma da luta tenacs-
sima e porfiada contra os Mouros. Os elogios de
Resende nesse particular no podem ser acoimados
de descabidos.
122 Notas e Esclarecimentos
Est. 41
Est. 42
Est. 43
Est. 44
Est. 45
Est. 46
Est. 47
Est. 48
Est. 49
Ests. 5o 6i
J aludimos na est. 48 ao facto do descobrimento
do caminho martimo para a ndia. Esta e as estn-
cias seguintes documentam o assombro dos contem-
porneos perante as notcias que iam chegando todos
os dias dos novos mundos descobertos. Resende
passa a descrever alguns dos factos que bem sabia,
comeando por citar a antropofagia dos habitantes
da Guin e Manicongo (
=
Muni-Congo ) e as des-
tines de dignidades e poder por alguns processos
pintorescos, o que, alis, nada tem de extraordin-
rio, de cousa estranha . Menciona na est. 56 os
r
53
O Congo
ou Manicongo, como escrevem os anti-
foi descoberto em 1485 por Diogo Co
gos cronistas,
quando pela segunda vez foi por capito duma frota
costa da Guin. D. Manoel para cativar o mo-
126 Notas e Esclarecimentos
Rivara, Ibidem.
A antropofagia era costume inveterado em muito
largas regiis de Africa. Falando dos habitantes das
Glebes diz Duarte Barbosa estas gentes comem
:
Est. 58
Est. 60
Est. 2
Est. 63
Est. 64
Est. 65
Ests. 77 85
Relativamente aos sacrifcios humanos destes po-
vos sabe-se como eles representavam um facta
imposto pela superstio. E no era s na ndia.
Quando se descobrio a Amrica encontraram-se l
costumes anlogos. O sacrifcio das viuvas, de que
falam as estncias 83
84, era um uso tpico, cuja
descrio podemos ler em Bernardes, Nova Floresta,.
I, pg. i33 no estilo colorido do clebre oratoriano.
Est. 87
Est. 88
Est. 90
Est. 92
Rejaos
rajs, radjahs, rajahs
ttulo dos prn-
cipesique governavam cenas regies do Indosto e
que,! antes i,da conquista da ndia pelos Mongis,
eram independentes, sendo hoje tributrios da
Inglaterra.
i32 Notas e Esclarecimentos
Ests. 94 95
Leia-se esta passagem de Ges: ...don Garcia
de Noronha seu sobrinho [de Afonso de Albu-
querque ] lhe pedio licena pra se vir pra o regno,
que lhe deu, & embarcaam em huma nao, na qual
lhe mandou que levasse quinze Reis cegos com suas
molheres, filhos e criados que estavam em Ormuz,
pra os em Goa entregar ao Capitam, a que screveo
que os tivesse a bom recado, & lhes desse tudo o
que lhes fosse necessrio, o que fez por nam ficar
da casta destes Reis senam o que regnava ento, por
no recrecerem no regno algumas revoltas, & ale-
vantamentos, porque estes todos eram herdeiros, &
seus filhos delles, os quaes os tirannos, que gover-
navam j de muito tempo atraz aquelle regno,
tinham por costume, para mais a sua vontade tiran-
nizarem tudo elegerem muitos moos, & como estes
regnavam cinco, seis meses, ou um anno ao mais
os cegavam, pondo-os todos em boa guarda por
lhos" no furtarem, & assi cegos lhes davam tudo
o que lhes era necessrio, da renda do regno .
( Chron., cit., 3." p., cap. 80).
Est. 101
Est. 102
Est. 104
Est. 109
Est. III
Est. 1 13
Est. 122
Est. 123
Est. 124
Est. 125
IV, 101.
Est. i35
Est. i36
Est. 137
Est. i38
Est. iSg
Est. 141
Est. 142
Est. 142
Est. 144
Est. 145
Est. 148
Est. 149
Est. i5o
Est. iSj
Est. 162
Est. i63
Est. 164
Est. i65
Est. 166
Est. 167
Est. 168
Est. 169
Est. 172
Est. 173
Est. 179
Est. 180
Est. i83
Est. 184
Est. i85
E em Portugal ha tais
Tam grandes e naturais
Que vm quasi no livel.
Est. 186
Gil Vicente
... foi que inventou
isto c, e o usou
com mais graa e mais doutrina.
Est. 187
Est. 190
Est. 192
Est. 226
Est. 227
verso imprimio-se
Est. 240
Est. 241
Est. 244
Est. 245
Est. 246
El-rey de Dinamarca
era Cristiano II, apeli-
dado o Cruelf filho de Joo II, nascido em 1480, rei
da Dinamarca e da Noruega em i5i2, casado com
Isabel, irm de Carlos V, em i5i5.
Est. 247
Est. 248
Ests. 25o 25 1
Est. 262
Est. 263
E as rdeas do cavalo
a p levava o Infante.
Est. 264
Est. 265
Est. 266
Est. 278
Ests. 294-304
Adriano ( Papa )
i36. Alexandre ( Papa )
44
Afonso { Prncipe D. ) e i36.
235. Almeida ( D. Francisco
Afonso ( D. ) rei de N- de ),
!. Vizo-rei da n-
poles 14. dia 164.
Afonso V ( D. ) 26. lvaro ( D. ), de Portu-
Afonso ( D. ), filho de gal 41.
D. Joo II 46. Alvito Baro de
( 159. )
Afonso ( D. ), filho de Andr Joo 16.
( )
,37.
Pacheco ( D. Joo ), Mes-
Leonor { D. ), irm de tre de Santiago iSz,
D. Manoel, instituidora Pio (Papa) i36.
das Misericrdias Prior do Crato i65.
i83.
Manoel (D. ) -- 47 e
260. Tamorlam 9.
Manoel ( D. Joo ) i23. Toms, criana prodi-
Manrique ( Rodrigo )
giosa de vora 3o5.
.154.
Maria ( D. ), 2." molher Vaena, msico 184.
Maximiliano (Imperador)
- i53.
38. Vila Real ( Marqus de
Mena (Juan de) i5o.
Meneses ( D. Joo de )
Visagudo ( Pro Vaz )
-.95. 125.
Homem Ests. 5o e 1 1
tomado como pron.
1
Quisto.
Ests. 32 e i5i
usa-se atualmente s
na forma composta benquisto, malquisto. Do timo
quaesius designa aquilo a que se quere bem, que
se estima ou tem em apreo.
Rel. Est. 234 termo de volataria, a ave ou o
animal em que de rapina costuma fazer presa.
a ave
Ressio.
Est. 288
rossio com dois ss, o mesmo
que agora erradamente se escreve rocio. Ressio ou
rossio como manda escrever Gonalves Viana.
Cfr. Apostilas, 11, 382.
Rumsa. Est. 236 ou Rumfa como traz a ed.
de 1622, devia ser, como se deduz do contexto, certa
espcie de jogo.
Servido. Est. 28
empregado como adj. do
lat. servitium, e no significado do mod servial, i.
,
prestadio.
Sinogas. Est. 142 forma equivalente a sina-
gogas logar de reunio dos Judeus para a cele-
brao das suas festas cultuais. Dizia-se tambm
Esnoga. Cfr. Viterbo, Elucidaria, s. v.
Prefcio v
MlSCELLANEA I
PQ Resende, Garcia de
9231 Miscellanea e variedade
R4M5 de historias, costumes,
casos, e cousas
1
|
Philomena de S. Boaventura 2a
Carta exhortatoria aos Padres da Companhia de Jesus .... 20
b-
^