Gestao Com Pessoas
Gestao Com Pessoas
Gestao Com Pessoas
PROFESSORES ESPECIALISTAS
Luclia Leite de Morais
Luciano Pereira Santana
gesto com
pessoas
unidade I
EVOLUO HISTRICA
E TENDNCIAS PARA A
GESTO COM PESSOAS
unidade II
O LDER
COMO GESTOR
DE PESSOAS
unidade III
FERRAMENTAS
PARA A GESTO
COM PESSOAS
Reitor
Wilson de Matos Silva
DIREO UNICESUMAR
CENTRO UNIVERSITRIO DE MARING. Ncleo de Educao a Distncia: Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pr-Reitor de Administrao Wilson
C397 de Matos Silva Filho, Pr-Reitor de EAD Willian Victor Kendrick de Matos Silva, Presidente da Mantenedora
Gesto com pessoas / Luclia Leite de Morais, Luciano Pereira Cludio Ferdinandi.
Santana
Maring - PR, 2012.
158 p. NEAD - NCLEO DE EDUCAO A DISTNCIA
Ps-graduao Ncleo Comum - EaD.
1. Administrao pblica. 2. Gesto de pessoas . 3. EaD. I. Ttulo. Diretoria Operacional de Ensino Ktia Coelho, Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrcio Lazilha, Direo
de Operaes Chrystiano Mincoff, Direo de Mercado Hilton Pereira, Direo de Polos Prprios James Prestes,
CDD - 22 ed. 658.3 Direo de Desenvolvimento Dayane Almeida, Direo de Relacionamento Alessandra Baron, Gerncia de
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Produo de Contudo Juliano de Souza, Superviso do Ncleo de Produo de Materiais Ndila de Almeida
NEAD - Ncleo de Educao a Distncia Toledo, Diagramao Jos Jhonny Coelho, Humberto Garcia da Silva, Reviso Textual Jaquelina Kutsunugi,
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimao - Cep 87050-900 Keren Pardini, Ilustrao Robson Yuiti Saito, Fotos Shutterstock.
Maring - Paran | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
boas-vindas
Pr-Reitor de EaD
Willian Victor Kendrick
de Matos Silva
a importncia da ps-graduao
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadmico(a)! Voc est iniciando um
processo de transformao, pois quando investimos em nossa
formao, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e,
consequentemente, transformamos tambm a sociedade na qual
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunida-
des e/ou estabelecendo mudanas capazes de alcanar um nvel
de desenvolvimento compatvel com os desafios que surgem no
mundo contemporneo.
O Centro Universitrio Cesumar mediante o Ncleo de
Educao a Distncia, o(a) acompanhar durante todo este pro-
cesso, pois conforme Freire (1996): Os homens se educam juntos,
na transformao do mundo.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialgica e en-
contram-se integrados proposta pedaggica, contribuindo no
processo educacional, complementando sua formao profis-
sional, desenvolvendo competncias e habilidades, e aplicando
conceitos tericos em situao de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais tm como
principal objetivo provocar uma aproximao entre voc e o con-
tedo, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia
em busca dos conhecimentos necessrios para a sua formao
pessoal e profissional.
Portanto, nossa distncia nesse processo de crescimento e
construo do conhecimento deve ser apenas geogrfica. Utilize os
diversos recursos pedaggicos que o Centro Universitrio Cesumar
lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA Ambiente
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fruns e enquetes, assista
s aulas ao vivo e participe das discusses. Alm disso, lembre-se
que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra
disponvel para sanar suas dvidas e auxili-lo(a) em seu proces-
so de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranquilidade
e segurana sua trajetria acadmica.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estu-
dar nesta unidade:
O conceito e o desenvolvimento histrico do RH
Objetivos de Aprendizagem no mundo
Entender o conceito de gesto com pessoas. A evoluo da gesto de recursos humanos no
Apresentar a evoluo histrica para a gesto Brasil
com pessoas no Brasil e no mundo. Novos desafios para a gesto com pessoas
Compreender os novos desafios para a gesto Tendncias reais na administrao de recursos
com pessoas. humanos no sculo XXI
Conhecer as tendncias para o sculo XXI para a Qual a implicao da gesto com pessoas para
gesto com pessoas. minha carreira?
Refletir sobre as implicaes da gesto com
pessoas para com sua carreira.
Caro(a) aluno(a), nesta primeira unidade, voc obter uma viso
de como surgiu a gesto com pessoas por meio de um breve
resumo a respeito da evoluo histrica da rea no Brasil e no
mundo, que o levar a refletir sobre a importncia da gesto
com pessoas na sua empresa, no cargo que voc ocupa ou pre-
tende alcanar. Independente da sua formao, tenho certeza
que voc conseguir se identificar com algo que j vivenciou ou
ainda vivencia na sua caminhada para se fazer um competente
profissional em sua rea de atuao.
Ainda nesta unidade, voc conseguir identificar, ao final, as
contribuies que a gesto de pessoas trouxe consigo ao longo
do tempo, as tendncias para a rea de pessoas no sculo XXI e
o pensar em gerir com pessoas.
Recomendo que procure interagir com os textos indicados,
fazer anotaes, responder s atividades de autoestudo e anotar
suas dvidas, pois, com certeza, no ser possvel esgotar essa
temtica nos momentos de estudos que juntos compartilhare-
mos nesta disciplina.
Meu objetivo, ao organizar a unidade I, possibilitar mo-
mentos de estudo e anlise das concepes da rea de recursos
humanos, no decorrer da histria, proporcionando a voc,
aluno(a), condies de questionar as possveis contribuies na
formao de um gestor competente na sua realidade profissional
e social, contribuindo de fato para a formao de profissionais
que tero a possibilidade de entender a importncia das pessoas
na organizao e ajude a intervir de forma certa no trato com as
pessoas em sua organizao.
Gesto com Pessoas
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o conceito de
gesto com
PESSOAS
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Prezado(a) aluno(a), consegue visualizar nessa as pessoas da sua organizao? tudo isso,
diversidade de atividades como voc e todos mas alinhado, qualificado e socializado, con-
os demais gestores esto envolvidos direta- forme a figura 2:
mente com os RECURSOS HUMANOS, isto ,
o desenvolvimento
histrico do RH no mundo
teoria
administrativa
Henri Fayol
(1841-1925)
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Jules_Henri_Fayol>
Taylor e seus seguidores concentraram-se e tem 80% mais aplicao nos dias atuais
no trabalhador individual e na melhoria do que Taylor, apesar de ambos serem da
produtiva, por meio da anlise do trabalho. mesma poca (SILVA, 2008).
Henri Fayol (1841-1925), graduado como Segundo Maximiano (2008), o objetivo
engenheiro de minas, passou sua vida toda fundamental era proporcionar fundamen-
trabalhando em uma mineradora de carvo tao cientfica s atividades administrativas,
e fundio de ferro do consrcio francs que introduziram, pela primeira vez, a clssica
Commentry-Fourchambault Company. Ele foi diviso das funes do administrador em:
promovido algumas vezes no decorrer dos planejar, organizar, coordenar, comandar
anos, e uma ocorreu quando a empresa e controlar. Com base na observao do
estava em dificuldades. Fayol fez um traba- mundo real, Fayol desenvolveu quatorze prin-
lho de revitalizao da companhia como cpios de administrao, para guiar o gerente
diretor geral, e a mesma se recuperou sob na resoluo dos problemas do trabalho, e
sua direo e continua at hoje como parte defendeu o treinamento em administrao
da Le Creusot Loire, o maior grupo de minera- que deveria ser ensinado nas escolas, suges-
o e metalurgia na Frana Central. Fayol to essa que constitui a base dos programas
considerado o pai da administrao moderna de treinamento gerencial.
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escola das
relaes humanas
Elton Mayo
Fonte: <http://www.historiadaadmi-
nistracao.com.br>
ningum estava
absolutamente preparado
nem o empresrio, nem
o trabalhador e muito
menos o chefe de pessoal
experimentos e interveno maior dos cien- pessoal ganha status de gerncia. Na viso
tistas do comportamento. de Marras (2011), trata-se de um marco in-
Analisando esse novo modelo adminis- teressante, pois, na hierarquia natural das
trativo de gerir a relao entre empregados e organizaes, essa funo sobe um degrau
empregadores, segundo Bohlander (2005), a muito importante no conceito organizacio-
funo de chefe de pessoal sofre uma presso nal e, na estrutura piramidal, deixa de ser uma
muito forte, com uma inverso radical de seu funo puramente operacional para tornar-
papel. A ordem agora preocupar-se com se de origem ttica.
o indivduo, com suas necessidades e outras Entretanto, o gerente de pessoal nada
variveis com as quais, at esse momento, fez para mudar seu perfil. Continua sendo
ningum estava absolutamente prepara- um chefe de pessoal, com uma roupagem
do nem o empresrio, nem o trabalhador e diferente. Sua viso ainda era muito tec-
muito menos o chefe de pessoal. nicista, mecanicista e ligada s questes
Nesse cenrio, comea a ser valoriza- de registros burocrticos, fiscalizao de
da a funo de cuidar do pessoal. A funo aspectos legais e cumprimento de regras
at ento de terceiro escalo de chefe de e normas.
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administrao
estratgica
Nesta fase estratgica, aps 1985, foi que o permitia analisar cenrios multidisciplinares
administrador de empresas retomou a sua dos indivduos, no mais como simples tra-
posio nos organogramas das empresas, balhadores assalariados, mas como parceiros
dessa vez, de forma definitiva. Essa fase foi do negcio, responsveis, por uma parcela
demarcada operacionalmente, segundo significativa dos resultados projetados.
Marras (2011), pela introduo dos primeiros Outro aspecto relevante no final do sculo
programas de planejamento estratgico atre- XX que impactou as organizaes e rea de re-
lados ao planejamento estratgico central cursos humanos foi a globalizao. Segundo
das organizaes. Nessa fase, registraram-se Albuquerque e Leite (2009), o final do sculo
as primeiras preocupaes de longo prazo, XX representou a Era Informacional, mostrou
por parte das empresas, com os seus traba- os recursos humanos tornando-se globais
lhadores. Retomou-se a preocupao com o por meio da difuso dos networked compu-
humanismo e, principalmente, com a neces- ters, surgindo, ento, os empreendimentos
sidade de profissionais com viso abrangente, em rede, e foi quando o trabalho humano, no
horizontalizada, no somente no que dizia contexto profissional, passou a ser compre-
respeito aos contornos organizacionais, mas, endido como ao competente do indivduo.
principalmente, com relao ao indivduo Nesta fase nobre e mais interessante, o
como ser humano. profissional, que de posio gerencial, de ter-
O profissional de recursos humanos ceiro escalo, em nvel ainda ttico, passou a
descrito por Marras (2005, p. 30) da seguin- ser reconhecido como diretoria em nvel es-
te forma: [...] um perfil cognitivo que lhe tratgico nas organizaes.
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evoluo da gesto de
recursos humanos
NO BRASIL
de 1890 a 1930
O sculo XX se inicia com cerca de 80% da de toda a histria do movimento operrio
populao brasileira morando na zona rural, brasileiro, pois foi relevante para alertar os
isto contribuiu para a presena significati- patres e os poderes pblicos para a urgn-
va de trabalhadores europeus, dotados de cia da aplicao de medidas adequadas de
elevado grau de conscientizao poltica, proteo ao trabalhador. A ponto de algumas
que se instalaram no estado de So Paulo e empresas, logo aps o trmino do movimen-
cidades do sul do pas. to, iniciarem uma campanha para a criao
Como demonstrao da fora do movi- de cooperativas, visando ao barateamento
mento sindical nas trs primeiras dcadas do dos gneros de consumo.
sculo, Gil (1994) lembra que em So Paulo, Nesse perodo, as atividades de recursos
nesse perodo, ocorreram 28 greves, duas humanos restringiam-se apenas s tarefas
delas gerais, em 1907 e 1917. Essa ltima correspondentes aos clculos para pagamen-
greve tida como uma das mais importantes to aos trabalhadores.
Gesto com Pessoas
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de 1964 a 1978
Em 1964, os militares assumiram o poder e os De 1968 a 1973, o pas passou por um
sindicatos, mais do que em qualquer outro notvel surto de crescimento, o conhecido
perodo, passaram a ser controlados pelo milagre brasileiro. Nesta fase, as empre-
Ministrio do Trabalho. sas cresceram e se modernizaram. Como
Gesto com Pessoas
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consequncia, um valor cada vez maior Para Aquino (1987), embora o milagre
passou a ser atribudo planificao, tec- econmico no tenha durado muito, a partir
nologia e aos profissionais especializados. de 1973, com a crise do petrleo, inflao,
No mesmo perodo, passou a ser valori- movimento operrio e mo de obra escassa,
zado como profissional de recursos humanos as empresas perceberam sua dependncia
o administrador de empresas, at ento co- dos recursos externos, inclusive os humanos.
nhecido como tcnico de administrao. A Como consequncia, muitas empresas pas-
profisso foi regulamentada pela Lei n 4.760, saram a dar maior ateno a certas reas de
de 8-9-65, e tornou-se, ao lado do economis- recursos humanos que eram desconsideradas
ta, o profissional mais requerido para conferir at ento, como treinamento e desenvolvi-
racionalidade ao sistema econmico. mento de pessoal, cargos, salrios e benefcios.
de 1978 a 1989
No decorrer da dcada de 80, foram criadas as
centrais sindicais: a CUT Central nica dos
Trabalhadores, 1983, e a CGT Confederao
Geral dos Trabalhadores, 1986, que obtiveram
xito em unificar o movimento trabalhis-
ta, conseguindo assim serem ouvidas pelo
governo e empresrios. Com a progressi-
va democratizao do pas, a presena de
trabalhadores na vida pblica e econmi-
ca tornou-se mais significativa. As novas
tecnologias de produo passaram a exigir
Ernesto Geisel habilidades mais especficas do trabalha-
Fonte: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
dor, bem como um novo colega - o rob. Os
Ernesto_Geisel>
avanos da informtica e dos meios de comu-
A partir de 1978, as relaes trabalhistas no nicao revolucionaram a vida dos escritrios.
Brasil tornaram-se bem mais tensas. O pro- As inovaes tecnolgicas contriburam
cesso de abertura poltica, iniciado pelo para alteraes na forma de gerenciamento
Presidente Geisel, em 1974, estimulou os tra- de pessoal. As atividades gerenciais tambm
balhadores a reivindicar salrios e condies foram afetadas pela informtica, tornando
de trabalho, tornando as greves bem mais elegante a imagem do executivo em sua sala
frequentes na realidade nacional. frente ao microcomputador.
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De acordo com Arajo (2006), os novos Sendo assim, as organizaes que querem
desafios colocaram em questo se o modelo se estabelecer globalmente precisam de-
tradicional de recursos humanos burocrti- senvolver a capacidade para competir com
co e controlado deve ser a forma de atuao sucesso no nvel global. Um desafio para as
na atualidade dos profissionais contempo- organizaes que querem criar capacidade
rneos. O modelo de gesto de pessoas organizacional global.
contemporneo deve promover mudanas
na forma de atuar do profissional da rea, [...] tero de elaborar capacidades globais
como a de movimentar continuamente
para que saiba administrar cada vez mais
talento, ideias e informaes pelo mundo
de forma inovadora e eficiente superando inteiro para criar produtos e servios mais
alguns desafios. Para Ulrich (1998, p.16): depressa e melhor que os concorrentes.
Tero de criar uma mentalidade global
[...] cada desafio define por que a rea de comum que apoie o livre intercmbio das
Recursos Humanos importante, demanda ideias [...]. Tero de criar uma infra-estru-
parcerias entre gerentes e profissionais es- tura empregatcia para contratar, treinar e
pecializados, levantam questes sobre a motivar os funcionrios a adotarem uma
proposta e o desempenho desses profis- perspectiva global e no nacional. Implica
sionais e exige novas abordagens para a tambm, considerar as consequncias de
obteno de resultados nessa rea. decises e economias adotadas em um
pas para o restante do empreendimento
P
global. [...] Demandam lidar com diferentes
ercebe-se, segundo a viso do autor formas de pensamento e ao gerenciais
acima, que esses desafios so os res- (ULRICH,1998, p. 18).
ponsveis pela criao de valores
mensurveis, obteno de resultados Consequentemente, importante repensar
empresariais e para que os profissionais de- a importncia de profissionais de recur-
senvolvam novas competncias. sos humanos capacitados, conhecedor
A globalizao tem trazido novos de- dos negcios, dos objetivos, com com-
safios para as organizaes, obrigando-as petncias especficas para contribuir com
a estabelecerem-se em novos mercados, a organizao na preparao dos talen-
adaptarem-se s mudanas, ao uso de novas tos que devero atuar com sucesso neste
tecnologias, e desenvolverem novas compe- mercado. Toda organizao vive de resulta-
tncias e novas maneiras de pensar sobre os dos, nmeros que definem sua existncia
negcios. Na viso de Ulrich (1998, p. 17) a [...] no mercado. Os executivos esto desco-
competio global eficaz demanda muito brindo que, para as empresas se manterem
mais que a criao de um produto em um lucrativas, no basta apenas focar em cortes
mercado interno e os seus simples embar- de despesas, necessrio, tambm, crescer
ques rumo a novos mercados. na receita.
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uma organizao a ser mais eficaz em termos - o poder de barganha dos fornecedores; - a
econmicos, criando condies para que o ameaa de produtos ou servios substitutos;
colaborador satisfaa seus objetivos e, con- e, - a capacidade de manobra dos compe-
sequentemente, satisfaa os objetivos da tidores existentes. Quando um executivo
empresa de maneira eficaz. E isto, muitas pretende estabelecer sua agenda estrat-
vezes, consegue trazer para a organizao gica, ou seja, definir como lidar e competir
caractersticas intrnsecas dos colaboradores levando em considerao as foras estra-
que no foram liberadas em prol da orga- tgicas definidas por ele, precisa entender
nizao, como: criatividade, habilidades e como tais foras impactam especificamen-
conhecimento. te sobre sua empresa (CARAVANTES; PANNO;
Para que os resultados sejam contnuos, KLOECKNER, 2005).
Hitt, Ireland e Hoskisson (2008, p. 4) ressaltam Na viso de Stoner e Freeman (1995 p.
que [...] as empresas tm que entender que 149), [...] a anlise desses cinco fatores pode
nenhuma vantagem competitiva perma- contribuir para uma avaliao dos pontos
nente. Ao contrrio, trata-se de um processo fortes e fracos da empresa, mais importan-
dinmico que exige habilidade e saber aonde te ainda, que o estrategista deve ser capaz
se quer chegar. de dar sua empresa a melhor posio pos-
Michael E. Porter, Professor Doutor da svel no campo competitivo. Para que isso
Universidade de Harvard, definiu em grande acontea, imprescindvel que todos os pro-
medida a corrente de pensamento mundial, fissionais envolvidos na administrao da
no que tange aos temas estratgia e compe- organizao em cada rea, incluindo a de
tio em um contexto global. Na sua viso, a recursos humanos, conheam muito bem o
natureza e o grau de competio em uma or- ramo de negcio em que atuam e o mercado
ganizao dependem de cinco foras, a saber: em que esto inseridos, para que haja um
- ameaa de novos entrantes no mercado; planejamento estratgico eficaz que faa a
- o poder de barganha dos consumidores; diferena.
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tendncias na
administrao de
recursos humanos
no sculo XXI
autonomia e respeito entre empregado e em- A Revista HSM Management (n 55, 2006,
pregador, e pede que seja poltica, estratgica, p. 135) ressalta este mesmo fator em uma re-
participativa, deixando em segundo plano os portagem dizendo:
procedimentos rotineiros e burocrticos.
Sobre o enfoque estratgico do capital [...] a quem se reporta o vice-presidente de
recursos humanos? Se for ao diretor finan-
humano, referindo-se s reas de direo na
ceiro o que provvel ento o RH est
empresa, Hitt, Ireland e Hoskisson (2008, p. na direo errada. Esse um modelo que
77) declaram: no pode funcionar, [...] Uma pessoa da
rea financeira se preocupa em tirar dinhei-
Por vrios anos as empresas declararam ro da empresa o RH deveria preocupar-se
que o seu pessoal o seu recurso mais em agregar investimentos.
valioso. No entanto, elas aparentemen-
Quando consideramos esses desafios com-
te no praticam o que dizem para seus
stakeholders. Quando elas passam por di- petitivos da atualidade, o cenrio para o
ficuldades de desempenho, as primeiras profissional de recursos humanos apresen-
redues feitas nos custos geralmen- ta-se desafiador. Ele necessita inicialmente
te ocorrem por meio de demisses de
revisar seu prprio papel e como deve
funcionrios.
atuar, diante dessas responsabilidades, no
Analisando esta realidade, percebemos que esperando a alta gerncia se manifestar
mais se fala em agir estrategicamente do que sentado na sala de RH, mas assumindo a
acontece na prtica, e isto se d tanto por iniciativa e a responsabilidade de saber
parte do profissional de recursos humanos, quais so as questes importantes na or-
que muitas vezes est acomodado por ocupar ganizao. Assim, se prepara para o mundo
h vrios anos a mesma funo e no querer dos negcios, lidando de maneira forte e
sair de sua zona de conforto para aprender decisiva com questes relativas estrat-
coisas novas e encarar novos desafios, quanto gia da organizao, sua estrutura e seus
pela direo administrativa na empresa, que sistemas de trabalho, abrindo a porta para
no valoriza devidamente o maior ativo da o setor influenciar no apenas as decises
sua organizao o capital intelectual e v de desenho organizacional, mas principal-
o setor como um centro de despesas. mente as decises estratgicas.
Ps-Graduao | Unicesumar
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qual a implicao
da gesto com pessoas
para minha carreira?
Caro(a) acadmico(a), com base em todas atuao, esto diretamente relacionados com
as mudanas consideradas no decorrer da a gesto de pessoas. Pois justamente o termo
unidade I, percebe-se que o modelo tradi- Gesto COM Pessoas indica uma nova concep-
cional de emprego mudou. Voc, enquanto o na forma de lidar com o capital humano, ou
gestor(a), precisa ser parceiro(a) do profissional seja, deixando para trs a velha concepo de
de recursos humanos na sua empresa, a fim que o funcionrio apenas mais um como foi
de conseguir um melhor resultado junto a sua evidenciado nas pginas anteriores; e deixan-
equipe; participando ativamente no processo do o espao ao novo cenrio de flexibilizao
de atrao, treinamento e desenvolvimento de crescente, destacando a importncia do capital
pessoas de sua organizao. Em contrapartida, humano, do desenvolvimento e da gesto de
o profissional de recursos humanos tambm competncias, da atrao e da manuteno
no pode mais se fechar na sua sala, ele precisa de talentos, do trabalho em equipe e da tica
se inteirar do negcio de sua empresa ter uma no trabalho, enfim da gesto estratgica com
viso sistmica para que consiga atrair os me- a participao da equipe de trabalho.
lhores talentos organizao. Outro aspecto que nos impacta diretamen-
Por esse motivo, afirmo no incio da unidade te com as mudanas no mercado de trabalho
que todos, independente de sua rea de so as variveis demogrficas, tomando apenas
Gesto com Pessoas
42
consideraes finais
relato de
caso
Nas ltimas dcadas, o panorama da mulher, Segundo dados do IBGE de 2000, a PEA (Popu-
no mercado de trabalho, vem se modificando, lao Economicamente Ativa) brasileira, em 2001,
questes como nvel educacional, valores sociais, tinha uma mdia de escolaridade de 6,1 anos, sen-
economia, dentre outras, vm impulsionando o do que a escolaridade mdia das mulheres era de
nmero de mulheres no mercado de trabalho. At 7,3 anos e a dos homens de 6,3 anos. Atualmente,
a dcada de 1960, o perfil esperado para as mul- a mulher brasileira vem aumentando sua partici-
heres era o de esposa-me-educadora, as mul- pao no mercado de trabalho no Brasil. Contribui
heres citavam sua principal ocupao como dona para isso o aumento da escolaridade feminina,
de casa. Em uma famlia tradicional, o homem a reduo do nmero de filhos nas famlias e as
ganhava o sustento da famlia, e a mulher era mudanas nos padres culturais, que estimulam
responsvel pelos afazeres domsticos e pela as mulheres a trabalhar.
educao dos filhos.
As mulheres esto conseguindo, cada vez mais,
A partir da dcada de 1970, esse conceito vem conciliar os trabalhos da vida pessoal com a
mudando com a necessidade de a mulher suste- profissional. O que antes era considerado um
ntar a famlia sem um marido, de contribuir com obstculo, atualmente considerado como um
o marido para o sustento da famlia ou buscar a grande desafio. A sua participao no mundo
sua autorrealizao. Pesquisas indicam que desde dos negcios e a prpria independncia finan-
1965, a porcentagem de mulheres casadas com ceira vem mudando a forma como os produtos
idade de 25 a 34 anos que trabalham fora do lar e servios so desenvolvidos e comercializados,
mais que duplicou. porm, as mulheres ainda so minoria no mer-
cado de trabalho, e ainda ganham menos que
Fato que em 1998, cerca de 46% do total da os homens que desempenham funes semel-
fora de trabalho era mulheres, representando hantes.Portanto, as mulheres conquistaram seu
quase 60 milhes de trabalhadoras em perodo espao, mas ainda tem um logo caminho a trilhar
integral e, quando acrescentado o nmero de em busca da desigualdade social e oportunidades
mulheres que trabalhavam em meio perodo, no mercado de trabalho.
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atividades de autoestudo
1. Todo gestor(a) precisa ser parceiro do profissional de recursos humanos na sua empresa,
a fim de conseguir um melhor resultado junto a sua equipe; participando ativamente no
processo de atrao, treinamento e desenvolvimento de pessoas de sua organizao.
Em contrapartida, qual o papel do profissional de recursos humanos?
I. Conferir aos clientes o mximo de autonomia possvel, aproximando-se do que os
clientes querem.
II. Gesto estratgica com a participao da equipe de trabalho.
III. Atrair os melhores talentos organizao.
IV. Inteirar-se do negcio de sua empresa para ter uma viso holstica.
Assinale a alternativa correta:
( ) Somente as alternativas I e II esto corretas.
( ) Somente as alternativas I, II e III esto corretas.
( ) Somente as alternativas II, III e IV esto corretas.
( ) Somente as alternativas II e IV esto corretas.
( ) Todas as alternativas esto corretas.
Se voc desejar conhecer mais sobre a base da Ao longo do livro, discutem-se as origens
administrao que originou os primeiros prin- histricas de nossa formao econmica, des-
cpios da gesto com pessoas contempornea tacando aspectos gerais da economia colonial
leia o livro: e da economia escravista nacional, at che-
garmos construo do capitalismo no pas,
Livro
aps a extino da escravatura, em 1888.
Ttulo: Teoria Geral da Administrao - Da
Da em frente, etapas importantes dessa cons-
Revoluo Urbana Revoluo Digital
truo so detalhadas, revelando a trajetria de
Autor: Antonio Cesar Amaru Maximiano
um pas atrasado na busca de modernizao,
Editora: Atlas
passando pela crise do modelo primrio-expor-
Sinopse: Este livro apresenta a evoluo das ideias
tador, pelo auge e declnio da substituio de
na histria das organizaes e da administrao.
importaes, pelo processo de abertura eco-
O texto foi planejado para fornecer a viso dos
nmica, chegando at os dias atuais, quando
conceitos e facilitar a aquisio das tcnicas que
o Brasil aparentemente vem se portando bem
se desenvolveram a cada estgio evolutivo.
em meio crise que abalou o sistema financei-
ro internacional.
Livro
Ttulo: Economia Brasileira Da Colnia ao
Governo Lula Se voc deseja se aprofundar um pouco mais
Autor: Marcos Cordeiro Pires sobre as prticas modernas para a gesto com
Editora: Saraiva pessoas, com casos reais, recomendo a leitura:
Sinopse: Celso Furtado ensinou que devemos ob- Livro
servar a estrutura econmica sob uma perspectiva Ttulo: Gesto de Pessoas Prticas Modernas e
histrica, como forma de melhor compreender Transformao nas Organizaes
os dilemas atuais da sociedade brasileira. Afinal, Autor: AMORIN, Wilson Aparecido Costa de;
muitos dos problemas que nos afligem hoje DUTRA, Joel Souza; FISCHER, Andr Luiz.
so reflexos do excludente modelo econmico Editora: Atlas
herdado da Colnia, baseado na monocultura, Sinopse: O mundo contemporneo trouxe mu-
no latifndio, na escravido, na perseguio danas constantes e inevitveis para a gesto
indstria, na falta de uma estrutura educacional organizacional e para os profissionais de
e no desprezo pelo trabalho, este, muitas vezes recursos humanos. Ao adaptar-se s novas de-
consubstanciado na busca de riqueza fcil por mandas e garantir o sucesso empresarial, as
meios socialmente reprovveis. organizaes iniciaram processos profundos de
Tendo isso em mente, os autores de Economia transformao, visando agregar valor aos seus
Brasileira - Da Colnia ao Governo Lula buscam acionistas (stakeholders), clientes, colaborado-
resgatar os aspectos essenciais da nossa for- res, fornecedores, enfim a toda a cadeia de valor.
mao econmica, traando o caminho Com textos produzidos por executivos que
que permitiu aos brasileiros criar uma eco- cursaram o MBA-RH da Fundao Instituto de
nomia moderna sem, contudo, eliminar as Administrao - FIA, este livro trata dos desa-
mazelas sociais que ainda assolam o pas. fios que este cenrio apresenta para a gesto
A obra pretende traar um quadro abrangen- de pessoas nas organizaes brasileiras da
te da evoluo econmica pela qual o Brasil atualidade. So artigos selecionados entre as
passou, que poder servir de base para reflexes monografias de um curso de ps-graduao
mais aprofundadas. Alm disso, o texto busca especializado oferecido h mais de 12 anos
ser mais didtico, pois parte-se do pressuposto e reconhecido pela revista Voc S.A. como o
de que um excesso de explicaes esquemti- melhor do Brasil por sete anos consecutivos.
cas, muitas vezes, pode ofuscar a compreenso Neles, voc encontrar temas relevantes da
daqueles que esto iniciando seus estudos. atualidade de gesto, como: A percepo dos
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47
filme
filme
como os cdigos de concorrncia honrada, (Ben Affleck) no tem o que reclamar da vida. Tem
que estabeleciam quantidade a ser produzi- uma bela famlia, um bom emprego e um des-
da, preo dos produtos e salrios. A inteno lumbrante Porsche na garagem. O que ele no
era tambm evitar a manuteno de grandes esperava era que, devido a uma poltica de reduo
excedentes agrcolas e industriais. Para com- de pessoal, fosse demitido. Phil Woodward (Chris
bater o desemprego, foi reduzida a semana de Cooper) e Gene McClary (Tommy Lee Jones), seus
trabalho e realizadas inmeras obras pblicas, colegas de trabalho, passam pela mesma situao.
que absorviam a mo-de-obra ociosa, recupe- A mudana faz com que o trio tenha que redefinir
rando paulatinamente os nveis de produo suas vidas, como maridos e pais de famlia.
e consumo anteriores crise. O movimento
operrio crescia consideravelmente e em seis COMENTRIOS: Conforme abordado neste
anos, de 1934 a 1940, estiveram em greve mais primeiramente, as mudanas nos cenrios eco-
de oito milhes de trabalhadores. Pressionado nmicos implicam diretamente na vida das
pela mobilizao operria, o Congresso aprovou empresas e na gesto com pessoas. O filme A
uma lei que reconhecia o direito de associao grande Virada esboa uma efgie de diferentes
dos trabalhadores e de celebrao de contra- homens diante de uma crise financeira que abala
tos coletivos de trabalho com os empresrios. as suas vidas profissionais e sociais. O filme se
Apesar do empresariado no ter concordado centra no meio desses modernos tempos de
com o elevado grau de interferncia do Estado peste e d uma ideia dos danos colaterais e das
em seus negcios, no se pode negar que essas causas que ficam pelo caminho. As palavras vida
medidas do New Deal de Roosevelt visavam profissional, trabalho e emprego so automa-
salvar o prprio sistema capitalista, o que acabou ticamente substitudas por sobrevivncia, a lei
possibilitando sua reeleio em duas ocasies. do mais forte e selva urbana.
Fonte: <http://www.historianet.com.br/conteudo/default. O filme ainda tenta injetar alguns toques de
aspx?codigo=181> moralidade quase retrgrada, contrapondo tra-
balho dito honesto, o tal que leva esforo fsico,
subvalorizado, mas feito com honra e orgulho,
face e os empregos que do milhes, barrica-
Filme dos em escritrios ou cubculos. Todavia existem
A grande virada (The Company Men) claros e eficazes tpicos que poderemos apro-
Elenco: John Wells veitar nestas falsas moralidades que resultam
Durao: 1h 53min em falsas solues para um problema que afeta
Ano: 2010 milhes, mudana brusca no nosso mundo a
Pas: Estados Unidos nvel do trabalho profissional, em que cada vez
Sinopse: O filme fala sobre o impacto que a demis- mais a empresa composta por elementos no
so de uma empresa pode causar na vida de trs fsicos e simplesmente numricos, que as aes,
homens e como isso afeta sua famlia e a comuni- ganhando soberania aos elementos humanos
dade. A personagem de Maria Bello a responsvel e de real porte. O intuito aprender um pouco
de recursos humanos, que forada a demitir a sobre a crise global e seu efeito na sociedade e
personagem vivido por Ben Affleck. Bobby Walker na dinmica das organizaes.
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filme
Filme
Os Estagirios
Direo: Shawn Levy
Elenco: Vince Vaughn , Owen Wilson , Rose Byrne, Max Minghella , Josh Brener
Durao: 119 min
Ano: 2013
Pas: Estados Unidos
Sinopse: Em 2013, Billy McMahon e Nick Campbell (Vince Vaughn e Owen Wilson),
vendedores experientes que esto na casa dos quarenta anos de idade, ficam
desempregados, pois a empresa onde trabalhavam fechou.
Depois de algum tempo, Billy consegue uma entrevista de emprego na Google
Inc.; apesar de no conhecerem nada sobre mdias digitais, conseguem vagas
como estagirios, juntamente com a dupla h centenas de outros candidatos,
muito mais jovens e especializados do que eles.
solicitada a diviso dos candidatos em vrios grupos, que sero avaliados em
diversos aspectos; o de melhor desempenho, garante a efetivao dos seus
membros.
Billy e Nick ficam no grupo dos que sobraram: Stuart (Dylan OBrien), que est
sempre com seu smartphone; Yo-Yo (Tobit Raphael), um descendente asitico
que sofre com a rgida educao dada por sua me; Neha (Tiya Sircar), uma des-
cendente indiana que externa sua hipersexualidade. Outro estagirio, Graham
(Max Minghella), se torna o antagonista, liderando a melhor equipe e pratican-
do bullying com a equipe dos protagonistas.
Apesar da tenso inicial, o grupo, durante uma partida de quadribol trouxa, uma
das tarefas, consegue desenvolver um senso de equipe e superar as diferenas,
e usando o que cada um tem de melhor, tentaro realizar o sonho de trabalhar
no Google.
Web
< http://www.profissionalenegocios.com.br/materias/
materia.asp?cod_materia=632>. Acesso em: 10 abr. 2014.
E-SOCIAL
Para saber mais sobre o desenvolvimento do
Brasil com respeito s polticas voltadas gesto
com pessoas, acesse:
<http://www.esocial.gov.br/Conheca.aspx>. Acesso em:
10 abr. 2014.
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar
nesta unidade:
O papel do lder numa organizao que aprende
Inteligncia emocional para exercer a liderana
Objetivos de Aprendizagem Papel da motivao para o processo de liderana
Compreender o lder numa organizao que aprende Liderana no contexto da gesto com pessoas
continuamente. Comunicao e a eficcia na organizao
Apresentar as caractersticas da inteligncia emocional e sua
influncia para a liderana.
Compreender o papel da motivao para uma liderana eficaz.
Discorrer sobre a importncia do uso do poder com tica e
responsabilidade.
Caracterizar a liderana organizacional dentro do processo
da gesto com pessoas.
Descrever o processo de comunicao.
Na unidade anterior, fizemos uma viagem pela linha do tempo
chegando at o sculo XXI, analisando o desenvolvimento da rea
de recursos humanos, e percebemos que estamos na era da in-
formao onde as mudanas so rpidas e exigem a flexibilidade,
adaptabilidade, inovao e criatividade contnua do gestor em
sua organizao, e nessa era da informao que introduzimos a
unidade II deste livro, enfatizando a importncia da organizao
que aprende, que possui lderes com essa conscincia inovadora
e criativa, que inova continuamente em sua organizao e que in-
centiva sua equipe a inovar e desenvolver.
Sucesso!
Gesto com Pessoas
54
o papel do
LDER
numa organizao
que aprende
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Caro(a) acadmico(a), enquanto profissional que o gerente tenha conscincia que a ha-
graduado e atuante no mercado de traba- bilidade, tanto para estimular quanto para
lho, j percebeu que estamos na era das desestimular a criatividade, est entre as res-
(learning organizations) organizaes que ponsabilidades de liderana mais bsicas de
aprendem? Mas, afinal, o que isso? Estou um gerente. Afinal, a criatividade o alicerce
me referindo quela organizao que por da mudana construtiva e da inovao.
fora de seu pessoal, seus valores e sistemas, Falando sobre inovao, vamos defini-
capaz de mudar continuamente e melhorar -la? Segundo o mesmo autor, Schermerhorn
seu desempenho com base em lies da ex- (1999, p.302), inovao o processo de criar
perincia. E nesta era das organizaes que novas ideias e p-las em prtica. o ato de
aprendem, as organizaes e seus gerentes converter novas ideias em aplicaes utiliz-
precisam se adaptar continuamente s novas veis. Mas como podemos aplicar a inovao
situaes se quiserem sobreviver e prospe- na organizao? Quando pensamos em
rar em longo prazo. aplicaes utilizveis em inovao, podem
Quando falamos de organizaes que ocorrer de duas formas: (1) inovaes de pro-
aprendem, no podemos deixar de lado a cesso, que resultam em modos melhores de
criatividade e inovao. Vamos definir estas fazer as coisas; e (2) inovaes de produto,
duas palavras: criatividade, na viso de que resultam na criao de bens ou servios
Schermerhorn (1999, p.302), pode ser entendi- novos ou moderados. Dessa forma, os geren-
da como a exibio ou uso da engenhosidade tes devem estar atentos criao de novos
e da imaginao, para criar uma abordagem ambientes de trabalho que estimulem a cria-
nova para as coisas ou uma soluo original tividade e um fluxo permanente de novas
para um problema. Pensando dessa forma, ideias, e cuidar para que as boas ideias para
pode-se observar, nos cenrios das orga- os processos de trabalho novos ou modifi-
nizaes, bons gerentes que tiram todo o cados sejam realmente implementadas.
proveito da participao e envolvimento dos As organizaes que aprendem possuem
funcionrios para estimular a criatividade da caractersticas inovadoras, so mobilizadas
equipe. Em contrapartida, tambm podemos para apoiar a criatividade e a inovao, e seus
observar gerncias fracas e prticas orga- gerentes tm papel ativo na liderana do pro-
nizacionais mal definidas, que sufocam as cesso. O consultor Peter Senge, autor do livro
habilidades criativas das pessoas. importante The Filth Discipline, enfatiza que os gerentes
Gesto com Pessoas
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I N T E L I G N C I A E M O C I O N A L PA R A
EXERCER A LIDERANA
Talvez esteja pensando: como desenvolver enfrentaram, o que leva as pessoas a terem
inteligncia emocional? Eu sou uma pessoa de responder a questes emocionais muito
equilibrada. Antes de falarmos sobre isso, vou distintas, para as quais, frequentemente, no
explicar do se trata este termo. H alguns estamos preparados. Como exemplo disso,
anos, o psiclogo norte americano, Daniel esto as questes relacionadas aos conflitos
Goleman (1946), publicou um livro expondo no trabalho, a constante ameaa de demis-
uma tese de grande impacto sobre gestores ses e redues de quadro, carga estressante
e profissionais de empresas, sobre as pessoas de atividades, metas de trabalho extrema-
em geral, que chamou de inteligncia emo- mente exigentes, a invaso da privacidade
cional, ou seja, na viso de Goleman, ter um que a tecnologia nos trouxe, dentre outras,
elevado QE (Quociente Emocional), ou saber que so desgastantes emocionalmente, e
lidar bem com as emoes e sentimentos, da nem todos esto preparados.
prpria pessoa e dos outros. Possuir apenas Enfim, quem tem inteligncia emocio-
um elevado QI (Quociente de Inteligncia) nal tem o qu? Oliveira (2011) esclarece que,
no representa atualmente uma condio na viso de Goleman, existem cinco com-
privilegiada suficiente. ponentes bsicos para caracterizar nossa
Na viso de Goleman, as dificuldades inteligncia emocional. So nessas cinco
pelas quais passamos hoje so profunda- reas de nossa vida emocional que precisa-
mente diferentes das que nossos pais e avs mos nos desenvolver:
Gesto com Pessoas
58
A
presena desses traos emocionais nos gestores far toda a diferena na forma
de liderar sua equipe na organizao. Aproveite o momento em que acabou de
ler os cinco traos e faa uma autoanlise, a seguir, pegue uma folha de papel e
escreva os pontos positivos que detectou em sua personalidade, e os pontos que precisam
ser trabalhados ou desenvolvidos para atingir a inteligncia emocional em todos os traos
emocionais.
Quando o gestor tem plena conscincia de sua atual inteligncia emocional e procura
desenvolver os pontos necessrios, ele conseguir ter uma percepo maior sobre a motiva-
o de sua equipe, o seu papel enquanto lder e a importncia do processo de comunicao
dentro da organizao.
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A partir de agora, vamos discutir um dos A teoria tradicional da motivao, que evoluiu
temas mais abordados em gesto com a partir do movimento da Administrao
pessoas: motivao. A motivao para o tra- Cientfica, na virada do sculo XIX para o
balho um estado psicolgico de disposio, sculo XX, fundamentada na base em que
interesse, vontade de perseguir ou realizar o dinheiro o principal motivador. Se a re-
uma tarefa ou meta. Dizer que uma pessoa compensa financeira for correspondente, os
est motivada para o trabalho quer dizer que funcionrios produziro mais. Desse modo,
a pessoa est disposta para realizar o trabalho. as recompensas financeiras devem estar di-
Para Maximiano (2009), a palavra moti- retamente relacionadas ao desempenho.
vao deriva do latim motivus, movere, que
significa mover. Em seu sentido original, a motivos internos e
palavra indica o processo no qual o compor-
externos
tamento humano incentivado, energizado
ou estimulado por algum tipo de motivo. A Quando estudamos a motivao para o tra-
verdade que a motivao, tanto na teoria balho, percebemos que resultante de uma
quanto na prtica, h muito, faz parte de interao entre os motivos internos das pessoas
nossa vida; pessoas altamente motivadas e os estmulos da situao ou ambiente. Vamos
podem resultar em aumentos substanciais entender, agora, segundo a percepo de
na produtividade e na satisfao no trabalho. Maximiano (2011), do que se trata:
Gesto com Pessoas
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Potencial
Criatividade
Interao
Auto-Realizao
Auto - Estima
Necessidades Sociais
Necessidades de Segurana
D
e acordo com a pirmide na figura anterior, Maslow defende que existe
uma tendncia natural na qual os indivduos se tornam conscientes de
cada uma dessas necessidades, sendo motivados por elas em ordem as-
cendente. Cada degrau elevado, na pirmide, significa a superao bem-sucedida
do degrau anterior. O nvel mais baixo, que consiste nas necessidades fisiolgicas,
reflete a preocupao do indivduo com as necessidades bsicas de sobrevi-
vncia. Em seguida, o indivduo passa para o degrau da segurana, que reflete
a preocupao com a segurana, a fim de evitar ferimentos. O terceiro degrau
representa as necessidades sociais do ser humano em ser aceito pelo outro e
pertencer a um grupo. O quarto o nvel das necessidades de autoestima, que
incentiva a pessoa a contribuir ao mximo com os esforos do grupo em troca
de recompensa que o reconhecimento pode assumir. O quinto e ltimo degrau
na escala o das necessidades de autorrealizao, que so supridas quando a
pessoa consegue alcanar o patamar mximo de conquista, crescimento e rea-
lizao pessoal por meio da ao.
Para Montana e Charnov (2005), de acordo com a teoria de Maslow:
As necessidades fisiolgicas esto na base da hierarquia. O indivduo
comea com essas necessidades antes de se preocupar com as de nvel
superior.
Uma necessidade em qualquer ponto da hierarquia precisa ser atendida
antes que a necessidade de nvel superior seja satisfeita; a pessoa
permanecer com esta necessidade at que ela seja atendida.
Quando atendida a necessidade, o indivduo passa a ser motivado pela
prxima necessidade.
Indivduo est em um processo de desenvolvimento contnuo, buscando
sempre a prxima necessidade.
Uma necessidade pode predominar sobre outras, devido a fatores como
personalidade, idade e meio social.
Ps-Graduao | Unicesumar
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teoria dos
dois fatores
A segunda teoria que vamos considerar condies, era o motivo de maior satisfao.
nesta unidade a teoria dos dois fatores, Analisadas as respostas, chegaram con-
proposta por Frederick Herzberg, a qual cluso de que a satisfao era resultado de
sugere como os motivos presentes na si- aspectos relacionados ao contedo do traba-
tuao de trabalho interagem com os lho, a tarefa em si. A essas variveis foi dado
motivos internos de cada pessoa. Quanto o nome de fatores intrnsecos ou fatores M,
ao ambiente de trabalho, os fatores que de motivao propriamente dita. Entretanto,
influenciam o desempenho podem ser di- os aspectos insatisfatrios diziam respeito ao
vididos em: (1) o prprio trabalho, e (2) as contexto do trabalho, s condies dentro
condies de trabalho. das quais o trabalho era realizado. Essas vari-
Em seus estudos, Herzberg e sua equipe veis foram chamadas de fatores extrnsecos
perguntaram a engenheiros e contadores ou fatores H, de higiene. O quadro a seguir,
qual dos dois fatores, o trabalho ou as suas lista os principais fatores de cada categoria.
A partir desses estudos, Herzberg criou Comentando sobre essa teoria, Maximiano
a teoria dos dois fatores, que afirma que (2011) esclarece que, segundo a viso de
apenas o trabalho em si e os fatores que Herzberg, o ambiente de trabalho produz
lhe so diretamente relacionados podem satisfao com o prprio ambiente, e no
fazer as pessoas se sentirem satisfeitas, ou motivao para o trabalho em si. Em contrapar-
seja, em situaes de trabalho, somente os tida, o contedo do trabalho produz satisfao
fatores intrnsecos produzem satisfao com com o prprio trabalho, ou seja, para que haja
o trabalho. Em contrapartida, os fatores ex- motivao, preciso que o indivduo esteja sa-
trnsecos influenciam apenas o estado de tisfeito com o seu trabalho. a combinao do
satisfao com as condies dentro das ambiente de trabalho e do contedo do traba-
quais o trabalho realizado, eles no fazem lho que faz o motor interno funcionar, quando
a pessoa sentir-se satisfeita com o trabalho, um fator no funciona, no haver motivao
mas reduzem a insatisfao. para o indivduo no trabalho.
frustrao e
caractersticas individuais
Maximiano (2011) ressalta que quando as ne- e (3) agresso: por meio de ataque fsico ou
cessidades da pessoa no so atendidas, isso verbal em um rompante de ira e hostilidade
gera frustrao. A frustrao pode ser uma com as pessoas na organizao.
motivao poderosa para a ao humana, certo que todas as pessoas so singulares,
que refletida em comportamentos nega- e tambm compartilham caractersticas
tivos no ambiente de trabalho, que podem individuais, como competncias, atitudes
ser: (1) fuga: quando a pessoa procura um e interesses, emoes e personalidade, e
outro emprego; (2) resignao: ela se torna todas essas caractersticas interagem com
aptica e desinteressada pela organizao as necessidades entre si, fazendo de cada
e seus objetivos, e no tem produtividade; pessoa um caso nico de motivao.
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(1) lderes formais, que recebem os ttulos de complexo no qual interagem algumas va-
gerente, diretor ou supervisor, ou seja, aqueles riveis: (1) motivaes dos liderados que
que oficialmente recebem a autoridade e o mantm uma relao de influncia recpro-
poder pela organizao, e o nvel de poder ca, a liderana validada pelo atendimento
influenciado pela posio ocupada; e (2) das expectativas dos liderados; (2) a tarefa a
lderes informais, como o prprio nome diz, tarefa deve estar sincronizada com as motiva-
no possui autoridade formal pela empresa, es dos liderados; (3) o lder a postura do
mas, devido a um atributo pessoal ou desem- lder em dirigir seus esforos para realizao
penho superior, pode influenciar os demais dos objetivos organizacionais; e (4) o contex-
e desempenhar em informalmente uma to dentro do qual acontece a relao entre
funo de liderana. lder e os liderados o meio organizacional,
importante ressaltar que a pessoa que social e cultural influenciar o comportamen-
desempenha o papel de lder influencia o to dos lderes e dos liderados.
comportamento de um ou mais liderados. Um dos autores mais conhecidos dessa
S h liderana quando h liderados, que linha Henry Mintzberg, que define a lideran-
seguem o lder por algum motivo. Em todas as a no como habilidade singular, mas como
definies sobre liderana, salientado uma um complexo de habilidades que podem ser
competncia que estabelece uma relao desenvolvidas incluindo a comunicao, que,
de influncia. Entretanto, a liderana mais segundo Mintzberg, o alicerce da lideran-
que somente uma competncia, envolve os a, por isso, consideraremos mais adiante e
liderados, a tarefa e a conjuntura. mais a fundo o processo da comunicao
Com essa viso, Maximiano (2011) escla- como forma de persuadir, inspirar ou motivar
rece que a liderana um processo social seus liderados.
S h liderana quando
h liderados, que seguem
o lder por algum motivo
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J
comprarem aquele produto. tinha parado para pensar que todas as
6. O poder de referncia pode no formas mencionadas acima so formas
derivar exatamente do indivduo de exercer poder sobre outros na orga-
que exerce esse poder, mas est nizao? Voc consegue se ver em alguma
associada ou vinculada a outra situao como essa? Conseguiu se visualizar
pessoa que est prxima dele ou, em alguma situao? H muito que refletir
com quem tem um relacionamento. sobre o assunto, principalmente na respon-
Um exemplo desse tipo de poder sabilidade em como us-lo de forma tica
o ttulo de assistente de um e responsvel, dentro do contexto orga-
presidente na organizao, embora, nizacional para que possa ser positiva aos
pessoalmente, no tenha muito interesses organizacionais. J que o poder
poder, geralmente percebido, est relacionado liderana, vamos falar
como se estivesse agindo no lugar agora sobre algumas, dentre vrias aborda-
dos que detm tal poder, por ser gens da liderana? isso que vamos estudar
autorizado a fazer algumas tarefas no prximo tpico.
ligadas diretamente ao seu superior.
7. O poder de informao se origina liderana no contexto
de informaes importantes em
um momento crtico, quando essas
organizacional
informaes so necessrias ao Existem vrias abordagens tericas sobre a
funcionamento da organizao. liderana, a inteno, nesta unidade, no
Isso significa que pode no ter esgotar o tema estudando todas as teorias,
nenhuma relao com o cargo que mas trazer algumas delas para estudo, a fim
um indivduo ocupa na organizao, de causar uma reflexo sobre o assunto e
mas o acesso a informaes como posso exerc-la da melhor forma na
importantes na organizao. minha organizao.
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Para que voc entenda melhor essa abor- nenhum estilo correto, isolado de liderana
dagem, veja a figura abaixo, que mostra mostrou-se sempre eficaz. Os pesquisadores,
como as duas dimenses da liderana so em ambos os estudos, bem como pesqui-
geralmente apresentadas em uma matriz do sadores posteriores, chegaram s seguintes
estilo de liderana. concluses, apresentadas por Montana e
Charnov (2005, p. 252):
Alta
Conforme demonstrado acima, trs tipos Dentro desse contexto, Oliveira (2011) refora
de estilo de liderana foram colocados na que a abordagem comportamental da lide-
matriz. Observe que o lder A demonstra alto rana contribuiu muito para o entendimento
interesse pelas pessoas e uma baixa preocu- da liderana, embora no tenha encontrado
pao com as tarefas. Analisando o lder B um estilo certo para o lder. Ela passou do foco
veja que este demonstra um interesse igual por traos pessoais e gentica para o com-
pelas pessoas e pelas tarefas. O ltimo lder, portamental, apresentando uma viso mais
o C, demonstra um grande interesse pela complexa de liderana, que fez com que pes-
tarefa e pouco interesse pelas pessoas. quisadores posteriores examinassem a relao
Dois grupos de pesquisa ocorreram entre estilos, habilidades, aptides de liderana
na Universidade do Estado de Ohio e na e as necessidades da situao. Esses mtodos
Universidade de Michigan sobre os compor- ficaram conhecidos como abordagens situa-
tamentos da liderana. A concluso foi que cionais, e o que trataremos a partir de agora.
Ps-Graduao | Unicesumar
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abordagens
situacionais (contingenciais)
As abordagens situacionais so aceitas, atualmente, como o conhecimento mais
avanado em liderana, pois se trata de uma viso complexa da liderana entre
os estilos, aptides e habilidades de liderana e as necessidades da situao.
Na figura a seguir, voc consegue visualizar melhor as influnciais contingenciais
(situacionais) na eficcia da liderana:
LDER
Natureza da organizao Caractersticas do trabalho
1. regras e polticas da organizao 1. natureza do trabalho
2. cultura organizacional 2. desafio do trabalho
3. tempo e recursos disponveis 3. requisitos de trabalho em equipe
4. expectativas de desempenho
da organizao
P
odemos dizer que cada um desses caso queira se aprofundar nessas teorias. A
fatores tem o poder de influenciar o primeira, que o Modelo Contingencial de
comportamento da liderana e a efic- Fiedler, considera quatro variveis: colega de
cia de um estilo de liderana. Seguindo essa trabalho menos preferido (CTMP), estrutura
mesma linha de pensamento, vrios autores da tarefa, relaes lder-seguidor e o poder
importantes da rea de administrao tm da posio do lder no desenvolvimento de
desenvolvido abordagens contingenciais ou recomendaes de liderana. E a segunda
situacionais especficas para o entendimento a Teoria do Caminho-Objetivo de Martin
da liderana eficaz. Entre elas, duas se desta- G. Evans e Robert J. House, que considera o
cam: o modelo contingencial de Fiedler e a trabalhador motivado se acreditar que o tra-
teoria do caminho-objetivo. balho pode ser realizado, se as recompensas
A inteno, nesta unidade, no se oferecidas forem adequadas e as recompen-
aprofundar nas teorias, mas direcion-lo(a), sas forem significativas para o indivduo.
grade gerencial
Para concluir as teorias sobre liderana, ser Srygley Mounton adaptaram os estudos da
apresentada a Grade Gerencial, que uma Universidade de Michigan e os estudos da
ferramenta popular nas empresas modernas, Universidade de Ohio e desenvolveram a
embora no reflita a complexidade de um grade gerencial, que uma matriz que se
autntico modelo contingencial, mas adota concentra em cinco estilos principais de li-
a abordagem comportamental da eficcia derana que se distinguem em termos de
da liderana. preocupao com as pessoas e a preocupa-
Como surgiu essa matriz? Os cientis- o com a produo. Veja na figura abaixo
tas da administrao Robert R. Blake e Jane um modelo da grade gerencial:
Ps-Graduao | Unicesumar
73
9
1,9 9,9
8
Preocupao com as pessoas
5
5,5
4
1
1,1 Figura 7: Grade gerencial
1 2 3 4 5 6 7 8 9 de Blake e Mouton
Montana e Charnov (2005)
Preocupao com a produo
Posio 1,1: essa posio, na grade ge- Posio 9,9: esse estilo mostra igual preo-
rencial, demonstra uma preocupao cupao, tanto pela produo como pelas
igualmente mnima, tanto com as pessoas pessoas, e representa o estilo gerencial ideal,
quanto com a produo. equilibrado, o que no fcil de encontrar.
Posio 1,9: esse estilo gerencial caracteri- Posio 5,5: esse estilo gerencial est no
zado por uma elevada preocupao com as meio da grade gerencial e recebe o nome
pessoas, mas uma preocupao mnima com de estilo gerencial meio do caminho ou
a produo. O que pode criar um ambiente moderado. Esse estilo representa uma pre-
de trabalho amigvel e confortvel, entre- ocupao adequada e um equilbrio entre
tanto, o trabalho pode no ser concludo. a orientao para a tarefa e para as pessoas.
Mesmo sendo criticada pelos cientistas
Posio 9,1: esse estilo gerencial destaca da administrao, a grade gerencial ainda
uma alta prioridade realizao da produ- permanece como uma ferramenta ampla-
o desejada, embora dedicando pouca mente utilizada nas organizaes.
Gesto com Pessoas
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comunicao e a eficcia
na organizao
Mensagem
Transmissor Receptor
Canal de comunicao
Feedback
Rudos
Figura 8: Modelo do Processo Bsico de Comunicao
Maximiano (2009)
Gesto com Pessoas
76
Conforme observado na figura acima, a comu- certas situaes, podem ser o mtodo mais
nicao comea com o emissor codificando apropriado para comunicar uma mensagem.
uma mensagem e termina com o receptor Sendo assim, importante que um gerente
decodificando a mensagem. Entre esses dois tenha em mente que vrias mensagens
pontos terminais, a mensagem passa pelos podem ser comunicadas simultaneamente:
filtros do emissor e do receptor e pelo rudo uma mensagem verbal e uma mensagem
externo, dos quais pode receber interfern- respectiva de postura corporal podem ser
cia e resultar em comunicao eficaz. enviadas ao mesmo tempo, o que obrigar o
importante notar que qualquer receptor a conciliar as diferentes mensagens.
estmulo pode ser usado para enviar uma Os gestores que desejam comunicao eficaz
mensagem. Os sentidos da audio e da devem minimizar mensagens simultneas
viso, normalmente, so as principais vias conflitantes ou a decodificao errada, Matos
da comunicao no contexto do trabalho. (2009, p. 47) salienta, no quadro abaixo, os
Olfato, paladar e tato tambm podem ser principais fatores que prejudicam a capaci-
usados para transmitir mensagens e, em dade de escutar.
Complementando essa viso, Maximiano mas que podem fazer toda a diferena na
(2009) afirma que as dificuldades na comu- prtica. Vamos deixar que Montana e Charnov
nicao surgem, em parte, por causa de (2005, p. 323) apresentem-nas para ns:
mecanismos pessoais de distoro, alm dos 1. O processo de comunicao deve
apresentados no quadro acima, a desateno, comear com a formulao de
a avaliao precipitada e a falta de um voca- uma mensagem clara e concisa. Ao
bulrio comum tambm podem influenciar saber exatamente o que voc quer
negativamente. Os gestores que querem fa- comunicar, ser mais fcil fazer isso.
cilitar a comunicao eficaz devem prestar Se voc estiver confuso quanto a
ateno mensagem que est sendo trans- sua mensagem, a pessoa para a qual
mitida, evitar uma avaliao precipitada e fazer voc a est enviando provavelmente
uso de um vocabulrio comum s pessoas a tambm ficar. Ao tornar a
quem a comunicao est sendo dirigida. mensagem mais concisa possvel,
Tambm importante ressaltar o que voc evitar a confuso causada
Marras (2011) comenta sobre os mecanismos pela complexidade da mensagem.
psicolgicos de distoro, que so processos 2. Use palavras que faam parte
que operam para distorcer comunicaes do vocabulrio comum do
interpessoais afetando tanto o receptor indivduo com quem voc deseja
quanto o emissor. As mais conhecidas so se comunicar e leve em conta
a racionalizao, que autojustificao da que grupos diferentes possuem
interpretao de uma mensagem especfi- vocabulrios diferentes. Voc deve
ca ou de um comportamento. E a negao, estar preparado(a) para mudar de
que a falta de reconhecimento do signifi- vocabulrio sempre que necessrio.
cado de uma mensagem. A mesma mensagem pode ser
comunicada em termos diferentes
D
iante de todos estes obstculos, para grupos diferentes, para
como podemos melhorar a comu- favorecer a comunicao eficaz.
nicao interpessoal no mbito 3. Aps enviar uma mensagem e
organizacional? Existem muitas bibliografias permitir tempo suficiente para
tratando sobre o assunto e voc encontra- sua transmisso e decodificao,
r as mais variadas dicas para tal. Mas, nesta faa um teste de preciso: pea
unidade, vamos apresentar uma orientao ao indivduo com quem voc est
derivada de pesquisas cientficas e experin- se comunicando para repetir a
cias de gerentes que podem o(a) auxiliar a mensagem. Tome cuidado para no
melhorar sua comunicao na organizao, concluir que a comunicao foi bem-
e no se surpreenda, pois so dicas simples, sucedida, se a mensagem for repetida
Gesto com Pessoas
78
Comunicao de
cima para baixo
Comunicao
diagonal
Comunicao de
Comunicao lateral
baixo para cima
O QUE VOC FARIA, EN- cos, dedicados ao trabalho, estimulasse mais a atitude
QUANTO LDER? analticos, cuidadosos e pes- empreendedora e o trabalho
soas conservadoras, que se em times participativos. Po-
Voc foi indicado(a) para ser dedicam individualmente ao rm, voc percebe que seu
o(a) gerente de Engenha- seu trabalho, independente- superior, o gerente geral da
ria em uma grande fbrica mente de fazerem parte de fbrica, um engenheiro da
que projeta e manufatura uma equipe. velha guarda, conservador,
mecanismos de controle Nos ltimos meses, a matriz centralizador e acostumado
eletrnico a carto, de alta resolveu descentralizar as com a cultura anterior, e que
tecnologia, feitos sob me- decises e comunicou que ser relutante quanto a ajus-
dida. Trabalham com voc haveria uma mudana cul- tar-se nova proposta.
15 engenheiros. Metade do tural na empresa: em vez da Como lder de sua equipe, o
grupo formado por pesso- tradicional cultura impositi- que voc faz?
as de meia-idade, que nunca va, top dowm e baseada em
trabalharam para outra em- normas estritas que vigorou Exemplo extrado de: OLIVEIRA,
presa; e os demais so re- at o presente, a empresa Marco A. Comportamento Orga-
cm-formados. Entretanto, queria implantar outra cul- nizacional para Gesto de Pesso-
todos so altamente tcni- tura, mais participativa e que as. So Paulo: Saraiva, 2010.
Gesto com Pessoas
80
consideraes finais
Terminamos aqui mais uma unidade deste gestor(a), esteja consciente da importncia
livro. Espero ter contribudo de alguma forma de aprender constantemente, de ser inova-
para o seu aprendizado e desenvolvimento dor(a), de ser criativo(a), de desenvolver a
profissional. Conforme ressaltado, indepen- inteligncia emocional para gerir com sa-
dente da rea em que voc atue, falar sobre bedoria e empatia, compreendendo como
gesto com pessoas impacta diretamente a motivao dos indivduos na organizao
em voc enquanto profissional, e quando se implica nos resultados da liderana e como
trata do tema liderana, no tem como fugir, ser responsvel enquanto lder com a utiliza-
se voc ocupa ou pretende ocupar uma vaga o do poder no contexto gerencial, alm da
de liderana. Espero o(a) ter levado refle- importncia da compreenso dos processos
xo sobre a importncia da liderana na vida de comunicao no ambiente organizacio-
organizacional, destacando a abrangncia nal, como sendo indispensvel para o sucesso
dessa responsabilidade. de uma liderana.
A inteno desta unidade no foi esgotar Foi um prazer trabalhar com voc e, por
o assunto sobre os temas tratados, mas di- fim, explore ao mximo possvel esta unidade
recionar, mostrar o caminho para que voc, preparada especialmente para voc!
Ps-Graduao | Unicesumar
81
relato de
caso
NA ERA DO CONHECIMENTO O QUE SE ESPERA zar equipes, independente s custas do que isso
DOS GERENTES? acontecesse. Nesse momento, desprezava-se a
viso sistmica do negcio, as habilidades de lidar
Os resultados provm do aproveitamento das com o grupo, e nem passaram perto de desen-
oportunidades e no da soluo dos problemas. volver estratgias de longo prazo. E cometeram
A soluo de problemas s restaura a normalida- o erro de achar que poderiam perder privilgios
de. As oportunidades significam explorar novos ao delegar tarefas e responsabilidades s suas
caminhos. (Peter Druker) equipes, por sentirem sua hierarquia ameaada.
Ao analisarmos a atuao gerencial nas organiza- Outro exemplo sobre diretores, gerentes de pro-
es, percebemos que muitos gestores, mesmo dutos e engenheiros, lderes, que no se atero
aps anos de experincia, no delegam respon- a solucionar um complexo problema de longo
sabilidades, voltando-se quase que integralmente prazo que envolveu a prpria sobrevivncia da
aos atributos tcnicos, muitas vezes inerentes a empresa. Na dcada de 80, a empresa fictcia M-
suas especialidades, perdendo o foco no todo em quinas do Brasil (gigante das mquinas de escre-
relao organizao que aprende. ver e calculadoras), no se apercebeu ou no se
deu conta de que novos os produtos de tecnolo-
O Consultor Empresarial Roberto Botelho relata gia estavam surgindo. Gestores preocupavam-se
que se lembrava de uma reunio na empresa em em atingir apenas os objetivos/metas comerciais,
que ele trabalhava h anos atrs, em que o dire- produo, distribuio. Qual foi o resultado? Sem
tor colocou a seguinte frase vista e ao lado do inovar, repensar novos produtos, preparar equipe
seu microfone: Todos gerentes e lderes devem para as incertezas do mercado, foram engolidos
alocar suficientemente os recursos disponveis pela concorrncia e, dentre tantos problemas
para produzir: espadas para a guerra e arados financeiros, fecharam as portas.
para a paz.
Hoje, em pleno sculo XXI, vivenciamos as uni-
O consultor relata que naquela poca, como um versidades e executivos empreendedores prepa-
bom iniciante, percebeu que ao trmino do even- rando bons profissionais que se tornam gerentes
to os gestores saram como com uma faca dentre aos 28, 30 anos, cientes de que vivemos em um
os dentes, talvez para buscar algum resultado, mercado mutante e global. Mais do que nunca,
para atingir as metas finais, ainda no domingo, esses talentos precisam aprender a conviver com
custa de chibatadas na equipe e autoflagelo pes- os executivos sniores (lderes acima dos 60 anos),
soal, trabalho de 12 horas por dia. A viso nessa no mesmo ambiente, o que exige flexibilidade e
poca e naquela empresa que, independente da ajustes, alm de trocas de experincias. Os pro-
escala hierrquica, eram os fazedores os mais va- cessos devem ser monitorados e ajustados rumo
lorizados, jogavam em todas as posies, o que aos resultados previstos, o que permite corrigir
importava era fazer gol atingir metas, catequi- desvios.
Gesto de Negcios
82
relato de
caso
O(A) gestor(a) precisa de muita racionalidade ao comunicao oral e escrita, infundir confiana,
encarar possveis impasses de percurso na vida resistncia ao estresse, tolerncia s incertezas
real. Alm dos atributos e habilidades pertinentes, e a reteno de talentos. EXIGE-SE do lder: que
as lideranas devem preservar: objetividade, ho- tenha em mente que a gesto do conhecimento
nestidade, flexibilidade, comunicao inteligvel nada mais que um conjunto de esforos or-
e corrente, saber escrever e interpretar normas, denados e sistematizados, visando criar novo
textos, procedimentos, leitura corporal (nas en- conhecimento, difundi-lo na organizao e in-
trelinhas), aguentar presses e resistir ao estresse, corpor-lo a produtos, servios e sistemas, bem
valorizar pessoas e torn-las influenciadoras du- como a proteg-lo contra o uso indevido. Segun-
rante perodos de incertezas, ou situaes adver- do Roberto Botelho, deve segurar o leme, mas
sas no ambiente interno da organizao ou no no empurrar o barco.
mercado externo.
atividade de autoestudo
1. Segundo McGregor, a liderana uma forma dinmica de comportamento e sofre a
influncia de quatro componentes. Silva (2004) aponta como sendo: as caractersticas
pessoais do lder, dos liderados, da tarefa ou misso e o contexto organizacional e social
da liderana. Para que uma liderana resulte em pontos favorveis para os liderados e
para a organizao, necessrio que:
I. O lder deve atender as necessidades dos superiores.
II. Os liderados acreditem no lder.
III. Os liderados devem visualizar em seu lder a misso pela qual devem buscar.
IV. O grau de influncia do lder definir os limites da liderana.
Web
<http://www.brasilpost.com.br/2014/01/24/sinais-inteli-
gencia-emoci_n_4651027.html>. Acesso em: 18 abr.2014
Livro
Liderana Duradoura: o que podemos aprender
com 25 maiores lderes.
Autor: Mukul Pandya e Robbie Shell
Editora: Bookman
Sinopse: Liderana duradoura apresenta os perfis
das 25 pessoas que mais influenciaram o mundo
dos negcios no ltimo quarto de sculo. O texto
contm lies que podem ajudar a descobrir,
refinar e alimentar o seu prprio estilo de lide-
rana, conquistando resultados surpreendentes
que podem acelerar o progresso de sua carreira.
A obra tambm identifica as oito qualidades que
fizeram dessas pessoas grandes lderes.
Ps-Graduao | Unicesumar
85
filme
Filme Filme
Erin Brokovich - Uma Mulher de Talento Coach Carter - Treino Para A Vida
Dirigido: Steven Soderbergh Dirigido: Thomas Carter
Elenco: Julia Roberts, Albert Finney, Aaron Eckhart Elenco: Samuel L. Jackson, Rob Brown, Ashanti
Durao: 2:11 min Durao: 136 min
Ano: 2000 Ano: 2005
Pas: Estados Unidos
SINOPSE: Richmond, Califrnia, 1999. O dono de
SINOPSE: Erin (Julia Roberts) a me de trs uma loja de artigos esportivos, Ken Carter (Samuel
filhos o trabalha em um pequeno escritrio de L. Jackson), aceita ser o tcnico de basquete de
advocacia. Quando descobre que a gua de uma sua antiga escola, onde conseguiu recordes e
cidade no deserto est sendo contaminada e que fica em uma rea pobre da cidade. Para sur-
espalhando doenas entre seus habitantes, con- presa de muitos, ele impe um rgido regime, em
vence seu chefe a deix-la investigar o assunto. que os alunos que queriam participar do time
A partir de ento, utilizando-se de todas as suas tinham de assinar um contrato que inclua um
qualidades naturais, desde a fala macia e con- comportamento respeitoso, modo adequado de
vincente at seus atributos fsicos, consegue se vestir e ter boas notas em todas as matrias. A
convencer os cidados da cidade a cooperarem resistncia inicial dos jovens acaba e o time sob
com ela, fazendo com que tenha em mos um o comando de Carter vai se tornando imbatvel.
processo de 333 milhes de dlares. Quando o comportamento do time fica muito
abaixo do desejvel Carter descobre que muitos
COMENTRIO: O filme apresenta uma mulher dos seus jogadores esto tendo um desempe-
comum, porm, esforada, procura de um nho muito fraco nas salas de aula. Assim, Carter
emprego, que se deparou com uma situao ex- toma uma atitude que espanta o time, o colgio
tremamente perigosa, que necessitava de olhos e a comunidade.
atentos e coragem para ser solucionada: a coero
que uma grande empresa fazia sob os moradores COMENTRIO: Ofilme conta a histria do treina-
vizinhos fbrica para que eles vendessem suas dor Ken Carter (Samuel L. Jackson). Este,diante
casas depois de t-los, sem que eles soubessem, de um jovem e indisciplinado time de basquete
infectado com um elemento qumico extrema- do ensino mdio, mostrapara aequipe a ne-
mente inapropriado para o contato humano. cessidade de se dedicar ao esporte, bem como
A trama gira em torno da vida de Erin e seu com- a demelhorar as condies de vida deles. As
portamento bem como sua perspectiva em medidas extremas tomadas pelo treinador im-
relao s coisas que a cercam, desde o convvio pactam os alunos, que comeam a enxergar os
com os colegas de trabalho e com os filhos at desafios como oportunidades para construir um
a necessidade especial que as pessoas afetadas futuro melhor.
pela fbrica demandam. Embora seja contra as A histria retrata como que com um trabalho
expectativas mais moralistas, pode-se dizer que de liderana bem estruturado dentro e fora de
Erin um composto de pensamento crtico e ele- quadra, consegue mudar positivamente a equipe,
gncia, ao observarmos suas roupas chamativas que passou a trabalhar unida e comeou a vencer.
e a prpria viso dela em relao a isso. Mas um Aps assistir, reflita se a postura de liderana re-
exemplo de uma pessoa simples e determinada tratada por Carter nesse filme traz alguma lio
que demonstrou ser humana e teve a iniciativa que poder levar para a sua realidade na empresa
em aprender e buscar seus objetivos. onde trabalha.
3 FERRAMENTAS PARA A GESTO COM PESSOAS
Plano de estudo
A seguir, apresentam-se os tpicos que voc estudar
nesta unidade:
Atrao, seleo e ambientao de pessoas
Remunerao, incentivos e benefcios
Objetivos de Aprendizagem Capacitao de pessoas
Descrever o processo de atrao e seleo de pessoas. Gerenciando o desempenho
Apresentar alternativas para a manuteno e reten-
o de pessoas.
Detalhar o processo de treinamento e sua importn-
cia para as organizaes.
Compreender o processo envolvido na avaliao de
desempenho.
Apresentar as diferenas entre avaliar e gerenciar o
desempenho.
Caro(a) aluno(a), uma satisfao participar junto com voc dessa
jornada de aprendizado e de troca de experincias. Nas unidades
iniciais, foram apresentadas inmeras ideias que atualmente en-
volvem a Gesto com Pessoas, desde o seu processo evolutivo, ao
longo das dcadas, at o seu contexto contemporneo, em que
gerenciar as pessoas tornou-se um termo ultrapassado. Diante
disso, gestores em todos os nveis organizacionais devem perceber
que o atual cenrio econmico, mercadolgico e concorrencial
tem exigido estratgias diferenciadas, e para atender tantas de-
mandas, as empresas no podem simplesmente gerenciar as
pessoas, preciso que essa viso evolua para um gerenciar com
as pessoas. Somente por meio dessa parceria entre empresas e
profissionais que haver chances das organizaes se mante-
rem competitivas no mercado.
Ao longo desta unidade III, vamos conhecer algumas ferramentas
consideradas essenciais para a Gesto com Pessoas. Primeiramente,
vamos descrever o processo de atrao e seleo de pessoas,
bem como as inmeras armadilhas envolvidas nesse processo
to importante para as organizaes, sem nos esquecer da etapa
de ambientao de novos profissionais. Em seguida, apresento
algumas alternativas para manter e reter as pessoas trabalhando
na empresa envolvendo a remunerao, incentivos e benefcios.
Na sequncia, vamos entender porque to importante treinar
e capacitar a equipe de trabalho e ainda compreender como de-
senvolver um programa de treinamento eficaz. Finalizando esse kit
de ferramentas para a gesto com pessoas, apresento o processo
de avaliao de desempenho e suas inmeras particularidades e
ainda proponho uma reflexo sobre as diferenas existentes entre a
avaliao e o gerenciamento do desempenho Espero que aprecie
o contedo e que possa auxiliar na ampliao de seus horizontes
quanto s ideias e ferramentas para a gesto com pessoas
Gesto com Pessoas
88
ferramentas para a
gesto com
PESSOAS
L
idar com pessoas nas organizaes pessoas, como tradicionalmente conhe-
uma responsabilidade que, atualmente, cida, uma das reas que mais tem sofrido
se reveste de uma complexidade muito mudanas e transformaes nos ltimos
maior do que h poucos anos. A gesto de anos.
Ps-Graduao | Unicesumar
89
atrao, seleo e
ambientao de
pessoas
E
m vrios momentos de nossas vidas,
nos deparamos com situaes em
que precisamos decidir algo.
Seja por que precisamos esco-
lher com que roupa vamos sair
para trabalhar de manh, seja por
que queremos eleger uma pessoa
para casar e constituir uma famlia.
Porm, muitas vezes, nos esquecemos de
avaliar as consequncias que podem
surgir a partir de nossas escolhas.
Consequncias essas que podem
ser tanto positivas como negati-
vas. Alm disso, muitas vezes, no
levamos em considerao todos os
pontos relevantes para se fazer uma
boa escolha. As escolhas erradas em
uma empresa podem trazer consequncias
desastrosas, podendo gerar perdas de tempo,
dinheiro, investimentos em treinamentos e
de clientes. Empregar pessoas erradas custa
muito dinheiro para a organizao. Surgem
problemas na produo e no atendimento,
o que gera hostilidade por parte dos clien-
tes e vendedores e produz, ainda, conflitos
interpessoais que acabam por aumentar a ro-
tatividade criando mais complicaes, que,
por muitas vezes, decorrem de contrataes
feitas de forma errada, trazendo desgastes
fsicos, mentais, emocionais, financeiros e
profissionais (MARRAS, 2011).
Gesto com Pessoas
92
seleo de pessoas
S
egundo Lacombe (2005), a Seleo Perceba que Seleo o processo no qual
abrange o conjunto de prticas e pro- a organizao utiliza estratgias para filtrar
cessos usados para escolher, dentre os e identificar os candidatos que renam as
candidatos disponveis, aquele que parece qualificaes e competncias exigidas para
ser o mais adequado para a vaga existente. ocupar o cargo que a empresa oferece. O
Como mais adequado entende-se aquele processo de seleo deve levar em considera-
que tem melhores condies de se ajustar o a eficincia e a eficcia no desempenho
empresa e ao cargo, conseguindo o desem- pessoal e o capital intelectual que deve ser
penho esperado. preservado e aumentado.
Gesto com Pessoas
98
Com o advento das novas tecnologias, cada cia. Um importante cuidado tomado pela
vez mais, as empresas vem utilizando os empresa foi criar uma cartilha sobre como
recursos de videoconferncia para a real- participar de uma entrevista por videocon-
izao de processos de seleo. Contudo, ferncia que, por sua vez, repassada para
percebe-se que nem as empresas e tambm um dos candidatos. Um dos gestores men-
os candidatos esto preparados para utilizar cionou que ao adotar essa ao a empresa
assertivamente essa nova ferramenta que pretende potencializar ainda mais os talen-
exige estratgias e procedimentos difer- tos humanos e por isso decidiu proceder
entes. Um bom exemplo de uso dessa nova com as instrues aos candidatos para que
ferramenta a empresa WFXZ que dentre eles tambm tenham a oportunidade de se
as diferentes etapas do processo de seleo, preparar para esse importante momento. A
inseriu um momento em que os candidatos palavra de ordem ser claro e transparente
so entrevistados por videoconferncia. com os candidatos evitando pegadinhas ou
Nesse caso, os gestores receberam capaci- surpresas.
tao para utilizar adequadamente a ferra- Para saber mais sobre esse assunto, que
menta e aos poucos vm empreendendo uma grande tendncia na rea de Re-
essa ao. Inicialmente a estratgia foi im- cursos Humanos, acesse: <http://revi-
plantar um processo semi-presencial, ou stagestaoenegocios.uol.com.br/gestao-mo-
seja, em alguns momentos aconteciam pres- tivacao/48/artigo273346-1.asp/>. Acesso
encialmente e em outros de forma a distn- em: 08 abr. 2015.
Gesto com Pessoas
106
remunerao,
incentivos e benefcios
A
s pessoas trabalham nas empresas qualificada versus a necessidade de contrata-
em funo de certas expectativas e o das empresas. Dessa forma, atualmente,
resultados, elas esto dispostas a se alguns setores da economia sofrem grandes
dedicarem ao trabalho e s metas e objeti- dificuldades em encontrar mo de obra qua-
vos da organizao desde que isto lhes traga lificada e considerando essa problemtica, as
algum retorno significativo pelo esforo e empresas devem planejar um sistema de re-
dedicao. Dessa forma, podemos entender munerao e benefcios que possa garantir a
que o engajamento das pessoas no trabalho permanncia dos profissionais na organiza-
depende do grau de reciprocidade percebido o. Longe de ser um fator que possa sozinho
por elas: na medida em que o trabalho produz promover a motivao nas pessoas, a remu-
resultados esperados, tanto maior ser esse nerao pode ser um atrativo muito favorvel
engajamento, da a importncia em proje- para a atrao e manuteno das pessoas na
tar sistemas de remunerao e recompensas empresa.
capazes de aumentar o comprometimento De acordo com Araujo (2005), no h
das pessoas para com o negcio da empresa mais uma estratgia de salrio nica e ideal
(CHIAVENATO, 2005, p. 220). para todas as organizaes, qualquer uma das
novas abordagens salariais pode ser muito
remunerao eficaz se ajustada e alinhada s necessidades
e metas de evoluo da empresa, assim como
Muitos autores mencionam que o dinhei- as culturas de trabalho. De acordo com o
ro no motiva ningum, acredito que autor mencionado, podemos entender a re-
voc j tenha ouvido essa expresso, mas munerao como contraprestao financeira
o que pretendo demonstrar que o fator e no financeira, recebida periodicamente
remunerao deve ser trabalhado estrategi- pelo corpo funcional, face a um trabalho
camente pelas empresas, uma vez que existe desenvolvido num espao de tempo pre-
um dficit na relao oferta de mo de obra viamente definido.
Ps-Graduao | Unicesumar
107
programas de
incentivos
U
ma vez que os salrios representam um tm promovido uma nova metodologia para
alto custo financeiro, muitas empre- a composio da remunerao total e ainda
sas passaram a utilizar outras formas reforado a ideia de que as pessoas devem
de buscar a fidelizao e a manuteno de sua ser entendidas como parceiras do negcio.
fora de trabalho, uma dessas alternativas so Esse modelo de remunerao procura valo-
os programas de incentivos que, de acordo com rizar os colaboradores que mais contribuem
Chiavenato (2005), so remuneraes flexveis com o resultado da empresa, colocando por
ou variveis que tm como propsito estimular terra os mitos sagrados que sempre coman-
a motivao e o empenho dos colaboradores daram a administrao salarial como: tempo
por intermdio de pacotes que envolvem re- de casa, lealdade ou formao escolar. Com a
munerao financeira e no financeira. remunerao varivel, passam a reinar outros
Os programas de incentivo ou remune- critrios como: resultados, criatividade, ino-
rao varivel, como tambm conhecido, vao, esprito empreendedor e iniciativa.
Ps-Graduao | Unicesumar
109
No quadro a seguir, Chiavenato (2005) tomadas pelas empresas para promover a re-
aponta os prs e os contras acerca da re- munerao varivel mediante programas de
munerao flexvel: incentivos, dentre eles, temos:
REMUNERAO FLEXVEL
Plano de bonificao anual.
Prs Contra Distribuio de aes da empresa aos
1. Ajusta a remunerao s funcionrios.
1. Requer uma certa des-ad-
diferenas individuais e ao Participao nos lucros e resultados.
ministrao salarial.
alcance de metas e resultados.
Remunerao por competncia.
2. Altera as estruturas salari-
2. Funciona como motivao ais lgicas e rigidamente Distribuio do lucro aos funcionrios.
intrnseca, dando nfase estabelecidas, instalando a Premiaes e bonificaes.
autorrealizao pessoal. contingncia em funo do
Os programas de incentivos devem ser dese-
desempenho.
nhados e planejados com bastante cuidado,
3. Premia o bom desempenho 3. Quebra a isonomia
e incentiva o desempenho dos ganhos dentro da levando em considerao aspectos: o nvel
excepcional. organizao. de engajamento do corpo funcional, reali-
4. Focaliza os resultados e o 4. Reduz o controle centraliza- dade mercadolgica, condies financeiras
alcance de objetivos. do dos salrios.
da empresa, necessidades dos colabora-
5. Pode provocar queixas dos
5. No produz impacto sobre os funcionrios no benefi- dores etc. necessrio que os objetivos e
custos fixos da organizao. ciados e possveis presses metas a serem atingidos sejam estabeleci-
sindicais.
dos com bastante transparncia para que
Quadro 3: Prs e Contras acerca da Remunerao todos entendam o projeto e ainda se sintam
Flexvel
Fonte: Adaptado de Chiavenato (2005) comprometidos com o propsito. Os in-
centivos devem ser projetados de acordo
Perceba que a remunerao varivel ou fle- com as necessidades da equipe, para isso,
xvel atualmente uma excelente alternativa nada melhor para as pessoas participarem
para a gesto de pessoas considerando que do processo, permitindo que auxiliem nas
a todo momento as empresas devem es- decises sobre os objetivos e metas, e ainda,
timular seus profissionais e esses, por sua os incentivos financeiros e no financeiros a
vez, necessitam manter-se altamente moti- serem disponibilizados pela empresa. Nesse
vados e comprometidos a todo momento. caso, a palavra de ordem para obter sucesso
Chiavenato (2005) lista as principais iniciativas : Transparncia!
Gesto com Pessoas
110
e servios
jetivos, vejamos cada situao.
Quanto sua exigibilidade legal
Os planos de benefcios podem ser classifi-
A remunerao no visa apenas recompen- cados em legais e espontneos, sendo que
sar os colaboradores pelo seu trabalho e os Benefcios Legais, conforme Chiavenato
dedicao, mas tornar a sua vida mais fcil (2005), so os benefcios exigidos pela legis-
e agradvel. Uma das maneiras de facilitar a lao trabalhista ou previdenciria, ou ainda,
vida dos colaboradores oferecendo bene- por conveno coletiva de trabalho. Os bene-
fcios e servios que, segundo Chiavenato fcios espontneos so aqueles concedidos
(2005, p. 271), nos estabelece a ideia de que por mera liberalidade das empresas, j que
benefcios constituem pagamentos finan- no so exigidos por lei.
ceiros indiretos oferecidos aos funcionrios. Os principais benefcios legais so:
Incluem sade e segurana, frias, penses, Frias.
planos de evoluo, descontos em produtos 13 salrio.
e servios da empresa. Aposentadoria.
O autor ainda acrescenta que: Seguro de acidente do trabalho.
Auxlio- doena.
Benefcios sociais so as facilidades, conve- Salrio-famlia.
nincias, vantagens e servios sociais que
Salrio-maternidade.
as empresas oferecem aos seus emprega-
Os principais benefcios espontneos so:
dos no sentido de poupar-lhes esforos
e preocupaes. Constituem a chamada Gratificaes.
remunerao indireta concedida a todos Refeies.
os colaboradores como uma condio de Transporte.
emprego, independentemente do cargo
Seguro de vida.
ocupado, em conjunto com a chamada
Emprstimos aos colaboradores.
remunerao direta, que o salrio espe-
cfico para o cargo ocupado, em funo Plano de sade.
da avaliao do cargo ou do desempenho Complementao de aposentadoria.
do ocupante (CHIAVENATO, 2005 p. 271). Cesta bsica.
Quanto sua natureza
Tipos de benefcios Os planos de benefcios podem ser classi-
sociais ficados em monetrios e no monetrios.
Benefcios monetrios so aqueles conce-
H uma variedade de benefcios sociais, didos em dinheiro, geralmente por meio de
porm, de modo geral, eles podem ser clas- folha de pagamento, e que geram encar-
sificados quanto sua exigibilidade legal, gos sociais. Os benefcios no monetrios
Ps-Graduao | Unicesumar
111
capacitao de
pessoas Para nos ajudar a entender melhor o assunto,
Marras (2011, p.133) nos traz a seguinte ideia:
A
cada indivduo. Essa bagagem constitui o
o observar os rumos a serem per- CHA individual que deve estar em equi-
seguidos pelas organizaes na lbrio com a posio ocupada na estrutura
atualidade, percebe-se que somente organizacional e com as responsabilidades
por meio da capacitao e do desenvolvi- envolvidas. Eventuais diferenas entre o
preparo do indivduo, frente ao conjunto de
mento altamente qualificado dos indivduos
exigncias do cargo ocupado, podem ser su-
que poder ser garantida a sustentabilida- pridas atravs de programas de capacitao.
de das empresas, pois so esses os principais
agentes que devero garantir a execuo e o Diante da fala do autor, podemos entender
sucesso na organizao ao longo do tempo. que o treinamento uma alternativa reco-
A capacitao ou o treinamento um pro- mendada sempre que o indivduo apresentar
cesso de assimilao cultural em curto prazo, dficit de conhecimentos, habilidades ou
que objetiva repassar ou reciclar conheci- atitudes com relao ao perfil do cargo que
mentos, habilidades ou atitudes relacionados ocupa na empresa, ou ainda, quando seu
diretamente execuo de tarefas ou sua desempenho se encontra inferior s expec-
otimizao no trabalho. tativas esperadas.
Gesto com Pessoas
114
objetivos do
treinamento
O
processo de desenvolvimento e ca- Transmisso de conhecimentos:
pacitao de pessoas compreende repartir informaes e conhecimen-
a sistematizao dos seguintes itens: tos entre os treinandos da empresa,
realizar um programa de desenvolvimento seus produtos, servios, sua organi-
gerencial, visando o comprometimento do zao e polticas.
nvel estratgico com o processo e a sensi- Desenvolvimento de
bilizao da equipe, objetivando refletir e habilidades: conhecimentos
conscientizar para o papel social da organi- relacionados com o desempenho
zao; analisar o contexto do processo de do cargo atual ou possveis
mudana; e restabelecer e fortalecer os vn- ocupaes futuras.
culos e compromissos individuais e grupais Desenvolvimento ou
para com a organizao. Dessa forma, con- modificao de atitudes:
forme Boog (2006), podemos afirmar que o mudana de atitudes negativas
processo de treinamento tem como grande para atitudes mais favorveis entre
objetivo gerar mudanas de comportamen- os trabalhadores aumentando a
to por meio dos seguintes recursos: motivao.
Ps-Graduao | Unicesumar
115
o processo do
treinamento
C
omo todo processo, os treinamen- Quais so as necessidades de
tos passam por uma srie de fases aprendizagem?
antes de sua realizao. A conscin- O que deve ser aprendido?
cia e o respeito a cada uma dessas fases o Quem deve aprender?
grande diferencial no atendimento dos seus Quando deve ser ensinado?
resultados. Atualmente, o processo de treina- Onde deve ser ensinado?
mento contempla quatro etapas: Diagnstico, Como deve ser ensinado?
Programao, Execuo e Avaliao, como Quem deve ensinar?
nos mostra o quadro abaixo: nesse ponto que feito uma primeira
anlise comparativa entre o perfil atual do
primeira etapa: trabalhador e as exigncias organizacionais.
Nesse sentido, de grande valia que a
diagnstico do
empresa tenha profundo conhecimento
treinamento sobre seu cliente interno, esse o caminho
O diagnstico da situao representa o le- para o desenvolvimento de programas que
vantamento e a anlise que do subsdio faam a diferena em termos de resultados.
ao plano de treinamento. O profissional res- Somente seu cliente capaz de lhe dizer do
ponsvel por treinamentos precisa, antes de que necessita e quais so suas dificuldades,
tudo, responder s perguntas (BOOG, 2006): qual seu perfil, enfim, quem ele.
Para um adequado levantamento de
necessidades e, posteriormente, o estabe-
lecimento do diagnstico, necessrio que
haja o ajuste das aes da rea de treinamen-
to com as necessidades da organizao. Foco
e ateno para no cairmos na tentao dos
Quadro 5: Fluxo do processo de Treinamento resultados imediatistas cobrados pelos lderes.
Fonte: Marras (2011), adaptado pelo autor
Para realizar o levantamento de necessidades,
Ps-Graduao | Unicesumar
117
gerenciando o
desempenho
contexto organizacional e o forte impacto
que o desempenho humano exerce sobre
os resultados organizacionais. Impulsionados
pela alta competitividade e as constantes ino-
vaes, o gestor contemporneo assume o
papel de catalisador, conciliando em sua or-
ganizao o desempenho econmico e a
expresso dos talentos individuais, descobrin-
do e alocando-os onde possam contribuir
positivamente para o bom desempenho
organizacional. No decorrer deste tpico,
veremos como o fator humano impacta nos
resultados das empresas e quais alternativas
o gestor contemporneo dispe para geren-
ciar produtivamente o desempenho humano.
desempenho humano
e sua importncia nas
C
onsiderando o contexto empresa-
rial em nossa atualidade, observamos organizaes
grandes mudanas que impactam di- Para comearmos a entender esse assunto,
retamente na estrutura de administrao de quero apresentar o que, no entendimento
pessoas. Em um passado no muito distan- de Marras (2011), significa o desempenho
te, o ser humano dentro das organizaes humano. Segundo o autor, desempenho
era referenciado apenas como uma pea da humano o ato ou efeito de cumprir ou
grande engrenagem. Os estudos das rela- executar determinada misso ou meta pre-
es humanas somados aos conceitos das viamente traada. Dessa forma, a Avaliao
cincias sociais trouxeram uma nova pers- de Desempenho um instrumento ge-
pectiva sobre a importncia das pessoas no rencial que permite ao gestor mensurar os
Gesto com Pessoas
122
P
ara entendermos de que forma o de- a sociedade, com o mundo. A compe-
sempenho e o resultado so gerados, tncia comportamental est relacionada
antes, preciso compreender a din- a motivaes, sendo uma caracterstica
mica do processo de gesto do desempenho. subjacente do indivduo fundamentada
Na ao prtica cotidiana, desempenho e re- em valores, crenas, paradigmas, autoes-
sultado esto integrados. Em essncia, toda tima, que leva a prever sua capacidade de
ao (desempenho) produz um resultado, a desempenho no ambiente de trabalho.
qualidade do resultado alcanado que vai (Poder Fazer) Desempenho: refere-se
caracterizar se o desempenho foi satisfat- atuao das pessoas em relao aos
rio ou insatisfatrio. A contribuio de cada cargos que ocupam, ou s atribuies
pessoa para o sucesso da organizao re- que lhe so designadas, dimensionando
conhecida pelo resultado que produz e no as responsabilidades, atividades, tarefas
pelo que ela faz. Observe que o desempenho e desafios, tendo em vista produzir resul-
humano est relacionado ao nvel de quali- tados com qualidade, agregando valor
ficao pessoal, que, por sua vez, segundo aos clientes e organizao. O desem-
Lucena (2004), abrange trs dimenses: penho a manifestao concreta do
(Saber Fazer) Habilidades Tcnico- que definido, acompanhado e men-
Operacionais: referem-se ao conjunto de surado, e utiliza como suporte bsico: as
conhecimentos, experincias e o domnio habilidades tcnico-operacional e com-
de tcnicas, mtodos e processos de tra- portamental. Envolve ainda as condies
balho, assim como aos atributos pessoais de estrutura e autonomia, que so conce-
que qualificam uma pessoa a execu- didas para que o indivduo em condies
tar determinadas tarefas ou atividades, normais alcance o desempenho e, con-
exigindo na maioria das situaes inicia- sequentemente, o resultado almejado.
tiva, criatividade, soluo de problemas, O processo de gesto do desempenho
tomada de deciso. confunde-se com a prpria gerncia do
(Querer Fazer) Competncia negcio, se o desempenho no for ge-
Comportamental: refere-se, prio- renciado, o negcio tambm no ser
ritariamente, postura, atitude e administrado adequadamente. Na prtica,
comportamentos demonstrados pela todas as aes devem estar orientadas
pessoa em suas relaes e interaes para a busca da realizao da Misso
com o trabalho, com a organizao, Empresarial, traduzida em objetivos eco-
com os clientes, com os colegas, com nmicos e sociais.
Ps-Graduao | Unicesumar
125
L
ucena (2004) diz que necessrio criar ser feito, por que ser feito, quando ser reali-
uma metodologia que programe o ge- zado, quais recursos sero utilizados). Envolve
renciamento contnuo e sistematizado, ainda a definio de indicadores do desem-
compondo, integradamente, aos demais pro- penho, sendo: indicador de prazo, indicador
cessos gerenciais como uma ferramenta de qualitativo e quantitativo, indicador de custo,
gesto de pessoas na sua relao com o tra- indicador de venda e rentabilidade etc.
balho e com os objetivos da organizao. Fase 2 - Anlise da Capacidade
Segundo a autora, essa dinmica ocorre me- Profissional: entende-se que no poss-
diante quatro caractersticas bsicas, sendo: vel exigir de algum alguma coisa para a qual
continuidade, periodicidade, flexibilidade e no esteja habilitado. Nessa fase, o gestor,
a individualidade. juntamente com o colaborador, verificar
as necessidades de capacitao profissio-
nal orientada para os seguintes aspectos:
reconhecer e fortalecer as qualidades do
colaborador e discutir sobre suas dificulda-
Gesto do desempenho um proces-
so participativo, dinmico, contnuo e des e as reas nas quais precisa melhorar,
sistematizado de planejamento acom-
seja a nvel tcnico, de conhecimento ou
panhamento, avaliao e melhoria do
trabalho, com os objetivos de estimular comportamental. Uma vez reconhecidas as
o atendimento das metas organizacio-
necessidades de capacitao, estabelecem-
nais e a promoo do desenvolvimento
dos recursos humanos (LUCENA, 2004). se as aes, direcionando cursos, orientaes,
treinamentos etc.
Fase 3 - Acompanhamento do
Pode-se observar que o mtodo apresenta- Desempenho: o acompanhamento do de-
do se divide em cinco fases, denominado de sempenho operacionalizado por meio de
fases do processo de gesto do desempenho: reunies peridicas ou fallow-up entre gestor
Fase 1 - Negociao do Desempenho: e colaborador, para analisar o andamento dos
consiste em estabelecer de forma conjunta, trabalhos e os resultados, parciais ou finais,
entre gerente e colaborador, as metas, obje- obtidos. Geralmente, o gestor se utiliza de
tivos e atribuies a serem alcanadas (o que algum recurso para registrar a sesso de
Gesto com Pessoas
128
equvocos na gesto do
desempenho
S
egundo Lucena (2004), todo sistema de avaliao pode apresentar
vcios de julgamento, que do origem s crticas, tornando o sistema
vulnervel. Tratam-se de questes ligadas diretamente a quem avalia
e tambm ao instrumento ou mtodo utilizado.
Preenchimento do Formulrio de Avaliao: um grande equvoco come-
tido pelas organizaes o de resumir o processo de avaliao ao simples ato
burocrtico de preenchimento de formulrios. O prprio avaliador no entende
o porqu da avaliao, isso despotencializa os objetivos da gesto de desem-
penho, que estabelecer feedback em busca da melhoria contnua.
Definio Inadequada dos Objetivos: ao implantar o processo de gesto de
desempenho, o gestor deve estabelecer o objetivo do programa de gesto de
desempenho como um todo, antes de definir objetivos aos indivduos. Os ob-
jetivos do processo de gesto do desempenho devem expressar, com clareza,
o seu significado para a empresa e a sua utilizao como ferramenta gerencial,
indicando adequadamente as responsabilidades da rea de Recursos Humanos,
das lideranas e dos colaboradores. Essa postura evitar problemas, desvio de
foco e mau uso do mtodo no decorrer do processo.
Gesto com Pessoas
130
implantao do processo de
GESTO DE DESEMPENHO
1. Pontualidade
2. Assiduidade
3. Produtividade
4. Relacionamento com os colegas
5. Relacionamento com a chefia
necessrio muita informao e suporte para selecionar o mtodo que possa efeti-
na comunicao para evitar distores. vamente atend-la. comum as empresas
necessrio que o avaliado tenha clara mesclarem os mtodos, quanto a isso, no
percepo de como est caminhando existe nenhuma literatura que proba ou que
para poder avaliar seu esforo/resultado. aponte um mtodo nico. importante que
a empresa desenvolva seu modelo confor-
Mtodo Incidentes Crticos: baseia-se nas me suas caractersticas culturais, levando em
caractersticas extremas, capazes de levar considerao o perfil das pessoas envolvidas,
a resultados positivos (sucesso) ou negati- tanto os avaliadores e tambm aqueles que
vos (fracasso). Ou seja, observam-se os fatos sero avaliados, e ainda, considerando os
excepcionalmente positivos e os fatos ex- objetivos da empresa para com o processo.
cepcionalmente negativos a respeito do Mtodo Avaliao 360 graus: avaliao
desempenho dos subordinados e no com do desempenho que visa combinar vrias
caractersticas situadas dentro da normalida- fontes de informaes para criar sistemas
de. Cada fator de avaliao transformado de feedback e de avaliao mais completos.
em incidente crtico ou excepcional para Esse mtodo tem como objetivo avaliar o de-
avaliar os pontos fortes e fracos de cada ava- sempenho em uma perspectiva de gesto,
liado. Como caractersticas positivas, esse servir de base para construo de plano
mtodo avalia o desempenho excepcional- de desenvolvimento pessoal e profissio-
mente bom e o ruim e enfatiza os aspectos nal, alinhar objetivos pessoais aos objetivos
excepcionais do desempenho. As excees do grupo. Como resultado, a avaliao 360
positivas devem ser realadas e melhor graus procura clarear o papel e resultados
aplicadas, enquanto as excees negativas obtidos pelo colaborador, focar competn-
devem ser eliminadas e corrigidas; mtodo cias para atingir sucesso, identificar pontos
de fcil montagem e fcil utilizao. Como fortes e fracos, aprimorar o feedback entre
caractersticas negativas, esse mtodo: no os membros do grupo, indicar e localizar
se preocupa com os aspectos normais do pessoas aptas a outros cargos, comprometer
desempenho e peca por fixar-se em poucos as pessoas rumo aos objetivos da organiza-
aspectos do desempenho. Gerando tenden- o e servir como elemento integrador das
ciosidade e parcialidade. prticas de RH.
Mtodos Mistos: a empresa pode re- A avaliao 360 graus: destina-se a forne-
correr a mais de um dos mtodos para cer aos colaboradores a viso mais precisa
implementar o seu processo de avaliao possvel, com pareceres de todos os ngulos:
e gesto de desempenho. Recomenda-se superiores, colegas, subordinados, fornece-
que seja realizada uma anlise da empresa dores, clientes e demais usurios do sistema.
Ps-Graduao | Unicesumar
139
Embora o feedback 360 graus possa ser til, se tratar de um mtodo complexo, podem
tanto para fins de desenvolvimento quanto ocorrer falhas por no entendimento quanto
de gesto/administrativo, a maioria das ao funcionamento; difcil monitoramento,
empresas utiliza apenas com foco no desen- podendo abrir espao para outras falhas
volvimento. O feedback de desenvolvimento (BOHLANDER, 2005).
no vinculado remunerao e promo-
es faz com que as pessoas se habituem e
valorizem as opinies que recebem de vrias
partes. Os objetivos administrativos da avalia-
Acesse o link abaixo e procure a opo
o 360 graus se tornam menos usuais pela download. Voc encontrar diversas fer-
complexidade no seu gerenciamento, mas ramentas de RH para aplicao em seu
dia a dia. Entre elas, temos formulrios
com o uso de ferramentas administrativas de avaliao de desempenho, descrio
como o BSC (Balanced Score Card), poss- de cargos, entrevista de desligamento,
entre outras. Lembre-se de adaptar as
vel incorporar ndices para todos os aspectos ferramentas realidade da sua empresa!
da avaliao 360. <http://www.rhportal.com.br/download.
O mtodo de avaliao 360 graus apre- php>. Acesso em: 08 abr. 2015.
avaliao do cliente
o gerente e a gesto do
DESEMPENHO
A prtica da gerncia nas organizaes, prin- enfim, resultados. Sua primeira dificuldade
cipalmente no cenrio brasileiro, reflete o estabelecer a diferena entre desempenho e
condicionamento histrico que modelou o caractersticas de personalidade. Quando o
aprendizado e a formao gerencial at os resultado vai mal, seu enfoque de anlise
dias atuais. O despreparo conceitual, tcnico e o comportamento das pessoas e no o con-
comportamental se torna evidente quando o texto do trabalho e suas mltiplas relaes,
gerente colocado prova, passando avaliar tais como: desconhecimento do objetivo, in-
e administrar o desempenho de sua equipe. definio de responsabilidade, capacitao
A maioria das empresas apresenta um profissional etc. A concluso natural que
cenrio tpico de despreparo em nvel geren- esse gerente no est preparado para ad-
cial para a prtica da gesto do desempenho. ministrar uma unidade de trabalho e liderar
Ao acompanhar a trajetria do gerente brasi- pessoas, no sabe estabelecer relaes in-
leiro, vemos que os caminhos percorridos so ternas, no sabe lidar com as diferenas
parecidos com histrias marcadas pela falta individuais. Tal prtica define um estilo ge-
de critrios e ausncia de polticas internas rencial poltico e no profissional, uma vez
para orientar a atuao gerencial. A questo que as organizaes contribuem para o es-
se agrava quando so cobrados pelo desem- tabelecimento dessa realidade, utilizando
penho da equipe, produtividade, qualidade, meios e critrios paternalistas para selecionar
Gesto com Pessoas
144
C
es, porm com objetivos distintos. Tomando onsiderando o contexto brasileiro, o
como marco histrico a Segunda Guerra grande desafio diz respeito s mu-
Mundial, as grandes transformaes que danas de mentalidade, direcionadas
impulsionaram a evoluo dos modelos de para uma nova viso de negcio, do rela-
gesto empresarial identificam trs momen- cionamento no trabalho, do uso do poder
tos marcantes: O Primeiro Momento Histrico, e, inevitavelmente, da aplicao de novas
ocorrido entre a primeira e a Segunda Guerra concepes sobre estruturas organizacio-
Mundial: a fbrica era o centro dos negcios, nais e novos modelos de gesto do negcio,
a administrao era bastante simplificada, o substituindo a viso imediatista e oportunista
grande foco era produo, existiam poucos pela viso estratgica de futuro com foco na
concorrentes e o mercado absorvia tudo que gesto do desempenho por meio de resulta-
se produzia. O Segundo Momento Histrico, dos. Perceba que essa mudana pragmtica,
dcadas de 1960 e 1970, foi marcado pela in- na rea gerencial, representar um salto quali-
tensificao do desenvolvimento tecnolgico, tativo que redimensionar o comportamento
a disputa de mercado, a expanso do mercado empresarial, estando assim, orientado para
internacional, a competitividade e diversifica- o mercado, para o cliente, tendo a qualida-
o de produtos. A Administrao se tornava de como ponto de partida e, por fim, tendo
o centro do negcio em decorrncia da com- o modelo de gesto orientado para pessoas
plexidade administrativa que se instalava, e resultados. Perceba que esse salto deve
sendo fator crtico para o sucesso, exigindo acontecer apoiado por uma estratgia que
alta competncia para administrar o trabalho contemple investimentos em educao, for-
e conduzir o desempenho das equipes, tendo mao e capacitao dos gerentes para que
como foco a busca dos objetivos e interesses no comprometa o sucesso do programa.
Ps-Graduao | Unicesumar
145
resultados do processo
O processo de gesto do desempenho exercer integralmente seu papel de gestor de
constitui uma ferramenta gerencial para ad- pessoas. Por outro lado, a atuao do Gestor
ministrar o desempenho em todas as suas de Pessoas se torna estratgica quanto s
dimenses, desde a negociao dos resul- suas responsabilidades de integrar as expec-
tados esperados, a anlise da capacitao tativas e a viso estratgica s atividades da
profissional, as reunies para reviso do de- organizao, por meio da capacitao, trei-
sempenho, at ao planejamento das aes namentos, formulao de polticas, normas,
para correo dos desvios de desempenho. procedimentos, assessoria aos gerentes na
O gerente o responsvel total pelo desem- conduo do processo de gesto do desem-
penho, portanto, a atuao gerencial sobre penho (LUCENA, 2004).
a dinmica do processo em suas vrias di- Bohlander (2003) nos diz que o traba-
menses que ir assegurar o alcance dos lho gerencial sobre o resultado do processo
objetivos. Com base nesse entendimento, de gesto de desempenho possui dois
devemos destacar que as aes gerenciais objetivos, sendo: Administrativos e de
sobre o desempenho no podem ter dia e Desenvolvimento.
hora preestabelecidos, acontecem no dia a Objetivo de Desenvolvimento:
dia de trabalho como decorrncia do acom- apresenta os resultados das aes im-
panhamento do desempenho. O gerente plementadas durante o funcionamento
assume a responsabilidade pela conduo do processo, cobrindo o perodo esta-
do processo e do desempenho apresenta- belecido. Esses relatrios demonstram
do em forma de resultados, atribuies antes informaes sobre o atendimento s
delegadas rea de Recursos Humanos, recomendaes dos avaliadores: treina-
que nessa mudana na filosofia de traba- mentos realizados, estgios realizados,
lho, assume papel de prestador de servios leitura orientada, remanejamentos efe-
a seus clientes internos, auxiliando e asses- tuados, transferncias, readaptaes etc.
sorando os gerentes e equipes na busca por
solues e melhores desempenhos. Essa Objetivo Administrativo: fornecer infor-
forte alterao na forma de atuao coloca maes que possam subsidiar as aes
o gerente frente de sua equipe, passando a gerenciais, no que se refere continuidade
Gesto com Pessoas
146
desempenho para uma proposta de gesto Acesse o link e veja o resultado da pesquisa:
<http://veja.abril.com.br/noticia/economia/
do desempenho no pode ser confundida diferenca-salarial-entre-homens-e-mulhe-
com a mera aplicao de um mtodo de res-se-amplia-mostra-pnad>. Acesso em:
08 abr. 2015.
avaliao de desempenho. A gesto do de-
sempenho deve integrar um conjunto de
Ps-Graduao | Unicesumar
147
O
resultado da gesto de desempe- No primeiro momento, os gestores ou ava-
nho um dos maiores desafios da liadores precisam ser conscientizados sobre
gesto de pessoas, pois implica um os objetivos do processo e, principalmente,
processo que alinha as polticas e prticas receberem informaes sobre como utilizar
de recursos humanos, podendo ainda con- a ferramenta para potencializar o desempe-
tribuir para o direcionamento estratgico da nho e, consequentemente, os resultados da
empresa. Entretanto, esse desafio s poder empresa. Cabe ainda demonstrar aos ges-
ser superado se a pessoa perceber que a sua tores o quanto eles so responsveis pelo
relao com a empresa agrega valor para si mau ou bom desempenho dos membros
mesma e sentir sua importncia como parte de sua equipe. Em segundo momento, cabe
dela (HANASHIRO, 2008). empresa investir no processo de prepara-
No processo de gesto do desempe- o daqueles que sero avaliados, para que
nho, o resultado do gerente diretamente compreendam o que ir acontecer e como
proporcional ao resultado dos membros da ir acontecer, bem como os objetivos e re-
equipe. O gerente assume total responsa- sultados esperados. Cabe ainda deixar claro
bilidade pelo desempenho da equipe ou aos colaboradores quais possveis benefcios
unidade de trabalho, dessa forma, impor- podero ser aproveitados por aqueles que
tante que antes de iniciar a implantao conseguirem atender aos requisitos avaliados
de um sistema de avaliao, a empresa e, principalmente, usar de toda transparncia
realize uma profunda reflexo sobre os pos- possvel para conquistar a credibilidade junto
sveis impactos que tal processo poderia aos envolvidos, evitando que percebam o
causar na dinmica de funcionamento da processo como um instrumento de identifica-
empresa, uma vez identificado tais pro- o de falhas ou punio, mas pelo contrrio,
jees de impactos, necessrio que a o processo deve ser percebido como uma
empresa se preocupe com as estratgias a possibilidade de melhoria, desenvolvimen-
serem adotadas para a implantao, nesse to e crescimento no s para a empresa, mas
caso, a palavra de ordem Transparncia principalmente para os colaboradores parti-
(LUCENA, 2004). cipantes (avaliados e avaliadores).
Gesto com Pessoas
148
consideraes finais
podem ser utilizadas, mas a realidade que catastrficas junto aos colaboradores.
pouqussimas empresas verdadeiramente Encerro, assim, nossa unidade! Espero
fazem o uso adequado dessas ferramentas que voc tenha aproveitado essa jornada,
da gesto com pessoas. e mais, espero que voc realmente tenha
O que se percebe que as empresas compreendido um pouco mais sobre o
que tentam implantar as ferramentas da tema. Estudar Gesto com Pessoas sempre
gesto com pessoas, na sua grande maioria, um assunto relevante para os dias de hoje.
pecam por no adotarem uma metodologia Toro para que voc construa o seu prprio
que garanta a sustentabilidade do processo caminho nessa jornada. Forte abrao e at
ao longo do tempo, utilizando a ferramen- uma prxima oportunidade.
ta apenas para aperfeioar os resultados
financeiros, no abrangendo as reas de co-
nhecimento, comportamento, capacitao e,
principalmente, o estabelecimento de uma
cultura organizacional voltada a pessoas. Isso O resultado da Gesto de Desempenho
um dos maiores desafios da gesto
decorre pelo fato de as empresas no estarem de pessoas, pois implica um processo
preparadas culturalmente para o uso dessas que alinha as polticas de prticas de
RH, podendo contribuir para o dire-
ferramentas e, somado a isso, temos ainda o cionamento estratgico da empresa
despreparo gerencial para lidar com pessoas (HANASHIRO, 2008).
atividade de autoestudo
1. Como estudamos nessa unidade, o processo de recrutamento e seleo pode ser conside-
rado de grande importncia para a sustentabilidade de uma equipe nos dias atuais, diante
disso, necessrio que os gestores compreendam a necessidade de elaborar e estabelecer
uma poltica de recrutamento e seleo que seja clara e de fcil aplicao. Considerando
esse assunto, explique as diferenas existentes entre o recrutamento e a seleo. Aps ter
estabelecido as diferenas entre os termos, elabore uma relao constando em um lado
os procedimentos que resumem o modelo ideal de recrutamento e seleo e do outro
lado a relao dos procedimentos efetivamente praticados pelas empresas.
relato de
caso
A Belo Sono Colches uma rede composta por seis lojas que comercializam colches e outros itens re-
lacionados a esse mercado. A empresa possui cerca de 220 colaboradores e est no mercado h 10 anos,
sempre foi uma empresa com modelo gesto bem familiar, a maioria dos seus colaboradores j est na
empresa h pelo menos, oito anos. Contudo, em funo de boas condies oferecidas pelo mercado, a
empresa vem passando por um repentino crescimento. Juntamente com o crescimento e o aumento das
vendas, tambm comearam a aparecer os problemas nos processos internos e na gesto do negcio.
Jorge, diretor administrativo da empresa, vem recebendo inmeras reclamaes dos colaboradores
e o que realmente o fez parar para pensar o fato das reclamaes e devolues dos clientes terem
aumentado drasticamente nesse perodo. Considerando que, por ser uma empresa familiar, o aten-
dimento ao cliente sempre foi um ponto muito forte que gerava diferencial frente aos concorrentes,
para Jorge, ver seus clientes insatisfeitos foi muito triste.
Diante disso, ele decidiu contratar uma consultoria para realizar um diagnstico da empresa e apontar
caminhos para ajudar na soluo dessa situao. O profissional contratado deixou claro que seu papel
era levantar informaes e gerar um parecer sobre o real momento da empresa cabendo somente
empresa tomar alguma deciso e agir e que o contedo do parecer poderia no ser agradvel. Mesmo
assim, Jorge decidiu seguir em frente. O trabalho da consultoria levou cerca de 60 dias para realizar o
diagnstico e elaborar o parecer, a equipe esteve presente em todas as filiais, entrevistando e obser-
vando o fluxo de trabalho e os procedimentos adotados.
Aps uma srie de informaes levantadas e anlises realizadas, o to esperado dia chegou! O dia
da apresentao dos resultados e do parecer sobre a empresa. O consultor responsvel com todo
cuidado e educao foi direto ao ponto e mencionou que o grande problema da empresa envol-
via o seu modelo de gesto que estava formatado para um negcio menor considerado ao porte da
empresa naquele momento e que seria necessrio realizar algumas intervenes quanto defini-
o de papis e descrio de cargos, bem como alteraes na estrutura organizacional. O consultor
alertou dizendo que, juntamente com essas intervenes, seria necessrio um forte e macio inves-
timento em treinamento e capacitao das equipes para lidarem com essa nova realidade, e ainda,
ajustarem-se aos novos procedimentos. Uma outra importante observao feita pelo consultor em
seu parecer foi que essas intervenes deveriam ser encaradas como investimentos que iriam gerar
resultados em mdio e longo prazo, mas que a empresa verdadeiramente estaria se preparando para
um processo de crescimento contnuo.
Diante de tais informaes, Jorge se ps a pensar e chegou concluso de que realmente esse era o
caminho e, juntamente com a equipe, comearam a montar um planejamento estratgico de mdio
prazo, nesse caso, com durao de 5 anos. Entre as diversas aes planejadas, Jorge fez questo de
destacar que compreendia em um Programa de Formao de Gestores. Esse projeto teve durao
de dois anos e promoveu a capacitao de todos os diretores, gerentes, encarregados e lderes da
empresa sobre diferentes reas da gesto empresarial e iniciava-se ali um grande processo de pro-
fissionalizao da empresa.
Obsr: O caso apresentado foi vivenciado pelo professor autor desse contedo, no caso, desenvolven-
do o papel do consultor. O processo iniciou-se no ano de 2007 e o projeto de capacitao de gestores
foi concludo em 2010. Os nomes e algumas informaes so fictcios.
Ps-Graduao | Unicesumar
153
filme
Se voc desejar saber mais sobre os princpios de liderana, gesto de pessoas e persua-
so, assista ao filme: Corao Valente.
Filme
Braveheart
Elenco: Sophie Marceau, Patrick McGoohan, Catherine McCormack, Angus MacFadyen.
Direo: Mel Gibson
Durao: 177 min
Ano: 2002
Pas: Estados Unidos
Gnero: pico
Sinopse: No sculo XIII, soldados ingleses matam a mulher do escocs William Wallace (Mel
Gibson), bem na sua noite de npcias. Ele resolve ento liderar seu povo em uma vingan-
a pessoal que acaba deflagrando violenta luta pela liberdade.
Fonte: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-10080/>.
COMENTRIO SOBRE O FILME: Ao assistir esse filme, voc poder perceber como se desenvol-
ve lideranas frente s necessidades (batalhas), como a fora da equipe, ou seja, das pessoas
envolvidas, acaba influenciando diretamente nos resultados das batalhas. Considerando que
um dos lados tinha sua disposio uma grande quantidade de soldados e equipamentos
frente a outro lado, composto basicamente por camponeses desprovidos de grandes instru-
mentos de batalha, mas dada situao, a atuao das lideranas e o comprometimento,
juntamente com as estratgias, os resultados foram acontecendo de forma que aqueles des-
providos acabaram ganhando inmeras batalhas. Considerando o contedo, pode-se refletir
sobre os impactos da atuao humana nos resultados obtidos, independentemente das con-
dies adversas.
Breve relato: Captulo 11 Sistema de avaliao de desempenho. pp. 165 a 181. Nessa
unidade, voc vai encontrar toda a base conceitual, bem como diferentes metodologias
e ferramentas para a prtica da avaliao de desempenho. O autor nos aponta que a ava-
liao deve ser empreendida como uma ferramenta administrativa e deve ser implantada
de forma estratgica, onde o corpo diretivo deve estar presente a todo momento, vali-
dando e aprovando as estratgias de implantao. O autor nos aponta ainda uma srie
de cuidados que devem ser tomados antes da implantao, tais cuidados contemplam os
vcios advindos por parte dos avaliados e, tambm, por parte dos avaliadores e tambm
os problemas decorrentes da elaborao das ferramentas.
Gesto com Pessoas
154
concluso
Chegamos ao final deste livro e espera- os fatos principais das escolas da administra-
mos que voc tenha entendido o quanto o e suas influncias na gesto de pessoas.
importante compreender como o ser A apresentao dessas informaes permi-
humano complexo, mas ao mesmo tempo tem a voc um vasto entendimento de como
maravilhoso. o ser humano deixou de ser visto como um
Tornar-se um(a) gestor(a) requer muita componente de uma mquina, em que seu
sabedoria, bom senso e determinao, mas papel era simplesmente completar o proces-
alm de todas essas caractersticas, tambm so produtivo para o entendimento de que o
se faz necessrio que o(a) gestor(a) tenha ser humano pode agregar muito ao desen-
informao, pois somente munido(a) de in- volvimento das organizaes.
formaes que se pode tomar decises Tambm foi explicada a mudana do
que favoream ao alcance de seus objetivos. comando sobre as pessoas, em que as mesmas
Conhecer a evoluo da gesto de pessoas no possuam direitos e, somente aps muita
permite a voc entender porque tantos ges- luta, foram assegurados, por meio da CLT, di-
tores se posicionam de forma diferente, sobre reitos e obrigao aos trabalhadores de uma
como devem planejar, liderar (comandar, co- forma mais justa, permitindo aos mesmos uma
ordenar), organizar e controlar as pessoas em melhor qualidade de vida. Com as informaes
suas organizaes. Iniciamos demonstrando contidas na unidade I fica mais fcil entender
as mudanas que as organizaes sofreram e por que os gestores precisam se adaptar ao
continuaro sofrendo, o que vem ao encon- novo cenrio mundial, ao qual as organizaes
tro tambm do processo evolutivo da gesto pertencem, influenciando e sendo influen-
de pessoas, apresentado na unidade I, com ciadas, e precisam continuamente estar em
Ps-Graduao | Unicesumar
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