Teorias Da Administração - Unidade 6 PDF
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Administração
Teorias da Administração
1ª edição
2017
Unidade 6
Teoria Comportamental
Objetivos de Aprendizagem
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Teorias da Administração | Unidade 6 - Teoria Comportamental
A Teoria Comportamental, também conhecida como Teoria Behaviorista da Administração, emergiu em meados
do século XX com o objetivo de oferecer uma nova direção à Teoria Administrativa no que diz respeito ao estudo
das pessoas dentro do contexto organizacional.
Os principais representantes dessa abordagem foram:
• Abraham Maslow;
• Kurt Lewin;
• Douglas McGregor;
• Herbert Simon;
• Rensis Likert;
• Chris Argyris, entre outros.
Sobre os idealizadores da Teoria Comportamental, veja o seguinte quadro:
Nesta unidade, estudaremos as origens das principais contribuições da corrente comportamentalista à ciência
da Administração.
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Teorias da Administração | Unidade 6 - Teoria Comportamental
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Aos 17 anos, ingressou na Universidade de Chicago e estudou Ciências Sociais e Matemática. Seus estudos sobre
a decisão e o comportamento humano têm até hoje influência marcante no campo da Administração. Para ele,
administrar significa tomar decisões. Assim sendo, Herbert contribuiu expressivamente para a análise do pro-
cesso decisório nas organizações (MAXIMIANO, 2010).
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Para aprofundar seu conhecimento sobre o assunto da qualidade de vida no trabalho (QVT),
vale a pena ler o texto intitulado “Qualidade de Vida no Trabalho: origem, evolução e con-
ceitos – uma revisão bibliográfica”. Acesse: <http://gsp.cursoscad.ufsc.br/wp/wp-content/
uploads/2013/03/Volume-13-Artigo09.pdf>
Sobre a temática da qualidade de vida no trabalho, Maximiano (2010) destaca os cinco tópicos propostos por de
Norman A. B. Wilson, conforme a figura a seguir.
Legenda: Os cinco tópicos propostos por de Norman A. B. Wilson sobre a temática qualidade de vida no trabalho.
Fonte: Adaptado de Maximiano (2010).
Observe com atenção e note que os estudos de Wilson indicam que o nível de satisfação que o indivíduo tem
para com o trabalho realizado (autorrealização pessoal e profissional) e a contrapartida financeira influenciam e
determinam, diretamente, o bem-estar do trabalhador, ou seja, a sua qualidade de vida no trabalho (MAXIMIANO,
2010).
Cabe observar que é importante que o administrador conheça as necessidades humanas a fim de compreender o
comportamento humano e utilizar a motivação como meio para melhorar a qualidade de vida nas organizações
e atingir os objetivos organizacionais.
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Maslow estudou as necessidades humanas e verificou que existe uma hierarquia das necessidades, a qual define
o nível de motivação dos indivíduos e, consequentemente, o nível de produtividade.
De acordo com Chiavenato (2002), Maslow identificou cinco necessidades básicas do indivíduo em seu meio de
trabalho. As três primeiras são as que sustentam a sobrevivência do indivíduo e as duas últimas representam as
necessidades de motivação.
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Legenda: As cinco necessidades básicas do indivíduo em seu meio de trabalho segundo Maslow.
Fonte:<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hierarquia_das_necessidades_de_Maslow.svg>.
As necessidades estão expostas, a seguir, em ordem de relevância, iniciando pelas mais essenciais. Vamos enten-
der melhor cada uma delas.
• Necessidades fisiológicas: questões básicas de sobrevivência, como alimentação e horas de sono, que
influenciam diretamente o comportamento dos indivíduos.
• Necessidades de segurança: ocorrem quando as necessidades fisiológicas já estão sanadas. Refere-se à
prevenção contra doenças, acidentes, desemprego etc.
• Necessidades de amor e/ou relacionamentos: são as sociais, relacionadas aos relacionamentos do
indivíduo, como amizade, amor etc.
• Necessidades de estima: relacionadas ao autorrespeito, ao prestígio dos níveis sociais etc.
• Necessidade de realização pessoal: o ser humano busca a sua realização como pessoa e profissional e
busca, também, o autodesenvolvimento.
As cinco necessidades básicas do indivíduo em seu meio de trabalho serão abordadas no seu
Desafio no fórum.
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Outro importante estudioso do tema foi Frederick Herzberg, que foi além dos estudos de Maslow.
Legenda: Frederick Irving Herzberg foi o autor da “Teoria dos dois fato-
res” que aborda a situação de motivação e satisfação das pessoas.
Fonte: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/65-frederick-herzberg>
Herzberg concluiu que a satisfação potencializa o nível de motivação do indivíduo, todavia, a insatisfação não
diminui o nível de motivação. Isso posto, organizou em dois fatores a questão da satisfação/insatisfação (MAXI-
MIANO, 2010); conheça-os a seguir.
• Fator de motivação (intrínseco): é o que define o nível de satisfação e está relacionado à percepção e
reação que o indivíduo tem perante o trabalho realizado na organização, isto é, o que ele sente em rela-
ção a isso. Por exemplo: se uma atividade ou um trabalho dentro da organização lhe trouxe realização e
crescimento pessoal.
• Fator de higiene (extrínseco): é o que define o nível de insatisfação, assim sendo, não impulsiona o
desenvolvimento pessoal, mas atua no intuito de evitar a deterioração do profissional. Por exemplo: a
segurança no trabalho ou a questão salarial.
Glossário
Por conseguinte, Herzberg entendeu que o fator de higiene, e tudo o que é inerente a ele, é essencial para a sus-
tentação do trabalho, tais como tarefas desafiadoras, ambientes climatizados, suporte da gerência etc.
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Outro pesquisador comportamental importante, conforme Chiavenato (2002), é o psicólogo alemão Kurt Lewin,
para quem os grupos de pessoas são compostos de:
• percepções;
• ações; e
• sentimentos.
Legenda: O psicólogo alemão Kurt Lewin (1890-1947) estudou a dinâmica dos grupos.
Fonte: <https://www.infopedia.pt/$kurt-lewin,4>
Kurt Lewin desenvolveu a dinâmica de grupo, buscando compreender a origem, a natureza e a influência das
pessoas sobre os grupos e vice-versa. Lewin pretendia, com esse estudo, conduzir as pessoas a novos comporta-
mentos por meio da exposição, discussão e decisão em grupo.
Lewin consolidou a dinâmica de grupo na década de 1930.
Posteriormente, em 1950, Georg Homans deu sua contribuição por meio de um estudo que comparou cinco
grupos oriundos de regiões do mundo e contextos sociais diversos.
Legenda: George Caspar Homans foi um sociólogo estado-unidense, professor da Universidade de Har-
vard. Conhecido por sua “teoria das trocas sociais” e da psicologia behaviorista aplicada à sociologia.
Fonte: <http://infed.org/mobi/george-c-homans-the-human-group-and-elementary-social-behaviour/>
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Concluiu que é elementar estabelecer normas de conduta para que haja equilíbrio social, solidariedade e coesão
entre os membros do grupo.
Em 1961, o psicólogo Rensis Likert, conforme Maximiano (2010), analisou o comportamento dos grupos em
relação às atividades realizadas e ao nível de produtividade.
Legenda: Rensis Likert, durante 40 anos, passou pesquisando formas de liderança e gestão. Seu estudo gerou quatro siste-
mas de gestão, usados e aplicados nas organizações.
Fonte: <http://www.historiadaadministracao.com.br/jl/gurus/71-rensis-likert>
Ele constatou que é importante que cada grupo tenha seus padrões de conduta específicos, a fim de evitar con-
flitos entre os membros. Todavia, constatou que os níveis de lealdade e coesão no grupo não são fatores deter-
minantes para uma produtividade mais alta.
Além dos estudiosos citados, também foram importantes os estudos de Douglas McGregor e sua proposta das
Teorias X e Y.
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Outra contribuição importante dos estudos comportamentais à área de Administração foi no âmbito das pesqui-
sas sobre Clima Organizacional, que se configura, segundo Maximiano (2010, p. 162), como o “[...] resultado da
análise de como as pessoas se sentem em relação à organização, com seu modelo de administração, bem como
aos relacionamentos interpessoais existentes”.
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Para melhor compreensão da relação entre o Clima Organizacional e seu ambiente, veja a figura a seguir.
Assim sendo, podemos afirmar que o clima organizacional está associado aos fatores listados a seguir.
• Valores: correspondem às questões éticas, como princípios e crenças, os quais a organização deve res-
peitar e fortalecer.
• Nível de moral: corresponde ao conjunto de regras de conduta na convivência em sociedade.
• Comportamento: conjunto de atitudes e reações de cada indivíduo.
• Atitude: explicitação do modo de agir e posicionar-se de cada indivíduo.
Geralmente, o Clima Organizacional deve ser analisado por meio de pesquisas estruturadas que reconheçam
tanto as causas de frustrações, tensões e ansiedades como alegrias e satisfações das pessoas que trabalham
nas organizações. Portanto, depois de feito o levantamento do Clima Organizacional, é necessário aprimorar as
políticas e diretrizes da organização, ou seja, realizar as mudanças necessárias para o bem-estar dos funcionários
visando à manutenção das organizações no mercado de trabalho.
Vale ressaltar que a prática tem demonstrado que, apesar de o quadro apresentado, muitas organizações ainda
têm receio ou não conseguem aplicar os resultados da pesquisa do Clima Organizacional.
Vimos que fazem parte da Teoria Comportamentalista pesquisadores como Maslow, com a
hierarquia das necessidades; McGregor, com as Teorias X e Y; Herzberg, com a teoria dos dois
fatores etc. Essas abordagens nos ajudam a compreender a motivação no trabalho. Leia o
texto “Motivação no Trabalho” e reflita sobre a relação entre essas teorias motivacionais e a
satisfação no trabalho. <http://susanacosta.files.wordpress.com/2006/12/motivacao.pdf>.
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Para Silva (2008), a mudança organizacional consiste em um conjunto de alterações na situação ou no ambiente
de trabalho de uma organização, entendendo ambiente de trabalho como ambiente técnico, social e cultural.
De maneira sucinta, o desenvolvimento organizacional pode ser entendido como mudança organizacional plane-
jada, visando a “[...] um conjunto de alteração no ambiente de trabalho de uma organização” (SILVA, 2008, p. 373).
Sobre o conceito de Desenvolvimento Organizacional, Bennis (1969 apud SILVA, 2008, p. 374), diz o seguinte:
[...] desenvolvimento organizacional é uma estratégia educacional adotada para trazer à tona
uma mudança organizacional planejada, exigida pelas demandas organizacionais e que enfatiza
comportamento com base da experiência.
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Para Silva (2008), é importante ficar atento aos tipos de alterações no ambiente de trabalho que caracterizam o
DO. O autor explica que existem pelo menos dois tipos fundamentais de alterações que merecem atenção, quais
sejam, estruturais e comportamentais.
Nesse caso, cabe sublinhar que esses tipos de alterações são interdependentes, pois uma mudança de compor-
tamento dos indivíduos leva, necessariamente, a uma mudança nas estruturas organizacionais e vice-versa. Por
isso, os gestores precisam estar atentos para tirar o melhor proveito possível das situações de mudança.
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Silva (2008, p. 364) indica que os gestores devem atentar para as etapas do DO demonstradas na figura a seguir:
Vimos que o Desenvolvimento Organizacional (DO) trata do processo de mudança das orga-
nizações a fim de minimizar a resistência dos colaboradores a ele. Qual é a relação entre o DO
e as mudanças efetivas? Para aprender mais sobre essa questão, leia o artigo “A Contribuição
do Desenvolvimento Organizacional Para Promover Mudanças na Dinâmica dos Sistemas
Sociais”. Acesse: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/2014_EnEO77.pdf>.
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O Desafio continua no Fórum. Nesta unidade, temos a seguinte questão para discutir: a Teo-
ria Comportamental foca no estudo da motivação humana e nas suas necessidades básicas.
Recusa a concepção de que a satisfação do trabalhador gerava, de forma intrínseca, a efici-
ência do trabalho. Maslow estudou as necessidades humanas e verificou que existe uma hie-
rarquia das necessidades, a qual define o nível de motivação dos indivíduos e, consequen-
temente, o nível de produtividade. Escolha um dos níveis de motivação e sugira uma ação
administrativa na sua franquia Fast Food para motivar seus funcionários nesse nível. Avalie e
comente a postagem de dois colegas, considerando se a ação é pertinente ao nível proposto.
Finalizamos a unidade destacando que as técnicas de alteração de comportamentos, embora sejam muito úteis
em qualquer tipo de organização, são ainda mais úteis em organizações que precisam mudar constantemente
para acompanhar a dinâmica ambiental em que estão inseridas, em busca de eficiência e sucesso (SILVA, 2008).
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Considerações finais
Nesta unidade, aprendemos que:
• A Teoria Comportamental propõe um novo enfoque à Teoria
Administrativa, com foco no estudo das necessidades e motiva-
ções humanas.
• Para a Teoria Comportamental, o gerente precisa conhecer as
necessidades das pessoas, compreender o comportamento
humano e motivar os funcionários.
• A Teoria Comportamental aborda a ciência do comportamento,
composta pela hierarquia de necessidades de Maslow, pelos fato-
res de Herzberg, pela teoria dos dois fatores de McGregor e pelos
sistemas de Likert.
• A Teoria Comportamentalista auxilia no entendimento do clima
organizacional, que está associado ao nível de moral, aos valores,
aos comportamentos e às atitudes dos profissionais das organi-
zações.
• O Desenvolvimento Organizacional fez uma crítica aos modelos
mais rígidos de organização, como aqueles preconizados pelas
teorias clássicas (taylorismo, fordismo e burocracia).
• O DO busca aplicar o conhecimento e as técnicas de ciências do
comportamento humano para melhorar o desempenho das orga-
nizações e a vida das pessoas que trabalham nelas.
• O DO é uma ferramenta de gestão que visa ao estudo do processo
de mudança planejada das organizações.
• O DO entende as organizações como sistemas sociais complexos,
caracterizados por campos de alterações estruturais e comporta-
mentais.
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Referências bibliográficas
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração. v. 1 e 2. 6. ed. Rio
de Janeiro: Campus, 2002.
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