Exame Obstétrico

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 9

PROPEDUTICA DA GRAVIDEZ.

ANAMNESE E EXAME FSICO.

Os princpios gerais so os mesmo da Semiologia, embora, sob o ponto de vista obsttrico,


inmero particularidades so evidenciadas.

Identificao.

- Idade: mesmo que o incio da gestao possa ocorrer j aos 10 anos, a gravidez tem as
melhores condies, do ponto de vista biolgico, a partir de 18 -20 anos. O perodo do mais
perfeito desempenho, dura cerca de uma dcada, at os 30 anos, quando os riscos para a me
e a criana comeam a crescer. Acima de 35 anos, regra geral, a mulher no deviria mais
conceber, to expressivo o ndice de mal formao do concepto e de distcias.

- Profisso: A intoxicao profissional de ao lenta , comprometem a evoluo gravdica.

o que se d com as produzidas pelo lcool, chumbo, fsforo, nicotina, etc.

Importa o conhecimento da profisso da gestante, principalmente quando ela


predisposta a abortamento, a fim de que possa ser orientada, quanto a convenincia de se
abster-se de esforo fsico.

- Estado Civil: Estatstica mostram maior morbidade e mortalidade materna e fetal entre as
solteiras.

- Nacionalidade e Domiclio: Segundo a procedncia da paciente, vir orientao no sentido de


rastrear a possibilidade de enfermidades que podero influir grandemente na gestao
(doenas de chagas, esquistossomose e malria).

ANAMNESE GERAL.

Antecedentes Familiares.
de grande importncia saber sobre a existncia de estados mrbidos nos
ascendentes. As informaes sobre o parceiro no devem ser omitidos, bem
como a possvel ocorrncia de malformaes em ambas as famlias.
Antecedentes Pessoais.
Vale conhecer da paciente o desenvolvimento nos primeiros anos de vida,
quando comeou a deambular , condies de nutrio na infncia. Por a se
infere da existncia ou no de deficincia alimentar que tenham participado
do desenvolvimento ou produzido raquitismo, especialmente na condio da
pelve. Tomar conhecimento da data de aparecimento da menarca e das
caracterstica dos ciclos menstruais sucessivos, que orientam sobre possveis
deficincias endcrinas, fatores de hipodesenvolvimento genital.
Devem ser pesquisados tambm os antecedentes pessoais patolgicos,
relacionados a enfermidades anteriores ( poliomielite, doena sseas, v
Cardiopatias, nefropatias e pneumopatias), e operaes a que a gestante se
submetido ( principalmente as realizadas sobre o sistema genital:
miomectomia, fstulas genitais, perineoplastia).

ANAMNESE OBSTTRICA.

Investigar os antecedentes obsttricos e a situao da gestao


vigente.

Antecedentes Obsttricos.

Gesta e Para. Primigrvida ou primigesta a que concebe pela


primeira vez, e primpara a que h parido numa oportunidade, ou est prximo
a faz-lo, a parturiente do primeiro concepto.

Multigesta ou multigrvida, aplica-se que gestou muitas vezes


independente da durao da gestao; Secundi, terci e quartigesta , quando se
deseja fugir da impreciso, antepondo-se o algarismo romano correspondente
ao sufixo gesta, em abreviao ( II gesta, III gesta, etc.). paucpara a que pariu
poucas vezes (at trs).

Nulpara a que jamais deu a luz, e nuligesta a que nunca


esteve grvida. Grvida, gesta e para, como sufixos, referem-se s gravidezes e
partos havidos e no aos conceptos. Exemplificando: aps a primeira
parturio, gemelar, a paciente continua I gesta e I para, houve dois
abortametos e est em curso a terceira gestao, III gesta, 0para.

Paridade: Os perigos para a me e concepto, na gestao e no parto, so maiores nas


primparas e naquelas que pariram mais de 4 vezes.
Intervalo Interpartal: Os riscos reprodutivos esto minorados quando o intervalo entre
os partos de, no mnimo 2 anos.
Evoluo dos ciclos Grvido-Puerperal: Sero colhidos informes sobre a gestao,
partos e puerprios anteriores e a existncia de abortamento, toxemias e condies de
aleitamento.

Informaes da Gestao Vigente.

Indagar-se sobre a data da ltima menstruao, sinais subjetivos e objetivos,


transtornos dos diversos rgos e aparelhos, e especialmente a poca que foram percebidos
os movimentos ativos do feto.
Exame Fsico Obsttrico.

N semitica normal devem ser examinados o corao, os pulmes, as mamas, o


abdome e as extremidades. Nesta situao ser vinculados mais de perto a inspeo
obsttrica propriamente dita.

Inspeo.

Cabea: Junto aos limites do couro cabeludo, ocorre a formao de lanugem , em


consequncia da intensificao da nutrio dos folculos pilosos, reflexo do metabolismo
prprio da grvida e principalmente das influncias hormonais, o que constitui o SINAL DE
HALBAN.

Em grande nmero de gestantes, nota-se pigmentao difusa ou circunscrita, mais ntidas


nas zonas mais exposta ao sol ( fronte, nariz e regio zigomtica), de tonalidade escura
manchando a pele denominada CLOASMA OU MSCARA GRAVDICA.

Essa alterao da deposio do pigmento ser abrandada poupando-se a pele da


insolao. A hiperpigmentao da gestante parece ser consequncia da hiperfuno do lobo
anterior da hipfise , por intermdio de suas clulas basfilas que, secretando o hormnio
melanotrfico, exageram a pigmentao.

Pescoo: Em funo da hipertrofia da tireoide, aumenta sua circunferncia, mais


evidencivel por volta do quinto ms.

Glndula mamria: Mostra as mamas aumentadas de volume, em consequncia da


hipertrofia e das modificaes que gradativamente vo ocorrendo para prepara-las para a
amamentao. A partir de 16 semanas aparece a secreo de colostro, que pode ser percebido
pela expresso da base, na direo dos canais galactforos. Arola primitiva mais escura do
que fora da gestao, apresenta ao redor a arola secundria, menos pigmentada. A melhor
circulao que acompanha o desenvolvimento das mamas deixa perceber uma trama de vasos
venosos na pele: a REDE DE HALER. Aparecem tambm os tubrculos de MONTGOMERY, em
nmero de 12 a 15, que pelo comum regridem no puerprio, so de duas natureza: glndula
mamrias, ou sebceas. O exame das mamas alm mostrar essas caractersticas, deve ser feito
no sentido de verificar mal formaes nos mamilos, que indiquem dificuldade ou incapacidade
para amamentao.

Abdome: globoso ou ovide. A cicatriz umbilical torna-se plana, e as vezes at saliente. Na


primigesta, a musculatura da parede, conservando sua capacidade de conteno, mantm o
tero em boa posio, porm nas multparas fica comprometida a tonicidade da aponeurose e
fibras musculares o que condiciona o ventre pndulo, causa habitual de vcio de apresentao
e distcia pela falta de coincidncia do eixo do tero com o do feto e da bacia. Evidencia-se a
hiperpigmentao da linha alva (linea nigra).

A inspeo mostra na gestante o aparecimento de estrias produzido pela


sobredistenso das fibras elsticas.
MEMBROS INFERIORES: exibem dilatao circunscrita de vasos sanguneos , varizes e
edemas.

APARELHO GENITAL EXTERNO: A pigmentao da pele mostra-se mais escura. A


influncia hormonal da gestao modificam a mucosa, que se mostra hiperpigmentada,
tumefeita, e transformada enquanto a sua colorao, de rosada torna-se cianosada, violcea
ou azulada. Essas alteraes so percebida muito precocemente no vestbulo e nas
proximidades do meato urinrio, e se intensificam a medida que progride a gestao,
conhecida como SINAL DE JACQUEMIER pelos europeus, e SINAL DE CHADWICK pelos norte-
americanos.

Mensurao.

A altura uterina estimada tendo-se o cuidado de reconhecer o resistncia ssea do


pube , e delimitar em comprimir, o fundo do tero, com a borda cubital da mo. A fita mtrica
mede o arco uterino, o que permite saber a idade da gravidez, acompanhar o crescimento
fetal, assim como suspeitar de gemelidade, e do excesso do lquido amnitico (polidramnio).

Tem por finalidade medir a altura uterina para avaliao da evoluo da gravidez.

Tcnica: Colocar a fita mtrica na borda superior da snfise pbica e leva-la at o fundo
uterino.

OBS: Em mdia o tero cresce em torno de 4 cm por ms.

A circunferncia abdominal avaliada ao nvel da cicatriz umbilical, na gestante de termo,


tem cerca de 90 a 92 cm, em mulher no- obesa.
CONSISTNCIA UTERINA.

A palpao reconhece a consistncia elstica-pastoso-cstica, caracterstica do


amolecimento da parede uterina da gestante , e, em funo da quantidade de lquido
amnitico, sua maior ou menor tenso. Percebe-se durante a gestao, as contraes de
Braxton-Hicks.

PALPAO.

A palpao obsttrica faz-se do tero e seu contedo e visa o reconhecimento do feto,


sua situao, apresentao e posio.

Objetivos:

- Diagnstico da gestao;

- Identificar nmero de fetos;

- Avaliar tamanho e peso fetal;

- Avaliar: SAP.

- Avaliar trabalho de parto: verificar nmero e quantidade das contraes.

TCNICA:

-Decbito Dorsal.

- ventre descoberto,

- Bexiga vazia,

- Mos aquecidas.

Considerando a tcnica do palpar obsttrico consideraremos as suas diversas fases:


Manobras de Leopold-Zweifel.

1. Primeiro Tempo: Explorao do Fundo Uterino.


Delimitamos o fundo do tero, ambas as mos deprimindo a parede
abdominal com as bordas cubitais das mos. As mos de dispem encurvadas,
procurando reconhecer, com a face palmar, o contorno do fundo do tero e a
parte fetal que o ocupa. Na maioria dos casos, sente-se a o plo plvico, com a
caracterstica de ser mais volumoso que a cabea, de superfcie irregular. No caso
de a estar o plo ceflico verificaremos corpo de superfcie regular, resistente.

2. Segundo Tempo: Explorao do Dorso Fetal.


Procuramos deslizar as mos, do fundo uterino, em direo ao plo inferior do
rgo, cuidando de sentir o dorso fetal e as pequenas partes ou membros, de
um ou outro lado do tero. A regio dorsal do feto, apresenta-se como
superfcie resistente e contnua . Quando o dorso se posiciona para trs,
percebem-se melhor as pequenas partes fetais que tomam contato mais direto
com a parede anterior, se estiverem elas esquerda, ficar aquele direita e
vice versa.
3. Terceiro Tempo: Explorao da Mobilidade.
Visa a explorao da mobilidade do plo que se apresenta em relao ao
estreito superior, se procura apreender o plo, entre o polegar e o mdio da
mo direita, imprimindo-lhe movimento de lateralidade que indicam o grau de
penetrao na apresentao na bacia.
Quando ela est alto e mvel esse plo balana de um lado para o outro.
4. Quarto Tempo: Explorao da Escava.
Exploramos a escava em ltimo lugar. A o plo ceflico frequentemente
encontrado. O examinador volta suas costas para a cabea da paciente,
colocando as mos sobre as fossas ilacas.
Exame Obsttrico Abdominal:

Medida da circunferncia abdominal (CA);


Medir altura uterina (AU);
Palpao Obsttrica, sentir partes fetais;
Ausculta dos batimentos cardio-fetais.

AUSCULTA DOS BATIMENTOS CARDIO-FETAIS.

Com a tcnica de ausculta pretende se ouvir os batimentos cardiofetais ( BCF)


- Nos informa se o concepto est vivo ou morto.
- Informas a Vitalidade fetal.
- So perceptveis geralmente na 20 semana.
- A ausculta Clnica pode se imediata indireta ou imediata direta.

- Sua frequncia oscila de 120 a 160 sendo a mdia 140 bpm. --

- Diagnstico da Apresentao pela ausculta: - Apresentao ceflica: foco fetal no quadrante


inferior do abdome.

- Ausncia de foco fetal: bito.


Referncias Bibliogrficas:

REZENDE, J. F.; MONTENEGRO, C. A. B. Obstetrcia Fundamental. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2005.

NEME, B. Obstetrcia Bsica. So Paulo: Savier, 2000.

Você também pode gostar