Mercado de Terras No Brasil PDF
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Desenvolvimento Agrrio
ORGANIZADORES
B823m
MDA/NEAD
Braslia, 2006
SUMRIO
SOBRE OS AUTORES 7
APRESENTAO 11
Marcos Kowarick
INTRODUO 15
Bastiaan Philip Reydon
Marcos Kowarick
Diretor e Coordenador de Ordenamento Territorial do Incra
Braslia, 9/11/2005
sendo criados, muitas vezes com as melhores das intenes, que ao final
sempre possibilitam mais ganhos aos empreendedores que especulam
nesses mercados.3
Este o cerne do crtico problema agrrio brasileiro, que tem
suas origens no padro de ocupao e de desenvolvimento do pas, que,
na sua gnese, no passou pela ruptura da sagrada aliana entre a
burguesia nascente e os proprietrios de terras. Esse processo, no qual a
burguesia coloca seu projeto de sociedade como hegemnico, deu-se de
diferentes formas nos diferentes pases. Barrington Moore4 foi quem
melhor mostrou o processo pelo qual os pases transitaram de sociedades
feudais para o mundo moderno. Para ele, h os pases que fizeram revo-
lues burguesas (Gr-Bretanha, Frana e Estados Unidos), onde a aris-
tocracia e os proprietrios de terras perderam seu poder e seus privil-
gios, e, com isso, a regulao fundiria passou a ser parte do novo pacto.
No outro extremo h os pases que passaram, segundo Moore, por revo-
lues camponesas (Rssia e China), onde o fim das classes dominantes
no campo foi mais violento ainda, chegando ao fim da propriedade pri-
vada total regulao estatal da propriedade. O terceiro grupo de pases
teria feito as revolues vindas de cima (Itlia, Alemanha e Japo), nas
quais, dado que a burguesia no tinha fora suficiente para enfrentar os
interesses retrgrados dos proprietrios e seus aliados, ela negociou com
os militares e lhes imps, sem enfrent-los, a transio para o mundo
moderno. Os resqucios da fora poltica dos proprietrios perpetuam-se
assim de vrias formas incrustadas na sociedade e na poltica, sempre
cobrando seus dividendos. O Brasil parece se inserir nesse padro de
transformao poltica, que para sua modernizao no rompeu com as
foras mais retrgradas, mantendo o poder poltico concedido aos pro-
prietrios de terras.
Entretanto, apesar da existncia de uma forte presso social
para enfrentar esse problema, as dificuldades a serem superadas tm
sido muitas. Essas dificuldades derivam fundamentalmente do forte po-
der poltico dos proprietrios, que atuam em todos os nveis para manter
os benefcios diretos e/ou indiretos originados da propriedade da terra.
Esses benefcios materializam-se de diferentes formas, mas todos eles
so sancionados no mercado de terras ou, em ltima instncia, na Justi-
a: alm de seu valor como fator produtivo e/ou como ativo especulativo
(reserva de valor). tambm um meio de acesso ao crdito subsidiado
e a outros benefcios, como subsdios e isenes fiscais.
As evidncias de que o conjunto das regulaes fundirias no
Brasil foi estabelecido para beneficiar os proprietrios de terras podem
NOTAS
1. Deve-se alertar o leitor que os artigos so datados e permaneceram com sua forma original,
tendo sofrido apenas correes ortogrficas, mas o esprito da discusso permaneceu, com
as suas vantagens e problemas. Gostaria de deixar registrado que a parceria que venho
empreendendo com o professor e pesquisador Ludwig Agurto Plata nesta esfera de estudos
e pesquisas sobre os mercados de terras rurais em muito transcende os artigos aqui
publicados.
2. POLANYI, A grande transformao: as origens de nossa poca. Rio de Janeiro: Campus, 1980.
3. Talvez se a Lei n 10.267 de 2001, que estabelece que toda a propriedade que sofra mudana
legal (arrendamento, hipoteca, inventrio, venda, etc.) tem de apresentar ao cartrio seu
mapeamento georreferenciado seja a grande exceo e se constitua no incio do efetivo
Cadastro to sonhado. Nesse momento, as informaes coletadas pelos cartrios que tm
efetivamente cooperado ainda precisam ser processadas para se obter o mapa das terras
devolutas do pas.
4. MOORE, As origens sociais da ditadura e da democracia. Lisboa: Cosmo, 1967.
5. OSRIO, Terras devolutas e latifndio: efeitos da Lei de 1850. Campinas: Editora da Unicamp,
1996. O autor demonstra como o projeto dos proprietrios do Sudeste do pas enfatizaram
esse aspecto no processo de formulao da Lei de Terras de 1850.
6. Alm disso, a posse dificulta a efetiva demarcao das terras devolutas do Estado.
ASPECTOS GERAIS
DA INTERVENO E
DA REGULAO DO
MERCADO DE TERRAS
1. INTRODUO
2. O MERCADO DE TERRAS
E A QUESTO AGRRIA
mica de seu mercado.8 Nesse novo contexto, a terra passou a fazer parte
das carteiras de ativos dos agentes econmicos e a ser negociada em
funo das expectativas de lucros monetrios de seu proprietrio. Nesse
sentido, no estranho que muitos beneficirios da reforma agrria, ante
a expectativa de no ter os recursos necessrios (crdito institucional,
tecnologia, preos adequados para seus produtos, etc.) para explorar sua
lavoura ou perante uma boa proposta de compra, decidam vender, formal
ou informalmente, sua parcela de terra, fomentando dessa forma um
processo de reconcentrao da terra (Reydon e Plata, 1996a).
A dinamizao do mercado de terras pelos motivos assinalados
teve como conseqncia a elevao do preo da terra. Nesse processo,
o preo subiu de tal forma, no Brasil, por exemplo, que os valores atuali-
zados das rendas futuras obtidas com sua propriedade so menores que
seu preo de venda.
verdade que os programas de reforma agrria, apesar de suas
limitaes, geraram algum alvio questo agrria nos pases onde foram
implementados. Mas muitas desavenas teriam sido evitadas se durante
o processo de reforma agrria houvesse dedicao e ateno formao
e dinmica de funcionamento do mercado da terra agrcola.
Se os formuladores das polticas agrrias reconhecessem que a
terra uma mercadoria e, portanto, o principal acesso a ela se d por
meio do mercado, muitos problemas teriam sido evitados. Por outro lado,
a interveno nos mercados de terras, dadas suas restries, no uma
panacia para resolver a concentrada e injusta distribuio da terra de
alguns pases, como querem alguns. Hoje, pode-se admitir que polticas
que visam ampliar a mobilidade, a flexibilidade e a transparncia do
mercado de terras sejam um caminho necessrio para ampliar o acesso
terra, porm no o suficiente so apenas um complemento reforma
agrria no processo de democratizao da terra.
Na atualidade, na Amrica Latina, a estrutura da propriedade e
da posse da terra foi alterada em funo da modernizao da agricultura.
O sistema latifndiominifndio tem se transformado em capitalista
campons. O latifndio, na maioria dos casos, transformou-se em em-
presa capitalista, e o minifndio, em unidade agrcola familiar vinculada
empresa capitalista e ao resto da economia, fundamentalmente por
meio de relaes de mercado. Nesse novo contexto, o enfoque da refor-
ma agrria, que se sustenta na teoria da renda da terra, deve ser revisto
de forma que inclua a dinmica do mercado da terra. A democratizao
e o uso social da terra tero sucesso quando estas medidas forem adota-
das complementarmente.
GRFICO 1
Efeitos da interveno no mercado da terra rural
DP
DP
P1
P1
P2
P2
DE
DE
0 R Q T
nam o preo da terra rural e quais devem ser as polticas de terras a serem
implementadas com o propsito de conseguir que um maior nmero de
famlias da demanda potencial possa realizar sua demanda de terras.
Essas diferentes categorias que formam a demanda de terras
devem ser levadas em conta ao definir a poltica agrria e os mecanis-
mos de regulao no mercado de terras. H pelo menos quatro instru-
mentos distintos que deveriam compor uma poltica agrria no pas: i)
a titulao e a regulamentao dos imveis rurais; ii) a tributao da
terra: Imposto Territorial Rural (ITR); iii) o financiamento para compra
de terras; iv) a reforma agrria.
bastante modesto. Nos anos 1990, uma nova tentativa foi realizada com
essa finalidade, cujos resultados so descritos no artigo Preo elevado e
o ITR, na segunda parte deste livro.
6. REFERNCIAS
NOTAS
1. Este trabalho foi apresentado no XLII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia
Rural (Sober), Cuiab-MT, 2004 (no entanto este apresenta algumas alteraes).
2. Para a anlise marxista, a terra um recurso natural cujo nvel de renda determinado por uma
relao social e no pela atividade econmica do latifundirio. Essa anlise leva a propor a
eliminao do latifundirio improdutivo e, portanto, renda da terra por meio da reforma
agrria. Ver DELAHAYE (1992, p. 29-63).
3. Vide, para maiores detalhes, RODRGUEZ (1980).
4. Cabe frisar que este antagonismo se ampliava pelo fato de a classe latifundiria, naquele
momento, ser claramente identificada em muitos pases da Amrica Latina.
5. Sob o sistema feudal, a terra e o trabalho formavam parte da prpria organizao social
(o dinheiro ainda no tinha sido desenvolvido como elemento principal da indstria).
A terra, o elemento crucial da ordem feudal, era a base dos sistemas militares, jurdicos,
administrativos e polticos; seu status e funo eram determinados por regras costumeiras.
Ver POLANYI (1980).
6. Os programas de reforma agrria implementados na Amrica Latina tiveram as seguintes
caractersticas: i) favoreceram a muito poucos camponeses, no atingindo propores
importantes de camponeses com pouca ou nenhuma terra; ii) a forma cooperativa de
organizao para os favorecidos no foi bem-sucedida; iii) foi dado pouco apoio em servios
(crdito, tecnologia) aos favorecidos; iv) os efeitos sobre a produo tenderam a ser positivos.
Ver FIGUEROA (1990, p. 95).
7. Aproximadamente, 90% das cooperativas desintegraram-se. A ausncia de todo tipo de
industrializao fez com que os camponeses vendessem suas terras, propiciando o
ressurgimento do latifndio. Os camponeses apenas encontraram sossego na plantao
de coca.
8. importante ressaltar que o mercado de terras tambm tem sido catalisado por outros dois
motivos: a grande escala requerida pelo processo de modernizao agrcola e pelos fortes
processos inflacionrios experimentados pelos pases da regio, que permitiram revelar o
atributo de reserva de valor da terra.
9. Maior informao em REYDON e PLATA (1996a, p. 49-52).
10. Maiores explicaes sobre o termo novo rural podem ser achadas em GRAZIANO DA SILVA
(1998, p. 117-142).
11. A grilagem de terra origina-se no sculo XIX, quando por diversos meios e muitas vezes em
conluio com representantes do poder pblico grileiros avanam sobre terras da Unio e dos
estados, falsificando ttulos de propriedade com a conivncia de cartrios e rgos de terras,
usando de violncia para expulsar posseiros e comunidades indgenas. As razes histricas
desse processo remontam colonizao, com a ocupao do territrio por meio das
capitanias hereditrias, concedidas aos sditos com servios prestados Coroa portuguesa, e
posterior explorao das terras com a fora do trabalho escravo.
12. Incra. Livro branco da grilagem de terras no Brasil. MDA/Incra, 1999. Disponvel em: http://
www.desenvolvimentoagrario.gov.br/ministerio/grilagem.
13. Incra. Balano da reforma agrria 1999. Incra. Disponvel em: http://www.incra.gov.br/reforma/
balanco99/balanc99.htm.
14. Citado por JARAMILLO (1988, p. 114).
15. Do ponto de vista tico, o principal problema consiste no fato de que os assentados da reforma,
no Brasil, no pagaram pelas terras obtidas at a presente data, e no h indcios de que iro
faz-lo no curto prazo. Portanto, passa a ser uma contradio que os que obtm a terra a
NOTAS
1. INTRODUO
Paroquial, escrito pelo prprio punho e em duas vias, que deveria ser
entregue ao padre da parquia. No entanto, esse registro no definia a
forma da descrio das glebas. As descries no se baseavam em qual-
quer tipo de levantamento topogrfico, pois nem mesmo as parquias
tinham mapas cartogrficos de suas circunscries territoriais, sendo
impossvel localizar a rea de terras declarada em um mapa cartogrfico.
Assim, as descries dos domnios da propriedade baseavam-se em
marcos instveis, como nome de vizinhos e acidentes geogrficos.
Os registros dos ttulos inicialmente anotados pelos vigrios
foram aperfeioando-se para o sistema dos Cartrios de Registros de
Imveis por intermdio das vrias instituies que regulamentaram os
registros de propriedades das terras. Assim, foi com a Lei no 1.237/1864,
com o registro de Torrens de 1890, com os regulamentos que se segui-
ram aps a Proclamao da Repblica, com o Cdigo Civil, com a Lei
Federal no 6.015, com as Leis dos Registros Pblicos, de 1973. Porm,
nesse percurso estes documentos continuaram com o descaso em rela-
o s demarcaes de titularidade da terra sem a necessria vinculao
com o mapa cartogrfico da regio.
Mas o que justifica a tolerncia das instituies que estabelecem
normas para os registros da propriedade privada, mas no formulam
um registro com a devida demarcao das terras?
A maior resistncia aplicao da Lei de Terras partiu dos gran-
des proprietrios rurais. Ao inviabilizarem a demarcao de suas terras,
firmando definitivamente seus direitos de propriedade, ficavam possibi-
litados de legalmente manter reservas de terras devolutas ou de ou-
trem para apropriao futura, aumentando, dessa forma, o permetro de
suas propriedades. Em outras palavras, como os fazendeiros no regis-
travam as demarcaes de suas propriedades e tinham condies jurdi-
cas de adquirir as posses de outrem e/ou privatizar as terras devolutas,
legalizavam essas terras, com o registro em cartrio, como se fossem de
sua propriedade.
Esse processo narrado por Holston (1993, p. 71):
TABELA 1
Registros cancelados resumo geral total de reas canceladas
% de cancelamento em rea total do municpio
Municpio rea cancelada (ha) relao rea do municpio (ha)
Lbrea 8.007.098,0000 119,52 6.699.300,00
Pauini 1.263.136,9147 29,20 4.325.258,00
Borba 1.391.134,2000 18,49 7.522.000,00
Canutama 10.343.351,3300 430,48 2.402.700,00
Manicor 682.657,5200 11,58 6.484.000,00
Beruri 355.286,1270 20,60 1.724.511,00
Tapau 7.799.644,1300 86,93 8.971.310,00
Carauari 646.136,7200 25,07 2.576.961,09
Humait 51.735,9400 1,67 3.086.600,00
Itamarati 0 0,00 2.526.414,00
Juru 0 0,00 1.906.994,00
Novo Aripuan 10.405.081,8687 161,28 6.451.200,00
Boca do Acre 2.921.591,5460 130,41 2.240.254,00
Eirunep 4.445.004,2835 276,45 1.607.900,00
Apu 0 0,00 5.437.434,00
Envira 156.499,0000 11,74 1.332.143,00
Ipixuna 9.999,9800 3,71 269.200,00
Total 48.478.357,558
Fonte : Relatrio das Correies Extraordinrias nos Registros de Terras Rurais no Estado do Amazonas
TABELA 2
Imveis notificados pela Portaria n 558/1999 regio
Apresentou Falta apresentar
Regio Imveis P n 558 Total de notificados* documentao documentao
Centro-Oeste 1.405 1.488 957 531
Norte 896 885 680 205
Nordeste 555 542 318 224
Sul 30 12 11 1
Sudeste 179 171 148 23
Brasil 3.065 3.098 2.114 984
*Inclui imveis que estavam omissos no SCNR na data de publicao da Portaria n 558
Fonte: Incra - atualizado em 22/08/2001
TABELA 3
rea dos imveis notificados pela Portaria n 558/1999 regio
Apresentou Falta apresentar
Regio Imveis P n 558 Total de notificados* documentao documentao
Centro-Oeste 31.427.140,7 34.418.362,0 21.304.617,0 13.113.745,0
Norte 43.596.291,6 62.667.985,2 37.846.026,2 24.821.959,0
Nordeste 13.085.432,4 15.219.940,0 8.030.969,0 7.188.971,0
Sul 708.040,8 706.245,9 375.487,5 330.748,4
Sudeste 4.803.692,7 5.983.242,0 3.283.750,0 2.699.492,0
Brasil 93.620.598,2 118.995.775,1 70.840.849,7 48.154.925,4
*Inclui imveis que estavam omissos no SCNR na data de publicao da Portaria n 558
Fonte: Incra - atualizado em 22/08/2001
TABELA 4
Listagem dos imveis notificados segundo a classe
Total notificados No responderam No responderam (%)
Classes de rea total (ha)
N rea (ha) N rea (ha) N rea (ha)
10.000 a menos de 20.000 1.846 25.270.266,8 863 11.780.433,1 46,70 46,60%
20.000 a menos de 50.000 882 25.853.981,9 413 12.158.136,8 46,80 47,00%
50.000 a menos de 100.000 184 12.616.842,7 94 6.400.019,1 51,10 50,70%
100.000 a menos de 200.000 85 11.786.470,1 46 6.343.230,4 54,10 53,80%
200.000 a menos de 500.000 34 9.964.501,2 19 5.757.031,7 55,90 57,80%
500.000 a menos de 1.000.000 6 4.996.168,2 2 1.667.709,3 33,30 33,40%
igual ou superior a 1.000.000 2 3.251.937,0 1 2.050.059,0 50,00 63,00%
Total 3.065 93.803.340,6 1.438 46.156.619,4 46,90 49,20%
Fontes: Incra, banco de dados dos imveis abrangidos pela Port. 558/1999, de 08/01/2001 e listagem dos imveis que no atenderam notificao da Port.
558/1999 de 21/12/2000
TABELA 6
Proprietrios/detentores de imveis rurais suspeitos de grilagem, distribuio
segundo a situao jurdica
Pessoa fsica Pessoa jurdica
Regio rea (ha) rea (ha)
N prop. N imveis N prop. N imveis
Norte 211 287 17.316.230,80 143 192 7.083.747,70
Nordeste 160 178 4.339.049,90 120 141 2.862.400,10
Sul 6 6 117.689,20 1 1 28.255,90
Sudeste 20 22 641.915,20 19 24 369.130,70
Centro-Oeste 317 349 7.391.765,30 199 238 6.006.434,60
Brasil 714 842 29.806.650,40 482 596 16.349.969,00
Fonte: Incra, listagem dos imveis que no atenderam notificao da Port. 558/1999 de 21/12/2000
TABELA 7
Proprietrios/detentores de imveis rurais suspeitos de grilagem, distribuio
das empresas segundo a natureza jurdica
Natureza jurdica N propr. % N imveis % rea (ha) %
Soc. Cotas de Resp. Ltda. 232 48,1 280 47 7.747.076,30 47,4
Sociedade Annima 181 37,6 233 39,1 6.116.105,40 37,4
No identificada 69 14,3 83 13,9 2.486.787,30 15,2
Total 482 100 596 100 16.349.969,00 100
Fonte: Incra, listagem dos imveis que no atenderam notificao da Port. 558/1999 de 21/12/2000
TABELA 8
Proprietrios/detentores de imveis rurais suspeitos de grilagem, cem maiores
proprietrios pessoas fsicas, distribuio segundo a situao do CPF
Situao do CPF N proprietrios N imveis % rea (ha) %
Regular - total 53 107 58,8 10.591.633,6 58,1
Com irregularidade - total 47 75 41,2 7.648.785,3 41,9
Cancelado 21 35 19,2 3.161.510,3 17,3
Incorreto 8 12 6,6 1.086.077,4 6
Inexistente 3 3 1,6 407.200,0 2,2
No informado 5 5 2,7 426.056,6 2,3
Pendente de regularizao 10 20 11 2.567.141,0 14,1
Fonte: Incra, listagem dos imveis que no atenderam notificao da Port. 558/1999 de 21/12/2000 e Secretaria da Receita Federal
TABELA 9
Proprietrios/detentores de imveis rurais suspeitos de grilagem, cem maiores
proprietrios pessoas jurdicas, distribuio segundo a situao do CNPJ
Situao do CNPJ N proprietrios N imveis % rea (ha) %
Ativo 77 137 76,5 6.815.667,4 74,2
Cancelado 7 11 6,1 406.062,0 4,4
Com irregularidade - total 16 31 17,3 1.968.522,6 21,4
Inapto 12 27 15,1 1.744.669,4 19
Incorreto 3 3 1,7 118.853,2 1,3
No informado 1 1 0,6 105.000,0 1,1
Total 100 179 100 9.190.252,0 100
Fonte: Incra, listagem dos imveis que no atenderam notificao da Port. 558/99 de 21/12/2000 e Secretaria da Receita Federal
TABELA 10
Municpios selecionados pela Portaria Incra n 596/2001
ACRE GOIS MINAS GERAIS
Feij Aruan Montalvnia
Sena Madureira Bonpolis Vrzea da Palma
Tarauaca Porangatu Riachinho
Cruzeiro do Sul So Miguel do Araguaia Santa F de Minas
Porto Walter Crixs Jequitinhonha
Rodrigues Alves Mundo Novo Manga
Manuel Urbano Nova Crixs PARAN
Rio Branco MARANHO Tibagi
AMAP Graja RONDNIA
Santa Luzia Campo Novo de Rondnia
Porto Grande Bom Jardim Jamari
Mazago Carutapera Machadinho
Tartarugalzinho MATO GROSSO Porto Velho
Caloene Cotriguau Buritis
Macap Paranaita Alta Floresta DOeste
AMAZONAS Rosrio do Oeste SO PAULO
Boca do Acre Tangar da Serra Narandiba
Canutama MATO GROSSO DO SUL Teodoro Sampaio
Lbrea Brasilndia Joo Ramalho
Pauini Trs Lagoas Martinpolis
Humait PAR Mirante do Paranapanema
BAHIA Altamira Presidente Epitcio
Barreiras Trairo Presidente Prudente
TOCANTINS Itaituba Presidente Venceslau
Babaulndia Novo Progresso Rancharia
Tocantinpolis So Flix do Xingu Rosana
Sandovalina
Fonte : Incra, maio/2003
5. CONCLUSO
6. REFERNCIAS
NOTAS
1. LESSA, C.; DAIN, S. Capitalismo associado: algumas referncias para o tema Estado e
Desenvolvimento. In: BELLUZZO, L.G.; COUTINHO, R. (Org.). Desenvolvimento capitalista no
Brasil. So Paulo: Brasiliense, 1982.
2. Segundo Mendona (2002), a Comisso de Correio encontrou, em todas as comarcas que
foram alvo da denncia, irregularidades, como Livros de Registros de Imveis com pginas
rasuradas, duplicidade de matrculas, faltando Termo de Abertura e/ou Encerramento.
3. As irregularidades encontradas em 17 cartrios do Amazonas, hoje sob interveno, esto
provocando uma verdadeira operao limpeza na atividade cartorial do pas.
As investigaes, que esto em andamento no Amazonas, devem ser estendidas aos
cartrios da Bahia, do Par, do Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, estados onde a
grilagem de terras mais problemtica (Anoreg) www.anoregbr.org.br.
4. Na Comarca de Canutama, observaram-se alguns casos em que a rea do imvel era
irregularmente majorada por meio de escritura pblica de retificao e ratificao.
Para exemplificar, o caso do imvel rural Palmares, que foi transferido irregularmente
de Maria Luiza Hidalgo Lima Barros para a empresa Amazonacre Ltda., com rea
irregularmente definida pela escritura pblica de retificao e ratificao como 68.527 ha.
Posteriormente, essa propriedade foi transferida para a empresa Acresul Empreendimentos
Imob. e Colonizao Ltda., tendo a rea total majorada tambm pela escritura pblica de
retificao e ratificao para 92.027,2426 ha.
5. Nessa comarca, entre as reas canceladas, foi observado o seguinte esquema de transferncias:
no caso do imvel rural denominado Igarap das Pedras, inicialmente sem rea definida,
foi registrado em 13/01/1925, tendo como adquirente Raimundo Pereira dde Matos, sem
qualquer registro de transmitente. Em 26/10/1927, esse imvel tem seu domnio transferido
para a firma J. R. CUNHA & CIA. LTDA.; posteriormente, em 26/03/1935, transferido para
MANOEL FIGUEIREDO DE BARROS; em 30/04/1979, o domnio transferido para Maria
Luiza Hidalgo Lima Barros e passa a ter uma rea de 80.565 ha. Em 28/09/1991, esse imvel
transferido para Falb Saraiva de Farias, que, por sua vez, em 13/07/1992 transfere o
domnio desse imvel por doao empresa Tecmin Tecnologia Mineral S/A. Esse esquema
repete-se com 11 imveis rurais, representando 928.450 ha, de forma idntica e com
proximidade nas datas; todos os imveis foram registrados inicialmente entre 1925 e 1930
em nome de pessoas diferentes sem rea definida. Aps um ou dois anos, esses imveis
eram transferidos para a firma J. R. Cunha & Cia. Ltda., e a partir da as transferncias
seguiam a mesma ordem: sempre os imveis adquiriam rea definida na transferncia para
Maria Luiza Hidalgo Lima Barros; Falb Saraiva Farias adquiriu os imveis nos anos de 1985 e
a maioria em 1991, e posteriormente nos dias 10 e 13 de julho de 1992 os imveis foram
todos transferidos por doao para Tecmin Tecnologia Mineral S/A.
6. O CPF considerado cancelado nas seguintes situaes: bito, atribuio de mais de um nmero
de inscrio no CPF para uma mesma pessoa, constatao de fraude na inscrio, falta da
apresentao da Declarao de Ajuste Anual (Declarao de Imposto de Renda) ou da
Declarao de Isento por dois anos consecutivos. O CPF considerado incorreto quando o
nmero informado ao Incra no aceito como vlido pela Secretaria da Receita Federal
(SRF). tambm inexistente quando o nmero no consta no banco de dados da SRF,
embora seja considerado vlido. No consta no Cadastro do Incra o nmero do CPF caso a
pessoa fsica tenha deixado de entregar, no ltimo exerccio, a Declarao de Ajuste Anual
ou Declarao de Isento.
7. A anlise dos cem maiores proprietrios/detentores pessoas jurdicas a partir da situao da
inscrio no Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica (CNPJ) revelou que estes representam 21%
do total das propriedades, o que corresponde a 56% da rea total das pessoas jurdicas com
imveis suspeitos de grilagem. Nesse caso, a incidncia de irregularidades atinge 16 dos cem
NOTAS
proprietrios, representando 21% da rea dessas pessoas jurdicas. O CNPJ ativo pode ser
regular ou no regular, embora essa informao no seja disponibilizada na consulta pblica.
A diferena entre esses dois casos reside basicamente na existncia de pendncias ou dbitos
para com o Fisco. O CNPJ considerado cancelado quando houver sido deferida sua
solicitao de baixa; inapto quando for assim declarada pela SRF, por estar enquadrado
como omisso contumaz, omisso e no localizado; inexistente de fato quando o nmero da
inscrio informado pelo Incra no for aceito como vlido pela SRF.
1. INTRODUO
dois pases (Guedes, 2000; 1999), elas parecem orientadas para preservar
as estruturas bsicas de coordenao descritas nos pargrafos anteriores.
Em sntese, o objetivo do artigo , ento, mostrar como a regu-
lao fundiria define as formas de organizao econmica tornando-as
to dspares, apesar de terem em comum a utilizao dos mesmos ativos,
que redundam em um produto homogneo.
Para esse propsito, este artigo est dividido em quatro itens,
alm desta introduo. No primeiro, apresenta-se uma breve reviso te-
rica sobre o papel que exerce a organizao institucional na dinmica
econmica a partir dos principais autores da corrente institucionalista. No
item subseqente, apresenta-se a estrutura da agroindstria canavieira na
Austrlia, enfatizando o papel que inclui o zoneamento agrcola na defi-
nio das formas de coordenao econmica dessa agroindstria, bem
como no desempenho econmico e no bem-estar dos grupos sociais a ela
vinculados. No terceiro item, analisa-se a situao brasileira, marcada pelo
predomnio da forma integrada de coordenao econmica. Esta expli-
cada pela ausncia de controles institucionais sobre o uso e a transfern-
cia da terra, o que favorece um baixo dinamismo tecnolgico e estimula
a concentrao de renda e propriedade em benefcio do grande capital
usineiro. No quarto item, compara-se o desempenho econmico e tecno-
lgico das duas agroindstrias. O artigo tece as consideraes finais.
2. A REGULAO INSTITUCIONAL
cada usina e cuja regulao ocupa toda a parte 3 A da Sugar Industry Act.
Nos casos em que esse mecanismo de arbitragem tripartite no tem xito,
as demandas so remetidas ao Sugar Industry Tribunal, instncia jurdica
superior na regulao setorial. V-se assim que a capacidade de Law Enfor-
cement dessas agncias tem um papel essencial na regulao setorial e na
definio das formas de coordenao econmicas dessa indstria.
fcil perceber que os Land Assignments constituem uma pro-
funda interveno no mercado de terras. Na prtica, eles suspendem o
poder do mecanismo de mercado de determinar o uso da terra.
5. DESEMPENHO COMPARATIVO
TABELA 1
Indicadores de produtividade agrcola e industrial da agroindstria canavieira
na Austrlia, no Brasil e no mundo nos trinios 1989-1991 e 1996-1998
Municpio 1989-1991 1996-1998
Mundo
Evoluo da rea colhida (ndice) 100 115
Rendimento agrcola (t/ha) 60 62
Rendimento industrial (kg/t) 104 100
Rendimento agroindustrial (t de acar/ha) 6,37 6,28
Austrlia
Evoluo da rea colhida (ndice) 100 121
Rendimento agrcola (t/ha) 72 100
Rendimento industrial (kg/t) 143 147
Rendimento agroindustrial (t de acar/ha) 10,43 14,8
Brasil
Evoluo da rea colhida (ndice) 100 116
Rendimento agrcola (t/ha) 61 68
Rendimento industrial (kg/t) 118 125
Rendimento agroindustrial (t de acar/ha) - 7,49*
Fonte: Guedes, 2000, p. 83
* Este valor foi calculado por Fernandes (1998, p. 22) e corresponde mdia nacional do trinio 1993/1995. A mdia do Estado de So Paulo para o mesmo perodo foi de 9,22
TABELA 2
Comparao internacional dos custos agrcola, industrial e total de produo
de acar (os custos so expressos como percentual da mdia ponderada mundial dos
custos de produo de acar de beterraba e de cana) (%)
Mdia 5 anos Total Oeste Norte Sul Austrlia Brasil Cuba Unio Mxico frica Tailndia Estados Unidos
ndia Europ. do Sul Beterraba Cana
Comparao custos agrcolas
1979/80-1984/85 71.0 65.1 76.6 70.9 110.0 74.5 61.6 75.7 113.6 111.3
1985/86-1989/90 65.4 65.7 65.6 74.9 126.4 70.8 66.0 55.2 112.6 105.0
1990/91-1994/95 61.9 52.2 71.8 63.3 56.5 61.0 96.7 134.6 71.9 71.3 73.6 101.4 97.5
Comparao custos industriais
1979/80-1984/85 90.3 46.1 79.4 57.0 118.9 80.2 43.8 63.9 93.8 63.9
1985/86-1989/90 85.3 48.0 63.4 58.5 121.0 61.9 49.4 52.7 72.0 59.1
1990/91-1994/95 75.9 75.1 82.7 72.3 37.7 52.1 95.6 143.0 60.4 72.8 41.8 58.0 58.4
Comparao custos totais
1979/80-1984/85 78.2 58.0 77.7 65.7 113.2 76.5 55.0 71.2 106.0 93.6
1985/86-1989/90 73.0 58.9 64.8 68.6 124.3 67.4 59.7 54.3 97.3 97.5
1990/91-1994/95 66.9 61.1 74.5 66.5 49.9 57.9 96.3 137.5 68.5 71.9 62.5 86.2 83.8
Fonte: Sawhney, 1999, p. 110
6. CONSIDERAES FINAIS
7. REFERNCIAS
NOTAS
1. Por ambiente institucional entende-se: As regras do jogo que definem o contexto no qual a
atividade econmica acontece (Williamson, 1996, p. 378).
2. Eggertsson (1990; 1999) argumenta que o ambiente institucional influencia o desempenho
econmico e o bem-estar social porque age sobre a estrutura de incentivos das firmas,
estimulando ou no a incorporao de progresso tcnico e uma melhor distribuio de
renda.
3. A distribuio de terra para migrantes europeus fora comum antes mesmo da WAP. No final do
sculo XIX, aproveitando-se de uma crise que afetou a agroindstria da madeira, tornando
disponvel suas terras, o governo colonial introduziu as primeiras legislaes favorveis
constituio da pequena propriedade familiar e iniciaram-se os primeiros apoios financeiros
orientados para ela.
4. O protecionismo ao mercado interno do acar foi severamente reduzido em 1989, quando a
proibio de importar acar foi substituda por um sistema de tarifas, que foram revistas
em 1991.
5. Na Austrlia, h apenas dois estados produtores: Queensland e Nova Gales do Sul. O primeiro
responde por mais de 90% da produo do pas.
6. Em 1991, por meio da Sugar Industry Act, foram realizadas modificaes institucionais
importantes no setor canavieiro australiano, entre as quais est a extino do Sugar Board e
do Central Sugar Cane Price Board, cujas funes passaram a ser realizadas pela Queensland
Sugar Corporation.
7. Um exemplo disso a existncia de colhedoras de cana adaptadas s dimenses da unidade
agrcola de pequena escala tpica do farmer canavieiro da Austrlia. Alm de torn-la
financeiramente acessvel a um nmero razovel de fornecedores, elas esto adaptadas
tecnicamente s condies de escala da pequena produo.
8. Essa forma de controle/regulao incide tambm sobre a qualidade da matria-prima. A usina
pode recusar a aceitar cana de fornecedores que contenha menos de 7% de acar
comercial (parte 9, diviso 6, pargrafo 157, item c).
9. Os Local Boards so constitudos por usinas e consistem de cinco membros nomeados pelo
governador a partir da indicao do Conselho da QSC. Um dos membros indicado pelo
secretrio estadual das Indstrias Primrias aps consulta ao QSC, dois so indicados pelos
proprietrios das usinas e dois so indicados pelo Comit dos Fornecedores de Cana.
10. A mais importante talvez tenha sido aquela ocorrida em finais do sculo XIX, que marcou a
passagem da organizao produtiva baseada no antigo engenho bang para as usinas.
11. O Instituto do Acar e do lcool (IAA) funcionou at 1990, quando foi extinto.
12. Para So Paulo, no perodo 1975-1989, Moreira (1989, p.102) observou que Um dos itens
importantes na anlise dos projetos de implantao ou expanso das usinas/destilarias feita
pelo IAA/Cenal a comprovao da disponibilidade de matria-prima, seja em reas prprias
ou arrendadas, seja atravs de carta de compromisso de fornecimento de cana por
terceiros. Obviamente, essa prtica no se restringiu ao Estado de So Paulo e ao perodo
estudado pelo autor, sendo o acesso prvio terra, como se viu, uma condio para
tornar-se usineiro.
1. INTRODUO
A ocupao do cerrado do Piau inicia-se nos anos 1970, mas
efetiva-se produtivamente apenas na dcada de 1990, mediante a pro-
duo em larga escala da soja. Este artigo mostra que ambas as ocupa-
es do cerrado, em vez de corrigirem o padro de ocupaes com
grandes propriedades, como as ocorridas no restante do pas, reprodu-
ziu-as de forma mais acentuada.
Isso decorre do fato de o Estado brasileiro no ter capacidade
efetiva de regular o acesso terra.2 Associa-se a isso a deciso do governo
do Estado do Piau de tornar a regio um significativo plo de agricultura
comercial. Para tanto, incentiva o uso de mecanismos estatais de financia-
mento agropecuria e institui polticas de favorecimento obteno de
suas vastas reas de terras disponibilizadas por intermdio da Companhia
de Desenvolvimento do Piau (Comdepi) a preos ditos simblicos.
Nesse sentido, o Estado imprime uma interveno dirigida
agropecuria que omite, por completo, a questo fundiria, limita-se a
gestar um arcabouo institucional centrado na concesso de incentivos
fiscais, alm de fixar outras medidas polticas de corte nacional e/ou se-
torial, como o Sistema Nacional de Crdito Rural (SNCR), o Fundo de
Financiamento de Exportao (Finex), a Poltica de Garantia de Preo
TABELA 1
Produo de soja em gros, municpio de Barreiras e Estado da Bahia, anos
de 1980 a 1998
Ano rea colhida (ha) Quantidade (t) Produo total estado (t)
1980 2.224
1981 300 90 1.019
1982 196 98 354
1983 17.403 20.187 35.929
1985 45.615 68.187 75.600
1986 34.292 42.033 140.418
1987 55.000 48.345 148.643
1988 61.160 91.740 365.725
1989 94.972 142.458 580.689
1990 79.261 49.935 220.416
1991 50.340 105.714 441.000
1992 102.454 153.681 480.000
1993 284.524 512.599 592.268
1994 133.651 288.086 873.384
1995 167.526 381.959 1.072.911
1996 160.891 270.297 700.211
1997 164.585 365.379 1.013.541
1998 197.221 422.645 1.188.000
Fonte: IBGE. Produo agrcola municipal. Estado da Bahia, 1980-1999
TABELA 2
Produo de soja em gros, municpio de Balsas e Estado do Maranho, anos
de 1980 a 1999
Ano rea colhida (ha) Quantidade (t) Produo total estado (t)
1980 80 96 96
1981 66 112 112
1982 215 430 430
1984 2.454 4.417 7.604
1985 4.176 4.301 9.013
1986 4.000 6.000 13.881
1988 7.133 12.899 25.916
1989 9.708 17.474 38.802
1990 5.952 1.607 4.176
1991 1.150 2.070 8.037
1992 4.505 5.406 24.029
1993 9.814 18.552 87.370
1994 14.990 32.888 140.637
1995 19.889 36.794 162.375
1996 16.310 40.698 137.283
1997 31.370 65.877 221.535
1998 34.820 68.003 290.438
1999 52.138 128.259 409.012
Fonte: IBGE. Produo agrcola municipal. Estado do Maranho, 1980-1998
TABELA 3
Nmero de estabelecimentos e reasa no Piau, recenseamentos, anos de 1960,
1970, 1980, 1985 e 1995-1996b
1960 1970 1980 1985 1995-1996
Estabelecimentos 87.303 217.886 249.129 270.443 208.111
rea (ha) 9.106,8 9.606,7 11.162,1 11.828,0 9.660,0
Concentrao da
terra (Gini) 0,82 0,86 0,87 0,86
a. Em 1.000 ha
b. O Censo de 1995-1996 apresenta divergncia de metodologia fazendo com que haja subestimao dos estabelecimentos e da rea ocupada
Fontes: IBGE. Censo Agrcola de 1960: Maranho e Piau, 1960
_______.Censos Agropecurios do Piau, 1970, 1980 e 1985
TABELA 4
rea dos estabelecimentos segundo o grupo de rea, municpios de Uruu e
Ribeiro Gonalves, anos de 1960, 1970, 1980 e 1985
Ano Municpio Total 0 < 10 10 < 100 100 < 1000 1000 < 10.000 10.000 e +
N % N % N % N % N %
E 462 13 2,8 216 46,7 210 45,4 23 5,0 - -
R.G.
A 116.637 78 0,07 8.819 7,6 63.667 54,6 44.072 37,8 - -
1970
E 902 170 18,8 384 42,6 287 31,8 61 6,8 - -
Uru.
A 251.509 607 0,2 14.948 5,9 96.922 3,5 139.032 55,3 - -
E 1.167 267 22,9 468 40,1 394 3,8 30 2,6 8 0,7
R.G.
A 363.212 1.164 0,3 17.596 4,8 99.825 2,5 72.841 20,0 171.784 47,3
1980
E 1.346 817 60,7 233 17,3 238 1,7 53 3,9 4 0,3
Uru.
A 314.707 1.590 0,5 10.226 3,2 78.107 24,8 145.640 46,3 79.140 25,1
E 1.287 383 29,8 588 45,7 270 21,0 34 2,6 12 1,7
R.G.
A 457.539 1.460 0,3 28.218 6,2 76.660 16,7 80.763 17,6 274.636 60,0
1985
E 1.413 816 57,7 277 19,6 260 18,4 55 3,9 5 0,3
Uru.
A 361.654 1.746 0,5 11.945 3,3 88.656 24,5 148.306 41,0 110.997 30,7
Fontes: IBGE. Censo Agrcola de 1960: Maranho e Piau
_______. Censos Agropecurios do Piau, 1970, 1980 e 1985
E - Nmero de estabelecimentos (mil), A - rea (ha), R.G. Ribeiro Gonalves, Uru. Uruu
TABELA 5
Nmero de negcios por estrato de rea, municpio de Uruu, anos de
1970 a 2000
Nmero de negcios
Estrato de rea (ha)
0< 100 100 < 1000 1000 < 10.000 10.000 e mais
Ano Total
N % N % N % N %
1970/1979 169 37,8 175 39,2 59 13,2 35 7,8 438
1980/1989 61 14,8 222 53,7 119 28,8 11 2,7 413
1990/2000 21 5,9 240 67,0 91 25,4 7 1,9 359
TOTAL 251 26,7 637 46,3 269 20,7 53 5,3 1210
Fonte: Uruu. Municpio. [Documentao do Cartrio do Municpio de Uruu], 2001
TABELA 6
rea negociada por estrato de rea, municpio de Uruu, anos de 1970 a 1989
Nmero de negcios
Estrato de rea (ha)
0< 100 100 < 1000 1000 < 10.000 10.000 e mais Total em
Ano
N % N % N % N % 1.000 ha
1970/1979 6.839,83 0,7 48.593,13 5,1 185.673,3 19,5 711.069,8 73,1 952,2
1980/1989 3.754,23 0,6 66.684,5 11,3 332.738,9 56,3 187.961,0 31,9 591,1
1990/2000 1676,59 0,4 89.840,57 19,8 209.653,3 46,2 152.645,0 33,4 453,8
TOTAL 12.270,65 0,6 205.118,2 10,3 728.065,5 36,5 1.051.675,8 52,7 1.997,1
Fonte: Uruu. Municpio. [Documentao do Cartrio do Municpio de Uruu], 2001
TABELA 7
Nmero de negcios por estrato de rea, municpio de Ribeiro Gonalves,
anos de 1970 a 2000
Nmero de negcios
Estrato de rea (ha)
0< 100 100 < 1000 1000 < 10.000 10.000 e mais
Ano Total
N % N % N % N %
1970/1979 11 9,2 78 65,0 17 14,2 14 11,7 120
1980/1989 35 19,6 111 62,0 29 16,2 4 2,2 179
1990/2000 19 19,4 38 38,8 28 28,6 13 13,3 98
TOTAL 65 16,4 227 57,2 74 18,6 31 7,8 397
Fonte: Ribeiro Gonalves. Municpio. [Documentao do Cartrio do 1 Ofcio do Municpio de Ribeiro Gonalves], 2001
TABELA 8
rea negociada por estrato de rea, municpio de Ribeiro Gonalves,
anos de 1970 a 1989
Nmero de negcios
Estrato de rea (ha)
0< 100 100 < 1000 1000 < 10.000 10.000 e mais
Ano Total
N % N % N % N %
1970/1979 726,19 0,2 21.919,76 5,8 49.329,87 13,1 303.456,22 80,9 375.432,04
1980/1989 2.615,49 1,0 31.575,8 11,7 152.077,26 56,8 70.550,34 26,3 256.818,89
1990/2000 3.341,68 0,53 53.495,56 8,46 201.407,13 31,86 374.006,56 59,15 632.250,93
TOTAL 6.683,36 0,53 10.6991,12 8,46 402.814,26 31,86 748.013,12 59,15 1.264.501,86
Fonte: Ribeiro Gonalves. Municpio. [Documentao do Cartrio do 1 Ofcio do Municpio de Ribeiro Gonalves], 2001
TABELA 9
Nmero de negcios por estrato de rea, municpio de Baixa Grande do
Ribeiro, anos de 1994 a 2000
Nmero de negcios
Estrato de rea (ha)
0< 100 100 < 1000 1000 < 10.000 10.000 e mais
Ano Total
N % N % N % N %
1994 3 15,8 1 5,3 13 68,4 2 10,5 19
1995 7 58,3 4 33,3 1 8,3 0 - 12
1996 11 57,9 2 10,5 5 26,3 1 5,3 19
1997 4 33,3 1 8,3 3 25,0 4 33,3 12
1998 9 30,0 12 40,0 7 23,3 2 6,7 30
1999 1 5,0 5 25,0 10 50,0 4 20,0 20
2000 0 - 4 44,4 5 55,6 0 - 9
Total 35 29 44 13 121
Fonte: Ribeiro Gonalves. Municpio. [Documentao do Cartrio do 1 Ofcio do Municpio de Ribeiro Gonalves], 2001
TABELA 10
rea negociada por estrato de rea, municpio de Baixa Grande do Ribeiro,
anos de 1994 a 2000
Nmero de negcios
Estrato de rea (ha)
0< 100 100 < 1000 1000 < 10.000 10.000 e mais
Ano Total
N % N % N % N %
1994 264,50 0,3 500,00 0,6 52.934,18 69,4 22.533,00 29,6 76.231,68
1995 405,09 11,2 891,57 24,7 2.311,06 64,1 0 - 3.607,72
1996 699,95 1,8 390,00 1,0 16.335,79 41,2 22.253,61 56,1 39.679,35
1997 269,55 0,4 800,00 1,3 14.097,40 22,5 47.359,00 75,7 62.525,95
1998 512,10 0,5 8.320,00 8,9 9.479,25 10,2 75.000,00 80,4 93.311,35
1999 70,91 0,1 3.088,56 4,8 20.018,67 31,4 40.618,00 63,7 63.796,14
2000 0 0 2.075,00 8,5 22.293,00 91,5 0 - 24.368,00
Total 2.222,1 0,6 16.065,13 4,4 137.469,35 37,8 207.763,61 57,2 363.520,19
Fonte: Ribeiro Gonalves. Municpio. [Documentao do Cartrio do 1 Ofcio do Municpio de Ribeiro Gonalves], 2001
TABELA 11
Produo agrcola, municpio de Uruu e Estado do Piau, anos de 1980, 1981,
1988 e de 1991 a 2000
Ano Produto rea colhida (h) Quant. produzida (t) Prod. total estado (t)
1981 Caju (frutos) 3 374 7.391
Soja (gro) -
1988 Caju (frutos) 10.600 594 24.816
Soja (gro) -
1991 Caju (frutos) 10.600 594 42.964
Soja (gro) -
1992 Caju (frutos) 10.600 594 25.507
Soja (gro) 250 300 719
1993 Caju (frutos) 15.700 879 29.941
Soja (gro) 580 1.311 3.107
1994 Caju (frutos) 1.850 33 32.780
Soja (gro) 3.660 6.588 10.409
1995 Caju (frutos) 1.850 33 47.207
Soja (gro) 595 13.685 22.478
1996 Caju (frutos) 17 5 24.653
Soja (gro) 595 13.685 22.478
1997 Caju (frutos) 70 7 22.145
Soja (gro) 7.650 14.678 40.520
1998 Caju (frutos) 1.000 30 6.128
Soja (gro) 9.520 15.975 49.864
1999 Caju (frutos) 70 18 32.224
Soja (gro) 10.166 28.749 82.741
2000 Caju (frutos) 70 18 33.395
Soja (gro) 11.995 32.386 100.395
Fonte: IBGE. Produo agrcola municipal. Estado do Piau, 1980, 1981, 1988 e de 1991 a 2000, 1980-2000
TABELA 12
Produo agrcola, municpio de Ribeiro Gonalves e Estado do Piau, anos de
1980, 1981, 1988 e de 1991 a 2000
Ano Produto rea colhida (ha) Quant. produzida (t) Prod. total Estado (t)
1981 Caju (frutos) - 7.391
Soja (gro) - -
1988 Caju (frutos) 24.000 1.680 24.816
Soja (gro) - -
1991 Caju (frutos) 24.000 1.680 42.964
Soja (gro) 500 750 2.850
1992 Caju (frutos) 24.000 1.680 25.507
Soja (gro) 1.000 300 719
1993 Caju (frutos) 13.700 959 29.941
Soja (gro) 1.110 1.568 3.107
1994 Caju (frutos) 3.000 31 32.780
Soja (gro) - 10.409
1995 Caju (frutos) 3.000 21 47.207
Soja (gro) - 20.199
1996 Caju (frutos) 10 4 24.653
Soja (gro) - 22.478
1997 Caju (frutos) 200 70 22.145
Soja (gro) - 40.520
1998 Caju (frutos) 200 6 6.128
Soja (gro) 975 1.770 49.864
1999 Caju (frutos) 200 60 32.224
Soja (gro) 1.400 3.360 82.741
2000 Caju (frutos) 200 60 33.395
Soja (gro) 1.461 4.276 100.395
Fonte: IBGE. Produo agrcola municipal. Estado do Piau, 1980, 1981, 1988 e de 1991-2000, 1980-2000
TABELA 13
Produo agrcola, municpio Baixa Grande do Ribeiro e Estado do Piau, anos
de 1994 a 2000
Ano Produto rea colhida (ha) Quant. produzida (t) Prod. total estado (t)
1994 Caju (frutos) 10.600 201 32.780
Soja (gro) 1.825 2.738 10.409
1995 Caju (frutos) 10.600 394 47.207
Soja (gro) 5.130 10.260 20.199
1996 Caju (frutos) 35 15 24.653
Soja (gro) 3.610 8.745 22.478
1997 Caju (frutos) 1.500 450 22.145
Soja (gro) 8.525 20.903 40.520
1998 Caju (frutos) 1.500 45 6.128
Soja (gro) 12.307 24.840 49.864
1999 Caju (frutos) 2.000 130 32.224
Soja (gro) 13.456 33.640 82.741
2000 Caju (frutos) 2.000 130 33.395
Soja (gro) 15.748 37.748 100.395
Fonte: IBGE. Produo agrcola municipal. Estado do Piau, 1980, 1981, 1988 e de 1991-2000, 1980-2000
GRFICO 1
Preo de venda de um hectare de terra do municpio de Uruu, perodo de
1990 a 1995 - R$ de 1999
Y
200
150
Preo mdio
100
50
X
0
1990-1 1994-1 1995-1
Fonte: Incra. Diretoria de Cadastro Rural. SIPT Sistema de Informaes sobre Preo de Terras, 2001
GRFICO 2
Preo de venda de um hectare de terra do municpio de Ribeiro Gonalves,
perodo de 1990 a 1994 - R$ de 1999
Y
180
160
140
120
100 Preo mdio
80
60
40
20
X
0
1990-1 1990-2 1991-1 1991-2 1993-1 1993-2 1994-1
Fonte: Incra. Diretoria de Cadastro Rural. SIPT Sistema de Informaes Sobre Preo de Terras, 2001
5. CONSIDERAES FINAIS
6. REFERNCIAS
NOTAS
1. Este trabalho foi apresentado no XLII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia
Rural (Sober), Cuiab-MT, 2004.
2. Vide Reydon e Plata (2000) para maiores detalhes sobre a inoperncia do Estado brasileiro em
regular efetivamente a propriedade da terra.
3. Baixa Grande do Ribeiro emancipa-se de Ribeiro Gonalves em 1994. Nesse sentido, a anlise
realizada de forma conjunta para ambos at esta data. A prpria emancipao decorre do
processo de ocupao produtiva da regio com a soja na dcada de 1990.
4. Apesar de a regio dos cerrados possuir traos caractersticos peculiares, faz-se necessrio
reconhecer que no se trata de um espao homogneo nem uniforme quanto ocorrncia
e distribuio de seus recursos naturais. Ao contrrio, a regio abriga elevada diversidade
ambiental. Observe o Anexo 1 para melhor localizao.
5. Ao longo dessa fase, o cerrado piauiense estende-se por vinte municpios: Ribeiro Gonalves,
Santa Filomena, Uruu, Antnio Almeida, Bertolnia, Eliseu Martins, Manoel Emdio, Landri
Sales, Marcos Parente, Floriano, Guadalupe, Itaueira, Jerumenha, Barreira do Piau, Bom
Jesus, Gilbus, Monte Alegre do Piau, Palmeiras do Piau, Corrente e Cristalndia do Piau.
Todos possuem caractersticas fsicas semelhantes, porm este artigo detm-se apenas na
anlise dos municpios de Ribeiro Gonalves e Uruu, tendo em vista que constituem os
maiores e melhores locus de projetos agropecurios destinados regio dos cerrados do
estado, uma vez que, em conjunto, representam 18,3% da rea do cerrado piauiense.
6. Constante dos anexos do Relatrio conclusivo da CPI dos conflitos agrrios e da anlise jurdica
das alienaes das terras pblicas patrimoniais (Piau, Assemblia Legislativa, 1998).
7. De acordo com a fonte acima mencionada, seu ingresso no mundo dos ruralistas d-se de
forma curiosa. Mesmo com dupla formao (administrao de empresas e economia)
no consegue emprego e passa a atuar como pianista de cabar na cidade de So Paulo,
onde conhece um fazendeiro de projeo que o apresenta aos gerentes do BB em Mato
Grosso e o auxilia a comprar terras na regio. Nesse estado, recorrendo ao crdito rural,
surge como um dos pioneiros no cultivo de soja. Aproximadamente, em 1992, compra
duas fazendas nos cerrados piauienses. A maior, de 28 mil hectares, de Jlio Campos,
ex-governador de Mato Grosso, a quem atribui a responsabilidade por sua dvida atual
com o banco.
8. Convnio Unicamp/Incra (2000). Determinantes produtivos na formao do preo da terra:
mercado 27, Alto Paraba. Incra, Fecamp, Campinas.
DINMICAS GERAIS
DOS MERCADOS DE TERRAS
1. INTRODUO
P=q - c + 1 + a, (1)
onde,
q (quase-rendas produtivas) so as rendas produtivas espera-
das decorrentes da propriedade da terra. O valor deste atributo depende
Rt Pt+1 - Pt
(2)
Zt =___+_________
Pt Pt
onde,
Pt Preo real da terra no perodo t.
Rt Renda real da terra na atividade produtiva no perodo t.
Zt A taxa atual de retorno esperada no perodo t o somatrio da
taxa de rendimento da terra na atividade produtiva mais uma percentagem
dos ganhos de capital, produto da valorizao na atividade especulativa.
Kt Taxa de retorno requerida das terras agrcolas (uma per-
centagem constante) aproximadamente o valor de equilbrio de longo
prazo buscado pelos participantes no mercado de terras, que reflete a
taxa de retorno alternativa sobre outros ativos lquidos ajustada pelo
Et =[ Zt t ]=K (3)
Pt = (1 + K) j Et [R t + j ] (5)
j+1
lnP* = ln C + a1 ln R* (7)
onde,
LVBRt: Logaritmo do preo real de venda do hectare de terra
nua de lavouras para o Brasil (dez. de 1999 = 100).
LABRt: Logaritmo do preo real de arrendamento do hectare de
terra nua de lavouras para o Brasil (dez. de 1999 = 100).
LTINt: Logaritmo da taxa de inflao.
DUM73t: Varivel dummy aditiva para captar a influncia da
mudana tecnolgica ocorrida na agricultura brasileira. Adquire valor
zero no perodo 1966:1-1972:2 e valor um no perodo 1973:1-2000:1.
DUM86t: Varivel dummy impulso para captar a influncia da
bolha especulativa ocorrida no Plano Cruzado em 1986. Adquire valor
um para esse ano e valor zero para os demais.
DUM97t: Varivel dummy aditiva para captar a mudana de
GRFICO 1
Modelo 1 Valor observado e previso do preo das terras de lavouras no
longo prazo, resduos e correlograma dos resduos
9
LVBR FITTED
8
7
1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
2
RESIDUAL
-2
1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
1
CORRELOGRAM
0 5 10 15
4
CONSTANT
2
1 LABR
0.5
1975 1980 1985 1990 1995 2000
4
LTIN
2
0
1975 1980 1985 1990 1995 2000
MODELO 2 MODELO DE CORREO DE ERROS PARA PREO DA TERRA OU MODELO DE CURTO PRAZO
Modelling DLVBR by OLS The present sample is: 1966 (2) to 2000 (1)
Variable Coefficient Std. Error t-value t-prob PartR^2
DLABR 1,246 0,139 8,944 0,000 0,559
DLTIN 0,044 0,027 1,642 0,106 0,041
DDUMINF88 -0,084 0,021 -3,965 0,000 0,200
DDUMINF94 0,052 0,021 2,461 0,017 0,088
Residuals_1 -0,553 0,115 -4,811 0,000 0,269
R2 = 0,781449 \sigma = 0,109322 DW = 1,72
RSS = 0,7529351331 for 5 variables and 68 observations
GRFICO 3
Modelo de curto prazo, valores observados e previses do preo da terra,
residuais e correlograma
1
DLVBR FITTED
0.5
0
-0.5
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
2
RESIDUAL
-2
1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000
1
CORRELOGRAM
0 5 10 15
TABELA 1
Elasticidades do preo da terra em relao a rendas produtivas e especulativas
Longo prazo Curto prazo
LABR LTIN DLABR DLTIN
Relativa instabilidade de preos (1966-1985) 0,880 0,066 1,246 0,044
Alta instabilidade de preos (1988-1994) 0,880 0,007 1,246 -0,040
Estabilidade de preos (Plano Real) 0,880 0,062 1,246 0,012
Fonte: Modelos 1 e 2
6. CONCLUSES
7. REFERNCIAS
NOTAS
NOTAS
12. Mesmo esses agentes compraram terras levando em conta a liquidez desta em face de outros
ativos reais e financeiros.
13. Se P = CRn , Elasticidade (E) = (dP/dR)(R/P) --- dP/dR = nCRn-1 --- E = (nCRn-1)(R/ CRn) = 1
14. A transformao logartmica aplicada s sries de tempo com o propsito de estabilizar a
tendncia crescente da varincia das sries originais. Note-se tambm que se combinarmos
as transformaes primeira diferena e logartmica, o resultado pode ser interpretado como
a taxa de crescimento da srie original.
15. Os testes DF e ADF sem constante, com constante e tendncia e constante com uma
defasagem sugerem que as sries em nveis LVBR, LABR, LTIN so integradas de ordem um
I(1), e as primeiras diferenas destas (DLVBR, DLABR, DFTIN) so integradas da ordem zero
I(0). Isto , as sries em nveis so no estacionrias, mas tornam-se estacionrias em
primeiras diferenas. Ou seja, os testes DF e ADF aplicados sobre as variveis que
determinam o mercado de terras confirmam que estas podem ser descritas como um
passeio aleatrio integrado de grau 1 e no estacionrio, ao qual tem de ser aplicada a
primeira diferena para que se transforme em um rudo branco, isto , em uma varivel
estacionria. Para maiores detalhes, ver PLATA (2001).
16. No Modelo 1, os valores da estatstica t e o coeficiente de correlao so confiveis porque as
variveis utilizadas na regresso so integradas da ordem um I(1) e formam uma combinao
linear cujos erros so estacionrios, I(0).
17. PLATA (2001) apresenta os testes de razes unitrias para este caso no Captulo 3.
18. Segundo a equao 1.6, a taxa de capitalizao de longo prazo da terra o inverso do
antilogaritmo da constante (C =1/k), k = ((1/antilog 3,475) 1)2 = 0,0629. Eleva-se ao
quadrado porque os dados so semestrais, C = c + a1 + a2 + a3.
19. PLATA (2001) apresenta os testes de razes unitrias para este caso no Captulo 3.
1. INTRODUO
GRFICO 1
Brasil, Uruguai e Estados Unidos da Amrica -
Preo das terras de lavouras (US$ de 1996)
7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
3.1. Introduo
TABELA 1
Alquotas para o clculo do novo ITR Lei n 9.393
Grau de Utilizao GU (em %)
rea total do imvel (em ha)
>80 >65<80 >50<65 >30<50 <30
At 50 R$ 0,03 R$ 0,20 R$ 0,40 R$ 0,70 R$ 1,00
Maior que 50 at 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00
Maior que 200 at 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30
Maior que 500 at 1.000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70
Maior que 1.000 at 5.000 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60
Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00
Fonte: Lei n 9.393
TABELA 2
Majorao de alquotas. Tabela de aumento percentual nas alquotas
Grau de Utilizao GU (em %)
rea total do imvel (em ha)
>80 >65<80 >50<65 >30<50 <30
At 25 50% 400% 400% 400% 400%
Maior que 25 at 50 0% 233% 233% 250% 233%
Maior que 50 at 100 40% 300% 300% 300% 300%
Maior que 100 at 200 0% 167% 167% 180% 186%
Maior que 200 at 250 43% 300% 333% 360% 371%
Maior que 250 at 500 0% 200% 225% 229% 230%
Maior que 500 at 1.000 0% 183% 217% 230% 236%
Maior que 1.000 at 2.000 50% 300% 325% 344% 353%
Maior que 2.000 at 3.000 20% 220% 240% 253% 258%
Maior que 3.000 at 5.000 0% 167% 183% 193% 197%
Maior que 5.000 at 10.000 29% 329% 357% 400% 488%
Maior que 10.000 at 15.000 13% 275% 300% 336% 413%
Acima de 15.000 0% 233% 256% 281% 344%
Fonte: Elaborada pelo autor
TABELA 3
Imveis rurais distribuio das terras no Brasil
Imunes e isentos Tributados
rea total do imvel (em ha)
Quantidade rea Quantidade rea
At 50 1.311.393 15.670.273 1.212.404 23.333.997
> 50 at 200 13.201 1.030.593 511.206 50.576.432
> 200 at 500 139 41.938 152.930 48.350.771
> 500 at 1.000 5 3.218 57.491 40.665.402
> 1.000 at 5.000 1 2.191 44.392 88.848.171
> 5.000 - - 5.289 73.844.970
Brasil 1.324.739 16.748.213 1.983.712 325.619.74
Fonte: SRF
TABELA 4
Imveis tributados e tamanho da propriedade
rea total do imvel (em ha) N de imveis (%) rea total (%)
At 50 61,1 7,2
> 50 at 200 25,8 15,5
> 200 at 500 7,7 14,8
> 500 at 1.000 2,9 12,5
> 1.000 at 5.000 2,2 27,3
> 5.000 0,3 22,7
Fonte: SRF
TABELA 7
rea imveis tributados segundo o Grau de Utilizao (GU)
Distribuio dos imveis tributados
Grau de Utilizao GU (em %)
rea total do imvel (em ha)
>80 >65<80 >50<65 >30<50 <30
At 50 88% 4% 2% 1% 4%
>50 at 200 84% 8% 4% 2% 2%
>200 at 500 86% 7% 3% 2% 2%
>500 at 1.000 87% 7% 3% 1% 2%
>1.000 at 5.000 86% 6% 3% 2% 4%
>5.000 85% 5% 2% 2% 6%
Total 86,9% 5,4% 2,5% 1,5% 3,7%
Fonte: SRF
TABELA 9
Tamanho do imvel Grau de Utilizao
Tamanho do imvel (ha) Grau de Utilizao
At 50 69,8%
> 50 at 200 61,8%
> 200 at 500 64,5%
> 500 at 1.000 64,9%
> 1.000 at 5.000 56,9%
> 5.000 47,5%
Total 59,1%
Fonte: Incra
TABELA 10
Regio Grau de Utilizao
Macrorregio Grau de Utilizao
Norte 38,1%
Nordeste 47,9%
Sudeste 64,3%
Sul 86,1%
Centro-Oeste 61,1%
Brasil 59,1%
Fonte: Incra
150
105
100
77
50
17 15 18 29 16
0
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
GRFICO 3
Participao do ITR na receita total do governo
Brasil, 1989-1998
0,300
0,275
0,250
Percentagem (%)
0,200
0,187 0,168
0,185
0,150
0,125
0,100
0,061
0,050
0,036 0,026 0,041 0,025
0,000
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998
TABELA 11
Distribuio dos imveis tributados
N de estabelecimentos conforme o Grau de Utilizao (em %)
Tamanho do imvel (em ha)
>80 >65<80 >50<65 >30<50 <30
At 50 1.066.916 48.496 24.248 23.803 48.496
>50 at 200 429.413 40.896 20.448 10.224 10.224
>200 at 500 131.520 10.705 4.588 3.059 3.059
>500 at 1.000 50.017 4.024 1.725 575 1.150
>1.000 at 5.000 38.177 2.664 1.332 888 1.776
>5.000 4.496 264 106 106 317
Total 1.720.539 107.049 52.447 38.655 65.022
Fonte: Dados estimados pelos autores a partir do cruzamento de informaes prestadas pela SRF
TABELA 12
Distribuio da rea dos imveis tributados
rea dos estabelecimentos por Grau de Utilizao (1.000.000 ha)
Tamanho do imvel (em ha)
>80% >65<80% >50<65% >30<50% <30%
At 50 20,5 0,9 0,5 0,5 1,0
>50 at 200 42,5 4,0 2,0 1,0 1,0
>200 at 500 41,6 3,4 1,5 1,0 1,0
>500 at 1.000 35,4 2,8 1,2 0,4 0,8
>1.000 at 5.000 76,4 5,3 2,7 1,8 2,7
>5.000 62,8 3,7 1,5 1,5 4,4
Total 279,2 20,1 9,4 6,2 10,9
Fonte: Dados estimados pelos autores a partir do cruzamento de informaes prestadas pela SRF
TABELA 13
Carga fiscal bruta por tributos - 1997
Valores em US$ bilho
Posio Tributo Natureza jurdica Competncia Arrecadao
1 ICMS Imposto Estadual 59,6
2 INSS Contribuio Federal 44,1
3 Cofins Contribuio Federal 18,3
4 IPI Imposto Federal 16,6
5 FGTS Contribuio Federal 12,9
6 IRRF-Trabalho Imposto Federal 12,5
7 IRPJ Imposto Federal 12,2
8 PIS/Pasep Contribuio Federal 7,3
9 Consoc Contribuio Federal 7,2
10 CPMF Contribuio Federal 6,9
11 Importao Imposto Federal 5,1
14 IPVA Imposto Estadual 3,8
16 IPTU Imposto Municipal 3,1
24 ITBI Imposto Municipal 0,8
30 ITR Imposto Federal 0,242
- Demais 34,0
Carga tributria bruta em 1997 (27,8% do PIB) 241,0
PIB-1997 866,7
Fonte: SRF
3.4. Concluses
5. REFERNCIAS
NOTAS
1. Nas desapropriaes efetuadas entre 1984 e 1994, o Incra adotava a norma de indenizao pelo
valor da terra que os proprietrios declararam para fins de cobrana do Imposto Territorial
Rural (ITR), o que gerou sua subavaliao. Essa norma no est sendo aceita pela Justia, que
est estabelecendo valores muito mais elevados, provavelmente dado que a Constituio de
1988 estabeleceu que a desapropriao deveria ser paga a preo justo, o que significa
preo de mercado. Cabe notar, entretanto, a desconsiderao pela Justia da fraude implcita
na enorme divergncia entre os valores declarados e aqueles de mercado.
2. Quando da execuo deste trabalho, a moeda brasileira apresentava paridade em relao ao
dlar, por isso era possvel comparar diretamente. Se aceitamos que com o cmbio flutuante
temos o dlar valendo R$ 1,70, pode-se relativizar um pouco esses resultados, mas no
inviabiliz-los.
3. Uma comparao dos preos de terras rurais entre Brasil e Uruguai feita em Reydon e Plata
(1996). O Plano Real e o mercado de terras no Brasil: lies para a democratizao do acesso
terra. XXIV Encontro Nacional da Anpec. Campinas, dezembro, p. 382-396.
4. Segundo a Gazeta Mercantil (07/04/1997), tambm outros investidores, como Silvester Stallone,
Ted Turner e a famlia Bennetton, vm adquirindo terras na Argentina. O mesmo artigo
atesta que 338.143 ha (em 13 fazendas) foram adquiridos por George Soros por US$ 69,3
milhes. Cada hectare das fazendas (com as benfeitorias) tinha um valor de U$ 204,94,
indicando o elevado preo da terra no Brasil.
5. O estudo da avaliao do ITR havia sido inicialmente contratado pela FAO-Incra para ser
executado com dados primrios da Receita Federal por municpio. As reunies entre o
ministro da Reforma Agrria e a Receita Federal indicavam que sua disponibilizao
necessitaria apenas vencer algumas barreiras burocrticas. Ao final de vrios meses de
negociaes, com elaborao de convnios entre as duas instituies e outros acertos, no
se obtiveram os dados. A presente parte do estudo baseou-se em grande medida em estudo
do aluno do Curso de Especializao em Polticas Pblicas da Unicamp Marcos Soares,
baseado em informaes pblicas contidas no site da Receita Federal.
6. Mdulo fiscal uma unidade de medida, expressa em hectares, que representa a dimenso
mnima necessria subsistncia do agricultor e de sua famlia.
7. Legislao relativa ao Imposto de Renda, Poltica Ambiental, Reforma Agrria, Cdigo Tributrio
Nacional, etc.
8. Esta equivale a uma rea de 100 ha em municpios localizados na Amaznia Ocidental, no
Pantanal Mato-Grossense e no Sul-Mato-Grossense; 50 ha no Polgono das Secas e na
Amaznia Oriental; 30 ha em qualquer outra localidade.
9. Uma vez mais se percebe como o poder dos proprietrios se fez valer nas negociaes no
Congresso Nacional. Como se ver frente, a maior parte dos proprietrios declarou que se
encontrava nessa faixa e pagou valores de impostos irrisrios.
10. Vide matria da Folha de S. Paulo de 21/06/1999, na qual a partir das comparaes das
desapropriaes do Incra ao comparar os preos das terras declarados Receita Federal
chega-se a concluses de que as desapropriaes apresentam custos muito elevados.
11. Regina Petti (1997 e 1998); Neves e Demtrio (1996); Arajo e Couto (1997).
12. notvel nesse caso que no se chame a ateno sobre a contradio flagrante que invocar
garantias constitucionais sobre o valor justo para escamotear uma fraude explcita, que a
declarao mentirosa de Valores da Terra Nua para escapar da tributao.
13. A legislao vigente garante a destinao de 50% da arrecadao do ITR para os municpios de
localizao dos imveis tributados.
1. INTRODUO
[...] a terra, por ser um ativo lquido, ter, geralmente, seus preos
tendendo ascenso na crise. medida que as expectativas de
ganhos produtivos esto declinando e cresce a incerteza, aumenta
a demanda dos agentes econmicos por ativos lquidos. Portanto,
mesmo durante a crise, a demanda e o preo da terra podem sofrer
ascenso.
GRFICO 1
Evoluo do ndice da Bolsa de Valores de So Paulo, de jan/80 a dez/99,
em valores deflacionados pelo IGP-DI. Dados Economtica
20.000
PONTOS (em moeda local ajustada)
18.000
16.000
14.000
12.000
10.000
8.000
6.000
4.000
2.000
Jan/80
Jan/81
Jan/82
Jan/83
Jan/84
Jan/85
Jan/86
Jan/87
Jan/88
Jan/89
Jan/90
Jan/91
Jan/92
Jan/93
Jan/94
Jan/95
Jan/96
Jan/97
Jan/98
Jan/99
TABELA 1
Desempenho dos ativos testados, durante os perodos de crise
Caderneta Terra de
Crise Perodo da crisea Ibovespa de Poupana Primeira
Prefixao da Perodo simulado: Rentabilidade 44,5% - 18,8% 9,5%
correo monetria jan/80 a set/81 Varincia 64.073 11.820 1.901
Frustrao do Plano Perodo simulado: Rentabilidade - 70,7% - 1,7% - 32,7%
Cruzadob out/85 a ago/88 Varincia 160.854 3.554 378.738
Escndalo Nagi Nahas Perodo simulado: Rentabilidade - 68,0% - 27,7% 27,3%
out/88 a set/90 Varincia 166.946 18.648 87.230
Impeachment de Perodo simulado: Rentabilidade 61,17% 11,53% - 6,7%
Collor de Mello out/91 a mar/93 Varincia 122.344 3.285 6.399
Plano Real e Crise Perodo simulado: Rentabilidade - 20,7% 13,76% - 30,6
do Mxicob mar/94 a set/95 Varincia 25.316 9.931 28.328
Crise da sia Perodo simulado: Rentabilidade 11,58% 11,81% 12,6%
jan/97 a mar/99 Varincia 48.032 5.720 5.060
Notas: (a) os perodos das crises foram aproximados dada a disponibilidade de dados;
(b) crises que coincidem com perodos atpicos do mercado de terras
TABELA 2
Desempenho das Carteiras Tericas durante as crises do Bovespa. Combinaes de
mximos, mdias e mnimas de ambos os ativos a partir de R$ 1.000,00 investidos
Composio carteira Desempenho Composio carteira Desempenho
Perodo da crise a
Ibovespa Poupana Renda R$ Risco Ibovespa Terra Renda R$ Risco
Prefixao da 0% 100% 812,46 11.820 0% 100% 1.095,41 1.901
correo monetria 50% 50% 688,60 49.394 50% 50% 830,07 29.328
100% 0% 564,74 64.073 100% 0% 564,74 64.073
Frustrao do Plano 0% 100% 982,75 3.554 0% 100% 672,72 378.738
Cruzado b 50% 50% 637,64 74.658 50% 50% 482,63 305.749
100% 0% 292,54 160.854 100% 0% 292,54 160.854
Escndalo Nagi Nahas 0% 100% 722,61 18.648 0% 100% 1.273,92 87.230
50% 50% 521,22 114.995 50% 50% 796,88 136.340
100% 0% 319,83 166.946 100% 0% 319,83 166.946
Impeachmentt de 0% 100% 1.617,72 122.344 0% 100% 1.617,72 122.344
Collor de Mello 50% 50% 1.385,68 65.312 50% 50% 1.275,69 62.247
100% 0% 1.153,65 3.285 100% 0% 933,66 6.399
Plano Real e Crise 0% 100% 793,97 25.316 0% 100% 793,97 25.316
do Mxico b 50% 50% 1.085,22 13.245 50% 50% 744,11 34.772
100% 0% 1.376,45 9.931 100% 0% 694,23 28.328
Crise da sia 0% 100% 1.181,25 5.720 0% 100% 1.206,12 5.060
50% 50% 1.169,71 22.211 50% 50% 1.182,15 25.889
100% 0% 1.158,17 48.032 100% 0% 1.158,17 48.032
Notas: (a) os perodos das crises foram aproximados dada a disponibilidade de dados;
(b) crises que coincidem com perodos atpicos do mercado de terras
7. CONCLUSO
8. REFERNCIAS
NOTAS
1. Este trabalho foi apresentado no XLII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia
Rural (Sober), Cuiab-MT, 2004.
2. Lessa e Dain (1982); Cano (1988); Silva (1981).
3. http://www.eco.unicamp.br/projetos/mterras.
4. http://www.dataterra.org.br/documentos/Bastiaan.htm.
5. http://www.ies.sp.gov.br/preterra.htm.
6. Publicado no The Journal of Finance, vol. VII, n. 1, maro 1952.
7. Grifo do autor.
8. O preo da Terra de Primeira obtido pelo IEA/Saasp para os meses de fevereiro, junho e
novembro. Aps serem deflacionados pelo IGP-DI (base jun./1994), foram estimados os
meses no disponveis. Para isso, utilizou-se a tcnica estimao atravs de ajustes
constantes da varivel dependente, (y) terra, varivel independente, (x) inflao.
Por meio dessa tcnica, os diversos valores desconhecidos, dentro dos perodos, foram
estimados em funo dos dois extremos conhecidos, devidamente ajustados pela
velocidade inflacionria do perodo e por um valor aleatrio representativo da incerteza.
Este apresentou um comportamento bastante irregular ao longo do perodo de vinte anos.
Mantiveram-se relativamente estveis entre 1980 e 1985 (entre R$ 4.000,00 e R$ 5.000,00
o ha), experimentaram um sbito crescimento em 1986, poca do Plano Cruzado, quando
atingiram o pico de R$ 13.486,38, em nov./1986, voltando a cair a partir do ano seguinte.
Em junho de 1989, houve um repique, quando o preo chegou a R$ 6.944,52, voltando a
estabilizar-se ao redor dos R$ 4.000,00 a partir de ento. Com o Plano Real em 1994
estabilizando a moeda e o aprofundamento da poltica de abertura comercial, o preo da
terra caiu significativamente, mantendo-se a num patamar de R$ 1.600,00 at a virada do
ano 2000 (Ann, 2001, p. 52-69).
9. Os dados so referentes s aes componentes do ndice da Bolsa de Valores do Estado de So
Paulo (Ibovespa). As aes utilizadas na carteira simulada foram compostas pelos papis
representativos do Ibovespa pela cotao mdia diria. Os retornos esperados da carteira
terica de aes durante o perodo de anormalidade foram estimados de acordo com o
Modelo de Retornos Ajustados Mdia, considerando, como esperado, a mdia dos preos
de perodos anteriores.
10. Carteira de Investimentos composta por aes representativas do Ibovespa, mais uma parcela
varivel aplicada em Cadernetas de Poupana ou em Terra de Cultura de Primeira no Estado
de So Paulo. Ser tratada como Carteira Terica ou Carteira Terica de Investimentos.
11. Embora a Crise da sia e a Crise da Rssia no sejam exatamente a mesma coisa, elas esto
sendo tratadas como um perodo nico no presente trabalho, pois ambas aconteceram
proximamente.
1. INTRODUO
Nesse cenrio, assim como para todos os ativos, Reydon (1992) defende
que o preo da terra rural deve ser determinado pelos ganhos esperados
para os quatro atributos capitalizados:
P=q-c+1+a (Equao 1)
TABELA 2
Correlao entre rea e VTN real/ha e VTI real/ha por estrato de rea, em
logaritmos, para os dados de desapropriao do Incra
Estrato VTN real/ha VTI real/ha
Total -0,37 -0,41
De 0-100 ha 0,37 0,13
De 101-500 ha -0,09 -0,08
De 501-1.000 ha -0,17 -0,20
De 1.001-2.000 ha -0,10 -0,12
De 2.001-3.000 ha -0,14 -0,13
De 3.001-4.000 ha -0,11 -0,09
De 4.001-5.000 ha -0,02 0,01
De 5.001-10.000 ha -0,13 -0,14
Mais de 10.000 ha 0,06 0,06
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados fornecidos pelo Incra
TABELA 3
Correlao entre rea e VTN real/ha e VTI real/ha por estrato de regio, em
logaritmos, dos dados de desapropriao do Incra
Estrato VTN real/ha VTI real/ha
Total -0,37 -0,41
Centro-Oeste -0,33 -0,41
Nordeste -0,47 -0,46
Norte -0,28 -0,29
Sudeste -0,41 -0,47
Sul 0,06 0,05
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados fornecidos pelo Incra
TABELA 4
Regresses obtidas para VTN real/ha e rea utilizando o modelo duplo
logaritmo (Ln Y = a + b Ln X), segundo estrato de rea para os dados de
desapropriao do Incra
Intervalo A B R2 N
Total Coef. 8,39 -0,39 0,14 1800
Stat t 49,93 -17,06
De 0-100 ha Coef. 3,38 0,77 0,13 22
Stat t 1,82 1,77
De 101-500 ha Coef. 7,49 -0,22 0,01 282
Stat t 8,68 -1,47
De 501-1.000 ha Coef. 11,88 -0,90 0,03 364
Stat t 6,60 -3,29
De 1.001-2.000 ha Coef. 9,59 -0,58 0,01 498
Stat t 5,13 -2,24
De 2.001-3.000 ha Coef. 13,54 -1,06 0,02 262
Stat t 3,64 -2,22
De 3.001-4.000 ha Coef. 16,88 -1,44 0,01 118
Stat t 1,65 -1,15
De 4.001-5.000 ha Coef. 7,69 -0,32 0,00 75
Stat t 0,54 -0,19
De 5.001-10.000 ha Coef. 11,93 -0,80 0,02 100
Stat t 2,17 -1,28
Acima de 10.000 ha Coef. 3,71 0,12 0,00 79
Stat t 1,49 0,49
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados fornecidos pelo Incra
TABELA 6
Regresses obtidas para VTI real/ha e rea utilizando o modelo duplo
logaritmo (Ln Y = a + b Ln X), segundo regies geogrficas para os dados de
desapropriao do Incra
Intervalo A b1 R2 n
Total Coef. 8,91 -0,41 0,17 1800
Stat t 56,24 -19,05
Centro-Oeste Coef. 8,72 -0,30 0,17 311
Stat t 29,04 -7,91
Nordeste Coef. 8,82 -0,46 0,21 930
Stat t 42,46 -15,88
Norte Coef. 7,49 -0,27 0,08 252
Stat t 16,73 -4,78
Sudeste Coef. 10,44 -0,52 0,22 132
Stat t 17,48 -6,08
Sul Coef. 7,07 0,03 0,00 175
Stat t 24,06 0,64
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados fornecidos pelo Incra
1.000,00
800,00
Y = 4227,8 X -0,3124
VTN real/ha
600,00
R2 = 0,9055
400,00
200,00
0,00
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000
rea (ha)
VTN real/ha = f (rea) Potncia (VTN real/ha = f (rea)
GRFICO 2
Relao do VTI real/ha em funo da rea baseada nas mdias dos estratos por
rea calculadas a partir de dados de desapropriao do Incra
1.600,00
1.400,00
1.200,00
1.000,00 Y = 5979,9 X 0,3006
R2 = 0,9077
VTN real/ha
800,00
600,00
400,00
200,00
0,00
0 5.000 10.000 15.000 20.000 25.000
rea (ha)
VTI real/ha = f (rea) Potncia (VTI real/ha = f (rea)
TABELA 8
Matriz de correlao das mdias por estrato de rea (Incra)
Varivel Ln rea
Ln rea 1,00
Ln VTN real/ha -0,95
Ln VTI real/ha -0,95
Fonte: Elaborao prpria a partir dos dados de desapropriao do Incra
4. CONCLUSO
5. REFERNCIAS
NOTAS
1. Este trabalho foi apresentado no XLII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia
Rural (Sober), Cuiab-MT, 2004.
2. Uma estimativa economtrica recursiva, que tem o parmetro da inflao como proxy da
liquidez da terra, revela que sua influncia sobre os preos da terra variou durante o perodo
1970-2000. Pode-se observar que at 1985 houve um efeito positivo decrescente da
inflao sobre o preo. Aps o Plano Cruzado e at o Plano Real, esse efeito positivo
torna-se constante, embora de menor proporo, indicando que a terra em pocas de alta
inflao no necessariamente usada como ativo de reserva de valor em razo de sua baixa
liquidez. Aps o Plano Real, o efeito da inflao sobre o preo foi positivo, superior ao do
perodo de alta instabilidade, porm menor do que o do perodo de relativa instabilidade.
Este ltimo resultado estaria indicando que a terra rural tem uma liquidez baixa quando
comparada com outros ativos e que os agentes econmicos preferem, em vez de demandar
terra, investir em outros ativos reais ou financeiros com os quais tm uma maior expectativa
de ganhos monetrios. No perodo de inflao elevada e tambm no Plano Real, os
rendimentos reais dos ativos financeiros eram muito superiores aos rendimentos da terra.
Pode-se estimar a taxa de capitalizao de longo prazo do preo da terra em 6,29% (Plata,
2001, p. 93-94).
3. Neste estudo, so citadas as referncias bibliogrficas (Hushak e Sadr, 1979; Turner, Newton e
Dennis, 1991; Chicoine, 1981) que evidenciaram uma relao inversa entre o preo e a rea
da propriedade.
4. Foram adotados para selecionar o melhor modelo dois critrios estatsticos: um nvel de
significncia de 5% (t - crtico igual a 1,645) para realizar o teste de hipteses dos
parmetros estimados e o maior coeficiente de determinao dos modelos (R2). Em termos
simples, valores crticos de t maiores que 1,645 em termos absolutos para os parmetros so
fortes indicadores da significncia estatstica deste; especificamente valores negativos do t
crtico maiores que 1,645 para o parmetro da varivel dimenso colocam em evidncia a
existncia da relao inversa entre preo e dimenso da terra rural.
5. Utilizando-se a mesma estrutura matemtica tendo como varivel dependente VTI real/ha em
vez de VTN real/ha mostrou-se que os parmetros estatsticos das regresses so
semelhantes.
6. Para poder estimar um modelo exponencial (Y = a X b) utilizando Mnimos Quadrados Ordinrios,
este modelo deve ser linearizado por uma transformao duplo logartmico
(ln Y = Ln a + b Ln X).
1. INTRODUO
3. A OFERTA DE TERRAS
TABELA 2
Distribuio percentual dos imveis rurais, segundo regies,
classificao Brasil 1992
Minifndios e no
Unidade Total (%) Produtivos (%) No produtivos (%)
classificados (%)
Imvel rea Imvel rea Imvel rea
rea Imvel rea
Brasil 100.0 100.0 13.8 28.3 24.5 62.4 61.7 9.2
Norte 4.4 19.3 6.7 13.6 44.7 78.8 48.6 7.6
Nordeste 27.1 20.5 4.9 15.3 20.4 69.5 74.7 15.2
Sudeste 26.3 17.7 16.9 39.6 27.2 50.4 55.9 10.0
Sul 35.4 12.8 17.1 42.1 20.4 42.6 62.5 15.3
Centro-Oeste 6.8 29.7 24.7 34.1 38.2 62.7 37.1 3.2
Nota: Excludos os imveis com informaes de UF inconsistentes.
Fonte: Estatsticas Emergenciais do Recadastramento, Incra, 1992. Atlas Fundirio Brasileiro, agosto de 1996
TABELA 3
Brasil. Pblico potencial que demanda terra rural
Beneficirios
Ano-base Fonte Metodologia potenciais
(mil famlias)
1970 Gomes da Silva Nmero total de famlias rurais menos nmero de famlias 2.430
(1971) proprietrias no minifundistas + nmero de famlias
assalariadas depois da Reforma Agrria (RA).
Dados do Ibra (1967) e do IBGE (1969).
1980 PNR (1985) Estimativa das famlias rurais com pessoas 6.000-7.000
economicamente ativas de dez anos ou mais de
empregados, volantes, parceiros, por conta prpria,
no remunerados e sem declarao. Dados do Censo
Demogrfico de 1980.
TABELA 3
Brasil. Pblico potencial que demanda terra rural (concluso)
Beneficirios
Ano-base Fonte Metodologia potenciais
(mil famlias)
1990 Graziano da Dados da PNAD, 1990. Famlias indigentes (mesmo critrio 3.023
Silva (1994) de Herbert de Souza) cujo chefe tem ocupao agrcola e
mora no campo ou na cidade.
1997 Del Grossi e Dados da PNAD, 1997. Apenas famlias sem terra de 3.118
Graziano da trabalhadores agrcolas e rurais (inclusive no agrcolas e
Silva (1999) desempregados).
GRFICO 1
Brasil. Evoluo da condio do produtor segundo o proprietrio, o arrendatrio,
o mediero e o ocupante (Censos Agropecurios de 1970, 75, 80, 85, 95 e 96)
80
74
70
% do total de estabelecimentos
63 64
66 65
60
50
40
30
19 17 18
20
16 15
13 11 11 10
10
8 6
6 6 8
0
1970 1975 1980 1985 1995/96
Fonte: Tabela 5
GRFICO 2
Brasil. Condio do produtor segundo regies geogrficas
1970-1995/96 (% do total de estabelecimentos)
100
90 Norte
PROPRIETRIOS
80 Sudeste
70 Centro-Oeste
60 Nordeste
50 Sul
40
Brasil
30
1970 1975 1980 1985 1995
18
16 Norte
14
ARRENDATRIOS
Sudeste
12
10 Centro-Oeste
8 Nordeste
6
4 Sul
2 Brasil
0
1970 1975 1980 1985 1995
16
14 Norte
12 Sudeste
MEDIEROS
10
Centro-Oeste
8
Nordeste
6
4 Sul
2 Brasil
0
1970 1975 1980 1985 1995
60
50 Norte
Sudeste
40
OCUPANTES
Centro-Oeste
30
Nordeste
20
Sul
10
Brasil
0
1970 1975 1980 1985 1995
Fonte: Tabela 4
GRFICO 3
Brasil. Condio do produtor e porcentagem de rea total segundo regies
geogrficas, 1995
98%
96%
96
PROPRIETRIOS
94%
94 93 94 94
92%
90%
88% 89
86%
84%
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
7%
6%
ARRENDATRIOS
6
5%
4%
4
3%
2%
2 2
1% 0 1
0%
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
2,5%
2,0% 2,3
PARCEIROS
1,5%
1,0% 1,1
0,9 1,0
0,5%
0,5
0,3
0%
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
7,0%
6,0%
5,0% 5,8
OCUPANTES
4,0%
4,1
3,0%
2,0% 2,9
2,4
1,0% 1,5 1,3
0,0%
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste
Fonte: Tabela 6
TABELA 4
Brasil. Condio do produtor e ndice de Fragilidade dos direitos de
propriedade, 1995-1996
Proprietrio Arrendatrio Parceiro Ocupante ndice de
Estab. rea Estab. rea Estab. rea Estab. rea Fragilidade
Totais 3.604.343 331.654.891 268.294 8.649.002 277.518 3.174.527 709.710 10.132.826 18
Norte 356.355 54.523.663 3.065 150.125 5.743 309.823 81.012 3.375.270 23
Rondnia 65.916 8.369.452 910 26.145 4.144 59.577 5.986 435.266 9
Acre 16.504 2.585.218 89 20.799 44 18.040 7.151 559.009 43
Amazonas 54.699 2.981.788 639 13.462 132 5.662 27.819 321.654 50
Roraima 6.643 2.619.291 16 13.796 19 74.051 798 269.679 12
Par 171.406 21.472.911 980 34.326 1.188 117.189 32.830 895.804 19
Amap 2.564 666.109 3 4.650 1 10 781 29.278 30
Tocantins 38.623 15.828.894 428 36.948 215 35.293 5.647 864.581 14
Nordeste 1.496.022 73.507.715 152.929 789.911 175.913 760.774 501.549 3.237.695 30
Maranho 117.137 11.732.337 73.586 157.191 23.628 48.599 153.840 622.566 81
Piau 94.032 8.975.733 19.141 51.519 31.677 71.825 63.261 560.895 56
Cear 168.487 7.904.575 19.379 101.660 74.428 320.456 77.308 637.151 41
Rio G. do Norte 59.471 3.393.544 4.363 43.217 9.159 85.133 18.383 211.628 29
Paraba 96.969 3.682.667 7.561 64.894 8.390 85.775 33.619 276.010 32
Pernambuco 186.117 5.053.954 9.586 145.082 11.154 42.197 51.773 339.502 26
Alagoas 74.106 1.922.329 10.396 138.514 6.737 15.222 23.825 66.395 28
Sergipe 79.585 1.649.560 4.366 7.582 1.006 2.088 14.817 43.399 18
Bahia 620.118 29.193.018 4.551 80.253 9.734 89.479 64.723 480.150 10
Sudeste 728.839 59.944.534 37.400 2.439.604 36.192 711.026 39.230 990.730 5
Minas Gerais 439.335 38.649.609 15.688 1.129.492 16.018 272.464 25.636 760.094 6
Esprito Santo 68.218 3.382.173 794 42.725 2.786 39.981 1.490 23.846 2
Rio de Janeiro 42.228 2.247.064 2.270 97.183 6.608 35.436 2.574 36.621 6
So Paulo 179.058 15.665.688 18.648 1.170.203 10.780 363.145 9.530 170.168 5
Sul 811.006 39.598.419 65.519 2.662.826 57.193 1.017.778 69.462 1.081.341 8
Paran 282.175 14.279.371 26.945 799.326 28.117 399.357 32.638 468.578 11
Santa Catarina 171.498 6.112.237 12.114 210.053 6.131 81.540 13.604 209.016 7
Rio G. do Sul 357.333 19.206.811 26.460 1.653.447 22.945 536.881 23.220 403.747 6
Centro-Oeste 212.121 104.080.560 9.381 2.606.536 2.477 375.126 18.457 1.447.790 8
M. Grosso do Sul 41.395 29.611.881 2.874 1.002.172 458 129.534 4.696 199.186 11
Mato Grosso 68.214 48.262.053 1.641 749.831 968 157.431 7.940 680.349 11
Gois 101.152 26.067.420 3.965 753.103- 992 86.920 5.682 565.205 5
Distrito Federal 1.360 139.207 901 101.430 59 1.242 139 3.051 6
Fonte: IBGE, Censo Agropecurio de 1995-1996
TABELA 5
Brasil. Estabelecimentos e rea segundo a condio do produtor, categorias
familiares e tipo de renda e patronal
Categorias Proprietrio Arrendatrio Parceiro Ocupante Total
N ha N ha N ha N ha N ha
TOTAL 3.604.342 331.654.887 268.294 8.649.002 277.518 3.174.527 709.710 10.132.826 4.859.864 353.611.242
Total familiar 3.088.163 98.991.350 234.697 2.506.105 266.897 1.614.921 549.612 4.656.073 4.139.369 107.768.449
Maiores rendas 362.257 22.604.252 14.860 699.828 9.796 252.989 19.378 584.385 406.291 24.141.455
Renda mdia 824.681 31.373.308 40.727 598.972 38.755 458.366 89.588 1.378.976 993.751 33.809.622
Renda baixa 605.727 16.552.831 49.473 309.054 49.311 306.727 119.036 1.049.706 823.547 18.218.318
Quase s/ renda 1.295.498 28.460.959 129.637 898.252 169.035 596.839 321.610 1.643.005 1.915.780 31.599.055
Patronal 506.513 230.303.673 25.035 5.809.582 8.514 1.520.251 14430 2.408.617 554.501 240.042.123
Porcentagem
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Total familiar 86% 30% 87% 29% 96% 51% 77% 46% 85% 30%
Maiores rendas 10% 7% 6% 8% 4% 8% 3% 6% 8% 7%
Renda mdia 23% 9% 15% 7% 14% 14% 13% 14% 20% 10%
Renda baixa 17% 5% 18% 4% 18% 10% 17% 10% 17% 5%
Quase s/ renda 36% 9% 48% 10% 61% 19% 45% 16% 39% 9%
Patronal 14% 69% 9% 67% 3% 48% 22% 24% 11% 68%
Fonte: IBGE. Censo Agropecurio 1995-1996. Elaborao: Convnio Incra/FAO
TABELA 6
Agricultores familiares percentual dos estabelecimentos e rea dos tipos
segundo a condio do produtor (em %)
Condio Proprietrio Arrendatrio Parceiro Ocupante
Regio Tipos Estab. rea Estab. rea Estab. rea Estab. rea
Nordeste A 88,0 95,5 2,0 0,6 1,9 0,7 8,0 3,2
B 77,5 93,4 4,5 0,7 3,9 1,2 14,1 4,8
C 65,6 90,6 7,8 1,1 6,8 1,7 19,7 6,5
D 60,4 89,4 7,6 1,3 10,6 2,5 21,5 6,9
Centro-Oeste A 90,9 93,2 4,9 4,2 0,8 0,4 3,4 2,2
B 91,8 94,7 2,7 1,8 1,0 0,4 4,6 3,0
C 90,0 94,2 2,3 1,3 1,3 0,4 6,4 4,1
D 87,9 92,8 3,8 2,9 1,7 0,5 6,7 3,8
Norte A 90,1 96,7 0,4 0,2 0,4 0,3 9,0 2,8
B 86,9 94,5 0,5 0,3 0,8 0,3 11,8 4,9
C 82,3 92,3 0,8 0,3 1,7 0,5 15,1 7,0
D 82,0 93,6 1,0 0,4 2,4 0,5 14,6 5,5
Sudeste A 88,4 92,8 5,0 4,0 3,4 1,2 3,2 1,9
B 87,7 93,1 3,6 2,9 4,5 1,4 4,2 2,6
C 86,0 92,6 3,1 2,6 5,7 1,8 5,2 3,0
D 83,6 90,6 4,5 4,8 5,9 1,8 6,0 2,8
Sul A 89,7 90,9 4,4 4,9 2,8 2,1 3,1 2,0
B 83,5 88,6 5,5 4,2 5,3 3,3 5,7 3,8
C 77,2 85,0 6,9 5,1 7,4 4,4 8,5 5,6
D 73,7 82,9 8,6 8,2 8,3 4,0 9,4 4,8
BRASIL A 89,2 93,6 3,7 2,9 2,4 1,0 4,8 2,4
B 83,0 92,8 4,1 1,8 3,9 1,4 9,0 4,1
C 73,6 90,9 6,0 1,7 6,0 1,7 14,5 5,8
D 67,6 90,1 6,8 2,8 8,8 1,9 16,8 5,2
Fonte: Censo Agropecurio 1995-1996 IBGE. Elaborao: Projeto de Cooperao Tcnica Incra/FAO
GRFICO 4
rea e produo de soja no municpio de Uberaba-MG
160
144
139
140 132
121
120
108
100 88 90
79,2 81 77 81,9 79,2 84,2
80 72
59,4 63
60
45 45 52,8
40 48
14,8 44 41 45 40 46
33 35 40 34 37 39 36 36
20 32
25 25
0 8,2
83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02
GRFICO 5
rea e produo de milho no municpio de Uberaba-MG
160
140 214
200
215
120
163,2
143 151,2 153
100
122 130 130
80 108
90 108,9
60 75 75 75
72
40 47,8
25,2 36 37 33 34 36 36 40 33 36 35,8
20 25 30 24 25 30 25,5 30
19,1
0 10,5
83/84 84/85 85/86 86/87 87/88 88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02
TABELA 7
Uberaba-MG. Estabelecimentos e rea segundo a condio do produtor,
categorias familiares e tipo de renda e patronal
Categorias Proprietrio Arrendatrio Parceiro Ocupante Total
N ha N ha N ha N ha N ha
TOTAL 1.309 306.019 102 23.495 9 2.095 22 971 1.442 332.580
Total familiar 400 23.271 40 2.579 5 300 5 49 450 26.199
Maiores rendas 142 10.683 14 1.310 1 38 3 5 160 12.036
Renda mdia 139 7.350 13 593 1 135 0 0 153 8.078
Renda baixa 45 1.777 2 246 2 96 0 0 49 2.119
Quase s/ renda 74 3.459 11 429 1 29 2 43 88 3.960
Patronal 903 281.859 61 20.901 4 1.794 7 566 975 305.120
Porcentagem
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Total familiar 31% 8% 39% 11% 56% 14% 23% 5% 31% 8%
Maiores rendas 11% 3% 14% 6% 11% 2% 14% 1% 11% 4%
Renda mdia 11% 2% 13% 3% 11% 6% 0% 0% 11% 2%
Renda baixa 3% 1% 2% 1% 22% 5% 0% 0% 3% 1%
Quase s/renda 6% 1% 11% 2% 11% 1% 9% 4% 6% 1%
Patronal 69% 92% 60% 89% 44% 86% 32% 58% 68% 92%
Fonte: IBGE. Censo Agropecurio 1995-1996. Elaborao: Convnio Incra/FAO
Como pode ser visto nos dados que acabam de ser apresentados
na Tabela 9, depois de um recuo inicial, a prtica do arrendamento voltou
a expandir-se, constituindo um importante mecanismo da produo agro-
pecuria nos anos 1980 e 1990, apesar do arrefecimento do programa
municipal. Isso certamente uma indicao de que o programa cumpre
seu papel de romper com a inrcia, e depois a dinmica de arrendamen-
to persiste sem necessidade de interveno governamental.
TABELA 8
Relao das reas arrendadas pelo Programa de Arrendamento de Terras de
Uberlndia, 1986-1992
Anos Contratos rea arrendada
1986 03 500 ha
1987 11 2.588 ha
1988 21 2.900 ha
1989 49 18.509 ha
1990 06 2.100 ha
1991 07 2.793 ha
1992 02 160 ha
Fonte: Prefeitura de Uberlndia
TABELA 9
Uberlndia-MG. Condio do produtor, 1970-1995-1996
Proprietrio Arrendatrio Parceiro Ocupante
Anos
Inf. rea Inf. rea Inf. rea Inf. rea
1970 1.123 284.466 251 25.467 149 5.534 97 15.667
1975 1.148 337.588 173 6.456 295 4.444 93 11.011
1980 1.059 314.653 105 7.144 54 326 75 4.888
1985 1.122 319.988 159 12.523 58 479 76 11.145
1995-1996 1.316 330.976 251 23.397 18 438 31 5.084
Fonte: Censos Agropecurios IBGE
TABELA 10
Uberlndia-MG. Estabelecimentos e rea segundo a condio do produtor,
categorias familiares e tipo de renda e patronal
Categorias Proprietrio Arrendatrio Parceiro Ocupante Total
N ha N ha N ha N ha N ha
TOTAL 1.316 330.976 251 23.397 18 438 31 5.083 1.616 359.894
Total familiar 313 18.679 47 1.836 13 404 4 35 377 20.953
Maiores rendas 67 6.575 11 1.124 6 339 0 0 84 8.036
Renda mdia 79 4.360 6 100 4 36 1 20 90 4.516
Renda baixa 39 1.558 5 169 0 0 2 13 46 1.740
Quase s/ renda 128 6.185 25 442 3 29 1 2 157 6.658
Patronal 996 310.886 204 21.561 5 33 18 4.817 1.223 337.297
Porcentagem
TOTAL 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%
Total familiar 24% 6% 19% 8% 72% 92% 13% 1% 23% 6%
Maiores rendas 5% 2% 4% 5% 33% 77% 0% 0% 5% 2%
Renda mdia 6% 1% 2% 0% 22% 8% 3% 0% 6% 1%
Renda baixa 3% 0% 2% 1% 0% 0% 6% 0% 3% 0%
Quase s/ renda 10% 2% 10% 2% 17% 7% 3% 0% 10% 2%
Patronal 76% 94% 81% 92% 28% 8% 58% 95% 76% 94%
Fonte: IBGE. Censo Agropecurio 1995-1996. Elaborao: Convnio Incra/FAO
9. CONCLUSES E PROPOSTAS
10. REFERNCIAS
IBGE, http://www.ibge.gov.br/ibge/estatistica/economia/agropecuaria/
censoagro/brasil/ acesso na Internet em 10/02/2002.
NOTAS
1. Este artigo uma verso corrigida de um texto publicado em espanhol para a FAO de Santiago
do Chile. Para a Oficina Regional de FAO para a Amrica Latina e Caribe Reunin Mercado
de Arrendamientos de Tierras en America Latina, 2002.
2. Segundo Jos Eli da Veiga, o Levantamento Censitrio de Unidades de Produo Agrcola (Lupa),
para o Estado de So Paulo, realizado pela Secretaria de Agricultura no mesmo perodo,
encontrou mais de 277 mil unidades de produo agrcola no mesmo espao econmico em
que o Censo s achou 218 mil estabelecimentos agropecurios. Se isso aconteceu
justamente num estado no qual as condies de recenseamento so das melhores, o que se
deve pensar dos dados referentes ao Nordeste, onde se concentra o maior nmero de
pessoas ocupadas no setor agrcola brasileiro? Essas observaes no devem ser
entendidas, contudo, como uma rejeio ou desqualificao do ltimo Censo Agropecurio.
So mais um alerta sobre os cuidados que precisariam ser tomados pelos que pretendem
arriscar-se a fazer comparaes com os anteriores. Afinal, o Censo a melhor fonte de
dados sobre a situao em que se encontrava a agropecuria brasileira em meados dos anos
1990 (Jos Eli da Veiga, 5 de junho de 1999).
3. Como essa informao dada pelos proprietrios para fins de cobrana do Imposto Territorial,
esse tipo de informao pode estar subestimando o nmero de reas improdutivas.
4. Imveis produtivos so as reas com culturas permanentes reflorestadas com essncias nativas,
culturas temporrias, horticultura, extrao vegetal, pastagens naturais, pastagens
plantadas, pastoreio temporrio, explorao granjeira ou aqcola, que atingem 80% de
Grau de Utilizao da Terra (GUT) e 100% de Grau de Eficincia na Explorao (GEE).
5. O conceito de minifndio oriundo do Estatuto da Terra, Lei no 4.504, de 30 de novembro de
1964, que definia minifndio como o imvel rural com dimenso inferior a um mdulo rural.
Por definio, o mdulo rural a rea mxima fixada para cada regio e tipo de explorao.
Com o advento da Lei no 6.746/80, que estava diretamente vinculada ao ITR, o mdulo
considerado passou a ser o mdulo fiscal, estabelecido para cada municpio e que
contempla: o tipo de explorao predominante no municpio, a renda obtida no tipo de
explorao predominante, outras exploraes existentes no municpio e o conceito de
propriedade familiar.
6. Maiores explicaes sobre o termo novo rural podem ser encontradas em Graziano da Silva
(1998, p. 117-142).
7. As definies da condio do produtor segundo o IBGE so: Proprietrio - Quando as terras do
estabelecimento, no todo ou em parte, fossem de sua propriedade (inclusive por usufruto,
enfiteuse, herana, etc.). Arrendatrio - Sempre que as terras do estabelecimento tivessem
sido tomadas em arrendamento, mediante o pagamento de quantia fixa em dinheiro,
ou sua equivalncia em produtos ou prestao de servios. Parceiro - Se as terras do
estabelecimento fossem de propriedade de terceiros e estivessem sendo exploradas em
regime de parceria, mediante contrato verbal ou escrito, do qual resultasse a obrigao de
pagamento, ao proprietrio, de um percentual da produo obtida; e Ocupante - Nos casos
em que a explorao se processasse em terras pblicas, devolutas ou de terceiros (com ou
sem consentimento do proprietrio), nada pagando o produtor pelo seu uso.
8. Hoffmann e Graziano realizaram um estudo da distribuio da posse da terra para todos os
estados da Federao a partir dos dados dos Censos Agropecurios de 1975,1980,1985,
1995-1996, que pode ser encontrado na home page do Instituto de Economia da Unicamp
(www.eco.unicamp.br/pesquisa) (Hoffmann e Graziano, 1999, p. 6).
9. Para caracterizar os tipos de agricultores familiares, optou-se por utilizar sua renda total no intuito
de captar os vrios aspectos de sua atividade produtiva, entre os quais se destacam a
insero no mercado, a transformao e o beneficiamento de produtos agrcolas no interior
NOTAS
1. INTRODUO
Pt = q - c + l + a,
onde,
q (quase-rendas) so as rendas produtivas esperadas decorren-
tes da propriedade da terra. Para o ativo terra, o valor desse atributo
depende dos ganhos esperados com a produo agrcola e da possibi-
lidade de outros ganhos decorrentes da propriedade da terra, tais como
os do crdito ou os de subsdios governamentais. O preo da terra tende
a crescer na fase ascendente do ciclo por causa deste atributo;
c (custo de manuteno) so os custos esperados para manter
a terra no portflio do agente, isto , todos os custos no produtivos da
terra, assim como: custos de transao, proviso para financiamento se
este foi utilizado para a aquisio da terra, impostos e taxas decorrentes
da propriedade. Na fase descendente do ciclo, o custo de manuteno
tende a se elevar porque as taxas de juros tendem a crescer, e a proviso
para financiamento tambm tem de crescer.
l (prmio de liquidez) a relativa facilidade de vender a terra
no futuro, dependendo, portanto, das expectativas ante o futuro. Cresce
medida que a economia e a demanda por ativos de capital aumentam.
mais lquido entre este tipo de ativos, possvel que esse crescimento
no seja muito expressivo.
Um mercado especfico de terras apenas dinmico quando
vrios compradores acreditam que obtero ganhos em sua aquisio,
enquanto os proprietrios de terras esperam perdas. Somente nessa si-
tuao se configuram os negcios.
O aumento na demanda por terras ocorre quando uma certa
classe de potenciais compradores espera obter retorno mais elevado do
que obteria com os demais ativos. Para a terra, como ativo de capital, isso
normalmente ocorre quando h um novo produto, um novo mercado para
um produto j disponvel, uma nova tecnologia. Essa elevao na deman-
da normalmente vem acompanhada de elevao nos preos.5
A questo que cada mercado de terras, em um momento
especfico, tem determinantes e preos distintos. Reflete situaes e
condies econmicas, polticas e sociais especficas, determinadas por
condies regionais e nacionais que interagem.
Essa caracterstica do mercado de terras faz com que qualquer
poltica agrria ou agrcola deva ser implantada pelas autoridades nacio-
nalmente, mas aplicada de forma diferenciada nos diversos mercados
regionais.
GRFICO 1
Preo real de venda da terra de lavouras
Brasil (reais de 1995 = 100)
6.000,00
5.000,00
4.000,00
3.000,00
2.000,00
1.000,00
0,00
70
71
73
74
76
77
79
80
82
83
85
86
88
89
91
92
94
95
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
TABELA 1
Preo da terra de lavouras: Brasil e Uruguai (US$ EUA)
Anos So Paulo Regio Sul do Brasil Brasil Uruguai
(US$/ha) (US$/ha) (US$/ha) (US$/ha)
1983 651 668 419 236
1984 920 823 534 218
1985 916 918 579 207
1986 1.957 1.389 1.114 220
1987 1.420 1.102 825 320
1988 720 779 439 363
1989 819 959 499 440
1990 1.835 1.237 1.109 430
1991 1.589 1.535 1.027 433
1992 996 1.101 642 556
1993 1.640 1.616 996 356
1994 5.623 4.031 2.798 Nd
1995 3.687 1.584 1.695 Nd
Mdia 1.752 1.365 975 344
Des. padro 1.415 861 658 115
Coef. var.% 1,24 1,59 1,48 2,99
Fonte: Fundao Getlio Vargas, Centro de Estudos Agrcolas, Rio de Janeiro, Brasil. Seragro. Consultoria Agropecuria, Montevidu, Uruguai (vrios anos)
GRFICO 2
Preo da terra de lavouras
Brasil e Uruguai (US$ EUA)
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
500
0
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
19
Brasil Uruguai
5. POLTICAS DE TERRAS
6. CONCLUSES
da terra pode ser retirado desta por meio de medidas de poltica eco-
nmica, sendo necessrio que haja apenas vontade poltica. Cabe aler-
tar para o fato de que se essa tendncia de queda no preo da terra
persistir o espao para a execuo de medidas que ampliem a oferta
de terras para os que no tm acesso a ela pode alterar a realidade
agrria brasileira.
Tendo em vista os escassos resultados do processo de refor-
ma agrria, o poder pblico deve tambm procurar mecanismos com-
plementares reforma agrria para conter o uso especulativo da terra.
Esses mecanismo so bastante evidentes quando se entende a dinmi-
ca do mercado de terras, ou seja, os determinantes do preo da terra.
O preo da terra e suas expectativas de mudana em funo de
seus determinantes renda da terra, crdito agrcola, inflao, taxa de juros,
crdito para compra de terras, Imposto Territorial Rural, etc., (variveis
proxys dos atributos que determinam o preo da terra: q - c + l + a) so
fatores levados em conta pelos agentes econmicos que atuam no
mercado de terras no momento em que decidirem participar desse
mercado. Todas essas variveis esto fortemente ligadas dinmica do
mercado de terras.
Nesse sentido, a poltica agrria, que pretende democratizar a
propriedade da terra via mercado, dever procurar quais das variveis
assinaladas anteriormente so exgenas a esse mercado e procurar ad-
ministr-las com o objetivo de minorar seu uso especulativo. Podemos
dizer que essas variveis so a tributao sobre a terra e o crdito para
sua compra. A tributao torna mais onerosa a manuteno de terras para
reserva de valor, o que, por sua vez, reduz o preo destas. Em contrapar-
tida, o crdito para compra de terras permitir aos agricultores pobres sua
participao no mercado. O uso social da terra dever aumentar se essas
duas polticas forem implementadas de forma simultnea.
O essencial perceber que, independentemente da implanta-
o de uma reforma agrria no pas, h de se cobrar de forma efetiva
o Imposto Territorial Rural, para tornar o uso da terra mais eficiente.
Mais do que isso, faz-se necessria a conscientizao de que a proble-
mtica agrria brasileira, como estabelecida no final do sculo XX, no
pode ser minorada com total oposio dos proprietrios de terras. Nes-
se sentido, a efetiva cobrana do ITR, aliada a outras polticas de inter-
veno no mercado de terras, alm de contar com o apoio de parte dos
proprietrios, certamente contaria com o apoio do restante da popula-
o para solucionar esse gravssimo problema que at hoje assola a
realidade agrcola brasileira.
7. REFERNCIAS
NOTAS
1. Este trabalho foi apresentado no XXIV Encontro Nacional da Anpec, Campinas, 1996.
2. Uma sistematizao mais detalhada dos mercados realizada em Reydon (1992).
3. O mercado pode se tornar spot quando os proprietrios, normalmente por razes extra-
econmicas, necessitam de liquidez imediata.
4. Os mercados so, segundo esta anlise, imperfeitos. O mercado de terras um bom exemplo
disso, pois: a) sempre haver desigualdades expressivas na distribuio da propriedade da
terra; b) agentes econmicos individuais podem interferir na oferta e no preo da terra;
c) os camponeses sem terras que as desejam no tm condies econmicas de sustentar
essa demanda; d) a terra no um produto homogneo: as propriedades tm extenses
distintas, assim como so compostas de diferentes tipos e qualidades de terras. Mas deve-se
explicitar que um mercado de terras ter um funcionamento mais fluido se os demais
mercados, de produtos, de trabalho, de crdito, estiverem funcionando adequadamente na
regio.
5. Na maior parte dos pases da Amrica Latina, as recentes elevaes nos preos tm vindo
acompanhadas de concentrao na propriedade da terra.
6. Esta anlise fundamental, pois da interao desses determinantes mais gerais do conjunto do
mercado de terras com as condies locais que as expectativas e o prprio preo da terra so
estabelecidos nos diferentes mercados. Essas condies gerais tm pesos distintos na
formao dos preos nos diversos mercados.
7. Na realidade, este tipo de anlise capta apenas os determinantes dos movimentos do preo da
terra quando estes so to fortes que afetam o conjunto das expectativas dos agentes de
todos os mercados de terra do pas. Quando no existem determinantes fortes, pode haver
uma compensao nas tendncias dos diferentes mercados, resultando em maior
estabilidade do preo mdio.
8. Como mostra Costa (1989, p. 101): O temor de uma hiperinflao, a inquietao do mercado
financeiro, sujeito manipulao dos especuladores (caso Naji Nahas), e as medidas
governamentais implantadas, que obstaculizaram maiores ganhos financeiros (basicamente
alteraes nas regras de tributao), foram os fatores apontados como responsveis pelo
deslocamento de capitais para o mercado imobilirio.
DINMICA DE MERCADOS
DE TERRAS RURAIS LOCAIS
Ednaldo Michellon
Bastiaan Philip Reydon
1. INTRODUO
3. MATERIAL E MTODOS
REA e MCB variando, e que serviram como base para gerar os agrupa-
mentos das regresses a seguir, esto nas Tabelas 1 e 2.
b) A partir das regresses em a, para MCB e para REA, deter-
minaram-se trs diferentes grupos para a incluso das dummies: DH
alta, DM mdia e DB baixa, sendo este ltimo o grupo base. As
dummies entram como termos aditivos, modificando o intercepto e a
inclinao referente varivel do Programa. Essas regresses lineares do
grupo gerado do Paran Rural, tanto para REA como para MCB, esto
nas Tabelas 3 e 4, respectivamente.
Portanto, feitos esses esclarecimentos metodolgicos iniciais, a
seguir sero apresentados os resultados e as discusses destes, agregan-
do-se mais informaes sobre os diferentes agrupamentos.
4. RESULTADOS E DISCUSSO
5. CONCLUSES
6. REFERNCIAS
7. ANEXOS
MAPA 1
Fluxos de colonizao do Paran
Norte
Tradicional
Sudoeste
MAPA 2
Regies do estado conforme prioridades do Programa Paran Rural
TABELA 1
Regresso linear para o preo da terra para os ncleos regionais do Paran
Rural com variao de rea
Varivel Coeficiente Erro padro Valor de t Probabilidade
Constante -751.9336 103.1280 -7.291266 0.0000
PTP Preo Terra Paran 1.072842 0.0497 21.59952 0.0000
SOJA 68.02612 13.3818 5.083454 0.0000
BOI -26.32337 8.0908 -3.253495 0.0016
REA _ Londrina 7,813.581 1,658.3070 4.711782 0.0000
REA _ Maring 4,746.319 1,173.1570 4.045766 0.0001
REA _ Cascavel 4,700.991 522.3815 8.999153 0.0000
REA _ Cornlio Procpio 3,690.808 426.1560 8.660696 0.0000
REA _ Apucarana 3,589.591 390.0143 9.203740 0.0000
REA _ Campo Mouro 3,587.066 482.3187 7.437129 0.0000
REA _ Jacarezinho 3,176.216 386.4928 8.218047 0.0000
REA _ Toledo 2,411.392 628.5475 3.836452 0.0002
REA _ Ivaipor 316.762 603.7769 0.524634 0.6011
REA _ Francisco Beltro -802.640 126.4914 -6.345416 0.0000
REA _ Paranava -1,252.697 215.0186 -5.825992 0.0000
REA _ Pato Branco -1,273.137 212.9561 -5.978400 0.0000
REA _ Umuarama -2,406.859 338.5856 -7.108569 0.0000
REA _ Curitiba -3,946.631 1,889.4080 -2.088818 0.0395
REA _ Unio da Vitria -5,312.642 638.1254 -8.325389 0.0000
REA _ Guarapuava -5,785.087 1,010.4230 -5.725409 0.0000
REA _ Ponta Grossa -9,954.732 1,112.5950 -8.947307 0.0000
REA _ Irati -10,073.200 974.4957 -10.336840 0.0000
REA _ Paranagu -10,391.420 773.1699 -13.440020 0.0000
R2 = 0,99 F = 391,86 d = 1,66
TABELA 2
Regresso linear para o preo da terra para os ncleos regionais do Paran
Rural com MCB variando
Varivel Coeficiente Erro padro Valor de t Probabilidade
Constante -585.8798 129.8999 -4.5102 0.0000
PTP Preo Terra Paran 0.9776 0.0531 18.4074 0.0000
SOJA 38.2618 11.9002 3.2152 0.0018
BOI -7.9160 7.3102 -1.0829 0.2817
MCB _ Apucarana 27.8883 3.9254 7.1045 0.0000
MCB _ Londrina 26.4995 5.4650 4.8489 0.0000
MCB _ Maring 23.6837 5.1774 4.5744 0.0000
MCB _ Toledo 14.5667 4.2306 3.4432 0.0009
MCB _ Jacarezinho 12.3642 1.9782 6.2502 0.0000
MCB _ Cornlio Procpio 12.1316 1.3975 8.6811 0.0000
MCB _ Campo Mouro 11.3492 1.6956 6.6932 0.0000
MCB _ Cascavel 11.1617 1.3542 8.2425 0.0000
MCB _ Ivaipor 0.9076 2.3247 0.3904 0.6972
MCB _ Francisco Beltro -3.3345 0.9695 -3.4394 0.0009
MCB _ Umuarama -3.8130 1.0225 -3.7291 0.0003
MCB _ Pato Branco -4.2553 1.1233 -3.7882 0.0003
MCB _ Paranava -4.5989 1.3345 -3.4462 0.0009
MCB _ Curitiba -7.7798 4.0285 -1.9312 0.0566
MCB _ Guarapuava -9.5891 2.2258 -4.3081 0.0000
MCB _ Ponta Grossa -14.1676 1.9193 -7.3816 0.0000
MCB _ Unio da Vitria -31.9491 4.6862 -6.8176 0.0000
MCB _ Irati -34.9096 4.6326 -7.5357 0.0000
MCB _ Paranagu -83.1113 9.2858 -8.9503 0.0000
R2 = 0,99 F = 371,71 d = 1,73
TABELA 3
Regresso linear do preo da terra para o grupo gerado do Paran Rural para
REA sendo o DB a base
Varivel Coeficiente Erro padro Valor de t Probabilidade
Constante baixa prioridade 1229.94 230.3124 5.340328 0.0000
Intercepto mdia prioridade -1849.02 207.1665 -8.925294 0.0000
Intercepto alta prioridade -550.82 755.0569 -0.729511 0.4674
REA baixa prioridade -2085.13 208.3879 -10.00602 0.0000
REA mdia prioridade 2169.23 209.4412 10.35724 0.0000
REA alta prioridade 3469.58 627.3710 5.530346 0.0000
SOJA baixa prioridade 87.13 10.93421 7.968862 0.0000
SOJA mdia prioridade -98.54 9.870279 -9.983330 0.0000
SOJA alta prioridade -209.97 25.63652 -8.190315 0.0000
BOI baixa prioridade -84.76 5.984079 -14.16473 0.0000
BOI mdia prioridade 109.77 5.973023 18.37756 0.0000
BOI alta prioridade 166.28 20.89554 7.957859 0.0000
PTP Preo Terra Paran 0.72 0.036747 19.71571 0.0000
R2 = 0,99 F = 567,02 d = 1,48
TABELA 4
Regresso linear do preo da terra para o grupo gerado do Paran Rural para
MICROBACIA sendo o DB a base
Varivel Coeficiente Erro padro Valor de t Probabilidade
Constante baixa prioridade 388.55 260.7481 1.490150 0.1393
Intercepto mdia prioridade -929.85 224.7347 -4.137529 0.0001
Intercepto alta prioridade 297.40 809.4055 0.367435 0.7141
MICROBACIA baixa prioridade -2.15 0.652347 -3.292546 0.0014
MICROBACIA mdia prioridade 1.36 0.798180 1.702507 0.0917
MICROBACIA alta prioridade 6.07 1.999795 3.036135 0.0030
SOJA baixa prioridade 85.05 11.84410 7.181050 0.0000
SOJA mdia prioridade -86.76 10.82110 -8.017576 0.0000
SOJA alta prioridade -189.10 21.83193 -8.661595 0.0000
BOI baixa prioridade -73.28 6.261577 -11.70236 0.0000
BOI mdia prioridade 91.52 6.467846 14.14965 0.0000
BOI alta prioridade 145.78 20.57829 7.084017 0.0000
PTP Preo Terra Paran 0.76 0.039945 19.07125 0.0000
R2 = 0,99 F = 643,95 d = 1,49
NOTAS
1. Uma verso resumida deste artigo foi editada na Acta Scientiarum: Human and Social Sciences,
Maring, v. 25, n. 1, p. 175-184, 2003.
2. Os fluxos de colonizao esto no Mapa 1 anexo.
3. A Associao de Crdito e Assistncia Rural do Paran (Acarpa), fundada em 20/01/1956, fora
transformada em Empresa Paranaense de Assistncia Tcnica e Extenso Rural (Emater-PR)
em 26/12/1987.
4. Em 1974 ocorreu o primeiro curso de conservao de solo, realizado pela Emater/Umuarama,
cuja motivao fora a Bacia do Ribeiro do Rato, localizada no municpio de Rondon, em
pleno Arenito Caiu, extremamente suscetvel eroso.
5. Organizao e Sindicato das Cooperativas do Estado do Paran (Ocepar).
6. Lei n 6.225 de 14 de julho de 1975.
7. Trata-se do X Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA), realizado em Curitiba-PR, e um dos mais
significativos da histria da categoria naqueles tempos sombrios.
8. GUJARATI (2000, p. 503). Variveis dummies so tratadas especialmente no Captulo 15.
9. Regresso dos dados em painel, com ponderao de seo cruzada, mtodo de Mnimos
Quadrados Generalizados, com correo de White para heterocedasticidade.
10. Os ndices para o grau de significncia so: a = 1%; b = 5%; c = 10% e ns = no significativo.
11. Tanto para MCB como para REA os grupos so os mesmos.
1. INTRODUO
Pt = q c + l + a,
onde:
Pt preo da terra;
q (quase-renda) so as rendas esperadas da produo agrco-
la, crdito, subsdios governamentais, entre outros, em funo da pro-
priedade da terra;
3. A REGIO DE ESTUDO
O municpio de Umuarama e regio3 est localizado no noroes-
te do Estado do Paran e composto de 32 municpios, compreendendo
uma rea de 1,44 milho de hectares, dos quais quase 1 milho de hec-
tares ocupado por pastagens, que comportam cerca de 1,43 milho de
bovinos (Deral, 2002).
A populao total dessa regio, segundo o censo demogrfico de
2000, de 383 mil habitantes, dos quais 25% se encontram no meio rural.
O loteamento das terras rurais iniciou-se por intermdio de um
grupo ingls no ano de 1937. Esse empreendimento foi transferido em
seguida, ainda na dcada de 1940, para um grupo brasileiro denomina-
do Companhia Melhoramentos Norte do Paran, que continuou esse
processo em conjunto com algumas outras pequenas empresas loteado-
ras, que atuaram em mais quatro importantssimos plos de desenvol-
vimento: Maring (1947), Campo Mouro (1947), Paranava (1952) e
Umuarama e regio (1955). Estas, alm de dividirem as terras em lotes,
estipulavam aos compradores a obrigao de preservao de 10% da
rea na forma de matas nativas. Alm disso, a partir de 1949, criaram
os hortos florestais, construram as rodovias e a ferrovia da regio (Piana
et al., 2001, p. 8-9 ).
A regio foi colonizada por descendentes europeus e asiticos,
principalmente por italianos e japoneses. Com a fama de solo frtil e de
boa produtividade, aliado ao bom preo para o caf, houve um fluxo migra-
trio proveniente de vrios estados, como Minas Gerais, So Paulo, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul e alguns da regio Nordeste, como Cear, Per-
nambuco, alm do sul do prprio estado (Piana et al., 2001, p. 8-9).
Com a derrubada das matas tropicais nativas no solo arenito4
e as construes de moradias, inicia-se a explorao econmica com o
cultivo do caf e pastagens. Em meados da dcada de 1950 e 1960, fo-
ram inseridas lavouras temporrias, aumentando a populao e a migra-
o (Piana et al., 2001, p. 11).
A partir da dcada de 1970, a regio cafeeira do Estado do
Paran organizava-se, como mostra a Tabela 1. As propriedades at 20
ha so de exclusiva mo-de-obra familiar, praticando o cultivo de parte
da rea com uma cultura perene, o caf, associado a culturas anuais. Nas
propriedades de 20 a 100 ha, alm do caf e do algodo em parceria,
tambm se pratica a bovinocultura, alm de ser o estrato onde aconte-
cem os arrendamentos. As propriedades com reas maiores do que 100
ha so exploradas com a pecuria de corte, mas ainda sendo cultivado
o caf, por causa dos bons preos na poca, alm das culturas anuais de
milho e de feijo.
Segundo Piana et al. (2001, p. 9), a conjuntura internacional
oficial do caf, que se refletiu no preo, associada forte geada de 1975,
levou a uma queda no fluxo migratrio, e desse perodo em diante os
donos de pequenas propriedades migraram para os centros urbanos,
elevando a concentrao de terra na regio, com uma menor participao
TABELA 1
Organizao dos sistemas de explorao das propriedades agrcolas de
acordo com suas classes de tamanho observadas na dcada de 1970,
na regio cafeeira do Estado do Paran
Classes de tamanho
Sistemas de explorao das propriedades agrcolas
da propriedade (ha)
At 20 Sistema de caf (feijo, milho e arroz entre linhas do caf)
e a mo-de-obra exclusivamente familiar
De 20 a 100 Caf mais bovinocultura mista, associada secundariamente
com as culturas de algodo, milho, arroz e feijo e que
dispunham de mo-de-obra arrendatrios e parceiros no
algodo e no caf
Mais de 100 Sistema pecurio com bovinocultura de corte mais caf
(milho e feijo)
Fonte: Piana et al. (2001)
TABELA 3
Evoluo do uso da terra, em nmero e rea de estabelecimentos, segundo a
condio do produtor, no municpio de Umuarama e regio, a partir de 1970
Censo Agropecurio
Condio 1970 1975 1980 1985 1995-1996
do produtor nmero nmero nmero nmero nmero
e rea (ha) e rea (ha) e rea (ha) e rea (ha) e rea (ha)
29.208 834.335 28.824 1.101.735 26.940
Proprietrios
1.159.911 24.306 1.146.839 21.765 1.171.352
GRFICO 1
Condio do produtor em % do n total de estabelecimentos em cada censo,
perodo de 1970 a 1996 Umuarama e regio
90
80 80,35
PROPRIETRIOS
70
60 63,88 62,83
59,76
50
40 43,91
30
1970 1975 1980 1985 1995/96
16
14
ARRENDATRIOS
13,65
12
10
9,51
8
6 6,15
6,02 6,03
4
1970 1975 1980 1985 1995/96
41
36
35,36
31
PARCEIROS
26 27,13
21 23,77 24,83
16
11 8,28
6
1970 1975 1980 1985 1995/96
7 7,18
6,95
OCUPANTES
6
5 5,28 5,22
4
4,00
3
1970 1975 1980 1985 1995/96
GRFICO 2
Condio do produtor em % da rea total de estabelecimentos em cada censo,
perodo de 1970 a 1996 Umuarama e regio
95
90 90,43
PROPRIETRIOS
88,79 88,86
85 86,44
80
75 76,45
70
65
1970 1975 1980 1985 1995/96
8
7
ARRENDATRIOS
6 6,22 5,86
5
4
3 3,35 2,48 2,59
2
1970 1975 1980 1985 1995/96
20
16,98
15
PARCEIROS
10
7,55 7,23 7,36
5
1,91
0
1970 1975 1980 1985 1995/96
3,50
OCUPANTES
3
2,65
2
1,19 1,80
1,49
1
1970 1975 1980 1985 1995/96
GRFICO 3
Evoluo mensal de preos das terras arenosas, arenito, no Estado do Paran e
no municpio de Umuarama e regio, dezembro de 1994 a dezembro de 1999
5.500
5.000
4.500
Preo da terra (R$/ha)
4.000
3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
95
96
97
98
99
94
95
96
97
98
99
5
9
r/9
r/9
r/9
r/9
r/9
o/
o/
o/
o/
o/
z/
z/
z/
z/
z/
z/
ab
ab
ab
ab
ab
de
de
de
de
de
de
ag
ag
ag
ag
ag
Tempo (meses)
Paran Umuarama
Fonte: Seab/Deral
O caf foi uma das culturas mais importante nas dcadas anterio-
res de 1975. Em 1980-1981, a rea era de 164.743 ha, e em 1996-1997,
era de 22.269 ha, com uma queda de produo de 82,1% (Grfico 5).
Na rea plantada de mandioca, houve um aumento fenomenal. Em
1997-1998, essa cultura estava utilizando 23.560 ha, e em 1999-2000, a rea
utilizada saltou para 33.650 ha, um aumento de 42,8% (Grficos 4 e 5). Essa
mudana est associada com as indstrias farinheira, de fcula e amido mo-
dificado, instaladas prximas ao municpio de Umuarama e regio.
O milho, por meio da pesquisa, faz parte das culturas viveis
para a regio de terra arenosa-arenito, atendendo necessidade da inte-
grao lavoura e pecuria (Oliveira et al., 2000, p. 31). Nota-se que a rea
ocupada desde 1988-1989 at 1999-2000 manteve-se praticamente sem
muitas alteraes significativas (Grfico 4), e a produo variou conforme
a rea plantada, como demonstrado no Grfico 5.
Para a cultura de algodo, a rea ocupada em 1997-1998 era
de 28.005 ha, e em 1999-2000 foi de 8.196 ha, uma queda de 70,7%,
e na produo observou-se uma queda de 26,2% (Grficos 4 e 5).
A soja apresentou boa adaptao na terra arenosa-arenito,
podendo ser utilizada como componente do sistema de rotao de
culturas e integrao lavoura e pecuria, no processo de recuperao
de pastagens degradadas do municpio de Umuarama e regio (Olivei-
ra et al., 2000, p. 15). A rea plantada em 1996-1997, comparada com
1999-2000, teve um aumento de 119,8%, e a produo, de 90,24%,
e, por se tratar de uma commodity, o preo determinado pelo merca-
do internacional, resultando de forma positiva para os agricultores.
Assim, a expectativa de que a rea de plantio dessa cultura seja au-
mentada na regio em discusso.
A cultura do feijo apresentou estabilidade no perodo antes e
ps-Pater, com uma queda na safra de 1999-2000 (Grficos 4 e 5). De
acordo com Oliveira et al. (2000, p. 43), no perodo de pesquisa o rendi-
mento foi afetado por ventos frios e temperatura baixa, dficit hdrico, sem
palhada para proteger o solo, e a variao negativa ocorrida foi de 4,12%.
Observou-se aumento do cultivo da soja (Grfico 4). impor-
tante destacar que, para a cultura do algodo, houve uma reduo signi-
ficativa da rea plantada, decorrente dos baixos preos, de 56.840 ha na
safra de 1994-1995 para 8.195 ha na safra de 1999-2000.
Aps a divulgao dos resultados da pesquisa realizada por
Oliveira et al. (2000), a indicao de sugestes de rotao de culturas em
reas com pastagens degradadas, atreladas ao efeito positivo dos trs
anos do Pater divulgado pela mdia, pelos Shows Tecnolgicos e outros,
GRFICO 4
Evoluo anual de reas plantadas com caf, mandioca, algodo, milho, soja e
feijo no municpio de Umuarama e regio. Safras 1988-1989 a 1999-2000
180 mil
160 mil
140 mil
120 mil
rea total (ha)
100 mil
80 mil
60 mil
40 mil
20 mil
0
88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00
Ano/safra
GRFICO 5
Evoluo anual da produo de caf, mandioca, algodo, milho, soja e feijo
no municpio de Umuarama e regio. Safras 1988-1989 a 1999-2000
700 mil
600 mil
500 mil
rea total (ha)
400 mil
300 mil
200 mil
100 mil
0
88/89 89/90 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00
Ano/safra
GRFICO 6
Evoluo mensal de preos das terras arenosas, arenito, no Estado do Paran e
no municpio de Umuarama e regio, dezembro de 1999 a dezembro de 2001
3.500
3.300
3.100
Preo da terra (R$/ha)
2.900
2.700
2.500
2.300
2.100
1.900
1.700
1.500
00
01
9
1
0
1
0
1
00
01
01
00
9
0
t/0
t/0
r/0
r/0
o/
o/
z/
z/
z/
v/
v/
n/
n/
ou
ou
ab
ab
de
de
de
ag
ag
fe
fe
ju
ju
Tempo (meses)
Paran Umuarama
Fonte: Seab/Deral
5. CONCLUSES
A concentrao fundiria um problema antigo em nosso pas,
e verificou-se que houve um aumento significativo aps a dcada de
1970, prejudicando, conseqentemente, o progresso de toda a regio.
O arrendamento a melhor forma para o agricultor que no
possui a terra maximizar seu uso e melhorar seus ganhos monetrios,
mas esse procedimento exige segurana e confiabilidade. Nesse momen-
to que se destaca o papel fundamental da prefeitura para as negocia-
es entre os arrendatrios e os arrendadores, que, alm de ampliar a
expectativa, reduz as incertezas, colaborando diretamente para o bom
andamento do projeto.
Neste estudo, verificou-se que polticas pblicas relativamente
simples exercem um poder de transformar o mercado de terras em uma
regio, pois, por meio de uma poltica local (Pater), ocorreu um aumento
significativo dos preos nas terras arenosa-arenito, em comparao com
o restante do Estado do Paran.
A valorizao fundiria dessa regio motivo de reflexo dos
governantes, pois uma rea em que o solo exige cuidados por causa da
composio arenosa-arenito teve uma alta extremamente significativa
em seus preos, bem como uma grande probabilidade de aumento na
produo de gros, o que resultar positivamente na regio.
No Brasil, h uma urgncia na regulamentao do sistema de
arrendamento, pois o arrendador precisa de crditos com as instituies
financeiras, seguros contra riscos de frustraes das colheitas, suporte
legal, tanto para o arrendador como para o arrendatrio, e, alm disso,
ter direitos e deveres para com a terra, respeitando o meio ambiente em
que vive, beneficiando e gerando emprego para toda a sociedade.
Sendo assim, levando em conta a alta concentrao fundiria
e o fato de que o governo federal tem apoiado programas de arrenda-
mento em todo o Brasil, sugere-se s prefeituras de todo o pas que
adotem programas de arrendamento simples, dando apoio legal para,
conseqentemente, valorizar e melhorar tanto as terras como a condio
socioeconmica da populao da regio nela inserida.
6. REFERNCIAS
NOTAS
1. INTRODUO
TABELA 1
Evoluo da produo, rea colhida e produtividade entre 1980 e 1998
Ano agrcola Produo (1.000 t) rea (ha) Produtividade (@ha)
80-81 302,4 460,907 43,7
81-82 276,5 477,240 38,6
82-83 317 479,422 44,1
83-84 352,5 505,495 46,5
84-85 301,7 530,686 37,9
85-86 361,6 556,189 43,3
86-87 397,3 578,300 45,8
87-88 299,5 592,757 33,7
88-89 314,6 619,751 33,8
89-90 321,9 322,392 34,5
90-91 356,3 627,371 37,9
91-92 253,8 632,389 26,8
92-93 254,4 638,449 26,6
93-94 289,6 642,548 30
94-95 239 642,548 24,8
95-96 160 635,424 16,8
96-97 174 630,756 18,4
97-98 156 625,324 14
Fonte: Ceplac/Cepec/Sesoc
TABELA 2
Perdas da produo do cacau na Bahia causadas por vassoura-de-bruxa
nas safras dos anos 1991-1992 e 1996-1997 em toneladas e em % em relao
produo potencial
Anos/safra Perdas em toneladas Perdas em relao produo potencial %
91-92 3.561 1,4
92-93 2.126 0,8
93-94 4.571 1,6
94-95 14.516 5,7
95-96 36.190 18,0
96-97 70.479 27,0
Fonte: Santos, Freire e Carzola (1998)
TABELA 4
Uso do solo na zona cacaueira: anos 1990
Uso do solo rea (1.000 ha) rea florestada (%) % da rea total
Cacau cabruca 330 40 6,9
Cacau derruba total 220 26,7 4,6
Matas remanescentes 275 33,3 5,8
Subtotal 825 100 17,4
Outros usos naturais antrpicos 3.937 82,7
Total 4.761 100
Fonte: May e Rocha, 1996
MAPA
Regio cacauicultora litoral sul da Bahia
TABELA 5
Nmero dos imveis de Camac negociados entre 1995 e 1999 por estratos de rea
Estratos de rea (ha)
Ano At 50 50 a 100 Mais de 100 Total %
1995 9 4 1 14 21,5
1996 8 3 1 12 18,5
1997 6 2 0 8 12,3
1998 10 3 1 14 21,5
1999 9 6 2 17 26,2
Total 42 18 5 65 100,0
% 64,6 27,7 7,7 100,0
Fonte: Cartrio de Imveis de Camac
TABELA 6
rea dos imveis de Camac negociados entre 1995 e 1999 por estratos de rea
Estratos de rea (ha)
Ano At 50 50 a 100 Mais de 100 Total %
1995 249 232,5 114 595,5 18,4
1996 250 230 187 667 20,6
1997 183 128 0 311 9,6
1998 237 227 110 574 17,7
1999 309 455 333 1097 33,8
Total 1228 1272,5 744 3244,5 100,0
% 37,8 39,2 22,9 100,0
Fonte: Cartrio de Imveis de Camac
TABELA 7
Nmero de imveis rurais negociados no municpio de Gandu 1995-1999 por
estratos de rea
Estratos de rea (ha)
Ano At 50 50 a 100 Mais de 100 Total %
1995 9 2 0 11 23,4
1996 9 1 1 11 23,4
1997 4 3 0 7 14,9
1998 3 1 0 4 8,5
1999 11 1 2 14 29,8
Total 36 8 3 47 100,0
% 76,6 17,0 6,4 100,0
Fonte: Cartrio Municipal do Municpio de Gandu
TABELA 8
rea negociada por estratos de rea no municpio de Gandu 1995-1999
rea negociada / estratos de rea (ha)
Ano At 50 50 a 100 Mais de 100 Total %
1995 178,4 154 0 332,42 18,1
1996 208,0 53 268 529 28,8
1997 144,0 175 0 319 17,3
1998 74,0 90 0 164 8,9
1999 155,5 67 272 494,5 26,9
Total 759,9 539 540 1838,92 100,0
% 41,3 29,3 29,4 100,0
Fonte: Cartrio Municipal do Municpio de Gandu
TABELA 9
Dinamismo do mercado de terras da regio cacaueira nmero de negcios
realizados no ano de 1999 (ano com maior dinamismo do perodo)
Estratos de rea (ha)
At 50 50 a 100 Mais de 100 Total
Negcios em Camac 9 6 2 17
Camac total de estabelecimentos 529 163 314 1.006
Participao (%) 1,7 3,7 0,6 1,7
Negcios com imveis rurais 11 1 2 14
Gandu total de estabelecimentos 483 64 110 657
Participao (%) 2,3 1,6 1,8 2,1
Fonte: Cartrio de Imveis e IBGE
TABELA 10
Dinamismo do mercado de terras da regio cacaueira rea total negociada
no ano de 1999 (maior dinamismo do perodo)
Estratos de rea (ha)
At 50 50 a 100 Mais de 100 Total
Camac rea negociada 309 455 333 1.097
Camac rea total 10.769 11.280 33.590 55.639
% 2,9 4,0 1,0 2,0
Gandu rea negociada 155,5 67 272 494,5
Gandu rea total 7.404 4.281 7.895 19.580
% 2,1 1,6 3,4 2,5
Fonte: Cartrio de Imveis e IBGE
GRFICO 1
Preo da terra nas regies cacaueiras de Gandu e Camac
1.200
1.000
Preos da terra - US$
800
600
400
200
0
Jun/85 Jun/87 Jun/89 Jun/91 Jun/93 Jun/95 Jun/97 Jun/99
Semestres
Preo mdio de venda em US$/ha em Gandu Preo mdio de venda em US$/ha em Camac
TABELA 11
Estatsticas dos preos de venda da terra agrcola em R$/ha (amostra de
compras entre 1995 e 1999)
Gandu Camac
Mdia 842,19 526,55
Erro-padro 132,67 41,39
Mediana 681,16 498,06
Modo N/D 375
Desvio-padro 419,54 154,87
Varincia da amostra 176010,5 23984,66
Curtose 2,14 -1,53
Assimetria 1,40 0,20
Intervalo 1419,05 449,40
Mnimo 380,95 312,5
Mximo 1800 761,90
Soma 8421,9 7371,74
Contagem 10 14
Nvel de confiana (95%) 300,11 89,42
Coeficiente de variao 49,8 29,41
Fonte: Pesquisa de campo Convnio Incra/Fecamp
4. CONCLUSES
5. REFERNCIAS
NOTAS
1. Este artigo foi elaborado com base na pesquisa de campo realizada no mbito do Convnio
Incra/Fecamp (1999) Determinantes produtivos do preo da terra agrcola.
2. O caso do impacto no mercado de terras do declnio do caf durante a crise dos anos 1930,
segundo a historiografia, bastante semelhante ao do cacau hoje. No caso do caf, alm de
os impactos terem sido generalizados na economia brasileira, no havia levantamentos de
preos de terras que permitissem verificar as caractersticas especficas do processo.
3. O preo da terra, que chegou a ser cotado a aproximadamente U$ 2.500/ha no auge do cacau,
hoje no atinge a marca de U$ 200/ha.
4. No momento, o Centro de Pesquisa da Lavoura Cacaueira (Ceplac), instituio que hoje conta
com aproximadamente 10% do volume de recursos de que dispunha no auge do cacau,
est difundindo um clone de cacau que permite a convivncia com a praga, mas exige
investimentos elevados.
5. Este processo generalizado e atinge os cacaueiros de formas distintas. Um proprietrio
entrevistado, com 110 ha, afirmou que sua propriedade antes da vassoura-de-bruxa
produzia aproximadamente 10.000 arrobas (1 arroba = 15 quilogramas) de cacau por safra,
hoje no produz 300 arrobas na mesma rea. Um assentamento que em 1996 ainda
produzia 50 arrobas em 200 ha, em 1999 produziu 10 arrobas e nenhuma em 2000.
6. Vide Reydon e Plata (1996) para uma anlise do impacto do Plano Real sobre os preos de terra
no pas.
A TRANSFORMAO
DE TERRAS RURAIS
EM URBANAS:
ESPECULAO PRIVILEGIADA
1. INTRODUO
cado formal e legal para uma grande parte da populao. As razes disso
esto ligadas a: especulao; alto custo da formalizao; concentrao
dos investimentos de infra-estrutura; problemas de financiamento e de
produtividade de construo (Maricato, 1997). O objetivo deste trabalho
discutir os aspectos referentes especulao com terras.
Diante disso, dois conceitos so fundamentais: especulao e
mercado de terras. Especular significa:
Pt = q - c + l + a
onde:
q (quase-rendas) so as rendas produtivas esperadas decor-
rentes da propriedade da terra. Para o ativo terra, o valor deste atributo
depende dos ganhos esperados com a produo agrcola e da possibili-
dade de outros ganhos decorrentes da propriedade da terra, tais como
os do crdito ou de subsdios governamentais. O preo da terra tende a
crescer na fase ascendente do ciclo por causa deste atributo;
c (custo de manuteno) so os custos esperados para manter
a terra no portflio do agente, isto , todos os custos no produtivos da
terra, assim como custos de transao, proviso para financiamento, se
este foi utilizado para a aquisio da terra, impostos e taxas decorrentes
da propriedade. Na fase descendente do ciclo, o custo de manuteno
tende a se elevar porque as taxas de juros tendem a crescer. Essa eleva-
o das taxas de juros faz com que haja um crescimento na proviso para
financiamento, que tambm componente de c;
l (prmio de liquidez) a relativa facilidade de vender a terra
no futuro e dependente portanto das expectativas diante do futuro. Cres-
ce medida que a economia est crescendo e a demanda por ativos de
capital cresce. Tambm pode crescer quando h o aumento na demanda
por outros ativos lquidos no to promissores quanto a terra;
a (ganho patrimonial) este fluxo de renda obtido no mo-
mento da venda da terra e depende portanto das condies de mercado.
Este atributo normalmente includo em q, mas para o caso da terra
importante consider-lo separadamente, pois muitos compradores a
adquirem para obter este ganho.
Obviamente, para que haja um mercado de terras, existe a
necessidade de demanda e oferta. Reydon e Romeiro (1994, p. 16) apon-
tam as razes que aumentam a oferta de terras:
3. O MUNICPIO DE PEDREIRA
TABELA 1
Transaes com diferentes tipos de terra no municpio de Pedreira nos anos
de 1996, 1997 e 1998
Terra 1996 % 1997 % 1998 %
Lotes 282 77,26 297 69,72 374 56,93
Prdios 50 13,7 82 19,25 111 16,89
Apartamentos 12 3,29 14 3,29 135 20,55
Gleba ou chcara 14 3,84 24 5,63 29 4,41
Terra rural 7 1,92 9 2,11 8 1,22
TOTAL 365 100,00 426 100,00 657 100,00
Fonte: Cartrio de Registro de Imveis de Pedreira
TABELA 2
Transaes com diferentes tipos de terra no municpio de Pedreira nos anos
de 1999, 2000 e 2001
Terra 1999 % 2000 % 2001 %
Lotes 360 60,81 361 63,33 448 71,11
Prdios 122 20,61 132 23,16 130 20,63
Apartamentos 86 14,53 52 9,12 30 4,76
Gleba ou chcara 15 2,53 23 4,04 17 2,70
Terra rural 9 1,52 2 0,35 5 0,79
TOTAL 592 100,00 570 100,00 630 100,00
Fonte: Cartrio de Registro de Imveis de Pedreira
TABELA 4
Transaes realizadas por estratos de rea no municpio de Pedreira em 1997
Gleba ou Terra Total
Estratos de rea (m2) Lotes Prdios Aps.
chcara rural global
0 a menos de 125 1 44 12 57
125 a menos de 250 90 18 2 2 112
250 a menos de 500 151 2 4 157
500 a menos de 2.000 42 2 44
2.000 a menos de 5.000 8 1 5 14
Mais de 5.000 1 11 9 21
4 17 21
Total 297 82 14 24 9 426
Fonte: Cartrio de Registro de Imveis de Pedreira
TABELA 5
Transaes realizadas por estratos de rea no municpio de Pedreira em 1998
Gleba ou Terra Total
Estratos de rea (m2) Lotes Prdios Aps.
chcara rural global
0 a menos de 125 3 49 129 2 183
125 a menos de 250 100 31 5 1 137
250 a menos de 500 182 15 1 6 204
500 a menos de 2.000 69 3 3 75
2.000 a menos de 5.000 15 5 20
Mais de 5.000 1 1 11 8 21
4 12 1 17
Total 374 111 135 29 8 657
Fonte: Cartrio de Registro de Imveis de Pedreira
TABELA 6
Transaes realizadas por estratos de rea no municpio de Pedreira em 1999
Gleba ou Terra Total
Estratos de rea (m2) Lotes Prdios Aps.
chcara rural global
0 a menos de 125 4 58 63 125
125 a menos de 250 97 30 22 1 150
250 a menos de 500 175 17 1 2 195
500 a menos de 2.000 66 2 68
2.000 a menos de 5.000 11 6 17
Mais de 5.000 7 4 9 20
17 17
Total 360 122 86 15 9 592
Fonte: Cartrio de Registro de Imveis de Pedreira
TABELA 7
Transaes realizadas por estratos de rea no municpio de Pedreira em 2000
Gleba ou Terra Total
Estratos de rea (m2) Lotes Prdios Aps.
chcara rural global
0 a menos de 125 6 63 44 1 114
125 a menos de 250 87 30 5 1 123
250 a menos de 500 187 19 3 209
500 a menos de 2.000 58 1 11 70
2.000 a menos de 5.000 16 1 7 24
Mais de 5.000 4 3 1 8
3 18 1 22
Total 361 132 52 23 2 570
Fonte: Cartrio de Registro de Imveis de Pedreira
TABELA 8
Transaes realizadas por estratos de rea no municpio de Pedreira em 2000
Gleba ou Terra Total
Estratos de rea (m2) Lotes Prdios Aps.
chcara rural global
0 a menos de 125 4 37 25 66
125 a menos de 250 136 37 5 178
250 a menos de 500 193 33 1 227
500 a menos de 2.000 88 2 3 93
2.000 a menos de 5.000 16 7 23
Mais de 5.000 5 5 5 15
6 21 1 28
Total 448 130 30 17 5 630
Fonte: Cartrio de Registro de Imveis de Pedreira
TABELA 10
Participao percentual das transaes com prdios e com lotes na terra
urbana do municpio de Pedreira
Predial* Territorial**
Anos
Transaes Imp. Predial % Transaes Imp. Territorial %
1998 246 9.423 2,61 403 3.822 10,54
1999 208 9.781 2,13 375 3.939 9,52
2000 184 10.220 1,80 384 3.758 10,22
2001 160 10.920 1,47 465 3.587 12,96
Fonte: Prefeitura Municipal de Pedreira e Cartrio de Registro de Imveis
* Inclui a categoria apartamentos.
** Inclui a categoria gleba ou chcara.
TABELA 11
Dficit habitacional de Pedreira em 1996 (em reais de 1996)
Nvel de renda Dficit habitacional Percentual
0 a 336 reais 863 35,96
337 a 672 reais 904 37,67
Acima de 673 reais 633 26,38
Total 2.400 100
Fonte: Prefeitura Municipal, Pesquisa de Dficit Habitacional 1996
5. O PROJETO DE LOTEAMENTO
TABELA 12
Distribuio dos lotes por tipo de uso
Natureza do loteamento
Lotes Nmero rea (m2) Percentual
Lotes residenciais 691 196.905,40 45,51
Lotes mistos 49 206.554,90 47,75
Lotes com destinao CSE 27 29.145,26 6,34
TOTAL 767 432.605,56 100,00
Fonte: Memorial Descritivo do Empreendimento Habitacional Santana, 2002
TABELA 13
reas utilizadas
Especificao reas (m2) Percentual
1 reas de lotes (767 lotes) 432.605,56 44,66
2 reas pblicas
2.1 Sistema virio 163.325,46 16,86
2.2 rea institucional 69.779,12 7,20
2.3 Sistema de lazer praas 302.960,00 31,28
3 Outros -,-- -,--
4 rea loteada 968.670,14 100,00
5 rea remanescente -,-- -,--
6 Total da gleba 968.670,14 100,00
Fonte: Memorial Descritivo do Empreendimento Habitacional Santana, 2002
TABELA 14
Requisitos urbansticos
Discriminao Valores
Populao por lote residencial H = 4 hab./lote
Densidade de ocupao residencial prevista para a gleba D = 88,69 hab./ha
Coeficiente de proporcionalidade K = 0,057
Sendo requisitos urbansticos:
P
H = hab./lote Legendas:
N H = Populao por lote residencial (4 hab./lote)
P N = Nmero de lotes residenciais (691 lotes)
D = hab./ha P = Populao total prevista para os lotes residenciais (2.764 habitantes)
AT D = Densidade de ocupao residencial prevista para a gleba (28,53 hab./ha)
AT = rea total da gleba em ha (96,87 ha)
AP AP = reas pblicas em ha (53,61 ha)
K = ha/hab. K = Coeficiente de proporcionalidade (1,88 ha/hab.)
D
6. O PROJETO DE LOTEAMENTO E AS
EXPECTATIVAS DOS EMPREENDEDORES
TABELA 15
Preo mdio do m2 da terra rural (em R$ de junho de 2002)
Tipos de terra Preo do ha Preo m2 da terra rural
Terra de cultura de primeira 6.016,53 0,60
Terra de cultura de segunda 4.569,76 0,46
Terra para pastagem 3.633,93 0,36
Terra para reflorestamento 2.795,33 0,28
Campo 2.530,99 0,25
Fonte: IEA e Rol de Faces de Quadra da Prefeitura Municipal de Pedreira
TABELA 16
Valor mdio do m2 no Rol de Faces de Quadra 2002 (em R$ de junho de 2002)
Ruas Valor mdio do m2 no rol de faces de quadra
Mnimo Mximo Mdia N de faces
Rua Padre Jos Achotequi 24,09 24,09 24,09 2
Rua Geminiano Stranieri 21,68 30,11 28,23 9
Rua Dona Carolina Rizzi 30,11 30,11 30,11 5
Rua Jos Maria Lopes 30,11 30,11 30,11 2
Rua Adriano Corsi 27, 71 54, 22 37,54 6
Fonte: Rol de Faces de Quadra da Prefeitura Municipal de Pedreira
7. CONCLUSO
8. REFERNCIAS
NOTAS
1. Este trabalho foi apresentado no XLII Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia
Rural (Sober), Cuiab-MT, 2004.
2. Mercado secundrio de um ativo.
3. As quase-rendas podem ser consideradas o equivalente das rendas absoluta e relativa de Marx.
4. Para Reydon e Plata (1995, p. 10-11, cit. Guedes, 1995, p. 31-32), a ineficcia do ITR
decorrncia do elevado grau da subtributao e da evaso fiscal. A subtributao decorre
essencialmente do baixssimo valor da terra nua declarado, e aceito pelo governo (Ibra/Incra/
Secretaria da Receita Federal), que se constitui na base para o clculo do imposto, e, ainda,
pelos percentuais de rea aproveitveis, bem como pela produtividade obtida nas
exploraes (ambos declarados pelo proprietrio), e as implicaes da decorrentes no Grau
de Utilizao da Terra (GUT) e no Grau de Eficincia na Explorao (GEE), que juntos
permitem uma reduo no imposto de at 90%.
5. O Cartrio de Registro de Imveis da Comarca de Pedreira forneceu dados sobre a dinmica do
mercado de terras rural e urbano. Foram pesquisados dados entre 1996 e 2001. O objetivo
de estender a anlise por esses anos foi compor uma srie histrica que permitisse a
compreenso da dinmica do mercado de terras do municpio em estudo. Foram analisadas
mais de 5 mil matrculas, excluindo-se do cmputo final a mudana de titularidade da terra
graas doao e ao instrumento formal de partilha. Os dados referem-se, dessa forma, aos
instrumentos legais de compra e venda e de desapropriao.
6. Os empreendedores contrataram a Econmica (empresa jnior do Instituto de Economia da
Unicamp que presta servios na rea econmica) para realizar um Relatrio de Impacto
Ambiental (RAP). Nessa ocasio, tentaram pagar o servio com um lote. O contratante
sugeriu que, naquele momento, era mais fcil conseguir um lote do que dinheiro para pagar
o servio contratado.
1. INTRODUO
3. CARACTERSTICAS DA LEGISLAO
ATUAL DE PROTEO E RECUPERAO
DOS MANANCIAIS (LPRM) LEI N 9.866/97
5. CONSIDERAES FINAIS
6. REFERNCIAS
NOTAS
1. DUCROT, BUENO e REYDON (2005). Institutional arrangements for articulating land and water
management in peri-urban catchment: example of the metropolitan region of So Paulo,
Brazil. International Journal of Water Resources Development, v. 3, n. 2, p. 186-203.
2. A bacia hidrogrfica do Alto Tiet aquela que abriga um dos maiores contingentes
populacionais do mundo (cerca de 17,8 milhes de habitantes), pois nela se localiza a Regio
Metropolitana de So Paulo (RMSP). Essa regio a mais importante rea produtora de bens
industriais do pas. Seu Produto Interno Bruto, em 1997, atingiu U$ 147 bilhes, o que
corresponde a 18% do total brasileiro. Essa bacia hidrogrfica abrange uma extenso
territorial de 5.985 km2, fornecendo gua para 35 municpios da RMSP.
3. A bacia do Guarapiranga o segundo manancial de abastecimento da Regio Metropolitana de
So Paulo, responsvel pelo abastecimento de gua de aproximadamente 30% da
populao. Para maiores informaes sobre o sistema de abastecimento metropolitano, ver
site www.sabesp.com.br.
4. Dos 185 loteamentos cadastrados no Departamento de Uso do Solo do Estado de So Paulo
(DUSM), 28% foram implantados antes de 1972; 30% entre 1980 e 1989; 18% entre 1990
e 1995 e 14% sem data de implantao (Uemura, 2000, p. 54, apud Barros, 1990).
5. Dos 35 municpios integrantes da Grande So Paulo, 27 esto, total ou parcialmente, abrangidos
pelos limites da LPM, e destes, 17 esto com mais de 50% de sua rea total nas reas de
mananciais. Vale destacar os municpios Embu-Guau, Itapecerica da Serra, Juquitiba,
Ribeiro Pires e Rio Grande da Serra, que possuem 100% de suas reas inseridas nas reas
da Lei de Proteo de Mananciais (Emplasa, 1994 apud Governo do Estado de So Paulo/
SMA, s/d.).
6. As Polticas de Comando e Controle tm sido a base dos sistemas de gesto do meio ambiente,
tanto nos pases desenvolvidos como nos em desenvolvimento. Estas, tambm conhecidas
como polticas de regulao direta, tm como objetivo restringir as aes do poluidor,
fixando normas, regras e padres ambientais, fiscalizando seu cumprimento (Barbieri, 1997;
Margulis, 1996). Para que as Polticas de Comando e Controle possam funcionar com
eficincia, os papis regulador e policial dos governos precisam trabalhar em associao. O
sucesso do sistema regulador depender quase exclusivamente da capacidade que o rgo
de controle ambiental tiver para assegurar a obedincia lei. A implementao das Polticas
de Comando e Controle requer uma capacidade institucional elevada, principalmente na
articulao institucional entre o setor pblico, o municipal e o estadual, o judicirio e a
sociedade civil. Esta capacidade institucional est intimamente ligada aos recursos humanos
das instituies e ao grau de informao sobre os diversos aspectos tcnicos e jurdicos da
legislao (Almeida, 1998).
7. A reportagem recente na Folha de S. Paulo sobre o estudo do Cebrap mostra que as reas de
fronteira urbana da Regio Metropolitana de So Paulo crescem a uma taxa de 6,3% ao
ano, consolidando o modelo da expanso perifrica pela populao de baixa renda (Folha
de S. Paulo, 2004).
8. Dados referentes aos loteamentos com abertura de reas superiores a 50.000 m2 (Bueno,
2004).
9. Vale considerar que existem lotes vagos nos loteamentos aguardando a valorizao decorrente
dos investimentos pblicos e possveis regularizaes futuras. Existem loteamentos que
possuem de 30% a 40% de lotes vagos (Bueno, 2004).
10. A Lei de Zoneamento delimitou uma zona (Z8 100/1), que tambm a zona das reas de
mananciais, na primeira granja da zona rural, proibindo o uso do solo urbano, tornando
essa zona desvalorizada pela impossibilidade de ocupao urbana legal. Porm, era
permitida a produo de moradia popular apenas pelas empresas estatais, como a Cohab,
NOTAS
que tinha facilidade na compra de terrenos a baixo preo, j que se tratava de terrenos
situados em zona rural afastados de qualquer rede de infra-estrutura urbana. Essa
companhia municipal [...] destinada ao financiamento e produo de moradias para a
populao de at cinco salrios mnimos, produziu, entre 1965 e 1989, 100 mil unidades
habitacionais. A maioria dessas moradias so conjuntos construdos na zona rural e
afastados de qualquer rede de infra-estrutura (Rolnik, 1997, p. 203-204). Um outro
exemplo, que denota a direo do vetor da populao pobre para as rurais, como iniciativa
de poltica pblica, o Conjunto Habitacional Boror, construdo pela Cohab em 1975 nas
reas de mananciais, com 1.190 unidades habitacionais, e o Boror II, com 178 unidades
em plena discusso da implementao da LPM (Uemura, 2000).
11. A Sabesp, que uma empresa pblica responsvel pelo saneamento bsico no Estado de So
Paulo, durante o Plano Nacional de Saneamento Bsico (Planasa), vigente no regime militar,
ampliou a rede de gua at os loteamentos clandestinos, inclusive aqueles situados nas reas
de proteo dos mananciais, desobedecendo a legislao de uso e ocupao do solo, para
reduzir a mortalidade infantil, que era o objetivo do Planasa (Maricato, 2001).
12. A Lei Estadual n 7.663/91 instituiu a Poltica Estadual de Recursos Hdricos e o Sistema
Integrado de Gerenciamento de Recursos Hdricos (SIGRH), enquanto a Lei Federal n
9.433/97 regulamentou a Poltica Nacional de Recursos Hdricos (PNRH), criando o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos (SNGRH). Ambos os sistemas alteraram a
base institucional de deciso e estabeleceram os seguintes princpios bsicos para a gesto
dos recursos hdricos: a adoo da bacia hidrogrfica como unidade fsico-territorial de
planejamento e gerenciamento; o reconhecimento da gua como um bem pblico de valor
econmico; o reconhecimento da importncia de seus usos mltiplos e a necessidade de um
trabalho de gesto, a um s tempo integrado de forma multissetorial, multiinstitucional,
descentralizado e participativo.
13. Os instrumentos de planejamento e gesto da Lei n 9.866/97 (artigo 11) so: I) reas de
interveno e respectivas diretrizes e normas ambientais e urbansticas de interesse regional;
II) normas para a implantao de infra-estrutura sanitria; III) mecanismo de compensao
financeira aos municpios; IV) Plano de Desenvolvimento e Proteo Ambiental (PDPA); V)
controle das atividades potenciais degradadoras do meio ambiente, capazes de afetar os
mananciais; VI) Sistema Gerencial de Informaes; VII) imposio de penalidades por
infraes s disposies desta lei e das leis especficas de cada APRM.
14. A compensao ambiental um instrumento de gesto e planejamento especificado na
minuta da lei especfica da sub-bacia Guarapiranga/Cotia, que estabelece as medidas de
compensao de natureza urbanstica, sanitria ou ambiental, que permite a alterao de
ndices e parmetros urbansticos estabelecidos na lei especfica, mantido o valor da carga
meta referencial por municpio e para as demais condies necessrias produo de gua.
15. Os padres ambientais definidos na lei abrangem todos os padres de infra-estrutura sanitria
relacionados qualidade e quantidade da gua e qualidade dos solos.
16. Dentre as diretrizes do PDPA, esto as relacionadas ao estabelecimento de polticas setoriais;
atividades de induo implantao de usos compatveis com a proteo e a recuperao
dos mananciais.
17. As metas contidas no PDPA so as relacionadas obteno de padres de qualidade ambiental
de longo, mdio e curto prazos.
18. O conceito de instrumentos econmicos bastante debatido na literatura. A poltica baseada
em instrumentos econmicos capaz de descentralizar a tomada de deciso conferindo, ao
poluidor ou ao usurio do recurso, a flexibilidade para selecionar a opo de produo ou de
consumo que minimize o custo para atingir-se um nvel determinado de qualidade ambiental
NOTAS
(Motta et al, 1996). Um outro conceito dos IEs oferecido por Margulis (1996, p. 6): [...]
esses instrumentos se baseiam nas foras de mercado e nas mudanas dos preos relativos
para modificar o comportamento de poluidores e dos usurios de recursos tanto pblicos
quanto privados, de modo que passem a internalizar em suas decises a considerao de
aspectos ambientais de maneira socialmente desejvel. Para a OCDE (1989 apud
Almeida,1998, p. 47) [...] um instrumento seria tido como econmico uma vez que afetasse
o clculo de custos e benefcios do agente poluidor, influenciando, portanto, suas decises,
com o objetivo de produzir uma melhoria na qualidade ambiental. A diferena do conceito
entre Instrumentos Econmicos vis--vis Comando e Controle, freqentemente citada na
literatura, a flexibilidade permitida ao poluidor: este livre para responder aos estmulos da
maneira e no tempo que melhor lhe convier economicamente (Almeida, 1998). Para Cropper
e Oates (1992, p. 699 apud Almeida, 1998, p. 48) [...] a linha divisria entre as chamadas
polticas de Comando e Controle e as polticas baseadas em incentivos no sempre muito
clara. Um programa sob o qual o regulador especifica os procedimentos exatos de
tratamento a serem seguidos pelos poluidores obviamente se inclui na categoria de
Comando e Controle. Mas que tal uma poltica que estabelea um limite fixo de emisses
para uma fonte particular (sem possibilidade de negociao), mas permita ao poluidor
selecionar a forma para cumprir a meta? Tal flexibilidade certamente permite a operao de
incentivos econmicos em termos de busca do mtodo de controle do custo mnimo. Os IEs
no so portanto um substituto para as instituies fracas ou para as polticas de CC, alguns
elementos regulatrios so, inevitavelmente, necessrios, e uma base institucional forte
pr-requisito para a implementao dos IEs (Motta et al., 1996, p. 02).
19. A controvrsia em torno da superioridade das polticas de CC em relao s de IEs de difcil
mensurao, pois ambas necessitam de uma base institucional forte, tanto em relao ao
planejamento como na fiscalizao. Enfim, ambas as polticas implicam variadas informaes
relevantes pelos rgos ambientais, o que ocorre, em maior ou menor grau, de acordo com
a poltica adotada. Mas estudos empricos freqentemente citados na literatura procuram
provar que os custos de implementao de polticas CC superam, em muito, os de polticas
baseadas em Instrumentos Econmicos (Almeida, 1998; Motta, 1996).
20. Tanto o artigo 211 da Constituio Paulista quanto o pargrafo 2 do artigo 5 da Lei n
7.663/91 sugerem que o produto da participao ou da compensao financeira do estado
no resultado da explorao de potenciais hidroeltricos em seu territrio deva ser empregado
prioritariamente em servios e obras de interesse comum, juntamente com programas de
desenvolvimento regional dos municpios afetados por reservatrios e leis de proteo dos
mananciais. Trata-se de montantes significativos, que constituem hoje praticamente a
totalidade dos recursos do Fehidro (Fusp, 2001). Os recursos do Fehidro esto vinculados, por
lei, s polticas de Comando e Controle, na medida em que existe a vinculao do acesso a
esses recursos financeiros conformidade da conduta do agente pblico. Em outras
palavras, a imposio de penalidades por infraes pela no-obedincia da lei atual dos
mananciais e das leis especficas das bacias hidrogrficas justamente a no-vinculao dos
recursos do Fehidro aos poderes pblicos.
21. Este item baseou-se nos trabalhos de FRIDMAN (1999), SANTOS (2002), ROLNIK (1997) e
GROSTEIN (1987).
22. Atualmente, o governo do Estado de So Paulo est com uma poltica titulada de Plano
Emergencial de Recuperao dos Mananciais da Regio Metropolitana de So Paulo, na qual
foram instalados em alguns loteamentos das bacias metropolitanas ligaes de gua pela
Sabesb e de luz pela Eletropaulo. Alm das ligaes de luz e gua oficiais, as ruas esto
sendo asfaltadas com as galerias de drenagem de guas pluviais e tambm sero realizados,
de acordo com os documentos deste Plano, a preveno e o controle da poluio das guas.
NOTAS
23. Rolnik refere-se aos anos 1930, dcada em que foi promulgado o Cdigo de Obras de 1934,
que trazia leis sobre a regularizao dos loteamentos clandestinos e a primeira grande anistia
popular de 1936. Todas essas medidas de incluso da cidade ilegal na oficial ocorreram no
contexto poltico do populismo. Nas palavras da autora: A leitura das modificaes
introduzidas em 1934 permite-nos uma anlise do novo pacto territorial que se estabeleceu
entre as classes dominantes e os grupos sociais emergentes. A velha ordem no se
transformava para incorporar diferentes formas de ocupao do espao, ela apenas
seletivamente tolerava excees regra. Ao serem reconhecidas as excees, ganharam o
direito de receber investimentos pblicos, infra-estrutura e servios urbanos. As maiorias
clandestinas entravam, ento, na poltica urbana, devendo um favor para aqueles que a
julgaram admissveis (Rolnik, 1997, p. 16).
1. INTRODUO
2. DETERMINANTES DA DINMICA
DOS MERCADOS DE TERRAS: URBANOS E RURAIS4
Pt = q - c + l + a,
onde,
dade das terras rurais a centros urbanos faz com que os preos de terras
sofram uma valorizao extrema pela modificao do seu uso.8 Nesse con-
texto, essa lgica de busca de ativo que combine ganhos produtivos com
liquidez est presente nas terras urbanas e rurais. nesse contexto que se
deve analisar a realidade do movimento dos mercados de terras rurais em
regies prximas a centros urbanos. Com certeza, quando a ocasio colo-
car as condies para o parcelamento do solo para fins urbanos, este cer-
tamente ser executado pois dificilmente haver atividade agropecuria
que suplante o ganho advindo desse tipo de especulao imobiliria.
3. A REGIO DE ESTUDO
TABELA 1
Populao total, urbana e rural de Santa Brbara DOeste
Anos Populao Densidade Taxa de
Taxa de
demogrfica crescimento
Total Urbana Rural urbanizao
hab./km2 demogrfico
1920 9.621
1940 12.065 3.301 8.911 27,36 44,68
1950 15.624 6.073 9.551 38,86 57,86 2,62
1960 22.524 83,42 3,72
1970 31.018 22.360 8.658 72,08 114,88 3,25
1980 76.621 71.860 4.761 93,78 283,78 9,41
1991 145.266 141.181 4.085 97,18 538,02 5,98
1996 161.060 158.122 2.938 98,17 596,50 2,08
Fonte: IBGE Censos Demogrficos de 1920, 1940, 1950, 1960, 1970, 1980, 1991, 1996
LUCRO PRESUMIDO
O lucro presumido a tributao com base na receita resultan-
te das vendas dos lotes. Ao recolher tal imposto, a empresa loteadora
obtm um ganho expressivo, isto , h mais lucratividade e menos tri-
butao. Para melhor elucidao, observe o exemplo:
Um empreendedor adquiriu um lote de R$ 100.000,00, e, aps
a aquisio fracionou-o em 160 lotes a R$ 30.000,00 cada um, resultando
num faturamento de R$ 4.800.000,00, com um custo de R$ 2.000.000,00
de infra-estrutura.
Calculam-se os impostos incidentes sobre as vendas:
:: Cofins (Contribuio para o Financiamento da Seguridade
Social) 3%, R$ 144.000,00;
:: PIS (Programa de Integrao Social) 0,65%, R$ 31.200,00;
:: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurdica) 1,20%, ou seja,
sobre os R$ 4.800.000,00 aplicam-se 8%, achando assim a base de cl-
culo, aplicando a alquota de 15%, que resulta no IRPJ R$ 57.600,00;
:: CSLL (Contribuio Social sobre o Lucro Lquido) 1,08%, ou
seja, sobre os R$ 4.800.000,00 aplica-se o percentual de 12%, achando-
se assim a base de clculo, na qual se aplica a alquota de 9%, resultando
na contribuio social R$ 54.840,00.
A legislao do Imposto de Renda vai mais longe quando h
lucro acima de R$ 60.000,00 trimestralmente, ou seja, um lucro acima
de R$ 240.000,00 anuais, h a chamada tributao, denominada Adicio-
nal do Imposto de Renda, a alquota de 10% sobre o lucro excedente a
R$ 240.000,00. Neste exemplo em anlise, o lucro presumido foi de R$
384.000,00, havendo um lucro excedente de R$ 144.000,00, em que se
aplica ento 10%, o que equivale a um imposto de R$ 14.400,00, resul-
tando em 6,23% sobre o faturamento.
LUCRO REAL
O lucro real o resultado (lucro ou prejuzo) lquido do perodo
de apurao sem o Imposto de Renda, ajustado por adies, excluses
e compensaes determinadas pela legislao tributria (Neves e Vice-
conti, 2003, p. 469).
Utilizando o mesmo exemplo do item anterior, teria os seguin-
tes valores de impostos: do valor total das receitas (R$ 4.800.000,00),
menos o custo de empreendimento (R$ 2.000.000,00), menos o custo
do lote adquirido (R$ 100.000,00). Para fracion-lo, teramos um lucro
de R$ 2.700,000,00. Portanto, teramos os seguintes impostos:
Calculam-se os impostos incidentes sobre as vendas:
:: Cofins (Contribuio para o Financiamento da Seguridade
Social) 7,6%, com a utilizao do crdito dos custos do empreendimen-
to, que R$ 2.000.000,00 x 7,60% = R$ 152.000,00, e o dbito de
7,60% sobre o valor das vendas, isto , R$ 4.800.000,00, gerando um
imposto de R$ 364.000,00, e, com a utilizao do crdito, teramos a
Cofins no valor de R$ 212.800,00;
:: PIS (Programa de Integrao Social) 1,65%, com a utiliza-
o do crdito dos custos do empreendimento, que de R$ 2.000.000,00
x 1,65% = R$ 33.000,00, e o dbito de 1,65% sobre o valor das vendas,
gerando imposto no valor de R$ 79.200,00, e, com a utilizao do crdi-
to, teramos o PIS no valor de R$ 46.200,00;
:: IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurdica) 15% sobre o lucro
lquido, isto , sobre R$ 2.441.000,00, resultando em R$ 336.150,00;
Alquotas aplicveis:
IRPJ 15% sobre o item (5);
CSLL 9% sobre o item (5);
AIR 10% sobre o resultado: (5) menos R$ 240.000,00 x 10% = ADI.
6. CONCLUSO
7. REFERNCIAS
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