Curso de Eletronica Digital - Apostila
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10010100111010101001010010101 CURSODEELETRNICA DIGITAL
CURSODE
10101010100111010100101011101
01010011001111010100111010010
ELETRNICA
01010000111101010011101010010
DIGITAL
INTRODUO
Newton C. Braga
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LIO 1
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LIO 2
A LGEBRA D E BOOLE
Na primeira lio do nosso curso Apesar da algebra de Boole, como raes ou decises, como acender
aprendemos o significado das pala- foi chamada, poder resolver proble- um LED quando dois sensores so
vras Digital e Lgica empregadas na mas prticos de controle e fabricao ativados de uma determinada manei-
Eletrnica e nos computadores. Vimos de produtos, na poca no havia Ele- ra ou quando uma tecla pressiona-
que os computadores so denomina- trnica e nem as mquinas eram su- da, at girar no espao uma imagem
dos digitais quando trabalham com ficientemente avanadas para utilizar tridimensional.
sinais discretos, ou seja, sinais que seus princpios.
no variam continuamente entre dois A lgebra de Boole veio a se tor- 2.2 - Os nveis lgicos
valores, mas que assumem determi- nar importante com o advento da Ele- Partimos ento do fato de que nos
nados valores inteiros. Tambm vimos trnica, especificamente, da Eletrni- circuitos digitais s encontraremos
que os computadores so mquinas ca Digital, que gerou os modernos duas condies possveis: presena
lgicas, porque tomam decises a computadores. ou ausncia de sinal, para definir al-
partir de certos fatos, segundo regras Boole estabelece em sua teoria guns pontos importantes para o nos-
muito bem estabelecidas. Vimos que que s existem no universo duas con- so entendimento.
no caso dos circuitos digitais, como dies possveis ou estados, para Nos circuitos digitais a presena
os usados nos computadores, a base qualquer coisa que se deseje anali- de uma tenso ser indicada como 1
10 no a mais apropriada e que sar e estes dois estados so opostos. ou HI (de HIGH ou Alto) enquanto que
estes equipamentos usam principal- Assim, uma lmpada s pode es- a ausncia de uma tenso ser
mente o sistema binrio e tar acesa ou apagada, uma torneira indicada por 0 ou LO (de LOW ou
hexadecimal. Aprendemos ainda s pode estar aberta ou fechada, uma baixo).
como fazer as converses de base e fonte s pode ter ou no ter tenso O 0 ou LO ser sempre uma ten-
ler os nmeros binrios e hexade- na sua sada, uma pergunta s pode so nula, ou ausncia de sinal num
cimais. ter como resposta verdadeiro ou fal- ponto do circuito, mas o nvel lgico 1
Nesta lio veremos de que modo so. Dizemos de maneira simples que ou HI pode variar de acordo com o
os circuitos digitais podem tomar de- na lgebra de Boole as variveis lgi- circuito considerado (figura 1). Nos
cises lgicas. Todas essas decises cas s podem adquirir dois estados: PCs de mesa, a tenso usada para a
so baseadas em circuitos muito sim- alimentao de todos os circuitos l-
ples e configuraes que operam na 0 ou 1 gicos, por exemplo, de 5 V. Assim, o
base 2 e que portanto, so fceis de Verdadeiro ou Falso nvel 1 ou HI de seus circuitos ser
entender, porm muito importantes Aberto ou Fechado
para os leitores que pretendam tra- Alto ou Baixo (HI ou LO)
balhar com computadores, ou pelo Ligado ou Desligado
menos entender melhor seu princpio
de funcionamento. Na Eletrnica Digital partimos jus-
tamente do fato de que um circuito s
2.1 - A lgebra de Boole pode trabalhar com dois estados pos-
Em meados do sculo passado sveis, ou seja, encontraremos pre-
George Boole, um matemtico ingls, sena do sinal ou a ausncia do si-
desenvolveu uma teoria completa- nal, o que se adapta perfeitamente
mente diferente para a poca, base- aos princpios da lgebra de Boole.
ada em uma srie de postulados e Tudo que um circuito lgico digital
operaes simples para resolver uma pode fazer est previsto pela lgebra Figura 1 - Nos circuitos digitais s
infinidade de problemas. de Boole. Desde as mais simples ope- encontramos um valor fixo de tenso.
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0V
Falso
Desligado
Nvel baixo ou LO
1 - 5 V (ou outra tenso positiva, Figura 5 - Poucos blocos bsicos, mas reunidos em grande
conforme o circuito) quantidae podem realizar operaes muito complexas.
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Figura 6 - Em (a) o simbolo mais comum e em (b) o simbolo IEEE usado em muitas publicaes
tcnicas mais modernas dos Estados Unidos e Europa.
Figura 7 - Circuito simples para simular a
um grande nmero de pequenos blo- esta tabela aparece com o nome de funo NO (NOT) ou inversor.
cos denominados portas ou funes Truth Table). A seguir apresentamos
em que temos entradas e sadas. a tabela verdade para a porta NOT Entrada: chave aberta = 0
O que ir aparecer na sada de- ou inversora: chave fechada = 1
terminado pela funo e pelo que Sada: lmpada apagada = 0
acontece nas entradas. Em outras Entrada Sada lmpada acesa = 1
palavras, a resposta que cada circui- 0 1
to lgico d para uma determinada 1 0 2.5 - Funo Lgica E
entrada ou entradas depende do que A funo lgica E tambm conhe-
ele ou de que regra booleana ele Os smbolos adotados para repre- cida pelo seu nome em ingls AND
segue. sentar esta funo so mostrados na pode ser definida como aquela em
Isso significa que para entender figura 6. que a sada ser 1 se, e somente
como o computador realiza as mais O adotado normalmente em nos- se, todas as variveis de entrada fo-
complexas operaes teremos de co- sas publicaes o mostrado em (a), rem 1.
mear entendendo como ele faz as mas existem muitos manuais tcnicos Veja que neste caso, as funes
operaes mais simples com as de- e mesmo diagramas em que so lgicas E podem ter duas, trs, qua-
nominadas portas e quais so elas. adotados outros e os leitores devem tro ou quantas entradas quisermos e
Por este motivo, depois de definir conhec-los. representada pelos smbolos mos-
estas operaes lgicas, associando- Esta funo pode ser simulada por trados na figura 8.
as lgebra de Boole, vamos estud- um circuito simples e de fcil entendi- As funes lgicas tambm so
las uma a uma. mento apresentado na figura 7. chamadas de portas ou gates (do
Neste circuito temos uma lmpa- ingls) j que correspondem a circui-
2.4 - Funo Lgica NO ou In- da que, acesa, indica o nvel 1 na sa- tos que podem controlar ou deixar
versora da e apagada, indica o nvel 0. Quan- passar os sinais sob determinadas
Nos manuais tambm encontra- do a chave est aberta indicando que condies.
mos a indicao desta funo com a a entrada nvel 0, a lmpada est Tomando como exemplo uma por-
palavra inglesa correspondente, que acesa, indicando que a sada nivel ta ou funo E de duas entradas, es-
NOT. 1. Por outro lado, quando a chave crevemos a seguinte tabela verdade:
O que esta funo faz negar uma fechada, o que representa uma en-
afirmao, ou seja, como em lgebra trada 1, a lmpada apaga, indicando Entradas Sada
booleana s existem duas respostas que a sada zero. A B
possveis para uma pergunta, esta Esta maneira de simular funes 0 0 0
funo inverte a resposta, ou seja, lgicas com lmpadas indicando a 0 1 0
a resposta o inverso da pergunta. sada e chaves indicando a entrada, 1 0 0
O circuito que realiza esta operao bastante interessante pela facilida- 1 1 1
denominado inversor. de com que o leitor pode entender seu
Levando em conta que este circui- funcionamento. Na figura 9 apresentamos o modo
to diz sim, quando a entrada no, Basta ento lembrar que: de simular o circuito de uma porta E
ou que apresenta nvel 0, quando a
entrada 1 e vice-versa, podemos
associar a ele uma espcie de tabela
que ser de grande utilidade sempre
que estudarmos qualquer tipo de cir-
cuito lgico.
Esta tabela mostra o que ocorre
com a sada da funo quando colo-
camos na entrada todas as combina-
es possveis de nveis lgicos.
Dizemos que se trata de uma ta-
bela verdade (nos manuais em Ingls Figura 8 - Smbolos adotados para representar uma porta E ou AND.
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usando chaves e uma lmpada co- Figura 10 - Smbolos para as portas OU ou OR.
mum. preciso que S1 e S2 estejam
fechadas, para que a sada (lmpa- Vemos que a sada estar no n- funo E que denominada NO-E
da) seja ativada. vel 1 se uma das entradas estiverem ou em ingls, NAND.
Para uma porta E de trs entra- no nvel 1. Na figura 12 temos os smbolos
das tabela verdade ser a seguinte: Um circuito simples com chaves e adotados para representar esta fun-
lmpada para simular esta funo o.
Entradas Sada dado na figura 11. Observe a existncia de um pe-
A B C S Quando uma chave estiver fecha- queno crculo na sada da porta para
0 0 0 0 da (entrada 1) a lmpada receber indicar a negao.
0 0 1 0 corrente (sada 1), conforme desejar- Podemos dizer que para a funo
0 1 0 0 mos. Para mais de duas variveis po- NAND a sada estar em nvel 0 se, e
0 1 1 0 demos ter portas com mais de duas somente se, todas as entradas esti-
1 0 0 0 entradas. Para o caso de uma porta verem em nvel 1.
1 0 1 0 OU de trs entradas teremos a se- A tabela verdade para uma porta
1 1 0 0 guinte tabela verdade: NO-E ou NAND de duas entradas
1 1 1 1 a seguinte:
Entradas Sada
Para que a sada seja 1, preciso A B C S Entradas Sada
que todas as entradas sejam 1. 0 0 0 0 A B S
Observamos que para uma porta 0 0 1 1 0 0 1
E de 2 entradas temos 4 combinaes 0 1 0 1 0 1 1
possveis para os sinais aplicados. 0 1 1 1 1 0 1
Para uma porta E de 3 entradas te- 1 0 0 1 1 1 0
mos 8 combinaes possveis para o 1 0 1 1
sinal de entrada. 1 1 0 1 Na figura 13 temos um circuito
Para uma porta de 4 entradas, te- 1 1 1 1 simples com chaves, que simula esta
remos 16 e assim por diante. funo.
2.7 - Funo NO-E
2.6 - Funo lgica OU As funes E, OU e NO (inver-
A funo OU ou ainda OR (do in- sor) so a base de toda a lgebra
gls) definida como aquela em que booleana e todas as demais podem
a sada estar em nvel alto se uma ser consideradas como derivadas
ou mais entradas estiver em nvel alto. delas. Vejamos:
Esta funo representada pelos Uma primeira funo importante
smbolos mostrados na figura 10. derivada das anteriores a obtida
O smbolo adotado normalmente pela associao da funo E com a Figura 11 - Circuito para simular uma
em nossas publicaes o mostrado funo NO, ou seja, a negao da porta OU ou OR de duas entradas.
em (a).
Para uma porta OU de duas en-
tradas podemos elaborar a seguinte
tabela verdade:
Entradas Sada
A B S
0 0 0
0 1 1
1 0 1
1 1 1 Figura 12 - Smbolos para as portas NO-E ou NAND.
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b) Operao OU
Esta operao representada
pelo sinal (+).
A operao de uma porta OU de
Figura 17 - Elaborao da funo OU-exclusivo com inversores, portas AND e uma porta OR. entradas A e B e sada S pode ser
representada como:
A+B=S
c) Operao NO
Esta operao indicada por uma
barra da seguinte forma:
A\ = S
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5. Propriedades diversas:
A.A = A
A+A = A
A.0 = 0
A.1 = A Figura 20 - Obtendo um inversor ( Funo NO ou NOT) a partir de uma porta NAND.
A+0 = A
A+1 = 1 sada depois de aplic-la a uma por- sada certamente ser:
A.A\= 0 ta NAND. a) 0 b) 1
A+A\= 1 c) Pode ser 0 ou 1
A+A.B = A 2.13 - Concluso d) Estar indefinida
Os princpios em que se baseiam
6. Teoremas de De Morgan: os circuitos lgicos digitais podem 3. O circuito que realiza a opera-
parecer algo abstratos, pois usam o lgica NO denominado:
Aplicando a operao NO a uma muito de Matemtica e isso talvez a) Porta lgica b) Inversor
operao E, o resultado obtido igual desestimule os leitores. No entanto, c) Amplificador digital
ao da operao OU aplicada aos com- eles so apenas o comeo. O esforo d) Amplificador analgico
plementos das variveis de entrada. para entend-los certamente ser re-
____ _ _ compensado, pois estes princpios 4. Se na entrada de uma porta
A.B=A+B esto presentes em tudo que um com- NAND aplicarmos os nveis lgicos 0
putador faz. Nas prximas lies, e 1, a sada ser:
Aplicando a operao NO a uma quando os princpios estudados co- a) 0
operao OU o resultado igual ao mearem a tomar uma forma mais b) 1
da operao E aplicada aos comple- concreta, aparecendo em circuitos e c) Pode ser 0 ou 1
mentos das variveis de entrada. aplicaes prticas ser fcil entend- d) Estar indefinida
los melhor.
____ _ _ Nas prximas lies, o que foi es- 5. Em qual das seguintes condi-
A+B=A.B tudado at agora ficar mais claro es de entrada a sada de uma por-
quando encontrarmos sua aplicao ta OR ser 0:
prtica. a) 0,0 b) 0,1
2.12 - Fazendo tudo com portas c) 1,0 d) 1,1
NAND
As portas NO-E, pelas suas ca- QUESTIONRIO 6. Qual o nome da funo lgi-
ractersticas, podem ser usadas para ca em que obtemos uma sada 1
obter qualquer outra funo que es- 1. Se associarmos presena de quando as entradas tiverem nveis
tudamos. Esta propriedade torna es- uma tenso o nvel lgico 1 e sua lgicos diferentes, ou seja, forem 0 e
sas portas blocos universais nos pro- ausncia o nvel 0, teremos que tipo 1 ou 1 e 0.
jetos de circuitos digitais j que, na de lgica: a) NAND
forma de circuitos integrados, as fun- a) Digital b) Positiva b) NOR
es NAND so fceis de obter e ba- c) Negativa d) Booleana c) AND
ratas. d) Exclusive OR
A seguir vamos mostrar de que 2. Na entrada de uma funo lgi-
modo podemos obter as funes es- ca NO aplicamos o nvel lgico 0. A 7. Qual a porta que pode ser
tudadas simplesmente usando portas utilizada para implementar qualquer
NAND. funo lgica:
a) Inversor (NO)
b) AND
Inversor Figura 21 - POrta E obtida c) NAND
Para obter um inversor a partir de com duas NO-E (NAND). d) OR
uma porta NAND basta unir suas en-
tradas ou colocar uma das entradas Respostas da lio n 1
no nvel lgico 1, conforme figura 20. a) 0110 0100 0101
Uma porta E (AND) obtida sim- b) 101101
plesmente agregando-se funo c) 25
NO-E (NAND) um inversor em cada d) Sem resposta (1101 no existe)
entrada, (figura 21). e) 131
A funo OU (OR) pode ser obti- f) 131
Figura 22 - Porta OU obtida
da com o circuito mostrado na g) 334
com duas NO-E (NAND).
figura 22. O que se faz inverter a
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LIO 5
Nas duas lies anteriores estu- Vimos, desta forma, que a tabela 0 1 1 = 3
damos as famlias lgicas CMOS e verdade para uma funo AND de 1 0 0 = 4
TTL, analisando suas caractersticas duas entradas, como a representada 1 0 1 = 5
eltricas principais e a maneira como na figura 1, pode ser dada por: 1 1 0 = 6
os componentes so fabricados atra- 1 1 1 = 7
vs de alguns circuitos tpicos. A B S
Nesta lio continuaremos a es- 0 0 0 O conhecimento da contagem bi-
tudar as funes lgicas, agora de 0 1 0 nria facilita bastante a elaborao de
uma forma mais completa. Analisare- 1 0 0 tabelas verdades, quando todas as
mos o que ocorre quando juntamos 1 1 1 combinaes possveis de nveis l-
diversas funes lgicas, prevendo o gicos em 2, 3 ou 4 entradas devam
que acontece com suas sadas. Os Veja que nas colunas de entrada ser estudadas.
circuitos complexos, como os usados (A e B) para termos todas as combi- Assim, uma vez que o leitor conhe-
nos computadores, por exemplo, se naes possveis, fazemos o equiva- a o comportamento das principais
aproveitam das operaes complica- lente numerao binria de 0 a 3, j funes, sabendo o que ocorre na
das que muitas portas lgicas podem que: sada de cada uma quando temos
realizar em conjunto. Assim, de fun- determinadas entradas e sabendo
damental importncia para nosso es- 0 0 = 0 elaborar tabelas verdades, fica fcil
tudo saber analisar estas funes. 0 1 = 1 combinar funes e saber o que acon-
1 0 = 2 tece em suas sadas.
1 1 = 3
5.1 - As tabelas verdade 5.2 - Lgica Combinacional
Os diversos sinais de entrada apli- Para uma tabela verdade feita para Vamos partir de um exemplo sim-
cados a uma funo lgica, com to- uma porta AND de 3 entradas tere- ples de lgica combinacional usando
das as suas combinaes possveis, mos: tabelas verdades para saber o que
e a sada correspondente podem ser ocorre na sua sada, com o circuito
colocados numa tabela. A B C S da figura 2.
Nas colunas de entradas coloca- 0 0 0 0 Este circuito faz uso de uma porta
mos todas as combinaes possveis 0 0 1 0 AND, um inversor e uma porta OR. O
de nveis lgicos que as entradas po- 0 1 0 0 resultado desta configurao uma
dem assumir. Na coluna correspon- 0 1 1 0 funo combinacional com trs entra-
dente sada colocamos os valores 1 0 0 0 das e uma sada.
que esta sada assume em funo 1 0 1 0
dos nveis lgicos correspondentes na 1 1 0 0
entrada. 1 1 1 1
0 0 0 = 0
Figura 1 - Funes ou porta 0 0 1 = 1 Figura 2 - Circuito combinacional
AND (E) de duas entradas. 0 1 0 = 2 simples com trs entradas.
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Para elaborar a tabela verdade Sabemos que a tabela verdade Resultando na seguinte tabela:
para este circuito e assim determinar- para o inversor :
mos todas as sadas possveis em A B C S1 S2 S
funo das entradas, devemos levar A S 0 0 0 1 0 1
em conta que ele formado por duas 0 1 0 0 1 1 0 1
etapas. 1 0 0 1 0 1 0 1
Na primeira etapa temos a porta 0 1 1 1 1 1
AND e o inversor, enquanto que na Ora, como em nosso caso A a 1 0 0 0 0 0
segunda etapa temos a porta OR. Isso entrada do inversor e S1 sua sada, 1 0 1 0 0 0
significa que as sadas dos circuitos podemos partir para a determinao 1 1 0 0 0 0
da primeira etapa, que chamaremos de toda a coluna S1 simplesmente in- 1 1 1 0 1 1
de S1 e S2 so a entrada da segunda vertendo os valores de A, da seguin-
etapa. te forma: Trata-se de uma funo bastante
Temos ento de levar em conta interessante que pode ser definida
estas sadas na elaborao da tabe- A B C S1 S2 S como a que fornece uma sada alta
la verdade que ter no seu topo as 0 0 0 1 somente quando a entrada A estiver
seguintes variveis: 0 0 1 1 no nvel baixo, no importando as
0 1 0 1 demais entradas ou ainda quando as
A B C S1 S2 S 0 1 1 1 trs entradas estiverem no nvel alto.
1 0 0 0
A,B e C so as entradas dos cir- 1 0 1 0
cuitos. S1 e S2 so pontos intermedi- 1 1 0 0 5.3 - Como Projetar Um Circuito
rios do circuito que precisam ser ana- 1 1 1 0 Combinacional
lisados para a obteno de S, que O problema de saber o que acon-
a sada final do circuito. Para encontrar os valores da co- tece com a sada de um circuito for-
Comeamos por colocar em A, B luna S2 devemos observar que ela mado por muitas funes lgicas
e C todas as suas condies poss- corresponde tabela verdade da fun- quando suas entradas recebem diver-
veis, ou todas as combinaes de n- o AND onde as entradas so B e C sas combinaes de sinais no o
veis lgicos que podem ser aplicadas e a sada S2. mais importante para o projetista de
ao circuito: equipamentos digitais. Na verdade,
B C S2 muito mais importante que este pro-
A B C S1 S2 S 0 0 0 cedimento justamente fazer o con-
0 0 0 0 1 0 trrio, ou seja, projetar um circuito
0 0 1 1 0 0 que, em funo de determinados si-
0 1 0 1 1 1 nais de entrada, fornea exatamente
0 1 1 na sada o que se deseja.
1 0 0 Temos ento: O projeto de um circuito que te-
1 0 1 nha uma determinada funo envol-
1 1 0 A B C S1 S2 S ve um procedimento de sntese em
1 1 1 0 0 0 1 0 algumas etapas.
0 0 1 1 0 Na primeira etapa deve ser defini-
O passo seguinte colocar os va- 0 1 0 1 0 do o problema, estabelecendo-se exa-
lores possveis de S1, que corres- 0 1 1 1 1 tamente qual a funo a ser executa-
ponde sada do inversor. 1 0 0 0 0 da, ou seja, quais as entradas e quais
1 0 1 0 0 as sadas.
1 1 0 0 0 Numa segunda etapa, coloca-se
1 1 1 0 1 o problema numa tabela verdade ou
ainda na forma de equaes lgicas.
Finalmente, levando em conta O procedimento que abordaremos
que S1 e S2 so entradas de uma por- neste curso ser basicamente o da
ta OR de duas entradas cuja sada obteno das funes a partir das ta-
S, podemos elaborar a coluna final de belas verdade e das equaes lgi-
sadas (S) cas.
Finalmente, numa terceira etapa,
S1 S2 S obtemos o circuito que exercer as
0 0 0 funes desejadas.
0 1 1 Na terceira etapa, um ponto impor-
Figura 3 - Duas formas de se 1 0 1 tante consiste na minimizao do cir-
obter a mesma funo.
1 1 1 cuito, j que na maioria dos casos
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pode-se implementar a mesma fun- Vamos tomar como exemplo a ta- Substituindo pelos valores encon-
o de muitas formas diferentes como bela verdade abaixo para determinar trados teremos:
atesta o circuito simples apresentado a funo lgica correspondente: __ _ _ _
na figura 3. S = A.B.C + A.B.C + A.B.C + A.B.C
Veja que podemos ter o mesmo A B C Y linha
circuito com quantidades de portas 0 0 0 0 1 Esta ento a funo lgica que
diferentes, na prtica devemos sem- 1 0 0 1 2 representa a tabela verdade que pro-
pre levar este fato em conta. No 0 1 0 1 3 pusemos como parte inicial do pro-
apenas o nmero de portas que de- 1 1 0 0 4 blema e para a qual devemos encon-
terminar a configurao final, mas 0 0 1 1 5 trar um circuito equivalente.
sim, seu custo e a eventual utilizao 1 0 1 0 6
em outras partes do circuito. 0 1 1 0 7 Passo 2 - Implementao dos
Por exemplo, se o circuito j esti- 1 1 1 1 8 Circuitos Combinacionais
ver usando dois inversores dos seis Conforme estudamos em lies
disponveis num circuito integrado e Indicamos a linha na ltima colu- anteriores, possvel usar as portas
a nossa funo tiver uma soluo um na de modo a facilitar as explicaes NAND e NOR como blocos lgicos
pouco maior, mas que use estes in- seguintes. universais a partir dos quais podemos
versores, ser interessante adot-la Observamos que temos sadas no elaborar qualquer outra funo ou
para aproveitar os inversores ociosos. nvel 0 para as linhas 0, 3, 5 e 6, en- mesmo funes mais complexas.
A seguir daremos um exemplo de quanto para as linhas 1, 2, 4 e 7 te- Para exemplificar vamos analisar
como obter os circuitos a partir de mos sadas 1. uma funo um pouco mais simples
uma tabela verdade. Isso quer dizer que teremos a fun- do que a obtida no passo anterior.
o OU para as linhas cuja sada 1 Tomemos a expresso:
a) Passo 1 - Determinao das que podem ser encaradas como ope- _ _ _
equaes lgicas raes OR com tabelas que teriam 1 S=A.B.C + A.B.C
Lembramos que para as funes na sada apenas nas linhas 1, 2, 4 e Podemos tentar implement-la
estudadas temos as seguintes repre- 7, conforme mostrado a seguir: usando portas NAND e eventualmen-
sentaes: ABC Y A B C S1 A B C S2 A B C S3 A B C S4
Funo E (AND) 00 0 0 00 0 0 00 0 0 00 0 0 00 0 0
00 1 1 00 0 1 00 1 0 00 1 0 00 1 0
Y=A.B 01 0 1 01 0 0 01 0 1 01 0 0 01 0 0
01 1 0 = 01 1 0 + 01 1 0 + 01 1 0 + 01 1 0
Funo No E (NAND) 10 0 1 10 0 0 10 0 0 10 0 1 10 0 0
___ 10 1 0 10 1 0 10 1 0 10 1 0 10 1 0
Y=A.B 11 0 0 11 0 0 11 0 0 11 0 0 11 0 0
11 1 1 11 1 0 11 1 0 11 1 0 11 1 1
Funo OU (OR)
Isso nos permite escrever as equa- te inversores, j que a barra sobre
Y=A+B cada letra indica sua negativa, con-
es lgicas para cada uma das qua-
tro tabelas da seguinte forma: forme estudamos.
Funo No OU (NOR) A operao (.) pode ser realizada
_ _
____ utilizando-se uma porta NAND que li-
S1 = A . B . C que
Y=A+B gada a um inversor nos fornece uma
corresponde a A=0, B=0 e C=1
_ porta AND.
Funo No (NOT) ou inversor Assim, conforme a figura 4, po-
S2 = A . B . C que
__ demos implementar A.B.C usando
corresponde a A=0, B=1 e A=0
Y=A uma porta NAND de 3 entradas e um
_ _
S3 = A . B . C que inversor.
Funo ou exclusivo Veja na figura 5 como a opera-
corresponde a A=1, B=0 e C=0
(Exclusive OR) o A.B.C pode ser implementada.
S4 = A . B . C que A soma (+) pode ser implementa-
Y=A(+)B da com uma porta OR ligada a dois
corresponde a A=1, B=1 e C=1
inversores, figura 6.
Como a sada S a combinao
das quatro funes temos:
S = S1 + S2 + S3 + S4
Figura 4 - A funo A.B.C implementada. Figura 5 - Implementao da funo A.B.C
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5.5 - DIAGRAMAS DE
KARNAUGH
Um processo bastante interessan-
te para representar uma tabela ver-
dade e a partir dela obter uma simpli-
ficao dos circuitos utilizados para
sua implementao o que faz uso
Figura 13 - O mesmo circuito
dos chamados diagramas ou mapas
Figura 12 - Dois tipos diferentes de usando um nico tipo de porta.
de Karnaugh.
portas so usados neste circuito.
O diagrama de Karnaugh consis- cada quadro difere do adjacente em
casos em que podemos trabalhar com te numa tabela retangular com nme- apenas um dgito.
funes NAND ou NOR. ro de quadros que corresponde a 2 Dizemos que so adjacentes os
Como as duas solues levam aos elevado ao expoente N, onde N o termos que esto direita e esquer-
mesmos resultados, num projeto pr- nmero de variveis do circuito. da de cada quadro e tambm os que
tico interessante analisar as confi- Cada varivel lgica ocupa no gr- esto acima e abaixo. Tambm so
guraes obtidas para um problema fico metade da sua extenso e seu adjacentes os que estiverem na mes-
nos dois casos. Adota-se ento a so- complemento ocupa a outra metade. ma fila, mas um na primeira coluna e
luo que utilizar menos circuitos ou Na figura 13 temos o modo como outro na ltima.
que for mais conveniente, por exem- so elaborados os diagramas de Na figura 16 temos um mapa com
plo, aproveitando portas ociosas de Karnaugh para 1, 2 e 3 variveis, com a identificao das adjacncias.
um circuito integrado j utilizado no as expresses lgicas corresponden- Assim, o que fazemos plotar a
mesmo projeto com outras finalida- tes a cada caso. tabela verdade da funo que dese-
des. Estas expresses so obtidas de jamos implementar num mapa de
uma forma muito semelhante usa- Karnaugh com o que ser possvel
5.4 - SIMPLIFICANDO E da no conhecido joguinho de bata- identificar melhor as adjacncias e
MINIMIZANDO lha naval onde a posio de cada assim fazer as simplificaes.
Uma consequncia da possibilida- tiro dada por duas coordenadas, Para que o leitor entenda como
de de construir funes complexas a uma correspondente s linhas e ou- funciona o mapa de Karnaugh numa
partir de portas bsicas como OR e tra s colunas. simplificao de uma funo, vamos
AND (OU e E) a otimizao de um Na figura 15 mostramos, como tomar como exemplo a funo que
projeto aproveitando poucos tipos de exemplo, de que modo um diagrama dada pela seguinte tabela verdade:
circuitos integrados bsicos. de Karnaugh de 4 variveis pode ser
Assim, se tivermos uma funo obtido com a incluso dentro de cada A B S
que seja obtida utilizando-se portas quadro da expresso corresponden- 0 0 1
AND e OR como a mostrada na figu- te. No diagrama (b) da figura 14 os 0 1 1
ra 12, ela ter o inconveniente de pre- quadros foram preenchidos com os 1 0 0
cisar de dois tipos diferentes de cir- valores 0 e 1 correspondentes s en- 1 1 1
cuitos integrados. tradas. Este diagrama chamado
Se quisermos esta funo com cir- tambm de diagrama de Veitch. Uma Desejamos expressar esta tabela
cuitos TTL, por exemplo, aproveitare- observao importante em relao a como a soma de produtos, o que sig-
mos trs das trs portas de trs en- esta representao por 0 e 1 que nifica que os valores adjacentes que
tradas de um circuito 7411 e tambm
precisaremos aproveitar uma das qua-
tro portas OR de duas entradas de um
circuito integrado 7432.
Evidentemente, estaremos usan-
do dois circuitos integrados, desper-
diando 1/3 de um e 3/4 do outro.
Podemos simplificar consideravel-
mente este circuito se usarmos ape-
nas portas NAND com a configurao
equivalente mostrada na figura 13.
Este circuito, que apresenta a
mesma funo do anterior, usa as trs
portas de um circuito integrado 7410.
Utilizamos apenas um circuito inte-
grado que totalmente aproveitado, Figura 14 - Diagrama de Karnaugh para uma (a) duas (b) e trs (c) variveis.
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Figura 16 - Adjacncias
no mapa de Karnaugh
para 4 variveis. Figura 17 - A tabela verdade
plotada no Mapa de Karnaugh.
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LIO 12
DECODIFICADORES E DISPLAYS
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Fig. 5 - Demux com portas TTL. Fig. 6 - Um mux de 4 entradas (4 para 1).
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12.2 - DISPLAYS
Fig. 8 - Algarismos com 7
segmentos.
Um display um dispositivo que
tem por finalidade apresentar uma
informao numa forma que possa ser
lida por um operador.
Podemos ter displays simples que
operam na forma digital como
sequncias de LEDs, displays que
apresentam nmeros (numricos), e
displays que apresentam tambm
smbolos grficos (letras e sinais) de-
nominados alfa-numricos semelhan-
tes aos mostrados na figura 11.
Alguns mais sofisticados podem
at apresentar imagens de objetos ou
Fig. 10 - Como usar um decodificador BCD para 7 segmentos.
formas, como os usados em equipa-
mentos informatizados. O tipo mais
comum de display usado nos proje-
tos bsicos de Eletrnica Digital o
numrico de 7 segmentos, de que j
falamos no item anterior.
A combinao do acionamento de
7 segmentos possibilita o apareci-
Fig. 11 - Tipos de displays. mento dos algarismos de 0 a 9 e
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QUESTIONRIO
Fig. 23 - Contador de dcada com sadas 7 segmentos.
1. Um circuito que joga o sinal de
uma entrada em uma de 4 sadas
denominado:
a) Multiplexador 1 de 4
b) Demultiplexador 1 de 4
c) Decodificador 4 por 4
d) Decodificador BCD para 1 de 4
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