O Barroco Português
O Barroco Português
O Barroco Português
Rodrigues
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O BARROCO PORTUGUS
O fim do sculo XVI em Portugal: A crise de sucesso portuguesa e a Unio Ibrica
Com o retorno das caravelas de Vasco da Gama, iniciou-se um novo ciclo histrico em
Portugal;
Superioridade dos navios e o melhor emprego na artilharia garante aos portugueses
triunfo nas expedies no ultramar;
Descobrimentos e colonizao do Brasil, frica e ndia.
A poesia no sculo XVI possui duas grandes influncias: Cames e Lus de Gngora;
Contraste entre o estilo formal rebuscado e os temas banais, ninharias que servem de
pretexto a ela, ou seja, a forma mais bem elaborada do que o contedo lrico.
Gosto pela pirotecnia formal = verso, sintaxe e vocabulrio;
Duas antologia importantes: A Fnix Renascida e o Postilho de Apolo;
Principais autores: Jernimo Baa, Francisco de Vasconcelos, Sror Violante do Cu,
Antnio da Fonseca e outros.
MORTE DE F.
Esse jasmim, que arminhos desacata,
Essa aurora, que ncares aviva,
Essa fonte, que aljfares deriva,
Essa rosa, que prpuras desata;
2. JERNIMO BAHIA
4. ANTNIO BACELAR
A uma Ausncia
Sinto-me, sem sentir, todo abrasado
No rigoroso fogo que me alenta;
O mal, que me consome, me sustenta;
O bem, que me entretm, me d cuidado.
1. A uma ausncia
2.
Se apartada do corpo a doce vida,
Domina em seu lugar a dura morte,
De que nasce tardar-me tanto a morte
Se ausente da alma estou, que me d vida?
3.
Que suspenso, que enleio, que cuidado
este meu, tirano deus Cupido?
Literatura Portuguesa: Do Renascimento ao Romantismo - 2017.2 - Prof Ma. Aline A. Rodrigues
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3. Sror Maria do cu
Professou a vida religiosa desde 1676, exercendo, no convento da Esperana, em
Lisboa, os cargos de abadessa e de mestra de novias.
Nome importante da poesia portuguesa da poca, foi tambm autora de autos e
comdias de carter religioso.
A sua escrita destacou-se por um forte sentido rtmico e musical e pela riqueza de
imagens. Sob o pseudnimo de Maria Clemncia, seguido da indicao Religiosa de
S. Francisco no Mosteiro da Ilha de S. Miguel, escreveu vrias obras, entre elas A
Fnix Aparecida na Vida, Morte, Sepultura e Milagres da Gloriosa Santa Catarina
(1715), A Preciosa, Alegoria Moral (novela, 1731), A Preciosa, Obras de Misericrdia
(novela, 1733), Aves Ilustradas em Avisos para as Religiosas Servirem os Ofcios dos
Seus Mosteiros (1734), Enganos do Bosque Desenganos do Rio (novela alegrico-
pastoril, 1736) e Metfora das Flores (editado postumamente em 1873).
1.NARCISO, GENTILEZA 2.
Tem o Narciso tanta gentileza, Pssego Guerra
Que na fonte o rendeu sua beleza, o pssego guerra sem engano,
E hoje, por que o conte, Pois forma tem de corao humano.
H Narciso do espelho, e no da fonte. Os persas nos escudos mais prezados,
Homem, que sem concelho, Os davam por divisa aos mil soldados.
Como dama te alinhas ao espelho, Seu caroo diz lidas,
O cristal mulher, a ti o ao, Que nasce todo cheio de feridas.
Abraa o que te prprio, O que sangue derrama mais ilustre,
Que ser homem e flor est imprprio Que soldado sem sangue, ao sem lustre.
Se s belo, procede de tal arte, Tu corao humano, que assim cresces,
Que quem te v Narciso, te olhe Marte! E na forma ao pssego pareces,
Sabe que ainda triunfante em outra glria,
S vencendo-te a ti ters vitria