Watchman Nee - A Obra de Deus
Watchman Nee - A Obra de Deus
Watchman Nee - A Obra de Deus
Leitura: "Prossigo para conquistar aquilo para o que tambm fui conquistado por Cristo Jesus. Irmos, quanto a mim,
no julgo hav-lo alcanado; mas uma coisa fao: esquecendo-me das coisas que para trs ficam e avanando para as
que diante de mim esto, prossigo para o alvo,para o prmio da soberana vocao de Deus em Cristo Jesus"
(Filipenses 3.12-14).
O QUE A IGREJA?
Quando comeamos a procurar aqui na terra por alguma coisa - uma igreja, um testemunho, um movimento,
uma doutrina, uma coisa exterior visvel e tangvel, descobrimos que ela se torna imediatamente mais outro
"cristianismo tcnico". E apenas uma coisa terrena, morta e sem utilidade. O Corpo de Cristo, entretanto, vivo e
espiritual. Mas quando est morto, se torna imediatamente apenas uma coisa.
Devemos ser simplesmente um gro de trigo que cai na terra e morre e produz muito fruto. Isso
seguidamente repetido atravs das eras. um assunto sempre e para sempre celestial; nunca existe o toque da terra nele.
A Igreja no uma coleo de judeus, gentios, brasileiros, americanos, chineses e outros. Por acaso no est escrito em
Colossenses: "O novo homem (...) no qual no pode haver grego nem judeu, circunciso nem incircunciso, brbaro,
cita, escravo, livre; porm Cristo tudo em todos" (3.11)?
Muitos acham que o que nos permitir cruzar os portes do cu ter um pedao de Cristo em ns. Esse um
conceito horrvel, porque na entrada do cu est a cruz, e nesta cruz voc e eu e todos os outros seres humanos fomos
crucificados. Todo judeu, grego, brasileiro, americano, chins, e qualquer outro, foi pregado naquela cruz e nunca
chegar ao cu. Somente o que entra Cristo; nada de ns jamais entrar. Isso a Igreja. Qualquer coisa em ns e sobre
ns que seja Cristo ou de Cristo a Igreja; tudo o que em ns teve origem em ns - qualquer coisa que no seja o
prprio Cristo em ns - no a Igreja e nunca entrar no cu; pelo contrrio, ser destrudo.
Aquilo em ns que a vida sem mistura de Cristo o que Deus eternamente reconhecer e com isso que Ele
contar para trabalhar. E somente esse elemento que poder trabalhar junto com Deus.
Leitura: "A graa foi concedida a cada um de ns segundo a proporo do dom de Cristo (...) E Ele mesmo concedeu
uns para apstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeioamento dos santos para o desempenho do seu servio, para a edificao do Corpo de Cristo, at que todos
cheguemos unidade da f e do pleno conhecimento do Filho de Deus, perfeita varonilidade, medida da estatura
da plenitude de Cristo, para que no mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor
por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a
verdade em amor, cresamos em tudo Naquele que a cabea, Cristo, de quem todo o Corpo, bem ajustado e
consolidado pelo auxlio de toda junta, segundo a justa cooperao de cada parte, efetua o seu prprio aumento para a
edificao de si mesmo em amor" (Efsios 4-7, 11-16).
Vamos considerar agora o seguinte assunto: o que a obra de Deus nesta dispensao? Encontramos a resposta
na passagem de Efsios citada acima: a obra de Deus nesta dispensao formar o Corpo de Cristo. E a obra da Igreja
exatamente a mesma, isto , formar o Corpo de Cristo: "Todo o Corpo (...) efetua o seu aumento para a edificao de si
mesmo em amor". Nenhuma misso, escola bblica, grupo evangelstico ou coisa semelhante pode jamais tomar o lugar
da Igreja ou fazer a obra da Igreja.
3 - REVELAO DO
PROPSITO ETERNO DE DEUS
Leitura: "Disse o Senhor: Ocultarei a Abrao o que estou para fazer?" (Gnesis 18.17).
"Teve Jos um sonho e o relatou a seus irmos (...) Teve ainda outro sonho e o referiu a seus irmos" (Gnesis 375, 9).
"Chamou Jac a seus filhos e disse: Ajuntai-vos, e eu vos farei saber o que vos h de acontecer nos dias vindouros"
(Gnesis 49.1).
"Segundo tudo o que Eu [Deus] te mostrar [a Moiss] para modelo do tabernculo e para modelo de todos os seus m-
veis, assim mesmo o fareis" (xodo 25.9).
"[Deus] e ensina aos mansos o Seu caminho. (...) A intimidade do Senhor para os que O temem, aos quais Ele dar a
conhecer a Sua aliana" (Salmos 25.9, 14).
"[Eu, Paulo,] jamais deixei de vos anunciar todo o desgnio de Deus" (Atos 20.27).
"[Eu, Paulo,] em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o
ministrio que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graa de Deus" (Atos 20.24).
"Tendes ouvido a respeito da dispensao da graa de Deus a mim [Paulo] confiada para vs outros; pois, segundo
ordem de Deus. (N.E. em ingls)
3
O mesmo vale para cada cidade do planeta. (N.E.)
uma revelao, me foi dado conhecer o mistrio, conforme escrevi h pouco, resumidamente (...) do qual fui constitudo
ministro conforme o dom da graa de Deus a mim concedida segundo a fora operante do Seu poder" (Efsios 3.2, 3,
7).
O propsito eterno de Deus nunca pode ser entendido ou alcanado pela mente. Ele precisa ser revelado. Todo
o servio para Deus comea com consagrao ou baseado na entrega. Mas tal consagrao ou entrega s vem por
meio da revelao. Na verdade, a obra de Deus (no nossa obra, mas a obra de Deus atravs de ns) s comea quando
h revelao. Exteriormente a viso celestial; interiormente a revelao.
Deus no quer que faamos uma espcie de trabalho genrico ou uma miscelnea de obras para Ele. Ele deseja
que conheamos todo o Seu plano e trabalhemos com Ele em direo a um plano e propsito claros. Pois no somos
apenas Seus servos, mas tambm Seus amigos (Jo 15:15).
Toda entrega e consagrao valiosa, mas, falando francamente, s depois da revelao que a entrega e a
consagrao podem ser de muito valor, pois somente assim podem ser completas. Nossa entrega antes dessa revelao
s tem em vista a salvao. "Ele me comprou com Seu sangue, Seu amor por mim indescritvel. Por isso, devo dar a
mim mesmo a Ele. Eu devo dar a mim mesmo e tudo o que tenho por causa do Seu amor e graa salvadora." Mas depois
da revelao, isso totalmente diferente. Quando vemos o eterno propsito de Deus, faz-se necessria uma tremenda
entrega de ns mesmos para este propsito, com uma entrega que nunca antes sonhamos; algo mais profundo e
absoluto. Paulo disse: "No fui desobediente viso celestial" (At 26.19). Ele podia passar por qualquer coisa e suportar
tudo por causa da viso celestial.
Jos foi uma prefigurao perfeita do povo de Deus, reunindo em si mesmo todos aqueles que foram antes
dele. Mas a crise veio para Jos quando ele teve seus sonhos. Isso foi sua revelao, na qual viu o propsito de Deus e
sua prpria parte nele. Isso foi o incio da obra de Deus por meio dele. Moiss teve de subir ao cume do monte a fim de
receber o padro para a vida do povo de Deus: os Dez Mandamentos e toda a lei de Deus. Mais tarde, ele precisou obter
o modelo do tabernculo: "V que faas todas as coisas de acordo com o modelo que te foi mostrado no monte" (Hb
8.5).
A parte mais insignificante da obra que fazemos para Deus temos de faz-la segundo o modelo a ns mostrado
no monte, isto , de acordo com a revelao que Deus nos deu do Seu propsito e plano eternos. Mas a revelao que
Jos, Moiss e outros tiveram foi individual. Mas no assim hoje. Hoje a revelao para a Igreja. No uma
revelao diferente para cada indivduo, mas a mesma revelao dada para a Igreja inteira.
4 - A VIDA EDIFICA
Leitura: "A graa foi concedida a cada um de ns segundo a proporo do dom de Cristo. (...) E Ele mesmo concedeu
uns para apstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeioamento dos santos para o desempenho do seu servio, para a edificao do Corpo de Cristo, at que todos
cheguemos unidade da f e do pleno conhecimento do Filho de Deus, perfeita varonilidade, a medida da estatura
da plenitude de Cristo" (Efsios 4-7, 11-43).
"A manifestao do Esprito concedida a cada um visando a um fim proveitoso. Porque a um dada, mediante o
Esprito, a palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Esprito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo
Esprito, a f; e a outro, no mesmo Esprito, dons de curar; a outro, operaes de milagres; a outro, profecia; a outro,
discernimento de espritos; a um, variedade de lnguas; e a outro, capacidade para interpret-las. Mas um s e o
mesmo Esprito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmente (1 Corntios
12.7-11).
"O que fala em outra lngua a si mesmo se edifica, mas o que profetiza edifica a igreja. Eu quisera que vs todos
falsseis em outras lnguas; muito mais, porm, que profetizsseis; pois quem profetiza superior ao que fala em
outras lnguas, salvo se as interpretar, para que a igreja receba edificao" (1 Corntios 14:4, 5).
"No que, por ns mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de ns; pelo contrrio, a nossa
suficincia vem de Deus, o qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliana, no da letra, mas do
esprito; porque a letra mata, mas o esprito vivifica" (2 Corntios 3.5, 6).
"Tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no desfalecemos (...) Temos, porm, este tesouro em
vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns. Em tudo somos atribulados, porm no
angustiados; perplexos, porm no desanimados; perseguidos, porm no desamparados; abatidos, porm no
destrudos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que tambm a Sua vida se manifeste em nosso corpo.
Porque ns, que vivemos, somos sempre entregues morte por causa de Jesus, para que tambm a vida de Jesus se
manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em ns, opera a morte, mas, em vs, a vida" (2 Corntios 4.1, 7-12).
Se no virmos o propsito eterno de Deus, nunca veremos qual a obra de Deus. A obra inteira de Deus deve
ser feita na Igreja e atravs da Igreja. Tal obra tem como alvo formar e edificar o Corpo de Cristo; esta obra deve ser
feita por todo o Corpo e no apenas por indivduos ou misses isoladas ou por atuaes independentes da Igreja. Tal
obra da Igreja deve vir inteiramente de Deus e ser para Seu Filho.
Para sermos co-obreiros com Deus devemos ter revelao, caso contrrio no estaremos trabalhando em Seu
propsito eterno e para Seu propsito eterno. O incio de toda a obra para Deus uma entrega e oferta de ns mesmos
que acontea como resultado da revelao. A razo pela qual necessrio que se tenha revelao porque a luz de Deus
mata tudo o que no vem Dele, tudo o que vem do homem. Quando a revelao chega, descobrimos que no h
alternativa nem outro caminho para seguir. Ou seguimos este caminho ou morremos.
Leitura: "O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecero; havendo lnguas, cessaro; havendo cincia,
passar" (l Corntios 13.8).
"Cresamos em tudo Naquele que a cabea, Cristo, de quem todo o Corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxlio
de toda junta, segundo a justa cooperao de cada parte, efetua o seu prprio aumento para a edificao de si mesmo
em amor" (Efsios 4.16).
"Temos, porm, este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns. (...) Nossa
leve e momentnea tribulao produz para ns eterno peso de glria, acima de toda comparao, no atentando ns
nas coisas que se vem, mas nas que se no vem (...) as que se no vem so eternas" (2 Corntios 47, 17,18).
Existem duas maneiras de servir o Corpo: uma, atravs do dom, objetiva; e a outra, atravs da cruz,
trabalhada, lavrada interiormente pelo Esprito, subjetiva. Em algumas igrejas locais 1, Deus precisa usar uma dessa
maneiras e, em outras igrejas locais, Ele pode usar a outra. O dom espiritual pode ser chamado de "emprstimo Divino":
o Senhor empresta Seu prprio poder e dons a voc. Isso algo realmente fora de voc, separado de voc. Tomemos
Sanso como exemplo: ele podia fazer muitas coisas incomuns, coisas bem singulares e diferentes de todas as outras;
todavia, o homem mesmo no era de modo algum incomum aos olhos de Deus. Deus simplesmente empresta Seu poder
a pessoas comuns por algum tempo porque Ele tem uma necessidade especial, mas isso no significa que o indivduo
uma pessoa de santidade ou de valor espiritual especial. Na verdade, mais tarde ele pode at dar provas de ser o
contrrio disso.
5
O Esprito derramado refere-se ao revestimento exterior do Esprito, em seu aspecto de poder, de capacitao para a
obra, como o ocorrido no dia de Pentecoste, no em seu sentido de vida, de regenerao, como o registrado em Joo 20.
(N.E.) 2Berrio, no original. (N.E.)
NO FAZER, MAS SER
Hoje a igreja organizada enfatiza o que a pessoa diz e o que faz, mas presta pouca ateno quilo que a pessoa
. Muitos obreiros jovens desejam ardentemente falar com poder e eloqncia, anseiam falar de forma brilhante a fim
de mover e ajudar as pessoas. Eles falham em reconhecer que este no o ponto vital. A questo vital : quem e o que
voc ? O que tem valor, a questo de superior importncia no que voc tenha recebido um dom e, por isso, seja
capaz de falar, mas sim que voc conhece o Senhor e, por isso, pode falar.
No reunimos um grupo de jovens obreiros aqui6 visando ensinar doutrinas e at mesmo a Bblia a eles, ou
para ensinar-lhes a pregar o evangelho ou a buscar dons e mesmo o poder, mas para ajud-los a ser melhores homens e
mulheres, aprender a cruz. Existem muitos lugares aos quais eles podero ir em busca dos dons ou para aprender a
pregar, mas no onde possam aprender a cruz. Se a esperana deles adquirir mais conhecimento e dons a fim de ajudar
os outros, ento aqui7 no o lugar.
Os dons so necessrios? Sim, eles so, at certo ponto. Todavia, no devem continuar alm do ponto em que o
Senhor busca interromp-los para trazer a operao da cruz, o quebrantamento, o enfraquecimento e o conhecimento do
Senhor - nesse sentido no precisamos de expresses sobrenaturais. Pelo fato de a boca falar do que est cheio o
corao, e porque Cristo foi trabalhado interiormente pelo Esprito Santo que habita interiormente, que posso
expressar a vida interior Dele. Podemos dizer hoje exatamente a mesma coisa que dissemos dez ou quinze anos atrs,
mas ser algo totalmente diferente. "Sim, eu conhecia e cria nestas coisas, mas agora elas foram interiormente
trabalhadas no meu prprio ser. Sou eu, isto , Cristo em mim."
6 - O MINISTRIO PROFTICO
Leitura: "Quanto a ns [os apstolos,] nos consagraremos orao e ao ministrio da palavra" (Atos 6.4).
"A uns estabeleceu Deus na Igreja, primeiramente, apstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres;
depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de lnguas. Porventura, so
todos apstolos? Ou, todos profetas? So todos mestres? (...) Entretanto, procurai, com zelo, os melhores dons. (...) Ele
mesmo concedeu uns para apstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres"
(1 Corntios 12.28-31; Efsios 4.11).
6
A expresso "igreja local" no um nome prprio nem se refere a uma congregao de determinada denominao ou
grupo cristo, mas indica simplesmente a igreja em uma cidade, como a igreja em Jerusalm ou a igreja em Corinto.
(N.E.) Provavelmente este fosse o pblico especfico para o qual esta conferncia foi dada. (N.E.)
7
Referindo-se conferncia. (N.E.)
"Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnab, Simeo, por sobrenome Niger, Lcio de Cirene, Manam,
colao de Herodes, o tetrarca, e Saulo" (Atos 13.1).
"Segui o amor e procurai, com zelo, os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis. Pois quem fala em outra
lngua no fala a homens, seno a Deus, visto que ningum o entende, e em esprito fala mistrios. Mas o que profetiza
fala aos homens, edificando, exortando e consolando. O que fala em outra lngua a si mesmo se edifica, mas o que
profetiza edifica a igreja" (1 Corntios 14.1-4).
Com relao aos dons, Deus enfatiza mais fortemente os dons de expresso, tais como profecia e ensino, do
que os dons de ao, como curas e milagres. Como o apstolo disse pelo Esprito: "Quanto a ns, nos consagraremos
orao e ao ministrio da Palavra".
Existem dois tipos de dom para a Igreja: os dons de fatos, como milagres, curas, lnguas, etc, e os dons de
pessoas para ministrar, como profetas, os pastores e mestres e os evangelistas. Esses dons - de pessoas - tm relao
com o ministrio da Palavra de Deus.
Os dons de cura e milagres no nos do mais da vida de Cristo interiormente. Eles atestam a Palavra de Deus, e
isso tudo; relacionam-se com questes exteriores e no interiores. O ministrio da Palavra de Deus, entretanto, pelo
dom de profetas, mestres e outros, edifica a vida espiritual interior da Igreja.
PROFETAS E MESTRES
Creio que o Senhor deseja que examinemos particularmente os ministrios de profeta e mestre. No Antigo
Testamento, vemos dois tipos de profeta: os que predisseram acontecimentos futuros, como Isaas, Jeremias, Ezequiel e
Daniel, e outros, como Elias e Eliseu, dos quais a maior parte da obra no foi revelar acontecimentos futuros, mas
explicar os de seu tempo. Eles deviam expressar qual era o pensamento de Deus em Seus atos naquele tempo, por que
estava fazendo e o que estava fazendo. Eles deviam explicar as aes de Deus, por assim dizer, e, luz do que Deus
estava fazendo e do que estava em Sua mente, deviam exortar o povo. Joo Batista foi o mais proeminente desses
profetas no Novo Testamento. Como outros antes dele, Joo expressou a mente atual de Deus. Desse modo, os profetas
tinham um lugar distinto; ningum poderia ser mais importante do que eles.
Os mestres, por sua vez, tomam a Palavra de Deus e a colocam diante do povo, explicando-a. Eles nunca so
mencionados sozinhos; geralmente so acompanhados pelos profetas ou pastores. Deus no designou os homens para
serem apenas mestres. Deus no quer nenhuma doutrina ou ensinamento que tenha apenas valor acadmico e no valor
espiritual. Sim, Ele tem usado alguns como mestres, mas este um ministrio limitado, pois visa apenas a dar
entendimento e luz na Palavra e ser capaz de passar isso claramente aos outros, partindo a Palavra em pedaos ou
juntando suas partes num todo.
Tudo isso objetivo; um entendimento que veio do exterior, da Palavra, e no a luz que veio de um
conhecimento real de Deus e de andar com Ele. Esse entendimento da Bblia e a transmisso dele conduz a muitas
dificuldades mentais e a um estudo incessante visando a soluo delas. Isso, porm, no vida.
Mas haver um dia quando o Senhor tomar voc e lhe mostrar que o verdadeiro problema no a Bblia,
mas voc mesmo; que tudo o que voc pesquisou e achou foi exterior, mental, sem valor, na esfera do conhecimento e
no na esfera da vida.
Para que voc seja um profeta, trs coisas so necessrias e indispensveis:
1. A preparao como vaso: o Esprito quebrando voc, tratando voc, aplicando a cruz, levando-o morte e
operando dentro de voc a vida de Cristo. Em outras palavras, uma histria secreta com Deus.
2. Um encargo interior, dado por Deus: um pensamento que se torna um encargo.
3. Condies para expressar tal encargo, expresso para aquele pensamento: uma interpretao e expresso n-
tidas dele.
Existe o dom de profecia que pode se manifestar por meio de lnguas ou declaraes sobrenaturais, sob o
Esprito derramado, mas isso uma forma temporria de Deus agir quando no h ningum com profundidade, histria
e maturidade espirituais a quem possa usar como vaso inteligente para a edificao da Igreja.
7 - MINISTRAR EM VIDA
Leitura: "Pelo que, tendo este ministrio, segundo a misericrdia que nos foi feita, no desfalecemos; pelo contrrio,
rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, no andando com astcia, nem adulterando a palavra de Deus;
antes, nos recomendamos conscincia de todo homem, na presena de Deus, pela manifestao da verdade. (...)
Temos, porm, este tesouro em vasos de barro, para que a excelncia do poder seja de Deus e no de ns. Em tudo
somos atribulados, porm no angustiados; perplexos, porm no desanimados; perseguidos, porm no
desamparados; abatidos, porm no destrudos; levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que tambm a sua
vida se manifeste em nosso corpo. Porque ns, que vivemos, somos sempre entregues morte por causa de Jesus, para
que tambm a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em ns, opera a morte, mas, em vs, a
vida. (...) Por isso, no desanimamos; pelo contrrio, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o
nosso homem interior se renova de dia em dia" (2 Corntios 4. 1,2, 7-12, 16).
A Segunda Carta aos Corntios um livro muito importante, pois nos fala como deve ser a pessoa que serve a
Deus. Por exemplo: os captulos 8 e 9 nos falam, entre outras coisas, qual deve ser a atitude do servo do Senhor em
relao ao dinheiro. Tambm vemos em 2 Corntios o que significa ministrar em vida.
De todas as epstolas de Paulo, 1 Corntios a mais rasa e superficial, pois trata principalmente com o certo e o
bom - por isso, no to profunda. Entretanto, 2 Corntios a mais profunda de todas as epstolas (sem dvida, Efsios
a mais elevada, mas 2 Corntios a mais profunda). Primeira Corntios trata bastante de questes e problemas
exteriores, mas no meio de tudo isso uma poro de realidades espirituais interiores vitais de grande preciosidade se
destacam. Uma delas que Deus escolheu as coisas fracas deste mundo, as desprezadas, as ignorantes e tolas, as que
nada so e os que so nada, para envergonhar as sbias, a fim de que nenhuma carne se glorie aos Seus olhos. Outra
coisa importante que tudo o que temos recebemos de Deus, para que ningum fique orgulhoso. Outro assunto de
destaque o comentrio de Paulo sobre os vrios dons e o valor deles. Alm disso, ele traz o maravilhoso captulo sobre
o amor. Depois, no meio do captulo que trata sobre o vu, Paulo nos d o tremendo princpio de que a Igreja deve se
colocar debaixo da autoridade conforme o arranjo de Deus: Cristo sob Deus, o homem sob Cristo e a mulher sob o
homem. E, no incio da carta, a grande questo da unidade tratada, mostrando como toda a nossa unidade depende do
tratamento drstico da carne.
8 - MINISTRIO SACERDOTAL
Leitura: "Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnab, Simeo, por sobrenome Niger, Lcio de Cirene,
Manam, colao de Herodes, o tetrarca, e Saulo. E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Esprito Santo:
Separai-me, agora, Barnab e Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13.1, 2).
"Cor, filho de Isar, filho de Coate, filho de Lev, tomou consigo a Dat e a Abiro, filhos de Eliabe, e a Om, filho de
Pelete, filhos de Rben. Levantaram-se perante Moiss com duzentos e cinqenta homens dos filhos de Israel, prncipes
da congregao, eleitos por ela, vares de renome, e se ajuntaram contra Moiss e contra Aro e lhes disseram: Basta!
Pois que toda a congregao santa, cada um deles santo, e o SENHOR est no meio deles; por que, pois, vos
exaltais sobre a congregao do SENHOR? (...) Cor fez ajuntar contra eles todo o povo porta da tenda da
congregao; ento, a glria do SENHOR apareceu a toda a congregao. Disse o SENHOR a Moiss e a Aro:
Apartai-vos do meio desta congregao, e Os consumirei num momento. Mas eles se prostraram sobre o seu rosto e
disseram: Deus, Autor e Conservador de toda a vida, acaso, por pecar um s homem, indignar-te-s contra esta
congregao? (...) Eles e todos que lhes pertenciam desceram vivos ao abismo; a terra os cobriu, e pereceram do meio
da congregao" (Nmeros 16.1-3, 19-21, 33).
"A vara do homem que Eu escolher, essa florescer; assim, farei cessar de sobre Mim as murmuraes que os filhos de
Israel proferem contra vs (...) No dia seguinte, Moiss entrou na tenda do Testemunho, e eis que a vara de Aro, pela
casa de Lev, brotara, e, tendo inchado os gomos, produzira flores, e dava amndoas. (...) Todo aquele que se
aproximar do tabernculo do SENHOR, morrer; acaso expiraremos todos?" (Nmeros 17.5, 8, 13).
Todos os que servem Igreja servem, em primeiro lugar e antes de tudo, ao Senhor. Algumas vezes eles so
chamados de ministros de Cristo e, outras, de ministros de Deus. Profetas e mestres so especialmente chamados de
pessoas que servem ou ministram ao Senhor. Servir Igreja ou ministrar ao povo diferente de ministrar ao Senhor, e
servir ao povo sem servir ao Senhor relativamente de pouco valor para Deus. Freqentemente existe a necessidade do
evangelho, de obreiros e de coisas assim; mas Deus tambm tem Sua necessidade. Se houver necessidade de obra ou de
obreiros, e ela for satisfeita sem, todavia, ser um trabalho com Deus, a satisfao da necessidade de Deus ou um
ministrio ao Senhor em resposta Sua necessidade e chamamento ter falhado.
Se houver ministrio proftico sem o ministrio sacerdotal ao mesmo tempo, ele ser sem valor e no poder
edificar a Igreja. Se minha mo esquerda quiser ajudar minha mo direita por estar ela ferida e doendo, minha mo
esquerda no poder ajud-la diretamente. Ela ter que fazer isso atravs da cabea. Ela s pode se comunicar com a
outra mo por meio da cabea. A mo esquerda vem em auxlio da outra mo no por si mesma, mas atravs da cabea,
isto , para satisfazer a necessidade da cabea. Portanto, qualquer ministrio que no seja realizado por meio da Cabea
(Cristo) e para a Cabea no tem valor e s nos leva a ter problemas com os outros membros.
Todo ministrio que perdeu sua nfase sacerdotal acima de todas as coisas j fracassou. Se algum no foi
presena de Deus, em primeiro lugar, ele no pode sair da presena de Deus com qualquer mensagem ou servio de
valor. Se no ficamos na presena de Deus como sacerdotes, toda a nossa obra, testemunho, movimentao e
esgotamento sero apenas um ministrio ao homem e no ao Senhor.
8
Palavras de despedida do irmo Nee, quando seu navio partiu de Xangai para a Inglaterra em 1938. (N.E.
em ingls)
A CHAMADA E A QUALIFICAO DO SACERDOTE
Que tipo de pessoa pode chegar a presena de Deus como sacerdote? Esse assunto igual tanto no Antigo
como no Novo Testamento. Devemos ser um reino de sacerdotes, reis e sacerdotes para Deus. Embora este seja o plano
original de Deus, Israel falhou com respeito a ele. Quando Moiss desceu do Monte com os Dez Mandamentos, os
israelitas j estavam adorando o bezerro de ouro. Ento Deus disse: "Cada um cin-ja a espada sobre o lado, passai e
tornai a passar pelo arraial de porta em porta, e mate cada um a seu irmo, cada um, a seu amigo, e cada um, a seu
vizinho" (x 32.37). Entretanto, apenas os levitas obedeceram; e daquela ocasio em diante o ministrio sacerdotal foi
concedido a eles.
No caso dos filhos de Cor (Nm 16), o que estava em questionamento era quem era santo e quem podia servir
a Deus.
Eles reivindicaram que todos eram santos e todos podiam igualmente servir a Deus. Mas Deus os julgou. A
terra se abriu e engoliu todos os homens que pertenciam a Cor, junto com todos os seus bens, e fogo saiu de diante do
Senhor e devorou os duzentos e cinqenta homens que haviam oferecido incenso. Disso podemos ver que existe vida
para aqueles que so designados por Deus para servi-Lo, mas para aqueles que no so chamados e, ainda assim, se
apresentam e tentam servi-Lo por sua prpria iniciativa, simplesmente porque assim desejam fazer ou por ser bom de
ser feito, para eles h apenas destruio. Isso no algo sem importncia, sobre o qual Deus possa passar por cima; no,
isso algo grande: uma questo de vida ou morte.
Ainda verdade que todos os filhos de Deus so sacerdotes. Aleluia, ainda verdade! Todavia, igualmente
verdadeiro que no podemos executar este oficio sem qualificaes especiais. No podemos exercitar nossa funo
designada como sacerdotes de acordo com o que naturalmente somos. Espiritualmente falando, apenas Moiss, Aro e
os levitas podem executar esse ofcio. Vemos esse princpio no caso de Cor, Dat e Abiro. Quando os duzentos e
cinqenta prncipes da congregao ofereceram fogo falso nos incensrios, eles foram consumidos.
Logo depois, a vara de Aro e as varas representativas das outras tribos foram colocadas no tabernculo. No
dia seguinte, apenas a vara de Aro floresceu. Isso, sem dvida, significa ressurreio, a vida que sai da morte. Somente
os que passaram pela morte e entraram na vida de ressurreio podem ministrar ao Senhor. Eles precisam conhecer a
morte da cruz.
No h possibilidade de voc tomar algo da velha criao e colocar no tabernculo, no ministrio do Senhor:
nem sua velha mente, sua inteligncia ou seu talento, sua eloqncia ou qualquer tipo de fora da velha criao. Tudo
isso tem de ir direto para a morte e sair na vida de ressurreio. Se sua vara no florescer, voc no pode servir a Deus.
Resumindo, voc no pode servir a Deus se conhece9 apenas o sangue, mas no conhece9 a cruz.
9
Conhecer aqui, como j exposto pelo autor, no se refere a conhecimento doutrinrio, mental, mas ao
conhecimento advindo da experincia e do relacionamento com Deus e manifestado na vida diria. (N.E.)
9 - A INIQIDADE DO Nosso MINISTRIO
Leitura: "Quando chegaram eira de Nacom, estendeu Uz a mo arca de Deus e a segurou, porque os bois
tropearam. Ento, a ira do SENHOR se acendeu contra Uz, e Deus o feriu ali junto arca de Deus (...) Temeu Davi
ao SENHOR, naquele dia, e disse: Como vir a mim a arca do SENHOR?" (2 Samuel 6.6, 7, 9).
"O sacerdote Azarias (...) com oitenta sacerdotes do Senhor, homens da maior firmeza (...) resistiram ao rei Uzias e lhe
disseram: A ti, Uzias, no compete queimar incenso perante o Senhor, mas aos sacerdotes, filhos de Aro, que so
consagrados para este mister; sai do santurio, porque transgrediste; nem ser isso para honra tua da parte do Senhor
Deus. Ento, Uzias se indignou; tinha o incensrio na mo para queimar incenso; indignando-se ele, pois, contra os
sacerdotes, a lepra lhe saiu na testa perante os sacerdotes, na Casa do Senhor, junto ao altar do incenso. Ento, o
sumo sacerdote Azarias e todos os sacerdotes voltaram-se para ele, e eis que estava leproso na testa, e apressadamente
o lanaram fora; at ele mesmo se deu pressa em sair, visto que o Senhor o ferira. Assim, ficou leproso o rei Uzias at
ao dia da sua morte; e morou, por ser leproso, numa casa separada, porque foi excludo da Casa do Senhor; e Joto,
seu filho, tinha a seu cargo a casa do rei, julgando o povo da terra" (2 Crnicas 26.18-21).
"Disse o Senhor a Aro: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vs a iniqidade relativamente ao
santurio; tu e teus filhos contigo levareis sobre vs a iniqidade relativamente ao vosso sacerdcio. Tambm fars
chegar contigo a teus irmos, a tribo de Lev, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam, quando tu e teus
filhos contigo estiverdes perante a tenda do Testemunho. Faro o servio que lhes devido para contigo e para com a
tenda; porm no se aproximaro dos utenslios do santurio, nem do altar; para que no morram, nem eles, nem vs.
Ajuntar-se-o a ti e faro todo o servio da tenda da congregao; o estranho, porm, no se chegar a vs outros.
Vs, pois, fareis o servio do santurio e o do altar, para que no haja outra vez ira sobre os filhos de Israel (...) Mas
tu e teus filhos contigo atendereis ao vosso sacerdcio em tudo concernente ao altar, e ao que estiver para dentro do
vu, isto , vosso servio; Eu vos tenho entregue o vosso sacerdcio por ofcio como ddiva; porm o estranho que se
aproximar morrer. Disse mais o Senhor a Aro:Eis que Eu te dei o que foi separado das Minhas ofertas, com todas as
coisas santificadas dos filhos de Israel; dei-as por direito perptuo como poro a ti e a teus filhos" (Nmeros 18.1-5,
7, 8).
Ministrio sacerdotal no Antigo Testamento sempre significa ministrio ao Senhor. Esse ministrio a base de
todos os outros ministrios. Se algum no tem esse ministrio, todos os outros ministrios so vazios e inteis, no
podem agradar ao Senhor nem ser aceitos por Ele. No Novo Testamento, vemos que o ministrio proftico o grande
ministrio. Mas aqui tambm notamos que esse ministrio tem como base o ministrio sacerdotal e, sem ele, o
ministrio proftico se torna exterior e vazio, voltado apenas para o homem e no para o Senhor. Devemos observar que
existem dois tipos de servio: o servio para Deus e o servio a Deus. Nunca se esquea disto: s o servio a Ele Lhe
aceitvel.
A INIQIDADE DO SANTURIO
Deus disse a Aro: (1) "Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vs a iniqidade
relativamente ao santurio"; (2) "[Eles (a tribo de Levi)] faro o servio que lhes devido (...) porm no se
aproximaro dos utenslios do santurio, nem do altar"; (3) "O estranho, porm, no se chegar a vs."
Deus nos mostra muito claramente o que Ele pensa do pecado e passa por toda a lista; todavia, aqueles pecados
no so punidos pela morte. Mas "a iniqidade do santurio", a iniqidade do ministrio, s punida com a morte, sem
possibilidade de escape ou perdo. Esse tipo de iniqidade, diferentemente de mentir ou matar, da soberba ou da quebra
da lei de alguma forma, no fcil de ser expiado. Esse pecado, a iniqidade do ministrio, no deve ser perdoado. Esse
tipo de coisa simplesmente no deve ser permitido, tolerado ou perdoado. Qualquer outro pecado pode ser purificado e
perdoado, mas este no.
O que so esses pecados do santurio? Precisamos voltar atrs e ver novamente o que o ministrio. Vimos
que todo ministrio resultado de morte e ressurreio. A vara morta de Aro devia ser colocada diante de Deus e
passar pela morte. A vara no tinha vida em si mesma, era uma coisa morta. Precisamos reconhecer que ns, como a
vara, somos coisas mortas: inteis, definitivamente inteis, sem qualquer coisa para oferecer, sem esperana, sem o
menor fragmento para oferecer a um mundo necessitado, sem um tomo de nada de valor para Deus ou que Ele possa
usar.
Mas quando Deus tomou essa vara morta e a fez passar pela morte, ela brotou. Ela simplesmente tem de ser
depositada diante do Senhor, para que Ele possa colocar Sua prpria vida nela. No vaso de barro, Ele deposita aquele
tesouro de grande valor: Sua prpria vida que passou, ela mesma, pela morte e ressurreio. a Sua morte e a Sua
ressurreio que Ele nos leva a experimentar, como mencionado em Filipenses 3. Por exemplo: tome algum
inteligente que tenta servir o Senhor com sua inteligncia. Um ministrio como este no resulta em vida. Pelo contrrio,
tudo o que ele toca resulta em morte porque ele mesmo no passou pela morte de Filipenses 3.
Qual , ento, a iniqidade do santurio? E levar para o servio do Senhor algo alm da vida de ressurreio.
Muitos so fervorosos pelo Senhor, mas apenas de forma natural; eles trazem seu prprio entusiasmo acalorado para o
servio ao Senhor. Isso uma iniqidade do santurio. Muitos servos de Deus trazem sua vontade forte para o servio
do Senhor. Isso um pecado do santurio. Outros centralizam tudo na mente: a mente deles clara e forte, e eles
captam as coisas rapidamente; tm grande desejo de estar nos crculos espirituais e com pessoas espirituais e gostam de
ouvir mensagens espirituais. Mas eles esto, por assim dizer, apenas assistindo tudo atravs de uma janela; aquilo nunca
se tornou vida para eles. Deus nunca tocou verdadeiramente o esprito deles nem lhes deu revelao. Nunca passaram
pela morte tudo o que neles bom, forte e natural. Eles, pelo contrrio, trazem a mente natural, talentos e tudo quanto
natural para o servio de Deus. Isso abominvel para Ele e o pecado do santurio.
A menos que nosso ministrio seja aceitvel a Deus, ele resulta em morte. Foi assim com Uz quando estendeu
a mo e tocou na arca de Deus, pois os bois que puxavam o carro novo sobre o qual ela estava tropearam e ela caa. Ele
tocou o que era santo com mos impuras e encontrou morte imediata. Embora fosse uma reao perfeitamente natural,
no era, todavia, de acordo com a ordem de Deus. Era um servio a Deus, mas contrrio norma de Deus, realizado
maneira do homem e na mente e fora do homem. Muitas vezes estendemos a mo da carne e tentamos fazer aquilo que
s Deus pode fazer. Ns falamos antes do tempo de Deus; no esperamos at que Ele realize as coisas no Seu prprio
tempo e maneira e pelo Seu prprio Esprito. Tentamos fazer isso por Ele, mas o resultado apenas morte - Deus pune
tal coisa com morte.
O rei Uzias se atreveu a tomar sobre si aquilo que Deus havia designado apenas para os sacerdotes realizarem,
isto , queimar incenso a Deus. Deus respondeu imediatamente sua atitude com a lepra: morte.
Da mesma forma, muitos hoje tentam ministrar no templo do Senhor quando, na verdade, Ele no os designou
para isso. Eles querem servir ao Senhor, amam a obra crist, encontram grande alegria nela, movimentam-se numa
atividade incessante pelo Senhor, fazem sacrifcios por Ele e comem muitas coisas amargas na obra por Ele: isso pode
estar errado? Deus diz que a iniqidade do santurio por no ter sido designado por Ele. Ele no chamou tais pessoas
para realizar isso. Tal obra feita na fora do homem e no na fora de Deus ou, ento, essa obra nunca conheceu a cruz
nem passou pela morte. A confiana em qualquer coisa da velha criao e a introduo delas na obra do Senhor - coisas
tais como eloqncia, inteligncia, bondade, capacidade e outras -, constituem a iniqidade do ministrio. Qualquer
dependncia da fora prpria de algum para servir ao Senhor um pecado do santurio.