Apa Carste Lagoa Santa
Apa Carste Lagoa Santa
Apa Carste Lagoa Santa
GESTO AMBIENTAL
Gisela Herrmann
Heinz Charles Kohler
Jlio Csar Duarte
Patrcia Garcia da Silva Carvalho
Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal
Gustavo Krause Gonalves Sobrinho
Diretor de Ecossistemas
Ricardo Jos Soavinski
Edio
Belo Horizonte
1998-04-02
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
IBAMA
Ivson Rodrigues
Chefe da APA Carste de Lagoa Santa
FUNDAO BIODIVERSITAS
Castor Cartelli
Vice-Presidente
Gustavo A. B. da Fonseca
Diretor Secretrio
Gisela Herrmann
Superintendente Tcnica
Capa
Wagner Matias de Andrade
Diagramao
Washington Polignano
RELATRIO TEMTICO
Gesto Ambiental
Responsveis Tcnicos
Gisela Herrmann
Heinz Charles Kohler
Jlio Csar Duarte
Patrcia Garcia da Silva Carvalho
Consultor
Joaquim Martins da Silva Filho
Equipe de Apoio
Cludia Maria Rocha Costa
Lvia Vanucci Lins
Yuri Luiz Reis Leite
Gesto ambiental; organizado por Gisela Herrmann, Heinz Charles Kohler, Jlio
Csar Duarte, Patrcia Garcia da S. Carvalho. Belo Horizonte: IBAMA/Fund.
BIODIVERSITAS/CPRM, 1998.
CDU 577-4
1- Unidade de Conservao de Uso direto (UC) define-se como reas naturais sob ocupao ou explorao humana que tm
como objetivo de manejo compatibilizar, sob o conceito de uso mltiplo e sustentado e atravs de normatizao de uso, a
utilizao e a conservao dos recursos naturais. Estas terras podem ser de domnio pblico, de propriedade mista ou
privada. Neste grupo se enquadram as seguintes categorias: Reserva Extrativista, rea de Proteo Ambiental e Floresta
Nacional.
Gesto Ambiental
1 - INTRODUO
Criada pelo Governo Federal, atravs do Decreto advento das legislaes estadual e federal (1980
98.881 de 25 de janeiro de 1990, a rea de e 1981) dispondo sobre uma poltica para o meio
Proteo Ambiental (APA) Carste de Lagoa ambiente, culminaram na criao de instrumen-
Santa, possui 35.600 hectares e abrange parte tos legais mais eficazes e mais simples de
dos municpios de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, serem aplicados, provocando um avano na
Matozinhos e Funilndia (Figura 1). Situa-se na conteno das aes predatrias dos stios e
regio crstica mineira, definio resultante da dos seus ecossistemas componentes.
predominncia do calcrio na formao das
rochas que compem o grupo da Srie Bambu. Neste contexto foi criada a rea de Proteo
Ambiental Carste de Lagoa Santa, instituda com
As caractersticas geomorfolgicas da regio o objetivo primordial de proteger um dos mais
propiciaram a formao de um grande nmero importantes stios arqueolgicos e espeleo-
de grutas que abrigam uma variedade de stios lgicos do pas e sua riqueza cientfica e cultural.
arqueolgicos e paleontolgicos e de restos Apesar de legalmente protegida, ainda se
paleoamerndios, formando um ecossistema verifica na rea da APA a presena de atividades
protegido por normas legais especficas (Anexo exercidas de forma descontrolada, representan-
II). Seus macios calcrios, paredes, torres, do um perigo manuteno de todo o
dolinas, sumidouros e ressurgncias fazem seu patrimnio e da qualidade de vida da
desta rea de proteo um dos mais impor- populao.
tantes stios espeleolgicos do pas, contendo
uma riqueza cientfica e cultural de valor A mesma caracterizao geolgica res-
imensurvel, alm de grandes belezas cnicas. ponsvel pela formao do importante
As suas grutas constituem uma especial patrimnio histrico, cultural e paisagstico,
atrao para o turismo. constitui-se na maior fonte dos recursos
econmicos da regio. O calcrio, abundante
Sob e sobre o complexo fsico e cnico do carste
em toda a rea, tem sido explorado pelas
de Lagoa Santa encontra-se um conjunto
fbricas de cal e cimento, muitas vezes sem
aqfero que , provavelmente, o artfice principal
nenhuma preocupao com a minimizao dos
na composio desse ecossistema to espe-
impactos ou a recuperao das reas degra-
cial. A possibilidade de existirem regies ainda
dadas. Encontra-se a uma das atividades mais
no exploradas pela cincia, que podem estar
impactantes da rea, causando-lhe danos e
se perdendo em funo de uma explorao
afetando, sobretudo, o patrimnio histrico-
descontrolada, justifica a necessidade de se
cultural, alm de destruir o pouco que resta da
estabelecer mecanismos de proteo e norma-
cobertura vegetal.
tizao do uso da rea.
Nos ltimos 25 anos as autoridades, bem como Alm da minerao e das indstrias, a expanso
os pesquisadores e outros segmentos sociais, urbana, a ocupao desordenada do solo e a
tm sido unnimes em reconhecer a importncia prtica pouco racional da agricultura e da
de se proteger a regio crstica de Lagoa Santa. pecuria, tm tambm significado um forte
No decorrer dos anos 70, a depredao do impacto em toda a regio. Soma-se ainda os
patrimnio do Planalto de Lagoa Santa foi alvo atos de vandalismo perpetrados por visitaes
de frequentes matrias na imprensa. Os belos sem controle, especialmente graves devido
cristais de calcita que revestiam as paredes da importncia da rea e fragilidade do ecos-
Gruta dos Cristais, onde havia a segunda mais sistema crstico.
importante formao desse material conhecida
A criao da APA, sem a sua implantao
no mundo, foram quebrados a marretada e
efetiva, no tem sido capaz de deter as aes
vendidos no varejo aos freqentadores da Gruta
prejudiciais existncia dos bens culturais e
da Lapinha (Jornal do Brasil, edio de 26 de
agosto de 1978). ecolgicos da rea, requerendo em sua defesa
o engajamento de todos os seguimentos da
As presses da imprensa e da sociedade, a sociedade civil organizada, autoridades,
intensificao do movimento ambientalista, e o estudiosos e sobretudo da populao local.
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Gesto Ambiental
Sob essa tica, em dezembro de 1994, o Instituto da APA, bem como a disponibilidade de
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos recursos humanos e financeiros para tal.
Naturais Renovveis (IBAMA) assinou um
Devido inexistncia do zoneamento ecolgico-
convnio de parceria com a Fundao Bio-
econmico da rea, o Plano de Gesto foi
diversitas para a elaborao do Plano de Gesto
elaborado a partir de dados secundrios e de
da APA Carste de Lagoa Santa. O convnio
uma regionalizao proposta em estudo
insere-se na poltica do governo federal de
desenvolvido por Kohler (1995). Neste estudo,
descentralizao e de incentivo s parcerias
o referido autor props uma regionalizao da
com o setor privado.
rea crstica segundo condicionantes de relevo,
alm de propor reas a serem preservadas e/
O modelo de gesto proposto refere-se a um
ou conservadas, segundo critrios legais e
sistema de co-gesto, nica maneira possvel
ambientais. Justifica-se esta adoo j que o
de se gerir uma rea de proteo ambiental cuja
referido estudo aborda o mesmo objeto que
caracterstica maior a normatizao do uso
gerou a criao da APA, ou seja, o sistema
da terra em uma rea de domnio privado.
crstico de Lagoa Santa. Assim, a regionali-
imprescindvel pois que esta gesto se d de
zao proposta por Kohler configurou-se em um
forma participativa para realmente alcanar os macrozoneamento da APA Carste de Lagoa
objetivos a que ela se destina. Santa, que, complementado com dados
secundrios oriundos de bibliografia e alguns
Dessa maneira, e tendo em vista a inexistncia
levantamentos de campo, forneceram os subs-
de uma metodologia especfica para tal, o plano
dios para a proposta de gesto ora apresentada.
de gesto da APA de Lagoa Santa foi construdo
a partir de uma consulta ampla a todos os atores Para a contextualizao da rea, a primeira
envolvidos na regio, a partir de um Seminrio parte do presente documento (itens II e III)
Participativo realizado em fevereiro de 1995. O apresenta um histrico das iniciativas de
seminrio, realizado segundo metodologia conservao da regio, a criao e os
ZOPP (Planejamento de Projetos Orientado por mecanismos legais para a sua conservao
Objetivos), possibilitou o levantamento dos enquanto rea de Proteo Ambiental, alm de
problemas institucionais e ambientais rela- sua situao institucional atual. Posteriormente,
cionados com a gesto e a identificao dos no item IV, apresentada uma breve
principais envolvidos com a APA Carste de caracterizao da rea, procurando abordar as
Lagoa Santa. peculiaridades que justificaram a criao da APA
e objetivando ainda situar o leitor no que se refere
Apesar de ter alcanado resultados muito aos aspectos conservacionistas relacionados
positivos, e contar com a participao dos com o sistema crstico. Uma abordagem sobre
diversos rgos intervenientes na APA, o Semi- a fragilidade do sistema crstico e a neces-
nrio no forneceu as diretrizes para o Plano sidade de limitaes de uso na APA compem
de Gesto no tocante s competncias, os o item V. Por se tratar de matria relativamente
mecanismos de interao, a diviso de respon- nova, tornou-se conveniente apresentar algu-
sabilidades e o comprometimento na execuo mas consideraes terico/metodolgicas
das mesmas por parte dos rgos normativos sobre gesto, sendo estas fundamentais para
e deliberativos que atuam na rea da APA. Ficou o entendimento da concepo do Plano de
clara a necessidade de se avanar com o Gesto da APA Carste. Assim, apresentada,
processo de esclarecimento e integrao de forma sucinta, no item VI, uma contextua-
interinstitucional. Alm disso, no foram lizao sobre gerenciamento ambiental no
discutidas as etapas de conduo e os Brasil. O modelo de gesto proposto, bem como
procedimentos institucionais adequados as sugestes para a efetivao da APA Carste
implantao de um sistema de gerenciamento incorporam o item VII.
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Gesto Ambiental
para Funilndia
4405'W 4355'W
Lagoa
Pequena
Riacho da
Gordura Lagoa
Grande
Lagoa dos Crr. gua
Gordura Porcos Doce
Lagoa de Dentro
Jaguara
Cauaia
Lagoa RIO DAS VELHAS
para Prudente Taquaralzinho
Vargem
de Morais Comprida
Crr. Jaguara
Lagoa
Vargem Crr.
de Fora Bebedouro
1930'S
Caieiras Crr.
Mucambo
CASA FERNO
DIAS
Fidalgo
Cerca Grande Sumidouro
Poes
Mocambeiro Lagoa do
Vargem da Sumidouro
Pedra Ba Crr.
MATOZINHOS Samambaia
Lapinha
Lagoa da
424 Lapinha 010
Samambaia
Lagoa Lagoa do
Samambaia Sangrador
Borges Crr.
Lagoa
do do Jaque
Fidalgo
Lapa Vermelha
Cau
N PEDRO LEOPOLDO Aeroporto
Internacional
424
Pres.
Tancredo
Confins Neves
LAGOA
SANTA
010
Rib. da Mata
ESCALA
0 2 4 km 1940'S
LEGENDA BA
DF 16
Acervos espeleolgicos (grutas, abrigos) Estrada pavimentada
GO
rea da APA Carste de Lagoa Santa Estrada no pavimentada
Limite intermunicipal Minas Gerais
Estrada de ferro
ES
Cidades/Municpios Rodovia estadual 20
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Gesto Ambiental
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Gesto Ambiental
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Gesto Ambiental
A rea de Proteo Ambiental (APA) est dependendo das caractersticas da rea a ser
classificada como uma unidade de conser- preservada, e dos objetivos a que ela se destina,
vao de uso direto. Isso significa que no a criao de unidades de conservao de uso
ocorre uma administrao direta do Poder indireto pode no ser a soluo mais recomen-
Pblico dentro dos limites de sua abrangncia, dada. Muitas vezes, o consorciamento do Poder
respeitando-se os princpios constitucionais que Pblico com a sociedade (proprietrios, popu-
regem o direito de propriedade. De acordo com lao, comunidade cientfica e tantos outros
a legislao, apenas sero executados segmentos), estabelecendo controles para uma
controles no mbito do seu territrio, visando utilizao sustentada de uma regio, como meio
minimizar impactos que possam descaraterizar de se atingir sua proteo, muito mais eficaz.
a importncia dos seus ecossistemas, limitando Neste contexto foi promulgada a Lei 6.902 de 27
ou proibindo aquelas atividades incompatveis de abril de 1981 que fixa entre os seus artigos:
com o bem estar, principalmente, de sua
populao local. Quanto ao seu uso, a APA Art. 8 - O Poder Executivo, quando houver
apresenta duas caractersticas bsicas: relevante interesse pblico, poder
declarar determinadas reas do
proteo dos recursos naturais em grau parcial; Territrio Nacional como de interesse
para proteo ambiental, a fim de
uso direto sustentvel de pelo menos parte assegurar o bem-estar das popu-
dos recursos disponveis. laes humanas e conservar ou
melhorar as condies ecolgicas
A rea de Proteo Ambiental foi introduzida no locais.
Brasil pela Lei 6.902 de 17 de abril de 1981,
contendo como especificidades o fato de ser uma Art. 9 - Em cada rea de Proteo Ambiental,
unidade de conservao, que devido s suas dentro dos princpios constitucionais
caractersticas, dispensa qualquer desa- que regem o direito de propriedade, o
propriao, por no intervir diretamente no direito Poder Executivo estabelecer normas
de propriedade garantido constitucionalmente. limitando ou proibindo:
Ao que parece esta categoria surgiu no elenco
de reas protegidas, a partir de algumas a) a implantao e o funcionamento de inds-
experincias europias, principalmente na trias potencialmente poluidoras, capazes de
Frana, Alemanha, Portugal e Inglaterra. Na afetar os mananciais de gua;
Alemanha estas unidades so conhecidas como
b) a realizao de obras de terraplanagem e
reas de Proteo Paisagem, criadas com o
abertura de canais, quando estas iniciativas
objetivo de conferir proteo especial a uma rea
importarem em sensvel alterao das con-
para preservao ou recomposio dos
dies ecolgicas locais;
recursos naturais (Diniz da Silva et al., 1987).
c) o exerccio de atividades capazes de provocar
Esta categoria veio complementar o sistema de uma acelerada eroso de terras e/ou um
reas protegidas, sendo especialmente bem acentuado assoreamento das colees hdri-
aceita por no envolver processos de desa- cas;
propriao, visto que o maior problema para se
criar unidades de conservao de uso indireto1 d) o exerccio de atividades que ameacem
no Brasil o fundirio (Pdua, 1983 em Diniz extinguir na rea protegida as espcies raras
da Silva et al. 1987). Ao mesmo tempo, da biota regional.
1-Unidade de Conservao de Uso Indireto (UC) define-se como reas caracterizadas pela proteo total dos recursos
naturais, com a manuteno dos ecossistemas ou parcelas dos mesmos em estado natural, sendo permitida
apenas a utilizao da rea para atividades de pesquisa no consideradas predatrias, e atividades de recreao e
educao ambiental em reas selecionadas. Enquadram-se nesta categoria os Parques Nacionais, Reservas
Biolgicas e Estaes Ecolgicas.
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Gesto Ambiental
Por determinao do Poder Executivo Federal, Estado de Minas Gerais, com as delimitaes
atravs do Decreto n o 88.351 de 01 de junho de geogrficas constantes do artigo 3
1983, passou a ser de competncia do CONAMA deste Decreto.
o poder de estabelecer normas gerais relativas
s reas de Proteo Ambiental. Assim, as Para regulamentar o Decreto 98.881 de Criao
APAs foram regulamentadas pela Resoluo/ da APA Carste de Lagoa Santa (Anexo III), fez-
CONAMA N 010 de 14 dezembro de 1988, se necessrio a elaborao de um plano de
sendo estabelecidas regras para o zoneamento gesto, conforme previsto nos artigos 13 e 14:
e a exigncia de se fixar zonas de vida silvestre
onde proibido ou regulado o uso dos sistemas Art. 13 - A APA Carste de Lagoa Santa ser
naturais. implantada, supervisionada, adminis-
trada e fiscalizada pelo IBAMA, em
Visando delimitar normas reguladoras de articulao com o rgo estadual do
proteo especficas para a regio do carste de meio ambiente de Minas Gerais, as
Lagoa Santa, o Governo Federal, com base nas prefeituras municipais dos municpios
Leis 6.902 de 27 de abril de 1981 e Lei 6.938 de envolvidos e seus respectivos rgos
31 de agosto de 1981 e na Resoluo/CONAMA de meio ambiente.
N 010 de 14, editou o Decreto 98.881 de 25 de
janeiro de 1990, criando a APA Carste de Lagoa Art. 14 - Com vistas a atingir os objetivos
Santa: previstos para a APA Carste de
Lagoa Santa, bem como para definir
Art. 1 - Sob a denominao de APA Carste de as atribuies e competncias no
Lagoa Santa, fica declarada rea de controle de suas atividades, o
Proteo Ambiental a regio situada IBAMA poder firmar convnios com
nos municpios de Lagoa Santa, Pedro rgos e entidades pblicas e pri-
Leopoldo, Matozinhos e Funilndia no vadas.
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Gesto Ambiental
Os estudos sobre as caractersticas do meio 1.836 (Prous, 1978 in Kohler, 1989). Segundo
fsico, bitico e scio-econmico da APA Carste Kohler (1989), a litografia do Grupo Bambu
de Lagoa Santa basearam-se em levantamento engloba as Formaes Vespasiano, Sete
e anlise de dados secundrios, levantados na Lagoas e Serra de Santa Helena.
vasta bibliografia existente. Esta caracterizao
objetiva situar o leitor no contexto da APA, Em Lagoa Santa ocorrem afloramentos de
evidenciando as peculiaridades que justificaram calcrios, siltitos, folhelhos e calciofilitos
a transformao da rea em uma unidade de alterados, recobertos por solos de origens
conservao. interessante chamar ateno eluvial, coluvial e aluvial (CPRM, 1994c). A APA
para a importncia do patrimnio histrico- ocupa a poro sudoeste do Planalto de Lagoa
cultural e cientfico da regio, bem como a Santa, principalmente sobre os calcrios, sendo
fragilidade do sistema, os quais embasaram que apenas duas pequenas reas da APA
muitas das recomendaes definidas no Plano localizam-se sobre os filitos. A primeira
de Gesto aqui apresentado. estendendo-se entre Confins e a margem direita
do Crrego do Jaque at o permetro urbano de
4.1 - Meio fsico Lagoa Santa, a segunda ocupando a poro es-
querda da plancie fluvial do Rio das Velhas at a
4.1.1 - Clima confluncia com o Crrego da Gordura, ao norte.
O clima de Lagoa Santa e seu entorno planltico Segundo Kohler (1989), o relevo crstico, mais
enquadra-se na categoria Awi de Kppen, ou do que qualquer outro, desenvolve-se sobre
seja, trata-se de um clima quente, com rochas solveis pela gua (calcrios), as quais
temperatura do ms mais frio superior a 18 C, sofrem corroso atravs das guas superficiais
e duas estaes alternadas, uma chuvosa e subterrneas. A corroso e os abatimentos
(vero), e outra seca (inverno), com amplitudes endocrsticos, associados aos outros pro-
trmicas anuais inferiores a 5 C (Ribeiro, 1995). cessos morfogenticos da dinmica interna e
externa, so os principais responsveis pela
Resultados de anlises climticas de um ciclo dinmica e evoluo dos relevos crsticos.
de 10 anos na regio registraram um ndice
pluviomtrico mdio anual de 1.381 mm, com a No s o alto teor de carbonato de clcio da
mxima diria de 162 mm e um total de 105 rocha calcria e sua estrutura (ou camamento,
dias de chuvas, sendo janeiro o ms mais fraturamento, etc.), como tambm o volume de
chuvoso, e agosto o mais seco. Apenas 20% guas e o clima so os principais fatores de
das chuvas tm uma durao superior a 4 horas. corroso dos relevos crsticos. Ao lado desses
A mdia termomtrica anual foi de 20,8 oC, com processos qumicos de corroso ocorrem,
uma mdia das mximas de 27,2 oC, e uma ainda, processos fsicos de abatimentos de
medida das mnimas de 15,4 oC. Os meses vazios subterrneos e dos desabamentos de
mais frios so junho e julho. A evaporao mdia blocos das lapas e paredes (Kohler, 1989).
anual atingiu o nvel de 1.000mm e o regime de
ventos registrou um total de 16,02% dire- A regio crstica, dentro do permetro da APA,
cionados para norte, e 52,74% direcionados apresenta como caracterstica principal in-
para nordeste (Kohler, 1989). meras lagoas, que secam periodicamente em
funo da oscilao do nvel subterrneo do
4.1.2 - Geologia e Geomorfologia aqfero crstico. Em funo da diversidade das
formas, o modelado crstico, pode ser subdi-
A rea da APA apresenta em sua litologia um vidido em quatro compartimentos distintos: a)
dos calcrios do grupo Bambu, formando um desfiladeiros e abismos com altos paredes; b)
dos mais notveis exemplos do Carste tropical cinturo de grandes depresses (uvalas); c)
brasileiro. Foram reconhecidos alinhamentos e planalto de pequenas depresses (dolinas) e;
escalonamentos de dolinas, janelas, grutas e d) plancies crsticas ou polis. Cada com-
paredes, ao lado de grande riqueza e pa- partimento apresenta caractersticas de forma,
limpsestos paleontolgicos e pr-histricos, que gnese e dinmica especficas, condicionando
vm sendo estudados desde Lund a partir de um planejamento de uso tambm especfico.
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Gesto Ambiental
a) DESFILADEIROS E ABISMOS COM ALTOS PAREDES: deprimido das uvalas e das plancies crsticas
localiza-se nas cotas mais elevadas do calcrio, (polis). No planalto de dolinas situam-se os
conferindo-lhe a condio de recarga do aqfero grandes conjuntos crsticos locais, como o
crstico. A partir desse compartimento (850m), Ba, Borges, Cauaia, Cau, Confins, Lapa
o relevo cai em direo ao Rio das Velhas, nvel Vermelha (Pedro Leopoldo), Lapinha e Samam-
de base regional (650m). Apresenta uma poro baia (Kohler, 1995)
recoberta por filitos (carste coberto) na Serra
dos Ferradores (900m), j no entorno dos limites d) PLANCIES CRSTICAS DO FIDALGO E DO MOCAM-
da APA. A magnitude e exuberncia deste relevo BEIRO: so denominadas de polis pelos
crstico esto associadas espessura do carstlogos. As principais caractersticas so:
pacote de calcrio regional e ao espetacular nvel topogrfico abaixo de 670m; superfcie
colapso do endocarste em funo do grande contnua em mais de 4 km; classe de declividade
tempo decorrido com o fluxo permanente das entre zero e 3 graus; proximidade do Rio das
guas endocrsticas. Trata-se do compar- Velhas (nvel de base regional) e; alimentao e
timento crstico chave para se compreender inundaes peridicas pelas guas crsticas.
a evoluo de todo o Carste regional. No P OLIS D O F IDALGO , 80% da plancie
A ocorrncia tpica desse compartimento ocupada pela lagoa intermitente do Sumidouro,
fisiogrfico, localiza-se a NE de Matozinhos. em cujo sumidouro localiza-se o rochedo do
Nessa regio est localizado o fluviocarste do Fidalgo, palco de aes histricas dos Ban-
Mocambo que est encaixado, em parte, no deirantes e stio arqueolgico onde Lund achou
desfiladeiro de Poes, com seus paredes o crnio do Homem de Lagoa Santa. A PLANCIE
abruptos, que alcanam at 40m de altura. DE MOCAMBEIRO apresenta-se ligeiramente
Representa a rea crstica menos degradada ondulada e aloja em sua periferia o macio de
dentro do permetro da APA. Cerca Grande, o mais espetacular edifcio
crstico da regio e o conjunto da Vargem da
b) CINTURO DAS GRANDES DEPRESSES: corres- Pedra, j no permetro urbano de Mocambeiro.
ponde ao trato do terreno situado entre a Serra
dos Ferradores e o Planalto de dolinas, 4.1.3. Pedologia (Solos)
estendendo-se alm da plancie do Mocambeiro Os solos predominantes nos municpios
at as proximidades da plancie fluvial do Rio envolvidos na APA so: o latossolo vermelho-
das Velhas (Fazenda Jaguara). Refere-se s escuro lico e o podzlico vermelho-amarelo
grandes depresses crsticas (uvalas), de distrfico em Lagoa Santa; o podzlico ver-
dimetro acima de 2.000m, chegando a 4.000m, melho-amarelo distrfico em Pedro Leopoldo;
formadas pela coalescncia de uma ou mais o podzlico vermelho-amarelo lico e o latossolo
dolinas. Suas principais caractersticas so o vermelho-escuro lico em Matozinhos; e em
fundo irregular, o contorno alongado com Funilndia, o latossolo vermelho-escuro lico e
vertentes suavizadas, recebendo tempo- o cambissolo lico.
rariamente gua, at um nvel de 4m. Este
compartimento funciona como recarga do Em relao aptido agrcola verifica-se que
aqfero, quando as uvalas esto secas, e como as reas ocupadas por latossolos detm um
descarga do aqfero, nas cheias (Kohler, 1995) excelente conjunto de caractersticas fsicas,
Apresenta restrio de uso tais como implan- porm com acentuada deficincia de fertilidade
tao de linhas de alta tenso, dentre outros, natural, expressa pela pobreza em nutrientes e
frente s inundaes sazonais. teor elevado de acidez potencial. Estas reas
so, via de regra, aptas para agricultura com
c) PLANALTO DAS PEQUENAS DEPRESSES: apre- um manejo desenvolvido ou semi-desenvolvido.
senta uma fisionomia diversificada, mostrando Aquelas unidades de relevo movimentado so
macios com suas janelas e arcadas, torres, tidas como inaptas para lavouras, porm ainda
lagos, dolinas e uvalas. O conjunto recoberto aptas para uso agrcola sob pastagem
por floresta semi decdua, verde no vero. No plantada.
inverno, a mata seca deixa transparecer a rocha
cinza, sulcada pelas caneluras de dissoluo, As reas ocupadas predominantemente com
semelhantes a uma velha face enrugada, por cambissolos e solos litlicos licos, quando
onde se fixam razes tortuosas de rvores cascalhentos e/ou pedregosos, de carter
frondosas. Situa-se entre as cotas de 800m e epidistrfico e topografia suavizada, so
700m, sobre um bloco, a cavaleiro do cinturo consideradas aptas para lavouras, inclusive as
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Gesto Ambiental
com manejo pouco desenvolvido. As unidades percusso e trs furos a percusso com
restantes, de acordo com o relevo, pedre- ensaios de penetrao
gosidade e textura superficial so consideradas
como terras aptas para pastagem ou mesmo 4.1.5. Poluio atmosfrica
inaptas para qualquer uso (CPRM, 1994b). A atividade industrial na rea da APA engloba a
Em relao ao potencial do uso do solo, o estudo transformao de produtos minerais no-
desenvolvido pela CPRM lana ainda uma metlicos, metalrgicas e madereiras, obser-
classe caracterizada por no ter aptido para o vados em Lagoa Santa e em Pedro Leopoldo,
uso agrcola e por possuir caractersticas sendo que neste ltimo municpio observa-se
paisagsticas e ecolgicas que configuram o uso ainda a presena da indstria txtil, mecnica e
para recreao ou preservao. Essa classe de outros gneros.
ocupa 14,59% do municpio de Lagoa Santa, Segundo o Cadastro de contribuintes da
6,33% de Matozinhos e 6,81% da rea de Pedro Secretaria de Estado da Fazenda, em julho de
Leopoldo. 1982, 13 das 28 indstrias em Lagoa Santa e
4.1.4. Hidrogeologia 17 das 57 indstrias em Pedro Leopoldo foram
consideradas como potencialmente poluidoras.
Segundo Auler (1994) a hidrogeologia da rea A partir da no foram realizadas medies
compreende uma superfcie livre de aqferos sistemticas, mas, at 1995, segundo estudo
carbonticos limitada na base por rochas de Tolentino (1995), a regio de Lagoa Santa
gnaissicas, impermeveis, em que os aqferos no apresentava problemas de poluio
subterrneos fluem atravs de dois nveis de atmosfrica em relao ao parmetro Partculas
base: a nordeste, o Rio das Velhas a principal Totais em Suspenso. Quanto a Pedro Leopol-
sada para a gua crstica e, a sudoeste, o do, onde foram verificadas concentraes de
Ribeiro da Mata drena parte da gua. PTS superiores ao padro dirio, alguma
deteriorao do ar pde ser observada no
Na regio de Poes, Cerca Grande, Caetano
perodo monitorado, em consequncia, pro-
e Ballet a drenagem corre para o crrego
vavelmente, da atividade industrial (cimenteiras
Mocambo e o crrego Samambaia drena os
e extrao e beneficiamento de calcrio)
cursos dgua nas regies de Confins, Lapa
desenvolvida no municpio. Tais dados con-
Vermelha, Carroo e Me Rosa. Tanto o
cordam com resultados obtidos por Esteves e
crrego Samambaia, quanto o crrego do
Costa (1985).
Mocambo drenam para o Rio das Velhas (Auler,
1994). Lund foi o primeiro a descrever a alta Nos ltimos anos as indstrias de Pedro
frequncia de lagos na regio crstica. Leopoldo tm sido pressionadas pela populao
para que coloquem filtros, visando a diminuio
Em estudo desenvolvido por Auler (1994) foram do lanamento de material particulado para a
identificados diversos problemas relacionados atmosfera.
a hidrogeologia do sistema crstico, como: a
instalao de poos tubulares; a expanso da 4.2 - Meio Bitico
cidade de Matozinhos sobre a superfcie
crstica; a crescente urbanizao na rea da 4.2.1. Cobertura vegetal e Uso e Ocupo do
APA, com consequente poluio hdrica e Solo
desmatamentos; a agricultura que lana mo
de defensivos e fertilizantes; a eroso dos A regio do Planalto de Lagoa Santa tem sido
solos e a contaminao microbiolgica, alvo do interesse de pesquisadores e natu-
detectada na zona de recarga dos aqferos. ralistas desde o sculo passado. O primeiro
botnico a estudar com detalhes a vegetao
At o momento, na rea da APA, no existem na regio foi Eugenius Warming, que publicou,
estudos cientficos que enfoquem os riscos de em 1892, o primeiro tratado fitoecolgico
abatimentos de superfcie ocasionados pela denominado: Lagoa Santa - Et Bitrag til den
retirada de gua (poos), na zona de recarga biologiske Plantegeografi. Nessa obra, Warming
dos aqferos. Entretanto, nos quatro municpios descreveu os solos, o clima, as formaes
envolvidos na APA Carste foram identificados vegetais nativas e cultivadas e os usos do solo,
pela CPRM (1994a, b), um total de 103 poos bem como incluiu uma lista dos vertebrados
tubulares para gua, 34 baterias de furos a ocorrentes na rea de Lagoa Santa.
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Gesto Ambiental
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Gesto Ambiental
estudos realizados no sculo passado e no incio capturadas por Lund nas vizinhanas de Lagoa
do corrente, havendo uma carncia de dados Santa (Voss & Myers, 1991).
sobre a situao atual da fauna na regio.
De acordo com Cartelle (1994), que comparou
A fauna da APA caracteriza-se, de acordo com a composio da fauna de mamferos do
o domnio no qual a mesma se insere, por tratar- Pleistoceno de Minas Gerais com as espcies
se de fauna tpica de Cerrado, contendo, recentes, a mastofauna da regio possuiria
entretanto, diversos elementos do domnio potencialmente 111 espcies. claro, entre-
Atlntico. A presena de espcies carac- tanto, que nem todas estas espcies ocorrem
tersticas da Mata Atlntica na APA est na APA Carste de Lagoa Santa, principalmente
relacionada ao fato da mesma estar situada em considerando-se que os estudos de Lund foram
regio de transio entre os dois biomas e realizados no sculo passado e diversas dessas
portanto sofrer influncia de ambos. espcies se tornaram raras ou mesmo desa-
pareceram da regio devido s modificaes
A regio de extrema importncia zoolgica pois, ambientais que a ocorreram.
alm de abrigar uma fauna representativa do
Cerrado, uma das raras reas do pas onde Estudos recentes registraram a ocorrncia de
foi realizado um minucioso inventrio no sculo 42 espcies de mamferos na rea da APA
passado, especialmente de aves e mamferos. (Grelle et al., 1996), sendo que os quirpteros e
Os resultados desse inventrio so extre- roedores representaram 51% deste total. Os
mamente valiosos, podendo ser comparados carnvoros de grande porte praticamente j no
com dados atuais fornecendo subsdios esto mais a representados devido ao fato de
importantssimos para a determinao de necessitarem de grandes reas em bom estado
estratgias de conservao e manejo da rea. de conservao.
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Gesto Ambiental
grandes frugvoros, as grandes aves de rapina, tenham seu desenvolvimento coibido pela
aves florestais especialistas, bem como esp- presena de B. straminae.
cies no limite de sua distribuio (Lins op. cit.).
4.3 - Meio Scio-Econmico
4.2.3. Hidrobiologia
Neste item foram consideradas algumas
De acordo com estudos limnolgicos realizados caractersticas da populao dos municpios que
na rea da APA, a Lagoa do Sumidouro foi compem a APA Carste de Lagoa Santa.
considerada imprpria recreao, devido Ressalta-se que esta caracterizao baseia-se
principalmente ocorrncia de planorbdeos em dados secundrios.
vetores da esquistossomose. Um outro fator
considerado como restritivo ao uso deste corpo 4.3.1. Municpio de Pedro Leopoldo
dgua para recreao refere-se ameaa de
florao algal, visto as caractersticas prprias A posio do municpio de Pedro Leopoldo no
encontradas nas populaes fitoplanctnicas e contexto demogrfico metropolitano bastante
na qualidade qumica da gua. Os teores especfica, pois apesar de potencialmente ser
detectados de sais nutritivos em soluo interpretado como um espao de riquezas
possibilitam o aparecimento desse fenmeno. acumuladas, o municpio afasta, ao longo de sua
Alm disso, algumas das espcies de algas histria, as tendncias de crescimento demo-
levantadas (Raphidiopsis sp. e Oscillatoria sp.) grfico a ritmos mais acelerados (Hissa, 1994).
so tpicas de florao algal de cianfitas, Segundo esse autor os municpios com taxas
cujo aparecimento acarreta a maioria dos de crescimento mdio anual so aqueles que
problemas de intoxicao e alergias, quando absorvem maiores parcelas de populao
em contato direto com o homem (Pinto et al., migrante. Esses municpios so responsveis
1985). pela reorientao do fluxo migratrio, no mais
preferencialmente conduzido para a cidade de
A regio apresenta condies ambientais Belo Horizonte. Nesse sentido Pedro Leopoldo
propcias ao desenvolvimento de caramujos est situado em posio intermediria, viven-
vetores, favorecendo potencialmente o apa- ciando uma oportunidade rara em funo de
recimento de vrios focos de doenas. Foram sua vantajosa capacidade econmica insta-
identificadas na rea, Biomphalaria straminae lada, pois em termos demogrficos, a parti-
e B. glabrata, provenientes da sub-bacia do cipao do municpio no conjunto metropolitano
Ribeiro da Mata e da sub-bacia do crrego vem declinando ao longo das ltimas dcadas.
Samambaia.
A economia do municpio pode ser caracterizada
Freitas (1985) aponta a ocorrncia de B. atravs da importncia do setor industrial. A
straminea positivos para a esquistossomose indstria concentra aproximados 80% do total
na Lagoa Santa, localizada no municpio da economia municipal e a expanso da
homnimo. Contudo, o referido estudo registra estrutura produtiva industrial fundamentada
que em 1979/1980 grandes ndices pluvio- nas vantagens locacionais e na disponibilidade
mtricos fizeram transbordar a lagoa, ocasio- de recursos naturais.
nando a eliminao total de toda a vegetao
de sua orla e o desaparecimento de quase todos A principal atividade do setor primrio a
os elementos da fauna daquela comunidade. pecuria dirigida para a criao de gado leiteiro,
Assim, de 1980 at 1984, nenhum exemplar de cavalos de raa e aves para postura. No
Biomphalaria foi coletado na lagoa, significando municpio, 30% dos estabelecimentos so de
a suspenso da transmisso da esquis- natureza agropecuria e a atividade agrcola est
tossomose. Essa ausncia relacionou-se com voltada para culturas temporrias, espe-
o desaparecimento do junco dominante nas cialmente a cultura do milho, do feijo, do arroz
margens da lagoa. O autor, nesse momento, e do tomate. As lavouras permanentes tm
levanta a hiptese de que uma recolonizao como principais produtos a banana, a manga, o
(natural ou artificial) da Lagoa Santa pelo junco abacate e o caf, alm de tubrculos, razes,
pode favorecer o reaparecimento de B. bulbos, legumes e verduras. Na horticultura e
straminae. Alm disso acredita que o desa- fruticultura, o municpio se adianta como um dos
parecimento dessa espcie possibilitar a principais produtores da Regio Metropolitana
colonizao da lagoa por outros moluscos que de Belo Horizonte.
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Gesto Ambiental
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Gesto Ambiental
rural superior urbana. Nas ltimas dcadas, o Foram relacionadas, na sede e nos distritos de
processo inverso tem sido observado. Lapinha e Confins, cinco edificaes religiosas,
merecendo destaque a Igreja Nossa Senhora
O setor agropecurio o que emprega o maior do Rosrio, do incio do sculo XIX e a Capela
nmero de pessoas, seguido do setor de de Santana, de meados do sculo XVIII.
prestao de servios, atividades sociais,
administrao pblica e outras atividades. O Entre as edificaes rurais levantadas em Lagoa
Santa, sete foram consideradas de especial
setor industrial e comercial so inexpressivos,
interesse, destacando-se a Fazenda So
bem como o de transporte, comunicao e
Sebastio, conjunto considerado como uma das
armazenagem. A atividade agrcola dirigida fazendas-emprio das margens do Rio das
para o cultivo do milho, feijo, arroz, mandioca, Velhas, e a Fazenda Fidalgo, com padres
cana e laranja. J na pecuria, predomina a construtivos tradicionais do sculo XVIII.
criao de galinceos, sunos, bovinos e se-
cundariamente de equinos, muares e caprinos. Os stios arqueolgicos, espeleolgicos e
paleontolgicos incluem: oito stios cermicos,
4.4 - Patrimnio Arqueolgico, Espeleol- sete lapas, nove grutas e dois abrigos. Des-
gico, Histrico e Cultural tacam-se os stios cermicos da Fazenda do
Moinho e do Pastinho, onde foram encontrados,
A pesquisa na rea do relevo crstico iniciou- pelo setor de arqueologia da UFMG, no primeiro,
se com os estudos paleontolgicos do natu- alguns batedores de seixos rolados e lascas,
ralista dinamarqus Peter W. Lund. Desde ento alm da citao dos moradores sobre a
as investigaes cientficas foram se desenvol- ocorrncia de machados indgenas, e no
vendo, estando os seus resultados organizados segundo, cacos cermicos e algumas bolas de
e compilados pelos trabalhos desenvolvidos barro queimado, alm de machados indgenas.
pela Universidade Federal de Minas Gerais A Lapa do Jass, prospectada pelo setor de
(Instituto de Geocincias, Instituto de Cincias arqueologia da UFMG, foi considerada pelo
Biolgicas e Museu Estadual do Patrimnio IEPHA um importante stio para preservao e
Natural). desenvolvimento de futuras pesquisas, devido
a presena de sedimento intacto, raro na regio.
O patrimnio histrico tambm se encontra No Abrigo do Bodo, localizado prximo a Gruta
organizado atravs de uma relao dos bens da Lapinha, verificou-se a ocorrncia de um
inventariados na regio da APA Carste de Lagoa patamar com pinturas rupestres no teto e
Santa, realizado pelo Instituto Estadual do sedimento ainda intacto.
Patrimnio Histrico e Artstico de Minas Gerais
No municpio de Matozinhos, no distrito sede e
(IEPHA/MG) em 1995. Todos os municpios da
no Mocambeiro, foram levantadas duas edifi-
APA foram inventariados, com exceo do caes religiosas: a Capela So Jos, que
municpio de Funilndia. considerada a primeira edificao religiosa,
erigida no sc. XVIII, e o Santurio Bom Jesus
No municpio de Lagoa Santa, o casario e as
de Matozinhos. Treze fazendas compem o
edificaes religiosas encontram-se dispersas
acervo de edificaes rurais, destacando-se a
na malha urbana, sugerindo pocas dife- Fazenda Periperi, importante stio arqueolgico;
renciadas de ocupao. J nos conjuntos rurais, a Fazenda Mocambo, pelo conjunto arqui-
na sua maioria de grande monumentalidade, tetnico; e a Fazenda Jaguara, que foi sede do
sobressaem as fazendas-emprio, s margens extinto Vnculo da Jaguara, tombada provi-
do Rio das Velhas, que serviam aos viajantes soriamente pelo IEPHA, em 1984. Os painis
(IEPHA, 1995c). de pinturas de antropomorfos da Lapa do Ballet,
sugerindo um ritual de fecundidade, e o painel
As casas urbanas do perodo colonial apre- de gravaes picoteados da Lapa do Porco
sentam edificaes elevadas, horizontalizadas, Preto so tambm de extrema importncia na
cobertura em quatro-guas, tpicas da regio do regio (IEPHA, 1995b).
relevo crstico (IEPHA, 1995). Dentre os
conjuntos de casas isoladas da fase ecltica, O acervo arquitetnico urbano de Matozinhos
destacam-se a sede da antiga Prefeitura e o caracterizado por exemplares da fase ecltica,
Grupo Escolar Dr. Lund. mesclados a outros sem significao de tcnica
15
Gesto Ambiental
construtiva. Destaque deve ser dado Estao antiguidade do homem, datando a sua presena
da Estrada de Ferro Central do Brasil, inaugu- por volta de 14.000 anos. Permitiu ainda, pela
rada em 31 de agosto de 1895: Estao da Paz primeira vez na Amrica, a datao de obras
(IEPHA, 1995 b). Entre os stios arqueolgicos, rupestres (IEPHA, 1995 d). A Lapa Miguel
espeleolgicos e paleontolgicos (7 lapas, 7 Fernandes tambm continha importantes
grutas, 1 abrigo e 9 stios) merecem destaque achados, como fragmentos de ossos humanos,
os conjuntos de Poes e Cerca Grande, pedras trabalhadas e numerosas pinturas
ambos tombados. rupestres que consistem em zoomorfos (tatu e
cervdeo), antropomorfos e sinais (IEPHA,
O municpio de Pedro Leopoldo iniciou-se com 1995d).
as atividades do bandeirante paulista Ferno
Dias Paes. So raros os exemplares arquite- Um volume considervel de informaes sobre
tnicos que podem ser associados a Pedro toda a rea da APA compem parte do chamado
Leopoldo dos primeiros anos. Como rema- Projeto Vida, realizado pela CPRM (1994a),
nescentes e marcos de sua evoluo histrico- apresentando um inventrio de 289 grutas
urbana esto os sobrados da Companhia levantadas nos municpios de Matozinhos e
Industrial Belo Horizonte e a Escola Estadual Prudente de Morais (5 grutas).
Luiz de Melo Viana Sobrinho (IEPHA, 1995 d).
Em termos paleontolgicos, o Planalto de Lagoa
Foram levantados nos distritos Dr. Lund, Fidalgo, Santa o primeiro e grande marco brasileiro,
Vera Cruz de Minas e sede, seis edificaes pois em Lagoa Santa foram desenvolvidos, por
religiosas. Entre essas merece destaque a Lund, os primeiros estudos paleontolgicos do
Capela de Nossa Senhora do Rosrio, includa pas. Castor Cartelle (1994) resgata de forma
na relao das primeiras de Minas Gerais, magnfica a importncia da regio e de seus
datando, presumivelmente, da transio do pesquisadores, tais como Lund, Reinhardt,
sculo XVII para o XVIII, sendo tpica do perodo Burmeister e Paula Couto para a paleontologia
minerador e tombada pelo IEPHA/MG em 1976. brasileira. O fssil do Homem de Lagoa Santa,
que representa o primeiro homem da Amrica
Onze fazendas e uma edificao urbana, do Sul, foi encontrado na Lapa Vermelha, a
atualmente conhecida como Casa Ferno Dias, poucos quilmetros da cidade de Lagoa
compem o acervo de edificaes. A Casa
Santa. Nas ltimas dcadas, os acervos
Ferno Dias tem sua construo vinculada
paleontolgicos, espeleolgicos e arqueolgicos
formao do antigo arraial do Sumidouro.
vm sendo descaracterizados e destrudos pela
construo tpica do Vale do Crrego do
ao antrpica, sobretudo pelas mineradora e
Sumidouro, apresentando toda a tipologia
pelo turismo predatrio.
estrutural e formal da arquitetura dos sculos
da colonizao de Minas. Essa edificao foi
Para assegurar a preservao e conservao
tombada pelo IEPHA/MG em 1976 e, recen-
desse patrimnio, torna-se necessria a
temente, foi transformada em centro de
articulao dos poderes pblicos, da iniciativa
Referncia Patrimonial Casa Ferno Dias.
privada, das organizaes no-governamentais
Foram levantados 18 stios arqueolgicos, e das comunidades da regio de Lagoa Santa.
espeleolgicos e paleontolgicos no municpio, Para isto a regio conta com a participao ativa
sendo sete tombados pelo IEPHA-MG. Desta- da Casa Ferno Dias, junto com o IEPHA/MG,
cam-se, entre esses, a Lapa e a Lagoa do IPHAN, Conselhos Municipais de Defesa
Sumidouro e o Conjunto Lagoa Vermelha. Ambiental (CODEMA), Organizaes no
governamentais (ONGs), instituies estas
A prospeco realizada na Lapa Vermelha, no engajadas na articulao de iniciativas que
perodo de 1971-76, foi um dos marcos mais resgatem as tradies culturais, bem como
importantes da histria fssil da regio, preservem os patrimnios naturais e histricos
fornecendo registros que comprovaram a da regio.
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Gesto Ambiental
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Gesto Ambiental
para todo o estado. No entanto, sua explorao O conjunto representado pelos monumentos
pode e deve ser feita dentro dos parmetros naturais ou construes que constituem ou
legais, cumprindo as normas de explorao e testemunham eventos notveis do passado,
recuperao. A manuteno do carste e de susceptveis, por isso mesmo de cuidados
toda sua riqueza e complexidade pode especiais, no podem ser considerados como
conviver harmoniosamente ao lado das ativida- fatos isolados dentro de um contexto paisa-
des mineradoras, industriais e de agropecuria, gstico ou histrico a ser preservado para o
deleite potico do visitante ou fenomenolgico
desde que exista um planejamento integrado,
do pesquisador, e sim como um todo, envol-
que considere o conhecimento da dinmica e
vendo as populaes locais, sua cultura, suas
evoluo da paisagem crstica. Este equilbrio
necessidades bsicas e sua qualidade de vida.
s ser alcanado atravs de uma gesto
Da a convenincia de legislar e criar normas
eficiente e participativa. Para tal, importante que tornem possveis o estabelecimento de uma
se fazer cumprir no apenas a legislao que gesto participativa e responsvel, onde cada
acompanha uma rea de proteo ambiental, seguimento deve dar a sua contribuio para
mas utilizar de todos os instrumentos existentes torn-la eficaz e geradora do bem estar de cada
na vasta legislao brasileira. um.
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Gesto Ambiental
carncias dos rgos responsveis, sem a Gerncia, por sua vez, indica o ofcio ou a funo
existncia de uma poltica institucional clara e de gerente e, sendo assim, equivale a gesto,
precisa que, de fato, possibilite uma melhoria administrao ou direo de negcios. Juridi-
no exerccio de gerenciamento das unidades de camente tem sentido de mandato, convencional
conservao. Dessa forma, necessrio que ou contratual, em que se investe a pessoa para
o rgo pblico responsvel pela UC, esteja que possa desempenhar administrao de
presente e seja parte integrante e executiva da negcios de um estabelecimento ou sociedade
gesto. primordial para a efetivao de um comercial, no qual contm poderes amplos para
Plano de Gesto que o IBAMA assuma o seu que se possa cumprir os objetivos do prprio
papel de gestor e realize a articulao entre estabelecimento ou sociedade.
todos os envolvidos com a UC, ou seja, as
diferentes esferas governamentais, o setor Devido complexidade em se administrar uma
produtivo, a comunidade e as associaes que unidade de conservao com as caractersticas
a representam. de uma APA, os pontos estratgicos chaves
para a efetiva implantao do Plano de Gesto
Para complementar, interessante apresentar devem ser destacados:
alguns conceitos que podem ser teis para o
pleno entendimento do documento aqui promoo de iniciativas que visem a assegurar
proposto. Entre estes importante definir os o comprometimento dos diversos atores
termos gesto, administrao, e gerncia, sociais;
apresentados em Possibilidades Alternativas elaborao de instrumentos que assegurem o
para o Manejo e Gerenciamento das Unidades acesso permanente s informaes dispo-
de Conservao (IBAMA/PNMA, 1993 em: nveis sobre a APA, por parte dos diversos
Bernardes, 1995). envolvidos no processo;
Segundo o documento supra citado, num internalizao da dimenso ambiental no
sentido amplo, considerando-se o vocabulrio planejamento regional, municipal e local;
jurdico, gesto significa a administrao
ou gerncia de alguma coisa que seja de fortalecimento das funes de coordenao
outrem e, assim, implica necessariamente na dos processos de gesto;
indicao de uma administrao de bens ou espaldo poltico da equipe de coordenao para
interesses alheios em virtude de mandato cumprir os objetivos programticos do Plano
convencional, de mandato legal ou por mero de Gesto;
ofcio do gestor.
internalizao institucional, gradual, das aes
Administrao, em um sentido amplo, referindo- do Plano de Gesto, de forma que a mdio
se coisa pblica, pode ser compreendida prazo possam ser incorporadas nas atividades
como uma manifestao do poder pblico na gerenciais de rotina dos rgos;
gesto ou execuo de atos ou de negcios
polticos, enquanto em um sentido restrito promoo de parcerias entre o poder pblico,
significa a simples direo ou gesto de instituies privadas, associaes comunit-
negcios ou servios pblicos realizados por rias, centros de pesquisa e universidades, etc;
seus departamentos ou instituies espe- cesso de privilgio aos rgos colegiados;
cializados com a finalidade de prover as
necessidades de ordem geral coletiva. efetivao da participao pblica.
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1
A legislao citada se refere ao interesse especfico na gesto da APA
Quadro I - Principais Instituiues envolvidas diretamente na Gesto Ambiental da APA Carste. (continua)
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FEAM Fundao de direito pblico, criada Pesquisar, diagnosticar, acompanhar e controlar a qualidade Leis: 7.772 de 08/09/1980; 9.525 de
pelo Decreto n 28.163 de 06 de do meio ambiente; desenvolver pesquisas, estudos, sistemas 29/12/1987; 10.545 de 13/12/1991;
junho de 1989, atravs da lei e padres e elaborar normas para o controle da degradao 10.595 de 07/01/92; 10.943 de 27/11/92;
autorizativa n 9.525 de 29 de ambiental e para sua proteo; propor ao COPAM medidas 10.883 de 01/10/1992; 11.504 de
dezembro de 1987, rgo vinculado. necessrias proteo, conservao e melhoria do meio 21/06/94.
Secretaria de Cincia, Tecnologia e ambiente; prestar servios visando utilizao racional do Decretos: 18.782 de 03/11/1977; 20.791
Meio Ambiente do Estado de Minas meio ambiente; desenvolver atividades educativas visando de 08/07/1980; 21.228 de 10-03-1981;
Gerais, com o objetivo principal de compreenso social dos problemas ambientais; formar e 33.944 de 18/09/92; Dec.32.945 de
dar apoio tcnico ao Conselho especializar pessoal para o exerccio de funes inerentes 18/09/1992.
Estadual de Poltica Ambiental sua rea de atuao, por meio de programas de treinamento; Deliberaes Normativas e Resolues do
(COPAM). administrar a Casa de Ferno Dias (centro referencial do COPAM
Carste de Lagoa Santa).
IEF Autarquia estadual, criada pela Lei n rgo responsvel, pela coordenao e execuo da Poltica Leis: 2.606 de 05/01/1962; 10.312 de
2.606 de 05 de janeiro de 1962. Florestal do Estado de Minas Gerais cabendo-lhe: conservar 12/11/1990; 10.561 de 27/12/1991;
e preservar a biodiversidade; proteger e conservar os 10.883 de 02/10./92.
recursos hdricos e o solo; promover o desenvolvimento Decretos: 32.463 de 24/01/1991; 33.944
florestal atravs do reflorestamento com espcies nativas e de 18/09/92.
exticas e da explorao sustentvel da vegetao nativa;
proteger os recursos pesqueiros; promover a educao
ambiental; criar e administrar UCs.
IEPHA Fundao de direito pblico, Proteger e promover o patrimnio histrico, cultural, Leis: Dec.Lei 25 de 30/11/1937; 5.775 de
vinculada Secretaria de Estado da natural e cientfico do Estado, classificando-os sob a 30/09/1971; 8.828 de 05/06/1985.
Cultura, criada pela Lei Autorizativa denominao de bens culturais, os conjuntos urbanos, as
7.775 de 30/09/1971, com as edificaes pblicas e privadas, de qualquer natureza ou
alteraes introduzidas pela Lei finalidade, os stios arqueolgicos, paleontolgicos,
8.828 de 05/06/85. espeleolgicos e paisagsticos, os bens mveis e as obras de
arte integradas.
PLAMBEL*/ Autarquia vinvulada Secretaria de Coordenar a poltica estadual nos assuntos de interesse Leis 11.474 de 26/05/94 - complementar
SEPLAN Planejamento do Estado de Minas comum da RMBH; articular com os municpios integrantes n 26 de 14/01/93.
Gerais, tem a sua origem na da RMBH, com os diversos rgos e entidades federais e
regulamentao da Regio estaduais e com as organizaes privadas, para o
Metropolitana de Belo Horizonte planejamento integrado; promover a implementao de
(RMBH) pela Lei Estadual n 303/74, planos, programas e projetos de investimento na Regio
modificada pelas leis 6.695/75 e Metropolitana de Belo Horizonte.
6.765/76; Lei complementar n 26 de
14 de janeiro de 1993 e reorganizada
Gesto Ambiental
pela Lei 11.474 de 26 de maio de
* Ressalta-se que quando do trmino deste texto a Plambel estava em reestruturao, devendo ser realizada uma reviso de sua atuao
quando da implantao do presente Plano de Gesto.
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Quadro I - Principais Instituiues envolvidas diretamente na Gesto Ambiental da APA Carste. (continuao)
Gesto Ambiental
Para efetivao de uma gesto eficaz na APA preservao do conjunto histrico, cultural,
Carste de Lagoa Santa, necessrio, que turstico e paisagstico que compe o objetivo
ocorra uma ao imediata dos rgos principal da existncia daquela unidade de
encarregados do controle ambiental e de conservao.
Implementao da Co-gesto
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Gesto Ambiental
AES IMEDIATAS
Descrio Responsvel
levantamento completo dos Alvars de Pesquisa solicitados e/ou DNPM
concedidos dentro do permetro da APA
levantamento completo dos Decretos de Lavra concedidos dentro do DNPM
permetro da APA
levantamento de todas as licenas ambientais, concedidas e/ou a FEAM
conceder pelo COPAM, abrangendo o territrio da APA
levantamento das autorizaes ou requerimentos para desmatamento IEF
dentro da APA
levantamento do nmero e localizao das pedreiras e serrarias de pedra FEAM
existentes no mbito da APA
levantamento dos pedidos de parcelamento do solo (loteamentos, IBAMA
chacreamentos, condomnios etc) dentro da APA
definio das reas com restries de uso e de intocabilidade IBAMA
suspenso pelo prazo de 06 (seis) meses de licenas para desmatamento IBAMA/IEF
determinao de auditorias ambientais nas mineraes e indstrias FEAM
poluidoras com monitoramento durante o perodo de 03 (trs) meses
fiscalizao e coibio de qualquer atividade minerria clandestina FEAM
dentro da APA e nas reas adjacentes
suspenso da concesso de alvars de pesquisa e concesso de lavra por DNPM
um perodo de 12 meses
convocao a registro e licenciamento de todas as atividades minerrias FEAM
dentro da APA
definio dos limites e a rea de entorno da APA IBAMA
Para a implantao das aes descritas acima FEAM e DNPM, sendo 02 (dois) para cada rgo.
dever ser feita a institucionalizao da gesto Essa comisso ser denominada Comisso
atravs de um convnio a ser firmado entre os de Implantao do Sistema de Planejamento da
rgos pblicos envolvidos. O convnio dever APA Carste de Lagoa Santa - CISPLAN, que
criar uma comisso de 08 (oito) pessoas, de dever preparar as fases iniciais do Plane-
preferncia tcnicos, indicados pelo IBAMA, IEF, jamento obedecendo as seguintes estratgias:
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Gesto Ambiental
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Gesto Ambiental
conceber normas para gesto da APA; 4(quatro) oriundos do Conselho e trs a serem
trabalhar em parceria com o gerente da APA; convidados entre as pessoas ou entidades de
reconhecido conhecimento tcnico sobre a
cobrar envolvimento e resolues de conflitos especialidade da Cmara, que ser presidida
dos rgos competentes; sempre por um membro nato do Plenrio.
acionar as Cmaras Tcnicas para discusso
As Cmaras Tcnicas esto divididas em:
de polticas e propostas de estudo;
acompanhar o Zoneamento da APA; Cmara Tcnica do Patrimnio Arqueolgico,
Paleontolgico, Espeleolgico e Ecolgico
acompanhar a implementao e desen-
volvimento de aes de monitoramento; Cmara Tcnica dos Recursos Hdricos
contribuir para aes de educao ambiental Cmara Tcnica do Uso e Ocupao do Solo
e valorizao da APA; Cmara Tcnica do Turismo e Atividades
trabalhar em parceria com a Casa Ferno Sociais e Culturais
Dias, centro de referncia histrico-cultural da
APA; Alm das Cmaras, devero ser cadastrados
consultores que sero acionados para emitir
definir e propor mecanismos de incentivo a pareceres sobre processos que dependerem de
pesquisas que contribuam para o aprimo- deciso do Conselho, ou seja, aquelas que
ramento direto da gesto da APA; forem definidas no Regimento Interno, respei-
estimular a criao de ONGs ou comits tando-se a legislao. Esses consultores
comunitrios; devero ser resgatados preferencialmente das
universidades, institutos de pesquisas e/ou
reforar o processo participativo com prefei- organizaes tcnicas que atuam nos diversos
turas, empresas, associaes, universidades, campos do conhecimento de interesse da APA
ONGs, entre outros; Carste de Lagoa Santa.
estabelecer mecanismos de controle e
prestao de contas da gerncia da APA; As Cmaras Tcnicas devero se reunir, numa
periodicidade a ser definida, para gerar pro-
estabelecer avaliaes contnuas dos resul- postas de polticas ambientais. Essas cmaras
tados alcanados. tero uma funo mais criativa e intelectual,
O Conselho dever contar com 04 Cmaras trabalhando nas propostas de administrao e
Tcnicas Especializadas, que funcionaro cada co-gesto da APA, nos seus respectivos
uma contando com 7 (sete) membros, sendo campos de conhecimento.
Estrutura de Gesto
Conselho
da APA
Secretaria
Consultores
Executiva
Credenciados
(IBAMA)
Patrimnio
Turismo e
Arqueolgico, Uso e
Recursos Atividades
Paleontolgico, Ocupao
Hdricos Sociais e
Espeleolgico do Solo
Culturais
e Ecolgico
29
Descrio Prazo ( n de meses)
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18
levantar, junto s Universidades, CETEC, SBE e CPRM, todos os cadastramentos
de grutas e stios arqueolgicos existentes na rea da APA
solicitar junto FEAM para que seja dada uma ateno especial a rea crstica, no
programa de monitoramento da Bacia do Rio da Velhas no Programa do Prosam.
realizar o levantamento dos grupos locais que desenvolvem atividades culturais,
cadastrando os eventos por eles promovidos, para incluso em calendrio turstico e
boletins informativos a serem confeccionados para a divulgao da APA
elaborar projetos de valorizao da APA Carste e promoo de seminrios,
executados pelas ONGs locais, para debater com as comunidades as propostas de
gerenciamento da UC.
definir os stios que podero ter acesso pblico e aqueles que sero restritos a partir
de avaliaes j realizadas e de consultas a cientistas de notrio saber.
instalar em pontos considerados estratgicos e de alta circulao, placas indicativas
nos limites da APA, com informaes sobre a unidade de conservao.
estruturar bancos de dados sobre o patrimnio arqueolgico, paleontolgico e
espeleolgico e sobre as pesquisas existentes na rea da APA.
normatizar as pesquisas na rea, proibindo que pessoas no credenciadas pelas
Universidades ou pelos rgos responsveis, coletem, tenham a guarda ou a
manuteno de peas originrias dos stios arqueolgicos, paleontolgicos e
espeleolgicos existentes na APA ou no seu entorno.
Quadro 3 - Aes de mdio e longo prazos (Conselho de Co-Gestso da APA Carste. (continua)
Gesto Ambiental
30
Gesto Ambiental
Descrio Prazo ( n de meses)
transformar a Casa Ferno Dias num centro de referncia histrico e de educao
ambiental da APA, dotando-o de infra-estrutura para tal.
promover debates com a comunidade local sobre todos os projetos inseridos no
planejamento da gesto da APA, visando divulgar as medidas a serem adotadas,
bem como o cronograma e os responsveis pela realizao dos mesmos.
desenvolver, junto com os municpios envolvidos, projetos sobre a deposio do
lixo urbano e indicao das melhores tcnicas de manejo desta atividade, apoiando
as Prefeituras na elaborao do EIA/RIMA, contando para isto com a participao
da FEAM, CETEC, COPASA e SEPLAN.
estabelecer, nos locais de visitao permitida, uma infra-estrutura mnima, com
guias treinados para dar informaes aos usurios e distribuir folhetos educativos,
contendo notas explicativas sobre a APA Carste de Lagoa Santa e normas de
proteo a serem respeitadas sob as penas da lei.
criar um programa de monitoramento das guas, tanto de superfcie quanto as
subterrneas, estabelecendo reas frgeis e limitando as atividades antrpicas que
possam comprometer a qualidade das mesmas
desenvolver projetos de incentivo ao turismo no territrio da APA, incentivando a
participao dos grupos locais na venda de seus artesanatos, e estabelecendo infra-
estrutura que possibilite o trabalho das pessoas envolvidas.
elaborar um programa para preveno e combate a incndios florestais junto com a
comunidade local.
reavaliar as solicitaes de parcelamento do solo na rea da APA, informando os j
aprovados, para que se faa um programa de conscientizao dos proprietrios
destinado a esclarecer as limitaes existentes para o uso do solo, contando para isto
com a participao da SEPLAN e das Prefeituras envolvidas.
Quadro 3 - Aes de mdio e longo prazos (Conselho de Co-Gestso da APA Carste. (continuao)
31
Descrio Prazo ( n de meses)
solicitar EMATER uma proposta de tecnologias alternativas para a agricultura
existente dentro do territrio da APA, revocacionando as prticas de adubao e
aplicao de defensivos nas reas que possam comprometer ou estar
comprometendo a qualidade das guas do carste.
executar, como medida preventiva, um estudo para subsidiar a classificao dos
cursos dgua dentro do permetro da APA, de acordo com a Resoluo/CONAMA
n 20 de 18 de julho de 1986.
criar, junto aos municpios, um programa destinado ao assentamento de redes de
esgotos nas reas dos municpios de Matozinhos e Pedro Leopoldo, determinando a
desativao das fossas em locais que possam representar perigo de infiltrao,
contando para isto com o assessoramento da COPASA.
promover o levantamento da situao do parcelamento do solo urbano dentro e no
entorno da APA, propondo medidas visando compatibilizar os loteamentos e a
implantao de novos assentamentos existncia da UC e suas limitaes. Este
processo dever ser desenvolvido junto com as comunidades locais sob a direo da
SEPLAN e das prefeituras.
elaborar junto com o empresariado local proposta do Plano para o
Desenvolvimento Sustentado da APA Carste de Lagoa Santa no mbito do
territrio da APA, estabelecendo os limites em relao ao assentamento de novas
atividades empresariais, anlise sobre qualquer proposta de se criar Distritos
Industriais; forma efetiva de parcerias no desenvolvimento de projetos para APA e
os seus entornos
Quadro 3 - Aes de mdio e longo prazos (Conselho de Co-Gestso da APA Carste. (continuao)
Gesto Ambiental
41
32
Gesto Ambiental
A co-gesto uma prtica nova, sendo que os um gerador de idias e solues para os
seus resultados ainda so imprevisveis. Assim, conflitos de interesses sociais e polticos.
o Plano de co-gesto no pode ser um conjunto
de normas rgidas e inflexveis, sendo suas As aes de mdio e longo prazo aqui propostas
propostas de ao avaliadas, retroalimentadas devero ser desenvolvidas a partir da participao
mais ampla dos seguimentos interessados. Essas
e reorientadas periodicamente. O planejamento
aes devero ser discutidas e consideradas no
das aes no poder ser um produto acabado,
Plano Operacional da APA Carste.
mas fruto de processo interativo entre os rgos
gestores, os municpios e a sociedade. Os procedimentos que se desenvolverem
atravs de parcerias entre a populao e os
Dessa maneira, o Conselho e as Cmaras rgos pblicos federal, estadual e municipal
Tcnicas tero um papel fundamental ao estudar representaro uma dinmica de proteo que,
e propor as polticas de administrao no se executada com responsabilidade mtua,
processo dinmico de co-gesto. importante garantir a preservao do conjunto paisagstico,
ressaltar que as Cmaras no devero histrico e cultural do carste, bem como far
funcionar como um forum para defender com que a APA cumpra as suas finalidades de
interesses especficos, mas sim como proporcionar o bem estar s populaes locais.
33
Gesto Ambiental
8 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ABSABER, A.N. 1971. A organizao natural das paisagens inter e sub-tropicais. Em: IIIo Simpsio sobre o
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Dissertao de Mestrado.
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41
34
Gesto Ambiental
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35
Gesto Ambiental
9 - GLOSSRIO
COBERTURA LATERTICA: relativo laterita. Formado FSSIL: qualquer vestgio da vida a mais de
de laterita, ou que a contm. Designao 12.000 anos atrs: ossos, ovos, pegadas,
comum aos solos vermelhos das zonas midas impresses, etc.
e quentes. Cientificamente o solo cujos os
elementos principais so o hidrxido de alumnio FRONTOGNESE: formao de um sistema frontal.
e o de ferro, tendo as guas pluviais lixiviado a
slica e diversos ctions. Sendo a rocha rica em GNAISSE: rocha metamrfica feldsptica lami-
alumina, a laterita que dela se provier ter o nome nada, nitidamente cristalina, e de composio
de bauxita, o principal minrio de alumnio. mineralgica muito varivel.
Formao superficial constituda por solos
ferralticos. GRUPO BAMBU: rochas do SUPER GRUPO SO
FRANCISCO do Pr-Cambriano Superior (mais
C OLVIO: poro superficial do manto de de 500 milhes de anos), constitudas por
alterao que sofreu algum transporte, no se metasedimentos em sua maioria filticos e
encontra in sito. carbonticos.
41
36
Gesto Ambiental
37
ANEXO I a
Relao dos Participantes do 1 Seminrio
Participativo para o Delineamento do Plano de
Gesto da APA Carste de Lagoa Santa
1. Andr Prous - Museu de Histria Natural - UFMG
2. Antonio V. da Silva - PMMG - Polcia Florestal
3. Castor Cartelle - F. Biodiversitas/UFMG/COPAM
4. Ceres Virgnia Renn Moreira - CETEC
5. Elinete Vasconcelos - IEPHA
6. Enrique Duarte Tavares - Movimento Por Poes
7. Fernando Antnio de Oliveira - CPRM
8. Gilberto Pedralli - CETEC
9. Gisela Herrmann - Fundao Biodiversitas
10. Heinz Kohler - Museu de Histria Natural/UFMG
11. Hlio F. Werneck Pires - Prefeitura de Lagoa Santa
12. Hiroy Yuki Nemoto - DIREC/IBAMA
13. Ivson Rodrigues - IBAMA - SUPES/MG
14. Jarbas F. Soares - Cia de Cimento Cau S/A
15. Joo Cmara - DIREC/IBAMA
16. Joaquim Martins - FEAM/ Consultor F. Biodiversitas
17. Julio Csar Duarte - Consultor F. Biodiversitas
18. Luiz P. de Alvarenga Junior - Cia de Cimento Mau S/A
19. Marlia V. Duarte - Esotrekking Empresa Turismo
20. Mauro Lobato - Prefeitura de Pedro Leopoldo
21. Miriam Dias - FEAM
22. Miriam Ester Soares - Fundao Biodiversitas
23. Monica T. Lana - FEAM
24. Noel Aquino - IBAMA - SUPES/MG
25. Patrcia Garcia S. Carvalho - UFMG
26. Reginaldo Pessanha - Prefeitura de Matozinhos
27. Ricardo Marra - DIREC/IBAMA
28. Ricardo Milito - GTZ
29. Rogrio Tavares de Oliveira - Casa Ferno Dias
30. Vanesse das Graas Roberto - Prefeitura de Funilndia
31. Virgnia Helena Carvalho de Castro - Faculdade de Cincias Humanas de
Pedro Leopoldo
32. Wolfgang Wallz Hilermann - GRUPPEPACC
III
ANEXO I b
Relao dos Participantes do 2 Seminrio Participativo
para o Delineamento do Plano de Gesto
da APA Carste de Lagoa Santa
1. Alenice Motta Baeta - Universidade Federal de Minas Gerais
2. Alexandre Magno de Oliveira - PMMG - 8 a Cia de Polcia Florestal
3. Ana Rita de Oliveira - CIMINAS S/A
4. Carlos Henrique Rangel - Instituto Estadual do Patrimnio Histrico Cultural /
Superintendncia de Pesquisa e Proteo
5. Castor Cartelle Guerra - Fundao Biodiversitas/UFMG
6. Cludia M. R. Costa - Fundao Biodiversitas
7. Dominique K. Passburg - IGA/CETEC
8. Elinete Prado Vasconcelos - IEPHA/MG
9. Enrique Duarte Tavares - Movimento Por Poes
10. Gisela Herrmann - Fundao Biodiversitas
11. Helder Naves Torres - IEPHA / Superintendncia de Pesquisa e Proteo
12. Hlio Antnio de Souza - CPRM
13. Ilmar Bastos Santos - Fundao Biodiversitas
14. Ivson Rodrigues - IBAMA - SUPES - MG
15. Joo Batista Drummond Cmara - IBAMA- DIREC
16. Joaquim Martins da Silva Filho - FEAM
17. Luiz P. Alvarenga Junior - Brasil Beton S/A
18. Marcos Carvalho Barros - Brasil Beton S/A
19. Marcus Vinicius Gonalves Ferreira de Andrade - IGA/CETEC
20. Maria Elisa Castelhanos Sol- Instituto Estadual de Florestas - MG
21. Marlia Belisrio Bouchardet - COPASA MG
22. Maurcio Cravo - Assoc. Mineira de Defesa do Ambiente - AMDA
23. Mauro da Costa Val - Departamento de Recursos Hdricos - MG
24. Mauro Lobato Martins - Prefeitura Municipal de Pedro Leopoldo
25. Mrcia Maria Salem Diniz - IBAMA - SUPES/MG
26. Mriam Cristina Dias - FEAM - Fundao Estadual do Meio Ambiente
27. Mnica Fiachur - IPHAN
28. Mnica Torrent Lana - FEAM - Fundao Estadual do Meio Ambiente
29. Monice D. Rodrigues - CEMIG e ABES
30. Nelson Isutsumi - CIMINAS S/A
31. Patrcia Garcia Carvalho - Fundao Biodiversitas
32. Paulo Emlio G. Filho - COPASA-MG
33. Renilde Santos Rocha - Movimento Por Poes
34. Rogrio Tavares de Oliveira - FEAM/Casa Ferno Dias
35. Rony Wagner de Almeida - Prefeitura de Pedro Leopoldo
36. Rosngela Albano Silva -Centro de Arqueologia Annette Lomoing / Prefeitura
Municipal de Lagoa Santa
37. Valria Caldas Barbosa - COPASA MG
38. Vilma Elisirio da Cunha - DIREC/DICOE/IBAMA
39. Vili Tomich - IEF MG
40. Virgnia Helena Carvalho de Castro - Faculdade de Cincia Humanas de
Pedro Leopoldo
41. Wagner Viana Silva - ICAL - Indstria de Calcinao Ltda.
42. Wolfgang Wal Hillermann - GRUPPEPACC e Fazenda Modelo
IV
ANEXO II
Legislao Brasileira sobre a Proteo dos Stios Arqueolgicos,
Paleontolgicos e Espeleolgicos
LEGISLAO BRASILEIRA SOBRE A PROTEO DOS STIOS
ARQUEOLGICOS, PALEONTOLGICOS E ESPELEOLGICOS
VI
Gesto Ambiental
de 1937, apenas arrolou os bens de valor Cavernas - Toda e qualquer cavidade natural
arqueolgico como constituinte do patrimnio subterrnea penetrvel pelo homem,
histrico e artstico nacional, susceptveis de incluindo o seu ambiente, seu contedo
serem tombados. mineral e hdrico, as comunidades animais
e vegetais ali agregadas e o corpo rochoso
Outra tentativa de se criar uma estrutura de onde se insere;
proteo legal deste importante patrimnio,
envolvendo sobretudo alguns segmentos mais A Constituio Federal de 1988, em relao a
voltados para os problemas, foi a COMISSO todas as demais legislaes existentes,
ESPECIAL criada pela Resoluo CONAMA N constitucionais ou ordinrias, a que apresenta
009/86, para tratar de assuntos relativos o maior avano no que diz respeito proteo
preservao do Patrimnio Espeleolgico das grutas e dos stios arqueolgicos ou pr-
composta pelos seguintes organismos: histricos.
VIII
ANEXO III
Decreto 98.881 - 25 de janeiro de 1990
1882 Seo I DIRIO OFICIAL SEXTA-FEIRA, 26 JAN 1990
XVII
Gesto Ambiental
II a utilizao dos instrumentos legais e dos I aps estudo do projeto, exame das
incentivos financeiros governamentais, para alternativas possveis e a avaliao de suas
assegurar a proteo da Zona de Vida Silvestre, conseqncias ambientais;
o uso racional do solo e outras medidas
referentes salvaguarda dos recursos II mediante a indicao das restries e
ambientais, sempre que consideradas medidas consideradas necessrias
necessrias; salvaguarda dos ecossistemas atingidos;
XIX
Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos
e da Amaznia Legal
MEIO BITICO
CPRM
Servio Geolgico do Brasil
VOLUME II
MEIO BITICO
Gisela Herrmann
Heinz Charles Kohler
Jlio Csar Duarte
Patrcia Garcia da Silva Carvalho
Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal
Gustavo Krause Gonalves Sobrinho
Diretor de Ecossistemas
Ricardo Jos Soavinski
Edio
Belo Horizonte
1998-04-02
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
IBAMA
Moacir Bueno Arruda
Coordenador de Conservao de Ecossistemas
Eliana Maria Corbucci
Chefe da Diviso de reas Protegidas
Ricardo Jos Calembo Marra
Chefe do Centro Nacional de Estudo, Proteo e Manejo de Cavernas CECAV
Jader Pinto de Campos Figueiredo
Superintendente do IBAMA em Minas Gerais
Ivson Rodrigues
Chefe da APA Carste de Lagoa Santa
CPRM
Osvaldo Castanheira
Superintendente Regional de Belo Horizonte
Fernando Antnio de Oliveira
Gerente de Hidrologia e Meio Ambiente
Jayme lvaro de Lima Cabral
Supervisor da rea de GATE
Helio Antonio de Sousa
Coordenador
Edio e Reviso
Valdiva de Oliveira
Ruth La Nagem
Capa
Wagner Matias de Andrade
Diagramao
Washington Polignano
Ficha Catalogrfica
Estudo do meio bitico; organizado por Gisela Herrmann, Heinz Charles Kohler,
Jlio Csar Duarte [et al.]. Belo Horizonte: IBAMA/CPRM, 1998.
Contedo: V.1. Meio fsico V.2. Meio bitico - V.3. Patrimnio espeleolgico,
histrico e cultural V.4. Scio-economia.
CDU 577-4
RELATRIO TEMTICO
FUNDAO BIODIVERSITAS
Coordenao do Tema
Patrcia Garcia da Silva Carvalho
Equipe de Consultores
Avifauna: Lvia Vanucci Lins
Ricardo Bomfim Machado
Marcelo Ferreira de Vasconcelos - estagirio
Equipe de Apoio
Elizabeth de Almeida Cadte Costa Desenho Cartogrfico
Maria Alice Rolla Pecho Editorao
Maria Madalena Costa Ferreira Normalizao bibliogrfica
Rosngela Gonalves Bastos Souza Gegrafa
Rosemary Corra Desenho Cartogrfico
Terezinha Incia de Carvalho Pereira Digitalizao
Valdiva de Oliveira Editorao
Digitalizao
GERIDE - Gerncia de Relaes Institucionais e Desenvolvimento
APRESENTAO
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Renovveis IBAMA, no cumprimento de sua misso
institucional de executar a Poltica Nacional do Meio Ambiente tem, entre seus principais objetivos, o
de criar, implantar e realizar a gesto de reas protegidas, identificadas como amostras representativas
dos ecossistemas brasileiros.
Dentro da estratgia do IBAMA de estabelecer parcerias, em todos os nveis, foi celebrado um convnio
entre o IBAMA e o Servio Geolgico do Brasil CPRM, objetivando a execuo do Zoneamento
Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa. Esse trabalho foi conduzido por equipe multidisciplinar
composta por tcnicos da CPRM, da Fundao BIODIVERSITAS, do Museu de Histria Natural da
UFMG e por consultores nas reas jurdica, socioeconmica e ambiental.
O conjunto de informaes contidas nos quatro volumes referentes aos relatrios temticos do
Zoneamento da APA Carste de Lagoa Santa, representa um valioso e detalhado acervo de
conhecimento sobre a regio, constituindo o insumo fundamental para o delineamento do Zoneamento
Ambiental, apresentado em volume especial.
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
1 - INTRODUO
A rea de Proteo Ambiental - APA - foi agropecurias. Ainda, no sculo passado, era
introduzida no Brasil pela Lei 6.902, de 17 de relatada a destruio das grutas para a
abril de 1981. Trata-se de uma unidade de explorao predatria do salitre (Lund, 1935).
conservao de uso direto, dispensando O mesmo procedimento se observa em relao
qualquer desapropriao, por no intervir atividade agropecuria, relatada por Warming
diretamente no direito de propriedade garantido (1892) como responsvel pela devastao das
constitucionalmente. Trata-se de uma categoria matas para o desenvolvimento das lavouras, e
surgida no elenco de reas protegidas dos campos para a transformao em pastos,
legalmente, baseada em algumas experincias nos grandes latifndios, ali, resultando inclusive
europias, principalmente na Frana, a partir na extino de representantes da flora. J
dos seus Parques Naturais (pores territoriais estavam traados, desde ento, a vocao para
para a preservao, que interessam tanto ao agropecuria da regio e os processos de
governo quanto aos moradores e proprietrios). alterao e fragmentao dos sistemas naturais.
No Brasil, existem APAs federais, estaduais e
municipais. Atualmente, a maior fonte dos recursos
econmicos da regio a minerao do
A principal funo de uma APA agir como calcrio, justamente o elemento responsvel
instrumento de ordenamento e controle do uso pela formao deste importante patrimnio
da terra em locais de especial interesse para a histrico, cultural e paisagstico: o conjunto
conservao dos recursos naturais. Para que crstico da regio de Lagoa Santa. Alm da
isso ocorra, so executados controles no mbito minerao e das indstrias, a expanso urbana,
do seu territrio, visando minimizar impactos que a agricultura e a pecuria so atividades
possam descaraterizar a importncia dos seus presentes na APA.
ecossistemas, limitando ou proibindo atividades
incompatveis com o bem-estar, principalmente, A regio do planalto de Lagoa Santa encontra-
da populao local. Em resumo, quanto a sua se sob a influncia de dois domnios
ao, a APA apresenta duas caractersticas fitogeogrficos principais: Mata Atlntica e
bsicas: Cerrado (IBGE, 1995). Apresenta ainda
algumas peculiaridades relacionadas
proteo dos recursos naturais em grau presena de enclaves de vegetao semelhante
parcial; Caatinga, nas reas dos afloramentos
calcrios, que seriam originados dos processos
uso direto sustentvel de, pelo menos, parte de expanso e retrao dos climas secos na
dos recursos disponveis. evoluo do continente sul americano
(AbSaber, 1977).
A APA Carste de Lagoa Santa foi criada pelo
Governo Federal em 1990, abrangendo parte Zoogeograficamente, a regio da APA Carste
dos municpios mineiros de Lagoa Santa, de Lagoa Santa pertence provncia faunstica
Matozinhos, Pedro Leopoldo e Funilndia com do Cariri-Boror de Mello-Leito (1946),
rea total de cerca de 35.900 hectares. Situada considerada por esse autor, como uma larga
em regio crstica mineira, essa unidade de faixa de campos e savanas entre as bacias dos
conservao foi criada com o objetivo de rios Amazonas, Prata e So Francisco. A regio
proteger um dos mais importantes stios insere-se em zona geogrfica de Contatos/
espeleolgicos do pas, possuidor de grande Enclaves com Floresta Atlntica, conforme
riqueza cientfica e cultural, alm de belezas Braga & Stehmann (1990), caracterizando-se
cnicas. tambm, sob o ponto de vista zoogeogrfico,
como uma rea de transio entre os biomas
A colonizao da regio de Lagoa Santa iniciou- Cerrado e Mata Atlntica.
se no final do sculo XVII, com a vinda dos
bandeirantes com a extrao de ouro nos Warming (1892) descreveu as diferentes
depsitos aluvionrios (Walter, 1948). Desde formaes vegetacionais da regio de Lagoa
essa poca, a regio passou a sofrer alteraes Santa dividindo-as em primitivas ou naturais
em funo das atividades mineradoras e (matas, campos, brejos e lagoas) e secundrias
41
1
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
2
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
41
3
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
2 - OBJETIVOS
41
4
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
3 - METODOLOGIA
41
5
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
patrimnio natural. Essa zona deve funcionar delimitao da zona ncleo, de acordo com as
como uma transio entre as reas de intensa especificidades do grupo. Os critrios utilizados
explorao e ocupao e as de conservao. podem ser agrupados da seguinte forma:
ZONA DE USO INTENSIVO - Essa zona se caracteriza A - Caractersticas biolgicas das reas:
por apresentar um intenso uso e ocupao do
solo. Sua funo dar oportunidade riqueza de espcies
consolidao da urbanizao e industrializao
regional. Entretanto, essas atividades devem ser abundncia de indivduos
disciplinadas e harmonizadas com a
conservao dos recursos naturais. estado de conservao
6
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
MAPAS TEMTICOS
Avaliao
por
Matrizes de importncia relativa critrios
dos critrios dos grupos temticos mltiplos
Figura 1 - Esquema geral da metodologia de avaliao por critrios mltiplos utilizada para o zoneamento.
41
7
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
8
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
0 0 0
6 05
L e gen d a
M ata
sem id ecdua
M ata d ecdu a
P rojeo U T M 0 0 0
6 00
(co orde nad as e m m etro s)
0 0 0
6 10 C errado
Tran s. M ata/
0 2 ,5 3 ,7 5 5 km C errado
7 85 0
Pasto
Pasto sujo
P lan tio s
Ri
o
L ago as
da
0 0 0
7 83 5
s
Ve
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reas u rbanas
as
A erop orto
14
M in era es
A floram ento
0 0 0
roch oso
7 84 0 2
1 0 0 0
6 15
12
13
0 0 0
3
7 83 5
11 4
5 7 83 0
10
6 L ago a Santa
7 Vesp asiano
8 Tavares
9 L ago a dos M a res
10 C onfins 6
7 82 5
0 0 0
9 8
11 L ago a de Santo A ntnio
12 M oc am beiro
13 M ato zinhos
14 Q uin tas da Fa zendinha
7
41
9
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
10
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
rea e para todos os grupos amostrados. Para Em cada parcela de 250m2, foram amostradas
o reconhecimento e a escolha das reas de duas subparcelas de 5m2 (5m x 1m), onde foram
amostragem, foi realizada uma viagem a campo, registrados todos os indivduos com
com dois dias de durao, da qual participaram circunferncia inferior a 15cm que
membros das diversas equipes envolvidas nos apresentassem altura superior a 50cm.
estudos biolgicos da APA. Em conjunto, foram
escolhidas reas representativas das diferentes Dos indivduos no identificados em campo,
formaes vegetacionais existentes, distribudas foram coletadas e processadas amostras,
ao longo de toda a rea (Tabela 1 e Figura 3). sempre que possvel com material frtil, para
Nesse estudo foi adotada a terminologia identificao em laboratrio, com auxlio de
utilizada pelo IBGE (1992), padronizada com a literatura especializada e com a comparao
nomenclatura internacional da vegetao. com exsicatas do herbrio BHCB - UFMG. As
espcies que apresentavam material frtil,
3.2.2 - Coleta dos dados em campo independentemente de estarem dentro das
parcelas, tambm tiveram amostras coletadas
A coleta de dados em campo foi realizada e processadas para posterior incorporao
mensalmente, no perodo de setembro de 1995 coleo do herbrio.
a fevereiro de 1996.
Atualizao do mapa de cobertura vegetal
3.2.2.1 - Flora
Durante os trabalhos de campo, foi levantada
Levantamento florstico e Fitossociolgico toda a rea da APA para a correo e a
atualizao do mapa de cobertura vegetal. Ao
Para a coleta de dados fitossociolgicos, foram longo das estradas e vias de acesso, procurou-
amostradas dez parcelas de 250m2 (50m x 5m) se comparar a cobertura vegetacional com o
em cada rea. Dentro de cada parcela, foram padro existente nas ortofotos em escala
medidos todos os indivduos com circunferncia 1:10.000 (CEMIG, 1989) e mapas em escala
a partir de 15 cm. No caso das formaes 1:50.000 (CETEC, 1991). reas de padro
florestais, mediu-se a circunferncia altura do pouco ntido foram visitadas para se conferir sua
peito (CAP), e nos cerrados, mediu-se na base tipologia, com base no porte, estrutura e
do tronco. Alm da circunferncia, anotou-se a composio florstica. As alteraes foram
altura estimada e a identificao do indivduo. incorporadas ao mapa de uso do solo.
A MBIENTES / REAS TRABALHADAS E QUIPES
F LORESTA E STACIONAL S EMIDECIDUAL
Mata Lagoa da Cauaia - Fazenda Cauaia flora, avifauna, mastofauna
Mata Vargem Comprida - Fazenda Castelo da Jaguara flora, avifauna
Mata Castelo da Jaguara - Fazenda Castelo da Jaguara flora, mastofauna
Mata Lapinha - Fazenda da MBR flora
F LORESTA E STACIONAL D ECIDUAL
Mata da Horta - Fazenda Cauaia flora, mastofauna
Mata de Poes - Divisa de propriedade Mau / Soeicom flora, avifauna
Fazenda Cerca Grande mastofauna
T RANSIO MATA /CERRADO
Mata Infraero - rea da Infraero flora, avifauna, mastofauna
Mata Imprio - Fazenda Imprio avifauna, mastofauna
Mata Quinta do Sumidouro avifauna
C ERRADO
Cerrado Aeronutica - trevo de Lagoa Santa / Confins flora
Cerrado Imprio - Fazenda Imprio flora
Cerrado Promisso - Stio da Pedreira, Lagoa Santa flora
Cerrado Sumidouro - Estrada Quinta do Sumidouro/Lapinha flora
V EGETAO DE AFLORAMENTOS CALCRIOS
Pedreira da Cauaia - Fazenda Cauaia flora
Nota: As reas trabalhadas pela equipe de ofidiofauna no se encontram listadas nessa tabela por no
terem sido distribudos por ambiente.
Tabela 1 - reas amostradas pelas equipes de flora, avifauna e mastofauna distribudas de acordo com o
ambiente.
11
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
12
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
L ag oa G ran d e
C .F un il nd ia
P ed re ira C au aia
C . Ja gu ara
# #
L . C a ua ia V. C om prida
H o rta #
Im p rio
Mau
Q . S um id ou ro
C e rca G ran de
#
# C . S um id ou ro
P o es
#
P eri-P eri M u a m be iro L . S u m ido uro
M ATO Z IN H O S
#
L ap in h a
P E D R O LE O P O LD O Infra ero
C o nfins
C . P ro m iss o L AG O A S AN TA
#
L . M are s
C . A ero n utica
V E S PA S IA N O
re a s d e a m o stra g e m
F lo ra L im ite d a A PA C a rste d e L ag o a S a n ta
# O fid io fa u n a C id ad e s /M un icp io s
Av ifa u n a -tra n s e cto D istrito s, Vilas , P ov o a d o s
Av ifa u n a -v is ita s A e ro p o rto
M a sto fa u n a -p e q u e no s m a m fe ros Lagoas
M a sto fa u n a -q u ir p te ro s
41
13
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
de aves na regio, poca pois de maior atividade ambientes presentes na rea de estudo e
das aves, resultando, conseqentemente, na complementar o inventrio. As reas
obteno de um maior volume de dados e na amostradas foram selecionadas a partir da
deteco de vrias espcies migratrias que a anlise dos mapas e ortofotos da regio da
nidificam. indicao por outras equipes ou da identificao
a partir dos caminhos percorridos. Procurou-se
Foi adotado o transecto de pontos fixos segundo amostrar os mais diversos ambientes, dando
Bukland et al. (1993). Foram demarcados dez preferncia aos remanescentes vegetacionais
pontos, distantes 100 metros entre si, em cada mais representativos em termos de porte e
uma das reas trabalhadas. Cada um dos conservao. Nesses foram realizadas
pontos, em cada rea, foi amostrado durante caminhadas (transectos no-sistemticos),
um perodo de dez minutos, em cada anotando-se todas as espcies de aves
campanha. Nesse intervalo de tempo, todos os observadas e determinadas caractersticas do
indivduos observados visual e/ou auditivamente ambiente (tipo de ambiente, estado de
foram registrados. Alm disso, foi anotado o conservao). Procurou-se percorrer o mximo
estrato da vegetao em que se deu o registro possvel da rea, para uma avaliao geral dos
(inferior, mdio e superior) e a estimativa da remanescentes e dos ambientes existentes.
distncia da ave em relao ao observador. Foi
considerado um raio de 20 metros a partir do Alm das atividades diurnas, foram realizadas
observador, no qual todas as espcies amostragens durante o perodo crepuscular/
presentes no momento da amostragem foram noturno para o registro de aves que so ativas
registradas e constam das anlises nessas horas (corujas, curiangos e bacuraus).
comparativas. As espcies registradas alm
dessa faixa-limite foram somente para As reas amostradas foram a Lagoa do
complementar o inventrio da rea de Sumidouro; pasto sujo da Fazenda Imprio;
amostragem. Alm desses indivduos, tambm mata decidual da Gruta da Lapinha; Lagoa
os que utilizaram apenas o espao areo, como Grande (Fazenda Planalto da Jaguara);
certos gavies, maritacas e papagaios, cascalheira prxima Fazenda Jaguara (rea
andorinhes e andorinhas, foram registrados prxima ao Rio das Velhas com vegetao de
para o inventrio. mata ciliar, muito degradada em virtude da
retirada desordenada de cascalho); mata
As amostragens foram realizadas sempre na decidual da Cimentos Mau; Lagoa dos Mares;
parte da manh, perodo de maior atividade das Cerrado Funilndia (localizado no limite norte
aves, iniciando-se logo aps o nascer do sol e da APA e Cerrado Promisso.
estendendo-se at por volta das dez horas. O
perodo da tarde foi dedicado procura de novas Captura com redes
reas para visitao e reconhecimento geral da
APA, alm da realizao de visitas no- Com o objetivo de detectar espcies difceis de
sistemticas s reas previamente selecionadas. serem observadas e/ou identificadas apenas
visual ou auditivamente, foram realizadas
Alm da caracterizao da avifauna nas reas capturas com redes. Utilizaram-se redes de
de amostragem, foi avaliada a estrutura da neblina (ATX-12 metros) que eram dispostas em
vegetao, visando detectar a existncia de trilhas, a partir de 0,5 metro do solo. Em cada
relao entre a riqueza e composio da rea, foram armadas nove redes, que
avifauna e a estruturao do ambiente. Foram permaneciam abertas durante toda a manh, a
escolhidas 13 variveis (contnuas, discretas ou partir do nascer do sol e por um perodo de cerca
subjetivas) que se encontram no anexo19. A de cinco horas. O nmero total de dias
medio dessas variveis ocorreu nos mesmos trabalhados em cada rea foi: Mata Lagoa da
dez pontos de amostragem de aves em cada Cauaia - cinco; Mata Imprio - dois; Mata da
rea. As medidas de cada varivel foram Infraero - dois e Mata da Cimentos Mau - dois.
coletadas num raio de trs metros.
Os indivduos capturados foram identificados,
Amostragens no-sistemticas medidos, pesados e fotografados e marcados
Foram realizadas amostragens de aves em com anilhas metlicas e/ou coloridas conforme
outras reas visando amostrar os diferentes recomendaes do CEMAVE (Centro de
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Estudos para Conservao das Aves Silvestres presas em troncos ou cips a uma altura mdia
- IBAMA) (IBAMA, 1994). de 1,5 metro. Como isca, utilizou-se
creme de amendoim e aveia em flocos nas
Para as identificaes das espcies, utilizou- armadilhas do tipo Sherman, e abacaxi e
se a literatura bsica disponvel (Meyer de algodo embebido com leo de fgado de
Schauensee, 1982; Sick, 1985; Hilty & Brown, bacalhau (Emulso Scott) nas do tipo
1986; Dunning, 1987; Grantsau, 1988; Ridgely Tomahawk.
& Tudor, 1989; 1994).
A cada manh as trilhas foram percorridas, os
3.2.2.4 - Mastofauna indivduos capturados identificados, marcados
com uma anilha metlica numerada, tomadas
O estudo da mastofauna foi realizado para a
as medidas morfomtricas padro e soltos no
abordagem de trs segmentos distintos:
mesmo posto de captura. Em caso de
pequenos mamferos no-voadores (roedores
identificao duvidosa, o espcime foi levado
e marsupiais), pequenos mamferos voadores
para o laboratrio e taxidermizado para posterior
(quirpteros) e mamferos de mdio e grande
classificao. Todos os indivduos coletados
porte. Cada um desses grupos foi amostrado
esto depositados na coleo do Departamento
com metodologias distintas, que sero
de Zoologia da Universidade Federal de Minas
apresentadas a seguir.
Gerais (DZ - UFMG).
Pequenos mamferos no-voadores
Quirpteros
Para a coleta sistemtica de pequenos
Para a captura de morcegos foram selecionadas
mamferos no-voadores (roedores e
sete reas, sendo cinco delas as mesmas
marsupiais), foram selecionados os principais
utilizadas para a amostragem de pequenos
remanescentes de vegetao nativa
mamferos no-voadores e duas outras
representativos das principais formaes
associadas afloramentos calcrios: Poes e
vegetacionais, sendo esses, mata estacional
Fazenda Cerca Grande (Tabela 1 e Figura 3).
decidual, mata estacional semidecidual e
transio mata-cerrado (Figura 3). Foram utilizadas redes de neblina, cujo nmero
em cada uma das reas variou de um a trs,
A amostragem foi realizada a partir de um
sendo abertas ao anoitecer (entre as 18 e 19
programa de captura, marcao e recaptura nas
horas), assim permanecendo at as 23 horas.
cinco reas selecionadas (Tabela 1 e Figura 3).
Os indivduos capturados foram identificados,
As coletas foram realizadas em cinco noites
pesados e quando necessrio, levados para o
consecutivas por ms, em um total de seis
laboratrio para posterior identificao. Todos
perodos mensais de coleta (Tabela 2),
os indivduos coletados esto depositados na
totalizando um esforo de captura de 7.020
coleo do Departamento de Zoologia da
armadilhas.
Universidade Federal de Minas Gerais (DZ -
Em cada uma das reas de amostragem foram UFMG). A tabela 3 mostra o esforo de captura
estabelecidos dois transectos lineares, por horas/rede, por rea estudada.
paralelos, de 300 metros de comprimento,
Mamferos de mdio e grande porte
distanciados 50 metros. Em cada um dos
transectos, foram estabelecidos 15 pontos de Os mamferos de mdio e grande porte foram
coleta a intervalos regulares de 20 metros. A registrados por observao direta e indireta
nica exceo na disposio dos transectos foi (visualizao, vocalizao, pegadas e fezes) e
a Mata da Horta que, devido sua forma atravs de entrevistas com moradores da regio
alongada, foi amostrada por um nico transecto e com as outras equipes deste projeto.
com 600 metros de comprimento.
A taxonomia de mamferos segue a proposta
Em cada ponto de coleta foram instaladas duas por Wilson & Reeder (1993).
armadilhas: uma do tipo Tomahawk e outra do
tipo Sherman, alternadas em sua posio, 3.2.3 - Anlise dos dados
para abrangerem dois estratos, o terrestre
(cho) e o arbreo (alto). Para a amostragem O ndice de Shannon-Wiener (Magurran, 1988)
do estrato acima do solo, as armadilhas foram foi utilizado para comparar a diversidade entre
41
15
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
rea Ms
Set Out Nov Dez Jan Fev Total
Mata Lagoa da Cauaia 360 300 300 300 1260
Mata da Horta Cauaia 360 300 300 300 300 240 1800
Mata Castelo da Jaguara 180 300 300 300 1080
Mata da Infraero 180 300 300 300 300 1380
Mata da Imprio 300 300 300 300 300 1500
Total 720 1080 1380 1500 1200 1140 7020
Tabela 2 - Esforo de captura (armadilhas por noite) de pequenos mamferos (marsupiais e
roedores).
as reas. Esse ndice diz respeito ao grau de aves aquticas. Foram aqui consideradas aves
incerteza de que um indivduo amostrado ao de floresta ou florestais, aquelas associadas
acaso pertena a uma determinada espcie. preferencialmente s matas semidecduas e
decduas e como espcies campestres ou de
A similaridade da riqueza entre as reas foi reas abertas, aquelas associadas
calculada pelos ndices de Sorensen e Jaccard. preferencialmente s pastagens, campos,
Segundo Magurran (1988), esses ndices so pastos sujos e reas abertas em geral. O hbitat
iguais a 1 em caso de completa similaridade. de borda definido no seu sentido vertical e
Para se averiguar quais as reas mais similares, horizontal. Como hbitat de borda no sentido
foi realizada uma anlise de agrupamento horizontal, entende-se a borda propriamente dita
(cluster) com os ndices de similaridade. entre a mata (nos diversos estdios de
A anlise dos dados de vegetao coletados regenerao) e a vegetao mais aberta
utilizou os parmetros e ndices usuais em adjacente. O hbitat de borda no sentido vertical,
estudos fitossociolgicos como densidade, refere-se copa ou no topo da vegetao,
freqncia e dominncia absolutas e relativas utilizados para forrageamento ou para pouso de
e ndice de valor de importncia (Martins, 1991). observao. Aves aquticas so associadas
aos ambientes limncolas e a suas margens,
Foi utilizado o pacote estatstico Statistica para sejam eles lagoas, brejos, alagados, rios ou
Windows verso 4.2, para a realizao de uma crregos.
anlise discriminante cannica com os dados
de estrutura de vegetao, coletados nos pontos As anlises do grupo de mamferos foram
de transecto de aves. divididas em qualitativas e quantitativas. As
primeiras versam exclusivamente sobre a
As espcies de aves foram agrupadas de ocorrncia por localidade amostrada. As
acordo com seu hbitat. Tal classificao foi feita anlises quantitativas permitem inferncias
com base nos dados coletados em campo, sobre a abundncia relativa das espcies, os
acrescidos de informaes da literatura (Fry, padres de dominncia e de diversidade.
1970; Sick, 1985). Foram determinados quatro
grupos de aves segundo seu hbitat: aves Devido ao tipo de informao obtida, os
florestais, aves campestres, aves de borda e mamferos foram separados em dois grupos: i)
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
pequenos mamferos, voadores e no-voadores; estimativas foram usadas para verificar qual a
ii) mamferos de mdio e grande porte. Para os espcie mais abundante por rea.
primeiros, foram feitas anlises qualitativas e
quantitativas, enquanto que os mamferos em As relaes entre a riqueza de espcies
geral s foram analisados qualitativamente. e o tamanho das reas foram verificadas
por regresses lineares, seguindo-se o modelo
Nas anlises quantitativas do grupo dos exponencial: log S = log C + z log A, onde
pequenos mamferos no-voadores, as S o nmero de espcies, A o tamanho da
primeiras capturas correspondem ao nmero de rea, e C e z so constantes. Essa anlise foi
indivduos. O nmero total de capturas foi feita sobre os pequenos mamferos e os
calculado somando-se as primeiras capturas morcegos.
com as subseqentes recapturas. O sucesso
de captura total foi calculado dividindo-se o total 3.2.4 - Levantamento de dados histricos
pelo esforo de captura (armadilhas/noite) e, em
seguida, multiplicando-se o resultado por 100. Com o objetivo de comparar a fauna registrada
O mesmo procedimento foi seguido para estimar atualmente na APA Carste com registros
o sucesso de capturas por rea. As abundncias histricos, foi elaborada uma lista compilada
das espcies por rea foram estimadas com base nos trabalhos de Lund (1935), Walter
dividindo-se a captura total de uma espcie pelo (1948) e Pinto (1950, 1952), contendo as
somatrio das capturas totais. Essas espcies j registradas para a regio.
41
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Categoria/Grupo Valor
M A B
Floresta Estacional Semidecidual 5 5 4
Transio mata/cerrado 4 4 4
Cerrado 3 3 4
Floresta Estacional Decidual 2 3 4
Pasto sujo 1 2 -
Pastagens - 1 -
Lagoas - 4 -
reas especficas
Categoria Valor
Floresta Estacional Semidecidual 5
Transio mata/cerrado 4
Cerrado 3
Floresta Estacional Decidual 2
Pasto sujo 1
Pastagem -
Lagoa -
Tabela 5 - Estimativa da abundncia de mamferos.
41
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Categoria/Grupo Valor
Floresta Estacional Semidecidual 4
Floresta Estacional Decidual 4
Cerrado 4
Transio mata/cerrado 3
reas especficas
Categoria/Grupo Valor
Floresta Estacional Semidecidual 5
Floresta Estacional Decidual 4
Cerrado 4
Transio mata/cerrado 3
reas especficas
Categoria/Grupo Valor
Floresta Estacional Semidecidual 5
Floresta Estacional Decidual 4
Cerrado 4
Transio mata/cerrado 2
reas especficas
19
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Aps a definio dos critrios considerados por riqueza, abundncia e tamanho, mais
cada um dos grupos temticos (flora, avifauna importante do que os demais.
e mastofauna), foram definidas trs matrizes
que indicaram a importncia de um parmetro A partir da combinao dos critrios e de
sobre o outro, conforme estipulado pelas seus pesos para cada grupo, foram gerados os
equipes (Matrizes 1 a 3). A interpretao das mapas temticos, indicando as reas
matrizes foi feita considerando-se a importncia de especial interesse, candidatas formao
do parmetro da linha em relao coluna. das zonas-ncleo (Figuras 4, 5 e 6).
Assim, no caso da Matriz 1 (grupo de Essas figuras contm apenas as reas que
mamferos), foi determinado que o parmetro obtiveram os dois maiores valores (prioridades
forma menos importante que os parmetros 1 e 2).
Matriz 1. Importncia relativa dos critrios utilizados pelo grupo de mamferos para a definio das reas-
ncleo.
Matriz 2. Importncia relativa dos critrios utilizados pelo grupo de aves para a definio das reas-ncleo.
Matriz 3. Importncia relativa dos critrios utilizados pelo grupo de botnica para a definio das reas-
ncleo.
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
P rio rid ad e 1
P rio rid ad e 2
R iq u e za d e esp cies;
Tam an h o d a rea;
P ro x im id ad e d e cu rsos d ' g u a/lag o as;
D ist n cia d e cid a d es;
N v el d e iso lam en to ;
D ist n cia d a s estrad as p rin cip ais.
Figura 4 - Resultado da avaliao por critrios mltiplos para a mastofauna. As reas verdes e azuis so
consideradas as mais aptas para compor a Zona-Ncleo. As linhas indicam as divisas municipais.
21
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
P rio rid ad e 1
P rio rid ad e 2
R iq u e za d e esp cies;
A b u n d n c ia d e in d iv d u o s;
Tam an h o d a rea;
F o rm a to d a rea;
N v el d e iso lam en to ;
D ist n cia d e cid a d es;
P ro x im id ad e d e cu rsos d ' g u a/lag o as.
Figura 5 - Resultado da avaliao por critrios mltiplos para a avifauna. As reas verdes e azuis so
consideradas as mais aptas para compor a Zona-Ncleo. As linhas indicam as divisas municipais.
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
P rio rid ad e 1
P rio rid ad e 2
R iq u ez a d e esp cies;
E stad o d e c o n serv a o d a rea;
E stru tu ra d a v eg eta o n a rea;
Tam an h o d a re a;
N v el d e iso lam en to ;
F o rm a to d a rea.
Figura 6 - Resultado da avaliao por critrios mltiplos para a flora. As reas verdes e azuis so consideradas
as mais aptas para compor a Zona-Ncleo. As linhas indicam as divisas municipais.
23
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Com base nos mapas elaborados, cada equipe Dgua at os ambientes de cerrado e transio
traou os limites das zonas-ncleo, tampo, uso cerrado/mata pertencentes Infraero2. Essas
extensivo e uso intensivo. Posteriormente, com ltimas j so reas protegidas, mas ambas
o auxlio do SIG, as vrias zonas foram cruzadas necessitam de maior fiscalizao, pois a retirada
e reavaliadas, resultando na proposta de de lenha e a presena de fogo so ameaas
zoneamento do meio bitico (Figura 7). constantes. Em virtude da proximidade de
centros urbanos e do aeroporto internacional,
Segundo a proposta apresentada, existem trs essa rea apresenta uma menor faixa de zona
reas que compem a Zona-Ncleo, num total tampo no seu entorno. O cerrado Promisso
de 6.545 hectares, a saber: uma das reas mais representativas do
cerrado sensu strictu da regio e merece
rea 1: localizada na poro norte, formada ateno por sua extenso e representatividade,
pelas reas mais expressivas em termos de podendo vir a ser importante para educao
biodiversidade, tamanho, estado de ambiental, por suas caractersticas estruturais,
conservao e representatividade dos fisionmicas, por sua composio florstica e
ambientes naturais, abrangendo as Matas pela proximidade de centros urbanos.
Lagoa da Cauaia, Castelo da Jaguara, Poes,
Imprio e uma srie de pequenas reas entre As Zonas-Tampo propostas para a APA Carste
elas. distribuem-se no entorno das Zonas-ncleo,
num total de 8.314 hectares. Nessas reas
A importncia da conservao dessa faixa est sero permitidas atividades regeneradoras de
em manter um corredor de ligao entre as ambientes, como sistemas agroflorestais e/ou
formaes de cerrado e florestas estacionais, reabilitao das fitofisionomias naturais, de
e a mata ciliar do Rio das Velhas. Dessa forma, modo a permitir o fluxo gnico e a conectividade
ser mantido um corredor para a fauna, com entre as zonas de uso intensivo.
uma variedade de ambientes contnuos entre
si, aumentando a possibilidade de conexes As Zonas de Uso Extensivo esto divididas em
ecolgicas e garantindo a continuidade dos trs pores (uma ao norte, uma no extremo
processos vitais do bioma. noroeste e uma no centro da APA), totalizando
14.608 hectares. As Zonas de Uso Intensivo
rea 2: localizada no entorno da Lagoa do envolvem cinco reas, sendo que a maior delas
Sumidouro, prximo a Fidalgo e Quinta do localiza-se na parte sudoeste da APA Carste,
Sumidouro. Trata-se de um complexo de formando um corredor entre as localidades de
remanescentes que engloba reas de cerrado, Confins, Lagoa de Santo Antnio, Mocambeiro
cerrado, mata decidual, alguns trechos de e Matozinhos. As demais zonas esto nas
formaes secundrias e a rea que seria proximidades das localidades de Quinta da
destinada ao Parque do Sumidouro 1 . A Fazendinha (poro oeste), Fidalgo e Quinta do
retomada do processo de criao desse Parque Sumidouro (poro leste), Campinho de Baixo
ou sua conformao em outra categoria de e Lagoa Santa (poro leste) e Vespasiano
unidade de conservao fundamental para se (poro sul).
atingir os objetivos pertinentes a uma APA e,
em especial, dessa Zona-Ncleo. Apesar de a APA Carste de Lagoa Santa possuir
um tamanho expressivo (cerca de 36.000 ha),
rea 3: localiza-se na parte sul, entre Santa os ambientes de vegetao nativa perfazem
Helena, Lagoa Santa e Confins, nas imediaes apenas cerca de 25% do total. Alm disso, a
do Aeroporto Internacional Tancredo Neves. maioria dos remanescentes nativos de
Essa rea estende-se desde o Cerrado pequeno porte, encontrando-se isolados uns
Promisso, nas proximidades da Lagoa Olhos dos outros. Assim, h a necessidade de se
1
O Parque do Sumidouro foi criado em 03-01-80, Decreto n 20375, como medida compensatria construo do Aeroporto Internacional
Tancredo Neves, na regio de Confins. Em 17-06-80, o Governo do Estado instituiu uma Comisso de Coordenao com o objetivo de
orientar as atividades de uso e ocupao do solo na rea do Parque, alm de identificar e gerenciar aes que visassem efetiva
implantao da unidade. Essa comisso foi dissolvida e o decreto de criao do Parque caducou em 1985.
2
Protegido a partir da Resoluo n 4 de 9-10-1995, que assegura um raio de proteo de 20 km a partir do centro geomtrico do
aerdromo.
41
24
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
1
Elaborado pela Fundao Biodiversitas, atravs de um convnio com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renovveis
25
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
P rojeo U T M
(coordenadas em m etros) L egen d a
0 2 ,5 3 ,7 5 5 km
Z o n a N c le o
N
Z ona Tam po
Z o n a d e U so
E x te n s iv o
Z o n a d e U so
In te n s iv o
rea s u rb a n as
M in e ra e s
L agoas
14
12
13
11 3
4
1 Q uin ta do Sum idouro
2 Fidalgo
3 C am pinho de B aixo
4 L apin ha 5
5 Santa H elena
6 L ago a Santa
7 Vesp asiano
10
8 Tavares
9 L ago a dos M ares
10 C onfins
6
11 L ago a de Santo A ntnio
12 M oca m beiro 9 8
13 M ato zinhos
14 Q uin tas da Faz endinha
7
41
26
Estudo do Meio Bitico
DIRETRIZES DE USO ZONA NCLEO ZONA TAMPO ZONA DE USO EXTENSIVO ZONA DE USO INTENSIVO
Minerao Minerao Indstria (desde que aprovada Observar lei de uso e ocupao
Pecuria Pecuria extensiva pelo Conselho da APA1 ) do solo dos municpios, plano
RESTRIES diretor municipal e legislao
Silvicultura Silvicultura com espcies exticas
Cultura de Subsistncia Indstria ambiental
Explorao de madeira
Indstria
Turismo ecolgico Indstria caseira Turismo ecolgico Indstria
Pesquisa cientfica Turismo ecolgico Pesquisa cientfica Minerao
Pesquisa cientfica Pecuria intensiva e extensiva Centros Urbanos
Pecuria intensiva em pastagens j em pastagens j existentes
PERMISSES
existentes Cultura de subsistncia
Cultura de subsistncia Explorao
Explorao sustentada de madeira sustentada de madeira
41
28
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
29
Tipologias reas Indivduos Densidade Espcies cips rvores mortas Ar. Basal Diversidade Sub-bosque Frutferas
2 2
vegetacionais amostrados (ind/ha) amostradas Nm. % Nm. % (m /ha) Espcies (ind/m ) (%)
Mata Lagoa da Cauaia 576 2304.00 59 63 10.94 22 3.82 40.32 3.05 32 1.58 62.00
Floresta Mata Lapinha 443 1772.00 47 61 13.77 28 6.32 21.36 3.11 36 2.69 50.00
Estacional
Semidecidual Mata Castelo da 449 1796.00 78 29 6.46 25 5.57 30.96 3.72 57 2.45 59.00
Jaguara
Mata Vargem Comprida 389 1556.00 69 10 2.57 16 4.11 37.44 3.66 41 1.26 36.00
Floresta Mata Poes 421 1684.00 62 18 4.28 17 4.04 23.48 3.06 39 1.47 62.00
Estacional
Decidual Mata da Horta 491 1964.00 55 25 5.09 16 3.26 36.48 3.17 23 1.52 65.00
Transio Mata Infraero 501 2004.00 66 9 1.80 25 4.99 21.28 2.85 61 2.34 59.00
Legenda:
ind/ha - indivduos por hectare
nm - nmero
ar.ba - rea basal
m2/ha - metro quadrado por hectare
ind/m2 - indivduos por metro quadrado
Tabela 10 - Principais caractersticas da composio e estrutura das formaes vegetais amostradas entre setembro de 1995 e maro de 1996.
41
30
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
quando comparado a outros levantamentos: venenosa, o que a torna ainda mais perigosa.
Lima-Verde (1976) observou 20 espcies na As serpentes do gnero Bothrops so
Chapada do Apodi, entre o Cear e o Rio Grande responsveis por 80% dos acidentes ofdicos
do Norte, Strussmann (1992) registrou 26 no pas.
espcies no Pantanal de Pocon e Feio & Cotta
(1992) registraram 38 espcies no mdio Rio As espcies de corais-verdadeiras (elapdeos)
Jequitinhonha, MG. registradas foram Micrurus frontalis e Micrurus
lemniscatus. So semifossoriais, vivem em
Dentre as reas amostradas, a maior riqueza galerias no solo, mas freqentam a superfcie,
de espcies de serpentes foi registrada na muitas vezes procura de alimento. Tm
Fazenda Peri-Peri, abrigando 56,2% de todas hbitos diurnos e/ou crepusculares e alimentam-
as espcies detectadas (Tabela 11). se de outras serpentes e anfisbendeos,
utilizando seu veneno para matar as presas.
As duas espcies de viperdeos registradas Quando em perigo, algumas achatam a parte
foram Crotalus durissus e Bothrops neuwiedi. posterior do corpo, levantam e enrolam a cauda,
Ambas tm hbitos noturnos, mas podem ser como um rabo de porco, dando a impresso de
encontradas em atividade durante o dia. So que se trata da cabea, enganando seus
peonhentas, ou seja, matam suas presas por predadores e suas vtimas. As corais so
envenenamento. A dieta composta responsveis por aproximadamente 1% dos
basicamente de pequenos mamferos, aves e acidentes ofdicos no pas os quais, apesar de
lagartos, e os jovens podem alimentar-se de raros, so sempre considerados graves, devido
anfbios anuros. alta toxicidade do veneno.
A cascavel (Crotalus durissus) foi registrada em Apenas uma espcie de bodeo foi registrada
toda a rea de estudo, preferindo ambientes na rea de estudo. A jibia (Boa constrictor)
abertos, secos, pedregosos e pastos. bastante uma serpente de grande porte, arborcola,
conhecida pela populao local, provavelmente raramente descendo ao cho. ativa no perodo
pela presena de chocalho na ponta da cauda, da noite, alimenta-se de mamferos de pequeno
o que caracteriza a espcie. A cascavel e mdio porte, aves e lagartos, matando-os por
responsvel por aproximadamente 8% dos constrico, sendo, portanto, no peonhenta.
acidentes ofdicos ocorridos no pas.
Os colubrdeos, espcies no-peonhentas,
A jararaca-de-rabo-branco (Bothrops neuwiedi), contriburam com o maior nmero de espcies,
apesar de ter sido coletada em apenas dois num total de onze, o que j era esperado, pois
pontos de amostragem, provavelmente existe nessa famlia est o maior nmero de espcies
em toda a rea de estudo. A espcie de serpentes conhecidas at o momento.
encontrada em ambientes mais fechados e nas Drymoluber brazili e Phimophis iglesiasi so
proximidades de gua. conhecida na regio espcies raras. D. brazili possui hbitos
por jararacuu e no identificada como arborcolas, onicarnvora e ovpara (Cunha &
Nascimento, 1978). Pouco se sabe a respeito
Nmero de
rea de amostragem %
espcies
Fazenda Cauaia 5 31,2
Fazenda Castelo da Jaguara 2 12,5
Fazenda Poes 3 18,7
Fazenda Peri - Peri 9 56,2
Fazenda da Lapinha 5 31,2
Lagoa dos Mares 3 18,7
Fazenda Cerca Grande 7 43,7
Aeroporto Internacional Tancredo Neves 4 25,0
Fazenda Imprio 4 25,0
Fazenda Girassol 2 12,5
31
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
da biologia de P. iglesiasi, espcie tpica do Professor Alfredo Balena, 400, Belo Horizonte,
cerrado brasileiro. que conta com uma equipe de mdicos
capacitados para realizar esse tipo de
As espcies Waglerophis merremi (xatadeira) atendimento e com disponibilidade de soros
e Liophis poecilogyrus (jararaquinha) tm antiofdicos.
comportamento deimtico (exposio de
formas, cores ou aumento do tamanho do corpo 5.4 - Avifauna
como defesa) achatando-se dorso-ventralmente
na regio do pescoo, quando na presena de Foi registrado um total de 216 espcies de aves
agressores (Amaral, 1977; Sazima & Haddad, (Anexo 3), sendo 99 no-Passeriformes (18
1992). Waglerophis merremi terrestre, ordens e 33 famlias) e 117 Passeriformes,
alimenta-se de sapos e imune ao seu veneno agrupadas em 13 famlias. O nmero de
cutneo (Amaral, 1977). Liophis poecilogyrus espcies amostrado expressivo pois
terrestre, ativa durante o incio do dia e da noite corresponde a aproximadamente 27,7% da
e alimenta-se preferencialmente de anfbios avifauna do Estado de Minas Gerais (Mattos et
anuros. al., 1994) e 28,3% da avifauna do bioma cerrado
(Silva, 1995a), no qual a rea se insere.
A dormideira (Leptodeira annulata) tem ampla
distribuio na zona tropical, possui hbitos A famlia Tyrannidae (bem-te-vi, papa-moscas,
noturnos e arborcolas. Alimenta-se de girinos, suiriris e afins) foi a mais bem representada,
rs e lagartos, dcil, tmida e raramente morde, com 43 espcies (20% do total) seguida por
apesar de possuir dentes posteriores Emberizidae (sanhaos, saras, papa-capim) e
inoculadores de secreo txica letal para Furnariidae (joo-de-barro, joo-graveto,
pequenos vertebrados (Cunha & Nascimento, arapaus) com 31 e 15 espcies,
1978). respectivamente. Juntas, essas famlias
contribuem com 41% das espcies amostradas.
Oxyrhopus guibei uma falsa coral que As famlias Thamnophilidae (chocas) com 8
apresenta um padro de colorao semelhante espcies, Ardeidae (garas), Columbidae
ao padro de corais verdadeiras. Possivelmente (pombas), Psittacidae (papagaios) e Picidae
o colorido em bandas seja uma estratgia de (pica-paus) com 7 espcies cada uma perfazem
defesa dessa espcie, j que evitada por 16% do total. Os 43% restantes esto
predadores (Marques & Puorto, 1991). distribudos entre outras 38 famlias.
41
32
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
33
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
espcie tambm citada por Silva (1995a), Foram capturados, com redes de neblina, 60
como endmica do Cerrado. Nessa recente indivduos distribudos em 26 espcies. Dentre
reviso da avifauna do cerrado, esse autor essas, duas no haviam sido ainda detectadas
considera apenas 16 espcies de aves (2% da nas das observaes visuais e/ou auditivas: o
avifauna do Cerrado) como endmicas a este macuru (Nonnula rubecula) e o papa-lagarto-
bioma. Esse baixo endemismo, j citado por cinzento (Coccyzus americanus). Outras duas
Sick (1966), indica um caracterstica das aves tiveram suas identificaes confirmadas, por se
do Cerrado que a capacidade de ocorrer em tratarem de espcies difceis de serem
outros ambientes que sejam fisionomicamente visualizadas e cuja vocalizao no permitiu
semelhantes (Sick, 1966). A ocorrncia de segurana na identificao: o papa-formigas-
espcies da Mata Atlntica um fenmeno da-serra (Formicivora serrana) e o arapau-
natural e no poderia ser resultante das rajado (Lepidocolaptes fuscus). As demais j
alteraes ambientais provocadas pelo homem, haviam sido registradas no transecto e/ou nas
pois vrias dessas espcies so dependentes observaes espordicas, mas seus registros
de ambientes conservados. De modo contrrio, foram importantes para a complementao do
espcies tpicas do Cerrado podem ocupar, e inventrio.
vm ocupando, reas na Mata Atlntica que
tenham sido muito descaracterizadas Para a classificao das espcies de aves
(Alvarenga, 1990). quanto ao seu hbito (florestal, campestre, de
borda ou aqutico) no foram consideradas as
Outras espcies endmicas do territrio registradas sobrevoando a rea (ambiente
brasileiro que ocorrem na APA so o casaca- areo), por no ser possvel, muitas vezes,
de-couro-da-lama ( Furnarius figulus ), o precisar a qual hbitat a espcie estava
ferreirinho (Todirostrum poliocephalum), o fruxu relacionada e, outras vezes, por estar
( Neopelma pallescens ), o bico-de-veludo relacionada a todos. importante salientar que,
( Schistochlamys ruficapillus ) e o carreto como a vegetao se mostra em um gradiente
(Compsthraupis loricata), aspecto que aumenta contnuo de fisionomias, espcies que
a importncia da APA na conservao dessas apresentam a mesma classificao quanto ao
formas exclusivamente brasileiras. hbito podem, na verdade, utilizar formas
prximas mas no idnticas desse hbitat.
Um registro interessante o do carreto Existem ainda aquelas espcies generalistas,
(Sericossypha loricata ), espcie at ento que se adaptam a vrias fisionomias e que
endmica do bioma da Caatinga (Sick, 1985; foram aqui agrupadas de acordo com o
Ridgely & Tudor, 1989) e que alcanava apenas comportamento que lhes mais tpico.
o norte do Estado (Ridgely & Tudor, 1989). Na
sua rea de ocorrncia, a espcie habita a Distribuindo-se as espcies de acordo com seu
vegetao arbrea na beira de rios e reas semi- hbitat preferencial, verificou-se que as
abertas, prxima de crregos e lagos, vivendo espcies de hbito florestal foram as mais bem
freqentemente em grupos (Ridgely & Tudor, representadas, perfazendo 31% do total.
op. cit.). Na APA, foi observado um grupo em (Tabela 12). Dentre as espcies florestais, pode-
rea de capoeira prxima ao rio das Velhas, na se destacar algumas que ocorrem nas matas
regio de Quinta do Sumidouro. Essa nova mais bem conservadas, como o choco-carij
ocorrncia do carreto pode ser um caso de (Hypodaleus guttatus) e o macuru (Nonnula
expanso espontnea, entretanto novas rubecula ), assim como aquelas que esto
observaes devem ser feitas. presentes em matas secundrias jovens,
41
34
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
35
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
caractersticas essenciais para isso como, por Apesar de possurem uma ampla distribuio
exemplo, vegetao aqutica e marginal. dentro da Mata Atlntica, C. personatus e A.
fusca esto restritos a uma nica rea de
5.5 - Mastofauna mata estacional semidecidual dentro da APA
(Mata Lagoa da Cauaia), demonstrando a
Foram registradas, entre amostragem relevncia desse ambiente para a manuteno
sistemtica e no-sistemtica, 42 espcies de de alguns elementos da mastofauna da
mamferos divididas em oito ordens (Anexo 4). regio.
O grupo dos pequenos mamferos (marsupiais
e roedores) e as espcies da ordem Chiroptera Quatro espcies registradas na APA ( C.
compreenderam 28,6% e 23%, respectivamente. personatus, A. fusca, Panthera onca e Puma
A dominncia em nmero de espcies desses concolor) esto no livro vermelho dos mamferos
grupos pode ser explicada pela alta taxa de brasileiros ameaados de extino (Fonseca et
especiao, j que essas trs ordens tm um al ., 1994), e uma ( Lycalopex vetulus ) foi
dos maiores nmeros de espcies entre os recentemente considerada vulnervel no Estado
mamferos brasileiros (Fonseca et al., 1996). Os de Minas Gerais (COPAM, 1996). Ainda
48,4% restantes esto divididos entre as outras que o registro de P. onca e P. concolor
cinco ordens (Figura 8). As espcies tenha sido indireto (entrevistas com empregados
registradas, o tipo de registro e o local esto da Fazenda Cauaia), a Mata Lagoa da
listados no anexo 4. Cauaia parece ser a nica com rea para
abrigar espcies de grande porte e vagilidade.
Chiroptera Dentro da APA, todas essas cinco espcies
26% Edentata
5% foram registradas na Mata Lagoa da
Cauaia, e uma delas ( A. fusca ), na Mata
Imprio.
41
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
da regio e, por esse motivo, foram em grande Mata Lapinha (Figura 3). Dessas, apenas a Mata
parte derrubadas para dar lugar a reas de uso Castelo da Jaguara apresentou suficincia
agropastoril. Apesar de todas as matas da APA amostral, quanto ao levantamento florstico
pertencentes a essa categoria apresentarem (Figura 9).
semideciduidade, existem significativas
diferenas quanto ao aspecto florstico e Em relao fisionomia, as florestas
fisionmico. estacionais semideciduais apresentam padres
semelhantes de distribuio dos indivduos em
Quatro reas de floresta estacional semidecidual classes de altura e dimetro (Figuras 10 e 11),
foram amostradas: Mata Lagoa da Cauaia, Mata apesar da Mata Lapinha apresentar menor altura
Castelo da Jaguara, Mata Vargem Comprida e que as demais.
100
90
Nmero acumulado de espcies
80
70
60
50
40
30
20
10
parcelas (250m2)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Figura 9 - Aumento do nmero de espcies vegetais (curva do coletor) para as florestas estacionais
semideciduais.
37
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
40
35
30
25
Indivduos (%)
20
15
10
0
<2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 16-18 18-20 >20
Altura (m)
Mata Lagoa da Cauaia Mata Vargem Comprida
Mata Lapinha Mata Castelo da Jaguara
Figura 10 - Distribuio dos indivduos de espcies vegetais amostrados em floresta estacional semidecidual,
por classes de altura.
50
45
40
35
30
Indivduos (%)
25
20
15
10
0
4-5 5-7.5 7.5-10 10-12.5 12.5-15 15-17.5 17.5-20 20.-22.5 22.5-25 25-27.5 27.5-30 >30
Dimetro (cm)
Figura 11 - Distribuio dos indivduos de espcies vegetais amostrados em floresta estacional semidecidual,
por classes de dimetro.
41
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Nectandra sp.2
Acacia polyphylla
Centrolobium tomentosum
Deguelia costata
Trichilia sp.1
Psidium sp.1
Sloanea monosperma
Phyllostemonodaphne geminiflora
Myrtaceae 1
Holocalyx balansae
Myrciaria cf. floribunda
Myrcia sp.1
Machaerium cf. lanceolatum
Psidium sp.3
mortas
Eugenia brasiliensis
cips
Trichilia catigua
Acosmium cf. cardenassi
outras
0 20 40 60 80 100 120
Porcentagem
Densidade relativa Frequncia relativa Dominncia relativa
Figura 12 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais amostradas na Mata Lagoa
da Cauaia, com as respectivas contribuies da densidade, freqncia e dominncia.
No. de registros
70
60
50
40
30
20
10
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42
Espcies
Figura 13 - Relao e freqncia das espcies de aves nos transectos de pontos na Mata.
41
40
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41
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Rollinia silvatica
Platyciamus regnelii
cips
Duroia sp.
Swartzia sp.2
Tabebuia sp.1
Copaifera langsdorffii
Trichilia catigua
Dillodendron bipinatum
Deguelia costata
Senna sp.1
Eugenia aurata
Sweetia fruticosa
mortas
Myracrodruon urundeuva
Platymiscium pubescens
Trichilia clausseni
Casearia sylvestris
Anadenanthera peregrina
outras
0 20 40 60 80 100 120
Percentagem
Figura 14 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais com as respectivas contribuies
da densidade, frequncia e dominncia
indivduos amostrados (30,08% do total), quanto Pelo transecto de pontos, foram detectadas 52
proporo de espcies (24,24%). Em relao espcies de aves, o que caracteriza maior
ao nmero de indivduos, as meliceas vm a riqueza entre as reas amostradas. Analisando-
seguir com 14,21% dos indivduos, e se a distribuio de abundncia, verifica-se a
flacourticeas e mirtceas com 11,42%, cada ocorrncia de diversas espcies de abundncia
uma. Na proporo de espcies, as mirtceas relativamente alta (Figura 15), padro que difere
e anonceas representam 9,09% cada uma e do obtido nas demais reas. Essa diferena
as sapindceas e meliceas, 6,06%. parece estar relacionada recente perturbao
sofrida pela mata (desmate do sub-bosque),
No sub-bosque, Acacia sp. foi a espcie de resultando na desestruturao de sua
maior densidade e freqncia entre as 41 comunidade de aves, e privilegiando espcies
espcies, com 19,05% do total de indivduos e de copa como o sanhao-cara-suja (Tangara
com presena em 50% das parcelas (Anexo 8). cayana ), a sara-da-mata ( Hemithraupis
Esse fato pode estar relacionado com sua ruficapilla ), o caneleiro-de-chapu-preto
rebrota rpida e intensa, aps o corte a que todo (Pachyramphus validus) e o sanhao-cinzento
o sub-bosque foi submetido. Essa espcie, (Thraupis sayaca).
quando cortada, emite brotos de diversos
pontos da raiz, aumentando assim sua presena O canrio-do-mato (Basiletuterus flaveolus)
na rea. uma espcie tpica do sub-bosque de reas
41
42
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
florestais, que forrageia prximo ao solo bosque e o estrato mdio das matas. O
alcanando at trs metros de altura (Marini & corte do sub-bosque nessa mata parece
Cavalcanti, 1993). Em estudos realizados na ter provocado a extino dessa espcie no
Mata Vargem Comprida h cerca de 8 anos local.
(Christiansen & Pitter, 1994), essa espcie era
a segunda mais comum e, no atual estudo, foi Certas espcies de aves florestais esto
classificada em stimo lugar, tendo sua associadas presena de cursos dgua nas
populao diminuida pelo desaparecimento do matas, como o capito-da-porcaria (Lochmias
sub-bosque, comprovando assim, a alterao nematura), exclusivamente registrado nesta
sofrida na comunidade de aves aps o desmate rea, e o soldadinho (Antilophia galeata). A
do sub-bosque. Um outro exemplo o maior riqueza de aves apresentada pela Mata
desaparecimento do tangarazinho ( Ilicura Vargem Comprida, dentre as demais reas
militaris ), espcie observada em 1988 por amostradas pelo transecto de pontos, est
R.B.Machado, e no mais presente na rea. provavelmente relacionada presena de um
Essa espcie ocupa uma faixa entre o sub- curso dgua em seu interior
No. de registros
30
25
20
15
10
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52
Espcies
5.6.3 - Mata Castelo da Jaguara indivduos (1796 ind/ha), sendo 6,49% de cips e
5,57% de indivduos mortos. O maior nmero de
Localizada na fazenda de mesmo nome, espcies (77) e o maior ndice de diversidade
representa a parte mais oriental do mesmo (3,72) foram encontrados (Tabela 10). A curva do
fragmento do qual faz parte a Mata Vargem coletor nessa mata se aproximou da estabilidade,
Comprida. Nessa rea foram amostrados 449 indicando suficincia amostral (Figura 9).
43
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Roupala brasiliensis
Machaerium villosum
Machaerium angustifolium
Copaifera langsdorffii
Dilodendron bipinnatum
Pelthophorum dubium
Calyptranthes lucida
Rollinia silvatica
Galipea jasminiflora
Eugenia aurata
Luehea divaricata
Acrocomia aculeata
cips
Myracrodruon urundeuva
Duroia sp.
Casearia sylvestris
mortas
Platymiscium pubescens
Deguelia costata
outras
0 20 40 60 80 100 120
Percentagem
Figura 16 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais, com as respectivas contribuies
da densidade, freqncia e dominncia.
41
44
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Trs espcies foram registradas apenas por um humana na mata, mas cria maior conectividade
indivduo, o que pode estar relacionado ao entre as rvores e propicia formao de abrigos,
pequeno esforo amostral realizado nessa rea. o que facilita o deslocamento de pequenos
Entretanto, cabe ressaltar que a maior riqueza mamferos. possvel que o grande nmero de
de espcies e o maior ndice de diversidade cips esteja favorecendo a maior taxa de
de Shannon foram registrados nessa rea rvores mortas encontradas nessa mata, pois
(1,75). o rpido crescimento deles e a grande produo
de biomassa foliar pode abafar ou estrangular
Foram capturados 18 indivduos pertencentes algumas rvores, levando-as morte.
a nove espcies de morcegos, das famlias
Phyllostomidae, Molossidae e Vespertilionidae, A rea basal total foi a menor encontrada entre
sendo que a primeira delas apresentou o maior as matas (53,4m 2 /ha), devido pequena
nmero de espcies. De todas as reas densidade de indivduos e ao menor porte da
amostradas na APA, essa foi a nica a registrar mata, conforme apontam os grficos da
espcies insetvoras. Foi ainda observada a distribuio dos indivduos em classes de altura
presena do maior nmero de espcies e de (Figura 10) e dimetro (Figura 11).
capturas de quirpteros de todo o estudo. Na
tabela 17, esto listadas as espcies No estrato arbreo, Mabea fistulifera (canudo-
capturadas, bem como os seus hbitos de-pito) foi a espcie de maior importncia
alimentares. (IVI=36,38) em funo do grande nmero de
45
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Myrtaceae 3
Terminalia brasiliensis
Erythroxylum sub-racemosum
Cupania vernalis
Matayba guianensis
Senna sp.1
Amaioua intermedia
Licania octandra
Platymenia foliolosa
Machaerium brasiliense
Byrsonima sp.2
Astronium graveolens
Copaifera langsdorffii
Dalbergia nigra
mortas
Trichilia cf. catigua
Nectandra sp.2
cips
Mabea fistulifera
outras
0 20 40 60 80 100 120
Percentagem
Figura 17 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais amostradas (APA Carste de
Lagoa Santa) com as respectivas contribuies da densidade, freqncia e dominncia (Mapa da
Lapinha)
41
46
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
100
90
Nmero acumulado de espcies
80
70
60
50
40
30
20
10
Parcelas (250m2)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Mata da Horta Mata de Poes
47
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
40
35
30
25
Indivduos (%)
20
15
10
0
<2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 >20
Altura (m)
50
45
40
35
30
Indivduos (%)
25
20
15
10
0
4-5 5-7.5 7.5- 10- 12.5- 15- 17.5- 20.- 22.5- 25- 27.5- >30
10 12.5 15 17.5 20 22.5 25 27.5 30
Dimetro (cm)
41
48
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
diferente do restante. Aps esse evento, a curva muitos indivduos. As demais espcies
novamente atingiu um plat. contriburam de forma menos expressiva, num
contnuo de valores de IVI (Figura 21 e
A Mata de Poes apresentou um total de 421 Anexo 13).
indivduos e 62 espcies amostradas. Tanto os
cips quanto as rvores mortas contriburam A maior frao dos indivduos pertence
significativamente para o IVI, com valores de categoria de porte intermedirio, entre 4 e 8
11% e 12,78%, respectivamente. Em relao metros de altura e 5 a 10 cm de dimetro,
rea basal total e ao ndice de diversidade, representada principalmente por arbreas em
apresentou valores ligeiramente inferiores aos crescimento, como Myracrodruon urundeuva
da Mata da Horta (Tabela 10). (aroeira) , Acosmium cardenasii (alecrim) e
Chorisia speciosa (paineira), dentre outras, e
A espcie que mais se destacou em termos de as de menor porte, como Sebastiania sp.
IVI foi Myracrodruon urundeuva (aroeira), que (branquinho) e Opuntia brasiliensis (palma).
dominou principalmente as duas ltimas Acima dessa classe, ocorrem, em menor
parcelas, em funo do grande nmero de freqncia, rvores maduras de at mais de 30
indivduos e de seu grande porte, indicando cm de dimetro e 18 metros de altura, como
desmates no passado. Anadenanthera Sweetia fruticosa (sucupirana), Anadenanthera
peregrina (angico) vem em seguida com o IVI peregrina (angico), Aspidosperma polyneuron
elevado devido ao alto valor de dominncia de (peroba) , Jaracatia spinosa (jaracati) e
rvores maduras de grande porte. Opuntia Machaerium scleroxylum (jacarand-ferro).
brasiliensis (cactus palma) tambm se destaca
com um grande nmero de indivduos. A espcie A famlia com maior riqueza de espcies foi a
Sebastiania sp. (branquinho), assim como das leguminosas (24,19%), seguida pelas
ocorreu na Mata da Horta, contribuiu mirtceas (8,06%). Em relao ao nmero de
significativamente para o valor total de IVI com indivduos, a famlia anacardicea mais
Sapindaceae 1
Eugenia brasiliensis
Ficus doliaria
Trichilia clausseni
Machaerium scleroxylon
Erythroxylum sp.7
Acacia polyphylla
Chorisia speciosa
Cereus sp.
Aloysia virgata
Urera baccifera
Cedrella cf. odorata
Acosmium cf. cardenassi
cips
Sebastiania sp.
mortas
Opuntia brasiliensis
Anadenanthera peregrina
Myracrodruon urundeuva
outras
0 20 40 60 80 100 120
Porcentagem
Densidade relativa Frequncia relativa Dominncia relativa
Figura 21 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais com as respectivas contribuies
da densidade, freqncia e dominncia.
49
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
20
15
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Espcies
Figura 22 - Relao e freqncia das espcies de aves nos transectos de pontos na Mata de Poes.
41
50
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Platymiscium pubescens
Urera baccifera
Sebastiania sp.
Sciadodendron excelsum
Trichilia catigua
Bauhinia sp.2
Cedrela cf. odorata
Eugenia sp.
Machaerium scleroxylon
mortas
Aspidosperma polyneuron
Astronium graveolens
cips
Jacaratia spinosa
Erythroxylum sp.6
Eugenia brasiliensis
Acosmium cf. cardenasii
Myracrodruon urundeuva
Opuntia brasiliensis
outras
0 20 40 60 80 100 120
Porcentagem
Densidade relativa Frequncia relativa Dominncia relativa
Figura 23 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais com as respectivas contribuies
da densidade, freqncia e dominncia.
51
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
excelsum (carobo). Menos de 10% dos gneros Eugenia e Myrciaria. Outras espcies
indivduos apresentaram altura superior a 15 freqentes so o cactus Opuntia brasiliensis,
metros, como ocorre com indivduos maduros plntulas de Trichilia catigua e Erythroxilum sp..
de Acosmium cardenasii (alecrim), Plntulas de espcies representantes dos
Myracrodruon urundeuva (aroeira), Sweetia estratos superiores so pouco freqentes no
fruticosa (sucupirana), Jaracatia spinosa estrato herbceo, o que indica perturbaes
(jaracati), Centrolobium tomentosum (ararib) antigas e processo avanado de sucesso
e Anadenanthera peregrina (angico) (Figura 19). natural (Anexo 16).
Tabela 19 - Espcies de quirpteros capturadas nas reas de mata estacional decidual, com
as respectivas categorias trficas.
41
52
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
13 capturas realizadas. Na Mata de Poes nmero de cips foi bastante reduzido (9) e o
foram capturados cinco indivduos, distribudos de indivduos mortos (25) apresentou-se na
em trs espcies. Apenas duas espcies foram mdia das demais reas. A rea basal (21,28
registradas na Mata da Horta (Tabela 21). m2/ha) foi menor que a das matas e esteve entre
as maiores, quando comparada com os
5.8 - Transio Mata-Cerrado cerrados. O ndice de diversidade (2,83) foi o
Caracteriza-se pela presena de elementos de menor de todas as reas amostradas devido
ambas as tipologias e pela grande presena de predominncia de Copaifera langsdorffii (pau-
Copaifera langsdorffii (pau-dleo) e Mabea dleo) e Mabea fistulifera (canudo-de-pito). A
fistulifera (canudo-de-pito). Essas reas curva do coletor apresentou ntida queda em sua
ocorrem com maior frequncia na parte sul da inclinao, aproximando-se da suficincia
APA, encontrando-se em sua maior parte em amostral (Figura 24).
estgios iniciais de sucesso, como resultado A distribuio dos indivduos segundo seu porte
de cortes para fabricao de carvo. As regies caracterizada por um maior nmero de
de vegetao de transio mata/cerrado, em indivduos nos intervalos entre 6 e 10 metros de
geral, correspondem a duas situaes distintas: altura (Figura 25) e entre 5,5 a 7 cm de dimetro
reas de confronto das duas tipologias vegeta- (Figura 26). Esses dados indicam a grande
cionais que, na constituio da cobertura presena de indivduos finos e de pouco porte,
vegetal primitiva da regio, j representavam caracterizando uma mata em estgio
um ectone; intermedirio de sucesso.
reas originalmente constitudas por matas e O estrato arbreo atual dominado por C.
que, com as histricas interferncias antr- langsdorffii (pau-dleo) que apresenta o maior
picas, passaram a apresentar condies de valor de IVI (90,52), seguido por M. fistulifera
degradao do solo e maior exposio (canudo-de-pito; IVI=22,08), Machaerium
luminosidade e, sob estas condies, foram opacum (jacarand; IVI=10,40) e Dalbergia
colonizadas por espcies do cerrado. miscolobium (cavina; o que mostra a mistura
de espcies). IVI=8,71) (Figura 27 e Anexo 17).
5.8.1 - Mata da Infraero As duas primeiras espcies so caractersticas
de mata e as duas ltimas de cerrado.
Nessa rea foram amostrados 501 indivduos,
correspondendo a uma densidade de 2004 ind/ A famlia de maior densidade e riqueza de
ha, pertencentes a 66 espcies (Tabela 10). O espcies foi a das leguminosas com 51,82%
100
90
Nmero acumulado de espcies
80
70
60
50
40
30
20
10
Parcelas (250 m 2)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Mata Infraero
53
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
40
35
30
25
Indivduos (%)
20
15
10
0
<2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 16-18 18-20 >20
Altura (m)
Figura 25 - Distribuio dos indivduos da rea de transio mata-cerrado (Mata da Infraero), em classes de
altura.
50
45
40
35
30
Indivduos (%)
25
20
15
10
0
4-5 5-7.5 7.5- 10- 12.5- 15- 17.5- 20.- 22.5- 25- 27.5- >30
10 12.5 15 17.5 20 22.5 25 27.5 30
Dimetro (cm)
Figura 26 - Distribuio dos indivduos da rea de transio mata-cerrado (Mata da Infraero), em classes de
dimetro.
41
54
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Astronium sp.
Platypodium elegans
Licania octandra
Myrcia rufipes
Vitex polygama
Casearia arborea
Xylopia aromatica
Hymenaea stgonocarpa
Terminalia brasiliensis
cips
Qualea grandiflora
Tapirira guianesis
Ocotea cf. puberula
Amaioa intermedia
Dalbergia miscolobium
Machaerium opacum
mortas
Mabea fistulifera
Copaifera langsdorffii
outras
0 20 40 60 80 100 120
Percentagem
Figura 27 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies na Mata da Infraero com as respectivas
contribuies da densidade, freqncia e dominncia.
55
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
20
15
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Espcies
41
56
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
No. de registros
35
30
25
20
15
10
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44
Espcies
Figura 29 - Relao e freqncia das espcies de aves nos transectos de pontos na Mata Imprio.
57
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
No. de registros
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Espcies
41
58
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Horta
Poes
L. Cauaia
C. Jaguara
V.Comprida
Lapinha
Infraero
Figura 31 - Dendrograma resultante da anlise de agrupamento (cluster) realizada com a similaridade florstica,
entre as formaes florestais, segundo ndice de Jaccard.
59
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
V.Comprida
L. Cauaia
Imprio
Quinta Sum
Infraero
Poes
Figura 32 - Dendrograma resultante da anlise de agrupamento (cluster) realizada com os dados de riqueza
e abundncia de espcies de aves, obtidos nos transectos de pontos.
41
60
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Fator 2 0
-1
-2
reas
-3
Jaguara
-4 Cauaia
Imprio
-5 Poes
Infraero
-6
-6 -4 -2 0 2 4 6 Quinta
Fator 1
Figura 33 - Anlise discriminante cannica realizada com os dados de estrutura de vegetao no transecto de
pontos de aves.
Segundo Howe et al. (1981) in Christiansen & Horta, apesar do maior sucesso de captura,
Pitter (1994), fragmentos florestais que apresentou o mais baixo ndice (0,57). Didelphis
possuem crregos apresentam mais espcies albiventris, a mais generalista das espcies
residentes, devido ao tamanho e grau de registradas neste estudo, esteve presente em
isolamento do fragmento. Alm disso, a quatro das cinco reas inventariadas.
proximidade da gua possibilita o desenvol- Micoureus demerarae e T. apereoides foram as
vimento de uma mata mais mida e mais mais restritas em sua distribuio regional,
exuberante. estando presentes em duas das cinco reas. A
ocorrncia dessas espcies, em geral, est
Alm da maior riqueza, a Mata Vargem
associada s formaes florestais e rochosas,
Comprida obteve tambm o maior ndice de
respectivamente (Redford & Fonseca, 1986).
diversidade (Tabela 23), seguida pela Mata
Essa afinidade por determinados tipos de
Lagoa da Cauaia, ambas matas estacionais
hbitats pode explicar a distribuio dessas
semideciduais. O conceito de diversidade
espcies nas reas de estudo.
envolve a combinao de dois componentes, a
riqueza (nmero de espcies) e a equitabilidade Os resultados da anlise de similaridade (Figura
(abundncia de espcies), sintetizando-os em 35) para os pequenos mamferos indicaram
um s ndice (Magurran, 1988). fidelidade entre as mesmas tipologias vege-
tacionais. As cinco reas inventariadas para
Ao se analisar em conjunto todas as reas
pequenos mamferos foram separadas em trs
estudadas, com relao ao grupo dos pequenos
grupos, correspondendo exatamente s
mamferos, pode-se constatar que diferiram em
formaes de mata estacional decidual, mata
relao composio de espcies, sendo que
estacional semidecidual e de transio mata-
nenhuma foi comum a todas as reas (Figura
cerrado, corroborando os resultados obtidos
34). Alguns locais, como a Mata Lagoa da
com os dados de flora e avifauna
Cauaia, apresentaram grande predominncia
de uma nica espcie ( Thrichomys Todas as espcies de morcegos registradas na
apereoides). Essa espcie, em geral, encontra- APA so, segundo Koopman (1982) e Aguiar
se associada a formaes rochosas. Como o (1994), espcies de ampla distribuio,
transecto foi estabelecido ao longo de um ocorrendo, em sua maior parte, ao longo de todo
afloramento calcrio, essa espcie pode ter sido o territrio nacional. No presente estudo, a
favorecida. As outras reas como a Mata maioria dessas espcies apresentou-se restrita
Imprio, apresentaram uma distribuio mais a uma ou duas reas (Figura 36).
equitativa entre as espcies.
Fenton et al. (1992) sustentam a hiptese de
Uma das maneiras de verificar esse fato pela que os quirpteros seriam bons indicadores
de diversidade de Shannon que, na Mata da ambientais, estando Desmodus rotundus
61
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
reas H' E
Mata Vargem Comprida 3.60 0.5996
Mata Lagoa da Cauaia 3.27 0.5583
Mata Imprio 3.24 0.5952
Mata de Poes 3.02 0.6284
Mata Quinta do Sumidouro 2.99 0.5612
Mata da Infraero 2.95 0.5522
4 D.albiventris
M. incanus
Frequncia de ocorrncia
G.agilis
3 Oligoryzomys
Calomys sp
Proechimys sp
2 R. mastacalis
O.subflavus
T. apereoides
1
M. demerarae
Espcies
Figura 34 - Freqncia de ocorrncia de espcies de pequenos mamferos no-voadores
nas reas amostradas
Horta
L.Cauaia
1 - Mata estacional decidual (Mata da Horta);
2 - Mata estacional semidecidual (Mata Lagoa da
C.Jaguara
Cauaia);
3 - Transio mata-cerrado (Mata Imprio);
Imprio
4 - Mata de transio mata-cerrado (Mata Infraero);
Infraero 5 - Mata estacional semidecidual (Mata Castelo da
Jaguara).
0.5 0.55 0.6 0.65 0.7 0.75 0.8 0.85 0.9 0.95
Distncia Euclidiana
41
62
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
6 C.perspicillata
D.rotundus
Frequncia de ocorrncia
5 P.lineatus
A.jamaicensis
4
V.pusilla
A.lituratus
3
G.soricina
2 M.molossus
M.nigricans
1 M. macconnelli
Espcies
Figura 36 - Freqncia de ocorrncia dos quirpteros nas reas amostradas na APA Carste de Lagoa Santa.
63
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
10
6
Pequenos mamferos
5
Quirpteros
4
0
Castelo Lagoa da Trans. Trans. Horta
Jaguara Cauaia Imprio Infraero
41
64
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Os ambientes msicos, de uma forma geral, Vrios estudos tm ressaltado a importncia das
so responsveis pela manuteno de uma matas de galeria na manuteno da diversidade
grande diversidade faunstica. Um dos possveis de aves e mamferos no Cerrado (Fonseca &
mecanismos para explicao desse fato estaria Redford, 1984; Mares et al., 1986; Redford &
relacionado ao aumento da complexidade Fonseca, 1986; Lins, 1994 e Mares & Ernest,
estrutural desse ambiente (August, 1983) e, 1995). Segundo esses autores, as matas de
ainda, possibilidade de coexistncia de galeria seriam enclaves msicos dentro de
espcies tpicas de biomas florestados, como a regies sujeitas pronunciada variao do
Mata Atlntica, com espcies caractersticas do regime pluviomtrico, com as chuvas
Cerrado (Redford & Fonseca, 1986). concentradas em uma poca do ano. Visto que
a maior riqueza de aves, morcegos, pequenos
Cerca de metade (48,1%) das espcies de aves mamferos, assim como a dos mamferos em
registradas neste estudo, pertence s geral, foi observada nas matas estacionais
matas estacionais semideciduais que ocupam, semideciduais (Mata Lagoa da Cauaia, Mata
atualmente, somente 8,6% da rea total da Castelo da Jaguara e Mata Vargem Comprida),
APA. Alm disso, 18 espcies de aves provvel que essas matas tenham uma
foram registradas exclusivamente nesse funo semelhante s das matas de galeria no
ambiente. Cerrado.
Das dez espcies de pequenos mamferos no- Evidncias empricas e tericas sustentam,
voadores registradas, duas foram exclusivas baseadas nos princpios da biogeografia de
das mata estacionais semideciduais, Micoureus ilhas, que a riqueza de espcies est
demerarae e Proechimys sp.. A primeira, de positivamente relacionada ao tamanho dos
hbito arborcola, tpica de ambientes fragmentos, priorizando-se aqueles de forma
florestados com estratificao vertical bem circular (Wilson & Willis, 1975). Seguindo esses
desenvolvida, onde se utiliza principalmente dos preceitos, a Mata Lagoa da Cauaia deveria
estratos superiores (Charles-Dominique et al., abrigar o maior nmero de espcies. Embora o
1981). As espcies do gnero Proechimys maior registro de espcies de mamferos de
encontram-se geralmente associadas a mdio e grande porte tenha sido para essa rea,
ambientes florestados e so comumente o mesmo no foi observado para os marsupiais,
encontradas prximo a cursos dgua. Dentro roedores e morcegos. A relao espcie-rea
do Cerrado, essa espcie se encontra no foi significante para todos os mamferos (R2
associada s matas de galeria, segundo Alho = 0,53; P > 0,05), e o parmetro z foi de 0,38.
(1982). Valores estimados acima de 0,35 para essa
constante indicam que a fauna nos fragmentos
J em relao aos quirpteros, a frequncia de relictual, no estando em equilbrio de
espcies exclusivas das matas mesfilas foi imigrao e extino e, nesses casos,
maior, 60% das espcies ocorreram exclusi- esperada uma perda gradual de espcies
vamente nesse ambiente. Fleming (1988) (Brown, 1971). De fato, mesmo a maior rea
encontrou um padro de distribuio de na APA (Mata Lagoa da Cauaia; 1.048 ha) no
quirpteros, da famlia Phyllostomidae, suficientemente grande para manter
relacionado a um gradiente de umidade, onde a populaes viveis de mdios e grandes
riqueza desse grupo se correlaciona mamferos. Apesar de no ser uma das maiores
positivamente com essa varivel ambiental. reas e de ter forma alongada, a Mata Castelo
65
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
da Jaguara abriga a maior riqueza de espcies O estrato arbreo das formaes de cerrado,
de mamferos. A presena de uma represa em geral, so pouco produtivos em
limtrofe mata pode ser vista como uma frutos carnosos (apreciados principalmente por
possvel explicao para o padro en- aves). O percentual de rvores nessa categoria
contrado (como j discutido anteriormente para variou de 27% no cerrado Sumidouro a 42% no
as aves). cerrado Imprio. A distribuio dos indivduos
em classes de altura e de dimetro
5.10 - Cerrado apresentada nas figuras 40 e 41.
90
Nmero acumulado de espcies
80
70
60
50
40
30
20
10
Parcelas (250m2)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Imprio Aeronutica Promisso Sumidouro
41
66
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Promisso
Aeronutica
Imprio
Sumidouro
Infraero
Figura 39 - Dendrograma resultante da anlise de agrupamento (cluster) realizada com a similaridade florstica,
entre as formaes de cerrado, segundo ndice de Jaccard.
60
50
40
Indivduos (%)
30
20
10
0
<2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-18 18-20 >20
Altura (m)
Cerrado Sumidouro Cerrado Imprio
Cerrado Infraero Cerrado Promisso
Figura 40 - Distribuio dos indivduos das espcies vegetais das reas de cerrado, em classes de altura.
(Figura 42 e Anexo 21). Myracrodruon mata, j que a espcie tpica das matas
urundeuva (aroeira) apresentou alta densidade caduciflias da regio. Qualea grandiflora (pau-
de indivduos, porm com populaes terra), Rudgea viburnoides (congonha-de-
concentradas em algumas parcelas, o que bugre) e Xylopia aromatica, espcies tpicas de
sugere diferenas locais relacionadas a cerrado, tambm se destacaram por seus
condies edficas ou uma transio valores de IVI, principalmente em funo da
vegetacional de cerrado para um cerrado ou densidade de indivduos. Copaifera langsdorffii
67
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
50
45
40
35
30
Indivduos (%)
25
20
15
10
0
4-5 5-7.5 7.5- 10- 12.5- 15- 17.5- 20.- 22.5- 25- 27.5- >30
10 12.5 15 17.5 20 22.5 25 27.5 30
Dimetro (cm)
Cerrado Sumidouro Cerrado Imprio
Cerrado Infraero Cerrado Promisso
Figura 41 - Distribuio dos indivduos das espcies vegetais das reas de cerrado, distribudos em classes de
dimetro.
Heteropteris sp.1
Machaerium hirtum
Dillodendron bipinnatum
Plathymenia reticulata
Guettarda viburnoides
mortas
Astronium fraxinifolium
Styrax camporum
Platypodium elegans
Caryocar brasiliense
Terminalia argentea
Magonia pubescens
Luehea sp.
Copaifera langsdorffii
Rudgea viburnioides
Xylopia aromatica
Qualea grandiflora
Myracrodruon urundeuva
Tapirira guianensis
outras
0 20 40 60 80 100 120
Porcentagem
Figura 42 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais no Cerrado Sumidouro, com
as respectivas contribuies da densidade, freqncia e dominncia.
41
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
(pau-dleo) destacou-se com indivduos de ter contribudo para que a curva do coletor
grande porte, assim como Luehea sp. (aoita- apresentasse ntida queda em sua inclinao,
cavalo), com alta densidade relativa. Ambas so aproximando-se da suficincia amostral. Fora
espcies comumente presentes em cerrades. da rea amostrada, em direo encosta que
Todas as demais espcies contriburam com um d acesso ao rio das Velhas, esse cerrado
valor de IVI menor que 10, apresentando um apresenta ntida transio para a mata decidual
decrscimo gradual. e desta para uma faixa remanescente de mata
ciliar, estando, pois, enquadrado, como um todo,
A maior parte dos indivduos do estrato superior na classificao de transio cerrado/mata.
concentra-se nas classes de altura de 4 a 8
metros, onde se destacam espcies arbustivo- No cerrado Imprio, foram registrados 855
arbreas como Rudgea viburnoides e Xylopia indivduos e 89 espcies, valores bem
aromatica, junto com indivduos de espcies superiores aos dos demais cerrados,
arbreas em crescimento, como Qualea spp. representando a maior rea basal e o maior
(pau terra) e Terminalia argentea (capito-do- ndice de diversidade. Destaca-se a
campo). Espcies com indivduos acima dos 8 porcentagem de rvores mortas com um IVI de
metros de altura incluem Tapirira guianensis 16, o maior valor encontrado entre os cerrados.
(pau-pombo), Platypodium elegans (jacarand- Esse constitui um fato esperado pois, em um
canzil), Luehea sp. (aoita-cavalo) e ambiente abandonado sucesso, as espcies
Myracrodruon urundeuva (aroeira). Alturas dos primeiros estgios de regenerao tendem
inferiores a 4 metros so representadas por a ser substitudas com o tempo (Leito Filho et
plantas jovens e arbustivas (Figura 40). al. 1994). Alm disso, nessa rea, a coleta de
madeira seca para lenha pode ser baixa, em
Com relao distribuio em classes de funo da menor facilidade de acesso
dimetro, observa-se uma predominncia de (Tabela 10).
indivduos com 5 a 10 cm de dimetro, indicando
o carter jovem da formao. Abaixo dessa
classe esto os indivduos jovens e arbustivos A distribuio dos indivduos do estrato superior
e, acima, alguns indivduos de grande porte que em classes de IVI constituiu um contnuo. Os
foram preservados do corte seletivo, como o valores acima de 10 so representados pelas
caso do pequizeiro, Caryocar brasiliense seguintes espcies: Qualea parviflora (pau-
(Figura 41). terra-pequeno), Qualea grandiflora (pau-terra-
grande) e Terminalia argentea (capito-do-
A grande riqueza de espcies e a alta densidade campo) com indivduos de porte e Xylopia
de indivduos registradas no sub-bosque aromatica (pimenta-de-macaco), Myrcia
tambm apontam para o processo de variabilis e Miconia albicans (pixirica) com
regenerao, aps distrbios ocorridos nessa grande densidade de indivduos, dentre outras
vegetao. Entre as plantas mais freqentes no (Figura 43 e Anexo. A distribuio dos indivduos
estrato inferior, ocorrem desde lianas no- em classes de altura e dimetro caracteriza
lenhosas como a pioneira Serjania sp. (cip- uma formao secundria: a concentrao do
timb) at indivduos jovens de espcies maior nmero de indivduos em torno de 2 a 6
arbustivas e subarbreas como Brosimum metros de altura e de 5 a 10 cm de dimetro,
gaudichaudi (marmelada-de-cachorro), representados por Xylopia aromatica (pimenta-
Siparuna guianensis (folha-santa) e Rudgea de-macaco) , Myrcia variabilis, Terminalia
viburnoides (congonha-de-bugre), alm de argentea (capito-do-campo); a presena de um
arbreas, como Myracrodruon urundeuva nmero menor de indivduos nas classes
(aroeira) (Anexo 22). inferiores, correspondendo sobretudo a
indivduos de espcies arbustivas como Miconia
5.10.1 - Cerrado Imprio albicans (pixirica), Siparuna guianensis (folha-
santa), Byrsonima sp., (murici) e Erythroxylum
O cerrado amostrado na Fazenda Imprio campestre (mercrio-do-campo); raros
aparentemente j foi extensivamente desmatado indivduos acima de 8 metros ou 20 cm de
no passado, posteriormente abandonado dimetro, representados por Dalbergia
regenerao natural e atualmente constituindo miscolobium (jacarand), Caryocar brasiliense
o cerrado menos perturbado. Esse fato pode (pequizeiro) e outras arbreas de grande porte,
69
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Hyptis cana
Acosmium dasycarpum
Heteropteris sp.1
Magonia pubescens
Myrsine cf. venosa
Caryocar brasiliensis
Siparuna guianensis
Bowdichia virgilioides
Rudgea viburnoides
Eugenia desynterica
Byrsonima coccolobifolia
Plathymenia reticulata
Terminalia argentea
Miconia cf. albicans
Myrcia variabilis
Qualea grandiflora
mortas
Xylopia aromatica
Qualea parviflora
Outras
0 20 40 60 80 100 120
Porcentagem
Figura 43 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais amostradas no Cerrado
Imprio, com as respectivas contribuies da densidade, freqncia e dominncia.
muitas vezes remanescentes da formao coletor apresentou ntida queda em sua
original (Figuras 40 e 41). inclinao, sugerindo que a coleta sistemtica
de dados possibilitou uma aproximao da
O sub-bosque, apesar de denso, apresenta suficincia amostral (Figura 38).
baixa riqueza especfica, sendo os
representantes desse estrato pertencentes a Entre as espcies com maiores valores de IVI,
espcies de porte arbustivo como Miconia spp. destacam-se Sthryphnodendron adstringens
(pixirica), Erythroxylum campestre (mercrio- (barbatimo) e Qualea grandiflora (pau-terra-
do-campo) e Siparuna guianensis (folha-santa). grande), com alta densidade e dominncia
A presena de rvores de grande porte e a relativas; Aspidosperma tomentosum (peroba-
menor freqncia de plntulas de rvores do do-campo) e Hyptis cana (maria-pobre)
estrato superior corroboram a interpretao de destacam-se pelo nmero de indivduos, bem
melhor estado de conservao no cerrado como Erythroxylum suberosum (mercrio-do-
(Anexo 24). campo), Plathymenia reticulata (vinhtico),
Sclerolobium paniculatum (ang-branco-do-
5.10.2 - Cerrado Aeronutica cerrado), Byrsonima coccolobifolia (murici) e
Pouteria ramiflora. As demais espcies
Com 389 indivduos e 43 espcies, esse cerrado dividem o IVI restante num contnuo gradual.
ocupa o terceiro lugar em relao densidade Entre as espcies de menor IVI, Dalbergia
e rea basal, denotando sua alterao em miscolobium (jacarand) surge como uma das
funo de impactos notveis como a retirada fornecedoras de madeira nobre e que pode ter
de madeira e a presena de fogo. Com relao tido suas populaes reduzidas na regio,
riqueza, apresentou o menor nmero de em funo do extrativismo (Figura 44 e
espcies, exibindo contudo o segundo maior Anexo 25).
ndice de diversidade entre os cerrados
amostrados. O nmero de rvores mortas O Cerrado Aeronutica caracteriza-se por seu
bastante expressivo, correspondendo a 13,48% porte baixo, no ocorrendo rvores acima de oito
do IVI total da formao (Tabela 10). A curva do metros de altura. A maior concentrao de
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Hyptis cana
Acosmium dasycarpum
Heteropteris sp.1
Magonia pubescens
Myrsine cf. venosa
Caryocar brasiliensis
Siparuna guianensis
Bowdichia virgilioides
Rudgea viburnoides
Eugenia desynterica
Byrsonima coccolobifolia
Plathymenia reticulata
Terminalia argentea
Miconia cf. albicans
Myrcia variabilis
Qualea grandiflora
mortas
Xylopia aromatica
Qualea parviflora
Outras
0 20 40 60 80 100 120
Porcentagem
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
altura, e dimetros entre 5 e 10 cm. Esse estrato ocorrncia de espcies de aves tpicas que
da vegetao representado pelas espcies dependem de grandes pores de cerrado em
arbustivas e subarbreas como Erythroxylum bom estado de conservao. Entre as espcies
campestre (mercrio-do-campo), Kielmeyera de aves associadas ao cerrado, encontram-se
coriacea (pau-santo), Tocoyena formosa e as que habitam o estrato herbceo e arbustivo
Hyptis cana (maria-pobre) e arbreas em baixo (espcies campestres), e as que utilizam
crescimento, como Qualea spp. (pau-terra), principalmente o estrato arbreo (espcies
Didymopanax macrocarpum (mandioco) e arborcolas). Em face da descaracterizao do
Xylopia aromatica (pimenta-de-macaco). No cerrado, a maioria das espcies registradas
foram registrados indivduos acima de 10 nesse ambiente de elementos de maior
metros de altura e, raramente, ocorreram plasticidade ambiental, ou seja, que freqentam
indivduos de grandes dimetros, como tambm outros ambientes. Assim, as espcies
Caryocar brasiliense (Figuras 40 e 41). campestres detectadas no cerrado tambm o
foram em reas de pasto sujo e capoeiras, como
Apesar da eventual entrada de gado, o que a seriema e a fogo-apagou ( Scardafella
provoca desbaste de trechos do sub-bosque, squammata). J as espcies arborcolas foram
ele relativamente denso e rico em espcies, tambm registradas em reas de transio
incluindo as de porte arbustivo como Miconia cerrado/mata, especialmente na poro com
albicans (pixirica) e Erythroxylum campestre predomnio de vegetao de cerrado, como o
(mercrio-do-campo) e indivduos jovens de risadinha ( Camptostoma obsoletum ) e o
arbreas como Qualea grandiflora (pau-terra- ferreirinho (Todirostrum latirostre).
grande) e Myrsine venosa (capororoca), o que
indica um processo de regenerao (Anexo 28). 5.11 - Afloramentos calcrios
Acosmium dasycarpum
Myrcia variabilis
Machaerium villosum
Byrsonima verbascifolia
Miconia cf. stenostachia
Erythroxyllum suberosum
Bowdichia virgilioides
Sthryphnodendron adstringens
Dalbergia miscolobium
Qualea parviflora
Erythroxyllum campestre
mortas
Didymopanax mcrocarpum
Piptocarpha rotundifolia
Kielmeyera coriacea
Caryocar brasiliense
Xylopia aromatica
Hyptis cana
Qualea grandiflora
outras
0 20 40 60 80 100 120
Porcentagem
Figura 45 - ndice de Valor de Importncia (IVI) das principais espcies vegetais amostradas no cerrado
Promisso, com as respectivas contribuies da densidade, freqncia e dominncia.
41
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
impostas pela estao seca pronunciada, aliada (Sick 1985). Andrade (1983) descreve a
baixa capacidade de reteno de gua dos nidificao da juriti (Leptotila verreauxi) e do joo-
solos calcrios permeveis. Chamados muitas de-barro (Furnarius rufus), em cavernas dessa
vezes de serras pelos habitantes locais, os regio.
paredes rochosos sustentam espcies
arbreas como Aspidosperma spp. (perobas), 5.12 - reas midas
Cedrela cf. odorata (cedro), Tabebuia spp. (pau-
darco), Myracrodruon urundeuva (aroeira). As inmeras lagoas existentes nos domnios da
Trata-se de uma flora muito rica e com alto APA, com suas diferentes histrias de uso e
potencial paisagstico, portanto muito ameaada dinmicas hidrolgicas, propiciaram uma
pela atividade de coleta e comercializao de variada colonizao de espcies vegetais em
espcies como orqudeas e bromlias. torno e dentro das reas alagadas, temporria
ou permanentemente.
Segundo Rizzini (1979), a vegetao que se
desenvolve sobre os afloramentos no difere Entre as espcies vegetais encontradas nos
essencialmente da caatinga decdua e rica em corpos dgua, ocorrem as flutuantes que
suculentas. Quando os afloramentos so independem de sua profundidade, como
extensos e contm depresses nas quais se Eichornia sp. e Pontederia sp. (aguaps), Lemna
acumula solo, a mata pode atingir um bom sp (lentilha-dgua), Pistia stratioides (alface-
desenvolvimento. Em geral, so matas decduas dgua) e Salvinia sp. (salvnia); as submersas
de porte mdio a alto, pouco densas, com razes suspensas ou fixas no substrato, como
subterrnes muitas vezes expostas por Nymphaea sp. e Nymphoides sp. (ninfias); as
sustentarem as rvores em locais de solo natantes fixadas como Ceratophyllumm sp.
extremamente raso. As razes dessas rvores (cabelo-de-urso); e as emergentes fixadas que
freqentemente apresentam hipertrofia por se desenvolvem em guas rasas, apresentando
conduzirem as razes secundrias e radicelas sistema subterrneo fixado no fundo e do qual
com suas zonas de assimilao at locais muito se eleva ampla parte area sobre a superfcie
distantes da rvore que as emitiu (CETEC da gua, como Juncus sp. (junco) e Typha sp.
1980). Isso foi observado nas razes de Ficus (taboa).
sp. (gameleira), Cedrela cf. odorata (cedro) e
Pseudobombax sp. (embiruu). O ndice de cobertura vegetal da lmina dgua
varia e parece ser decorrncia do nvel de
Apesar de pouco densa, essa vegetao rica eutrofizao e profundidade da lagoa. Grande
em espcies de interesse cientfico. Sua grande parte destas plantas fixam suas razes no
adaptabilidade s condies desfavorveis de substrato e apenas sobrevivem at uma dada
solo e microclima dos afloramentos rochosos, profundidade. Assim, nas lagoas que recebem
as transforma em espcies potenciais a serem muito material slido carreado de sua bacia,
utilizadas em programas de revegetao de favorecida a colonizao por plantas emersas
reas degradadas pelas mineraes de como Typha sp., considerada uma espcie
calcrio. Alm disso, muitas espcies so tpica da transio sucessional do ambiente
fornecedoras de recursos alimentares para a mido para o terrestre.
fauna, como o caso das populaes de Ficus
sp. (gameleira). Em torno das reas alagadias, sobre solos
encharcados ou pouco drenados, ocorrem
Presentes em toda a rea, os afloramentos espcies indicadoras de reas midas, como
calcrios e mais propriamente as cavidades as herbceas Cyperus spp. (juncos),
neles encontradas, servem de abrigo e local de Polygonum sp. (erva-de-bicho), e arbustivas
nidificao para diversas espcies de aves. como Acacia sp. (maric) e Ludwigia spp. (cruz
Foram comumente observadas nesses locais de malta).
psitacdeos, como o periquito-maracan
(Aratinga leucophthamus ) e o periquito-rei As vrzeas naturais so normalmente de grande
( Aratinga aurea ) e hirundindeos como a riqueza biolgica, principalmente pela alta
andorinha-serrador (Stegidopteryx ruficollis). produtividade e grande multiplicidade de cadeias
Alm desses, a rasga-mortalha (Tyto alba) alimentares (Pitelli, 1986). Em geral, constituem
detectada na rea, habitante freqente de ectones entre as biocenoses terrestres e de
fendas e grutas, onde passa o dia e reproduz gua doce, acolhendo indivduos de ambas.
73
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Outra formao associada a reas midas a A Lagoa do Sumidouro sofre uma variao muito
mata alagada, observada unicamente ao longo grande no nvel da gua ao longo do ano, entre
de um crrego da Fazenda Imprio. Nesse local, as estaes seca e chuvosa. Nos meses de
a mata tem feio de floresta estacional setembro a novembro, auge do perodo seco e
semidecidual, porm, nos trechos de solo incio do chuvoso, o nvel de gua alcana o seu
alagado ao longo do crrego, dominada por mnimo, deixando seca boa parte do espelho
espcies indicadoras da umidade edfica, como dgua. Nesses meses, a lmina de gua rasa
Xylopia emarginata (pindaba) Croton urucurana e pequena concentra os peixes e invertebrados
(sangue-de-drago) e Callophylum brasiliense aquticos, atraindo diversas espcies de aves
(landim). Esse fragmento de mata alagada, limcolas. Essas aves pernaltas usufruem dos
inserido em uma regio dominada pelo cerrado, recursos disponveis. Com o incio das chuvas,
circundado por vegetao de brejo e reas de a lagoa volta a se encher e muitas dessas
uso antrpico. espcies deixam a rea.
A diversidade de aves nos diferentes corpos Durante a poca das chuvas, inmeras lagoas
dgua est diretamente relacionada temporrias so formadas na regio, e passam
disponibilidade de recursos alimentares, a servir de local de pouso, alimentao e
presena e diversidade de vegetao aqutica, reproduo para algumas espcies de aves
ocorrncia de vegetao marginal e de aquticas, como a gara-branca-grande
vegetao arbustiva/arbrea na borda, (Casmerodius albus), espcie mais comumente
profundidade do corpo dgua e ao seu grau de encontrada nessas lagoas. Fato a destacar a
isolamento e conservao. ocorrncia de reproduo do mergulho-
pequeno ( Podiceps dominicus ), na lagoa
Diversas espcies de aves aquticas dependem temporria da Mata Lagoa da Cauaia, onde
de ambientes de gua rasa, onde se foram vistos casais com filhotes e ninhos.
locomovem e forrageiam, como garas,
narcejas e baturas. J certas espcies s Entretanto, essas lagoas temporrias
ocorrem em ambientes limncolas que possuem geralmente no so freqentadas por muitas
vegetao aqutica, como jaans e frangos espcies de aves aquticas por no oferecerem
dgua. A presena de vegetao marginal recursos alimentares suficientes para a atrao
importante para diversas espcies de e sustento, alm de freqentemente no
saracuras. A existncia de arbustos e rvores possurem vegetao aqutica nem vegetao
nas margens do corpo dgua essencial para marginal.
martins-pescadores, para a biguatinga e o
gavio-caramujeiro. a existncia de uma ou 5.13 - Outros ambientes
outra caracterstica que vai proporcionar ou no
a colonizao desses ambientes pelas As pastagens so os ambientes mais comuns
diferentes espcies de aves. da rea estudada, variando de totalmente
abertas a at pastos com vegetao em
De toda a avifauna, cerca de 30% esto na regenerao e pastos com rvores isoladas. As
Lagoa do Sumidouro, sendo esse o mais pastagens mais abertas, de menor
importante ambiente lacustre na APA. Dentre as complexidade estrutural, suportam um menor
39 espcies de aves aquticas observadas, 26 nmero de espcies de aves, sendo a
(67%) foram registradas na Lagoa do observados tinamdeos campestres como a
Sumidouro, sendo que 8 (20% do total de codorna ( Nothura maculosa ), a perdiz
espcies aquticas) foram exclusivamente (Rhynchotus rufescens) e o inhambu-choror
detectadas nessa rea. Incluem-se a espcies ( Crypturellus parvirostris ). Tambm o ui-p
citadas anteriormente como o colhereiro (Ajaia ( Synallaxis albescens ) e o quero-quero
ajaja), ameaado de extino no Estado de (Vanellus chilensis).
Minas Gerais e o maarico-de-pernas-amarelas
(Tringa flavipes), migrante do hemisfrio norte. As lavouras, so freqentadas oportunis-
Alm dessas, pode-se destacar o savacu ticamente por espcies de aves, muitas delas
( Nycticorax nycticorax ), o caro ( Aramus granvoras, como alguns columbdeos e
guarauna), a batura (Gallinago gallinago) e o emberizdeos. Dentre os primeiros, destacam-
pernilongo (Himantopus himantopus). se a rolinha ( Columbina talpacoti) e a asa-
41
74
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
branca ( Columba picazuro ). Tais espcies grandes frugvoros, as grandes aves de rapina,
chegam a compor bandos de centenas de as espcies florestais especialistas e as
indivduos, especialmente na poca da espcies no limite de sua rea de distribuio.
semeadura, tornando-se praga em muitas Alm desses, espcies dependentes de cerrado
regies (Sick, 1985). Os emberizdeos, como o e ambientes aquticos bem conservados,
tiziu (Volatinia jacarina) e o baiano (Sporophila tambm declinaram ou desapareceram da
nigricollis ), acompanham sazonalmente os regio.
perodos de frutificao das gramneas.
Fragmentos pequenos provavelmente no
A presena de vegetao em regenerao e de possuem uma quantidade suficiente de frutos
rvores isoladas atrai grande nmero de grandes para sustentar grandes frugvoros
espcies, pois os arbustos e rvores servem (Willis, 1979). Assim, os fragmentos florestais
de local de pouso de descanso e observao, remanescentes no foram suficientes para
nidificao e forrageamento para diversas suportar populaes do araari-de-bico-branco
espcies como os anus (Crotophaga ani e Guira (Pteroglossus aracari), tucano-de-bico-preto
guira), sabi-do-campo (Mimus saturninus), ( Ramphastos dicolorus ) , do araari-poca
joo-de-barro, joo-graveto (Phacellodomus ( Selenidera maculirostris ) , da araponga
rufifrons ), alm de diversas espcies de (Procnias nudicollis ) e do pav ( Pyroderus
falconiformes e psitacdeos. scutatus), espcies consideradas comuns no
tempo de Lund e Reinhardt (Christiansen &
Tais pastos em regenerao e/ou com rvores, Pitter, 1994).
quando localizados prximos a remanescentes
florestais, constituem importante fonte de Tambm as grandes aves de rapina, que
recursos para inmeras espcies da mata e da dependem de reas extensas para
borda, que usufruem esporadicamente da oferta forrageamento, j no so mais encontradas na
extra de alimento. Assim, espcies tais como o regio, como o gavio-de-penacho (Spizaetus
sanhau-cara-suja (Tangara cayana), sabi- ornatus ), o gavio-relgio ( Micrastur
barranqueiro (Turdus leucomelas) e o suiriri semitorquatus ), o gavio-cabur (Micrastur
( Tyrannus melancholicus ), so registradas ruficollis ) e o gavio-preto ( Buteogallus
nesse ambiente. urubitinga).
Algumas espcies de aves se adaptam vida A intensa substituio do cerrado por pastagens
em cidades, sendo as mais conhecidas o pardal e culturas foi responsvel pelo desaparecimento
(Passer domesticus ) e a pomba-domstica e/ou declnio de pelo menos 16 espcies.
(Columba livia), restritas ao ambiente urbano. Perfazendo 13,8% das espcies que
Porm, dependendo do grau de urbanizao e desapareceram da regio, a maioria delas
de arborizao das cidades, vrias espcies tpicas do Cerrado (latu sensu), depende da
passam a freqent-las, sendo as mais comuns existncia de reas de cerrado em bom estado
a cambaxirra (Troglodytes aedon), o bem-te-vi de conservao. Citam-se o tapaculo-de-
(Pitangus sulphuratus), o sanhao-cara-suja colarinho (Melanopareia torquata), a cigarra-do-
(Thraupis sayaca ) e o caga-sebo (Coereba campo (Neothraupis fasciata), o mineirinho
flaveola), dentre outras. ( Charitospiza eucosma ), a bandoleta
( Cypsnagra hirundinacea ), o andarilho
5.14 - Comparao da fauna atual com a ( Geobates poecilopterus ) e o batuqueiro
do sculo passado (Saltator atricollis).
Cento e quinze espcies de aves registradas Algumas das 14 espcies de aves aquticas que
por Lund, Reinhardt e Burmeister, na regio de no foram mais registradas na rea de estudos
Lagoa Santa no sculo passado, (Pinto, 1952) so de grande porte e/ou que executam grandes
no foram detectadas neste estudo, sendo migraes (jaburu - Jabiru mycteria, maguari -
possvel estabelecer-se um certo padro para Euxenura maguari, trinta-reis-ano - Sterna
o declnio ou desaparecimento de muitas destas superciliaris, batuituu - Pluvialis dominica,
espcies, nos ltimos 130 anos. Certos grupos dentre outras). Com a urbanizao e a
so particularmente vulnerveis fragmentao deteriorao da qualidade da gua de vrias
e degradao ambiental, destacando-se os lagoas, bem como do entorno delas, muitas
75
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Cabe salientar que algumas espcies no mais Um exemplo marcante de espcie que no havia
registradas na rea (13,8% do total), encontram- sido registrada nos estudos histricos o do
se com suas populaes em declnio no s na canrio-do-mato ( Basileuterus flaveolus ),
regio estudada, mas em todo o Estado e espcie das mais comuns atualmente nas
algumas at mesmo em toda a sua rea de matas amostradas. Entretanto, Christiansen &
distribuio. As espcies que se encontram Pitter (1994) encontraram cada vez maiores
includas na lista das ameaadas de extino populaes dessa espcie medida que, os
do estado de Minas Gerais (COPAM, 1996) so: fragmentos tornavam-se menores, indicando
ema (Rhea americana), ja-do-sul (Crypturellus que, talvez no passado, com maiores extenses
noctivagus), condorna-mineira (Nothura minor), de reas florestadas, as populaes do canrio-
do-mato deveriam ser pequenas, podendo
jaburu, gavio-de-penacho, uru (Odontophorus
passar desapercebidas.
capueira), pararu (Claravis godefrida), sabi-
cica ( Triclaria malachitacea ) , cuitelo Cabe salientar que algumas dessas espcies
( Jacamaralcyon tridatyla ), pica-pau-rei foram coletadas por Reinhardt no municpio de
( Campephilus robustus ) , andarilho , galito Sete Lagoas (Pinto, 1952) e por estar muito
(Alectrurus tricolor ), araponga , pav , curi prximo Lagoa Santa, novas coletas no
(Oryzoborus angolensis), capacetinho-do-oco- teriam sido realizadas.
do-pau (Poospiza cinerea) e canrio-chapinha
(Sicalis flaveola). Ao se comparar as espcies de mamferos
registradas neste trabalho com as registradas por
Alm dessas, certas espcies no mais Lund (1935), algumas consideraes devem ser
registradas j eram raras ou incomuns no feitas. Neste estudo foram registradas 42
sculo passado (Reinhardt, 1870 in Pinto, 1952). espcies que representam, aproximadamente,
Exemplo tpico o bacurau-do-banhado 40% das espcies registradas por Lund. As or-
Eleothreptus anomalus, cujo nico registro para dens proporcionalmente menos representadas
a regio em todos os tempos o de Reinhardt so exatamente as de maior nmero de espcies,
op.cit.. Alm dessa espcie, citam-se tambm como os roedores e quirpteros. Esses grupos
a coruja-preta (Ciccaba huhula), a me-da-lua- necessitam de grande esforo de coleta para que
parda (Nyctibius aethereus), o gavio-relgio se possa abranger a totalidade de espcies em
( Micrastur semitorquatus ) e o soc-boi uma regio e talvez o esforo amostral tenha sido
(Tigrisoma lineatum), dentre outros. insuficiente, j que nesses grupos o registro de
espcies se d exclu-sivamente atravs de
Deve-se destacar que a falta de registro para capturas e os registros efetuados por Lund foram,
algumas espcies, foi devido amostragem, em sua maioria, a partir de fsseis.
41
76
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Carterodon sulcidens, espcie descrita por que usa planta como remdio, mas continua
Lund, tendo como localidade-tipo Lagoa Santa, sendo bom para os pobres.
foi recentemente enquadrada na categoria de
Ameaada-provavelmente extinta na lista das Com freqncia, ele indica remdios para a
espcies ameaadas de extino da fauna do populao local, comercializando-os em pe-
Estado de Minas Gerais (COPAM, 1996), uma quena escala. Seus remdios ainda so encon-
vez que no existe nenhum registro atual para trados com relativa facilidade, no conhecendo
a espcie. nenhum que tenha desaparecido nos ltimos anos.
Os carnvoros tambm tiveram poucos Para o Sr. Jernimo, quase todo mato tem um
registros, principalmente os de grande porte. serventurio para alguma coisa, a gente que
Espcies de hbito semi-aqutico, anteriormente pode no saber...
registradas por Lund, como a lontra (Lontra As espcies desconhecidas ou sem indicao
longicaudis ) e a ariranha ( Pteronura de uso so tratadas por ramos bravos e
brasiliensis), so consideradas ameaadas de eventualmente fornecem lenha. Alm das
extino devido destruio de seus hbitats e plantas utilizadas como remdio, existem as
poluio das guas (Fonseca et al., 1994), usadas como alimento pelo gado, como a
tambm no foram registrados. faveira ( Dimorphandra mollis ), algumas
O cachorro-do-mato-vinagre ( Speothos frutferas apreciadas pela fauna como o murici
venaticus), espcie descrita por Lund na regio (Byrsonima sp.), o mandacaru (Cereus sp.) e a
de Lagoa Santa, j era citada como rara (Lund, banana-de-sagui (Phyllodendron sp.), as plantas
1935), e hoje se encontra na categoria de para enfeitar , como as orqudeas (imbs) e
Ameaada - provavelmente extinta no Estado bromlias (parasitas), e as que podem ser
de Minas Gerais (COPAM, 1996). utilizadas no cardpio dirio da populao, como
o ora-pro-nobis (Pereskia aculeata).
Apesar da alterao antrpica na paisagem
natural da regio, todas as espcies de primatas Outro morador entrevistado foi o Sr. Antnio
registradas por Lund persistem at hoje na APA, Pacheco (Antnio Cco), residente em
mesmo sendo espcies dependentes de Mocambeiro e funcionrio da Fazenda Peri-Peri.
hbitats florestais. Tambm mora na regio h mais de 40 anos,
tendo amplo conhecimento das espcies da
5.15 - Aspectos do uso da vegetao pela flora local. bastante indicado na regio como
populao conhecedor das plantas e remdios do mato.
Busca remdios no mato (matas), em
Alguns dos moradores mais antigos da regio
cascalheiras (plantas ruderais), no campo
tm amplo conhecimento das plantas, de seus
(cerrados) e baixadas (brejos). procurado
usos, sua distribuio conforme o tipo de solo e
pelas pessoas mais pobres ou por aquelas que
de seu potencial de crescimento. Esse saber
no tiveram xito usando remdios de farmcia.
pode ser de grande importncia no s para
Recentemente, no encontrou uma planta que
um resgate histrico da relao da populao
foi buscar na Jaguara, o que constitui um indcio
com a flora regional, mas tambm como
de que algumas espcies podem estar se
subsdio para projetos de manejo e recom-
tornando escassas. Segundo ele, uma das
posio da vegetao.
razes para isso so os curiosos que vm, por
O primeiro entrevistado, Sr. Jernimo Gregrio exemplo, em busca de orqudeas, enchem o
Alves, mora junto entrada da Fazenda Planalto saco de plantas e levam para vender.
da Jaguara. Residente na regio h 45 anos,
Sobre o uso da vegetao pela populao, ele
ele conhece bem a flora local. Raizeiro indicado
conta que muitas rvores eram procuradas por
por muitos habitantes da regio, busca remdios
diversos motivos, como a canafstula ou faveira
no mato (matas) e principalmente no campo
(Peltophorum dubium), que fornece madeira
(cerrado) onde, segundo ele, os remdios so
para confeco de tbuas, o aoita-cavalo
mais comuns. Conhece diferentes formas de
(Luehea sp.) para fazer cabos de machado e
preparao dos remdios, como vrios chs,
muitas outras.
alm de garrafadas com cerveja e vinho branco
(a garrafada boa porque um remdio ajuda o Como o Sr. Jernimo, o Sr. Antnio Pacheco
outro). Segundo ele, h cada vez menos gente separa os remdios frescos dos quentes, que
77
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
muitas vezes podem ser usados combinados. h uma procura razovel de remdios pela
Pode-se fazer doce, acar ou garrafada de populao local...
qualquer raiz. Demonstrando ter uma noo
intuitiva de aspectos mdicos e fisiolgicos, ele Atravs dessas entrevistas e de vrias
explica em uma linguagem extremamente conversas informais pela regio, pode-se notar
expressiva que o rim e a bexiga so irmos. A que, ao mesmo tempo em que os raizeiros
bexiga est ligada no rim, que est ligado no so conhecidos, cada vez mais eles tendem a
fgado, e tudo est ligado no corao. O se tornar apenas um folclore regional. Iniciativas
remdio fazendo bem para um, melhora o de registrar, difundir e aprofundar esse
resto. conhecimento so raras e esparsas. A herana
dos conhecimentos dentro da famlia j no
A terceira entrevistada foi Maria da Conceio um processo natural. Assim, de extrema
Aparecida de Brito, a Preta, que reside no bairro importncia, tanto pelos motivos cientficos
da Lua em Matozinhos e vendedora ambulante quanto pelos histricos e culturais, que se
de ervas medicinais em Pedro Leopoldo. Jovem estabelea um programa de resgate dos
de 29 anos, procedente de Belo Horizonte, est conhecimentos populares sobre a vegetao.
h apenas cinco anos na regio. Seu
conhecimento das espcies da flora local ainda Os dados levantados com essas pessoas esto
restrito. Aprendeu com um amigo, usa sistematizados no anexo 29, onde se encontra
espcies locais e outras, j sendo conhecida o nome popular, nome cientfico e uso atribudo
em Pedro Leopoldo como raizeira. Segundo ela, planta.
41
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Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
6 - CONCLUSES
41
79
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
41
80
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
81
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
localizados fora dos limites da rea. Tais em direo ao Parque Nacional da Serra do
remanescentes existentes no entorno da APA Cip;
podem funcionar como fonte colonizadora e
favorecer a conexo entre fragmentos, 4. identificao de fontes de poluio potencial
aumentando assim seu valor na conservao que se localizem fora da APA e que possam
da fauna e flora locais; comprometer a sua integridade, e a elaborao
de propostas para a minimizao dos impactos
2. realizao de inventrios florstico e antrpicos oriundos de fora da APA-Carste;
faunsticos complementares no entorno da APA,
com o objetivo de detectar espcies que no 5. identificao de reas prioritrias para a
foram observadas na APA, e determinar as manuteno da integridade das Zonas-Ncleo.
razes de sua no-ocorrncia; Parte das Zonas-Ncleo localizada nos limites
da APA no est completamente circundada por
3. identificao de remanescentes de Zonas-Tampo e, desta forma, aconselhvel
vegetao nativa no entorno da APA que a deteco das reas e atividades limtrofes,
possam funcionar como ligao entre as reas essas com o objetivo de propor e incentivar
propostas como zona-ncleo e outras atitudes que permitam a manuteno de sua
reas protegidas da regio, especialmente integridade.
41
82
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
8 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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86
ANEXOS
ANEXO I
Lista das espcies vegetais amostradas por famlia e ambiente.
APA Carste de Lagoa Santa. Setembro/1995 a maro/1996
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
III
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Temnadenia violacea X
cf. Mandevilla sp. X
cf. Tabernaemontana sp. X X
Apocynaceae 1 X
IIII
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Zehyera montana bolsa-de- X
pastor
Bignoniaceae 1 X
Bignoniaceae 2 X
Bignoniaceae 3 X
Bignoniaceae 4 X
Bignoniaceae 5 X
IV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Maytenus cf. robusta X
Maytenus gonoclada X
Maytenus ilicifolia X X
Maytenus salicifolia X X X
Maytenus sp.1 X
Maytenus sp.2 X
Plenckia polpunea marmelo-do- X X
campo
Salacia cf. micrantha X
Salacia sp. X
V
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Mikania sp.1 X
Mikania sp.2 X
Piptocarpha rotundifolia macieira X
cf. Vernonia sp. X
Compositae 1 X
Compositae 2 X
Compositae 3 X
Compositae 4 X
VI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Erythroxylum sp.2
Erythroxylum sp.3 X
Erythroxylum sp.4 X
Erythroxylum sp.5 X
Erythroxylum sp.6 X X
Erythroxylum sp.7 X
Erythroxylum sp.8 X
Erythroxylum sp.9 X
Erythroxylum sp.10 X
Erythroxylum sp.11 X
Erythroxylum sp.12 X
Erythroxylum sp.13 X
Erythroxylum sub-racemosum X X X
Erythroxylum suberosum X
Erythroxylum tortuosum X
VII
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Sapium sellowiana leiteiro
Sebastiania sp. X X
Euphorbiaceae 1 X
VIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Lauraceae 8 canela X
IX
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Platymenia foliolosa vinhtico X
Platymenia reticulata vinhtico X X
Sthryphnodendron adstringens barbatimo X
Leguminosae- Mim. 1 X
X
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Loganiaceae Strichnos brasiliensis X
Strichnos pseudoquina quina X
XI
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Miconia sp.4
Miconia sp.5 X
XII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Campomanesia sp.1 X
Campomanesia sp.2 X
Eugenia aurata X X
Eugenia brasiliensis X X X
Eugenia desynterica cagaita X X
Eugenia florida jabuticaba- X X
da-mata
Eugenia sp.1 X
Eugenia sp.2 X X
Eugenia sp.3 X X
Gomidesia cf. crocea X
Myrcia cf. floribunda X
Myrcia rostrata folha-mida X X X
Myrcia rufipes X X
Myrcia tomentosa X X
Myrcia variabilis X
Myrcia sp.1 X
Myrcia sp.2 X
Myrciaria cf. floribunda jabuticaba X X
Myrciaria cuspidata X X
Myrciaria sp.1 X X
Psidium firmum X X
Psidium sp.1 X
Psidium sp.2 X
Psidium sp.3 X
Psidium sp.4 X
cf. Calycorectes sp. X
cf. Marlieria sp. X
Myrtaceae 1 X X
Myrtaceae 2 X
Myrtaceae 3 X
Myrtaceae 4 X
Myrtaceae 5 X X
Myrtaceae 6 X X
Myrtaceae 7 X X
Myrtaceae 8 X
Myrtaceae 9 X
Myrtaceae 10 X
Myrtaceae 11 X
XIII
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Myrtaceae 12 X
Myrtaceae 13 X
Myrtaceae 14 X
Myrtaceae 15 X
Myrtaceae 16 X
Myrtaceae 17 X X
Myrtaceae 18 X
Myrtaceae 19 X
Myrtaceae 20 X
Myrtaceae 21 X
Myrtaceae 22 X
XIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Oxalis sp.1 X
Oxalis sp.2 X
Oxalis sp.3
Oxalis sp.4 X
XV
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
XVI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Esenbeckia febrifuga X
Galipea jasminiflora X
Lithraea molleoides X
Pilocarpus spicatus X
Zanthoxylum cf. petiolare maminha-de- X X
porca
Zanthoxylum rhoifolium maminha-de- X X X
porca
Zanthoxylum riedelianum maminha-de- X X
porca
XVII
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
Sterculiaceae Guazuma ulmifolia mutamba X X X
Helicteris sacarolha sacarrolha X
Sterculia chicha chich X X
XVIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
FAMLIA ESPCIE nome vulgar Flor. E. Flor. E. Trans. Cerrado Aflor. Brejos
Semid. Decid. Mat/Cer Calcar.
No identificadas 5 24 4 8
XIX
ANEXO II
Lista das espcies de ofdios registradas na APA Carste de Lagoa Santa, MG.
Setembro/1995 a maro/1996
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Colubridae
Chironius carinatus cobra-cip X X
Drymoluber brazili cobra-cip X
Leptodeira annulata dormideira X X X
Liophis poecilogyrus cobra-dgua X X X
Mastigodryas bifossatus jararacussu-do- I X I I
brejo
Oxyrhopus guibei falsa-coral X X X X
Philodryas olfersi cobra-verde X
Philodryas patagoniensis cobra-dgua X
Phimophis iglesiasi X
Sibynomorphus mikani jararaquinha-de- X X X
jardim
Waglerophis merremii xatadeira X X X X
Elapidae
Micrurus frontalis* coral-verdadeira X X X
Micrurus lemniscatus* coral-verdadeira V
Viperidae
Bothrops neuwiedi* jararaca-do-rabo- X X
branco
Crotalus durissus* cascavel X X X X X X X X X
* espcies venenosas
reas trabalhadas:
C - Fazenda Cauaia J - Fazenda Castelo da Jaguara
P - Fazenda Poes E - Fazenda Peri-Peri
L - Fazenda da Lapinha M - Lagoa dos Mares
F - Fazenda Cerca Grande A - Aeroporto Internacional Tancredo Neves
G - Fazenda Girassol O - Fazenda Imprio
X - Coleta
I - Informao
V - Visualizao
XXI
ANEXO III
Lista das espcies de aves registradas na APA Carste de Lagoa Santa, MG.
Setembro/1995 a maro/1996
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
ORDEM/FAMLIA
Espcie Nome vulgar reas Ambientes Hbito
TINAMIFORMES
TINAMIDAE
Crypturellus parvirostis inhambu-choror J, I, A, Q, S p ca
Crypturellus tataupa inhambu-xit C, I, Q m fl
Rhynchotus rufescens perdiz J, I p ca
Nothura maculosa codorna-comum p ca
PODICIPEDIFORMES
PODICIPEDIDAE
Podiceps dominicus mergulho-pequeno J, C a aq
Podilymbus podiceps mergulho S a aq
PELECANIFORMES
PHALACROCORACIDAE
Phalacrocorax olivaceus bigu J, I, S a aq
ANHINGIDAE
Anhinga anhinga biguatinga J a aq
CICONIIFORMES
ARDEIDAE
Ardea cocoi soc-grande S a aq
Casmerodius albus gara-branca-grande J, I, S a aq
Egretta thula gara-branca-pequena I, S a aq
Butorides striatus socozinho J, S a aq
Bubulcus ibis gara-vaqueira S a aq
Syrigma sibilatrix maria-faceira C, S a aq
Nycticorax nycticorax savacu S a aq
THRESKIORNITHIDAE
Phimosus infuscatus tapicuru-de-cara-pelada S a aq
Ajaia ajaja colhereiro S a aq
ANSERIFORMES
ANATIDAE
Dendrocygna viduata* irer I, S a aq
Dendrocygna autumnalis* marreca-de-asa-branca I, S a aq
Amazonetta brasiliensis anana I, S a aq
Cairina moschata pato-do-mato I a aq
FALCONIFORMES
CATHARTIDAE
Sarcoramphus papa urubu-rei C v
Coragyps atratus urubu-comum J, I, A, S v
XXIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ORDEM/FAMLIA
Espcie Nome vulgar reas Ambientes Hbito
ACCIPITRIDAE
Elanus leucurus peneira p, s ca
Leptodon cayanensis gavio-de-cabea-cinza J m fl
Rosthramus sociabilis caramujeiro J a aq
Buteo magnirostris* gavio-carij J, C, I, P, A, Sm, d, c bo
Heterospizias meridionalis gavio-caboclo C p ca
FALCONIDAE
Herpetotheres cachinnans* acau J, I, A t bo
Milvago chimachima carrapateiro J, C, I, A, Q t, p, s ca
Polyborus plancus caracar J, I, P, A, Q, St, p, s ca
Falco sparverius quiriquiri P p ca
GALLIFORMES
CRACIDAE
Penelope superciliaris jacupemba I, C, A, Q m, t fl
GRUIFORMES
ARAMIDAE
Aramus guarauna* caro S a aq
RALLIDAE
Rallus nigricans saracura-san J, I, A a aq
Aramides cajanea trs-potes A a aq
Aramides saracura saracura-do-mato I a aq
Porzana albicollis san-carij I a aq
Gallinula chloropus* frango-d'agua-comum J, S a aq
Porphyrula martinica* frango-d'agua-azul a aq
CARIAMIDAE
Cariama cristata seriema J, C, I, P, Q p, s ca
CHARADRIIFORMES
JACANIDAE
Jacana jacana* jaan J, S a aq
CHARADRIIDAE
Vanellus chilensis quero-quero J, C, I, A, Q, S a, p ca
Charadrius collaris* batura-de-coleira S a aq
SCOLOPACIDAE
Tringa flavipes maarico-de-perna-amarela I, S a aq
Gallinago gallinago batura S a aq
RECURVIROSTRIDAE
Himantopus himantopus pernilongo S a aq
XXIV
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
ORDEM/FAMLIA
Espcie Nome vulgar reas Ambientes Hbito
COLUMBIFORMES
COLUMBIDAE
Columba picazuro* asa-branca J, C, I,P,A,Q,S p, s ca
Columba livia pombo-domstico u
Zenaida auriculata avoante p, s ca
Columbina talpacoti rolinha J, I, P, S p, s, u ca
Claravis pretiosa pomba-de-espelho C p bo
Scardafella squammata* fogo-apagou J, I, P, Q, S p, s ca
Leptotila verreauxi juriti J, C, I,P,A,Q,S m, t, d bo
PSITTACIFORMES
PSITTACIDAE
Aratinga leucophthalmus periquito-maracan J, C, I,P,A,Q,S m, t, d bo
Aratinga aurea periquito-rei J, C, I, Q, S m, t, d bo
Pyrrhura frontalis tiriba-de-testa-vermelha C m fl
Forpus xanthopterygius* tuim J, C, I, A, Q m, t, s bo
Brotogeris chiriri periquito-de-encontro-amarelo J, C, I,P,A,Q,S m, d, t, c bo
Pionus maximiliani maitaca-bronzeada J, C, I, Q m, t bo
Amazona aestiva papagaio-verdadeiro J, C, I,P,A,Q,S m, t, d bo
CUCULIFORMES
CUCULIDAE
Coccyzus americanus* papa-lagarta-cinzento d bo
Piaya cayana* alma-de-gato J, C, I, P, A, Q m, t, c bo
Crotophaga ani* anu-preto J, I, P, A, Q, Ss ca
Guira guira anu-branco P, I, Q ,S s ca
Tapera naevia saci J, C, I, S s bo
STRIGIFORMES
TYTONIDAE
Tyto alba* rasga-mortalha ca
STRIGIDAE
Pulsatrix perspicillata murucututu C m fl
Glaucidium brasilianum cabur J, P m, d fl
Athene cunicularia* coruja-buraqueira J, P p, s ca
CAPRIMULGIFORMES
CAPRIMULGIDAE
Lurocalis semitorquatus* tuju C p ca
Chordeiles sp bacurau C v
Nyctidromus albicollis curiango C, I, Q p ca
Caprimulgus rufus bacurau-pequeno C m fl
APODIFORMES
APODIDAE
Streptoprocne zonaris andorinho-de-coleira J, C v
Chaetura andrei* andorinho-do-temporal J, C, I, A v
XXV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ORDEM/FAMLIA
Espcie Nome vulgar reas Ambientes Hbito
TROCHILIDAE
Phaethornis pretrei balana-rabo-de-sobre-amarelo J, C, P, A, Q m, t, d, c bo
Phaethornis ruber* besourinho-de-rabo-branco C, I, Q m fl
Eupetomena macroura* tesouro J, I m, t, c bo
Colibri serrirostris beija-flor-de-canto P d bo
Chlorostilbon aureoventris besourinho-verde C, I, A m, t fl
Amazilia lactea beija-flor-de-peito-azul J, C, I, P, A, Q m, d, c bo
TROGONIFORMES
TROGONIDAE
Trogon surrucura surucu-de-barriga-amarela J, C, I, P m, d fl
CORACIIFORMES
ALCEDINIDAE
Ceryle torquata martim-pescador-grande S a aq
Chloroceryle amazona martim-pescador-verde J, A, S a aq
Chloroceryle americana* martim-pescador-pequeno J, I a aq
MOMOTIDAE
Baryphthengus ruficapillus juruva J, C, I, P, Q m, t, d, c fl
PICIFORMES
GALBULIDAE
Galbula ruficauda ariramba-da-mata-virgem J, I, A, Q m, c fl
BUCCONIDAE
Malacoptila striata joo-barbudo C a fl
Nonnula rubecula macuru C a fl
RAMPHASTIDAE
Ramphastos toco tucanuu J, C, P, Q s bo
PICIDAE
Picumnus cirratus* pica-pau-ano-barrado J, C, I, P, A,Q m, t, d fl
Colaptes campestris* pica-pau-do-campo I, P, A, Q s ca
Colaptes melanochloros* pica-pau-verde-barrado J, C, P, A m, t, d fl
Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca J, P m, d fl
Melanerpes candidus pica-pau-preto-e-branco J, I, S s bo
Veniliornis passerinus pica-pauzinho-ano J, C, I, P, A m, s, c fl
Campephilus melanoleucus pica-pau-de-topete-vermelho I m, t fl
PASSERIFORMES
FURNARIIDAE
Furnarius figulus* casaca-de-couro-da-lama I s ca
Furnarius rufus* joo-de-barro P, A, Q, S s ca
Synallaxis frontalis cicli J, C, I, P, A,Q s, c bo
Synallaxis albescens* ui-p I, A, S p, s ca
Synallaxis spixi* joo-tenenem A, Q c bo
Certhiaxis cinnamomea curuti J, I a aq
XXVI
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
ORDEM/FAMLIA
Espcie Nome vulgar reas Ambientes Hbito
THAMNOPILIDAE
Hypoedaleus guttatus choco-carij J m fl
Taraba major chororozo J, I, A, S m, t, c fl
Thamnophilus caerulescens choca-da-mata C, I, P, A, Q m, t, d fl
Thamnophilus sp choca A
Dysithamnus mentalis choquinha-lisa J, C, I, A, Q m, t fl
Herpsilochmus atricapillus chororozinho-de-chapu-preto J, C, I, P, A,Q m, t, d fl
Formicivora serrana papa-formigas-da-serra C, I, A, Q m, t fl
Pyriglena leucoptera borralhara C, A m fl
CONOPOPHAGIDAE
Conopophaga lineata* chupa-dente C, I m fl
TYRANNIDAE
Elaenia flavogaster* maria-j--dia J, I, A, Q, S t, c, s bo
Elaenia obscura tuco I fl
Myiopagis viridicata* guaracava-de-orelhas J, C, I, P, A,Q m, t, d fl
Camptostoma obsoletum risadinha J, I, P,A m, t, d fl
Phyllomyias fasciatus piolhinho-verdoso J, C, I, P, Q,S m, t, d fl
Leptopogon amaurocephalus* cabeudo J, C m fl
Myiornis auricularis miudinho J, C, I m fl
Hemitriccus nidipendulus tachuri-campainha C, A m, t fl
Todirostrum plumbeiceps toror A t bo
Todirostrum latirostre* ferreirinho I, A c bo
Todirostrum poliocephalum* ferreirinho J, C, I m, t bo
Corythopis delalandi estalador J, C, I, A m fl
Platyrinchus mystaceus patinho C, I, A m fl
Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta J, C, I, P, Q m, t, d fl
Myiophobus fasciatus filipe I c bo
Lathrotriccus euleri* enferrujado J, C, I, P, A, Q m, t, d fl
Contopus cinereus papa-moscas-cinzento J, I m bo
Cnemotriccus fuscatus* guaracavuu J, I, P, A, Q m, d fl
Hirundinea ferruginea birro S ca
Xolmis cinerea maria-branca S p, s ca
Xolmis velata* noivinha-branca C, I p, s ca
Satrapa icterophrys suiriri-pequeno J m bo
Machetornis rixosus* bem-te-vi-do-gado I, S p, s ca
Colonia colonus viuvinha J, C, I, A m, c bo
Fluvicola nengeta* lavadeirinha-mascarada J, I, S a aq
XXVII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ORDEM/FAMLIA
Espcie Nome vulgar reas Ambientes Hbito
CORVIDAE
Cyanocorax cristatellus* gralha-do-campo C, I, P, A s ca
HIRUNDINIDAE
Phaeprogne tapera* andorinha-do-campo I, S v, u
Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branca I, S v, a
Notiochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa C, P, I, S v
Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serrador J, I, A, Q v
Stelgidopteyx fucata andorinha-morena C v, p
Hirundo rustica* andorinha-de-bando C v, p
TROGLODYTIDAE
Donacobius atricapillus* assovia-cachorro J, I, A a aq
Troglodytes aedon cambaxirra J, C, I, P, A c, s ca
TURDIDAE
Turdus rufiventris* sabi-laranjeira J, I m fl
Turdus amaurochalinus sabi-poca J, C, A, Q m, t fl
Turdus leucomelas* sabi-barranqueiro J, C, I, P, A,Q m, t, d,c fl
MIMIDAE
Mimus saturninus* sabi-do-campo I, A p, s ca
MOTACILLIDAE
Anthus lutescens* caminheiro-zumbidor S p ca
VIREONIDAE
Cyclarhis gujanensis pitiguari J, C, I,P,A,Q,S m, t,d, c fl
Hylophilus poecilotis verdinho-coroado I, A, Q m, t fl
Vireo chivi juruviara J, C, I, P m, t, d fl
XXVIII
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
cont.
ORDEM/FAMLIA
Espcie Nome vulgar reas Ambientes Hbito
EMBERIZIDAE
Parula pitiayumi mariquita J, C, I m, t, c bo
Geothlypis aequinoctialis pia-cobra I s ca
Basileuterus hypoleucus pichito J, C, I, P, A,Q m, t, d fl
Basileuterus flaveolus* canrio-do-mato J, C, I, P, A,Q m, t, d fl
Dacnis cayana sa-azul J, C, I, A m, t, c bo
Coereba flaveola caga-cebo J, C, I, A, Q,S m, t, c bo
Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho J, C, P m, d bo
Hemithraupis ruficapilla sara-da-mata J, C, I, P m, t, d fl
Nemosia pileata sara-mascarada J, I, P m, t, d bo
Tangara cayana sanhao-cara-suja J, C, I, P, A,Q m, t, d,c bo
Euphonia chlorotica vi-vi J, C, I, Q m, t, d,c bo
Tersina viridis* sa-andorinha J, I, P, A, Q m, t, d bo
Thraupis sayaca sanhao-cinzento J, I, P, A, Q m, t, d,c bo
Schistochlamys ruficapillus bico-de-veludo Q c bo
Compsthraupis loricata carreto c bo
Sturnella superciliaris* polcia-inglesa S p ca
Agelaius ruficapillus* garibaldi J,I a aq
Gnorimopsar chopi pssaro-preto C, I, P, A, Q,Ss ca
Molothrus bonariensis rola-bosta J, S p, s ca
Cacicus haemorrhous* guaxo J, C, I, Q m, t fl
Saltator similis trinca-ferro J, C, I, A, Q m, t, c fl
Cyanocompsa brissoni azulo I s, c ca
Volatinia jacarina tiziu I, A s, c ca
Sporophila lineola bigodinho s ca
Sporophila nigricollis baiano I s, c ca
Sporophila bouvreuil caboclinho-frade I s ca
Arremon flavirostris tico-tico-do-mato-bico-amarelo C, A, Q m fl
Zonotrichia capensis tico-tico J, I, Q p, s ca
Ammodramus humeralis canrio-rasteiro I, A s ca
Emberizoides herbicola canrio-do-campo I s ca
Sicalis luteola canrio-tipo S s ca
Coryphospingus pileatus tico-tico-rei C, I, P, A m, t, d,c bo
FRINGILLIDAE
Passer domesticus pardal u
Observaes:
A lista segue a ordem sistemtica de Schauensee (1982) para os no-passeriformes e de Ridgely & Tudor
(1989, 1994) para os passeriformes. Os nomes vulgares esto de acordo com Sick (1985).
No h cdigo especfico para registros dentro dos limites da APA, mas fora das reas de amostragem.
* - espcies que no foram registradas na regio nos estudos do sculo passado (Pinto, 1952)
XXIX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
XXX
ANEXO IV
Lista das espcies de pequenos mamferos (roedores, marsupiais e morcegos)
e mamferos de mdio-grande porte observados direta (captura) ou indiretamente
(vocalizaes, pegadas, etc.) nas diferentes reas estudadas da APA Carste de
Lagoa Santa, MG. Setembro/1995 a maro/1996
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
REAS
Espcie Nome vulgar Cauaia Imprio Infraero Castelo Outras
Horta Lagoa
MARSUPIALIA
Micoureus demerarae cuca X X
Marmosops incanus cuca X X X
Gracilinanus agilis cuica X X X
Didelphis albiventris gamb-de- X X X X
orelha-branca
EDENTATA
Dasypus sp. tatu E
Euphractus sexcintus tatu-peba E
CHIROPTERA
Carolia perspicilllata morcego X X X X P
Plathyrrhinus lineatus morcego X X X
Artibeus jamaicensis morcego X X P
Artibeus lituratus morcego X
Vampiressa pusilla morcego X X
Desmodus rotundus morcego- X X X X X
vampiro
Glossophaga soricina morcego X P, CG
Molossus molossus morcego X
Myotis nigricans morcego X
Mesophylla macconnelli morcego X
PRIMATES
Callithrix penicillata mico-estrela *V *, V, E X* V *V *V
Cebus apella macaco-prego *, E
Callicebus personatus guig, sau V
Alouatta fusca bugio, barbado *, V, E V
CARNIVORA
Lycalopex vetulus raposinha E J
Cerdocyon thous cachorro-do- *
mato
Procyon cancrivorus mo-pelada E P P, E
Nasua nasua coati E V, E
Conepatus semistriatus jaritataca E
Eira barbara irara *
Panthera onca ona-pintada E
Puma concolor ona-parda E
XXXII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
Espcie Nome vulgar Cauaia Imprio Infraero Castelo Outras
Horta Lagoa
ARTIODACTYLA
Tayassu sp. porco-do-mato * E
Mazama gouazoubira veado- *
catingueiro
Mazama sp. veado E V
RODENTIA
Trichomys apereoides punar, rabudo X X *S
Proechimys sp. rato-do-mato X X X
Rhipidomys mastacalis rato-do-mato X X X
Oligoryzomys sp. rato-do-mato X X X
Oryzomys subflavus rato-do-mato X X
Calomys tener rato-do- mato X X X
Hidrochaeris capivara P
hydrochaeris
Sciurus aestuans caxinguel * *S
Agouti paca paca E
LAGOMORPHA
Sylvilagus brasiliensis tapeti, coelho *J
XXXIII
ANEXO V
Espcies amostradas na Mata Lagoa da Cauaia e alguns de seus
parmetros fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XXXV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Trichilia pallida 4.00 10.00 0.12 0.17 0.55 0.29 1.02
Chrysophyllum gonocarpum 8.00 10.00 0.04 0.35 0.55 0.10 1.00
Maclura tinctoria 8.00 10.00 0.02 0.35 0.55 0.04 0.94
Casearia sp.6 4.00 10.00 0.08 0.17 0.55 0.19 0.92
NI 29 4.00 10.00 0.08 0.17 0.55 0.19 0.92
NI 27 4.00 10.00 0.06 0.17 0.55 0.15 0.87
Lauraceae 7 4.00 10.00 0.06 0.17 0.55 0.14 0.87
Casearia sylvestris 4.00 10.00 0.05 0.17 0.55 0.11 0.84
Myrtaceae 14 4.00 10.00 0.04 0.17 0.55 0.09 0.82
Calyptranthes lucida 4.00 10.00 0.04 0.17 0.55 0.09 0.82
Aspidosperma polyneuron 4.00 10.00 0.03 0.17 0.55 0.08 0.80
Peltophorum dubium 4.00 10.00 0.03 0.17 0.55 0.07 0.80
Duroia sp. 4.00 10.00 0.02 0.17 0.55 0.05 0.77
cf. Tabernaemontana sp. 4.00 10.00 0.02 0.17 0.55 0.05 0.77
Guapira opposita 4.00 10.00 0.02 0.17 0.55 0.04 0.77
Rubiaceae 1 4.00 10.00 0.02 0.17 0.55 0.04 0.76
NI 3 4.00 10.00 0.01 0.17 0.55 0.02 0.74
XXXVI
ANEXO VI
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque da Mata
Lagoa da Cauaia. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XXXVIII
ANEXO VII
Espcies amostradas na Mata Vargem Comprida e alguns de seus
parmetros fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XL
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Maclura tinctoria 4.00 10.00 0.29 0.26 0.56 0.78 1.60
Annona tomentosa 8.00 10.00 0.17 0.51 0.56 0.46 1.54
Guatteria cf. nigrensis 4.00 10.00 0.25 0.26 0.56 0.67 1.49
Inga edulis 4.00 10.00 0.20 0.26 0.56 0.54 1.36
Terminalia brasiliensis 8.00 10.00 0.10 0.51 0.56 0.26 1.33
Cedrela fissilis 4.00 10.00 0.19 0.26 0.56 0.50 1.32
Trema micrantha 4.00 10.00 0.16 0.26 0.56 0.43 1.24
Guettarda virbunioides 8.00 10.00 0.05 0.51 0.56 0.14 1.22
Guarea sp.1 4.00 10.00 0.14 0.26 0.56 0.38 1.20
Platypodium elegans 4.00 10.00 0.14 0.26 0.56 0.37 1.19
Nectandra sp.2 4.00 10.00 0.13 0.26 0.56 0.36 1.18
Zanthoxylum riedelianum 4.00 10.00 0.09 0.26 0.56 0.23 1.05
Tabebuia sp.4 4.00 10.00 0.07 0.26 0.56 0.18 1.00
Sapindaceae 1 4.00 10.00 0.04 0.26 0.56 0.11 0.93
Psidium sp.2 4.00 10.00 0.04 0.26 0.56 0.10 0.92
Xylopia aromatica 4.00 10.00 0.03 0.26 0.56 0.09 0.90
Dalbergia nigra 4.00 10.00 0.03 0.26 0.56 0.09 0.90
Erythroxylum daphnites 4.00 10.00 0.03 0.26 0.56 0.08 0.89
NI 2 4.00 10.00 0.02 0.26 0.56 0.06 0.88
Maytenus salicifolia 4.00 10.00 0.02 0.26 0.56 0.06 0.87
Celtis brasiliensis 4.00 10.00 0.02 0.26 0.56 0.05 0.86
Guatteria vilosissima 4.00 10.00 0.01 0.26 0.56 0.03 0.85
Lauraceae 5 4.00 10.00 0.01 0.26 0.56 0.03 0.85
Guazuma ulmifolia 4.00 10.00 0.01 0.26 0.56 0.02 0.84
cf. Calycorectes sp. 4.00 10.00 0.01 0.26 0.56 0.02 0.84
Allophyllus cf. edulis 4.00 10.00 0.01 0.26 0.56 0.02 0.83
XLI
ANEXO VIII
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque na Mata da
Vargem Comprida. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XLIII
ANEXO IX
Espcies amostradas na Mata do Castelo da Jaguara e alguns de seus
parmetros fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XLV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Aspidosperma sp.1 12.00 20.00 0.06 0.67 1.00 0.19 1.85
Annonaceae 4 12.00 20.00 0.03 0.67 1.00 0.10 1.76
Myrtaceae 7 16.00 10.00 0.05 0.89 0.50 0.18 1.57
Machaerium stipitatum 8.00 20.00 0.02 0.45 1.00 0.07 1.51
Psidium sp.3 8.00 20.00 0.02 0.45 1.00 0.06 1.50
Casearia sp.1 8.00 10.00 0.09 0.45 0.50 0.30 1.24
Melanoxylon brauna 8.00 10.00 0.07 0.45 0.50 0.22 1.17
Aspidosperma polyneuron 4.00 10.00 0.14 0.22 0.50 0.44 1.16
Campomanesia sp.2 8.00 10.00 0.05 0.45 0.50 0.15 1.09
NI 5 8.00 10.00 0.05 0.45 0.50 0.15 1.09
NI 7 4.00 10.00 0.11 0.22 0.50 0.35 1.07
Platycyamus regnellii 8.00 10.00 0.04 0.45 0.50 0.12 1.06
Siparuna guianensis 8.00 10.00 0.02 0.45 0.50 0.06 1.00
Zanthoxylum petiolare 4.00 10.00 0.08 0.22 0.50 0.25 0.97
NI 6 4.00 10.00 0.04 0.22 0.50 0.13 0.85
Platypodium elegans 4.00 10.00 0.04 0.22 0.50 0.13 0.85
Protium heptaphyllum 4.00 10.00 0.03 0.22 0.50 0.11 0.83
Casearia sp.2 4.00 10.00 0.03 0.22 0.50 0.09 0.81
NI 32 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.07 0.79
Calycorectes acutifolius 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.06 0.78
Sciadodendron excelsum 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.06 0.78
Ixora venulosa 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.06 0.78
NI 8 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.05 0.77
NI 9 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.05 0.77
Genipa americana 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.05 0.77
Myrtaceae 17 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.04 0.76
Maytenus ilicifolia 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.04 0.76
Celtis brasiliensis 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.04 0.76
NI 33 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.04 0.76
Myrtaceae 5 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.04 0.76
Eugenia florida 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.03 0.75
Lauraceae 6 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.03 0.75
Myrciaria cf. floribunda 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.03 0.75
cf. Calycorectes sp. 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.02 0.74
Callisthene dryadum 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.02 0.74
XLVI
ANEXO X
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque da Mata do Castelo
da Jaguara. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XLVIII
ANEXO XI
Espcies amostradas na Mata Lapinha e alguns de seus parmetros
fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
L
ANEXO XII
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque na Mata Lapinha.
APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LII
ANEXO XIII
Espcies amostradas na Mata de Poes e alguns de seus parmetros
fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Pseudobombax sp.3 8.00 10.00 0.07 0.48 0.69 0.30 1.46
Senna sp.1 4.00 10.00 0.12 0.24 0.69 0.50 1.43
Aspidosperma tomentosum 4.00 10.00 0.09 0.24 0.69 0.36 1.29
Sweetia fruticosa 4.00 10.00 0.08 0.24 0.69 0.34 1.27
Luehea divaricata 4.00 10.00 0.08 0.24 0.69 0.33 1.25
Centrolobium tomentosum 4.00 10.00 0.06 0.24 0.69 0.25 1.18
Aspidoserma sp.2 4.00 10.00 0.05 0.24 0.69 0.20 1.12
Guazuma ulmifolia 4.00 10.00 0.04 0.24 0.69 0.18 1.10
Platymenia foliolosa 4.00 10.00 0.02 0.24 0.69 0.07 1.00
NI 34 4.00 10.00 0.02 0.24 0.69 0.07 0.99
Trichilia sp.1 4.00 10.00 0.02 0.24 0.69 0.07 0.99
Myrciaria cuspidata 4.00 10.00 0.02 0.24 0.69 0.07 0.99
Euphorbiaceae 1 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.06 0.99
Helicteris sacarolha 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.06 0.98
Celtis brotilensis 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.05 0.98
Maytenus salicifolia 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.05 0.98
Rollinia silvatica 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.04 0.97
Machaerium stipitatum 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.03 0.96
Zanthoxylum rhoifolium 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.03 0.96
Chrysophylum cf. marginata 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.03 0.96
Peltophorum dubium 4.00 10.00 0.01 0.24 0.69 0.03 0.96
cips 72.00 80.00 0.28 4.28 5.52 1.21 11.00
indivduos mortos 68.00 70.00 0.92 4.04 4.83 3.91 12.78
LV
ANEXO XIV
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque na
Mata de Poes. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LVII
ANEXO XV
Espcies amostradas na Mata da Horta e alguns de seus parmetros
fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LIX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Terminalia sp. 4.00 10.00 0.09 0.20 0.55 0.24 0.99
Maclura tinctoria 4.00 10.00 0.05 0.20 0.55 0.13 0.88
Trichilia pallida 4.00 10.00 0.04 0.20 0.55 0.10 0.85
Trichilia claussenii 4.00 10.00 0.03 0.20 0.55 0.08 0.84
Allophyllus sericea 4.00 10.00 0.02 0.20 0.55 0.05 0.80
Triplaris sp. 4.00 10.00 0.02 0.20 0.55 0.04 0.80
Rubiaceae 1 4.00 10.00 0.01 0.20 0.55 0.03 0.78
Phyllostemonodaphne 4.00 10.00 0.01 0.20 0.55 0.02 0.78
geminiflora
Maytenus salicifolia 4.00 10.00 0.01 0.20 0.55 0.02 0.78
Randia armata 4.00 10.00 0.01 0.20 0.55 0.02 0.78
Erythroxylum sp.13 4.00 10.00 0.01 0.20 0.55 0.02 0.78
Dillodendron bipinnatum 4.00 10.00 0.01 0.20 0.55 0.02 0.78
LX
ANEXO XVI
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque na Mata da Horta.
APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXII
ANEXO XVII
Espcies amostradas na Transio Mata/Cerrado da Infraero e alguns de seus
parmetros fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Vismia cf. micrantha 4.00 10.00 0.05 0.20 0.61 0.22 1.03
Ocotea cf. acutifolia 4.00 10.00 0.04 0.20 0.61 0.17 0.98
NI 4 4.00 10.00 0.03 0.20 0.61 0.15 0.96
Myrtaceae 12 4.00 10.00 0.03 0.20 0.61 0.13 0.94
Erythroxyllum sub-racemosum 4.00 10.00 0.03 0.20 0.61 0.12 0.93
Callisthene dryadium 4.00 10.00 0.02 0.20 0.61 0.08 0.89
Myrsine ferruginea 4.00 10.00 0.02 0.20 0.61 0.07 0.88
Eugenia sp.1 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.07 0.88
Brosimum gaudichadii 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.05 0.86
Connarus cf. suberosus 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.05 0.86
Myrtaceae 11 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.05 0.86
NI 36 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.05 0.86
Myrcia sp.2 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.05 0.86
Eugenia desynterica 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.05 0.86
Eugenia aurata 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Qualea sp.5 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Cupania vernalis 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Daphnopsis sp. 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Kielmeyera petiolares 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Peltophorum dibium 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Eriotheca gracilipes 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Aspidosperma tomentosum 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.04 0.85
Erythroxyllum citrifolium 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.03 0.84
Miconia albicans 4.00 10.00 0.01 0.20 0.61 0.03 0.84
LXV
ANEXO XVIII
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque naTransio Mata/
Cerrado da Infraero. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXVII
ANEXO XIX
Valores mximos, mnimos, mdia e desvio padro das variveis utilizadas para a
avaliao da estrutura da vegetao nas reas de amostragem de aves.
APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXIX
ANEXO XX
Relao e freqncia das espcies de aves observadas exclusivamente por
transecto de pontos na APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
ESPCIE 1 2 3 4 5 6 TOTAL
Basileuterus flaveolus 20 24 32 8 39 33 156
Herpsilochmus atricapillus 21 63 24 12 3 17 140
Basileuterus hypoleucus 21 26 23 20 26 22 138
Neopelma pallescens 0 8 18 0 16 21 63
Hemithraupis ruficapilla 23 15 16 6 0 0 60
Tangara cayana 26 2 1 2 8 14 53
Empidonax euleri 11 13 10 4 8 4 50
Vireo chivi 15 18 2 4 0 0 39
Picumnus cirratus 21 4 0 1 3 6 35
Myiodynastes maculatus 11 10 3 11 0 0 35
Thraupis sayaca 17 0 7 2 2 5 33
Sittasomus griseicapillus 12 14 3 1 0 0 30
Turdus leucomelas 12 2 2 4 3 7 30
Hylophilus poicilotis 0 0 3 0 16 11 30
Leptopogon amaurocephalus 8 7 3 4 2 2 26
Cnemotriccus fuscatus 0 0 5 3 11 4 23
Pachyramphus validus 21 0 0 0 0 0 21
Tolmomyias sulphurescens 15 3 3 0 0 0 21
Parula pitiayumi 11 2 8 0 0 0 21
Myiopagis viridicata 1 0 2 7 8 2 20
Formicivora serrana 0 7 0 0 7 6 20
Empidonomus varius 11 0 0 3 4 0 18
Amazilia lactea 2 1 3 6 5 1 18
Automolus leucophthalmus 2 15 1 0 0 0 18
Corythopis delalandi 0 11 7 0 0 0 18
Megarhynchus pitangua 9 2 6 0 0 0 17
Saltator similis 0 6 0 0 9 2 17
Tityra cayana 9 6 1 0 0 0 16
Pionus maximiliani 6 10 0 0 0 0 16
Thamnophilus caerulescens 0 12 0 0 2 2 16
Piaya cayana 10 0 0 0 2 2 14
Todirostrum poliocephalum 7 6 0 0 0 0 13
Camptostoma obsoletum 5 0 3 1 4 0 13
Tersina viridis 2 0 0 1 2 8 13
Coryphospingus pileatus 0 0 0 2 11 0 13
Platyrhincus mystaceus 0 10 0 0 2 0 12
Myiornis auricularis 6 4 1 0 0 0 11
Myiozetetes similis 6 0 1 0 3 0 10
Dacnis cayana 4 0 1 0 5 0 10
Synallaxis frontalis 4 0 0 0 3 2 9
Tyrannus melancholicus 3 0 2 0 0 4 9
Chlorostilbon aureoventris 0 6 3 0 0 0 9
Arremon flavirostris 0 2 0 0 2 5 9
Cyclarhis gujanensis 2 5 0 1 0 0 8
Euphonia chlorotica 0 0 2 0 0 6 8
Dysithamnus mentalis 0 8 0 0 0 0 8
Phaethornis pretrei 0 1 0 0 0 7 8
LXXI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE 1 2 3 4 5 6 TOTAL
Forpus xanthopterygius 7 0 0 0 0 0 7
Nemosia pileata 3 0 2 2 0 0 7
Conirostrum speciosum 2 0 0 5 0 0 7
Coereba flaveola 1 2 1 0 2 1 7
Conopophaga lineata 0 5 2 0 0 0 7
Pyriglena leucoptera 0 5 0 0 2 0 7
Contopus cinereus 6 0 0 0 0 0 6
Veniliornis passerinus 4 0 1 1 0 0 6
Amazona aestiva 2 0 4 0 0 0 6
Pachyramphus polycopterus 2 0 0 4 0 0 6
Cacicus haemorrhous 0 0 6 0 0 0 6
Hemithraupis guira 0 0 6 0 0 0 6
Dendrocolaptes platyrostris 0 4 2 0 0 0 6
Pachyramphus castaneus 5 0 0 0 0 0 5
Phyllomyias fasciatus 3 0 2 0 0 0 5
Elaenia flavogaster 1 0 0 0 0 4 5
Trogon surrucura 0 2 3 0 0 0 5
Phaethornis ruber 0 2 1 0 0 2 5
Pitangus sulphuratus 2 0 0 0 1 1 4
Colaptes melanochloros 2 0 0 2 0 0 4
Troglodytes aedon 2 0 0 2 0 0 4
Casiornis rufa 0 0 3 0 0 1 4
Todirostrum latirostre 0 4 0 0 0 0 4
Aratinga aurea 0 0 0 0 0 4 4
Cacicus haemorrhous 3 0 0 0 0 0 3
Milvago chimachima 0 2 1 0 0 0 3
Turdus amaurochalinus 0 0 0 0 1 2 3
Colonia colonus 2 0 0 0 0 0 2
Fluvicola nengeta 2 0 0 0 0 0 2
Pachyramphus viridis 2 0 0 0 0 0 2
Turdus rufiventris 2 0 0 0 0 0 2
Polyborus plancus 0 0 2 0 0 0 2
Syristes sibilator 0 0 2 0 0 0 2
Hemitriccus nidipendulus 0 2 0 0 0 0 2
Lepidocolaptes angustirostris 0 2 0 0 0 0 2
Malacoptila striata 0 2 0 0 0 0 2
Myiarchus tyrannulus 0 0 0 1 0 1 2
Myiarchus ferox 0 0 0 2 0 0 2
Antilophia galeata 1 0 0 0 0 0 1
Colibri serrirostris 0 0 0 1 0 0 1
Observao: 1-1-Vargem
Observao: VargemComprida, 2-Lagoa
Comprida, da Cauaia,
2-Lagoa 3-Imprio,
da Cauaia, 4-Poes,
3-Imprio, 5-Infraero,
4-Poes, 6-Quinta do Sumidouro.
5-Infraero,
6-Quinta do Sumidouro.
LXXII
ANEXO XXI
Espcies amostradas no Cerrado Sumidouro e alguns de seus parmetros
fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXXIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Casearia arborea 4.00 10.00 0.05 0.27 0.60 0.39 1.26
Dalbergia nigra 4.00 10.00 0.04 0.27 0.60 0.29 1.16
Calyptranthes lucida 4.00 10.00 0.03 0.27 0.60 0.26 1.13
Rhamnidium elaeocarpum 4.00 10.00 0.03 0.27 0.60 0.24 1.12
Maytenus salicifolia 4.00 10.00 0.03 0.27 0.60 0.24 1.12
Lithraea molleoides 4.00 10.00 0.03 0.27 0.60 0.24 1.12
Cecropia pachystachia 4.00 10.00 0.03 0.27 0.60 0.24 1.12
Aspidosperma tomentosum 4.00 10.00 0.03 0.27 0.60 0.19 1.06
Dalbergia miscolobium 4.00 10.00 0.02 0.27 0.60 0.19 1.06
Aspidosperma sp.1 4.00 10.00 0.02 0.27 0.60 0.15 1.03
Pisonia noxia 4.00 10.00 0.02 0.27 0.60 0.14 1.02
NI 38 4.00 10.00 0.02 0.27 0.60 0.14 1.02
Casearia cf. gossypiosperma 4.00 10.00 0.02 0.27 0.60 0.14 1.01
Pouteria cf. ramiflora 4.00 10.00 0.02 0.27 0.60 0.13 1.00
Myrcia rostrata 4.00 10.00 0.02 0.27 0.60 0.12 0.99
Banisteriopsis cf. pubipetala 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.10 0.97
Qualea multiflora 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.10 0.97
Qualea parviflora 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.10 0.97
Sthryphnodendron 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.10 0.97
adstringens
Qualea sp.3 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.09 0.96
Myrsine sp. 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.08 0.95
Ocotea cf. puberula 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.08 0.95
NI 37 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.07 0.94
Eugenia desynterica 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.06 0.94
Dictyoloma incanescens 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.05 0.93
Miconia albicans 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.05 0.93
Duroia sp. 4.00 10.00 0.01 0.27 0.60 0.05 0.93
LXXV
ANEXO XXII
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque no Cerrado
Sumidouro. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXXVII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens. R. Freq. A. Freq. R
(%) (%)
NI 51 0.48 5.00 0.70
NI 50 0.48 5.00 0.70
NI 49 0.48 5.00 0.70
Machaerium opacum 0.48 5.00 0.70
Qualea multiflora 0.48 5.00 0.70
Rubiaceae 6 0.48 5.00 0.70
Byrsonima crassa 0.48 5.00 0.70
Byrsonima coccolobifolia 0.48 5.00 0.70
Calisthene cf. dryadum 0.48 5.00 0.70
Chrysophyllum marginata 0.48 5.00 0.70
Casearia sp 5 0.48 5.00 0.70
Banisteriopsis sp 0.48 5.00 0.70
Acosmium dasycarpum 0.48 5.00 0.70
Acalypha sp 0.48 5.00 0.70
Aegiphylla sp 0.48 5.00 0.70
Banisteriopsis anisandra 0.48 5.00 0.70
Tabebuia sp 0.48 5.00 0.70
Guateria vilosissima 0.48 5.00 0.70
Eugenia florida 0.48 5.00 0.70
Erythroxylum campestre 0.48 5.00 0.70
Davilla rugosa 0.48 5.00 0.70
Dalbergia miscolobium 0.48 5.00 0.70
Cybistax antisyphillitica 0.48 5.00 0.70
LXXVIII
ANEXO XXIII
Espcies amostradas no Cerrado Imprio e alguns de seus parmetros
fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXXX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Zehyera montana 16.00 30.00 0.08 0.47 0.92 0.28 1.67
Tocoyena formosa 24.00 20.00 0.10 0.70 0.61 0.34 1.65
Duroia sp. 20.00 20.00 0.13 0.58 0.61 0.43 1.63
Miconia sp.1 12.00 30.00 0.08 0.35 0.92 0.27 1.54
Eriotheca gracilipes 8.00 20.00 0.17 0.23 0.61 0.57 1.41
Myrtaceae 17 12.00 20.00 0.10 0.35 0.61 0.35 1.31
Sclerolobium paniculatum 12.00 20.00 0.10 0.35 0.61 0.33 1.29
Ocotea cf. puberula 16.00 20.00 0.05 0.47 0.61 0.17 1.25
Erythroxylum tortuosum 12.00 20.00 0.07 0.35 0.61 0.24 1.20
Vochysia rufa 12.00 20.00 0.07 0.35 0.61 0.23 1.19
Eriotheca sp.1 8.00 20.00 0.10 0.23 0.61 0.34 1.18
Enterolobium gummiferum 12.00 20.00 0.06 0.35 0.61 0.21 1.17
Myrsine ferruginea 12.00 20.00 0.06 0.35 0.61 0.20 1.16
Erythroxylum suberosum 12.00 20.00 0.05 0.35 0.61 0.16 1.12
Hymenaea stigonocarpa 8.00 20.00 0.06 0.23 0.61 0.19 1.04
Licania octandra 8.00 20.00 0.03 0.23 0.61 0.12 0.96
Banisteriopsis anisandra 8.00 20.00 0.03 0.23 0.61 0.11 0.95
Roupala montana 8.00 20.00 0.03 0.23 0.61 0.10 0.95
Qualea multiflora 12.00 10.00 0.08 0.35 0.31 0.28 0.94
Eremanthus sphaerocephalus 8.00 20.00 0.03 0.23 0.61 0.09 0.93
Neea theifera 8.00 20.00 0.02 0.23 0.61 0.08 0.93
Calisthene dryadum 8.00 10.00 0.10 0.23 0.31 0.33 0.87
Peltophorum dubium 4.00 10.00 0.12 0.12 0.31 0.42 0.84
Qualea sp.2 4.00 10.00 0.10 0.12 0.31 0.35 0.78
Didymopanax morototoni 4.00 10.00 0.08 0.12 0.31 0.27 0.70
Emmotum nitens 8.00 10.00 0.04 0.23 0.31 0.13 0.67
Connarus cf. suberosus 4.00 10.00 0.06 0.12 0.31 0.22 0.64
Annona coriacea 4.00 10.00 0.05 0.12 0.31 0.17 0.60
Tabebuia caraiba 4.00 10.00 0.05 0.12 0.31 0.16 0.58
Gomidesia cf. crocea 4.00 10.00 0.04 0.12 0.31 0.15 0.57
Strichnos pseudoquina 4.00 10.00 0.04 0.12 0.31 0.13 0.55
NI 39 4.00 10.00 0.03 0.12 0.31 0.12 0.54
Lithraea molleoides 4.00 10.00 0.02 0.12 0.31 0.07 0.50
NI 40 4.00 10.00 0.02 0.12 0.31 0.07 0.49
Erythroxylum sp.1 4.00 10.00 0.02 0.12 0.31 0.07 0.49
Tetrapteris sp. 4.00 10.00 0.02 0.12 0.31 0.06 0.49
Luehea grandiflora 4.00 10.00 0.02 0.12 0.31 0.06 0.48
cf. Arescastrum romanzoffianum 4.00 10.00 0.02 0.12 0.31 0.05 0.48
Zanthoxylum rhoifolium 4.00 10.00 0.02 0.12 0.31 0.05 0.48
Casearia sylvestris 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.05 0.47
Tabebuia ochracea 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.05 0.47
Rubiaceae 4 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.04 0.47
Myracrodruon urundeuva 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.03 0.45
Eugenia sp.1 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.03 0.45
Campomanesia pubescens 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.03 0.45
Psidium sp.1 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.03 0.45
Ouratea castanaefolia 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.02 0.45
Terminalia brasiliensis 4.00 10.00 0.01 0.12 0.31 0.02 0.45
LXXXI
ANEXO XXIV
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque no Cerrado Imprio.
APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXXXIII
ANEXO XXV
Espcies amostradas no Cerrado Aeronutica e alguns de seus parmetros
fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXXXV
ANEXO XXVI
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque no Cerrado
Aeronutica. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXXXVII
ANEXO XXVII
Espcies amostradas na Cerrado Promisso e alguns de seus parmetros
fitossociolgicos. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
LXXXIX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
ESPCIE Dens.A Freq.A. Dom.A. Dens.R. Freq.R. Dom.R. IVI
(ind./ha) (%) (m2/ha) (%) (%) (%)
Eremanthus glomerulatus 12.00 10.00 0.04 0.65 0.50 0.26 1.41
Roupala montana 8.00 10.00 0.04 0.43 0.50 0.29 1.22
Aspidosperma tomentosum 8.00 10.00 0.04 0.43 0.50 0.27 1.20
Enterolobium gummiferum 4.00 10.00 0.06 0.22 0.50 0.36 1.08
Myrsine cf. tomentosa 4.00 10.00 0.04 0.22 0.50 0.28 1.00
Plenckia polpunea 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.14 0.85
cf. Arecastrum romanzoffianum 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.12 0.83
NI 50 4.00 10.00 0.02 0.22 0.50 0.12 0.83
Myrcia tomentosa 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.08 0.80
Zanthoxylum riedelianum 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.08 0.80
Tapirira guianensis 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.08 0.80
Sapotaceae 1 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.06 0.78
Zehyera montana 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.05 0.77
Bacharis cf. retusa 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.05 0.77
Eremanthus erythropappa 4.00 10.00 0.01 0.22 0.50 0.05 0.76
XCI
ANEXO XXVIII
Alguns parmetros fitossociolgicos do sub-bosque no Cerrado
Promisso. APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XCIII
ANEXO XXIX
Espcies de plantas utilizadas pelos raizeiros entrevistados, com local
de coleta, modo de preparo, parte utilizada e indicao de uso.
APA Carste de Lagoa Santa
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
PREPARO /
PLANTA NOME CIENTFICO LOCAL INDICAO
PARTE USADA
congonha de bugre Rudgea viburnoides C ch com cinco folhas ( um remdio sfilis, depurativo do
fresco); junto com uma folha de dom sangue, bom para
bernardo qualquer coisa:
presso alta,
inchao, problemas
renais
crapi Dorstenia sp M ch da raiz gripe e febre
erva de bicho Polygonum sp B ch ou banho com a planta inteira varizes e
hemorridas
erva de passarinho Psythacanthus sp C ch desinteria (quando
cresce sobre a
goiabeira); depurativo
do sangue e diabetes
quando sobre o pau
pombo, etc
erva de So Jos Hyptis sp C ch ou banho problemas de
ou botozinho folha e raiz estmago, diarrias
erva-de-bicho Polygonum sp B ch e banho hemorridas
espinheira santa Maytenus ilicifolia M ch da folha lcera estomacal
folha santa Siparuna guianensis C compressa com trs folhas quentes dor de cabea
amarradas testa com um pano
fumo bravo NI M ch pneumonia, gripe,
mancha no pulmo
gravat Bromelia sp C melado feito com 5, 7 ou 9 frutos bronquite
batidos e cozidos
ip roxo Tabebuia sp C /M ch com a casca cncer
XCIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
cont.
PREPARO /
PLANTA NOME CIENTFICO LOCAL INDICAO
PARTE USADA
jalapa NI C doce perebas e feridas
tubrculo ralado
japecanga ou salsa Smilax sp C raiz cozida ou misturada na garrafada, mazelas no corpo
de espinho para tomar
jatob Hymenaea courbaril M/C infuso da casca ou vinho retirado do gripe, tosse,
tronco com auxlio de trado por volta do problemas intestinais,
ms de agosto fortificante, bronquite,
reumatismo, gripe
jurubebinha Solanum sp M ch fgado, rins, sfilis
lobeira Solanum lycocarpum C ch gripe
flor
maca ou Leonurus sibiricus ch gripe, dor de barriga
vovozinha
macieira Hyptis sp C ch da flor gripe
mama-cadela Brosimum gaudichaudi C raiz sfilis (remdio
cozida / colocada no cigarro / garrafada quente); garganta,
(curtida em cerveja ou vinho); o fruto manchas na pele,
comestvel depurativo do sangue
mamona Ricinus communis R ch gripe
mil-homens Ni C banho feito com a planta cozida coluna, reumatismo,
dores no corpo
mutamba Guazuma ulmifolia M banho queda de cabelo
leo Copaifera langsdorffii C/M leo retirado do tronco adulto feridas
palma Opuntia brasiliensis M fruto (ch ou fresco) corta infeco
pau pombo Tapirira guianensis C/M ch presso alta
pau terra Qualea sp C ch gastrite
pequi Caryocar brasiliense C fruto
alimento
pico Bidens pilosa R ch com a planta inteira intestino e fgado
pimenta de macaco Xylopia aromatica C carne interna do fruto curtida tempero para carne
Legenda:
C=cerrado; M=mata; R= ruderal; B=brejo; E=extica na regio (cultivada)
NI= espcie no identificada
XCV
ANEXO XXX
Documentao Fotogrfica
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Vista parcial da floresta estacional semidecidual Vista parcial da floresta estacional semidecidual Mata
Mata Vargem Comprida, prximo ao aude. Castelo da Jaguara.
Fbrica de cimento da empresa Cimentos Mau, Extrao de areia no Rio das Velhas.
Matozinhos.
Vista parcial da rea de transio mata/cerrado. Mata da Vista parcial da APA Carste de Lagoa Santa (prxima
infraero, ao lado do aeroporto de Confins. Fazenda Imprio), mostrando a pastagem arborizada
com pequizeiros (Caryocar brasiliense).
XCVII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Regio da Fazenda Santa Helena, uma das reas Aspecto do Cerrado Sumidouro.
propostas como Zona Ncleo, na poro norte da APA.
Floresta estacional semidecidual (Mata da Lapinha). Vista geral da Lagoa do Sumidouro na poca chuvosa
Vegetao secundria com grande quantidade de cips. (janeiro).
Vista parcial da rea de transio mata/cerrado Mata Vista parcial do pasto sujo da Fazenda Imprio, com
Imprio. intensa rebrota de espcies do cerrado.
XCVIII
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Lagoa Peri-Peri totalmente coberta por Nymphaea sp. Detalhe da vegetao aqutica da Lagoa Vargem
em florao. Comprida, com as plantas flutuantes alface-dgua
(Pistia sp.) e lentilha-dgua (Lemna sp.) e a submersa
pelo-de-urso (Ceratophylum sp.).
Armadilha do tipo Sherman, amarrada a um cip, e a Trilha com marcao (fita vermelha) e armadilha do tipo
armadiha do tipo Tomahawk no cho, ambas para Sherman presa a um cip, para amostragem de
captura de pequenos mamferos no voadores. Mata pequenos mamfemors no voadores. Mata Imprio,
Lagoa da Cauaia, Fazenda Cauaia. Fazenda Imprio.
XCIX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
C
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Redes de neblina (mist. net) utilizadas para captura de Morcego capturado em uma rede de neblina.
aves e morcegos, armadas na Mata Lagoa da Cauaia,
Fazenda Cauaia.
CI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Phimophis igleasi, serpente tpica do cerrado brasileiro. Xatadeira (Waglerophis merremi), exibindo
comportamento deimtico.
CII
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Jibia (Boa constrictor). Serpente observada na Fazenda Jibia (Boa constrictor), atropelada na estrada.
Peri-Peri.
Coral-Verdadeira (Micrurus frontalis), expondo a regio Falsa-coral (Oxyrhops guibei), espcie muito confundida
caudal, comportamento de defesa tpico da espcie. com corais verdadeiras).
CIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Reflorestamento de Eucalyptus sp. em substituio Pastagens e cultura intensiva (piv central da Fazenda
cobertura vegetal nativa. Cauaia). Aes que interferem na qualidade da gua.
rea recm-desmatada para plantio de abacaxi na regio Plantao de abacaxi na regio da Quinta do Sumidouro.
da Quinta do Sumidouro.
CIV
Estudo do Meio Bitico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Estrada de acesso a Lagoa Santa no limite sudeste da Vista parcial da cidade de Confins, sinais da expanso
APA Carste de Lagoa Santa. urbana perifrica Belo Horizonte.
Cascalheira prxima Fazenda Castelo da Jaguara, Lagoas temporrias prximas ao Haras Saara, com
com reas de floresta estacional semidecidual e pasto plantado em substituio cobertura vegetal nativa.
transio mata/cerrado.
Cascalheira na regio da Quinta do Sumidouro. Lagoa dos Mares com grande desenvolvimento de
populaes de macrfitas aquticas, em conseqncia
da ocupao antrpica de sua bacia.
CV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Pastagem com excesso de pisoteio, apresentando Reserva da Cau, indicando local que sofreu incndio
grande quantidade da guanxuma (Sida sp.), indicadora recente.
de solos compactados.
CVI
CPRM
Servio Geolgico do Brasil Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos
e da Amaznia Legal
PATRIMNIO ESPELEOLGICO,
HISTRICO E CULTURAL
CPRM
Servio Geolgico do Brasil
VOLUME III
PATRIMNIO ESPELEOLGICO,
HISTRICO E CULTURAL
Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal
Gustavo Krause Gonalves Sobrinho
Diretor de Ecossistemas
Ricardo Jos Soavinski
Edio
Belo Horizonte
1998-04-02
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
IBAMA
Moacir Bueno Arruda
Coordenador de Conservao de Ecossistemas
Eliana Maria Corbucci
Chefe da Diviso de reas Protegidas
Ricardo Jos Calembo Marra
Chefe do Centro Nacional de Estudo, Proteo e Manejo de Cavernas CECAV
Jader Pinto de Campos Figueiredo
Superintendente do IBAMA em Minas Gerais
Ivson Rodrigues
Chefe da APA Carste de Lagoa Santa
CPRM
Osvaldo Castanheira
Superintendente Regional de Belo Horizonte
Fernando Antnio de Oliveira
Gerente de Hidrologia e Meio Ambiente
Jayme lvaro de Lima Cabral
Supervisor da rea de GATE
Helio Antonio de Sousa
Coordenador
Edio e Reviso
Valdiva de Oliveira
Ruth La Nagem
Capa
Wagner Matias de Andrade
Diagramao
Washington Polignano
RELATRIOS TEMTICOS
Levantamento Espeleolgico
Responsveis Tcnicos
Biloga Llia C. Senna Horta - Fundao Gorceix
Geloga Mylne Luiza C. Berbert-Born - CPRM
Geloga Georgete Macedo Dutra - Fundao Gorceix
Fotos
Ezio Rubbioli:
5, 10, 11, 12, 39
Georgete Dutra:
1, 6, 7, 8, 18, 22, 23, 24, 25, 27, 29, 31, 38
Mylne Luiza C. Berbert-Born:
2, 3, 4, 9, 13, 14, 15, 16, 17, 19, 20, 21, 26, 28, 30, 32, 33, 34, 35, 36, 37, 40
Patrimnio Arqueolgico
Responsveis Tcnicos
Luiz Fernando Miranda Loredana Ribeiro
Eunice Resende Andrei Isnardis
Mrcio Alonso Emlio Fogaa
Fernando Costa Helena David
Juliana Cardoso Maria Jacqueline Monteiro
Joo Brbara Marcos Brito
Antnio Vaz Andrey Zanetti
Pesquisa Bibliogrfica:
Loredana Ribeiro Fernando Costa
(arte rupestre) (histrico das pesquisas)
Andrei Isnardis Eunice Resende
(histrico das pesquisas) (grupos horticultores)
Juliana Cardoso Maria Jacqueline Monteiro
(paleontologia humana) (ocupaes pleistocnicas e holocnicas)
Colaboraes:
Alenice Baeta Dr. Walter Neves
(arte rupestre) (paleontologia humana)
Paulo Junqueira e Ione Malta
(acesso a stios a cu aberto)
Ilustraes:
Emlio Fogaa
Andra Severo
Fotografias:
Mrcia Britto Mrcio Alonso
Andrei Isnardis Luiz Fernando Miranda
Emlio Fogaa Antonio Vaz
Servios de secretaria:
Rosngela de Paula
Levantamento Paleontolgico
Responsveis Tcnicos
Professor Prof. Dr. Castor Cartelle
Professora Virgnia Abuhid
Professor Mauro Agostinho C. Ferreira
Professor Rodrigo Lopes Ferreira
Equipe de Apoio
Elizabeth de Almeida Cadte Costa Desenho Cartogrfico
Maria Alice Rolla Pecho Editorao
Maria Madalena Costa Ferreira Normalizao bibliogrfica
Rosngela Gonalves Bastos Souza - Gegrafa
Rosemary Corra Desenho Cartogrfico
Terezinha Incia de Carvalho Pereira Digitalizao
Valdiva de Oliveira Editorao
Digitalizao
ANDINA - Servios de Informtica
GERIDE - Gerncia de Relaes Institucionais e Desenvolvimento
APRESENTAO
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Renovveis IBAMA, no cumprimento de sua misso
institucional de executar a Poltica Nacional do Meio Ambiente tem, entre seus principais objetivos, o
de criar, implantar e realizar a gesto de reas protegidas, identificadas como amostras representativas
dos ecossistemas brasileiros.
Dentro da estratgia do IBAMA de estabelecer parcerias, em todos os nveis foi celebrado um convnio
entre o IBAMA e o Servio Geolgico do Brasil CPRM, objetivando a execuo do Zoneamento
Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa. Esse trabalho foi conduzido por equipe multidisciplinar
composta por tcnicos da CPRM, da Fundao BIODIVERSITAS, do Museu de Histria Natural da
UFMG e por consultores nas reas jurdica, socioeconmica e ambiental.
O conjunto de informaes contidas nos quatro volumes referentes aos relatrios temticos do
Zoneamento da APA Carste de Lagoa Santa, representa um valioso e detalhado acervo de
conhecimento sobre a regio, constituindo o insumo fundamental para o delineamento do Zoneamento
Ambiental, apresentado em volume especial.
LEVANTAMENTO ESPELEOLGICO
Georgete Macedo Dutra
Llia Senna Horta
Mylne Luiza C. Berbert-Born
AGRADECIMENTOS
Aos espelelogos e aos grupos de espeleologia que colaboraram no fornecimento de informaes e mapas:
Augusto Sarreiro Auler, Edson Alves Martins, Ezio Luiz Rubbioli, Grupo Bambu de Pesquisas Espeleolgicas -
GBPE, Maria Teresa T. de Moura, Ncleo de Atividades Espeleolgicas - NAE, Sociedade Excursionista e
Espeleolgica - SEE.
Aos especialistas que contriburam na identificao dos espcimes: Adalberto Csari (Chiroptera), ngelo Pires
do Prado (Diptera), Carlos Roberto F. Brando (Formicidae, parte), Christiane Izumi Yamamoto e Bodo Hasso
Dietz (Formicidae, parte), Eliana Cancello (Isoptera), Eleonora Trajano, Fbio Vieira (Osteichthyes), Francisco de
A. G. de Mello (Ensifera), Jos Luiz Moreira Leme (Gastropoda), Leila Souza Kury (Isopoda), Pedro Gnaspini-
Netto (Coleoptera, Collembola), Renner L. C. Baptista (Araneae), Ricardo Pinto da Rocha (Opiliones).
Aos amigos e espelelogos que ajudaram na identificao de alguns animais: Adrian Boller e Rodrigo Lopes
Ferreira. Eleonora Trajano e Pedro Gnaspini-Netto, pelo incentivo, orientao e encaminhamento do material aos
especialistas, alm de vrias identificaes.
Ficha Catalogrfica
Contedo: V.1. Meio fsico V.2. Meio bitico - V.3. Patrimnio espeleolgico,
histrico e cultural V.4. Scio-economia.
CDU 577-4
1 - INTRODUO
1
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Foi preservada da atividade agropecuria pelas que, aliados plvora, formavam um produto
dificuldades de acesso e pela escassa estratgico. Vrias cavidades foram escavadas
cobertura pedolgica, mas freqentemente com o intuito da retirada desse nitrato, quando
ameaada pelas mineradoras de calcrio e por ocasionalmente foram achados ossos animais
colecionadores e comerciantes de espcies e humanos, que atraram a ateno de
como orqudeas e bromlias. J no contorno dos naturalistas. A partir de 1840, tem-se notcia
macios, quando no desmatado, h floresta das primeiras exploraes e de estudos
estacional decidual, sendo o entorno destinado sistemticos realizados em cavernas da regio
a pastagens e agricultura. de Lagoa Santa, pelo pesquisador dinamarqus
Peter Wilhelm Lund.
Dentro da classificao climtica de Kppen (in
Heras, 1972), baseada na precipitao e Os estudos de Lund projetaram a regio de
temperatura mdia do ar, a regio est Lagoa Santa no mundo cientfico, com a
enquadrada no tipo climtico AW, ou seja, descoberta de ossos e de vestgios dos mais
tropical mido com inverno seco e vero antigos brasileiros: o Homem de Lagoa Santa.
chuvoso, uma vez que a temperatura mdia do Aps Lund, outros pesquisadores deram
ms mais frio sempre superior a 18C, e os continuidade ao seu trabalho, como Anbal
totais pluviomtricos anuais se encontram em Matos, Padberg Drenkpol, H. V. Walter, Josaph
mdia entre 1000 e 1500mm. Esses dados Penna e Arnald Cathoud, fazendo importantes
correspondem ao perodo de 1960 a 1990, descobertas na rea arqueolgica.
coletados pelo Instituto Nacional de Meteo-
rologia - INMET.
Mais recentemente, ampliaram-se os estudos
Histrico em cavernas, merecendo especial destaque as
pesquisas paleontolgicas dos doutores Paula
A relao entre o ser humano e as cavernas Couto e Fausto Lus Cunha, do Museu Nacional
remonta pr-histria, quando nossos do Rio de Janeiro, os trabalhos do Setor de
antepassados as usavam como abrigos, para Arqueologia do Museu de Histria Natural da
rituais e para sepultamentos. As manifestaes UFMG e a contribuio fundamental da Misso
em paredes e tetos tais como pinturas, Franco-Brasileira, na Lapa Vermelha.
picoteamentos e fuligem, associadas aos
vestgios encontrados no solo (ossos, sepul- Desde a dcada de 60, diversos grupos de
tamentos, trabalhos em ossos, minerais e espeleologia visitam a regio em busca de
rochas, fogueiras) atestam esses usos. novas descobertas. Temas de mestrado e
doutorado j foram e esto sendo desenvolvidos,
Centenas de anos passaram-se e novamente alm de projetos ambientais multidisciplinares
o homem procura as cavernas, por interesses como o VIDA (CPRM) e o Zoneamento da APA
econmicos (Gomes e Pil, 1992). Em algumas Carste de Lagoa Santa, atestando a grande
cavernas, encontram-se depsitos de salitre importncia da rea.
2
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Objetivos
A Identificao e inventrio
das ocorrncias, incluindo
espeleotopografia
e bioespeleologia.
3
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Bah
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co
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16
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Minas Gerais
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22
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e
Oc
50 48 46 44 42 40
Paraopeba
Baldim
Caetanpolis
Funilndia
Sete Lagoas
Pedro
Leopoldo Lagoa
Santa
Taquarau
Vespasiano de Minas
1946'
Esmeraldas
Rib. das Neves Santa Luzia
Sabar
Contagem
0 14 28 42 56 70 km
Belo Horizonte
Escala Grfica
APA Carste de Lagoa Santa
4415' 4400'
4
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
2 - METODOLOGIA
5
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
So Bento
FUNILNDIA
7850 7850
MATOZINHOS
7845 7845
Fidalgo
7840 7840
Mocambeiro
Lapinha
PEDRO LEOPOLDO
Matozinhos
7835 7835
LAGOA SANTA
Pedro
Leopoldo
7830 7830
7825kmN 7825
Tavares
3000m
3 0 0 0 m 00 3 3000
0 0 0 6000m
6 0 0 0 m
E s c agrfica
Escala l a gaproximada
r fic a a p r o x im a d a
Figura 2 - Mapa de localizao das cavidades da APA e da rea piloto do Projeto VIDA.
6
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Quatro malhas individualizaram clulas (reas) As informaes obtidas nesta fase foram
de dimenses diferentes. Sobre cada grupa- incorporadas Base CAVE.
mento de cavernas delimitado foi escolhida uma
caverna a ser amostrada criterizando a Resultado: controle das caractersticas gerais
dimenso, a existncia de gua, a presena de das cavernas e do seu entorno, incluindo uma
vestgios arqueolgicos ou paleontolgicos, a apreciao da fauna hipgea. Como j amos-
proximidade minerao e a facilidade de tradas anteriormente, as cavernas situadas na
acesso e localizao. rea do Projeto VIDA no entraram na seleo
nem no detalhamento acima, mas foram
Dentro desse princpio, a malha mais fechada, consideradas na anlise geral da rea.
ou com clulas menores, buscou garantir mais
oportunidade para as cavernas maiores e mais Etapa III
relevantes estarem individualizadas para a
seleo. As cavernas menores ou menos 1 - Aplicao de uma malha de fotoanlise com
relevantes, mais comuns na rea, compuseram clulas de 62,5 m2 resultante da subdiviso da
grupamentos maiores, o que restringiu sua sele- malha bsica em 8 partes.
o, mantendo-se assim a proporcionalidade
2 - Fotointerpretao em escala 1:30.000 (vo
entre freqncia e probabilidade de importncia.
1989) com auxlio de ortofotos 1:10.000 (vo
A escolha das cavidades em cada malha seguiu 1989) para a deteco de feies favorveis a
o seguinte esquema: existncia de cavernas aflorantes, especial-
mente dolinamentos, macios e afloramentos
Malha fina, com clulas de 0,5km X 0,5km rochosos, matas, sumidouros e ressurgncias;
(0,25km2) para amostragem de cavernas com identificao das reas de minerao e/ou
desenvolvimento maior ou igual a 500m. indstrias.
7
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
593 594 595 596 597 598 599 600 601 602 603 604 605 606 607 608 609 610 611 612 613 614 615 616
7855 7855
7854 7854
7853 7853
So Bento
7852 7852
7850 7850
7849 7849
7848 7848
7847 7847
MATOZINHOS
7846 7846
7845 7845
7844 7844
7843 7843
7842 7842
7841 7841
Fidalgo
7840 7840
7838 7838
7837 7837
Matozinhos Lapinha
7836 7836
7835
PEDRO 7835
LEOPOLDO
7834 7834
7833 7833
7832
LAGOA SANTA 7832
7831 7831
Pedro
Leopoldo
7830 7830
7829 7829
Confins
Lagoa Santa
7828 7828
7827 7827
7826 7826
3000 0 3000 6000m
7823 7823
7822 7822
593 594 595 596 597 598 599 600 601 602 603 604 605 606 607 608 609 610 611 612 613 614 615 616
Figura 3 - Malha bsica com clulas de 1 km2 usada para seleo das cavernas com desenvolvimento entre 300
e 500m. Para a seleo de cavernas com outras classes de dimenso foram aplicadas clulas de
maior ou menor rea, conforme o mtodo proposto, delineadas a partir desta malha bsica. Na rea
piloto do Projeto VIDA (em cinza) foi utilizada metodologia semelhante.
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
9
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Figura 4 -Padres de geometria e arranjo de galerias de cavidades naturais: (a) ramiforme dendrtica (Crevice
Cave, Missouri - Paul Hanck); (b) labirntica reticulada (Crossroads Cave, Virginia - H. H. Douglas);
(c) labirntica anastomosada (Hlloch, Sua - Alfred Bgli); (d) esponjiforme/amebide (Carlsbad
Cavern, Novo Mxico - Cave Research Foundation). Modificado de Palmer, 1991; (e) meandrante
sinuosa (Gruta Itapucu, Minas Gerais - CPRM, Proj. VIDA; (f) retilnea (Caverna Filhotes de Urubu II,
Minas Gerais - CPRM, Proj. VIDA).
10
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
alargamento progressivo
Direta aprofundamento progressivo
desmoronamentos
preenchimento qumico
preenchimento sedimentar
EVOLUO
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
3 - CONSIDERAES INICIAIS
Figura 5 - Coluna estratigrfica simplificada na APA Carste de Lagoa Santa (CPRM, 1992).
13
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Figura 6 - Domnios estruturais e principais litologias identificadas na APA, baseado no levantamento geolgico
do Projeto VIDA - CPRM, 1992.
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
MBPEDRO
MB PEDROLEOPOLDO
LEOPOLDO MB LAGOA
MB PEDRO SANTA
LEOPOLDO
N N
DOMNIO II
50 medidas 42 medidas
Direes: Direes:
N 70 - 80W (16%) NO - 10W (12%) N 50W (17%) N 20 - 30E (7%)
N 30 - E (8%)
N N
DOMNIO III
Figura 7 - Diagramas de roseta de fraturas da Formao Sete Lagoas, para os domnios estruturais II e III
individualizados (CPRM, 1992).
16
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
O poder de dissoluo da gua sobre tais Mudanas bruscas nas condies dominantes
rochas, por sua vez, deve-se ao cido carbnico, durante a evoluo da circulao dgua iro
resultante da dissoluo do CO2 existente na levar tentativa do reequilbrio. Assim, o
atmosfera e, principalmente, no solo rico em encontro de guas com diferentes caracte-
matria orgnica. Vincular o poder de dissoluo rsticas (saturao, temperatura e presena de
ao carter de acidez da gua implica tambm ons dissolvidos) em um determinado ponto
interrelacion-lo s condies climticas, pois pode significar a recuperao da capacidade de
so elas que definem as temperaturas domi- dissoluo, implicando que, naquele ponto, haja
AR SOLUO ROCHA
(presso parcial
do CO2) H2O H+ Ca2+
INTERFACE INTERFACE
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
uma modificao no padro morfolgico dos que disponibilizem nas solues ons poten-
espaos vazios em processo de alargamento. cialmente inibidores da capacidade de solu-
Ou, o contato repentino de guas que tenham bilizao;
presso parcial do CO2 tal que (PCO2=A) com
um ambiente atmosfrico, por exemplo, um em rochas com diferentes propores de
vazio no pacote rochoso, marcado por uma matria orgnica, uma vez que a formao de
presso de CO2 diferente (PCO2=B), onde A > pelculas orgnicas entorno de partculas inibe
B, haver induo perda de CO2 da gua para as reaes entre partcula e soluo circun-
a atmosfera, e o reequilbrio poder levar dante;
precipitao do CaCO3, num processo mais ou em rochas com porosidades primrias e
menos inverso ao da dissoluo da rocha, secundrias diferentes, sendo tanto mais
caracterizando o esquema de preenchimento facilitada a dissoluo quanto maiores as
qumico secundrio dos vazios, com a formao superfcies de contato entre gros e soluo
dos espeleotemas. percolante, respeitada a condio de reno-
vao permanente das solues.
A diversidade de formas dos espelotemas, por
sua vez, ir depender da velocidade de Que fator atuar com maior fora no condicio-
escoamento da gua, da morfologia de paredes, namento da dissoluo, entretanto, depender
tetos e pisos, da prpria natureza da rocha em da magnitude ou da expresso de cada
termos estruturais e mineralgicos, das componente e de como se d sua relao
variaes no comportamento da gua, nas mtua.
condies atmosfricas internas e externas,
Aplicando alguns desses conceitos ao contexto
entre outras. Sero formados depsitos de
geolgico da APA, observa-se que:
guas circulantes, de guas estagnadas, de
exudao, de respingamento, formaes mistas 1. Os carbonatos da seqncia basal (Membro
ou compostas. A colorao poder variar de Pedro Leopoldo) so mais finos e muito impuros
acordo com as substncias transportadas pela (relativamente ao carbonato de clcio),
gua, entre elas, argilas, matrias orgnicas e possuindo proporo expressiva de material
sais metlicos. terrgeno (no-carbontico). Composicional-
mente so, portanto, desfavorveis ou menos
O estudo dos espeleotemas e de outros favorveis formao de cavernas. Estru-
depsitos minerais das cavernas , por si s, turalmente caracterizam-se pelo predomnio de
uma cincia particular dentro da espeleologia, foliaes (laminaes tectnicas), que so
pela diversidade de processos e de condicio- estruturas planares em geral contnuas em
nantes, havendo ainda muitas questes para extenso, plano-paralelas a fortemente ondu-
serem investigadas. ladas, particularmente marcantes no contato
com o embasamento e secundariamente com
As cavernas na APA e sua contextualizao
os calcrios grossos sobrejacentes, onde h
geolgica
maior concentrao de argilas. No traduzem
Sabe-se que o poder de dissoluo da gua timos prognsticos percolao da gua por
sobre a rocha calcria funo do carter cido apresentarem estruturas fisicamente fechadas
da gua e da configurao composicional, (pelo carter da compresso que as formou),
textural e estrutural da rocha. Genericamente, embora signifiquem tambm descontinuidades
isso significa que guas sob as mesmas na rocha. O cavernamento ocorre em situaes
condies iro agir diferentemente: especiais e muito localizadamente, espe-
cialmente e justamente ao longo dos contatos
em rochas de granulometrias diferentes, sendo interformacionais inferior e superior. No contato
favorecida a dissoluo sobre granulometrias inferior, a ocorrncia est provavelmente
menores, porque maior nmero de gros vinculada menor permeabilidade do emba-
oferece superfcie de contato com as samento cristalino, que fora um maior tempo
solues; de residncia da gua ou sua circulao no
calcrio assentado acima. O exemplo-tipo est
em rochas de diferentes composies onde na rea de entorno da APA, representado pela
haja maior ou menor disponibilidade de CaCO3, Gruta dos Irmos Piri. Nessas situaes, h
incluindo a presena de outros elementos grande proporo de desplacamento de finos
19
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
blocos tabulares induzido pela foliao sub- de fraturas com atitudes subverticais. As
horizontal proeminente, o que torna o ambiente galerias so progressivamente aprofundadas,
muito instvel e sujeito a desmoronamentos. Por e suas sees transversais adquirem perfil
serem as estruturas horizontais as principais tendendo ao vertical, onde a altura tem eixo maior
condicionantes da abertura, a tendncia o que a largura (foto 2). Perfis com tendncia
alargamento lateral progressivo dos condutos horizontal desenvolvem-se com maior restrio,
e galerias ao invs de seu aprofundamento. onde a foliao ou laminao se torna mais
Apesar desta dominncia, a organizao expressiva ou em nveis de concentrados
espacial das galerias ainda segue as direes calcticos (veios remobilizados). Em planta
preferenciais do fraturamento impresso (Beato (rebatimento horizontal dos contornos), so
et al., 1992). muito comuns os casos em que as galerias
conformam um perfeito retculo labirntico,
2. Os calcrios homogneos e grosseiros coincidente com a trama dos conjuntos de
(calcarenitos) do Membro Lagoa Santa, fraturas cujas direes so sistematicamente
superpostos aos calcissiltitos Pedro Leopoldo, repetidas no espao. Em outras situaes,
so fortemente predispostos dissoluo. Onde quando no labirnticas, tm trechos retilneos
ocorrentes, instalou-se um tpico relevo crstico e mesmo sinuosidades impostas por fraturas
superficial, com paredes, dolinamentos, vales observveis.
cegos e rochedos, muitas vezes alinhados ou
agrupados, em conjunto s feies menores de Uma situao particular e interessante
lapiezamento. Tambm est neste tipo litolgico apresentada na Lapa das Pacas (Lagoa Santa),
a maior freqncia de cavernas, ou a quase uma caverna considerada jovem em sua
totalidade delas, bem como sistemas hidrol- evoluo, cuja morfologia mista justificada pela
gicos subterrneos. O levantamento sistemtico variao vertical da composio da rocha. A
das geometrias e da distribuio espacial de um poro inferior, principal, apresenta galerias
grande nmero de cavernas permitiu deduzir ainda com perfil tendendo ao circular ou ovalar
com segurana seu vnculo fsico s principais por sua sujeio a perodos extensos de
estruturas de descontinuidade neste bloco inundao (lenol fretico aflorante), embora
rochoso, que so certas famlias de fraturas. A estejam presentes os calcrios grosseiros do
anlise estatstica da freqncia com que Membro Lagoa Santa (foto 3). Segmentos
condutos subterrneos tendem ao desen- estratigraficamente superiores mostram um
volvimento segundo determinadas direes, padro de galerias muito estreitas e altas,
independente de suas extenses ou dimenses, interconectadas entre si e a pequenos sales
confrontada com observaes sobre a pre- de perfil poligonal. Ocorre, neste ponto, uma
dileo dos condutos de diferentes hierarquias variao faciolgica ou ainda uma exposio
(principais, secundrios, etc..) a determinadas isolada da recorrncia do membro basal sobre
posies, confirmou a coincidncia do caver- a seqncia superior, prevista no modelo
namento ao arranjo dos grupamentos de deposicional proposto, onde prevalecem
fraturas tambm estatisticamente tratados. No laminaes delgadas argilosas e remobilizados
caso, as galerias subterrneas so maiores e silicosos e calcticos, irregulares, facilitadores
muito mais freqentes na direo N75-85E e de desplacamento ou desmoronamento de
aproximadamente N-S. Corrobora com a blocos tabulares de rocha. Talvez por seu
associao o fato de que as fraturas de direo estgio embrionrio, haja predomnio da
E-W representam, possivelmente, o principal configurao de galerias estreitas segundo o
conjunto aberto da regio em decorrncia de fraturamento. Com a evoluo da dissoluo,
processos tectnicos extensionais (Beato et. vir a tendncia ao alargamento lateral,
al., 1992), sendo assim o mais apto ao especialmente nos pontos onde h interseo
alargamento inicial. A figura 8 confronta as dos condutos e, por conseguinte, maior
rosetas de fraturas e as rosetas de galerias viabilidade a desmoronamentos. Tal situao
subterrneas. poder ser particularmente facilitada se cheias
vierem a permitir a inundao desses nveis
3. A tipologia dominante dos perfis morfolgicos superiores. Exemplo semelhante pode estar
das cavernas do Membro Lagoa Santa a representado na Gruta Vargem da Pedra, muito
esperada para a situao em que h influncia similar a Pacas em vrios parmetros.
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DIAGRAMAS DE FRATURAS
50 medidas 42 medidas
16% N 70 - 80W 17%+17% N 40 - 60W
12% N 0 - 10W 12% N 60 - 70W
11,4% N80 - 90W E-W 7% N 20 - 30E
9,7% N 80 - 90E 23,1%
8%+8% N 30 - 50E
N N 410 medidas
59 medidas 12% N 80 - 90E E-W
15% N 80 - 90W E-W 8% N 80 - 90W 20%
DOMNIO III
DIAGRAMAS DE CAVERNAS
N
0 5 10
OCORRNCIAS
N
DIAGRAMA DE 4.380 Metros amostrados
COMPRIMENTO ACUMULADO 15,4% N 0-10E
12,1% N 80-90E E-W
10,2% N80-90W 22,3%
8,7% N 60-70W
6,5% N 10-20E
5,8% N 50-60E
Figura 8 - Diagramas de roseta de fraturas dos carbonatos da Formao Sete Lagoas (CPRM, 1992 - modificado)
e da freqncia e comprimento acumulado de galerias subterrneas desenvolvidas nos calcrios Sete
Lagoas.
21
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
4. No domnio estrutural III, onde a deformao zonas de descarga, onde o baixo gradiente
mais forte e generalizada, a lineao de hidrulico determina um fluxo laminar muito
estiramento decorrente do movimento tectnico, lento (em direo ao nvel de base regional,
observada rigorosamente nos planos da o rio das Velhas, limite oriental). Exemplos so
laminao subhorizontal segundo a direo observados em Matozinhos, no chamado polj
aproximada E-W, exerce um controle expressivo de Mocambeiro e no Macio da Jaguara, on-
sobre a abertura de pequenos condutos. Na de esto muitas grutas em processo de
maioria das vezes, conformam reentrncias e formao.
orifcios de perfil circular a ovalar que atra-
vessam quinas de paredes e colunas pouco lagos de dolinas assimtricas, ocupantes de
espessas segundo aquela direo. Exemplos depresses mais fechadas e restritas,
caractersticos ocorrem na Gruta da Lapinha comumente limitadas por paredo calcrio.
(foto 4). Estes lagos so sustentados pela imper-
meabilidade oferecida pelos sedimentos
5. Alm de seu condicionamento fsico s argilosos residuais prpria dissoluo do
propriedades da rocha, as cavernas da APA
calcrio, que ocupam o fundo das depresses
ainda renem outros indicadores que revelam
e que, muitas vezes, obstruem o sumidouro
um condicionamento a mudanas nas condi-
ou o ponto de transmisso das guas captadas
es climticas dominantes ao longo do tempo
pelas vertentes. Podem situar-se em reas de
de sua existncia, expressos principalmente nos
recarga ou descarga e no seguem necessa-
depsitos qumicos e sedimentares preservados
riamente o regime pluviomtrico, podendo,
em seu interior. Tais indicadores apontam
portanto, ser alto ou baixo o gradiente. Um
especificamente para alteraes nas condies
de umidade, com pocas cclicas de maior e exemplo desse sistema em pleno funcio-
de menor intensidade. Seus depsitos so ainda namento a Gruta Lapa Vermelha I (Pedro
repositrios de restos animais e humanos que Leopoldo) (fotos 5, 6, 7, e 8); exemplos j
permitem reconstituir, alm da evoluo da desativados ou modificados so as grutas da
paisagem, a evoluo da vida na regio, num Escada (Matozinhos), do Ba (Pedro
determinado perodo. Leopoldo) e, at certo ponto, a Gruta do Morro
Redondo (Matozinhos). A ao dessas guas
Outras feies sugerem a possvel ocorrncia sobre o calcrio j descrito resultou em
de fenmenos mais dramticos, de escala cavernas a princpio labirnticas justamente pela
regional, como o que induziu o abandono do falta do carter direcional do fluxo dgua. Em
modelamento de galerias superiores para a seu interior, h fortes indcios de ciclicidade de
retomada da carstificao metros abaixo, situaes como estiagens e cheias, entre eles,
deixando reliquiar um intervalo de rocha deposio, lixiviao e redeposio sedi-
preservado de dissoluo marcante. Isso mentar. Sobre a maioria delas, no entanto, a
evidente tanto para casos de cavernas ausncia do lago determinou uma superpo-
conformadas pelo trabalho de rios subterrneos sio de formas, originadas principalmente do
(guas com fluxo turbulento), quanto para remodelamento imposto por aes intem-
casos de cavernas associadas a lagos. pricas de enxurradas.
22
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Outros exemplos de cavernas da regio seus corpos, animais que morrem quando
aparentam, por outro lado, serem resultado entram por acaso e no conseguem sair;
exclusivo da ao menos enrgica e isolada matria orgnica carreada por cursos dgua e
de guas intersticiais que percolam em fluxo enxurradas ou por correntes areas. H ainda
descendente as descontinuidades da rocha, uma pequena produo de energia, inde-
alargando-as lentamente. So geralmente pendente do meio externo, produzida por
encontradas em altos topogrficos, embora tais bactrias quimiossintetizantes que transformam
processos tambm componham a evoluo das matria inorgnica em orgnica assimilvel por
demais cavidades. outros indivduos.
Fundamentos da biologia Essas fontes, juntas, resultam num pequeno
montante, possibilitando a sobrevivncia de
As cavernas so espaos subterrneos
pequenas populaes, sendo a maioria orga-
caracterizados pela ausncia de luz e pela
nismos de pequeno porte e caracterizando
relativa constncia das condies fsicas
grande parte das cavernas como de escassez
ambientais, tais como temperatura, cujo valor
alimentar. Esses so alguns dos fatores que
situa-se entre a mdia anual do meio externo, e
diferenciam e selecionam a comunidade
umidade geralmente prxima de 100%. Esses
caverncola, constituindo um delicado e frgil
espaos, nem sempre acessveis ao homem
ecossistema, em contnua evoluo e extre-
por serem de pequeno tamanho ou no estarem
mamente sensvel s perturbaes ambientais.
conectados ao exterior, so passveis de
colonizao por diversos organismos. Costuma-se classificar os animais encontrados
O ambiente subterrneo de grande valia em cavernas de acordo com seu grau de
porque possui menos variveis interagindo no dependncia ecolgica neste ambiente. o
ecossistema, que extremamente estvel, chamado sistema de Schiner _ Racovtza, com
possibilitando, assim, testar modelos e algumas modificaes. Nele, h trs categorias
conceitos que podem dar subsdios prpria principais e uma quarta, dos acidentais.
conservao e manejo de ecossistemas
epgeos. O alto grau de especializao Trogloxenos: esto presentes nas cavernas,
de alguns organismos encontrados nas mas no completam todo seu ciclo de vida
cavernas alvo de estudos sobre a evoluo nelas. Buscam abrigo, proteo, alimentao,
e sobre mudanas climticas ocorridas no mas saem periodicamente. Ex: morcegos,
passado. algumas aves, alguns opilies.
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
zados, em prazo a ser fixado pelo Conselho culturais associadas, outrora manifestadas por
Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. sepultamentos e rituais diversos, estes condi-
zentes ao modo de vida dirigido pelas condies
Art. 4 o - Cabe ao Poder Pblico, inclusive naturais ento dominantes.
Unio, esta por intermdio do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Na atualidade, as cavernas so cultuadas como
Renovveis - IBAMA, preservar, conservar, outras tantas formaes naturais que estimulam
fiscalizar e controlar o uso do patrimnio a curiosidade, a indagao, o prazer visual e
espeleolgico brasileiro, bem como fomentar corporal. A ausncia de luz, o silncio e o
levantamentos, estudos e pesquisas que exotismo das formas sob o olhar humano
possibilitem ampliar o conhecimento sobre as suscita crendices e lendas, manifestaes que
cavidades naturais subterrneas existentes no revelam a prpria cultura popular, regida pelas
Territrio Nacional. condies scio-econmicas e naturais parti-
culares de cada regio. Tais manifestaes
Pargrafo nico - No cumprimento do disposto aproximam o homem natureza, constroem e
no caput deste artigo, o IBAMA pode efetivar, enriquecem a histria de sua intelectualidade.
na forma de lei, acordos, convnios, ajustes e
contratos com entidades pblicas ou privadas, Nas cavernas da APA, como em todo o Brasil,
nacionais, internacionais ou estrangeiras. so freqentes as manifestaes religiosas. Na
regio de Lagoa Santa, no entanto, no h
Art. 5 o - Para efeito deste Decreto, conside- grandes expresses, como ocorre em grutas
ram-se: de Gois ou Bahia, onde se instalaram verdadei-
ros recintos religiosos com suntuosos altares,
I - patrimnio espeleolgico: o conjunto dos para onde se dirigem grandes procisses. Mas,
elementos biticos e abiticos, scio-econ- seja de pequeno ou grande porte, este tipo de
micos e histrico-culturais, subterrneos ou uso sempre nocivo ao ambiente natural, uma
superficiais, representados pelas cavidades vez que h descaracterizao das formas
naturais subterrneas ou a estas associados; originais, pela instalao de estruturas, pisotea-
II - rea de potencial espeleolgico: as reas mento e quebra; h interferncias no equillbrio
que, devido sua constituio geolgica e do ecossistema, oriundas do aporte de matrias
geomorfolgica, sejam suscetveis do desenvol- estranhas, especialmente orgnicas (oferen-
vimento de cavidades naturais subterrneas, das) e outros objetos de culto. Na APA, citam-
como as de ocorrncia de rocha calcrias; se as grutas dos Tneis, do Feitio e da
III - atividades espeleolgicas: as aes Macumba. Na impossibilidade de proibir tais
desportivas, ou aquelas tcnico-cientficas de manifestaes, deve-se procurar atenuantes
prospeco, mapeamento, documentao e capazes de minimizar o impacto causado, por
pesquisa que subsidiem a identificao, o exemplo, restringindo reas de visitao.
cadastramento, o conhecimento, o manejo e a Sobre as ocorrncias mais expressivas em
proteo das cavidades naturais subterrneas. termos de beleza cnica, repousa uma tendn-
cia muito forte explorao turstica ou, em outro
Art. 6 o - As infraes do disposto neste Decreto entendimento, ao uso de estruturas que
esto sujeitas s penalidades previstas na Lei viabilizem a visitao de qualquer pessoa com
no 6.938, de 31 de agosto de 1981, e normas a garantia de segurana e salubridade. Perigo
regulamentares. e insalubridade so, entretanto, adjetivos
Art. 7 o - Este Decreto entra em vigor na data de freqentes, se no constantes, no ambiente
sua publicao, revogadas as disposies em caverncola; elimin-los significa alterar, ao
contrrio. menos em parte, suas caractersiticas naturais.
A questo custo-benefcio deve ser sempre
3.3 - Aspectos scio-culturais tomada em seu limite para cada situao, numa
anlise minuciosa que considere todos os
Desde os primrdios de sua existncia, o componentes naturais, suas susceptibilidades
homem relaciona-se s cavernas como parte fsicas e biolgicas, contraposta avaliao de
de seu prprio habitat. O papel de moradia e de seu real apelo turstico e viabilidades. O
abrigo perdeu-se com a civilidade. Mas mantm- resultado sempre deve compor-se de um
se no tempo a religiosidade e outras expresses zoneamento de restries que caracterizar o
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
manejo apropriado. A Gruta da Lapinha, em Pode-se dizer que muitas das ocorrncias da
Lagoa Santa, o exemplo na APA (foto 13). Sua APA encontram-se sob algum tipo de ameaa,
explorao turstica foi viabilizada por estruturas apesar de algumas delas serem consideradas
convencionalmente usadas no pas, mas relevantes dentro do contexto regional. A mais
consideradas, em sua maioria, tecnicamente comum a depredao cotidiana resultante da
equivocadas e, por isso, nocivas em excesso visitao constante e despreparada da prpria
ao ambiente. As mais comuns so falhas na comunidade local. Isso marcante nas grutas
iluminao artificial, seja pela quantidade de Faustina, cujo portal facilmente avistado da
holofotes, seja por distribuio ou intensidade rodovia MG-424, Ba, Escada, Milagres,
indevidas. Cimentao de trechos do piso para Tneis, e em Poes, Cerca Grande e Ballet,
passarelas ou escadarias um artifcio que onde sofrem, principalmente, as pinturas
pode, muitas vezes, ser evitado ou adaptado. rupestres. A esse tipo de agresso, apenas o
Entre tantos outros erros comuns, est o fato tombamento incapaz de resguardar (CPRM,
de no restringir locais e/ou pocas visitao, 1995). Um programa de educao, informao
bem como o nmero e a freqncia de visitantes. e preparo torna-se fundamental preservao.
A Gruta da Lapinha e o potencial turstico de ou-
tras ocorrncias sero abordados com detalhes Historicamente, muitas delas tambm sofreram
mais frente, sob a anlise do contexto local. com a explorao de salitre e calcita ou com
pesquisas carentes de mtodos. A ameaa
Outras situaes so reveladas pela utilizao maior, porm, a que implica o desapare-
para fins de abrigo a animais de criao, j cimento do stio, quando entra em confronto o
estando adaptadas para tal. Essa prtica patrimnio e o desenvolvimento econmico,
provoca a compactao do solo, alterando a retratado especificamente nas empresas
estratigrafia do sedimento de eventual impor- mineradoras de calcrio (CPRM, 1995).
tncia arqueolgica; alm disso, tambm O impasse muitas vezes travado depende da
interfere no ecossistema caverncola, podendo caracterizao detalhada de cada caso, com a
alterar a estrutura das comunidades. Como busca de atos alternativos para a explotao,
depsito de materiais, pode-se citar a Gruta do por uma das partes, e a avaliao dos benefcios
Depsito e a Gruta das Vacas. H um exemplo e perdas, por outra parte, fundamentada
de extrao (ilegal) de espeleotemas com fins na contextualizao segura da ocorrncia
comerciais, especificamente a Gruta dos natural nos mbitos local, regional, nacional e
Helictites, de rara beleza. global.
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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LEGENDA
Caverna
NC
NC COMPARTIMENTO "NO CRSTICO"
Baixo ndice de carstificao.
Relevos desenvolvidos sobre metapelitos da Fm.
Serra de Santa Helena e pores de carste encoberto.
Formas crsticas superficiais eventuais, isoladas.
C COMPARTIMENTO CRSTICO
C1 - Desfiladeiros, abismos e altos paredes do
Sistema Palmeiras - Mocambo
C2 - Cinturo de Uvalas
C3 - Planalto de Dolinas
C4 - Uvala de Mocambeiro
C5 - Regio de Humes
C6 - Megauvalas com Lagoas
C7 - Macios e Plancies do Riacho do Gordura
C7a - Grandes Macios
C7b - Plancie de Baixo Curso do Riacho do Gordura
C8 - Polj do Sumidouro
C9 - Sistema do Ribeiro da Mata
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Planalto de dolinas, com altitudes entre 800 e ambiente fretico (zona saturada), limitado por
700 metros. Comporta conjuntos crsticos uma superfcie sazonalmente varivel abaixo
locais relevantes tais como Ba, Borges, da qual todas as descontinuidades da rocha
Cau, Confins, Lapa Vermelha, Lapinha e permanecem preenchidas por gua, onde o
Samambaia. So litologias pertencentes fluxo da massa dgua reduzido. Em cada um,
Formao Sete Lagoas, Membro Lagoa Santa. prevalecem condies diferenciadas de energia
Ocorrncia de vrios cavernamentos impor- de fluxo, de trocas gasosas com a atmosfera,
tantes. especificamente CO2, de presso ou de tenso
superficial. Portanto, a dissoluo tambm
Uvala de Mocambeiros, extensa plancie com ocorrer de forma diferenciada, gerando
alagamentos intermitentes onde h expo- tipologias morfolgicas diferentes de caver-
sies rochosas residuais com algumas namento.
cavernas associadas.
Regio de Humes, macios residuais em Um tipo especial de situao ocorrer justa-
terrenos rebaixados, com alguns importantes mente ao longo da interface entre as duas
cavernamentos associados. zonas, onde h flutuao do nvel dgua.
Poder haver uma superposio de feies
Megauvalas onde esto as lagoas dos Porcos, dissolutivas, dando um carter misto s feies
Grande e Pequena. No h cavernamentos morfogenticas. Alguns exemplos so as
registrados na regio. grutas no macio da Jaguara, a Gruta da
Lavoura, Vargem da Pedra e, sob certo aspecto,
Macios e plancies do riacho da Gordura, a Lapa Vermelha. Tambm existiro casos de
regio pouco conhecida com feies alta- cavidades com uma continuidade fsica
mente promissoras a novas descobertas vertical, com nveis superiores de carter
espeleolgicas, arqueolgicas e paleontolgicas, exclusivamente vadoso e nveis inferiores de
apesar do pequeno nmero de registros atuais carter fretico ou intermedirio, sendo
(foto 1). exemplo a Lapa das Pacas.
Polj do Sumidouro, com ocorrncia de
cavernamentos esparsos. Na prtica, a forma com que estas feies iro
tornar-se expostas observao humana
Sistema do ribeiro da Mata, regio mais depender de como o relevo superficial
setentrional, onde afloram calcissiltitos e moldado. O zoneamento das reas onde
calcarenitos, com ocorrncia de poucos predominaro determinadas tipologias gen-
cavernamentos. ticas de cavernas ser ditado pela interseo
da superfcie ou do perfil do relevo com os
O relevo crstico evolui com grande rapidez se ambientes de regime hidrolgico.
comparado a outros tipos de terrenos, o que lhe
atribui um carter fortemente dinmico. Uma vez Numa seo geomorfolgica da regio, Kohler
instalado um sistema hdrico, segundo o et.al.(1978) ilustram como o perfil topogrfico
condicionamento imposto pela rocha e pela est relacionado, generalizadamente, s zonas
configurao progressiva do terreno, a prpria hidrolgicas regionais (fig. 10).
dinmica da gua passa a ser um dos principais,
se no o maior fator de elaborao das formas Assim, por vezes possvel agrupar sob
ou da geometria das cavernas, imposto certas caractersticas fsicas cavernas
especificamente pelas condies de gradiente ocorrentes em regies diversas, qualificadas por
hidrulico (respeitadas as condies qumicas diferentes gradientes hidrulicos ou por
exigidas, j mencionadas anteriormente). diferentes condies de energia das guas.
Seriam situaes de recarga, de transmisso
Sobre este aspecto, cabe lembrar a existncia ou de descarga de aqferos. No se
de dois grandes ambientes hidrogeolgicos que pode esquecer que, conforme o carter
funcionam sob condies fsico-qumicas dinmico do terreno, tais configuraes podem
distintas: o ambiente vadoso (zona insaturada), ter sido diferentes e mesmo inversas
onde a gua circula livremente em trajetos preteritamente; em situaes desse tipo, as
descendentes sob ao da gravidade, o que lhe cavernas podero ser registros das condies
permite adquirir maior velocidade de fluxo, e o passadas.
30
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Da teoria, espera-se que algumas reas Nos rochedos cuja base se apresenta circun-
venham a apresentar uma carstificao, pode- dada por gua, e em outros macios isolados
se dizer, inicial ou em plena evoluo. Em nas plancies rebaixadas relictos ao processo
reas topograficamente elevadas, as guas so de arrasamento do terreno, em geral so
ainda fortemente agressivas (insaturadas), mas encontradas outras cavernas, situadas mais ao
tendem a estar ainda dispersas. Portanto, so alto ou ao topo. Tais cavidades foram, ainda so
ideais para a abertura inicial de espaos, pelo ou apenas agora funcionam como alimen-
seu vigor dissoluo qumica, embora seu tadoras do lenol dgua, ou seja, so condutos
volume nem sempre seja fator de alargamento expostos superfcie pela eroso ou foram por
e de evoluo dos grandes espaos vazios. ela ativados.
Assim so encontradas, no geral, cavidades de
porte reduzido, com geometrias de galerias Outros casos atestam, por sua conformao
predominantemente sinuosas, sub-retilneas ou morfolgica tpica, que o nvel dgua (nvel de
inundao) esteve outrora mais alto que o atual,
retilneas, sem grandes intercomunicaes,
como o caso de Cerca Grande.
mas ocorrentes com grande freqncia. A forma
das sees tende a uma verticalidade por causa H situaes particulares, porm no inco-
do vnculo s fraturas subverticais. Podem ser muns, relacionadas presena de lagos
consideradas cavernas jovens, em atividade. H suspensos de regime independente do regime
exemplos em altos de macios como na regio hdrico regional. Tais lagos esto associados a
de Poes e Lapinha. depresses cuja dinmica de inundao
condicionada por uma impermeabilizao lo-
Nestas mesmas reas, entretanto, podem
cal do terreno. Cavernas formadas nestas
tambm estar presentes cavernas reliquiares
situaes j foram comentadas no item As
de condies adversas das atuais. Neste caso,
cavernas da APA e sua contextualizao
sero cavernas j maduras ou senis, em fase geolgica.
de remodelamento brando e de preenchimento
qumico; provavelmente apresentaro padro Relaes altimtricas e densidade de
morfolgico diferenciado das demais. Cerca ocorrncia
Grande pode ser considerado um exemplo tpico.
Estatsticas sobre as cotas altimtricas prefe-
As guas provenientes de diferentes pontos de renciais dissoluo e sobre a densidade de
captao percorrem seu caminho descendente ocorrncia em (distribuio espacial) ao longo
rumo ao nvel fretico, unindo-se progressi- da rea da APA so dificultadas pela abordagem
vamente em canais de maior volume. H diferenciada em locais-chave interpretao.
exemplos de cavernas cujas galerias configu- Uma rea expressiva foi detalhadamente
ram leitos de drenagens de diferentes percorrida ao longo do Projeto VIDA (fig. 2)
hierarquias, como ocorre no nvel inferior da quando se reuniu um grande acervo de informa-
gruta do Morro Redondo. Pontos de captao es. Mas outras, tambm expressivas em
expressivos so representados pelas dolinas suas feies crsticas superficiais, aparentam
cnicas e cilndricas, havendo exemplos tpicos menor expresso ao cavernamento, fato que
no chamado Planalto de Dolinas. pode estar simplesmente relacionado carncia
de um levantamento prospectivo denso. o
Nas cotas altimtricas mais inferiores, onde est caso da regio da fazenda Cauaia.
aflorante o lenol fretico, possvel visualizar
processos que, em outras reas, podem estar A anlise sobre a densidade de cavernamento
ocorrendo em profundidade. Nesses locais, que mais aproximar a realidade dever resultar
tambm so observadas cavernas em plena da somatria do mapa de localizao de
formao, portanto ditas jovens, ao longo de cavernas ao de potencialidade existncia de
reas inundadas onde haja contato direto com cavernas.
a rocha. Em geral, em face do baixo gradiente Da avaliao do conhecimento atual dos stios,
hidrulico, conformam-se geometrias labi- revelam-se algumas reas de maior expresso:
rnticas ainda com sees de perfil hori-
zontalizado, devido expresso dos processos Regio de Poes e proximidades
solubilizadores ao longo da superfcie da gua.
Um exemplo a Gruta dos Arcos situada no Grutas dos Poes, do Ballet, Argila, Cortinado,
macio da Jaguara e outras a presentes. Chapu, Melo, Tarntula, Faco Perdido,
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
33
D E S FIL AD EIR O S U VAL AS PL AN ALTO D E D O LIN A S PO L J
M a c ios de Ba
L a vra C im ina s
m S e rra d o s F erra do re s La. dos m
Macacos C rrego da Bucha
R ib . d a M a ta La. Sto. Antn io Varginha
850 Fid a lg o Torres La. Sumidouro R io d a s Ve lhas 850
650 650
- F m . S E T E L A G O A S , M b . L A G O A S A N TA - M e t a c a l c a r e n i t o s Gr up o B A M BU
- F m . S E T E L A G O A S , M b . P E D R O L E O P O L D O - M e t a c a l c is s i lt i t o s
Figura 10 - Perfil topogrfico, geolgico, geomorfolgico e hidrolgico da regio crstica de Lagoa Santa - MG
(Kohler, et.al., 1978, com pequenas adaptaes).
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Todos esses casos sofreram e ainda sofrem galerias sinuosas ou semiretilneas de contorno
remodelamento praticado pelas guas per- (parede) arredondado ou ovalar, sendo mais
colantes, como gotejamentos e escorrimentos. comum a primeira situao. Compem uma
Tal atividade pode estar presente ao longo de grande parte das ocorrncias da APA. Citam-
todo o tempo ou seguindo uma periodicidade se, entre vrias, a Gruta da Bruxa Louca, a Lapa
vinculada ao regime pluviomtrico, estru- dos Micos, Caverna Duas Fraturas, Gruta do
turao ou ao grau de carstificao do pacote Fed.
rochoso e mesmo s caractersticas de
eventuais coberturas superficiais. Muitas vezes, O chamado padro morfolgico amebide ou
a ao dessas guas assume magnitudes esponjiforme tem implicaes genticas muito
surpreendentes, sendo a grande responsvel particulares na conceituao de Palmer (op.cit.).
pela configurao ou pela modificao do perfil Aqui foi usado unicamente para expressar
das paredes das galerias. Ela tambm o maior formas irregulares, muitas vezes resultantes de
agente da elaborao dos precipitados qumicos desabamentos ou da interseo de vrios
secundrios, ou da ornamentao por espe- condutos, sendo comumente apontado para
leotemas, comentados mais frente. caracterizar abrigos ou regies isoladas de
cavernas. Exemplos so a Gruta da Fazenda
H vrios exemplares de cavernas originadas Santo Antnio e a Gruta Pena de Aribu.
exclusivamente dessas guas vadosas, com
padro de arranjo de galerias diversificado. So Apresenta-se a seguir uma relao que
em geral de pequeno porte, s vezes resu- descreve em termos morfolgicos algumas das
mindo-se a fendas retilneas, outras vezes a principais cavernas da APA:
Desenvol-
Gruta Localizao vimento/desnvel Morfologia predominante Observaces gerais
(metros)
Lapa Vermelha I Pedro Leopoldo 1870 / 28 labirntica reticulada (nvel superior) e superposio de padres morfolgicos
semimeandrante (nvel do crrego) devido a perodos de cheia e seca. Sales e
corredores amplos.
Escada Matozinhos 1822 / 25 labirntica anastomosada a reticulada, com presentes indicadores de evoluo cclica.
extenses sinuosas
Morro Redondo Matozinhos 1360 / 75 labirntica reticulada (nvel superior), nvel inferior bem abaixo do superior,
semimeandrante (inferior) percorrido por rio.
Cerca Grande Matozinhos 1055 / 11 labirntica reticulada corredores estreitos e altos terminando em
janelas abertas ao exterior.
Ba Pedro Leopoldo 885 / 13 labirntica anastomosada (entradas) c/ indicadores de evoluo cclica.
extenses retilneas
Tneis Lagoa Santa 700 / meandrante
Lapinha Lagoa Santa 631 / 21 galerias semimeandrantes interligando escadarias nos desnveis.
sales
Pacas Lagoa Santa 480 / 10 retilnea, localmente reticulada (domnio do sees horizontalizadas, localmente
calcissiltito verticais (em fendas) Inundao parcial.
Cacimbas Matozinhos 413 / 20 labirntica reticulada corredores estreitos e altos.
Estudantes Matozinhos 400 / 63 galeria irregular com blocos desmoronados, abismo conecta superfcie ao interior.
com tendncia retilnea
Periperi II Matozinhos 400 / 30 semimeandrante sales amplos, parcialmente percorrida por
rio.
Moinho Lagoa Santa 390 / 23 semimeandrante a meandrante galeria de seo horizontal, percorrida por
rio.
Paredo da Fenda III Matozinhos 360 / 15 salo de entrada amebide com ramificao antigo sumidouro. Grande prtico de
meandrante entrada.
Lapa Vermelha VI Pedro Leopoldo 340 / 23 labirntica reticulada
Intoxicado Pedro Leopoldo mapa em andamento meandrante galeria inicialmente estreita, abrindo-se
localmente em pequenos sales.
Nossa Casa Matozinhos 306 / 7 reticulada quatro corredores que se interceptam, sendo
dois deles muito amplos.
Milagres Matozinhos 302 / 17 retilnea, localmente amebide maior portal de entrada da regio.
Poes Matozinhos 300 / 40 semimeandrante, localmente labirntica galeria principal de seo horizontal
anastomosada (junto entrada) (ovalar), antigo leito de rio.
35
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Outros parmetros freqentemente consi- Os outros maiores desnveis esto na Gruta dos
derados quando se avalia uma caverna, Estudantes, um dos mais antigos registros da
abstraindo-se sua morfologia e seu contedo, rea, e no Abismo da Caveira, com tortuosas e
so a prpria dimenso adquirida pelos vazios, estreitas passagens verticais. Estudantes tem
em termos volumtricos e de extenso lateral, um lance inicial vertical de 44 metros a partir da
e sua abrangncia vertical ou desnvel. Estes superfcie externa, aprofundando-se por mais 23
tambm so dados a fornecer indicadores da metros em meio a sedimentos e blocos
ao da gua e da configurao da rocha- desmoronados, totalizando 67 metros; Caveira
matriz, estando, portanto, vinculados aos intercepta 63 metros verticais do pacote
determinantes morfolgicos. rochoso.
O volume e a extenso so usados com
Ornamentao qumica (espeleotemas)
freqncia como parmetros de avaliao do
valor do stio ou do nvel de interesse. Tal H diversos fatores qumicos e fsicos que,
abordagem muitas vezes equivocada, uma combinados, iro determinar quando, onde e
vez que existem outros inmeros componentes como sero formados os espeleotemas, j
a serem considerados e avaliados.
mencionados no item Fundamentos da
O contexto fsico da APA caracterizado pelo espeleologia.
predomnio de cavidades de pequeno porte. No
entanto, tem uma singularidade no mbito QUANDO comear sua conformao
nacional, retratado pela alta densidade ou depender do estado de saturao da gua, das
grande freqncia de ocorrncias. Sua parti- condies atmosfricas internas (T, PCO2,...),
cularidade est justamente na composio de da dinmica energtica da gua, entre outros
conjunto, somada a um rico contedo faunstico, determinantes. A variedade de FORMAS ou
paleontolgico e arqueolgico. TIPOS tambm depender da energia de fluxo
dgua, da sua saturao em carbonato e
Nenhuma outra regio do pas tem registrado tambm da morfologia de paredes, tetos e piso,
at o momento, numa rea de 360 km2, o da presena eventual de corpos dgua
nmero de 387 cavernas (sem considerar as estagnados ou correntes, da circulao de
extensas reas no-carstificveis). Este dado ventos, das variaes das condies ao longo
tambm demonstra ser esta uma das mais do tempo e at da atividade orgnica; mas
estudadas regies, cujo conhecimento, ainda especialmente da composio qumica ou inica
assim, est muito longe de ser esgotado. Isto da gua, fator que ir reger particularidades da
bem ilustrado tanto pelo Mapa de Ocorrncia cristalizao como a tendncia por
de Cavernas (fig.2) como pelo Mapa de determinados arranjos cristalinos ou formao
Zoneamento Espeleolgico onde se revelam de fases minerais estveis s condies
extensas reas potenciais ainda por serem especficas. O mesmo valer para o PORTE
prospectadas ou percorridas. ou TAMANHO que iro adquirir, o que significa
A estatstica sobre a extenso das cavidades no ser freqentemente verdadeira a relao
mostra que 56% delas so menores que 50 entre este parmetro e seu valor geral. A COR
metros, 19% tm entre 51 e 100 m, 17% entre ser tambm funo dos constituintes da gua,
101 e 300 m, 5% entre 300 e 500 m e apenas adquiridos em seu trajeto pela atmosfera, solo
3% so maiores que 500 m, sendo as quatro e rocha.
maiores a Lapa Vermelha I, com 1870 m; a Gruta
da Escada, com 1822 m; Morro Re- Sua distribuio no interior das cavernas ser
dondo, com cerca de 1400 m, e Gruta Cerca em funo de ambientes particulares, sua
Grande, com 1055 m. morfologia, caractersticas atmosfricas como
temperatura, circulao de ventos e, princi-
O maior desnvel est na Gruta do Morro palmente, de como a atividade e a composio
Redondo. So 75 metros entre a cota mxima, da gua nos diferentes pontos.
36
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
O resultado final da combinao dos diversos carbonticos), sendo em geral curtas, e largas
fatores poder revelar um certo padro ou uma na base, no ultrapassando poucos decmetros.
tendncia que pode valer para cavernas de um
certo local ou para toda a regio. Este padro estalagmites que adquirem formas e dimenses
ser uma manifestao da prpria homo- variadas, freqentemente em grupamentos ou
geneidade de algumas condies ambientais em combinaes com escorrimentos, colunas
em certa extenso de rea. Ainda assim, e travertinos (foto 15).
sempre haver particularidades que deter-
minaro situaes especiais ou incomuns. Para colunas, componentes de grupamentos de
cada caverna, poder acontecer grande ou outros espeleotemas como estalactites,
nenhuma diversidade de espcies (tipos) de estalagmites e escorrimentos, sendo em geral
espeleotemas, concentraes locais, restritas de pequeno porte.
ou extensivas por toda a cavidade, combi-
naes ou composies mistas resultantes de escorrimentos abrangem uma vasta variedade
variaes ou de ciclicidade de condies, e de formas, em paredes, tetos e pisos, sendo
mesmo situaes de exclusividade. Em suma, grandes responsveis pela beleza interna das
a conformao final da ornamentao qumica cavernas. H exemplares de destaque, como
ir personificar cada caverna. os existentes na Gruta da Lapinha (foto 16), em
Escada, Periperi I e em muitas outras.
De regio para regio, pode-se contextualizar cortinas associadas a estalactites e escorrimen-
os padres morfolgicos de galerias e, por tos, tendo carter espetacular as cortinas da Gruta
vezes, a ornamentao qumica. Como exem- da Lapinha, cuja posio permite uma magnfica
plo, h diferenas marcantes nestes dois viso de sua estruturao interna (foto 17).
aspectos entre as cavernas da regio de So
composies mistas das anteriores (foto 18).
Domingos (GO) e as do Vale do Peruau,
municpios de Januria e Itacarambi, norte de So comuns:
Minas, mesmo considerando seu desen-
volvimento sobre rochas similares. A maioria das coralides diversos, incluindo coberturas de
cavernas em So Domingos foi configurada por couve-flor, leite-de-lua e outras concrees,
sistemas hidrolgicos de porte razovel, com muitas vezes ao longo de grandes extenses
galerias amplas ocupadas por rios e sales de superfcie. H vrias situaes em que a
superiores onde h ornamentao densa e rocha encaixante mal pode ser observada (foto
variada; no Peruau, algumas das cavernas 19). Exemplos esto em Conchas I, Lapa
tambm foram formadas ao longo do curso do Vermelha I, Tombo e Crrego do Capo.
principal rio, mas neste caso as galerias so represas de travertino, sendo mais comuns
ainda maiores, e os espeleotemas, em menor as bacias compostas de bordas rasas e
profuso, atingem dimenses gigantescas. rugosas, ao longo de razoveis extenses,
relacionadas a superfcies de pequena declivi-
Espeleotemas freqentes numa dada regio dade. As maiores so encontradas na Gruta dos
tornam-se raros quando considerados noutra. Poes, extensivas a grandes reas ao longo
Dados comuns para diversas regies, como do corredor principal, sendo destaque o
estalactites e estalagmites, podem tornar-se travertino verticalizado que atinge cerca de 7
incomuns ao adquirirem determinadas dimen- metros de altura, em uma das extremidades da
ses, como na Gruta do Janelo (Vale do galeria principal (foto 20). Outras expresses
Peruau-Januria-MG) e na Gruta dos Brejes raras deste tipo esto na Gruta do Ba, onde
(Morro do Chapu-BA), devendo recair sobre apresentam grande dimenso. Tambm
eles uma considerao especial. assumem beleza particular os travertinos
Este deve ser o tipo de anlise quando se avalia periodicamente inundados da Gruta da Escada.
um conjunto de ocorrncias, procurando atribuir Uma variao comum deste tipo ocorre em
a cada uma delas um valor no contexto. So microescala (microtravertinos), recobrindo ou
comuns e freqentes: texturizando superfcies de outros espeleo-
estalactites centimtricas a mtricas, rara- temas, sobre os quais possa haver fluxo dgua
mente ultrapassando 1,5 metro. Variedades laminar muito lento.
muito comuns so estalactites sob capas
sedimentares concrecionais (aglomerados So pouco freqentes:
37
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Ba Pedro Leopoldo represas de travertino possuem grande porte (mtrico) responsveis pelo
nome da gruta.
Dente-de Co Pedro Leopoldo dente-de-co, cortinas tipo bacon cristais dente-de-co, em grande quantidade,
recobrem praticamente toda a parede esquerda, as
cortinas so de rara beleza.
Intoxicado Pedro Leopoldo agulhas de gipsita, couves-flores uma das nicas grutas que apresentam agulhas de
gipsita e couves-flores de grandes dimenses.
Labirinto Fechado Lagoa Santa flor de calcita nica gruta que possui este tipo de espeleotema.
Moinho Lagoa Santa escorrimento de calcita de porte mtrico, cor branca, possui grande beleza
pelo aspecto cho de estrelas devido
orientao dos cristais de calcita.
Helictites Lagoa Santa helictites, tringulos de calcita, canudos as helictites ocorrem em profuso e so de grande
de refresco porte (decimtrico), os tringulos so pequenos,
mas considerados raros, e os canudos recobrem
boa parte do teto do salo superior.
Poes Matozinhos represas de travertino formam conjuntos em cascata ao longo da
galeria que leva ao lago.
Cristais Matozinhos dente-de-co a gruta corresponde a um salo completamente
recoberto pelos cristais, infelizmente encontra-se
muito depredada pela retirada do espeleotema e
por fuligem.
Escada Matozinhos represas de travertino, canudos de H poucos exemplares de represas de travertino de
refresco, prolas grandes dimenses, periodicamente alagados,
formando piscinas naturais, os canudos
ornamentam o teto de alguns sales e as prolas,
raras, com a peculiaridade de estarem em plena
formao.
Paredo da Fenda III Matozinhos cortinas tipo bacon, vulces, estalactites, as cortinas possuem porte mdio e esto em
prolas processo de retrabalhamento por desgaste, a
nica gruta a apresentar exemplares de vulces
que juntamente s prolas, encontram-se em
represas de travertino e as estalactites so de
grande porte (mtrico).
Periperi I Matozinhos escorrimento de calcita espeleotema de grande porte (mtrico) de grande
beleza pela colorao branca.
Tombo Matozinhos leite de lua recobrem paredes e possuem grande umidade.
Crrego do Capo Capim Branco leite de lua em salo superior, recobrem parte da parede.
38
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Muitas vezes, o valor esttico reduzido por da lenta remobilizao por guas pouco
causa da depredao, que impe modificaes energticas, por exemplo, de lagos com longo
na forma, no tamanho, na cor, quando no o perodo de existncia (sedimentos autctones
desaparecimento do objeto. Alm da prpria ou alctones). Podem ter granulometria mais
quebra, outras aes implicam corroso, grosseira e composio heterognea, trazidos
soterramento e modificaes no ciclo de de maiores distncias por guas mais energ-
atividade (crescimento e transformao) dos ticas como as de rios subterrneos ou guas
espeleotemas. metericas de enxurradas (sedimentos alcto-
nes). Sua ocupao final na caverna (disposio
Nas cavernas da APA, o maior comprome- e volume) depender do fluxo dgua, da
timento do estado original das ornamentaes morfologia interna das galerias e sales e de
proveniente da visitao constante e despre- como ocorrero variaes nas condies fsicas
parada da populao local. As ocorrncias em dominantes.
pior estado de conservao so justamente as
mais prximas a povoados e centros urbanos, Como h modificaes atmosfricas ao longo
particularmente aquelas facilmente avistadas, do tempo, quer sejam sazonais ou a longo
de fcil acesso e sem grandes obstculos ao termo, freqente a existncia de diversos tipos
caminhamento, havendo maior descaracteri- de depsitos, miscigenados por retrabalhamento
zao nas proximidades das entradas, onde a ou simplesmente intercalados segundo a
visitao mais intensa. Exemplos esto na conformao de camadas superpostas. Um
regio da Lapinha e em outros stios j levantamento sistemtico das variaes
populares, como Ba, Escada, Poes, Cerca verticais ou superposio dos sedimentos, com
Grande, Ballet e Faustina, esta ltima com avaliao da composio, da colorao, da
imenso portal meia-altura de um paredo granulometria e da textura dos estratos ou dos
situado na margem da rodovia MG-424, extre- corpos individuais, ferramenta preciosssima
mamente convidativo (foto 28). para a reconstruo de condies passadas e
de fenmenos na evoluo da regio. Plens,
4.1.3 - Sedimentos - jazimentos fossilferos e ossos e outros objetos, quando existentes, so
arqueolgicos indicadores ou marcadores que remontam a
histria da ocupao da vida vegetal, animal e
muito freqente o aporte de materiais da
humana no local.
superfcie externa para o interior das cavernas.
Dependendo do tamanho e da posio das Os jazimentos de valor histrico e pr-histrico
entradas em relao ao relevo, maior ou menor j constatados so detalhadamente referen-
quantidade de sedimentos, troncos, folhas, ciados nos relatrios sobre a arqueologia e a
animais mortos e outros detritos sero carrea- paleontologia da APA. Os stios reconhecidos
dos por enxurradas ou lentamente levados com no decorrer do levantamento espeleolgico e os
o tempo. Uma vez no interior, podem estar em depsitos sedimentares potenciais so apre-
excelentes condies de preservao, dadas sentados no prximo quadro. Para os depsitos
certas caractersticas ambientais especiais. sedimentares no-investigados, deve-se
Ossos e conchas vo fossilizando-se por salientar que, a princpio, todos podem oferecer
impregnao de carbonatos ou por sua verda- condies para uma composio fossilfera,
deira transformao (substituio) mineral. Aos sendo especialmente importantes aqueles sob
mesmos processos ficam sujeitas as ossadas abrigos e os dispostos a certa proximidade das
de animais mortos por casualidade j no entradas.
ambiente interno, posteriormente recobertos por
sedimentos ou por uma camada de precipitados 4.1.4 - Fauna hipgea
qumicos. O mesmo pode acontecer a sepulta-
mentos humanos e outros vestgios como Devido grande quantidade de dados gerados
objetos de diversos usos e fogueiras. e o objetivo desta publicao, no ser includa
aqui a listagem da fauna de cada caverna, ou
Os depsitos sedimentares (detrticos) end- seja, o inventrio propriamente dito. Elaborou-
genos ocorrem em grande diversidade. Podem se ento, uma listagem total, acrescida de
ser muito finos e homogneos, produtos da dados considerados importantes e uma anlise
gradativa dissoluo, sendo reliquiares dos geral da sua distribuio e composio, em nvel
componentes insolveis da prpria rocha regional e nacional. As cavernas amostradas
(sedimentos autctones), ou ainda resultantes esto discriminadas em anexo.
39
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Morro Redondo Matozinhos, regio dos Poes depsitos sedimentares a serem particularmente depsitos no
investigados nvel superior
Paredo da Fenda III Matozinhos, regio da Cauaia ossos humanos (crnio e vrtebras) os ossos humanos foram
fossilizados (foto 29), pequenos ossos de encontrados j em zona escura,
animais e incises antropomrficas no em bacia de travertino, soltos e
piso do abrigo superfcie.
Helictites Lagoa Santa, regio da Lapinha conchas com incrustao mineral material cimentado e solto
Nossa Casa Matozinhos, regio de Cerca vestgios de escavaes em bancadas no h registros bibliogrficos
Grande sedimentares, com pequenos ossos sobre o material possivelmente
animais ainda aparentes. Espessos retirado
depsitos por serem investigados
Marguipegus Matozinhos, ao lado da Gruta da pequenos ossos animais em processo de ossos encontrados nos nveis
Escada calcificao e nveis espessos de brecha inferiores, soltos e semi-
carbontica incrustados
Estudantes Matozinhos, regio de Poes depsitos sedimentares a serem abrigo a cu aberto onde
investigados grande o aporte de detritos
Filhotes de Urubu II Matozinhos, entorno da APA depsitos promissores sob concrees gruta em corte de pedreira
(capas) estalagmticas
Tombo Matozinhos pequenos ossos e conchas incrustados e h grande aporte de detritos para
depsitos a serem investigados o interior, atravs de suas vrias
entradas
Perdidas Matozinhos, regio de Poes depsitos sedimentares a serem
investigados
Irmos Piri Matozinhos, entorno da APA dentes e pequenos ossos presos junto ao
teto; depsitos a serem investigados
Cacimbas Matozinhos, ao norte de Poes espessos depsitos sedimentares j junto ao abrigo da entrada e no
escavados e ainda promissores interior
Buraco do Fssil Matozinhos, proximidades da ossos de preguia extinta presos a a lavra da minerao est muito
Minerao Borges concrees (foto 30) prxima ao buraco, que ainda
preserva a ossada.
40
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Filo Chordata
Cl. Mammalia
O. Chiroptera: Tx.
F. Phyllostomidae: Tx.
S.F. Desmodontinae: Tx.
Desmodus rotundus: Tx,hm.
S.F. Phyllostominae: Tx.
Chrotopterus auritus: Tx,pr.
O. Marsupialia
F. Didelphidae
Didelphis albiventris (1) - (ossada). Ac/Tx,on.
O. Edentata
F. Myrmecophagidae
Myrmecophaga tridactyla (fezes) Tx.
F. Dasypodidae
Dasypus novemcinctus - (1) - (ossada)
Chaetophractus villosus (1) - (ossada)
O. Rodentia: Tx,Ac.
F. Caviidae: Tx,Ac.
Agouti paca (crnio e pegadas): Ac/Tx,hr.
O. Perissodactila
F. Equidae
Equus caballus (ossada)
O. Artiodactila
F. Suidae (ossada)
F. Tayassuidae
Tayassu tajacu (1) - (ossada)
F. Cervidae
Mazama sp. (1) - (ossada)
O. Ruminantia
F. Bovidae: Tx,Ac.
O. Carnivora (fezes)
F. Canidae (ossada)
Cerdocyon thous (1)
Canis familiaris (1) - (ossada)
F. Mustelidae: Tx,pr.
Conepatus chilensis (1) - (ossada)
Cl. Aves
O. Anseriformes
F. Anatidae (1) - (ossada)
O. Galliformes
F. Phasianidae
41
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Filo Arthropoda
Cl. Hexapoda
O. Collembola: fu.
F. Paronellidae: Tf,fu: cf.
Paronella sp.: Tf,fu.
F. Isotomidae
F. Cyphoderidae: fu.
O. Ensifera
F. Phalangopsidae: de.
Endecous cavernicolus (2)
Endecous sp.: Tf,de,on,Gf.
Eidmanacris sp.: Tx - Tf,de,on (o status de Tf no foi constatado na rea)
O. Blattaria: Tf,de,on,Gf.
O. Isoptera
F. Nasutitermitidae
Nasutitermes sp.
O. Psocoptera: Tf,de/fu.
F. Psyllipsocidae
O. Heteroptera
F. Reduviidae: Tx/Tf,pr.
Zelurus variegatus: Tx/ Tf,pr.
S.F. Emesinae: Tx,pr.
Amilcaria lapinhaensis (3) - pr.
O. Homoptera
F. cf. Cixiidae: Tx-Tf,hr.
O. Coleoptera (larvas so guanfilas)
F. Carabidae: de,on,pr.
F. Cholevidae: de.
Dissochaetus sp.(uma espcie nova): Tf,de,Gg,Gf.
42
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
F. Staphylinidae: Tf,pr,de,fu,Gf.
F. Histeridae: Tf,pr,Gf.
F. Ptilodactylidae: Tx-Tf,de.
F. Tenebrionidae: de.
Zophobas sp.:Gb(?).
F. Curculionidae
O. Diptera (larvas so guanfilas)
F. Trichoceridae
F. Tipulidae
F. Psychodidae: de,on,Gf.
S.F. Phlebotominae
F. Culicidae: Tx.
F. cf. Ceratopogonidae: Tf,de,on.
F. Cecidomyidae
F. Keroplatidae (1) - (larvas so predadoras)
F. Phoridae: Tf,on,Gf.
Conicera sp.: Tf,de,Gf.
cf. Metopina sp.
Dohrniphora sp.
F. Drosophilidae: de,Gb.
Drosophila eleonorae: Tf,de,Gb.
Drosophila sp.: de,Gb.
F. Milichiidae: de,Gf.
cf. Pholeomyia sp.: Tf,de.
F. Muscidae: Gb.
F. Sphaeoroceridae
F. Chloropidae
O. Hymenoptera
F. Formicidae: Tx.
S.F. Formicinae
Brachymyrmex sp.
S.F. Myrmicinae
Atta sp.
Acromyrmex sp.
Solenopsis sp.
S.F. Ecitoninae
Labidus sp.
S.F. Ponerinae
Pachycondyla sp.
Odontomachus sp.
F. Vespidae: Ent.
O. Odonata: Ac/Tx,pr.
S.O. Anisoptera
O. Neuroptera: larvas. Ent. (apesar de no ser includo em levantamentos sistemticos
da bibliografia referenciada, foi mencionado por apresentar alta incidncia em entradas)
O. Trichoptera: Tf,de.
O. Lepidoptera
F. Noctuidae: Ent.
F. Tineidae: Tf,de,on (larvas so guanbias)
Cl. Chilopoda (1) - pr.
Cl. Diplopoda: de.
O. Pseudonannolenida
F. Pseudonannolenidae (4) - Tf,de,Gf.
Pseudonannolene sp.
O. Polydesmida: de,on.
F. Chelodesmidae: de.
Obiricodesmus rupestris (5) - Tf,de.
cf. Chelodesmus sp.
Cl. Crustacea
O. Isopoda
F. Platyarthridae
Trichorhina sp.: Tm,Tb,Tf,de.
F. Styloniscidae: Tb ,Tf,de.
Cl. Symphyla
Cl. Arachnida
43
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
O. Araneae
S.O. Mygalomorpha: pr.
S.O. Araneomorpha: pr.
F. Scytodidae: pr.
Loxosceles similis (6) - Tf,pr.
Loxosceles sp.: Tf,pr.
F. Pholcidae: Tx-Tf,pr.
Blechroscelis sp.: Tx- Tf,pr.
Smeringopus pallidus: Tf,pr.
F. Oonopidae: pr:
Oonops sp.: pr.
F. Oecobidae: pr.
Oecobius annulipes: pr.
F. Nesticidae: pr.
Nesticus sp.: Tb (uma espcie nova),pr.
F. Theridiidae: pr.
Theridium rufipes: Tf,pr.
F. Theridiosomatidae: Tf,pr.
Plato sp.: Tf,pr.
F. Araneidae: pr.
Alpaida septemmammata: pr.
Alpaida spp. aff. alto: Ac/Tx,pr.
Alpaida spp: Ac/Tx,pr.
F. Psauridae: Tx/Tf,pr.
Ancylometes sp.: pr.
F. Trechaleidae: pr.
Trechalea keyserlingi: Tx,pr.
F. Ctenidae: Tx/Tf,pr.
Ctenus sp.: Tx/Tf,pr.
Enoploctenus cf.maculipes: Tx,pr.
Enoploctenus sp.: Tx/Tf,pr.
O. Opiliones: on.
F. Gonyleptidae: on.
S.F. Mitobatinae: on.
S.F. Pachylinae: on.
Eusarcus maquinensis (H. Soares, 1966): on.
Eusarcus sp.: on.
O. Scorpionida
F. Buthidae: Ac/Tx,pr.
Tityus serrulatus: Ac/Tx,pr.
cf. Tityus sp.: Ac/Tx,pr.
O. Pseudoscorpionida: pr.
F. Chernetidae: Tx,pr.
F. Syarinidae: pr.
O. Acarina.
F. Argasidae
Ornithodoros talaje: pa.
F. Ixodidae: pa.
Filo Mollusca
Cl. Gastropoda
F. Megalobulinidae
Megalobulinus sp.: Ac/Tx.
F. Bulimulidae
Thaumastus sp.
F. Subulinidae
Subulina octona (1)
Filo Platyhelminthes
Cl. Rhabditophora
O. Tricladida
F. Geoplanidae
F. Annelida
Cl. Oligochaeta: Tf.
44
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Animais
No presente estudo, os seguintes associados
animais foram aassociados
guano deamorcegos
guano de morcegos:
TAXON TIPO DE GUANO OBSERVAES
Collembola insetvoro, antigo, no-classificado
Endecous sp. hematfago-recente, insetvoro
Nasutitermes sp. no-determinado
Psocoptera insetvoro, antigo, no-determinado
Zelurus variegatus hematfago-recente, insetvoro, ninfas
no-determinado
Coleoptera hematfago-recente
Dissochaetus sp. hematfago-recente, no-determinado
Staphylinidae no-determinado
Zophobas sp. insetvoro larvas e adultos
Diptera hematfago-recente larvas e adultos
Phoridae no-determinado
Conicera sp. hematfago-recente
Drosophila sp. hematfago-recente, no-determinado
Pholeomyia sp. insetvoro
Atta sp. insetvoro
Solenopsis sp. insetvoro, no-determinado
Tineidae antigo, no-determinado larvas
Diplopoda hematfago-recente
Isopoda insetvoro, no-determinado, antigo
Trichorhina sp. no-determinado
Symphyla no-determinado
Araneae insetvoro teia sobre o guano
Pseudoscorpionida antigo, no-determinado
Chernetidae hematfago-recente
Acarina insetvoro, antigo, no-determinado
Gastropoda frugvoro
Desta tabela, muitos tambm foram encon- chamado carste. A paisagem tem um dina-
trados em outros substratos (guanfilos). mismo acentuado porque so comuns eventos
Entretanto, Lepidoptera (Tineidae) e Diptera drsticos, como colapso ou subsidncia de
(Drosophila sp.) podem ser considerados terrenos, que so reflexo da inter-relao entre
guanbios (Gnaspini, 1989 e obs. pes.) e o relevo superficial e as formas subterrneas.
provavelmente o coleptero Zophobas sp., pois Ou, inversamente, a tipologia da superfcie a
em todas as ocorrncias, grandes populaes progenitora de condies de circulao de
de larvas e adultos estavam em meio a guas e, portanto, da abertura de cavidades.
depsitos de guano de insetvoro. Para a
confirmao desse fato, seriam necessrios Por isso, comum a associao entre dolinas,
estudos no meio epgeo. macios expostos, paredes, lagos e as
cavernas. O entendimento sobre a origem, a
4.1.5 - O entorno das cavernas evoluo e a existncia das cavidades naturais
no pode abstrair-se da observao das formas
Como j mencionado, as cavernas so com- superficiais. A prpria fauna caverncola tem sua
ponentes de um ambiente mais amplo, o existncia de alguma forma vinculada
45
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
46
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
47
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Quadro 1 - Sntese das principais modificaes antropognicas sobre as cavernas e aes mitigadoras.
48
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
49
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Em 1926, escavaes em Cerca Grande por suas amplas galerias de seo ovalar que
definiram sries pr-cermicas e cermicas foram preteritamente o canal de um importante
distintas de diversos artefatos (Hurt & Blasi, curso dgua subterrneo, responsvel pelo
1969). Em 1956, os abrigos foram investigados transporte e retrabalhamento de grande
pela Misso Americano-Brasileira, que envolveu quantidade de material sedimentar.
os museus Nacional e Paranaense, a Universi-
dade Federal de Minas Gerais, a Escola de Tal sistema de paleocanais conformado pelas
Sociologia e Poltica de So Paulo e a Universi- grutas dos Poes, Periperi I e II, com 300, 100
dade de Dakota do Sul, EUA. A nota final do e 250 metros respectivamente, todas topo-
Projeto Arqueolgico Lagoa Santa - Minas grafadas. A primeira caracteriza-se por uma
Gerais, Brasil , de 1969, registra a descoberta galeria muito ampla semimeandrante qual liga-
de cerca de 22 sepultamentos e outros se a um conjunto de corredores sinuosos e
inmeros vestgios. passagens menores intercomunicantes, estes
dispostos junto entrada. A galeria quase
Atualmente, o Museu de Histria Natural da desprovida de espeleotemas, exceo de um
UFMG e o Instituto do Patrimnio Histrico e grupo de represas de travertino e cascatas de
Artstico de Minas Gerais - IEPHA / MG dedicam- calcita de porte mtrico, reunidas em uma de
se s pesquisas na regio. suas extremidades (foto 20), nas proximidades
de um pequeno lago. Essa cavidade sofre com
Conjunto arqueolgico e paisagstico dos pichaes constantes e foi alvo de escavaes
Poes escusas (foto 37).
Das formaes subterrneas, merecem citao Outras cavernas tm importncia especial por
especial um grupo de cavernas caracterizadas representarem importantes stios arqueolgicos
50
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
com pinturas rupestres, tais como Ballet, Lapinha e uma das maiores da regio, com
Chapu e Porco Preto, este possuindo tambm 700 metros de extenso, conformada por
picoteamentos; ou pela relevncia de sua fauna, condutos e sales amplos e bem ornamentados
como as grutas: Morro Redondo, Lavoura e (foto 38). A Gruta dos Helictites possui notveis
Periperi II. exemplares de helictites que atingem 20 cm de
comprimento (foto 22). So espeleotemas muito
A partir da avaliao sobre as ocorrncias frgeis considerados raros regionalmente, que
situadas nas circunvizinhanas desta rea, requerem extrema precauo ao serem
sugere-se uma adequao do traado de seus observados. De interesse geomorfolgico, a
limites, de modo a serem includos, no propsito Gruta das Pacas situa-se nas margens do
de preservao, outros stios de grande crrego Samambaia. uma caverna peculiar
relevncia, em especial o sistema Escada- por estar na interface entre dois tipos litolgicos,
Marguipegus, a Gruta das Cacimbas e o grupo o que lhe confere duplicidade morfolgica.
de ocorrncia em densa aglomerao, prximo Possui ainda a peculiaridade de ser parcial-
lavra da Minerao Mau, conforme mostra a mente inundada pelas guas do lenol fretico,
figura 11. Estas ltimas compem um grupo de cujo nvel varivel.
cavidades menores, de morfologia varivel,
algumas com espeleotemas delicados Em termos da fauna caverncola, a Gruta dos
como as flores de gipsita presentes na Gruta Tneis revelou uma interessante e diversificada
do Itapucu. fauna, inclusive com a presena do Tityus sp
(escorpio) sendo o primeiro registro desse
rea piloto do Projeto VIDA animal no estado de Minas Gerais. Dados de
outros trabalhos regionais s o haviam de-
Os levantamentos espeleolgicos siste- tectado no nordeste e na Amaznia (Trajano &
matizados foram direcionados a um segmento Gnaspini, 1991a). A Lapa das Pacas destaca-
da rea, que representa uma expressiva se pela presena de um representante da
amostra do carste de Lagoa Santa, de180 km2,
classe Symphyla, raramente observada nas
incluindo uma parte da APA (fig. 2 e 11).
cavernas brasileiras.
Seguindo uma metodologia indita, foram
Atualmente, a nica gruta explorada turisti-
levantadas, descritas e topografadas 218 novas
camente dentro da APA a Gruta da Lapinha,
cavidades naturais, adicionadas s 81 ante-
que desde 1965 recebe milhares de visitantes
riormente conhecidas. Estudos de detalhe
a cada ano. Em vista disso, recebeu aqui um
foram realizados em 28 cavidades, sele-
tratamento especial, com a incrementao do
cionadas conforme a metodologia proposta
mapa topogrfico preexistente (SEE, 1980) e a
(CPRM, 1994), incluindo estudos de morfologia,
estruturas, depsitos qumicos e sedi- incluso de correes, ampliao de dados e
mentares, biologia e observaes hidro- atualizaes. Vinte e nove pontos distribudos
geolgicas. por toda a caverna tiveram suas principais
feies descritas e analisadas frente ao visitante
As informaes esto reunidas em IV volumes, e s situaes de impacto antrpico. Toda a
em formato de inventrio, sendo o I j publicado, fauna observada foi catalogada e identificada,
o II no prelo, o III e o IV em andamento. com dados de localizao e estgio evolutivo.
Um conjunto de recomendaes foi elaborado
Lapinha no intuito de melhorar o sistema de visitao na
caverna, inclusive nas questes de segurana,
Na regio da Lapinha, como conhecida e diminuir o impacto da atividade ao ambiente
popularmente, existem vrias cavidades caverncola e entorno das entradas (vide mapa
registradas, alm de stios arqueolgicos e
da Gruta da Lapinha - Lagoa Santa). Apesar de
paleontolgicos, de grande importncia pr-
j citada no mapa, a fauna ser aqui tambm
histrica, histrica, scio-cultural e turstica,
referenciada por conter informaes comple-
entremeados por uma vegetao de Floresta
mentares.
Estacional Semidecidual, relativamente bem
preservada. Fauna Hipgea - Gruta da Lapinha
Destacam-se a Gruta dos Tneis, dos Helictites, F. Chordata: Cl. Mammalia: O. Chiroptera:
das Pacas e especialmente a Gruta da Lapinha. guano de morcegos insetvoros, poucas
A primeira est localizada a oeste da Gruta da manchas. O. Rodentia: fezes prximo entrada
51
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
principal. Cl. Aves: O. Strigiformes: vestgios: Por outro lado, sua densa concentrao
bolotas regurgitadas e fezes prximo a duas das inigualvel, sendo este um aspecto muito
entradas. Tytonidae: Tyto alba: bolotas regur- interessante e um grande apelo turstico. No
gitadas, penas e fezes em zona aftica, mas comum encontrar um exemplar individual que
com luz artificial, a 70m da entrada principal. rena grande diversidade de situaes ilus-
Indivduo visualizado noite, aps fechamento trativas do ambiente caverncola, mas num
da gruta aos turistas, na entrada principal. pequeno espao do terreno possvel observar
situaes adversas e curiosas que revelam no
F. Arthropoda: Cl. Hexapoda: O. Ensifera: s o ambiente subterrneo, mas tambm uma
Phalangopsidae: Endecous sp.: raros, indivduo morfologia superficial peculiar.
visualizado prximo a uma das entradas (local
escuro, sem acesso de turistas) e indivduo Em outras palavras, o aproveitamento turstico
vocalizando aps desligamento das luzes convencional como o exemplificado pelas
artificiais. O. Blattaria: prximo entrada grutas de Maquin, Rei do Mato e Lapinha, para
principal. Sua presena no comum nas as quais o visitante dirige-se exclusivamente no
cavernas da regio, sendo observado nesta intuito de admirar espeleotemas e amplos
gruta provavelmente devido ao acmulo sales, pode ser considerado esgotado. As
de matria orgnica (lixo). O. Isoptera: restos grutas de razovel porte com maior riqueza de
de trilha, prximo a duas das entradas. ornamentao so justamente aquelas j
O. Psocoptera: em mancha de guano abordadas. Alternativas viveis e interessantes
ressecado. O. Heteroptera: Reduviidae: cf. passam a ser aquelas que componham roteiros
Zelurus variegatus: ninfa, prximo entrada espeleolgicos programados para um nico dia
principal e em conduto lateral, cheio de lixo. ou fim-de-semana, de enfoque didtico, que
O. Coleoptera: litros por toda a gruta. ilustrem o funcionamento da dinmica do
O. Diptera. O. Hymenoptera: pequenas abelhas endocarste e exocarste, o meio bitico e a
na entrada principal. O. Lepidoptera: cf. ocupao humana. A ttulo de exemplo, pontos
Noctuidae: prximo entrada. Tineidae: casulos de visitao mais rpida para observao de
por toda a gruta. Cl. Arachnida: O. Araneae: galerias abandonadas por rios subterrneos,
Scytodidae: Loxosceles sp.: por toda a gruta. fendas abertas ao longo de fraturas da rocha
Pholcidae: prximo sada de turistas. pela ao da gua, abrigos com vestgios pr-
Theridiidae: Theridium rufipes: em zona aftica. histricos que indiquem hbitos antigos,
O. Pseudoscorpionida: em mancha de guano pequenos aglomerados de espeleotemas em
ressecado. plena formao, lagos subterrneos, lagos
superfcie, grandes e pequenas formas elabo-
Referncias adicionais: radas pelas chuvas nos rochedos expostos,
Endecous cavernicolus (Costa-Lima, 1940) vegetao remanescente, ondulaes e irre-
gularidades tpicas do terreno (dolinas) que
Obiricodesmus rupestris (Shubart, 1956) aprisionam e absorvem a gua superficial.
Amilcaria lapinhaensis (Wygodzinsky, 1950) Este esquema de visitao no requer grandes
adaptaes ou suportes ao que o prprio
Obs. Havia pichaes e lixo por toda a gruta
ambiente oferece, requerendo, talvez, pequenas
alm de algas desenvolvendo-se prximo a
alguns holofotes. melhorias no acesso. A imposio natural a
da visitao em pequenos grupos de pessoas
Data do Levantamento: 17 e 18-07-95. (no mximo dez visitantes), com acompa-
nhamento de guias treinados e instrumentados
4.3 - Potencial turstico (iluminao a carbureto e lanternas, cordas e
O inventrio espeleolgico da APA mostra que escadinhas mveis), o que significa, portanto,
a maioria das cavernas so de pequeno porte, necessidade de investimentos mnimos. Os
fator que por si s restringe a visitao turstica roteiros, por sua vez, devem ter aprovao
por dois motivos: o ambiente natural no capaz tcnica aps rigorosa avaliao dos pontos, e
de comportar grande nmero de pessoas sem contemplar as susceptibilidades do que ser
que haja fortes interferncias; os espaos em visitado, a fauna e os fatores de risco ao
geral no oferecem grandes atrativos ao turista visitante. Tal avaliao dever indicar o nmero
comum, sendo muito freqentes as situaes ideal de pessoas e a periodicidade da visitao,
de desconforto e risco. os procedimentos necessrios e as restries.
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
dia
n
nil
Fu
Prudente de
Morais
7844
Pedro
Leopoldo 7840
Matozinhos
Lagoa
Santa
LEGENDA:
Lapinha
53
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
5 - DISCUSSES
5.1 - Meio Fsico Sobre as caractersticas gerais deste acervo,
pode-se afirmar que so poucos os exemplares
A regio de Lagoa Santa reconhecidamente (individuais) significativos quando invocados no
uma das mais importantes do pas sob os contexto nacional. Tornam-se particularmente
aspectos arqueolgicos, paleontolgicos e interessantes quando h associao a stios
espeleolgicos. O patrimnio espeleolgico arqueolgicos ou quando tomada a existncia
adquire importncia por ser o maior depositrio eventual de uma fauna rara ou nica. Se
dos valorosos vestgios pr-histricos animais comparados aos grandes espaos encontrados
e humanos. Independente deste contedo na regio de Januria (norte de Minas Gerais),
cultural e cientfico, no que concerne natureza em So Domingos (Gois) ou em vrias outras
a relevncia das cavernas est na forma como localidades na Bahia, certamente entrariam em
ocorrem, em densa aglomerao, associadas posies desfavorecidas dentro de um ranking
s exposies rochosas em diversidade de imaginrio. O mesmo pode-se afirmar se
formas e aos corpos dgua circunvizinhos, o avaliada sua ornamentao qumica sob a luz
das ocorrncias nestas mesmas regies ou na
que delineia um ambiente mais amplo e muito
regio do Vale do Ribeira, em So Paulo, salvo
bem caracterizado chamado carste: o carste
para os casos excepcionais representados
de Lagoa Santa extraordinariamente diver-
pelas clssicas grutas da regio, j envolvidas
sificado em parmetros tpicos.
por aparatos tursticos, especificamente Lapinha
e, mais ao norte, Rei do Mato e Maquin.
Comparativamente a outras regies crsticas
brasileiras, esta a que melhor se conhece. Por outro lado, nenhuma outra localidade
Recai sobre ela importncia histrica na apresenta tal densidade de ocorrncias, o que
economia e na poltica do pas, o que estimulou a torna um verdadeiro parque espeleolgico.
sua ocupao. As primeiras investigaes A diversidade de situaes, de morfologias e de
cientficas sobre as cavernas, os abrigos e as combinaes propicia um apanhado completo
escarpas parecem ter sido iniciadas quase ao e complexo da natureza crstica em pequenos
acaso, sob influncia de uma situao climtica espaos de rea. Isso significa tambm
favorecida que teria supostamente atrado o diversidade de ambientes e, conse-
naturalista Lund, instalado na regio em qentemente, diversidade ou riqueza de uma
meados do sculo XIX. fauna peculiar. H tambm implicaes quando
considerados o interesse e a viabilidade turstica
Pode-se dizer que a facilidade de acesso e o e at a educao cientfica e ambiental.
longo decorrer de tempo no qual tm sido
investidos levantamentos cientficos, parti- Em outras palavras, num pequeno raio do
cularmente os arqueolgicos, so os maiores terreno, pode-se observar o trabalho impetuoso
de um rio subterrneo alargando energeticamente
fatores a diferenciar o conhecimento entre o
galerias e, em seguida, entender seu resultado
acervo desta rea e o existente em outras
final, ao se percorrerem canais j abandonados.
regies mais inspitas. Mesmo assim, seu
Nestes mesmos locais ou nas vizinhanas, pode-
reconhecimento completo est longe de ser
se acompanhar a meticulosidade de guas
esgotado, restando ainda vrios locais mere-
gotejantes de caractersticas abrasivas, alargando
cedores de levantamentos prospectivos, imperceptivelmente pequenas fissuras, ou de
especificamente toda a regio de macios, caractersticas depositrias, elaborando as formas
escarpamentos e grandes dolinamentos da belas e exticas dos espeleotemas e recris-
fazenda Cauaia (Matozinhos) e as reas talizando minerais. possvel mergulhar num lago
indicadas como promissoras existncia de superfcie e penetrar progressivamente
cavernas no mapa do Zoneamento Espe- espaos da rocha inundados pela gua,
leolgico da APA. Esta necessidade aqui experimentando a transio do ambiente
grifada, porque a garantia para a viabilidade e exterior, em geral conformado por uma paisa-
para um melhor planejamento da atividade gem de esttica incomum, para o ambiente da
mineradora, cuja ampliao uma tendncia escurido e do quase completo silncio, no
irrefutvel. fosse a existncia de uma fauna quase invisvel
54
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
ao desatento, mas espantosamente variada. 39), estando os adultos nas proximidades das
Um esprito mais aventureiro e curioso poderia entradas (mas j em zona aftica) e as ninfas
saciar-se ainda mais ao se expor a tcnicas podem estar tambm em zonas mais pro-
desportivas especiais para transpor abismos fundas. O gnero Zelurus ocorre em vrias
verticais que levam a 75 metros de profundidade cavernas do pas (Trajano & Gnaspini, 1991a).
no interior da rocha. Lepidpteros Tineidae e Noctuidae con-
centram-se preferencialmente nas proxi-
Esta avaliao eleva toda a APA e muito do seu midades das entradas, sendo as larvas de
entorno a uma situao de singularidade no Tineidae (guanbias) encontradas em toda a
mbito nacional. Mas a valorao das feies extenso das cavidades. Aranhas Loxosceles
existentes em sua individualidade no deve ser sp. (foto 11), distribudas por toda a caverna,
e no aqui aplicada num contexto global, mas so ausentes ou raras em cavernas com
relativamente ao que existe de concreto na gua. Aranhas Pholcidae (Blechroscelis sp.),
regio e que a tipifica e qualifica como geralmente nas entradas e, por diversas
patrimnio local. Os quadros apresentados no vezes, estavam carregando ootecas; Ctenus
decorrer do relatrio sintetizam os repre- sp. e Enoploctenus sp. (foto 40), sem distino
sentantes mais significativos no contexto local de zona e em vrios estgios de desen-
segundo diferentes parmetros, baseados no volvimento, sugerindo o status de troglfilos.
universo do conhecimento atual, portanto
merecedores de tratamento diferenciado e de Grupos comuns, ocorrendo em vrias
preservao. cavernas: colmbolos, especialmente
Cyphoderidae e Paronellidae, em substrato de
5.2 - Fauna hipgea guano, madeira ou sedimento. Psocpteros
(Psyllipsocidae), em depsitos de guano e
De um modo geral, a fauna da regio de Lagoa matria orgnica vegetal, ocorrem tambm em
Santa no difere muito da j mencionada em vrias regies do Brasil. Colepteros
outros trabalhos de regies brasileiras (Dessen Dissochaetus sp. com uma espcie nova
et al., 1980; Chaimowicz, 1984; Trajano, 1987; (Gnaspini, com. pes.) e Zophobas sp.; dpteros
Trajano & Gnaspini, 1991a; Gnaspini & Trajano, Conicera sp., Drosophila sp. e Milichiidae esto
1984, e Pinto da Rocha, 1995), contribuindo, no geralmente associados a guano, sendo que
entanto, com novos registros de distribuio e os dois primeiros situam-se entre os mais
composio da fauna caverncola do Brasil. abundantes das cavernas do Brasil (Trajano
& Gnaspini, 1991a). Formigas Solenopsis sp.
Trogloxenos como morcegos, roedores (Agouti
(associada a guano), presentes em cavernas
paca), aves e, s vezes seus ninhos (Aratinga
de outras regies (Gnaspini et al., 1994).
leucophthalmus, Tyto alba, entre outras) so
Diplpodes, embora amplamente distribudos,
freqentemente encontrados nas entradas e em
inclusive detectadas cmaras de muda, no
zona aftica, utilizando a caverna para abrigo
possuem taxonomistas no pas para a
ou reproduo. Sobre os anuros, apesar da
identificao especfica. Destaca-se uma
afinidade com as cavernas, acredita-se que, ao
grande populao na Gruta dos Tneis.
perderem a referncia da entrada, no con-
Ispodes Platyarthridae (Trichorhina sp.),
seguem sobreviver, sendo ento considerados
sendo uma espcie troglbia (Chaimowicz,
acidentais ou trogloxenos (Trajano, com.pes).
1984) e Styloniscidae, tambm com um
Devido ao pequeno nmero de cavernas com
representante troglbio (Kury, com. pes.). Alm
gua, peixes s foram observados em seis
desses, em mais duas grutas ocorreram
delas. Podem ser classificados na categoria dos
indivduos submersos em crrego e represa
trogloxenos ou troglfilos.
de travertino, troglomrficos. Aranhas Plato
Freqncia e distribuio sp., preferencialmente em cavernas com gua
ou elevada umidade; Mygalomorpha (tanto
Grupos mais comuns, compondo grandes prximo de entradas quanto em zona aftica),
populaes: grilos Endecous sp (foto 10), de distribuio irregular no pas (Trajano &
encontrados ao longo de toda a extenso das Gnaspini, 1991a); Theriididae e Araneidae.
cavernas, um gnero de ampla distribuio Pseudoescorpies Chernetidae e Syarinidae,
nas cavernas brasileiras (Trajano & Gnaspini, associados a guano, sendo o primeiro
1991a); heterpteros Zelurus variegatus (foto amplamente distribudo no pas (Gnaspini &
41
55
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Trajano, 1994). caros Ixodidae e Ornithodoros (Gnaspini et al., 1994). Trichoptera e Symphila,
sp., associados a guano. esta associada a guano de morcegos.
Aranhas Oonops sp., Oecobius annulipes,
Poucos, observados em algumas cavernas: Nesticus sp. troglbio (Baptista, com. pes.),
cupins Nasutitermes sp., sendo suas trilhas Trechalea keyserlingi. Opilies Mitobatinae e
abundantes, geralmente prximos s entradas Pachylinae: Eusarcus maquinensis (Soa-
e, mais de uma vez, o prprio ninho (inativos) res,1966) e Eusarcus sp., este comum em
longe das entradas, mas possivelmente outras regies (Trajano & Gnaspini, 1991a).
prximo superfcie. Baratas, ausentes no sul Gastropoda, Oligochaetus e Geoplanidae,
do pas devido a fatores climticos de todos associados a guano de morcegos e
temperatura (Trajano, 1987), tambm no matria orgnica.
tiveram expressividade na regio. Hete-
rpteros Emesinae, colepteros Carabidae, Com base nos dados de guano coletados, o tipo
formigas Atta sp., escorpies Tityus sp., mais comum foi o de morcegos insetvoros,
anteriormente s relatados para o nordeste do seguido pelos hematfagos, tendo os frugvoros
Brasil, podendo ocorrer longe das entradas. pouqussimos registros. O grau de desca-
racterizao da vegetao pode explicar a baixa
Raros, presentes em uma ou outra caverna: freqncia do guano de frugvoros. A proxi-
colmbolos Isotomidae, comuns em cavernas midade de reas agropastoris, muitas vezes,
de So Paulo (Trajano & Gnaspini, 1991a); na entrada das grutas, favorece a presena dos
grilos Eidmanacris sp., homptero Cixiidae, morcegos hematfagos e insetvoros. As
mais comuns em cavernas superficiais de So espcies frugvoras tm grande importncia na
Paulo e Mato Grosso do Sul (Gnaspini & polinizao e disseminao de sementes; as
Trajano, 1994). Colepteros Histeridae e insetvoras contribuem no controle dos insetos,
Ptilodactylidae, presentes em vrias regies muitas vezes pragas de culturas, e os hema-
(Trajano & Gnaspini, 1991a). Dpteros Tipulidae, tfagos podem ser transmissores do vrus da
Psychodidae, Ceratopogonidae, Keroplatidae raiva, cuja cura ainda no possvel. Seu
(em cavernas com gua) tm ocorrncia ampla controle deve ser realizado com cuidado, pois
para as cavernas do Brasil (Trajano & Gnaspini, seu guano, como o de qualquer outro morcego,
1991a); Trichoceridae, Culicidae, Cecydo- de fundamental importncia para as comu-
myiidae , Muscidae e Drosophila eleonorae. nidades caverncolas. Recomenda-se, nesse
Formigas Brachymyrmex sp., Labidus sp., sentido, a vacinao das criaes como medida
Odontomachus sp..Acromyrmex sp. e preventiva doena e o afastamento das reas
Pachycondyla sp., comuns em outras regies de pastagens dos macios calcrios.
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
6 - CONCLUSES E RECOMENDAES
Quase por definio, regies crsticas detm conjunto diversificado, aos quais se associam
uma fragilidade que lhes particular. So importantes elementos arqueolgicos, paleon-
visadas porque seu principal componente, a tolgicos e faunsticos.
rocha calcria, matria-prima do desen-
volvimento urbano e insumo para melhoria de Este fator e a facilidade de acesso aos stios
produes agrcolas. Por outro lado, as guas favorecem e viabilizam o aproveitamento
que compem seus aqferos subterrneos, dos turstico de grupamentos e de ocorrncias
quais o homem depende profundamente em sua individuais.
sobrevivncia, so fortemente vulnerveis a
Pelas caractersticas das cavernas, so mais
contaminaes e ao esgotamento, porque fluem
apropriadas aes alternativas de turismo,
com facilidade atravs dos canais abertos por
orientadas a apresentarem o ambiente o mais
dissoluo. Tem-se uma situao de ambi-
prximo possvel de sua naturalidade.
gidade: a ocupao e o usufruto dos atributos
naturais sem prejuzos de grande magnitude ao Alm de ocorrerem em outras regies brasilei-
ambiente. ras, esto presentes tambm neste trabalho:
grilos Endecous sp, heterpteros Zelurus sp,
Diferentemente de outras regies crsticas do colepteros Carabidae, Ptilodactylidae,
pas, a regio da APA encontra-se num estgio Tenebrionidae, dpteros Drosophila sp,
de ocupao e de modificao evoludo. A Conicera sp, Keroplatidae, Tipulidae,
anlise que visa caracterizar o patrimnio Psychodidae, Ceratopogonidae e Milichiidae.
espeleolgico pretende diagnosticar seu estado Formigas Pachycondyla sp. Trichoptera,
atual frente a ocupao e confrontar suas Tineidae, Diplopoda. Aranhas Plato sp, Ctenus
condies naturais com as perspectivas futuras. sp, Loxosceles sp e Blechrosceles sp,
Esta pretenso permitiu alcanar as seguintes Theridiidae. Opilies Gonyleptidae, caros
concluses: Ornithodoros talaje, pseudoescorpies
Chernetidae.
A APA uma regio com densa aglomerao
de cavernas, como nenhuma outra do pas. So destaques da fauna caverncola: des-
coberta de trs novas espcies de inver-
As cavernas so, em sua maioria, de pequeno tebrados: uma aranha do gnero Nesticus, um
porte, tendo em geral menos que 100 metros besouro do gnero Dissochaetus e um
de desenvolvimento. ispode Styloniscidae troglbio; o reencontro
do opilio Eusarcus maquinensis (Soares,
No geral, no se apresentam ricamente
1966), espcie descrita atravs de um nico
ornamentadas, havendo situaes de con-
exemplar da Lapa Nova de Maquin, em
centraes esparsas e em alguns casos, que
cordisburgo, tendo sido detectada no presente
fogem totalmente regra, so encontradas
estudo na Lapa Vermelha I, em Pedro Leopoldo;
expressivas ou raras formaes.
a ampliao da rea de ocorrncia de
Esto especialmente vinculadas a um dos escorpies, de psocpteros, do homptero cf.
tipos de rocha carbontica existentes na regio, Cixiidae, do dptero Drosophila eleonorae; a
o calcarenito, e fortemente condicionadas a presena da classe Symphyla e um formi-
fraturas subverticais, principalmente s gueiro ativo, raramente observado em caver-
famlias de direes aproximadamente N-S, e nas. Cabe ressaltar ainda, a presena da
particularmente E-W, e ainda N60oW e N45oE. famlia Charontidae em duas grutas, em uma
delas (Gruta do Caju - no visitada) localizada
Os padres morfolgicos e o arranjo geomtrico em Pedro Leopoldo (Auler, com.pes., coletada
das galerias so bastante variveis, sendo as na Lapinha dos Ossos, prx. Gruta do Caju
maiores cavernas labirnticas, com passagens por Bed), e a outra, um pouco mais ao norte,
em conformao mtua ortogonal. no municpio de Jequitib (Gruta da Pedra
Vermelha - fora da APA - obs. pes.). Essa
Apesar das dimenses geralmente reduzidas, famlia, atualmente, corresponde ocorrncia
tornam-se especiais por conformarem um mais ao sul do Brasil.
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
gipsita presentes na Gruta do Itapucu ou a maior pelo IPHAN), alm da prpria APA, as cavernas
entrada da regio, a Gruta dos Milagres, com sofrem impactos constantes de mineraes, de
um prtico de 30m de altura. Estaria includa atividades agropecurias inclusive com retirada
tambm a segunda maior caverna da APA, Gruta de gua para pivs de irrigao, e mesmo do
da Escada, ligada atravs de passagens turismo ecolgico. , pois, urgente um plano
subterrneas com a dolina da Gruta dos de manejo e de gesto ambiental eficiente
Milagres. que controle essas atividades principal-
mente nas grutas (e entorno) que possuam
Apesar de existirem pores da rea protegidas elementos relevantes do meio fsico e
por legislao (tombamentos pelo IEPHA/MG e bitico.
ASPECTOS FSICOS
Quadro 2 - Parmetros fsicos, qumicos, biolgicos e culturais correlatos a stios espeleolgicos. (continua)
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
ASPECTOS FSICOS
Quadro 2 - Parmetros fsicos, qumicos, biolgicos e culturais correlatos a stios espeleolgicos. (continuao)
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
ASPECTOS BIOLGICOS
Quadro 2 - Parmetros fsicos, qumicos, biolgicos e culturais correlatos a stios espeleolgicos. (continuao)
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Quadro 2 - Parmetros fsicos, qumicos, biolgicos e culturais correlatos a stios espeleolgicos. (continuao)
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Parmetros de Avaliao
proporo poucos/alguns/muitos
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diversidade de pouco/mdio/muito
bitopos
Aproveitamento
turstico
* Avaliao de todos os itens anteriores, com valores especialmente definidos para este fim e considerao dos itens adicionais:
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Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
8 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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PALMER, A.N. Origin and morphology of limestone caves. Bulletin, Geological Society of American, v.103,
p.1-21, 1991. 25 fig.
41
67
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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1948. [Separata].
PIL, L.B. Rochas carbonticas e relevos crsticos em Minas Gerais. O carste, v.9, n.3, p. 72-78, 1997.
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WYGODZINSKY, P. Sobre alguns Emesinae (Reduviidae, Hemiptera). Rev. Bras. Biologia, v.10, n.1, p.73-84,
1950.
68
ANEXO I
Documentao Fotogrfica
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Foto 1 - Macio calcrio exposto, de grande porte, Foto 2 - Aspecto de galeria verticalizada.
Matozinhos. Gruta do Ba, Pedro Leopoldo.
Foto 3 - Aspecto de galeria circular, parcialmente inundada. Foto 4 - Abertura de orifcios. Gruta da Lapinha, Lagoa
Lapa das Pacas - Lagoa Santa. Santa.
II
III
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Foto 5 - Entrada da Lapa Vermelha I, em poca de chuva. Foto 6 - Interior da Lapa Vermelha I, em poca de chuva.
Pedro Leopoldo. Pedro Leopoldo.
Foto 7 - Entrada da Lapa Vermelha I, em poca de seca. Foto 8 - Interior da Lapa Vermelha I, em poca de seca.
Pedro Leopoldo. Pedro Leopoldo.
Foto 9 - Galeria formada por fluxo dgua rpido e Foto 10 - Endecous sp. (grilo): muito comum nas cavernas.
turbulento. Gruta dos Poes, Matozinhos.
III
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Foto 11 - Loxosceles sp. (aranha-marrom): presente em Foto 12 - Roedor sendo aproveitado como fonte de energia
vrias cavernas. para diversos organismos caverncolas, como diplpodes
(piolhos de cobra), grilos.
IV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Foto 17 - Detalhe de espeleotema denominado cortina, Foto 18 - Conjunto de espeleotemas com associaes
visto de baixo para cima. Gruta da Lapinha, Lagoa Santa. de estalactites/cortinas; escorrimento/cortinas; esta-
lagmite e coluna, na Gruta dos Helictites, Lagoa Santa.
Foto 21 - Cortinas tipo bacon. Gruta Foto 22 - Helictites expressivas. Gruta dos Helictites, Lagoa
Dente de Co, Pedro Leopoldo. Santa.
V
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Foto 23 - Grandes estalactites na entrada da Gruta Paredo Foto 24 - Expressivo conjunto de couves-flores. Lapa
da Fenda III, Matozinhos. Vermelha I, Pedro Leopoldo.
Foto 27 - Raros exemplares de tringulos de calcita. Lapa Foto 28 - Portal de entrada da Gruta da Faustina,
Vermelha I, Pedro Leopoldo. Matozinhos.
VI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
VII
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Foto 35 - Vestgios de detonao. Caverna das Crianas, Foto 36 - Gruta Bem Arrumada, praticamente interceptada
Matozinhos. por minerao. Matozinhos.
Foto 37 - Escavao recente. Gruta dos Foto 38 - Galeria ornamentada. Gruta dos Tneis, Lagoa
Poes, Matozinhos. Santa.
Foto 39 - Ninfa e adulto do heterptero Zelurus variegatus. Foto 40 - Aranha Enoploctenus sp..
VIII
ANEXO II
Cavernas amostradas no Projeto VIDA e na
APA Carste de Lagoa Santa
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
X
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
OBSERVAES
Cinco grutas, includas neste relatrio pela sua relevncia, localizam-se na rea de entorno da
APA. So elas:
MG-720: Gruta Crrego do Capo (Capim Branco) - UTM N: 7838030; UTM E: 592890
MG-721: Gruta Bem Arrumada (Prudente de Morais) - UTM N: 7843400; UTM E: 592810
MG-823: Gruta dos Irmos Piri (Matozinhos) - UTM N: 7831465; UTM E: 592160
MG-890: Caverna Filhotes de Urubu II (Matozinhos) - UTM N: 7840400; UTM E: 593630
MG-900: Gruta do Meandro Abismante (Matozinhos) - UTM N: 7841040; UTM E: 594275
Lista das 14 grutas topografadas durante o Projeto da APA Carste de Lagoa Santa
Nmero SBE - nmero de referncia da caverna quando foi cadastrada junto Sociedade
Brasileira de Espeleologia (SBE).
XI
ANEXO III
Listagem das cavernas da APA Carste de Lagoa Santa,
ordenadas por municpio e por ordem alfabtica
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
XIV
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
XVI
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XVII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
XVIII
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XIX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
XX
Levantamento Espeleolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XXI
PATRIMNIO ARQUEOLGICO
Andr Prous
Emlio Fogaa
Loredana Ribeiro
Ficha Catalogrfica
Contedo: V.1. Meio fsico V.2. Meio bitico - V.3. Patrimnio espeleolgico,
histrico e cultural V.4. Scio-economia.
CDU 577-4
1 - METODOLOGIA
1
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Alguns deles, poupados de escavaes amplas, sua poca, como a possibilidade da existncia
ainda permitem novas escavaes, com de um homem antediluviano (Lund, 1839) at
mtodos e tcnicas modernas. o resultado de estudos sofisticados apoiados
em tratamento informatizado de grandes
O segundo grupo, rene os stios em locais sem quantidades de dados antropomtricos.
proteo natural. Nessa categoria entra a
maioria dos stios de perodos mais recentes Naturalmente, para avaliar o prejuzo causado
da Pr-histria, cujos vestgios foram pelos agentes destrutivos em funo da
freqentemente trazidos superfcie por importncia dos stios vistoriados, foi necessrio
agentes erosivos naturais e pela interveno selecionar documentos, para guiar visitas aos
humana, sobretudo devido agricultura. stios de valor histrico-documental e para se
determinar o potencial informativo explorado e
Cabe, por fim, ressaltar que foram vistoriados a ser explorado a partir de dados primrios.
e includos neste relatrio, alguns stios fora da Assim pudemos, por exemplo, atualizar a
APA, prximos aos seus limites, no municpio documentao de todos os abrigos estudados
de Prudente de Morais. So stios recentemente por H.V.Walter, W. Hurt e pela Misso
descobertos, de importante valor cientfico e Arqueolgica Franco-Brasileira no macio de
ameaados de destruio. Forneceremos Cerca Grande ou destacar a importncia de
argumentos para uma proposta de extenso dos certas figuras pintadas ou gravadas na pedra,
limites da APA nesse municpio. isoladas em extensos paredes, aparentemente
pobres, mas de fundamental importncia por
1.2 - Pesquisa Bibliogrfica revelar motivos ou tcnicas de execuo pouco
freqentes na regio.
Poucas reas de interesse para a Pr-histria
no planeta foram e vm sendo objeto de A pesquisa bibliogrfica foi realizada a partir do
pesquisas regulares, durante mais de um acervo do Setor de Arqueologia da UFMG, onde
sculo. Lagoa Santa atraiu, desde o sculo esto conservadas as cpias dos relatrios
XVIII, a ateno de naturalistas e de viajantes inditos de Padberg-Drenkpohl, fichas de stios,
e, no sculo XX, de arquelogos e paleon- acumuladas durante as dcadas de 70 e 80, e
tlogos de vrias nacionalidades. Como praticamente todas as publicaes relevantes.
resultado, acumulou-se um enorme material O material complementar foi tambm cedido
bibliogrfico: relatos de viagens nos quais a pela famlia de H.V. Walter.
paisagem descrita por vezes romanescamente,
relatrios de pesquisas - manuscritos e Com base nesses documentos foi redigido o
publicados -, artigos cientficos especializados, captulo A Pr-histria de Lagoa Santa,
catlogos de exposies, textos em peridicos que fundamenta toda a discusso posterior
de grande circulao etc. Nessas pginas foram para a caracterizao arqueolgico-pr-
registradas desde teorias revolucionrias para histrica.
2
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
3
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
4
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
2.1.5 - O Projeto Arqueolgico Americano- O resultado mais comentado foi o das dataes
Brasileiro de Lagoa Santa radiocarbnicas entre 9000 e 10.000 BP
conseguidas no abrigo n VI, as mais antigas
obtidas no Brasil at aquela data.
Em 1955, Wesley Hurt, pesquisador da
University of South Dakota, contando com o O relatrio inclui uma anlise da sedimentao,
apoio da Fundao T.W. Hatterscheid de das indstrias lticas, sseas e cermica,
Aberdeen, South Dakota, realizou um breve assim como a descrio dos rituais de sepulta-
trabalho de levantamento dos abrigos da regio. mento.
5
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
6
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
A partir dos trabalhos da Misso, constituiu-se -Museu Nacional, Rio de Janeiro: Colees de
em 1975-1976, no Museu de Histria instrumentos e esqueletos humanos
Natural da Universidade Federal de Minas provenientes das escavaes de Padberg
Gerais, o Setor de Arqueologia, sob a Drenkpohl, (Lapa Morturia, de Bastos dvila
coordenao de Andr Prous. Principal grupo (Carrancas) e da Misso Americano-Brasileira
de pesquisa da Pr-Histria do Estado, o Setor (sobretudo, material oriundo de Cerca Grande).
de Arqueologia vem empreendendo,
Colees provenientes das escavaes da
atualmente, trabalhos no Centro e no Norte de
Misso Franco-Brasileira (sobretudo material
Minas Gerais.
retirado da Lapa Vermelha IV e Soleil, de
Na regio de Lagoa Santa, a equipe do Setor Caieira II e Lapinha II bis), incluindo ossos
realiza um trabalho de levantamento sistemtico humanos (os mais antigos restos da Amrica),
e anlise de todo o patrimnio em arte rupestre indstria ltica, cermica e da concha; uma
j localizado, atravs de cpia em escala 1:1 e grande coleo de vestgios faunsticos (refugo
documentao fotogrfica, alm de prospeco alimentar e depsitos naturais).
de novos stios. Na dcada de 1980 foram
- Museu de Histria Natural da UFMG:
realizados trabalhos de escavao num abrigo
que se encontra no limite do Planalto de Calque de stios (Lapa Vermelha I, II; S. Jos
Lagoa Santa (o Grande Abrigo de Santana do de Confins; Escrivnia I, II; Vargem da Pedra;
Riacho, no sop da Serra do Cip) que, Vargem da Lapa; Campinho; Ballet; Caieiras
alm de abundante material ltico e outros I, V; Porco Preto; Pia; Limeira II; Capo das
artefatos, exumaram restos humanos guas e Cauria) de arte rupestre, com
correspondentes a dezenas de indivduos da fotografia e anlise iconogrfica, todos da APA
chamada raa de Lagoa Santa (populao que ou da rea de influncia.
habitou o centro mineiro nos primeiros milnios
do Holoceno, da qual fazem parte os referidos Parte dos Cadernos de campo da Misso
fsseis humanos encontrados por Peter Lund). arqueolgica Franco-Brasileira.
At agora tem-se evitado realizar novas
escavaes na APA, para poupar os raros stios Algumas peas provenientes da Lapa
ainda em condies de fornecer indicaes Vermelha IV e a totalidade dos instrumentos
paleo-etnogrficas e devero ser pesquisados de concha coletados em Lapa Vermelha, S.
no futuro se no forem prematuramente Jos (Galinheiro) de Confins e Eucalipto.
destrudos pelo turismo e pela explorao
econmica. Amostras de cermica e material ltico de stios
cermicos da regio de Lagoa Santa.
O grupo de pesquisadores tem cadastrado
cerca de uma centena de stios pr-histricos, Parte dos instrumentos de osso e de pedra
entre abrigos sob rocha e stios a cu aberto, coletados pela Academia de Cincias de Minas
na APA de Lagoa Santa e no seu entorno. Gerais, guardados por H. Walter at sua morte.
7
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
2.3.1 - Os vestgios biolgicos dos antigos Todos os esqueletos retirados desses abrigos
moradores da regio teriam uma idade entre 8.000 e 10.000 anos,
pois no h ainda em lugar algum dataes
Os restos esqueletais encontrados por Lund no relativas ou absolutas que indiquem rituais de
sculo XIX (Sumidouro onde tirou ossos de sepultamento de indivduos caracterizados
cerca de 30 esqueletos, provavelmente Lapa como sendo da raa de Lagoa Santa em
Vermelha de Lagoa Santa, Escrivania) serviram abrigos durante o holoceno mdio. A nica
para definir uma raa de Lagoa Santa, datao radiomtrica (3.000BP), obtida a partir
provavelmente a mais antiga e mais bem de carves rolados por Walter, data a
definida das primeiras populaes pr- redeposio do material da Lagoa Funda e no
colombianas, cuja descrio, feita por sua idade original.
pesquisadores europeus no final do sculo XIX,
mostrou que as mais antigas populaes Sabe-se que ossos humanos foram en-
americanas no eram mongolizadas. contrados em urnas desenterradas nos stios a
cu aberto da regio (na Vargem da Pedra, por
As pesquisas do sculo XX permitiram juntar exemplo) sendo, portanto, atribudos ao perodo
centenas de esqueletos de indivduos atribudos holocnico recente, mas nenhum deles pde ser
mesma raa, embora H. Walter, a partir de encontrado e estudado pelos pesquisadores.
uma reconstituio defeituosa de um crnio, Pelo que se sabe da pr-histria de outras
tenha pensado existir uma outra populao pr- regies, supe-se que pertenceriam a
cermica. Destaca-se, pela quantidade, o populaes diferentes da raa de Lagoa
material da Lapa Morturia (pesquisas de Santa.
Padberg-Drenkpohl, cerca de 80 indivduos);
pelas dataes, os esqueletos de Cerca Grande A morfologia dos esqueletos depositados nas
(Hurt e Blasi) e a mandbula de Caieiras II Instituies oficiais e em algumas colees foi
(A.Prous), com idades entre 9.600 e 10.000 analisada em 1976/77 (Alvim, 1977). A patologia
anos antes do presente, e o esqueleto de Lapa do material depositado na UFMG e no Museu
Vermelha IV (Misso Franco-Brasileira), datada Nacional foi objeto de uma tese de
por carves entre 10.200 e 11.680 BP. Uma Doutoramento (Ferrigolo, 1987).
datao recente de cidos micos penetrados
nos ossos post mortem de um pouco mais de O material guardado na UFMG foi recentemente
10.000 BP, confirma uma antiguidade maior do curado por W. Neves, como parte de um
que esta data para o indivduo (informao convnio firmado entre a UFMG e a USP. Os
indita transmitida por W. Neves). Trata-se, pois, indcios relativos qualidade de vida dos
do mais antigo esqueleto bem datado das homens de Lagoa Santa esto sendo
Amricas. reanalisados por W. Neves e as primeiras
experincias de determinao de DNA dos
Outros achados esqueletais ocorreram em ossos esto sendo tentadas no ICB/UFMG sob
Carrancas (escavaes de Bastos dAvila-12 a orientao de J. Pena. Estudos de alimentao
indivduos), Boleiras (Hurt e Blasi), Cerca a partir dos oligo-elementos contidos nos ossos
Grande (H. Walter?, Hurt e Blasi-28 esqueletos), esto sendo feitos no ICEX/UFMG, sendo todos
Lapa Vermelha I (H. Walter/Mattos/Cathoud, esses trabalhos, pioneiros no Brasil e, no caso
UFMG), Lapinha II bis (UFMG), Caetano do DNA, no mundo.
(Padberg, Lanari, provavelmente mais de 10
indivduos), Me Rosa (3 indivduos), Eucalipto 2.3.2 - Os vestgios de mudanas ambientais
(14 esqueletos), Limeira, Lagoa Funda (Walter), no Quaternrio
Samambaia-tambm chamada Lapa Miguel
Fernandes (Walter e, provavelmente, Banyai), O ambiente crstico de Lagoa Santa
S. Jos de Confins (Banyai), Lapa Vermelha IV particularmente propcio ao estudo das
(Mattos), Sumidouro (Diniz). Certamente, outros mudanas climticas no Quaternrio a partir dos
esqueletos foram retirados pelos amadores ossos de vertebrados e das conchas de
que ainda trabalham na regio. Segundo a moluscos, que se preservam de maneira
CPRM, partes de um esqueleto humano foram excepcional nas grutas e abrigos assim como
encontradas e retiradas de um abrigo da Cauaia das feies morfolgicas dos relevos, da
em 1995, mostrando que h ainda stios drenagem e dos sistemas de sedimentao nos
desconhecidos com sepultamentos. abrigos.
9
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
O corte excepcional de Lapa Vermelha que, poca, muito mais prximos ao fundo destas
merc s escavaes da misso Franco depresso e, portanto, das lagoas que as
Brasileira, de cerca de 10m de altura, ocupavam. Procuravam uvalas amplas em vez
evidencia uma belssima seqncia sedimentar de lugares mais fechados.
de 30.000 anos provavelmente nica na
Amrica do Sul. Os estudos da dolina de Lapa Sabemos que esses habitantes mais antigos
Vermelha (Journeaux, 1978; Boulet, Kohler, da regio utilizaram os abrigos para sepultar
Malta & Filizzola 1992), do conjunto crstico de seus mortos, mas sabemos pouco das suas
Prudente de Morais (T. Moura), do Ba (B. Pil) atividades cotidianas. Da existncia de
e do conjunto do carste de Lagoa Santa por H. instrumentos e fogueiras fora das covas,
Kohler permitem reconstituir parcialmente o poderamos deduzir as modalidades de
ambiente no qual o Homem pr-histrico da ocupao dos abrigos; infelizmente, o relatrio
atual APA evoluiu. das escavaes de Cerca Grande impreciso
demais nesse propsito. Embora a forte
Os estudos paleontolgicos mostraram a densidade de instrumentos de pedra e osso
presena de uma megafauna nos tempos em (mais de 150 em mdia por m escavado para
que o Homem j estava instalado na regio; uma ocupao provavelmente peridica durante
alm dos achados de Lund, prejudicados pelo cerca de 700 anos) sugira a possibilidade de
contexto em que foram encontrados (camadas instalaes relativamente densas e estveis em
de redeposio secundria), h dataes de abrigos, a ocupao mais antiga de Lapa
menos de 10.000 anos para coprlitos e ossos Vermelha no evidenciou nada semelhante; no
isolados de preguia gigante em Lapa Vermelha entanto, a topografia das zonas onde a
IV, infelizmente no associados culturalmente sedimentao pleistocnica foi preservada pode
ao Homem. Na Lapa dos Borges, um osso ilaco explicar esse fato.
de mastodonte apresenta marcas de corte que
A. Bryan e A. Prous interpretam como devidos Acreditamos, pois, que alguns tipos de abrigos,
ao humana; h, no entanto, algumas particularmente os mais fechados, tenham sido
dvidas a respeito (Prous & Guimares, 1981/ preferidos como locais de moradia; infelizmente,
82). A microfauna, sensvel s mudanas a pequena quantidade de stios intactos
climticas menores, evidencia as modificaes escavados insuficiente para justificar qualquer
ocorridas por volta de 6000 e 7000 anos atrs generalizao.
(presena de Naesiotus, Megalobulimus
yporangus, Megaphaneus, por exemplo, cf. Os primeiros lagoasantenses eram certamente
Leme 1977, 1979 e Leme in Laming-Emperaire, caadores-coletores, mas no podemos afirmar
Prous, Moraes e Beltro 1975). Mais de 60.000 qual teria sido a importncia da caa aos ltimos
ossos de vertebrados, principalmente roedores grandes herbvoros nativos para a economia
e marsupiais (muitos deles de ocorrncia deles; os cervdeos so os maiores animais que,
espontnea e no trazidos pelo Homem), foram com certeza, foram caados. A julgar pela
coletados durante as escavaes da Lapa patologia ssea e dentria, a coleta de vegetais
Vermelha IV e analisados por Cunha e Locks era provavelmente muito mais importante do
(idem, 1978, entre outros). que a maioria dos outros grupos coletores-
caadores pr-histricos conhecidos; no
Essas e outras informaes tornam a proteo entanto, precisamos esperar o final dos estudos
dos cortes da Lapa Vermelha IV essenciais no para ter dados mais precisos a respeito.
apenas para a arqueologia, mas para outras
disciplinas. possvel, e at provvel, que a maioria dos
stios de ocupao permanente ou acam-
2.3.3 - A implantao do Homem na paisagem pamentos tenha sido a cu aberto. Nesse caso,
e as tcnicas de sobrevivncia infelizmente, o afundamento das dolinas na
regio calcria ter provocado a eroso e a
Os homens do incio do holoceno e do final do disperso do material. Ao longo dos rios
pleistoceno utilizaram abrigos que hoje esto (crrego do Jaques, antigo e novo curso do rio
no alto das encostas dominando as dolinas das Velhas/Ribeiro da Mata -este fora da APA),
(Caieiras, Cerca Grande VI, Lapa Vermelha IV, provvel que os antigos assentamentos
Sumidouro II), mas esses locais estavam, na estivessem instalados nos terraos superiores,
10
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
11
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
maneira sistemtica at agora: Lapa Vermelha gume natural ou de calcita foram coletadas e
IV e Lapa Vermelha soleil (pela Misso Franco- examinadas nos nveis pleistocnicos de Lapa
Brasileira). Vermelha, mas no conseguimos demonstrar
que o homem tivesse utilizado algumas delas.
Vestgios arqueolgicos das primeiras
ocupaes neo-brasileiras e caboclas existem A indstria holocnica , por sua vez, muito
na APA, mas no so objeto desta pesquisa. mais numerosa.
12
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
recente (na Lapa de Eucalipto); mas veremos artefatos polidos conhecidos no Brasil e, talvez,
que h razes para no confiar muito nesta na Amrica do Sul. Os machados de sillimanita
opinio. (Me Rosa, Eucalipto, Cerca Grande,
Samambaia etc.) apresentam com freqncia
O slex era debitado por lascamento unipolar e uma parte proximal bruta ou restos de crtex
as peas encontradas so sobretudo na faces planas, enquanto o gume
raspadores, embora no faltem lascas simples cuidadosamente polido; a forma geral a do
em Cerca Grande. fragmento original, ovide ou sub-retangular.
Machados de rochas bsicas de forma sub-
Alguns seixos lascados foram encontrados retangular com parte proximal picoteada e distal
(dolina de Lapa Vermelha, coleta de M. (gume) polido ocorrem em Cerca Grande, mas
Rubinger, Me Rosa, Cerca Grande-coletas de esse tipo parece mais caracterstico do perodo
Hurt e da Misso Franco-Brasileira; Lapinha II holocnico recente, na Lapa Vermelha I e IV e
bis) e so geralmente catalogados como no abrigo de Caieiras; neste ltimo stio,
choppers; no entanto, alguns poderiam tambm verificamos que a lmina estava manchada de
ser bigornas ou batedores partidos pigmento vermelho, cujos limites delineavam a
acidentalmente. Um desses seixos, coletado em forma do cabo de tipo dobrado (cf. Prous 1986/
Samambaia (cuja fotografia foi publicada in 90). Todos esses machados pr-cermicos
Walter 1958), foi lascado em parte pelo homem apresentam dimenses modestas, geralmente
e em parte pela ao do fogo. menores de 15 cm.
De fato, todas as colees de material ltico bruto
Os machados dos horticultores ceramistas so
e lascado de Lagoa Santa mereceriam ser
muito diferentes; so de rocha bsica e
reanalisadas, aproveitando-se a experincia
apresentam geralmente uma forma elegante
adquirida nas anlises dos stios da Serra do
alongada e simtrica que evidencia
Cip nos anos 70 e 80.
preocupaes estticas. Seu talo, muito
Instrumentos de pedra no modificada comprido e quase cnico, cuidadosamente
intencionalmente so pouco numerosos, seja picoteado para facilitar a reteno num cabo de
porque os antigos colecionadores no os tipo encaixado, enquanto o gume curvo
compravam sistematicamente, seja porque os perfeitamente polido forma a parte mais larga;
homens pr-histricos no desejavam as dimenses variam desde cerca de 6cm (stio
transport-los, como sugere sua quase de superfcie no identificado, perto da cidade
ausncia nos stios escavados. So quase de Lagoa Santa) at mais de 20 cm. Foram
exclusivamente seixos batedores para encontrados em inmeros stios, assinalados
lascamento ltico, alguns poucos quebra por Lund numa carta de 1838 para a Sociedade
cocos, trituradores e bigornas diversas, Real de Antiguidades Nrdicas dinamarquesa
fragmentos de hematita (um deles associado a (Hoch & Prous, 1985). Walter (1948) menciona
um sepultamento). Algumas pedras de forma achados semelhantes em Engenho, perto da
sugestiva ou regular poderiam ter sido trazidas Lapa Vermelha e de S. Jos de Confins. Os
para o stio (Carroo). De Samambaia, Me trabalhos posteriores e as ocorrncias isoladas,
Rosa? vm dois polidores manuais e um bloco quase sempre fora dos abrigos e junto com
polidor, sendo os nicos indcios da preparao cacos de cermica, permitiram reunir quase
(ou do amolamento) de instrumentos de pedra centenas dessas peas, provenientes de mais
polida na regio. Lapa Vermelha I seria o stio de 20 locais. Recentemente, um caminho de
onde teria sido notada a maior quantidade de brita proveniente de Lagoa Santa descarregou
seixos brutos. em Belo Horizonte um machado juntamente
com os fragmentos de calcrio.
Os machados polidos incluem peas de
hematita, diabsio ou basalto grosseiramente Os machados muito procurados pelos
lascadas, ovais ou sub-retangulares com gume colecionadores, mas nunca encontrados
estreito polido (Me Rosa, Cerca Grande, durante as escavaes sistemticas (sabe-se,
Eucalipto, S. Jos de Confins, Carrancas...), no entanto, que um deles foi achado no stio
possivelmente exclusivas dos perodos mais Sta Antnio II); so os semilunares dos quais
antigos; aparecem nos nveis datados entre h uma grande coleo no Museu da Lapinha.
9.000 e 10.000BP, tratando-se dos mais antigos So completamente polidos e feitos geralmente
13
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
com rochas de belas cores; uma pintura rupestre com ossos metapodiais de veados. Os ossos
(em Caetano) representa uma dessas peas, eram rachados longitudinalmente e sua
com o cabo; outra pintura (na Lapa do Ballet) extremidade arredondada cuidadosamente
poderia tambm representar uma dessas polida; muitas esptulas so enegrecidas e
lminas. brilhantes em razo da ao trmica, talvez
provocada para endurecer o osso. s vezes
Walter encontrou fragmentos de recipientes de apresentam um furo de suspenso na
esteatita (pedra sabo) polidos em Sumidouro. extremidade proximal. So geralmente
encontradas apenas as extremidades distais,
Outras peas picoteadas (mais raramente,
mostrando que trabalhavam como pequenas
alisadas ou polidas) so as mos de pilo
alavancas, quebrando freqentemente (Lapa
cnicas ou cilndricas, medem cerca de 12 a
Vermelha IV, Eucalipto, Lapa Morturia de
25cm e so encontradas nos mesmos stios dos
Confins, Me Rosa, Limeira, Sumidouro,
ltimos tipos de machados que acabamos de
Carroo).
descrever.
Espcies de fivelas triangulares finas e agudas Dentes de cervdeos (Lapa Vermelha IV) ou
com uma reentrncia tpica na base foram humanos (Sumidouro) com a raiz perfurada
chamadas de ponta de Sumidouro por Walter; eram certamente elementos de colar. Walter
alm do stio epnimo, apareceram em (1948) menciona tambm contas de colar, feitas
Marciano e encontramos outra, superficial, nos com dentes de capivara, associadas a um
arredores do abrigo de Limeira. Em Eucalipto, enterramento de horticultores na Lapa Vermelha
foram achadas numerosas peas de osso VI. Tubos irregulares de ossos pequenos feitos
trabalhado com uma haste curta e um corpo de difises de aves e provenientes de Cerca
triangular pontudo ou ovalado; segundo Walter, Grande eram tambm provavelmente
teriam sido encontradas exclusivamente nos destinados a compor colares.
nveis superiores do stio; mais uma vez, no
entanto, desconfiamos que algumas sejam Dois grandes fragmentos mesiais de ossos
falsificaes. longos humanos, tambm recortados, foram
encontrados em Sumidouro e na Lapa Morturia
Os instrumentos mais caractersticos, dos quais de Confins e so interpretados por Walter como
h dezenas de exemplares e que acreditamos cachimbos (um deles apresenta marcas de
serem tpicos dos momentos mais antigos da queima numa extremidade e de dentes, no
ocupao holocnica, so as esptulas feitas orifcio oposto).
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vezes descritas como contas de colar); foram em urna, eventualmente acompanhados por
registradas nos stios do Engenho, Lapinha II adornos e machados semilunares, mas
bis, Lapa Vermelha IV, Poes etc. nenhum enterramento na regio da APA foi
descrito at agora, j que todos os achados
Um adorno bicnico foi encontrado em foram feitos por lavradores ou pelo Sr. Banyai,
Sumidouro por H. Walter.
que trabalha h anos no stio do Bit (Junqueira
Cachimbos angulares, alguns decorados com e Malta, 1978).
motivos antropomorfos, foram encontrados em
vrios stios superficiais e, segundo Walter 2.3.6 - A arte rupestre
(1948), durante as escavaes superficiais da
Lapa Vermelha. Embora os autores costumem Os numerosos stios com vestgios parietais
considerar esses cachimbos como sinal da (e novos stios aparecem freqentemente)
influncia europia, no h nada que comprove fazem de Lagoa Santa uma das mais
esse fato; numerosos cachimbos angulares importantes provncias rupestres do pas. Os
foram encontrados no centro mineiro juntamente trabalhos de levantamento sistemtico iniciados
com vestgios indgenas sem nenhum indcio pela Misso Franco-Brasileira e intensificados
de aculturao. pelo Setor de Arqueologia da UFMG foram
parcialmente publicados na Frana, pelo Institut
2.3.5 - O mundo simblico dEthnologie de Paris. A anlise de vrios stios
foi divulgada em numerosas publicaes e
Dispomos de poucos meios para alcanar o exposies no Brasil, na Frana, na Itlia, na
mundo simblico dos homens pr-histricos: Austrlia e nos Estados Unidos.
o estudo da esttica, da percepo da paisagem
e dos ritos. De particular importncia foram as informaes
sobre a cronologia das pinturas e o reconhe-
Limitar-nos-emos aqui a falar dos sepulta- cimento de vrias unidades estilsticas.
mentos e da chamada arte rupestre, ou seja,
grafismos parietais. Pela primeira vez no Brasil, pinturas e gravuras
parietais tiveram uma idade semi-absoluta
2.3.5.1 - Os ritos funerrios
(idade mnima) determinada; isso ocorreu
Os Homens de Lagoa Santa , no incio do merc s escavaes da Lapa Vermelha,
holoceno, sepultavam os mortos em covas durante as quais descobriram-se, em 1973 e
rasas; depositavam o corpo fletido, mos na 1976, grafismos enterrados abaixo de nveis de
pelveou na face ou nos ombros; os ossos esto ocupao datados pelo radiocarbono (Prous,
eventualmente manchados por pigmentos de 1977). Dessa forma, demonstrou-se uma idade
hematite vermelha; a cova era preenchida por mnima de pelo menos 4.000 anos para pinturas
uma mistura de sedimentos que inclua cinzas. (um pouco menos, no caso das gravuras). Em
s vezes, notou-se a existncia de uma 1992, novos achados no mesmo abrigo
fogueira. As covas eram rodeadas por blocos permitiram recuar a idade dos primeiros
de pedra e, freqentemente, cobertos por outros grafismos at pelo menos 6.000 anos (Silva e
blocos ou por uma laje. As oferendas e o Prous, 1992).
mobiliar funerrio, geralmente, no eram
detalhados e no havia anlise crtica para dizer Alm de elementos para datao absoluta, os
quando os vestgios encontrados nas covas stios da regio proporcionaram possibilidades
foram depositados intencionalmente nelas e de datao relativa, pois as superposies de
quando pertenciam a nveis anteriores e teriam grafismos de estilo diferente permitem saber
sido redepositados ao se recolocar o sedimento quais os mais antigos e quais os mais recentes.
perturbado ao fechar as fossas.
As Lapas de Cerca Grande, de Sumidouro, Lapa
No sabemos quais eram os costumes Vermelha II e do Ballet foram essenciais para
funerrios do perodo pr-cermico mais recente. se determinar a seqncia cronolgica regional.
A combinao das superposies com o estudo
Os horticultores do centro de Minas Gerais dos graus de ptina e da localizao nos nveis
sepultavam pelo menos parte de seus mortos de descamao da rocha permite reforar a
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mais fceis de serem fiscalizadas) e o turismo Lembramos que ao IPHAN cabe a proteo dos
selvagem (ou seja, qualquer forma de visitao stios arqueolgicos e o controle das atividades
no acompanhada por um guia especialmente neles realizadas.
treinado e legalmente autorizado, categoria
inexistente na regio). 2.3.8.3 - As potencialidades para futuros estudos
20
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
3 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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23
ANEXO I
Mapa de Arqueologia
CPR M
MAPA DE ARQUEOLOGIA DA Servio Geolgico do Brasil
RIO
DA
S VE
LH
a
AS
dur
SO BENTO
r
Go
da
o
ch
Ria
La. Pequena
86 La. Grande
7850 7850
Ria
rd ura
ch
o da Go
La. Boror 85 87
La. dos
Porcos gua Doce
LAGOA DE DENTRO rr.
C
La. de Dentro
a
ar
84
gu
Faz. Jaguara
Ja
rr.
C
La. da Mata
La. Vargem
La. do Curtume Comprida
88
7845 7845
Crr. Jaguara BEBEDOURO
90
ouro
o
ap
nip
bed
La. Vargem
Je
rr.
89 de Fora
Crr. Be
RIO
C
C
JENIPAPO
rr.
Palmeira Mucambo DA
QUINTA DA S
61
FAZENDINHA Crr.
V EL
92
AS
H
Cr
62 SUMIDOURO
63 56 55 FIDALGO
rr.
64
Pa
La. Caetano
lm
65
eir
La. Maria
Angelica 54 53
La. Vargem do
da Pedra 46 L a.
57 MOCAMBEIRO 44
ia
58 45
Samamba
59 50 43
MATOZINHOS 49
s
47
ue
Crr.
48 LAPINHA aq
Crr.do J
38
34
La. da Lapinha
52 51 37
Lagoa de CAMPINHO
35 36 DE BAIXO
Santo Antnio La. Samambaia Pindaiba
La. do Sangrador
da
7835 7835
32
Crr.
La. da Velha
Crr. S 33
am
am
es
baia
da Ona
La. do Fidalgo
Jacqu
30 Bairro
LEGENDA Crr.
das
Santa Helena
r. do
Can 22
oas
Stios cermicos
o
Santa
ap
na
Cr
de
o
Crr. C
31 p C
Stios pr-cermicos 28 Ca rr.
o
alg
Po
Fid
o V
29 Crr.
21
Arte rupestre
erd
Cr
Crr. do
19 o
ur
e
26 27 do
r. Lago
7830 be 7830
Be
rea de proteo sugerida
.
Crr
inha S
PEDRO LEOPOLDO
CONFINS
LAGOA SANTA
25 La. Vargem
Bonita 20
23
Conjunto Arqueolgico de Poes DR. LUND
Olhos d'gua
tiro
ao texto Re
do
rr.
do
48 42 Ma
rea urbana 16
ta
Escala Grfica
II
ANEXO II
Relao dos Stios Arqueolgicos Pr-histricos
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
STIOS ARQUEOLGICOS
Coordenadas UTM
N Local Ortofoto m / Norte m / Leste
04 Tiozinho Fernandes 35-17-18 7821270 615090
17 * Pastinho 35-17-14 7829680 616680
18 * Sobradinho 35-17-10 7831610/7831930 615380/615280
19 Quebra Cangalha 35-17-10 7830230 614880
20 Ollhos D`gua 35-17-14 7828210 612100
21 Quebra Prato 35-17-10 7829750 611460
22 Faz. Fidalgo 35-17-09 7832180/7832260 611330/611500
23 Lapa Morturia 35-17-13 7828150 607320
24 Lapa do Urubu 35-17-13 7824920 609390
25 Abrigo do Galinheiro 35-17-13 7828940 606190
26 Marciano 35-16-12 7830760 601880
27-I Conj. Lapa Vermelha 35-17-09 7830680 605460
27-II Conj. Lapa Vermelha 35-17-09 7830720 605430
27-III Conj. Lapa Vermelha 35-17-09 7830800 605390
27-IV Conj. Lapa Vermelha 35-17-09 7830850 605370
27-V Conj. Lapa Vermelha 35-17-09 7830990 605230
27-VI Conj. Lapa Vermelha 35-17-09 7831030 605140
27-VII Conj. Lapa Vermelha 35-17-09 7830920 605020
28 Eucalipto 35-16-12 7830980 601840
30 Carroo (Lapa) 35-16-12 7833610 603020
31 Limeira 35-17-09 7832170 606290
32 Stio do Engenho 35-17-05 7834640 607270
33 Me Rosa 35-17-05 7834430 607640
34 Abrigo do Bodo 35-17-05 7836760 608800
35 Bit 35-17-05 7836310/7836350 608770/608880
36 Vargem da Lapa 35-17-05 7835450 609920
37 Jacques I 35-17-06 7836250 613420
38 Jacques II (transmisso) 35-17-06 7836630 613470
44 Sumidouro 35-17-01 7838970 611080
45 Tamboril 35-17-01 7839280 608950
47 Pedra Falsa 35-17-05 7837160 610090
48 Vaca Prenha 35-17-05 7836800 610070
49 Lapinha II Bis 35-17-05 7837470 608810
50 Arruda 35-17-05 7837890 608680
51 Samambaia 35-17-05 7836130 606330
52 Campinho 35-16-08 7836370 604150
53 Vargem Formosa 35-17-01 7840350 604990
54 Salitre (Caianga) 35-16-04 7839640 604720
55 V Cerca Grande 35-16-04 7841120 604530
55 VI Cerca Grande 35-16-04 7840700 604340
55 VII Cerca Grande 35-16-04 7840670 604320
56 Lapa do Caetano 35-16-04 7841500 603240
57 Santo Antonio II 35-16-04 7839320 602180
58 Vargem da Pedra 35-16-08 7838610 602470
59 Joo Brbara 35-16-04 7838940 602460
60 Periperi 35-16-04 7842070 600670
61 Gruta de Caieiras 35-16-04 7842980 598990
61 Abrigo de Caieiras 35-16-04 7842770 599000
62 Porco Preto 35-16-04 7841040 598590
63 Poes I 35-16-04 7841270 599630
64 Poes II e III 35-16-04 7840770 599300
65 Lapa do Ballet 35-16-04 7840270 599030
66 Julio 35-16-03 7840250 596590
70 * Cricima I e II 35-10-23 7845150 595600
73 * Lapa da Pia 35-10-23 7846030 594560
74 * Capo das guas 35-10-23 7846910 595730
75 * Escrivania 35-10-29 7849240 594380
76 * Escrivania 35-10-29 7849250 594500
79 * Vice-Rei 35-10-29 7849910 598130
84 Abr. Mata da Cauaia 35-10-24 7847810 601600
86 Crrego Dantas 35-11-17 7581220 605320
87 Mandiocal 35-11-17 7848860 609720
88 A. do Barbosa 35-11-21 7846020 606560
89 Gameleira 35-10-24 7844370 604040
90 Experincia do Jaguara 35-10-24 7843890 604430
93 * Dolina da Bebida 35-10-29 7848540 597530
* Stios Arqueolgicos fora do limite da APA
IV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
A rea do stio refere-se rea I, que segundo o proprietrio, sofreu anteriormente extrao de areia e terraplanagem para construo
de via pblica. A rea estende-se por uns 400 metros da Rodovia para Lagoa Santa at o acesso ao conjunto habitacional, tendo uns
200 metros de largura, abrangendo as duas margens do Ribeiro da Mata.
A rea II encontra-se na margem oposta da Rodovia, de onde tivemos informao oral da localizao no passado de muito material
cermico. A rea encontra-se hoje sob minerao ativa.
A terra vermelha e argilosa, mas muito revirada em ambas as reas.
A rea I de pasto, inteiramente coberta. A rea II apresenta vestgios de mata nas margens do crrego.
Apresenta-se j urbanizado, inclusive com a implantao de grandes indstrias (Ex.: Mannesman Demag).
No encontramos nenhum vestgio, seja pela formao de pasto e terraplanagem na rea I, seja pela minerao na rea II.
Ambas as reas ficam s margens do Ribeiro da Mata.
O stio encontra-se totalmente destrudo e acredito que mesmo as reas de entorno, pouco podero oferecer para novos estudos.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-18
Coordenadas UTM: 7821270 mN - 615090 mE
Trabalhos anteriores realizados: MFB - 1974 (sondagens)
Local de depsito do material: Museu Nacional do R. de Janeiro.
Bibliografia:
Arquivos do MHN-UFMG. Vol. III.
DESCRIO:
O stio prolonga-se desde o curral prximo residncia do proprietrio no tero inferior, at a meia encosta do morro, prximo ao
prolongamento da Rua Duarte da Fonseca, numa rea aproximada de 100m.
A terra vermelha e argilosa.
A rea foi toda arada e coberta por um pasto j h muito anos. Na rea prxima ao crrego sazonal h vestgio de mata. O stio
encontra-se margem direita do crrego canalizado (vertedouro da Lagoa). O local apresenta-se j urbanizado, com ruas e
casas. A rea da encosta, onde est o stio, j est loteada, mas h muito poucas construes recentes. Tais lotes encontram-
se venda.
Localizamos cacos cermicos da Tradio Sapucai de vrios tipos, finos e grossos, (estes em maior quantidade) e outros de
melhor acabamento. Encontram-se concentrados em algumas reas.
O Sr. Roberto Viana mostrou-nos uma lmina de machado de pedra polida (fotografada) encontrada na rea.
A rea j sofreu aradura constante, o que j determinou a fragmentao da cermica.
Atualmente a rea sofre de assoreamento, o que afeta o stio. Tambm a urbanizao, com a construo de residncias,
representa
outra ameaa ao stio, que ainda apresenta boas possibilidades de estudo.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-14
Coordenadas UTM: 7829680 mN - 616680 mE
Trabalhos anteriores realizados: prospeco MFB -1974
Setor de Arqueologia - 1976
Local de depsito do material: MHN-UFMG.
Bibliografia:
Arquivos do MHN, Vol. IV.
V
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
Prospectamos todas as reas da fazenda, mas no localizamos os vestgios, portanto no nos foi possvel descrever a rea
especfica do stio.
Terra vermelha e argilosa.
Vasas reas de pasto, cobertas por capim alto. Poucas reas voltadas para a agricultura (cana) e inexistncia de matas.
Pequeno crrego com a formao de dois audes artificiais.
Vestgios no localizados, por estarem encobertos e tambm pela coleta de cacos por Rosngela Albano de Lagoa Santa.
Toda a rea sofreu no passado aradura, o que deve ter contribudo para a fragmentao dos vestgios cermicos anteriormente
encontrados. A formao de pastos deve ter encoberto os vestgios, protegendo-os. Parece no haver ameaa iminente.
DESCRIO:
O stio encontra-se no topo de uma colina, recentemente arada para formao de pasto.
Os vestgios encontram-se dispersos numa rea de 60m x 5m muito prximos a uma rea erudida por forte enxurrada.
Terra vermelha argilosa.
A rea do stio ocupada por pastagem.
Na parte superior ao stio, h uma rea de mata de onde provm a vooroca que a separa da rea de ocorrncia. Talvez os vestgios
possam ter sido trazidos pela enxurrada, merecendo esta rea uma prospeco mais ampla, no realizada por falta de tempo.
Pequeno Crrego do Sossego, ao sop da colina a aproximadamente trezentos metros.
Achamos uma concentrao de cacos com alta densidade e outros cacos dispersos na proximidade. Apresentam homogeneidade
parecendo ser de uma mesma pea e por serem de forma plana sugerem uma tampa de urna. So grossos, sem decorao.
Os cacos so ainda grandes com 10 a 15cm de dimetro parecendo possvel proceder a remontagem da pea.
Por estar beira da vooroca, os vestgios podem ser erodidos e transportados.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-10
Coordenadas UTM: 7831610 mN - 615380 mE
7831930 mN - 615280 mE
VI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
Prospectamos a rea apontada por Rosngela Albano, mas no encontramos nenhum vestgio.
um pequeno vale, estando o stio localizado entre a meia encosta e o sop, na rea compreendida entre a estrada de acesso
sede, e um pequeno crrego, tendo aproximadamente 40m de largura por uns 200 de comprimento.
O solo argiloso.
A vegetao uma rea de pasto j formada.
Fica margem esquerda do Crrego Bebedouro.
No encontramos vestgios no local, devido ao crescimento do capim no pasto. Mas foi coletada cermica por Rosngela Albano de
Lagoa Santa.
Segundo R.Albano, os vestgios coletados estavam bastante fragmentados.
Atualmente, logo acima da rea do stio h uma olaria em atividade com extrao de argila em rea tambm prxima, representando
uma ameaa ao stio.
O entorno apresenta possibilidade de estudo, seja na margem oposta ao crrego, coberta por mato e na rea acima da estrada com
pasto formado. A rea acima j se encontra revirada pela olaria.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-10
Coordenadas UTM: 7830230 mN - 614880 mE
Trabalhos anteriores realizados: - Prospeco do Setor de Arqueologia - UFMG
- Coleta de material cermico no stio por Rosngela Albano.
Local de depsito do material: Centro de Arqueologia de Lagoa Santa.
DESCRIO:
Toda a regio conhecida como lhos Dgua. Uma ficha de stio elaborada informa a presena de um stio cermico mas no local
o proprietrio disse ter encontrado apenas material ltico quando da construo de uns fornos, numa rea localizada na meia
encosta prxima estrada de acesso sede.
Os fornos esto alinhados numa estreita faixa de 3m de largura por 10m de comprimento. A pea foi encontrada no primeiro forno
em direo a sede.
O solo de terra preta, coberta por pastagem estando o stio direita do Crrego Olhos Dgua distante cerca de 80 metros.
Todo o entorno de rea de pasto e uma mata no topo da colina. Como no foi muito remexida, apresenta possibilidades de estudo.
Nos sentimos cercados pelo proprietrio, o que impossibilitou uma prospeco maior na rea, para a localizao de vestgios
cermicos, insistindo em ter encontrado apenas uma machadinha de pedra polida entregue Rosngela Albano de Lagoa Santa.
O proprietrio manifestou inteno de promover queimada e preparao de rea no entorno para plantio de cana-de-aucar. Seria
portanto o caso de realizar uma interveno arqueolgica antes.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-14
Coordenadas UTM: 7828210 mN - 612100 mE
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (Prospeco)
Local de depsito do material: Centro de Arqueologia de Lagoa Santa.
VII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
Os vestgios encontrados esto dispersos desde o topo da colina s margens da estrada at o tero inferior j prximo ao crrego,
num extenso aproximada de 300m de comprimento e uns 200m de largura, abrangendo rea das duas propriedades.
O solo de terra vermelha argilosa fofo devido aradura constante.
Fica margem esquerda do Crrego Capo de Santana.
A vegetao de cultivo. No topo da colina na propriedade do Sr. Vicente Flix h um bananal, na rea do Sr. Wando Roberto de
Melo h vestgios de mata. J na encosta ambas as reas estavam aradas para plantio.
No entorno, no outro lado da estrada, h uma rea de pasto, com muito mato e vestgios de mata, o que demonstra pouca utilizao,
que segundo informao oral tambm apresenta vestgios, no encontrados, pois a rea est encoberta pela vegetao.
Entre os vestgios cermicos h cacos finos, mdios e grossos, que j encontram-se bem fragmentados, mas muitos ainda atingem
o dimetro aproximado de 8cm.
Em comparao com outros stios da regio apresenta maior densidade de cacos dispersos. Nas reas de maior concentrao
situadas no alto da colina e em seu tero superior atinge ainda 4 cacos por m. Rosngela Albano informou-nos ter coletado mais de
dois mil cacos na rea e os vestgios ainda se apresentam em grande quantidade, o que a meu ver torna necessrio e interessante
uma interveno no stio.
A aradura antiga e constante da rea deve ter determinado a acentuada fragmentao dos vestgios, no representando ento
maior risco, pois os danos j foram concretizados.
A rea, por ser de declive acentuado, favorece a eroso e transporte do material.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-10
Coordenadas UTM: 7829750 mN - 611460 mE
Local de depsito do material: Centro de Arqueologia de Lagoa Santa.
Coleta por Rosngela Albano.
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (Prospeco)
DESCRIO:
O stio ocupa toda a encosta, desde a sede no topo da colina at o crrego do sop. Encontramos duas concentraes; a primeira
no tero superior a aproximadamente 150m da sede e outra no tero inferior da encosta j mais prximo ao crrego. A primeira
concentrao tem uma rea de 20 x 10m e a segunda uma rea de 30 x 10m.
O solo de terra vermelha, fofa.
Toda a rea encontrava-se arada para plantio.
A rea est margem esquerda do crrego cujo nome no nos foi informado.
Todo o entorno voltado par a agropecuria, no havendo vestgios de mata, a no ser estreita faixa s margens do crrego.
Localizamos cacos cermicos em pequena quantidade, apresentando homogeneidade em sua espessura e tratamento. No
apresentam decorao.
Os vestgios encontram-se bem fragmentados, talvez pela aradura constante.
Tal atividade tem provocado a disperso e rolagem de tais vestgios.
OBS.: Trata-se tambm de um stio histrico, pois h uma capela do Sec. XVIII, que sofreu reforma recente com recomposio
total de seu telhado.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-09
Coordenadas UTM: 7832180 mN - 611330 mE
7832260 mN - 611500 mE
VIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
A Lapa Morturia de Confins uma pequena gruta no macio da Lagoa de Confins, que se desenvolve por cerca de 25m no sentido
Leste-Oeste, localizado bem prximo rea urbana do distrito de Confins.
O stio tem grande importncia na histria das pesquisas na regio, tendo sido objeto de escavaes de Padberg-Drenkpohl e H.V.
Walter, que retiraram quase todo o sedimento do interior da gruta. As escavaes forneceram valiosas colees de esqueletos
humanos, instrumentos e fauna extinta. No h pinturas rupestres no stio, mas h um conjunto de incises num bloco abatido.
Alm da generalizada perturbao no sedimento, o stio tem sido depredado pela visitao (vem-se pichaes e algum lixo na
superfcie). O entorno tem sido explorado para agricultura, conservando-se, contudo, a mata imediatamente acima do macio.
Diante do acesso que leva gruta, uma rea tem sido utilizada como bota-fora, acumulando blocos e resduos de explorao do
calcrio.
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-17-13
Coordenadas UTM: 7828150 mN - 607320 mE
Local de depsito: Museu de Histria Natural da UFMG
Museu Nacional do Rio de Janeiro
Bibliografia:
Bastos Dvila 1941
Hurt & Blasi 1969
Laming-Emperaire et alii 1975
Mattos 1941
Padberg-Drenkpohl,
Prous 1978
Souza Cunha 1964
Stewart & Walter 1955
Walter 1958
Walter, Cathoud & Mattos 1937
DESCRIO:
O abrigo encontra-se na base num afloramento calcrio. O abrigo tem uma largura aproximada de 15 metros; prolonga-se por um
conduto interno que leva a uma outra sada.
Dentro e na boca do abrigo o sedimento acinzentado, enquanto no exterior, a terra avermelhada.
Toda a rea de entorno de mata natural, fechada. H tambm uma rea de reflorestamento (eucalipto) a aproximadamente 300
metros.
Em frente ao abrigo h um crrego intermitente.
O paredo do abrigo apresenta pixaes por inciso e carvo, algumas com data recente, o que demonstra visitao contnua e
predatria.
No encontramos nenhum vestgio no abrigo, mas h indcios de escavaes antigas. Pelo relatrio indito de Bastos dvila, foram
encontrados 12 sepultamentos e uma indstria ltica com material lascado e polido, que podem ter sido realizados neste local.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-13
Coordenadas UTM: 7824920 mN - 609390 mE
Trabalhos anteriores realizados: Bastos dvila - Museu Nacional do R. de o (escavaes) em 1937
Local de depsito do material: O material coletado por B.dvila mente esteja no Museu Nacional. Na coleo H.Walter, ente no
MHN/UFMG, h um anzol de osso em provenincia deste local.
IX
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
O stio encontra-se na rea urbana do distrito de Confins, no quintal de uma residncia. Trata-se de um pequeno afloramento na
borda da dolina da Lagoa de Confins, onde se desenvolve um abrigo com cerca de 25m de largura, por 8m de profundidade,
atualmente com o teto de 3m a 4m de altura. Da vegetao nativa resta apenas a mata estritamente sobre o macio.
O stio foi parcialmente escavado por H.V. Walter e pela Misso Arqueolgica Franco-Brasileira (esta ltima localizou vestgios de
pinturas rupestres que no foram por ns encontradas) nos anos 80.
Parte do sedimento do stio (uma espessura de aproximadamente 2m) foi retirada, com uso de um trator, pelo proprietrio, que
transformou o abrigo na extenso de seu quintal, utilizando-o como garagem e depsito. Na oportunidade, M. Banyai teria retirado
do local vrios esqueletos. A destruio que poderia ser causada ao stio j ocorreu, sendo que agora o proprietrio zela pelo abrigo
como quem zela pelo quintal de sua casa.
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-17-13
Coordenadas UTM: 7828940 mN - 606190 mE
Local de depsito: Museu de Histria Natural da UFMG
Museu da Lapinha - Lagoa Santa
Bibliografia:
Laming-Emperaire et alii 1975
Walter
DESCRIO:
O abrigo situa-se em testemunho calcrio prximo a uma grande dolina seca. A vegetao em torno de mata rala e no h,
atualmente, ponto dgua nas proximidades. Suas dimenses aproximadas so 12 metros de largura por 3 metros de profundidade.
Os vestgios arqueolgicos do stio foram encontrados por H.V.Walter em escavaes na dcada de 50 e so 1 caco de cermica
decorado, ossos, conchas trabalhadas e pontos de projtil de quartzo, alm de outras peas lticas.
Segundo informaes de funcionrio da Cau - Romdio - os abrigos Marciano e Eucalipto so protegidos pela empresa desde o
EIA-RIMA da lavra (1990 - Brandt - Meio Ambiente) e no h interesse da empresa em explorar na regio dos stios.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-12
Coordenadas UTM: 7830760 mN - 601880 mE
Local de depsito: MHN-UFMG (algum material da coleo Walter)
Bibliografia:
Walter- 1958
Laming-Emperaire et alii 1975
X
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
O conjunto da Lapa Vermelha formado por sete locais num afloramento calcrio voltado para SW, numa extenso de cerca de
1km. O afloramento limita uma grande dolina, que conta com uma lagoa ainda ativa. A vegetao nativa encontra-se limitada ao
topo do macio, tendo sido removida em toda a dolina, inclusive nos talude dos abrigos. As pastagens ocuparam toda a rea onde
no h afloramento rochoso.
Lapa Vermelha II
O stio constitudo de um patamar cuja parede coberta por pinturas rupestres, e que se sobrepe ao patamar I bis e uma pequena
gruta. Na gruta no h qualquer sinal de pinturas rupestres, encontradas somente no patamar, em situao semelhante quelas do
abrigo I bis. O mesmo pode ser dito em relao visitao. A mata que cobria a encosta, o talude que d acesso ao abrigo, foi
destruda, substituda por pasto, entremeado por alguns poucos arbustos.
Lapa Vermelha V
A Lapa Vermelha V um pequeno afloramento, situado numa discreta parede calcria a 50m da Lapa Vermelha IV. No h indcios
de visitao, sendo este o ponto mais protegido pela vegetao em todo o conjunto. No houve intervenes arqueolgicas no local.
No se trata de um stio arqueolgico
Lapa Vermelha VI
O stio uma pequena gruta com cerca de dez metros de profundidade, cuja entrada em arco tem cerca de 3m de largura por 1,80m
de altura. No foram feitas intervenes no sedimento, mas h sinais de visitao (algumas pichaes e lixo), tendo sido usada
recentemente como abrigo (vem-se restos de uma fogueira recente). A gruta dista cerca de 20m da Lapa Vermelha VII, no sop da
mesma parede rochosa. Foi escavado pela Academia de Cincias de Minas Gerais que retirou do local vrios esqueletos e material
lito-cermico.
XI
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
O stio cermico encontra-se diante da Lapa Vermelha I, do outro lado da lagoa. Foram localizados pouqussimos cacos, muito
erodidos e fragmentados numa rea hoje ocupada por pastagens e roa de milho. Distribudos de modo mundo esparso, os cacos
se encontravam ao longo de uma linha de 100m de comprimento, na vertente da dolina em direo lagoa. No foi possvel
encontrar nenhuma rea de maior concentrao.
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-17-09
Coordenadas UTM: Lapa Vermelha I - 7830680 mN - 605460 mE
Lapa Vermelha II - 7830720 mN - 605430 mE
Lapa Vermelha III - 7830800 mN - 605390 mE
Lapa Vermelha IV - 7830850 mN - 605370 mE
Lapa Vermelha V - 7830990 mN - 605230 mE
Lapa Vermelha VI - 7831030 mN - 605140 mE
Lapa Vermelha VII - 7830920 mN - 605020 mE
Local de depsito: Museu de Histria Natural da UFMG
Bibliografia:
Cunha & Guimares 1978
Evans 1950
Laming-Emperaire et alii 1975
Laming-Emperaire 1979
Prous 1986
Prous 1992
Silva e Prous 1992
Walter 1958
DESCRIO:
Abrigo calcrio situado na vertente do macio, prximo ao cume. A vegetao em frente em torno de mata rala e gramnea - no
h mais a mata de eucaliptos que deu nome ao stio.
O abrigo dista 1,0 km do Ribeiro da Mata.
Aberto para oeste, o abrigo possui 36m de largura e 12m de profundidade; a rea abrigada teve seu sedimento completamente
retirado por escavaes nas dcadas de 40 e 50.
Os vestgios arqueolgicos de Eucalipto so fragmentos sseos animais, cermica, material ltico lascado e polido, pontas de osso
e de quartzo e numerosos sepultamentos.
O abrigo foi escavado sucessivas vezes, em 1948 por Cristiano Otoni, em 1948, 49 e 54 por H.V.Walter; foi visitado em 1975 pelos
membros do recm-criado Setor de Arqueologia do MGN-UFMG quando foi coletada uma plaina de concha.
O local tem sido visitado indiscriminadamente e o lixo deixado em grande quantidade pelos turistas vem se acumulando no stio. O
acesso fcil, a estrada da pedreira que passa em frente ao stio chega prxima a um bairro da periferia de Pedro Leopoldo.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-12
Coordenadas UTM: 7830980 mN - 601840 mE
Locais de depsito MHN-UFMG (parte do material da coleo Walter e plaina de concha)
Bibliografia:
Evans 1950
Hurt 1960
Walter 1958
Prous 1978
XII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DEFINIO:
O abrigo domina uma dolina profunda. Na sua entrada h um resto de mata e sua parte meridional ocupada por um colvio e
rejeitos de minerao (?) provenientes de uma pedreira, aparentemente desativada, situada a 50m do abrigo.
O abrigo tem cerca de 30m de largura, e entre 5 e 7m de profundidade. A gua mais prxima uma lagoa sazonal, transformada em
aude no incio dos anos 70. Um sumidouro prximo indica um antigo nvel do fundo da dolina. Antigamente, havia uma mata
calccola no talude, que foi cortada. No h vestgio de grafismos rupestres. O sedimento superficial, pulverulento e cinzento, cobre
uma camada mais compacta marrom. Este pacote, de idade holocnica tem uma espessura de 50cm, repousando sobre um nvel
de lages desabadas.
O setor de Arqueologia da UFMG escavou 13m em 1976, verificando a existncia de vrias ocupaes holocnicas, com restos de
estruturas, de artefatos e vestgios alimentares tpicos das culturas pr-histricas da regio. O material, em grande parte indito,
est depositado no MHN/UFMG (cermica, ltico, conha trabalhada, fauna).
O proprietrio do Museu da Lapinha coletou vasos de cermica antes de 1976, e o stio foi parcialmente perturbado para explorao
de salitre no incio do sculo XX (pelo av do proprietrio atual).
Ainda h sedimento arqueolgico intacto.
A proximidade de uma explorao de calcrio parece ser a maior ameaa ao stio.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-12
Coordenadas UTM: 7833610 mN - 603020 mE
Locais de depsito: UFMG/MHN n 54
Museu da Lapinha
Bibliografia:
Junqueira, P. & Malta, I 1978
Veloso & Resende 1972
CARACTERIZAO: Abrigo.
PROPRIETRIO: Jacimo.
Fazenda Lapa Vermelha. Mun.: Pedro Leopoldo.
DEFINIO:
O stio um abrigo rochoso na parte mais baixa do terreno. De frente pro stio se eleva a colina onde se instala a nova sede da
fazenda Lapa Vermelha.
Na extremidade esquerda do paredo ocorre um processo de eroso devido ao desmatamento prximo dolina e inundao
peridica da lapa. Tambm ocorre uma sedimentao a partir de cone de dejeo.
A regio usada para pasto. O abrigo apresenta sinal de depredao por visitantes. A cerca de 300m est a minerao da pedreira
da Lapa Vermelha.
O stio foi escavado em 1952 e 3 por H.V.Walter.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-09
Coordenadas UTM: 7832170 mN - 606290 mE
Locais de depsito:
Bibliografia:
Arqueologia da Regio de Lagoa Santa (MG)
H.V.Walter 1958 (p.72-75)
Junqueira, P. & Malta, I 1978
Stios cermicos da regio de Lagoa Santa.
XIII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
O stio encontra-se na vertente da margem esquerda do Crrego Samambaia, estendendo-se desde o alto da vertente (limite com
a dolina do abrigo Me Rosa) at o ponto onde hoje se encontra a estrada. O ponto de gua atual mais prximo o Crrego
Samambaia, que dista cerca de 600m da extremidade oeste do stio.
A rea de ocorrncia dos cacos de cermica corresponde a uma superfcie de, aproximadamente, 250m (Leste-Oeste) por 500m
(Norte-Sul), na qual observa-se uma concentrao mdia de 4 fragmentos por metro quadrado, cujo tamanho no ultrapassa 4cm.
Dentro dessa ampla rea h pontos de maior concentrao de cacos, onde se chega a 10 ou 15 cacos por metro quadrado.
O stio foi prospectado por JUNQUEIRA & MALTA, em 1978.
O stio est coberto de pastagem, sofrendo um processo de eroso, no muito acentuada, em funo de uma pequena estrada que
o atravessa e das trilhas de gado. Nada resta da vegetao nativa e a terra parece ter sido arada diversas vezes. Os ricos imediatos
so o pisoteio do gado e novas aes do arado para eventuais replantios do pasto. O processo erosivo pode, a mdio ou longo
prazo, promover o deslocamento dos vestgios em direo s margens da estrada.
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-17-05
Coordenadas UTM: 7834640 mN - 607 270 mE
O stio no foi fotografado.
Local de depsito: Museu de Histria Natural-UFMG.
Bibliografia:
Junqueira & Malta 1978.
DESCRIO:
O stio Me Rosa um conjunto de pequenos abrigos no sop do macio calcrio de uma dolina prxima ao vale do Crrego
Samambaia. O macio voltado para Oeste e os pequenos abrigos (todos com menos de 20m2) distribuem-se numa extenso de,
aproximadamente, 200m. A vegetao nativa foi preservada no bojo da dolina e sobre o macio, oferecendo boa proteo aos stios.
Os abrigos de NW possuem fendas e/ou sumidouros ativos, por onde o sedimento tem sido erodido. No h gua na dolina, sendo
o ponto de gua mais prximo o Crrego Samambaia (cerca de 500m a Oeste).
H.V. Walter escavou no local, retirando farto e precioso material arqueolgico. As marcas das sondagens so visveis em alguns dos
abrigos (vide croqui).
O stio no visitado, no havendo lixo ou depredaes. Os riscos aos quais se encontra exposto so um eventual desmatamento
da vegetao nativa e o prprio processo de eroso natural (sobretudo nos abrigos de NW).
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-17-05
Coordenadas UTM: 7834430 mN - 607640 mE
Local de depsito: Museu de Histria Natural da UFMG
Bibliografia:
Laming-Emperaire et alli 1975
Prous 1978
Walter 1958
XIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
O stio encontra-se num macio calcrio que prolonga-se por aproximadamente 500 metros. Localizamos sete abrigos, dos quais
apenas dois so amplos, todos na base do macio.
Nos abrigos h poucas reas com sedimento acinzentado. A rea em frente ao abrigo argilosa e vermelha, estando inteiramente
desmatada, sendo ocupada por pasto e pequenas reas de plantio.
Encontra-se margem esquerda do Crrego Samambaia, distante aproximadamente 150 metros.
No encontramos vestgios ntidos. No abrigo maior achamos sinais de possvel inciso e manchas que podem ser da rocha.
O paredo encontra-se totalmente exposto devido ao completo desmatamento da rea.
Um dos abrigos aparenta ter sido dinamitado e houve retirada de blocos abatidos recentemente. E possivelmente neste abrigo em
que foram localizadas as pinturas registradas na ficha de prospeco de 22.03.79. Neste caso foram destrudas nos ltimos anos.
H tambm depredaes de paredo por inciso e carvo. Ainda h sedimentos ainda intactos nos abrigos, que podem permitir
futuras escavaes.
No entorno a rea s apresenta vestgios de mata a uns 600m j na regio do outro stio intitulado Lapinha II bis. O entorno prximo
j sofreu aradura constante estando revirado e hoje encoberto por pastagem.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-05
Coordenadas UTM: 7836760 mN - 608800 mE
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (Prospeco)
DESCRIO:
O stio localiza-se numa rea de forte declive prximo ao crrego, ao fim de uma encosta que inicia-se na Estrada da Gruta da
Lapinha.
A rea do stio compreende uma rea de 100m por 300m, afunilando-se prximo pequena mata.
A terra vermelha e argilosa.
Localizamos os vestgios na rea de pasto e alguns poucos na pequena mata vizinha.
Encontra-se margem direita do Crrego Samambaia a 50m de distncia.
Todo o entorno de pasto, restando apenas uma pequena mata, na rea do stio onde o declive mais acentuado.
Localizamos boa quantidade de cacos cermicos da Tradio Sapucai dispersos pela rea, de vrios tipos: uns finos com melhor
acabamento, outros mais grossos, sem decorao.
A aradura deve ter provocado a fragmentao dos vestgios. O pasto e a mata fechada podem proteger o material enterrado, mas
o declive acentuado favorece a eroso e o transporte do material superficial.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-05
Coordenadas UTM: 7836310 mN - 608770 mE
7836350 mN - 608880 mE
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (Prospeco)
XV
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
O stio encontra-se na lapa (afloramento calcrio) de uma dolina no limite da rea urbana do distrito de Lapinha (municpio de Lagoa
Santa). O macio ergue-se at dezenas de metros de altura, oferecendo uma rea abrigada no fundo da dolina - que alaga
sazonalmente. Sobre o macio h mata nativa em bom estado, apesar de alguma intervenes antrpicas (antigo forno de cal e uma
pequena estrada abandonada). A vegetao no entorno da dolina foi retirada para pastagem ou pequenas culturas.
As pinturas foram calcadas por uma equipe do CETEC, mas no se fizeram escavaes no local.
As pinturas encontram-se num estreito patamar do paredo, voltadas para SW, a cerca de 7m de altura. Portanto, embora o acesso
Lapa seja muito fcil e a populao a frequente assiduamente, as pinturas encontram-se protegidas pelo difcil acesso ao patamar.
A parte baixa do macio alvo de frequentes depredaes (pichaes), mas no h acmulo de lixo no stio.
Em resumo, o stio no corre riscos imediatos, desde que no se promovam outras intervenes na mata de cobertura do macio.
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-17-05
Coordenadas UTM: 7835450 mN - 609920 mE
Bibliografia:
Laming-Emperaire et alii 1975
JACQUES I SIGLA No h. N 37
CARACTERIZAO: Stio cermico a cu aberto.
PROPRIETRIO: Bar Balnerio do Campinho (caminho da gruta)
Gilson (nome completo desconhecido)
Endereo: s se sabe que mora em Belo Horizonte.
Lenidas Vieira de Souza o vizinho que toma conta.
Telefone comunitrio: 680-1003.
DESCRIO:
O stio localiza-se num matagal no meio de uma encosta suave na margem esquerda do crrego do Jacques, 100m nos fundos
do Bar Balnerio do Campinho. O solo argilo-arenoso, bastante erodido devido frequente atividade de lavoura. No foi possvel
em 1995 localizar os vestgios de superfcie, assinalados em 1993, pois o mato impedia a visualizao. O local est abandonado e
muito prximo ao entulho de lixo, provavelmente descartado pelos usurios do Balnerio.
OBS.: H dois anos atrs, em 1993, vistoriamos a rea e foram coletados alguns cacos de cermica simples, no decorada.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-06
Coordenadas UTM: 7836250 mN - 613420 mE
Colees: Setor de Arqueologia da UFMG - 1993.
Bibliografia:
No h.
DESCRIO:
O stio est situado numa rea de plantao, a meia vertente de uma colina suave, cerca de 150m acima do crrego do Jacques, na
margem direita do mesmo.
Na superfcie do solo argiloso, foram encontrados poucos cacos cermicos no decorados, espalhados numa rea de 50m de
dimetro. O local est sendo arado constantemente.
OBS.: H dois anos atrs a densidade de material aflorando era maior. Ocorria em dois pontos de concentrao e foi colhida cerca
de uma centena de fragmentos de cermica. Hoje sequer uma dezena de cacos pode ser encontrada.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-06
Coordenadas UTM: 7836630 mN - 613470 mE
Colees: Setor de Arqueologia da UFMG - 1993.
Bibliografia:
No h.
XVI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
Stio em forma de gruta. Uma galeria que se divide em dois corredores, sendo que um deles leva lagoa subterrnea, cujas
margens foram escavadas por Lund. O outro d acesso ao local escavado por Diniz.
Contornando a Lagoa do Sumidouro I exatamente do lado oposto, h uma gruta que foi escavada por Lund em 1841 e mais tarde por
Diniz, na dcada de 60 de onde foram retirados aproximadamente 30 esqueletos. Dentre eles 15 so de adultos muito bem conservados.
Vegetao com resto de mata em torno.
A gua mais prxima da Lagoa do Sumidouro e do Crrego Samambaia.
Embasamento geolgico - calcrio.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-01
Coordenadas UTM: 7838970 mN - 611080 mE
Local de depsito: Copenhag - Londres (esqueletos encontrados por Lund).
Bibliografia:
Junqueira, P. & Malta, I.M. 1978
Lund, P.W. 1950
Neves, W. 199.
XVII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
TAMBORIL SIGLA: No h. N 45
CARACTERIZAO: Stio cermico a cu aberto.
PROPRIETRIO: Antiga Fazenda Tamboril.
Amncio (nome completo desconhecido)
Nicanor (nome completo desconhecido)
Ceclia (nome completo desconhecido)
Jos Toledo Sobrinho (o mesmo do Stio Tamboril I)
Rua da Lagoa, 234 - Fidalgo.
DESCRIO:
O stio est cerca de 20m, na margem, da Lagoa do Sumidouro e 50m da sede do stio do Sr. Amncio, nos fundos. Localiza-se
numa lavoura de milho, onde o solo argiloso e o relevo ligeiramente em declive. A rea de disperso dos vestgios atinge
aproximadamente 100m de dimetro, sem pontos de concentrao de material. Ocorre uma pequena quantidade de cermica
fragmentada simples, sem decorao e alguns cristais de quartzo hialino bruto, no trabalhado.
H muitos anos o local vem sendo explorado para o plantio, sofrendo o efeito de aradura constante e eroso. Existe uma estrada
aterrada exatamente na rea, interrompendo uma provvel ligao com os vestgios do stio arqueolgico Tamboril 1 (n 50), que se
localiza do outro lado desta estrada.
OBS.: O Stio Tamboril tem vrios proprietrios atualmente. No percorremos o terreno da propriedade do Sr. Jos Toledo Sobrinho
por no conseguirmos contact-lo. Neste, na dcada de 70 foram encontradas lascas de quartzo, alm de cacos cermicos com
decorao, pela equipe da UFMG.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-01
Coordenadas UTM: 7839280 mN - 608950 mE
Coleo: Setor de Arqueologia da UFMG (dcada de 70).
Bibliografia:
Junqueira, P.A. & Malta, I.M.
Stios cermicos da regio de Lagoa Santa. Arquivos do Museu de Histria Natural-UFMG, Vol. III, Belo Horizonte, 1978.
DESCRIO:
O stio localiza-se numa rea de declive pouco acentuado atrs do curral prximo sede. Os vestgios concentram-se numa rea de
20 x 30m.
O solo argiloso e de terra vermelha.
A vegetao de pasto e pequenas reas de plantio de cana. No h vestgios de mata.
Ao sop do declive h uma lagoa intermitente a aproximadamente 200m.
No entorno h afloramentos calcrios com vestgios de mata. O restante da rea de pasto.
Encontramos cacos cermicos fragmentados pela aradura. O pasto j formado pode esconder o material enterrado, estando a rea
estabilizada, no havendo maiores riscos de eroso.
Os cacos so pequenos, em boa quantidade e apresenta diversidade de espessura e tratamento, sem decorao, da Tradio
Sapucai. Localizamos tambm algum material ltico.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-05
Coordenadas UTM: 7837160 mN - 610090 mE
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (prospeco)
XVIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
rea no topo de uma colina onde encontra-se um cruzeiro. A rea mais plana muito limitada.
A terra avermelhada e argilosa, sendo toda constituda de pasto.
Ao Norte, aproximadamente 400m, h uma lagoa intermitente.
Todo o entorno de pasto, havendo alguns vestgios de mata prximo aos afloramentos calcrios.
No localizamos nenhum vestgio. Na ficha de prospeco anterior, foi registrada a localizao de apenas 2 cacos cermicos. Trata-
se provavelmente de um stio totalmente destrudo.
O material de superfcie j deve ter sido rolado devido ao relevo acidentado da rea.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-05
Coordenadas UTM: 7836800 mN - 610070 mE
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (prospeco)
DESCRIO:
O abrigo encontra-se prximo vrzea do Crrego Samambaia, protegido por vegetao nativa em bom estado na frente e sobre o
macio. No tem perturbaes no sedimento, tampouco parece ser visitado ( no h lixo ou depredaes). Voltado para Sul, suas
dimenses so reduzidas, cerca de 20m de comprimento, e a rea abrigada tem uma profundidade de menos de 3m. Abaixo de uma
fogueira, foram achados nele vestgios de 1 ocupao pr-cermica e, acima do mesmo, de 1 ocupao ceramista; havia restos de
um sepultamento, adornos (um pingente de concha). Escavaes anrquicas foram feitas no stio desde os anos 60 por Orlando, de
Lagoa Santa, e mais tarde, por outras pessoas da regio. Uma sondagem foi realizada pela Misso Franco-Brasileira em 1971.
Restos de um esqueleto perturbado foram retirados pela equipe da UFMG em 1977.
O stio cermico encontra-se sobre uma pequena elevao no limite da vrzea do Crrego Samambaia (bem diante do abrigo),
sobre a qual se vem trs reas de concentrao, que distam cerca de 50m umas das outras.
A vegetao nativa foi removida para o plantio de pastagem. O maior conjunto de vestgios cermicos repousa sobre o lado SE da
pequena elevao, numa superfcie de cerca de 80m2, e conta com uma concentrao de, aproximadamente, 4 cacos por metro
quadrado, muito fragmentados (de comprimento inferior a 4cm). As duas outras reas de concentrao esto localizadas no lado W
da elevao, com cerca de 20m2 cada uma. A concentrao mdia de cacos, nas trs reas gira em torno de dez cacos por metro
quadrado.
O stio foi prospectado por JUNQUEIRA & MALTA, em 1978.
O plantio de pastagem e a interveno do arado expe o stio eroso, podendo estar o material deslocado de sua posio original.
A rea constantemente pisoteada pelo gado, acelerando a degradao das peas, j muito fragmentadas (cacos de comprimento
inferior a 4cm).
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-17-05
Coordenadas UTM: 7837470 mN - 608810 mE
Legenda - Vista do stio cermico com o macio do abrigo ao fundo, encoberto pela vegetao
Local de depsito: Museu de Histria Natural-UFMG
Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Bibliografia:
Junqueira & Malta 1978 (stio a cu aberto)
Laming-Emperaire,et alii 1975(abrigo
XIX
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
O stio localiza-se na meia encosta de uma colina numa rea arada para plantio de milho a que tivemos acesso pela Fazenda
Lapinha. Encontra-se aproximadamente a 600m do Stio Lapinha II bis, a 50m do Crrego Samambaia. Encontramos vrias
concentraes numa rea de 100 x 100m.
O solo de terra argilosa e acinzentada, muito fofo pela aradura recente e de embasamento calcrio.
H tambm um canal artificial que margeia o stio em sua faixa inferior.
No entorno predominam reas da pastagem e algumas reas voltadas para a agricultura. H vestgios de mata, principalmente
prximo ao macio calcrio na regio mais elevada ao stio.
A rea pouco remexida, apresentando boas perspectivas para estudo.
Localizamos cacos cermicos da Tradio Sapucai com dimetro mdio de 5cm em boa quantidade e de vrios tipos. No percebemos
decorao.
Os cacos encontram-se j muito fragmentados pela aradura constante. A ameaa atual refere-se possibilidade de eroso e
transporte do material devido ao declive acentuado da rea.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-05
Coordenadas UTM: 7837890 mN - 608680 mE
DESCRIO:
O abrigo encontra-se em macio na borda de dolina, hoje seca e com lavoura de milho em seu fundo, e a aproximadamente 100m
de um sumidouro desativado, temos no entanto informaes de que certos anos, a lagoa forma-se de novo, com grande extenso.
A vegetao em frente ao abrigo foi parcialmente destruda, restando apenas algumas rvores de grande porte.
Voltado para leste o abrigo tem um comprimento em torno de 40 metros; apresenta um sedimento da superfcie pulverulenta e
espessa, tendo sido sondado em 1946 por H.V.Walter. Foram encontrados nestas escavaes cacos de cermica, ossos polidos,
ltico e um esqueleto de criana. O abrigo foi visitado em 1973 por membros da Misso Franco-Brasileira e, no refugo das escavaes
anteriores foram encontrados fragmentos de ossos humanos e material ltico (quartzo). As pinturas foram em parte copiadas por
membros da M.F.B. em 1973, 74.
Os grafismos do stio so pouco visveis, as pinturas apagadas e as gravuras desgastadas. H concrecionamento e escorrimentos
no suporte pintado.
Segundo informaes orais, o local vem sendo frequentado por caadores de papagaios que pegam os filhotes no sumidouro
prximo ao abrigo.
DOCUMENTAO:
Ortorfoto: 35-16-08
Coordenadas UTM: 7836130 mN - 606330 mE
Local de depsito: MHN-UFMG (parte do material do Walter) Muse de lhomme (calques)
Bibliografia:
Prous e Paula 1980
Laming-Emperaire et alii 1977
Prous 1977
Hurt et Blasi 1969
Matos 1961
Walter 1961
XX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
Localizado no mesmo macio que Samambaia I a cerca de 100 metros de distncia. Aberto para leste, o abrigo possui 15 metros de
comprimento e 3 de profundidade. H vestgios de uma sondagem, que teria sido feita por M. Banyai.
A parede pintada sofre descamaes e h manchas de escorrimento sobre as figuras.
cerca de 10m de altura existe um pequeno patamar abrigado de acesso difcil, cuja parede foi decorada com pinturas zoomorfas.
Estes grafismos foram copiados pelo CETEC no final dos anos 70.
Aparentemente o abrigo pouco visitado, e est semi-protegido pela mata ainda existente no local.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-05
Coordenadas UTM: 7836130 mN - 606330 mE
Local de depsito: CETEC (calques)
Bibliografia: indito.
DESCRIO:
Abrigo localizado na ponta do macio de Samambaia I (cerca de 200 metros deste.
A mata em frente acha-se devastada, mas ficou preservada nas imediaes do abrigo.
Aberto para oeste e com cerca de 12m de comprimento, o abrigo teve todo o sedimento de seu interior retirado por escavaes. No
encontramos meno a este stio nas publicaes, portanto no se sabe quem foi o responsvel pelas escavaes. Encontramos no
refugo das sondagens slex lascado, quartzo, fragmentos de ossos e grafismos possivelmente histricos.
Aparentemente o local pouco visitado, no h vestgios de visitantes (lixo e pichaes).
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-05
Coordenadas UTM: 7836130 mN - 606330 mE
Bibliografia: indito.
CAMPINHO SIGLA No h N 52
CARACTERIZAO: Abrigo com pinturas rupestres.
PROPRIETRIO: Raul Fontana Alvim - Pedro Leopoldo.
DESCRIO:
O abrigo abre-se a meia encosta de um afloramento de calcrio, dominando uma grande dolina.
A vegetao circundante apresenta restos de mata calccola. No h proteo vegetal ao local.
As pinturas encontram-se num paredo vertical que domina um patamar elevado, mas de fcil acesso.
O suporte muito descamado e a maioria das pinturas deve ter sido destruda em razo da exposio direta ao sol. As poucas que
sobraram esto em perigo de desaparecer.
No h sedimento arqueolgico no patamar.
O calque das figuras foi realizado pela UFMG, em 1996.
O abrigo encontra-se numa rea potencial de minerao; h uma proposta de se realizar um pit de lavra pela CIMINAS/Campinho
a 100m do stio e h configurao de lavra a cerca de 60m, do outro lado do mesmo afloramento.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-08
Coordenadas UTM: 7836370 mN - 604150 mE
Local de depsito: MHN/UFMG (calques)
Bibliografia: foi elaborado um diagnstico arqueolgico em 1995 a pedido da Minerao Campinho, com o objetivo de obteno
de Licenciamento Ambiental para a expanso do pit de Lavra da CIMINAS/Campinho no macio.
XXI
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DEFINIO:
O abrigo rochoso formado por uma alta galeria paralela, domina uma lagoa sazonal. Este ocupa o fundo de uma dolina cercada por
paredes abruptos. O conjunto lembra as janelas de Cerca Grande.
Os painis de pinturas ocupam grandes nichos mais ou menos alinhados em estreito patamar, ao longo da galeria uma dezena de metros
acima do cho na base do paredo. O acesso s pinturas difcil quando o nvel da lagoa est baixo, sendo ento difcil at mesmo
avistar grafismos externos a partir do fundo da dolina, devido distncia e escarpa.
Apenas uma escalada com cordas permitiria alcanar a galeria em tempo normal. Em caso de enchentes excepcionais, pode-se chegar
de barco 3m abaixo das aberturas que do acesso galeria.
Alguns painis esto sujeitos ao de escorrimentos naturais, destruio causada por microorganismos (lquens); as figuras externas
so expostas aos raios solares.
No h vegetao alta que sirva de proteo.
Em 1977 foram feitos trabalhos de decalques das pinturas por P.Colombel & N. Orloff da Misso Franco-Brasileira. Os calques, na poca
foram levados para Paris, mas no chegaram a ser trabalhados para publicao ou anlise; em 1996, foram trazidos de volta para o
Brasil, sendo depositados na UFMG.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-17-01
Coordenadas UTM: 7840350 mN - 604990 mE
Locais de depsito:
Bibliografia:
DEFINIO:
O stio se instala em um conjunto de grutas com sumidouros em atividade e lapas, em macio prximo do stio Cerca Grande. A
regio colinar bastante irregular e coberta por pasto. Ao redor do macio h uma mata rala e estreita, mal cercada com arame,
facilitando o acesso de turistas, que vm riscando os paredes.
Em 1977, foi feita uma escavao, pela equipe da UFMG. O stio est com a superfcie remexida e um pouco regularizado. A
sondagem de difcil localizao.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7839640 mN - 604720 mE
Locais de depsito: MHN/UFMG - 197 e 112
Bibliografia:
DEFINIO:
O Cerca Grande comporta vrios abrigos e galerias com vestgios arqueolgicos. Apresentamo-los com a numerao proposta pela
Misso Americano-Brasileira.
O stio o nico stio pr-histrico de Minas Gerais tombado pelo IPHAN, sendo que o proprietrio do stio exige dos turistas a
autorizao escrita do IPHAN para deix-los entrar.
Abrigo n 1
O abrigo 1 localiza-se numa interrupo do paredo com largura de 14 metros e altura de 15 metros. O teto apresenta projees
de estalactites; e no interior, a oeste estreita-se at uma pequena sala. Bem acima localizam-se as janelas do macio em alinhamento.
Em frente a vegetao composta de rvores e arbusto diversos.
A superfcie geral do abrigo encontra-se bastante remexida devido aos trabalhos de escavaes da Academia Americana (Hurt &
Blasi em 1956 e ao trnsito de turistas).
Os vestgios de ocupao pr-histrica humana encontrados foram poucos: restos alimentares queimados e dois fragmentos
cermicos.
XXII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Abrigo 2 MGBF 24
rea pouco protegida, na base do paredo e logo abaixo das janelas(galerias pintadas, abertas a 10m de altura). A parede
pintada at cerca de 7m de altura com grafismos da Tradio Planalto (Painel IV da Misso Franco-Brasileira). O sedimento foi
completamente revirado por escavaes sucessivas nos anos 40 e 50 (foram encontrados sepultamentos nesta rea em 1956 pela
Misso Americano-Brasileira). As pinturas sofrem da exposio direta ao sol, pois as rvores da mata baixa que chega at o limite
do abrigo so mirtceas, de baixa altura. Escorrimentos de calcita contribuem para dificultar a visualizao dos grafismos. As
pinturas mais baixas foram quase completamente destrudas pela descamao do paredo. As pinturas mais altas encontram-se
em melhor estado. O gado e os turistas chegam facilmente no local, o que contribuiu para a destruio do sedimento arqueolgico.
A lagoa sazonal no chega a alcanar o abrigo.
As pinturas do stio foram levantadas pela Misso Franco-Brasileira em 1974 e publicadas na Frana.
Bibliografia:
Hurt & Blasi 1969.
Anthonioz, Colombel 1975.
Anthonioz, Colombel & Monzon 1978.
O material coletado por Hurt & Blasi encontra-se depositado no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Abrigo 3 MGBF 25
rea fracamente abrigada na base de um paredo vertical. A mata de mirtceas chega at o local.
Parece haver vestgios de pinturas no paredo, destrudas pelas descamaes.
O cho coberto pelo refugo das antigas escavaes dos anos 40 e 50; sofre o pisoteio dos turistas e do gado. A lagoa sazonal
pode chegar, em anos excepcionais, a poucos metros de distncia do abrigo.
Abrigo 4
No se trata de um stio arqueolgico, embora tenha sido sondado em 1954.
Este local encontra-se na garganta que permite o acesso s janelas de Cerca Grande.
Janelas
As janelas de Cerca Grande so formadas por uma densa rede de galerias altas que se abrem para o exterior numa altura de 10
a 12m acima do nvel da dolina. Vrias aberturas receberam pinturas da Tradio Planalto, enquanto que 2 figuras incisas encontram-
se numa galeria.
As pinturas foram reproduzidas pela Misso Franco-Brasileira em 1974 e publicadas em microfichas na Frana.
Bibliografia:
Anthonioz, Colombel & Monzon 1978.
Anthonioz & Colombel 1975.
Abrigo 6
Trata-se de um grande abrigo bem aberto, delimitado externamente por blocos desabados, com uma pequena gruta na extremidade
leste e uma parte mais alta a oeste. A parte central, muito baixa, sazonalmente inundada pela lagoa de fundo de dolina, a qual
chegou a apagar parcialmente as pinturas mais baixas que cobrem o paredo (Painel II de arte rupestre da Misso Franco-Brasileira).
A pequena gruta apresenta pinturas bem visveis no teto e incises numa das paredes (Painel III de arte rupestre da Misso Franco-
Brasileira). A parede ocidental apresenta trs momentos de pintura e importantes descamaes (Painel I de arte rupestre).
O desmatamento recente expe as pinturas ao sol a partir do final da manh e facilita a descamao do paredo.
Apesar da exigncia de uma autorizao prvia as pinturas de Cerca Grande continuam sendo depredadas, pois no h nenhum
fiscal acompanhando os visitantes, alguns dos quais jogam gua nas pinturas para aumentar o contraste de cor com o paredo
(inclusive um professor que leva todo aluno para visitar o stio)
O sedimento argiloso foi escavado pelos amadores nos anos 40 e 50, e pela Misso Americano-Brasileira em 1956. Vrios
sepultamentos foram encontrados neste local.
O material coletado pela Misso Americano-Brasileira conservado no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
As pinturas foram levantadas pela Misso Franco-Brasileira em 1973/74 e publicadas na Frana.
Bibliografia:
Anthonioz & Colombel 1975
Anthonioz, Colombel & Monzon 1978.
Abrigo n 6
O abrigo (na realidade, uma gruta) abre-se na base do escarpamento calcrio, dominando uma encosta hoje desmatada, cerca de
60m acima do nvel da lagoa. O teto cobre uma rea de 42 x 40m.
A explorao da calcita destruiu a maior parte do sedimento no incio dos anos 50, deixando intacto apenas dois setores protegidos
por grandes blocos desabados.
Estes setores intactos foram escavados pela Misso Americano-Brasileira em 1956. Encontraram-se vestgios de uma ocupao
ceramista superficial e de uma ocupao pr-cermica (datada em 9028 120 e 9720 128 BP) com vrios sepultamentos.
A explorao da calcita prosseguiu abaixo do piso estalagmitico sobre o qual pararam as escavaes de Hurt & Blasi; segundo Hlio
Diniz, vestgios arqueolgicos teriam aparecido nestes nveis pleistocnicos. Uma visita da Misso Franco-Brasileira em 1971
permitiu verificar a presena de carves presos abaixo do resto da capa estalagmitica ainda fixada na parede.
O material arqueolgico est depositado no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Bibliografia:
Hurt & Blasi 1969
XXIII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Abrigo n 7
Este peque abrigo encontra-se logo a sudoeste do abrigo n 6; um sepultamento foi escavado pela Misso Americano-Brasileira em
1956. .
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM 7841120 mN - 604530 mE
7840700 mN - 604340 mE
7840670 mN - 604320 mE
DEFINIO:
Abrigo aberto na face NW do macio de Caetano.
Domina cerca de 7m a dolina, no fundo da qual h uma lagoa sazonal. Pastos ocupam atualmente as vertentes da dolina.
O macio apresenta falhas labirnticas, dentro das quais foram realizadas desde o sculo XIX pesquisas, cujos locais no foram
localizados. P.Lund teria escavado na dolina; U.Lanari retirou de um abrigo restos esqueletais de pelo menos 3 indivduos. Em 1926,
Padberg-Drenkpol escavou na caverna do Cssio, no macio de Caetano, restos de 6 pessoas, dentro de pisos estalagmticos.
Carlos de Paula Couto realizou uma sondagem na mesma gruta em 1956, abaixo do piso estalagmtico. Encontrou apenas restos
faunsticos fsseis.
O abrigo com pinturas tem cerca de 15m de largura e at 5m de largura; seu piso formado pela rocha calcria e o teto muito baixo
(cerca de 1,5m); no se trata, portanto, de um local de moradia. O teto e parte das paredes foram pintados por figuras zoomorfas e
geomtricas, destacando-se peixes bicrmicos (a bicromia rarssima na regio da APA) e uma representao de machado semilunar
com seu cabo, infelizmente coberto por graffiti.
A sudeste abre-se um pequeno corredor com piso estalagmtico e raras pinturas. As pinturas foram levantadas em 1974 pela Misso
Franco-Brasileira e publicadas em 1978.
O acesso ao abrigo se faz subindo ngremes degraus naturais de pedra. Desta forma, as pinturas so pouco visveis a partir do fundo
da dolina e poucas pessoas notam a existncia do stio. Mesmo assim, existem pichaes recentes na rea das pinturas.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7841500 mN - 603240 m.e
Locais de depsito: Museu do Homem (Paris) - calques.
Material de escavao: - Padberg-Drenkpol - Museu Nacional (Rio) - Lanari - Ouro Preto? (Museu de Mineralogia?)
Bibliografia:
IBGE 1939
Anthonioz, Colombel & Monzon 1978
Laming-Emperaire & alli 1975
Matos 1961
DESCRIO:
Localiza-se em local plano, prximo a uma lagoa ( 300m N.) em dolina.
Vegetao de pasto.
A gua mais prxima da lagoa da dolina.
Embasamento geolgico - calcrio.
Em uma rea de 50m x 40m encontramos alguns poucos cacos cermicos sem decorao de espessuras que variam entre 3,0cm
e 0,5cm em mdia.
O local do stio encontra-se intensamente arado para formao de pasto que renovado em intervalo curto de tempo. O que pode
vir a causar completa destruio do stio.
A intensa utilizao do local onde est o stio para pasto e agricultura pode vir a destru-lo completamente.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7839320 mN - 602180 mE
Bibliografia:
Junqueira, P. & Malta, I.M. 1978
XXIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
Afloramento em hume entre duas dolinas.
Vegetao de pasto e plantao ao redor do stio.
A gua mais prxima da lagoa temporria em dolina que chega a cobrir parte do paredo NW do afloramento.
Embasamento geolgico - calcrio.
Os vestgios picturais deste abrigo esto localizados nas paredes externas, abertas para NW, NE, SW e nas galerias internas.
So mais de uma centena de figuras dispostas em maior quantidade na parede NW, numa altura de aproximadamente 10 metros do
cho.
Segundo informaes orais foi retirada uma urna com ossos humanos.
O estado de conservao do stio bastante precrio devido aos danos j causados:
- pichaes sobre as figuras da paredes.
- lixo deixado por visitantes no interior das reas abrigadas e na externa.
- fuligem nas paredes, causadas por fogueiras dos turistas, que chegam a cobrir as pinturas.
- exposio das figuras s intempries em decorrncia do total desmatamento em torno do stio causando descamaes da
rocha.
- escorrimentos causados pela dissoluo do calcrio, rocha suporte.
Detectamos tambm alguns fatores que consideramos como sendo de risco para a conservao do stio, caso no sejam
interrompidos rapidamente:
- desmatamento peridico no topo do afloramento devido existncia de um poste para rede de transmisso, causando
eroso pluvial.
- turismo descontrolado.
- lavoura e pasto em processo de eroso.
- grande depsito de lixo a 100m do stio.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-08
Coordenadas UTM: 7838610 mN - 602470 mE
Trabalhos realizados:
- Levantamento das pinturas pela Misso Franco-Brasileira de Arqueologia (1977)
- Levantamento feito pelo CETEC (1980)
- Baeta, A.M; Castro e Silva, M.M. & Prous, A. - Organizao do espao pictural nos stios rupestres da regio de Lagoa
Santa- MG. - Anais do III Congresso ABEQUA, Belo Horizonte, 1992, p.417-430. Local de depsito: Museu do
homem
- Frana (calques) Setor de Arqueologia do MHN/UFMG (calques)
DESCRIO:
Situado no alto de suaves vertentes de dolinas, no limite da rea urbana do distrito de Mocambeiro. A lagoa de Vargem da Pedra
dista @ 200m a Sul do stio e a 500m para Norte h outra lagoa. A rea do stio hoje parcialmente construda, sendo uma pequena
rea usada para plantio (horta). Nesta rea (@ 50m x 25m) foi encontrada a maior concentrao de cacos com alguns dispersos no
lote vizinho (a Sudoeste). Os vestgios, pouco densos (aproximadamente 2 cacos por m) so muito fragmentados (cacos com at
4cm de comprimento).
Possivelmente o arado detruiu as extremidades Norte e Leste do stio nos lotes vizinhos e parte do material deve ter sido soterrado
pelas construes do lote.
O stio foi prospectado por membros do Setor de Arqueologia em 1978 e o material coletado encontra-se depositado no MHN-
UFMG.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7838940 mN - 602460 mE
Bibliografia:
Junqueira 1976.
XXV
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
O stio situa-se a meia vertente da dolina da Lagoa da Fazenda Peri-Peri, no restando vegetao nativa sobre a rea de ocorrncia
de material cermico ou no entorno. A rea do stio ocupada pelo plantio (no momento da visita, uma parte coberta por roa de
milho e pastagem, outra parte arada) e cortada pela estrada.
A rea de concentrao visvel do material cermico (superfcie arada no momento da visita) ocupa uma extenso de 200m por
100m, mas o material parece se estender alm desses limites, sob o pasto fechado. O stio pode cobrir uma rea de 500m por
300m. Na rea visvel, a concentrao de cacos grande e constante, atingindo 50 peas por metro quadrado. A maioria dos
fragmentos no ultrapassa 5cm de comprimento, mas foram encontradas peas de at 10cm. No barranco da estrada visvel uma
grande pea parcialmente conservada, o que sugere a existncia de material em bom estado sob uma certa espessura de sedimento.
O stio foi prospectado por JUNQUEIRA & MALTA, em 1978.
Os riscos a que o stio se encontra exposto so a ao do arado e o pisoteio do gado bovino. A abertura da estrada destruiu parte
do stio e a partir dela pode-se desenvolver um processo mais drstico de eroso.
Seria urgente proceder a uma operao arqueolgica de salvamento neste stio.
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-16-04
Coordenadas UTM: 7842070 mN - 600670 mE
filme: 1 foto: 22 Legenda: Cacos de cermica no barranco da estrada
Local de depsito: Museu de Histria Natural-UFMG.
Bibliografia:
Junqueira & Malta 1978
DESCRIO:
A gruta localiza-se na base de um paredo vertical dominando suave vertente de uma dolina.
A vegetao em frente e em torno da gruta compe-se de mata rala e a gua atual mais prxima dista aproximadamente 1,5km a
leste de Caieiras - Crrego Mucambo. Em frente ao macio e a 60 Nordeste existem duas dolinas, hoje secas.
Aberto para Leste, a pequena gruta possui oito metros de largura por no mximo 20m de profundidade. O sedimento no interior da
gruta argiloso e muito compactado, os dois pontos ideais para sondagens foram escavados em 1971 pela Misso Franco-Brasileira,
revelando-se estrio ao ponto de vista arqueolgico.
A maioria dos grafismos que decoram as paredes da gruta so gravados, havendo apenas em 1 ponto alto vestgios de pintura
vermelha. As gravuras situadas mais no fundo da gruta so os mais visveis e melhor conservados. Todas as paredes receberam
pichaes (a carvo, giz e inciso) que apesar de numerosas no chegam a desfigurar os grafismos. Os visitantes modernos da
gruta vm deixando suas marcas nas paredes desde 1948; em alguns pontos h marcas recentes de picareta e h restos de
fogueira e algum lixo no interior da gruta (latas, garrafas, plstico etc.).
O forno da antiga caieira ficava prximo estrada e dele restam blocos abatidos prximo ao macio, 5 metros.
As gravuras foram copiadas por Josaphat Penna no decnio de 50 e pelo Setor de Arqueologia em 1994 - calques no MHN-UFMG.
DOCUMENTAO:
Ortofo: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7842980 mN - 598990 mE
Bibliografia:
Penna 1960
Laming-Emperaire et alii 1977
XXVI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
Localizado no mesmo macio que a Gruta de Caieiras, a aproximadamente 150 metros deste. O abrigo est aberto para teste e
possui 25 metros de comprimento por no mximo 4m de profundidade.
O sedimento no interior no abrigo fino e pulvirulento de cor cinza em superfcie, e argiloso de cor vermelha em profundidade.
As escavaes realizadas em 1971 pela Misso Franco-Brasileira expuseram camadas arqueolgicas at 90cm de profundidade
sendo que a datao para a mais antiga delas de 9.600 B.P., uma das mais antigas da regio de Lagoa Santa. Entre os vestgios
pr-histricos encontram-se artefatos lticos (lmina de machado lascado e polido), raspador, lascas de quartzo, ossos, 1 fragmento
de mandbula humana. Um bloco com cupule visvel na superfcie.
Existem pinturas nas partes mais altas das paredes e um grande painel de gravuras na base do paredo.
No suporte rochoso onde foram feitas as pinturas h descamao e escorrimentos. Devido pouca vegetao (arbustos) a parede
decorada est exposta diretamente ao sol pela tarde, o que provoca descamaes. As gravuras na parte baixa da parede esto
muito rasa e a poeira as esconde quase por completo.
A cpia das gravuras e pinturas do abrigo vem sendo realizada pelo Setor de Arqueologia do MHN-UFMG.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7842770 mN - 599000 mE
Locais de depsito: Museu Nacional - Rio de Janeiro
Museu de Histria Natural-UFMG (calques)
Bibliografia:
Penna 1964
Laming-Emperaire et alii 1977
DESCRIO:
O Abrigo Porco Preto situa-se na base do afloramento calcrio em vertente pouco ngreme. A vegetao na entrada e em torno do
abrigo rala e 5 metros adiante a vegetao existente pasto. A 400 metros do stio h um sumidouro, seco quando da nossa
visita.
As dimenses aproximadas do abrigo so 40 m de largura por 15 de profundidade; est aberto para leste. O cho do abrigo
coberto por uma espessa camada de estrume j que o stio vem sendo utilizado como curral.
As pinturas e gravuras de Porco Preto vem sofrendo depredaes de diversos tipos: muitas das pinturas desapareceram (descamao
do paredo) ou esto coberto por fuligem, restando apenas vestgios; as pichaes a carvo cobrem alguns desses vestgios e se
espalham pelas paredes do abrigo; ao lado de um dos blocos desabados decorados com gravuras restam fragmentos de blocos
destrudos para explorao da rocha. possvel que estes blocos contivessem gravuras.
As gravuras e pinturas de Porco Preto foram copiadas pela equipe do Setor de Arqueologia e os calques encontram-se depositados
no MHN-UFMG.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7841040 mN - 598590
Bibliografia: indito
XXVII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
O abrigo encontra-se no alto de uma vertente abrupta beira de um ago sazonal. A vegetao na vertente arbustiva, pouco
fechada. H uma mata rala no fundo do vale e a vertente oposta encontra-se completamente desmatada.
Formado por uma falsia calcrea, o abrigo possui 25 metros de largura por 6 de profundidade, sendo aberto par noroeste. Seu
sedimento foi completamente remexido, no havendo mais superfcie escavvel.
Alm das pinturas rupestres, os vestgios pr-histricos encontrados referem-se a algumas lascas de quartzo encontradas pela
Misso Franco-Brasileira nos anos 70, quando foi observado um corte deixado por escavaes anteriores e realizada a cpia dos
grafismos.
A entrada de visitantes nas terras da SOEICOM s permitida com autorizao por escrito da empresa. H um porteiro - Sr. Didi -
a quem a permisso deve ser entregue.
Na parte baixa do paredo vem-se vrias inscries modernas, cobrindo o perodo de 1932 1990, feitas por inciso e carvo.
Logo acima do patamar, onde encontram-se as pinturas mais belas e visveis, as pichaes sobrepem-se ao conjunto rupestre. O
paredo exposto diretamente ao sol; toda a parede est bastante descamada, sobrando pinturas apenas nas partes patinadas
restantes. O desmatamento do topo do macio vem escorrimento no paredo, enquanto as enxurradas provocam a eroso do
sedimento do stio.
O conjunto de Poes foi tombado pelo IEPHA/MG pelo Decreto Lei 26193 de 24.09.86.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7841270 mN - 599630 mE
Local de depsito: MHN/UFMG (calques)
Bibliografia:
Mattos 1940
Penna 1961
Silveira 1931
IBGE 1936
Junqueira 1978
POES II SIGLA N 64
CARACTERIZAO: Stio cermico a cu aberto.
PROPRIETRIO: SOEICOM.
Padre Rolim, 531 - Belo Horizonte - Fone 222 1240 / 273 2855
DESCRIO:
Poes II est localizado no limite entre duas dolinas, na parte mais alta da encosta, prximo aos poes onde h gua permanente.
Devido s construes da SOEICOM - casa onde mora o porteiro, Sr. Didi, curral, etc. - foi impossvel delimitar o stio, apenas
encontramos alguns cacos cermicos misturados ao refugo das construes.
Coordenadas UTM: 7840770 mN - 599300 mE
DESCRIO:
O stio encontra-se em espao relativamente plano, limitado por dois paredes que formam um canyon nas proximidades de
lagoas sazonais.
O terreno vem sendo usado para lavoura e pasto. na rea cultivada que se encontra o material cermico.
Encontramos cacos numa rea de @ 100m x 30m, onde se v grande quantidade de cacos muito fragmentados (mximo 6cm de
comprimento); , no entanto, possvel que a extenso do stio seja maior.
Foi coletada pela equipe do Setor de Arqueologia uma mo de pilo polida fraturada.
O stio foi prospectado em 1975 pela Misso Franco-Brasileira e o material coletado foi depositado no MHN-UFMG.
A declividade do terreno pode ocasionar a eroso do solo e o fator de risco mais imediato a continuidade da explorao agrcola
sem que o stio seja delimitado e algum levantamento sistemtico seja feito.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7840770 mN - 599300 mE
XXVIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
A Lapa do Ballet encontra-se na base do afloramento calcrio dominando o vale crstico de Poes. A vegetao em frente ao stio
constitui-se de uma mata rala logo em frente e, mais adiante, aradura e plantio em fundo e vertente de dolina. A aproximadamente
200m encontra-se o rio subterrneo de Poes e a 1 km o abrigo com pinturas (Poes I).
A gruta possui uma abertura de 10 m de largura, orientada para nordeste, e 36 m de profundidade. H uma sedimentao argilosa
em seu interior que possibilitaria escavaes.
Os vestgios de ocupao humana mais espetaculares so sem dvida as obras rupestres que decoram a parede direita da
entrada da gruta. As sondagens realizadas revelaram poucos vestgios sseos, lticos e cermicos; foram encontrados, no incio da
dcada de 80, cacos cermicos esparsos e um pote quase inteiro na parte externa do abrigo.
Os trabalhos arqueolgicos realizados na gruta referem-se a sondagens feitas em 1956 por Hurt e Blasi, cpias das pinturas em
1960 por Josaphat Penna (no publicados), novas sondagens e cpias feitas pela Misso Franco-brasileira na dcada de 70, e
calques das figuras antropomorfas realizadas pelo CETEC, tambm nos anos 70.
Para visitar a gruta necessrio permisso da Cimento Mau e a entrada feita pela portaria da fbrica - a boca da gruta encontra-
se fechada com porto e cadeado.
Praticamente em todas as paredes internar da gruta vem-se pichaes - inclusive uma datada de 17.12.95, trs dias antes da visita
dos membros do Setor de Arqueologia da UFMG. As pinturas rupestres mais acessveis, na parte mais baixa da parede pintada,
tambm foram pichadas. Os painis mais altos, cujas figuras no so vistas a no ser que se suba na cornija, no contm graffite,
mas suas pinturas esto bastante desbotadas e muitas cobertas por fuligem. H ocorrncia de liquens na extremidade direita da
parede, prxima entrada da gruta. Seria conveniente verificar se esta colnia est em expanso e poderia ameaar as pinturas no
futuro.
A Lapa do Ballet faz parte do Conjunto de Poes tombado pelo IEPHA/MG pelo Decreto 26.193 de 24.09.86.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-04
Coordenadas UTM: 7840270 mN - 599030 mE
Locais de depsito: Museu Nacional do R.J. (Sondagens - 1956)
Museu Nacional do R.J ( Sondagens - 1973)
MHN/UFMG - Calques
CETEC - Calques
Bibliografia:
Hurt et Blasi - 1969
Prous - 1992
Prous - 1986
Prous - 1994
Prous - 1977
Prous & Paula - 1980/81
Laming-Emperaire et alii 1975
DESCRIO:
A fazenda localiza-se ao lado da Cia. de Cimento Mau na encosta a partir da Estrada para Sete Lagoas at o crrego no sop. Os
vestgios localizam-se entre o tero superior e a meia encosta, esquerda da estrada de acesso em direo sede, numa rea de
40 x 40m. O nome Julio refere-se a um antigo proprietrio.
O solo vermelho, fofo e argiloso.
A rea encontra-se totalmente arada e semeada recentemente, localizada na margem direita do Crrego Raiz, distante
aproximadamente 300 metros.
No entorno toda a rea encontra-se arada. Prximo ao Crrego h hortas j em produo. Na margem oposta h uma mata junto a
um enorme paredo calcrio. Informao anterior relata a localizao de vestgios cermicos nesta rea prximo a um grande
abrigo sem pinturas que no foi prospectada pela dificuldade de acesso. A oeste, a uns 200m h um reflorestamento de eucalipto da
Cimento Mau.
Os cacos cermicos cermicos j encontram-se muito fragmentados pela aradura cuja ao causa a fragmentao e a disperso
dos cacos j pequenos e de tipos variados. H boas condies de estudo na rea.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-16-03
Coordenadas UTM: 7840250 mN - 596590 mE
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (Prospeco)
XXIX
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
O stio localiza-se num macio onde ocorrem trs abrigos, dois dos quais decorados na face de exposio noroeste. Os abrigos so
prximos uns dos outros numa faixa de 100 metros e muito pequenos.
O solo argiloso e acidentado e de embasamento calcrio. A rea em frente ao stio foi inteiramente desmatada e constantemente
arada, sendo um vale com uma vertente fluvial que vem provocando forte eroso.
Percebemos apenas a vertente fluvial a uns 30 metros do stio.
O entorno apresenta ainda mata seca, tpica das reas calcrias.
As pinturas encontram-se bastante danificadas, sendo poucas aquelas cujas formas so ainda legveis. Ocorre descamao das
pinturas talvez pelo desmatamento da rea e sua exposio direta ao sol. O nmero de figuras tambm reduzido.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-23
Coordenadas UTM: 7845150 mN - 595600 mE
Trabalhos anteriores realizados: O stio foi calcado pelo CEBEL, grupo espelelogo j
extinto e h tambm citaes de P.W.Lund.
Local de depsito do Material: MHN - UFMG (cpia das pinturas e gravuras do stio).
DESCRIO:
O stio formado por 3 abrigos, sendo 2 decorados com pinturas e incises. Os abrigos esto prximos uns dos outros numa faixa
de 80m em exposio leste, sendo um maior e dois pequenos.
O sedimento no interior do abrigo argilo-arenoso.
Toda a rea em frente do macio encontrava-se arada para plantio e assim, totalmente desmatada. S h vestgios de mata no
afloramento rochoso.
A gua mais prxima dista aproximadamente 700 metros da dolina da Lagoa Verde.
O entorno todo utilizado para atividades agropecurias mais ainda h vestgios de mata seca.
As figuras esto bastante deterioradas seja pela descamao da pintura ou pelo escorrimento calcita, seja pela ao de fungos e
liquens. O stio possui aproximadamente 250 figuras, somando pinturas e as incises, estas ltimas sem similares em outros stios.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-23
Coordenadas UTM: 7846030 mN - 594560 mE
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (calque dos painis). Local de depsito do material: MHN/
UFMG (reproduo dos painis e calques).
XXX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
Afloramento calcrio de aproximadamente 200m de extenso.
Vegetao de mata secundria.
A gua mais prxima da lagoa temporria em dolina a 200m.
Embasamento geolgico - calcrio.
O stio composto por quatro abrigos denominados: Abrigo Superior, Conduto das Abelhas, Abrigo Mdio e Abrigo Inferior. As
figuras ali distribudas, de forma desigual, chegam a 150.
De 1m at 3m do cho encontramos pinturas nos abrigos.
O estado de conservao do stio regular. Principalmente devido s inmeras pichaes realizadas por turistas. Os fatores
naturais tambm contribuem para a deteriorizao dos vestgios. Dentre eles destacamos as descamaes da rocha, os fungos, os
escorrimentos provenientes da dissoluo do calcrio etc.
As consequncias de todos estes fatores somados foram extremamente danosas, fazendo com que as figuras ficassem desbotadas
e at desapaream.
O stio est a 200m de uma extrao de calcrio atualmente desativada. Segundo informao do gerente da fazenda o proprietrio
tem inteno de reativar a lavra.
Ocorre tambm extrao de cascalho e areia em rea prxima.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-23
Coordenadas UTM: 7846910 mN - 595730 mE
- Projeto Grutas - CETEC.
Local de depsito: Setor de Arqueologia do MHN/UFMG - calques das figuras.
Reproduo no CETEC.
Bibliografia:
- Baeta, A.M. - Levantamento e estudo de alguns stios de pintura rupestre do centro mineiro - Relatrio final do projeto de
pesquisa. Bolsa de Iniciao Cientfica-CNPq (MHN-UFMG).
DESCRIO:
Trata-se de um grande macio calcrio, com vrios abrigos, sendo trs deles decorados com pinturas e incises, borda de uma
dolina de Exposio SW.
O primeiro abrigo apresenta brecha fossilfera nos condutos e um sedimento acinzentado e pulverulento rochoso. Neste abrigo
encontram-se um grande nmero de figuras localizadas no patamar estalagntico de difcil acesso.
No segundo abrigo, que apresenta vrias brechas no localizamos vestgios arqueolgicos, apenas depredaes por inciso, uma
delas sendo um texto antigo.
No terceiro abrigo, um pequeno conjunto de pinturas encontra-se a partir de 2m de altura, elevando-se aproximadamente at 8m. H
marcas de picareta no paredo, provavelmente restos de escavao paleontolgica (P.Lund trabalhou neste local).
No quarto abrigo localizamos incises num patamar baixo em seu piso patinado e vestgios de pintura no patamar mais elevado e de
difcil acesso.
Nas reas abrigadas o solo cinza e pulverulento. Todo o entorno desmatado e utilizado para atividades de agropecuria. So
muito reduzidos os vestgios de mata no entorno do macio que encontra-se bastante exposto.
O macio localiza-se borda de dolina crstica utilizada para plantio de capim.
Dois abrigos apresentam grande quantidade de figuras zoomorfas no 1 abrigo, antropomorfas no outro..
O stio de fcil acesso e apresenta depredaes principalmente incises, mas felizmente, no nas reas de pinturas. Estas
localizadas em sua maioria em partes altas e de difcil acesso ao turista eventual, sofrem contudo com agresses naturais: descamao
das pinturas com alta densidade de liquens e escorrimentos de calcita que em muito atuam para a degradao das pinturas. Sem
controle dos liquens, provvel que os grafismos deste importante abrigo desapaream nos prximos anos.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-29
Coordenadas UTM: 7849240 mN - 594380 mE
7849250 mN - 594500 mE Trabalhos anteriores realizados: Lund (sc. XIX)
MFB/MHN/UFMG - realizao de calques - 1976
MHN/UFMG - 1988. Local de depsito do material: MHN/UFMG (reproduo dos painis e
montagem pronta para publicao).
Bibliografia:
Arquivos do MHN - UFMG, Vol. IV.
XXXI
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
Trata-se de um pequeno abrigo num macio calcrio localizado esquerda na Estrada entre as Fazendas Topzio e Bebida, mais
prximo a esta ltima.
Suas dimenses no ultrapassam a 3,0 x 2,0m. A exposio noroeste.
No abrigo o sedimento pulverulento e acinzentado no tendo indcios de remeximento. Fora do stio, o solo argiloso e avermelhado
estando inteiramente arado para plantio.
O abrigo localiza-se margem esquerda de um pequeno crrego distante aproximadamente 400 metros.
Toda a rea voltada para a atividade agropecuria. Restam alguns vestgios de matas junto aos afloramentos calcrios que se
manifestam em grande nmero na rea.
Os vestgios de pinturas so em pequeno nmero e de pouca nitidez, no permitindo a recuperao de suas formas. A parede
apresenta sinais de descamao, fungos e escorrimentos de calcita.
O local recebe visitantes, pois localizamos lixo no local.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-19
Coordenadas UTM: 7849910 mN - 598130
Trabalhos anteriores realizados: Setor de Arqueologia - MHN/UFMG (prospeco)
DESCRIO:
Abrigo na base de um afloramento calcrio com aproximadamente 25m de extenso, aberto para oeste, tendo seu suporte decorado.
Apresentam tambm duas reas escavadas junto ao paredo e outra sondagem ainda na rea abrigada.
O stio encontra-se numa rea cercada, com mata nativa preservada em todo seu entorno. As rvores grandes so escassas
prximo ao abrigo, o que determina uma exposio parcial insolao dos painis pintados. Encontra-se margem de uma lagoa
sazonal, mas acima da rea inundvel. Seu solo de argila de decomposio e embasamento calcrio.
Existem cerca de 130 figuras pintadas destacando-se os cervdeos, peixes e antropomorfos.
As pinturas encontram-se bastante depredadas aparentemente por fatores naturais. Ocorre descamao do suporte sobre a qual
foram feitas as pinturas e recobrimento de certas reas por calcita encobrindo as mesmas. Percebemos tambm algumas poucas
depredaes mais antigas com uso de tinta, por inciso; houve uso de leo sobre algumas pinturas talvez para real-las para fotos.
Faz-se necessrio manter a vegetao da rea para evitar a acelerao da depredao das pinturas evitando assim sua exposio
ao sol.
O sedimento do abrigo encontra-se quase totalmente perturbado por escavaes anrquicas. As escavaes principais encontram-
se ainda abertas com acmulo de terra ao redor. A rea intacta para uma possvel escavao reduzida.
A rea toda cercada, no h sinais de visitao recente. necessrio autorizao para visitao do stio.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-24
Coordenadas UTM: 7847810 mN - 610600 mE
Local de depsito do material: MHN/UFMG
Muse de lHomme - Paris/Frana (reproduo dos painis pintados)
Trabalhos anteriores realizados: - MHN/MFB - 1979 (prospeco e calque das pinturas. - Vandalismo - escavaes
Bibliografia:
Arquivos do MHN-UFMG, Vol. IV. - 1979
XXXII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
O stio encontra-se numa suave colina, vertente do crrego Riacho Dantas. Nada resta da vegetao nativa, estando a rea, no
momento da visita, arada para plantio de roa de milho. O curso dgua mais prximo o Riacho (ou Crrego) Dantas, cerca de
300m a oeste.
A rea de ocorrncia de material cermico corresponde a uma superfcie elptica de 200m (NW-Se) por 150m (SW-NE). Nesta rea
os cacos esto distribudos do modo muito disperso, sendo pouco numerosos (cerca de trs cacos por metro quadrado), bastante
fragmentados (poucos cacos excedem 5cm de comprimento) e erodidos. H pequenas reas de maior concentrao, onde se
observam at 10 cacos por metro quadrado.
O stio foi prospectado por JUNQUEIRA & MALTA, em 1978, no tendo sido objeto de outras intervenes.
Os riscos a que o stio se expe so a ao do arado e a eroso provocada pela retirada da vegetao nativa. H marcas acentuadas
de eroso, incluindo o desenvolvimento de uma pequena vossoroca.
DOCUMENTAO:
Ortofoto 35-11-17
Coordenadas UTM: 7851220 mN - 605320 mE
O stio no foi fotografado.
Local de depsito: Museu de Histria Natural-UFMG.
Bibliografia:
Junqueira & Malta 1978
DESCRIO:
Localiza-se no tero mdio de uma vertente, numa rea de 20 x 20m (limites desconhecidos).
Vegetao de pasto, em torno mata ciliar.
A gua mais prxima fica a 1.200m do Rio da Velhas.
Embasamento geolgico - calcrio.
rea de pasto onde foram encontrados alguns cacos pequenos de cermica no decorados.
Stio em local j muito gradeado, sucessivamente utilizado como rea de pastagem. Atualmente encontra-se em estado adiantado
de degradao.
rea continuamente usada como pasto e na confluncia de duas estradas que do acesso a fazendas e reas de extrao de
cascalho.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-11-17
Coordenadas UTM: 7848860 mN - 609720 mE
Bibliografia:
Junqueira, P. & Malta, I.M.
XXXIII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
DESCRIO:
Localiza-se no tero inferior da vertente a 100m do crrego.
Vegetao de mata ciliar - plantao de milho e mandioca.
A gua mais prxima do Crrego Jaguara e do aude.
Embasamento geolgico - calcrio.
Solo de terra vermelha.
Enorme concentrao de cacos cermicos simples e decorados de vrias espessuras distribudos numa rea de aproximadamente
600m x 300m, sendo que a maior concentrao inicia-se a 100m do crrego.
Encontram-se tambm parte da lmina de um machado de pedra polida e uma lasca com a face interna tambm polida.
O terreno onde est o stio foi arado e plantado dezenas de vezes, o que contribuiu para a eroso do terreno.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-11-21
Coordenadas UTM: 7846020 mN - 606560 mE
Trabalhos realizados:
- Junqueira, P.A. & Malta, I.M. - Stios cermicos da regio de Lagoa Santa. Arquivos do Museu de Histria Natural-UFMG, Vol.III,
p. 117-172.
DESCRIO:
O stio localiza-se no macio com dolina ocupada por uma lagoa, sito uns 400m atrs da sede. A rea do abrigo pequena e escura e
existem poucas figuras.
O abrigo com pinturas no apresenta sedimento pois encontra-se em conduto no calcrio, aproximadamente 2,5m acima do cho. No
entorno a terra vermelha e argilosa, tendo sido totalmente desmatada e encontrava-se arada com semeadura recente de milho.
Recebe irrigao com retirada de gua da dolina.
Fica distante 100m da dolina, no mesmo afloramento calcrio onde h uma lagoa.
As pinturas so poucas, pouco visveis pela falta de luz e tambm devido fuligem de fogo; h sinais de ritos de umbanda, inclusive com
desenhos de carvo nos suportes rochosos.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-24
Coordenadas UTM: 7844370 mN - 604040 mE
Filme: 4 foto: 9 15.
Trabalhos anteriores realizados: Calque e reproduo dos painis - Setor de Arqueologia - UFMG.
Local de depsito do material: Setor de Arqueologia do MHN/UFMG.
XXXIV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
DESCRIO:
Afloramento/torre crstica prximo dolina.
Vegetao de pasto e plantao.
A gua mais prxima do Crrego Jaguara.
Embasamento geolgico - calcrio.
Os poucos vestgios deste stio so em baixo relevo e esto nas colunas em rea escura da gruta.
O abrigo est muito exposto, seja pelo total desmatamento a sua volta para formao de pasto e plantao, ou seja pela presena
de gado e colocao de ganchos chumbados na rocha, de utilizao desconhecida.
Apresenta tambm muitas pichaes em suas paredes, feitas com giz, carvo e incises.
- Muitos entulhos foram jogados prximo entrada do abrigo.
- Foi escavado, a 50m do abrigo, um grande abrigo.
- Encontramos junto estrada, prximo porteira da entrada, alguns cacos cermicos.
- Os fatores de risco identificados so a intensa mecanizao do terreno em torno e a utilizao da gua do crrego Jaguara
para irrigao.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-24
Coordenadas UTM: 7843890 mN - 604430 mE
Bibliografia:
Junqueira, P. & Malta, I.M.
DESCRIO:
O stio localiza-se num grande macio dominando aproximadamente 1km distante da sede.
O paredo com abrigos tem aproximadamente 400 metros. As 2 reas de pinturas separadas 5m entre si, esto esquerda do
abrigo maior, distante do mesmo uns duzentos metros, junto a um patamar abrigado.
Na rea das pinturas h um forte declive em direo dolina. O sedimento do abrigo acinzentado e pulverulento.
A vegetao de Mata Seca e fechada em todo o contorno do macio.
H uma lagoa temporria na base do afloramento.
S do lado oposto da dolina, a aproximadamente 200m que h reas de pastagem, estando preservada a mata no entorno do
macio.
O grande abrigo recebe visitao humana e do gado, apresentando sedimento. No encontramos vestgios de depredaes a no
ser algumas pinturas pretas que parecem ligadas a rituais umbandistas.
So poucas as figuras localizadas em dois painis. O primeiro apresenta-se com figuras ntidas destacando-se a de um cervdeo. O
outro painel j apresenta vestgios cujas formas so de difcil recuperao.
No h sinas de visitao na rea de pintura, pois se encontra em rea de forte declive e mata fechada, mas, j nas proximidades,
as figuras so muito visveis.
O macio precisa ainda de uma prospeco complementar e de um levantamento mais detalhado, pois no conhecido no
havendo trabalhos anteriores.
DOCUMENTAO:
Ortofoto: 35-10-19
Coordenadas UTM: 7848540 mN - 597530 mE
Local de depsito do material: MHN-UFMG (calque e reproduo de um painel)
XXXV
ANEXO III
Documentao Fotogrfica
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Tiozinho Fernandes - Ao da Mineradora Marbrite - n 04. Tiozinho Fernandes - Material coletado em 74 por
membros da MFB - n 04.
Pastinho - Instrumento ltico achado no local - n 17. Sobradinho I - Pasto e aude (atrs pequeno pasto)- n 18.
XXXVII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Sobradinho I - Pequeno pasto atrs da sede - n18. Sobradinho II - Concentrao de cacos cermicos - n 18.
Sobradinho II - Vista do stio, junto concentrao dos Sobradinho II - Cacos cermicos furados - n 18.
cacos cermicos para a Rodovia MG 10: Lagoa Santa -
Lapinha - n 18.
Stio Cermico Quebra Cangalha - n 19. Stio Cermico Olhos Dgua - n 20.
XXXVIII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Quebra Prato - Demonstrativo da variedade da cermica, Stio Cermico Fazenda Fidalgo - n 22.
seja pela espessura ou antiplstico etc - n 21.
Lapa Morturia - Vista geral - n 23. Lapa Morturia - Vista do interior da gruta - n 23.
XXXIX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Macio de Marciano - Lavras da Cau Cimentos - n 26. Lapa Vermelha I - Vista da dolina com L.V.I. e L.V.II - n 27.
XL
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Lapa Vermelha I - Gravura no piso n 27. Lapa Vermelha II - Pinturas vistas desde a II bis n 27.
Lapa Vermelha IV - Vista geral do stio cermico em frente Lapa Vermelha - Pintura (cervdeo) n 27.
Lapa Vermelha n 27.
XLI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Bodo - Entrada do abrigo com sinais de uso de explosivo. Stio Cermico Bit - n 35.
Desmatamento e retirada de blocos n 34.
XLII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Vargem da Lapa - Vista Geral do macio - n 36. Vargem da Lapa - Sinalaes rupestres - n 36.
XLIII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Lapinha II bis - Cacos cermicos localizados na rea atrs Stio Arruda - Milharal com incidncia de cacos cermicos
das casas, esquerda desde o centro at proximidades - n 50.
da Mata e Paredo com abrigo - n 49.
XLIV
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XLV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Vargem Fomosa - Vista geral - Macio e Lago Sazonal Cerca Grande - Janelas com pintura e depredaes
n 53. n 55.
Cerca Grande - Vista geral das entradas dos abrigos VI e Cerca Grande VI - n 55.
VII - n 55.
XLVI
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Cerca Grande - Janela sobre Abrigo II - n 55. Cerca Grande - Janelas, cervdeos
pintados - pichaes - n 55.
Cerca Grande Abrigo II - Pinturas rupestres - n 55. Cerca Grande Abrigo III - n 55.
XLVII
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Santo Antnio II - (Atrs da casa do Joo Brbara) rea de Vargem da Pedra - Macio - n 58.
disperso de material na periferia da dolina - n 57.
Vargem da Pedra - Sinalaes rupestres e picha-es - Stio cermico Peri-Peri - Cacos de cermica no barranco
n 58. da estrada - n 60.
XLVIII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Porco Preto- Pedra desabada com gravuras, parcialmente Poes - Paisagem vista em frente ao
destruda a golpes de picareta - n 62. abrigo (direo NW) - n 64.
XLIX
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
L
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Capo das guas - Macio - n 74. Capo das guas - Cervdeo pintado - n 74.
Lapa Escrivania - Cervdeos pintados - ns 75 e 76. Lapa Escrivania - Conjunto de antropomorfos -ns 75 e 76.
LI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Stio Cermico Aude do Barbosa - n 88. Gameleira - Sistema de irrigao da Fazenda Experincia
da Jaguara, com a retirada da gua da dolina do macio
da Gameleira - n 89.
LII
Patrimnio Arqueolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Dolina da Fazenda Bebida - Novo Stio Rupestre localizado Dolina da Fazenda Bebida - Localizao do cervdeo no
- n 93. paredo - n 93.
LIII
LEVANTAMENTO PALEONTOLGICO
Professor Dr. Castor Cartelle
Professora Virgnia Abuhid
Professor Mauro Agostinho C. Ferreira
Professor Rodrigo Lopes Ferreira
Ficha Catalogrfica
Levantamento paleontolgico; organizado por Prof. Dr. Castor Cartelle, Profa. Virgnia
Abuhid, Prof. Mauro Agostinho C. Ferreira [et al.]. Belo Horizonte: IBAMA/CPRM, 1998.
Contedo: V.1. Meio fsico V.2. Meio bitico - V.3. Patrimnio espeleolgico,
histrico e cultural V.4. Scio-economia.
CDU 577-4
1 - INTRODUO
Desde a chegada de Peter W. Lund a Lagoa Foi nesse mesmo perodo que P. Drenkpol
Santa em 1835, as grutas da regio da APA (Museu Nacional do Rio de Janeiro) fez
Crstica adquiriram enorme importncia alguns trabalhos de campo na rea, coletando,
cientfico-cultural. A criao efetiva da APA especialmente, material humano e uns
agrega-lhes, agora, o valor histrico. Tal afirmativa poucos fsseis da fauna pleistocnica.
justificada pelo fato de que trs cincias Posteriormente, j na dcada de 1960,
relacionadas com as grutas, arqueologia, Souza Cunha (Museu do Rio de Janeiro),
paleontologia e espeleologia, tiveram sua origem Paulo Couto e Hart coletaram, tambm, algu-
na Amrica do Sul, precisamente na regio da mas peas da fauna fssil na rea de Cerca
APA Crstica e com Lund. Grande.
1
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
2 - METODOLOGIA
Alm de visitas tcnicas s grutas nas quais denominaes relacionadas com as das
Lund trabalhara, foram feitas diversas vistorias, fazendas. Conseguiu-se localizar a maioria em
prospeces e at pequenas coletas em mapas antigos, pesquisas de campo e
diversas grutas listadas adiante. Na listagem, levantamento de pistas com pessoas conhe-
so omitidas grutas nas quais no foram cedoras da regio.
encontrados vestgios paleontolgicos. H
um grande potencial para descobertas As grutas da APA foram divididas em trs
peleontolgicas na rea da APA. As limitaes grandes grupos:
de tempo e de custo impediram uma pesquisa
de campo mais aprofundada, uma vez que a a) grutas histricas desaparecidas e preservadas;
pesquisa paleontolgica , por natureza, muito b) grutas com registros-indcios de material
lenta. Como norma geral, pode-se estabelecer paleontolgico;
que toda gruta com sedimentos e sem cursos
de gua permanentes potencialmente c) grutas a serem ainda pesquisadas por
fossilfera. apresentarem potencial fossilferas e que no
foram pesquisadas pela equipe.
Foi dada nfase especialmente s grutas
consideradas histricas, correspondentes So listadas as grutas dos dois primeiros itens,
quelas exploradas por Lund. No fcil rastrear constando localizao e espcies identificadas.
os trabalhos de campo de Lund atravs da Tambm fez-se uma listagem registrando a
geografia da APA Crstica. Usamos, para isso, ocorrncia de espcies por grutas. Alm da
trabalhos fundamentais como os artigos do plotagem das grutas citadas, constam do mapa
prprio Lund, recolhidos nas Memrias da respectivo cones representativos das diversas
Paleontologia Brasileira, publicadas por Paula famlias, o que facilita a identificao das
Couto; os trabalhos de Winge, publicados em espcies e do contedo aproximado da fauna
E Museu Lundi, que registra a procedncia fssil, de cada gruta. Concluiu-se com uma
dos materiais por ele estudados e que Lund srie de recomendaes como subsdios
remetera para a Dinamarca; a caderneta- ao zoneamento da APA crstica de Lagoa
catlogo manuscrita por Lund, onde lista os Santa.
achados e sua procedncia e, finalmente, um
roteiro dos trabalhos de campo realizados por Nas figuras, preferiu-se representar, entre as
Lund e escrito por Reinhardt. diversas grutas com ocorrncias fsseis, a
Gruta do Ba, ressaltando sua importncia.
A dificuldade principal na identificao das Quanto fauna representada, escolheu-se
localidades ocorre por ter havido mudanas nas espcies fundadas por Lund. uma maneira
denominaes ao longo do tempo. Geralmente, de chamar a ateno para a grande importncia
as grutas exploradas por Lund receberam cientfica da rea.
2
Levantamento Paleontolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
3 - RECOMENDAES
1. Infelizmente, algumas grutas histricas que venham a ser adquiridos atravs dessas
e de grande importncia cientfica pesquisas compensa, folgadamente, seus
desapareceram pela ao de mineradoras. impactos negativos. Pensamos que, sendo
Esse vcuo histrico - cientfico uma APA com forte contedo histrico -
lamentvel, e necessrio que seja, pelo cientfico, pesquisas realizadas conforme os
menos, didtico. Sugere-se que as que moldes tcnicos deveriam ser incentivadas
permaneceram recebam tratamento e nunca dificultadas.
especial como ser indicado em outro item.
Dentre essas, recomendamos tratamento 3. As grutas do terceiro grupo, desconhecidas
especial trilogia Sumidouro, Ba e Cerca sob o ponto de vista paleontolgico, devem
Grande. Esta ltima, mesmo requisitada ser consideradas como reservas tcnicas
freqentemente para explorao de calcrio, que podero vir a integrar o segundo grupo
parece estar protegida, pois alm de e, quando forem consideradas como
tombamento especfico, h uma guarda pertencentes a esse grupo, devero receber
prtica exercida pelos seus proprietrios. o mesmo tratamento.
Quanto Gruta do Ba, sugere-se que seja 4. Poder-se-ia adotar para todas as grutas o
delimitado um entorno no qual se impea a critrio de que seja dificultada a atividade
ao antrpica. Deve-se evitar que antrpica no seu entorno, estabelecendo-se
ela se torne refgio acidental de gado. faixas em relao aos paredes ou, quando
Recomendamos que seja, decidida- dolinadas, em raio do seu permetro, de
mente, vocacionada para pesquisa e maneira anloga ao que se faz com os cursos
educao.Quanto gruta-lagoa do Sumi- dgua. No obstante necessrio deixar a
douro, rea teoricamente protegida, possibilidade de autorizao de plantio de
necessrio especial cuidado quanto ao culturas temporrias.
zoneamento. Na medida do possvel, deve- 5. Outras medidas devem ser introduzidas para
se manter as condies peculiares da rea. a ocupao antrpica ordenada sendo
Alm da ocupao antrpica que comea a necessrio prever uma ao de moni-
se tornar catica, houve a construo de torizao e de vigilncia continuada que, com
uma estrada-dique, sobre a qual a FEAM agilidade, corrija ou coba aes pontuais
(Fundao Estadual de Meio Ambiente) est como ocupao indevida de encos-
tomando providncias legais cabveis. tas, remoo de cobertura vegetal,
necessrio que o zoneamento exija do assoreamentos dos cursos de gua,
executivo-legislativo de Pedro Leopoldo (situadas alm dos limites da APA), dentre
medidas efetivas quanto ao uso do solo, outras.
evitando interferncias que possam
avolumar-se com loteamentos e bota-fora 6. Macios com cavernas no entorno em relao
de serraria e de pedras, presentes no aos limites da APA Crstica de Lagoa Santa
entorno. Obviamente, esses fatos tm devem ser, tambm, levados em conta no
interferncia continuada no regime natural zoneamento. Como ocorre continuidade, no
do sumidouro-sifonamento natural. podem ser desconsiderados os limites
naturais.
2. As grutas do segundo grupo, com registros
paleontolgicos, deveriam ser tambm 7. Nas reas da APA, necessrio que seja
identificadas (como ser recomendado), estimulada uma continuidade das explo-
correspondendo quelas que devem ser raes paleontolgicas. Belo Horizonte possui
objeto de projetos de pesquisa. Destacamos instituies (UFMG e PUC-MG) capacitadas
que a interferncia dessas pesquisas nas para realizar tal trabalho. Para que isso seja
grutas tem impactos negativos mnimos possvel, sugerimos uma mudana no
quando realizadas tecnicamente. Alm de modelo de controle sobre reas crsticas
somente ocorrer retirada de material que, na atualidade, usado pelo IBAMA.
exgeno, a importncia dos conhecimentos Exige-se, com pouco realismo, autorizao
3
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
ad hoc, isto , para cada local e cada para melhor aproveitamento turstico da
pesquisa desenvolvida. Na prtica, isso Gruta da Lapinha. Ela poderia tornar-se um
irrealizvel. Alm disso, so poucas as centro, alm de visual, informativo, isto
pessoas envolvidas nesse tipo de pesquisa, , alm da visitao em si, necessrio
uma vez que a ela implica, alm de vocao, aproveitar o fluxo de turistas para transmitir
uma dedicao exclusiva, investimentos e conhecimentos arqueolgicos e paleontol-
profundos estudos. Recomendamos que, gicos entre outros, sobre a APA.
pelo menos para a APA Carste de Lagoa
Santa, sejam licenciados os pesquisadores 11. Recomendamos especialmente a carac-
e no as pesquisas. Isso incluiria a terizao das grutas:
paleontologia, arqueologia, bioespeleologia e
cincias afins. As pessoas que trabalham cadastramento e identificao em pequenas
nessas reas, uma vez ligadas a Instituies placas padronizadas, de cimento, na entrada,
srias, no precisam ser fiscalizadas. A com sigla, nmero, se foi pesquisado por
fiscalizao deveria recair sobre aquelas que Lund, etc.;
no tiverem preparao profissional
especfica ou tentarem subtrair bens que
pertencem ao patrimnio cientfico-cultural da fichamento onde constem as principais
nao. caractersticas;
8. Somos favorveis visitao das grutas pela registros fotogrficos apropriados, para se ter
populao e, para tal, sugerimos o uma maneira de se fazer uma memria
cadastramento de grupos de espeleologia, histrica.
empresas de ecoturismo ou similares junto a
APA Crstica de Lagoa Santa. Tais grupos 12. Criar, na sede da APA, uma biblioteca
deveriam receber autorizao em aberto para especial/especfica. No tocante
visitaes, adquirindo, em contrapartida, o paleontologia, esta equipe se dispe a
compromisso de notificar descobertas, fornecer a bibliografia a respeito.
depredaes ou observaes que julgarem
pertinentes. Seria essa uma maneira
inteligente de incluir cidados conscientes no 13. Recomendamos o estudo tcnico para a
estudo, vigilncia e ocupao da rea. escolha de uma gruta com o intuito de levar
Diversos grupos desenvolvem magnficos os conhecimentos paleontolgicos
trabalhos, por exemplo, de mapeamento de populao in loco. Sugerimos a Gruta do
grutas. Paulatinamente, poder-se-ia fazer Ba ou, por facilidade de apoio logstico-
mapoteca das grutas na sede da APA. vigilncia, a Gruta da Lapinha (ainda que
seja considerada estril). Poder-se-ia expor
9.Sugerimos um trabalho metdico e con- uma srie de rplicas perfeitas da nossa
tinuadode plotagem e prospeco das grutas. fauna extinta, aproveitando-se, na entrada
Na administrao da APA Crstica, devido da gruta, espaos naturais em ambiente j
sua peculiaridade, seria ideal a alocao de descaracterizado. Seria uma espcie de
espelelogos. mini-museu. Esclarecemos que existe, em
Belo Horizonte, a nica Equipe no pas
10. Sugerimos um estudo aprofundado em capaz de realizar rplicas perfeitas da fauna
conjunto com a Prefeitura de Lagoa Santa, extinta.
4
MAPA DE GRUTAS COM REGISTRO PALEONTOLGICO CPR M
DA APA CARSTE DE LAGOA SANTA - MG Servio Geolgico do Brasil
RIO
LEGENDA A.1 Lapa Vermelha
Registro paleontolgico tipo A
C.15 A.2 Lapa da Pedra dos ndios
DA A.3 Lapa dos Coxos
S VE
LH
a
Registro paleontolgico tipo B AS B.1 Cerca Grande
dur
SO BENTO
r B.2 Lapa do Sumidouro
Registro paleontolgico tipo C Go B.3 Serra D'anta
da B.4 Serra das Abelhas
Rios, ribeires e crregos
ho
B.5 Periperi 1 - 2
c
Lagoas B.6 Gruta do Ba
Ria
La. Pequena
B.7 Lapa do Caetano
Manchas urbanas B.8 Gruta dos Confins
B.9 Gruta do Engenho **
B.10 Lapa do Bento **
La. Grande B.11 Gruta do Galinheiro
B.12 Ossinhos **
7850 7850 B.13 Lapa dos Tatus
Ria ra B.14 Lapa do Marinho 1 - 2 **
ch rdu B.15 Lapa dos Borges
o da Go
B.16 Lapa da Ribeira **
B.17 Lapa do Morro Redondo
La. Boror B.18 Limeira
C.16 La. dos
Porcos gua Doce C.1 Stio Paleontol. da Preguia
rr.
La. de Dentro C C.2 Experincia da Jaguara
C.14 C.3 Lagoa Funda **
a
ar
C.4 Gruta do Intoxicado
gu
C.5 Gruta dos Helictites
Ja
C.6 Gruta da Escada
rr. C.7 Lapa Vermelha
La. da Mata C C.8 Gruta das Aranhas
C.9 Gruta dos Tneis
La. Vargem
C.12 C.10 Gruta do Lameiro
La. do CurtumeC.1 Comprida C.11 Paredo da Fenda III
C.11 C.12 Gruta do Pomar
C.10 C.13 Lapa da Me Rosa
C.14 Stio da Mina
7845 7845 C.15 Buraco do Fssil
Crr. Jaguara C.16 Gruta das Conchas
C.17 Samambaia
ouro
o
ap
C.2 C.18 Tombo
nip
C.19 Marguipegus
bed
La. Vargem
Je
C.20 Ossarium
C.19
rr.
de Fora
Crr. Be
C.21 Lavoura
RIO
C
C
Palmeira Mucambo DA
S C.24 Fedor
QUINTA DA
Crr. ** Stios citados na literatura, mas
V EL
FAZENDINHA
no identificados.
C.6
H
B.7 Cr AS
C.20 La. Cerca de Achas B.1 r. da Bucha
QUINTA DO
C
SUMIDOURO
MG
C.21 C.23
rr.
-42
4
C.22 La. do Brejo
Pa
La. Caetano
lm
B.13
eir
7840 7840
a
La. Maria
B.5 Angelica La. Vargem
B.17 . do
da Pedra La
MOCAMBEIRO
B.2
ambaia
B.6 C.4
Crr. Sam
B.3 C.18
MATOZINHOS
B.4 C.5
s
ue
aq
A.3 C.8
oJ
LAPINHA
C.9
Crr. d
La. da Lapinha
CAMPINHO
Lagoa de
Santo Antnio
La. Samambaia C.13 DE BAIXO
7835 7835
A.2 C.24
M
La. da Velha
G-
Crr.
Crr. S
am
B.15 am
da Ona
La. do Fidalgo
es
Didelphidae Quiroptera ba
Jacqu
Santa
de na
Cr
Homo
Glyptodontidae
A.1 - B.1 - B.2 - B.6 - B.7 o C
B.6 - B.15 p
Crr.
Po
alg
o V
o
e
Megatheridae Sciuridae ur
r. Lago
.
Crr
Myrmecophagidae A.2 - A.3 - B.1 - B.2 - B.3 - B.4 - B.5 - B.6 PEDRO LEOPOLDO
A.1 - B.1 - B.6 B.13 - B.14 - B.15 - C.1 - C.7 - C.10
CONFINS
eca
A.1 - B.8
La. dos
A.1 - A.2 - B.1 - B.3 - B.5 - B.6 tiro
Re Olhos d'gua
MG-4
Hydrochoeridae Tayassuidae
do
do
2
A,1 - A,2 - B.1 - B.2 - C.2 A.1 - B.1 - B.2 - B.5 - B.6 La. dos Mares
4
Ursidae Equidae
A.3 - B.2 - B.8 - B.15 - C.3 B.3 - B.6 - B.8 - B.10
7825 La. Santo 7825
Rib.
Canidae Dasypodidae Antnio da
A.1 - A.2 - B.1 - B.2 A.1 - A.2 - B.1 - B.2 - B.3 - B.4 - B.5
B.5 - B.6 - B.11 - B.13 B.6 - B.10 - B.13 - B.15 - C.3 - C.22 Ma A.1
ta
Procyonidae Gomphortheriidae LOCALIZAO NO ESTADO
A.1 - A.2 - B.2 - B.3 - B.5 - B.6 B.6 - B.8 - B.14
48 42
Felidae Cervidae 16
A.1 - A.2 - B.1 - B.2 - B.3 A.1 - B.1 - B.2 - B.4 - B.5 - B.6
B.6 - B.8 - B.9 - B.12 - B.13 B.13 - B.14 - C.4 - C.7
20 1000 0 1000 2000m
Mustelidae
A.1 - B.2 - B.4 - B.5 - B.13 - B.15
Escala Grfica
595 600 605 610 615
5
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
4 - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
BERBERT - BORN, M.I.C., HORTA, L.C. de S. Informaes bsicas para a gesto territorial:
espeleologia.
LUND -PAULA COUTO, C. Memrias sobre a peleontologia brasileira. Rio de Janeiro: Instituto
Nacional do Livro, 591 p. [Revistas e comentadas por Carlos de Paula Couto].
REINHARDT, J. Oversigt over det Kgl. Danske Videnskabernes Selskabs Forhandlinger. s.n.t., 1989.
p. 201-210.
SOUZA CUNHA, F.L. de Sobre o hippidion da Lapa Morturia de Confins, Lagoa Santa - Minas
Gerais. Rio de Janeiro: Sul-America S.A. 55 p.
WALTER, H.V. Arqueologia da regio de Lagoa Santa. Rio de Janeiro. Sedrega, 1958. 227 p.
WINGE, H. Jordgundne og nulevende Gumlere (edentata) fra Lagoa Santa, Minas Gerais, Brasilien.
E Museo Lundii. 1915, v.3, n.2, p.1 - 321.
________. Jordgundne og nulevende Hovdyr (Ungulata) fra Lagoa Santa, Minas Gerais - Brasilien.
Med udsigt over gumbernes indbyrdes slaegtskab. E Museo Lundii. 1906, v.3, n.1, p.1-239.
6
ANEXO I
Relao de grutas com registro paleontolgico
Levantamento Paleontolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
A.3 - Lapa dos coxos (Pedro Leopoldo, perto de B.5 - Periperi 1-2 (Matozinhos. Caieiras; caminho
Mocambeiro) da fazenda dos Borges).
II
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
III
Levantamento Paleontolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
IV
ANEXO II
Relao das espcies por grutas
Levantamento Paleontolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
MOLUSCA: C.9; C.10; C.6; C.8. Neochoerus sulcidens: A.1; B.1; B.2; B.6.
Agouti paca: B.1; C.1; C.2.
AVES: C.12.
Myocastor coypus:B.3; B.4; B.6.
MARSUPIALIA: B.4; B.6.
Echimys braziliensis: B.12.
CHROPTERA: C.6; C.12.
CARNVORA INDETERMINADA: B.6; B.12.
PRIMATES Cerdocyon thous: B.2.
Callithrix penicillata: B.1; B.4. Protocyon troglodytes: A.1; A.2; B.2; B.11; B.13.
Alouatta sp.: B.8 Speothos venaticus: B.2; B.13.
Cebus apella:B.3 Speothos pacivorus: B.1; B.5; B.6.
Protopithecus brasiliensis:B.5. Arctotherium brasiliense:A.1; B.2; B.8; B.15;
C.2.
Homo sapiens: A.1; B.1; B.2; B.6; B.7; B.8; C.3;
C.7; C.11; C.13. Nasua nasua: A.1; A.2; B.3; B.5; B.6.
Galictis vitatta: A.1.
EDENTATA INDETERMINADA: C.22
Conepatus semistriatus:A.1; B.13.
Nothrotherium maquinense: A.1; B.1; B.5; B.6;
B.10. Eira barbara:B.14; B.5.
Eremotherium laurillardii: A.1; B.3; B.8. Lontra longicaudis:B.2; B.15.
Scelidodon (=Catonyx) cuvieri: A.1; A.2; A.3; B.1; Felis sp.: B.3; B.12; B.13.
B.2; B.3; B.4; B.5; B.6; B.13; B.14; B.15; C.1; Panthera onca: A.1; A.2; B.2; B.6; C.2.
C.7; C.10.
smilodon populator: A.1; A.2; B.1; B.2; B.6; B.8;
Myrmecophaga tridactyla:B.1. B.9.
Tamandua tetradactyla: A.1; B.1; B.6.
PROBOSCIDEA
Euphractus sexcintus:A.1; B.3.
Haplomastodon waringi: B.6; B.8.
Cabassous unicinctus: B.6.
Dasypus novemcinctus:B.6; B.10. PERISSODACTYLA
Propraopus punctatus: A.2; B.2; B.4; B.6; B.13. Equus (amerhippus) neogeus: B.2; B.6; B.11.
Propraopus sulcatus: B.2; b.13. Hippidion principale: B.8.
Pampatherium humboldtii: A.1; B.1; B.2; B.4; Tapirus terrestris: B.3; B.5; B.6.
B.5; B.6; C.4; C.22. Tapirus cristatellus: A.1; A.2; B.1.
hoplophorus euphractus:B.6; B.15.
ARTIODACTYLA
LAGOMORPHA Tayassu pecari:B.15; C.18.
Sylvilagus braziliensis: B.6; B.12. Tayassu tajacu: A.1; B.1; B.2; B.5; B.6; B.8;
B.13; C.13; C.15.
RODENTIA INDETERMINADA: B.4; B.6; C.2; C.5;
C.6; C.7; C.14; C.16; C.19; C.20; C.22; C.23; C.24. Brasiliochoerus stenocephalus: B.15; C.18.
Sciurus aaestuans: B.13. Palaeolama major: A.1; B.8.
Coendou sp.:B.13 Antifer sp.: C.7
Hydrochoerus hydrochaeris: A.1; A.2; B.2; B.3; Mazama sp.: A.1; B.2; B.4; B.5; B.6; B.13; B.14;
B.6; B.8; B.13. C.4; C.7.
Blastocerus dichotomus: B.1; B.2.
VI
ANEXO III
Espcies fsseis registradas pela
primeira vez em Lagoa Santa por Lund
Levantamento Paleontolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Fig.1 - Dentrio com terceiro e quarto pr-molares e primeiro Fig. 2 - Esqueleto completo do taiassuideo Tayassu pecari.
molar de Tapirus terrestris. Comprimento da pea: 28 cm Comprimento: 1,10m
Fig. 3 - Crnio e mandbula do marsupial Didelphis Fig. 4 - Dentrio de mastodonte Haplomastodon waringi.
albiventris. Comprimento: 8 cm. Comprimento da pea: 70 cm
VIII
ANEXO IV
Espcies fsseis fundadas por Lund a partir de
material coletasdo em Lagoa Santa
Levantamento Paleontolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Fig. 1 - Dentrio e fragmento de crnio de capivara Fig. 2 - Crnio do eqdeo Hippidion principale.
Neochoerus sulcidens. Comprimento do dentrio: 27 cm Comprimento 50cm
Fig. 3 - Dentio superior (do terceiro pr-molar ao terceiro Fig. 4 - Mo da preguia terrcola - Scelidodon cuvieri.
molar) do cameldeo Palaeolama major. Medida da srie Comprimento aproximado: 30 cm
dentria completa: 9 cm
Fig. 5 - Crnio de tatu gigante Pampatherium paulacoutoi. Fig. 6 - Esqueleto completo da preguia gigante
Comprimento: 29m Eremotherium laurillardi. Comprimento, em linha, do
crnio extremidade da cauda: 6m
X
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
XI
ANEXO V
Levantamento Paleontolgico
no Macio do Ba
Levantamento Paleontolgico CPRM Servio Geolgico do Brasil
XIII
CPRM
Servio Geolgico do Brasil Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos
e da Amaznia Legal
SCIO-ECONOMIA
CPRM
Servio Geolgico do Brasil
VOLUME IV
SCIO-ECONOMIA
Laura Maria Irene de Michelis Mendona
Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal
Gustavo Krause Gonalves Sobrinho
Diretor de Ecossistemas
Ricardo Jos Soavinski
Edio
Belo Horizonte
1998-04-02
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
IBAMA
Moacir Bueno Arruda
Coordenador de Conservao de Ecossistemas
Eliana Maria Corbucci
Chefe da Diviso de reas Protegidas
Ricardo Jos Calembo Marra
Chefe do Centro Nacional de Estudo, Proteo e Manejo de Cavernas CECAV
Jader Pinto de Campos Figueiredo
Superintendente do IBAMA em Minas Gerais
Ivson Rodrigues
Chefe da APA Carste de Lagoa Santa
CPRM
Osvaldo Castanheira
Superintendente Regional de Belo Horizonte
Fernando Antnio de Oliveira
Gerente de Hidrologia e Meio Ambiente
Jayme lvaro de Lima Cabral
Supervisor da rea de GATE
Helio Antonio de Sousa
Coordenador
Edio e Reviso
Valdiva de Oliveira
Ruth La Nagem
Capa
Wagner Matias de Andrade
Diagramao
Washington Polignano
Contedo: v.1. Meio fsico v.2. Meio bitico - v.3. Patrimnio espeleolgico, histrico
e cultural v.4. Scio-economia.
CDU 577-4
RELATRIO TEMTICO
Levantamento Scio-econmico
Responsvel Tcnico
Economista Laura Maria Irene de Michelis Mendona
Equipe de Apoio
Elizabeth de Almeida Cadte Costa Desenho Cartogrfico
Maria Alice Rolla Pecho Editorao
Maria Madalena Costa Ferreira Normalizao bibliogrfica
Rosngela Gonalves Bastos Souza Gegrafa
Rosemary Corra Desenho Cartogrfico
Terezinha Incia de Carvalho Pereira Digitalizao
Valdiva de Oliveira Editorao
Digitalizao
GERIDE - Gerncia de Relaes Institucionais e Desenvolvimento
APRESENTAO
O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Renovveis IBAMA, no cumprimento de sua misso
institucional de executar a Poltica Nacional do Meio Ambiente tem, entre seus principais objetivos, o
de criar, implantar e realizar a gesto de reas protegidas, identificadas como amostras representativas
dos ecossistemas brasileiros.
Dentro da estratgia do IBAMA de estabelecer parcerias, em todos os nveis, foi celebrado um convnio
entre o IBAMA e o Servio Geolgico do Brasil CPRM, objetivando a execuo do Zoneamento
Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa. Esse trabalho foi conduzido por equipe multidisciplinar
composta por tcnicos da CPRM, da Fundao BIODIVERSITAS, do Museu de Histria Natural da
UFMG e por consultores nas reas jurdica, socioeconmica e ambiental.
O conjunto de informaes contidas nos quatro volumes referentes aos relatrios temticos do
Zoneamento da APA Carste de Lagoa Santa, representa um valioso e detalhado acervo de
conhecimento sobre a regio, constituindo o insumo fundamental para o delineamento do Zoneamento
Ambiental, apresentado em volume especial.
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
1- INTRODUO
41
1
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
2
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Pelo exame do Quadro 2.1 e dos grficos 2.1 e 2.1- Crescimento populacional
2.2, pode-se observar que o municpio de
Matozinhos apresenta maior interveno devido Os municpios diretamente afetados no
implantao da APA, seja por ter maior so particularmente populosos, sendo o maior
proporo de seu territrio fsico incorporado (61 Pedro Leopoldo, com 41.594 habitantes em
% da rea municipal total), seja por ter a maior 1991, dos quais 32.891 com domiclio urbano.
participao no conjunto da APA (quase 43% O menor o municpio de Funilndia,
das terras englobadas dentro dos seus limites com apenas 2.616 habitantes, seguido de perto
legais). A seguir vm os municpios de Lagoa pelo recm-criado municpio de Confins, com
Santa e Pedro Leopoldo, que contribuem com 3.183 moradores residentes em 1991,
21% do territrio da APA cada um, e conforme dados do Quadro 2.2. No total, os
representam respectivamente 33% e 26% das municpios afetados possuem uma populao
suas reas municipais. Menor participao de 97.640 pessoas, das quais 83.780 com
territorial fornece o novo municpio de Confins, domiclio urbano (nas sedes ou nos distritos), o
apenas 10%, mas que, est integralmente que gera um grau de urbanizao mdio
inserido nela. Em ltimo, situa-se Funilndia, da ordem de 85,8%, mais elevado que a
com reduzida participao tanto absoluta quanto mdia estadual.
Nota: As reas municipais fornecidas pelo IGA que esto neste quadro diferem ligeiramente das publicadas pelo IBGE.
Quadro 2.1 - rea dentro dos limites legais da APA Carste de Lagoa Santa - municpios diretamente afetados
(situao administrativa de 1996).
41
3
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Funilndia
Capim
Branco Lagoa
Santa
s
nfin
Pedro Co
Leopoldo
i ano
So Jos
da Lapa
Esmeraldas
as
sp
Ve
Ribeiro Santa Luzia
das Neves
Contagem
Belo Sabar
Caet LEGENDA
Horizonte
Juatuba Betim
Raposos RMBH
Mateus Leme Ibirit
APA CARSTE DE LAGOA SANTA
Nova Lima
Igarap So Mrio Sarzedo
Joaquim Campos
de
Bicas
BH
Rio Acima
Brumadinho
Mapa 2.1 - Localizao de Lagoa Santa em relao a regio metropolitana de Belo Horizonte.
Funilndia
Distrito de
Matozinhos
Distrito de
Mocambeiro
Distrito de
Fidalgo
LEGENDA DOS
LIMITES
Distrito de
Lapinha APA CARSTE DE LAGOA SANTA
DISTRITOS
Distrito de
Pedro
MUNICPIOS
Leopoldo
Distrito de
Lagoa
Confins
Santa
Mapa 2.2 - Municpios e distritos com rea total ou parcial dentro dos limites legais da
APA Carste de Lagoa Santa conforme a situao poltico-administrativa de 1996.
4
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
41
5
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
REA MUNICIPAL
FORA DA APA (%)
REA MUNICIPAL
DENTRO DA APA (%)
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
CONFINS
LEOPOLDO
FUNILNDIA
MATOZINHOS
SANTA
LAGOA
PEDRO
Fonte: Quadro
Fonte: Quadro 2.1.
2.1
Grfico 2.1 - Proporo da rea municipal dentro da APA Carste de Lagoa Santa (%).
FUNILNDIA
CONFINS 4%
11% PEDRO
LEOPOLDO
21%
LAGOA
SANTA
21%
MATOZINHOS
43%
Grfico 2.2 - Participao dos Municpios na rea total da APA Carste de Lagoa Santa.
6
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
ainda que reduzido em tamanho, para atribuir A considerao de uma densidade mdia de
uma proporo de populao igual proporo ocupao no faz sentido na medida em que
de rea afetada. Em setores rurais maiores, a a populao da APA apresenta um padro
hiptese de homogeneidade espacial de espacial de distribuio bastante concentrado
ocupao ainda mais precria. Assim, nos limites representativos de periferias
tomaram-se decises de incluso integral ou urbanas. Em termos municipais, Confins tem
no de determinado setor censitrio, caso a sua populao integralmente inserida na APA,
caso. Tem-se, por exemplo, o setor rural 4 de vindo a seguir Lagoa Santa, ondepraticamente
Funilndia, parcialmente dentro dos limites da 40% de sua populao total e urbana encon-
APA, mas com proporo muito maior fora, o tram-se dentro dos limites legais. Expressivos
qual foi excludo por no mostrar nas fotos tambm so Matozinhos, com 27% da
areas ocupao significativa no trecho populao total, sendo que 22,5% da urbana
diretamente afetado. Nesse municpio, e 79% da rural esto em territrio da APA, e
considerou-se apenas o povoado de So Bento, Pedro Leopoldo, com apenas 17% da popu-
setor rural 5, como populao residente na APA. lao total, sendo 20% da urbana. Inexpressiva
a contribuio de Funilndia, basicamente
Os valores populacionais estimados em atravs do povoado de So Bento, que
territrio da APA encontram-se tambm no representa apenas 8,6% da populao
Quadro 2.2, totalizando 27.294 pessoas em municipal e 15% da rural correspondente.
1991, das quais 24.590 com domiclio urbano,
ou seja, 90% do total. Esse segmento A distribuio espacial da populao estimada
representa 27,95% da populao total dos em 1991 dentro da APA evidencia tambm
municpios envolvidos e 29,35% de sua maior concentrao relativa em Lagoa Santa,
populao urbana (grficos 2.3 e 2.4). H, com quase 40% da populao total e urbana
portanto, um comprometimento ligeiramente estimada, vindo a seguir Pedro Leopoldo e
inferior em termos de populao e de rea, Matozinhos, relativamente equilibrados, mas
mostrado no Quadro 2.1. A densidade mdia que, juntos, respondem por quase 50% das
de ocupao na APA inferior densidade populaes total e urbana da APA. Finalmente,
demogrfica mdia dos municpios. tem-se Confins contribuindo com 12%, ficando
CONFINS TOTAL 2345 3183 3367 2,82 1,89 3183 100 11,66
URBANA 1294 3087 * 8,22 * 3087 100 12,55
RURAL 1051 96 * -19,55 * 96 100 3,55
FUNILN- TOTAL 2387 2616 2661 0,84 0,57 225 8,6 0,82
DIA URBANA 674 1122 * 4,74 * * * *
RURAL 1713 1494 * -1,24 * 225 15,06 8,32
LAGOA TOTAL 17163 26641 28184 4,08 1,89 10457 39,25 38,31
SANTA URBANA 14101 24892 * 5,30 * 9852 39,58 40,07
RURAL 3062 1749 * -4,96 * 605 34,59 22,37
MATOZI- TOTAL 16198 23606 24973 3,48 1,89 6340 26,86 23,23
NHOS URBANA 14370 21788 * 3,86 * 4907 22,52 19,96
RURAL 1828 1818 * -0,05 * 1433 78,82 53,00
PEDRO TOTAL 29999 41594 44003 3,02 1,89 7089 17,04 25,97
LEOPOLDO URBANA 20872 32891 * 4,22 * 6744 20,50 27,43
RURAL 9127 8703 * -0,43 * 345 3,96 12,76
TOTAL TOTAL 68092 97640 103188 3,33 1,86 27294 27,95 100,00
URBANA 51311 83780 * 4,56 * 24590 29,35 100,00
RURAL 16781 13860 * -1,72 * 2704 19,51 100,00
Fonte: IBGE, Censo Demogrfico de Minas Gerais, 1991-Resultados para o universo e Arquivo de Setores Censitrios
Quadro 2.2 - Indicadores populacionais nos municpios diretamente afetados pela APA Carste de Lagoa Santa -
1980, 1991 e 1994.
41
7
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Funilndia com uma expresso negligencivel Quadro 2.3, sendo que para 1980 investigou-se
no conjunto. Merecem destaque em termos da a correspondncia com os setores censitrios
populao rural, Matozinhos, com 53% do total nos mapas da Base Operacional do IBGE.
estimado para a APA e Lagoa Santa, com 22%. Essas unidades de coleta foram redefinidas e
Deve-se ressaltar que neste ltimo, alguns renumeradas em 1991, tendo havido alterao
setores que eram rurais em 1991 e situados dos nmeros correspondentes (ou seja,
entre Lagoa Santa e Vespasiano j foram dificilmente o setor urbano 2 em 1980
alterados para urbanos em 1996, para a continuaria a ser o setor urbano 2 em 1991). A
recontagem populacional em curso, devido ao principal mudana de ordem geral foi que a
seu crescimento na dcada atual com numerao seqencial dos setores censitrios,
caractersticas urbanas de baixa renda (caso comeando em espiral a partir do centro da
do setor 23 e parte do setor 24). Portanto, no sede municipal, era feita para todo o municpio
h dvida de que parte desta populao rural em 1980 (portanto os setores rurais eram quase
de Lagoa Santa passar a ser considerada sempre os ltimos), ao passo que, em 1991, a
como urbana a partir de 1996. A populao rural numerao foi por distrito, ou seja, em cada
de Matozinhos, ao contrrio, possui distrito se recomea do 1 adotando o sentido
caractersticas propriamente rurais; apenas em espiral, sistemtica mantida em 1996,
pequena parcela foi incorporada ao permetro quando ocorreu nova redefinio e
urbano recentemente. renumerao dos setores censitrios. Nem
sempre h correspondncia de limites exata em
Em termos das tendncias de crescimento da 1980 e em 1991, o que dificulta a comparao
populao dentro dos limites legais da APA no temporal da populao em uma mesma rea e,
perodo posterior a 1991, tem-se de fazer uma portanto, a configurao de sua tendncia de
avaliao de suas caractersticas diferenciais crescimento no perodo. Este trabalho foi
frente s tendncias apresentadas pelos executado para as periferias urbanas citadas,
municpios at esta data. Sem dvida, o com razovel aproximao de rea espacial
problema maior est nas periferias das reas considerada.
urbanas de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e
Matozinhos, onde h maior concentrao evidente no Quadro 2.3 que a taxa de
populacional. As informaes encontram-se no crescimento da periferia urbana de Pedro
POPULAO DO MUNICPIO
FORA DA APA (%)
POPULAO DO MUNICPIO
DENTRO DA APA (%)
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
CONFINS
FUNILNDIA
LEOPOLDO
MATOZINHOS
LAGOA
SANTA
PEDRO
Grfico 2.3 - Proporo da populao municipal na APA Carste de Lagoa Santa - 1991.
8
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
CONFINS
PEDRO 12%
LEOPOLDO FUNILNDIA
26% 1%
LAGOA
SANTA
MATOZINHOS 38%
23%
Leopoldo a maior e significa praticamente o Baixo, constitui rea conurbada entre os dois
dobro da que se verifica no resto da cidade. Esse municpios; apesar de a populao pagar IPTU
indicador corrobora as informaes qualitativas a Ribeiro das Neves, o loteamento encontra-
locais de que a regio est apresentando se efetivamente dentro dos limites municipais
acentuado crescimento. A taxa de crescimento, de Pedro Leopoldo. A regio apresenta uma
caso se mantenha nos anos 90, implicar mais concentrao de assentamentos de baixa
do que a duplicao estimada para o ano 2000. renda, carentes de infra-estrutura e de servios
urbanos, e sua expanso dentro do municpio
O diagnstico elaborado pela PRAXIS - Estudos, s resultaria em nus para a Prefeitura. O
Projetos e Consultoria Ltda em 1991, como processo de crescimento da Regio do
base para o delineamento do Plano Diretor de Palmital, no municpio de Esmeraldas, deve
Pedro Leopoldo, utiliza os dados do Censo ser motivo de preocupao pelo que
Demogrfico de 1980 e estimativas representa em termos do comprometimento
populacionais do IBGE local prvias execuo da bacia dos ribeires Vau do Palmital e do
do Censo Demogrfico de 1991 (cujo total Urubu;
estimado para 1990 se aproxima bastante do
recenseado em 1991) conclui e alguns pontos Com a recente expanso da cidade na direo
importantes sobre as tendncias do nordeste e o conseqente adensamento
crescimento populacional (ver mapas anexos): populacional da regio, observa-se atual-
mente o desenvolvimento de um centro
Em 1980, os setores censitrios 18 e 24 intermedirio na Lagoa de Santo Antnio
correspondiam aos bairros Andyara/ Maria atravs da concentrao de atividades
Cndida; enquanto o 10, ao Bairro Lagoa de tercirias ao longo das ruas Esprito Santo e
Santo Antnio; nesses ter-se-ia concentrado do Contorno. Esse papel tem sido reforado
o crescimento populacional urbano da sede; pela ao do poder pblico municipal com a
implantao de equipamentos de uso coletivo
Com relao existncia de reas na regio como o Hospital Santo Antnio e
conurbadas, cabe observar que, apesar de o escolas do 1o grau, sendo ainda prevista a
municpio estar ainda pouco comprometido instalao do 2 o grau. A concentrao dessas
com o aglomerado metropolitano, existe uma atividades na rea faz com que a polarizao
tendncia de expanso de reas perifricas da Lagoa de Santo Antnio extrapole o nvel
de Ribeiro das Neves. O bairro Santa local, abrangendo alm dos bairros da regio
Margarida, localizado na regio de Areias de (bairro da Lua, Felipe Cludio Sales, Adlia
41
9
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
10
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
TAXA DE CRESCI-
POPULAO ESTIMADA(1) TAXA DE CRES- MENTO DAS
MUNICPIOS 1980 1991 CIMENTO (%) SEDES
80/91 MUNICIPAIS
80/91 (%)
LAGOA SANTA 5.725 7.757 2,80 5,01
PEDRO 2.074 4.939 8,21 4,22
LEOPOLDO
MATOZINHOS 1.906 3.419 5,46 4,06
CONFINS 1.294 2.128 4,63 4,63
TOTAL 10.999 18.243 4,71 *
Fonte: IBGE, Arquivo de Setores Censitrios do Censo Demogrfico, 1980 e 1991.
Notas: (1) Os setores censitrios considerados em 1991 foram: em Lagoa Santa - 1,7,8,12,13,14,15 e 19; em Matozinhos
- 2,3 e 15; em Pedro Leopoldo- 11,12,14 e 15. A correspondncia em 1980 foi em Lagoa Santa os setores 3,4,5,6
e 7; em Matozinhos apenas o 2 e em Pedro Leopoldo, os setores 10, 18 e 24. Em Confins, tomou-se em 1980 a
rea urbana do distrito, que exclua Tavares.
Quadro 2.3 - Populao estimada nas periferias urbanas das sedes municipais dentro dos limites
legais da APA Carste de Lagoa Santa - 1980/1991.
Grfico 2.5.
fechados (os moradores podem estar viajando a elevada participao dos domiclios vagos e
e so recenseados em outro local) ou vagos de uso ocasional em Lagoa Santa, devendo-se
(caso de imveis para aluguel, desocupados ressaltar que so predominantemente urbanos
temporariamente) ou se prestarem ao uso (dos 2.131 domiclios nesta categoria, 1.913
ocasional, no tendo moradores fixos (caso foram computados em reas urbanas,
particularmente interessante por permitir principalmente na prpria cidade de
dimensionar as casas destinadas ao lazer de Lagoa Santa, atestando a sua vocao para o
fim-de-semana; os caseiros residentes nos lazer, uma vez que tais domiclios corres-
stios so computados como um domiclio pondem a 34,6% do estoque de domiclios
permanente ocupado parte e so, portanto, permanentes ocupados).
considerados nos dados publicados). Tais
informaes encontram-se apenas na Sinopse Pode-se observar que o nmero mdio de
Preliminar do Censo Demogrfico, sendo moradores por domiclio em 1991 no difere
resultados de levantamento de campo aos quais significativamente entre os municpios, sendo
os analistas no prestam muita ateno, porm um pouco superior a 4 pessoas, mais prximo
so ricas para quem se preocupa a ocupao do valor de 4,5.Deve-se salientar que os dados
urbana e a rural. Os dados sobre domiclios ao incluem a populao rural, o que eleva a mdia
nvel municipal em 1991 encontram-se no em relao ao valor urbano, geralmente mais
Quadro 2.4 e no grfico 2.6. Chama a ateno reduzido. A taxa de crescimento dos domiclios
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
TAXA DE CRESCI-
POPULAO ESTIMADA(1) TAXA DE CRES- MENTO DAS
MUNICPIOS 1980 1991 CIMENTO (%) SEDES
80/91 MUNICIPAIS
80/91 (%)
LAGOA SANTA 5.725 7.757 2,80 5,01
PEDRO 2.074 4.939 8,21 4,22
LEOPOLDO
MATOZINHOS 1.906 3.419 5,46 4,06
CONFINS 1.294 2.128 4,63 4,63
TOTAL 10.999 18.243 4,71 *
Fonte: IBGE, Arquivo de Setores Censitrios do Censo Demogrfico, 1980 e 1991.
Notas: (1) Os setores censitrios considerados em 1991 foram: em Lagoa Santa - 1,7,8,12,13,14,15 e 19; em Matozinhos
- 2,3 e 15; em Pedro Leopoldo- 11,12,14 e 15. A correspondncia em 1980 foi em Lagoa Santa os setores 3,4,5,6
e 7; em Matozinhos apenas o 2 e em Pedro Leopoldo, os setores 10, 18 e 24. Em Confins, tomou-se em 1980 a
rea urbana do distrito, que exclua Tavares.
Quadro 2.3 - Populao estimada nas periferias urbanas das sedes municipais dentro dos limites
legais da APA Carste de Lagoa Santa - 1980/1991.
Fonte: IBGE, Censo Demogrfico de Minas Gerais, Resultados para o Universo-Sinopse Preliminar.
Quadro 2.4 - Domiclios totais dos municpios com rea dentro dos limites legais da APA Carste de Lagoa
Santa - 1991.
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Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
FUNILNDIA 0 55 4,09 *
Quadro 2.5 - Domiclios permanentes estimados dentro da APA de Lagoa Santa -1991.
considerar a questo dos domiclios fechados, como um obstculo maior expanso urba-
vagos e de uso ocasional que incrementariam na por extravazamento do crescimento
ainda mais o estoque em expanso de novas metropolitano no territrio da APA, ao passo que
construes. V-se que, principalmente em a apropriao das terras rurais por mineradoras
Pedro Leopoldo, a taxa de crescimento dos e grandes latifundirios impediram um maior
domiclios em sua periferia dentro da APA crescimento da populao urbana e
extremamente elevada e preocupante quando principalmente rural no centro e no norte. Ou
se pensa no ritmo necessrio de ampliao da seja, criou-se uma espcie de hiato ou lacuna
oferta de servios de saneamento bsico. entre dois corredores de crescimento urbano
que a esto contornando, preservando um
A tendncia de reduo no crescimento pouco os recursos naturais da regio da APA.
populacional, implcita nas estimativas do IBGE Houve um resultado positivo, em termos
at 1994, parcialmente compensada pela ambientais, do que geralmente s visto como
queda no nmero mdio de moradores por malfico ou predatrio em relao existncia
domiclio, fazendo com que as taxas de de atividades econmicas de porte significativo.
crescimento do estoque de domiclios no
caiam tanto quanto as taxas de crescimento 2.2- Atividades econmicas relevantes
populacional, ou seja, a progresso no ritmo de
expanso urbana tende a se manter mais As maiores interferncias econmicas sobre o
elevado. A verticalizao do processo de territrio legal da APA so a presena de
urbanizao, se por um lado alivia a extrao mineral principalmente de calcrio, de
necessidade de ampliao horizontal dos grande porte, e da indstria de cimento,
servios urbanos, por outro exige investimentos consumidora daquela matria-prima. Essas
alternativos mais complexos e mais atividades so tradicionais na regio, sendo
concentrados espacialmente para que se d mais recente a introduo de outra
suporte maior densidade de ocupao urbana. completamente diferente, o Aeroporto de
As cidades em foco esto ainda um pouco Confins, cuja operao iniciou-se em meados
distantes do estgio de maior densidade de dos anos 80. Existe um grande fluxo dirio de
ocupao, ou seja, esto prevalecendo os trabalhadores nas atividades com outros
padres de expanso horizontal, apesar da municpios. Os mais qualificados, geralmente
presena de alguns conjuntos habitacionais em residem em Belo Horizonte. Por isso, as
Matozinhos e Pedro Leopoldo, o que pode levar informaes censitrias sobre emprego, alm
maior presso relativa junto s fronteiras da de defasadas, no captam adequadamente a
APA. situao. O Censo Demogrfico de 1991 ainda
no divulgou os dados referentes a emprego e
De certa forma, pode-se afirmar que a presena a renda, os quais se limitariam aos
do Aeroporto de Confins tem atuado, no Sul, trabalhadores com residncia no municpio
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13
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
RAMOS DE ATIVIDADE
Transporte,
MUNI- Agrope- Industrial Comrcio Comunicao Outros TOTAL
CPIOS curio (1) de e Armaze- Servios
Mercadorias nagem (2)
Notas: (1) Inclui Indstria de Transformao, Minerao, Construo e Servios Industriais de Utilidade Pblica.
(2) Inclui Prestao de Servios, Atividades Sociais,Administrao Pblica e Outras Atividades.
(3) Inclui o municpio de Confins.
Fonte: Relatrio do Banco de dados Municipal do INDI - Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Matozinhos.
Quadro 2.6 - Populao economicamente ativa dos municpios com maior participao populacional
dentro dos limites legais da APA Carste de Lagoa Santa - 1990.
14
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
contribui com arrecadao por estar no limite sobre os poucos benefcios de empregos em
com Vespasiano, recolhendo 50% para cada grandes empresas (muitos empregados
um). Em Pedro Leopoldo, existe uma indstria moram em Belo Horizonte e vm de nibus
txtil (Cia Industrial Belo Horizonte) e em especiais todos os dias) e os muitos malefcios
Matozinhos, h algumas fundies e indstrias que acarretam para a populao que fica sujeita
mecnicas (Thyssen Fundies Ltda, Usifer poluio atmosfrica e suas conseqncias
Usina Siderrgica Ltda, Inbrasil Ind. Bras. de Sid. para a sade, inclusive doenas respiratrias.
Ltda, Cimont Ltda,Magnum Engenharia Ltda). H uma certa percepo, em Pedro Leopoldo,
de que as empresas mdias e pequenas so
As indstrias de cimento do local fazem parte
de um forte cartel nacional, conforme se ver melhores para o municpio, pois elas tm mais
posteriormente, sendo extremamente fechadas interesse no empregado e geram mais
e avessas a prestarem informaes, dificuldade empregos locais.
sentida durante a pesquisa de campo e Nos limites legais da APA, no municpio de Pedro
confirmada pelo tcnico contactado do INDI, Leopoldo, tem-se a localizao de atividades
responsvel pela anlise de comportamento da importantes dentro ou prxima ao contorno: a
indstria de cimento, o que tem impedido um fbrica de Cimento CAU e a CIMINAS dentro
acompanhamento sistemtico e recente desse do permetro urbano de Pedro Leopoldo e
setor. Por isso, fica difcil dizer hoje a quantidade as mineraes dentro da APA, algumas
de mo-de-obra que as empresas maiores das quais ligadas a elas por correias
empregam (informantes em Pedro Leopoldo transportadoras.
afirmaram que a Cau tem cerca de 300
Nas atividades agropecurias em Pedro
empregados e a Ciminas quase 200). Sabe-se
Leopoldo, tem-se certa diversificao de gado
apenas que elas esto reduzindo grada-
leiteiro, cavalos de raa, sunos e aves para
tivamente o nmero de empregados, que esto
postura. Existe maior especializao nessas
terceirizando os servios de transporte como
atividades em territrio municipal fora dos limites
parte de um programa de demisso voluntria
legais da APA, nos distritos de Dr. Lund, Vera
(caso citado pelo Assessor de Comunicao da
Prefeitura de Pedro Leopoldo sobre o que vem Cruz e parte do distrito de Pedro Leopoldo (rea
ocorrendo na Cau: fornecem ao funcionrio a do Vau do Palmital/Urubu), segundo o
carreta como parte da indenizao ou com saldo Diagnstico elaborado pela PRAXIS em 1991.
a pagar facilitado; por enquanto o pessoal est No diagnstico, afirma-se que a atividade
gostando, mas correm o risco de ficar nas mos agrcola tambm possui localizao
da empresa que oferece o frete que quiser). predominante nesse segmento espacial do
Parece estar havendo maior conscincia crtica municpio:
PERMANE NTES
10000
9000 VAGOS
8000
USO OCASIONAL
DOMICLIOS
7000
6000
5000
4000
3000
2000
1000
0
MATOZI-
CONFINS
LNDIA
LAGOA
POLDO
SANTA
PEDRO
NHOS
FUNI-
LEO-
Grfico 2.6 - Domiclios Particulares segundo o tipo - Municpios da APA Carste de lagoa Santa -
1991.
41
15
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
16
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
existente no Jaguara, onde inclusive j existe est localizado na Fazenda Cauaia, a maior do
um hotel-fazenda). municpio, com 1760 hectares e que preserva
uma mata de 250 hectares. Segundo o
Em trabalho elaborado pela Fundao Joo informante, o problema ambiental maior dentro
Pinheiro em 1995, no municpio de Matozinhos, da APA est localizado em torno de
encontra-se referncia existncia de um Mocambeiro, onde deveria haver maior
Departamento de Desenvolvimento Ambiental fiscalizao. Uma nica fazenda puxava 1
na fbrica de cimento Mau que ocupa cerca milho de litros/dia da Lagoa Maria Anglica, um
de 700 hectares dentro do stio urbano. Possui bombeamento para irrigar pasto e que chegou
uma Reserva Particular de Preservao a secar a lagoa. Naquele conjunto de lagoas
Permanente, abrangendo 44% da rea total e tem pesca de tarafo, com muita gente vivendo
com 33 cavernas com algum tipo de interesse da pesca neste tempo de vacas magras,
para vrios estudos, dentre elas a Gruta do Bal. inclusive vendendo peixe na beira da estrada. A
O Departamento alegou possuir estudos sobre proximidade com a rea urbana torna difcil para
a rede de drenagem subterrnea, com arquivos a Polcia Florestal controlar tudo. Existe a a
em microfilmes. Adotam vrias linhas de Fazenda Cerca Grande, por exemplo, que mexe
reciclagem de materiais, de papel a rejeitos de com transferncia de embries, moderna, cujo
lavra, dessa forma, so beneficiados diretos os dono at tenta preservar uma lapa onde h muitos
empregados da prpria fbrica, cujos filhos papagaios, mas h invases da populao local para
chegam a receber todo o papel de uso escolar pegar filhotes e at matar as aves, o que o proprietrio
de que necessitam e, indiretamente, toda a no est dando conta de vigiar e impedir.
comunidade, pela reduo da contaminao
ambiental. Deve-se ressaltar que o trabalho da Existem ainda nas proximidades de Mocambeiro trs
Haras, dos quais o mais importante o Haras
Fundao Joo Pinheiro afirma que chegou a
SAHARA, pertencente ao dono da Localiza. Essa
ser criado no municpio um CODEMA que estava atividade, segundo o funcionrio da EMATER, no est
desativado em 1995, e at o momento, em sendo muito lucrativa, fazendo com que os outros dois
agosto de 1996. haras no estejam recebendo muita ateno por parte
de seus donos. O informante finalizou a entrevista
Em relao a APA em Matozinhos, nas afirmando que a tendncia da agropecuria da regio
proximidades da MG-424, tem-se a Cimento acabar, sendo substituda por condomnios de lazer,
Mau , em direo a Sete Lagoas, a CALMIT e uma vez que difcil manter a produo agropecuria
a EIMCAL (ligada a USIMINAS), esta ltima em to prxima de reas urbanas em expanso, devido
frente ao Condomnio Quintas da Fazendinha, s facilidades de invases e roubos.
em territrio do municpio Prudente de Morais.
A expanso d os condomnio de lazer em
A atividade agropecuria no municpio de Matozinhos ainda incipiente, sendo que o mais
Matozinhos caracteriza-se pela presena de importante o Quintas da Fazendinha, ao norte
estabelecimentos maiores, alguns utilizando at da cidade, nas margens da MG-424, o mais
pivs de irrigao. Funcionrio da EMATER local antigo e a Prefeitura alegou no ter projeto
afirmou que hoje existem no municpio 153 tcnico nem informao nenhuma por ter mais
estabelecimentos agropecurios, com boas de 10 anos. O funcionrio da EMATER nos
fazendas ao norte. Os pivs de irrigao esto prestou outras informaes: o loteamento
em atividade, sendo um menor, de 10 hectares, possui 280 chcaras, com 143 donos, pois
mais ao sul, retirando gua do crrego alguns tm mais de uma, so geralmente de
Mucambo, e outros 3 maiores, de 45, 80 e 90 Belo Horizonte, e poucos moram l. O mais
hectares, que puxam do Riacho do Gordura. recente o Lagoa Park Club, nos limites de
Disse que nessa regio no h problema, pois Matozinhos com Pedro Leopoldo, em processo
onde os pivs esto h muita vazo de gua. de comercializao, com stand de vendas no
Plantam milho e feijo, bem como pastos. So centro da cidade e material de propaganda
fazendas de pecuria que usam tratores e espalhado em todos os municpios da rea, at
colheitadeiras. Os fazendeiros da regio no Confins e Lagoa Santa, afixado em praticamente
trabalham com outras culturas, pois difcil todos os postes urbanos. Existe um posto de
conseguir mo-de-obra para a colheita, por vendas em Belo Horizonte. A Prefeitura disse
causa das inmeras alternativas urbanas entre no ter informaes a respeito. A mesma
indstria, minerao e servios. Um dos pivs alegao foi vlida para um loteamento de baixa
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17
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
renda em Mocambeiro, prximo a Lagoas, com Aeroporto. O Aeroporto est projetado para
caractersticas de baixa renda. Segundo a atender a 1800 passageiros/hora, segundo
Prefeitura, no h outros projetos de loteamento informaes da Administrao, mas ainda opera
no municpio. com capacidade ociosa. Possui um Plano
Diretor que prev a construo de mais 3
O trabalho da Fundao Joo Pinheiro cita a terminais iguais ao atual e um outro conjunto de
presena em Matozinhos, em 1995, de pistas voltado para Lagoa Santa, mas no h
aproximadamente 829 estabelecimentos previso alguma sobre a sua concretizao,
comerciais, empregando cerca de 1.658 uma vez que apenas a partir de novembro de
pessoas e de 70 estabelecimentos industriais, 1994 o Aeroporto deixou de operar de forma
com 7000 empregados. Possivelmente essa totalmente ociosa. At ento, era o aeroporto
informao se baseia em uma listagem mais deficitrio do Brasil dentre os operados pela
assistemtica de estabelecimentos feita pela INFRAERO. Para mudar a situao foi decisivo
Prefeitura em 1992, que no est atualizada e um estudo elaborado pela FIEMG mostrando a
que mostraria empresas que j fecharam e existncia de uma significativa demanda de
no incorporaria outras novas abertas passageiros internacionais entre 1990 e 1993,
posteriormente. Segundo a mesma fonte de que se dirigiam para embarque no Rio e em So
informao, por ser um municpio com tradio Paulo. O Terminal existente opera com cerca
industrial, a receita municipal vinha prescindindo de 2 milhes de passageiros/ano e foi
da arrecadao de IPTU, uma vez que o ICMS dimensionado para 5 milhes. Est, portanto,
era suficiente. Atualmente, a situao financeira atendendo muito bem s necessidades atuais.
da Prefeitura crtica, com atraso de pagamento Hoje existem dois vos dirios para Miami e New
do funcionalismo, o que a est obrigando a rever York com a American Airlines (que faz escala
essa posio. Na poca de nossa viagem, em So Paulo) e a UNITED (direto para os
estavam sendo emitidas guias de IPTU, porm USA). Em poca de frias, existem ainda muitos
sem as bases adequadas de cobrana, ou seja, vos charter contratados. Mas o mais
cadastros atualizados de imveis e de importante para o bom desempenho do
estabelecimentos produtivos. Aeroporto no o movimento de passageiros e
sim o de carga internacional. De 1992 a 1993
Em Lagoa Santa, a legislao municipal em cresceu muito a carga area, porm mais de
vigor desde 1979 proibe a implantao de 50% da carga martima, ou seja, vem dos
atividades industriais poluidoras no municpio. portos por avio ou caminhes, chegando ainda
A nica indstria de cimento existente a lacrada para ser desembaraada na Alfndega
SOEICOM, no limite com Vespasiano, e sua de Confins. O Ministrio da Fazenda construiu um
lavra correspondente, fazendo com que 50% da prdio de tamanho razovel para sediar as
arrecadao de ICMS v para Lagoa Santa e atividades aduaneiras. A fbrica de automveis
50% para Vespasiano. a principal fonte de FIAT recebe peas e at veculos camuflados,
receita de Lagoa Santa, vindo em segundo lugar sendo muito importante nesse fluxo de carga
o Aeroporto de Confins (a parcela referente a internacional.
INFRAERO isenta de tributao municipal,
porm as lojas e concessionrias do Terminal Segundo os informantes do Aeroporto, desde
de Passageiros recolhem ICMS). At o 1993 no houve o fechamento de lojas na parte
momento da pesquisa de campo, efetuada em comercial; ao contrrio, esto sendo abertas
incio de agosto de 1996, nem a administrao novas, como uma lanchonete que vende sorvete
de Lagoa Santa nem o pessoal do Aeroporto a quilo. Cerca da metade dos empregados do
sabia como iria ficar a partio de arrecadao Aeroporto tem residncia em Lagoa Santa e a
do Aeroporto em 1997 entre Lagoa Santa e o outra metade em Belo Horizonte. A INFRAERO
novo municpio de Confins. H muita possui 330 funcionrios, estimando-se que h,
especulao, mas nenhuma informao oficial. no total, uma populao de 1500 pessoas fsicas
trabalhando no Aeroporto.
Deve-se relembrar que o Aeroporto fica em cima
da divisa dos dois municpios, sendo que o O decreto de criao do Aeroporto trata da
Terminal de Carga e as pistas estariam em desapropriao de 24 milhes de m2, mas os
Confins e o Terminal de Passageiros em Lagoa informantes no tm certeza se o foram em sua
Santa, segundo informaes de tcnicos do totalidade: ainda tem coisa pendente de
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Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Quanto ao turismo propriamente dito, existe a propriedades, uma das quais pertencente a
Gruta da Lapinha, ao norte do municpio, dentro PRECON onde h o plantio de 100 ha de manga
do Parque do Sumidouro. A sua explorao Haden. O plantio de leguminosas pouco e
comercial feita pela Prefeitura, que o mantm espordico, sendo nesse tipo de cultura,
bem arrumado e limpo, com presena de lates principalmente na do tomate e do pimento, em
de lixo e avisos para no sujar o local. H um que mais se usam defensivos. A fruticultura tem
restaurante particular de bom nvel, mas que um nmero necessrio de pulverizaes bem
funciona por concesso da Prefeitura. A menor. Portanto, a agricultura local no contribui
conservao e a manuteno em geral parecem para a poluio dos cursos dgua, sendo que
razoavelmente adequadas. O fluxo turstico de a pouca irrigao utilizada por sulcos.
final de semana chega a 800 pessoas, sendo
que em poca de frias h um bom fluxo, Segundo o informante da EMATER, est
mesmo durante a semana. A Prefeitura cobra havendo uma reforma agrria s avessas no
um ingresso de dois reais para a visitao municpio, com gente de fora comprando vrias
Gruta, com percurso aproximado de 500 metros propriedades menores, utilizando-as em
e 40 minutos de durao. Ao lado, h um atividade mista de produo e lazer de fim-se-
pequeno museu paleontolgico e arqueolgico, semana. Com isso, os poucos pequenos
de propriedade e explorao particular (de um produtores de Lagoa Santa esto acabando.
arquelogo), com ingresso tambm de dois
reais e o atrativo de ter a forma de um castelinho, Em vista das perspectivas de lazer e turismo
construdo e inaugurado em 1972. Possui para o municpio de Lagoa Santa, torna-se
acervo local e algumas curiosidades, com interessante investir em meio ambiente. J
explicaes escritas prximas ao material existe projeto em andamento na Prefeitura
exposto. A funcionria do Museu disse que a (PED) para recuperao da Lagoa Santa, que
receita gerada permite a auto-sustentao do se encontra em acelerado processo de
museu, uma vez que o proprietrio arquelogo assoreamento. O projeto ter financiamento
no tem interesse lucrativo e sim cientfico, pois parcial a fundo perdido do Banco Mundial, para
houve e ainda h muita depredao na rea. eliminar as causas que provocam o
Grande parte do acervo se encontra na Europa assoreamento. A parceria municpio-estado
e grupos de estudantes alpinistas exploram deve equivaler a 30% do valor total do projeto.
grutas e at por falta de conhecimento e da Os trabalhos de recuperao da orla da Lagoa
importncia do que encontram, levam embora esto sendo feitos por um bilogo contratado e
ou destroem sem querer. Ao redor, existem os de conteno de voorocas (grotas), por
propriedades privadas, cujos donos sabem que processo de barragens filtrantes com concreto
no podem fazer nada sem autorizao por envelopado. Est previsto o treinamento de
causa do tombamento do patrimnio. funcionrios da Prefeitura no uso do
equipamento para que, aps o trmino do projeto
Em termos da agropecuria, o informante do haja continuidade na manuteno das reas
Depto Municipal de Agricultura afirmou que a recuperadas.
fruticultura (abacaxi, mexerica ponkan, manga
Existe CODEMA em funcionamento em Lagoa
e maracuj) a principal atividade agrcola do
Santa, que no cobre mais o novo municpio de
municpio, todavia ainda mais relevante a
Confins, e est em construo a sede do IBAMA,
pecuria, principalmente a leiteira, embora esteja
que atualmente funciona em uma sala de um
em crise devido ao baixo preo pago ao produtor
galpo cedido pela Prefeitura. Porm, h uma
pela Cooperativa. O volume de produo de leite
certa preocupao quanto continuidade dessa
est caindo muito, tendo diminudo bastante o
atuao pr-ambiental devido incerteza quanto
nmero de caminhes que faziam o
ao resultado das eleies municipais (um dos
recolhimento e que levavam leite at para usinas
dois candidatos no daria continuidade s aes
fora do municpio. Os pequenos produtores
implementadas).
preferem atualmente fabricar eles mesmos
queijo e manteiga. Tambm j houve granjas, Em Confins, a demanda por emancipao fez-
que hoje no existem mais. A fruticultura tem se com a iluso de obter a arrecadao
presena significativa na rea dentro da APA, procedente do Aeroporto, que no parece ainda
situada entre a periferia urbana de Lagoa Santa to concreta assim. Existem trs candidatos
e o Aeroporto de Confins, em grandes disputando a Prefeitura, sendo que a
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Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
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Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
PEDRO
POLDO
ZINHOS
LNDIA
SANTA
LAGOA
MATO-
FUNI-
LEO-
Fonte: Quadro
Fonte: Quadro 2.7
2.7.
Grfico 2.7 - Nveis de Atendimento dos Servios de saneamento bsico (%) - APA Carste de
Lagoa Santa.
41
25
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
(Continua)
Quadro 2.7 - Indicadores de saneamento bsico dos domiclios localizados na APA Carste de Lagoa Santa - 1991.
26
Levantamento Scio-Econmico
(Continuao)
Quadro 2.7 - Indicadores de saneamento bsico dos domiclios localizados na APA Carste de Lagoa Santa - 1991.
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
(Continua)
Quadro 2.8 - Indicadores de saneamento bsico municipais - municpios com rea dentro da APA Carste de Lagoa Santa - 1991.
28
Levantamento Scio-Econmico
(Continuao)
Quadro 2.8 - Indicadores de saneamento bsico municipais - municpios com rea dentro da APA Carste de Lagoa Santa - 1991.
41
29
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
41
30
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Quadro 3.1 - Populao e rea dos municpios e distritos da regio metropolitana de Belo Horizonte
segundo a situao poltico-administrativa em 1991 - 1980, 1991.
31
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
18,00%
16,00%
14,00%
12,00%
10,00%
%
8,00%
6,00%
4,00%
2,00%
0,00%
CONTAGEM
JUATUBA
NOVA LIMA
ESMERALDAS
MATEUS LEME
RIO ACIMA
VESPASIANO
BRUMADINHO
IGARAP
SABAR
SANTA LUZIA
BETIM
RAPOSOS
CAET
IBIRIT
BELO HORIZONTE
SO JOS DA LAPA
LAGOA SANTA
41
32
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
%
20,00%
10,00%
0,00%
CONTAGEM
JUATUBA
NOVA LIMA
ESMERALDAS
MATEUS LEME
RIO ACIMA
VESPASIANO
BRUMADINHO
IGARAP
SABAR
SANTA LUZIA
BETIM
RAPOSOS
CAET
IBIRIT
BELO HORIZONTE
SO JOS DA LAPA
LAGOA SANTA
33
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Quadro 3.3 - Densidade demogrfica e grau de urbanizao dos municpios da RMBH - 1980, 1991.
41
34
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Quadro 3.4 - Taxas anuais de crescimento da populao e dos domiclios nos municpios e distritos da
RMBH, segundo a situao poltico-administrativa em 1991-1980/1991.
35
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Quadro 3.5 - Estoque de domiclios nos municpios e distritos da RMBH - situao poltico-
administrativa de 1991-1980, 1991.
14% em Ribeiro das Neves e So Benedito e As estimativas populacionais apresentadas no
no inferior o valor negativo de - 3,3% no distrito Quadro 3.6 efetuadas pelo IBGE para 1992,
de Antnio dos Santos, em Caet. 1993 e 1994 indicam a continuidade na reduo
Pouqussimas taxas chegam a ser negativas, no ritmo de crescimento do conjunto
sendo a maioria superior a 2% ao ano.O metropolitano, que teria atingido um montante
montante de domiclios permanentes ocupados estimado de 3.624.656 habitantes em 1994. A
dos municpios e seus distritos apresentado capital apresentaria um crescimento popula-
no Quadro 3.5, para 1980 e 1991. cional inferior a 2% ao ano, ao passo que se
41
36
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
manteriam as tendncias de maior ritmo em escala, pode ter ocorrido em Ibirit e Mateus
Betim, Contagem, Ribeiro das Neves e Santa Leme.
Luzia. O IBGE est efetuando, a partir de 1 o de
agosto de 1996, uma recontagem, que pode Os indicadores sobre domiclios apresentados
apontar alteraes de tendncias frente ao no Quadro 3.7 evidenciam que no existe
comportamento anterior de crescimento significativo diferencial no nmero mdio de
que est subjacente s estimativas. Pode-se moradores por domiclio em 1991 entre os
observar pelo grfico 3.3 que a estimativa municpios e distritos metropolitanos, oscilando
do IBGE para Vespasiano em 1994 no faz de 3,91 moradores por domiclio no distrito de
jus sua tendncia de crescimento ao se Belo Horizonte, onde ocorre o menor valor
retirar o novo municpio de So Jos da Lapa, mdio, a 4,95 no distrito de Penedia, em Caet.
estando possivelmente bastante subesti- A maioria encontra-se no intervalo entre 4 e 4,5
mada. Deve-se relembrar que Vespasiano moradores por domiclio. Portanto, as
encontra-se no vetor norte de crescimento participaes dos distritos e municpios no
da RMBH. O mesmo problema, em menor conjunto do estoque metropolitano de domiclios
10 taxas 91/94
taxas 80/91
9
8
7
6
5
%%
4
3
2
1
0
BETIM
CAET
CONTAGEM
JUATUBA
IGARAP
PEDRO LEOPOLDO
RAPOSOS
SANTA LUZIA
BELO HORIZONTE
IBIRIT
SO JOS DA LAPA
BRUMADINHO
ESMERALDAS
SABAR
MATEUS LEME
VESPASIANO
NOVA LIMA
RIO ACIMA
-1
MUNICIPIOS
37
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
MDIA DE
PARTICIPAO NO ESTO- PARTICIPAO NA POPU- MORADORES
MUNICPIOS QUE DE DOMICLIOS LAO METROPOLITANA POR DOMICLIO
Total Urbano Total Urbano Total Urbana
RMBH 100,00 100,00 100,00 100,00 ... ...
BELO HORIZONTE 60,78 63,58 58,79 61,8 4,01 4,01
Belo Horizonte 47,18 49,5 44,56 47 3,91 3,91
Venda Nova 13,59 14,08 14,23 14,8 4,34 4,33
BETIM 4,66 4,62 4,97 4,98 4,43 4,45
BRUMADINHO 0,55 0,35 0,56 0,36 4,22 4,2
Aranha 0,04 0,02 0,04 0,02 4,63 4,41
Brumadinho 0,3 0,25 0,31 0,26 4,28 4,3
Conceio de Itagu 0,08 0,03 0,08 0,03 4,14 4,23
Piedade de Paraopeba 0,11 0,04 0,1 0,04 4 3,7
So Jos do Paraopeba 0,03 0,01 0,03 0,01 4,11 3,42
CAET 0,89 0,82 0,97 0,89 4,49 4,51
Antnio dos Santos 0,04 0,01 0,04 0,01 4,05 3,99
Caet 0,76 0,77 0,83 0,85 4,52 4,53
Morro Vermelho 0,02 0,02 0,02 0,02 4,31 4,25
Penedia 0,03 0 0,04 0 4,95 4,53
Roas Novas 0,04 0,02 0,04 0,02 4,07 4,29
CONTAGEM 12,97 12,84 13,08 12,89 4,18 4,15
Contagem 6,25 5,78 6,56 6,01 4,34 4,29
Parque Industrial 6,72 7,06 6,52 6,88 4,04 4,04
ESMERALDAS 0,67 0,2 0,71 0,22 4,36 4,41
Andiroba 0,06 0,01 0,06 0,01 4,44 4,65
Esmeraldas 0,49 0,18 0,52 0,19 4,37 4,39
Melo Viana 0,12 0,01 0,12 0,01 4,27 4,42
IBIRIT 2,51 2,59 2,7 2,8 4,47 4,4
Ibirit 0,92 0,95 0,98 1,02 4,44 4,44
Mrio Campos 0,14 0,13 0,15 0,13 4,34 4,38
Parque Durval de Barros 1,21 1,27 1,3 1,37 4,48 4,48
Sarzedo 0,25 0,24 0,28 0,28 4,68 4,68
IGARAP 0,72 0,55 0,8 0,61 4,59 4,55
Igarap 0,42 0,31 0,46 0,34 4,63 4,55
So Joaquim de Bicas 0,3 0,25 0,33 0,27 4,54 4,55
LAGOA SANTA 0,84 0,82 0,87 0,86 4,3 4,3
Confins 0,09 0,09 0,09 0,09 4,43 4,39
Lagoa Santa 0,68 0,67 0,7 0,7 4,28 4,3
Lapinha 0,07 0,06 0,07 0,06 4,27 4,22
MATEUS LEME 0,77 0,58 0,79 0,6 4,25 4,29
Azurita 0,1 0,09 0,1 0,09 4,01 4,03
Juatuba 0,26 0,17 0,27 0,18 4,3 4,34
Mateus Leme 0,3 0,29 0,31 0,3 4,34 4,35
Serra Azul 0,1 0,03 0,01 0,03 4,08 4,13
NOVA LIMA 1,46 1,29 1,53 1,35 4,33 4,3
PEDRO LEOPOLDO 1,17 0,98 1,21 1,01 4,29 4,24
Doutor Lund 0,15 0,02 0,16 0,02 4,43 4,33
Fidalgo 0,06 0,05 0,06 0,06 4,18 4,19
Pedro Leopoldo 0,86 0,87 0,88 0,89 4,24 4,25
Vera Cruz de Minas 0,1 0,04 0,11 0,04 4,59 4,16
RAPOSOS 0,38 0,37 0,41 0,41 4,54 4,51
RIBEIRO DAS NEVES 3,81 3,34 4,19 3,68 4,55 4,56
Justinpolis 2,37 2,37 2,6 2,63 4,59 4,59
Ribeiro das Neves 1,45 0,96 1,58 1,06 4,48 4,5
RIO ACIMA 0,19 0,16 0,21 0,17 4,53 4,59
SABAR 2,44 2,16 2,61 2,29 4,4 4,39
Carvalho de Brito 1,44 1,32 1,56 1,4 4,43 4,39
Mestre Caetano 0,03 0 0,03 0 4,18 1,75
Ravena 0,1 0,04 0,1 0,04 4,23 4,39
Sabar 0,88 0,8 0,93 0,85 4,36 4,38
SANTA LUZIA 3,72 3,7 4,01 4 4,46 4,46
Santa Luzia 1,22 1,1 1,29 1,18 4,41 4,41
So Benedito 2,5 2,6 2,72 2,82 4,49 4,49
VESPASIANO 1,47 1,04 1,6 1,09 4,46 4,34
So Jos da Lapa 0,19 0,18 0,2 0,19 4,46 4,49
Vespasiano 1,28 0,86 1,4 0,9 4,46 4,31
41
38
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
140
120
100
80
60
40
20
0
NOVA LIMA
MATEUS LEME
RIO ACIMA
SABAR
CAET
CONTAGEM
ESMERALDAS
VESPASIANO
IGARAP
BETIM
JUATUBA
SANTA LUZIA
BRUMADINHO
PEDRO LEOPOLDO
RAPOSOS
BELO HORIZONTE
SO JOS DA LAPA
LAGOA SANTA
M UNICIPIOS EM 1 9 9 3
Grfico 3.4 - ndice da renda mdia dos chefes em 1991 (base - RMBH = 100).
39
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
aterros municipais, dos quais a maioria dos rsticas urbanas, como Contagem e Sabar (no
municpios metropolitanos carece). As reas primeiro, o atendimento rural por esgoto ou fossa
rurais apresentam valores relativos de sptica praticamente nulo). Os domiclios
atendimento variados, devendo merecer maior carentes em cada tipo de infra-estrutura so
ateno os municpios onde elas tm caracte- apresentados no quadro 3.13.
41
40
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
O clculo do montante de domiclios carentes de Betim, Contagem, Ibirit, Ribeiro das Neves
na capital, segundo o tipo de infra-estrutura de e Santa Luzia concentram a maior parte da
saneamento bsico necessria indica carncia, alguns deles so preocupantes por
claramente que o principal problema o causa da tendncia acelerada de crescimento
esgotamento sanitrio, pois 65.396 domiclios populacional. No entanto, a capital que mais
urbanos no possuam uma soluo adequada contribui para a carncia metropolitana em
em 1991. Mesmo em termos de gua, existem termos absolutos.
10 mil famlias urbanas com carncia, e 36 mil
com disposio inadequada de lixo. O mesmo Os indicadores metropolitanos, com base em
padro se repete no restante da RMBH, com informaes do Censo Demogrfico de 1991,
maior gravidade: cerca de 120 mil domiclios deixam claro que a APA de Lagoa Santa
urbanos apresentam problemas de encontra-se na trajetria de expanso urbana
esgotamento sanitrio, 21 mil carecem de gua em seu vetor norte, ou seja, corre o risco de
e 42 mil no tm disposio minimamente sofrer presso demogrfica significativa que j
adequada do lixo domiciliar. Em termos de atinge os municpios limtrofes ao sul,
montante numrico, sem dvida, os municpios Vespasiano, Santa Luzia e Ribeiro das Neves.
DOMICILIOS EM AGLOMERADOS
MUNICIPIOS SUBNORMAIS
URBANO RURAL
Sede Distritos
Belo Horizonte 50460 12428 10
Betim 7147 - 16
Brumadinho - - -
Caet 17 16 -
Contagem 7210 6569 1138
Esmeraldas - - 2
Ibirit 410 1368 1
Igarap - - -
Juatuba - - -
Lagoa Santa 14 25 -
Mateus Leme - - -
Nova Lima - - -
Pedro Leopoldo 73 1 4
Raposos 1 - -
Ribeiro das Neves 193 1723 191
Rio Acima - - 5
Sabar 1624 67 23
Santa Luzia 417 1263 217
So Jos da Lapa 3 - -
Vespasiano 194 - 524
Fonte: Dados Bsicos: IBGE, Censo Demogrfico de Minas Gerais, 1991-Arquivo de Setores
Censitrios.
Fonte: Dados Bsicos: IBGE, Censo Demogrfico de Minas Gerais, 1991-Arquivo de Setores Censitrios.
Quadro 3.10 - Favelas na regio metropolitana de Belo Horizonte - municpios da RMBH com favelas - 1991.
41
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Essa expanso populacional em direo ao na RMBH segundo os dados de 1991. Se, por
municpio de Sete Lagoas, com cenrio um lado, isso demonstra que o problema no
previsvel de conurbao futura com a RMBH, particular nem caracterstico da rea
encontra-se associada ao incremento de diretamente afetada da APA, por outro indica que
assentamentos em favelas, ou pelo menos, com o comprometimento dos recursos hdricos
padro de baixa renda. apresenta um quadro espacial bem mais amplo
e de equacionamento mais complexo do que o
Outro comprometimento importante o dos recursos locais. H, sem dvida, a
problema generalizado de esgotamento sanitrio necessidade de recursos financeiros estaduais,
Fonte: Dados Bsicos: IBGE, Censo Demogrfico de Minas Gerais, 1991- Sntese Municipal e Arquivo de Setores
Censitrios.
Quadro 3.11 - Domiclios com saneamento bsico adequado - municpios da regio metropolitana de
Belo Horizonte - 1991.
DOMICILIOS LIGADOS REDE GERAL DE ESGOTO LIXO ADEQUADO
MUNICIPIOS REDE GERAL DE GUA OU FOSSA SPTICA
Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural
Sede Distritos Sede Distritos Sede Distritos
Belo Horizonte 98,18 97,24 78,05 89,51 77,65 45,96 94,22 87,68 54,31
Betim 91,17 - 26,03 35,49 - 19,36 81,39 - 91,69
Brumadinho 99,55 35,38 26,87 86,10 1,83 19,34 89,44 77,55 80,05
Caet 98,69 97,31 34,01 90,67 70,70 26,67 84,71 68,55 67,80
Contagem 94,39 99,06 76,12 38,60 87,25 0,59 88,01 92,55 87,36
Esmeraldas 99,57 0,00 6,17 88,14 1,50 17,35 92,70 93,00 75,69
Ibirit 86,42 76,53 5,57 13,51 9,20 0,59 75,36 73,69 78,89
Igarap 79,42 66,51 12,23 62,66 36,28 5,04 86,47 84,55 79,57
Juatuba 83,16 - 54,51 43,98 - 29,75 75,84 - 76,85
Lagoa Santa 86,42 80,59 43,18 58,07 18,49- 0,91 90,04 90,34 71,59
Mateus Leme 68,70 93,89 29,63 60,73 64,56 8,51 87,36 90,36 79,31
Nova Lima 92,30 - 57,73 87,85 - 55,98 94,13 - 92,98
Pedro Leopoldo 96,37 93,87 68,25 71,78 31,65 64,37 89,07 81,49 83,22
Raposos 97,21 - 8,48 95,95 - 9,09 85,91 - 35,76
Ribeiro das Neves 86,99 94,20 29,38 23,43 61,35 5,61 70,72 75,32 61,47
Rio Acima 99,43 - 37,88 84,50 - 45,15 86,14 - 71,52
Sabar 92,76 95,89 37,98 76,37 79,25 29,20 85,33 84,58 73,71
Santa Luzia 92,38 93,10 27,30 73,78 61,60 6,35 84,08 82,31 6,86
So Jos da Lapa 89,08 - 25,15 39,96 - 12,27 91,85 - 66,87
Vespasiano 94,58 - 69,09 60,81 - 46,00 90,90 - 83,65
Fonte: Dados Bsicos: IBGE, Censo Demogrfico de Minas Gerais, 1991- Sintese Municipal e Arquivo de Setores
Censitrios.
Quadro 3.12 - Indicadores sobre atendimento com saneamento bsico adequado (%)
Municpios da regio metropoilitana de Belo Horizonte - 1991.
41
42
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Quadro 3.13 - Domiclios carentes quanto ao atendimento com saneamento bsico adequado - municpios
da regio metropolitana de Belo Horizonte - 1991.
43
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
41
44
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
situadas na APA foram manifestadas apenas APA pode vir a representar um obstculo para
pela SOEICOM - expanso da produo em a concretizao desses planos.
3.000 t/dia ou 970.000 t /ano, quase duplicando Deve-se ressaltar que, atualmente, a estratgia
sua capacidade atual, prevista para 1995-1997, de expanso dos grupos empresariais ligados ao
que no se concretizou at o momento, e pela cimento parece concentrar-se mais na compra
Cau, em Pedro Leopoldo, com a construo de unidades produtivas j em funcio-namento do
de outro forno, apto a incrementar a produo que em expanso de capacidade instalada.
em 2.600 t/dia, porm apenas aps o ano 2000. Exemplo disso a recente aquisio da fbrica
Portanto, apenas a primeira parece ser um Matsulfur, em Montes Claros, pela Cimento Mau,
agente de provvel impacto mais imediato em que possui unidade em Mato-zinhos, conforme
futuro prximo. Sem dvida, a implantao da informaes fornecidas pelo INDI.
Quadro 3.14 - Principais fbricas de cimento em Minas Gerais e sua produo em 1991.
45
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
41
46
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
PIV
PIV
HOTEL FAZENDA
PIV JAGUARA
PIV
2
QUINTAS DA
EIMCAL FAZENDINHA
Aeroporto
6
Indstrias de Cimento
CIMENTO CAU
DE CONFINS CIDADE DE
LAGOA SANTA
Piv de Irrigao
7
reas Urbanizadas
SOEICOM
CIDADE DE
VESPASIANO
Mapa 4.1 - Zoneamento scio-econmico com a definio de suas reas segundo as principais tendncias de
ocupao e pontos de destaque que dentro da APa Carste de Lagoa Santa - 1991.
a maior e abrange o setor censitrio rural 17 Fazendinha, condomnio mais antigo de stios
em Matozinhos, o setor rural 2 no distrito de de fim-de-semana (ver fotos 4.6 e 4.7). No h
Mocambeiro e o setor rural 5 (povoado de So ainda uma invaso ostensiva de loteamentos
Bento, situado no limite norte da APA) em com este fim, embora a tendncia de ocupao
Funilndia. Possui baixa densidade de rural deva ser nesta direo, quando se esgotar
ocupao, uma vez que os estabelecimentos a alternativa Lagoa Santa. Embora existam
agropecurios so maiores, com padro mineraes mais prximas a Pedro Leopoldo,
tecnolgico bom, utilizando inclusive tratores e perto de Mocambeiro e nas imediaes de
colheitadeiras, dedicando-se ao plantio de milho Matozinhos, essa no parece ser uma
e pecuria basicamente (em uma fazenda, caracterstica marcante da regio, que possui
existe at inseminao artificial no gado e um vasto potencial para a explorao turstica,
trabalho com embries). Algumas fazendas em grutas, recursos naturais relativamente
possuem reas de preservao. H 4 pivs de preservados e de patrimnio histrico, este
irrigao, que puxam principalmente do Riacho ltimo principalmente a leste. Ou seja, poder-
do Gordura, o maior deles para 90 hectares, no se-ia at redefinir uma nova subrea a leste, com
sentido centro-norte da subrea. A leste, uma vocao turstica mais acentuada,
encontra-se o Hotel Fazenda Jaguara, na regio associada Quinta do Sumidouro, no distrito
de mesmo nome, e a oeste as Quintas da de Fidalgo, para o que no se tem elementos
47
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
adequados no mbito deste trabalho setorial, legislao estadual desde 1980. Abrange os
mas que pode ser gerada no Zoneamento setores 1, 2 e 5 do distrito de Lapinha em Lagoa
Global, com o cruzamento de informaes mais Santa, e os setores especiais 2 e 3 do distrito
detalhadas provenientes dos estudos setoriais de Fidalgo em Pedro Leopoldo. No parece
especficos e com levantamentos de campo. O haver conscincia da populao local nem dos
zoneamento scio-econmico, por ter dirigentes municipais de que esta unidade um
principalmente uma perspectiva referencial de Parque, pois no h referncia explicita a esse
ordem macrorregional, padece de falta de fato. A prpria Prefeitura de Pedro Leopoldo fez
informaes secundrias detalhadas suficientes um dique dentro da Lagoa do Sumidouro como
para permitir maior desagregao de reas forma de soluo para o grande volume de
homogneas em uso econmico dos recursos rejeitos do beneficiamento de ardsia existente
naturais em curso e uso alternativo dos em Fidalgo, objeto de ao por parte da
potenciais de uma regio deste porte. Promotoria de Defesa do Meio Ambiente (ver
fotos 4.14 e 4.15).
Foram mencionadas por informantes locais
algumas exploraes espordicas de Quanto Gruta da Lapinha, h a explorao do
mineradoras (ardsia e seixos) nas margens do seu potencial turstico pela Prefeitura de Lagoa
Rio das Velhas, porm sem grande expresso. Santa, com um fluxo razovel de visitantes nos
fins-de-semana, e a presena de um pequeno
SUBREA 3- Zona com predominncia de museu arqueolgico particular desde 1972 (ver
atividades clandestinas de extrao de ardsia, fotos 4.16, 4.17 e 4.18). Porm, est havendo
de pequeno porte, e alguma presena de o avano do processo de urbanizao em sua
minerao de grande porte. direo, ao qual se deve ficar atento.
Abrange os setores 1 e 4 do distrito de Fidalgo,
o primeiro urbano, onde se localizam as SUBREA 5 - Zona de transio entre a
serrarias de beneficiamento da pedra Lagoa expanso urbana de Lagoa Santa e o aeroporto
Santa, no entorno da Lagoa do Sumidouro (ver internacional de Confins
fotos 4.8, 4.9, 4.10 e 4.11), e o segundo rural,
englobando o espao entre Fidalgo e Pedro Hoje o processo de ocupao desta subrea
Leopoldo a oeste (ver fotos 4.12 e 4.13) e a nitidamente rural, apresentando estabele-
Quinta do Sumidouro a leste, onde ocorrem as cimentos agropecurios maiores que se
mineraes clandestinas sobre as quais no dedicam fruticultura e pecuria. constituida
se tem informaes exatas, nem na Prefeitura. pelos setores censitrios 24 de Lagoa Santa e
uma regio com grande potencial turstico, pelo setor 4 do distrito de Lapinha. H forte
tanto histrico quanto em presena de grutas, possibilidade de que parte desses
ainda no explorados comercialmente. Na estabelecimentos j estejam em processo de
Quinta do Sumidouro, est a Casa Ferno Dias, desapropriao para a futura expanso do
implantada pela FEAM em 1994 com o intuito Aeroporto, ainda com prazo indeterminado,
de constituir um centro de referncia cultural e porm prevista em seu Plano Diretor e no seu
ambiental criada pela Deliberao COPAM no Decreto de criao (dos 15km2 atualmente
017/94, de 3 de maro de 1994. O seu utilizados se chegaria aos 24km2 previstos, ou
gerenciamento est a cargo da Diretoria de seja, possivelmente o polgono de 2,5 km por 6
Pesquisa e Desenvolvimento Ambiental da km teria sua largura ampliada em mais 1,5 km
FEAM, sob a responsabilidade da Diviso de em direo a Lagoa Santa). A indeterminao
Educao Ambiental. Tem por objetivo promover de quando se concretizaro as obras deve-se
a preservao do patrimnio cultural, histrico ao carter ainda recente da viabilidade
e ambiental da regio da Quinta do Sumidouro, econmica do Aeroporto, que somente deixou
atravs do instrumental pedaggico estruturado de ser deficitrio a partir de 1993-1994. Por
em um Centro de Educao Ambiental. enquanto, a capacidade instalada est
suportando bem o movimento, porm pode ser
SUBREA 4- Parque do Sumidouro - Lagoa do que o seu esgotamento ocorra mais cedo do
Sumidouro e Gruta da Lapinha que hoje imaginado, em funo dos rumos
que possam tomar a economia mineira e at a
Merece um tratamento particular por ser uma nacional. O Aeroporto faz desembarao
unidade de conservao j definida por aduaneiro at de carga martima que vem
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48
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
diretamente para c em caminhes, com possibilitadas pelo Aeroporto. Com uma sede
participao relevante da FIAT Automveis municipal de pequeno porte, carente de infra-
nessa demanda. Embora haja uma certa estrutura de saneamento bsico mnima e de uma
tendncia de expanso de condomnios de lazer base administrativa municipal adequada ao
no espao de transio, sem dvida, o seu uso carter recente de sua ascenso categoria de
futuro ser comandado pelo processo de municpio, vai requerer uma certa tutela por parte
expanso do Aeroporto. do pessoal tcnico do Aeroporto para conseguir
administrar seus problemas ambientais (ver
SUBREA 6 - Corredor de conurbao Leste - fotos 4.23, 4.24, 4.25, 4.26, 4.27, 4.28, 4.29
Lagoa Santa/Vespasiano - com impedimento de e 4.30). Os problemas relacionados diretamente
expanso industrial e mineratria de grande ao Aeroporto esto sendo administrados sob o
porte. olhar atento da FEAM, porm a preocupao
maior a extrao de areia no Ribeiro da Mata,
Est no vetor norte de expanso urbana da que a despeito da atuao da Promotoria de
Regio Metropolitana de Belo Horizonte, com Defesa do Meio Ambiente em Pedro Leopoldo,
possibilidades srias de extravazamento de continua em franca operao (ver fotos 4.31,
favelas existentes hoje em Vespasiano e Santa 4.32 e 4.33). O municpio de Confins no ter
Luzia. Em Lagoa Santa, existe uma legislao to cedo capacidade de controle, fiscalizao e
municipal impeditiva para o estabelecimento de coero dessa atividade predatria. Deve-se
novas atividades prejudiciais ao meio ambiente acrescentar que no h CODEMA implantado
e uma preocupao ambiental com a qualidade no municpio e o de Lagoa Santa, com a
de vida dos demais municpios. H uma desculpa da emancipao de Confins, no tem
conscincia maior do potencial turstico e um atuado em passado recente.
perfil de ocupao do solo agropecurio
fortemente orientado para a constituio de Outro problema srio que vai sofrer
condomnios de lazer e stios de fim-de- agravamento em 1997 a questo do destino
semana, mas j se fazem sentir sinais dessa do lixo urbano de Confins, hoje ainda
tenso da expanso metropolitana latente, com encaminhado ao Lixo de Lagoa Santa. Deve-
movimentos de invaso de terras de se ressaltar que o Aeroporto possui usina de
proprietrios ausentes, na parcela do municpio incinerao de lixo, bem como estao de
fora dos limites da APA. O padro de ocupao tratamento de esgotos de sua gerao, podendo
de baixa renda o que predomina em direo representar uma soluo.
ao municpio de Vespasiano, embora no
chegue a caracterizar favelas. Foram Os indicadores bsicos sobre a populao
considerados todos os setores censitrios estimada em cada subrea em 1991 e o nvel
dentro do permetro urbano de Lagoa Santa, de atendimento em saneamento bsico no
complementados pelo setor rural 23 e pelo setor mesmo ano figuram no Quadro 4.1.
urbano 3 do distrito de Lapinha, correspondendo
a Campinho de Baixo, por margearem a MG- O exame do Quadro 4.1 permite reiterar pontos
010. Essa rodovia vem fornecendo o suporte principais da anlise desenvolvida:
virio para o processo de conurbao, porm
deve-se ressaltar que este vetor no 1. A concentrao populacional dentro da APA
fortalecido pela presena de um plo urbano ocorre nos corredores de conurbao que a
expressivo prximo ao norte de Lagoa Santa, esto contornando e pressionando a leste e
ou seja, esta subrea apresenta tendncia de a oeste;
crescimento menos acentuada do que a
que caracteriza a SUBREA 1 (ver fotos 4.19 2. Os indicadores de saneamento bsico so
4.20, 4.21 e 4.22). mais preocupantes a oeste, tanto pela
tendncia mais acelerada de crescimento
SUBREA 7 - rea sob influncia direta e
quanto pelo fato de que em Lagoa Santa h
monitoramento ambiental parcial por parte do
maior incidncia de fossas spticas;
aeroporto Tancredo Neves - Aeroporto
Internacional de Confins.
3. O segmento sul da APA, representado pelo
Corresponde ao municpio de Confins, uma vez municpio de Confins (subrea 7), no tem
que s possui perspectivas econmicas participao desprezvel no conjunto e
49
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
merece ateno devido aos piores Cabe salientar que importante definir uma rea
indicadores de saneamento bsico nas de influncia indireta da APA que abranja, no
subreas 1 e 6, as mais urbanizadas; mnimo, o territrio restante dos municpios
afetados e os municpios limtrofes a oeste e ao
4. As subreas 2, 3, 4 e 5 apresentam baixa sul, principalmente os que se situam na Bacia
densidade populacional e seus indicadores de drenagem do Ribeiro da Mata, pois h
de baixo atendimento por saneamento bsico srios comprometimentos a montante. Sem
adequado so menos preocupantes; dvida, o Rio das Velhas tambm um problema
srio, mas como existem aes agressivas a
jusante, envolvendo o prprio esgoto domstico
5. O indicador rendimento mensal do chefe do de Belo Horizonte, com soluo a meio
domiclio em salrios-mnimos, embora no caminho, e que no existem comprometimentos
represente plenamente a renda familiar e, por maiores decorrente de agentes dentro da prpria
isso, no foi includo no quadro em questo, APA, pode-se dizer que o Rio das Velhas deve
mostra a situao relativa de cada subrea ficar em um plano secundrio de ateno,
em termos comparativos. Nas reas mais devendo-se priorizar o Ribeiro da Mata.
urbanizadas, merece destaque a parcela de
Pedro Leopoldo, nitidamente de ocupao de Finalmente, alguns pontos da anlise scio-
baixa renda, uma vez que as rendas mdias econmica devem ser considerados para
dos chefes calculadas para os setores elaborao das diretrizes para a gesto dos
censitrios situaram-se predo-minantemente recursos naturais da APA:
no intervalo entre 1,5 e 2 salrios - mnimos,
com exceo do setor 14, com valor de 4,32 1. As atividades de grande porte atuantes na
salrios-mnimos; em Matozinhos, os valores regio tm destaque estadual e nacional,
nos setores urbanos oscilaram entre 2,5 e portanto, pode ser extremamente
3,5 salrios-mnimos; em Lagoa Santa, interessante t-las como parceiras na busca
dentro do permetro urbano, mais prximo ao de solues de problemas e na maturao
centro encontraram-se valores mdios de 3 de potenciais regionais (como o turismo),
uma vez que elas tm nome e poder de
a quase 6 salrios-mnimos, ao passo que
barganha para a captao de recursos
em direo a Vespasiano, ao sul, a renda
pblicos e privados, nacionais e
mdia dos chefes comea a declinar
internacionais, para serem investidos de
visivelmente, chegando a atingir no setor 23,
forma ambientalmente adequada na regio;
limtrofe a Vespasiano, o baixo valor de
apenas 0,5 salrio-mnimo. Os setores 2. A apropriao do espao por essas
censitrios pertencentes s demais empresas, embora j tenha acarretado
subreas possuem valores oscilando entre danos ambientais localizados e perdas
1 a 2 salrios-mnimos, o que no surpreende irreparveis, tem atuado como um obstculo
por causa da vida rural. Esse indicador ao crescimento urbano desordenado
corrobora plenamente as informaes caracterstico da periferia metropolitana; ou
qualitativas obtidas com informantes locais. seja, fornece a oportunidade para planejar a
41
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Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
5 - BIBLIOGRAFIA
BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS - BDMG. Diagnstico e perspectivas: junho
de 1989. Belo Horizonte: BDMG, 1989. V.I, II e IV.
CENTRAIS ELTRICAS DE MINAS GERAIS - CEMIG. Ortofotos - escala: 1:10.000. Belo Horizonte:
CEMIG, 1989. [Correspondentes rea em foco].
FUNDAO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - FEAM. Proposta para atuar em educao ambiental
no Centro de Referncia Patrimonial Casa Ferno Dias - Quinta do Sumidouro, municpio de
Pedro Leopoldo - MG. s.n.t. [Mimeografado].
_____. Plano diretor para o Centro de Referncia Patrimonial Casa Ferno Dias. s.n.t. [Mimeografado].
_____. Censo demogrfico: estimativas da populao municipal em 01 de julho, 1992, 1993 e 1994.
[Mimiografado].
_____. Mapas da base operacional com o desenho dos setores censitrios. Funilndia, Lagoa Santa,
Pedro Leopoldo e Matozinhos. s.n.t.. [Inclui Confins].
_____. Relatrio do banco de dados municipais: Vespasiano, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo,
Matozinhos, Funilndia, Prudente de Morais. s.n.t.
41
52
ANEXO I
Documentao Fotogrfica
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
Foto 4.1 - Fbrica da Cau em Pedro Leopoldo -Vista da Foto 4.2 - Fbrica da Calmit em Matozinhos, nos limites
portaria por onde ocorre a entrada e sada contnuas de da APA, nas margens da MG-424, na sada em direo a
caminhes com matria-prima. Sete Lagoas.
Foto 4.5 - Vista do Condomnio Quintas da Fazendinha, Foto 4.6 - Vista do Condomnio Quintas da Fazendinha,
em Matozinhos. em Matozinhos.Tem-se ao fundo a MG-424, e direita a
EIMCAL, da Usiminas, em territrio do municpio de
Prudente de Morais.
II
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
Fotos 4.11 e 4.12 - Minerao de grande porte na estrada que vai para
Fidalgo, distrito de Pedro Leopoldo.
III
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
IV
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
V
Levantamento Scio-Econmico CPRM Servio Geolgico do Brasil
VI
Zoneamento Ambiental da Apa Carste de Lagoa Santa
VII
CPRM
Servio Geolgico do Brasil Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos
e da Amaznia Legal
ZONEAMENTO AMBIENTAL
CPRM
Servio Geolgico do Brasil
ZONEAMENTO AMBIENTAL
Ministro do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos e da Amaznia Legal Edio
Gustavo Krause Gonalves Sobrinho
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
Diretoria de Incentivo Pesquisa e Divulgao
Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Departamento de Divulgao Tcnico-Cientfica e Educao Ambiental
Renovveis
Diviso de Divulgao Tcnico-Cientfica
Eduardo Martins
SAIN - Av. L4 Norte, s.n, Edifcio Sede. CEP 70800-200, Braslia, DF.
Telefones: (061) 316-1191 e 316-1222
Diretor de Ecossistemas
FAX: (061) 226-5588
Ricardo Jos Soavinski
ZONEAMENTO AMBIENTAL
CPRM
Servio Geolgico do Brasil
IBAMA Edio e Reviso
Moacir Bueno Arruda Valdiva de Oliveira
Coordenador de Conservao de Ecossistemas Ruth La Nagem
Jader Pinto de Campos Figueiredo Foto da Capa: Lapa Vermelha I, Pedro Leopoldo - MG.
Superintendente do IBAMA em Minas Gerais zio Rubbioli
Ivson Rodrigues
Chefe da APA Carste de Lagoa Santa
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA no cumprimento da sua misso
institucional de executar a Poltica Nacional de Meio Ambiente, tem como um dos seus principais objetivos: criar, implantar
e realizar a gesto de reas protegidas, identificadas como amostras representativas dos ecossistemas brasileiros.
A Diretoria de Ecossistemas do IBAMA tem sob sua responsabilidade a gesto do Sistema Nacional de Unidades de
Conservao, constitudo, principalmente, pelas categorias de Parques Nacionais, Estaes Ecolgicas, Reservas Biolgicas,
reas de Proteo Ambiental e Reservas Particulares do Patrimnio Natural.
O presente trabalho trata do zoneamento ambiental da rea de Proteo Ambiental do Carste de Lagoa Santa que se
reveste da maior importncia do ponto de vista da conservao da natureza, pois foi criada com o objetivo de proteger o rico
patrimnio espeleolgico localizado nesta regio, que contm significativos registros arqueolgicos e paleontolgicos. A APA
de Lagoa Santa tambm se constitui num importante cinturo verde para essa rea de to intensa urbanizao de Belo
Horizonte.
O IBAMA tem como estratgia o estabelecimento de parcerias, em todos os nveis, na busca da efetividade de gesto
ambiental, especialmente para as unidades de conservao. Foi neste sentido que o IBAMA convidou a CPRM - Companhia
de Pesquisa de Recursos Minerais - para unir esforos na elaborao do zoneamento ambiental da APA do Carste de Lagoa
Santa.
O convnio celebrado atribuiu CPRM a difcil, porm essencial, misso de elaborar o zoneamento ambiental numa unidade
onde o desafio de conservar a natureza muito intenso, em face da antropizao por vrias formas de explorao dos
recursos naturais. Entretanto, esta tarefa foi brilhantemente cumprida pela CPRM, com o apoio e participao de todos os
segmentos sociais concernentes unidade de conservao.
Assim sendo, o IBAMA, ao aprovar o presente zoneamento ambiental e sua respectiva instruo normativa, vem, juntamente
com a CPRM, disponibiliz-lo sociedade, atravs da presente publicao, para que se tenha acesso ao conhecimento
produzido e se possa colaborar para a gesto dessa importante rea de Proteo Ambiental Federal.
1. INTRODUO
A APA Carste de Lagoa Santa foi criada pelo Governo Federal em 25 de O conjunto de informaes que geraram o zoneamento objeto de relatrios
janeiro de 1990, atravs do Decreto 98.881, editado com base nas Leis temticos a serem editados posteriormente pelo IBAMA, o que vale dizer
6.902 de 27 de abril de 1981, 6.938 de 31 de agosto de 1981 e na Resoluo/ que o relatrio apresentado, incluindo o mapa de zoneamento, no contempla
CONAMA/n 10 de 14 de dezembro de 1988. o amplo universo de dados que foram coletados e organizados no
levantamento dos temas. Vale esclarecer que a escala 1:50 000, adotada
Assim diz o Art. 1: no zoneamento, constitui um fator limitante quanto apresentao de
Sob a denominao de APA - Carste de Lagoa Santa, fica declarada rea informaes pertinentes a escalas de detalhe, cabendo gesto a exigncia
da realizao desse detalhamento, cujo grau variar de acordo com o tipo
de Proteo Ambiental a regio situada nos municpios de Lagoa Santa,
de ocupao analisado.
Pedro Leopoldo, Matozinhos e Funilndia no Estado de Minas Gerais, com
as delimitaes geogrficas constantes do artigo 3 deste Decreto.
A abordagem metodolgica para o zoneamento pretendeu, alm de atender
No art. 2 fica textualmente definido o objetivo principal de criao da APA: s leis ambientais, construir uma viso de futuro para APA no que tange aos
seus processos e s tendncias scio-econmicas vigentes. O produto
A declarao de que trata o artigo anterior, alm de garantir a conservao final de carter orgnico, portanto dinmico, abandonando as idias de
do conjunto paisagstico e da cultura regional, tem por objetivo proteger e zoneamentos estticos - papel assumido pelos temas isolados - cuja principal
preservar as cavernas e demais formaes crsticas, stios arqueo- tnica visualisar a APA como meio de consolidar um padro desejvel de
paleontolgicos, a cobertura vegetal e a fauna silvestre, cuja preservao desenvolvimento ambiental, em que homem e meio ambiente fazem parte
de fundamental importncia para o ecossistema da regio. de um mesmo conjunto, substituindo a viso antropocntrica pela viso
biocntrica.
Pautados nesse propsito, o IBAMA e a CPRM-Servio Geolgico do Brasil
assinaram convnio para a execuo do Zoneamento Ambiental da APA. A fragilidade ambiental dessa APA, por constituir-se de terrenos crsticos,
Por sua vez, a CPRM assinou convnios com a Fundao BIODIVERSITAS, motivo suficiente para chamar a ateno de todos os segmentos
com o Museu de Histria Natural/UFMG (via FUNDEP) e com o CETEC, envolvidos direta ou indiretamente, no sentido de procurar dividir
alm de contratos de consultoria, visando complementar o conjunto dos responsabilidades quanto ao seu uso racional, considerando-se ainda os
levantamentos temticos (ver Captulo 3) necessrios elaborao do aspectos relevantes inerentes sua natureza bitica, cultural-paisagstica,
zoneamento ora apresentado. bem como suas tendncias scio-econmicas.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Subsdios: Informaes referentes ao substrato rochoso, estratigrafia, Levantamentos desenvolvidos: Caracterizao hidrolgica regional,
estrutural e recursos minerais, constituindo o embasamento dos disponibilidade hdrica, uso e qualidade das guas superficiais.
levantamentos pedolgicos, geomorfolgicos, hidrogeolgicos e geotcnicos.
Subsdios: Critrios de consumo para o abastecimento pblico e industrial
Gerao de dados para subsidiar o zoneamento ambiental.
e de compatibilidade quanto instalao de empreendimentos. Definio
3.2 - Geomorfologia de conflitos de uso e restries relativas aos fatores de poluio.
Informaes bsicas para o estudo hidrogeolgico e gerao de dados para
Levantamentos desenvolvidos: Cartografia na escala 1:50 000 referente o estabelecimento de diretrizes e delimitao das unidades ambientais.
s grandes unidades geomorfolgicas. Delimitao cartogrfica e
compartimentao das principais feies do relevo crstico e no-crstico. 3.6 - Hidrogeologia
Subsdios: Informaes bsicas para os levantamentos hidrogeolgicos, Levantamentos desenvolvidos: Levantamento hidrogeolgico em escala
pedolgicos e geotcnicos. Definio de conjuntos paisagsticos e gerao 1:50 000. Uso e qualidade das guas subterrneas. Estudo dos aqferos e
de elementos de apoio para diretrizes e delimitao das zonas ambientais. anlise de suas potencialidades e vulnerabilidade.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
importante ressaltar que os elementos jurdico-institucionais so uma proteo ou de conservao, atribuda ao padro ou situao identificada.
categoria de dados considerados nas anlises, fornecendo o embasamento Tal procedimento contribui, com objetividade, para a definio de grupos
tcnico-jurdico para a consistncia das propostas normativas relativas ao temticos que sero objeto das anlises integradas, etapa que antecede a
zoneamento ambiental. definio do cenrio de zoneamento.
Cabe registrar que a equipe responsvel pelo desenvolvimento de cada tema Os subsdios e diretrizes preliminares, que podem ser inferidos (Captulo
estabelece, na concluso de suas anlises, uma gradao de nveis de 3), foram de grande valia para os primeiros esboos das zonas ambientais.
6
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
4.3 - Anlises Integradas Estabelecer medidas de proteo ou de conservao das reas, cuja
ocupao inadequada altera a produo e a qualidade das guas, afetando
A segunda etapa de trabalho foi desenvolvida atravs de anlises integradas, o equilbrio hidrolgico das bacias fluviais e dos aqferos subterrneos.
em que so agrupados os temas originais. A avaliao isolada dos contedos
e subsdios, gerados pelas anlises de cada tema, sugere a composio Estabelecer medidas rigorosas de proteo s reas de recarga do aqfero
de trs focos de estudo: regional situadas na APA.
- O meio fsico;
4.4.2 - Do Meio Bitico, Cultural e Paisagstico
- O meio bitico, cultural e paisagstico;
- Os processos e tendncias atuais da scio-economia e seu A delimitao de zonas ambientais e a articulao entre elas devero
rebatimento espacial. resultar em um conjunto harmnico, onde os processos ambientais,
culturais, sociais e econmicos se completem e se otimizem.
Os fluxos de integrao dos elementos ambientais e seus fatores esto
apresentados na Figura 2. As grandes unidades geomorfolgicas representam contextos fsico-
biticos dinmicos, que expressam as condies de derivao ambiental
Com o produto da interpretao dos dados, resultantes dos blocos de presentes e constituem diretrizes espaciais, em alguns casos, para
anlises integradas, configuram-se os CONDICIONANTES, que passam a definio de zonas.
orientar o cenrio de desenvolvimento ambiental desejvel para a APA. Tal
resultado constitui o insumo tcnico fundamental ao delineamento do Sero definidos ao norte, a sudeste e a centro-leste da APA, ncleos de
zoneamento ambiental. desenvolvimento e manuteno da biodiversidade, territrios de vida
silvestre, em cujo entorno as atividades sociais e econmicas devero se
4.4 - Condicionantes do Cenrio de Desenvolvimento Ambiental desenvolver, sob condies de baixo impacto ambiental.
7
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Rebatimento Espacial
Uso do Solo, Estudos Demogrficos,
dos Processos e Normas de uso e ocupao do
Aspectos Urbansticos,
Tendncias solo e de utilizao de
Tendncias Econmicas e Sociais,
Scio-econmicas Recursos Naturais
Aspectos Poltcos e Institucionais
ELEMENTO BALIZADOR
Anteprojeto de regulamentao
do Decreto da Apa Carste de
Lagoa Santa
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
4.4.3 - Dos Processos e Tendncias Atuais da Scio-economia e conservao do ambiente crstico. As iniciativas existentes que j
seu Rebatimento Espacial incorporam tecnologias intensivas devem ser objeto de incentivo, com
controle de seus impactos ambientais.
Os vetores de expanso norte da Regio Metropolitana de Belo Horizonte,
configurados pelos eixos urbano-industriais que se estendem junto aos As atividades minerrias de grande porte, envolvendo extrao e
limites leste e, em especial, a oeste do territrio da APA, devem ser objeto beneficiamento, respeitadas as condies de ocorrncia do bem mineral,
de disciplinamento quanto s suas condies de expanso e formas de devero atender aos seguintes pressupostos:
assentamento urbano, devido grande vulnerabilidade hidrogeolgica e
dos solos. Limites de expanso dentro de territrios j consagrados, em funo
de atividades j existentes;
A regio configurada pelo Aeroporto Internacional Tancredo Neves, vale
do ribeiro da Mata, nucleaes urbanas ligadas ao vetor norte
Conservao e proteo de partes mais substantivas do territrio
metropolitano, e pela presena de significativos exemplares da biota local,
ambiental implicam reduo das expectativas, quanto ao
deve ser otimizada por seus atributos ambientais, vantagens locacionais
aproveitamento do potencial existente;
e presena de equipamentos de porte metropolitano.
As atividades agro-silvo-pastoris devem ter suas caractersticas atuais de Atividades minerrias de pequeno porte devem receber mecanismos
produo reformuladas em suas condies de manejo, baseadas no alto de controle ambiental sobre sua expanso desordenada e suporte
consumo de recursos naturais, com o objetivo de potencializar a tcnico-operacional quanto ao manejo.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
5. ZONEAMENTO AMBIENTAL reas com cobertura vegetal natural remanescentes dos ecossistemas
locais;
A construo de um Cenrio Desejvel para a conservao e a proteo Conjuntos representativos do patrimnio arqueolgico e paleotolgico,
dos recursos ambientais da APA Carste de Lagoa Santa sintetiza a busca espeleolgico e cultural.
de uma meta ideal, que tem como objetivo principal promover um processo
Zonas de Conservao: so aqueles espaos cuja funo principal o de
de desenvolvimento sustentvel, viabilizando a conjugao das limitaes,
permitir a ocupao do territrio sob condies adequadas de manejo e
potencialidades e fragilidades do ecossistema crstico com as necessidades
utilizao dos recursos e fatores ambientais.
econmicas e sociais dos municpios de Lagoa Santa, Confins, Pedro
Leopoldo, Matozinhos e Funilndia. Compreendem:
A formulao desse cenrio consubstancia-se com o Zoneamento Ambiental reas de ocupao para fins de chacreamento;
estabelecido, que se constitui em um instrumento de apoio e orientao
reas destinadas a explorao de atividades agro-silvo-pastoris;
gesto ambiental, capaz de fornecer orientaes programticas e
respectivas normas gerais para o disciplinamento do uso dos recursos reas de minerao;
ambientais e do uso e ocupao do solo no territrio da APA. Outras ocupaes antrpicas.
Nessa perspectiva, o Zoneamento Ambiental formado pelas Zonas de Em geral, os recursos e os fatores enquadrados nessas zonas esto
Proteo, Zonas de Conservao e por reas de Ocorrncia Ambiental, alterados pelo processo de uso e ocupao do solo, apresentando nveis
cujas conceituaes esto abaixo apresentadas: diferenciados de fragilidade e de conservao.
Zonas de Proteo: so espaos que tero a funo principal de proteger reas de Ocorrncia Ambiental: so reas que correspondem a situaes
os sistemas naturais existentes, cuja utilizao depender de normas de particulares dos meios fsico e bitico e que ocorrem de forma dispersa e
controle rigorosas. generalizada em quaisquer das zonas ambientais estabelecidas. Devido
s suas particularidades, requerem normalizao especfica, mais restritiva
Incluem: que o conjunto de normas comuns zona ambiental. So passveis de
Os remanescentes dos ecossistemas e paisagens pouco ou nada alterados enquadramento nessa categoria:
ou com alteraes pouco significativas;
APPs - reas de Preservao Permanente, so aquelas que possuem uma
As reas que possuam configuraes geolgicas/geomorfolgicas cobertura vegetal de preservao permanente, conforme estabelece a Lei
especiais; n 4.771 de 15 de setembro de 1965 ou outras que vierem a ser declaradas
10
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
para a mesma finalidade, entre as quais as matas e cerrados, portanto O quadro de normas e diretrizes de uso relativo a cada Zona Ambiental,
equivalentes neste zoneamento as zonas de vida silvestre. fornece sugestes para as principais caterogias de uso aqui definidas.
Os usos no relacionados sero objeto de anlise por ocasio do
AIEs - reas de Interesse Especial, so aquelas no compreendidas nas
licenciamento ambiental.
categorias definidas na letra a da Instruo Normativa, independente de
estarem protegidas por qualquer tipo de norma, federal, estadual ou Zoneamento Programa
municipal,que apresentarem como importantes na composio da Unidade
de Conservao, quer pelo carter representativo de conjunto cultural, Conceitua uma associao entre o zoneamento ambiental proposto e os
histrico ou paisagstico, quer pelo grau de fragilidade fsica e bitica que
programas estratgicos de ao que permitem a efetivao das suas
possam representar riscos que comprometam os ecossistemas locais. No
respectivas diretrizes de uso e ocupao. Define as aes de apoio que
mbito da APA Carste de Lagoa Santa, to somente para efeito do
devero estimular os processos econmico-sociais ambientalmente
zoneamento ficam estabelecidas como reas de Interesse Especial os
adequados, reorientar processos inadequados, suprir os meios e as lacunas
macios calcrios, dolinas, terrenos montanhosos e frgeis, aluvies e
de conhecimento limitantes ao desenvolvimento em moldes ambientalmente
terraos, rea tombada, stio arqueolgicos e cavernas.
sustentveis.
Normas e Diretrizes de Uso
O seu objetivo buscar as articulaes do zoneamento e das aes
Para efeito do estabelecimento de normas de uso e ocupao do solo, de controle ambiental, bem como a orientao para a transformao
aplicveis s zonas ambientais, foram definidas as categorias de das posturas e prticas ambientais vigentes, de forma a agir preventivamente
controle: na eliminao ou mitigao gradual dos conflitos de uso existentes.
Usos Permitidos - so categorias de uso e ocupao do solo, compatveis
com as funes e diretrizes da zona ambiental considerada;
5.2 - Zonas Ambientais
Usos Tolerados - so categorias de uso e ocupao do solo, j existentes
O zoneamento (Figura 3) para a APA Carste de Lagoa Santa constitudo
na APA, incompatveis com as funes e diretrizes da zona ambiental
das seguintes zonas ambientais:
considerada e sujeitas ao cumprimento de medidas quanto reduo
de sua desconformidade.;
Zonas de Conservao Ambiental
Usos Proibidos - so categorias de uso e ocupao do solo incompatveis
com as funes e diretrizes da zona ambiental considerada, Zona de Conservao do Equilbrio Ambiental Metropolitano - ZCEAM
cuja instalao ou viabilizao no ser aprovada em hiptese
alguma. Zona de Conservao e Desenvolvimento Urbano e Industrial - ZCDUI
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Zona de Conservao do Planalto das Dolinas - ZCPD Zona de Proteo do Patrimnio Cultural - ZPPC
12
CPRM
Servio Geolgico do Brasil
LEGENDA
De acordo com essa funo, destacam-se os seguintes aspectos: Implantar unidades de conservao dos remanescentes do cerrado,
a exemplo dos cerrados Promisso e da Infraero;
As reas urbanas inseridas nessa zona sediam a infra-estrutura de
servios do complexo aeroporturio de Confins; Instalar um centro de exposio, de feiras e de exibies prximo ao
aeroporto;
As diretrizes e a regulamentao objetivam potencializar a infra-estrutura
existente e direcion-la para o desenvolvimento turstico, aliando a funo Implantar um grande Centro de referncia e divulgao para
de polo de servios instalao de uma adequada infra-estrutura que apresentao e introduo dos visitantes ao territrio da APA, a fim
atenda ao aeroporto internacional e que explore as imensas potencialidades de viabilizar a divulgao do ecossistema crstico.
tursticas da regio de Lagoa Santa e do conjunto da APA.
Elementos de Enquadramento
A esses objetivos devem-se aliar a conservao dos remanescentes de
vegetao de cerrado que contornam as reas urbanizadas e o sistema
Vetor de expanso urbana/metropolitana Vespasiano/Lagoa Santa, que
aeroporturio. Esse conjunto vegetacional configura-se como um inclui os ncleos urbanos de Lagoa Santa (Bairro de Santa Helena e
importante elemento de bloqueio penetrao do crescimento urbano
Campinho de Baixo);
sobre reas de relevo acidentado e de terrenos de alta fragilidade;
Pela sua localizao entre as reas menos alteradas do ecossistema Complexo Aeroporturio Tancredo Neves e suas interfaces urbansticas
crstico e o norte da regio metropolitana, o potencial desse conjunto com o municpio de Confins;
vegetacional, em termos ambientais, extrapola os limites da APA, podendo
cumprir importante funo para o equilbrio ambiental metropolitano, Cerrados e matas de transio/cerrados sobre reas crsticas e no-
constituindo verdadeiro cinturo de reserva de biosfera, com mltiplas crsticas de relevo acidentado, apresentando vulnerabilidade aos
possibilidades de uso. processos erosivos e poluio do aqfero;
14 15
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Reserva Florestal da Infraero ( proteo ao vo ); Poluio do ribeiro da Mata, devido s reas urbanizadas e industriais
situadas a montante;
Cerrado Promisso, rea das mais representativas do cerrado sensu
stricto da APA.; Disposio inadequada de resduos slidos urbanos;
Ocupao do solo em reas de relevo acidentado, com alta propenso
O vale do ribeiro da Mata;
eroso (em especial, a expanso urbana para norte, ao longo do eixo Lagoa
reas crsticas de alta permeabilidade, caracterizadas por abrigar Santa-Campinho de Baixo, a noroeste de Confins e a norte de Vespasiano,
depresses crsticas (dolinas, uvalas); em direo APA);
Expanso desordenada de loteamentos e reas de recreio no municpio
reas no-crsticas, de relevo ondulado e com vertentes de baixa a
de Lagoa Santa, sem infra-estrutura de saneamento;
moderada declividade. Solos de boa resistncia, apresentando baixa
susceptibilidade instalao de processos erosivos e movimentao Poluio dos aqferos por efluentes de atividades urbanas, face ausncia
de massas. Desprezvel vulnerabilidade poluio do aqfero crstico. de sistemas de tratamento de esgotos domsticos, com exceo do
Sistema Aeroporturio que j possui a sua ETE e incinerador de lixo;
Critrios de Delimitao Abertura de malha viria sobre reas com alta susceptibilidade a eroso e
Limites das reas de preservao da biota remanescente, incluindo as a movimentos de massas.
reas montanhosas e as matas existentes a oeste, no vale do ribeiro da
Mata; Diretrizes de Conservao Ambiental
reas urbanas e de expanso urbana do eixo Vespasiano/Lagoa Santa/ Desenvolver o potencial turstico da regio de Lagoa Santa e Confins;
Confins;
Consolidar a regio como prestadora de servios voltados ao complexo
O vale do ribeiro da Mata. aeroporturio de Confins;
Conflitos de Uso Promover e viabilizar a implantao de um Parque Metropolitano,
Extrao de areia no ribeiro da Mata, causando assoreamento e assegurando populao a utilizao dos recursos paisagsticos do
supresso da vegetao ciliar; cerrado;
Ncleos urbanos sem infra-estrutura de saneamento, com crescimento Potencializar a presena do aeroporto internacional, equipando a regio
desordenado sobre reas de cerrado e terrenos crsticos (cidade de do entorno visando ao desenvolvimento da APA como plo ecoturstico e
Confins e Tavares); de servios.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Disciplinar a ocupao das reas de entorno das lagoas perenes ou Direcionar a poltica industrial para setores compatveis com o
temporrias, de forma a no degradar sua qualidade ambiental; desenvolvimento scio-ambiental da rea.
16 17
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
l Hotis e outros equipamentos destinados ao l Atividades de minerao existentes (em operao), regularmente l Disposio de efluentes ou de resduos
turismo de grande porte, condicionados licenciadas pelo rgo Ambiental Competente-OAC. Alm das industriais, resduos de agrotxicos ou
implantao de infra-estrutura de saneamento exigncias j contidas na licena ambiental, esses empreendimentos de fertilizantes e outros resduos
bsico; devero manter intactos stios espeleolgicos, arqueolgicos ou perigosos.
paleontolgicos que ocorrerem nas suas reas e responsabilizar-se
l Parques urbanos, dotados de infra-estrutura pela salvaguarda; tratar e dispor adequadamente seus efluentes l Expanso do permetro urbano sobre
para esportes, lazer, centros de convenes lquidos, sem que se configure alterao das guas subterrneas ou reas de alta vulnerabilidade geotcnica
e exposies, condicionados implantao de superficiais; dispor estril sem que haja interferncia sobre o sistema e poluio dos aqferos onde se
infra-estrutura de saneamento bsico; de dolinas e sumidouros; realizar estudos de impacto ambiental, nos observarem conjuntos de ocorrncias
casos de ampliao das reas licenciadas; ambientais.
l Assentamentos urbanos, residencial, comercial
e de servios ( com mdio a baixo ndice de l Utilizao de reas para disposio e tratamento de efluentes
ocupao ), observadas as condies de sanitrios, resduos slidos domsticos ou industriais;
implantao de arruamentos, obras de
drenagem e controle de eroso, compatveis l Loteamentos urbanos j instalados em reas inadequadas, desde
com as vulnerabilidades geotcnicas e que passem a ser dotados de sistemas de coleta, disposio e
hidrogeolgicas dos terrenos; tratamento de efluentes sanitrios, adequados s exigncias do
ambiente crstico, alm de obras necessrias de drenagem e
l Loteamentos e conjuntos habitacionais com conteno de taludes;
alto ndice de ocupao desde que implantados
em reas com adequao geotcnica para o l Indstrias existentes classificadas como de Classe II ou III, de acordo
assentamento urbano e infra-estrutura de com a Resoluo 001/90 do COPAM, regularmente licenciadas. Na
saneamento bsico; renovao das licenas ambientais, devero ser observadas as
exigncias relativas ao controle e disposio de efluentes e resduos
l Indstrias classificadas como de Classe I, de slidos, compatveis com o ambiente crstico.
acordo com a Resoluo 001/90 do COPAM,
observadas a compatibilidade com os
ambientes crsticos e as exigncias relativas
ao controle e disposio de efluentes e de
resduos slidos.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Titulo Discriminao
Programas de Educao Ambiental l Institucionalizao da rea Programa, compreendendo o entorno do Aeroporto Internacional, com expressivos
ncleos de vegetao natural, para a instalao de Parque Metropolitano, com funes mltiplas: equilbrio ambiental,
recreao e lazer, educao ambiental e centro de referncia e divulgao da APA Carste.
l Divulgao dos atributos ambientais do sistema crstico e do ecossistema cerrado.
l Fomento do turismo ecolgico e implantao de empreendimentos de apoio ao turismo na APA. Implantao de
parques com adequada infra-estrutura para visitao e utilizao.
Programas de Promoo e Divulgao de l Implantao de infra-estrutura de saneamento ambiental - Sistemas de Tratamento de Esgoto e Resduos Slidos
Interesse Ambiental Urbanos, fundamentais para o equacionamento dos problemas de poluio hdrica.
l Desenvolvimento de Plano Urbanstico Integrado, envolvendo as prefeituras de Lagoa Santa e Confins, organizaes
civis e/ou empresarial, rgos pblicos federais e estaduais, com o objetivo de otimizar a infra-estrutura de servios
do Complexo Aeroporturio, atravs da implementao de infra-estrutura turstica de grande porte, que propicie o
aproveitamento das potencialidades e atributos tursticos da APA Carste.
18 19
5.2.2 - Zona de Conservao e Desenvolvimento Urbano e Industrial - ZCDUI
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Controlar e reduzir a poluio do ar, decorrente das atividades das indstrias Nucleaes urbanas de Mocambeiro e da Lagoa de Santo Antnio, at os
cimenteiras, e a poluio hdrica do aqfero crstico, decorrente do limites do polje de Mocambeiro;
lanamento dos efluentes das atividades urbanas e industriais; Nucleao urbana de Matozinhos, limitada pelos remanescentes de matas
semideciduais;
Regulamentar o transporte de cargas perigosas que circulam na MG-424.
Nucleao urbana de Quintas da Fazendinha, entre a MG - 424 e o crrego
Elementos de Enquadramento Palmeira.
20 21
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Assentamentos urbanos, residencial, Atividades de minerao existentes (em operao), regularmente Disposio de efluentes ou de resduos urbanos
comercial e de servios (com mdio a licenciadas pelo OAC. Alm das exigncias j contidas na licena ou industriais, resduos de agrotxicos ou de
baixo ndice de ocupao), observadas as ambiental, estes empreendimentos devero manter intactos stios fertilizantes e outros resduos perigosos;
condies de implantao de espeleolgicos, arqueolgicos ou paleontolgicos que ocorrerem
arruamentos, obras de drenagem e nas reas de suas concesses ou nas imediaes de suas lavras Expanso de loteamentos urbanos em reas
controle de eroso, compatveis com as e responsabilizar-se por sua salvaguarda; tratar e dispor de alta vulnerabilidade geotcnica e de poluio
vulnerabilidades geotcnicas e adequadamente seus efluentes lquidos, sem que se configure dos aqferos crsticos;
hidrogeolgicas dos terrenos; alterao das guas subterrneas ou superficiais; dispor estril
e rejeitos sem que haja interferncia sobre o sistema de dolinas Expanso do permetro urbano sobre reas de
Loteamentos e conjuntos habitacionais e sumidouros. Nos casos de ampliao dos empreendimentos, alta vulnerabilidade geotcnica ou de poluio
com alto ndice de ocupao desde que devero ser realizados novos estudos de impacto ambiental; dos aqferos, e onde se observarem conjuntos
implantados em reas com adequao de ocorrncias ambientais.
geotcnica para o assentamento urbano Utilizao de reas para tratamento de efluentes sanitrios,
e infra-estrutura de saneamento bsico; resduos slidos domsticos ou industriais;
22 23
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Programas Prioritrios
Titulo Discriminao
Programas de Extenso Ambiental Produo Desenvolvimento de tecnologias ambientais voltadas melhoria de desempenho do Parque Cimenteiro, envolvendo
todo o ciclo de produo.
Programa de reduo da poluio atmosfrica, em especial da gerada pelo ramo da indstria cimenteira.
Programas de Pesquisa e Recuperao Ambiental Recuperao de reas degradadas pela minerao; de reas frgeis e lagoas degradadas pela ocupao urbana,
focos de contaminao do aqfero e guas superficiais; reas degradadas por lixes, visando reduzir o impacto
ambiental sobre a qualidade das guas subterrneas.
Desenvolvimento de servios e de infra-estrutura para dinamizar o potencial ecoturstico dos municpios envolvidos.
Programas de Apoio Tcnico e Financeiro Desenvolver mecanismos de gesto adequados para a potencializao dos recursos financeiros provenientes do
ICMS Ecolgico.
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5.2.3 - Zona de Conservao e Desenvolvimento Agrcola - ZCDA
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Sub-bacia do riacho da Gordura. Coibir o uso de fertilizantes e pesticidas nas atividades agrcolas.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Loteamentos destinados a chcaras de recreio, com lote mnimo Loteamentos existentes destinados a Parcelamento do solo destinado a
de 5.000 m2, destinando-se 20 % da rea recomposio chcaras de lazer e outras finalidades loteamentos com finalidades urbanas;
vegetal com espcies da flora nativa; urbanas, com lotes inferiores a 5.000 m2,
condicionados implantao de infra- Agricultura e pecuria, em reas com
Agricultura e pecuria sob condies de manejo que propiciem estrutura de coleta e tratamento adequado de declividades superiores a 45 % e/ou em
baixo consumo de recursos ambientais, promovam o efluentes sanitrios, ao sistema de coleta condies de manejo que demandem alto
desenvolvimento de tecnologias que associem alta produtividade sistemtica e regular de lixo, com destinao consumo de recursos naturais, e
e reduo de impactos ambientais; final sob condies aprovadas pelo OAC; impacto ambiental com grande interferncia
espacial;
Produo florestal com utilizao de manejo em bases Agricultura, silvicultura e pecuria intensiva
ecolgicas, condicionada recomposio florstica com espcies existentes, cujo manejo implique excessiva Utilizao de reas para disposio e
exticas ou nativas em; pelo menos, 20% da rea de produo; mecanizao, uso de defensivos, fertilizantes tratamento de efluentes sanitrios, resduos
e pesticidas, condicionadas reduo dos slidos domsticos ou industriais, sob
Utilizao dos recursos hdricos subterrneos, de acordo com impactos ambientais das atividades. condies que impliquem risco de poluio
a capacidade de renovao das reservas reguladoras; do solo e das guas superficiais e
subterrneas;
Atividades de extrao e beneficiamento mineral regularmente
aprovadas pelo OAC, condicionadas implantao de sistemas Disposio de efluentes ou de resduos
de tratamento e disposio adequada de efluentes, recuperao orgnicos, de agrotxicos ou de fertilizantes,
ambiental das reas degradadas; disposio adequada de provenientes da atividade agropecuria,
estreis e rejeitos, desde que no causem interferncias sobre especialmente em dolinas, uvalas e plancies;
as APPs e AIEs presentes nesta zona;
Implantao e operao de indstrias de alto
Agroindstrias de pequeno porte e de baixo potencial poluidor, potencial poluidor.
complementares s atividades agropecurias da regio.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Programas Prioritrios
Ttulo Discriminao
Difuso de tecnologias adequadas e prticas de manejo direcionadas para a minimizao dos impactos da agricultura
Programa de Extenso Ambiental
e da pecuria.
Programas de Controle Ambiental Integrar as aes de monitoramento, fiscalizao e licenciamento ambiental para a gesto das atividades agro-silvo-
pastoris.
Programa de Extenso Ambiental Produo Promover tecnologias adequadas e prticas de manejo direcionadas para a minimizao dos impactos da agricultura
e da pecuria.
Programa de Recuperao Ambiental Programa de recuperao do leito e das margens dos cursos dgua, atravs de tcnicas de reconformao topogrfica
e desassoreamento, com adensamento e recomposio florstica das matas ciliares.
28
5.2.4 - Zona de Conservao do Planalto das Dolinas - ZCDP
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Incentivar a implantao de atividades agrcolas, baseadas em produo Proibir o parcelamento do solo com finalidades urbanas;
extensiva e que otimizem o uso dos recursos naturais;
Proibir a instalao de indstrias com potencial poluidor;
Incentivar a avaliao da disponibilidade hdrica das guas subterrneas e
superficiais; Proibir a instalao de depsitos de rejeitos urbanos e industriais.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Loteamentos destinados chcaras de recreio, com parcelamento mnimo de 5.000 Loteamentos existentes destinados Criao intensiva de animais,
m2, reservando-se 20% da rea do lote para reposio vegetal com espcies da flora a chcaras de lazer e outras com alto impacto ambiental;
nativa; finalidades urbanas, com lotes
inferiores a 5.000 m2, condicionados Agricultura intensiva com alto
Criao animal em pastagens consorciadas, sob condies de manejo que propiciem implantao de infra-estrutura de impacto ambiental;
baixo impacto ambiental, preservando-se as espcies arbreas de mdio e grande porte coleta e tratamento adequado de
das formaes vegetais naturais; efluentes sanitrios; sistema de Parcelamento do solo
coleta sistemtica e regular de lixo, destinado a loteamentos
Agricultura com manejo ecolgico, adotando-se medidas de conservao do solo, controle
com destinao final sob condies urbanos;
biolgico de pragas, restrio ao uso de biocidas, agrotxicos e fertilizantes txicos;
aprovadas pelo OAC;
Produo florestal com utilizao de manejo em bases ecolgicas, condicionada Utilizao de reas para
recomposio florstica com espcies exticas e nativas em, no mnimo, 20% da rea Agricultura, silvicultura e pecuria disposio e tratamento de
de produo; existentes, sem utilizao de efluentes sanitrios, resduos
defensivos, fertilizantes txicos e slidos domsticos ou
Turismo ecolgico condicionado implantao de infra-estrutura sanitria, preservando- pesticidas, condicionadas reduo industriais;
se as condies ambientais locais e no induzindo concentrao populacional; dos impactos ambientais da atividade;
Disposio de efluentes ou
Atividades de pesquisas tcnica e cientfica, especialmente voltadas biodiversidade, Indstrias regularmente instaladas, resduos qumicos, de
espeleologia, arqueologia, paleontologia, limnologia e hidrogeologia, bem como a outras desde que reduzidas as condies de agrotxicos ou de fertilizantes;
de interesse cientfico e ambiental; desconformidade com o ambiente
crstico; Implantao e operao de
Utilizao dos recursos hdricos subterrneos, de acordo com a capacidade de renovao
indstrias com potencial
das reservas reguladoras;
Extrao e beneficiamento irregulares poluidor.
Atividades de extrao e beneficiamento mineral regularmente aprovadas pelo OAC, de calcrio, condicionados sua
condicionadas implantao de sistemas de tratamento e disposio adequada de regularizao e vinculao dos
efluentes, recuperao ambiental das reas degradadas; disposio adequada de produtores em programa de extenso
estreis e rejeitos, vedadas as interferncias sobre o sistema de dolinas e sumidouros; ambiental, destinados reduo dos
impactos da atividade, melhoria
Implantao e operao de indstrias de pequeno porte e no-poluentes, complementares tecnolgica e reduo de perdas.
s atividades permitidas nesta zona.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Programas Prioritrios
Ttulo Discriminao
Integrao das aes de monitoramento, fiscalizao e licenciamento ambiental para a gesto das atividades agro-silvo-
pastoris.
Programas de Controle Ambiental
Gerenciamento de atividades agro-silvo-pastoris.
Promover e incentivar a proteo do patrimnio espeleolgico e arqueo-paleontolgico.
Programa de Educao Ambiental Incentivar a proteo do patrimnio espeleolgico e arqueo-paleontolgico.
Promover tecnologias adequadas e prticas de manejo, direcionadas para a minimizao dos impactos da agricultura e
Programa de Extenso Ambiental Produo da pecuria.
Promover a reduo dos impactos da atividade mineral, a melhoria e a regularizao dos empreendimentos.
Programa de Apoio Tcnico e Financeiro Criar condies tcnicas, financeiras e administrativas para a organizao dos produtores.
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5.2.5 - Zona de Proteo do Patrimnio Cultural - ZPPC
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Casa Ferno Dias - referncia histrica e cultural, onde est situado o Disposio inadequada de resduos slidos urbanos e de minerao;
Centro de Referncia da APA;
Extrao de pedra Lagoa Santa, com impactos sobre reas de grande
Contexto ambiental urbano de Fidalgo/Quintas do Sumidouro; fragilidade ambiental;
Conjunto de cerrados que se localizam ao norte e em todo o entorno da Impacto ao patrimnio espeleolgico, arqueolgico, cultural e paisagstico,
lagoa do Sumidouro; em decorrncia das atividades de beneficiamento da pedra Lagoa Santa;
Cabeceiras do crrego Jenipapo, rea crstica com relevo montanhoso, Assoreamento e poluio dos mananciais;
vertentes com alta declividade e terrenos de baixa resistncia, sujeitos
instalao de processos erosivos e de deslizamentos de massa; Expanso de loteamentos urbanos e de recreio, do municpio de Lagoa
Santa;
reas no-crsticas de relevo ondulado e com vertentes de baixa a
moderada vulnerabilidade; Agricultura com utilizao de adubos e pesticidas.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Reflorestamento com espcies nativas, Extrao e beneficiamento irregulares de pedra Lagoa Santa, Atividades de extrao mineral que causem
visando ao adensamento da vegetao e condicionados sua regularizao e vinculao dos produtores quaisquer riscos ao patrimnio ambiental e
recomposio florstica, principalmente nos em programa de extenso ambiental, destinado reduo dos aos stios espeleolgicos, arqueolgicos e
entornos das reas de vegetao natural; impactos da atividade, melhoria tecnolgica e reduo de perdas; paleontolgicos;
Pesquisa cientfica; Atividades agro-silvo-pastoris existentes e condicionadas reduo Criao intensiva de animais;
de desconformidades tais como : utilizao de reas com
Atividades agro-silvo-pastoris em reas declividade superior a 45 % e com prticas de manejo que causem Agricultura com manejo intensivo e com uso
crsticas com declividade inferior a 45 % e degradao e poluio do solo e das guas subterrneas. Vedada de defensivos e fertilizantes;
que utilizem tcnicas de manejo compatveis a expanso dos cultivos j existentes;
com os processos naturais dos ecossistemas; Parcelamento do solo destinado a
Atividades de extrao mineral j existentes e regularmente loteamentos, com finalidades urbanas e
Turismo ecolgico dirigido, que utilize aprovadas pelo OAC, com adequados sistemas de tratamento e chcaras de recreio;
tcnicas de acesso com baixo impacto sobre disposio de efluentes lquidos e de resduos slidos, as quais
os ambientes a serem preservados; promovam a recuperao ambiental das reas degradadas. Vedada Implantao e operao de indstrias;
a expanso das lavras j existentes;
Pesca artesanal e de subsistncia; Utilizao de reas para disposio e
Assentamentos urbanos j instalados em reas inadequadas, desde tratamento de efluentes sanitrios, resduos
Condomnios rurais, destinados a stios de que dotados de sistemas de coleta, disposio e tratamento de slidos domsticos ou industriais, sob
recreio, com frao mnima de 5.000 m2 , efluentes sanitrios, adequados s exigncias do ambiente crstico; quaisquer condies;
sendo 20% da rea destinada reposio
vegetal com espcies da flora nativa; Indstrias j existentes, desde que licenciadas pelo rgo ambiental Disposio de efluentes ou resduos de
competente (OAC) e com adequados sistemas de tratamento e substncias qumicas, de agrotxicos ou de
Equipamentos urbanos e infra-estrutura de disposio de efluentes lquidos e de resduos slidos. Vedada a fertilizantes.
visitao destinados a organizar a atividade expanso das reas industriais.
turstica e cultural da regio.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Programas Prioritrios
Ttulo Discriminao
Programa de Educao Ambiental Dinamizao da educao ambiental atravs do Centro de Referncia da APA - Casa Ferno Dias.
Programa de Controle Ambiental Saneamento bsico, controle de fossas spticas e recuperao de reas.
Apoio ao programa de educao ambiental, atravs do Centro de Referncia (Casa Ferno Dias).
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5.2.6 - Zona de Proteo das Paisagens Naturais do CARSTE- ZPPNC
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Polje do Mocambeiro, que representa importante sistema mido, Expanso de loteamentos urbanos e de recreio do municpio de
enriquecido por ressurgncias e apresentando em seu entorno o Macio Matozinhos,com alto potencial de poluio do aqfero crstico e riscos
de Cerca Grande; instalao de processos de eroso e de escorregamentos;
Conjunto Vargem da Pedra - importante conjunto paisagstico e Pastagens em reas com relevo muito acidentado, ocasionando eroso e
arqueolgico; assoreamento;
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Agricultura intensiva e irrigada, com utilizao de adubos txicos e Incentivar a pesquisa de tcnicas de manejo agro-silvo-pastoris,
pesticidas; compatveis com os processos naturais do carste;
Utilizao inadequada de dolinas e plancies aluviais para plantios e Incentivar a pesquisa de novos procedimentos de turismo ecolgico, com
disposio de efluentes provenientes de criadouros; a criao de pontos de observao e trilhas, baseados em tcnicas de
acesso de baixo impacto ambiental.
Desmatamento visando a atividades agropecurias;
Principais Restries
Utilizao inadequada de dolinas e plancies aluviais para plantios e
disposio de efluentes provenientes de criadouros. Atividades de extrao mineral;
Promover a criao de um banco de idias aplicveis a projetos florestais, Agricultura e pecuria que impliquem impactos ambientais, especialmente
que potencializem a diversidade biolgica existente e gerem atividades relacionados gerao de carga orgnica, utilizao de fertilizantes txicos
produtivas, perfeitamente integradas aos processos naturais do sistema e pesticidas;
crstico;
Proibio de desmates de vegetao de qualquer tipo, nas reas-ncleo
Implantar um sistema de apoio reorientao tecnolgica de atividades de manuteno da biota regional.
incompatveis e conflitantes em relao ao ambiente crstico, visando
reduzir as incompatibilidades existentes;
41
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
Reflorestamento com espcies Atividades agro-silvo-pastoris existentes e Novas atividades de extrao mineral em macios que
nativas visando ao adensamento condicionadas reduo de desconformidades tais contenham feies crsticas expressivas, stios
da vegetao e recomposio como: utilizao de reas com declividade superior a espeleolgicos importantes, stios arqueolgicos e
florstica, principalmente nos 45 % e com prticas de manejo que causem paleontolgicos, reconhecidos como patrimnio
entornos das reas de vegetao degradao e poluio do solo e de guas cultural.
natural; subterrneas. Vedada a expanso dos cultivos j
existentes; Criao intensiva de animais;
Pesquisa cientfica;
Atividades de extrao mineral j existentes e Agricultura intensiva ou com uso de defensivos e
Atividades agro-silvo-pastoris, regularmente aprovadas pelo OAC, com adequados fertilizantes txicos, potencialmente poluentes;
em reas crsticas com sistemas de tratamento e disposio de efluentes
declividade inferior a 45 % e que lquidos e de resduos slidos, e que promovam a Parcelamento do solo destinado a loteamentos, com
utilizem tcnicas de manejo recuperao ambiental das reas degradadas. finalidades urbanas ou chcaras de recreio;
compatveis com os processos
naturais dos ecossistemas; Assentamentos urbanos j instalados desde que Implantao e operao de indstrias;
dotados, na sua totalidade, de sistemas de coleta,
Turismo ecolgico dirigido que disposio e tratamento de efluentes sanitrios, Utilizao de reas para disposio e tratamento de
utilize tcnicas de acesso com efluentes sanitrios, resduos slidos domsticos ou
adequados s exigncias do ambiente crstico;
baixo impacto sobre os industriais, sob quaisquer condies;
ambientes a serem preservados; Indstrias j existentes desde que licenciadas pelo
rgo ambiental competente (OAC) e com adequados Disposio de efluentes ou resduos de substncias
Pesca artesanal e de subsis- qumicas, de agrotxicos ou de fertilizantes txicos;
sistemas de tratamento e disposio de efluentes
tncia. lquidos e de resduos slidos. Vedada a expanso das
Ocupao de faixas limtrofes dos mananciais, cursos
reas industriais.
dgua e lagoas, conforme normalizao do Cdigo
Florestal.
42
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
Programas prioritrios
Titulo Discriminao
Programa de Extenso Ambiental Produo Desenvolvimento de tcnicas de manejo florestal que potencializem a diversidade biolgica existente.
Programa de Apoio Tcnico e Financeiro Suporte logstico, tcnico e financeiro, atravs de parcerias Governo/Setor Privado, para viabilizar
os programas ambientais.
Banco de dados integrando os diversos estudos e levantamentos realizados para o zoneamento da APA.
Banco de dados com inventrio completo da biodiversidade, dos stios arqueo-paleontolgicos e constituio
de banco gentico de flora e fauna da APA Carste.
43
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
5.3 - Ocorrncia de preservao permanente e AIEs - reas de Interesse Especial - Correspondem a situaes
especficas de vulnerabilidade presente na APA e podem ampliar as
especial
ocorrncias protegidas pelo Cdigo Florestal. So consideradas nessa
NORMAS E REGULAMENTOS: categoria as seguintes situaes:
reas de Ocorrncia Ambiental As reas de entorno das cavernas, ou seja, uma faixa com largura de 250
metros a partir do limite da projeo em superfcie da cavidade considerada;
So reas que correspondem s situaes fsicas e biticas particulares e Os stios arqueolgicos e paleontolgicos e respectivas faixas de entorno;
que ocorrem de forma dispersa e generalizada em quaisquer das zonas
ambientais estabelecidas para a APA de Lagoa Santa. Devido s suas Os macios calcrios;
particularidades requerem normalizao especfica. So passveis de As plancies fluviais;
enquadramento nesta categoria: As reas de risco eroso e a deslocamentos de massas, de acordo
com o mapeamento geotcnico realizado para o Zoneamento Ambiental;
APPs - reas de Preservao Permanente - Correspondem s situaes
enquadradas e definidas pelo Cdigo Florestal e outros instrumentos legais As dolinas, os polje e as uvalas;
que regulamentam situaes especficas. So aqui consideradas como As lagoas de afloramento do lenol fretico e as lagoas caractersticas do
Zonas de Vida Silvestre. carste.
As APPs e AIEs acima definidas so consideradas reas de Ocorrncia
Alm das situaes j previstas no artigo 2 o do Cdigo Florestal, enquadram- Ambiental, e sobre elas incidem as seguintes normas especficas:
se, tambm, nesta condio as situaes especficas do ambiente
Esto vedadas as seguintes interferncias, atividades ou empreendimentos:
crstico:
Expanso das lavras j existentes e incio de novas atividades minerrias;
Os remanescentes de vegetao natural representativos das formaes Abertura de vias ou arruamentos;
vegetais que ocorrem na APA, como os cerrados e as matas decduas e
semidecduas, conforme registro cartogrfico nas cartas referentes ao Atividades que impliquem desmatamentos ou movimentos de terra e que
Zoneamento Ambiental da APA; causem degradao ambiental, descaracterizao das feies naturais
ou poluio concentrada ou difusa;
As cavernas inventariadas, reconhecidas e registradas na documentao Disposio de resduos slidos de qualquer natureza, incluindo rejeitos e
cartogrfica do Zoneamento Ambiental da APA, bem como as que vierem estril de minerao;
a ser identificadas e registradas junto ao rgo ambiental competente;
Disposio de efluentes lquidos domsticos e industriais;
As reas de entorno das lagoas perenes e das lagoas sazonais formadas Disposio de efluentes ou de resduos provenientes de atividades urbanas,
pelo afloramento do lenol fretico. industriais ou agro-silvo-pastoris.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
6. DECRETO DE CRIAO DA APA o permetro urbano de Lagoa Santa e continua por esse permetro at
encontrar a Rua Acadmico Nilo de Figueiredo; da segue por essa rua at
seu encontro com a Rua Salgado Filho; segue por essa rua at seu encontro
com a Rodovia MG-010, segue por essa rodovia no sentido de Belo Horizonte
Decreto n 98.881, de 25 de janeiro de 1990.
at encontrar o permetro da Zona de Expanso Metropolitana do Municpio
Dispe sobre a criao de rea de proteo ambiental no Estado de Minas de Pedro Leopoldo; acompanha esse permetro em sentido anti-horrio at
Gerais, e d outras providncias. encontrar a estrada que liga Pedro Leopoldo a Mocambeiro; segue por essa
estrada no sentido de Mocambeiro at seu entroncamento com a estrada
O Presidente da Repblica, no uso das atribuies que lhe confere o artigo que liga Matozinhos a Mocambeiro; segue por essa estrada no sentido de
84, item IV, da Constituio Federal, e tendo em vista o que dispe o artigo Matozinhos at seu entroncamento com a Rodovia MG-424; segue por essa
8, da Lei n 6.902, de 27 de abril de 1981, a Lei n 6.938, de 31 de agosto de rodovia no sentido de Sete Lagoas at atingir o limite dos Municpios
1981, os Decretos ns 88.351, de 01 de junho de 1983, e 89.532, de 06 de Matozinhos-Prudente de Morais; segue acompanhando esse limite municipal
abril de 1984, e Resoluo CONAMA n 10, de 11 de agosto de 1989,
em direo ao Rio das Velhas at encontrar a estrada que liga Prudente de
DECRETA: Morais Fazenda Casa Branca, passando pelo povoado de So Bento;
segue essa estrada no sentido daquela fazenda, at seu encontro com o
Art. 1 - Sob a denominao de APA Carste de Lagoa Santa, fica declarada
Riacho da Gordura; desce por esse riacho at a sua foz no Rio das Velhas,
rea de Proteo Ambiental a regio situada nos municpios de Lagoa Santa,
onde teve incio a descrio do permetro, perfazendo uma rea de 35.600
Pedro Leopoldo, Matozinhos e Funilndia, no Estado de Minas Gerias, com
hectares.
as delimitaes geogrficas constantes do artigo 3 deste Decreto.
Art. 4 - Na implantao e funcionamento da APA Carste de Lagoa Santa
Art. 2 - A declarao de que trata o artigo anterior, alm de garantir a
conservao do conjunto paisagstico e da cultura regional, tem por objetivo sero adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
proteger e preservar as cavernas e demais formaes crsticas, stios I - o procedimento de zoneamento da APA ser realizado pelo Instituto
arqueo-paleontolgicos, a cobertura vegetal e a fauna silvestre, cuja Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, do
preservao de fundamental importncia para o ecossistema da regio. Ministrio do Interior, que indicar as atividades a serem encorajadas em
Art. 3 - O memorial descritivo da rea que compreende a APA Carste de cada zona, bem como as que devero ser limitadas, restringidas ou
Lagoa Santa foi elaborado com base nas cartas topogrficas da regio proibidas, de acordo com a legislao aplicvel, objetivando a salvaguarda
metropolitana de Belo Horizonte na escala de 1:50.000 - cdigo SE-23-ZC- das Cavernas e demais formaes crsticas, stios arqueo-paleontolgicos
V e SE-23-ZC-VI, da Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica e a biota nativa, para garantia das espcies residentes, proteo da fauna e
- FIEGE, com a seguinte descrio: comea na foz do Riacho da Gordura flora silvestres raras, endmicas, ameaadas e em perigo de extino;
sobre o Rio das Velhas, sobe por esse fio at seu encontro com a Rodovia
MG-010; da segue por essa rodovia no sentido de Lagoa Santa at encontrar II - a utilizao dos instrumentos legais e dos incentivos financeiros
o permetro da zona de expanso metropolitana de Lagoa Santa; acompanha governamentais, para assegurar a proteo da Zona de Vida Silvestre, o
esse permetro no sentido anti-horrio at a confluncia do crrego Olhos uso racional do solo e outras medidas referentes salvaguarda dos recursos
dgua com o crrego do Barreiro; sobe pelo crrego do Barreiro, seguindo ambientais, sempre que consideradas necessrias;
45
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
III - a aplicao, quando cabvel, de medidas legais, destinadas a impedir ou II - mediante a indicao das restries e medidas consideradas necessrias
evitar o exerccio de atividades causadoras de degradao da qualidade salvaguarda dos ecossistemas atingidos.
ambiental, em especial as atividades minerrias e agropecurias;
Pargrafo nico - As autorizaes concedidas pelo IBAMA no dispensaro
IV - a divulgao das medidas previstas neste Decreto, objetivando o outras autorizaes e licenas federais, estaduais e municipais, porventura
esclarecimento da comunidade local sobre a APA e suas finalidades. exigveis.
Art. 5 - Na APA Carste de Lagoa Santa ficam proibidas ou restringidas: Art. 7 - Para melhor controlar seus efluentes e reduzir o potencial poluidor
das construes destinadas ao uso humano na APA Carste de Lagoa Santa,
I - a implantao de atividades industriais potencialmente poluidoras, capazes no sero permitidas:
de afetar mananciais de guas;
I - a construo de edificaes em terrenos que, por suas caractersticas,
II - a realizao de obras de terraplanagem e a abertura de canais, quando no comportarem a existncia simultnea de poos para receber o despejo
essas iniciativas importarem em alterao das condies ecolgicas locais, de fossas spticas e de poos de abastecimento dgua, que fiquem a salvo
principalmente da Zona de Vida Silvestre, onde a biota ser protegida com de contaminao, quando no houver rede de coleta e estao de tratamento
maior rigor; de esgoto em funcionamento;
III - o exerccio de atividades capazes de provocar eroso das terras ou II - a execuo de projetos de urbanizao, sem as devidas autorizaes,
assoreamento das colees hdricas; alvars, licenas federais, estaduais e municipais exigveis.
IV - o exerccio de atividades que ameaem extinguir as espcies raras da Art. 8 - Os projetos de urbanizao que, pelas suas caractersticas, possam
biota, o patrimnio espeleolgico e arqueolgico, as manchas de vegetao provocar deslizamento do solo e outros processos erosivos no tero a
primitiva e as nascentes de cursos dgua existentes na regio; sua execuo autorizada pelo IBAMA.
V - o uso de biocidas, substncias organocloradas e/ou mercuriais quando Art. 9 - Em casos de epidemias e endemias, veculadas por animais
indiscriminado ou em desacordo com as normas ou recomendaes silvestres, o Ministrio da Sade e a Secretaria de Sade do Estado de
tcnicas oficiais. Minas Gerais podero, em articulao com o IBAMA, promover programas
especiais, para o controle dos referidos vetores.
Art. 6 - A abertura de vias de comunicaes, de canais, barragens em
cursos dgua, a implantao de projetos de urbanizao, sempre que Art. 10 - Fica estabelecida, na APA Carste de Lagoa Santa, uma Zona de
importarem na realizao de obras de terraplanagem, e as atividades Vida Silvestre destinada, prioritariamente, salvaguarda das Cavernas e
minerrias, bem como a realizao de grandes escavaes e obras que demais formaes crsticas, stios arqueo-paleontolgicos e da biota nativa,
causem alteraes ambientais, dependero da autorizao prvia do IBAMA, para garantia da reproduo das espcies, proteo do habitat de espcies
que somente poder conced-la: raras, endmicas, em perigo ou ameaadas de extino.
I - aps estudo do projeto, exame das alternativas possveis e a avaliao Pargrafo nico - A Zona de Vida Silvestre, de que trata o caput deste
de suas conseqncias ambientais; artigo, compreender as reas mencionadas no artigo 18, da Lei n 6.938/
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
81, consideradas como de relevante interesse ecolgico, ainda que de com vistas ao cumprimento das medidas preventivas e corretivas,
domnio privado, e ficaro sujeitas s restries de uso e penalidades necessrias preservao da qualidade ambiental.
estabelecidas nos termos dos Decretos n 88.351/83 e 89.532/84.
Pargrafo nico - Dos atos e decises do IBAMA, referentes a esta APA,
Art. 11 - Visando a proteo de espcies raras na Zona de Vida Silvestre, caber recurso ao Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.
no ser permitida a construo de edificao, exceto as destinadas
realizao de pesquisa e ao controle ambiental. Art. 16 - Os investimentos e a concesso de financiamento e incentivos da
Administrao Pblica Federal, direta ou indireta, destinados APA Carste
Art. 12 - Na Zona de Vida Silvestre no ser permitida atividade degradadora de Lagoa Santa, sero previamente compatibilizados com as diretrizes
ou causadora de degradao ambiental, inclusive o porte de armas de fogo estabelecidas neste Decreto.
e de artefatos ou instrumentos de destruio da biota, ressalvados os casos
objeto de prvia autorizao, expedida em carter excepcional pelo IBAMA. Art. 17 - O IBAMA expedir as instrues normativas necessrias ao
cumprimento deste Decreto.
Art. 13 - A APA Carste de Lagoa Santa ser implantada, supervisionada,
administrada e fiscalizada pelo IBAMA, em articulao com o rgo estadual
do meio ambiente de Minas Gerais, as prefeituras municipais dos municpios Art. 18 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.
envolvidos e seus respectivos rgos de meio ambiente.
Art. 19 - Revogam-se as disposies em contrrio.
Art. 14 - Com vistas a atingir os objetivos previstos para a APA Carste de
Lagoa Santa, bem como para definir as atribuies e competncias no Braslia, 25 de janeiro de 1990, 169 da Independncia
controle de suas atividades, o IBAMA poder firmar convnios com rgos e 102 da Repblica.
e entidades pblicas ou privadas.
JOS SARNEY
Art. 15 - As penalidades previstas nas Leis 6.902/81 e 6.938/81 sero
aplicadas aos transgressores das disposies deste Decreto, pelo IBAMA, Joo Alves Filho
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
7. INSTRUO NORMATIVA N 1/97 3.1 - Zonas de Proteo: so espaos que tero a funo principal de
proteger os sistemas naturais existentes, cuja utilizao depender de
normas de controle rigorosas, nas quais esto enquadrados:
O Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos a) os remanescentes dos ecossistemas e paisagens pouco ou nada
Naturais Renovveis - IBAMA, no uso das atribuies que lhe so conferidas, alterados ou com alteraes pouco significativas;
RESOLVE:
b) as reas que possuam configuraes geolgicas/geomorfolgicas
1 - Expedir a presente Instruo Normativa - IN, que estabelece normas de especiais;
ocupao e uso do solo na rea de Proteo Ambiental - APA - de Carste c) reas com cobertura vegetal natural remanescentes dos ecossistemas
de Lagoa Santa, localizada no Estado de Minas Gerais, visando compatibilizar locais;
a utilizao dos recursos naturais com a proteo da biodiversidade,
contribuindo para o desenvolvimento sustentvel da regio. d) refgio de fauna;
e) conjuntos representativos do patrimnio arqueolgico e paleontolgico,
2 - Nos termos desta IN e para os fins previstos no Decreto n 98.881 de 25
espeleolgico e cultural.
de janeiro de 1990, com as modificaes introduzidas pelo Decreto n 1876
de 25 de abril de 1996, fica a APA Carste de Lagoa Santa dividida em 06 No mbito da APA Carste de Lagoa Santa, to somente para efeito do
(seis) zonas configuradas no documento do Zoneamento Ambiental da zoneamento ficam estabelecidas as seguintes Zonas de Proteo Ambiental:
APA Carste de Latoa Santa - MG elaborado pela CPRM - Servio Geolgico
do Brasil, em convnio com o IBAMA, a seguir especificadas: ZPPNC - Zona de Proteo das Paisagens Naturais do Carste;
ZCEAM - Zona de Conservao do Equilbrio Ambiental Metropolitano ZPPC - Zona de Proteo do Patrimnio Cultural.
ZCDUI - Zona de Conservao e Desenvolvimento Urbano e Industrial 3.2 - Zonas de Conservao: so aqueles espaos cuja funo principal
ZCDA - Zona de Conservao e Desenvolvimento Agrcola o de permitir a ocupao do territrio sob condies adequadas de manejo
e utilizao dos recursos e fatores ambientais, e compreendem:
ZCPD - Zona de Conservao do Planalto das Dolinas
a) reas de ocupao para fins de chacreamento;
ZPPC - Zona de Proteo do Patrimnio Cultural
b) reas destinadas a explorao de atividades agro-silvo-pastoris;
ZPPNC - Zona de Proteo das Paisagens Naturais do Carste
c) reas de minerao;
2.1 - O documento de que trata o item 2 encontra-se no escritrio da APA,
no municpio de Lagoa Santa - MG e no Centro Nacional de Informao d) outras ocupaes antrpicas.
Ambiental - CNIA / IBAMA sede em Braslia - DF, onde pode ser consultado.
No mbito da APA Carste de Lagoa Santa, to somente para efeito do
3 - Para efeito desta IN ficam definidas as seguintes zonas de manejo, uso zoneamento ficam estabelecidas as seguintes Zonas de Conservao
e ocupao do solo na APA Carste de Lagoa Santa: Ambiental:
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
ZCEAM - Zona de Conservao do Equilbrio Ambiental Metropolitano; 4.1 - a ZCEAM - Zona de Conservao do Equilbrio Ambiental
Metropolitano tem a funo de propiciar o equilbrio entre a proteo do
ZCPD - Zona de Conservao do Equilbrio Ambiental Metropolitano; sistema crstico e o vetor de controle sobre os grandes vetores
metropolitanos de Vespasiano, Pedro Leopoldo, Matozinhos e Lagoa Santa,
ZCDA - Zona de Conservao e Desenvolvimento Agrcola; minimizando os impactos desta expanso sobre as reas de maior fragilidade
da APA. Nesta zona ficam proibidos:
ZCDUI -Zona de Conservao e Desenvolvimento Urbano Industrial. a disposio de efluentes ou de resduos industriais, resduos de
agrotxicos ou de fertilizantes e outros resduos perigosos;
3.3 - reas de Ocorrncia Ambiental: so reas que correspondem a a expanso do permetro urbano sobre reas de alta vulnerabilidade
situaes fsicas e biticas que ocorrem de forma dispersa em quaisquer geotcnica e poluio dos aqferos onde se observarem conjuntos de
das zonas estabelecidas e que, devido s particularidades, requerem ocorrncias ambientais.
normatizao especfica em relao s demais existentes em outras zonas
e enquadram nas seguintes cetegorias: 4.2 - a ZCDUI - Zona de Conservao e Desenvolvimento Urbano
Industrial tem a funo de disciplinar o corredor de urbanizao e
a) APP - reas de Preservao Permanente, so aquelas que possuem industrializao ao longo da MG - 424, e limita a sua penetrao nas reas
uma cobertura vegetal de preservao permanente, conforme estabelece frgeis do Planalto de Dolinas, bem como evitar o impacto deste sobre as
a Lei n 4.771 de 15 de setembro de 1965 ou outras que vierem a ser reas remanescentes das matas deciduais e semi-deciduais. Nesta zona
declaradas para a mesma finalidade, entre as quais as matas e cerrados; ficam proibidos:
b) AIE - reas de Interesse Especial, so aquelas no compreendidas nas a disposio de efluentes ou de resduos urbanos ou industriais, resduos
categorias definidas na letra a, independente de estarem protegidas de agrotxicos ou de fertilizantes e outros resduos perigosos;
por qualquer tipo de norma, federal, estadual ou municipal, que a expanso do permetro urbano e de loteamentos urbanos em reas de
apresentarem como importantes na composio da Unidade de alta vulnerabilidade geotcnica e de poluio dos aqferos onde se
Conservao, quer pelo carter representativo de conjunto cultural, observarem conjuntos de ocorrnmcias ambientais.
histrico ou paisagstico, quer pelo grau de fragilidade fsica e bitica que
possam representar riscos que comprometam os ecossistemas locais. 4.3 - a ZCDA - Zona de Conservao e Desenvolvimento Agrcola tem
No mbito da APA Carste de Lagoa Santa, to somente para efeito do como objetivo estabelecer padres tecnolgicos para a produo
zoneamento ficam estabelecidas como reas de Interesse Especial os agropecuria visando racionalizar a utilizao dos recursos naturais. Nesta
macios calcrios, dolinas, terrenos montanhosos e frgeis, aluvies e zona ficam proibidos:
terraos, rea tombada, stio arqueolgico Pr-cermico, stio
arqueolgico Cermico, stio arqueolgico Rupestre, stio Paleontolgico o parcelamento do solo destinado a loteamentos com finalidades urbanas;
e cavernas.
a agricultura e pecuria em reas com declividades superiores a 45%
4 - As divises zonais estabelecidas pelo zoneamento econmico-ecolgico e/ou em condies de manejo que demandem alto consumo de recursos
da APA Carste de Lagoa Santa tm como finalidades: ambientais e impacto ambiental com grande interferncia espacial;
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
a utilizao de reas para disposio e tratamento de efluentes sanitrios, o parcelamento do solo destinados a loteamentos, com finalidades urbanas
resduos slidos domsticos ou industriais, sob condies que impliquem ou chcaras de recreio;
risco de poluio do solo e das guas superficiais e subterrneas;
a implantao e operao de indstrias;
a disposio de efluentes ou de resduos orgnicos, de agrotxicos ou de
fertilizantes provenientes da atividade agropecuria, especialmente em a utilizao de reas para disposio e tratamento de efluentes sanitrios,
dolinas, uvalas e plancies; resduos slidos domsticos ou industriais, sob quaisquer condies;
a implantao e operao de indstrias de alto potencial poluidor. a disposio de efluentes ou resduos de substncias qumicas, de
agrotxicos ou de fertilizantes txicos;
4.4 - a ZCPD - Zona de Conservao do Planalto das Dolinas tem a
finalidade de disciplinar a ocupao do planalto das Dolinas por atividades a ocupao de faixas limtrofes dos mananciais, cursos dgua e lagoas,
agropecuria e extrao mineral. Nesta zona ficam proibidos: conforme normatizao do Cdigo florestal.
a criao intensiva de animais, com alto impacto ambiental; 4.5 - a ZPPC - Zonas de Proteo ao Patrimnio Cultural tem como
a agricultura intensiva com alto impacto ambiental; objetivo a proteo do conjunto paisagstico e a cultura regional,
representados pelos stios arqueolgicos e paleontolgicos do Sistema
o parcelamento do solo destinado a loteamentos urbanos; Ambiental do Sumidouro, pelo Stio Arqueolgico da Lapinha e pelo patrimnio
a utilizao de reas para disposio e tratamento de efluentes sanitrios, histrico de Fidalgo. Nesta zona ficam proibidos:
resduos slidos domsticos ou industriais;
as atividades de extrao mineral que causem quaisquer riscos ao
a disposio de efluentes ou resduos qumicos, de agrotxicos ou de patrimnio ambiental e aos stios espeleolgicos, arqueolgicos e
fertilizantes; paleontolgicos;
a implantao e operao de indstrias potencialmente poluidoras.
a criao intensiva de animais;
4.5 - a ZPPNC - Zona de Proteo das Paisagens Naturais do Carste
tem como funo proteger os recursos ambientais e a sua biodiversidade a agricultura com manejo intensivo e com uso de defensivos e fertilizantes;
para a integridade dos ecossistemas representativos das paisagens e da
biota associados s matas deciduais e semi-deciduais da APA. Nesta zona o parcelamento do solo destinado a loteamentos, com finalidades urbanas
ficam proibidos: e chcaras de recreio;
novas atividades de extrao mineral em macios que contenham feies a implantao e operao de indstrias;
crsticas expressivas, stios espeleolgicos importantes, stios
arqueolgicos e paleontolgicos reconhecidos como patrimnio cultural; a utilizao de reas para disposio e tratamento de efluentes sanitrios,
resduos slidos domsticos ou industriais, sob quaisquer condies;
a criao intensiva de animais;
a agricultura intensiva ou com uso de defensivos e fertilizantes txicos, a disposio de efluentes ou resduos de substncias qumicas, de
potencialmente poluentes; agrotxicos ou de fertilizantes.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
5 - Para efeito desta IN, ficam declaradas como Zonas de Vida Silvestre 8 - Todos os empreendimentos no mbito da APA Carste de Lagoa Santa
todas as APP - reas de Preservao Permanente existentes no permetro devero ser precedidos do licenciamento ambiental concedido pelo rgo
da APA Carste de Lagoa Santa. Estadual de Meio Ambiente ouvido o Conselho de Co-gesto, conforme
previsto no artigo 7 da Resoluo CONAMA n 10 de 14 de dezembro de
6 - A gesto da APA Carste de Lagoa Santa de responsabilidade do Instituto 1988.
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis - IBAMA.
9 - Esta IN entra em vigor na data de sua publicao, revogando-se as
7 - A gesto da APA Carste ser efetivada por processo participativo, atravs disposies em contrrio.
de um Conselho de Co-gesto constitudo pelos rgos e instituies
governamentais e a sociedade civil organizada, presente na rea e com Braslia, 17 de dezembro de 1997.
interesse na sua conservao.
Eduardo Martins
7.1 - O IBAMA, aps a publicao desta IN, baixar portaria nomeando os
membros do Conselho de Co-gesto, bem como aprovando o Plano de Presidente do IBAMA
Gesto da APA, devidamente detalhado.
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Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG CPRM - Servio Geolgico do Brasil
8. CONSIDERAES FINAIS
O produto apresentado vem ao encontro dos anseios da comunidade O memorial descritivo da rea que compreende a APA Carste de Lagoa
ambientalista da APA, no sentido de trazer tona a necessidade de criar Santa foi elaborado com base nas cartas topogrficas da regio (cdigos:
mecanismos de conservao e preservao do ecossistema regional, bem folha Lagoa Santa: SE-23-Z-C-VI-1; folha Pedro Leopoldo: SE-23-Z-C-V-2;
como possibilitar comunidade um crescimento social e econmico folha Sete Lagoas: SE-23-Z-C-II e folha Baldim: SE-23-Z-C-III), na escala de
sustentado. Desse modo, os resultados atingiram as metas pretendidas 1:50 000, da Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - FIBGE
dentro da escala apresentada, uma vez que o zoneamento como um todo e em ortofotos na escala 1:10 000, elaboradas pela EMBRAFOTO para a
dinmico e, portanto, sujeito a constantes aperfeioamentos. CEMIG(1990), com a seguinte descrio: comea na foz do Riacho da
Gordura com o Rio das Velhas, subindo por este fio at seu encontro com a
Vale ressaltar que o processo de conservar e preservar os recursos naturais rodovia MG-010; da segue por essa rodovia no sentido de Lagoa Santa,
existentes na regio de responsabilidade direta de toda a comunidade e adentrando o permetro da zona de expanso metropolitana deste municpio,
no somente dos rgos oficiais que cuidam do meio ambiente. Caber continuando pela Rua Pinto Alves at seu encontro com a Av. Pref. Joo
gesto organizar e fazer funcionar os mecanismos disponveis para Daher, seguindo por esta avenida at encontrar a Rua Acadmico Nilo de
concretizar as metas e os propsitos estabelecidos. Figuerdo; da segue por essa rua at seu encontro com a Rua Salgado
Filho; segue por esta rua, saindo do permetro urbano e continuando pela
rodovia MG-010, at encontrar o Ribeiro da Mata; sobe por esse ribeiro,
Alm dos Programas sugeridos para cada zona ambiental, apresentados passando pela zona urbana de Pedro Leopoldo, at encontrar junto MG-
no escopo do relatrio, recomendada a realizao de projetos especficos, 424, a estrada que liga Pedro Leopoldo a Mocambeiro; segue por essa
em escalas de detalhes, conforme as necessidades dos rgos ambientais, estrada no sentido de Mocambeiro at seu entroncamento com a estrada
no sentido de facilitar a aplicao das leis vigentes para fazer valer a gesto que liga Matozinhos a Mocambeiro; segue por essa estrada no sentido de
ambiental da rea. Do mesmo modo, as instituies de pesquisa podero Matozinhos, at seu encontro com a rodovia MG-424; segue por essa rodovia
trazer excelentes contribuies ao aperfeioamento das informaes j no sentido de Sete Lagoas at atingir o limite dos municpios Matozinhos-
obtidas. Prudente de Morais; segue acompanhando esse limite municipal em direo
ao Rio das Velhas at encontrar a estrada que liga Prudente de Morais
Recomenda-se, ainda, a elaborao de novo decreto corretivo do Memorial Fazenda Casa Branca, passando pelo povoado de So Bento; segue por
Descritivo da APA, visando eliminar as dvidas geradas no Decreto original essa estrada no sentido daquela fazenda, at seu encontro com o Riacho
e no Decreto n 1876 de 25 de abril de 1996, e cujos termos propostos da Gordura; desce por esse riacho at a sua foz no Rio das Velhas, onde
passariam a ser: teve incio a descrio do permetro.
52
Zoneamento Ambiental da APA Carste de Lagoa Santa - MG
9. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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de Geografica da USP, 1972 [Caderno de Cincias da Terra, 13]. History Press, 1971. p. 127-153
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regulamenta as Leis 6902/81 e 6938/81. In: COLETNEA DE LEGISLAO no Brasil e alteraes climticas. In: SIMPSIO SOBRE A COMUNIDADE
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____________. Minuta de Anteprojeto de lei: regulamentao APA
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CPRM
Servio Geolgico do Brasil
Ministrio do Meio Ambiente, dos Recursos Hdricos
Ministrio de Minas e Energia e da Amaznia Legal