APAJ Plano de Manejo - Final
APAJ Plano de Manejo - Final
APAJ Plano de Manejo - Final
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HDRICOS - SEMARH INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL E MEIO AMBIENTE IDEMA NCLEO DE GESTO DAS UNIDADES DE CONSERVAO - NUC
MAIO DE 2009
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HDRICOS SECRETRIO: IBER PAIVA FERREIRA DE SOUZA
INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL E MEIO AMBIENTE DO RIO GRANDE DO NORTE - IDEMA DIRETOR GERAL: MARCO AURLIO MARTINS DE ALMEIDA DIRETOR TCNICO: FBIO RICARDO DA SILVA GOS DIRETOR ADMINISTRATIVO: JAMERSON COSTA MORAIS
NCLEO DE GESTO DE UNIDADES DE CONSERVAO NUC/IDEMA COORDENADOR: ESTEVO ANTONIO LUCIO DOS SANTOS
Plano de Manejo da rea de Proteo Ambiental APA Jenipabu, Relatrio de Consolidao. Natal, 2009. Ncleo de Unidades de Conservao. P 174 Estudos Ambientais Unidade de Conservao - rea de Proteo Ambiental
IDEMA Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente Av. Nascimento de Castro, 2127 Lagoa Nova CEP: 59056-450 Telefones: (84) 3232-2110 (84) 3232-1992 E-mail: nuc@rn.gov.br www.idema.rn.gov.br
MAIO DE 2009
Estagirios
Jos Maria de Barros Jnior - Administrao Ana Cristiane P. de Sousa Geloga Danielly Ferreira Torres Biloga Emanuelle Amaral Biloga Mariane Arruda Cmara Biloga Daniela Karina Cndido - Gegrafa Hudson R. F. Carvalho - Gegrafo Andressa Bianca. A. Bezerra Arquiteta Francisco da Rocha B. Jnior - Arquiteto
1 Edio
APRESENTAO Este documento se constitui no Plano de Manejo da rea de Proteo Ambiental APA Jenipabu, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente, com base nos estudos realizados pela Acquatool Consultoria, pela Fundao para o Desenvolvimento Sustentvel da Terra Potiguar Fundep, e consolidado pela equipe tcnica do Ncleo de Unidades de Conservao e Assessoria Tcnica do Idema. O Plano de Manejo um projeto dinmico que possibilita a viabilidade da gesto institucional, operacional e financeira da APA e o seu principal objetivo estabelecer uma metodologia flexvel que permita iniciar o processo de ordenamento territorial, conjuntamente com a implementao de estudos, aes e projetos tendentes recuperao ambiental da APA, preservando a sua biodiversidade. Pela sua dinmica, o Plano de Manejo, elaborado para a APA Jenipabu, est sendo implementado em trs fases: Elaborao e discusso do Plano(concludo), Implementao dos Programas e atividades( em discusso no rgo gestor e no Conselho), e Avaliao de resultados (Programa de monitoramento), o que caracteriza a gesto como sendo um instrumento de aplicao gradativa, contnua, flexvel e participativa. De acordo com os estudos apresentados pela Acquatool (2005), o Plano de Manejo um instrumento de implantao gradativa, porque a evoluo e o aprofundamento dos conhecimentos sobre a Unidade de Conservao e a sua internalizao, por parte dos representantes do poder Pblico e da Sociedade Civil, condicionam a ampliao e o aprofundamento das aes de gesto.
Ele contnuo, porque cada nova fase englobar os conhecimentos e as aes da fase precedente, devendo, na implementao de cada nova fase, considerar os resultados da fase anterior, evitando interrupes entre elas. Ele flexvel uma vez que a sua estrutura apresenta a possibilidade de agregar novos conhecimentos e eventuais correes ao ordenamento territorial e manejo ambiental da APA, durante a implementao de qualquer das fases. As aes de monitoramento e reavaliao efetuadas durante a implantao do Plano indicaro a necessidade de se fazer ou no correes de percurso. O Plano de Manejo da APA Jenipabu participativo porque a sua elaborao e implementao envolve a sociedade, por meio do seu Conselho Gestor, sistematicamente reunido, em reunies ordinrias, que ocorrem a cada dois meses, e em reunies extraordinrias, de acordo com a necessidade de discusso de qualquer problema referente APA. O Plano apresentado em forma de um relatrio organizado em tpicos, que contemplam a viso geral e a contextualizao da rea, alm da apresentao dos instrumentos de gesto necessrios ao seu manejo da Unidade de Conservao. Uma anlise crtica do Plano de Manejo dever ser realizada anualmente, contemplando ajustes nos programas implantados e acrscimos de novos programas, de acordo com a necessidade da APA.
SUMRIO
APRESENTAO INTRODUO 1 - VISO GERAL DA REA 1.1. Ficha Tcnica 1.1.1. Superfcie da UC 1.1.2. Permetro 1.1.3. Municpios e percentuais dos seus territrios inseridos na UC 1.1.4. Coordenadas Geogrficas 1.1.5. Biomas e ecossistemas relevantes 1.1.6. Atividades existentes 1.2. Objetivos 1.3 Justificativas e declarao de significncia
2 CONTEXTUALIZAO E CARACTERIZAO DA REA 2.1 Unidades Geoambientais da regio na qual est inserida a UC Aspectos gerais da fauna, da flora, da hidrografia 2.2. 2.3. Caracterizao social, cultural e econmica 2.3.1 Servios pblicos de sade, educao, transporte, etc. 2.3.2 Aspectos culturais 2.3.3 Aspectos de organizao social 2.3.4 Nveis de renda 2.3.5 Principais atividades e potencialidades econmicas 2.4 Caracterizao fundiria
2.5 2.6
3 - INSTRUMENTOS DE GESTO 3.1. Plano de Manejo 3.1. 1 3.1. 2 3.1.3 Dos programas 3.1.3.1. Programa de Operacionalizao 3.1.3.2. Programa de Monitoramento 3.1.3.3. Programa de Fiscalizao 3.1.3.4. Programa de Educao Ambiental 3.1.3.5. Programa de Divulgao e Marketing 3.2. Zoneamento 3.2.1. Processo Participativo da Elaborao do Zoneamento 3.2.2. Metodologia adotada 3.2.3. Zoneamento da APA 3.2.4. Caracterizao do ZEE 3.2.4.1. Zona de Proteo Especial 3.2.4.2 Zonas de Conservao Dos Objetivos Dos princpios
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANEXOS
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Localizao da APA Jenipabu. Figura 2 Detalhe da APA Jenipabu e principais vias de acesso. Figura 3 Unidades Geoambientais da APA Jenipabu. Figura 4 - Fotos areas da Lagoa de Jenipabu. Figura 5 - Localizao da APA Jenipabu e bairros de entorno. Figura 6 Limites da ZPA-9 de Natal em relao APA. Figura 7 Imagem area com os limites da APA Jenipabu. Figura 8 Unidades geoambientais da APA Jenipabu. Figura 9 Zoneamento da APA Jenipabu.
LISTA DE FOTOGRAFIAS Fotografia 1 Fotografia 2 Fotografia 3 Fotografia 4 Fotografia 5 Plancie de Deflao em Redinha Nova Campo de dunas mveis de Jenipabu. Dunas fixas no entorno da Lagoa de Jenipabu. Estreita Faixa de Praia na APA de Jenipabu Superfcie plana do Tabuleiro Costeiro expondo os sedimentos avermelhados do Grupo Barreiras. Plancie Fluvial do Rio Doce. Plancie flvio-marinha associada ao Rio Cear-Mirim. Artrpodas da APA. Anfbios da APA. Rpteis da APA. Aves da APA. Vista da vegetao nativa das dunas. Vista das ciperceas como fixadoras de dunas. Aspecto geral da lagoa de Jenipabu. Krameria tomentosa, espcie freqente nos tabuleiros costeiros. Vista de um trecho do interior da mata. Aspecto do manguezal existente na APA de Jenipabu. Ncleos urbanos de Santa Rita e Jenipabu. Vista da praia da Redinha em Natal. Runas das Misses Jesuticas em Extremoz.
Fotografia 6 Fotografia 7 Fotografia 8 Fotografia 9 Fotografia 10 Fotografia 11 Fotografia 12 Fotografia 13 Fotografia 14 Fotografia 15 Fotografia 16 Fotografia 17 Fotografia 18 Fotografia 19 Fotografia 20 Fotografia 21 Fotografia 22 Fotografia 23 Fotografia 24 Fotografia 25
Fotografia 26 Fotografia 27 Fotografia 28 Fotografia 29 Fotografia 30 Fotografia 31 Fotografia 32 Fotografia 33 Fotografia 34 Fotografia 35 Fotografia 36 Fotografia 37 Fotografia 38 Fotografia 39 Fotografia 40 Fotografia 41 Fotografia 42 Fotografia 43 Fotografia 44 Fotografia 45 Fotografia 46 Fotografia 47 Fotografia 48 Fotografia 49 Fotografia 50 Fotografia 51
Passeio de buggy nas dunas mveis. Processo de ocupao por edificaes nas dunas. Cordo dunar mvel avanando em direo a Lagoa de Jenipabu. Setores alagadios no domnio da Plancie de deflao. Obstruo do escoamento superficial causado pelas edificaes e rede viria. Extrao de areia do rio por moradores da comunidade. Foto: Roberto Curioso. Vista parcial do Rio Doce Canal ligando a rea de manguezal foz do rio Cear Mirim. Edificao impedindo o desenvolvimento do manguezal. Atividades agrcolas sobre o tabuleiro costeiro. Extrao de material terroso dos sedimentos Barreiras. Barracas de praia beira mar. Passeios de buggy na orla. Imagem da Sede da APA. Imagem da Sede da APA. Imagem da Casa do Pesquisador. Imagem da Sede da CIPAM. Imagem da Portaria. Dunas Mveis com rea de Tratamento Especial. Campo de Dunas Fixas e a Lagoa de Jenipabu. Plancie Flvio-Marinha e desenvolvimento de vegetao de manguezal. Plancie Fluvial associada ao Rio Doce. Ncleo urbano de Santa Rita. Plancie de deflao associada Lagoa de Jenipabu Ncleo urbano litorneo de Redinha Nova. Tabuleiro e rede viria em implantao.
LISTA DE QUADROS Quadro 1 Quadro 2 Quadro 3 Quadro 4 Quadro 5 Quadro 6 Quadro 7 Quadro 8 Quadro 9 Quadro 10 Quadro 11 Quadro 12 Quadro 14 Quadro 13 Quadro 14 Quadro 15 Populao alfabetizada, de 5 ou mais de idade Veculos registrados por tipo de veculo no municpio de Extremoz Nmero de consumidores de energia eltrica por classe na rea e entorno da APA Jenipabu Esgotamento sanitrio, por domiclio Produo estimada de resduos slidos por domiclio rea, populao residente e densidade demogrfica. Populao economicamente ativa ou em idade ativa Organizaes que representam a sociedade civil Moradores em domiclios por classe de rendimento ndice de Desenvolvimento Humano Municipal Embarcaes existentes nas localidades pesqueiras Efetivo do rebanho Municpios do Programa de Desenvolvimento Integrado de Turismo do Plo Costa das Dunas Atividade Empresarial Impactos Ambientais associados ao uso e a ocupao do solo em cada Unidade Geoambiental na APA Jenipabu. Aspectos a serem monitorados na APA de Jenibapu, com os indicadores, mtodo e freqncia de monitoramento.
LISTA DE SIGLAS
ALNORTE
rea de Proteo Ambiental rea de Proteo Ambiental Jenipabu rea de Preservao Permanente Banco do Nordeste do Brasil Companhia de guas e Esgotos do Estado do Rio Grande do Norte
Conselho Estadual de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente Conselho Gestor Companhia Independente de Proteo Ambiental Conselho Nacional do Meio Ambiente Conselho Estadual de Meio Ambiente Departamento Estadual de Trnsito do Rio Grande do Norte Fundao para o Desenvolvimento Sustentvel da Terra Potiguar
GRPU IBAMA
Gerncias Regionais de Patrimnio da Unio Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis
IBGE IDEMA
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte
ndice de Desenvolvimento Humano ndice de Desenvolvimento Humano Municipal Instituto de Gesto de guas do Estado do Rio Grande do Norte
Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional Ministrio do Meio Ambiente Ncleo de Unidades de Conservao do IDEMA Organizao No Governamental Organizao da Sociedade Civil de Interesse Pblico Programa de Desenvolvimento do Turismo Regio Metropolitana de Natal Servio de Abastecimento de gua e Esgoto (Extremoz) Secretaria Municipal de Habitao, Regularizao Fundiria e Projetos Estruturantes (Natal)
SEMARH
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Natal) Secretaria de Estado do Turismo Sistema de Informao Geogrfica e Gesto Ambiental
SINDBUGGY Sindicato dos Buggueiros Profissionais do Rio Grande do Norte SM Salrio Mnimo SNUC UC UFRN UH Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza Unidade de Conservao Universidade Federal do Rio Grande do Norte Unidade habitacional
ZC ZPA ZPE
INTRODUO Este documento trata da consolidao dos estudos j produzidos no mbito da rea de Proteo Ambiental (APA) Jenipabu, uma Unidade de Conservao de Uso Sustentvel instituda pelo Decreto Estadual 12.620, de 19 de maio de 1995. A APA, localizada no litoral do Rio Grande do Norte, tem aproximadamente 1.735,89 hectares. As particularidades ambientais que merecem maior destaque na APA compreendem o amplo campo de dunas mveis com a lagoa de Jenipabu que compe um dos mais importantes cartes postais do Estado. As proposies levantadas nesse trabalho seguem os princpios do Sistema Estadual de Unidades de Conservao da Natureza SEUC (Lei Complementar n. 272, de 03 de maro de 2004) e do Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza SNUC (Lei Federal 9.985/00), as diretrizes estabelecidas pela Resoluo CONAMA n 10/98 e, ainda, as orientaes do Roteiro Metodolgico para Gesto de rea de Proteo Ambiental elaborado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA, 1999). O texto descreve a Unidade de Conservao analisada sob trs aspectos, apresentados a seguir: 1. Viso Geral da rea contextualiza a APA dentro do Estado do Rio Grande do Norte e destaca a relevncia ambiental da UC.
2. Contextualizao da rea apresenta os aspectos ambientais e socioeconmicos da rea, o mapeamento de cobertura do solo e das unidades geoambientais. 3. Instrumentos de Gesto contempla aspectos do Plano de Manejo da UC e um detalhamento dos Programas propostos para a APA. Zoneamento da UC, elaborado assegurando-se a ampla participao pblica.
1. VISO GERAL DA REA A APA Jenipabu foi criada em 17 de maio de 1995, pelo do Decreto n. 12.620 e abrange pores territoriais dos municpios de Extremoz e Natal, parte integrante da Regio Metropolitana de Natal. O territrio da APA dotado de uma beleza mpar, alm de uma grande variedade de recursos naturais e ambientais dunas fixas e mveis, lagoas, rios, praias e mangues de expressiva potencialidade turstica. Na APA localizam-se as Dunas de Jenipabu, um dos mais importantes cartes postais do Estado do Rio Grande do Norte, divulgado em todo o Brasil e no mundo. O campo de dunas e a lagoa de Jenipabu compem um cenrio marcante, que engloba grande parte da rea da unidade. Em termos de reas Protegidas, no Estado do Rio Grande do Norte, a APA Jenipabu faz parte de um conjunto de oito Unidades de Conservao Estaduais, quatro federais e, ainda, est posicionada de forma contgua s Zonas de Proteo Ambiental (ZPAs 8 e 9), do Plano Diretor de Natal. A integrao entre as ZPAs municipais e a APA Jenipabu importante, do ponto de vista local, na constituio de espaos especialmente protegidos e interligados, possibilitando o fluxo gnico e a disperso das espcies, tornando mais eficiente a proteo dos recursos naturais. Na APA Jenipabu tem-se o desafio de compatibilizar a proteo e conservao das dunas, lagoas, praias, mangues e tabuleiros, com a visitao, o uso e a ocupao do solo, proporcionando o desenvolvimento sustentvel em seu territrio, o que, em termos regionais, representa a gesto adequada de parte do litoral potiguar.
1.1 FICHA TCNICA A APA Jenipabu est localizada no litoral oriental do Estado, abrangendo os municpios de Natal e Extremoz (Figuras 1 e 2) e incluindo as praias de Redinha Nova, Santa Rita e Jenipabu. A maior parte de sua rea total (96,9%) est inserida no municpio de Extremoz, ao norte de Natal. Partindo de Natal, o acesso APA pode ser realizado pela ponte Newton Navarro, saindo da Praia do Forte, atravessando o Rio Potengi e seguindo pela RN 303 ou pela RN 304. Outro trajeto pode ser realizado pela Ponte de Igap, na Zona Norte, seguindo pela estrada da Redinha, em um percurso de 15 quilmetros, ou
ainda atravessando o rio por meio da balsa, que sai de Santos Reis, prximo s praias dos Artistas e do Meio.
Rio Potengi
1.1.3 Municpios e percentuais dos seus territrios inseridos na UC: Extremoz: A APA ocupa 13,42% da rea do municpio e corresponde a 1.686,4 hectares; Natal: A APA ocupa 0,31 % da rea do municpio e corresponde a 52,6 hectares. 1.1.4 Coordenadas Geogrficas Latitude e Longitude: - entre latitudes 05 40 40S e 05 44 20S. - entre longitudes 35 12 10W e 35 14 01W. 1.1.5 Biomas e ecossistemas relevantes A APA Jenipabu faz parte do Bioma Costeiro, formado por um mosaico de ecossistemas encontrados ao longo do litoral brasileiro. Manguezais, dunas, restingas, praias, lagoas, matas e outros ambientes importantes exemplificam a diversidade de ecossistemas encontrada.
1.1.6 Atividades existentes A APA tem sua economia baseada na pesca, agricultura de subsistncia, agropecuria e turismo. Com relao pesca, o municpio de Extremoz se sobressai na produo de lagosta, peixe, camaro e polvo. Na atividade agrcola constata-se a produo de abacate, abacaxi, banana, batata doce, cana-de-acar, castanha de caj, coco-da-baa, feijo, laranja, mamo, maracuj, mandioca e milho. Na pecuria o rebanho formado por bovinos, sunos, eqinos, caprinos, asininos e ovinos, com destaque para a produo de bovinos e sunos. O potencial turstico natural e cultural da rea mobilizam a economia atravs da expanso de sua cadeia produtiva, representada pelas vrias opes de passeios, servios, alimentao e hospedagem.
1.1.7 Geologia Em superfcie encontram-se os sedimentos elicos esbranquiados que formam as dunas mveis e fixas. Nos setores menos elevados da topografia tem-se as coberturas arenosas a areno-siltosas de cores variadas, sobrepostas s rochas sedimentares do Grupo Barreiras. Ainda, associado aos cursos de gua, ocorrem depsitos fluviais e flvio-marinhos do Rio Doce e Rio Cear-Mirim,
respectivamente.
1.1.8 Caracterizao Climtica O clima na rea tropical chuvoso com chuvas no inverno e vero seco. A precipitao pluviomtrica mdia anual da ordem de 1456,6 mm, a temperatura mdia anual de 26,6 C e a umidade relativa do ar de 70%. 1.2 Objetivos De acordo com seu Decreto de criao (Anexo 1), a APA Jenipabu foi criada com os objetivos de ordenar o uso, proteger e preservar os ecossistemas de praias, mata atlntica e manguezal; as lagoas, rios e demais recursos hdricos; as dunas; as espcies vegetais e animais. 1.3 Justificativas e declarao de significncia As Unidades de Conservao foram inicialmente discutidas no Cdigo Florestal (Lei 4.771, de 15 de setembro de 1965) onde foi exibida a figura dos Parques, Reservas Biolgicas e Florestas Nacionais, Estaduais e Municipais. Logo em seguida, com o advento da Lei 6.902, de 27 de abril de 1981, surgiram as Estaes Ecolgicas e reas de Proteo Ambiental. Contudo, nenhuma destas legislaes chegou a preencher a lacuna existente na definio de espaos territoriais especialmente protegidos previstos na Constituio Federal, muito menos a sua forma de criao e gesto, permanecendo uma indefinio sobre o manejo destes espaos. Esta indefinio de UCs somente foi dissipada em 18 de julho de 2000, com promulgao da Lei Federal 9.985, que regulamentou o art. 225, 1, I, II, III e IV da Constituio Federal. Tal instrumento instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC), estabelecendo critrios e normas para a criao,
implantao e gesto das unidades de conservao e trazendo em seu art. 2, I, a definio de Unidades de Conservao como sendo:
O espao territorial e seus recursos ambientais, incluindo as guas jurisdicionais, com caractersticas naturais relevantes, legalmente institudo pelo Poder Pblico, com objetivos de conservao e limites definidos, sob regime especial de administrao, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteo.
A legislao estadual contemplou todas as prescries estabelecidas pelo SNUC, ao criar o Sistema Estadual de Unidades de Conservao da Natureza e demais Espaos Protegidos, por meio da Lei Complementar no 272, de 3 de maro de 2004, nos arts.18 e seguintes. Ainda, segundo o SNUC, as UCs foram divididas em dois grupos, cada um com caractersticas especficas e contendo diversas categorias, sendo estes: Grupo das Unidades de Proteo Integral e Grupo das Unidades de Uso Sustentvel. A rea de Proteo Ambiental (APA) encontra-se inserida no Grupo de Uso Sustentvel, tendo como objetivo bsico compatibilizar a conservao da natureza com o uso sustentvel de parcela dos seus recursos naturais (art. 7, II, 2 do SNUC). A APA est definida no art. 15 do SNUC, que prescreve:
uma rea em geral extensa, com certo grau de ocupao humana, dotada de atributos abiticos, biticos, estticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populaes humanas, e tem como objetivos bsicos proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo de ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Nesse sentido, as APAs definem espaos onde a alterao de ecossistemas, por ao antrpica, limita-se a um patamar compatvel com a sobrevivncia permanente de comunidades vegetais e animais, alm disso, tambm podem prestar-se experimentao de novas tcnicas e atitudes, que permitam conciliar o uso da terra com a manuteno dos processos ecolgicos essenciais. Assim, so admitidas atividades tursticas, recreativas, agrcolas e industriais, usos residenciais e comerciais, bem como outras formas de ocupao e uso da rea, desde que se harmonize com os objetivos especficos de APAs, que so:
contribuir para a preservao da diversidade biolgica e dos ecossistemas naturais; propiciar o manejo adequado dos recursos da fauna e flora; incentivar a pesquisa cientfica e estudos compatveis com as caractersticas da rea; propiciar educao ambiental; e garantir o monitoramento ambiental.
Como subsdio ao planejamento territorial das APAs de suma importncia uma anlise das normas jurdicas vigentes que estabelecem as restries legais aos diferentes tipos de ecossistemas existentes na regio e s formas de uso e ocupao do territrio. O processo de criao para a APA Jenipabu iniciou-se a partir do desenvolvimento de um turismo voltado para o passeio de buggys nas dunas de Jenipabu, processo este que enfrentou dois grandes obstculos: o interesse dos proprietrios das reas em cobrar pelo uso de suas propriedades, e as potenciais alteraes aos recursos ambientais disponveis, caso a atividade no fosse realizada de maneira sustentvel. A soluo para o conflito gerado, bem como para a conservao dos recursos ambientais, poca, foi a elaborao de um Termo de Acordo Extrajudicial, com cunho de ttulo executivo, sob a presidncia da Empresa de Promoo e Desenvolvimento do Turismo do Rio Grande do Norte EMPROTURN, com o comprometimento de diversos setores envolvidos, e a intervenincia do Ministrio Pblico Estadual. Este Termo teve com objetivo ordenar e disciplinar o uso das dunas e conter ou reduzir a degradao ambiental, sem prejuzo da atividade turstica. Como parte do acordo firmado estava a elaborao de um amplo estudo do local, visando o levantamento da situao e o acompanhamento da atividade, alm da realizao de pesquisas objetivando a preservao e conservao das Dunas de Jenipabu. Em virtude da ausncia do estudo supracitado, o IBAMA interditou a rea em dezembro de 1994 para a realizao do mesmo. Visando estabelecer critrios de uso para a atividade dos bugueiros, para que, conseqentemente, fosse cessada a interdio das dunas, e ainda, preocupado com os impactos negativos causados ao turismo, o Conselho Estadual de Turismo do Rio Grande do Norte CONETUR, entidade constituda pela Secretaria de Turismo e principais representantes privados do setor, solicitou a imediata interveno do Governo do Estado, atravs do IDEMA/CMA, para a resoluo do problema. A criao de uma APA foi a alternativa mais vivel para se dar incio, de forma rpida e eficiente, s atividades de preservao ambiental da rea abrangida, ao
mesmo tempo em que se buscava a manuteno de importantes atividades econmicas existentes. Criando os arranjos institucionais necessrios para a atividade de passeio de buggy e a conservao da natureza, a visitao na rea passou a gerar significativo fluxo de capital, envolvendo diferentes servios e empreendimentos de apoio aos visitantes. A partir dos incentivos ao turismo, da proximidade da capital, das
condies nicas cnico-paisagsticas, e da aventura que os passeios de buggys evocam, a APA de Jenipabu tornou-se um dos mais importantes destinos tursticos no Estado do Rio Grande do Norte, divulgado em todo o Brasil e no mundo.
A P A J E N I P A B U
2. CONTEXTUALIZAO E CARACTERIZAO DA REA 2.1. Unidades geoambientais da regio a qual est inserida a UC A unidade geoambiental definida pelo Artigo 2o, item XV, do Decreto Federal no 5.300, como sendo: A poro do territrio com elevado grau de similaridade entre as caractersticas fsicas e biticas, podendo abranger diversos tipos de ecossistemas com interaes funcionais e forte interdependncia. Nesse trabalho, as unidades geoambientais individualizadas esto
englobadas em trs compartimentos macro do ambiente, os quais: Frente Marinha: abrange as feies costeiras. Na APA Jenipabu destacam-se as unidades geoambientais representadas pelas feies modeladas pelo vento como a Plancie de Deflao, os campos de Dunas Mveis e Dunas Fixas e a Zona de Praia. Terras Altas: so pores localizadas no interior do continente e constituem superfcies de eroso. Na APA compreendem o Tabuleiro Costeiro Corredores Fluviais: so as feies esculpidas pelo prprio canal do rio. Na APA Jenipabu, esto includas as Plancies Fluviais e Flvio-Marinhas. Na Figura 3 pode-se visualizar a unidades geoambientais individualizadas na APA Jenipabu e a seguir so descritos seus principais aspectos.
Plancie de Deflao As plancies de deflao so superfcies planas, horizontais, ou ligeiramente inclinadas, que se estendem desde o limite de mar alta at a base dos campos de dunas. Nestas superfcies predomina a remoo de sedimentos pelos processos elicos, com formao de feies residuais (Fotografia 1). Elas podem ser formadas pela deflao do vento, que vai retirando as areias mais finas, at atingir o nvel fretico, ou um horizonte de granulometria mais grossa e resistente, ou ento pelo avano de campo de dunas progressivas, rumo ao continente, deixando para trs uma superfcie plana, horizontalizada, que, aos poucos, vai se estabilizando pelo desenvolvimento de uma vegetao pioneira. Estas plancies de deflao podem tornar-se instveis sem nenhuma mudana na ao dos agentes modeladores, basta a retirada da cobertura vegetal para recomear a eroso elica, que se inicia com os blowouts (corredores preferenciais de deflao). Dunas Mveis A formao dos campos dunares mveis se d a partir da eroso intensa dos sedimentos litorneos e redistribuio ao longo das praias, onde os ventos retiram as areias para construir as dunas. Quanto maior o suprimento de sedimento e menor a cobertura vegetal, maiores so os campos de dunas. Na APA as dunas mveis so bastante expressivas e denominadas Dunas de Jenipabu (Fotografia 2), alinham-se paralelas a linha de costa, entre a plancie de deflao e as dunas fixadas por vegetao. Dunas Fixas A fixao das dunas mveis se d pelo desenvolvimento de vegetao, notadamente nos setores onde a ao do vento no age intensamente. A vegetao que se desenvolve sobre as dunas desempenha importante papel na sua fixao e exerce influncia na sua forma. Na APA as dunas fixas (Fotografia 3) esto localizadas entre o campo dunar mvel e o tabuleiro costeiro e desenvolvem uma vegetao composta por espcies pioneiras herbceas e arbustivas.
Fotografia 1 Plancie de Deflao em Fotografia 2 Campo de dunas mveis de Redinha Nova, seguida de um campo de Jenipabu. dunas. Foto: Geoconsult, 2006.
Zona de Praia As praias so definidas no Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (Lei no 7.661), no Pargrafo 3, como sendo: A rea coberta e descoberta periodicamente pelas guas, acrescida da faixa subseqente de material detrtico, tais como areias, cascalhos, seixos e pedregulhos, at o limite onde se inicie a vegetao natural, ou em sua ausncia, onde comece um outro ecossistema. Elas so chamadas de estirncio ou zona de intermars e constituem aquela faixa contnua coberta pelas guas do mar, como no caso do litoral do Rio Grande do Norte, pelo menos duas vezes por dia, nas preamares. Na APA Jenipabu o limite superior da zona de praia marcado pela vegetao da plancie de deflao e, mais raramente, pelas dunas frontais (Fotografia 4).
Fotografia 3 Dunas fixas no entorno da Fotografia 4 Estreita Faixa de Praia na Lagoa de Jenipabu. Foto: Geoconsult, APA de Jenipabu, frente da plancie de 2006. deflao. Foto: Geoconsult, 2006.
Tabuleiro Costeiro O tabuleiro costeiro constitui uma superfcie de eroso plana e ligeiramente inclinada para o litoral, esculpida sobre os sedimentos do Grupo Barreiras (Fotografia 5). Plancie Fluvial A plancie fluvial a plancie de inundao do rio que no sofre a influncia marinha marcada pela presena dos esturios prximos a linha de costa. Dessa forma, est acima do nvel onde cessa a penetrao da mar. A sua principal funo na dinmica ambiental servir de espao temporrio para expanso das guas das cheias e sedimentos da bacia hidrogrfica, criando um tempo de retardo da inundao. Na UC essa plancie encontra-se associada ao Rio Doce (ao sul) (Fotografia 6).
Fotografia 5 Superfcie plana do Tabuleiro Costeiro expondo os sedimentos avermelhados do Grupo Barreiras. Foto: Geoconsult, 2006.
Fotografia 6 Plancie Fluvial do Rio Doce, vale encaixado entre o tabuleiro costeiro. Foto: GEOCONSULT, 2006.
Plancie Flvio-Marinha Corresponde aos esturios, que so vales de rios afogados pelas mars. A sua superfcie plana se situa entre o nvel mdio de mar baixa de sizgia e o nvel de mar alta equinocial. A plancie flvio-marinha em Jenipabu se desenvolve a partir do Rio Cear-Mirim e composta, tambm, por manguezais (Fotografia 7).
Fotografia 7 - Plancie flvio-marinha associada ao Rio Cear-Mirim na Praia de Jenipabu e o desenvolvimento da vegetao de manguezal. Foto: Geoconsult, 2006.
2.2. Aspectos gerais da fauna, flora, da hidrografia. Fauna O levantamento faunstico que subsidiou este documento foi coordenado pelo bilogo Miguel Rocha Neto, em 2006 e a lista completa das espcies observadas na rea durante o levantamento encontra-se disponibilizada no NUC (IDEMA). Com relao aos artrpodas (Fotografia 8) foram encontradas seis espcies de aranhas (Lasiodora klugii - aranha caranguejeira, Pachistopelma rufonigrum - aranha de bromlia, Nephila clavipes - aranha da mata, Argiope argentata - aranha de jardim, Gasteracantha sp.- aranha de espinho e Selenops sp.- aranha caranguejo), e duas de escorpio (Tityus stigmurus escorpio amarelo e Tityus neglectus - escorpio de cauda preta), principalmente associados a bromlias, troncos em decomposio, tocas e sob cascas de rvores. Entre os miripodes esto os embus da espcie Julus sp. e Orthomorpha sp. e as centopias da espcie Scolopendra viridicornis.
- pingos de prata, Danaus plexippus - borboleta monarca, Danaus g. gilippus - vicerei, Anartia jatrophae - borboleta, Hamadryas feronia - borboleta-estaladeira, Battus polydamas - borboleta estaladeira), trs espcies de formiga (Dinoponera quadriceps - formigo, Asteca sp - formiga tapira, Atta sexdens - formiga de roa), uma de abelha (Trigona spinipes Arapu), uma de vespa (Polistes canadensis).
Fotografia 8 Artrpodas da APA: esquerda, caranguejeira (Lasiodora klugi) muito comum na APA e direita, Centopia (Scolopendra viridicornis) em atividade de forrageio. Fotografia: Miguel Rocha Neto, 2006.
Especificamente nas reas de manguezais a fauna de crustceos composta por cinco espcies: Cardiosoma guaiumi (goiamum), Uca burguesi (chama-mar), Callinectes exasperatus (siri), Callinectes danae (siri-azul) e Euraphia rhizophorae (Craca-de-mangue). J o filo Mollusca est representado por oito espcies:
(Anomalocardia brasiliana - mauim, Lucinia pectinata - marisco redondo, Mactra fragilis - taioba, Tagelus plebeius - unha-de-velho, Crassostrea rhizophorae - ostrado-mangue, Mytella charruana - sururu, Teredo sp. teredo, e Littorina flava - meiapau). Com relao aos anfbios (Fotografia 9), oito espcies esto presentes: os sapos Bufo granulosus, Bufo pygmaeus, Bufo jimi, as pererecas Hypsiboas raniceps e Dendropsophus decipiens, as rs Elachistocleis ovalis e Leptodactylus ocellatus (r-manteiga), e a cumba Pleurodema diplolistris. Os rpteis da APA (Fotografia 10) so representados por treze espcies, das quais sete so de lagartos (Iguana iguana iguana ou camaleo, Ameiva ameiva sinimb, bico-doce, Cnemidophorus ocellifer - calanguinho, Tupinambis marianae teju, tej-au, Hemidactylus mabouia - briba-de-casa, Gymnodoactylus gekoides -
briba-do-folhio, Tropidurus torquatus - lagartixa), cinco de serpentes (Boa constrictor - jibia, Epicrates cenchria - salamanta, Philodryas olfersii - cobra-verde, Oxyrhopus trigeminus - falsa-coral e Leptophis ahaetulla - cobra-de-cip) e uma de jacar Caiman latirostris (jacar-de-papo-amarelo).
Fotografia 9 Anfbios da APA: esquerda o cumba (Pleuroderma diplolistris) muito comum nas margens da Lagoa de Jenipabu e direita a r-manteiga (Leptodactylus ocellatus) em uma rea alagada. Fotografia: Miguel Rocha Neto, 2006.
Fotografia 10 Rpteis da APA: esquerda casal de Tropidurus torquatus (lagartixa) em ritual de reproduo e direita Cnemidophorus ocellifer (calanguinho) em comportamento de forrageio. Fotografia: Miguel Rocha Neto, 2006.
A avifauna identificada na APA (Fotografia 11) representada por 72 espcies distribudas em 32 famlias, principalmente encontradas na rea de tabuleiro e nas reas residenciais. A maioria das espcies identificadas apresenta ampla distribuio geogrfica e possuem grande plasticidade ambiental, podendo ser encontrada em vrios tipos de habitats, inclusive aqueles impactados por aes antrpicas. Espcies como Mimus saturninus (sabi-do-campo), Formicivora grisea (papa-formiga-pardo),
Thamnophilus doliatus (choca-barrada), Columbina picui (rolinha-picui), Columbina talpacoti (rolinha-roxa), Leptotil verreauxi (juriti-pupu), Herpsilochmus pectoralis (chorozinho-de-papo-preto), Polioptila plmbea (balana-rabo-de-chapu-preto),
Hemitriccus margaritaceiventer (sebinho-de-olho-de-ouro) e Procacicus solitarius (irana-de-bico-branco) apresentaram grande atividade vocal, facilitando sua identificao.
Fotografia 11 Aves da APA: esquerda Polioptila plumbea (balana-rabo-de-chapupreto) e direita fmea de Herpsilochmus pectoralis (chorozinho-de-papo-preto). Fotografia: Miguel Rocha Neto, 2006.
Apesar da avifauna da APA ter predominncia de espcies generalistas algumas aves merecem uma ateno especial, como as que constam na Lista de Animais Brasileiros Ameaados de Extino, como por exemplo, Herpsilochmus pectoralis (chorozinho-de-papo-preto), Herpsilochmus sellowi (chorozinho-da-
No que tange aos mamferos apenas o sagi (Callithrix jacchus) foi avistado durante o trabalho e rastros de guaxinim (Procyon cancrivorus) foram observados na margem da Lagoa de Jenipabu. De uma maneira geral necessrio aumentar o esforo amostral para se ter um melhor detalhamento da fauna, no apenas da riqueza de espcies, mas da condio atual de suas populaes na APA e entorno.
Flora O levantamento da vegetao que subsidiou este documento foi coordenado pela biloga Maria das Dores Melo, em 2006. A lista completa das espcies
vasculares encontradas na APA disponibilizada no NUC (IDEMA). A cobertura vegetal na APA Jenipabu pode ser dividida em trs grandes grupos: a) as pioneiras herbceas e arbustivas com influncia marinha, encontradas nas praias e dunas; b) a savana arborizada e a Floresta Estacional Semidecidual nos tabuleiros costeiros, e; c) as formaes pioneiras arbreas e herbceas com influncia flviomarinha, nos manguezais e campos salgados.
Praias e Dunas A expressiva ocupao urbana nas praias de Jenipabu, Santa Rita e Redinha alteram a composio florstica. A vegetao de praia instala-se nas feies dunares e neste local desenvolvem espcies halo-psamfilas que exercem ao fixadora sobre os pequenos cmoros at as dunas de grandes formas e dimenses (Fotografia 12). Esta vegetao apresenta-se rala nas adjacncias de deflao, como tambm nos interiores e, nas faixas de sotavento, mostram-se densas destacando-se as espcies salsa Ipomoea pes-caprae Roem. & Schult, pinheirinho da praia Remirea maritima Aublet., crista de galo Heliotropium sp, beldroega Sesuvium portulacastrum L., alm de diversas gramneas e ciperceas. As dunas fixas mostram-se parcialmente cobertas por padres fisionmicos de vegetao diversificados. Esto recobertas por vegetao pioneira marinha arbustiva e alcanam cotas superiores a 40 metros. Nas dunas de Jenipabu desenvolve-se a espcie Anacardium occidentale L. (cajueiro) notadamente a sotavento dos depsitos elicos mais elevados, o qual tem grande capacidade de adaptao quanto s mudanas impostas pela ao elica desenvolvendo extensas razes assegurando a sua fixao mobilidade do solo, que no impede o seu desenvolvimento. Em outras, h ainda a presena de Ficus sp (gameleiras), Ziziphus joazeiro Mart (juazeiro), Tabebuia avellanedae Lor. Ex.Griseb. (ip roxo), Curatela americana L. (lixeira) e gramneas do gnero Andropogon, Elionurus e ciperceas como Cyperus crassipes Vahl. (Fotografia 13), Remirea maritima e Ipomoea pescaprae (salsa) abundante nesta rea e algumas outras herbceas. A vegetao na plancie de deflao de natureza edfica aberta, pois no ocupa a rea fsica abertamente.
Fotografia 12 -. Vista da vegetao nativa das dunas e alguns coqueiros plantados. Foto: Maria das Dores Melo, 2006.
Fotografia 13 - Vista das ciperceas como fixadoras de dunas. Foto: Maria das Dores Melo, 2006.
Com relao Lagoa de Jenipabu, as espcies vegetais esto representadas pelas macrfitas aquticas (Fotografia 14) como Nymphoides indica (L.) O. Kuntze (Menyanthaceae), Juncus sp (Juncaceae), Eichornia crassipes. As macrfitas aquticas so definidas por Cook (1996) como vegetais visveis a olho desarmado, cujas partes fotossintetizantes ativas esto permanentemente ou por diversos meses, todos os anos, total ou parcialmente submersos em gua doce, ou ainda flutuante na mesma. No entorno, desenvolve-se uma vegetao arbustiva-arbrea de espcies como aroeira da praia Schinus terenbitifolius L., murici Byrsonima sp, ip roxo Tabebuia avellanedae Lor. Ex.Griseb. e algumas outras espcies como gramneas e ciperceas que se desenvolvem em reas brejosas da APA.
Fotografia 14 - Aspecto geral da lagoa de Jenipabu, revelando a presena de macrfitas aquticas. Foto: Maria das Dores Melo, 2006.
Tabuleiros Costeiros Nesta rea a vegetao se caracteriza pela fisionomia variando desde reas densas a esparsas a formao de moitas abertas e fechadas. Trata-se dos tabuleiros costeiros, prximo ao litoral se limitando com as dunas, que so impulsionadas pelos ventos e invadem lentamente essas reas. A fisionomia da cobertura vegetal compreende uma paisagem predominantemente arbustiva esparsa com algumas rvores intercaladas, na parte do relevo mais baixo. So remanescentes de grande importncia ecolgica por serem elementos de captao e proteo da qualidade das guas. O solo plano e suavemente inclinado. Constata-se a presena de clareiras e solo desnudo. O estrato arbustivo est representado pelas espcies Krameria tomentosa (Krameriaceae) (Fotografia 15), Miconia sp (Melastomataceae), Crotalaria sp, Staelia aurea (Rubiaceae), Ceres jamacaru (Cactaceae), Solanum paniculatum (Solanaceae). O sub-bosque dominado por ciperceas e gramneas, leguminosas e Amaryllidaceae (Hippeastrum sp). A vegetao arbrea est representada por numerosas populaes de espcies da famlia Myrtaceae (Myrcia, Eugenia, Psidium), Caesalpinia echinata, Curatella americana, Simarouba sp, Tapirira guianensis, Andira nitida, Byrsonima gardneriana, Schinus terenbitifolius. As moitas ou micro-florestas (IDEC,1994) apresentam elementos atpicos de tabuleiro ou savana, por que tanto floristicamente quanto ecologicamente formam pequenas florestas, havendo qualquer alterao no ambiente transformam o tabuleiro em mata secundria. Nesse ambiente encontram-se espcies
caractersticas de floresta tropical pluvial do Nordeste, de formao arbustivoarbreas como Pithecolobium avaremotemo Mart., Protium heptaphyllum L. (amescla), Ouratea fieldingiana Engl., Bysonima cydoniaefolia Juss., Hymenaea sp (jatob), Inga sp, Anacardium occidentale L. (cajueiro), Tabebuia avellanedae Mart. (ip roxo), Hirtella ciliata Mart. & Zucc., Hancornia speciosa Gomes (mangaba). Tocoyena brasiliensis (Rubiaceae), Crysobalanus icaco L. (guajiru), e Guetarda sp (anglica), Curatella americana L., Bowdichia virgilioides Kunth in HBK. So rvores e arbustos isolados, envolvidos com o estrato herbceo caracterizando o tabuleiro tpico, presentes no topo da Formao Barreiras e que em algumas reas formam clareiras.
Na borda das matas que margeiam as lagoas interdunares da APA, encontrase vegetao bem preservada e com espcies pioneiras, sem perturbao aparente, destacam-se Anacardium occidentale, Miconia sp, Schinus terenbitifolius L., Tapirira guianensis, Cecropia pachystachya, Myrcia sp. Na outra borda oposta s lagoas interdunares, verifica-se a presena de pequenos vales, alcanando de fisionomia de porte florestal cujas espcies alcanam 15-20m de altura, com destaque para: Cecropia pachystachia, Tapiria guianensis, Simarouba sp. e cactceas (Fotografia 16). Nesta formao as orqudeas esto representadas por cinco espcies (Anacheilium fragans, Cattleia granulosa, Cyrtopodium macaibensis, Epidendrum cinnabarinum, Polystachya concreta), e as bromlias so representadas por trs espcies (Aechmea aquilega, Aechmea lingulata, Hohembergia sp), as arceas por quatro (Anthurium affine, Montrichardia linifera, Philodendron imbe, Taccarum ulei). A serrapilheira, quando existe, forma camada fina de poucas espcies arbreas, podendo apresentar numerosas plntulas. As espcies arbreas Cecropia pachystachia, Schinus terenbitifolius, Curatella americana e arbustos como algumas Euphorbiaceas, habitam preferencialmente as bordas das matas.
Fotografia 15 - Krameria tomentosa, espcie Fotografia 16 - Vista de um trecho do freqente nos tabuleiros costeiros. Foto: interior da mata, evidenciando o Maria das Dores Melo, 2006. adensamento das espcies de formao arbustiva. Foto: Maria das Dores Melo, 2006.
A floresta atlntica rica em cips e lianas. Estas plantas apiam-se noutras e, em busca dos raios solares, vo at s copas das rvores, sendo com freqncia
representadas pelas espcies: Arrabidea sp, Jacquemontia sp, Merremia dissecta, Merremia sp, Evolvulus sp, Tetracera breyniana, Canavalia sp. Cissus sp. A cobertura vegetal da praia de Jenipabu foi ao longo do processo de ocupao antrpica, alterada e substituda pelas culturas de subsistncia como o coco, feijo, macaxeira e banana. Quanto s culturas, observa-se que no h rotatividade nos plantios e, ao contrrio, essas lavouras so cultivadas
conjuntamente, propiciando a formao de um solo estril. A eroso tambm constitui uma realidade na rea, e no se denota qualquer ao no sentido de evitar o seu desenvolvimento. Esta rea apresenta uma rica diversidade biolgica importante, fisionomia exuberante e a presena de trilhas que necessitam de orientaes. Manguezais e Campos Salgados Nas reas com influncia flvio-marinha ocorre vegetao tropical tpica paludosa de mangue (Fotografia 17), onde predominam espcies como mangue vermelho (Rhizophora mangle L., espcie dominante), mangue branco
(Laguncularia racemosa) denotando uma baixa salinidade no interior do esturio e Conocarpus erecta L., (Combretaceae). Em reas de campos salgados observa-se a presena constante da samambaia de mangue Acrostichum aureum L., da gramnea Spartina sp, da chanana Turnera ulmifolia L., da halfita bredo-da-praia Sesuvium portulacastrum L (Aizoaceae), e Sporobolus sp, que esto geralmente associadas a algum tipo de impacto sofrido, permitindo ser utilizadas como bioindicadoras.
Fotografia 17 - Aspecto do manguezal existente na APA de Jenipabu. Foto: Maria das Dores Melo, 2006.
Hidrografia A APA est localizada regionalmente na Bacia Sedimentar Costeira do RN. Localmente, esta UC se insere na Sub-bacia Hidrogrfica de Escoamento Difuso 164 (SERHID, 1998), limitada ao norte pela Bacia Hidrogrfica do Rio Cear Mirim e ao sul pela Bacia Hidrogrfica do Rio Doce. O principal manancial subterrneo da rea o sistema Aqfero Dunas-Barreiras. As dunas constituem uma unidade de transferncia de guas para o aqfero Barreiras subjacente, mediante drenana vertical descendente, favorecendo a recarga e renovao das guas desse aqfero. Nestas condies, a preservao das dunas e a adoo de um sistema de saneamento eficiente se constituem em elementos bsicos e fundamentais para a proteo das guas subterrneas. O sistema de disposio local de efluentes (fossas e sumidouros) disponvel populao representa srios riscos de contaminao das guas especialmente por coliformes e compostos nitrogenados. As dunas, por si s, no representam um expressivo potencial hidrogeolgico, embora sejam captadas pela populao para uso domstico atravs de cacimbes e poos tubulares rasos. O aqfero Barreiras comprovadamente de maior potencialidade hdrica e produz guas de excelente qualidade fsico-qumica natural. A Lagoa de Jenipabu preenche as depresses nas superfcies aplainadas que caracterizam os tabuleiros. Este manancial perenizado pela ressurgncia das guas subterrneas do aqfero Dunas. Estudos realizados por Amaral (2008) evidenciam que essa Lagoa tem apresentado alteraes morfodinmicas ao longo do tempo. A comparao temporal de fotografias areas obtidas em 1970 e 2006 demonstra mudanas na geometria e posio da Lagoa. Trs corredores de ventos preferenciais que cruzam o campo dunar, no sentido do litoral para o continente, transportam rapidamente os sedimentos elicos e soterram a margem leste e sul da Lagoa de Jenipabu, conforme ilustrado na Figura 4.
A)
B)
C)
Figura 4 Vista area da Lagoa de Jenipabu. A) Obtida em 1970, em escala aproximada original 1:70.000. B) Obtida em 2006, em escala aproximada original 1:25.000. C) Em azul, a extenso do avano da margem sul e leste da lagoa que, neste intervalo de tempo, chega a aproximadamente 50m. A margem oeste permaneceu fixa nesta escala de trabalho. Fonte: Amaral (2008).
Verifica-se, ainda, a presena de lagoas temporrias e semi-perenes com uma configurao alongada e pequena profundidade, nos domnios do campo dunar e da plancie de deflao. 2.3 Caracterizao social, cultural e econmica. No municpio de Extremoz a APA Jenipabu abrange os ncleos urbanos de Jenipabu, Ponta de Santa Rita e Redinha Nova (Fotografia 18); em Natal a APA contempla uma pequena poro do bairro de Redinha (Fotografia 19),
principalmente da regio da plancie do Rio Doce, e tem como entorno imediatos os bairros de Lagoa Azul e Pajuara (Figura 5).
Fotografia 18 Ncleos urbanos de Santa Fotografia 19 Vista da praia da Redinha Rita e Jenipabu. Foto: Geoconsult, 2006. em Natal. Foto: SEMURB, 2005.
250000 252000 254000 256000 258000 260000
9372000
9372000
O
C
E
O A N
9370000
Extremoz
9370000
A T L
9368000
Apa Jenipabu
9368000
T I C O
Lagoa Azul
9366000
9366000
Pajuara Redinha
9364000 9364000
250000
252000
254000
256000
258000
260000
Originariamente a ocupao nos principais ncleos urbanos na APA, vilas de Jenipabu e Ponta de Santa de Rita, estava associada atividade pesqueira artesanal, comrcio local e pequenos prestadores de servio. No entanto, toda faixa de litoral, que vai da Redinha (Foz do Rio Doce) Barra do Rio Cear-Mirim, apresenta potencial turstico bastante expressivo e diversificado. No perodo de vero ou alta estao, por exemplo, ocorre uma mobilizao da economia local, devido ao aumento de uma populao sazonal que se desloca para as casas de veraneio localizadas nestas praias e, ainda, pela presena constante de turistas.
H de se destacar ainda que, entre a rea da APA e os bairros de Lagoa Azul, Pajuara e Redinha, encontra-se o rio Doce, limite Sul da UC. Tanto o Rio Doce como parte dos bairros supracitados correspondem a Zona de Proteo Ambiental- ZPA-9, do Municpio de Natal, a qual cobre o complexo de lagoas e dunas ao longo do Rio Doce (Figura 6).
2.3.1 Servios pblicos de sade, educao e transporte Sade Em Natal e Extremoz a situao de fragilidade em relao rea de sade, semelhante ao quadro geral do pas. Na rea e entorno da APA existem 23 equipamentos de sade relativa rede ambulatorial. No h hospitais e essa rede ambulatorial no suficiente para atender a demanda de um contingente populacional formado por 123.619 habitantes. Alm da falta de recursos humanos e
de estrutura, principalmente, naquelas reas onde existe uma concentrao de pessoas com baixo poder socioeconmico. Dessa forma, os casos de enfermidades que requerem um atendimento hospitalar so todos concentrados nos poucos equipamentos da rede pblica de Natal. Educao A educao no Brasil mostra bastante fragilidade, tanto em qualidade de ensino quanto no nmero de pessoas que tem acesso a escola. Nos municpios que abrigam o territrio da Unidade, a situao no diferente. Os dados do quadro abaixo confirmam a situao deficitria da educao nos municpios de Natal e Extremoz, cuja taxa de alfabetizao no chega a 90% em cada rea analisada. Extremoz, municpio de maior abrangncia da APA possui uma taxa de alfabetizao de 77,30%, j os bairros de Redinha 74,49%, Lagoa Azul 80,53%, Pajuara 83,89%, isso revela uma taxa de analfabetismo de 22,70%, 25,51%, 19,47% e 16,11%, respectivamente (Quadro 1). Quadro 1 Populao alfabetizada, de 5 ou mais de idade
rea e entorno da APA Extremoz Bairros de Natal Redinha Lagoa Azul Pajuara TOTAL 19.572 10.101 44.870 37.241 Alfabetizados 15.129 7.524 36.132 31.241 Taxa de alfabetizao 77,30 74,49 80,53 83,89
Transporte Outro indicador relevante para mostrar a situao socioeconmica de uma localidade o transporte. Esse tipo de servio faz parte da infraestrutura urbana de um municpio, principalmente no que se refere aos transportes de uso coletivo. Em Extremoz, os dados apresentados pelo DETRAN apud IDEMA (2003) informam que sua frota de transporte cadastrada nesse Departamento de Transporte a apresentada no Quadro 2.
Quantidade
1.052 160 73 30 29 125 1.451
Entretanto, os veculos coletivos que prestam servios urbanos e na zona rural so 10. Nos bairros envolvidos direta e indiretamente com a APA Jenipabu, foi verificado somente o nmero de transportes coletivos que atendem a populao local, uma vez que se trata de comunidades carentes e a maior parte da populao utilizar-se desse meio de transporte. Assim, segundo dados da STTU apud SEMURB (2005), no bairro da Redinha existem atualmente uma frota de 30 transportes coletivos, sendo 16 nibus e 14 alternativos, em Lagoa Azul esse nmero de 85 (66 nibus e 19 alternativos) e, por fim, em Pajuara so 65 transportes (55 nibus e 15 alternativos). Isso d um total de 180 meios de transportes que serve a populao dessas comunidades. Energia A rede de energia atende s sedes dos municpios, comunidades distritais e parte da zona rural, sendo, todavia, ainda reclamada por empreendimentos agropecurios isolados. A quantidade de consumidores na zona rural menor que na zona urbana, bem como o consumo de energia tambm menor. O consumo de energia um indicador econmico de poder aquisitivo da populao e de renda das famlias. O consumo total em Extremoz no ano de 2002 foi de 149.068 mwh e o nmero de consumidor total foi de 6.265.
Quadro 3 Nmero de consumidores de energia eltrica por classe na rea e entorno da APA Jenipabu.
Localidades Residencial Comercial Industrial Rural Outros Total 6.265 4.371 12.887 12.781
Extremoz 5.532 364 29 202 138 Redinha 4.092 214 12 27 26 L. Azul 12.388 390 40 9 60 Pajuara 12.289 380 31 48 33 Fontes: Anurio Estatstico do IDEMA, 2003 e Anurio Estatstico da SEMURB, 2005c Bairros de Natal
O Quadro 3 mostra o nmero de consumidores do municpio de Extremoz e dos bairros de Natal envolvidos direta e indiretamente com a APA, distribudos por classe (residencial, comercial, industrial, rural e outros). Esgotamento Sanitrio A situao do esgotamento sanitrio muito deficiente em toda a rea de abrangncia: no municpio de Extremoz, dos 4.577 domiclios particulares permanentes, 10% no possuam banheiro ou sanitrio (Prefeitura Municipal de Natal, 2005a). Alm da deficincia de esgotamento sanitrio, existe acentuada
deficincia de tratamento ao esgoto coletado. Quase todo o esgoto sanitrio coletado na cidade despejado "in natura", o que constitui uma das mais importantes fontes de poluio dos cursos de gua urbanos e das praias. Essa situao pode ser melhor visualizada atravs de uma anlise do Quadro 4, que expe as formas de esgotamento sanitrio nas localidades envolvidas direta e indiretamente com a Unidade de Conservao em foco. Quadro 4 Esgotamento sanitrio, por domiclio
Tipo de Esgotamento Sanitrio Rio, Lago Outro Fossa Vala Rudimentar ou Escoadouro Mar 1.614 1.003 3.666 1.820 2 50 37 01 48 17 21 16
Localidade
Fossa Sptica
TOTAL
Bairros de Natal
Fonte: Prefeitura Municipal de Natal. Secretaria de Meio Ambiente de Urbanismo de Natal (SEMURB), 2005.
Como se pode verificar o esgotamento sanitrio nas localidades envolvidas com a APA Jenipabu, preocupante, uma vez que dos 25.259 domiclios concentrados nos bairros de Natal (Redinha, Lagoa Azul e Pajuara), apenas 1,08% deles esto ligados rede geral de esgoto, 70,78% utiliza-se de fossa sptica, 25,69% de fossa rudimentar, 0,35% de valas, 0,21% outros tipos de escoadouros e 1,89% no possuem banheiros ou sanitrios. Essa problemtica torna-se mais catica pela intensa ocupao sazonal de reas com dificuldades topogrficas e nas praias, em funo do tipo de solo e do lenol fretico superficial.
Limpeza Pblica Na rea da APA Jenipabu observa-se que o principal problema de coleta de lixo ocorre no municpio de Extremoz onde apenas 33,12% do lixo produzido devidamente coletado. Observa-se ainda nesse municpio um percentual elevado de domiclios particulares permanentes que destroem o lixo produzido atravs de queimadas, muitas na prpria propriedade, ou enterram-no, ou simplesmente lanam-no em terrenos baldios, logradouros, rios, lagos ou no mar. Dessa forma, o comprometimento da qualidade ambiental da APA, pela deposio inadequada de resduos slidos, decorre da ineficcia dos sistemas de acondicionamento, coleta e disposio final do lixo urbano e rural que so postos em prtica, na quase totalidade dos dois municpios onde a APA encontra-se inserida. Verifica-se ainda a no existncia de uma coleta diferenciada, em que os terrenos dos aterros no so impermeabilizados e no h drenagem dos gases, nem tratamento do chorume e da cobertura do material depositada para evitar a contaminao dos solos, dos recursos hdricos e do ar. Uma caracterizao geral da APA Jenipabu em relao gesto dos resduos slidos pode ser resumida pela presena dos seguintes fatos: Coleta domiciliar ineficiente; Lanamentos clandestinos tanto no solo, em reas isoladas, quanto nas margens de crregos, estradas ou mangues; Disposio inadequada dos resduos, normalmente feitos em reas isolados ou em lixes, e sem cobertura diria dos resduos; Lixos sendo queimados e enterrados nas propriedades causando poluio do ar, do solo e subsolo; Estrutura administrativa, financeira e tcnica deficitria para gerenciamento dos resduos. J nos bairros de Redinha, Lagoa Azul e Pajuara, a produo de resduos slidos coletados por domiclios est representada no Quadro 5. O lixo produzido nesses bairros coletado por meio do servio de limpeza e atravs de caambas,
de acordo com informaes obtidas pela SEMURB (2005), cujo destino final se d, principalmente, nas seguintes situaes: queimado, enterrado, jogado em terreno baldio. Quadro 5 Produo estimada de resduos slidos por domiclio
Bairros de Natal Quantidade (ton) Kg/hab/dia
Redinha 6,65 Lagoa Azul 29,13 Pajuara 24,35 Total 60,13 Fonte: Prefeitura Municipal de Natal. Anurio Estatstico da SEMURB, 2005c.
0,52
Segurana Pblica A segurana pblica um servio coletivo que est diretamente ligada qualidade de vida de uma populao, principalmente, nas grandes cidades e em reas tursticas. obrigao de o Estado prover os residentes e visitantes deste tipo de servio. Extremoz conta com um efetivo de 44 policiais, sendo 15 da polcia civil e 29 da polcia militar. J nos bairros de Redinha e Pajuara constata-se a presena de delegacias distritais com efetivo muito pequeno para manter a segurana dos bairros. Sem dvida, como em todo o pas, a polcia no tem pessoal devidamente qualificado, nem equipamentos necessrios para garantir a segurana pblica para a populao. Por isso no se pode afirmar que a infra-estrutura de segurana existente no interior da APA e em suas adjacncias seja suficiente para atender as necessidades dos residentes. Em Lagoa Azul, por exemplo, no h delegacias ou posto militar para assegurar um servio de segurana no bairro. O que se pode afirmar que, em termos de segurana pblica, o Estado no se faz presente como deveria, provocando com isso uma fragilidade no que se refere proteo coletiva da populao envolvida.
2.3.2 Aspectos culturais O patrimnio histrico-cultural e arqueolgico norte-riograndense se inicia com a provvel ocupao do litoral, no pr-histrico, por volta de 10.000 anos atrs por uma populao formada pelos homens dos sambaquis. Esses primeiros habitantes eram, constitudos, por povos nmades e semi-nmades, que j
dominavam a tcnica do fogo e viviam da pesca de peixes e crustceos, da coleta de frutos e da caa de pequenos animais. Eram reconhecidos pelo fato de que formavam grandes montes de conchas nos locais onde habitavam (Galvo Neto, 2005). O incio da era histrica foi marcado pela presena do indgena em toda a extenso do litoral brasileiro; no caso do litoral norte-riograndense foi identificada a presena de tribos indgenas como os potiguares e os tapuias, entre outros. A cidade de Extremoz, cuja emancipao poltica municipal se deu em 4 de abril de 1963, teve sua origem a partir de uma Aldeia Guajir, que como tantas outras foi transformada em aldeia missionria, com a ocupao portuguesa e a forte presena dos jesutas. Em Extremoz temos as runas do perodo da colonizao erguida pelos Jesutas na antiga Vila de Graja (Fotografia 20). O bairro da Redinha em Natal tem como referncia histrica o Cemitrio dos Ingleses, onde foram erguidos tmulos de ingleses e suos no catlicos por volta de 1869, que morreram em conseqncias de epidemias da poca. Este cemitrio localizado entre o rio Potengi e a gamboa Manibu encontra-se ocupado hoje por um coqueiral. Merece ainda, destaque a Igreja de Pedra erguida pelos pescadores e veranistas dessa praia (Fotografia 21). No que diz respeito a destaques arqueolgicos confirmou-se a existncia de stios e bens arqueolgicos no municpio de Extremoz registrados pelo Instituto do Patrimnio Histrico e Artstico Nacional (IPHAN), descritos a seguir: Fim do Mundo: stios arqueolgicos prximos ao antigo curso do Rio Doce (Comunidade de Ipupiara). Concentrao ltico cermica com grau de integridade prximo a 75%, em local elevado e demonstrando extensa ocupao dessa rea, ameaada pela construo de estradas e moradias; Loteamento: afloramento de arenito alterado na forma de pequena falsia em rea devoluta; Pitangui: terrao de arenito ferruginoso de 6000m2 prximo Lagoa Pitangui; Platagi: zona interdunar a 128 Az da foz do Rio P latagi (160.000m).
Com respeito a estes stios, cabe mencionar que a proteo dos mesmos est assegurada pela Lei Federal N 3924/61.
Fotografia 20 Runas das Misses Fotografia 21 Igreja de Pedra no Bairro da Jesuticas em Extremoz. Fonte: SEMURB, Redinha. Fonte: SEMURB, 2005. 2005.
2.3.3 Aspectos de organizao social A rea total da APA representa um percentual de 0,8% da extenso territorial da Regio Metropolitana de Natal (RMN), na qual o municpio de Extremoz faz parte. Da mesma forma, considerando o seu contingente populacional do Censo de 2000 do IBGE, se verifica que a proporo de 4,36% do nmero de habitantes. Numa inferncia estimada para o ano de 2005, esse percentual passa para 4,71%. Tendo em vista que o nmero de residentes no entorno da APA (parte da Redinha Velha e os bairros de Lagoa Azul e Pajuara), poder desenvolver uma presso antrpica sobre o permetro da Unidade, constata-se que a populao destes bairros atinge um total de 104.047 habitantes, ou seja, um contingente superior quantidade de moradores que vivem na rea da Unidade. Em termos de densidade demogrfica, fazendo-se as devidas propores entre um municpio e um bairro da cidade de Natal como a Redinha, verifica-se que esse bairro possui um adensamento quase igual ao de Extremoz (Quadro 6). Levando-se em considerao a RMN, a qual o municpio de Extremoz faz parte, percebe-se que todo o contingente populacional deste municpio e bairros inseridos ou limtrofes da APA pertencente ao municpio de Natal representa em termos populacionais um percentual de 11,27%.
Com relao populao em idade ativa (Quadro 7) os percentuais so os seguintes: 60,03% em Extremoz; 63,73% na Redinha; 66,43% em Lagoa Azul; e, 65,15% em Pajuara. Com exceo do municpio de Extremoz, nos bairros situados em Natal a populao economicamente ativa superior populao em idade ativa. Quadro 7 Populao economicamente ativa ou em idade ativa
rea e entorno da APA Extremoz Bairros de Natal Redinha Lagoa Azul Pajuara Populao economicamente ativa (10 anos ou mais de idade) 6.727 8.654 39.443 32.302 Populao em idade ativa (15 anos ou mais de idade) 11.749 7.332 33.491 27.448
A organizao social nas comunidades da APA ou de seu entorno acontece atravs das instituies relacionadas no Quadro 8. Quadro 8 Organizaes que representam a sociedade civil
Redinha Natal/RN Instituio
Associao dos Moradores da Redinha Associao dos Moradores da frica Associao dos Moradores do Conjunto Niteri Conselho Comunitrio da Redinha Conselho Comunitrio de Salinas Floresta Conselho Comunitrio dos Garis Conselho Comunitrio do Conjunto Niteri Conselho Comunitrio Loteamento Jardim Floresta Conselho Comunitrio do Raio do Sol e Alto da Torre Conselho Comunitrio do Jardim das Flores Grupo de Mes das Accias Grupo de Mes Mos de Fada Grupo de Mes Maria Celly Grupo de Idosos Centro de Sade da Redinha
Endereo
Rua Dr. Joo Medeiros Filho, 6600 Rua So Luiz, 386 Rua Rio Pataxs, 46 Rua Jos Agnaldo, 546 Rua da F, 02 Rua das Prmulas, 09 Rua Rio Carnaba, 75 Rua das Videiras, 58 Rua Construtor Severino Bezerra, 24 Rua Amor Perfeito, 201 Rua Rio Carnaba, 24 Rua das Avencas, s/n Rua Padre Ccero, 166 Rua do Campo, s/n
Extremoz/RN Instituio
Conselho Comunitrio de Redinha Nova Clube de Mes Associao dos Moradores de Santa Rita Conselho Comunitrio de Genipabu ONG PRESERVAR Redinha Nova Redinha Nova Santa Rita Jenipabu Jenipabu
Endereo
2.3.4 Nveis de renda No municpio de Extremoz o ndice de pobreza da populao atinge 51,34%, tendo ainda um percentual de pessoas consideradas indigentes de 25,40%, o que qualifica o municpio de extrema pobreza (IDEMA, 2003). Considerando o salrio mnimo (SM) como parmetro para medir o nvel de vida dessa populao, o dado desse rgo revela a seguinte situao: 38,43% dos chefes de domiclios ganham at 1 SM, isto quer dizer que boa parte percebe menos do que 1 SM; 23,57% at 2 SM; 28,71% mais de 2 SM e 9,29% no tm rendimento. J os bairros da Redinha, Lagoa Azul e Pajuara em Natal apresentam o perfil revelado no Quadro 9.
Numa anlise mais atenta desses nmeros verifica-se que o bairro da Redinha, apresenta o seguinte perfil com relao ao nvel de renda dos seus moradores por domiclio: 30,88% deles ganham at 1 SM; 37,76% mais de 1 a 3 SM; 10,44% mais de 3 a 5 SM; 6,04% mais de 5 a 10 SM; 2,15% mais de 10 a 20 SM; 0,61% mais de 20 SM e 12,11% sem rendimentos. Em algumas faixas salariais o bairro da Redinha mostra um nvel de rendimentos superior ao municpio de Extremoz, entretanto, o nmero de pessoas sem remunerao superior ao desse municpio. Com relao ao municpio de Natal a Redinha est em 28 lugar no nvel de classificao de renda por bairros, num total de 36, o que se pode afirmar que a qualidade econmica dessa localidade no satisfatria.
Nos bairros de Lagoa Azul e Pajuara, observa-se que a situao no diferente. O primeiro bairro ocupa 29 lugar na classificao por renda e o segundo o 26. Sem dvida se forem feitas anlises percentuais sobre os nmeros constantes do Quadro 2.10, o resultado ser mais ou menos proporcional aos do bairro da Redinha. A populao de Pajuara ir apresentar um ndice econmico mais elevado e o os moradores de Lagoa Azul uma taxa inferior aos habitantes do bairro da Redinha. Vale ressaltar que contribui para essa realidade a incidncia do processo de favelizao que ocorre nos bairros de Redinha e Pajuara. A Redinha possui uma populao de 3.307 habitantes distribudos em 06 favelas: frica; Alto da Torre; Garis; Floresta; Raio de Sol e Salinas. Isso indica que 30,49% da populao desse bairro so compostos de favelados (Prefeitura Municipal de Natal, 2005b). No bairro de Lagoa Azul existe um contingente populacional de favelados de 13.925 distribudos em 05 favelas: Gramor; Jos Sarney; Loteamento Cidade Praia; Pirassununga e Piratininga. Esse contingente populacional corresponde a 27,62% dos seus habitantes. Em Pajuara existe 01 favela denominada de Pompia com 1.075 habitantes, representando 2,55% da populao do bairro (op. cit). relevante mostrar que partes das favelas desses bairros ficam situadas na Zona de Preservao Ambiental (ZPA-09), que cobre o complexo de lagoas e dunas ao longo do rio Doce, ambiente de potencial paisagstico e turstico. Esse complexo utilizado para o exerccio de funes de perenizao do rio, de recarga de aqferos e suporte de atividades agrcolas (Anurio Estatstico da SEMURB, 2005c). Esses dados contribuem para revelar a situao socioeconmica desses bairros, embora no somatrio de todos os bairros de Natal, essa realidade apresente-se mascarada, devido disparidade econmica que existe entre os bairros da capital, especialmente, naqueles localizados na zona Norte, conforme pode ser visto pelo nvel de classificao que essa cidade ocupa em relao ndice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado no documento Atlas de
Desenvolvimento Humano do Brasil (2001). Ainda com relao aos indicadores sociais, um ndice que reflete a situao da populao de um municpio o ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) que est ligado esperana de vida ao nascer, a taxa de alfabetizao e ao
nvel de rendimento, o que resulta ainda nos ndices de: Longevidade (IDHM-L); de Educao (IDHM-E); e, de Renda (IDHM-R). Com relao os municpios de Extremoz e Natal que abrigam a APA Jenipabu, esses ndices apresentam o perfil demonstrado no Quadro 10. Quadro 10 ndice de Desenvolvimento Humano Municipal
Municpio Esperana de vida ao nascer (em anos) 67,67 68,78 Taxa de Alfabetiza o de Adultos (%) 75,45 87,84 Taxa bruta de freqncia escolar (%) 82,86 90,33 Renda per capita (em R$ 2000) 136,50 339,92 ndice de longevidade (IDHM-L) 0,711 0,730 ndice de Educao (IDHM-E) ndice de Renda (IDHMR) 0,593 0,746 IDH M Classificao no Estado 17 1
Extremoz Natal
0,779 0,887
0,69 5 0,78 7
O Quadro apresenta a situao dos dois municpios envolvidos com a APA Jenipabu, no que se refere ao IDHM. Observa-se que a esperana de vida do municpio de Extremoz corresponde a 67,67 anos enquanto que a de Natal representa 68,78, mostrando uma taxa superior a Extremoz, o mesmo acontece com os outros resultados presentes nesse Quadro. Entretanto, para uma anlise atenta e rigorosa percebe-se que os nmeros que representam Natal, no representam necessariamente a condio socioeconmica dos bairros de Redinha, Lagoa Azul e Pajuara, conforme foi constatado at o momento pelos nmeros apresentados. Isso ocorre porque se tratam de bairros onde fica localizada a populao pobre ou em situao de indigncia da cidade, numa condio totalmente adversa a uma parte expressiva de bairros onde os habitantes tm um poder aquisitivo expressivo e, portanto, um nvel de vida superior que conta na hora de quantificar os percentuais e nmeros correspondentes ao ndice de Desenvolvimento Humano Municipal. Portanto, os nmeros atribudos ao municpio de Natal no corresponde aos bairros envolvidos direta e indiretamente com a APA Jenipabu. 2.3.5. Principais atividades e potencialidades econmicas O municpio de Extremoz tem sua base econmica a partir da pesca, agricultura de subsistncia, agropecuria e turismo. Com relao pesca, os dados do IDEMA (2003) mostram que o municpio se sobressai na produo de peixe, lagosta, camaro e polvo. Estudos realizados pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renovveis (IBAMA) sob o ttulo Caracterizao da pesca artesanal costeira do
Estado do Rio Grande do Norte (2004) apresentam um diagnstico sobre a produo do pescado do municpio de Extremoz e a importncia socioeconmica para a populao local. De acordo com o Diagnstico UFRN/IBAMA, (2004), o municpio possui dois distritos pesqueiros - Pitangui e Santa Rita, este ltimo na APA. Embora a produo pesqueira do municpio, em volume, represente apenas 1,5% do Estado e 3,4% em valor dessa produo (aproximadamente 2,5 milhes de reais), deve-se ressaltar a importncia social da pesca para os moradores desse municpio. Na comunidade de Santa Rita, a pesca serve como meio de subsistncia, visto que s existem paquetes a vela como meio de produo. De uma maneira geral a atividade pesqueira desenvolvida em Extremoz a pesca costeira, onde as espcies so capturadas atravs da estrutura apresentada no Quadro 11. A frota da ordem de 61 embarcaes, sendo que mais de 50% so motorizadas, sendo as demais compostas por embarcaes artesanais, tendo ainda pescarias desembarcadas (mangote, arrastes de praia). A Colnia de Pescadores Z-16 est situada no distrito de Pitangui, possui sede prpria e tem uma quantidade de 342 pescadores cadastrados sendo 280 homens e 62 mulheres (marisqueiras). Com relao infraestrutura de apoio e comercializao o municpio conta com uma fbrica de gelo, com capacidade de fabricao de 240 barras/dia e carpinteiro para servios de conserto e construo de embarcaes. Quadro 11 Embarcaes existentes nas localidades pesqueiras
Localidades Pitangui Santa Rita Total Canoa 0 0 0 Paquete 10 15 25 Bote a vela 1 0 1 Barco a motor 32 0 32 Pesca desembarcada 1 2 3 Total 44 17 61
Na atividade agrcola constata-se a produo de abacate, abacaxi, banana, batata doce, cana-de-acar, castanha de caj, coco-da-baa, feijo, laranja, mamo, maracuj, mandioca e milho. Em termos de produo a cana-de-acar e coco-da-baa so os produtos agrcolas que mais se ressalvam na economia do municpio.
Na pecuria Extremoz apresenta um efetivo de rebanho formado por bovinos, sunos, eqinos, caprinos, asininos e ovinos, com destaque para a produo de bovinos e sunos (Quadro 12).
Apesar da importncia que tem a pesca e a agropecuria para o municpio de Extremoz e outras localidades litorneas do Rio Grande do Norte, o turismo se apresenta como uma atividade promissora para se atingir o desenvolvimento socioeconmico. O desenvolvimento do turismo na APA no est desvinculado das polticas pblicas federais relacionadas ao turismo, iniciadas na dcada de 70 e melhor implantadas na dcada de 90 com a Poltica Nacional de Turismo. A prpria Lei que criou o SNUC em 2000 estabeleceu como um de seus objetivos no inciso XII do art. 4 favorecer condies e promover a educao e interpretao ambiental, a recreao em contato com a natureza e o turismo ecolgico. O Programa Federal de Desenvolvimento Turstico PRODETUR expressa uma poltica pblica
descentralizada e regionalizada, levando-se em considerao a vocao natural e socioeconmica de cada regio, e no NE tem como uma de suas estratgias a criao de 16 Plos de Desenvolvimento Turstico (BNB, 2001). A APA Jenipabu est inserida no Plo Costa das Dunas, que alm de Natal e Extremoz, envolve tambm outros 16 municpios da faixa litornea. Tanto o PRODETUR/NE como o Plo Costa das Dunas fazem parte de uma poltica institucional que vislumbra o desenvolvimento da regio Nordeste e, particularmente, do Rio Grande do Norte, atravs do desenvolvimento e fortalecimento da atividade turstica. Em ambos, o comprometimento com a melhoria das condies ambientais nas reas onde estes programas atuam uma das linhas de ao. Estudos realizados pelo IDEMA revelam que Extremoz possui hoje uma infraestrutura de estabelecimentos tursticos como hotis, pousadas, bares e restaurantes e equipamentos voltados para os servios de lazer e recreao, como
passeios de bugres e de dromedrios, entre outros. O crescimento dos meios de hospedagem e unidades habitacionais (UHs), com a ampliao do nmero de leitos tm sido positivos ao longo dos anos passados, sendo projetado um crescimento nas propores para os prximos 10 anos. Extremoz apresenta um nmero de 24 empreendimentos tursticos, 430 UHs 1.510 leitos, para atender a uma demanda turstica, segundo dados da Prefeitura Municipal de Natal (2005a). na APA Jenipabu que se encontra significativa concentrao de atividades diretamente ligadas atividade turstica. A paisagem dotada de uma beleza cnica propicia a prtica do lazer, recreao e interpretao ambiental. O passeio de buggy nas dunas a atividade mais divulgada. Iniciada na dcada de 80, tratava-se
apenas de diverso para aqueles que possuam o buggy. Conforme a atividade foi sendo divulgada, passou a atrair o interesse dos turistas e logo se transformou em atrativo local, gerando intensa demanda por esta atividade. A divulgao desses passeios, por sua vez, aumentou a demanda turstica e o desenvolvimento da atividade, o que exigiu uma maior organizao dos bugueiros. No final da dcada de 80 a atividade passou a ser um dos grandes atrativos tursticos do Estado, impulsionando a regio e exigindo a organizao de trilhas e procedimentos (Fotografia 22). O passeio de buggys sobre as dunas de Jenipabu passaram a gerar um fluxo de capital na rea, pois, alm do gasto com o prprio passeio, seu tempo de durao, que muitas vezes de um dia inteiro, exigia tambm gastos com alimentao. O fluxo de visitantes na rea fez surgir uma quantidade de empreendimentos, que em sua maioria so de propriedade de moradores locais que exploram a culinria de frutos do mar. Os bares e, principalmente as barracas de beira de praia aproveitam a presena dos turistas e oferecem servios de bebidas e alimentao. Por se tratar de uma rea procurada com a finalidade especfica dos passeios de buggy, a hospedagem nunca chegou a se tornar uma necessidade local, caracterizando a pouca quantidade de hotis e pousadas. As paradas em pontos estratgicos para contemplao (Fotografia 23) abriram espao para algumas atividades complementares, como presena de vendedores ambulantes com produtos variados (souvenir) e bebidas. Os
proprietrios dos terrenos nos quais aconteciam os passeios, por exemplo, passaram a cobrar uma taxa de uso sobre as reas utilizadas.
Fotografia 22 Passeio de buggy sobre as Fotografia 23 Passeios de buggy com dunas. Foto: Ronille R. dos Santos. paradas para interpretao ambiental. Foto: Marcio Henrique Yacyszyn Rodrigues.
Na mais expressiva parada do passeio de buggy, conhecida como Duna do Bar 21 que se localiza no alto da parede dunar que liga Jenipabu a Santa Rita, a empresa Dromedunas passou a oferecer passeios de dromedrios sobre as dunas, aproveitando a paisagem dunar para criar um clima que se assemelhasse a um deserto (Fotografia 24). O passeio de dromedrio baseou-se nos passeios com animais que j existiam no passado, quando as pessoas andavam a cavalos e burros na zona de praia. Os dromedrios foram importados para a implantao deste novo tipo de passeio e uma estrutura foi implantada sobre as dunas, o que alterou a paisagem natural. Apesar de ampliar o nmero de servios e atrativos aos turistas, constitui uma atividade irregular, que no licenciada pelo rgo ambiental.
Fotografia 24 - Aglomerado de barracas sobre a Duna do bar 21, onde realizada a principal parada dos passeios de buggys. Foto: Mrcio Henrique Yacyszyn Rodrigues.
Outra atividade gerada foi o passeio de esquiduna. As descidas sobre tbuas de morro como eram originalmente conhecidas s tbuas do esquidunas, era uma prtica de diverso bastante antiga das comunidades praieiras do Estado, que tinham a presena de dunas de grande inclinao em suas proximidades. Com a crescente presena de turistas nos passeios e o conhecimento pela populao local de determinadas paradas para observao da paisagem, os moradores da rea passaram a oferecer suas tbuas em reas especficas, para que os turistas conhecessem e aproveitassem esta atividade, gerando desta maneira uma nova fonte de renda na rea. Especificamente com relao ao entorno da APA, no municpio de Natal, a base econmica dos Bairros de Redinha, Lagoa Azul e Pajuara est voltada para uma pequena base industrial, e, principalmente, para o comrcio e prestao servios de pequeno porte conforme indicado no Quadro 13 (Prefeitura municipal do Natal, 2005a). Levando-se em considerao o total da populao dessas localidades e seu nvel de demandas, observa-se que a estrutura econmica no suficiente para proporcionar aos seus habitantes uma melhor qualidade de vida. Tal fato exige a emergncia de polticas pblicas voltadas para a implantao de programas de gerao de renda e emprego, alm da capacitao e treinamento de pessoal, a fim de torn-lo apto a ingressar em um sistema produtivo.
2.4 Caracterizao fundiria A ocupao que se desenvolveu nestas reas apresenta grandes dficits urbansticos, isto , incipiente regularizao fundiria e precariedade ou mesmo inexistncia de infra-estrutura bsica e de saneamento. Geralmente as ocupaes so desprovidas de planejamento urbano e as peculiaridades paisagsticas e
ambientais locais estimularam a construo de imveis em reas ambientalmente frgeis, como a faixa de praia, a plancie de deflao e as dunas. Embora no haja dados exatos sobre a irregularidade fundiria, dados fornecidos pelo IBGE (Perfil dos Municpios Brasileiros 2008) identificam a existncia de loteamentos irregulares nos dois municpios que fazem parte da APA. Nos bairros de Natal considerados do entorno da UC, segundo a Secretria de Meio Ambiente e Urbanismo (Conhea Melhor o seu Bairro 2008) h assentamentos precrios com reas subnormais, sendo: 5 em Lagoa Azul (Eldorado, Lagoa Azul, Jos Sarney, Gramor, Cidade Praia), 2 em Pajuara (Dom Pedro I, Pompia) e 5 na Redinha (Alto da Torre, Raio de Sol, Garis, Floresta/Salinas, frica). J em Extremoz, nas reas onde as atividades tursticas prosperam, como o caso da Praia de Jenipabu, onde concentra-se maior parte da APAJ, h os maiores dficits urbansticos: incipiente regularizao fundiria, precariedade ou mesmo inexistncia de infraestrutura bsica. Outro fator a se destacar a ocupao precria em reas de preservao de mananciais, encostas e vrzeas. Alm da presso exercida pelo setor imobilirio que provoca o deslocamento dos primeiros moradores em direo ao interior, deixando os lotes litorneos expostos aos interesses especulativos desse setor. 2.5 Caracterizao poltico-administrativa Natal dispe de um perfil de gesto pblica satisfatria, contando com todos os instrumentos de planejamento urbanos existentes nas outras grandes cidades brasileiras. Segundo dados fornecidos pelo IBGE (2008), o municpio apresenta as seguintes legislaes e instrumentos de planejamento: Conselho municipal de poltica urbana, desenvolvimento urbano Instrumentos de planejamento municipal Lei de parcelamento do solo Lei de zoneamento Cdigo de obras Instrumentos de poltica urbana Lei especfica de Solo criado Lei especfica de Contribuio de melhoria Lei especfica de Operao urbana consorciada Lei especfica de Estudo de impacto de vizinhana Plano Diretor
Plano, conselho e fundo municipal de habitao Programas ou aes na rea de habitao Regularizao fundiria Conselho municipal de meio ambiente Fundo municipal de meio ambiente Licenciamento ambiental de impacto local Articulao intermunicipal: Consrcio intermunicipal Disposio de resduos slidos (lixo) domstico e/ou industrial Recuperao da qualidade de recurso hdrico Tratamento de esgoto domstico Recuperao de reas degradadas Extremoz um municpio relativamente bem desenvolvido do ponto de vista institucional e dispe de instrumentos bsicos de planejamento e gesto urbana, conforme dados do IBGE (2008) disponibilizados a seguir: Conselho municipal de poltica urbana, desenvolvimento urbano Instrumentos de planejamento municipal Lei de parcelamento do solo Lei de zoneamento ou equivalente Instrumentos de poltica urbana Plano Diretor Plano, conselho e fundo municipal de habitao Programas ou aes na rea de habitao Regularizao fundiria Conselho municipal de meio ambiente Conselho municipal de meio ambiente Recursos, fundo municipal de meio ambiente e licenciamento municipal Fundo municipal de meio ambiente Licenciamento ambiental de impacto local
Articulao intermunicipal Comit de bacia hidrogrfica Disposio de resduos slidos (lixo) domstico e/ou industrial Recuperao da qualidade de recurso hdrico Tratamento de esgoto domstico Recuperao de reas degradadas 2.6 Conflitos e formas de uso e ocupao do solo Em se tratando de Unidades de Conservao de Uso Sustentvel como no caso da APA Jenipabu, que permitem o uso direto dos recursos naturais, as possibilidades de ocorrncia de alteraes do meio natural so potencialmente maiores quando comparadas s UCs de Proteo Integral, que s permitem o uso indireto. As ocupaes urbanas, o uso turstico, atividades de agropecuria e aqicultura se forem realizadas sem planejamento podem ser responsveis por situaes de degradao muitas vezes irreversveis. O Quadro 14 a seguir apresenta os principais impactos evidenciados no uso e ocupao do solo nas Unidades Geoambientais da APA Jenipabu.
Quadro 14 - Impactos Ambientais associados ao uso e a ocupao do solo em cada Unidade Geoambiental na APA Jenipabu.
Unidade Geoambiental Uso e Ocupao Predominante Principais Impactos Evidenciados - Desestabilizao de dunas fixas por retirada da cobertura vegetal, com desencadeamento de processos erosivos; - Fortemente pressionada pelo processo de loteamentos e desmatamentos irregulares; - Riscos de perda do atrativo turstico decorrente da forte descaracterizao da paisagem dunar. - Desestabilizao do ecossistema dunar com riscos de modificao da paisagem decorrente do trfego intenso; - Desvio ou interrupo de dunas mveis por ocupao inadequada, com desencadeamento de processos erosivos costeiros; - Riscos de perda do atrativo turstico decorrente da forte descaracterizao da paisagem dunar. - Risco de perda do atrativo turstico decorrente da descaracterizao da paisagem; - Esses corpos de gua esto em processo de modificao por assoreamento, pela intensa visitao, alm do risco de desmatamento da vegetao das margens. - Risco de desaparecimento por assoreamento decorrente do avano do cordo dunar mvel vizinho (Fotografia 28).
Dunas Fixas
- Em geral, rea em bom estado de preservao. Alguns setores em processo de ocupao por loteamentos e implantao de vias (Fotografia 25);
- Utilizadas para fins tursticos atravs de contemplao da natureza, passeios de buggys (Fotografia 26) e de dromedrios e descida de tbua na parede dunar (esquiduna); Dunas Mveis - Locais com instalao irregular de barracas de comrcio ambulante; - Alguns setores ocupados irregularmente por edificaes de residncias e pousadas (Fotografia 27).
Lagoas de Jenipabu
rea das Lagoas e entorno imediato utilizado para visitao, recreao e balneabilidade.
Quadro 14 (continuao) - Impactos Ambientais associados ao uso e a ocupao do solo em cada Unidade Geoambiental na APA Jenipabu.
Unidade Geoambiental Uso e Ocupao Predominante Principais Impactos Evidenciados
- Presso urbana decorrente da expanso do ncleo urbano da Redinha Nova; - rea de alto interesse turstico; - Rede viria implantada; - Em processo de ocupao pela expanso do ncleo urbano litorneo da Redinha Nova; Plancie de Deflao da Redinha Nova - Alguns locais so de difcil acesso, pouco ocupados ou ocupados por culturas temporrias; - Presena de setores alagadios devido o escoamento natural das guas durante os perodos mais chuvosos (Fotografia 29). - reas alagadias em processo de ocupao urbana; - Problemas de drenagem decorrentes da obstruo do escoamento superficial por edificaes e rede viria (Fotografia 30); - Ausncia de drenagem urbana; - Impermeabilizao dos solos causada pelas construes em locais indevidos; - Assoreamento e obstruo das drenagens naturais; - Processos erosivos que podem levar ao recuo da costa, - Riscos de contaminao das guas subterrneas por efluentes sanitrios provenientes da falta de saneamento adequado. - Presso urbana decorrente da expanso dos ncleos urbanos de Santa Rita e Redinha Nova; - Descaracterizao da paisagem litornea e risco de perda do atrativo turstico do campo dunar contguo; - Problemas de drenagem decorrentes da obstruo do escoamento superficial por edificaes e rede viria; - Impermeabilizao dos solos e aterramento de cursos de gua; - Assoreamento e obstruo das drenagens naturais; - Processos erosivos que podem levar ao recuo da costa; - Riscos de contaminao das guas subterrneas por efluentes sanitrios; - Ocupao desordenada vem causando obstruo do acesso pblico s praias e processos erosivos.
- rea de alto interesse turstico; - Rede viria implantada; Plancie de Deflao do Ncleo Urbano de Santa Rita - Setores desocupados e utilizados para plantao de coqueiros; - Presena de trechos alagadios devido escoamento natural das guas durante os perodos mais chuvosos; - Setores em processo de desmembramento de propriedades.
Quadro 14(continuao) - Impactos Ambientais associados ao uso e a ocupao do solo em cada Unidade Geoambiental na APA Jenipabu.
Unidade Geoambiental Uso e Ocupao Predominante Principais Impactos Evidenciados
- Contaminao do corpo da gua por efluentes urbanos e fertilizantes; - Extrao mineral de areia clandestina no talvegue do rio (Fotografia 31); - rea ocupada por atividades agrcolas, pecuria de subsistncia, balnerios, bares e restaurantes; - Ausncia, quase total, de Mata Ciliar no Rio Doce; - Assoreamento do rio pela remoo da vegetao fixadora das margens; - Ocorrncia de passivos ambientais associados rede viria; - Ocupaes irregulares nas margens do rio, em rea de preservao permanente (Fotografia 32); - rea drenada artificialmente pela construo de um canal que conecta esta rea com a foz do rio Cear Mirim (Fotografia 33); - Trechos ocupados para plantio de coco e agricultura de subsistncia; - Viveiros de piscicultura. - Setores em bom estado de preservao; Manguezal - rea ocupada por prticas agrcolas; - Viveiros de piscicultura. - Cobertura vegetal desmatada ou alterada, com prticas agrcolas e extrativistas. - Riscos de contaminao dos corpos de gua por efluentes sanitrios e fertilizantes agrcolas; - Aterramento de manguezal para construo civil (Fotografia 34).
Plancie Fluvial
Plancie Flviomarinha
- reas em processo de ocupao recente; - Presena de assentamentos rurais ou periurbanos; Tabuleiros - Rede viria implantada; - rea ocupada por atividades agrcolas e pecuria de subsistncia (Fotografia 35); - Jazidas de materiais terrosos (Fotografia 36). - Locais com instalao de barracas de praia (Fotografia 37); Zona de Praia - Utilizadas para fins tursticos atravs de passeios de buggys (Fotografia 38) e calvalgadas; - Alguns setores ocupados irregularmente por edificaes. - Descaracterizao da paisagem em funo da ocupao desordenada; - Lanamento de efluentes de origem domstica. - Desmatamento da vegetao para instalao de edificaes; - Passivos ambientais decorrentes da explorao de jazidas de materiais terrosos.
Fotografia 25 Implantao de vias de Fotografia 26 Passeio de buggy nas acesso no domnio das dunas fixas. dunas mveis.
Fotografia 27 Processo de ocupao por Fotografia 28 Cordo dunar mvel edificaes nas dunas. avanando em direo a Lagoa de Jenipabu.
Fotografia 29 Setores alagadios no Fotografia 30 Obstruo do escoamento domnio da Plancie de deflao. superficial causado pelas edificaes e rede viria.
Fotografia 31 Extrao de areia do rio por Fotografia 32 Vista parcial do Rio Doce moradores da comunidade. Foto: Roberto Foto: Roberto Curioso. Curioso.
Fotografia 33 Canal ligando a rea de Fotografia 34 Edificao impedindo o manguezal foz do rio Cear Mirim. desenvolvimento do manguezal.
Fotografia 35 Atividades agrcolas sobre o Fotografia 36 Extrao de material terroso tabuleiro costeiro. dos sedimentos Barreiras.
Fotografia 37 Barracas de praia beira Fotografia 38 Passeios de buggy na orla. mar.Foto: Ronile Roberto F. dos Santos Foto: Ronile Roberto F. dos Santos
INSTRUMENTOS DE GESTO A P A J E N I P A B U
3 INSTRUMENTOS DE GESTO 3.1 - PLANO DE MANEJO O Conceito de Plano de Manejo foi aprimorado com o advento do SNUC, que o definiu como documento tcnico mediante o qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de conservao, se estabelece o seu zoneamento e as normas que devem presidir o uso da rea e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantao das estruturas fsicas necessrias gesto da unidade (art. 2, XVII). Objetivos gerais so aqueles decorrentes da definio de cada uma das categorias de unidade de conservao. Manejo todo e qualquer procedimento que vise assegurar a conservao da diversidade biolgica e dos ecossistemas. Por sua vez, zoneamento a definio dos espaos territoriais, ou zonas, com normas especficas de uso e ocupao, para que os objetivos da unidade sejam alcanados. O processo de planejamento territorial, em especial quando se trata da proteo de reas relevantes pela sua biodiversidade e demais atributos e recursos naturais, implica na imposio de limitaes administrativas ao direito de propriedade. Assim, se restringe o exerccio de determinadas atividades e impe algumas obrigaes a quem detm a propriedade da terra. Com isto a gesto ambiental busca conduzir processos administrativos e operacionais a partir de um padro de modelo de conservao e desenvolvimento programado. Para compor este tipo de gesto, so estabelecidas aes, recursos e mecanismos jurdicos e institucionais necessrios perspectiva compartilhada entre os atores envolvidos e seus diferentes papis. Neste sentido, natural a importncia do papel que cada parte interessada tem a desempenhar. Os rgos ambientais devem ter uma gesto gil e flexvel para acomodar e promover este novo modelo. Gerir a APA significa exercer sobre ela um conjunto de aes polticas, legislativas e administrativas para que, partindo da realidade existente, se possa alcanar uma cultura organizacional que promova trabalhos em equipe com a comunidade, objetivando a capacitao dos atores, a produo de bens e servios, de modo a minimizar os impactos dessa produo sobre os recursos naturais e o cumprimento dos objetivos conservacionistas.
3.1.1 - Dos Princpios O manejo de Unidades de Conservao o conjunto de aes e atividades necessrias ao alcance dos objetivos de conservao de reas protegidas, incluindo as atividades afins, tais como proteo, recreao, educao, pesquisa e manejo dos recursos, bem como as atividades de administrao ou gerenciamento. O termo gesto de uma Unidade de Conservao pode ser considerado sinnimo de manejo da mesma. Configurando-se como o principal princpio do manejo das APAs se encontra o da Participao, enfocado no Planejamento Participativo, pois engajando a comunidade no processo, que possvel buscar respostas concretas sociedade que vive e produz na regio. O Planejamento Participativo busca tambm motivar a comunidade, tendo em vista seu engajamento no processo de desenvolvimento e implantao da APA, atravs de novas alternativas e oportunidades capazes de ampliar sua qualidade de vida e conservar a biodiversidade, alm de propiciar o gerenciamento dos conflitos existentes e potenciais. Este enfoque no Planejamento Participativo pressupe no s a participao da comunidade inserida no interior da APAs, o que por si s garante a incluso social e o exerccio da cidadania, como tambm garante a cooperao entre as entidades da Unio, do Estado e dos municpios inseridos no interior da Unidade. Outro princpio importante no planejamento da APA vem a ser o do processo de melhoria, estampado no do processo de evoluo progressiva do Plano de Manejo, que se converte em fases (conforme Roteiro Metodolgico do IBAMA). Desta forma, a gesto constitui-se numa seqncia de aes de planejamento e sua implementao leva obteno de Planos de Manejo em constante evoluo. Adotar o enfoque processual pressupe que a evoluo gradual do conhecimento amplia a capacidade de identificao dos problemas. Alm disso, possibilita prever as potencialidades e os riscos futuros e cria as condies para se formular as etapas do Plano. Este enfoque deve ser dinmico e evolutivo, enriquecido com o aprofundamento do conhecimento tcnico e cientfico dos processos sociais e ambientais que ocorrem na rea. A reviso da eficincia e aes dos programas devem ser avaliadas periodicamente. Ao longo do tempo, o processo de amadurecimento da gesto e do planejamento em si estrutura-se sucessivamente, de forma a garantir sua evoluo.
Este amadurecimento ocorre com base nas seguintes premissas: Conhecimento adquirido; Experincia obtida na execuo das atividades; Aprofundamento da participao dos agentes, e; Consolidao dos objetivos da APA. Por fim, e no menos importante, encontra-se o princpio do desenvolvimento sustentvel, o qual se desdobra na imposio de limitaes administrativas no territrio das APAs visando compatibilizao do uso racional dos recursos naturais, com a proteo e conservao dos seus principais atributos. Desta forma, atende-se a necessidade de proteger com maior intensidade as reas mais frgeis do territrio da APA e proteger mais brandamente as reas com menor fragilidade, atravs do zoneamento da Unidade, conferindo s reas com maior vocao ao uso menores encargos administrativos. Afora isto, existem as regras estabelecidas nos programas que visam ordenar cada atividade desenvolvida no interior da Unidade que faa que esteja diretamente, ou indiretamente, ligada aos recursos naturais. 3.1.2 - Dos Objetivos O Decreto de criao da APA Jenipabu (Decreto n 12.620, de 17 de maio de 1995) prescreve, em seu artigo 2, que esta UC apresenta os seguintes objetivos:
Art. 2 A declarao, a que se refere o artigo anterior, tem como objetivo ordenar o uso, proteger e preservar: a) os ecossistemas de praias, mata atlntica e manguezal; b) lagoas, rios e demais recursos hdricos; c) dunas; d) espcies vegetais e animais.
So definidos, diante do quadro composto pelos objetivos: do SNUC (Lei 9.985/2000); do Grupo das UCs de Uso Sustentvel (SNUC); da APA, em sua categoria de manejo (SNUC e Resoluo CONAMA n 10/88); de seu Decreto de Criao; e, por fim, do conhecimento das peculiaridades da APA Jenipabu, os objetivos especficos de manejo da APA, que competem prioritariamente ao IDEMA: 1. Proteger, manter e recuperar os recursos naturais e as dinmicas ecossistmicas associados a este espao, em especial as dunas de Jenipabu; 2. Proteger a paisagem e a beleza cnica oferecida pelas dunas de Jenipabu e a pela Lagoa de Jenipabu;
3. Estabelecer critrios para a adequada utilizao e manejo dos recursos naturais, compatibilizando as necessidades de proteo, conservao, recuperao e uso sustentvel do patrimnio ambiental; 4. Oferecer alternativas que possibilitem a integrao da APA Jenipabu com outras Unidades de Conservao, ampliando a perspectiva de conservao da biodiversidade para usufruto das geraes futuras; 5. Difundir as pesquisas e atividades de monitoramento realizadas na APA, buscando trocas e o enriquecimento do conhecimento da populao local sobre a mesma; 6. Estabelecer mecanismos para o monitoramento e fiscalizao das atividades desenvolvidas na APA; 7. Criar normas para prticas de passeios, em especial o de buggys, nas dunas mveis, que assegurem a utilizao adequada do ambiente dunar na APA de acordo com sua capacidade de suporte; 8. Adequar prticas de Educao Ambiental realidade da APA Jenipabu, de forma contnua e integrada entre os executores; 9. Realizar estudo completo e atualizado sobre a capacidade de suporte da APA; 10. Promover a instalao e a manuteno de trilhas, sinalizao e quiosques, dentre outros equipamentos necessrios estruturao dos roteiros de uso pblico da APA; 11. Estudar formas e locais para a relocao da populao e, quando couber, das atividades instaladas nas Dunas; 12. Promover maior conscientizao da populao local em relao a APA, por meio de aes que garantem maior conhecimento do Plano de Manejo, Zoneamento, legislao ambiental aplicvel e dos assuntos relativos ao cotidiano da APA; 13. Capacitar o administrador e os funcionrios da APA e adquirir equipamentos necessrios ao planejamento e gesto da UC. 3.1.3 Dos programas de Manejo A implantao da APA Jenipabu est diretamente relacionada a uma srie de aes realizadas de maneira coordenada e voltadas para alcanar o objetivo superior de criao da UC, com as especificidades de seu zoneamento e superando os conflitos existentes. Os conjuntos estruturados de aes da mesma natureza ou conotao temtica devem fazer parte de norteadores especficos chamados Programas de Manejo que definem as diretrizes bsicas, as prioridades, os
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procedimentos, os papis de todos os agentes e instituies envolvidas na implantao e funcionamento da APA. Os programas devem possuir uma estrutura operativa que permita a avaliao das atividades previstas, nas quais devem ser claros os objetivos propostos, os indicadores e as metas, as atividades e tarefas a serem executadas. O detalhamento operacional deve ser concebido a partir da definio de uma estrutura programtica possvel de ser executada na UC, considerando as limitaes tcnico-financeiras do rgo ambiental responsvel. Os programas devero ainda ser periodicamente analisados, no intuito de avaliar se os objetivos principais esto sendo alcanados. Nesse momento, novas demandas podem emergir, as quais exigiro um novo Programa de Manejo a ser executado. Na elaborao dos Programas deve-se levar em conta no apenas os recursos existentes na APA, mas tambm os principais conflitos de usos e os impactos causados pelas atividades humanas, para que os mesmos possam ser monitorados, fiscalizados e minimizados. As principais atividades impactantes da APA Jenipabu so: Construes irregulares e uso desordenado do solo: so apontados como uma das principais causas da degradao ambiental da rea em questo. Os ncleos urbanos, principalmente nas reas costeiras, so os que mais crescem e de forma desordenada, trazendo grande ameaa aos frgeis ecossistemas que compem esta APA. Modificao dos depsitos sedimentares da APA: tais modificaes so causadas principalmente pela indstria da construo civil, seja pela retirada de sedimento para uso como matria prima ou preparao do terreno para construo. Os impactos esto ligados ao aterramento da plancie de deflao e do manguezal, aplainamento e retirada de sedimento da plancie de deflao, das dunas mveis, fixas, tabuleiro e da praia. Desmatamento e queimada em mangues, mata ciliar, dunas fixas e tabuleiros: tm comprometido tanto a cobertura vegetal como sua fauna associada, que apresenta muitas espcies endmicas, raras, ou mesmo ameaadas de extino. Deposio irregular de lixo: verifica-se acmulo de lixo nas reas pblicas destinadas ao lazer aqutico, nas praias e lagoas, e em locais afastados das zonas urbanas. No entorno da APA h deposio irregular em dunas fixas e no
tabuleiro, constituindo-se potenciais focos de contaminao do solo, das guas superficiais e subterrneas e do ar atmosfrico. Insuficincia de saneamento bsico, agricultura com o uso de agrotxicos: tais problemas podem causar uma contaminao e comprometimento da qualidade da gua dos corpos de gua. Criao de animais soltos: foi outro problema identificado nas visitas a APA, particularmente em Redinha Nova e Santa Rita. Este um grave problema, uma vez que estes animais podem transmitir zoonoses e promover o espalhamento do lixo domestico expostos em vias pblicas, atraindo ratos e outras pragas ao convvio urbano. Atividades tursticas desordenadas: muitas atividades tursticas comuns da rea da APA de Jenipabu vm causando impactos significativos paisagem, fauna e flora. Dentre estes podemos citar a visitao descontrolada das lagoas, com aumento do pisoteamento de plantas e desestabilizao das bordas; os passeios de buggy, dromedrio, jumento e esquiduna, com desconfigurao das dunas. A partir da identificao destes impactos elaborou-se a matriz de risco da APA Jenipabu, isto , uma matriz onde as principais fragilidades, os riscos e os impactos potenciais ou existentes na UC so indicados em funo das zonas e unidades geoambientais onde ocorrem. Nos Programas de Ao esta matriz facilita o planejamento das aes, a definio de prioridades, a identificao dos parceiros nas aes especficas e poder ainda criar senso de co-responsabilidade com os moradores da UC ou de seu entorno, quando elaboradas de maneira participativa. Sua reviso deve ser peridica, por exemplo, a cada cinco anos, uma vez que as atividades e impactos podem mudar e os programas devem acompanhar estas mudanas. Para a APA Jenipabu foram elaborados, inicialmente, 05 (cinco) Programas: operacionalizao, Monitoramento, Fiscalizao, Educao Ambiental e Marketing e Divulgao. No Programa de Operacionalizao aborda as atividades necessrias ao funcionamento das instituies da APA (Unidade Executora, Conselho Gestor e Cmaras Tcnicas), ao relacionamento interinstitucional para obteno de apoios que possibilitem a implementao do Plano de Manejo da APA e a promoo da sua imagem, com a divulgao das atividades nela desenvolvidas, para melhorar a relao com a comunidade local e iniciativa privada. Monitoramento, os aspectos
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ambientais, sociais e econmicos so acompanhados e suas variaes registradas. Os resultados encontrados indicam quais modificaes esto ocorrendo nas unidades ambientais e nas comunidades; se tais modificaes indicarem uma diminuio na qualidade ambiental ou social, tais dados podem ser usados no Programa de Fiscalizao para definir as atividades e reas prioritrias em suas campanhas. O Programa de Fiscalizao, por sua vez, ir fiscalizar as atividades e empreendimentos que, sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental ou gerar incmodos comunidade. Neste processo, a fiscalizao ir prevenir ou impedir uso e/ou ocupao irregular das reas de proteo e conservao na Unidade, de acordo com as determinaes contidas no Zoneamento da APA, nos pressupostos do Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE) do Litoral Oriental do RN, quando procedente, e na legislao ambiental de uma maneira geral. Este
programa tem ainda papel fundamental de vistoriar in loco os recursos, usos e ocupaes existentes, gerando informaes detalhadas que podero alimentar o sistema de gesto da UC e adequao do prprio Monitoramento. No caso especfico das Unidades de Conservao, o Programa de Educao Ambiental tem um papel estratgico na gesto da UC por trs aspectos fundamentais: enfoca diretamente a populao humana relacionada UC1, propicia seu envolvimento nas aes e fomenta a mudana de comportamento necessria resoluo de conflitos e proteo e/ou uso adequado dos recursos. Considerando a premissa de aes integradas para implantao da APA, todos os Programas de Ao devero estar integrados entre si e gesto da APA como um todo. Neste processo a gerao e gesto de informaes precisas e sua gesto so fundamentais. Integrando-se os Programas de Monitoramento e Fiscalizao, por exemplo, pode-se reduzir o tempo entre a identificao da ocorrncia ou dano ambiental e a ao da fiscalizao. Integrando o Programa de Fiscalizao com o de Educao Ambiental e divulgao da APA, podem-se produzir materiais educativo-informativos tanto para informar os cidados sobre a APA e os usos adequados dos recursos, quanto divulgar os contatos das instituies que fiscalizam os recursos da APA e os resultados das aes da fiscalizao, valorizando o bom uso dos recursos e a eficincia e capacidade de pronta resposta, no caso de danos. A boa integrao permite ainda que os resultados dos
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Populao formada por moradores da UC ou de seu entorno imediato, por empresrios, por usurios dos recursos ou visitantes.
Programas, por sua vez, subsidiem o planejamento geral da APA, envolvendo aes a curto, mdio e longo prazo. Cabe ainda ressaltar que a uniformidade na organizao dos programas dentro da UC permitir: Implementao dos mesmos atravs de uma nica programao fsica e financeira; Aplicao de procedimentos de monitoramento e avaliao j utilizados pelo rgo ambiental; Comparao do desempenho entre diferentes programas de ao nas diferentes APAs sob a gesto do Estado de Rio Grande do Norte; Verificao do cumprimento, em nvel estadual, das diretrizes da Poltica Ambiental do Estado, e em nvel nacional das diretrizes e princpios estabelecidos no SNUC. O Programa de Marketing e Divulgao da APAJ foi elaborado a partir das diretrizes e dos produtos apresentados no Roteiro Metodolgico para Implantao dos Programas de Marketing das Unidades de Conservao do Rio Grande do Norte que trata das orientaes para a implantao das aes de marketing a serem desenvolvidas nas Unidades de Conservao (UCs) sob a responsabilidade do Governo do Rio Grande do Norte, inseridas no Programa Estadual de Unidades de Conservao (PEUC). Atende ao que est explicitado em convnio celebrado entre a Fundao para o Desenvolvimento da Terra Potiguar (FUNDEP) e o Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente (IDEMA), que determina a criao e implantao de Programas de Marketing previstos nos Planos de Manejo e Planos de Aes Emergenciais das UC.
O objetivo permitir que os participantes dos conselhos gestores, assim como os mais diferentes profissionais envolvidos nas UCs possam desenvolver essas atividades, desde que tenham experincia na rea de planejamento para Unidades de Conservao. O modelo utilizado para a elaborao do planejamento de marketing foi definido aps consulta a obras e estudos de diversos autores como WWF Brasil, Westwood, Kotler Dias e Cassar e SEBRAE, sobre planejamento estratgico de marketing para localidades tursticas, para o ordenamento das aes de comunicao internas e externas para os pblicos dessas UCS.
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O Programa de marketing e divulgao da APAJ est dividido em cindo partes distintas: inicialmente foi feita uma explanao das peculiaridades do marketing ambiental, seguindo-se da anlise de ambiente, onde foram identificadas as potencialidades, fragilidades, ameaas e oportunidades, sob o ponto de vista da sustentabilidade das atividades existentes na rea. Analisou-se, em seguida, as possibilidades e restries da atividade turstica. Definiu-se, ento, o pblico que ser alvo das aes de marketing, foram identificadas as aes de comunicao interna para as comunidades e instncias gestoras da APA e, por ltimo, foi elaborado o Planejamento Publicitrio, que consta do lay-out de uma campanha publicitria direcionada aos pblicos internos e externos da UC.
A implantao das aes aqui contidas ficar sob a responsabilidade do Conselho Gestor da APAJ e de parcerias que este venha a estabelecer visando obter verbas para a realizao das atividades recomendadas neste Programa.
Por abrigar um plo de atrao da demanda turstica para o Estado, para onde converge um grande contingente de pessoas atradas pelas possibilidades de investimento no turismo, a UC poder passar por um processo em que seus atributos podem atrair impactos negativos para a sustentabilidade da APA, caso no sejam tomadas as aes preventivas necessrias. A anlise ambiental, que ressalta pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaas so o primeiro passo para se criar formas de tentar minimizar os pontos fracos e aproveitar as oportunidades que surgem para a APA.
3.1 Programa de Operacionalizao A criao, implantao e manuteno das unidades de conservao so aes fundamentais na Poltica Estadual de Meio Ambiente. O Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente IDEMA como rgo executor da poltica ambiental deve contar com pessoal capacitado para execuo dessas aes, em virtude de ser responsabilidade deste rgo a administrao destas unidades. Para a viabilizao das aes relacionadas s UCs estaduais sob coordenao do Ncleo de Unidades de Conservao - NUC/IDEMA necessrio que se tenha um nmero mnimo de recursos humanos com pelo menos um Gestor e uma equipe bsica para cada Unidade Executora implantada.
Gestor da Unidade O Gestor da UC tem o papel de coordenar todas as aes relativas unidade e desta maneira precisa desenvolver atividades de natureza variada.
Fundamentalmente, o Gestor necessita ter a formao bsica para entender os objetivos de conservao que se quer alcanar, com habilidades que lhe permitam interagir com diferentes setores, como as comunidades locais, esferas de poder, mdia, etc. Um Gestor de UC preferencialmente deve ter: Disponibilidade de realizar trabalhos de campo; Conhecimentos bsicos em meio ambiente; Habilidades em lidar com o pblico em geral e com a mdia; Facilidade de interagir com os diversos setores do IDEMA (NUC, fiscalizao, licenciamento, educao ambiental, gerenciamento costeiro, administrao); Conhecimentos bsicos em informtica (Word, Excel, Internet, Power Point); Conhecimentos bsicos dos trmites administrativos no IDEMA; Habilidade em mediao de conflitos; Nvel superior. Equipe Bsica A Unidade Executora um posto descentralizado do IDEMA, na qual funcionam todos os instrumentos necessrios implementao da APA Jenipabu. Atualmente a equipe bsica de apoio administrativo da APA terceirizada e conta com a seguinte composio:
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01 (um) gerente administrativo de nvel superior; 02 (dois) auxiliares administrativos; 02 (dois) recepcionistas; 02 (dois) porteiros; 04 (quatro) vigias para segurana do patrimnio; 01 (um) auxiliar de servios gerais para limpeza e manuteno; 01 (uma) copeira. Esta equipe tem a funo de apoiar, no que concernem as questes administrativas, de secretariado, de recepo aos visitantes da APA Jenipabu, de controle do acesso rea da sede, de manuteno e segurana da rea da sede, entre outras funes. Para que haja um melhor aproveitamento desta equipe administrativa no que tange ao funcionamento da APA Jenipabu faz-se necessrio que ocorra uma capacitao dos funcionrios administrativos, visando torn-los aptos a: 1) Aplicar e esclarecer dvidas sobre as normas e diretrizes existentes no SNUC, objetivos da categoria - rea de Proteo Ambiental - e formas de planejamento e gesto de uma unidade de conservao de Uso Sustentvel; 2) Utilizar os instrumentos de planejamento e gesto da UC: Plano de Manejo, zoneamento, legislao ambiental aplicvel e participao comunitria (gesto participativa). No obstante a constituio da equipe bsica de apoio administrativo imprescindvel, ao bom funcionamento da gesto da unidade, a composio de uma equipe formada por tcnicos do IDEMA, no sentido de: Promover a Fiscalizao contnua na APA Jenipabu; Implementar os programas previstos para a APA Jenipabu. Pelo fato da APA Jenipabu ser uma unidade de uso sustentvel, considera-se ainda a necessidade de se ter um tcnico com experincia em cadeias produtivas para apoiar as necessidades locais de desenvolvimento sustentvel.
Infra-estrutura necessria para a Unidade Executora A infra-estrutura de apoio para a Unidade Executora da APA Jenipabu compreende a Sede da APA, a Casa do Pesquisador e a Sede da Companhia Independente de Proteo Ambiental CIPAM, alm dos portais de entrada.
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Os projetos foram desenvolvidos e executados por profissionais habilitados contratados pelo Instituto de Defesa do Meio Ambiente (IDEMA).
Sede da APA A sede da APA tem o objetivo de proporcionar administrao desta UC uma infra-estrutura mnima necessria ao seu funcionamento. Compreende uma rea de recepo de visitantes, um centro de informaes sobre o ambiente natural e cultural da APA, sala para funcionamento do Conselho Gestor (Secretaria Executiva e Plenria). Na recepo esto presentes dois funcionrios com a funo especfica de atender aos visitantes da APA. Estes funcionrios devero estar aptos a compreender a funo da APA. Como o prprio nome afirma o centro de informaes sobre o ambiente natural e cultural da APA tem a funo de orientar o visitante para o ecossistema existente na APA Jenipabu, por meio de um Espao Multimdia, servindo no s como um espao para a visitao pblica, como tambm para desenvolver trabalhos de educao ambiental, com as escolas e comunidade locais. No local da Secretaria Executiva do Conselho Gestor ser garantido um espao reservado s atividades deste colegiado, contando com a presena de uma secretria especialmente contratada para esta finalidade. A secretria dever ter conhecimento de funes administrativas, com vistas a auxiliar o trabalho do Conselho Gestor. No local para o Plenrio do Conselho Gestor, que tambm funciona como auditrio da sede, sero desenvolvidas as reunies ordinrias e extraordinrias do Conselho. O local conta com espao adequado para a presena dos conselheiros, bem como de membros da comunidade, ou outros interessados em acompanhar os trabalhos deste colegiado. Nesta edificao tambm podero ser realizadas exposies, palestras e eventos, funcionando como centro das atividades de integrao com a populao local. As Fotografias 39 e 40 ilustram a sede administrativa da APA.
Casa do Pesquisador Edificao destinada a oferecer apoio aos pesquisadores interessados em desenvolver trabalhos de pesquisa dentro e no entorno da APA (Figura 4.3). Nela constam dois quartos, sala, cozinha, rea de servio, banheiro e varanda, oferecendo, desta forma, condies para estadias mais longas aos pesquisadores. A Fotografia 41 mostra a Casa do Pesquisador.
Sede da Companhia Independente de Proteo Ambiental CIPAM Edificao destinada a abrigar o batalho da CIPAM em planto na APA (Fotografia 42). Esta sede conta com recepo, sala do comando, alojamento masculino e feminino, banheiros e copa.
Portaria Edificao localizada no acesso principal da APA (Fotografia 43), destinada ao controle do fluxo de entrada e sada de veculos e pedestres, onde poder ser efetuada a cobrana da taxa de preservao ambiental, o registro de veculos e nmero de visitantes e a distribuio de informaes em geral. Caractersticas da edificao: Facilidade de acesso a veculos/pedestres, com identificao destes acessos e vias internas a serem percorridas; Previso de reas externas para estacionamento de veculos e nibus; Local para instalao de placas alusivas a eventos/promoes relativas APA e de informaes em geral; rea coberta para atendimento aos pedestres e veculos; Controladores de veculos e pedestres.
Lcio dos Santos Do Conselho Gestor Conselhos Gestores so rgos colegiados que visam reunir opinies de diversos setores que tm interesse na matria colocada em pauta. A instituio destes colegiados atuando na gesto de unidade de conservao foi uma importante inovao do SNUC. Atravs destes fruns, colhem-se opinies, confrontando-as em busca de uma posio majoritria e conseqentemente legtima. Esta iniciativa
garante maior transparncia e fiscalizao sobre a gesto da unidade, alm de possibilitar a participao e o envolvimento responsvel da sociedade civil. A implementao de Conselhos Gestores coaduna-se com o princpio da participao, princpio geral expresso no Art. 10 da Declarao do Rio de janeiro, da Conferncia das Naes Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, que informa: O melhor modo de tratar as questes ambientais com a participao de todos os cidados interessados, em vrios nveis. No plano nacional, toda pessoa dever ter acesso adequado informao sobre o ambiente (...), assim como a oportunidade de participar dos processos de adoo de decises. Os Estados devero facilitar e fomentar a sensibilizao e a participao do pblico, colocando a informao disposio de todos. De acordo com o Decreto regulamentador do SNUC, em seu art. 20, so atribuies dos Conselhos Gestores em unidades de conservao: (a) elaborar o seu regimento interno, no prazo de noventa dias, contados da sua instalao; (b) acompanhar a elaborao, implementao e reviso do Plano de Manejo da unidade de conservao, quando couber, garantindo o seu carter participativo; (c) buscar a integrao da unidade de conservao com as demais unidades e espaos territoriais especialmente protegidos e com o seu entorno; (d) esforar-se para compatibilizar os interesses dos diversos segmentos sociais relacionados com a unidade; (e) avaliar o oramento da unidade e o relatrio financeiro anual elaborado pelo rgo executor em relao aos objetivos da unidade de conservao; (f) opinar, no caso de conselho consultivo, ou ratificar, no caso de conselho deliberativo, a contratao e os dispositivos do termo de parceria com OSCIP, na hiptese de gesto compartilhada da unidade; (g) acompanhar a gesto por OSCIP e recomendar a resciso do termo de parceria, quando constatada irregularidade; (h) manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente causadora de impacto na unidade de conservao, em sua zona de amortecimento, mosaicos ou corredores ecolgicos; e (i) propor diretrizes e aes para compatibilizar, integrar e otimizar a relao com a populao do entorno ou do interior da unidade, conforme o caso.
Funcionamento do Conselho Gestor No caso das APAs o Conselho Gestor poder ser deliberativo ou consultivo, haja vista que o SNUC no definiu qual a caracterstica deste rgo para esta categoria de unidade de conservao (Art. 15, 5). Em Jenipabu o Conselho Gestor foi institudo pelo Decreto Estadual n. 19.139, de 05 de junho de 2006, com
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carter deliberativo, sendo considerada a instncia superior para o planejamento e gesto estratgicos, visando a garantir a gesto democrtica da unidade de conservao. So tambm atribuies do Conselho Gestor da APA Jenipabu aquelas estabelecidas no seu Decreto de criao, art. 7, seguinte: (a) traar, com o apoio da Unidade Executora e respeitando o Decreto de Zoneamento Ecolgico Econmico da APA, as diretrizes normativas sobre o funcionamento da APAJ e exercer o controle de sua efetiva aplicao; (b) propor, apreciar e emitir parecer sobre matrias de monitoramento, avaliao ambiental, educao ambiental, questes relacionadas fiscalizao e propostas de normas para aperfeioar o controle das atividades desenvolvidas na APAJ; (c) emitir parecer prvio sobre planos de ordenamento, planos de interveno e/ou projetos de grande impacto, apresentados para licenciamento, que incidam na rea de abrangncia da APAJ; (d) instituir Cmaras Tcnicas para subsidiar a formulao de propostas ou debater assuntos de seu interesse, nas quais podero atuar representantes de organismos governamentais e no governamentais, profissionais especializados, representantes de segmentos comunitrios e empresariais que detenham interesse na temtica relacionada respectiva cmara tcnica; (e) aprovar convnios para a execuo de programas e projetos institucionais a serem implantados na APA de Jenipabu; (f) propor ajustes ou reformulaes das condies de operao e manejo de atividades desenvolvidas na APAJ, encaminhando-os para apreciao pelo CONEMA; (g) discutir as formas de viabilizar recursos financeiros para a consecuo das aes contidas no Plano de Gesto; (h) elaborar, aprovar e alterar seu regimento interno. O Decreto de criao definiu a composio do Conselho Gestor da APA Jenipabu, atendendo aos requisitos prescritos no SNUC, quais sejam: presidncia reservada ao administrador da unidade de conservao, no caso o IDEMA; representao dos rgos pblicos contemplando os trs nveis da Federao; representao da sociedade civil contemplando a comunidade cientfica, ONGs ambientalistas e populao residente; e por fim atendendo ao requisito da paridade entre rgos pblicos e sociedade civil. Desta forma, o Conselho detm a seguinte composio: Representao dos rgos Pblicos Estaduais: Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Norte IDEMA, rgo que preside o Conselho, responsvel pela
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execuo da Poltica Estadual do Meio Ambiente e pela gerncia das Unidades de Conservao estaduais. Secretaria de Turismo do Estado do Rio Grande do Norte SETUR, rgo responsvel pelo fomento do turismo no Estado, parte importante na composio do referido Conselho, haja vista o territrio da APA Jenipabu se constituir em um dos principais atrativos tursticos do Rio Grande do Norte.
Representao dos rgos pblicos federais: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis IBAMA, rgo executor do Sistema Nacional do Meio Ambiente, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como rgo federal, a poltica nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente. O IBAMA tem papel fundamental na fiscalizao dos recursos naturais na rea da APA Jenipabu, bem como no apoio s polticas estaduais de meio ambiente. Gerncia Regional do Patrimnio da Unio GRPU, rgo que tem como atribuio: conhecer, zelar e garantir que cada imvel da Unio cumpra sua funo socioambiental em harmonia com a funo arrecadadora. de fundamental importncia a sua participao no Conselho, em virtude da grande rea pertencente Unio, em especial aos terrenos de marinha e seus acrescidos e, outrossim, responsvel pela implementao do Projeto Orla.
Representao dos rgos Pblicos Municipais: Prefeitura Municipal de Extremoz, municpio inserido na APA Jenipabu, detentora de 93% do total da rea, imprescindvel na formulao das polticas de gesto da unidade, haja vista que, em seu territrio, ser disciplinado o processo de ocupao e assegurado a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Prefeitura Municipal de Natal, municpio inserido na APA Jenipabu, capital do Estado, na qual o ponto de partida da visitao turstica estadual. Detentora de 07% do total da rea, tambm imprescindvel na formulao das polticas de gesto da unidade, pois em uma poro reduzida do seu territrio, ser disciplinado o processo de ocupao e assegurado a sustentabilidade do uso dos recursos naturais. Cmara Municipal de Extremoz, rgo que representa o legislativo municipal, poder contribuir com o saber local, alm de ser o representante do povo,
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responsvel pela elaborao das leis municipais e fiscalizao do Poder Executivo Municipal. Cmara Municipal de Natal, rgo que representa o legislativo municipal, poder contribuir com o saber local, alm de ser o representante do povo, responsvel pela elaborao das leis municipais e fiscalizao do Poder Executivo Municipal.
Representao das Entidades De Ensino: Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN, autarquia federal voltada para o desenvolvimento da educao e pesquisa, que pode contribuir na gesto da APA com o conhecimento cientfico especfico nas matrias de interesse da unidade. Universidade Potiguar UNP, entidade privada de ensino e pesquisa, tambm poder contribuir com o conhecimento cientfico especfico nas matrias de interesse da unidade.
Representao da Sociedade Civil; Associao das Empresas de Turismo do Litoral Norte de Natal Alnorte, representante do segmento de empresas de hospedagem e alimentao, volta-se para o desenvolvimento do turismo na rea da APA Jenipabu, haja vista os seus fins institucionais. Possuem conhecimento local e tcnico no desenvolvimento do turismo, voltado principalmente ao meio ambiente, em razo da vocao da rea. Sindicato dos Bugueiros Profissionais do Rio Grande do Norte SINDBUGGY, representante do segmento de prestadores de servios de passeio de buggy. Tem um conhecimento especfico da rea, em virtude de trabalharem diretamente com passeios localizados no interior da APA, podendo contribuir com o saber local e conservao dos ambientes naturais, afora poderem contribuir com a fiscalizao, pois esto diariamente em locais de grande vulnerabilidade. Conselho Comunitrio da Praia de Genipabu CCPG, representante dos moradores das comunidades de Extremoz. Entidade com o maior saber local, alm de representar os anseios da populao que reside no interior da APA. Detm um papel fundamental na construo das polticas de gesto da unidade, haja vista que dirige ao Conselho as prioridades da comunidade, alm de funcionar como o elo entre os gestores da APA Jenipabu e a comunidade.
Organizao No Governamental ONG Preservar, representante de entidades ambientalista com sede em Extremoz. As organizaes no governamentais, assim como as representaes dos moradores, tm um papel de fundamental importncia no Conselho, em razo de representar os anseios da comunidade local. As ONGs tm maior identificao com os aspetos tcnicos, haja vista que detm um trabalho especfico na rea da APA, alm de apresentar uma interrelao com os conhecimentos especficos da regio. Representante de entidade moradora residente no municpio de Natal Representante de entidade ambientalista sediada no municpio de Natal Apesar de haver a destinao de vagas de forma igualitria, no que concerne a participao de rgos pblicos e sociedade civil, o Conselho Gestor da APA de Jenipabu funciona, atualmente, sem a indicao de conselheiros que representem a populao residente e a entidade ambientalista do municpio de Natal. Afora a ausncia destas entidades no Conselho, h tambm uma participao muito tmida dos representantes das entidades de ensino que compareceram a pouqussimas reunies e verificou-se, ainda, a ausncia da Cmara Municipal de Natal que no compareceu a nenhuma reunio. Estes aspectos enfraquecem o prprio Conselho, em virtude de segmentos importantes no estarem presentes no dia-dia da gesto compartilhada da APA, alm do que o Conselho perde em contribuies que poderiam ser elaboradas pelas instituies ausentes. Quanto ao funcionamento do Conselho Gestor, pode-se constatar que o mesmo trabalha com reunies abertas a todos os interessados, por meio de um calendrio estabelecido na ltima reunio do ano, perfazendo um total de seis encontros ordinrios anuais, de forma bimestral. As reunies so convocadas pelo IDEMA, que tambm funciona como Secretaria Executiva do Conselho Gestor, e tem pauta pr-estabelecida, devendo ocorrer, sempre que possvel, na sede da Unidade Executora da APA Jenipabu.
Regimento Interno do Conselho Em atendimento ao disposto no SNUC, bem como no Decreto de criao da APA Jenipabu, foi elaborado em 28 de fevereiro de 2007 o seu Regimento Interno, que determina: (a) natureza e os objetivos do Conselho; (b) as atribuies do conselho; (c) a composio e competncia dos conselheiros; (d) a organizao, que
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subdividida em (d1) presidncia, (d2) Plenrio, (d3) Secretaria Executiva, (d4) Cmaras Tcnicas e Comisses, e (d5) eleies; (e) funcionamento do conselho, subdividido em (e1) reunies, (e2) desenvolvimento dos trabalhos, (e3) vistas, (e4) votaes, e (e5) atas; e (f) disposies gerais. O Regimento Interno encontra-se atualmente em processo de reviso, pelo prprio Conselho Gestor, visando o aprimoramento nos desenvolvimentos dos trabalhos desenvolvidos por este colegiado.
3.1.3.2 - Programa de Monitoramento O objetivo deste documento subsidiar o monitoramento da APA Jenipabu, tendo como objetivos verificar tanto as variaes que ocorrem no meio ambiente, (inclusive aquelas de origem natural), quanto as mudanas sociais e a capacidade dos atores envolvidos em preservar tal unidade de conservao. A partir da identificao da matriz de risco e definidos os problemas ou fatores scio-ambientais da APA, foram definidos os indicadores para incluso no monitoramento e feitas sugestes quanto s metodologias que podero ser empregadas. A partir das inferncias indicadas neste documento ser necessrio detalhar as metodologias a partir de especialistas e de coletas preliminares para se efetivar o Programa de Monitoramento. Vale salientar que todo Programa de Monitoramento deve estar em constante reavaliao, e se necessrio com mudanas de parmetros analisados, locais e metodologias. Sua adequao deve levar em considerao a equipe e os recursos disponveis para a realizao do mesmo, alm das prioridades de monitoramento.
Aspectos a serem Monitorados Abaixo esto apresentados alguns fatores importantes de serem monitorados, com sua justificativa, indicadores e o mtodo sugerido para a realizao do monitoramento. Trfego de buggys nas dunas: O passeio de buggy uma das atividades tursticas mais importantes da APA de Jenipabu, porm pode vir a causar desconfigurao das dunas. Sendo assim necessrio verificar a capacidade de suporte das dunas em relao a esta locomoo de veculos. Para o monitoramento de possveis impactos que as dunas esto sujeitas, sugerido a realizao de um estudo especfico de suscetibilidade/vulnerabilidade dos sistemas dunares frente a estas presses antrpicas. O potencial de vulnerabilidade determinado por um conjunto de parmetros que incluem o ambiente fsico, geomorfolgico e ecolgico. Estes parmetros, associados ao nvel de manejo a que as dunas esto sujeitas, determinam o seu grau de vulnerabilidade condicional ou a condio da sua vulnerabilidade. A este conjunto de fatores considerados na
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definio do potencial de vulnerabilidade de uma duna apresentado na literatura como checklist ou lista de checagem2. recomendado que no Programa de Monitoramento seja considerada a incluso do programa de lista de checagem de dunas, para determinar a capacidade de suporte/carga explorao turstica (buggy e passeios a p). Indicador: configurao das dunas Mtodo: lista de checagem das dunas Freqncia de monitoramento: Anual Construes irregulares e uso desordenado do solo: Como j citado acima, um dos principais problemas existentes na APA de Jenipabu a especulao imobiliria, com o aumento significativo de construes, unidades agropastoris e estradas, principalmente em locais inadequados. Isso acarreta diversos impactos, como poluio visual e destruio de habitats. Tal problema vem sendo registrado em restingas, dunas, tabuleiros, praia e manguezal. Por isso importante monitorar o aparecimento de novas construes, das unidades agropastoris e das estradas, a fim de se evitar a destruio dos ecossistemas e o comprometimento da paisagem. Indicador: aparecimento de novas edificaes, estradas, unidade
agropastoris e rea ocupada pelas mesmas Mtodo: sensoriamento remoto Freqncia de monitoramento: semestral Retirada da vegetao das dunas, mangues, restinga, tabuleiros e mata ciliar: As intervenes humanas sobre a vegetao da APA de Jenipabu tm causado diversos impactos aos ecossistemas ali inseridos. Vrias formas de vegetao apresentam como funo a estabilizao do solo em que se encontram. Neste sentido, a preservao da flora nativa que garante a fixao das dunas hoje de fundamental importncia no que concerne a manuteno da acuidade biolgica e botnica da APA de Jenipabu. Tal vegetao exerce importante funo no equilbrio da dinmica dunar, evitando o assoreamento da Lagoa de Jenipabu, principal fonte
Check List ou Lista de Checagem para o sistema Dunas foi proposto inicialmente por Boder et al (1991) e modificado por Fracasso (2001). O Checklist permite avaliar um sistema de dunas tanto em seus aspectos geomorfolgicos como antropognicos. Por exemplo, pode-se considerar problemas como dunas movendo-se sobre residncias, ou assentamentos impedindo suas alimentaes, ou mesmo a retirada de sua vegetao e conseqente mobilizao da duna.
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de dessedentao de inmeras espcies, constituindo-se como um elemento de equilbrio bitico e de atrao e manuteno das espcies locais. A vegetao de mangue tambm exerce importante funo na estabilizao do esturio, assim como a vegetao de mata ciliar exerce sobre as bordas de rios. Alm disso, todos os tipos de vegetao so de fundamental importncia para a manuteno dos ecossistemas, especialmente por constituir-se em fonte de refgio para acasalamento, nidificao/berrio e alimentao de diversas espcies da fauna local. Sendo assim, o monitoramento dos impactos sobre as vegetaes fundamental para o controle da qualidade dos ecossistemas, os impactos que esta vem sofrendo e suas variaes ao longo do tempo e espao. Indicadores: a) tamanho de rea afetada, em cada um dos ecossistemas: mangue, dunas fixas, restinga, tabuleiro e mata ciliar Mtodo: sensoriamento remoto Freqncia de monitoramento: sazonal (semestral) b) densidade florestal, qualidade da floresta e da biodiversidade existente Mtodo: censo florestal, onde devero ser identificadas as espcies, quantidade de indivduos, abundncia relativa, relaes ecossistmicas e a sade dos indivduos investigados Freqncia de monitoramento: sazonal (semestral) Contaminao de guas superficiais, subterrneas e marinhas: A forma como vem ocorrendo a ocupao da rea da APA de Jenipabu tem preocupado demasiadamente a populao e o poder pblico, pois diante do dficit de infra-estrutura de saneamento bsico, a contaminao das guas superficiais e subterrneas vem assumindo riscos crescentes, particularmente em relao qualidade das guas armazenadas. Alm destas, a regio marinha adjacente APA de Jenipabu vem sofrendo um constante processo de contaminao e eutrofizao, principalmente devido ao despejo de efluentes domsticos. Da a preocupao em tentar monitorar a qualidade dos corpos de gua. O monitoramento de qualidade das guas um dos mais importantes instrumentos da gesto ambiental. Indicador: qualidade da gua dos corpos de gua Mtodo: anlise fsico-qumica e bacteriolgica das guas superficiais, subterrneas e marinhas, com vistas deteco de poluio e contaminao das
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colees superficiais de gua e dos aqferos, inclusive pela intruso da cunha salina por eventuais sobre-explotao das guas subterrneas. Os parmetros fsico-qumicos e microbiolgicos a serem monitorados so aqueles sugeridos na Resoluo 357/2005 do CONAMA (MMA & CONAMA 2006), em funo de sua salinidade e uso preponderantes (classe) Freqncia de monitoramento: trimestral para anlise fsico-qumica e semanal para anlise de balneabilidade Deficincia no tratamento de efluentes: sabido que um dos principais agentes poluidores, em locais sem saneamento bsico e estaes de tratamento, so os efluentes domsticos. Tal problema agravado devido aglomerao urbana. Outro problema so os despejos industriais, que se caracterizam por uma enorme variedade de poluentes, tanto em tipo, composio, como em volumes e concentraes. Variam de indstria para indstria, e muitas vezes dentro do mesmo grupo de fabricao. Podem ocorrer, alm disso, variaes dirias e horrias, que fazem com que cada caso de poluio industrial deva ser investigado individualmente. Como estes efluentes podem causar grandes impactos sobre a qualidade da gua da APA de Jenipabu, sobre a fauna e flora e sobre a sade da populao local e visitante, essencial seu conhecimento e monitoramento. Indicador: a) nmero e tipos de saneamento existentes nas residncias Mtodo: entrevista nas casas quanto ao saneamento existente Freqncia de monitoramento: anual b) locais produtores de efluentes industriais, tipos de efluentes, quantidades produzidas, tratamentos aplicados e locais de despejo Mtodo: levantamento junto aos rgos reguladores e fiscalizadores e entrevista com as indstrias ou atividades potencialmente produtoras de efluentes industriais Freqncia de monitoramento: anual
Deposio inadequada de lixo: Assim como o despejo de efluentes, a deposio inadequada de lixo pode vir a causar contaminao do solo e da gua. Outro importante problema causado pelo mesmo a atrao de pragas e organismos patognicos, com possibilidade de contaminao humana. Sendo assim tal elemento deve ser monitorado. Indicador: presena de lixo nas ruas e situao dos aterros sanitrios e lixes. Mtodo: levantamento visual da presena de lixo nas ruas e visita aos locais de acumulao de lixo (lixes e aterros sanitrios). Freqncia de monitoramento: sazonal em funo do perodo de veraneio, com aumento da populao flutuante Visitao de banhistas nas lagoas e a populao de jacars: A visitao s lagoas da APA de Jenipabu pode causar impactos. De uma maneira geral, tem-se observado que o fluxo de turistas em lagoas causa tanto um aumento do material em suspenso como uma diminuio da cobertura da vegetao de fundo, devido ao pisoteamento e instabilidade das dunas marginais. Estas duas atividades conjugadas podem vir a comprometer a integridade destes corpos d'gua, com uma reduo de seus volumes, com perda de suas belezas cnicas e ainda reduo do habitat para espcies aquticas. Neste ltimo caso, por exemplo, a vegetao pode servir de abrigo contra a predao de jacars e, se danificada, pode comprometer a dinmica populacional das espcies envolvidas. O estudo da populao de jacars nas Lagoas de Jenipabu, por sua vez, poder indicar as flutuaes do nmero de indivduos existentes, sua capacidade reprodutiva, rea de ocupao real na APA e comportamentos associados que so fundamentais para subsidiar as propostas de visitao na rea das lagoas. Portanto, recomendado que no Programa de Monitoramento para a APA, sejam includos estudos especficos que visem quantificar tanto a velocidade de recuperao das vegetaes da margem e de fundo das lagoas em resposta ao fluxo turstico que elas recebem, quanto o acompanhamento da dinmica populacional dos jacars. Indicador1: variaes na vegetao e nas bordas na lagoa Mtodo: levantamento visual Freqncia de monitoramento: sazonal (semestral) Indicador 2: dinmica populacional dos jacars
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Mtodo: medies biomtricas, identificao de sexo e marcao dos indivduos Freqncia de monitoramento: mensal Impacto sobre a fauna terrestre: A APA de Jenipabu configura-se como uma das reas ambientalmente protegidas do estado mais ricas em nmero e variedade de espcies nativas constituintes da flora e da fauna tpica das restingas costeiras, algumas dessas espcies, em risco ou ameaadas de extino. A descaracterizao da paisagem original, com reduo do habitat natural das espcies endmicas e raras configurase como uma ameaa manuteno e biodiversidade dos ecossistemas a existentes. Em um Programa de Monitoramento importante o conhecimento acerca da biodiversidade da fauna local e sua quantificao, principalmente das espcies ameaadas ou em risco de Extino. Indicador: qualidade e quantidade da fauna terrestre presente na APA de Jenipabu Mtodo: censo faunstico, utilizando indicadores de densidade faunstica e de biodiversidade comparativa Freqncia de monitoramento: sazonal (semestral) Impacto sobre a fauna marinha de arrecifes: Diversas atividades podem causar impactos sobre a fauna marinha existente nos arrecifes presentes no litoral da APA de Jenipabu. Dentre os mais comuns so o mergulho em massa e pesca nos arrecifes de Santa Rita. Sendo assim recomendado o levantamento da diversidade desta fauna e o acompanhamento quantitativo da mesma Indicador: qualidade e quantidade das populaes de ictiofauna, algas e corais Mtodo: censo visual das espcies marinhas Freqncia de monitoramento: sazonal (semestral)
Avaliao das caractersticas costeiras: Situada junto costa do litoral leste do Estado do Rio Grande do Norte, a APA de Jenipabu apresenta uma assinatura morfolgica tpica do litoral oriental do estado: baas em forma de zeta (Amaral, 1999), que caracteriza um tipo muito particular de evoluo costeira, com eroso associada a padres muito especficos de refrao e difrao de ondas. A rea da APA encontra-se sobre ao direta da eroso elica que, graas aos constantes ventos que sopram predominantemente em sentido SE-NW, dinamizam os fluxos sedimentares, com constante deposio e retrabalho dos sedimentos marinhos que chegam s praias. As ltimas intervenes antrpicas promovidas na calha fluvial do esturio do Rio Potengi/Jundia (rebaixamento da Pedra da Bicuda, dragagem do leito fluvial, construo de espiges de enroscamento), associado forma como tem se dado ocupao do litoral potiguar nos ltimos anos (margeando toda linha de praia, ocupando a superfcie de deflao), tem influenciado diretamente nos fluxos de deposio e eroso desta poro da costa potiguar. Aliado a isso est o aumento no volume dos oceanos, em provvel decorrncia do aquecimento global, que tem sido associado ao aumento dos processos erosivos da costa em todo o globo, reduzindo as reas de praia e pondo em risco construes na orla, como ruas, casas, restaurantes, hotis, resorts etc. Sendo assim, necessrio avaliar as condies de eroso/deposio da costa da APA de Jenipabu, suas causas e futuras conseqncias. Indicador: variao da linha de costa Mtodo: perfil praial e dinmica costeira Freqncia de monitoramento: sazonal (semestral) Presena de animais criados soltos: A prtica da populao local em criar animais soltos pode acarretar diversos problemas, como a destruio do bem pblico, o espalhamento de lixo e a possibilidade de zoonoses. Tal prtica deve ser coibida e monitorada. Indicador: nmero de animais em vias pblicas Mtodo: levantamento visual nas ruas Freqncia de monitoramento: semestral O resumo de cada fator descrito pode ser encontrado no Quadro 15.
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Quadro 15 - Aspectos a serem monitorados na APA de Jenibapu, com os indicadores, mtodo e freqncia de monitoramento.
ASPECTOS MONITORADOS Retirada da vegetao das dunas, mangues, restinga, tabuleiros e mata ciliar Impacto sobre a fauna marinha de arrecifes Impacto sobre a fauna terrestre Contaminao de guas superficiais e subterrneas INDICADORES tamanho de rea vegetada densidade florestal, qualidade da floresta e biodiversidade existente qualidade e quantidade das populaes de ictiofauna, algas e corais qualidade e quantidade da fauna terrestre qualidade da gua dos corpos dgua Efluentes domsticos: nmero de casas e tipos de tratamento Efluentes industriais: locais produtores, tipos, quantidades produzidas, tratamentos aplicados e locais de despejo presena de lixo nas ruas e situao dos aterros sanitrios e lixes Nmero e rea de novas edificaes, estradas e unidade agropastoris. nmero de animais em vias pblicas configurao das dunas variaes na vegetao e nas bordas na lagoa variao da linha de costa grau de conscientizao MTODO sensoriamento remoto FREQNCIA sazonal (semestral)
censo florestal censo visual das espcies marinhas censo faunstico anlise fsico-qumica e bacteriolgica entrevista nas casas sobre saneamento bsico Dados dos rgos reguladores. entrevista com as atividades produtoras de efluentes industriais levantamento visual do lixo nas ruas, visita aos lixes e aterros sanitrios sensoriamento remoto
sazonal (semestral)
sazonal (semestral) sazonal (semestral) trimestral (anlise fsico-qumica) semanal (anlise de balneabilidade) anual
anual
Deposio inadequada de lixo Construes irregulares e uso desordenado do solo Presena de animais criados soltos Trfego de buggys nas dunas Visitao de banhistas nas lagoas Avaliao das caracterst. costeiras
Identificao da conscincia ecolgica da pop. local e flutuante
semestral
levantamento visual nas ruas lista de controle (checklist) das dunas levantamento visual perfil praial e dinmica costeira
entrevistas nas entidades educacionais, com a populao local e visitantes
sazonal (semestral)
Anual
3.1.3.3 - Programa de Fiscalizao O Programa de Fiscalizao tem como finalidade a proteo dos recursos naturais da Unidade de Conservao, a partir de uma ao preventiva e educativa, articulada com uma prtica fiscalizadora permanente, a fim de proporcionar na comunidade local, empresrios e visitantes uma postura tica com relao aos atributos fsicos, biolgicos e paisagsticos da rea. Considerando que a APA uma unidade de conservao estadual de uso sustentvel dos recursos3, que cabe gesto municipal cuidar, legislar e manter o espao territorial do municpio4 e que pela Constituio Federal obrigao da Unio, dos Estados e Municpios zelar pelo patrimnio dos recursos naturais em geral e conservar e proteger o meio ambiente, fica claro que a qualidade e proteo ambiental em APA depende diretamente no envolvimento e comprometimento das trs esferas governamentais - Unio, Estado e Municpios - em prol do bem comum existente na APA. Dada a complexidade envolvida nos processos de fiscalizao nas UCs, recomenda-se que as parcerias interinstitucionais sejam oficializadas para que todas as aes conjuntas estejam amparadas por arranjos institucionais fortes e que no dependam apenas da boa vontade pessoal dos tcnicos. Estas parcerias necessitam de uma especial clareza nos objetivos a que se destinam, no tempo de vigncia a ser estabelecido, nos papis de cada instituio parceira, no volume e forma de investimentos a serem feitos, e na forma como a parceria ser executada e avaliada. No Programa de Fiscalizao da APA Jenipabu devero participar da fiscalizao na APA as seguintes instituies que tm a fiscalizao em sua competncia: GRPU - Gerncia Regional de Patrimnio da Unio, IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, CIPAM Companhia Independente de Proteo Ambiental, IGARN - Instituto de Gesto das guas do RN, SETUR - Secretaria de Turismo do RN e Prefeituras Municipais. De acordo com as competncias de cada instituio envolvida, caber aos parceiros neste programa: Disponibilizar profissionais qualificados, informaes e apoio logstico; Acompanhar a conduo dos trabalhos;
A categoria APA permite diferentes graus de uso direto dos recursos e de urbanizao no territrio da unidade de conservao 4 Inclusive onde as UC foram criadas
Promover as aes administrativas que apiem e facilitem a fiscalizao; Agilizar os processos de licenciamento ambiental sob sua responsabilidade, em conformidade realidade e ao zoneamento; Promover medidas administrativas necessrias ao saneamento de irregularidades ambientais, de acordo com sua competncia; Apoiar as atividades de capacitao necessrias.
Especificamente no caso da CIPAM, parceira do IDEMA que j atua na APA, ser necessrio rever os papis entre IDEMA/gestor da APA e CIPAM/soldados para que no existam problemas de reconhecimento de hierarquia, falta de comunicao e deficincia nas aes, conforme verificado em anos passados e indicados no Diagnstico da situao da fiscalizao. J com relao s Prefeituras Municipais, diante da sua obrigao constitucional de ordenar e fiscalizar o espao pblico sugere-se que as aes de fiscalizao ocorram com alta freqncia para evitar que haja construes irregulares, principalmente no campo dunar, plancie de deflao e praia. Nas Unidades de Conservao os Conselhos Gestores tambm devem ser considerados parceiros na fiscalizao, uma vez que tm papel estratgico em todo processo de gesto da UC. De uma maneira geral os conselhos devem5: 1) acompanhar a implantao da UC e, portanto, acompanhar tambm a execuo dos Programas previstos; 2) manifestar-se sobre obra ou atividade potencialmente causadora de impacto na unidade de conservao, 3) propor diretrizes e aes para compatibilizar, integrar e otimizar a relao com a populao do entorno ou do interior da unidade. Segundo o regimento interno do conselho gestor da APA Jenipabu, cabe ao Conselho: Propor a sistemtica de fiscalizao e monitoramento da APA em especial das reas crticas; Atuar, mediante a formalizao de convnio com os rgos ambientais no mbito municipal, estadual e federal, na fiscalizao e monitoramento de atividades instaladas na rea da APAJ.
Artigo 20 do Decreto Federal 4340 de 22 de agosto de 2002 que regulamenta artigos da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000 Sistema Nacional de Unidades de Conservao - SNUC
Alm do mbito institucional, a populao em geral tem interesse direto na proteo dos recursos naturais e patrimnios pblicos de suas comunidades. No caso especfico de moradores de uma UC, estes exercem significativa influncia no desenvolvimento ou no de atividades sustentveis e de proteo dos recursos naturais existentes, tornando-se assim atores sociais importantes na implantao e sucesso da UC. No entanto, deve-se ter cuidado sobre a maneira pela qual o apoio popular fiscalizao acontecer6. As estratgias mais adequadas para alcanar a participao popular na fiscalizao so: Programas educacionais de valorizao da UC (e de seus recursos) e formao de cidados. Desta maneira a atuao como agentes ser como conseqncia do processo de formao e no um fim especfico; Veiculao de informaes sobre como e a quem recorrer, no caso de irregularidades e denncias. A participao popular um importante aliado na proteo dos recursos naturais, mas em ltima instncia, caber sempre ao fiscal, oficialmente capacitado e identificado, a realizao de notificao, elaborao de autos de infrao a aplicao de multas decorrentes de infraes ambientais. Coordenao Caber ao IDEMA coordenar as aes de fiscalizao nas UCs estaduais, uma vez que o responsvel pela criao das mesmas e tem como responsabilidade a fiscalizao, defesa e preservao do meio ambiente no Rio Grande do Norte7. Na coordenao interna do IDEMA devero estar envolvidos o Setor de Fiscalizao do IDEMA, os tcnicos das UCs responsveis pela fiscalizao8 e um tcnico do NUC - Ncleo de Unidades de Conservao, de maneira que a Fiscalizao nas UCs do Estado acontea de maneira integrada.
A experincia dos Agentes Ambientais Voluntrios na Amaznia, criada pelo IBAMA, tem um grande papel a contribuir na capacitao de representantes comunitrios e transformao dos mesmos em agentes ambientais. Mas a ao direta destas lideranas em aes de fiscalizao, se funcionais em um contexto Amaznico, com alto isolamento e difcil acesso das UCs, no necessariamente ser adequada nas unidades de conservao que envolvem reas urbanizadas, alta densidade populacional e mltiplas formas de acesso. A dificuldade de dar segurana aos Agentes Ambientais, de no torn-los um elemento mal visto na comunidade por expor os conflitos, ou de evitar denncias voltadas a interesses pessoais e no da UC so itens a serem considerados. 7 Decreto Estadual N 14.338 de 25/02/1999 8 Quando no houver na APA Jenipabu um tcnico coordenador da fiscalizao, o gestor da mesma dever assumir a coordenao pela fiscalizao.
Caber a esta coordenao a centralizao e sistematizao das informaes, assim como o planejamento estratgico do programa. Devero ainda fazer parte deste programa os seguintes setores do IDEMA: Al IDEMA, Central de Atendimento, SIGGA e CERBERUS. O primeiro um servio implantado para receber denncias que, junto com a Central de Atendimentos, registra as denncias e abre oficialmente os processos. O SIGGA e o CERBERUS formam o sistema no qual as aes e ocorrncias podero ser registradas, espacializadas e sistematizadas, possibilitando a gesto da informao, passo fundamental ao planejamento das aes de fiscalizao. Como a fiscalizao na APA dever envolver diversas instituies, em cada uma das instituies parceiras dever haver uma coordenao institucional prpria, para organizar as aes nestas instituies e repassar Coordenao Geral (IDEMA) as aes e informaes geradas na UC. Objetivos Este programa tem como objetivo implantar o servio de fiscalizao na APA Jenipabu, visando manter a integridade dos recursos naturais, paisagsticos e patrimnio pblico da APA, atravs de aes sistemticas de orientao e controle com relao ao uso e ocupao das reas de proteo, conservao e de uso, de acordo com as determinaes contidas no Zoneamento da APA, no Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE) do Litoral Oriental do Rio Grande do Norte e na legislao ambiental vigente. So objetivos especficos deste subprograma: Definir diretrizes de procedimentos, normas e atividades de fiscalizao; Fiscalizar e proteger os recursos naturais, paisagsticos e o patrimnio pblico da APA; Manter o controle sobre o uso dos recursos e ocupao do solo, de acordo com as regras estabelecidas no plano de manejo da APA, nos zoneamentos especficos (APA e Litoral Oriental) e legislao; Enquadrar os infratores identificados nos instrumentos legais adequados; Capacitar a equipe de fiscalizao quanto s particularidades da APA;
Apoiar o funcionamento de um sistema de informaes a respeito da APA9, onde seja possvel registrar, acompanhar e planejar as aes de fiscalizao realizadas, com especial ateno aos ambientes/locais de maior risco, tipos de ocorrncias, pocas do ano, etc.; Apoiar as orientaes aos freqentadores, visitantes e comunidades do interior ou entorno imediato da APA quanto ao uso e ocupao do territrio; Criar uma rotina de atividades em conformidade com a realidade da APA; Contribuir para a implantao do Plano de Manejo da APA. Atividades Esto previstas as seguintes atividades: Implantao de infra-estrutura bsica de apoio para atender s demandas da fiscalizao, incluindo veculos, equipamentos e materiais diversos; Vigilncias peridicas, integradas10 e coordenadas nos limites e interior da APA, para inibir o uso ou ocupao inadequada, principalmente nos pontos crticos; Registro e sistematizao das aes no sistema SIGGA/CERBERUS do IDEMA e atravs de relatrios; Estabelecimento de um padro formal de relacionamento entre os setores de fiscalizao dos rgos parceiros (IDEMA, IBAMA, GRPU, CIPAM, Prefeituras, IGARN e SETUR); Apoio no desenvolvimento de aes educativas e de divulgao junto s comunidades moradoras ou do entorno imediato visando fomentar o uso dos recursos e ocupao do solo compatvel na APA; Capacitao bsica e treinamentos especficos, quando necessrios; Orientao do pblico visitante no comportamento requerido na APA; Avaliao e Planejamento peridicos. Normas Esto previstas as seguintes normas:
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Sistema de informaes elaborado e mantido em conjunto com o monitoramento Integrao interinstitucional entre os parceiros para tornar eficiente a fiscalizao
Caber ao IDEMA coordenar as aes de fiscalizao nas UCs estaduais; Os fiscais que executaro as aes deste subprograma devero estar oficialmente designados pelas instituies envolvidas e capacitados de forma adequada; A vigilncia peridica ser realizada a p e/ou com os veculos previstos, dependendo do local a ser fiscalizado; Todas as ocorrncias devero ser georeferenciadas; As denncias de infraes referentes APA devero ser encaminhadas ao Al IDEMA para entrarem no sistema SIGGA/CERBERUS e, caso a denncia seja de competncia parceiros, os mesmos devero ser acionados; Os fiscais do IDEMA devero seguir as orientaes e procedimentos gerais do Manual de Vistoria e Fiscalizao Ambiental do IDEMA, preenchendo os instrumentos de vistoria e fiscalizao previstos e pertinentes (formulrios, Relatrio, Notificao e Auto de Infrao); Todas as atividades deste subprograma e as ocorrncias devero ser registradas no sistema SIGGA/CERBERUS do IDEMA, sistematizadas e acompanhadas; A fiscalizao dever estar informada sobre as atividades e empreendimentos licenciados na APA; Este programa ser executado de forma contnua ao longo do ano integrada aos demais programas e Plano de Manejo da APA; Este programa dever ser avaliado anualmente para subsidiar o planejamento e adequao do mesmo nos anos seguintes. Prioridades Esto previstas as seguintes prioridades: Implantar a infra-estrutura (equipamentos, veculos, pessoal, material) necessria ao funcionamento permanente da fiscalizao na APA;
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e de forma
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Estabelecer oficialmente as parcerias entre o IDEMA e os demais rgos de fiscalizao; Priorizar as aes de vigilncia nas reas crticas da APA, notadamente no campo dunar e na plancie de deflao; Implantar um sistema de informaes a respeito da APA integrado ao sistema SIGGA/CERBERUS; Normatizar procedimentos de conduta para freqentadores, visitantes e moradores do entorno imediato quanto ao uso correto da APA; Integrar a fiscalizao na APA ao Conselho Gestor atravs da instalao de uma cmara tcnica onde as questes de proteo e controle dos recursos e patrimnio pblico possam ser conhecidas e discutidas. Resultados esperados Esto previstos os seguintes resultados: Recursos naturais, paisagsticos e o patrimnio pblico da APA protegidos, principalmente no campo dunar; Uso dos recursos e ocupao do solo realizados adequadamente, principalmente nas questes de ocupaes irregulares; Infratores identificados e enquadrados adequadamente; Equipe capacitada e atuando; Informaes geradas pela fiscalizao registradas, espacializadas e utilizadas para o planejamento do programa e apoio ao Plano de Manejo. Infraestrutura necessria A implantao adequada do Programa de Fiscalizao requer infra-estrutura bsica que crie as condies necessrias execuo das atividades previstas neste programa. A unidade executora da APA j conta com posto de fiscalizao estruturado, inaugurado em junho de 2008. Com relao aos recursos humanos necessrios, o Programa ser coordenado pelo Gestor da APA, at que a equipe da APA seja definida e um tcnico possa ser o responsvel pelo programa. A equipe de fiscais dever contar com dois tcnicos do IDEMA em parceria com os fiscais das
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instituies parceiras12. Com relao locomoo, esto previstos os seguintes veculos: 1 camioneta 4x4 de cabine dupla e 04 quadriciclos. Os equipamentos previstos so: Identificao pessoal para os fiscais (credenciais, bon e jaleco), equipamentos de comunicao entre a unidade executora e os veculos e os fiscais, equipamentos de campo individuais (GPS13, cmera digital14, mochila, capa de chuva, trena, binculo, faco, lanterna pequena, prancheta) e equipamentos de campo para combate a incndio (picaretas para incndio, enxadas, batedores, faces, bombas de gua portteis). A fiscalizao dever contar ainda com materiais de escritrio necessrios execuo da atividade e os formulrios prprios da fiscalizao.
procedimentos bsicos indicados: Procedimentos na coordenao do Programa: Tratar adequadamente (receber, sistematizar e acompanhar) as denncias da comunidade relativas a danos ou agresses ambientais na APA, assim como as informaes referentes fiscalizao pelos outros rgos parceiros; Realizar estatsticas anuais para caracterizao das denncias recebidas, das aes realizadas pela fiscalizao e do perfil de ocorrncias (locais de maior ocorrncia de infrao, tipos de ocorrncia, perfil dos infratores, etc.) de maneira a subsidiar o planejamento das aes do ano seguinte; Planejar e executar atividades integradas de vistoria e fiscalizao com os parceiros; Gerar relatrios e manter informadas as equipes atuantes, seja da fiscalizao, do NUC ou do Conselho Gestor; Avaliar o Programa semestral e anualmente.
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Sugere-se que cada um dos parceiros mantenha pelo menos dois fiscais que atuem preferencialmente na APA para que e haja continuidade nas aes e os fiscais possam compreendam melhor a realidade da UC. 13 A aquisio de GPS dever ser acompanhada de kit para recarregar pilhas. 14 A aquisio das cmeras digitais dever incluir capa, carto de memria, bateria sobressalente e recarregador de baterias para cada uma delas.
Procedimentos no atendimento s denncias15: Proceder a pr-anlise, verificando se a denncia de competncia do IDEMA e se est em UCs; Caso a denncia no envolva UCs e no seja competncia do IDEMA, verificar a matriz de ao emergencial e informar o interessado sobre a instituio responsvel, indicando junto a pessoa e forma de contato na referida instituio; Registro da denncia e repasse das denncias fiscalizao; Encaminhamento Central de Atendimento para abertura de processo no CERBERUS; Acompanhamento das denncias encaminhadas at soluo; Resposta aos denunciantes, informando-os sobre as providncias tomadas. Procedimentos nas reunies integradas interinstitucionais: Considerando que implantar este programa implica em integrar diferentes setores de fiscalizao de diferentes rgos pblicos, ser necessrio: Protocolar todas as solicitaes de reunies com as diferentes entidades; Documentar as reunies e eventos atravs de atas, relatrios, listas de presena e fotos, de maneira a assegurar o registro dos mesmos. Procedimentos na integrao UC/IDEMA e junto a outros Programas das UCs: Considerando a premissa de aes integradas para implantao da fiscalizao na APA, este programa dever estar integrado tanto s aes do IDEMA como um todo quanto gesto da APA propriamente dita. No caso especfico do Programa de Comunicao e Marketing, o mesmo dever ter papel significativo na veiculao de informaes referentes ao Programa de Fiscalizao, tanto para informar os cidados sobre os usos adequados dos recursos, quanto divulgar os resultados das aes do programa (como prevenes de danos, apreenses, resultados de autuaes, etc.), valorizando a eficincia e capacidade de pronta resposta. O Programa de Educao ambiental, por sua vez, dever estar integrado
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tanto fiscalizao como comunicao e divulgao, de maneira que auxilie nas mudanas comportamentais necessrias ao uso e ocupao adequados APA. A publicao de jornais, folders, cartilhas e uso dos demais meios de comunicao locais nas UCs devero orientar a populao em geral moradora das UCs ou de seu entorno sobre: A importncia da UC, da proteo e uso sustentvel dos recursos; As regras especficas de uso e ocupao do solo, definidas pelo Zoneamento da UC, Zoneamento Ecolgico Econmico do litoral oriental e legislao ambiental; As aes de fiscalizao, o papel de cada instituio envolvida na fiscalizao e formas de contato tanto para fomentar o apoio pblico s instituies de fiscalizao como coibir eventuais usos irregulares na UC. A adequao do material informativo dever envolver o responsvel pela capacitao bsica dos fiscais e os tcnicos responsveis pelos programas de Educao Ambiental e Comunicao e Divulgao/Marketing na APA, como forma de integrar e tornar eficiente estes mesmos programas.
Capacitao A estruturao de um Programa de Fiscalizao para as UCs com a participao integrada de diversas instituies em parcerias requer que haja uma srie de instncias onde estas instituies possam se integrar, e os diferentes participantes possam adquirir ou reciclar seus conhecimentos. O conhecimento tcnico sobre a APA deve ser bem assimilado pelo pessoal encarregado da fiscalizao, para que sua atuao seja a mais eficiente possvel. Portanto, a
capacitao deve ser uma tarefa prevista e, de preferncia, com uma freqncia regular, a fim de atender as necessidades especficas na APA. A capacitao deve ser contnua e dar condies para que os diferentes agentes possam trabalhar de maneira adequada, superando as dificuldades e os novos contextos que surgirem durante o processo. A metodologia dever incluir processos participativos e interdisciplinares, que privilegiem atividades prticas onde os participantes podero melhor compreender no apenas os conceitos, mas tambm a forma de atuar. A capacitao bsica prev uma carga horria de 40 horas na capacitao bsica, distribuda de maneira consistente, mas que esteja adequada s atividades dos participantes.
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A capacitao dos participantes neste programa tem como objetivo propiciar aos participantes conhecimentos e habilidades bsicas para atuar na fiscalizao e controle do uso e ocupao do territrio que envolve a APA Jenipabu. Neste
sentido, a capacitao bsica dever envolver questes pertinentes APA e seu processo de gesto (histrico de criao, caractersticas scio-ambientais, conflitos existentes na APA e no seu entorno, zoneamento e programas), legislao ambiental, ao Programa de Fiscalizao propriamente dito. Avaliao A avaliao do Programa dever acontecer semestralmente, sendo que a avaliao anual dever subsidiar a adequao do programa ao prximo ano.
3.1.3.4 - Programa de Educao Ambiental A Lei 9.795 de 27 de abril de 1999 institui a Poltica Nacional de Educao Ambiental. A referida lei cita que se entende por educao ambiental os processos por meio dos quais o indivduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competncias voltadas para a conservao do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. A educao ambiental um componente essencial e permanente da educao nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os nveis e modalidades do processo educativo, em carter formal e noformal. Objetivos Os objetivos do Programa de Educao Ambiental so: Informar e sensibilizar a populao local sobre a APA Jenipabu, valorizando os recursos naturais e culturais associados; Fomentar atitudes de respeito, uso e ocupao adequados ao territrio da APA e proteo aos recursos naturais e culturais da unidade; Integrar a problemtica ambiental da APA ao contexto educacional da regio; Organizar e executar servios para transmitir ao visitante, conhecimentos e valores do patrimnio natural e cultural da APA. Atividades Esto previstas as seguintes atividades: Formar recursos humanos voltados para a conservao dos recursos naturais e culturais da regio; Estabelecer a integrao deste programa com as demais iniciativas da APA, priorizando: a rede de educao ambiental, a formao de professores em educao ambiental, a memria regional e a comunicao (rdio e TV); Articular com as prefeituras e rgos de gesto um sistema integrado de comunicao;
Implantar projetos de educao ambiental nas escolas e postos rurais da APA e do entorno; Implantar projetos de educao ambiental nos sistemas de ensino pblico e privado; Elaborao e adaptao de material susceptvel de ser utilizado para educao ambiental; Manter atualizadas e disponveis as informaes sobre a APA.
Executores/colaboradores As seguintes instituies esto previstas como executoras e colaboradoras deste programa: IDEMA, IBAMA, SEMARH, IGARN, Ministrio Pblico, CAERN, Prefeituras, Representantes da Sociedade Civil, Universidades, Comit Gestor, Sistema de Ensino Pblico e Privado, Rdios locais e regionais, Imprensa escrita, ONGs e TV regional. Resultados esperados Esto previstos as seguintes resultados: Escolas articuladas em torno de um sistema de comunicao voltado para a realidade local e regional; Realizao de cursos sobre conservao da natureza e cultura local, inclusive com a formao de recursos humanos; Seminrios e encontros realizados para articulao de trabalhos na rea de educao ambiental; Vinhetas ou programas relativos temtica scio-cultural-ambiental regional; Peridicos informativos sobre os temas afins e sobre o andamento das atividades; Formao e capacitao de jovens do local incentivando sua atuao na proteo do meio ambiente.
3.1.3.5. Programa de Marketing e divulgao O objetivo do Programa de Marketing e Divulgao criar instrumentos de comunicao entre as comunidades dos municpios que compem a UC, rgos do governo federal, estadual e municipal, empresrios, investidores externos, imprensa, canais de distribuio do servio (operadoras tursticas) e os visitantes, visando tornar pblico os propsitos de proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo de ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos. Potencialidades Beleza paisagstica Dunas mveis e fixas Praias Lagoas interdunares Rios A insero de Natal A criao do Conselho Gestor A insero no Plo Costa das Dunas
Fragilidades Ocupaes irregulares Acmulo de lixo Favelas ficam situadas na Zona de Preservao Ambiental (ZPA-09) Extremoz: municpio de extrema pobreza Oferta de escolas menor que a demanda de alunos Equipamentos de sade insuficiente para atender a demanda: falta de uma poltica de sade publica Comunidades nativas pouco envolvidas com a gesto da APA Ameaas O Plano de Manejo para a APA Jenipabu deve ser instrumento que miniminize os impactos causados pelas seguintes variveis externas: Fragilidade dos ecossistemas da rea; Aumento da demanda turstica, sem a devida observao na capacidade de carga das reas visitadas; Processo de excluso de suas populaes tradicionais; Descontinuidade na implantao do Programa Estadual das Unidades de Conservao e nas instncias gestoras da APA.
Oportunidades Pode ser considerada oportunidade para a APA Jenipabu, a criao do Programa Estadual de Unidades de Conservao. Alm, da insero no Plo Costa das Dunas, cujas possibilidades de investimento governamental podem representar melhorias ambientais para a UC. Outra oportunidade que se vislumbra o interesse de pesquisadores em realizar estudos e pesquisas relacionados ao meio ambiente.
A APA COMO PRODUTO TURSTICO: POSSIBILIDADES E RESTRIES A APA de Jenipabu, mais especificamente a comunidade de Jenipabu foi o primeiro grande atrativo turstico do Estado. Na dcada de oitenta, quando o Rio Grande do Norte comeou a ser conhecido no cenrio nacional como um destino turstico, a carto postal de Natal eram os passeios de buggy nas Dunas de Jenipabu, primeira cidade do Nordeste a aproveitar as dunas, turisticamente. Hoje, outros estados do Nordeste utilizam a mesma prtica, inspirados no Rio Grande do Norte. A atividade fez surgir uma nova profisso: os bugueiros, os quais eram vistos pelos gestores do turismo e pelos prprios turistas como os astros que conduziam o espetculo da subida s dunas. Pode-se dizer que grande parte das atividades conflitantes, em Jenipabu partiram da utilizao das dunas para fins tursticos, iniciando o processo de ocupaes irregulares, atrao de novos negcios de entretenimento e lazer, aumentando as necessidades sociais.
CARACTERIZAO DO PBLICO ALVO Considerou-se como pblicos internos as comunidades e instncias gestoras das UC e como pblicos externos os visitantes, do prprio Rio Grande do Norte, dos demais estados do Pas e estrangeiros. Para os pblicos internos, o objetivo tornar pblicas as aes de conservao desenvolvidas pelo IDEMA e para os pblicos externos captar demandas adequadas aos produtos unidades de conservao. Considerando-se as peculiaridades das APA Jenipabu, recomenda-se que as aes para os pblicos internos tenham um carter informativo e educativo. As comunidades que compem APA de Jenipabu so os ncleos urbanos formados pelas comunidades de Redinha, no Municpio de Natal e Redinha Nova, Santa Rita e Jenipabu no municpio de Extremoz. O tipo de turista que visita os atrativos presentes na APA est, em busca das dunas, praias e lagoas, , na sua maioria, trazido pelas formas institucionalizadas do turismo, cujos objetivos de
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viagem so o lazer e entretenimento, interagindo pouco ou quase nunca com as comunidades locais. Sinaliza-se para uma mudana no comportamento desse consumidor-turista, que, de mero observador da paisagem, passar a se envolver mais com a localidade visitada.
AS ESTRATGIAS DE MARKETING As estratgias de marketing adotadas nesse Programa so baseadas nas recomendadas do Roteiro Metodolgico para Implantao dos Programas de Marketing das Unidades de Conservao do Rio Grande do Norte e contemplam a publicidade, relaes pblicas e merchandising, que devem ser implementadas tanto para os pblicos internos quanto externos da UC, de um modo geral. A diferenciao est na mensagem da campanha publicitria. A publicidade para Dias e Cassar (2005, p 223), uma forma de comunicao coletiva, massiva e paga, com a qual se pretende informar e persuadir o mercadoalvo sobre a qualidade dos produtos oferecidos pela localidade receptora, com o objetivo de influenciar as atitudes e condutas dos consumidores potenciais e reais. Considerada o carro-chefe da promoo turstica, a publicidade responsvel por passar a mensagem principal de uma campanha publicitria, sendo apoiada por outras ferramentas de comunicao como relaes pblicas e merchandising. As mdias mais usadas pela publicidade, so: televiso, jornais, revistas, outdoor, folhetos, folders, internet. As relaes pblicas so definidas como um conjunto de aes que os lugares usam para criar e manter o posicionamento na mente dos seus diversos pblicos, reverter imagens inadequadas e gerar a boa-vontade do poder pblico, comunidades e demais entidades envolvidas com o lugar (KOTLER, 2006). realizada atravs de tcnicas e dispensa, muitas vezes, o uso da mdia convencional. So dois os conceitos da ferramenta promocional merchandising: o primeiro refere-se ao esforo promocional que feito para se quebrar a ltima resistncia do consumidor, no ponto-de-venda. O outro refere-se a exposio da marca (logomarca) em cenrios j existentes, como qualquer tipo de evento, peas do vesturio e material impresso. Quando direcionadas ao pblico externo, serve de apoio publicidade, na fixao da imagem e da logomarca do lugar. Quanto mais a logomarca for exposta, mais forte ser o posicionamento. O objetivo de se usar o
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merchandising aqui no estimular a venda por impulso, e sim expor a logomarca, o nome, a imagem, ou cone em cenrios j existentes, como forma de massificar a mensagem expressa na comunicao. O merchandising tanto pode ser utilizado numa grande diversidade de objetos, quanto atravs de testemunhos ou gestos, por exemplo. Para que a marca da APA seja posicionada na mente dos pblicos, necessria a sua colocao em um maior nmero de cenrios possveis.
AES DE RELAES PBLICAS O objetivo dessa ferramenta promocional manter informados, sensibilizados e envolvidos as comunidades das APA sobre as questes concernentes rea e as aes do Conselho Gestor. Alm disso, as tcnicas so utilizadas para firmar um processo de identidade, como um lugar que recebe o turismo, mas, ao mesmo tempo, empreende aes para minimizar os seus efeitos impactantes. Assessoria de imprensa O responsvel pela assessoria de imprensa teria a incumbncia de elaborar clippings16, alm da importante tarefa de manter um bom relacionamento com os veculos de comunicao do Estado, na veiculao de notcias espontneas sobre a UC. Sugere-se parcerias com os cursos de comunicao das IES ou prefeituras para obter este servio, considerado essencial para as aes de comunicao e articulao entre os diversos pblicos internos e externos. Criao de um cone A associao de personagens ou figuras com a APA interessante para fixar a imagem que se deseja na mente dos habitantes. Famtour 17 Instrumento promocional bastante utilizado no turismo, que consiste numa viagem de pblicos especficos com a finalidade destes experimentarem a localidade a ser vendida. feito um convite a um grupo de pessoas formadoras de opinio e canais
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Trata-se do recorte de jornais e material encontrado na internet sobre assuntos relacionados s UCs, como legislao ambiental, eventos, diversos, etc. Este material dever ser coletado diariamente e enviado aos representantes do Conselho Gestor, com o objetivo de mant-los atualizados sobre o assunto. Posteriormente, poder ser enviado aos demais pblicos internos.
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Familiarizao turstica: viagem de pblicos especficos para conhecerem a localidade a ser divulgada.
de venda do produto turstico, para que conheam melhor a localidade. Toda a cadeia produtiva do turismo e demais parceiros devem estar envolvidos, para arcar com os custos da viagem, hospedagem, alimentao e utilizao dos demais servios tursticos. Eventos Os eventos so considerados um instrumento promocional interessante porque envolvem um conjunto de outras ferramentas e diversos tipos de mdia, em um mesmo espao e ao mesmo tempo. Os principais benefcios so: gerar mdia espontnea e um conseqente fluxo de visitantes. Recomenda-se realizar eventos com os seguintes temas: Ecolgicos; Esportes nuticos; Turismo comunitrio; Turismo pedaggico; Gastronomia do mar.
Patrocnios altamente interessante que as instncias gestoras patrocinem atividades que contribuam para a formao e consolidao da boa imagem da APA. Pesquisas, estudos e diagnsticos podem ser financiados por empresrios locais,
comprometidos com as causas ambientais. Boletim Informativo necessrio que exista um instrumento de comunicao que torne pblico, as aes de gesto, as decises do Conselho Gestor e demais atividades. A circulao seria restrita a estes pblicos, com uma edio mensal. Cartilha Sugere-se a criao de uma historia em quadrinhos onde seria mostrado o cotidiano das comunidades atravs de personagens do imaginrio popular. Os objetivos so: a educao ambiental e a sensibilizao para a importncia do Conselho Gestor. Criao de um certificado de origem Trata-se de uma etiqueta a ser afixada no artesanato confeccionado na APA, como forma de diferenci-la das demais UCs e consolidar a sua logomarca.
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Ambientao a criao de uma atmosfera ligada a um tema que se quer vincular a imagem da localidade, pela utilizao de um espao fsico, um fato histrico, cultural ou qualquer outro, visando formao de uma imagem relacionada com o tipo de evento. uma forma de divulgao eficiente, de custo baixo em relao a outras formas de promoo, pois visa criar ou manter o posicionamento do local reforando as outras aes de marketing. Concurso de trabalhos escolares Importante instrumento de relaes pblicas que contribuir para o
conhecimento e a conseqente valorizao, por parte de crianas e jovens, do patrimnio ambiental que possuem. Material para a comunicao escrita Confeco de papel timbrado para correspondncias oficiais do Conselho Gestor, cartes de visita dos conselheiros e shell folder18.O material conter a logomarca da APA Jenipabu, alm da prpria arte definida para a sua confeco. A idia que toda a comunicao oficial virtual e impressa utilize este recurso.
Rdio comunitria Mdia mais prxima ao cliente tem a vantagem de ser flexvel e ter custo baixo. Recomenda-se um programa de rdio que divulgue as aes das instncias gestoras da APA.
Oficinas de sensibilizao ambiental e turstica Com enfoque nas questes ambientais e tursticas, devem realizar atividades que exercitem a percepo ambiental. Para tanto, recomenda-se a elaborao de material didtico a ser distribudo entre os participantes.
Demais aes de relaes pblicas Representao da APA Jenipabu em eventos diversos ligados ao turismo e meio ambiente; Mural em espaos comunitrios (centros comunitrios, associaes de moradores, associaes de classe, igrejas).
Shell folder: material impresso para mala direta com espao em branco para serem divulgados programaes de eventos, pacotes tursticos, ou outras informaes a serem enviadas pelo correio.
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AES DE PUBLICIDADE A publicidade foi definida considerando-se a eficcia promocional das mdias escolhidas, para Unidades de Conservao: o objetivo captar uma demanda ambientalmente consciente que contribua com os propsitos de proteo ambiental, valorizando as atividades desenvolvidas pelos conselhos e demais instncias gestoras da APA. Recomenda-se as seguintes mdias: Folheteria completa Folders, folhetos cartazes, catlogos, adesivos internos e externos, cartopostal. Internet Criao de um site especfico para a APA Jenipabu e links em sites ligados a temas ecolgicos. Televiso Tem a vantagem de reunir em uma nica ao som, imagem e movimento, alm de ter cobertura de massa. Ser interessante para massificar o conceito de conservao do Monumento, uma vez que este dever apresentar uma demanda espontnea e crescente, pelo incremento da prtica do turismo ligado natureza. Produo de VT19 Recomenda-se articulao com as emissoras de afiliadas dos principais canais nacionais para produzir documentrio sobre turismo sustentvel e parceria com os cursos de comunicao das instituies de nvel superior para a produo de documentrios sobre a APA. Banners Confeco de banners com logomarca e slogan da APAJ, para serem afixados em eventos em que estas estejam sendo referenciadas. Anncios em revistas especializadas Este tipo de mdia tem a vantagem de apresentar grande seletividade, vida longa e qualidade do material impresso. Anncios em jornal Recomenda-se que seja feita em articulao com a assessoria de imprensa.
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Vdeo-Tape
AES DE MERCHANDISING Conforme dito anteriormente, a funo do merchandising expor a marca em cenrios j existentes, com o objetivo de consolidar a imagem da APA na mente dos habitantes e pblicos externos. As formas detalhadas a seguir so as mais adequadas, por no conter um conceito de persuaso venda e sim criar uma relao afetiva entre os pblicos e a UC: Calendrio de parede A folhinha permanece na residncia das pessoas durante todo o ano, sendo consultada diariamente. Calendrio de mesa Cumpre a mesma funo da folhinha, em ambientes mais profissionais. Exposio da logomarca Camisetas; Bottons; nibus e vans; Sacolas e bolsas; Material impresso de congressos, feiras e demais eventos; Displays20; Bons; Mouse-pad; Canetas; Logomarca estampada nas velas dos barcos de pesca. Mural Trata-se de um espao democrtico, a ser afixado em locais de grande afluncia de pessoas, para a exposio da logomarca e colocao de cartazes de eventos, recortes de jornais e demais notas que interessem s comunidades. Para ser bem conduzido, deve ter a orientao do assessor de imprensa. Cartes postais uma forma interessante de fixao da imagem. Tem grande efeito visual e cartes podem ser vendidos nos Eco-Postos21, viabilizando a sua confeco. Busdoors So outdoors ambulantes, levando as mensagens e imagens pelo seu percurso.
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Expositor de material promocional impresso Eco-Postos espaos para visitao pblica, com o propsito de educao ambientais localizados dentro dos Centros de Interpretao Ambiental, construdos nas UCs que possuem conselhos gestor.
PLANEJAMENTO PUBLICITRIO O Planejamento de Campanha Publicitria trata da definio dos conceitos22 e da apresentao, em forma de lay-out, das peas publicitrias recomendadas a serem veiculadas em meios de comunicao de massa e material promocional desenvolvido para a Unidade de Conservao. Ressalta-se a importncia da contratao de profissional de publicidade, devidamente habilitado, para que, quando forem executar os seus planejamentos publicitrios realizem uma pesquisa de marketing com os pblicos identificados para se conhecer quais tipos de veculos de comunicao seriam mais adequados a estes. Estes so os passos seguidos por uma agncia de publicidade, antes de se iniciar o processo de criao das peas publicitrias, porque essas informaes do subsdios para se elaborar o plano de mdia23, com mais segurana. A pesquisa de marketing funciona como uma espcie de mapeamento dos passos da campanha, desde sua estruturao e desenvolvimento do conceito, mensurao das quantidades de peas a serem confeccionadas e a verba alocada para este fim, em funo do tempo de veiculao24. A campanha publicitria da APAJ ser desenvolvida em conjunto com as demais UCs do Estado, objetivando mostrar que existe uma ateno para a proteo do meio ambiente, visando o bem-estar coletivo das populaes que habitam as reas passveis de proteo no Rio Grande do Norte. Assim, sugere-se que exista uma unidade na mensagem publicitria, desenvolvendo-se o conceito de Unidades de Conservao Estaduais e no aes para cada UC, separadamente. Foi desenvolvido um conceito comum a todas as UCs, mas levando-se em considerao as peculiaridades de cada uma. A APAJ apresenta um material especfico para prover os conselhos gestores de material promocional que podero suprir os Eco-Postos, para serem distribudo como souvenirs ou serem comercializados, conforme entendimento dos
conselheiros.
Conceito: o mesmo que tema da campanha Plano de mdia: detalhamento das atividades de veiculao das peas publicitrias, informando tipos de veculo de comunicao utilizado. 24 Tempo de veiculao: perodo de tempo em que as peas publicitrias esto sendo veiculadas na mdia escolhida.
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O conceito da campanha Conforme deciso do IDEMA, o conceito foi criado para todas as UCs do PEUC, conforme j explicado anteriormente. O tema da campanha foca a interao homem/meio ambiente para a promoo do bem-estar. Tomando por base os estudos estabelecidos pelo planejamento de marketing para cada UC foi possvel perceber os benefcios do PEUC. A exemplo de grandes cidades que esqueceram biomas importantes para a qualidade de vida da populao, o Estado do Rio Grande do Norte tomou a importante deciso pela proteo de seu patrimnio natural. Em meio a essa discusso fica claro que a sociedade precisa estar munida de informao para poder contemplar a sua terra, cultivar valores que provoquem essa interao sinergtica. Assim, configurou-se o conceito da campanha publicitria:
As peas publicitrias
Folder Deve-se ressaltar que as peas publicitrias esto em forma de lay-out, cujo folder apresentado a seguir foi criado para atender prioridades do IDEMA. Essas peas foram elaboradas de acordo com a definio dos conselhos gestores e/ou demais instncias gestoras. Dentro do campo da simbologia, definiu-se uma cara da pessoa que tem a conscincia ambiental, que compreende a necessidade das polticas reguladoras do uso dos recursos naturais, sente prazer e que enxerga beleza nesse patrimnio. O folder exibe a simbologia de rostos em estado de contemplao com frases que remetem s caractersticas especficas de cada lugar. tambm intrigante, atravs de uma imagem subjetiva e oculta, para instigar a abertura do mesmo. Dentro do conceito, o slogan ganha outra perspectiva. Agora ele define que este lugar existe e continuar a existir sempre se ns o compreendermos. O slogan do folder :
MODELO DE LAY-OUT PARA PEAS DIVERSAS: FOLDER, CARTAZ, ANNCIO EM REVISTAS E OUTDOOR.
Case Trata-se de um kit destinado a presentear pessoas formadoras de opinio, que visitem a UC e os Eco-Postos. Contm folders e o CD com o vdeo documentrio.
O slogan :
Vdeo documentrio O objetivo mostrar os esforos realizados para a criao e a implantao das Unidades de Conservao do Estado. Os recursos naturais de um estado turstico e a tentativa de se regulamentar o uso desses recursos. Pontos a serem ressaltados: A comunidade fala sobre suas expectativas e dvidas, quando esclarecido o significado da palavra proteo; Fomentar o interesse por esse tema; A inaugurao dos Ecos-Postos como marco do incio concreto dos trabalhos na UC. Tratamento do filme:
O RIO GRANDE DO NORTE A CARA DE QUEM ENTENDE: CONSERVAR VIVER NO MELHOR ESTADO
Proposta do filme Iniciar com um filme-conceito; Usar imagens para falar de meio ambiente de uma forma global;
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Mostrar o panorama de cidades que esqueceram ecossistemas essenciais para a qualidade de vida; Mostrar as Unidades de Conservao do Rio Grande do Norte como protagonistas da qualidade de vida e/ou do desenvolvimento econmico do Estado enquanto plo turstico; Mostrar como surgiu e o que vem sendo feito com relao a gesto ambiental; Introduzir os conceitos de conservao e preservao e fomentar ao conhecimento dos mesmos; Validar as idias dos conceitos acima citados por tcnicos, mostrando a importncia ambiental e econmica das UCs; Mostrar as dvidas e a expectativa das comunidades e dos empresrios que fazem uso da explorao das UCs; Esclarecimentos dessas dvidas pelos tcnicos envolvidos; O que est sendo feito e as previses para o futuro da gesto ambiental pelo Estado; Como possvel conviver com a natureza de maneira a retirar o sustento dela causando os mnimos impactos possveis, proporcionando assim a qualidade de vida, sem atrapalhar a economia local e pensando na herana para as futuras geraes.
A abordagem (approach) do filme O filme ter uma abordagem de programa/documentrio com um ancora que ser o elo entre os temas abordados. O filme ser num estilo aberto, exibindo os biomas caractersticos de cada uma das dez UCs. Tambm ser mostrado o projeto de sinalizao implantado na APA dos Recifes dos Corais, APA de Jenipabu e RDS
Ponta do Tubaro, assim como seus respectivos Eco-Postos. O filme ser colorido,
principalmente nos trechos em que so vistos os biomas, devendo ganhar tratamento especial para que as cores fiquem vibrantes. Com relao s entrevistas realizadas no filme, o procedimento ser: As entrevistas dos tcnicos devero ser gravadas em estdio (Chroma key) com cenrio pr-definido. As entrevistas e depoimentos dos integrantes das comunidades e empresrios devero ser realizadas no local. A expresso desses indivduos dever ser feita em plano fechado.
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As entrevistas devero ser direcionadas visando o xito para o foco do tema abordado. As respostas devero ser objetivas e claras e se possvel dispensado palavreado com complexidade tcnica em demasia. Contedo do filme As situaes a serem filmadas devero incluir, principalmente: O ancora ir intermediar a passagem dos temas a serem abordados como: O equilbrio do meio ambiente e o scio-econmico, o patrimnio natural do estado, as comunidades e os interessados de maneira geral, as solues, dentre outros. Imagens de cidades onde visvel a poluio, procurando explorar bem o estado catico desses ambientes Imagens de biomas e entorno das unidades de conservao, ora como se elas fossem virgens, ou seja, inabitadas; ora com a interao de pessoas da comunidade e turistas. Assim pode-se mostrar o lugar como um ambiente de sonho e belezas naturais. A idia mostrar como esse paraso essencial para a sobrevivncia das comunidades e como possvel uma interveno Busca do esclarecimento dos conceitos de preservao e conservao e exemplos prticos da aplicao do mesmo. Tcnicos e autoridades falando sobre a gesto ambiental. Os mesmos devero mostrarr dados relevantes e objetivos para a consolidao das aes, falar sobre as dificuldades, o que est sendo feito e as previses para o xito do mesmo. Os integrantes das comunidades faro perguntas e daro depoimentos sobre o que esperam do Estado Os empresrios por sua vez tambm esclarecero suas dvidas e falar de suas expetivas. Exemplos prticos de como fazer uso sustentvel dos recursos naturais do estado e dos benefcios da regulamentao desse uso.
Material promocional Tomando por base os estudos de peas que ilustram os planejamentos de marketing elaborados para cada APA, recomenda-se a confeco peas mostradas a seguir: Caneca por ser um objeto que atrai colecionadores; Caneta por ser de fcil disseminao e manuseio, podendo ser facilmente transportada; Camiseta por ser uma pea essencialmente simblica. Faz o indivduo vestir a camisa; I-i por ter forte apelo entre as crianas; Bolsa feita de material ecolgico um objeto de valor para o pblico feminino. CANECA CANETA
CAMISETA MASCULINA
I-I
Material necessrio para a produo das peas publicitrias Folders Contratao da grfica para impresso Obs. As fotografias devero ter resoluo apropriada para serem usadas em outdoor Vdeo documentrio Contratao da produtora para gravao, edio e direo de fotografia Obs. Devero ser produzidas imagens cada unidade de conservao contendo paisagens, biomas, comunidade, atividades e imagens areas. Material promocional Contratao da empresa responsvel por produzir os brindes.
3.2 - ZONEAMENTO O zoneamento ambiental o principal instrumento de ordenamento territorial de uma Unidade de Conservao. A partir do conhecimento das caractersticas fsicas do territrio, da identificao e avaliao dos conflitos decorrentes do uso e ocupao, bem como das oportunidades e potencialidades da regio, o zoneamento estabelece as normas de uso e ocupao do solo e a proteo de seus recursos naturais. O zoneamento ambiental nos termos do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza) constitui-se na definio de setores ou zonas em uma unidade de conservao com objetivos de manejo e normas especficos, com o propsito de proporcionar os meios e as condies para que todos os objetivos da unidade possam ser alcanados de forma harmnica e eficaz. Santos (2004) ressalta que o zoneamento ambiental, indicado na Lei 6938 de 31/08/1981, prev a preservao, reabilitao e recuperao da qualidade ambiental, e tem como objetivo o desenvolvimento econmico condicionado manuteno dos recursos naturais e a melhoria das condies de vida da populao. Envolve basicamente indicadores ambientais que destacam as potencialidades, vocaes e as fragilidades do meio natural. A definio de zonas com critrios e limites precisos, com menor ou maior restrio de ocupao do territrio, visando proteo de seus recursos naturais tambm uma importante ferramenta para os processos de licenciamento e fiscalizao do rgo ambiental. A comunidade local tambm beneficiada com o zoneamento, na medida em que passa a compreender melhor o ambiente, suas fragilidades e possveis e adequadas formas de uso e ocupao. Os limites das zonas devem considerar os elementos fsicos ou biticos do territrio, bem como a dinmica scio-econmica que se reflete no uso e ocupao do espao local, criando desta forma, compartimentos com diretrizes e metas especficas. Na proposta do zoneamento ambiental da APA Jenipabu foram estabelecidas as normas de uso e ocupao e as metas ambientais especficas para cada zona visando a proteo da biodiversidade local, a recuperao do meio ambiente e a promoo do desenvolvimento sustentvel na APA. As dunas mveis de Jenipabu fazem parte dos principais referenciais tursticos do Rio Grande do Norte, com passeios de buggys, dromedrios e a atividade conhecida como esquidunas, atividades estas, que tm gerado impactos
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no ecossistema dunar, alm das ocupaes irregulares. A ocupao das reas de praias e reas passveis de inundao localizadas nas plancies de deflao por edificaes outro fator que necessita da adoo de medidas de controle. A busca de alternativas que compatibilizem o desenvolvimento de atividades
socioeconmicas importantes para a regio e seus habitantes com a preservao ambiental norteou a elaborao do zoneamento da APA e de suas metas ambientais. Atravs do ordenamento da ocupao territorial pode-se minimizar os conflitos de uso e garantir a preservao de reas de interesse ambiental, conciliando a proteo dos seus principais ecossistemas (dunas, lagoas, rios, mangues e praias) com o intenso uso turstico da regio. Para que essas normas possam ser efetivamente aplicadas devem ser compatibilizadas com o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Extremoz, municpio no qual se insere a quase totalidade do territrio da Unidade. O estabelecimento de alianas entre os rgos gestores, planejadores e sociedade fundamental para que novos arranjos possam ser planejados e estabelecidos para o cumprimento das metas ambientais. 3.2.1 - Processo Participativo da Elaborao do Zoneamento O zoneamento da APA Jenipabu apresentado neste documento foi construdo a partir de uma proposta tcnica inicial que foi analisada e discutida em diferentes instncias e depois, especificamente com o Conselho Gestor da APA Jenipabu e a Cmara Tcnica de Zoneamento, constituda para este fim. As discusses sobre os diferentes usos, conflitos existentes, cenrios desejados e sugestes de
ordenamento foram amplamente discutidas em oficinas e reunies. Inicialmente foram realizadas duas oficinas com a participao dos membros titulares e suplentes do Conselho Gestor, sociedade civil, tcnicos da administrao da APA e a Companhia Independente de Proteo Ambiental CIPAM, que atua na rea. A primeira oficina de zoneamento ocorreu nos dias 26 e 27 de setembro de 2007, datas definidas em Reunio Ordinria do Conselho Gestor do dia 29 de agosto de 2007. Essa oficina teve como objetivos esclarecer os conceitos, a metodologia e os critrios que foram utilizados para a elaborao da proposta tcnica de zoneamento e possibilitar a discusso das proposies.
Uma segunda oficina deu continuidade a esse processo para que o nivelamento dos conselheiros/as com relao aos conceitos e instrumental tcnico e legal que subsidiam os procedimentos do zoneamento pudesse subsidiar a continuidade e complementao da proposta tcnica de zoneamento e preparar e facilitar os trabalhos da Cmara Tcnica. As Cmaras Tcnicas so instrumentos previstos no Regimento Interno do Conselho Gestor da APA Jenipabu conforme seus artigos 14 e 15:
Art. 14 - O Conselho ter Cmaras Tcnicas, compostas por membros do Conselho e pessoas convidadas, e Comisses Permanentes e Provisrias, que sero integradas pelos membros e seus respectivos suplentes. 1 - Cada Cmara Tcnica ou Comisso ser instituda pelo Conselho Gestor, composta, no mnimo, por 03 (trs) membros e no mximo por 07 (sete), sendo 01 (um) eleito coordenador dos trabalhos. 2 - As reunies das Cmaras Tcnicas ou Comisses se faro com a presena da maioria simples de seus membros. 3 - As Comisses Provisrias, devidamente identificadas e justificadas, sero criadas por deliberao do Conselho Gestor da APAJ, com objetivo prprio e prazo determinado, de acordo com as necessidades. Art. 15 s Cmaras Tcnicas e Comisses compete: I opinar em matrias diversas referentes a questes de gesto da APAJ; II opinar em processos postos pelo CONEMA sua apreciao; III promover estudos, pesquisas e levantamentos que subsidiem as decises do Conselho; IV promover e/ou sugerir a instruo de processo e proceder s diligncias determinadas pelo Conselho. 1 Os pronunciamentos das Cmaras Tcnicas e Comisses sero dados em reunies pelo voto da maioria simples de seus componentes, sendo submetidos discusso e votao pelo Plenrio, quando for o caso. 2 os processos, a que se refere o inciso II deste artigo, so aqueles que por sua natureza, importncia e complexidade denotem um maior estudo sobre a matria.
A composio da Cmara foi definida em reunio do Conselho Gestor, na qual ficaram definidas as instituies participantes, que apoiaram as discusses e a validao do zoneamento: ALNORTE, Conselho Comunitrio de Genipabu, IBAMA, Prefeitura Municipal de Extremoz, Prefeitura Municipal de Natal, SETUR, Sindbuggy. Foram realizadas seis reunies com a Cmara Tcnica de Zoneamento e trs reunies com o Conselho Gestor, sendo que em cada reunio discutiu-se as proposies para cada zona. Esse processo foi finalizado em 25 de maro de 2008, totalizando seis meses de trabalho que subsidiaram e consolidaram a proposta tcnica de zoneamento e a primeira Minuta de Lei de Zoneamento. No dia 09 de abril de 2008 foi realizado um seminrio com profissionais que desenvolveram estudos tcnicos para orientar decises em reas de conflito, como o caso da plancie de deflao de Santa Rita, uma rea de alta vulnerabilidade
ambiental em termos hidrogeolgicos e paisagsticos, mas que apresenta um grande interesse ao crescimento turstico da regio. A primeira Minuta de Lei do Zoneamento da APAJ, consolidada nas seis (06) reunies da Cmara Tcnica e nas trs Reunies do Conselho Gestor acima citadas, foi posteriormente analisada pelo Idema, resultando na Minuta de Decreto do Zoneamento Ecolgico Econmico da APA Jenipabu (Anexo 2), a qual foi apresentada e apreciada na 7 Reunio Cmara Tcnica do Zoneamento do Conselho, no dia 04 de setembro de 2008, para ento ser apresentada, apreciada e votada pelo Plenrio do Conselho Gestor. No mbito do Conselho Gestor, a Minuta de Decreto do Zoneamento foi aprovada no dia 19 de dezembro de 2008, na sua 12 Reunio Extraordinria, aps amplo processo democrtico de anlise, consolidao e discusso, fundamentado na legislao vigente (federal, estadual e municipal). Destaca-se que neste processo foram realizadas sete (07) reunies, sendo duas (02) da Comisso de Consolidao e cinco (05) do Conselho Gestor, ressaltando-se, nas reunies do Conselho, a expressiva participao da populao inserida na APA, sociedade civil, empresrios, tcnicos e gestores federais, estaduais e municipais. Em seguida, aps ajustes e reviso de texto, e no mapa do zoneamento, feitos pelo IDEMA, a Minuta foi encaminhada ao Conselho Estadual de Meio Ambiente CONEMA, para sua apreciao e votao, atravs do Ofcio n. 01/2009 Conselho Gestor, de Natal, 09 de maro de 2009. No mbito do Conselho Estadual de Meio Ambiente CONEMA, a Minuta foi amplamente discutida, sendo a mesma aprovada unanimidade e na sua ntegra, pelo Plenrio do Conselho, na sua 56 Reunio Ordinria, realizada no dia 10 de maro de 2009. Em seguida, a referida Minuta, aprovada pelo CONEMA, foi encaminhada ao Diretor Geral do Idema, pela Coordenao do Ncleo de Unidades de Conservao NUC/IDEMA, atravs do Comunicado Interno n. 09/2009, de 25 de maro de 2009, solicitando a publicao da mesma pelo Governo do Estado. 3.2.2 - Metodologia adotada Os estudos tcnicos desenvolvidos para orientar a instituio do zoneamento da APA Jenipabu adotaram como procedimento metodolgico inicial a diviso do territrio da APA em unidades geoambientais, que foram individualizadas atravs do processamento de imagens areas georreferenciadas (PRODETUR, maio de 2004 TOPOCART) conforme Figura 7 e visitas de campo.
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As unidades geoambientais so pores territoriais com caractersticas prprias, as quais so individualizadas pela associao de dados de litologia, estrutura, relevo, solo e gua. Cada unidade expressa espacialmente um padro territorial com peculiaridades de natureza bitica, abitica e paisagstica. A delimitao desse territrio tem por finalidade subsidiar o zoneamento para que se possa atribuir controles administrativos sobre sua ocupao, normas de uso e manejo de recursos naturais. Na figura 8 podem-se visualizar as unidades geoambientais identificadas na APA Jenipabu.
A anlise das interaes entre as potencialidade/fragilidades das unidades ambientais e os conflitos decorrentes de suas condies de uso permitiu a construo de indicativos para a delimitao das estratgias de interveno para estabelecimento das normas de ordenamento da APA. A fundamentao legal, atravs da aplicao das normas jurdicas federais, estaduais e municipais essencial para amparar e tornar legais as decises a serem tomadas. As diretrizes para definio da tipologia das zonas seguiram as orientaes do Roteiro Metodolgico para Gesto de rea de Proteo Ambiental (IBAMA, 1999), que prope uma padronizao de zonas ambientais para possibilitar uma linguagem homognea para zoneamento de APAs. Adota os conceitos de Proteo e Conservao e incluem tambm o conceito de reas de Ocorrncia Ambiental.
Zonas de Proteo - a poltica neste tipo de zona preservar espaos com funo principal de proteger os sistemas naturais ou patrimnio cultural existentes, embora possa admitir um nvel de utilizao em setores j alterados do territrio, com normas de controle bastante rigorosas. ... Nessas Zonas de Proteo, adota-se postura de controle muito rigorosa para os espaos ambientais com nveis elevados de conservao ou fragilidade e para territrios considerados fundamentais para expanso ou conservao da biodiversidade. ... Zonas de Conservao - A poltica nessa categoria de zona admitir a ocupao do territrio sob condies adequadas de manejo dos atributos e recursos naturais. Nessas reas, condies ambientais j alteradas pelo processo de uso e ocupao do solo apresentam nveis diferenciados de fragilidade, conservao e degradao. Devem, portanto, ser correlacionadas com objetivos e necessidades especficas de conservao ambiental. As normas de uso e ocupao do solo devem estabelecer condies de manejo dos recursos e fatores ambientais para as atividades socioeconmicas. Devem refletir, tambm, medidas mais rigorosas de proteo ou mesmo de preservao aplicadas a peculiaridades ambientais frgeis ou de valor relevante que estejam presentes no territrio da zona. ... reas de Ocorrncia Ambiental - So reas de pequena dimenso territorial que apresentam situaes fsicas e biticas particulares, ocorrendo de forma dispersa e generalizada em quaisquer das zonas ambientais estabelecidas, seja de proteo ou conservao. Devido a sua particularidade, requerem normatizao especfica. So passveis de enquadramento nesta categoria: reas de Preservao Permanente - APP, que correspondem a situaes enquadradas e definidas pelo Cdigo Florestal e outros instrumentos legais que regulamentam situaes especficas, tais como mata de galeria, encostas, manguezais etc. reas de Proteo Especial - APE, que correspondem a situaes especficas de vulnerabilidade e podem ampliar as ocorrncias protegidas pelo Cdigo Florestal. So exemplos dessas ocorrncias as manchas isoladas de vegetao natural, cavernas conhecidas, stios paleontolgicos e arqueolgicos, as lagoas perenes ou temporrias e outras ocorrncias isoladas no territrio da APA.
Ainda segundo o Roteiro, os termos Zona de Proteo e Zona de Conservao foram estabelecidos aps experincias desenvolvidas em vrios projetos de Zoneamento de APA. O emprego da categoria Zona de Preservao poderia incorrer no entendimento jurdico de que esta zona deve receber o mesmo tratamento administrativo de controle que uma "situao de preservao permanente". Por isso a opo de utilizar o termo Proteo para uma zona ambiental onde predominam polticas com alto nvel de restrio ao uso do solo. Para formulao do zoneamento foram seguidas tambm as orientaes do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado de So Paulo, no qual so estabelecidos os parmetros para formulao do Zoneamento Ecolgico Econmico da zona costeira. Conforme as caractersticas scio-ambientais das zonas e os critrios de enquadramento das reas analisadas so estabelecidos os usos compatveis e as metas ambientais a serem cumpridas.
3.2.3 Zoneamento da APA O Zoneamento (Figura 9) divide a rea da APA Jenipabu em 05 (cinco) zonas, 03 (trs) subzonas e 09 (nove) reas distintas, delimitadas conforme mapa de zoneamento - Anexo (2), a seguir especificadas:
I ZONA DE PROTEO ESPECIAL ZPE, abrange o Campo Dunar e Lagoas Interdunares, com vulnerabilidade ambiental alta e compreende: a) rea de Tratamento Especial 1 ATE1, com alta vulnerabilidade ambiental; b) rea de Tratamento Especial 2 ATE2, com alta vulnerabilidade ambiental; c) rea de Tratamento Especial 3 ATE3, com alta vulnerabilidade ambiental; d) rea de Tratamento Especial 4 ATE4, com alta vulnerabilidade ambiental;
II ZONA DE CONSERVAO 01 - ZC1, abrange a Plancie Flvio-Marinha do Rio Cear-Mirim e a Orla Martima de Jenipabu, com mdia a alta vulnerabilidade ambiental e compreende: a) rea Especial vulnerabilidade ambiental; da Plancie Flvio-Marinha AEP, com alta
b) rea Especial da Orla Martima de Jenipabu AEO1, com mdia vulnerabilidade ambiental;
III ZONA DE CONSERVAO 02 - ZC2, abrange a Plancie Flvio-Marinha do rio Doce, com vulnerabilidade ambiental de mdia a alta;
IV ZONA DE CONSERVAO 03 - ZC3, abrange a Plancie de deflao e as Orlas Martimas da Ponta de Santa Rita, Praia de Santa Rita e Redinha Nova, com vulnerabilidade ambiental de mdia a alta e compreende: a) Subzona de Conservao 3.1 SZC3.1, com mdia vulnerabilidade ambiental, que compreende: 1) rea Especial da Orla Martima da Ponta de Santa Rita AEO2, com mdia vulnerabilidade ambiental; b) Subzona de Conservao 3.2 SZC3.2, com alta vulnerabilidade ambiental, que compreende: 1) rea Especial da Orla Martima da Praia de Santa Rita AEO3, com mdia vulnerabilidade ambiental; c) Subzona de Conservao 3.3 SZC3.3, com mdia vulnerabilidade ambiental, que compreende: 1) rea Especial da Orla Martima de Redinha Nova AEO4, com mdia vulnerabilidade ambiental; e V ZONA DE CONSERVAO 4 - ZC4, abrange o Tabuleiro, com baixa vulnerabilidade ambiental.
DEFINIO: Essa Zona apresenta alta relevncia ambiental e extrema importncia para a atividade turstica local. composta por ecossistemas frgeis, protegidos pelo Cdigo Florestal como reas de preservao permanente, que demandam uma maior proteo dos recursos naturais, de forma a manter um alto grau de representatividade dos ecossistemas, manuteno da beleza cnico-paisagstica e dos recursos genticos da APA. Nessas reas as condies naturais devem prevalecer, com mnima interveno humana.
OBJETIVOS: A ZPE tem como objetivos a conservao dos recursos naturais e a preservao do potencial cnico-paisagstico do campo de dunas costeiras mveis e fixas, e lagoas interdunares, prevalecendo s condies naturais.
COMPOSIO: A ZPE compreende o Campo Dunar (dunas mveis e dunas fixas), as Lagoas Interdunares, e as reas de Tratamento Especial I, II, III e IV (conforme mapa do Zoneamento na figura 9):
Dunas Mveis: So desprovidas de vegetao e apresentam uma grande intensidade de processos causados pelos ventos. So importantes do ponto de vista da recarga de guas subterrneas, j que constituem uma zona fsica que favorece a infiltrao das guas das chuvas. Local de grande beleza cnica e paisagstica da APA com intenso trfego de buggys com fins tursticos e passeios de dromedrio (Fotografia 44). Inserido no setor das Dunas Mveis, foram individualizadas as reas de Tratamento Especial I, II, III e IV cujo ecossistema encontra-se em processo de modificao pela existncia de ocupaes irregulares (edificaes de pousadas, residncias, barracas de comrcio, parte da comunidade frica e hotel de Jenipabu).
Vulnerabilidade Alta: Apresenta alto grau de instabilidade oferecendo risco a ocupao e exerce funo fundamental no equilbrio ambiental da APA.
Fotografia 44 - Dunas Mveis com rea de Tratamento Especial. Fonte: Geoconsult (2006).
Dunas Fixas: Dunas cobertas por vegetao nativa fixadora do substrato arenoso que constitui esse corpo. Essa fixao se d pela perda de intensidade dos ventos, que favorece o desenvolvimento da cobertura vegetal. As dunas fixas so compostas por cordes associados aos corredores, observando-se afloramento da superfcie fretica nas reas mais baixas, que d origem s lagoas interdunares. Esse ecossistema modificado encontra-se fortemente pressionado pelo processo de loteamentos e desmatamentos irregulares (Fotografia 45). Vulnerabilidade Alta: A manuteno do campo dunar depende da vegetao fixadora, que se constitui tambm como ambiente natural da fauna silvestre.
Lagoas de Jenipabu: As lagoas esto inseridas nos cordes dunares, cujo suprimento de gua se d pelas guas subterrneas, que afloram nas reas mais baixas. A origem das lagoas est relacionada aos sedimentos da Formao Barreiras, que constituem o substrato das dunas. Essas lagoas esto localizadas em reas de interdunas. Possuem um alto valor paisagstico e representam um importante manancial (Fotografia 45). Esses corpos de gua esto em processo de modificao por assoreamento, pela intensa visitao e processos naturais, alm do risco de desmatamento da vegetao das margens.
Vulnerabilidade Alta: Mantm inter-relao com a plancie de deflao atravs do fluxo de gua subterrneo. O processo de migrao das dunas mveis provoca o avano da margem leste da lagoa.
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS: passeios de buggy com trilhas delimitadas e sinalizadas, devidamente cadastrados junto ao IDEMA; passeios com a utilizao de animais de montaria em trilhas delimitadas e sinalizadas pelo IDEMA; atividades de esquiduna, em reas previamente delimitadas e sinalizadas pelo IDEMA; trnsito de veculos automotores oficiais, em servio, conduzidos por motoristas capacitados; visitao pblica voltada a atividades de educao ambiental, de acordo com os programas a serem definidos no Plano de Manejo; trilhas de visitao turstica em reas delimitadas, devendo ser monitoradas e sinalizadas, destinando-se locais voltados contemplao e interpretao ambiental; recreao e lazer, na lagoa de Jenipabu, desde que devidamente regulamentada e monitorada; construo de equipamento e obras de uso pblico, para apoiar as atividades de recreao e lazer, de que trata o inciso VII, devero ser objeto de definio e mapeamento no Plano de Manejo.
As reas de Tratamento Especial ATE1, ATE2, ATE3 e ATE4 no se enquadram nos usos e atividades permitidos acima citados. Estas sero objeto de regulamentao e programas especficos, aps cadastramento e levantamento socioeconmico das ocupaes, ficando vedado o parcelamento do solo, novas construes e ampliao das existentes, at a aprovao do Plano de Manejo. DIRETRIZES E METAS: regularizao das ocupaes nas reas de Tratamento Especial I, II, III e IV dentro das possibilidades e restries patrimoniais e ambientais; controle da visitao visando reduo do assoreamento da lagoa de Jenipabu, bem como a manuteno da qualidade dos recursos hdricos da mesma; controle das atividades realizadas na rea da APAJ; estmulo pesquisa voltada ao manejo da APAJ; recuperao de reas degradadas; 3.2.4.2 - ZONAS DE CONSERVAO DEFINIO: Zonas constitudas em sua maior parte por reas naturais, mas que apresentam algumas alteraes humanas. So importantes para a conservao de
ecossistemas, recarga de aqferos e proteo de sistemas de drenagem. OBJETIVOS: Admitir a ocupao limitada do territrio sob condies adequadas de manejo dos atributos e recursos naturais, regularizando ou removendo as ocupaes, no caso de restries ambientais e patrimoniais. COMPOSIO: Abrange a Zona de Conservao 1 (ZC1), que compreende as reas Especiais da Plancie Flvio Marinha do Rio Cear- Mirim (AEP) e da Orla Martima de Jenipabu (AEO1); a Zona de Conservao 2 (ZC2), correspondente a rea Especial da Plancie Flvio Marinha do Rio Doce; a Zona de Conservao 3 (ZC3), que abrange a Plancie de Deflao, esta divida em 03 (trs) subzonas, SZC3.1, SZC3.2 e SZC3.3 e 03 (trs) reas Especiais da Orla Martima, AEO2, AEO3 e AEO4, e a Zona de Conservao 4 (ZC4) referente ao Tabuleiro.
ZONA DE CONSERVAO 1 (ZC1) COMPOSIO: A ZC1 abrange a Plancie Flvio-Marinha do Rio Cear-Mirim e a Orla Martima de Jenipabu, com mdia a alta vulnerabilidade e compreende:
rea Especial da Plancie Flvio-Marinha do Rio Cear-Mirim (AEP): Esta unidade ocorre associada plancie de inundao do rio e ao desenvolvimento de vegetao de manguezal e salgados atravs do aporte de gua do esturio do Cear Mirim. Sujeita a inundaes peridicas nas cotas mais baixas. rea h muito tempo antropizada, drenada artificialmente pela construo de um canal que conecta esta depresso com a foz do rio Cear Mirim (Fotografia 46). Vulnerabilidade Alta em toda a plancie.
USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS: pesquisa cientfica e educao ambiental; atividades de extrativismo manejadas; atividade agrcola sustentvel, baseada em princpios agroecolgicos; aqicultura de pequena escala, desde que no implique em remoo ou mortalidade do manguezal; pesca artesanal devidamente ordenada, pelos rgos competentes; atividade de educao ambiental; recuperao de reas degradadas; recreao e visitao turstica; rea Especial da Orla Martima de Jenipabu (AEO1): composta pelo ncleo urbano litorneo compreendido em um trecho da plancie flvio-marinha e na plancie de deflao Trata-se de um ambiente descaracterizado, em razo da ocupao desordenada e do lanamento de efluentes de origem domstica sem coleta e tratamento apropriados, que podem comprometer a balneabilidade das praias. (Figura 3.6). Vulnerabilidade mdia: Na faixa de praia, a linha de costa est exposta a intenso processo erosivo, em funo da dinmica marinha e resultante de intervenes humanas. USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS: residencial; meios de hospedagem (hotis e pousadas); comrcio e servios.
DIRETRIZES E METAS DA ZC1: garantia das condies necessrias a recuperao das reas degradadas do manguezal; manuteno das condies naturais de circulao das guas estuarinas; disciplinamento das atividades de aqicultura de pequena escala e pesca artesanal, especialmente da atividade de piscicultura j existente; implantao de sistema de coleta seletiva dos resduos slidos e tratamento dos efluentes sanitrios;
implantao de projeto de reurbanizao da orla gerenciamento dos usos dos recursos hdricos.
ZONA DE CONSERVAO 2 (ZC2) COMPOSIO: A ZC2 abrange a Plancie Flvio-Marinha do rio Doce, com vulnerabilidade ambiental de mdia a alta; Plancie Flvio-Marinha do rio Doce: plancie formada pela deposio de material resultante de eroso, em reas mais elevadas, as quais so drenadas pelo rio. Esta plancie apresenta feies tpicas de corpos de gua que atravessam dunas e tabuleiros, com vegetao frgil e fixadora de areia. rea ocupada por atividades agrcolas, pecuria de subsistncia, balnerios, bares e restaurantes, em situao precria, e demais ocupaes irregulares. As reas de Preservao Permanente encontram-se alteradas em quase sua totalidade, pelo crescimento urbano dos municpios e conseqente assoreamento do rio, pela remoo da vegetao fixadora das margens. O rio poludo pelo lanamento de efluentes e agrotxicos, com ocorrncias de extrao mineral clandestina no talvegue (Fotografia 47). Vulnerabilidade mdia no domnio da plancie e vulnerabilidade alta nas margens do rio, expostas eroso pela ausncia de vegetao ciliar.
Fonte: Geoconsult (2006). USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS: atividades de extrativismo manejadas; pesca artesanal ordenada; captao de guas, respeitando critrios de outorga do rgo competente; atividade agrcola sustentvel, baseada em princpios agroecolgicos
DIRETRIZES E METAS: recuperao e preservao da vegetao ciliar do Rio Doce; conservao dos solos e das guas superficiais e subterrneas; manuteno das condies naturais de circulao das guas; apoio implantao de sistema de coleta seletiva dos resduos slidos e tratamento dos efluentes sanitrios; apoio implantao de um programa de sade pblica.
A ZC3 abrange a plancie de deflao, situada entre a linha de costa e os campos dunares, que por suas caractersticas especficas, divide-se em 03 (trs) subzonas, Subzona de Conservao 3.1(SZC3.1), Subzona de conservao 3.2 (SZC3.2) e Subzona de conservao 3.3 (SZC3.3) e 03 (trs) reas Especiais da Orla Martima, Orla Martima da Ponta de Santa Rita (AEO2), Orla Martima da Praia de Santa Rita AEO3 e Orla Martima de Redinha Nova (AEO4). Plancie de Deflao: Abrange a rea situada entre a zona de praia e os campos dunares. Essa regio bastante influenciada pela dinmica marinha. Nas partes mais baixas do terreno, observa-se afloramento do lenol fretico que d origem a reas alagadias, notadamente no perodo chuvoso. O processo de formao da plancie d origem a uma superfcie plana, que, aos poucos, vai se estabilizando pelo desenvolvimento de uma vegetao pioneira, principalmente na poca das chuvas, quando o nvel fretico est elevado e a gua impede a retirada da areia pelo vento. Subzona de Conservao 3.1(SZC3.1) Ocupada pelo ncleo urbano litorneo de Santa Rita, compreendido entre a rea de Orla Martima e o inicio do campo dunar. Trata-se de uma ocupao desordenada em processo de expanso nas encostas e sobre o campo dunar, com problemas de drenagem, poluio e obstruo do acesso pblico as praias e processos erosivos que podem levar ao recuo da costa (Fotografia 48).
Vulnerabilidade mdia: Na faixa de praia, a linha de costa est exposta a intenso processo erosivo, em funo da dinmica marinha e resultante de intervenes humanas. Subzona de Conservao 3.2 (SZC3.2) Abrange a plancie de deflao de Santa Rita, entre a zona de praia e os campos dunares, na direo da lagoa de Jenipabu. A plancie de deflao de Santa Rita constitui-se o ltimo remanescente sem ocupao no entorno do campo de dunas mveis em direo praia. No domnio da plancie tem-se o desenvolvimento de alagados, os quais esto sujeitos saturao hdrica durante os perodos mais chuvosos. Essa regio bastante influenciada pela dinmica marinha e mantm inter-relao com a Lagoa (Fotografia 49). Vulnerabilidade alta: A plancie de deflao uma vez estabilizada pode tornar-se instvel, bastando para isso a retirada da cobertura vegetal. Este fato denota a sensibilidade ambiental dessa rea.
Subzona de conservao 3.3 (SZC3.3) Ocupada pelo ncleo urbano litorneo da Redinha Nova, uma rea de alto interesse turstico. Essa plancie tem sido sistematicamente ocupada pela expanso urbana, o que vem acarretando em srios problemas de drenagem urbana. A ocupao desordenada acarreta ainda, problemas na dinmica elica dos campos dunares situados a oeste da plancie. Inseridas no domnio da plancie de deflao observa-se a presena de reas alagadas, as quais afloram devido saturao hdrica durante os perodos mais chuvosos (Fotografia 50). Vulnerabilidade mdia: rea de recarga de recursos hdricos e infiltrao de guas pluviais servindo de barreira hidrulica para o avano da cunha salina.
reas de Orlas Martimas da Ponta de Santa Rita (AEO2), da Praia de Santa Rita (AEO3) e Redinha Nova (AEO4): Faixa litornea compreendida entre o mar e a Estrada Litornea. Ambiente descaracterizado, em razo da ocupao desordenada e do lanamento de efluentes de origem domstica sem coleta e tratamento apropriados, podendo comprometer a balneabilidade das praias, com ocupaes irregulares na faixa de praia e em situao precria. USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS DA ZC3 Na ZC3 sero permitidos usos e atividades descritos abaixo, excetuando-se a faixa de praia, e respeitando o estabelecido no 3 do Art. 15 do Decreto do Zoneamento Ecolgico Econmico da APA Jenipabu para a Subzona de Conservao 3.2 (SZC3.2): meios de hospedagem; urbanizao; residencial; comrcio e servios; urbanizao da orla martima; equipamentos pblicos e privados de lazer e turismo; abertura de vias de acessos, com condies adequadas de manejo dos atributos e recursos naturais; contemplao livre e desimpedida da paisagem;
DIRETRIZES E METAS DA ZC3: proteo das reas de afloramento do lenol fretico (exultrios); implantao de projetos de drenagem e esgotamento sanitrio; implantao de projetos de arborizao pblica; implantao de sistema de coleta seletiva e destinao dos resduos slidos e efluentes sanitrios; definio das reas destinadas circulao de pedestres; implantao de reas de estacionamento e circulao de veculos; valorizao e proteo da paisagem; urbanizao da orla martima, com as limitaes e observaes para cada rea estabelecida neste decreto; recuperao de reas degradadas; estudo de capacidade de suporte da rea.
ZONA DE CONSERVAO 4 COMPOSIO: A ZC4 abrange o Tabuleiro, com baixa vulnerabilidade ambiental. Tabuleiros: Caracterizados como ambientes de transio, com relativa estabilidade. O relevo predominantemente plano ou suavemente ondulado, com baixa declividade. Apresentam solos avermelhados oriundos dos sedimentos Barreiras. So reas em processo de ocupao recente, com ocorrncia de assentamentos rurais ou periurbanos (Fotografia 51). Os tabuleiros so reas em processo de ocupao desordenada, com implantao de rede viria, loteamentos e explorao de jazidas de materiais terrosos. Vulnerabilidade baixa: reas com menor risco geolgico/geomorfolgico. USOS E ATIVIDADES PERMITIDOS expanso urbana controlada; residencial, comrcio e servios, equipamentos comunitrios, lazer e meios de hospedagem;
METAS E DIRETRIZES implantao de projetos urbansticos; implantao de projetos de drenagem; implantao de sistema de coleta seletiva e destinao dos resduos slidos e efluentes sanitrios; manuteno na propriedade de no mnimo 20 % da vegetao existente da rea, sem prejuzo das prescries legais relativas s reas de Preservao Permanente APP; implantao de projeto para minimizar o deslocamento da duna, observando as caractersticas naturais do ecossistema.
Referncias Bibliogrficas
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ACCQUATOOL, 2003. Plano de Gesto para a rea de Proteo Ambiental APA Jenipabu e o Estabelecimento de Estratgias para a sua Implementao produto 2.1: Reviso e Atualizao do Diagnstico Scio-econmico e Ambiental. Acquatool Consultoria S/S Ltda. ACQUATOOL - IDEMA. 2005. Plano de Gesto para a rea de Proteo Ambiental-APA Jenipabu e o estabelecimento de estratgias para a sua implementao. Acquatool Consultoria S/S Ltda. AMARAL, R. F. 2008. Morfodinmica de um Trecho da Clula Litornea de Santa Rita. Laboratrio de Estudos Geoambientais LEGEO. Departamento de Geologia. UFRN. Relatrio Tcnico. 10p. ARAJO, D.S.D. 1992. Vegetation Types of Tandy Toastal Plains of Tropical Brazil: a first aproximation. Pp. 337-347. In Seeliger (Ed.), Coastal Plant Communities of Latin America. Academic Press, London. ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DO BRASIL. Disponvel em: http://www.fjp.gov.br/produtos/cees/idh/atlas_idh.php. Acesso em: 10 maio 2007. BANCO DO NORDESTE DO BRASIL-BNB. 2001. Plo Costa das Dunas. Plano de Desenvolvimento Integrado do Turismo Sustentvel. Natal: BNB. BANCO DO NORDESTE DO BRASIL - BNB. 2008. Plos Tursticos. Disponvel em: <www.bancodonordeste.gov.br>. Acesso: 10 jun 2008. BANCO DO NORDESTE DO BRASIL - BNB. 2006. PRODETUR/NE Disponvel em: <www.bancodonordeste.gov.br>. Acesso: 10 jun 2006. COOK, C. D. K. 1996. Water Plants of the World. SPB Academic Publishing, Amsterdan, the Netherlands. EITEN, G. 1983. Classificao da Vegetao do Brasil. Brasia. CNPQ/Coord. Edit. 305p. GALVO NETO, Francisco Alves. 2005. Elementos da histria, geografia e cultura do municpio de Canguaretama. Natal: Servigrfica. GEOCONSULT - PEMFAA IDEMA. 2006. Rota V - 19/13/06. Foto Ronaldo Diniz. IBAMA. 1999. Roteiro Metodolgico para a Gesto de rea de Proteo Ambiental APA. Ministrio do Meio Ambiente, Brasil. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA- IBGE, 2006. Cidades. Rio de Janeiro. Disponvel em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso: 15 maio 2006.
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REA DE PROTEO AMBIENTAL JENIPABU
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DECRETA: Art. 1 Fica declarada como rea de Proteo Ambiental (APA) Genipabu, a regio situada nos municpios de Extremoz e Natal, com a delimitao geogrfica constante do art. 3 deste Decreto. Art. 2 A declarao, a que se refere o artigo anterior, tem como objetivo ordenar o uso, proteger e preservar: - os ecossistemas de praias, mata atlntica e manguezal; - lagoas, rios e demais recursos hdricos; - dunas; - espcies vegetais e animais. Art 3 A rea de Proteo Ambiental (APA) Genipabu tem a seguinte delimitao geogrfica: partindo-se do ponto P.01 de coordenadas geogrficas latitude 05 40 40 Sul e longitude 35 12 56 Oeste, situado na Foz do Rio Cear-Mirim no municpio de Extremoz RN, segue-se o rumo S 45 W, num percurso de 1.300metros chegando-se ao ponto P.02, posicionado sobre a estrada que liga o ncleo urbano de Genipabu cidade de Extremoz, de coordenadas geogrficas latitude 05 41 13 Sul e longitude 35 13 26 Oeste, deste ponto, segue-se pela rodovia que liga Genipabu a Natal, por um percurso de 3.600 metros, chegando-se ao ponto P.03, posicionado na ponte sobre o Rio Doce e com coordenadas geogrficas latitude 05 42 56 Sul e longitude 35 14 01 Oeste, deste ponto segue-se para jusante, pela margem esquerda do Rio Doce, num percurso aproximado de 3.100 metros, chegando-se ao ponto P.04, com coordenadas geogrficas latitude 05 44 20 Sul e longitude 35 13 15 Oeste. Deste ponto, segue-se seguindo o rumo N 90 E, por uma distncia de 1.800 metros, at o ponto P.05, posicionado na linha de costa e com coordenadas geogrficas latitude 05 44 20 Sul e longitude 35 12 10 Oeste. O limite Leste definido pela linha de costa, partindo-se do P.05 e seguindo-se para Norte at o ponto P.01, origem da poligonal envolvente, conforme mapa anexo. Art. 4 A Secretaria de planejamento e Finanas SEPLAN num prazo de 07 (sete) dias, a contar da data de publicao deste Decreto fica encarregada de constituir um Grupo de Assessoramento Tcnico multidisciplinar, composto por representantes da Fundao Instituto de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte IDEC, da Coordenadoria do Meio Ambiente CMA, da Secretaria de Turismo, Indstria e Comrcio STINC, do Conselho Estadual de Turismo REA DE PROTEO AMBIENTAL JENIPABU
CONETUR, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis IBAMA, da Fundao Municipal de Meio Ambiente ECO Natal e da Prefeitura Municipal de Extremos, objetivando a elaborao do Zoneamento e do Plano de Ao da rea de Proteo Ambiental, ora instituda a serem concludos no prazo mximo de 180 (cento e oitenta dias) 1 O resultado dos trabalhos citados no caput deste artigo dever ser submetido apreciao do Conselho Estadual de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente CECTEMA, e, se aprovado, dever ser regulamentado por Decreto especfico. 2 Cabe ao Grupo de Assessoramento Tcnico elaborar, num prazo de 30 (trinta) dias, normas emergenciais de uso de ocupao da rea das dunas de Genipabu, a serem submetidas apreciao do Conselho Estadual de Cincia, Tecnologia e Meio Ambiente CECTEMA, ficando, neste perodo, suspensas quaisquer atividades causadoras de danos ao meio ambiente da rea supracitada. 3 As normas, a que se refere o pargrafo anterior, vigoraro at instituio da regulamentao dos trabalhos, prevista no pargrafo primeiro deste artigo, cabendo Secretaria de Turismo, Indstria e Comrcio STINC e Coordenadoria do Meio Ambiente o cumprimento das mesmas. Art. 5 A rea das dunas fixas e moveis de Genipabu fica declarada non aedificandi, at o cumprimento do disposto no pargrafo primeiro do artigo anterior. Art. 6 O presente Decreto entra em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio.
Dispe sobre o Zoneamento Ecolgico Econmico da rea de Proteo Ambiental Jenipabu APAJ, nos municpios de Extremoz e Natal, criada pelo Decreto n. 12.620, de 17 de maio de 1995, e d outras providncias.
A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: FAO SABER que o Poder Legislativo decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1.Fica institudo o Zoneamento Ecolgico Econmico da rea de Proteo Ambiental Jenipabu APAJ que estabelece as normas de uso e as metas ambientais especficas, para cada Zona, visando proteo dos recursos naturais, a recuperao de reas degradadas e a promoo do desenvolvimento sustentvel. Art. 2.O permetro da APAJ tem a sua delimitao geogrfica, definida pelo Decreto 12.620, de 17 de maio de 1995. Art. 3. Para efeito desta Lei, so adotadas as seguintes definies: I rea de Proteo Ambiental APA: unidade de Conservao de uso Sustentvel que tem por objetivo bsico proteger e compatibilizar a conservao da natureza com a sustentabilidade do uso dos seus recursos naturais atravs do disciplinamento do processo de ocupao, com certo grau de ocupao humana, dotada de atributos abiticos, biticos, estticos, culturais e do patrimnio pblico ou especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populaes humanas. II atividade turstica: expressa no territrio, atravs da influncia que exerce na determinao dos elementos e formas que definem a paisagem, tendo, portanto, implicaes sociais, culturais, econmicas e ambientais, que modificam o espao, alm de influenciar diretamente no modo de vida das populaes receptoras. III lazer: conjunto de ocupaes s quais o indivduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informao ou formao desinteressada, sua participao social voluntria ou sua livre capacidade criadora, aps livrar-se ou desembaraar-se das obrigaes profissionais, familiares e sociais. IV orla martima: na sua poro terrestre a unidade geogrfica da zona costeira que representa a estrutura entre a terra firme e o mar, incluindo as praias, dunas frontais e terraos marinhos. V plancie de deflao: superfcies planas, horizontais, ou ligeiramente inclinadas, que se estendem desde o limite de mar alta at a base dos campos de dunas, formadas pela deflao do vento, que vai retirando as areias mais finas, at atingir o nvel fretico, ou uma camada de areias de granulomtrica mais grossa e resistente, ou ento pelo avano de campo de dunas progressivas, rumo ao continente, deixando para trs uma superfcie plana, horizontalizada.
VI recreao: meio que o indivduo pode utilizar para conhecer a realidade que o cerca, manipulando, explorando, criando e recriando, desenvolvendo e exercitando, como tarefa de alegria, apreendendo de outro ponto de vista uma realidade. VII trecho da orla martima: seo da orla martima abrangida por parte ou todo da unidade paisagstica e geomorfolgica da orla, delimitado como espao de interveno e gesto. VIII unidades geoambientais: poro do territrio com elevado grau de similaridade entre as caractersticas fsicas e biticas, podendo abranger diversos tipos de ecossistemas com interaes funcionais e forte interdependncia, sendo estas unidades delimitadas como resultado integrado da geomorfologia, hidrogeologia e tipologia de vegetao. IX vulnerabilidade ambiental: o conjunto de fatores ambientais de mesma natureza que diante de atividades ocorrentes ou que venham a se manifestar poder sofrer adversidades e afetar de forma vital, total ou parcial, a estabilidade ecolgica da regio em que ocorre. X plano de gesto integrada da orla: o resultado da implementao do Projeto Orla pelo Ministrio do Meio Ambiente, Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto, atravs da Secretaria do Patrimnio da Unio, Governo do Estado e Prefeituras Municipais, no mbito do municpio, constituindo-se em documento oficial, aprovado em audincia pblica, que constitui o ordenamento territorial oficial da orla do municpio, apresentando o arranjo institucional necessrio para sua execuo. XI desenvolvimento sustentvel: aquele que poder ser implementado no interior da APAJ, respeitando a capacidade de suporte ambiental da rea, sem comprometer seus atributos ambientais, paisagsticos, culturais, alm de promover a melhoria da qualidade de vida da populao local, conservando os usos tradicionais do solo e do mar, para as presentes e futuras geraes. XII plano de monitoramento: conjunto de procedimentos de mensurao contnua de indicadores de qualidade ambiental e qualidade de vida na APAJ, que devem ser constantemente obtidos e avaliados, com o objetivo de acompanhar a implementao do ZEE e possibilitar a reviso do mesmo, quando necessrio. XIII reas de Ocorrncia Ambiental: so reas de pequena dimenso territorial que apresentam situaes fsicas e biticas particulares, ocorrendo de forma dispersa e generalizada em quaisquer das zonas ambientais estabelecidas, seja de proteo ou conservao. Devido sua particularidade requerem normatizao especfica. XIV agricultura sustentvel: mtodo agrcola que incorpora tcnicas de conservao do solo e de energia, manejo integrado de pragas e consumo mnimo de recursos ambientais e insumos, para evitar a degradao do ambiente e assegurar a qualidade dos alimentos produzidos. XV- agroecologia: cincia que proporciona princpios teis para guiar as mudanas conceituais, metodolgicas, tecnolgicas e organizacionais mais ajustadas e compatveis para a obteno de patamares crescentes de sustentabilidade agrcola e rural garantidos pelo adequado manejo da biodiversidade aliado ao equilbrio biolgico e a conservao do patrimnio gentico dos ecossistemas locais. XVI - recuperao: restituio de um ecossistema ou de uma populao silvestre degradada o mais prximo possvel da sua condio original.
XVII - recuperao de rea degradada: atividade que tem por objetivo o retorno do stio degradado a uma forma de utilizao, de acordo com um plano pr-estabelecido para o uso do solo, visando obteno de uma estabilidade do meio ambiente. Art. 4. So objetivos do Zoneamento Ecolgico Econmico de que trata o art. 1 desta Lei: I proteger a diversidade biolgica, disciplinar o processo de ocupao e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais; II dividir o territrio da APA em zonas, agrupadas a partir da identificao das unidades geoambientais, subdivididas e classificadas quanto ao grau de proteo, e grau de vulnerabilidade ambiental de seus atributos naturais; III estabelecer para cada zona e suas subdivises, os usos compatveis, com os usos econmicos vocacionais e atuais, conservao, preservao e o manejo dos recursos naturais renovveis e no renovveis, em especial a paisagem e os recursos hdricos, conforme o grau de vulnerabilidade de cada unidade geoambiental; IV definir de acordo com as suas caractersticas, com base em atributos abiticos, biticos, cultural e social visando o bem-estar das populaes humanas, os critrios e limites de ocupao para cada zona e suas subdivises a serem adotados pelos rgos competentes, nos procedimentos de licenciamento, monitoramento e fiscalizao e recuperao das reas degradadas ou ocupadas irregularmente. V estabelecer: a) parmetros de ocupao mxima prescrita para a APAJ, contrastando-a com a ocupao atual; b) mapeamento das reas de interesse social a fim de prover projetos habitacionais, visando evitar a ocupao irregular; c) o controle do uso admissvel das reas sujeitas s ocupaes irregulares; d) mapeamento das reas degradadas com prescrio de uso compatvel com a recuperao das mesmas; e) reas de ocorrncias ambientais significativas, dispersas em quaisquer das zonas ambientais definidas no zoneamento. Art. 5. O Zoneamento, de que trata o art. 1 desta Lei, divide a rea da APA de Jenipabu em 05 (cinco) zonas, 03 (trs) subzonas e 09 (nove) reas distintas, delimitadas conforme mapa de zoneamento - Anexo II, tendo como base as unidades geoambientais Anexo I, a seguir especificadas: I Zona de Proteo Especial ZPE, abrange o Campo Dunar e Lagoas Interdunares, com vulnerabilidade ambiental alta e compreende: a) rea de Tratamento Especial 1 ATE1, com alta vulnerabilidade ambiental; b) rea de Tratamento Especial 2 ATE2, com alta vulnerabilidade ambiental; c) rea de Tratamento Especial 3 ATE3, com alta vulnerabilidade ambiental; d) rea de Tratamento Especial 4 ATE4, com alta vulnerabilidade ambiental; II Zona de Conservao 01 - ZC1, abrange a Plancie Flvio-Marinha do Rio CearMirim e a Orla Martima de Jenipabu, com mdia a alta vulnerabilidade ambiental e compreende:
a) rea Especial da Plancie Flvio-Marinha AEP, com alta vulnerabilidade ambiental; b) rea Especial da Orla Martima de Jenipabu AEO1, com mdia vulnerabilidade ambiental; III Zona de Conservao 02 - ZC2, abrange a Plancie Flvio-Marinha do rio Doce, com vulnerabilidade ambiental de mdia a alta; IV Zona de Conservao 03 - ZC3, abrange a Plancie de deflao e as Orlas Martimas da Ponta de Santa Rita, Praia de Santa Rita e Redinha Nova, com vulnerabilidade ambiental de mdia a alta e compreende: a) Subzona de Conservao 3.1 SZC3.1, com mdia vulnerabilidade ambiental, que compreende: 1) rea Especial da Orla Martima da Ponta de Santa Rita AEO2, com mdia vulnerabilidade ambiental; b) Subzona de Conservao 3.2 SZC3.2, com alta vulnerabilidade ambiental, que compreende: 1) rea Especial da Orla Martima da Praia de Santa Rita AEO3, com mdia vulnerabilidade ambiental; c) Subzona de Conservao 3.3 SZC3.3, com mdia vulnerabilidade ambiental, que compreende: 1) rea Especial da Orla Martima de Redinha Nova AEO4, com mdia vulnerabilidade ambiental; V Zona de Conservao 4 - ZC4, abrange o Tabuleiro, com baixa vulnerabilidade ambiental. 1. Integra a Zona de Proteo Especial - ZPE as reas que pelas caractersticas de ocupao necessitam de tratamento especial, denominadas de rea de Tratamento Especial 1 ATE1, rea de Tratamento Especial 2 ATE2, rea de Tratamento Especial 3 ATE3 e rea de Tratamento Especial 4 ATE4, Anexo II. 2. A ZC1 integra a rea Especial da Plancie Fluvio-Marinha - AEP e trecho da orla martima de Jenipabu denominado rea Especial da Orla Martima de Jenipabu AEO1, Anexo II, para o qual so definidos parmetros especficos de uso e ocupao. 3. A ZC3, delimitada no Anexo II, integra 03 (trs) subzonas e 03 (trs) reas Especiais da Orla Martima. 4. A Subzona SZC3.1 integra o trecho da orla martima da Ponta de Santa Rita, denominado rea Especial da Orla Martima da Ponta de Santa Rita AEO2, Anexo II, para o qual so definidos parmetros especficos de uso e ocupao. 5. A Subzona SZC3.2 corresponde ao trecho da plancie de deflao adjacente orla martima da Praia de Santa Rita, denominado rea Especial da Orla Martima da Praia de Santa Rita AEO3, Anexo II, para o qual so definidos parmetros especficos de uso e ocupao, compatveis com suas caractersticas naturais. 6. Para efeito desta Lei integra a SZC3.3 o trecho da orla martima da Redinha Nova, denominado rea Especial da Orla Martima de Redinha Nova - AEO4, Anexo II, para o qual so definidos parmetros especficos de uso e ocupao.
Art. 6. A ZPE tem como objetivos a conservao dos recursos naturais e a preservao do potencial cnico-paisagstico do campo de dunas costeiras mveis, prevalecendo s condies naturais, sendo permitidos os seguintes usos e atividades: I - passeios de buggy com trilhas delimitadas e sinalizadas, devidamente cadastrados junto ao IDEMA; II - passeios com a utilizao de animais de montaria em trilhas delimitadas e sinalizadas pelo IDEMA; III - atividades de esquiduna, em reas previamente delimitadas e sinalizadas pelo IDEMA; IV - trnsito de veculos automotores oficiais, em servio, conduzidos por motoristas capacitados; V - visitao pblica voltada a atividades de educao ambiental, de acordo com os programas a serem definidos no Plano de Manejo; VI - trilhas de visitao turstica em reas delimitadas, devendo ser monitoradas e sinalizadas, destinando-se locais voltados contemplao e interpretao ambiental; VII - recreao e lazer, na lagoa de Jenipabu, desde que devidamente regulamentada e monitorada; VIII construo de equipamento e obras de uso pblico, para apoiar as atividades de recreao e lazer, de que trata o inciso VII, devero ser objeto de definio e mapeamento no Plano de Manejo. Pargrafo nico: at que seja elaborado o programa de visitao turstica, as atividades mencionadas nos incisos acima sero regidas por resolues especficas do Conselho Gestor da APAJ, a serem homologadas pelo Conselho Estadual de Meio Ambiente CONEMA. O programa de visitao turstica dever contemplar a opo de acesso especial para a populao local. Art.7. As reas de Tratamento Especial ATE1, ATE2, ATE3 e ATE4 sero objeto de regulamentao e programas especficos, aps cadastramento e levantamento socioeconmico das ocupaes, ficando vedado o parcelamento do solo, novas construes e ampliao das existentes, at a aprovao do Plano de Manejo. Art.8. A ZPE ter como diretrizes e metas para os programas de manejo da APAJ: I regularizao das ocupaes nas reas de Tratamento Especial I, II, III e IV dentro das possibilidades e restries patrimoniais e ambientais; II controle da visitao visando reduo do assoreamento da lagoa de Jenipabu, bem como a manuteno da qualidade dos recursos hdricos da mesma; III controle das atividades realizadas na rea da APAJ; IV estmulo pesquisa voltada ao manejo da APAJ; V recuperao de reas degradadas; Art. 9. As Zonas de Conservao tm como objetivos admitir a ocupao limitada do territrio sob condies adequadas de manejo dos atributos e recursos naturais, regularizando ou removendo as ocupaes, no caso de restries ambientais e patrimoniais. Art. 10. Na AEP da ZC1 sero permitidos os seguintes usos e atividades: I pesquisa cientfica e educao ambiental;
II atividades de extrativismo manejadas; III atividade agrcola sustentvel, baseada em princpios agroecolgicos; IV aqicultura de pequena escala, desde que no implique em remoo ou mortalidade do manguezal; V pesca artesanal devidamente ordenada, pelos rgos competentes; VI atividade de educao ambiental; VII recuperao de reas degradadas. VIII recreao e visitao turstica; Art. 11. Na AEO1 da ZC1 sero permitidos os seguintes usos e atividades: I- residencial; II - meios de hospedagem (hotis e pousadas); III - comrcio e servios. Pargrafo nico: para o uso e ocupao da AEO1, de que trata o caput deste artigo, ficam estabelecidos parmetros especificados no Plano Diretor e legislao vigente, e os empreendimentos a serem instalados devero ser compatibilizados com a infra-estrutura de saneamento bsico, sistema virio, estacionamento e manuteno da paisagem conforme as legislaes vigentes. Art. 12. A ZC1 ter como diretrizes e metas para os programas de manejo: I garantia das condies necessrias a recuperao das reas degradadas do manguezal; II - manuteno das condies naturais de circulao das guas estuarinas; III disciplinamento das atividades de aqicultura de pequena escala e pesca artesanal, especialmente da atividade de piscicultura j existente; IV implantao de sistema de coleta seletiva dos resduos slidos e tratamento dos efluentes sanitrios; V implantao de projeto de reurbanizao da orla VI gerenciamento dos usos dos recursos hdricos. Art. 13. A ZC2 abrange a plancie fluvial do Rio Doce, formada pela deposio de material resultante de eroso, onde sero permitidos os seguintes usos e atividades: I - atividades de extrativismo manejadas; II - pesca artesanal ordenada; III - captao de guas, respeitando critrios de outorga do rgo competente; IV atividade agrcola sustentvel, baseada em princpios agroecolgicos Pargrafo nico as atividades agrcolas na ZC2 no podero ser ampliadas, e devero permanecer dentro dos critrios estabelecidos no inciso IV, at que sejam erradicados os riscos sade humana, ou apresentados estudos que propiciem alternativas para a populao local, no mbito do Plano de Manejo. Art. 14. A ZC2 ter como diretrizes para os programas de manejo: I recuperao e preservao da vegetao ciliar do Rio Doce;
II conservao dos solos e das guas superficiais e subterrneas; III manuteno das condies naturais de circulao das guas; IV apoio implantao de sistema de coleta seletiva dos resduos slidos e tratamento dos efluentes sanitrios; V apoio implantao de um programa de sade pblica. Art. 15. A ZC3 abrange a plancie de deflao, situada entre a linha de costa e os campos dunares, que por suas caractersticas especficas, divide-se em 03 (trs) subzonas, SZC3.1, SZC3.2 e SZC3.3 e 03 (trs) reas Especiais da Orla Martima, AEO2, AEO3 e AEO4, onde somente so compatveis, com exceo da faixa de praia, os seguintes usos e atividades: I meios de hospedagem; II urbanizao; III residencial; IV comrcio e servios; V urbanizao da orla martima; VI equipamentos pblicos e privados de lazer e turismo; VII abertura de vias de acessos, com condies adequadas de manejo dos atributos e recursos naturais; VIII - contemplao livre e desimpedida da paisagem; 1. Os usos e atividades previstos para as subzonas estabelecidas no caput deste artigo ficam submetidos aos parmetros especificados no Plano Diretor e legislao vigente, compatibilizados com a infra-estrutura de saneamento bsico, sistema virio, estacionamento e acesso praia nos termos da legislao vigente. 2. Para proteo da linha de costa e preveno da eroso costeira, fica vedada qualquer interveno nas dunas frontais existentes na AEO3 e na AEO4. 3. Para SZC3.2 fica definido que: a) a ocupao mxima permitida de 50%; b) o ndice de aproveitamento de 1.0; c) a permeabilidade mnima exigida de 50% Art. 16. A implantao dos usos e atividades na ZC3 dever obedecer s seguintes diretrizes: I - partidos urbansticos harmonizados paisagem, de maneira a no gerar impactos visuais, de forma a garantir visibilidade das dunas, e do mar, o fluxo da ventilao e areia, a circulao de pessoas e no obstruir o escoamento natural das guas, observado os parmetros estabelecidos no Plano Diretor e legislao vigente; II - a perfurao de poos somente ser permitida mediante a realizao de estudos especficos, devido vulnerabilidade do aqfero, e a outorga do rgo competente; III as solues de esgotamento sanitrio sero permitidas aps estudos que comprovem o no comprometimento do aqfero;
IV estudo ambiental para a instalao dos equipamentos de lazer, o qual deve detalhar o consumo de gua e produo de efluentes lquidos, e as solues de captao de gua potvel e disposio das guas servidas. Pargrafo nico. No sentido de manter a baixa densidade na rea e a manuteno da permeabilidade do solo e da paisagem, so estabelecidos parmetros especficos para o uso e ocupao das subzonas de que trata o caput deste artigo, especificados no Plano Diretor e legislao vigente. Art. 17. A ZC3 ter como diretrizes e metas para os programas de manejo: I proteo das reas de afloramento do lenol fretico (exultrios); II implantao de projetos de drenagem e esgotamento sanitrio; III implantao de projetos de arborizao pblica; IV implantao de sistema de coleta seletiva e destinao dos resduos slidos e efluentes sanitrios; V definio das reas destinadas circulao de pedestres; VI implantao de reas de estacionamento e circulao de veculos; VII valorizao e proteo da paisagem; VIII urbanizao da orla martima, com as limitaes e observaes para cada rea estabelecida neste decreto; IX - recuperao de reas degradadas; X estudo de capacidade de suporte da rea. Art. 18. A ZC4 corresponde ao tabuleiro, apresentando relativa estabilidade, com relevo predominantemente plano ou suavemente ondulado, onde sero permitidos os seguintes usos e atividades: I expanso urbana controlada; II residencial, comrcio e servios, equipamentos comunitrios, lazer e meios de hospedagem; IIIatividades agropecurias sustentveis baseadas em princpios IV recuperao de reas degradadas. Art. 19. A ZC4 ter como diretrizes e metas para os programas de manejo: I implantao de projetos urbansticos; II implantao de projetos de drenagem; III implantao de sistema de coleta seletiva e destinao dos resduos slidos e efluentes sanitrios; IV manuteno na propriedade de no mnimo 20 % da vegetao existente da rea, sem prejuzo das prescries legais relativas s reas de Preservao Permanente APP; VI- Implantao de projeto para minimizar o deslocamento da duna, observando as caractersticas naturais do ecossistema. Art. 20. O licenciamento e a fiscalizao dos empreendimentos, bem como a recuperao das reas pblicas indevidamente ocupadas necessrios s atividades permitidas agroeclogicos;
nas Zonas, sero realizados com base nas normas e nas diretrizes estabelecidas por esta Lei, sem prejuzo do disposto nas demais normas especficas federais, estaduais e municipais, no que couber. Art. 21. O Conselho Gestor dever se manifestar nos casos de obras ou atividades a serem implantadas na APA Jenipabu, quando sujeitas ao licenciamento ambiental de que trata a Lei complementar n. 272, de 03 de maro de 2004 e suas alteraes posteriores. 1. O IDEMA dar cincia ao Conselho Gestor das solicitaes de licenciamento de empreendimentos na rea da APA Jenipabu. 2. A falta de manifestao do Conselho Gestor no prazo estipulado de 30 (trinta) dias no constitui impedimento ao licenciamento. Art. 22. Fazem parte integrante deste decreto, o mapa das unidades geoambientais (Anexo I), o mapa do zoneamento (Anexo II). Art. 23. O Zoneamento Ecolgico Econmico objeto desta Lei, ser revisado no prazo mximo de 05 (cinco) anos, podendo, a qualquer tempo sofrer ajustes a requerimento do IDEMA ou de, no mnimo, 2/3 (dois teros) dos membros do Conselho Gestor da APAJ. Pargrafo nico: sero utilizadas para reviso do ZEE da APAJ as informaes geradas pelo Plano de Monitoramento de que trata o Inciso XII do Artigo3o desta Lei. Art. 24. A elaborao da proposta dos programas de manejo de que trata esta Lei ser concluda no prazo de 180 (cento e oitenta dias), a partir da data de publicao do decreto. Art. 25. Dever ser observado o Plano de Gesto Integrada da Orla Martima nas intervenes nas reas por ele atingidas. Art. 26. permitida a variao nos ndices e parmetros de ocupao especificados no Plano Diretor e legislao vigente como: lote mnimo, densidade, permeabilizao, ndice de utilizao mxima e altura mxima das edificaes, principalmente com a inteno de reduzir as reas ocupadas e o aumento das reas livres, que objetivem alcanar na rea transformaes urbansticas estruturais, melhorias sociais e valorizao ambiental, mediante a utilizao do instrumento: Operao Urbana Consorciada, previsto no Plano Diretor de Extremoz. Pargrafo nico: a Operao Urbana Consorciada deve ser submetida ao Conselho Gestor da APAJ para a aprovao. Art. 27. Sem prejuzo das penalidades previstas em legislao federal e municipal, o descumprimento das determinaes estabelecidas nesta Lei, sujeitar os seus infratores s penalidades previstas na Lei Complementar n 272, de 03 de maro de 2004, e suas alteraes posteriores. . Art. 28. Os casos omissos neste Zoneamento Ecolgico Econmico devero ser decididos pelo Conselho Gestor da APAJ. Art. 29. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao, revogadas as disposies em contrrio. Palcio de Despachos de Lagoa Nova, em Natal, __ de ____ de 2009, 187 da Independncia e 120 da Repblica.