Producao Textual Regular Aluno Autoregulada 9a 4b

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Produo

Textual
Aluno

Caderno de Atividades
Pedaggicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 04
9 Ano |4 Bimestre

Disciplina Curso Bimestre Ano


Produo Textual Ensino Fundamental 4 9

Habilidades Associadas

1. Usar conectivos e pontuao apropriadamente no encadeamento das oraes.

2. Produzir um texto narrativo cuja estrutura se aproxime do romance.


Apresentao

A Secretaria de Estado de Educao elaborou o presente material com o intuito de estimular o


envolvimento do estudante com situaes concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construes coletivas entre os prprios estudantes e respectivos tutores docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedaggicas de aprendizagem autorregulada mais uma
estratgia pedaggica para se contribuir para a formao de cidados do sculo XXI, capazes de explorar
suas competncias cognitivas e no cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autnoma, por meio dos diversos recursos bibliogrficos e tecnolgicos, de modo a encontrar solues
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedaggicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competncias nucleares previstas no currculo mnimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor ser visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedaggicas pautadas no princpio da autorregulao objetivam,
tambm, equipar os alunos, ajud-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar conscincia dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prtica.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observao e autoanlise, ele passa ater maior
domnio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno j domina, ser possvel contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulao.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princpio da autorregulao, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competncias fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaborao destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulao Curricular, da
Superintendncia Pedaggica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponvel em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede tambm possam utiliz-lo como contribuio e complementao s
suas aulas.
Estamos disposio atravs do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer
esclarecimentos necessrios e crticas construtivas que contribuam com a elaborao deste material.

Secretaria de Estado de Educao

2
Caro aluno,
Neste caderno, voc encontrar atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competncias do 4 Bimestre do Currculo Mnimo de Produo Textual do
9 Ano do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o
perodo de um ms.
A nossa proposta que voc, aluno, desenvolva estas Atividades de forma
autnoma, com o suporte pedaggico eventual de um professor, que mediar as trocas
de conhecimentos, reflexes, dvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta uma tima oportunidade para voc desenvolver a disciplina e
independncia indispensveis ao sucesso na vida pessoal e profissional no mundo do
conhecimento do sculo XXI.
Neste Caderno de Atividades, vamos aprender mais algumas caractersticas do
gnero Romance. Veremos as possibilidades que o romance possui ao explorar
diferentes pocas, lugares e perfis de personagens. Alm disso, voc aprender sobre o
uso do conectivo e da pontuao para fazer adequadamente o encadeamento de
oraes e a produzir textos narrativos que se aproximem do gnero estudado.
Este documento apresenta 04 (quatro) aulas. As aulas podem ser compostas por
uma explicao base, para que voc seja capaz de compreender as principais ideias
relacionadas s habilidades e competncias principais do bimestre em questo, e
atividades respectivas. Leia o texto e, em seguida, resolva as Atividades propostas. As
Atividades so referentes a dois tempos de aula. Para reforar a aprendizagem, prope-
se, ainda, uma avaliao sobre o assunto.

Um abrao e bom trabalho!


Equipe de Elaborao

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Sumrio

Introduo. ..........................................................................................................3
Aula 1: O bom selvagem .................................................................................... 5
Aula 2: Um lugar na histria .............................................................................. 9
Aula 3: Qual o personagem? ......................................................................... 13
Avaliao ........................................................................................................ 17
Referncias ..................................................................................................... 20

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Aula 1: O bom selvagem

Caro aluno, voc se lembra que conhecemos o gnero romance no 3


bimestre? Vamos continuar a estudar o romance vendo o tipo de romance chamado
de indianista.
A temtica indianista aparece nos romances brasileiros trazendo a idealizao
do ndio, tentando retratar seus costumes, crenas e maneira de viver. Assim, o ndio
aparece como o bom selvagem, simbolizando um homem puro e de carter que vira
heri e chega at, em alguns momentos, a conviver com o homem branco.
A imagem do ndio retratada nesses romances est longe de corresponder
realidade j que ele descrito pelo homem branco atravs do olhar idealizador
caracterstico da esttica do Romantismo. Essa idealizao tambm aparece nas
descries sobre a natureza brasileira e sua exuberncia.
Os romances mais expressivos com a temtica indianista forma O Guarani,
"Ubirajara" e "Iracema", de Jos de Alencar. Vejamos fragmentos dos romances:
Iracema e O Guarani.
Iracema, a virgem dos lbios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da
grana, e mais longos que seu talhe de palmeira. O favo da jati no era doce como seu
sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hlito perfumado. Mais rpida
que a cora selvagem, a morena virgem corria o serto e as matas do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo, da grande nao tabajara. O p grcil e nu, mal
roando, alisava apenas a verde pelcia que vestia a terra com as primeiras guas.

Fonte:http://http://stat.correioweb.com.br/arquivos/educacao/arquivos/JosdeAlencar-Iracema1.pdf

Mas todos os seus esforos tinham sido baldados; o fidalgo com a sua lealdade e o

cavalheirismo apreciava o carter de Peri, e via nele embora selvagem, um homem de


sentimentos nobres e de alma grande. Como pai de famlia estimava o ndio pela
circunstncia a que j aludimos de ter salvado sua filha, circunstncia que mais tarde
se explicar.

5
Fonte:http:// http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000135.pdf

Atividade 1

O romance O Guarani retrata a histria de Peri, um ndio com caractersticas


heroicas que ganha confiana de um fidalgo portugus por ter salvado a filha deste,
Ceclia. Dentre outras tramas do romance, Peri e Ceclia apaixonam-se e, no final do
romance, eles fogem para a mata formando a futura raa brasileira, mestia.
Leia com ateno os trechos do romance O Guarani a seguir e responda:

A. Contudo Ceclia no podia acreditar o que ouvia; parecia-lhe inconcebvel que


um homem s, embora tivesse a dedicao e o herosmo do ndio, pudesse vencer
no s os aventureiros revoltados, como os duzentos guerreiros Aimors que
assaltavam a casa.

B. Mas, senhor; eu sou me, e no posso viver assim longe de meu filho, cheia
de inquietaes pela sua sorte.
Entretanto, assim h de ser, porque assim o decidi.

C. Ainda assim quis resistir, quis ficar, esperando que os Aimors continuariam o
sacrifcio; mas conheceu que a resoluo de lvaro era inabalvel como a sua.

D. Debateu-se um momento contra a poderosa gravitao que o vergava para a


terra; mas era homem, e tinha de ceder lei da criao. Entretanto, sucumbindo o
valente ndio resistia sempre; e vencido parecia querer lutar ainda.

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E. Uma lembrana triste, porm o assaltou; vendo os lindos objetos que a moa
recebera, pensou que podia dar-lhe a sua vida, mas que no tinha primores como
aqueles para ofertar-lhe.

1. Retire o trecho em que aparece um sinal de pontuao que serve para indicar a fala
de um personagem. Diga qual o nome desse sinal.
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2. Em quais trechos podemos notar as qualidades de Peri?


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3. As conjunes so conectivos que estabelecem relaes entre as oraes nos


perodos, ligando um vocbulo a outro. Sabendo que as conjunes podem expressar
vrios sentidos (adio, concluso, comparao, explicao e contradio), explique
que sentido apontado pelas conjunes destacadas nos trechos anteriores do
romance O Guarani.
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4. Nos trechos:
Ceclia no podia acreditar o que ouvia; parecia-lhe inconcebvel

Ainda assim quis resistir, quis ficar, esperando que os Aimors continuariam o
sacrifcio; mas conheceu que a resoluo de lvaro era inabalvel como a sua.

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Vendo os lindos objetos que a moa recebera, pensou que podia dar-lhe a sua vida,
mas que no tinha primores como aqueles para ofertar-lhe.
Marque a opo correta. Os termos destacados se referem a:

(a) ouvia, resoluo, floresta, moa.


(b) ouvia, Aimors, lvaro, objetos.
(c) Ceclia, inabalvel, moa, objetos.
(d) acreditar, inabalvel, moa, primores.
(e) Ceclia, resoluo, moa, moa.

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Aula 2: Um lugar na histria

Caro aluno, outra possvel abordagem do gnero romance o chamado


Romance Histrico. S pelo nome j podemos deduzir do que se trata.
Ele chamado de romance histrico por sua construo se basear em
personagens, acontecimentos e lugares histricos, misturando fatos ficcionais e fatos
histricos. Nestas narrativas, as caractersticas espaciais, temporais, sociais e culturais
de uma poca distante so descritas minuciosamente para dar mais veracidade
histria.
Essa vertente do romance no teve muitas produes se comparadas aos
romances indianistas, urbanos e regionalistas, mas teve bons autores como Joaquim
Manuel de Macedo, Jlio Ribeiro, Bernardo Guimares, Franklin Tvora, dentre outros.
Vejamos um trecho do Romance As mulheres de mantilha, de Joaquim
Manuel de Macedo - (1870).

A cidade do Rio de Janeiro era naqueles tempos muito diferente do que hoje: o
aspecto ainda das melhores casas era triste e indicava a educao clausural das
famlias: abundavam as casas trreas e de um s pavimento, e essas reservavam as
portas e batentes das janelas para se trancarem noite, mas de dia tinham os vos
das portas e janelas defendidos aos olhos curiosos por peneiros ou tecidos de palha
firmados em um quadrado de sarrafos, quase penduravam, ou se podiam mover
encaixilhados; as casas de dois ou mais pavimentos, quase todas uniformemente de
trs portas eram de sacadas com grades de madeira mais ou menos completas e
sombrias: mais ou menos porque essas grades ou eram da altura de meio corpo do
homem, ou tinham a altura do p-direito do pavimento que sombreavam, de modo
que simularam triste priso; em regra abriam-se pequenos postigos nesse
engradamento, postigos maiores e cmodos na altura em que deviam ser as janelas,
para que as senhoras deles se aproveitassem, olhando a rua, e pequenos postigos
rentes ou quase rentes com o assoalho para que as senhoras ou as escravas
debruando-se vissem menos expostas ao pblico, o que se passava na rua, ou

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chamassem os pregoeiros vendedores de quanto podiam precisar a mesa da famlia.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000123.pdf

Vocabulrio:
Clausural relativo a recinto fechado
Batentes ombreira em que bate a porta quando se fecha
Sarrafos - tira comprida e estreita de madeira
Encaixilhados- emoldurados
Postigos Pequena porta. Abertura quadrangular, munida de portinhola, em portas ou
janelas, para olhar atravs delas sem abri-las.
Pregoeiros- Indivduo que apregoa ou lana prego. Leiloeiro.

Atividade 2

Um dos fatores indispensveis para a compreenso de um texto a coeso. A coeso


um recurso lingustico que utiliza conectivos para ligar termos de uma frase ou
oraes de um perodo, ela fundamental para formarmos pargrafos bem
construdos. Os conectivos podem ser conjunes, pronomes, preposies, advrbios
etc.

1. Insira conectivos adequados (preposies ou pronomes) nas frases do romance As


mulheres de mantilha, de Joaquim Manuel de Macedo, para que as frases sejam
coesas:
a. Reservavam as portas e batentes das janelas __________ se trancarem noite.

b. O formal pedido da sua interveno para que ela se casasse _________ o mancebo
recrutado.

c. E deitando no clice algumas gotas ______ vinho, fingiu que murmurava palavras.

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d. Alexandre Cardoso sentiu a natureza dos golpes que sobre _______ descarregava a
terrvel e ciumenta amante.

e. Viveu feliz e teve de _____ unio duas filhas: Irene e Ins; dera primeira o nome
de _____ me, segunda o nome de _____ esposa.

f. Casamento! Darias a mo de tua afilhada a __________ homem?

2. Insira termos que colaborem para a compreenso dos fragmentos a seguir, retirados
do romance As mulheres de mantilha, de Joaquim Manuel de Macedo. Lembre-se: o
que vale deixar os fragmentos com sentido. Assim, se a informao de um lugar,
insira um nome de uma cidade, se o nome de algo, complete o espao com um
substantivo. Seja criativo.

a) Avivemos um pouco a lembrana da festa profana dos_________ que em suma era


na cidade do _________________ como em toda parte do Brasil. A festa popular da
noite dos Reis era a que rematava as festas do Natal, que, acompanhando as
________________ comemoraes da _______________, comeavam na noite de 25
de dezembro pela exposio dos presepes, onde se figurava a cidade de
_____________, o lugar _________________ do bero do Menino Deus, um campo
cheio de pastores e de multido de animais, _________________, flores, rios, fontes e
cascatas, tudo em mais ou menos bem feita miniatura, e tudo perturbado por mais ou
menos anacronismos e impropriedades, que alis no preocupavam nem aos mais
entendidos em histria natural e na arqueologia.

b) Na cidade do_______________________era quase obrigada, era de costume a


reunio dessas sociedades no grande _______________ do convento de Nossa
Senhora da ________________. Ali se terminava a festa, a folia de cada uma das duas
noites pelas razes mais justas e _______________________. Em primeiro lugar, essa
concentrao das sociedades dos Reis no ptio do convento da Ajuda era moda no
sculo _______________ e a moda lei; em segundo o presepe do convento da Ajuda

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passava por ser o mais famoso ou pelo menos um dos mais _______________ da
cidade, e, portanto, atraa numerosa ____________________; em terceiro as freiras
da Ajuda eram, como ainda hoje o so habilssimas e _________________ mestras de
doces e de empadas, que ento no poupavam ao regalo das sociedades, que
recebiam os presentes em tabuleiros e bandejas cobertas com riqussimas toalhas
_________________________; em quarto e ltimo lugar era de costume que o ptio
do convento da Ajuda se transformasse nessas noites em outeiro potico; as freiras
que estavam s grades davam motes e muitos bons e maus poetas glosavam de
improviso.
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000123.pdf

3. Levando em considerao as caractersticas do romance histrico, d continuidade


ao trecho do romance a seguir, no se esquecendo de construir um texto com coeso
e coerncia.
Na cidade do Rio de Janeiro era quase obrigada, era de costume a reunio dessas
sociedades no grande ptio do convento de Nossa Senhora da Ajuda. Ali se
terminava a festa, a folia de cada uma das duas noites pelas razes mais justas e
convenientes. Em primeiro lugar essa concentrao das sociedades dos Reis no
ptio do convento da Ajuda era moda no sculo passado e a moda lei...
http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bn000123.pdf
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Aula 3: Qual o personagem?

Caro aluno, agora que conhecemos um pouco mais sobre os aspectos gerais do
romance, vamos pensar nos personagens! J pensou nos seus personagens favoritos?
Que tipo de personagem de romance voc gostaria de ser?
Quando lemos um romance, somos envolvidos por um enredo / trama em que
aparecem personagens, acontecimentos e ideias. Esses elementos centrais do
desenrolar do romance andam sempre unidos e so essenciais para o bom
desenvolvimento da histria. atravs desses elementos que entendemos o que o
autor quer nos passar a respeito de suas ideias sobre a sociedade daquela poca e
como ele v as relaes complexas entre seres humanos.
O personagem um ser fictcio, criado para viver situaes, conflitos e que,
quase sempre, tenta se aproximar dos tipos que existem por a. O autor, atravs do
personagem, d voz as suas opinies e tenta criar uma identificao entre leitor e
personagem para que o personagem parea real.
Histrias so sempre feitas sobre a vida de algum, algum acontecimento na
histria, algum drama ou relato pessoal. No existe histria sem personagem e os
personagens aparecero no romance com menor ou maior destaque. Vejamos
algumas funes que os personagens desempenham no romance.

Protagonista A histria vai girar em torno dele, j que o protagonista que


estar no eixo central da trama. Geralmente, o heri da histria, podendo
existir mais de um num mesmo romance. Por exemplo, no romance A
Moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, Carolina e Augusto so os
protagonistas.
Antagonista o personagem rival ao protagonista, aquele que se ope aos
objetivos e planos do personagem principal. Pode ser considerado o vilo.
Coadjuvante_ um personagem secundrio, que vai exercer outro papel na
histria, podendo ser muito importante no desenrolar da histria ou no. Um
exemplo o Chapeleiro Maluco de Alice no Pas das Maravilhas.

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Figurante o personagem que s parece para compor uma cena, no
fundamental para o enredo principal. Os ndios no romance O Guarani ou os
escravos em Escrava Isaura so figurantes da histria.
Anti-heri o personagem principal, mas que se comporta de maneira
diferente dos mocinhos clssicos. Macunama e Shrek so exemplos de anti-
heris.

Vejamos um trecho do romance Macunama, de Mrio de Andrade, no qual


aparece um dos anti-heris mais famosos da literatura brasileira.
No fundo do mato-virgem nasceu Macunama, heri de nossa gente. Era preto
retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silncio foi to
grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a ndia tapanhumas pariu uma
criana feia. Essa criana que chamaram de Macunama.
J na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro: passou mais de seis anos
no falando. Se o incitavam a falar exclamava: If Ai! que preguia!. . . e no dizia
mais nada."
http://download.baixatudo.globo.com/docs/Macunaima.pdf

Atividade 3

Nas questes 1 e 2, marque a opo correta sobre o trecho do romance Macunama


lido acima.

1. O ponto de exclamao (!) foi usado:


(a) para fazer um questionamento.
(b) para encerrar uma frase declarativa
(c) Com a inteno de marcar uma abreviatura
(d) Depois de uma interjeio e de uma locuo interjeitiva.
(e) Antes dos (...) para indicar continuidade no texto

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2. As reticncias (...) foram usadas:
(a) para indicar interrupo do pensamento.
(b) para enfatizar a reao do personagem
(c) para realizar citaes incompletas
(d) para indicar continuidade de uma ao ou fato.
(e) para encerrar a frase interrogativa

3. Leia o trecho a seguir e verifique se voc consegue identificar as caractersticas do


personagem Francisco, do romance O Matuto, de Franklin Tvora?

Francisco era semi-branco, corpulento, espadado e de boa estatura. Tinha no


semblante a expresso da virilidade e da resignao do que luta quase
incessantemente com a pobreza, e a vence a pouco, por ventura mais forte, mas nunca
invencvel. Os matutos podem dividir-se em diferentes espcies, mas as mais comuns
so as dos lavradores e almocreves. Os primeiros so os que dispem de alguns meios,
a saber, escravos, cavalos, terras, os quais sem darem para ter um engenho ou, ao
menos, para mov-lo, por si ss habilitam o que os possuem, a cultivar a cana nas
terras do engenho alheio, posto que sujeito a dividir com o respectivo proprietrio o
acar apurado em cada safra. Os ltimos so os que se alugam com sua pessoa e seu
cavalo para a conduo de cargas, por ajustado frete. Os lavradores so matutos
limpos, que entram muitas vezes nos negcios ntimos do grande proprietrio,
merecem a estima deles, a pesam com seu conselho na deciso dos interesses
comuns. Aos almocreves j no sucede o mesmo. Paga-lhes o senhor de engenho o
salrio, e eles retiram-se a seus casebres onde vo comer, com a mulher e com a
ninhada de filhos que ordinariamente contam, o escasso po que lhes deram o cavalo
magro e o trabalho puxado e cansado.
http://objdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/matuto.pdf pag 5

a) Quais as principais caractersticas de Francisco mencionadas no romance?

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b) Explique, com suas palavras, as diferenas entre lavradores e almocreves.
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c) A partir do fragmento lido, escreva um trecho de narrativa, apresentando um


personagem trabalhador, de origem humilde, suas caractersticas, o local de seu
trabalho e sua rotina. Inspire-se no fragmento acima e seja criativo.
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Avaliao

Leia o trecho do romance Macunama e responda:

Macunama brincava para no desmentir a fama s porm quando Ci queria rir


com ele de satisfao:
Ai! que preguia!... que o heri suspirava enfarado.
E dando as costas para ela adormecia bem. Mas Ci queria brincar inda mais...
Convidava ...convidava... O heri ferrado no sono. Ento a Me do Mato pegava na
txara e cutucava o companheiro. Macunama se acordava dando grandes gargalhadas
estorcegando de ccegas.
Faz isso no, oferecida!
Fao!
Deixa a gente dormir, meu bem...
Vamos brincar.
Ai! que preguia!...
E brincavam mais outra vez
Porm nos dias de muito pajuari bebido, Ci encontra o Imperador do Mato-
Virgem largado por a num porre me. Iam brincar e o heri esquecia no meio.
Ento, heri!
Ento o qu!
Voc no continua?
Continua o qu!
Pois, meus pecados, a gente est brincando e vai voc pra no meio!
Ai! que preguia...

1. Caro aluno, reconhea o sentido que o sinal de pontuao fornece ao texto.

A. Na frase: Deixa a gente dormir, meu bem..., as reticncias (...) foram usadas:
(a) para indicar interrupo do pensamento.
(b) para enfatizar a reao do personagem

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(c) para realizar citaes incompletas
(d) para indicar continuidade de uma ao ou fato.
(e) Para interromper um pensamento de forma que o leitor subentenda o que seria
enunciado

B. Na frase: Ai! que preguia!..., o travesso foi usado:


(a) para indicar mudana de interlocutor em um dilogo
(b) para substituir a vrgula
(c) para enfatizar uma expresso
(d) para separar frases explicativas
(e)para realar o aposto

C. Na frase: Mas Ci queria brincar inda mais... Convidava... convidava..., as


reticncias foram usadas:

(a) para indicar interrupo do pensamento.

(b) para indicar hesitaes


(c) para realizar citaes incompletas
(d) para indicar continuidade de uma ao ou fato.
(e) Para interromper um pensamento de forma que o leitor subentenda o que seria
enunciado.

D. Na frase Pois, meus pecados, a gente est brincando e vai voc pra no meio!,
o ponto de exclamao fui usado:
(a) para exprimir felicidade.
(b) para marcar a interjeio
(c) aps uma frase imperativa
(d) para exprimir indignao
(e) para exprimir medo

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2. Troque os conectivos destacados por outros que mantenham a coeso do texto.

a. Macunama brincava para no desmentir a fama


_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

b. Mas Ci queria brincar inda mais...

_______________________________________________________________________
_______________________________________________________________________

c. Ento a Me do Mato pegava na txara e cutucava o companheiro.


________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
d. Porm nos dias de muito pajuari bebido, Ci encontra o Imperador do Mato-Virgem
largado por a num porre me.
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________________________________________________________________________

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Referncias

[1] CEREJA, William Roberto; MAGALHES, Thereza Cochar. Texto e interao: uma
proposta de produo textual a partir de gneros e projetos. So Paulo: Atual, p. 192-
195, 2000.

[2] KOCH, Ingedore Villaa; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratgias de
produo textual. So Paulo: Contexto, p. 102-125, 2009.

[3] MARCUSCHI, Luiz Antonio. Produo textual, anlise de gneros e compreenso.


Parbola Ed., 2009.

20
Equipe de Elaborao

COORDENADORES DO PROJETO

Diretoria de Articulao Curricular

Adriana Tavares Maurcio Lessa

Coordenao de reas do Conhecimento

Bianca Neuberger Leda


Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza
Peterson Soares da Silva
Marlia Silva

PROFESSORES ELABORADORES

Heloisa Macedo Coelho


Ivone da Silva Rebello
Rosa Maria Ferreira Correa

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