Algebra2 Sma306
Algebra2 Sma306
Algebra2 Sma306
1 Definição e Exemplos
Definição 1 Um conjunto não vazio R, juntamente com duas operações binárias +
e ·, é dito ser um anel quando:
Exemplo 4 Sejam R = Zn = 0, 1, . . . , n − 1 , n ≥ 0, + e · operações em Zn ,
definidas por:
a + b = a + b,
a · b = ab, para todo a, b ∈ Zn .
2
pois ! ! !
1 0 0 1 0 1
=
0 0 0 0 0 0
! ! !
0 1 1 0 0 0
=
0 0 0 0 0 0
Exemplo 7 Seja R = Z[X] = {a0 + a1 X + · · · + an X n ; ai ∈ Z , n ∈ N}. Para
n
X
ai X i e q(X) = m i
P
todo p(X) = i=1 bi X , em R, com m ≤ n definimos as
i=0
operações + e · por:
X n
p(X) + q(X) = (ai + bi )X i ,
i=0
n+m
X k
X
k
p(X) · q(X) = ck X , onde ck = aj bk−j , para todo k = 0, 1, · · · , n + m.
k=0 j=0
3
! ! !
0 1 1 0 0 0
a·b= · = ,
0 0 0 0 0 0
ou seja, o zero tem fatores não nulos, o que implica que não vale a lei do cancelamento
para o produto. Por exemplo,
! ! ! ! ! ! !
1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
= = e 6= .
1 0 1 1 1 0 2 4 0 0 1 1 2 4
4
Se n é um inteiro positivo que não é primo, então Zn não é domı́nio. Mas, Zp ,
com p primo é corpo.
De fato, seja a ∈ Zp , a 6= 0, ou seja a ∈ Z tal que p - a. Assim, mdc (p, a) = 1,
o que implica que existem r, s, ∈ Z; rp + sa = 1. Logo rp + sa = 1 ⇒ sa = 1 ⇒ s =
(a)−1 , o que mostra que Zp é corpo.
5
(i) O elemento neutro da +, denotado por 0(= 0R ), é único.
(ii) Para todo a ∈ R, o oposto de a ( o inverso com relação a +), −a, é único.
6
De maneira análoga mostra-se que (−a) · b = −(a · b).
Agora, usando as igualdades acima, temos (−a) · (−b) = −(a · (−b)) = a ·
(−(−b)) = a · b .
(vi) Se 1 e 1’ são elementos neutros para · . então 1 = 1 · 10 = 10 . Portanto
1 = 10 .
(vii) Se 1 = 0 em R, então para todo a ∈ R temos a = a · 1 = a · 0 = 0, ou seja,
R = {0},o que é uma contradição, portanto 1 6= 0 em R.
(viii) Se a ∈ R, a 6= 0 e a · b = 0, então a · b = a · 0 e a 6= 0. Por hipótese temos
b = 0, ou seja, R não possui divisores de zero à esquerda.
Corolário 1 Todo corpo é domı́nio, mais ainda, todo anel com divisão não tem
divisores de zero.
7
esquerda e, como R é comutativo, vale também o cancelamento à direita. Com isso
obtemos:
Os anéis Z , Z[x], Zp [x] ( p primo) são domı́nios, mas não são corpos e são
infinitos.
Existem domı́nios finitos que não são corpos? Não.
Dem.: Seja R um domı́nio finito com 1 6= 0. Desde que R é corpo se todo ele-
mento não nulo tem inverso multiplicativo, para todo a ∈ R, a 6= 0, temos que
{a, a2 , a3 , . . . , ak , . . .} ⊆ R. Como R é finito, temos que {a, a2 , a3 , . . . , ak , . . .} é
finito.
Seja s o menor inteiro positivo tal que as = ar , para algum r 6= s (r > s).
Como r > s, podemos escrever r = s + t, com t > 0 e 0 = as − as+t = as · (1 − at ) .
Como R é domı́nio e a 6= 0, temos as 6= 0. o que implica que at = 1, para algum
t > 0.
Se t = 1 ⇒ a = 1 ⇒ a−1 = a = 1 ∈ R .
Se t > 1 ⇒ 1 = a · at−1 ⇒ a−1 = at−1 ∈ R .
Portanto, para todo a ∈ R, a 6= 0, temos que a−1 ∈ R, i.é., R é corpo.
8
3 Exercı́cios
1. Sejam (R, +, .) um anel com 1 e R∗ o conjunto de todas as unidades (elementos
inversı́veis com relação ao produto (.)) de R. Mostre que (R∗ , .) é um grupo.
2. Encontre R∗ quando:
(a) R = Z; (b) R = Z6 ;
(c) R = Z[x]; (d) R = Z7 ;
(e) R é o anel dos quatérnios reais.
3. No anel dos inteiros de Gauss G, mostre que um elemento é uma unidade se, e
somente se ele tem norma 1(onde a norma é a norma dos números complexos),
ou seja G∗ = {a + bi ∈ G; a2 + b2 = 1}. Determine G∗ .
9
9. Seja R um anel. Um elemento e ∈ R é idempotente se e2 = e; um elemento
k ∈ R é quadrado nilpotente se k 2 = 0; se R tem 1, então um elemento v ∈ R é
involutório se v 2 = 1. Seja R um anel com 1 e e ∈ R um idempotente. Mostre
que:
(a) 1 − e é idempotente.
(b) para cada x ∈ R, ex(1 − e) é quadrado nilpotente.
(c) para cada x ∈ R, e + ex(1 − e) é idempotente.
(d) para cada x ∈ R, 1 + ex(1 − e) é uma unidade(inversı́vel) em R.
(e) 2e − 1 é involutório.
15. Sejam (R, +, .) e (S, ⊕, ) anéis. Mostre que o conjunto R×S = {(r, s); r ∈ R,
s ∈ S}, com as operações coordenada à coordenada, ou seja:
(r1 , s1 ) ∓ (r2 , s2 ) = (r1 + r2 , s1 ⊕ s2 ) e
(r1 , s1 ) • (r2 , s2 ) = (r1 .r2 , s1 s2 )
é um anel, chamado o produto direto externo de R e S.
10
17. Como são os elementos inversı́veis de R × S en termos das unidades de R e de
S??
a b
18. Seja R o conjunto de todas as matrizes de M2 (Z), da forma .
0 0
(a) Mostre que, com as operações induzidas pelas operações de M2 (Z), R é
um anel.
1 0
(b) Mostre que é um divisor de zero à direita de R mas não é divisor
0 0
de zero à esquerda.
11
4 Subanéis
Definição 5 Um subconjunto não vazio S de um anel ( R , + , · ) é dito ser um
subanel de R se, com as operações induzidas pelas operações de R (restrições), S
é um anel.
Exemplo 13 Seja R = Z6 .
12
S1 = {0, 2, 4} e S2 = {0, 3} são subanéis de Z6 , pois 2 · 4 = 2 , −2 = 4 ;
3 = −3 , 3 · 3 = 3 .
Observe que 1R = 1 , 1S1 = 4 , 1S2 = 3 . Assim, Si ⊆ R são subanéis com 1
tais que 1Si 6= 1R , para i = 1, 2 .
S é um !
subanel de R, A! é um subanel
! de R ! e de S, com!
1 0 1 0 a 0 1 0 a 0
1R = ; 1A = , pois = ; para todo a ∈ Z.
0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
Assim, A ⊆ R, é um subanel de R, com 1, mas 1A 6= 1R . !
a0 b 0
Mais ainda, S não tem 1. De fato, suponhamos por absurdo, que 1S = ,
0 0
para algum a0 , b0 ∈ Z. Então, em particular,
! ! ! ! !
a0 b 0 1 0 1 0 1 0 a0 b 0
= = ,
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
!
1 0
o que implica que a0 = 1 e b0 = 0, ou seja 1S = .
0 0
! ! !
a b a 0 a b
Mas · 1S = 6= , para algum b ∈ Z. Portanto S não
0 0 0 0 0 0
tem 1.
Assim, S ⊆ R, é um subanel com S sem 1 e R com 1 e A ⊆ S, com S sem 1 e
A com 1 .
13
Exemplo
( 18 ! Nem todo subgrupo
) é subanel. Por exemplo, para R = M2 (Z), temos
a b
H = ; a, b, c ∈ Z é um subgrupo de (R, +), mas H não é um
c 0
! !2 ! ! !
1 1 1 1 1 1 1 1 2 1
subanel de R , pois ∈H e = = 6∈ H.
1 0 1 0 1 0 1 0 1 1
C(R) = {a ∈ R; a · b = b · a, ∀ b ∈ R} .
14
5 Homomorfismo de Anéis e Ideais
Definição 7 Sejam ( R , + , · ) e ( S , ⊕ , ) anéis. Uma função ϕ : R → S é um
homomorfismo de anéis se, para todo a, b ∈ R, temos:
(i) ϕ(a + b) = ϕ(a) ⊕ ϕ(b), (i.é, ϕ é um homomorfismo de grupos)
(ii) ϕ(a · b) = ϕ(a) ϕ(b).
Se, além disso, ϕ é bijetora, dizemos que ϕ é um isomorfismo de anéis e, neste
caso, dizemos tamém que os anéis R e S são isomorfos e denotamos por R ∼
= S ou
ϕ
R∼=S.
Se ( R , + , · ) = ( S , ⊕ , ), dizemos que ϕ é um endomorfismo de anéis.
Se ϕ : R → R é um isomorfismo, então ϕ é um automorfismo do anel R.
15
Teorema 6 Seja ϕ : (R, +, ·) → (S , ⊕, ) um homomorfismo de anéis.
Então:
(i) ϕ(OR ) = OS ,
16
Teorema 7 Se ϕ : (R, +, ·) → (S, ⊕, ) é um homomorfismo de anéis e S 0 é um
subanel de S , então ϕ−1 (S 0 ) é um subanel de R, ou seja, a imagem inversa, por
homomorfismo, de subanel é subanel.
Dem.: De fato:
• ϕ−1 (S 0 ) 6= ∅ , pois como ϕ(OR ) = OS ∈ S 0 ⇒ OR ∈ ϕ−1 (S 0 ) ;
def
• Para todo a, b ∈ ϕ−1 (S 0 ) =⇒ ϕ(a), ϕ(b) ∈ S 0 .
Como S 0 é subanel, ϕ(a) − ϕ(b) ∈ S 0 ⇒ ϕ(a − b) ∈ S 0 . Daı́, a − b ∈ ϕ−1 (S 0 ).
Novamente, como S 0 é subanel, ϕ(a) ϕ(b) ∈ S 0 ⇒ ϕ(a · b) ∈ S 0 . Logo, a · b ∈
ϕ−1 (S 0 ). Portanto, ϕ−1 (S 0 ) é um subanel de R .
17
Teorema 9 Sejam R um anel e I 6= ∅ um subconjunto de R. I é um ideal de R
se, e somente se para todo a, b ∈ I e r ∈ R, temos:
(i) a − b ∈ I.
(ii) a · r ∈ I e r · a ∈ I.
Dem.: Imediata.
18
( ! )
a 0
Exemplo 30 Para R = M2 (Z), I = ; a, b ∈ Z é um ideal à esquerda,
b 0
mas não é à direita.
I não é ideal de R
! ! !
0 1 0 0 1 0
x·r = = 6∈ I .
0 0 1 0 0 0
Dem.: A demonstração dos itens (i), (ii) e (iii) ficam como exercı́cio.
19
(iv) Mostremos que se I ⊆ R é um ideal e a ∈ I ⇒ a · R ⊆ I .
De fato, se a ∈ I ⇒ a · r ∈ I, para todo r ∈ R, pois I é ideal ⇒ a · R ⊆ I . Mais
ainda, se 1 ∈ R ⇒ a = a · 1 ∈ a · R.
20
6 Anéis Quocientes e o Primeiro Teorema do Iso-
morfismo
Sejam R um anel e I um ideal (bilateral) de R. Definimos uma relação ∼ em R por:
x ∼ y ⇔ x − y ∈ I,
R/I = {a + I; a ∈ R}.
21
(a + I) · (b + I) = a · b + I = (a0 + x1 )(b0 + x2 ) + I =
= (a0 b0 + a0 x2 + x1 b0 + x1 x2 ) + I =
= (a0 b0 + I) + ((a0 x2 + x1 b0 + x1 x2 ) + I) =
| {z }
∈I
= (a0 b0 + I) + (0 + I) =
= (a0 b0 + 0) + I = a0 b0 + I = (a0 + I)(b0 + I).
Exercı́cio 3 Mostre que ( R/I, + , · ) é um anel. Tal anel é chamado o anel quo-
ciente de R por I.
22
a + nZ = (nq + r) + nZ = (nq + nZ) + (r + nZ) =
= (0 + nZ) + (r + nZ) = r + nZ.
Então Z/n Z = {r + nZ; r = 0, 1, . . . , n − 1}, onde r + n Z = {r + n k; k ∈ Z} =
{b ∈ Z; b ≡ r mod n} = r ∈ Zn , ou seja, Z/n Z = Zn .
R/Ker (ϕ) ∼
= ϕ(R) = Im (ϕ).
23
Corolário 5 Um homomorfismo sobrejetor de anéis ϕ : R → S é um isomorfismo
se, e somente se Ker (ϕ) = {0R }.
Exemplo 36 Z/nZ ∼
= Zn , pois ϕ : Z → Zn , definida por ϕ(a) = a, é um homo-
morfismo sobrejetor com Ker (ϕ) = nZ.
M2 (Z) ∼
Exemplo 37 = M2 (Zn ), pois ϕ : M2 (Z) → M2 (Zn ) definido por
M2 (nZ)
! !
a b a b
ϕ = ,
c d c d
Z×Z ∼ Z×Z ∼
Exercı́cio 4 Mostre que = Zn e = Zn × Zm .
Z × nZ nZ × mZ
Dem.: Seja A = {n · 1R ; n ∈ Z} ⊆ R .
A é um subanel de R , pois n · 1R − m · 1R = (n − m) · 1R ∈ A e (n · 1R ) · (m · 1R ) =
(n · m) · 1R ∈ A .
Agora, se n · 1R 6= m · 1R , para todo m 6= n, então ϕ : Z → A, definido por
ϕ(n) = n · 1R , para todo n ∈ Z, é um isomorfismo de anéis e, neste caso, R contém
um subanel isomorfo a Z.
24
Se n · 1R = m · 1R , para algum n > m, então (n − m) · 1R = 0, com n − m > 0.
Assim, T = {k ∈ Z; k > 0 e k · 1R = 0} =
6 ∅.
Pelo princı́pio da boa ordem, existe um menor inteiro positivo n, tal que n·1R = 0
(n = min T ). Neste caso, ϕ : Z → A, definido por ϕ(k) = k · 1R , para todo k ∈ Z, é
um homomorfismo sobrejetor e, pelo Primeiro Teorema do Isomorfismo, temos que
A∼
= Z/Ker (ϕ).
Agora, para mostrarmos que A ∼
= Zn , é suficiente mostrarmos que Ker (ϕ) = nZ.
Desde que Ker (ϕ) = {k ∈ Z; k · 1R = 0}, temos que n ∈ Ker (ϕ). Logo, para
todo s ∈ Z, temos que n · s ∈ Ker (ϕ), pois (n · s) · 1R = s · (n · 1R ) = s · 0 = 0, o
que mostra que nZ ⊆ Ker (ϕ).
Dado k ∈ Ker (ϕ), temos que −k ∈ Ker (ϕ), assim, podemos supor que existe
k ∈ Ker (ϕ) com k > 0, o que implica que k ∈ T .
Como n = min T , temos que k ≥ n. Logo, k = rn + s, para algum r, s ∈ Z, com
0 ≤ s < n. Assim, 0 = k·1R = (rn+s)·1R = (rn)·1R +s·1R = r·(n·1R )+s·1R = s·1R ,
e 0 ≤ s < min T , o que implica que s = 0. Portanto k = rn ∈ nZ, o que mostra
que Ker (ϕ) ⊆ nZ.
Então Ker (ϕ) = nZ e, neste caso, R contém um subanel A ∼
= Z/Ker (ϕ) =
Z/nZ ∼
= Zn .
Car (R) = n ⇒ n·a = 0, para todo a ∈ R, pois n·a = n·(1R ·a) = (n·1R )·a =
0 · a = 0.
25
Exemplo 38 Car (Z) = 0 .
Car (Zn ) = n
Car (M2 (Z)) = 0
Car (Z4 × Z8 ) = 8
Car (Z4 × Z6 ) = 12 (mmc (4,6)=12)
(i) p Z 6= Z.
26
(ii) Se I é um ideal de Z tal que p Z ⊆ I ⊆ Z, então, como I é um ideal de Z,
temos que existe n ∈ Z tal que I = nZ. Logo, p Z ⊆ nZ ⇒ p ∈ nZ ⇒ p = α·n,
para algum α ∈ Z. Desde que p é primo, temos que n = 1 ou n = p.
Se n = 1 ⇒ nZ = Z
I = Z ou I = p Z,
Se n = p ⇒ nZ = p Z
27
!
a b
Se x ∈ I, então x = , com a ∈ I11 = t Z. Logo a = t a0 , para algum
c d
a0 ∈ Z.
Mais ainda,
! !
0 1 c d
·x= ∈ I ⇒ c = t c0 , para algum c0 ∈ Z;
0 0 0 0
! ! !
a b 0 0 b 0
· = ∈ I ⇒ b = t b0 , para algum b0 ∈ Z;
c d 1 0 d 0
! ! !
c d 0 0 d 0
· = ∈ I ⇒ d = t d0 , para algum d0 ∈ Z.
0 0 1 0 0 0
!
ta0 tb0
Assim, x = ∈ M2 (t Z) .
tc0 td0
No próximo teorema usaremos resultados sobre ideais que deixaremos como ex-
ercı́cio
(i) M é maximal.
28
Dem.: (i) ⇒ (ii). Seja I/M um ideal de R/M . Então I é um ideal de R e M ⊆
I ⊆ R. Desde que M é maximal, temos que I = M ou I = R. Consequentemente,
I/M = M/M ou I/M = R/M , ou seja I/M é trivial, o que mostra (ii).
Dem.: (⇐) Como um corpo não tem ideais não triviais, temos que se R/M é
corpo, então de (ii) ⇔ (i), temos que M é maximal.
(⇒) Se R é comutativo com 1 e M é um ideal maximal de R, então R/M é um
anel comutativo com 1R/M = 1R + M .
Agora, dado a + M 6= M em R/M , temos que a 6∈ M e, de (i) ⇔ (iii), obtemos
(a) + M = R. Logo, existem b ∈ R e m ∈ M tais que 1 = ab + m. O que implica
que 1 + M = (ab + m) + M = (ab + M ) + (m + M ) = (ab + M ) = (a + M ) · (b + M ).
Como R/M é comutativo, temos que (a + M )−1 = (b + M ) ∈ R/M , o que mostra
que R/M é corpo.
Definição 12 Um anel R que não admite ideais (bilaterais) não triviais é dito ser
um anel simples.
29
Dem.: Imediata.
Dem.: Sejam eij , com i, j = 1, . . . , n, as matrizes unitárias elementares, isto é, para
cada i, j = 1, . . . , n, eij é a matriz que possui 1R na posição ij e zero nas demais
P
posições. Cada elemento de Mn (R) é da forma (aij ) = i,j aij eij , com aij ∈ R.
Seja A um ideal de Mn (R).
P
Considere I = {a11 ∈ R; ij aij eij ∈ A}.
(i) A ⊆ Mn (I)
P
Seja x ∈ A, x = ij aij eij . Queremos mostrar que ask ∈ I, para cada
s, k = 1, . . . , n.
P P
Observe que e1s · x · ek1 = ij aij · (e1s · eij · ek1 ) = j asj e1j ek1 = ask e11 ∈ A,
o que implica que ask ∈ A. Portanto A ⊆ Mn (I).
(ii) Mn (I) ⊆ A
P
Se y = i,j bij eij ∈ Mn (I), então bij ∈ I, para todo i, j = 1, . . . , n. Assim,
P
para cada i, j = 1, . . . , n, existe uma matriz αij = aks eks ∈ A, tal que a11 =
P
bij . Então, ei1 αij e1j = aks ei1 eks e1j = a11 eij ∈ A. Consequentemente,
30
P
bij eij ∈ A para cada i, j = 1, . . . , n, o que mostra que y = bij eij ∈ A.
Portanto A = Mn (I).
Outra classe de ideais, que contém a classe dos ideais maximais de um anel, é a
classe dos ideais primos.
31
Dem.: (⇒) Se R é comutativo com 1, então R/I é comutativo com 1.
Desde que I é primo, temos que I 6= R e, consequentemente, 1 + I 6= I, ou
seja, 1 6= 0 no anel R/I.
Se a, b ∈ R são tais que (a + I) · (b + I) = I, então ab + I = I. Logo, ab ∈ I e
desde que I é primo, temos que a ∈ I ou b ∈ I. Assim, a + I = I ou b + I = I, o
que mostra que R/I é um domı́nio.
(⇐) Se R/I é domı́nio, então R/I tem 1, o que implica que I 6= R.
Se a, b ∈ R são tais que ab ∈ I, então I = ab + I = (a + I)(b + I) em R/I. Como
R/I é domı́nio, temos que a + I = I ou b + I = I, o que implica que a ∈ I ou b ∈ I,
ou seja I é um ideal primo de R.
32
8 Exercı́cios
√ √
1. (a) Mostre que Z[ 2] = {a + b 2; a, b ∈ Z} é um subanel de R.
√
(b) Se a + b 2 é uma unidade com mdc (a, b) = 1, então a2 − 2b2 = ±1.
√
(c) Encontre (Z[ 2])∗ .
33
10. Seja φ : R → S um homomorfismo de anéis. Mostre que:
(a) Se I é um ideal de R, então φ(I) é um ideal de φ(R).
(b) É φ(I) um ideal de S? Justifique.
(c) Se φ é sobrejetor e J é um ideal de S, então φ−1 (J) é um ideal de R que
contém Ker(φ).
12. Mostre que o ideal de M2 (R) gerado por qualquer matriz não nula é o anel
todo.
14. Sejam a, b números inteiros primos entre si. Mostre que aZ ∩ bZ = abZ e
aZ + bZ = (1) = Z.
15. Use o Teorema Fundamental do Isomorfismo para Anéis, para mostrar que:
(a) 3Z/6Z ' Z/2Z
(b) Mn (Z/kZ) ' Mn (Z)/Mn (kZ), para todo k, n inteiros positivos maiores
que 1.
34
18. (a) Para k > 1 em Z, mostre que o anel Z/kZ não tem divisores de zero se, e
somente se k é primo.
(b) Mostre que M2 (Z)/M2 (kZ) tem divisores de zero para cada k > 1 em Z.
(c) É verdade que se R tem divisores de zero, então R/I tem divisores de zero
para cada ideal I 6= R? Justifique.
19. Seja I = (x2 + 1) o ideal principal do anel R = Z[x]. Mostre que R/I é
isomorfo ao anel dos inteiros de Gauss. É I maximal? Justifique.
20. Para um inteiro n > 1, mostre que, se I é um ideal maximal de Mn (Z), então
I = Mn (pZ), onde p é um número primo.
35
9 Corpo Quociente
O objetivo desta seção é mostrar que todo dominio pode ser imerso em um corpo e,
que existe um único menor corpo com esta propriedade.
(i) ∼ é reflexiva, pois para todo (a, b) ∈ S, desde que D é comutativo, temos que
ab = ba e, assim, (a, b) ∼ (a, b).
(iii) ∼ é transitiva, pois se (a, b), (c, d) e (e, f ) ∈ S são tais que
(a, b) ∼ (c, d) e (c, d) ∼ (e, f ) ⇒ ad = bc e cf = de ⇒ (ad)f = (bc)f
e (cf )b = (de)b ⇒ (af )d = (be)d. Como D é domı́nio e d 6= 0, temos que
af = bc ⇒ (a, b) ∼ (e, f ).
a c
= ⇔ ad = bc.
b d
36
Lembremos também que (a, b) = (c, d) ⇔ (a, b) ∼ (a, b).
na o
Assim, F = ; a ∈ D, b ∈ D − {0} é o nosso candidato a corpo procurado.
b
O nosso próximo passo é definirmos uma estrutura de corpo em F .
Definimos em F , duas operações binarias, ⊕ e , por:
a c (ad + bc)
⊕ = ,
b d bd
a c ac
= ,
b d bd
a c
para todo , ∈ F.
b d
Dem.: Mostraremos somente que ⊕ está bem definida, ficando a outra parte para
o leitor.
a e c s
Se = e = em F , então af = be e ct = ds em D. Queremos
b f d t
mostrar que
a c e s
⊕ = ⊕ ,
b d f t
ou seja, que (f t)(ad + bc) = (bd)(et + f s) em D.
Usando as propriedades do anel D temos, (f t)(ad + bc) = (af )td + (ct)bf =
(be)td + (ds)bf = bd(et + f s), como querı́amos.
Mostremos agora que, as operações definidas acima dão uma estrutura de corpo
em F .
Dem.: Fica como exercı́cio mostrar que as operações ⊕ e são associativas, co-
mutativas e distributivas.
Mostremos que:
37
(i) Existe o elemento neutro para ⊕.
0 a a 0 a·1+b·0 a
De fato, 0F = , pois para todo ∈ F , temos que ⊕ = = .
1 b b 1 b·1 b
(ii) Existência do oposto.
a a (−a)
Para todo ∈ F, temos que − = , pois
b b b
a (−a) ab + b(−a) 0 0
⊕ = 2
= 2 = ,
b b b b 1
desde que 0 · 1 = b2 · 0 = 0.
38
acima, é o menor corpo que contém D, donde segue que o corpo quociente de um
domı́nio é único a menos de isomorfismos.
39
10 Teorema Chinês do Resto
Como consequência de um isomorfismo de anés, obteremos o teorema Chinês do
resto.
Lembremos que:
Z ∼
Logo, pelo 1o¯ Teorema do isomorfismo para anéis temos = Im (ϕ) ⊆
ab Z
Za × Zb e #(Zab ) = ab = #(Za × Zb ), o que implica que ϕ é sobrejetora.
40
• Se (c + a Z, d + b Z) ∈ Za × Zb , então qual é o x ∈ Z tal que ϕ(x) =
(c + aZ , d + bZ)?
Observe que
x + aZ = c + aZ x ≡ c mod a x=c+a·n , n ∈Z
1 1
⇒ ⇒
x + bZ = d + bZ x ≡ d mod b x=d+b·n , n ∈Z
2 2
Corolário 8 (Teorema Chinês dos Restos) Seja {mi }ki=1 um conjunto de k in-
teiros primos entre si 2 a 2, ou seja, mdc (mi , mj ) = 1, para todo i 6= j. Então o
sistema de congruências lineares:
x ≡ a1 mod m1
..
.
x ≡ a mod m
k k
41
Solução - o problema pode ser equacionado pelo seguinte sistema de congruências
lineares:
a ≡ 0 mod 2
a ≡ 2 mod 3
a ≡ 2 mod 4
a ≡ 2 mod 5
42
fase temos 6 bandidos e uma sobra de 5 ovos, ou seja, temos x ≡ 5 mod 6. Assim,
queremos a solução do sistema de congruências
x ≡ 3 mod 17
x ≡ 4 mod 11
x ≡ 5 mod 6
⇒ 37 + 187n2 ≡ 5 mod 6
⇒ 1 + n2 ≡ 5 mod 6
⇒ n2 ≡ 4 mod 6,
43
11 Domı́nios de Ideais Principais
Definição 14 Sejam R um domı́nio e a, b ∈ R. Dizemos que a divide b, ou que a
é um divisor de b, e escrevemos a | b se existe x ∈ R tal que b = a x. Caso contrário,
escrevemos a - b e dizemos que a não é um divisor de b, ou que a não divide b.
Dizemos que a e b são associados ou que a é associado de b se existe u ∈ R∗ , tal
que a = bu e neste caso, escrevemos a ∼ b.
R∗ = {a ∈ R; a | 1} = {a ∈ R; a ∼ 1}.
44
Se b = 0, então a = b · y = 0 e a ∼ b.
Se b 6= 0, como R é um domı́nio, temos 1 = x · y, ou seja, x, y ∈ R∗ e a = b · y.
Logo a ∼ b.
(6) Se a | b e b | c, então b = a · x e c = b · y, com x, y ∈ R. Então c = a · x · y,
com x · y ∈ R, o que implica que a | c.
45
Se p | b, então b = p · x , com x ∈ Z. Logo p = a · x · p e, como p 6= 0 e
Z é um domı́nio, temos que a · x = 1, ou seja a ∈ Z∗ , mostrando assim que p é
irredutı́vel.
√ √
Exemplo 47 Seja R = {a + b −5; tal que a, b ∈ Z} = Z[ −5 ], com + e ·
induzidas pelas oporações usuais de C. R é um anel comutativo com 1 e portanto
um domı́nio, pois está contido num corpo. Vamos mostrar que 3 ∈ R é um elemento
irredutı́vel e não é primo.
√ √ √
Para tanto definimos N : R → N por N (a + b −5) = (a + b −5)(a − b −5) =
a2 + 5b2 , para todo a, b ∈ Z. Desde que N é a restrição da norma de um número
complexo, temos que N (x) · N (y) = N (x · y), para todo x, y ∈ R.
√
Mais ainda, R∗ = {a + b −5; a2 + 5b2 = 1}. De fato, se x ∈ R∗ , então existe
y ∈ R tal que x · y = 1, o que implica que N (x) · N (y) = 1 = N (1). Logo N (x) = 1,
mostrando assim que R∗ ⊆ {x ∈ R; N (x) = 1}.
Se x ∈ R é tal que N (x) = 1, então x · x = 1. Logo x = x−1 . Portanto
R∗ = {x ∈ R; N (x) = 1}.
√ √
Mostremos que 3 ∈ R não é primo. Observe que 9 = 3·3 = (2+ −5)·(2− −5)
46
√ √ √ √
e 3 | (2 + −5) · (2 − −5) com 3 - (2 + −5) e 3 - (2 − −5) . Portanto 3 não
é primo.
Dem.: (i) a | b se, e somente se exiate c ∈ R tal que b = c·a ⇔ b ∈ (a) ⇔ (b) ⊆ (a);
(ii) a ∼ b ⇔ a | b e b | a ⇔ (b) ⊆ (a) e (a) ⊆ (b) ⇔ (a) = (b);
(iii) a é um divisor próprio de b ⇔ a | b , a 6∈ R∗ e a 6∼ b ⇔ (a) 6= R e (a) 6= (b)
e (b) 6⊆ (a);
(iv) a ∈ R∗ ⇔ a ∼ 1 ⇔ (a) = (1) = R .
47
Se a ∈ R é tal que a | q, então, pelo lema do dicionário temos que (q) ⊆ (a) ⊆ R.
Como (q) é maximal, temos que (a) = (q) ou (a) = R. Novamente do lema do
dicionário obtemos a ∼ q ou a ∈ R∗ , o que mostra que q é irredutı́vel.
48
Reciprocamente, se (p) é um ideal primo não nulo de R, então (p) 6= (0) e
(p) 6= R. Logo p 6= 0 e p 6∈ R∗ . Se p | a · b, então a · b ∈ (p). Como (p) é um ideal
primo, temos que a ∈ (p) ou b ∈ (p), o que implica que p | a ou p | b . Portanto
p é um elemento primo de R.
49
Dem.: Basta mostrar que I = {a · x + b · y; x, y ∈ R} é um ideal de R e que se
I = (d), então d = mdc (a, b).
Exemplo 48 Seja R = 2 Z, que não é um DIP pois R não tem 1. Neste anel não
existe mdc (2, 4), pois se existisse mdc (2, 4) então este seria o 2, mas 2 - 2 em R .
Para finalizar essa seção, daremos um exemplo de um domı́nio que não é DIP .
50
12 Domı́nio de Fatoração Única
Definição 18 Sejam R um domı́nio a ∈ R , a 6= 0 , a 6∈ R∗ . Duas fatorações
a = p1 p2 . . . pr = q1 q2 . . . qs , onde pi ’s e os qi ’s são elementos irredutı́veis de R , são
ditas fatorações equivalentes de a se r = s e existe σ e Sr tal que para cada
i = 1, . . . , r, pi ∼ qσ(i) .
(Sr = {permutações de {1, 2, . . . , r} })
√ √ √
Exemplo 50 Em Z [ −5 ], 9 = 3 · 3 = (2 + −5 ) · (2 − −5 ) são duas fatorações
√
não equivalentes de 9. Portanto Z [ −5 ] não é um DF U .
51
∞
[
Dem.: Seja I = Ii . Verifique que I é um ideal de R. Como R é um DIP ,
i=1
temos que existe d ∈ R tal que I = (d).
∞
[
Como d ∈ I = Ii , temos que existe n > 0 tal que d ∈ In . Logo (d) ⊆ In , o
i=1
que implica que In ⊆ I = (d) ⊆ In , ou seja I = In . Assim, para todo i > 0, temos
In ⊆ In+i ⊆ I = In , o que mostra que In = In+i .
52
Suponhamos que o resultado vale para r − 1, ou seja, se p1 . . . pr−1 = q1 . . . qt ,
então estas fatorações são equivalentes.
Como a = p1 . . . pr = q1 . . . qs , temos que pr | a = q1 . . . qs . Mas R é um DIP ,
o que implica que pr é um elemento primo de R. Consequentemente pr | qj para
algum j = 1, . . . , s .
Renomeando, se necessário, podemos supor j = s . Assim, pr | qs e, como qs
irredutı́vel, temos que pr ∼ qs , ou seja, qs = u · pr , para algum u ∈ R∗ . Logo a =
p1 . . . pr−1 · pr = q1 . . . qs−1 · (u · pr ) e, como R é um domı́nio, temos que p1 . . . pr−1 =
q1 . . . (u · qs−1 ).
Então, por hipótese de indução, r − 1 = s − 1, o que implica que r = s e
existe σ ∈ Sr−1 tal que pi ∼ qσ(i) , o que mostra a unicidade da fatoração, pois se
pi ∼ u · qs−1 , , como u · qs−1 ∼ qs ⇒ pi ∼ qs e pr ∼ qs .
Não vale a volta do teorema acima, ou seja nem todo DF U é DIP . Por exemplo,
já vimos que Z[x] não é um DIP , e veremos que é DF U , ou seja veremos que se R
é um DF U , então R[x] também o é.
Como consequência imediata deste teorema temos
53
a = pα1 1 · pα2 2 · · · pαr r
b = pβ1 1 · pβ2 2 · · · pβr r .
Agora é fácil verificar que d = pγ11 · pγ22 · · · pγr r , onde γi = max{αi , βi }, é um m.d.c.
de a e b.
54
13 Domı́nios Euclidianos
Nesta seção estudaremos outra classe de anéis contida na classe dos DF U .
55
Teorema 32 O anel dos inteiros de Gauss, Z[i] é um domı́nio euclideano.
Dem.: Desde que Z[i] ⊆ C e C é corpo, temos que Z[i] é um domı́nio. Vamos
mostrar que a norma induzida pela norma dos números complexos é uma norma
euclideana, ou seja, N : Z[i] → N, definida por N (a + bi) = a2 + b2 , para todo
a, b ∈ Z, é uma norma euclideana.
(i) Se x, y ∈ R = Z[i] e x | y, então y = x·z para algum z ∈ R e N (y) = N (x)·N (z),
o que implica que N (x) ≤ N (y).
(ii) Dados x, y ∈ R com x 6= 0, temos que mostrar que existem q, r ∈ Z[i] tais que
y = q · x + r, com r = 0 ou N (r) < N (x).
Como x 6= 0, temos que x−1 ∈ C e y · x−1 = α + βi, com α, β ∈ Q . Então
1 1
existem α0 , β0 ∈ Z tais que |α − α0 | ≤ e |β − β0 | ≤ .
2 2
Assim,
y = (α + βi) · x = [(α − α0 ) + (β − β0 )i + α0 + β0 i] · x =
= (α0 + β0 i) · x + [(α − α0 ) + (β − β0 )i] · x,
√
Exemplo 52 O anel R = Z −5 não é um domı́nio euclideano com a norma
√
induzida pela norma dos números complexos N (a + b −5) = a2 + 5b2 , para todo
a, b ∈ Z, pois já vimos que R não é um DF U . Isso implica que nao vale o algoritmo
de Euclides para elementos de R.
56
14 Exercı́cios
1. Mostre que se D e D0 são domı́nios isomorfos, então seus corpos de frações
também são isomorfos.
2. Mostre que se R é um anel com divisores de zero, então R não pode ser imerso
em um corpo, ou seja não existe um homomorfismo de anéis injetor de R em
um corpo.
(a, b) ∼ (c, d) ⇔ a + d = b + d
é um isomorfismo de anéis.
57
6. Mostre que se mdc (a, b) = 1 e as + bt = 1, então a congruência linear
ax ≡ c mod b é equivalente à x ≡ sc mod b.
3x ≡ 1 mod 5
2x ≡ 3 mod 4
(c) 2x ≡ 3 mod 7 (d) x ≡ 3 mod 5
x ≡ 3 mod 4
x ≡ 5 mod 7
58
11. Seja R um domı́nio. Para a, b, c ∈ R, responda juntificando sua resposta.
(a) Se a divide b e a divide c, entao a divide b + c??
(b) Se a divide b + c, então a divide b e a divide c??
(c) Se a e b são unidades, então eles são associados??
(d) Se a divide bc, a divide b e a divide c, então a não é irredutı́vel ??
− 3,
(c) a = 2x b = −4x
+ 6, R
= Z[x].
0 −1 1 2
(d) a = , b = , R = M2 (Q).
1 −1 1 0
0 −1 1 2
(e) a = , b = , R = M2 (Z).
1 −1 3 0
4 3 13 16
(f) a = , b = , R = M2 (Z5 ).
2 6 4 12
59
20. É a imagem homomórfica de um DIP um DIP ???
27. Seja I um ideal não nulo de Z[i]. Mostre que Z[i]/I é um anel finito.
√
28. Mostre que Z[ −2] é um domı́nio euclideano com respeito a norma
√
N (a + b −2) = a2 + 2b2 , para todo a, b ∈ Z.
60
15 Anéis de Polinômios
Seja R um anel comutativo. Escrevemos (ai )i≥0 para indicar uma sequência
infinita de elementos de R, ou seja (ai )i≥0 = (a0 , ai , a2 , . . .) com ai ∈ R .
Seja R[x] o conjunto de todas as sequências (ai )i≥0 tais que ai = 0 quase sempre,
isto é, ai = 0 à menos de um número finito de ı́ndices. Daı́
R[x] = { (ai )i≥0 ; ai ∈ R e ai = 0 quase sempre } .
Toda sequência (ai )i≥0 pode ser vista como uma função f : N → R, onde f (i) =
ai , para todo i ∈ N. Da igualdade de funções, temos que (ai )i≥0 = (bi )i≥0 se, e
somente se ai = bi , para todo i = 0, 1, . . ..
Em R[x] definimos duas operações + e · por:
(ai )i≥0 + (bi )i≥0 = (ai + bi )i≥0
X
(ai )i≥0 · (bi )i≥0 = (ci )i≥0 , onde, para cada i ≥ 0, ci = ar · b s .
r+s=i
r,s≥0
Proposição 6 (R[x], +, ·) é um anel comutativo, onde −(ai )i≥0 = (−ai )i≥0 , chamado
o anel de polinômios em uma variável com coeficientes no anel R .
Dem.: Exercı́cio.
61
Observe que
(0, a1 , 0, . . .) · (0, b1 , 0, . . .) = (0, 0, a1 · b1 , 0, . . .), para todo a1 , b1 ∈ R
(0, a1 , 0, . . .) · (0, 0, b2 , 0, . . .) = (0, 0, 0, a1 · b2 , 0, . . .), para todo a1 , b2 ∈ R
..
.
(0, . . . , 0, ai , 0, . . .) · (0, . . . , 0, bj , 0, . . .) = (0, . . . , 0, ai · bj , 0, . . .), para todo ai , bj ∈ R
Como ai = 0 quase sempre, temos que existe n ≥ 0, tal que ai = 0, para todo
n
X
i > n. Assim (ai )i≥0 = ai xi = a0 + a1 x + . . . + an xn , obtendo a identificação de
i=0
R[x] com {a0 + a1 x + · · · + an xn , n ≥ 0, ai ∈ R}, como querı́amos.
62
Com as identificações acima, temos que
Dem.: Se f = a0 + a1 x + · · · + an xn , com an 6= 0, e g = b0 + b1 x + · · · + bm xm ,
com bm 6= 0 e n ≤ m, temos
63
que f ∈ R∗ , o que mostra que R[x]∗ ⊆ R∗ . A outra inclusão é imediata, portanto
R[x]∗ = R∗ 6= R[x] − {0} .
64
Dem.: Segue imediatamente do teorema anterior e de propriedades da função
grau.
Exemplo 53 Sabemos que Z[x] não é um domı́nio euclideano, pois não é um DIP .
Logo a função grau não satisfaz o item (ii) da definição de norma euclideana. Por
exemplo os elementos f = x2 + x, g(x) = 2x de Z[x] são tais que não existem
q, r ∈ Z[x], com f = q · g + r e r = 0 ou ∂(r) = 0.
65
Teorema 36 (Teorema do Fator) Sejam R um domı́nio e f (x) ∈ R[x]. Dado
a ∈ R, temos que a é uma raiz de f (x) se, e somente se (x − a) é um fator de f (x).
Dem.: Dividindo f (x) por (x − a), do teorema do resto, temos que existe q ∈ R[x]
tal que f (x) = q(x) · (x − a) + f (a). Assim, a é uma raiz de f se, e somente se
f (a) = 0 e, isso ocorre se, e somente se (x − a) | f (x).
66
Exemplo 55 A hipótese de R ser um domı́nio é excencial, pois para R = Z6 , temos
que f (x) = x2 − x ∈ Z6 [x] é tal que f (0) = f (1) = f (3) = f (4) = 0, ou seja, f tem
mais que n = 2 raı́zes.
67
P
todo i, j. Logo p | k=i+j ai · bj , para todo k. Assim, p | c(h) = 1, o que contradiz
o fato de h ser primitivo. Logo, f e g são primitivos.
68
Lema 11 Sejam R um DF U , K seu corpo de frações e p(x) ∈ R[x] primitivo.
Então p(x) é irredutı́vel em R[x] se, e somente se p(x) é irredutı́vel em K[x].
Dem.: Se p(x) é redutı́vel em R[x], desde que p é primitivo, temos que p(x) =
f1 (x) · f2 (x), com 0 < ∂(f1 ) < ∂(p) e 0 < ∂(f2 ) < ∂(p), o que implica que p(x) é
redutı́vel em K[x].
Reciprocamente, se p(x) é redutı́vel em K[x], então p(x) = f (x) · g(x), onde
f, g ∈ K[x], com ∂(f ) > 0 e ∂(g) > 0.
n m
X ai i
X cj
Escrevemos f (x) = x e g(x) = xj , com ai , bi , cj , dj ∈ R.
i=0
bi j=0
dj
Xn
Se b = b0 · b1 · · · bn e d = d0 · d1 · · · dm , então b · f (x) = a0i xi = f1 (x) ∈ R[x] e
i=0
d · g(x) = g1 (x) ∈ R[x].
Do último lema temos que existem a, c ∈ R e f2 , g2 ∈ R[x] primitivos tais que
b · d · p(x) = f1 (x) · g1 (x) = a · f2 (x) · c · g2 (x). Do Lema de Gauss e da unicidade da
decomposição do último lema, temos que b · d ∼ a · c e p(x) ∼ f2 (x) · g2 (x). Logo
existe u ∈ R∗ tal que p(x) = (u · f2 (x)) · g2 (x), o que mostra que p é redutı́vel em
R[x].
Dem.: Seja f ∈ R[x] uma não unidade. Do teorema anterior, é suficiente mostrar-
mos a unicidade da fatoração. Se ∂(f ) = 0, então f = a ∈ R e a fatoração em
iredutı́veis é única pois R é um DF U .
Se ∂(f ) ≥ 1, então f = a · p(x), com a ∈ R e p(x) primitivo. Desde que R é um
DF U , é suficiente mostrarmos a unicidade da fatoração de p(x).
Seja K o corpo de frações do domı́nio R. Desde que p(x) ∈ K[x] e K[x]
é um DF U , temos que existem únicos f1 (x), . . . , fm (x) ∈ K[x] tais que p(x) =
qi (x)
f1 (x) · · · fm (x). Cada fi = , com bi ∈ R e qi ∈ R[x] e cada q1 (x) = ai · pi (x),
bi
com ai ∈ R e pi (x) ∈ R[x] primitivo.
69
a1 · · · am
Assim, p(x) = · p1 (x) · · · pm (x). Calculando o conteúdo em ambos os
b1 · · · bm
lados e usando o lema de Gauss, obtemos que b1 · · · bm = u · (a1 · · · am ), para algum
u ∈ R∗ . Consequentemente, p(x) = u−1 · p1 (x) · · · pm (x), onde os pi ’s são únicos a
menos de associados.
70
16 Critérios de Irredutibilidade
Nosso próximo passo é apresentarmos alguns resultados que nos auxiliam a de-
terminar se um dado polinômio é ou não irredutı́vel sobre um DF U . Todos os resul-
tados apresentados sobre Z e/ou Q valem, com demonstrações análogas, também
sobre um DF U R e/ou seu corpo de frações K.
71
Para polinômios de grau ≤ 3, temos o seguinte critério de irredutibilidade que
pode ser útil em muitos casos.
Dem.: Desde que f é primitivo, temos que f é redutı́vel se, e somente se f (x) =
g(x) · h(x), com g, h ∈ Z[x] com ∂(g) > 1 e ∂(h) > 1. Como ∂(g · h) = ∂(g) + ∂(h),
temos que ∂(g) = 1 ou ∂(h) = 1, e o resultado segue.
72
Exemplo 60 Verifique se f (x) = x4 + 10x3 − 25x2 + 15x + 30 é irredutı́vel
sobre Q.
Aplicando o critério de Eisenstein para p = 5, obtemos que f é irredutı́vel
sobre Q.
73
Exemplo 63 Sejam R = Z[i] e f (x) = (1−i)x3 +(3+6i)x2 +(2−i)x−1+3i ∈ R[x].
Decida se f é irredutı́vel sobre Q(i).
Para p = 1 + 2i, temos que N (p) = 5 que é um número primo de Z e, como
R é um DF U , temos que p é um elemento primo de R. Mais ainda p - (1 − i),
pois se (1 − i) = p · x, então 2 = N (1 − i) = 5 · N (x), o que é uma contradição;
p | 3 + 6i = 3 · p; p | (2 − i) = i · p; p | (−1 + 3i) = (1 + i) · p e p2 - (−1 + 3i).
Portanto f é irredutı́vel pelo Critério de Eisenstein.
74
17 Extensões de Corpos
Definição 25 Se um subanel E de um corpo F é um corpo, então E é dito ser
um subcorpo de F ou F é uma extensão do corpo E . Mais geralmente, dizemos
que o corpo F é uma extensão do corpo E se F contém um subcorpo isomorfo a
E, ou seja , se existe um homomorfismo injetor de anéis ϕ : E → F . Neste caso,
usaremos a notação F ⊇ E.
75
Lema 12 Sejam F um corpo, S ⊆ F um subconjunto com 1F ∈ S . Se R é o
subanel de F gerado por S , então R é um domı́nio e K , o subcorpo de F gerado
por S , é o corpo de frações de R .
76
ideal primo de Z, o que implica que Ker (ϕ) = {0} ou Ker ϕ = p Z para algum
número primo p.
(iii) Se Ker (ϕ) = {0}, então ϕ é injetor e Z ∼
= Z/Ker (ϕ) ∼
= Im (ϕ) = Z · 1F . E, o
subcorpo de F gerado por 1F é o corpo de frações de Z · 1F que é isomorfo ao corpo
de frações de Z, que é Q.
(iv) Se Ker (ϕ) = p Z, com p um número primo de Z, então Z · 1F = Im (ϕ) ∼ =
Z/Ker (ϕ) = Z/p Z ∼
= Zp , que é corpo e portanto igual ao seu corpo de frações.
77
Exemplo 67 Para os corpos canônicos temos Car (Q) = 0; Car (C) = 0 e
Car (R) = 0.
√ √
Para o corpo Q[ 2] temos Car (Q[ 2]) = 0. Mais geralmente, se F é uma
extensão do corpo dos números racionais Q, então Car (F ) = 0. Por exemplo, se
f (x)
Q(x) = ; f, g ∈ Q[x] e g 6= 0 ,
g(x)
+ 0 1 α 1+α · 0 1 α 1+α
0 0 1 α 1+α 0 0 0 0 0
1 1 0 1+α α 1 0 1 α 1+α
α α 1+α 0 1 α 0 α 1+α 1
1+α 1+α α 1 0 1+α 0 1+α 1 α
78
18 Elementos Algébricos e Transcendentes
Sejam K ⊇ F uma extensão de corpos e α ∈ K. Escrevemos F (α) para denotar o
subcorpo de K gerado por F e α, ou seja, F (α) é o menor subcorpo de K que contém
F e α. Claramente F (α) ⊇ F é uma extensão de corpos, dita ser uma extensão
simples de F por α e, é dita ser obtida de F pela adjunção do elemento α .
Dem.: Imediata.
79
Teorema 45 Sejam K ⊇ F uma extensão de corpos e α ∈ K. São equivalentes
(i) α é algébrico sobre F ;
(ii) Ker (ϕα ) = p(x) · F [x] = (p(x)) para algum polinômio irredutı́vel p ∈ F [x];
(iii) Im (ϕα ) = F [α] = {f (α); f (x) ∈ F [x]} é um corpo e portanto igual ao seu
corpo de frações F (α).
F [x] ∼
Dem.: Se α é algébrico sobre F , então Ker (ϕα ) 6= {0} e = Im (ϕα ) ⊆
Ker (ϕα )
F [x]
K. Desde que K é corpo, temos que é um domı́nio, o que implica que
Ker (ϕα )
Ker (ϕα ) é um ideal primo não nulo de F [x]. Como F [x] é um DIP , temos que
Ker (ϕα ) é gerado por um elemento irredutı́vel de F [x], ou seja Ker (ϕα ) = (p(x)),
com p(x) irredutı́vel sobre F . Com isso mostramos que (i) ⇒ (ii).
Para mostrarmos que (ii) ⇒ (iii), suponhamos que Ker (ϕα ) = (p(x)) onde p(x)
é irredutı́vel em F [x]. Desde que em um DIP todo ideal gerado por um elemento
irredutı́vel é primo e, que todo ideal primo não nulo é maximal, temos que Ker (ϕα )
F [x] ∼
é um ideal maximal de F [x]. Assim, = Im (ϕα ) é um corpo, o que implica
Ker (ϕα )
que Im (ϕα ) = F [α] é um corpo. Logo, seu corpo de frações F (α) é igual a F [α].
Dem.: Imediata.
80
Definição 30 Um polinômio com coeficiente dominante igual a 1 é dito ser um
polinômio mônico.
Dem.: Se α é algébrico sobre F , então de teorema anterior, temos que Ker (ϕα ) =
(p(x)), com p(x) irredutı́vel sobre F tal que p(α) = 0. Seja q(x) o único polinômio
mônico associado a p(x). Então q(x) também é irredutı́vel e pelo teorema do di-
cionário, temos que Ker (ϕα ) = (p(x)) = (q(x)), o que implica que q(α) = 0 .
81
Exemplo 72 Dado i ∈ C, temos min(i, R) = min(i, Q) = x2 + 1.
Mais ainda, Q(i) = {a + bi ; a, b ∈ Q} e R(i) = {a + bi ; a, b ∈ R} = C.
R[x] ∼
Temos também 2 = Im (ϕα ) = C.
(x + 1)
F [x]
Dem.: Sejam E = , que é um corpo e π : F [x] → E a projeção canônica, ou
(p(x))
seja, π(f (x)) = f (x) + (p(x)), para todo f (x) ∈ F [x].
Para σ = π |F : F → E, temos que σ é um homomorfismo injetor, pois se
σ(a) = 0, então a + (p(x)) = (p(x)), o que implica que a ∈ (p(x)), ou seja a = 0.
Logo Ker (σ) = {0}.
n
X
Desde que p ∈ (p(x)), temos que π(p) = 0 ∈ E . Logo 0 = π(p) = π(ai ) ·
i=0
n
X
(π(x))i = σ(ai ) · (π(x))i = σ(p)(π(x)), ou seja, α = π(x) ∈ E é uma raiz de
i=0
σ(p) .
F [x]
E = = π(F [x]) = {π(f (x)); f (x) ∈ F [x]} = {σ(f )(π(x)); f ∈ F [x]} =
(p(x))
82
Exemplo 73 Para F = Z2 e p(x) = x2 + x + 1 ∈ Z2 [x], temos que
Z2 [x]
E = = σ(Z2 )(α) , onde α2 + α + 1 = 0 que é identificado com
(x2
+ x + 1)
Z2 (α) = {a + bα; a, b ∈ Z2 } = {0, 1, α, 1 + α}, onde α2 + α + 1 = 0 que é o corpo
com 4 elementos do exemplo da seção anterior.
83
Definição 33 Sejam K ⊇ F uma extensão de corpos. Dizemos que K é uma ex-
tensão algébrica de F se cada elemento de K é algébrico sobre F . Caso contrário,
dizemos que K é uma extensão transcendente de F .
Observe que se K ⊇ F , então K tem a estrutura de espaço vetorial sobre F . A
dimensão de K como espaço vetorial sobre F é o grau da extensão e é denotada
por [K : F ]. Dizemos que K ⊇ F é uma extensão finita se [K : F ] < ∞. Se
[K : F ] = ∞, dizemos que K ⊇ F é uma extensão infinita.
√ √
Exemplo 75 Para a extensão Q( 2) ⊇ Q, temos que [Q( 2) : Q] = 2 =
√ √ √ √
∂(min( 2, Q)). Mais ainda, Q( 2) = {a + b 2; a, b ∈ Q} e {1, 2} é uma base de
√
Q( 2) sobre Q .
Obs: não vale a recı́proca deste teorema. Pode-se mostrar que {x ∈ R; x é algébrico
sobre Q } = Q é um corpo e [Q : Q] = ∞.
Dem.: Sabemos que F (α) = {r(α); r(x) ∈ F [x] com r = 0 ou ∂(r) < n} que
é gerado como espaço vetorial sobre F por {1, α, α2 , . . . , αn−1 }. Vamos mostrar que
este conjunto é uma base para F (α) sobre F .
84
O conjunto {1, α, . . . , αn−1 } é linearmente independente sobre F pois se
a0 + a1 α + · · · + an−1 αn−1 = 0, com ai ∈ F , então temos que f (α) = 0, onde
n−1
X
f (x) = ai xi ∈ F [x].
i=0
Se f 6= 0, então ∂(f ) ≤ n − 1 < ∂(min(α, F )) e α é raiz de f , o que é uma
contradição. Portanto, f = 0 e ai = 0, para todo i = 0, . . . , n − 1 .
Assim, ⇒ [F (α) : F ] = n, como querı́amos.
85
Desde que ω é uma raiz cúbica primitiva da unidade, temos que min(ω, Q) =
√
x2 + x + 1, que tem como raizes ω e ω 2 , que não são reais. Como K = Q( 3 2) ⊆ R,
temos que min(ω, K) = x2 + x + 1. Portanto, [K(ω) : K] = 2.
√ √
Assim, [E, Q] = E, Q( 3 2) · Q( 3 2) : Q = 2 · 3 = 6 .
√ √
Exemplo 77 Dado α = 2+ 3 ∈ R, mostre que α é algébrico sobre Q e encontre
min(α, Q).
2
√ α2 − 5 √
2
2 α −5
Desde que α = (5 + 2 6), temos que = 6. Logo = 6.
2 2
Assim, α é raiz do polinômio f (x) = x4 − 10x + 1 ∈ Q[x], o que mostra que α é
algébrico sobre Q.
Para mostrar que min(α, Q) = f (x), é suficiente mostrar que f (x) é irredutı́vel.
Sabemos que não é fácil provar que um polinômio de grau 4 é irredutı́vel, então
mostraremos que min(α, Q) = f (x), usando grau de extensão.
√ √
Seja E = Q( 2, 3). Então Q(α) ⊆ E e, consequentemente [Q(α) : Q] | [E : Q].
√ √ √ √
Agora, [E : Q] = [E : Q( 2)] · [Q( 2) : Q] = 2.2, pois 3 6∈ Q( 2).
Então [Q(al) : Q] = 1, 2 ou 4.
[Q(α) : Q] 6= 1 pois α 6∈ Q .
[Q(α) : Q] 6= 2 pois α2 6∈ Q, [Q(α) : Q(α2 )] = 2 e
86
19 Exercı́cios
1. Seja R um anel. Defina φ : R → R[x] por φ(a) = ax, para todo a ∈ R. Então
φ é um homomorfismo de anéis? Justifique.
(a) 3x2 + 6x + 6, R = Z;
(b) 2x2 + 2x + 1, R = R;
(b) x3 + 4x2 + 2x + 2, R = Z;
(c) x5 − 7, R = Z;
87
(h) x3 + (2y + 2)x + (y + 1), R = Z[y].
√
é irredutı́vel mas não é primo. É Z[ −3] um DF U ?
(d) α = e2πi/3 ; F = C.
√ √
(a) α = 2 + 3; F = Q.
√
10. Mostre que Q(i 3) = Q(e2πi/3 ).
88
14. Encontre um corpo com
15. Encontre:
√
(a) [Q( 4 2); Q].
√ √
(b) [Q( 4 2); Q( 2)].
√ √ √ √
(c) [Q( 4 2, 3); Q( 2, 3)].
√ √
(d) [Q( 2, 3); Q].
√ √
(e) [Q( 2 + 3); Q].
√ √ √ √
16. Mostre que Q( 2 + 3) = Q( 2, 3).
89