Gilbert Duran - A Imaginação Simbólica
Gilbert Duran - A Imaginação Simbólica
Gilbert Duran - A Imaginação Simbólica
A IMAGINAÇAO
SIMBÓLICA
j j r ONj^SERViços’,.
J £ £ Representações e Servl^ps,Cda.
Ommserviçosí Azinhaga cios ulmeiros, 6-A -
1600(7^8 LISBOA •_ PORTUGAL' (. i
' •’ Klsv: +(351 )?1 754 01 9-1*1 754 0374
. - “ fA . **(351)21754 03 T5 1' ; ’ ■
PERSPECTIVAS D O HOMEM
(as culturas, as sociedades)
TÍTULOS PUBLICADOS:
ISBN 972-44-0902-3
Esta obra está protegida pela lei. Não pode ser reproduzida
no todo ou em parte, qualquer que seja o modo utilizado,
incluindo fotocópia e xerocópia, sem prévia autorização do Editor.
Qualquer transgressão à lei dos Direitos do Autor será passível de
procedimento judicial.
A IMAGINAÇÃO
SIMBÓLICA
GILBERT DURAND
BIBLIOTECA '
X / " / j ,5>C|/D3
edições 70
«— E nós bradámos-lhe:
Abraão! Acreditaste no
teu sonho! Na verdade
está aí a prova evidente!»
Corão, XXXVII,
104-106
INTRODUÇÃO
O v o c a b u lá r io d o s im b o lis m o
y
«Um sinal é uma parte do mundo
físico do ser (being), um símbolo é
uma parte do mundo humano do
significado (meaning).»
\ E. CASSIRER
An Essay on Man, p. 32.
7
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
10
O VOCABULÁRIO DO SIMBOLISMO
11
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
12
O VOCABULÁRIO DO SIMBOLISMO
13
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
14
O VOCABULÁRIO DO SIMBOLISMO
(20) H. CORBIN (op. cit., p. 13) insistiu bastante neste poder de repe
tição instauradora do objecto simbólico, que compara à «interpretação» musi
cal: «O símbolo... nunca é explicado uma vez por todas, mas está sempre
por decifrar de novo, do mesmo modo que uma partitura musical nunca é
decifrada uma vez por todas, mas exige uma execução sempre nova.»
(2‘) P. GODET, op. cit., p. 106.
(22) Ver E. SOURIAU, L'ombre de Dieu, Paris, 1955, p. 167 e tam
bém pp. 133-144, 152-153, 280-282. Cf. o que FOCILLON denomina a aura
que transfigura a obra (La vie des formes, Paris, Leroux, 1934 [A Vida das
Formas, Edições 701); ver igualmente H. CORBIN, op. cit., p. 215, n.° 10,
e P. GODET, op. cit., p. 127.
(23) O ícone é definido como anamnese pelo VII Concilio Ecumênico
(787, Niceia).
(24) Para todo o Extremo-Oriente sino-japonês a beleza concreta, como
para Platão, é recondução iluminante à beleza em si e ao além inefável da
beleza. Sobre o pintor chinês Yu-Ko, foi afirmado que, quando pintava bam-
15
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
16
QUADRO 1
Os modos de conhecimento indirecto
0 signo
A alegoria 0 símbolo
(sentido estrito)
17
k
CAPÍTULO PRIMEIRO
A v itó r ia d o s ic o n o c la s ta s
o u o in v e rs o d o s p o s itiv is m o s
19
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
20
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
21
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
22
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
23
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
24
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
25
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
26
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
27
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
(24) Convém sublinhar aqui o contraste que ao longo dos séculos irá
opor o pensamento franciscano, de obediência platônica, ao pensamento
dominicano, que se tornará o bastião do tomismo. É certo que Eckhart foi
dominicano, mas um dominicano condenado pela sua ordem...
(25) E preciso assinalar que esta transfiguração do realismo se efectua
nos países do Norte da Europa menos «romanos» e onde se desenvolve a
Reforma. O realismo de Caravagio e de Ribera manter-se-á ao simples nível
do expressionismo.
(26) A poética de Aristóteles que será a bíblia da estética ocidental antes
do romantismo assenta essencialmente na noção de imitação. A imitação é
apenas a degeneração extrema da redundância: quando figura o Cristo, o
ícone bizantino repete incansavelmente a Santa Face, enquanto Grunewald
ou até Van der Weyden se limitam a copiar um modelo humano, demasi
ado humano.
28
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
29
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
30
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
31
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
32
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
(41) Ver B. MOREL, op. cit., p. 195 e segs.: «As submissões litúrgi-
cas.» Ver Olivier CLÉMENT, op. cit., p. 107, «O Cristo não é apenas o
Verbo de Deus mas a sua imagem. A encarnação é a base do ícone e o
ícone prova a Encarnação... A graça divina assenta no ícone.» Este papel
de intermediário que o ícone desempenha é simbolizado pela própria ico-
nostase que, no seu centro representa sempre a Deesis (a intercessão) figu
rada pela Virgem e S. João, os dois grandes intercessores.
(42) É por isso que, ,nos» gregos, a iconografia e a própria etimologia
da «alma» fazem desta uma filha do ar, uma filha do vento. A alma é alada
como a Vitória, e quando DELACROIX pinta a Liberdade no topo da bar
ricada, ou quando RUDE esculpe no arco do triunfo, estão a reencontrar
espontaneamente o voo da Vitória de Samotrácia.
33
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
34
A VITÓRIA DOS ICONOCLASTAS
35
L
CAPÍTULO II
A s h e rm e n ê u tic a s re d u to ra s
38
AS HERMENÊUTICAS REDUTORAS
39
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
40
AS HERMENÊUTICAS REDUTORAS
41
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
(10) Ver DALBIEZ, op. cit., II, p. 56: «A influência de Freud na psi
quiatria e na psicopatologia traduziu-se por uma verdadeira ressurreição da
crença na eficácia do psiquismo.»
42
AS HERMENÊUTICAS REDUTORAS
43
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
44
AS HERMENÊUTICAS REDUTORAS
(16> Tomamos este termo genérico não no sentido estrito mas querendo
exprimir simplesmente que o especialista em questão aborda o domínio das
«ciências sociais» em geral: sociologia propriamente dita, etnologia, antro
pologia cultural, etnografia, etc.
(17) Termo tomado ao psicanalista Baudouin e que significa «perten
cente qualitativamente à mesma espécie», remetendo para o mesmo tronco
interpretativo; prefeririamos «isotopo».
45
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
46
AS HERMENÊUTICAS REDUTORAS
47
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
48
AS HERMENÊUTICAS REDUTORAS
49
Fio da narrativa (diacronismo)
50
Sistema sincrónico de «mitemas».
irmão Polinice.
AS HERMENÊUTICAS REDUTORAS
51
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
52
CAPÍTULO III
A s h e rm e n ê u tic a s in s ta u ra d o ra s
53
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
54
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
55
JL
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
56
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
57
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
58
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
59
J
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
60
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
61
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
62
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
63
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
64
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
65
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
66
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
67
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
68
1
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
69
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
70
AS HERMENÊUTICAS INSTAURADORAS
71
CAPÍTULO IV
O s n ív e is d o s e n tid o
e a c o n v e rg ê n c ia d a s h e r m e n ê u tic a s
74
OS NÍVEIS DO SENTIDO
(3) Ver Yves DURAND, «Le test archétypal à neuf élements (A.T. 9)»,
in Cahiers Internationaux de Symbolisme, n.° 4, 1964. Estas «forças de coe
são» não são simplesmente, como nas psicanálises, psicológicas e biográfi
cas, são também sociais e reflectem a globalidade da cultura interessada.
75
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
76
OS NÍVEIS DO SENTIDO
77
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
78
OS NÍVEIS DO SENTIDO
(l2) Ver quadro seguinte, extraído da nossa obra Les structures anthro-
pologiques de Vimaginaire. Ver S. LUPASCO, Les trois matières e o impor
tantíssimo Appendice théorique do livro L ’énergie et la matière vivante, no
qual Lupasco formaliza as três lógicas que regem as três matérias.
79
QUADRO DA CLASSIFICAÇÃO
REGIMES
OU POLARIDADES DIURNO
ESQUIZOMORFAS
(ou h e ró ic a s)
DISTINGUIR
NOCTURNO
SINTÉCTICAS MÍSTICAS
(ou dram á tic a s) (o u an tifrá sic a s)
Dominante COPULATIVA, com os seus deriva Dominante DIGESTIVA com os seus adjuvantes
dos motores rítmicos e os seus adjuvantes sen- coenestésicos, térmicos e os seus derivados
soriais (cinéticos, musicais-rítmicos, etc.). tácteis, olfactivos e gustativos.
LIGAR CONFUNDIR
Avante, por vir. Atrás, passado. Profundo, calmo, quente, íntimo, escondido.
82
OS NÍVEIS DO SENTIDO
83
/
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
(22) Ver BÉART, op. cit., p. 83, Jeu des petites hutíes; ver MALI-
NOWSKI, La vie sexuelle des sauvages du N.-O. de la Mélanésie, cap. IX,
pp. 230-265, cap. III, pp. 65-82. Ver Verrier ELWIN, La maison des jeu-
nes ihez les Muria.
(23) Ver Denis de ROUGEMONT, Uamour et VOccident; sobre o
«romanesco», ver G. DURAND, Le décor mythique de la Chartreuse de
Parme. Rougemont pôs em evidência a disjunção «ocidental» entre os
«mitos» do amor, o jogo galante e a exigência das instituições matrimoni
ais; ver igualmente R. NELLI, L ’amour et les mythes du coeur.
(24) O que MALINOWSKI (op. cit., p. 130) denomina «oficina cultu
ral».
84
OS NÍVEIS DO SENTIDO
(25) Cora du BOIS, The people of Alor, LINTON, The Science o f tnan
in the world crisis.
(26) MALINOWSKI, op. cit. e La sexualité et sa répression dans les
sociétés primitives, p. 92.
(27) Matriarca: diz-se daquele que possui autoridade (o irmão da mãe)
nas sociedades matrilineares não patriarcais.
85
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
(32) KARDINER, The individual and his society, pp. 223, 320 c scgs.
Para melhor compreender por que razão, no tempo dos romanos, os burros
das mós públicas descansavam nas vestalia, é preciso saber que Vesta é a
deusa do lar (focus) e também do moinho doméstico (pistrinum); ver tam
bém DUMEZIL, Tarpeia, p. 108.
(33) Ver ZIMMER, Mythes et symboles dans l ’art et la civilisation de
Tlnde.
(34) Ruth BENEDICT, Patterns o f Culture. Este dualismo foi obser
vado por muitos antropólogos: ver P. SOROKIN, Social and cultural dyna-
mics e F. S. C. NORTHROP, The meeting of East and West; ver também
os trabalhos de Piganiol, Worringer, etc.
88
OS NÍVEIS DO SENTIDO
89
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
90
OS NÍVEIS DO SENTIDO
91
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
92
OS NÍVEIS DO SENTIDO
93
A IMAGINAÇÃO SIMBÓLICA
94
OS NÍVEIS DO SENTIDO
95
A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
96
CAPÍTULO V
C o n c lu s ã o :
a s f u n ç õ e s d a im a g in a ç ã o s im b ó lic a
(') Ver Les deux sources de la morale et de la religion, 1932, pp. 127
e 137.
(2) Ibid., p. 159.
98
C O N C L U S Ã O : A S F U N Ç Õ E S D A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
99
A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
100
C O N C L U S Ã O : A S F U N Ç Õ E S D A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
101
A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
102
C O N C L U S Ã O : AS F U N Ç Õ E S D A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
103
A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
104
C O N C L U S Ã O : A S F U N Ç Õ E S D A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
105
A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
106
CON CLU SÃO : AS F U N Ç Õ E S D A IM A G IN A Ç Ã O SIMBÓLICA
107
A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
108
C O N C L U S Ã O : AS F U N Ç Õ E S D A IM A G IN A Ç Ã O S IM B Ó L IC A
109
I
I
É
BIBLIOGRAFIA SUMÁRIA
111
ÍNDICE
Impressão e acabamento
da
CASAGRAF- Artes Gráficas, Lda.
'r para
EDIÇÕES 70, Lda.
em
Agosto de 2000
faculdade de belas artes da ul
Biblioteca
PERSPECTIVAS D O HOMEM
(as cultuKas as sociedades)
t
A IMAGINAÇAO SIMBÓLICA
«A imagem simbólica é transfiguração de uma representação concreta
através de um sentido sempre abstracto. O símbolo é, pois, uma represen
tação que faz aparecer um sentido secreto, é a epifania de um mistério.»
«O objecto da simbologia é por essência pluridimensional e refracta-se ao
longo de todo o trajecto antropológico...»
G ilbert D urand
edições 70