Uma Das Questões Mais Importantes em Interpretação
Uma Das Questões Mais Importantes em Interpretação
Uma Das Questões Mais Importantes em Interpretação
medida em que, quando se pretende comunicar algo, existe uma questao emocional
intrinseca.
Quando esse processo tem origem numa época distante cronologicamente, parte do
sentimento original pode ter se perdido ao longo dos anos.
Diferente das outras artes, a música tem uma necessidade de recriação para ser
ouvida, ao contrario de um quadro ou escultura, que pode ser apreciado por varios
seculos.
É uma arte temporal, isto é, acontece no tempo, nao no espaço.Isso infere, que a
execução fica fatalmente influenciada pelo espirito da época.
Como saber o que ia na mente do criador no momento de conceber sua obra? Como
traduzir essas intenções musicalmente?
Para uma boa execução deve-se ter em conta dois conceitos: liberdade, e fidelidade. O
equilibrio entre essas duas questoes deve levar a uma boa interpretação.
Mas até que ponto deve haver a liberdade? e a fidelidade? sendo que em um excesso
de liberdade tende-se a descaracterizar o compositor, e sendo que n é possivel
estabelecer total fidelidade
ao texto original do compositor, pois varios aspectos se levam em conta nisso, devido
principalmente a distancia cronologica, e ao fato de que inevitavelmente, ouvimos a
musica de forma diferente.
Muitas coisas na execução de bach por exemplo, n estao na partitura, mas eram
anotações desnecessárias na época.
Essa preocupação de execução histórica surge no final do século XX, após os excessos
interpretativos do romantismo, e de compositores que nao admitiam interpretação
das suas obras, apenas o que está escrito deve ser feito, nada mais.
No livro O discurso dos sons, de Harnoncourt, o autor sugere dois pontos de vista com
relação a música histórica: um que a transporta ao presente, e o outro que tenta vela
com os olhos da época em que foi concebida.
Durante muito tempo a música foi composta para o presente, para ser apreciada, e
logo após ficar “velha”. A música era composta e tornava especial uma ocasião, por ser
algo nunca ouvido, e que provavelmente não seria mais ouvido. A música dos séculos
passados era usada apenas como estudo, e não se apresentava em salas de concerto.
Quando apresentada, passava por modificações para se adequar a época.
A música, como toda arte, é ligada ao seu tempo, é expressão viva de sua época, e só é
perfeitamente compreendida por seus contemporâneos.