Teoria Geral Das Provas
Teoria Geral Das Provas
Teoria Geral Das Provas
TEMA: PROVAS
1- CONCEITO:
- Malatesta: "A prova é o meio objetivo pelo qual o espírito humano se apodera da
verdade."
- Frederico Marques : "A prova é elemento instrumental para que as partes influam na
convicção do juiz e o meio de que este se serve para averiguar sobre os fatos em que as
partes fundamentam suas alegações."
- Magalhães Noronha : Prova é tudo aquilo "que se destina a gerar no juiz a convicção
de que necessita para o seu pronunciamento."
2- OBJETO DA PROVA:
Obs1- Os "fatos notórios" porém independem de prova. São aqueles cujo conhecimento
integra a cultura normal.
Obs2- O "Direito" também não precisa ser provado, a não ser o "Direito estadual,
municipal, alienígena ou consuetudinário" a critério do juiz. ( Ver art. 337 CPC )
Ex. Num crime de sonegação fiscal de ISS, alegada alguma isenção prevista na
lei municipal regulamentadora do tributo o juiz pode exigir prova da vigência e do texto
legal.
Exs.:
- Uma testemunha alega que viu a prática do homicídio;
- O cadáver encontrado;
- A faca encontrada cravada na vítima.
a.2- Prova Indireta: Refere-se "a uma coisa diversa do delito, da qual por um esforço da
razão se passa ao delito, referindo-se assim, a este mediatamente."
Exs.:
- Testemunha que declara que viu um suspeito fugindo pouco depois de um homicídio;
- O veneno encontrado na casa de um suspeito, do mesmo tipo do utilizado para matar
alguém.
b.1- Prova Real: Quando a prova consiste em alguma "coisa", algum vestígio material.
Exs. Arma do crime; porta arrombada; lesões corporais; danos materiais, etc.
Obs. - Mirabete faz menção às chamadas "provas plenas e não plenas", mas esta
classificação é ultrapassada e remonta dos tempos em que havia o sistema das "provas
legais" com uma graduação rígida e legal dos valores das provas.
4- MEIOS DE PROVA:
a) Lei 11.343/06 ( Laudo de Exame Toxicológico )- ver art. 50, §§ 1º. E 2º..
-" A absolvição era de rigor, pois, com efeito como bem ponderou o d. procurador de
justiça, fls. 58/60, a materialidade não restou seguramente demonstrada. O atestado
juntado na fase do procedimento preparatório, provisório, assinado por médico do
Hospital Municipal Riversul , não supre a indispensabilidade do exame de corpo de
delito, tal como estatuído nos artigos 159 e 160 do mesmo código. O art. 77, par. 1º, da
Lei 9099/95 não deixa dúvidas de que 'prescindir-se-á do exame de corpo de delito
quando a materialidade estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente', mas
somente para o oferecimentos da denúncia, a fim de dar início à ação penal. A juntada
do laudo de exame de corpo de delito, subscrito por dois peritos, entretanto, requisito
indispensável e necessário à segura demonstração da materialidade, deveria ocorrer até
antes de ser proferida a sentença. A nova lei que disciplinou os Juizados Cíveis e
Criminais não revogou o art. 158 CPP. O atestado médico subscrito por um único
profissional da medicina, frustrada a transação penal, constitui-se em condição de
procedibilidade para o oferecimento da denúncia, mas por ser provisório e não conter os
requisitos dos arts. 158 e seguintes do CPP, não supre a necessidade de laudo de exame
de corpo de delito e nem autoriza a condenação." ( TACrim/SP, Ap. no 1.092.271/4,
Itaporanga, 16ª Câm. Rel. Juiz Ubiratan de Arruda, j. 23.04.98 ).
d) Limite Probatório derivado das Regras Civis: Quando as leis civis determinam um
meio de prova para certos fatos, assim também deve ser no processo penal.
Exs.:
- Art. 155, Parágrafo Único, CPP “Somente quanto ao estado das pessoas, serão
observadas as restrições à prova estabelecidas na lei civil."
Ex. - O casamento só é provado pela Certidão de Casamento ( Art. 202 CC )
- Idade é provada pela Certidão de Nascimento
- No mesmo sentido o disposto nos arts. 92 e 93 CPP quanto às questões
prejudiciais por pendência de decisões no cível.
Exs. Crime de Bigamia, Abandono Material, Agravantes, etc.
Obs. Em ambos os casos a prescrição fica também suspensa por força do disposto no
art. 116, I CP.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
Exs.:
- Prova obtida por meio de tortura ( Lei 9455/97, Lei 4898/65 e CF );
- Interceptação Telefônica ilegalmente realizada ( Lei 9296/96 - art. 10 e CF ).
- Testemunha proibida de depor que é ouvida ( art. 207 CPP e art. 154, CP ).
b) Provas Ilegítimas - São aquelas produzidas com infração formal, ou seja, de direito
adjetivo ( Código de Processo Penal ). Acarretam apenas a invalidade da prova, ou seja,
sanções meramente processuais.
5- ÔNUS DA PROVA:
Obs. – O novo artigo 156, CPP (Lei 11.690/08) amplia ainda mais a atividade
probatória do Juiz. Antes a lei só falava de sua atividade durante a instrução e antes da
sentença, agora permite até antes da ação penal (vide nova redação).