3 Aps Civil

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Questões de sucessão legítima

4. “A” e “B” são irmãos. “B” doou para “A” duas fazendas no valor de R$200.000,00
(cada) com cláusula reversiva (art. 547, CC/02). Eles sofreram um acidente
automotivo e “A” faleceu na hora. “B” não resistiu aos ferimentos e morreu a
caminho do hospital, 30 minutos depois de “A”. “A” tinha 2 filhos: “C” e “D”. “B”
tinha 1 filho: “E”. Descreva como se dará a sucessão legítima, especificando a
partilha dos bens.

RESPOSTA: Filhos do mesmo pai e mãe, que são pré-mortos a eles. Tendo falecido
anteriormente ao irmão que fez a doação com cláusula reversiva, os filhos de A não
herdam as fazendas. (Herdarão somente aquilo que já era de A e que ele deixou de
herança). O Neto E (Receberá as fazendas e mais a herança deixada pelo seu pai). O
patrimônio que havia sido doado com cláusula reversiva volta para B, já que este faleceu
depois do seu irmão A., ou seja, as fazendas irão para E, que é o herdeiro de B.

5. Juan e Rita acabaram de se casar em comunhão universal de bens e estavam indo


para a lua de mel quando o avião caiu. Como o avião caiu numa mata de difícil
acesso, o resgate somente chegou a local 24 horas após o acidente e não conseguiram
diagnosticar o momento exato do falecimento do casal. Jan, tinha como bens
particulares: um carro no valor de R$40.000,00 e uma casa, no valor de R$80.000,00
e Rita tinha apenas um trator, que havia herdado do seu tio por testamento no valor
de R$100.000,00. Rita tinha vivo o seu pai, Jose. Juan tinha vivo seus pais: Joana e
Joaquim. Descreva como se dará a sucessão legítima, especificando a partilha dos
bens.

RESPOSTA: Juan e Rita casados sob o regime de comunhão universal de bens. Juan tinha
como bens particulares R$ 120.000,00 e Rita um Trator avaliado em R$ 100.000,00 reais
dados como Testamento por seu Tio. O bem de Rita não possui clausula de
incomunicabilidade. Então o Trator é patrimônio comum (bem comum do casal). Logo,
a Herança de Juan (será dividida entre os seus pais). No caso, 50% para Joana e 50% para
Joaquim. Ou seja, R$ 120.000,00 mais R$ 50.000,00 de Rita que divide em dois, para os
pais de Juan e R$ 50.000,00 para o pai de Rita, tendo em vista que não há clausula de
incomunicabilidade no Testamento de Rita. Joana e Joaquim ficarão com R$ 85.000,00
cada e o pai de Rita com R$ 50.000,00. A comunhão é universal, mas tem as exceções do
art. 1668 do Código Civil.

6. Casado pelo regime de separação total (convencional) de bens, o de cujus deixou


seis netos, filhos de seus filhos pré-mortos (um do primeiro filho, dois do segundo
filho, três do terceiro filho), deixou viúva, seu pai e um irmão. Como será a sucessão,
se deixou um patrimônio de R$ 400.000,00?

RESPOSTA: O de cujus casou-se sob o regime de separação total de bens, deixando um


patrimônio de R$ 400.000,00. Os filhos do de cujus são pré-mortos, existindo apenas
netos, a viúva, seu pai e um irmão. Aplicando-se a regra do art. 1829, I a viúva não tem
direito a meação, mas concorre com os herdeiros. Pelo art. 1832 do Código Civil, se o
cônjuge sobrevivente for ascendente dos demais herdeiros, terá a garantia de 1/4 da
herança. Cada neto recebe R$ 50 mil (herança é por cabeça) e a viúva R$ 100.000,00.
7. “A”, casado com “B” pelo regime de separação total de bens, não tem pais vivos.
Tem bisavô paterno e avós maternos vivos. Em dado momento, morre “A”. Quem
herda, tendo ele deixado um patrimônio no valor de R$ 120.000,00?

RESPOSTA: B não tem direito a meação, pois foi casada pelo regime de separação total
de bens. No caso, a viúva B vai concorrer com os ascendentes independentemente do
regime de bens (art. 1829, II do C.C). Aplica-se a regra do art. 1837 do Código Civil, ou
seja, a viúva irá receber R$ 60.000,00 e os avós maternos também. O Bisavô não irá
receber, pois ele não tem direito de representação (art. 1852 do Código Civil).

8. O casal tem 4 filhos e um patrimônio comum de R$ 120.000,00. O casamento foi


celebrado pelo regime de comunhão parcial de bens. Além do patrimônio comum, o
varão adquiriu através de herança mais R$ 120.000,00. Com a morte do varão, como
será feita a partilha? E se o relacionamento fosse uma união estável?

RESPOSTA: A e B são casados pelo regime de comunhão parcial de bens. O patrimônio


comum do casal é de R$ 120.000,00 reais e o de cujus (varão) possui uma herança de R$
120.000,00 reais também. O de cujus morre, e a herança será partilhada entre os quatro
filhos do casal e a viúva. Pela regra do art. 1829, I a viúva só concorre com os filhos
porque há bens particulares. A viúva recebe R$ 60.000,00 mil como meação e R$
30.000,00 mil como herança. A norma civil enuncia que o cônjuge supérstite terá direito
ao mesmo quinhão que receberem os descendentes que sucederem por cabeça, ou seja,
direito próprio. Nesse ponto não importa se o filho é havido de ambos (filhos comuns) ou
só do autor da herança (filhos exclusivos). Os quatro filhos receberão cada um o valor de
R$ 37,5 mil reais. Se o relacionamento fosse uma união estável prevista no art. 1723 do
Código Civil, aplicar-se-ia a regra do inciso I do art. 1790, que prevê que a companheira
participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência
da união estável, se concorrer em meação com os filhos comuns, terá direito a uma quota
equivalente à que por lei for atribuída ao filho.

9. Aktiá, casado com Maravilha sob o regime de separação total de bens, faleceu
deixando um patrimônio no valor de R$ 100.000,00, que recebeu de herança do seu
pai. São filhos do casal: Boajete e Concuneo. São netos do de cujus, Spaghati, Zonzo,
Moro e Eva, filhos de Concuneo. Um dia após a abertura da sucessão, os filhos do
de cujus renunciaram à herança através de escritura pública. Como será feita a
partilha?

RESPOSTA: Aktiá casou-se com Maravilha sob o regime de separação total de bens. O
patrimônio de Aktiá é de R$ 100.000,00 reais que recebeu de seu pai. O casal tem dois
filhos: Boajete e Concuneo. Os netos de Aktiá, filhos de Concuneo, são quatro. Se Boajete
e Concuneo renunciaram a herança através de escritura pública, a partilha será entre os
quatro netos e a viúva. Pela regra do art. 1832, caput, a viúva recebe 1/4 da herança (R$
25.000,00 mil) enquanto que os outros R$ 75.000,00 reais serão divididos entre os quatro
netos.

10. Romário tinha 3 filhos: Romarinho, Romarinha (mãe de Romária Neta e


Romário Neto) e Romarildes. Romarinha morre, logo em seguida morrendo
Romário. Como será distribuída a herança deste último, no valor de R$ 120.000,00?
RESPOSTA: Ocorre que, na hipótese em que Romário morre, tendo tido três filhos um
filho, um deles chamado Romarinha, mas que na realidade Romarinha teria morrido antes
de Romário, ocorrerá o instituto da pré-morte e do direito de representação, ou seja,
quando um herdeiro legítimo na linha descendente morreu antes do autor da herança.
Nessa situação, consoante art. 1.851 do Código Civil, "Dá-se o direito de representação,
quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele
sucederia, se vivo fosse". Isso significa que acontecendo o falecimento de Romário, mas
que Romarinha, sua filha, já havia falecido antes, os filhos que Romarinha tinha entrarão
na herança como representantes de sua mãe, ou seja, os netos de Romário herdarão sua
herança na qualidade de representantes de Romarinha em concorrência com Romarinho
e Romarildes (tios deles). O Direito de Representação significa o chamamento ao
processo de inventário de pessoas que representam alguém que teria direito à herança se
estivesse vivo. Todavia, conforme art. 1.854 do Código Civil, "os representantes só
podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse". Assim, os filhos
de Romário receberão por direito próprio cada um 1/3 da herança, ou seja, R$ 40.000,00
para cada um. Romarinha teria direito a R$ 40.000,00 reais. Os bens de Romário serão
repartidos entre os filhos Romarinho e Romarildes e os netos Romária Neta e Romário
Neto, ou seja, R$ 40.000,00 reais para cada um dos filhos de Romário e R$ 40.000,00
reais divididos entre os dois netos.

11. “A” tinha 3 filhos, B, C e D. B tinha 2 filhos: E e F. C tinha 1 filho; D não tinha
filhos. Primeiro morreu B, depois, morreu A e, por último, morreu C. Como será
distribuída a herança de A, no valor de R$ 120.000,00?

RESPOSTA: Nessa situação, consoante art. 1.851 do Código Civil, "Dá-se o direito de
representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os
direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse". Isso significa que acontecendo o
falecimento de A, mas que B, seu filho, já havia falecido antes, os filhos que B tinha
entrarão na herança como representantes de seu pai, ou seja, os netos de A herdarão sua
herança na qualidade de representantes de B em concorrência com D (tio deles). No caso,
C morreu depois de A. E C também tinha um filho representando-o. A Herança se dará
por direito próprio de 1/3 para cada filho viúvo, sendo R$ 40.000,00 para cada filho vivo.
D receberá R$ 40.000,00, o filho de C receberá por representação o valor destinado ao
seu pai R$ 40.000,00, e para os filhos de B pré-morto, caberá o terço que era devido a B
dividido pela metade entre E e F, ou seja, R$ 20.000,00 para cada por representação.

12. “A” tem pais e avós vivos. Em dado momento, morre A. Em seguida morre seu
pai. Como será distribuída a herança de A, no valor de R$ 120.000,00?

REPOSTA: Os avós de A não recebem nada, tendo em vista que o ascendente mais
próximo exclui o grau mais remoto, conforme art. 1836, § 1º do Código Civil. Com a
morte do pai, o patrimônio de “A” deverá ser todo de sua genitora, ou seja, sua mãe, no
valor total de R$ 120.000,00 reais.

13. “A” casado com B, não tem pais vivos. Tem avô paterno e avós maternos vivos.
Em dado momento, morre A. Para quem irá sua herança no valor de R$ 120.000,00?
E se A vivesse em união estável com B?

RESPOSTA: Neste caso, a herança de A, pelo fato do cônjuge concorrer com os


ascendentes que não são de primeiro grau, se aplica a regra do art. 1836, § 2º que garante
metade do patrimônio ao cônjuge, e o valor restante, metade vai para a linha materna e a
outra metade para a linha paterna. Dessa forma, R$ 60.000,00 para o cônjuge e R$
30.000,00 para o avô paterno e R$ 30.000,00 dividido entre os avós maternos. Se fosse o
caso de união estável, o companheiro herdaria 1/3 da herança (espécie de reserva legal)
nos termos do art. 1790, inciso III do Código Civilista.

14. “A” tinha dois irmãos: B (germano) e C (unilateral). B morreu deixando 2 filhos:
D e E. Em seguida, morreu A. Como será partilhada a herança de A, no valor de R$
60.000,00?

RESPOSTA: Com o divórcio surgiram os irmãos unilaterais, com os mesmos direitos que
os bilaterais (filhos do mesmo pai e mesma mãe). Entretanto, se bilaterais todos,
receberão partes iguais; se unilaterais somente partes iguais. Porém, quando os unilaterais
querem concorrer com os bilaterais, a parte daqueles é de metade desses. Logo, com
fulcro no art. 1841 do Código Civilista o irmão B (germano) receberia duas vezes o valor
do irmão C (unilateral), nesse caso R$ 40.000,00 reais e C (unilateral) R$ 20.000,00.
Como o irmão B (germano) é pré-morto, mas possui herdeiros, eles herdam por
representação os R$ 40.000,00 dividido por dois, ou seja, R$ 20.000,00 para cada.

15. “A” tinha dois sobrinhos, B e C. B morreu deixando um filho, D. Logo depois,
morreu A. Como será distribuída sua herança?

RESPOSTA: Neste caso, pela regra do art. 1840 e 1853 do Código Civil, somente o
sobrinho C recebe o valor da herança, pois nesse caso não se opera a representação.

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