A Neuroplasticidade Como Instrumento Psicopedagogico
A Neuroplasticidade Como Instrumento Psicopedagogico
A Neuroplasticidade Como Instrumento Psicopedagogico
Resumo
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Introdução
A neuroplasticidade foi definida por RELVAS (2009, p.49) como a denominação das
capacidades adaptativas do Sistema Nervoso Central (SNC) - sua habilidade para modificar
(RELVAS, 2010, p.33). A cada experiência do indivíduo, redes de neurônios são rearranjadas,
extinguir na vida adulta, e ocorre tanto no hemisfério intacto como no lesionado (BORELLA
& SACHELLI, 2008, p.162). Logo, os primeiros anos de vida da criança são fundamentais
a neuroplasticidade.
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Metodologia
“Os neurônios são células características do sistema nervoso central que possuem a
Segundo RELVAS (2011, p.40), “os neurônios são formados por estruturas capazes de
VARELLA explica que, em linhas gerais, as conexões entre os neurônios ocorrem assim:
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outro) estabelecem ligações entre eles. A cada novo
(www.drauziovarella.com.br)
A partir daí, VARELLA explica que “a plasticidade neural foi o nome dado a essa
(www.drauziovarella.com.br).
Há alguns anos, “admitia-se que o tecido cerebral não tinha capacidade regenerativa e que
o cérebro possuía um programa genético fixo. Porém, não era possível explicar o fato de os
pacientes, através de técnicas de terapia, recuperarem a função após severas lesões cerebrais”
A neuroplasticidade começou a ser descrita por volta de 1800 quando estudos sugeriram
que “porções sobreviventes do cérebro alteravam sua atividade funcional de modo a fazer
outra porção contribuir com sua recuperação” (BORELLA & SACCHELLI, 2008, p.162).
Porém, somente em 1906 que o termo plasticidade pode ser introduzido por Ernesto Lugano.
Lashley sugeriu que a distribuição dos neurônios na área que controla os movimentos (córtex
Em 1948, uma visão mais moderna dessa hipótese foi aprimorada; neste momento, se
dizia que a aplicação de um estímulo gera dois níveis de mudanças no sistema nervoso:
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neural e as mudanças correspondentes de mudanças
“Até a década de 70, o pensamento corrente era que as sinapses (conexões entre
www.drauziovarella.com.br).
Nos anos 80 a visão dos cientistas sobre a capacidade plástica regenerativa do sistema
nervoso central (SNC) de mamíferos adultos começou a mudar, de maneira que “Albert
Aguayo concluiu que os axônios centrais são capazes de se regenerar, desde que estejam em
SNC não favorece o crescimento regenerativo dos axônios centrais” (BORELLA &
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no hipocampo” (VARELLA, www.drauziovarella.com.br). “Os pacientes que recebem essas
drogas costumam levar cerca de quatro semanas para notar melhora dos sintomas: exatamente
www.drauziovarella.com.br).
Estudos em Neurociência afirmam que “os neurônios continuam a surgir durante a fase
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(neurogênese) durante a vida adulta. Porém, este é um
crescimento.”
Somente nas duas últimas décadas que vários relatos de plasticidade têm sido
função neural pode ser facilitada incorporando treinamento repetitivo, treinamento sensorial,
Federal de São Paulo, diz que “para estimular a plasticidade cerebral a melhor maneira é
utilizar o encéfalo, pois quanto mais ele for usado, melhor funcionará” (VARELLA,
www.drauziovarella.com.br).
Esta estimulação, segundo Guimarães, “deve ser criativa e com aspecto motivacional
www.drauziovarella.com.br).
“O cérebro humano possui cerca de 100 bilhões de neurônios que podem estabelecer
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“Nosso cérebro é uma máquina incrível, possui um imenso sistema nervoso
ambiental”. (www.josifono.blogspot.com.br)
áreas do cérebro que são destinadas à função específica podem assumir outras funções quando
de uma área é aproveitado em outra área”. “Como a aprendizagem se dá pela criação de novas
memórias e pela ampliação das redes neurais que armazenam o que já foi trabalhado, por
meio das aprendizagens de conceitos e das metodologias que irão formar ou ampliar estas
neural – é direta, uma vez que o processo de aprendizagem pressupõe mudanças no SNC.
“Tão importante quanto a aprendizagem é a memória, pois ela é a base de todo saber da
aprendizado são acionados pela memória. “Ela é o registro de experiências e fatos vividos e
observados, podendo ser resgatado quando se fizer necessário” (RELVAS, 2012, p. 231).
RELVAS (2010, p.35) ainda relata que “todas as áreas cerebrais estão envolvidas no processo
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de aprendizagem, inclusive a emoção, ainda que nem todos tenham a mesma condição ou a
mesma plasticidade”. “Estes fatores irão variar de uma situação para outra” (RELVAS,2012,
p. 47). Ainda de acordo com RELVAS (2012, p. 212), “a cada nova experiência do indivíduo,
redes de neurônios são rearranjadas, outras tantas sinapses são reforçadas e várias
concepção indo até a vida adulta, diversas etapas relacionadas a este processo são descritas.
RELVAS afirma que “assim que nascemos, diversos processos são desencadeados no
RELVAS (2012, p.230) diz ainda que “a cada experiência nova, cada contato realizado
Ainda em RELVAS (2010, p.38), é possível observar que como o sistema nervoso de
cotidiano escolar”.
SAMPAIO exemplifica esta boa resposta a estímulos cerebrais em crianças citando que
“aos dois anos deve-se falar bastante com o bebê para enriquecer seu vocabulário, pois,
lembrando Piaget, é nessa fase que ele começa a traduzir o pensamento em frases e a misturar
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exemplo, é que “a melhor fase para uma pessoa aprender uma segunda língua é até os dez
anos de idade, pois as chances de que o idioma seja falado sem sotaque aumenta”.
para que a criança inicie novas aprendizagens, não significando que se ultrapassada esta fase a
Como mostra o quadro, “as conexões neurais estão continuamente sendo estabelecidas e
desfeitas, todas modeladas por nossas vivências e nossos estados de saúde e doença”
Por meio de uma pesquisa feita por Helen Neville, RELVAS (2012, p. 49) concluiu que
“os tais “espaços vazios” do cérebro podem ser preenchidos por outros saberes ou por novos
saberes, e aí que a escola precisa paras para refletir sobre suas condutas pedagógicas”.
Muitas vezes, a não aprendizagem dos alunos está ligada ao fato de que a metodologia e
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para que pudéssemos atingir melhor nossos alunos”
não têm apenas origem na criança, mas podem ocorrer também por problemas na escola, com
a família, doenças graves, situação econômica precária”, devendo assim ser necessário levar
em conta nas dificuldades que podem surgir no processo de aprendizagem não apenas as
(www.josifono.blogspot.com.br).
O Psicopedagogo e a neuroplasticidade
PORTO (2011, pg 77), relata que a Psicopedagogia “é uma área de estudo nova, voltada
psicopedagogia integra saúde e educação e lida com o conhecimento, sua aplicação, sua
aquisição, suas distorções, suas diferenças e seu desenvolvimento por meio de múltiplos
BEYER (2003) diz que a psicopedagogia pode assumir tanto um caráter preventivo bem
como assistencial.
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elaboração de planos e projetos no contexto teórico/prático
(BEYER, 2003)
neurônios, as suas conexões sinápticas e a organização das áreas cerebrais” (RELVAS, 2010,
p. 37).
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melhorando a aprendizagem”.
(www.psicopedagogiabrasil.com.br)
Ela ainda diz que “neurônios “exercitados” possuem um número muito maior de
www.psicopedagogiabrasil.com.br).
Segundo SAMPAIO, “para que o cérebro desenvolva bem todo o seu potencial, é
“São nos primeiros anos de vida que esta estimulação garante o desenvolvimento das
www.psicopedagogiabrasil.com.br).
depressão” (www.psicopedagogiabrasil.com.br).
“Toda vez que a pessoa vive uma nova experiência, ocorre um rearranjo das redes
tornam-se possíveis” (RELVAS, 200, p.49) – a infância, portanto, é terreno fértil para o
anos, pesquisas têm revelado um quadro interessante em resposta aos jogos, às estimulações e
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às experiências em que o cérebro tem exibido um crescimento de conexões neurais”
(RELVAS, 2010, p.97). A autora ainda afirma que “atividades multidisciplinares podem
idade, onde a criança já possui conectados, 90% dos neurônios que serão usados ao longo da
vida” (MUNIZ, 2014, p.18). A autora ainda relata que “aos 17 anos o cérebro da pessoa
atinge os 100% do seu estágio de crescimento. Estima-se que “apenas 30% da capacidade
intelectual das pessoas seja inata, vinda da herança genética, os outros 70% vêm do
mesmo prevenindo-as”.
neural, o psicopedagogo pode fazer esta intervenção, visando o interesse e o prazer do aluno e
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Considerações finais
Como resultado das pesquisas realizadas para a construção desse trabalho, concluo que
o psicopedagogo deve interar-se e aprofundar seu conhecimento quanto à fisiologia do
cérebro humano para assim compreender o processo de plasticidade cerebral.
A lição que aprendi é que para compreender um cérebro lesionado, devemos conhecer o
cérebro normal e também conhecer um pouco da vida do aprendente, já que cada indivíduo
tem sua particularidade tanto mental quanto cultural e pessoal.
Através de uma aprendizagem teórica tenho como conclusão que este artigo contribuirá
para que colegas da educação possam compreender um pouco mais da ampla habilidade que o
cérebro tem de se conectar e construir novas aprendizagens basta ele ser corretamente
estimulado.
Perante o exposto e análise apresentada, verifico que com o aprofundamento dos seus
estudos, o psicopedagogo será capaz de traçar objetivos coerentes com o quadro que necessita
tratar, alcançando assim as metas desejadas.
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Referências bibliográficas
Sites:
Livros:
RELVAS, M. P., Que Cérebro é esse que chegou a escola? – As bases neurocientíficas da
aprendizagem. pp. 45-50/212-231, Wak Editora, Rio de Janeiro, 2012.
RELVAS, M. P., Neurociência na prática pedagógica. pp. 118, Wak Editora, Rio de Janeiro,
20012.
Artigos:
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BORELLA M.P., SACCHELLI, T. Os efeitos da prática de atividades motoras sobre a
neuroplasticidade. pp. 162, São Paulo, 2008.
Revista:
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