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Monitoria Fungos PDF

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Departamento de Patologia e Medicina Legal


Monitoria de Microbiologia

FUNGOS
MONITOR JÔNATAS FRANCO
MEDICINA – T117
FUNGOS DIMÓRFICOS
Dimórficos térmicos
Fase saprofítica Fase parasitária

FILAMENTOSA LEVEDURIFORME
Coccidioidomicose
Coccidioides sp.
• Micose do Novo Mundo, Febre do
Vale, Reumatismo do Deserto,
Granuloma Coccidial

• “O grande imitador” Fase filamentosa

• Mais virulento dentre os fungos

Fase leveduriforme
Aspectos Ecológicos
• Ambientes desérticos e semi-áridos

• Elevadas temperaturas

• Solos com pH alcalino e alta salinidade

• Atividades: trabalho agrícola, escavações arqueológicas,


caçadas de tatu
Epidemiologia
Restrito às Américas
Epidemiologia

Aiuaba
Arneiroz
Boa Viagem
Catunda
Ibiapina
Jaguaribe
Parambu
Santa Quitéria
Sobral
Solonópoles
Patogenia
Aspectos Clínicos
Coccidioidomicose primária
– Doença pulmonar
assintomática (60% dos
indivíduos)
– Doença pulmonar autolimitada
(resfriado)
• Febre, tosse, dor torácica e
perda de peso
• Reação Alérgica (erupção
macular eritematosa, eritema
nodoso ou multiforme)
Aspectos Clínicos
Coccidioidomicose secundária
– Doença pulmonar progressiva (5% dos
indivíduos)
• Nódulos, doença cavitária
– Doença disseminada (1% dos indivíduos)
• Pele, tecidos moles, ossos, articulações e
meninges
• Mulheres grávidas, imunodeficientes, idosos
• Grupos étnicos (filipinos, afro-descendentes,
hispânicos)
• Mortalidade excede 90% na ausência de
tratamento
Diagnóstico
Técnicas micológicas Exame direto

KOH
Escarro

Isolamento em cultura

Escarro S/A C CC 3 a 5 dias


Diagnóstico
Técnicas histopatológicas

• Gomori-Grocott

• Ácido periódico Schiff (PAS)

• Hematoxilina-eosina (HE)
Diagnóstico
Técnicas imunológicas

Técnicas moleculares

Umeyama, 2006
Tratamento
• ↑ Coccidioidomicose primária

• Não necessita de terapia antifúngica

• Fatores de risco (azólicos)

• Coccidioidomicose secundária

• Anfotericina B → azólico

• Meningite (fluconazol)

• Tratamento prolongado → 1 ano


Histoplasmose
• Fezes de morcegos e aves; Histoplasma capsulatum

• Solos ricos em nitrogênio;

• pH ácido e alta umidade;

• Atenção a locais de aglomeração


dos animais associados: praças, Fase filamentosa

galinheiros, cavernas, criadouros;

• Geografia: Brasil > pensar em CE,


região Sudeste e Centro-Oeste.
Fase leveduriforme
Patogênese
Aspectos Clínicos
• Primo-infecção assintomática

– ↑ infecções primárias

– Sem alterações clínicas

• Primo-infecção sintomática

– Infecção pulmonar aguda

• Gripe → pneumopatias agudas graves, com insuficiência


respiratória

• Tosse (+ frequente), febre (>1 semana), anorexia, dor


torácica, cefaleia.

• Hiperergias: eritema nodoso, conjuntivite e atrite


Aspectos Clínicos
• Histoplasmose pulmonar crônica cavitária

– Original de pacientes graves

(LEMBREM HIV)

– Idêntica à tuberculose

• tosse, expectoração mucopurulenta,

dor torácica, dispneia de esforço, febre

baixa, anorexia e perda ponderal


Aspectos Clínicos
• Histoplasmose disseminada aguda

– Primeira infância e imunocomprometidos (LEMBREM HIV)

– Febre elevada, perda ponderal, diarreia, vômitos,

hepatoesplenomegalia, adenomegalias generalizadas e lesões

cutâneas, com meningoencefalite (20% dos casos)

– Letal (2-6 meses)

• Histoplasmose disseminada sub-aguda:

– evolução + prolongada e deterioração + lenta


Aspectos Clínicos
• Histoplasmose disseminada crônica:

• Deficiências imunes leves

• idade avançada, alcoolismo crônico, diabetes, corticoterapia e


linfomas

• Perda de peso

• lesões cutâneas (10%): úlceras de bordas nítidas, profundas, com


fundo granuloso e pápulas acneiformes com ápice ulcerado, pustuloso
ou nodoso.

• Lesões mucosas (90%): polimorfas, ulceradas ou úlcero-vegetantes

• língua, faringe, septo-nasal e laringe


Diagnóstico
Técnicas micológicas

Creme
leucocitário S/A C CC 1-2 semanas

Técnicas histopatológicas
Gomori-Grocott, Ácido periódico Schiff (PAS), Hematoxilina-eosina (HE)
Diagnóstico
Técnicas imunológicas

M
H

Técnicas moleculares

M 1 2 3 4 NC

391 bp
Tratamento
• Assintomáticos

– Não necessita de terapia antifúngica

• Sintomáticos

• Azólico – Itraconazol

– > Gravidade

• Anfotericina B → itraconazol

• Anfotericina B → Fluconazol (SNC)

• Azólicos – Tratamento + prolongado (imunocomprometidos)


Paracoccidioidomicose
Paracoccidioides sp.
• Blastomicose sul-americana

• Principal infecção fúngica


endêmica da América Latina
Fase filamentosa

• + prevalente na América do Sul

• P. brasiliensis / P. lutzii
Fase leveduriforme
Aspectos Ecológicos
• Ambientes com elevada umidade

• Vegetação rica (Florestas sub-tropicais)

• Temperaturas moderadas

• Solo ácido

• Plantações de café
Epidemiologia
Restrito à América Latina

Colômbia
Equador
Venezuela
Argentina
Brasil (80%)

P. brasiliensis: América Latina


P. lutzii: Centro-Oeste (Brasil) e Equador
Patogênese
Aspectos Clínicos
• Paracoccidioidomicose (infecção)

– Não há manifestações clínicas

• Paracoccidioidomicose (doença)

– Forma regressiva - doença benigna autolimitada com


manifestações clínicas discretas, em geral pulmonares

– Forma progressiva - ocorre comprometimento de um ou mais


órgãos

• Idade, duração e manifestações clínicas

• Formas aguda e crônica


Aspectos Clínicos
• Forma aguda ou sub-aguda (juvenil)

– Adenomegalia de linfonodos superficiais

– comprometimento abdominal ou do aparelho digestivo


(hepatoesplenomegalia)

– comprometimento ósseo

• Forma crônica (adulto)

– Problemas respiratórios (25% dos indivíduos)

• Tosse persistente, escarro purulento, dor torácica, perda


de peso, dispneia e febre
Aspectos Clínicos
• Forma crônica (adulto)
– Ausência de diagnóstico e tratamento → Disseminação em
sítios extrapulmonares
– Pele, mucosas, linfonodos, glândulas adrenais, fígado,
baço, SNC e ossos
• Lesões de mucosas dolorosas e ulceradas
– Boca, lábios, gengiva e palato
Diagnóstico
Técnicas micológicas
Exame direto

Escarro KOH

S/A C CC 3 a 4 semanas 2 semanas


37 °C BHI
Diagnóstico
Técnicas Histopatológicas

• Gomori-Grocott

• Ácido periódico Schiff (PAS)

• Hematoxilina-eosina (HE)
Diagnóstico
Técnicas Imunológicas

Técnicas moleculares

600 bp

Gomes, 2000
Tratamento
• Paracoccidioidomicose doença

– Itraconazol (6 meses)

• Casos graves ou refratários

– Anfotericina B → Itraconazol

– Anfotericina B → Sulfametoxazol + trimetoprim


Micoses Oportunistas
Micoses Oportunistas

Candida sp. Cryptococcus sp.


Candidíase
• Micose oportunista mais prevalente

• Agentes etiológicos
– Candida spp.
• C. albicans, C. parapsilosis, C. tropicalis, C. krusei, C.
glabrata

• Habitat
– Variável (ecologia da espécie)
– Comensal / Microbiota
• Seres humanos: tratos digestório e genito-urinário e pele
– Saprofítico ubíquo
Patogenia

• Alterações nas defesas do hospedeiro


– Candidíase cutâneo-mucosa
• pH, hidratação, alterações da microbiota

– Candidíases sistêmicas
• Doenças de base, comprometimento imunológico
(LEMBREM HIV)
Manifestações Clínicas

• Diversas
• Candidíase cutâneo-mucosa
• Candidíase sistêmica
• Candidíase alérgica
Manifestações Clínicas
• Candidíase cutâneo-mucosa

Intertriginosa Vulvovaginite e
balanopostitie

Candidíase oral Onicomicose


Manifestações Clínicas
• Candidíase alérgica
• Lesões estéreis eritematosas e pruriginosas
Tratamento

• Manifestação clínica × Antifúngico


• Nistatina (formas cutâneo-mucosas)
• Derivados azólicos
• Equinocandinas
• Anfotericina B (casos mais graves)
Criptococose
• Frequente em HIV+ (8 a 12%)

• Agentes etiológicos Cryptococcus sp.


• C. neoformans var. grubii: sorotipo A
• C. neoformans var. neoformans: sorotipo D
• C. gattii: sorotipos B e C

• Habitat
– Saprófita ubíquo

– C. neoformans: excreta de aves, material vegetal em


decomposição, distribuição cosmopolita

– C. gattii: matéria vegetal em decomposição, presente em


regiões tropicais e sub-tropicais
Manifestações Clínicas
• Criptococose cutânea
• Infecção pulmonar X Inoculação traumática
• Lesões inespecíficas: difícil diagnóstico
• Pápulas, abscessos, úlceras

• Criptococose pulmonar regressiva


• Clinicamente inaparente
• Diagnóstico é um achado casual
Manifestações Clínicas
• Criptococose pulmonar progressiva
• 10% da formas clínicas
• Lesão pulmonar cística associada a inflamação mínima
• Sintomatologia inespecífica

• Criptococose disseminada
• Quadros com comprometimento extrapulmonar
• Disseminação hematogênica para qualquer órgão ou tecido
• 90% dos casos diagnosticados
• Manifestações mais frequentes
• Meningoencefalite (+ frequente)
• Lesões osteoarticulares
Tratamento

• Manifestação clínica × Antifúngico


• Derivados azólicos
• Fluconazol
• Anfotericina B (formas mais graves)
• Flucitosina
• em associação com anfotericina B
• não utilizado no Brasil
Diagnóstico Laboratorial
• Exame direto

• Cultura
• Macromorfologia

• Micromorfologia

• Provas bioquímicas e meios cromogênicos


Diagnóstico Laboratorial
Exame direto

Candida sp.
KOH
Diagnóstico Laboratorial
Exame direto

Cryptococcus sp.
Células leveduriformes encapsuladas (tinta da China)
Diagnóstico Laboratorial
Macromorfologia e micromorfologia

Candida sp.
Macromorfologia em ágar batata
Micromorfologia em ágar fubá+Tween 80
Diagnóstico Laboratorial
Macromorfologia e micromorfologia
Ágar semente de Níger

Cryptococcus sp.
Cryptococcus sp. Candida sp. Leveduras encapsuladas
Produção de melanina Não produz melanina (tinta da China)
Diagnóstico Laboratorial
Testes adicionais

Fermentação de
Assimilação de
carboidratos
carboidratos
Meio cromogênico
CHROMagarTM Candida
Micose Cutânea
Agente etiológico

Encontrado em 90% da população


Habitat e distribuição geográfica
• Distribuição ubíqua. Maior prevalência nos trópicos;

• Coloniza a pele;

• Lipofílico afeta predominantemente locais ricos em


glândulas sebáceas.

• Distribuição variável conforme faixa etária : maior


incidência em adultos jovens e pós-púberes.
Quadro clínico

Máculas hipo ou hiperpigmentadas


finamente descamativas localizadas na
região cervical, colo, dorso do tórax e face.
Às vezes membros superiores

POPULARMENTE CONHECIDA COMO “MICOSE DE PRAIA”


Quadro clínico
Tratamento
• Tópico – derivados imidazólicos por até 3 a 4 semanas
acompanhado do uso de shampoo com antifúngicos –
período: 7 – 14 dias ou mais;

• Sistêmico – Para as formas recorrentes e crônicas.


- cetoconazol – 200 mg/dia – 10 dias; Alta taxa de cura –
Risco de hepatotoxicidade )1:500.000);
- Fluconazol – 150 mg/dia – 3 semanas;
- Itraconazol – 200 mg/dia – 7 dias – Efeitos
gastrointestinais.
EXTRA - PRÁTICA
FUNGOS HIALINOS X
FUNGOS DEMÁCEOS

HIALINO DEMÁCEO:
MELANINA
HISTOPLASMA
CAPSULATUM

CORPO MAMILONADO –
ESTALAGMÓSPOROS
(MACROCONÍDIOS
TUBERCULADOS)
CRYPTOCOCCUS SPP.

TINTA DA CHINA (NANQUIM) – COLORAÇÃO


NEGATIVA
LEVEDURAS ENCAPSULADAS
COCCIDIOIDES SPP.

ESFÉRULAS COM
ENDÓSPOROS;
DIMÓRFICOS: HIFAS
COM ARTROCONÍDIOS
COM DISJUNTORES:
Obrigado!

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