Manual Coluna Revisado 150518
Manual Coluna Revisado 150518
Manual Coluna Revisado 150518
APRESENTAÇÃO
As sociedades de especialidades SBC (Sociedade Brasileira de Coluna) filiada a SBOT (Sociedade Brasileira
de Ortopedia e Traumatologia) juntamente com a SBN (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia) trabalharam em conjunto
para elaboração deste manual de diretrizes de codificação das cirurgias da coluna vertebral, inédito em suas histórias, e
que tem por objetivo sistematizar a codificação dos procedimentos junto ao segmento da Saúde Suplementar no Brasil.
Anteriormente à primeira versão deste manual, a falta de padronização nas solicitações de cirurgias de coluna
vertebral era a regra nas relações entre os cirurgiões de coluna solicitantes e as fontes pagadoras. Este fato acabava
gerando conflitos, redundância de tarefas e atrasos na liberação dos procedimentos, trazendo assim prejuízos para ambas
as partes, mas principalmente para a parte mais interessada: os nossos pacientes. Após o lançamento da primeira versão
deste manual, o que se viu nos últimos anos foi uma melhor fluidez nas tratativas entre os cirurgiões de coluna e as
operadoras de saúde que aderiram aos manuais, uma vez que a contrapartida oferecida pelas sociedades SBC/SBOT e
SBN era justamente o uso racional dos OPMEs/DMIs. Assim, cada vez mais foi se estabelecendo uma relação saudável
entre prestadores de serviços de cirurgia de coluna vertebral e operadoras de saúde, de modo que as operadoras que vêm
aderindo aos manuais estão vivenciando uma parceria cada vez mais sustentável.
Entretanto, este trabalho de codificação é contínuo, e recentemente passou por uma revisão dos manuais de
codificação com o apoio da Associação Médica Brasileira (AMB) que resultou nesta segunda versão do manual. Nesta
2a versão, houve a fusão de ambos manuais de codificação e uso racional de DMIs para composição de um manual único
em conformidade com o protocolo da AMB.
Finalizando, algumas premissas foram hierarquicamente consideradas para que a validação deste trabalho fosse
pautada na legalidade e ética:
CONSIDERANDO que nossa Constituição Federal expressa em seu artigo 5o, inciso XIII, que “É livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”, e
que por este entende-se que qualquer médico inscrito no Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição é lícito
exercer TODA a medicina, devendo o mesmo pautar-se única e exclusivamente pelo Código de Ética Médica, que
abrange todas as situações de responsabilidades em relação ao trabalho médico;
CONSIDERANDO que o Conselho Federal de Medicina (CFM) expressa no seu Art. 17 Lei n° 3.268/57, e
nos Pareceres CFM no 17/04, CFM no 27/95 e CFM no 8/96, que nenhum especialista possui exclusividade na realização
de qualquer ato médico;
CONSIDERANDO que para que possamos exercer a Medicina com honra e dignidade o médico deve ser
remunerado de forma justa (Art. 3o do Código de Ética Médica);
CONSIDERANDO que as subdivisões e capítulos por especialidades apresentadas na CBHPM tem caráter
meramente didático e organizacional, não sendo, portanto, excludente de uma especialidade em relação a outra com
relação à prática dos atos médicos ali listados;
CONSIDERANDO que a própria CBHPM, no item 7.2 de suas Instruções Gerais, delega às sociedades de
especialidades juntamente com a AMB a função da interpretação dos seus códigos;
CONSIDERANDO que pelo princípio legal da Anterioridade, Hierarquia e Especialidade o item específico 7.2
das instruções gerais da CBHPM sobrepõe-se aos demais itens gerais destas instruções, inclusive o item 4.5, pelo
princípio da Especialidade, uma vez que o item 7.2 especifica pontualmente quem deve determinar as diretrizes de como
usar as codificações da CBHPM;
CONSIDERANDO a carta publicada no site do CFM no dia 19/01/18 expressando a opinião em conjunto das
sociedades SCB/SBOT, SBN e AMB de que “não são as operadoras de saúde quais os procedimentos são redundantes
e sim as sociedades de especialidade e AMB”;
CONSIDERANDO o precedente da codificação no SUS pela Portaria no 914 de 2014 do Ministério da Saúde,
órgão máximo da hierarquia da saúde no Brasil;
CONSIDERANDO que as normas emitidas pelo CFM são de caráter imperativo a todos os médicos no
exercício de sua profissão, cujo descumprimento traduzirá em infração ética, nos termos do artigo 18 do Código de Ética
Médica;
O conteúdo deste Manual é derivado da própria tabela CBHPM, atual referência para valoração dos atos
médicos, sem, entretanto, ultrapassar ou modificar o conteúdo. Busca-se com o Manual regulamentar, via instruções
expressas e no poder de interpretação conferido às Sociedades de Especialidade Médica, o que já está previsto há tempos
na tabela referencial, através de recomendações técnicas e éticas e remuneração justa para procedimentos em cirurgia
da coluna vertebral. Finalizando, ratificamos que este Manual apresenta caráter referencial para negociação entre os
prestadores de cirurgia de coluna vertebral e as operadoras de saúde, e que o resultado final desta negociação vai
depender do comum acordo de ambas as partes. O trabalho desta comissão será permanente, e o Manual será revisado
periodicamente, sempre que surgirem novas demandas.
COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO
Dr. Albert Vincent Brasil – RS Dr. Mauro dos Santos Volpi – SP
Dr. Aluizio Arantes Júnior – MG Dr. Ricardo Vieira Botelho - SP
Dr. André Luiz Andújar – SC Dr. Ronald de Lucena Farias – PB
Dr. Carlos Henrique Ribeiro - RJ (Coordenador)
1. Segmento vertebral: Representa o espaço, compreendido por duas vertebras adjacentes com um disco intervertebral
entre elas e que se articulam por suas facetas articulares (zigapófises).
2. Nível vertebral: Refere-se a cada vértebra da coluna, individualmente, que servem como referência anatômica para
diagnósticos por imagem (ex., fratura de C5, tumor de T12, etc) ou para guiar os procedimentos via radioscopia,
estereotaxia, navegação (ex., vertebroplastia de T10, biópsia de L4, etc)
3. Nível discal: Refere-se a cada disco intervertebral, individualmente, que servem como referência anatômica para
diagnósticos por imagem ou para guiar procedimentos, porém o nível discal é indicado por suas vértebras adjacentes
(ex., discite L4-L5, discectomia L5-S1, discopatia T11-T12).
• Via anterior: Nesse acesso, o paciente é posicionado em decúbito dorsal, sendo a coluna acessada por
cervicotomia anterior ou por abertura anterior do tórax ou do abdômen;
• Via Lateral: O paciente é posicionado em decúbito lateral e a coluna vertebral é acessada por incisão lateral no
tórax ou abdômen;
• Via Posterior: O paciente é posicionado em decúbito ventral, e a coluna vertebral é acessada por incisão dorsal
mediana ou paramediana.
5. Artrodese vertebral: fusão entre duas ou mais vértebras, provocada pela colocação de enxerto autólogo/heterólogo
ou material semelhante entre elas. Pode ser classificada em:
5. Fixação Vertebral: Refere-se ao bloqueio de movimento do segmento vertebral, através do objetivo de melhorar as
taxas de fusão (artrodese) vertebral.
6. Fusão Intersomática: Representa a artrodese realizada entre os corpos vertebrais adjacentes, com a colocação de
enxerto ou de cage(s) + enxerto entre eles. O Espaço intersomático (entre os corpos vertebrais) pode ser acessado por
diversas vias:
• Anterior (ALIF);
• Lateral (LLIF)
• Posterior (PLIF)
• Transforaminal (TLIF)
8. Magnificação Cirúrgica: magnificação visual do campo cirúrgico obtido através de instrumentos ópticos como lupa,
microscópio ou endoscópio.
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DESCRIÇÃO DE PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE COLUNA VERTEBRAL COMUNS
OBS:
• Essa regra não se aplica a procedimentos simultâneos em acessos cirúrgicos não-contíguos.
• Em casos de déficit neurológico agudo instalado ou em potencial, o procedimento torna-se urgência.
• As previsões de “Dias de Internação” de UTI e quarto podem variar conforme complexidade do procedimento e
condições clínicas do paciente.
• Algumas particularidades da cirurgia ou cobrança são discutidas eventualmente na própria tabela.
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DIRETRIZES PARA O USO RACIONAL DE OPMEs/DMIs
Enquanto as demandas por serviços de saúde de qualidade estão sempre crescendo, os recursos da saúde pública
ou privada são finitos e cada vez mais escassos. Soma-se a isso, o impacto financeiro que a inclusão de novas técnicas
e tecnologias tem causado na saúde suplementar. Resolver essa equação, sem prejudicar a qualidade da assistência
médica, é um desafio o que compete a todos os que participam do sistema de saúde brasileira.
O entendimento das sociedades de especialidades autoras deste manual, a Sociedade Brasileira de Neurocirurgia
(SBN), a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e a Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), é de
que há de fato não só uma crise financeira no setor de saúde suplementar, mas também uma crise de qualidade na
assistência médica aos clientes, e que esta equação precisa ser resolvida. Diante disso, as três sociedades médicas
supracitadas, que realizam cirurgias de coluna vertebral, elaboram o Manual de Utilização Racional de DMIS em
Cirurgia de Coluna Vertebral, que inicialmente era um manual separado, e que no presente manual fica integrado ao
manual de codificação.
Estas diretrizes têm o objetivo primaz de responder a um questionamento bastante corrente na prática cirúrgica:
Em se indicando um determinado procedimento, qual devem ser os implantes e dispositivos necessários para o ato
cirúrgico, sem que haja excessos ou desperdícios de recursos, mantendo a qualidade da assistência ao paciente?
Para responder essa questão, as Sociedades realizaram diversas reuniões e o oficinas de trabalho, com seus
especialistas, obtendo como resultado estas diretrizes bastante sucintas e autoexplicativas, que foram incorporados à
lista de codificação.
Como mensagem final, as Sociedades Médicas, relacionadas anteriormente, recomendam aos Neurocirurgiões
e Ortopedistas, que estas diretrizes sejam utilizadas como referência na solicitação de DMIs para as suas cirurgias da
coluna vertebral. Esta segunda edição do manual de diretrizes de codificação será encaminhada para conhecimento do
Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB), do Ministério da Saúde (MS), da
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e demais instituições
envolvidas na saúde pública e suplementar.
Quaisquer outras solicitações que aqui não estão contempladas serão encaradas como excepcionalidades.
COMISSÃO DE SISTEMATIZAÇÃO
Dr. Alexandre Fogaça Cristiane – SP Dr. Paulo Manabu Honda - SP
Dr. Aluizio Arantes Jr. – MG Dr. Paulo Porto de Melo – SP
Dr. Edson Pudles - PR Dr. Rodrigo Augusto do Amaral – SP
Dr. Marcelo Mudo – SP Dr. Ronald de Lucena Faria – PB
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DESCRIÇÃO DE MATERIAIS PARA CIRURGIA DE COLUNA VERTEBRAL
4. Patologias Tumorais
4.1. Tumor vertebral com/sem compressão medular: tratamento por via anterior, com artrodese/corpect 35
4.2. Tumor vertebral com/sem compressão medular: tratamento por via posterior, com artrodese e 36
corpectomia
4.3. Tumor vertebral com compressão medular: tratamento por via posterior, com artrodese e 37
laminectomia
4.4. Tumor vertebral com compressão medular: tratamento por via posterior, com laminectomia 38
4.5. Tumor intramedular intra ou extramedular (sem artrodese) 39
4.6. Tumor intramedular intra ou extramedular (com artrodese) 40
4.7. Lesão Vertebral – Biópsia de coluna 41
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8. Outros Procedimentos para Coluna Vertebral