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Português Instrumental
Palavra a Abril Educação
O Sistema etb tem ao seu dispor a experiência e a abrangência de um dos maiores expoentes no
setor educacional, com destaque para metodologias diferenciadas e recursos educacionais exclusivos
para a educação profissional.
Este livro é mais um convite na direção da real compreensão da expressão SER PROFISSIONAL.
O objetivo deste curso é a formação de profissionais que não só tenham conhecimento profundo e
capacidade de resolver problemas, mas também sejam criativos, éticos e preocupados com ações e
processos sustentáveis.
A reunião de autores renomados na área do ensino fortalece o caráter criterioso e responsável dos
capítulos componentes desta obra, para que, com eles, o aluno esteja provido do material necessário
para iniciar sua carreira profissional, a qual será repleta de conquistas e outras lições.
Ivan Sartori
Diretor de Novos Negócios da Abril Educação Mantenedora do etb – Editora Técnica do Brasil
Autor(es)
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Sumário
Português Instrumental
Cynthia Pereira Prada
Processo de Comunicação...............................................................................................................................7
Linguagem e Língua...........................................................................................................................................8
Funções da linguagem......................................................................................................................................9
Denotação e conotação................................................................................................................................. 10
Conotação e denotação visuais.................................................................................................................. 10
Gêneros textuais e tipos textuais...............................................................................................................11
Tipos de texto ................................................................................................................................................... 14
Parágrafo como unidade de composição............................................................................................... 19
Texto descritivo (Descrição)......................................................................................................................... 20
Texto narrativo (Narração)............................................................................................................................ 22
Dissertação expositiva e argumentativa................................................................................................. 24
Estratégias argumentativas.......................................................................................................................... 25
Coerência textual – Ordem cronológica................................................................................................. 27
Coerência textual – Ordem espacial......................................................................................................... 29
Coerência textual – Ordem lógica............................................................................................................. 30
Coerência textual – Transição..................................................................................................................... 32
Coesão textual................................................................................................................................................... 34
Entendimento de texto.................................................................................................................................. 36
Transitividade verbal....................................................................................................................................... 36
Uso de pronomes oblíquos........................................................................................................................... 38
Regência............................................................................................................................................................... 39
Regência verbal................................................................................................................................................. 40
Regência nominal............................................................................................................................................ 44
Crase...................................................................................................................................................................... 46
Concordância verbal....................................................................................................................................... 50
Concordância verbal – casos especiais.................................................................................................... 51
Concordância nominal................................................................................................................................... 61
Nova ortografia portuguesa – acentuação gráfica............................................................................ 68
Nova ortografia portuguesa – uso do hífen......................................................................................... 70
Redação técnica e descrição objetiva (técnica/científica) ..............................................................71
Resumo de texto............................................................................................................................................... 75
Resenha de livro................................................................................................................................................ 77
Carta comercial e mensagem eletrônica................................................................................................ 80
Pronomes de tratamento e Relatórios administrativos.................................................................... 84
Circular................................................................................................................................................................. 86
Memorando e Ata............................................................................................................................................ 88
Atestado e Aviso............................................................................................................................................... 91
Bilhete e Ordem de serviço........................................................................................................................... 93
Ofício e Procuração......................................................................................................................................... 95
Requerimento e Declaração......................................................................................................................... 98
Edital e Recibo.................................................................................................................................................100
Português Instrumental
Português Instrumental
Cynthia Pereira Prada
Processo de Comunicação
Objetivo do tema: Ter ciência do processo de comunicação usado a todo instante em nossas vidas;
entender os elementos essenciais do processo de comunicação.
O ser humano necessita se comunicar. Assim, em sua forma mais simples, o processo de comunicação
consiste em um emissor, em uma mensagem e em um receptor.
Mensagem: aquilo que se quer comunicar; pode ser virtual, auditiva, visual, audiovisual.
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Exemplos de canais: jornais, revistas, livros, fotografias, rádio, televisão, internet, telefone,
celular, CDs, DVDs.
Exemplos de código: palavra escrita e falada (verbal); gestos, sinais de trânsito, expressão
facial, dança, música (não-verbal).
Para haver comunicação, faz-se necessário que o emissor utilize o mesmo código do receptor.
Também o emissor e o receptor devem possuir o mesmo repertório, ou seja, o conjunto vocabular ou de
sinais de que se serve cada ser humano para expressar-se.
Linguagem e Língua
Objetivo do tema: Reconhecer a diferença entre linguagem e língua; conhecer os diferentes tipos
de língua e as diversas funções da linguagem para identificação e uso conscientes no dia a dia; qualificar
para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Linguagem
A linguagem é multifacetada, pois envolve vários domínios. É, ao mesmo tempo, física, fisiológica e
psíquica e pertence ao domínio individual e social. Refere-se desde a linguagem dos animais até outras
linguagens (música, dança, pintura, mímica, etc). Neste capítulo, vamos nos ater à linguagem verbal
humana.
Língua
Por sua vez, Língua é um sistema de signos, cada dos quais se define pelos demais signos do conjunto.
Define-se sistema como um conjunto organizado, em que um elemento se define pelos outros.
Signo linguístico é uma relação entre um conceito (ideia, pensamento) e uma imagem acústica. O
conceito seria o significado e a imagem acústica seria o significante. Assim, significado e significante são
as duas faces do signo linguístico.
Ex.: Lobo: mamífero carnívoro, da família canidae, que habita as grandes regiões da Europa, Ásia e
América do Norte. (significado)
Lobo: sequência de vogais e de consoantes que forma a imagem acústica /lobo/. (significante)
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Português Instrumental
Exemplos
Culta Dá-me o livro, por favor?
Coloquial Me dá o livro, por favor?
Vulgar Nóis ouviu falá docê.
1 Língua falada
Regional Ah, tchê! Some, seu guasca!
gíria O bró tem um papo legal!
Grupal
técnica As notas da semiótica de Peirce têm importância histórica.
Língua-padrão A presente aula coloca em evidência as variações linguísticas.
2 Língua escrita
Literária “Macunaíma maginou, maginou e disse prá velha...”2
Funções da linguagem
A linguagem, da qual a língua faz parte, tem funções de acordo com a intenção do emissor.
Denotação e conotação
Na primeira frase, a palavra monstro está usada no sentido denotativo, ou seja, no sentido real,
objetivo, literal, em que aparece no dicionário.
Já na segunda frase, a palavra monstro aparece no sentido conotativo, ou seja, no sentido emocional,
subjetivo, avaliativo, de acordo com as experiências de cada um.
Objetivo do tema:
• Perceber que conotação e denotação estão presentes em outros tipos de linguagem, como em
publicidade e em propaganda;
Barthes6 identifica três tipos de mensagem: mensagem denotada (imagens), mensagem conotada
(simbólica) e mensagem linguística (verbal). Preste atenção ao desenho abaixo.
A mensagem denotada é a representação pura das imagens apresentando os objetos reais da cena.
No exemplo acima, a imagem de um tomate representando um tomate é a mensagem real em oposição
à mensagem conotada ou simbólica.
Já a mensagem verbal na parte inferior do anúncio “Massas – molho – parmesão” colabora para a
percepção de “italianidade”. Também essa “italianidade” se encontra na composição das cores vermelho,
verde e branco do anúncio (cores da bandeira italiana).
Esse sistema de análise, criado por Barthes, se tornou muito popular pela simplicidade e, até hoje, é
possível encontrar análises de anúncios publicitários que seguem essa metodologia.
Objetivo do tema: Diferenciar gêneros textuais de tipos textuais; estimular o contato com gêneros
e tipos de texto que raramente se usam no cotidiano, para ampliar o conhecimento; qualificar para o
trabalho e facilitar a vida pessoal.
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Leia o texto abaixo:
Há duas semanas você viajou para fazer o tão sonhado intercâmbio na França e já sinto
grande saudade.
Como foi a viagem? Estranhou o clima e a alimentação dos franceses? Você vai ficar aí
durante dois anos, por isso trate de escrever mais, já que nem sempre será possível telefonar.
O que você está achando da cidade e dos habitantes?
Seu pai e seus irmãos enviam fortes abraços, e João pede que você entre em contato
com ele pela Internet. Na próxima semana, será o aniversário de sua irmã Clarice; não se
esqueça de cumprimentá-la.
Nas férias de janeiro, vamos para o Rio. Vai ser tudo tão estranho sem você!
Cuide-se bem, proteja-se do frio que é terrível nesta época e veja bem com quem vai andar.
Se precisar de alguma coisa, ligue para nós imediatamente. Responda logo e envie fotos.
Mil beijos.
Como você deve ter percebido, é uma carta pessoal, que tanto dá notícias e orientações quanto faz solicitações.
Texto é um tecido verbal estruturado de tal modo que as ideias formam um todo coeso, uno,
coerente9.
7 Adaptado de <https://www.google.com.br/search?q=carta+pessoal&tbm=isch&tbo=u&source=u
niv&sa=X&ei=3– SoUq2BNoPeoATAi4I4&sqi=2&ved=0CCsQsAQ&biw=1366&bih=623> Acesso em 11/12/2013.
8 Luiz Antônio Marcuschi. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. Disponível em <http://pt.slideshare.net/
WilBil/marcuschi-gneros-textuais-9302596> Acesso em 11/12/2013.
9 João Bosco Medeiros. Português Instrumental.
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Português Instrumental
Gênero textual refere-se aos textos materializados, que encontramos em nossa vida diária e que
apresentam características sócio-comunicativas.
Assim, a carta pessoal anterior, da mãe para o filho, constitui um gênero textual. Pode ocorrer que
o mesmo gênero realize vários tipos textuais.
Veja-se o caso da carta pessoal (gênero), que pode conter vários tipos de texto: uma sequência
narrativa (conta uma história), uma argumentação (argumenta em função de algo), uma descrição
(descreve uma situação), e assim por diante.
Objetivo do tema: Perceber a diferença entre os diferentes tipos de texto; identificar, no cotidiano,
que tipo de texto mais utiliza na escrita e na leitura; estimular o contato com tipos de texto que
raramente se usam, para ampliar o conhecimento; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Tabela 4
Tipos textuais
descrição argumentação
narração Injunção
exposição
Nunca fora nada na vida, nem admira a hipótese de vir a ser alguma coisa.
E por muito tempo não quis nem sequer o que todos ali queriam: mudar-se
para terra melhor.
para delegado. Nosso homem recebeu a notícia como se fosse uma porretada
no crânio. Delegado, ele! Ele que não era nada, nunca fora nada, não queria
ser nada, não se julgava capaz de nada…
Não há cargo mais importante. É o homem que prende os outros, que solta,
que manda dar sovas, que vai à capital falar com o governo. Uma coisa
– Que é isso, João? Para onde se atira tão cedo, assim de armas e bagagens?
E sumiu.
Observe que os primeiros parágrafos fazem a descrição do perfil psicológico do personagem João
Teodoro, informando o leitor sobre as características psicológicas desse cidadão. Depois começa a
narração, a ação propriamente dita. Assim, esse trecho é de gênero conto e apresenta tipos de texto
descritivo e narrativo.
Texto descritivo16
Um texto em que se retrata um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. Pode-se também
descrever sensações ou sentimentos.
(Descrição em romance)
Tudo era mansidão em redor de si. O sol brando, o vento calmo, e as folhas da pitombeira bulindo
com a brisa. O negro Passarinho roncava.” 17
Retrato
eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança,
(Cecília Meireles)
Texto narrativo
Tipo textual em que se contam fatos, que ocorreram num determinado tempo e lugar, envolvendo
personagens e narrador. Refere-se a objeto do mundo real ou fictício. Estamos cercados de narrações,
desde as histórias infantis, como o Chapeuzinho Vermelho, A Bela Adormecida, Cinderela, até piadas do
cotidiano.
“Em algum lugar dentro da noite um telefone toca sem parar mas ele não ouve nada. Vai caminhando
com precisão, prosseguindo na sua busca. Atravessa ruas, dobra esquinas, sobe escadas, bate em portas,
entra, pergunta, olha, sai, torna a andar. Procura entre os rostos que passam, que riem, que se mexem, e
se escondem atrás de outros rostos. Na esquina há um letreiro luminoso, mas basta, já esteve aqui, não
há cabaré, nem dancing, nem botequim, nem pensão que não tenha esquadrinhado – nuns dizem que
não, noutros dizem que sim mas vão ver estão enganados, noutros não dizem nada.”18
(Fernando Sabino)
18 Trecho do conto O encontro marcado, do escritor mineiro Fernando Sabino. Disponível em <http://veja.abril.
com.br/idade/exclusivo/fernando_sabino/trecho_encontro_marca do.html> Acesso em 13/12/2013.
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Objetivo do tema: Perceber a diferença entre os diferentes tipos de texto; identificar, no cotidiano,
que tipo de texto mais se utiliza na escrita e na leitura; estimular o contato com tipos de texto que
raramente se usam, para ampliar o conhecimento; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Tipos textuais
descrição argumentação
narração injunção
exposição
Texto expositivo
Tem a pretensão de fazer exposição compreensiva de determinado assunto, baseado no que foi
pesquisado e coletado. Exige do autor informação atualizada. Ex: texto dissertativo-expositivo,
apresentação científica, relatório, texto didático, artigo enciclopédico, bula de remédio.
“O empregado, ao ser dispensado do emprego ou ao pedir demissão, deve estar atento ao aviso
prévio previsto em lei. O aviso prévio nada mais é do
que uma comunicação antecipada de uma parte a outra (empregado ou empregador), informando
que pretende por fim ao contrato de trabalho.
Sua finalidade é, portanto, comunicar antecipadamente a outra parte, para que não seja surpreendida
e possa se programar: 1) o empregado procurando novo emprego e 2) o empregador, buscando um novo
profissional para ocupar o cargo.”19
Texto argumentativo
Consiste no gênero textual de manifestos e de cartas abertas. Quando também mostra fatos para
embasar a argumentação, torna-se um texto dissertativo-argumentativo.
“Senhor Prefeito,
Uma parte de nós vem, nos últimos dias, participando de manifestações de rua contra o aumento
das passagens dos transportes urbanos. Mas a ampla adesão ao movimento mostra que não se trata
contratos e da política de transporte na cidade será muito mais do que uma vitória dos movimentos
sociais. Será uma vitória de São Paulo. [...] Em seus discursos, você fez eco aos que disseram nas praças que
Existe Amor em SP. Se quer, com essas palavras, ser inspirador de transformações, é essa transformação,
esse amor pela cidade que hoje bate à sua porta.
Texto injuntivo
Indica como realizar uma ação. Através de linguagem objetiva e simples, usa verbos, na maioria, no
modo imperativo. Mas se percebe também o uso do infinitivo e o uso do futuro do presente do modo
indicativo. Ex: previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, bula de remédio, convenções e regras.
Ingredientes:
20 Carta aberta do Movimento Existe Amor em SP, ao prefeito de São Paulo (Fernando Haddad), em junho de 2013,
por ocasião das passeatas contra o aumento da passagem de ônibus. Disponível em: <http://outraspalavras.net/posts/
carta-aberta-ao-prefeito-de-sao-paulo/> Acesso em 13/12/2013.
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3 unidades de ovo
Orégano (a gosto)
Modo de preparo:
Coloque as fatias de pão com mais ou menos um centímetro de largura em 1/3 de xícara (chá) de
água. Reserve. Aqueça o óleo e doure a farinha, junte o leite fervendo e mexa bem, até engrossar. Reserve.
Pique os talos de agrião, junte o pão amolecido, as gemas batidas, o queijo ralado, a salsa, o orégano, o
sal e misture bem. Adicione ao creme branco e acrescente as claras em neve, mexendo delicadamente.
Coloque em forma untada e leve para assar por aproximadamente 30 minutos. Sirva quente.”21
Objetivo do tema: Decompor o texto em seus elementos principais, entre os quais o parágrafo se
destaca; estimular o gosto pela leitura e pela redação; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal,
através do domínio da escrita.
Parágrafo
Para se compor um gênero textual, com tipo(s) de texto, normalmente usa– se o parágrafo, que é
uma unidade de composição constituída por um ou mais períodos23 em que se desenvolve uma ideia
central ou nuclear, a que se agregam outras secundárias.
• desenvolvimento da ideia-núcleo;
• conclusão.
Nem todo parágrafo apresenta essa característica, visto que, por vezes, a ideia-núcleo está diluída
nele ou já foi expressa num dos parágrafos precedentes.
“Em 1986, os veículos a álcool chegaram a representar 98% da linha de produção. Os veículos
a gasolina só eram disponíveis por encomenda. Devido a medidas na área financeira, a produção de
carros a álcool hoje mal chega a 1% da frota nova. Os que restam a álcool estarão em uso por curto
tempo. O programa foi exterminado.”24
Do parágrafo acima, a ideia-núcleo se apresenta no início do parágrafo, o qual é formado por cinco
períodos, quais sejam:
3) Devido a medidas na área financeira, a produção de carros a álcool hoje mal chega a 1% da frota nova.
Claramente se percebe que a ideia principal desse parágrafo está contida no primeiro período em
negrito (tópico-frasal). Os segundo, terceiro e quarto períodos correspondem ao desenvolvimento. Já,
no quinto período, encontra-se a conclusão.
Objetivo do tema: Recordar conceito de parágrafo; perceber a diferença entre descrição literária e
descrição técnica para apurar a sensibilidade; estimular a redação, praticando-a, pelo menos, durante a aula.
24 J. W. Bautista Vidal. Brasil, civilização suicida. Brasília: Nação do Sol, 2000, p.16. Disponível em <http://www.
paulohernandes.pro.br/dicas/001/dica099.html> Acesso em 12/12/2013.
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Parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais períodos em que se desenvolve
uma ideia central ou nuclear, a que se agregam outras secundárias.
Descrição
A descrição consiste em um tipo de texto que retrata uma pessoa, um animal, um lugar, um objeto,
um sentimento, uma emoção. Esse tipo textual descritivo pode ser literário e técnico/científico.
“Parada cardíaca
vem de dentro.
Sinto muito,
(Paulo Leminski)
Nesse gênero textual poema, encontramos a descrição literária do estado de alma do eu-poético, que
não se confunde com o poeta. O poema descritivo de Leminski é formado por três períodos, dispostos
em estrofe26 única, composta por oito versos.
“Equipado com o moderno motor Cummins ISF de 3,8 litros com sistema de pós-tratamento de
emissões (SCR) baseado na utilização de ARLA 32 (AdBlue) e atendendo a nova legislação PROCONVE P7.
Possui turbo de duplo estágio, que reduz em torno de 30% o número de trocas de marchas.” 27
Narração é um tipo textual cujo material principal é o fato, que ocorre(u) ou ocorrerá num
determinado tempo e lugar, envolvendo personagens e narrador. Refere-se a objeto do mundo real ou
fictício. Estamos cercados de narrações, desde as histórias infantis, como o Chapeuzinho Vermelho, A
Bela Adormecida, Cinderela, até piadas do cotidiano.
A tensão existente entre os personagens, principalmente entre os masculinos, torna-se nítida nesse
trecho narrativo literário sem grande movimentação, exemplificando a afirmação anterior.
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Português Instrumental
Abaixo, bem diferente da narrativa anterior, segue parte do roteiro da novela televisiva Celebridade,
do autor Gilberto Braga, tipo textual narrativo com bastante movimentação e diálogos:
Corta para:
Reunião já começada. Entre os participantes, o editor Renato, sua secretária Fabiana e os repórteres
Joel e Vitória. Diálogo rápido, muito ritmo.
Renato — (cont.) Pirou, Vitória? Isso aqui não é revista da Academia Brasileira de Letras; intelectual
na Celebrity só uma bela loura turbinada que escreva umas memórias apimentadas; político só corrupto!
Ou corno!
Joel — E o show do Simply Red hoje em São Paulo, só vai mesmo fotógrafo?
Renato — Só fotógrafo, eu vou porque os colunistas foram convidados; pra apresentação no Rio dá
tempo de a gente bolar alguma coisa. (tom) O lançamento do CD do Carlos Flores, dia 8.
Joel — Já tá na pauta. (tom) Tamos precisando nesse número de alguma coisa bem romântica. Efeito
e letreiro com nome do personagem: JOEL.
Renato — Nenhuma lua de mel pra revista patrocinar? Vitória — Só quem vai casar é o Fábio Montez.
Renato — Tá faltando padre, nem um padre, Fabiana? Procura no arquivo os padres que foram aos
desfiles da Semana da Moda.
Renato — Vem correndo, aparecer na Celebrity! Vitória — E a capa pro dia 25, pensou?
Renato — Se não pintar coisa mais atual, separação, acidente, chifração, crime, acho que a Maria
Clara.
Renato — (off) Tá fazendo 15 anos que musa do verão estourou nas rádios e ela virou modelo
famosa. Continua lá em cima, empresária, agora tá trazendo o Simply Red28, bem mais tempo do que o
Andy Warhol29 previu, gente, 15 anos!”
Texto argumentativo: pretende persuadir o leitor a aceitar uma ideia imposta pelo texto. Consiste
no gênero textual de manifestos e de cartas abertas. Quando também mostra fatos para embasar a
argumentação, torna-se um texto dissertativo-argumentativo.
28 Simply Red é uma das bandas britânicas mais populares, principalmente nos anos 80. Disponível em <http://
www.revistaeletricidade.com.br/bio.htm> Acesso em 12/12/2013.
29 Andy Warhol, famoso durante 35 anos, foi o criador da frase: “No futuro, toda a gente será célebre durante
quinze minutos”, o que se concretiza na atual cultura de massa. Disponível em <http://www.infoescola.com/biografias/
andy-warhol/ > Acesso em 12/12/2013.
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“Argentina saqueada
Foi evidente o descompasso: na capital, a presidente Cristina Kirchner comandava uma celebração
pelos 30 anos de democracias; em quase todas as outras províncias da Argentina, ocorriam saques e atos
violentos enquanto policiais, em greve, cruzavam os braços.”
“Terapia intensiva
Quando insistimos na necessidade de uma agenda estratégica, somos contestados pela visão
reducionista de que basta ao nosso país uma gerência eficiente. Estamos vendo agora o resultado da
separação entre estratégia e gestão: a excelência gerencial que anunciaram naufraga na enchente de
problemas derivados da falta de planejamento.
Vivemos nos extremos: os grandes hospitais estão superlotados, enquanto as unidades com menos
de 50 leitos, que cobrem 65% do sistema, vivem quase sempre vazias, por motivos que incluem a falta
de médicos especializados e de condições para atender às populações locais”
Estratégias argumentativas
Texto argumentativo: pretende persuadir o leitor a aceitar uma ideia imposta pelo texto. Consiste
no gênero textual de manifestos e de cartas abertas. Quando também mostra fatos para embasar a
argumentação, torna-se um texto dissertativo-argumentativo.
25
“A argumentação deve basear-se nos sãos princípios da lógica. A legítima argumentação não se
confunde com o ´bate-boca` estéril ou carregado de animosidade. Ela deve ser construtiva na sua
finalidade, cooperativa em espírito e socialmente útil.”30
Consistência do raciocínio
Aprender a escrever é aprender a pensar, afirma Othon M. Garcia. A opinião pessoal indica aprovação
ou desaprovação, cuja validade deve ser demonstrada ou provada.
A análise é uma decomposição do todo em partes, para a percepção das relações entre ideias, fatos,
seres e objetos. A análise caracteriza-se pelo senso do detalhe, da exatidão, preocupando-se mais com
as diferenças
A síntese, por sua vez, nos permite uma visão de conjunto, pois, ao contrário da análise, apoia-se
nas semelhanças ou analogias entre seres, fatos, fenômenos ou ideias.
Por exemplo: um estudante que quisesse redigir uma dissertação a respeito das riquezas do Brasil.
Assim, faria uma análise, elaborando uma lista preliminar, mais ou menos caótica, de todos os sinais de
riqueza que lhe fossem ocorrendo. Caso o estudante julgasse a lista curta, poderia tomar cada um dos
itens ou alguns deles e submetê-los a nova análise, decompondo-os, especificando-os cada vez mais.
Riquezas minerais: ferro, manganês, cobre, estanho, cassiterita, pedras preciosas etc.
Evidência constitui a certeza manifesta, a certeza a que se chega pelo raciocínio ou pela apresentação
dos fatos. São cinco os tipos mais comuns de evidência: os fatos propriamente ditos, os exemplos, as
ilustrações, os dados estatísticos (tabelas, números, mapas, etc.) e o testemunho.
Fatos constituem o elemento mais importante da argumentação. Os fatos provam, só eles convencem.
Porém, deve-se levar em conta a relatividade dos fatos, de acordo com a época. Os fatos evidentes ou
notórios são os que mais provam. Ex.: a deficiência da saúde pública leva os cidadãos ao pagamento de
convênios médicos particulares.
Exemplos são fatos típicos ou representativos de determinada situação. Ex.: O professor Ricardo
Amaral se vê na contingência de ministrar aulas tanto na rede pública de educação quanto na rede
particular, chegando a dez aulas diárias. Esse exemplo demonstra os sacrifícios a que estão sujeitos os
membros do magistério no Brasil.
A ilustração real descreve ou narra em detalhes um fato verdadeiro. Mais eficaz e mais persuasiva
que a hipotética, ela vale por si mesma como prova. O que se espera da ilustração real é que, de fato,
sustente, apoie ou justifique determinada declaração. Para isso, é preciso que seja clara, objetiva,
sintomática e obviamente relacionada com a proposição.
Dados estatísticos são também fatos, mas fatos específicos. Têm grande valor de convicção,
constituindo quase sempre prova ou evidência incontestável. Esses dados devem sempre se
relativizar quanto à quantidade total analisada. Ex.: No Rio, 3.000 candidatos ao curso superior
foram reprovados. Se o total forem 6.000, essa quantidade equivale a metade; mas se forem 60.000,
não passa de 5%.
Testemunho é ou pode ser o fato trazido por intermédio de terceiros. Se autorizado ou fidedigno,
seu valor de prova é inegável.
Em geral, escreve-se conforme as ideias vão surgindo. Como nosso raciocínio nem sempre é lógico,
deve-se planejar o desenvolvimento dessas ideias, pondo-as numa ordem adequada ao propósito da
comunicação e interligando-as por meio de conectivos e de partículas de transição.
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Ordem cronológica: constitui a ordem de sucessão dos fatos. Em narrativa literária, muitas vezes se
subverte essa ordem para se conseguir, por exemplo, suspense. Para narrativa histórica, normalmente se
usa a ordem de sucessão dos fatos para maior clareza e coerência.
“O começo do século XIX foi um tempo de pesadelos e sobressaltos para reis e rainhas. Dois deles
enlouqueceram. Na Inglaterra, o rei George III era visto de camisolas nos corredores do palácio, com a
cabeça envolvida numa fronha e um travesseiro nos braços enrolado na forma de um bebê recém-nascido,
que afirmava ser um príncipe chamado Octavius. Em Portugal, a rainha Maria I se dizia perseguida por
demônios. Seus gritos de terror ecoavam nas madrugadas frias e enevoadas do Palácio de Queluz. [...]
Ambos pertenciam a uma espécie que parecia condenada à extinção na Europa de 1807 — a dos reis
com trono. Foi o período em que reis e rainhas eram perseguidos, destituídos, aprisionados, exilados,
deportados ou mesmo executados em praça pública. [...]
Em 1807, Napoleão Bonaparte estava no auge do seu poder. Fazia três anos que tinha se autodeclarado
imperador dos franceses. [...] Um ano mais tarde, em 1808, com a virtual anexação da Espanha e de
Portugal, ele praticamente dobrou o tamanho do território original da França.”31
Percebe-se, nessa narrativa histórica, os fatos em ordem cronológica: 1807 e 1808, mais indicado
para esse tipo de narrativa.
“A máquina extraviada
(José J. Veiga)
Ordem e transição constituem os principais fatores da coerência textual. A ordem pode ser
cronológica, espacial e lógica.
Ordem espacial: principalmente nas descrições, é sempre aconselhável seguir a ordem em o que
o se é observado, isto é, a ordem imposta pelo ponto de vista: dos detalhes mais próximos para os
mais distantes ou vice-versa; de dentro para fora, da direita para a esquerda, ou vice-versa e assim por
diante.33
Há, desde a entrada, um sentimento de tempo na casa materna. As grades do portão têm uma velha
ferrugem e o trinco se oculta num lugar que só a mão filial conhece. O jardim pequeno parece mais
verde e úmido que os demais, com suas palmas, tinhorões e samambaias que a mão filial, fiel a um gesto
de infância, desfolha ao longo da haste.
filiais se pousam sobre a mesa farta do almoço, repetindo uma antiga imagem. Há um tradicional
silêncio em suas salas e um dorido repouso em suas poltronas.
1) As grades do portão têm uma velha ferrugem e o jardim pequeno parece mais verde e úmido
que os demais. É sempre quieta a casa materna, mesmo aos domingos, quando as mãos filiais se
pousam sobre a mesa farta do almoço, repetindo uma antiga imagem.35
a) dos detalhes de fora para os de dentro b) dos detalhes de dentro para os de fora
2) “Numa bela tarde de outono, o azul do céu contrastava com o verde dos morros. Nas margens
cálidas do rio, o estádio recebia grande plateia. Era a festa do povo, um mundo de lágrimas e de
sorrisos onde as mais variadas emoções se perdiam por entre o tremular do azul e do vermelho,
a) do mais próximo para o mais distante b) do mais distante para o mais próximo
3) “Nas bilheterias, formam-se filas enormes. Pais com filhos pela mão, cambistas vendendo entradas
a altos brados, vendedores de picolé, cachorro– quente, pipoca, bebidas, assentos e, por incrível
que pareça, uísque. A agitação é intensa. Lá dentro a multidão se comprime, brigando por melhores
lugares.” (Alberto Alminhana. Estádio de futebol em grande dia.)
a) dos detalhes exteriores para os interiores b) dos detalhes interiores para os exteriores
4) A pequena estatura, a pele bronzeada, o corpo quase infantil, os óculos de lentes tão grossas como
o fundo de uma garrafa trazem-se a plena certeza da perfeição. Sim, a perfeição de ser tão grande
na bondade, tão alva nos sentimentos, tão experiente no pobre vocabulário, tão transparente na
profundeza do olhar.37
a) dos detalhes exteriores para os interiores b) dos detalhes interiores para os exteriores
Ordem e transição constituem os principais fatores da coerência. A ordem pode ser cronológica,
espacial e lógica.
A ordem lógica pode ser dedutiva ou indutiva. A dedutiva vai do geral para o particular e a
indutiva vai do particular para o geral.
Objetivo do tema: Conhecer a coerência textual para aplicá-la; estimular a leitura e a escrita;
qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
A ordem pode ser cronológica, espacial e lógica (vistas nas aulas anteriores).
A ordem de colocação das ideias é indispensável à coerência textual; faz-se necessário realizar a
transição entre essas ideias e a conexão entre elas.
Os dois períodos abaixo estão sem partículas de transição. São períodos justapostos. Observe:
• Maria está preocupadíssima. Há três dias não recebe notícias da filha dela.
O segundo período indica o motivo do primeiro. Nesse caso específico, a ausência de partículas de
transição não impede que se perceba a relação entre essas duas ideias.
• Maria está preocupadíssima, porque há três dias não recebe notícias da filha dela.
• ____eu dissesse _______o medo nasce no estômago _________ uma flor de cerrado, deveria
acrescentar ________ nascia uma plantação na minha barriga, seca _______ meus lábios.
• Se eu dissesse que o medo nasce no estômago como uma flor de cerrado, deveria acrescentar que
nascia uma plantação na minha barriga, seca como meus lábios.41
Sentido Partículas
em primeiro lugar mormente
Prioridade, antes de mais nada principalmente
relevância primeiramente primordialmente
acima de tudo sobretudo
precipuamente
Afinal
Então por fim
enfim finalmente
logo
Tempo agora
logo após
(frequência, atualmente
a princípio
duração, hoje
pouco antes
ordem, frequentemente
pouco depois
sucessão, constantemente
anteriormente
anterioridade, às vezes
posteriormente
posterioridade, eventualmente
em seguida
simultaneidade, por vezes
raramente
eventualidade) ocasionalmente
não raro sempre
ao mesmo tempo nesse meio tempo
simultaneamente enquanto isso
neste ínterim (conjunções temporais)
igualmente de maneira idêntica
da mesma forma de conformidade com
Semelhança, assim também de acordo com
comparação, do mesmo modo segundo
conformidade similarmente conforme
semelhantemente sob o mesmo ponto de vista
analogamente (conjunções comparativas)
por analogia
ainda por cima
além disso por outro lado
Adição, (a)demais
continuação também
outrossim conjunções aditivas (e, nem, não só... mas
ainda mais também, etc)
talvez quem sabe?
Dúvida é provável
provavelmente não é certo
possivelmente se é que
quiçá
decerto inquestionavelmente
Certeza, ênfase por certo sem dúvida
certamente inegavelmente
indubitavelmente com toda a certeza
Coesão textual
Objetivo do tema: Compreender coesão textual para utilizá-la; estimular o uso da norma padrão;
estimular a leitura e a escrita; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Coesão textual
A coesão textual constitui a costura linguística entre os termos e as ideias de um período simples;
entre as orações e as ideais de um período composto; entre os períodos e as ideias de um parágrafo;
e entre os parágrafos do texto. Quando um texto está coeso, o leitor tem a sensação de que a leitura
ocorre com facilidade, pois forma um todo orgânico.
São múltiplos os mecanismos para conectar e relacionar as partes de um texto. Os principais são:
34
Português Instrumental
1. Coesão referencial
Conjunto de estratégias para retomar o referente anterior ou para antecipar o referente posterior,
de modo a reiterar a ideia nele contida, sem repetir esse referente.
Ex.:
Machado de Assis é escritor, cuja obra traz profunda reflexão sobre a psicologia humana.
2. Coesão lexical
Por meio do uso de termos e de expressões afins, evita-se a repetição de itens lexicais e articulam-
se as ideias do texto.
a) uso de sinônimos:
Ex.: O presidente do STF resolver invalidar a sentença anterior; o magistrado afirmou ser
necessário rever a decisão.
Ex.: Da poltrona do cinema, Ana viu que, no assento ao lado, uma idosa desmaiou.
c) uso de perífrases, ou seja, de construções mais complexas para caracterizar expressões mais
simples;
Ex.: Hoje, nos estádios, a vigilância policial é necessária. Assim, não é mais tolerável a falta de
elementos treinados para garantir a ordem e proteger a segurança dos cidadãos numa
partida futebolística.
3. Coesão sequencial
Compreende o estabelecimento das relações lógicas entre as ideais de um texto, por meio dos
conectivos ou operadores sintáticos, principalmente preposições e conjunções.
Ex.: Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga. Ela conseguiu a vaga devido a sua
competência.
Entendimento de texto
Transitividade verbal
Objetivo do tema: Relembrar transitividade verbal para melhor entendimento de regência verbal,
a ser tratada a seguir; apresentar instrumental para redação na norma padrão; incentivar o gosto pela
leitura e pela escrita; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Sabe-se que a oração (frase com verbo) apresenta o sujeito e o predicado como termos essenciais.
Relembrando: o sujeito é o ser do qual se declara algo e o predicado é o que se declara do sujeito.
Ex.:
Nesse sentido, predicação verbal é o modo pelo qual o verbo forma o predicado.
· Há verbos com sentido completo, com predicação completa, denominados intransitivos, pois
não necessitam de outros termos para constituir o predicado.
Nessa frase, podem-se acrescentar termos que exprimem circunstâncias como lentamente, durante
o outono, em frente ao colégio, etc. Mas esses termos não são necessários para integrar o predicado.
O verbo cair continua com sentido completo. Apenas se acrescentaram circunstâncias de modo,
tempo e lugar, que não são necessárias para completar o verbo.
• Também há verbos que necessitam de outros termos para integrar o predicado. São os verbos de
predicação incompleta, denominados transitivos.
Os verbos invejar e aspirar necessitam de termos para completar o sentido. Assim, os ricos e à riqueza
são termos necessários para integrar o predicado.
Verbos transitivos
• Transitivos diretos
• Transitivos indiretos
Transitivos diretos: são os que pedem termos que funcionam como objeto direto, isto é, complemento
sem preposição.
Objeto direto: um terreno (do verbo ganhar) e a casa (do verbo construir)
Abracei-o.
Transitivos indiretos: são os que pedem termos que funcionam como objeto indireto, isto é,
complemento regido de preposição.
Transitivos diretos e indiretos: são os que formam o predicado com dois objetos, um direto e o
outro indireto.
37
Objeto indireto: à empresa (regido da preposição a)
Para resumir, segue tabela de classificação dos verbos quanto à necessidade ou não de complemento
direto e/ou indireto:
Objetivo do tema: Relembrar o uso dos pronomes pessoais oblíquos; despertar o interesse pela
leitura e pela escrita; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal
Para melhor entender a regência, que vem a seguir, relembremos o uso dos pronomes pessoais
oblíquos átonos que funcionam como complemento verbal, servindo como objeto direto e/ou objeto
indireto: me, te se, nos vos, o, os, a, as, lhe, lhes.
Os pronomes o, os, a, as funcionam como objeto direto (ligado ao verbo sem preposição).
Exemplos:
38
Português Instrumental
Os pronomes lhe (a ele, a ela) e lhes (a eles, a elas) funcionam como objeto indireto (ligado
ao verbo por preposição).
Exemplos:
Os pronomes me, te, se, nos, vos podem ser objeto direto e objeto indireto.
Exemplos:
Observação: Não classifique como complemento verbal o pronome oblíquo que é adjunto adnominal,
como nas frases:
Tomou-lhe as mãos. (Tomou as mãos dele/dela). Acarinhou-lhes a face. (Acarinhou a face deles/
delas)
Regência
Objetivo do tema: Conhecer regência para entender regência verbal e nominal; despertar o interesse
pela leitura e escrita; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Regência deriva de reger (governar, comandar, dirigir); assim, regência significa governo, comando,
direção.
Nesse sentido, em gramática, a regência pode ser verbal e nominal, se o termo regente (que rege)
for um verbo ou um nome, respectivamente.
Num período, os termos regentes ou subordinantes (verbo ou nome) reclamam termos regidos ou
subordinados.
39
Tabela 8 - Termos regentes e termos regidos:
Observe:
Objetivo do tema: Entender regência verbal para bem usá-la; aperfeiçoar a escrita; despertar o
gosto pela leitura e pela escrita; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Regência deriva de reger (governar, comandar, dirigir); assim, regência significa governo, comando,
direção.
Nesse sentido, em gramática, a regência pode ser verbal e nominal, se o termo regente (que rege)
for um verbo ou um nome, respectivamente.
Regência verbal
• Há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar de sentido. Ex.:
40
Português Instrumental
No exemplo acima A enfermeira assistiu à televisão, lembre-se que o acento grave em à indica que
houve crase da preposição a com o artigo a que antecede o substantivo televisão.
A seguir destacamos alguns verbos com a mesma acepção, mas com regências diversas:
Esquecer e lembrar
Verbos esquecer e lembrar: quando se usa o pronome pessoal oblíquo (me, te, se, nos, vos) como
objeto direto, deve-se usar a preposição de que faz parte do objeto indireto. Ex.: Lembrei-me do nome
dele.
Na última construção Esqueceu-me o nome dele e Lembrou-me o nome dele, tanto para o verbo
esquecer quanto lembrar, o sujeito da oração é o nome dele.
Informar
Transitividade
Construções Objeto direto Objeto indireto
Informo o povo agora. o povo ---
Informo o povo sobre a denúncia. o povo sobre a denúncia
Informei-me sobre a denúncia. me (eu mesmo) sobre a denúncia
41
Transitividade
Construções Objeto direto Objeto indireto
Informe-se logo. se (você mesmo) ---
Informo-lhe que a denúncia vazou. que a denúncia vazou lhe (a você, a ele)
Este é um jornal que informa. --- ---
Para o verbo informar, preferencialmente se usa a pessoa como objeto direto e a coisa como objeto
indireto. Foge a essa preferência a penúltima construção Informo-lhe que a denúncia vazou.
Namorar
Obedecer
Pagar
Transitividade
Construções Objeto direto Objeto indireto
Ele pagou a consulta. a consulta ---
Ele pagou ao médico. --- ao médico
Ele pagou a consulta ao médico. a consulta ao médico
Ele pagou pela consulta. --- pela consulta
Assistiu ao jogo sem pagar. --- ---
Para o verbo pagar, percebe-se o uso preferencial de pagar algo a alguém, sendo objeto direto a coisa
e objeto indireto a pessoa. A penúltima construção Ele pagou pela consulta escapa a essa preferência.
Perdoar
42
Português Instrumental
Observe-se que se usa perdoar algo e perdoar a alguém, ou seja, a coisa é objeto direto e a pessoa
é objeto indireto.
Responder
Objetivo do tema: Entender regência verbal para bem usá-la; aperfeiçoar a escrita; despertar o
gosto pela leitura e pela escrita; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Nesse sentido, em gramática, a regência pode ser verbal e nominal, se o termo regente (que rege)
for um verbo ou um nome, respectivamente.
Há verbos que admitem mais de uma regência sem mudar de sentido. Há outros verbos que assumem
outra significação quando muda a regência.
Aspirar
Assistir
43
Custar
Implicar
Visar
Regência nominal
Objetivo do tema: Conhecer e entender as normas da regência nominal; estimular o gosto pelo
uso da norma padrão; estimular a leitura e a produção de textos; qualificar para o trabalho e facilitar a
vida pessoal.
44
Português Instrumental
Regência deriva de reger (governar, comandar, dirigir); assim, regência significa governo, comando, direção.
Nesse sentido, em gramática, a regência pode ser verbal e nominal, se o termo regente (que rege)
for um verbo ou um nome, respectivamente.
Regência nominal
Assim, certos substantivos e adjetivos admitem mais de uma regência. A escolha deve obedecer à
regra da clareza, de sentido e da eufonia (bom som). Ex.:
A família incutiu-lhe amor aos estudos. Assim, entender textos torna-se fácil
para ele.
ou
45
contente com, de, em, por residente em
contíguo a respeito a, com, de, para com, por
cruel com, para, para com simpatia a, para com, por
curioso de, por situado a, em, entre
desgostoso com, de solidário com
desprezo a, de, por suspeito a, de
devoção a, para com, por ultimo a, de, em
devoto a, de união a, com, entre
dúvida acerca de, de, em, sobre versado em
empenho de, em, por vizinho a, com, de
Obs.: Advérbios terminados em –mente exigem a mesma preposição dos adjetivos de que derivam.
Ex.:
Crase
Objetivo do tema: Relembrar as regras da crase; despertar o gosto pelo uso da norma padrão;
qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
• artigo a
Para indicar essa fusão, usa-se o acento grave (`) sobre o a (à).
Crase
46
Português Instrumental
Existem três condições para existir a crase pela fusão da preposição a com o artigo a:
• existência de proposição a
Também a frase Sua frequência às aulas é bastante regular atende a esses 3 requisitos, pois:
Por outro lado, a frase Sua frequência a estas cerimônias é bastante regular não atende a esses 3
requisitos, pois:
Objetivo do tema: Relembrar as regras da crase; despertar o gosto pelo uso da norma padrão;
qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
1) Na frase Voltarei à Paris de meus sonhos existe crase, pois o substantivo Paris está determinado,
aceitando artigo a.
Ex.: Nesta tarde, retornaremos à João Pessoa de nossa infância.
Irás à Viena das valsas nestas férias?
3) Quando for facultativo o artigo feminino a(s), a crase também será facultativa diante de:
Ex.: Entregue este pacote a Silene. (Entregue este pacote à Silene.) Irei a África. (Irei à África.)
Fomos a minha sala. (Fomos à minha sala.)
48
Português Instrumental
• Sem crase, se a palavra casa não for determinada: Ex.: Vou a casa almoçar.
• Crase facultativa, se a palavra casa vier acompanhada de possessivo ou adjunto que designe o
morador:
6) Há acento grave no a(s) em expressões adverbiais como à noite, à proporção que, à toa, à mingua,
à força, às pressas, às vezes, às ocultas, às expensas de.
7) Expressões como gota a gota, cara a cara, etc, em que falta artigo diante do primeiro termo, falta
também artigo diante do segundo. Assim, entre palavras repetidas, ligadas por preposição a, não
haverá crase:
Artifícios didáticos
49
Entreguei o livro às pessoas interessadas.
2) Substituir o verbo ir pelo voltar. Se aparecer a expressão voltar da, ocorre a crase. Ex.:
3) Substituir o a por para ou para a. Se aparecer para a, ocorre a crase. Ex.: Enviei uma mensagem
a você.
Concordância verbal
Objetivo do tema: Conhecer as regras da concordância verbal para uso adequado; despertar o
gosto pelo uso da norma padrão; qualificar para o mercado do trabalho e facilitar a vida pessoal.
De acordo com o estudioso Mattoso Câmara, em gramática, dá-se o nome de concordância nominal
à circunstância de um adjetivo variar em gênero e em número, de acordo com o substantivo a que se
refere. Chama-se concordância verbal à circunstância de um verbo variar em número e pessoa, de
acordo com o seu sujeito.
Verbo expressa ação, acontecimento, estado, fato ou fenômeno. Expressa o que passa com os seres
ou em torno dos seres.
Concordância verbal
1) Havendo um só núcleo (sujeito simples), o verbo concorda com ele em pessoa e número. Ex:
2) Havendo mais de um núcleo (sujeito composto), o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver
primazia, na seguinte escala:
Exemplos:
Objetivo do tema: Relembrar regras básicas de aula anterior; aplicar adequadamente as regras de
concordância verbal; apurar o gosto pelo uso da norma padrão; qualificar para o trabalho e facilitar a
vida pessoal.
51
1) Havendo um só núcleo (sujeito simples), o verbo concorda com ele em pessoa e número.
2) Havendo mais de um núcleo (sujeito composto), o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver
primazia, na seguinte escala:
a) Sujeito composto depois do verbo leva o verbo a concordar com o mais próximo de preferência:
Ex.: Que me importava Carlota, o lar, a sociedade e seus códigos?” (Cyro dos Anjos)
b) Sujeito composto constituído por sinônimos ou quase sinônimos leva o verbo a concordar com
o mais próximo de preferência:
c) Sujeito composto em gradação de ideais leva o verbo a concordar com o mais próximo de
preferência:
Há 2 situações:
• Se ou indicar exclusão ou retificação, verbo concorda com núcleo mais próximo. Ex.: Pablo
ou André será presidente.
• Se ou não indicar exclusão, verbo vai para plural. Ex.: Só Deus ou Nossa Senhora podem me
ajudar.
52
Português Instrumental
Há 2 situações:
• Verbo concorda com mais próximo, quando sujeito vier depois do verbo.
Objetivo do tema: Relembrar regras básicas de aula anterior; aplicar adequadamente as regras de
concordância verbal; apurar o gosto pelo uso da norma padrão; qualificar para o trabalho e facilitar a
vida pessoal.
1) Havendo um só núcleo (sujeito simples), o verbo concorda com ele em pessoa e número.
2) Havendo mais de um núcleo (sujeito composto), o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver
primazia, na seguinte escala:
2) Concordância no Plural:
a) Sujeito composto ligado por expressões correlativas, como não só... mas também, não só...
como também, tanto... como, leva verbo para plural.
53
c) Sujeito composto por infinitivos, determinados por artigo ou que designam ideias opostas,
leva verbo para plural.
d) Sujeito um e outro, nem um nem outro leva verbo para plural de preferência.
Nem uma nem outra comédia me fizeram rir. Um e outro gênero literário me apetecem.
Nem uma nem outra comédia me fez rir. Um e outro gênero literário me apetece.
e) Sujeito um dos que, uma das que leva verbo para plural de preferência.
Ex.: Maria foi uma das que se destacaram. ou Maria foi uma das que se destacou.
g) Sujeito quais de nós, quantos de nós, quais de vós, quantos de vós, alguns de nós,
alguns de vós leva o verbo para plural (nós/vós)
3) Concordância no Singular:
a) Sujeito composto resumido por tudo, nada, ninguém alguém, etc. verbo vai para singular
(concorda com elemento resumitivo).
54
Português Instrumental
c) Sujeito a maior parte de, parte de, a maioria de, grande número de seguida de nome
plural leva verbo para singular de preferência. Ex.: A maioria dos alunos recebeu bem a
notícia.
Ex.: Mais de uma solução existe para este problema. MAS se verbo exprimir reciprocidade
vai para plural.
f) Sujeito qual de nós, nenhum de nós, qual de vós, nenhum de nós, nenhum de vós leva o
verbo para singular.
Leva verbo para 3ª pessoa singular/plural, de acordo com o nome a que se refere.
Pronomes de tratamento:
55
Substantivos próprios plurais
Estados Unidos, Lusíadas, Andes levam verbo para plural. Ex.: Os Andes se estendem da Venezuela
à Terra do Fogo.
Verbo concorda com sujeito passivo, quando verbo está na voz passiva sintética (com pronome se).
Objetivo do tema: Relembrar regras básicas de aula anterior; aplicar adequadamente as regras de
concordância verbal; apurar o gosto pelo uso da norma padrão; qualificar para o trabalho e facilitar a
vida pessoal.
1) Havendo um só núcleo (sujeito simples), o verbo concorda com ele em pessoa e número.
2) Havendo mais de um núcleo (sujeito composto), o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver
primazia, na seguinte escala:
Casos especiais
56
Português Instrumental
Obs.: Quando o sujeito for nome de pessoa, ou o pronome que, com ele concorda o verbo ser.
• Nas locuções é muito, é pouco, é suficiente, é demais, é mais que (ou do que), é menos que (ou
do que), etc. e o sujeito indica quantidade, preço, medida, etc.
57
a) Verbos impessoais
Verbos haver, fazer (indicação de tempo), passar de (indicação das horas), chover e outros que
exprimem fenômenos meteorológicos, quando usados como impessoais, ficam na 3ª pessoa do
singular.
Fazia muitos anos que não o via. Quando saiu, passava das sete horas. Choveu e trovoou
durante muito tempo.
b) Na indicação das horas, datas e distância, o verbo ser é impessoal e concorda com a expressão
designativa de hora, data ou distância.
Eram duas horas da madrugada. Hoje são doze dias do mês, não? Foram dez quilômetros andados.
Ex.: Eles é que mantêm esta casa. (expletiva porque a frase fica com sentido se eliminá-la: Eles
mantêm a casa.)
d) Na locução a não ser, que equivale a exceto, salvo, senão, o verbo ser é invariável.
e) A expressão Haja vista pode ser construída de três modos: Hajam vista os livros lidos. (tenham
vista, vejam-se) Haja vista os livros lidos. (por exemplo, veja)
f) As expressões Bem haja e Mal haja, são usadas em frases optativas45 e imprecativas,
respectivamente. O verbo haver concorda com o sujeito.
Objetivo do tema: Relembrar regras básicas de aula anterior; aplicar adequadamente as regras de
concordância verbal; apurar o gosto pelo uso da norma padrão; qualificar para o trabalho e facilitar a
vida pessoal.
1) Havendo um só núcleo (sujeito simples), o verbo concorda com ele em pessoa e número.
2) Havendo mais de um núcleo (sujeito composto), o verbo vai para o plural e para a pessoa que tiver
primazia, na seguinte escala:
g) Referindo-se a horas, os verbos bater, dar e soar concordam com o sujeito (hora, horas, badalada,
badaladas ou relógio).
h) O verbo passar, com referência a horas, no sentido de ser mais de, é impessoal, ou seja, se conjuga
na 3ª pessoa do singular.
Ex.: As casas pareciam cair. (construção corrente) As casas parecia caírem. (construção literária)
l) Sujeito com milhão, bilhão e trilhão + substantivo plural leva o verbo para o plural.
n) Sujeito formado por percentuais leva o verbo a concordar com o número expresso na percentagem.
o) Sujeito com pronome nós subentendido leva o verbo a concordar com esse pronome nós.
p) Sujeito formado por senão (= mais que, a não ser) + substantivo plural leva o verbo para o
plural, concordando com sujeito oculto outras coisas. Ex.: Do velho casarão não sobraram senão
escombros.
q) Sujeito formado por mais de, menos de o verbo concorda com o substantivo que se segue a essas
expressões.
Concordância nominal
Objetivo do tema: Relembrar as regras de concordância nominal para escrever melhor; despertar
o gosto pelo uso da língua portuguesa culta; qualificar para o mercado de trabalho e facilitar a vida
pessoal.
Concordância nominal
Ex.: Aquela atriz possuía muitos vestidos e joias caros. (masc. plural)
Eram aguardados tios e tias paternos. (masculino plural) Eram aguardados tios e tias paternas.
(mais próximo)
3) O adjetivo anteposto aos substantivos concorda com o mais próximo (em geral).
5) Adjetivo regido da preposição de que se refere a pronomes neutros (tudo, nada, muito, algo, tanto,
que...). Pode haver duas construções:
Ex.: Sua boca tem algo de meigo. Seu semblante, um quê de misterioso...
1) Com sujeito simples, o predicativo concorda em gênero e em número com esse sujeito.
2) Com sujeito composto por substantivos do mesmo gênero, o predicativo concorda no plural e no
gênero deles.
3) Com sujeito composto por substantivos de gêneros diferentes, o predicativo concorda com o
masculino plural.
4) Com sujeito formado por pronome de tratamento, predicativo concorda com o sexo da pessoa a
quem nos referimos.
Vossa Alteza foi bondoso. (com referência a um príncipe) Vossa Alteza foi bondosa. (com
referência a uma princesa)
5) Predicativo nas expressões é bom, é necessário, é preciso, etc. fica invariável, quando se refere a
substantivo masculino ou feminino não determinado.
6) Predicativo nas expressões é bom, é necessário, é preciso, etc. concorda com gênero do
substantivo masculino ou feminino determinado por artigo definido.
Objetivo do tema: Relembrar as regras de concordância nominal para escrever usando a norma
culta; despertar o gosto pelo uso da língua portuguesa culta; qualificar para o mercado de trabalho e
facilitar a vida pessoal.
63
Concordância é o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se harmonizam, em
flexões, com as palavras de que dependem.
1) Com objeto simples, o predicativo concorda com gênero e número desse objeto.
2) Com objeto composto por elementos do mesmo gênero, o predicativo concordará com o plural no
gênero do objeto.
3) Com objeto composto por elementos de gêneros diferentes, o predicativo concordará no masculino plural.
Caso o predicativo esteja anteposto, pode concordar com o núcleo mais próximo. Ex.: O júri declarou
culpada Laura e Frederico.
Ex.: Foi escolhida rainha da Festa das Nações. (sujeito oculto ela)
Não serão permitidos os acessos aos camarotes antes do horário. Minhas três namoradas foram
bem tratadas.
2) Sendo núcleo do sujeito um coletivo numérico, o particípio passado pode concordar com o
substantivo que acompanha esse núcleo.
3) Sendo sujeito dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, o particípio passado concorda no
masculino plural.
1) O pronome que se flexiona concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere.
Na viagem, conhecemos vários rapazes, com os quais mantemos contato até hoje.
Ex.: Refere-se ao Pão de Açúcar, ao Cristo Redentor e à praia de Copacabana como se os tivesse
conhecido.
Ex.: Marido e mulher foram escolhidos: um pela beleza e outro pela simpatia.
4) O substantivo que segue a locução um e outro, nem um nem outro fica no singular.
Objetivo do tema: Relembrar as regras de concordância nominal para escrever usando a norma
culta; despertar o gosto pelo uso da língua portuguesa culta; qualificar para o mercado de trabalho e
facilitar a vida pessoal.
65
Assim, os adjetivos, pronomes, artigos e numerais concordam em gênero e número53 com os
substantivos a que se referem (concordância nominal).
Possível usa-se somente no singular, quando a expressão superlativa se inicia com partícula o.
5) Adjetivos adverbiados. Adjetivos como sério, claro, caro, barato, alto, raro, etc. têm função de
advérbios terminados – mente. Assim, como advérbios, são invariáveis.
Ficamos alerta.
(Ficamos alertas.)
10) Menos. É palavra invariável. (Não existe menas) Ex.: Devemos gastar menos água.
Acento tônico diferencia-se de acento gráfico. Acento tônico, ou acento de intensidade, é um fato
fonético (sonoro) e o acento gráfico (escrito) pode ser agudo (´) ou circunflexo (^).
Acentuação gráfica
69
Tipo de palavra ou Exemplos Observações
Quando acentuar
sílaba (como eram) (como ficaram)
Na terceira pessoa do Continua tudo igual.
Verbos ter e vir plural do presente do eles têm, eles vêm Ele vem aqui; eles vêm aqui. Ela tem sede;
indicativo elas têm sede.
Na terceira pessoa do
Derivados de ter e singular leva acento ele obtém, detém,
vir (obter, manter, agudo; na terceira pessoa mantém; eles obtêm, Continua tudo igual.
intervir) do plural do presente detêm, mantêm
levam circunflexo
Esta regra desapareceu, exceto para os
verbos: PODER (diferença entre passado
e presente: Ele não pôde ir ontem,
mas pode ir hoje. PÔR (diferença com a
preposição por): Vamos por um caminho
novo, então vamos pôr casacos; TER e VIR e
seus compostos (ver acima). Observe:
Acento diferencial 1) Perdem o acento as palavras compostas
com o verbo PARAR: Para-raios, para-
choque.
2) FÔRMA (de bolo): O acento será opcional;
se possível, deve– se evitá-lo:
Eis aqui a forma para pudim, cuja forma de
pagamento é parcelada.
Pela tabela acima, percebe-se que, pelo novo Acordo ortográfico, algumas regras de acentuação
gráfica não se alteraram, outras se modificaram e outras desapareceram.
70
Português Instrumental
Uso do hífen
Seguindo-se a imagem acima55, percebe-se que o que está mais escuro implica o uso do hífen; o que
está mais claro rejeita o uso do hífen.
Por exemplo: os prefixos co e re exigem hífen quando estão antes de palavra começada por h.
Antes de palavra começada por qualquer outra letra, não necessitam de hífen. Ex.: coautor, cooperar,
corresponsável, reavaliar, reescrever.
Objetivo do tema: Relembrar os tipos e os gêneros textuais, além da variedade da língua; conhecer e
aprofundar características da redação técnica; identificar e usar a descrição objetiva (técnica/científica);
qualificar para o mercado de trabalho e facilitar a vida pessoal.
Tipos textuais
Descrição Exposição
Narração Injunção
argumentação
Gêneros textuais
dissertação resenha56 resumo de texto
Bilhete edital de concurso carta pessoal
bula de remédio bate-papo pela internet carta comercial
Cardápio carta eletrônica horóscopo
Outdoor jaculatória57 poema
Piada editorial inquérito policial
Ata prefácio de livro58 conferência
artigo científico conversação casual receita médica, etc
Redação técnica
A redação técnica caracteriza-se pela língua escrita padrão, com princípios como objetividade,
clareza, concisão, precisão, tratamento.
Além disso, a redação técnica deve apresentar preocupação com a estética, como margens,
parágrafos, espaço interlinear, espaço entre parágrafos, divisão de texto em tópicos e em capítulos.
56 Resenha é resumo crítico que utiliza procedimentos semelhantes ao resumo para ser elaborado.
57 Novena e ladainha religiosas.
58 Texto preliminar escrito pelo autor ou por outrem e inserido no início do livro.
59 Macunaíma, romance do escritor brasileiro Mário de Andrade.
72
Português Instrumental
A barra sinalizadora, com tecnologia 100% digital, é equipada com módulo de 4 ou 8 LEDs de 1W-
45 Lumens (típico), conhecidos como LEDs de potência, nas cores rubi, âmbar, branco e verde.
Montada em reforçado perfil de alumínio extrudado, sua base em ABS reforçado e cúpula em
policarbonato translúcido acondicionam os módulos de LED, garantindo maior eficiência luminosa.
Opcionalmente pode possuir módulos na parte traseira da barra que possuem a função de indicação
de sinalização sequencial para advertência de trânsito, controlados por DSC40.
Esse produto é certificado pelas normas SAEJ575 (vibração, umidade, poeira, corrosão, deformação,
cor, ciclo térmico) e SAEJ595 (ensaios fotométricos).60
A linguagem do texto acima tem função denotativa, de informação, é exata e visa a definir o que
é barra sinalizadora. É um gênero de texto que pede ao leitor que reconheça, classifique, hierarquize e
atualize o estoque de itens lexicais61; exige saber e conhecimento.
Essa descrição não admite movimento, imobilizando o objeto. Daí a ausência de verbos de movimento
e o uso de frases em que aparecem verbos de estado (ser).
• objetividade
• impessoalidade na exposição
Esse tipo de descrição, que envolve também pontos de narração, exige, do autor, conhecimento
aprofundado do assunto além de observação apurada. Às vezes é acompanhada de desenhos, mapas,
fotos, diagramas, para evitar faltas ou excessos.
Após a extração dos barreiros, a matéria-prima é preparada de forma a obter-se uma mistura
homogênea.
Esta preparação decorre em várias fases: a argila é amontoada e depois britada até atingir a
granulometria necessária, sendo novamente amontoada durante vários dias ou mesmo meses.
Antes do processamento, o teor de umidade é controlado e pode ser necessário adicionar água
para obter a consistência certa para a modelagem. É ainda possível adicionar outros materiais, como
serradura ou resíduos da indústria do papel, para aumentar a porosidade do produto final.
No caso dos tijolos, a argila é extrudida63 ou moldada até obter a forma pretendida, cortando-se
então na medida.
Resumo de texto
Objetivo do tema: Entender os passos para se chegar a um resumo adequado; desenvolver habilidade
de entendimento e de produção de textos; apresentar resenha de livro, necessária para vida acadêmica;
capacitar para a profissão e facilitar a vida pessoal.
Resumo de texto/livro
• Invenção ou construção. Construir frases com várias ideias expostas no texto, de forma sintética.
• Combinação de dois ou três tópicos frasais de diferentes parágrafos quando repetem a mesma
ideia.
64 João Bosco Medeiros. Português Instrumental. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.
75
Exemplo65:
Entre as novas estruturas físicas e organizacionais que estão sendo introduzidas nos ambientes de
trabalho em todo o mundo, destaca-se o caso da sede da IBM na Inglaterra. Para cada 100 funcionários
foram instalados 75 postos de trabalho. Desaparece a mesa personalizada e individual, e essa “estação
de trabalho” passa a ser usada com a mesma transitoriedade que caracteriza o uso de uma biblioteca.
Essa tendência introduz no mundo do trabalho a cultura do tempo livre ou do ócio aparente, onde
uma hora de distração durante a jornada de trabalho pode tornar mais produtivas as outras sete horas
regulamentares. O escritório passa a ser um local onde praticamente qualquer atividade pode ser
desenvolvida, segundo um estrito código de conduta.
• Apagamento:
2º parágrafo: essa tendência; expressão onde uma hora de distração durante a jornada de trabalho
pode tornar mais produtivas as outras sete horas regulamentares.
• Generalização:
• Invenção ou construção:
65 João Bosco Medeiros. Português Instrumental. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.
66 Folha de S. Paulo, 7 nov. 1993, p. 7-1.
76
Português Instrumental
2º parágrafo: a cultura do tempo livre traz benefícios ao mundo do trabalho, quer aumentando a
produtividade, quer motivando o trabalhador para o aproveitamento do ambiente de trabalho
como extensão de sua casa.
Novas estruturas organizacionais são introduzidas na sede inglesa da IBM. Elas inserem no mundo
do trabalho a cultura do tempo livre ou do ócio aparente. A transformação do escritório tradicional
corresponde ao desaparecimento da distinção entre vida particular e trabalho.
• Resumindo, obtém-se:
Resenha de livro
Objetivo do tema: Entender os passos para se chegar a uma resenha adequada; desenvolver
habilidade de entendimento e de produção de textos; capacitar para a profissão e facilitar a vida pessoal.
Resenha de livro
Resenhar significa resumir, sintetizar, destacar os pontos principais de uma obra. O resumo encontra-
se incluído na resenha.
77
• Sintetização dos dados selecionados;
Toda resenha acadêmica deve ser o mais bem identificada possível. Assim devem constar:
• Título (ou cabeçalho contendo o nome da instituição de ensino, título da resenha com identificação
do texto resenhado, autor/a da resenha, objetivo do trabalho, local e data)
• Referência bibliográfica da obra (citação completa da fonte, podendo constar alguns dados
bibliográficos do autor da obra resenhada).
Obs.: 1) A estrutura geral de uma resenha não difere de um texto dissertativo, na qual se observa
a introdução, o desenvolvimento e as considerações finais, sempre calcadas, no entanto, nas opiniões
críticas do autor, embasadas em argumentos de certa originalidade, coerência e profundidade.
2) Como em qualquer trabalho escrito, a resenha pode apresentar uma epígrafe, que constitui frase,
normalmente de autor célebre, que serve de tema ao assunto. Destaque-se que esse termo tem origem
no Grego “epigrafhé” que significa “inscrição”, “título”.
Resenha: RIDENTI, Marcelo Siqueira. O Fantasma da Revolução Brasileira. 2º Ed. Revista e Ampliada.
São Paulo: Editora UNESP. 2010. 324 p.
Lançada no fim da década de 1980 e originária dos seis anos de produção da tese de doutorado
de Marcelo Ridenti (UNICAMP), a obra O Fantasma da Revolução Brasileira é um importante estudo
acerca de um tema pouco explorado pela academia, qual seja os grupos de esquerda que se formaram
no Brasil nas décadas de 1960 e 1970 na esfera dos eventos da Ditadura Militar Brasileira (1964-1985).
Jacob Gorender (USP), que participou desses eventos diretamente e ajudou Ridenti em sua obra, no
prefácio faz uma análise da obra. É também definido pelo autor o acerto de contas com o “fantasma
da revolução brasileira” que a sua obra produz, podendo-se entender esse fantasma como as derrotas e
erros (p. 13) que as esquerdas enfrentavam, iniciadas segundo o autor pela passividade do PCB[1] nos
eventos que se sucederam à Ditadura Militar e a proposta de revolução não armada, que originou sua
perda de hegemonia e criaram-se várias facções.
No primeiro capítulo, A Constelação da Esquerda Brasileira nos anos 1960 e 1970, a ênfase encontra-
se nos vários grupos, armados ou não, dos movimentos sociais de esquerda. O autor enfatiza o PCB,
que embora ilegal no início da década de 1960 estava em seu apogeu e era líder do movimento das
esquerdas; nele existia a ideia do setor burguês-latifundiário no comando da sociedade partindo-se da
ideia dos resquícios de um feudalismo que entravavam o país e que deveria ser superado. Mas o autor
aponta alguns problemas, como a via pacífica ao socialismo do PCB (p. 46) e seu caráter burocratizante
(p. 41). Nessa conjuntura o partidão sofreu muitas sangrias; como o ALN fundado por Carlos Marighella,
um dos mais conhecidos membros do PCB e outros grupos que se formaram. [2] O PC do B que fez a
única investida no campo, a Guerrilha do Araguaia[3] e o MR8, que foi um grupo criado por dissidências
estudantis (p. 30) frente à divergência de vários outros grupos (p. 37). Questões como a relação entre a
burguesia brasileira, forças armadas, latifundiários e o capital internacional pouco foi explorado pelos
grupos da esquerda. No início de 1964, os grupos de esquerda pouco produziram de documentos, devido
ao seu caráter mais ativo, mesmo sendo políticos e armados ao mesmo tempo (p. 40), atestado isso,
como na produção intelectual de Jamil Rodrigues[4], teórico do VPR. Marighella em sua vida ativa
nos movimentos de esquerda trouxe várias experiências a ALN (grupo autodenominado como anarco-
militarista) como em sua presença em Cuba em 1967. Questionado sobre a função dos revolucionários,
Marighella respondeu “que o dever de todo revolucionário é fazer revolução” (p. 45) ou na ideia de
“quem dá o primeiro tiro carrega o resto”. As divergências variavam em muitos graus entre os grupos;
como os maoístas, guevaristas ou foquistas[5], se usariam a massa popular (ALA, POC, PRT, VAR, PCBR,
MR8) ou sem eles (VPR, ALN, REDE). Ações de expropriação, pouco usuais no começo do golpe de 1964
eram mais comuns após esse período, como assaltos a bancos, sequestros, sabotagens, terrorismo e
“guerra de nervos”.
[...]
79
Em suma, a obra O Fantasma da Revolução Brasileira destaca-se por iluminar áreas que não ofereciam
estudos mais profundos de uma polêmica época do Brasil, a Ditadura Militar e os grupos de esquerda,
que foram jogados para segundo plano, mas inteligentemente explorados nesta obra, contribuindo para
os estudos dos grupos marginalizados e na História do Brasil.
Bibliografia
RIDENTI, Marcelo Siqueira. O Fantasma da Revolução Brasileira. 2ª Ed. Revista e Ampliada. São Paulo:
Editora UNESP. 2010.
[1] Partido Comunista Brasileiro, criado em 1922, também conhecido por “Partidão”. [2] PC do B, PCR,
ALA, MRT, PRT, MRN, MNR, MAR, RAN, FLN, MR-21, VPR, PORT, COLINA, VAR, DPR, POC, AP, POLOP e
MR8 entre outros.
[3] Localizado na região Amazônica e ao longo do Rio Araguaia, esse conflito alcançou os atuais
territórios do Pará, Goiás e Maranhão.
[5] Ideia a partir do Foco Revolucionário, começando a revolução sem o apoio inicial da população.
Objetivo do tema: Entender o objetivo de uma carta comercial, as expressões mais eficazes e a
estrutura de uma carta comercial; dominar esse gênero textual tanto para se qualificar para o trabalho
quanto para uso pessoal; qualificar para o trabalho e facilitar a vida pessoal.
Carta comercial
68 João Bosco Medeiros. Português instrumental. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.
80
Português Instrumental
5 espaços simples
Índice e nº DE/232
Local e data São Paulo, 26 de novembro de 2013
5 espaços simples
Português Instrumental
3 espaços simples
Vocativo Sr. Ângelo:
3 espaços simples
3 espaços simples
3 espaços simples
Dirigido a estudantes de nível médio, esse livro apresenta matéria sobre redação
técnica e científica, além de pinceladas sobre normas da língua portuguesa.
3 espaços simples
3 espaços simples
81
Cumprimento Agradecemos a atenção dispensada, esperando revê-lo em breve.
Final
3 espaços simples
Atenciosamente,
3 espaços simples
Assinatura Maria Amélia Silveira
3 espaços simples
3 espaços simples
Iniciais do MAS/JMB
redator e do
digitador 3 espaços simples
Participamos-lhe... Certificamos-lhe...
Com relação aos termos de sua carta...
Atendendo às solicitações constantes de sua carta... Solicitamos a V. S.a...
Com referência à carta de V. S.a de ...
Em vista do anúncio publicado no... Informamos V. S.a de que...
Fechos de cortesia
Constituídos pelo último parágrafo, os fechos de cortesia mais comuns são: Atenciosamente.
Respeitosamente. Saudações.
Saudações atenciosas.
Com distinta consideração. Apreciamos sua pronta resposta. Um grande abraço.
Abraços.
Em cartas comerciais não se usa cordialmente que significa afetuosamente, exceto se se tratar de
pessoa íntima do remetente.
82
Português Instrumental
Elaboração do texto
a) dinamizar o texto
c) ampliar vocabulário
Preferencial
acusamos o recebimento recebemos
anteriormente citado citado
segue anexo a esta anexamos
sua correspondência datada de sua carta DE-190-2013
será prontamente atendido será atendido
na expectativa de esperamos
um cheque nominal no valor de um cheque de
no decorrer do ano em curso durante 2014
o corrente mês de julho neste mês
83
Mensagem eletrônica
A mensagem eletrônica, como qualquer mensagem escrita, requer os mesmos cuidados de clareza,
simplicidade, coerência, coesão entre as ideais e precisão.
Também o uso de palavras gentis alcança melhores resultados do que o de ríspidas. Assim, devem-se
usar palavras como por favor, por gentileza, muito obrigado(a), obrigado(a) pela atenção, desculpe-nos
por..., queira nos desculpar por...
Objetivo do tema: Relembrar os pronomes de tratamento para correto uso; conhecer e dominar os
relatórios administrativos tanto para se qualificar para empregos quanto para uso pessoal; desapertar
interesse no domínio da norma padrão.
Pronomes de tratamento
Pronomes de tratamento são palavras ou expressões que valem por pronomes pessoais. Equivalem
à terceira pessoa.
Relatórios administrativos
Relatório administrativo são comunicações produzidas pelos membros de uma organização, desde
que requeridas ou utilizadas pelos administradores. Podem ser uma simples carta ou memorando, ou
ainda, uma conferência, um quadro, um gráfico, uma tabela. Se o relato ocorrer em conversa, o relatório
administrativo será oral69.
69 João Bosco Medeiros. Português Instrimental. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.
84
Português Instrumental
Esses relatórios servem, à administração, para avaliar o desempenho por setor de atividade, planejar
o futuro, melhorar o controle das operações do exercício, favorecer a tomada de decisões, corrigir
distorções e calcular a rentabilidade da empresa.
A maior parte dos redatores de relatórios falham pela falta de elaboração apurada e de pesquisa
meticulosa do tema abordado. Assim, devem-se conhecer as principais fontes de informação, como
bibliotecas, faculdades e universidades, colégios, arquivos de jornal, arquivos da empresa, hemeroteca
da FIESP70.
Esses relatórios podem ser: contábeis, científicos, de pesquisa, de cobrança, de vendas, de rotina,
progressivo, de inspeção, relatório-roteiro (o que só responde a formulário).
1. Ao iniciar a pesquisa, é necessário verificar sua extensão, quanto de informação será preciso,
delimitando o assunto. Ex.: A crise econômica brasileira hoje.
2. A seguir, deve-se elaborar um plano, pela esquematização das ideias para transformá-las em texto.
1 Objetivo
Introdução
2. Estabelecimento de cronograma
3. Tarefas realizadas
3.1 Quantidade
3.2 Qualidade
4. Tarefas que serão realizadas
4.1 A curto prazo
Desenvolvimento 4.2 A médio prazo
4.3 A longo prazo
5. Tarefas impossíveis de realizar
5.1 Impossibilidade técnica
5.2 Insuficiência de recursos humanos
5.3 Insuficiência de recursos financeiros
Conclusão 6. Necessidade de atualização da maquinaria e de contratação de pessoal
Após esse plano, deve-se organizar o texto, considerando-se o tipo de texto: expositivo, argumentativo,
injuntivo.
Estrutura de um relatório
O autor deve buscar causas profundas e não confundir consequências e efeitos com causa.
b) exame das atas de reunião da diretoria, do conselho de administração e das assembleias gerais;
c) revisão de fatos subsequentes a 31-12-2012 até a data inicial deste relatório em 10/10/2013,
para verificação da existência de fatos que exigissem ajustes nas demonstrações contábeis;
3. Os resultados observados pelos trabalhos realizados não encontraram desvios substanciais dos
princípios contábeis fundamentais.
Atenciosamente.
Empresa Y de Auditoria
Circular
86
Português Instrumental
Circular
O redator deve escrever a circular de modo a que o receptor tenha a impressão de que foi redigida
especialmente para ele.
Essa comunicação leva o nome de circular, porque indica a função de fazer informações circularem
entre todos os destinatários.
g) Despedida breve
h) Assinatura (sem linha e sobre o nome datilografado, com o cargo de quem assina)
Exemplo de circular
Fundação Crescersempre
CNPJ: 00.000.000/0001-01
Rua do Trabalho, 522
64.0030-300 – Porto Alegre – RS
Senhores funcionários:
Comunicamos que no dia 28 deste mês teremos expediente normal. Porém, nos dias 03 e 05 de março
que, respectivamente, antecede e precede a data do feriado carnavalesco (04), não haverá expediente.
Em relação a este fato, estimo bom descanso a todos.
87
Atenciosamente,
ACM/CVS
Memorando e Ata
Memorando
Memorando serve para comunicação interna, de rotina, da empresa. Pode ser comunicação de um
departamento a outro(s) da mesma empresa.
d) Data
e) Mensagem f) Fecho
g) Assinatura
Exemplo de Memorando:
Memorando Nº 01/09
PARA:
Sr. José Azevedo Recursos Humanos
DE:
Sra. Aurélia Marcondes Departamento de Pesquisa
Em 22 de outubro de 2014
88
Português Instrumental
Com base na determinação do próprio funcionário, Sr. Luciano da Silva, comunicamos que o mesmo
foi desligado, hoje, deste departamento e, portanto, encontra-se sob orientação dos senhores para as
tramitações legais.
Atenciosamente,
___________________________
Aurélia Marcondes
Ata
Ata trata-se de relatório pormenorizado de tudo o que se passou em uma reunião, assembleia ou
convenção. Em alguns casos, a ata deve ser assinada por todos os participantes do evento (reunião,
assembleia ou convenção).
Antigamente a ata era escrita em um grande caderno de capa preta. Atualmente, elas são digitadas,
impressas e arquivadas em pastas. Ou, então, apenas digitadas e arquivadas no próprio computador.
A ata deve ser redigida de tal maneira que não seja possível qualquer modificação posterior. Para
evitar isso deve ser escrita:
a) com margens dos dois lados (livro de ata) e formatadas em editor de texto que não permita
alteração, como o PDF, por exemplo;
89
h) com verbo de elocução71 para registrar as diferentes opiniões.
Caso o relator cometa um erro, deve empregar a partícula retificativa digo, como neste exemplo:
“Aos vinte dias do mês de março, digo, de abril, de mil de dois mil e catorze...”
Quando se constatar erro ou omissão depois de lavrada a ata, usa-se a expressão “em tempo”: “Em
tempo: onde se lê março, leia-se abril”.
Partes da ata:
• Encerramento.
Exemplo de ata
Data, horário, Aos quatorze dias do mês de outubro de dois mil e catorze, com início às vinte
local, presença e horas, no auditório da Escola Estadual Cacilda Becker, sita na Avenida Amazonas,
objetivos número cento e doze, Piracicaba/SP, realizou-se uma reunião de todos os alunos
da oitava série ou nono ano da escola, com o objetivo de preparar as festividades
de conclusão do Ensino Fundamental. A reunião foi presidida pelo líder da oitava
série ou nono ano A, Luís Macedo, tendo como secretária a líder da oitava série ou
Mesa nono ano C, Zulmira Bastos. Contou com a participação de oitenta e dois alunos,
coordenadora dos professores conselheiros das três turmas e da vice-diretora, Fabíola Barreto.
Inicialmente, Luís Macedo solicitou à vice-diretora que comunicasse as providências
administrativas e o andamento legal referente ao término do Ensino Fundamental.
Foi esclarecido que os alunos de oitava série ou nono ano encerrariam o ano e
Relato da fariam as recuperações juntamente com os demais alunos da escola, e que a direção
reunião pensava em oferecer um coquetel no encerramento do ano letivo para alunos e
propriamente professores da oitava série ou nono ano, ocasião em que os alunos receberiam o
dita histórico escolar. A data, para isso, deveria ser escolhida nesta reunião. Após ouvir
variadas sugestões e opiniões, o presidente da reunião solicitou que fossem votados
dois itens: a escolha da data e se a entrega dos históricos escolares teria a presença
dos pais, com homenagem a determinados professores. Alguns alunos inscreveram-
se para defender diferentes pontos de vista sobre a conveniência ou não de se
Atestado e Aviso
Atestado
Atestado é uma declaração, um documento firmado por uma autoridade em favor de alguém ou
algum fato de que se tenha conhecimento. Constitui um documento oficial com que se certifica, afirma,
assegura, demonstra algo que interessa a outrem.
O atestado, geralmente, é fornecido por alguém que exerce posição de cargo superior ou igual ao
da pessoa que está pedindo o atestado. Além disso, o atestado, que deve conter carimbo ou timbre da
entidade que o expede, costuma ser escrito em atendimento a alguma solicitação do interessado.
b) Nome e identificação da pessoa que emite (que pode ser escrito no final, após a assinatura) e o
nome e identificação da pessoa que solicitou;
c) Texto, sempre resumido, claro e preciso, contendo o que se está confirmando ou negando;
91
Exemplo de atestado
ATESTADO
DE IDONEIDADE MORAL
Eu, Leôncio Paletas, advogado, atesto para os devidos fins que conheço a Sra. Elisabete Lontra há 10
anos (dez anos) e que é pessoa de alto conceito, digna de toda confiança e que nada existe que possa
desaboná-la.
______________________________
Leôncio Paletas
Aviso
O aviso constitui uma informação, um comunicado de uma pessoa para outra. O aviso é utilizado
no comércio, na indústria, no serviço público e na rede bancária.
O aviso tem como objetivo ordenar, cientificar, convidar, noticiar, prevenir. Por isso, o texto deve ser
breve e a linguagem, clara.
Estrutura do aviso:
e) Local e data;
92
Português Instrumental
3) O conteúdo deve ser escrito em linguagem objetiva, para que não haja dúvidas quanto à
interpretação.
AVISO
Venho, na presente data, comunicar a V.S.a o meu pedido de demissão do cargo de assistente
administrativo, que ocupo nesta empresa.
Tendo em vista as boas relações existentes entre nós, disponho-me a cumprir os 30 dias de serviço
(artigo 487, item II da CLT), a que estou sujeita por lei. Sem mais para o momento, antecipo meus
sinceros agradecimentos. Atenciosamente.
Bilhete
O bilhete é uma carta simples e breve sem as formalidades das cartas ordinárias. Serve para levar
algum fato ao conhecimento de outra pessoa, de modo apressado.
• Bilhete de visita: cartão de visita, com nome impresso, com indicação da profissão e com endereço;
• Bilhete postal: cartão postal, selado para correspondência, sobre assuntos que não exigem segredo.
93
“Em sentido jurídico, bilhete significa o papel escrito que contém a obrigação de pagar ou entregar
algo a quem é dirigido, dentro de determinado tempo72.”
Já em sentido comercial, bilhete funciona como um título de crédito, desde que revestido das
formalidades legais. Pode ser: bilhete de desembarque, bilhete de entrada, bilhete de loteria, bilhete de
passagem, bilhete de mercadorias, e outros.
Ordem de serviço
A ordem de serviço constitui uma comunicação feita para que alguma tarefa seja executada.
Geralmente identifica, de maneira precisa, a execução de serviços.
ODS Orientação de serviço para essas mesmas chefias para explicação de resoluções ou até de ordem de
serviço
DS Determinação de serviço para chefias subordinadas, como veículo de ordens diretas ou provindas do
escalão superior
O Chefe do Serviço de Limpeza Pública determina que as coletas de lixo sejam efetuadas, daqui por
diante, de acordo com o horário pré-estabelecido.
________________________________
Edgar Santos de Lima
Chefe do Serviço de Limpeza Pública
72 João Bosco Medeiros. Português Instrumental. São Paulo: Ed. Atlas, 2009.
73 ou DS.
94
Português Instrumental
ORDEM DE SERVIÇO
HORÁRIO DE ATIVIDADE DO FAXINEIRO
7:30 – Início do trabalho. Ligar a chave geral e o elevador. Verificar se os banheiros estão limpos.
8:00 – Tirar lixo dos cestos.
10:00 – Servir o café.
11:00 – Almoço.
12:30 – Retorno do almoço. Verificar os banheiros. Tirar lixo dos cestos e tirar pó das mesas.
13:30 – Ajudar o porteiro a separar e a entregar a correspondência.
16:00 – Servir o café.
17:00 – Tirar lixo dos cestos.
18:00 – Limpeza geral: varrer as salas, passar o aspirador, tirar o pó das mesas.
Colocar o lixo na rua. Desligar o elevador e a chave geral.
19:00 – Fim do trabalho.
Ofício e Procuração
Ofício
Ofício é uma correspondência externa, usada principalmente pelos órgãos do governo e por
autarquias. Utiliza o papel tamanho ofício (33 cm x 22 cm).
a) Timbre: no alto da folha. Deve conter o símbolo do órgão, o nome do órgão e do setor, o endereço
para correspondência, o telefone, o fax e o e-mail.
b) Tipo e número do expediente, seguido da sigla do órgão que o expede, com alinhamento à esquerda
e sem ponto final. Ex.: Ofício n.o 1/2014/DDP/SEGESP.
c) Local e data em que foi assinado por extenso, com alinhamento à direita, ponto final e sem o
número zero antes do dia. Ex.: Florianópolis, 1º de janeiro de 2014.
95
e) Assunto: resumo do teor do documento. Em negrito e com alinhamento à esquerda. Sem ponto
final.
Exemplo de ofício
TIMBRE
Senhor Secretário:
Temos a satisfação de comunicar V.Ex.a de que este Centro Comunitário realizará, no período de 10
a 20 de dezembro do corrente ano, a Primeira Campanha de Prevenção do Câncer.
Secretaria para participarem da referida campanha, que contará, inclusive, com o assessoramento
técnico-pedagógico da Agência Brasileira da Organização Mundial de Saúde.
Atenciosamente,
Manuel Santos
DIRETOR
Ex.mo Sr.
Gumercindo Oliveira
DD. Secretário da Saúde
Curitiba
96
Português Instrumental
Procuração
Procuração é o instrumento pelo qual a pessoa física ou jurídica outorga a outra poderes amplos
ou para tarefas específicas. A procuração pública é lavrada em cartório; a procuração particular é
geralmente conservada sem registro.
Estrutura da procuração
a) Título: Procuração
c) Finalidade e Poderes: parte em que o outorgante declara a finalidade da procuração, bem como
autoriza o outorgado a praticar os atos para os quais é nomeado.
e) Assinatura das testemunhas, se houver. Essas assinaturas costumam ficar abaixo da assinatura do
outorgante, à esquerda.
Exemplo de procuração
Procuração
Por este instrumento particular de procuração, eu, Cássio Bonavites Arantes, brasileiro, solteiro,
maior, CPF 855.527.999-12, estudante, residente e domiciliado em Florianópolis, na Avenida Nove,
211, aluno da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina, aprovado no quarto
semestre do Curso de Bacharelado, nomeio e constituo meu bastante procurador o senhor Sérgio
Rodrigues Macedo, brasileiro, casado, maior, CPF 300.547.896-01, dentista, residente e domiciliado
em Florianópolis, na Rua Dezesseis, 14, com o fim especial de efetuar minha matrícula na referida
faculdade, no quinto semestre.
________________________________
Cássio Bonavites Arantes
97
Testemunhas:
______________________________________
Antônio Fagundes Júnior
CPF 333.890.320-26
______________________________________
Leila Diniz da Silva
CPF 200.714.612-35
Requerimento e Declaração
Requerimento
Requerimento é uma petição escrita, usando as fórmulas legais, para se solicitar algo que a lei
permite.
Estrutura do requerimento
b) Texto – inicia-se pelo nome do requerente, sua qualificação (ou representação se for pessoa
jurídica), exposição do ato legal em que se baseia o requerimento e o objeto desse mesmo
requerimento.
Obs.: Entre a invocação e o texto, haverá oito espaços duplos, para protocolo e despacho da autoridade
competente. Prefere-se o uso da 3ª pessoa gramatical. Ex.: Maria da Silva..., vem solicitar...
98
Português Instrumental
Exemplo de requerimento
Silvana Pereira Uchoa, brasileira, solteira, maior, professora municipal, classe B, Nível 1, Triênio 4,
matrícula nº 13.457, residente e domiciliada em Alto Araguaia– MT, na Rua XV de Novembro, 79, tendo
em vista que:
• foi aprovada no exame vestibular na Faculdade de Educação, em 2014, tendo obtido o 5º lugar
(atestado anexo);
• está aberta a inscrição para o pedido de bolsas; vem solicitar que V.Ex.a se digne conceder-lhe
uma bolsa de estudo, baseada na Lei Municipal nº 2.879/13, para que tenha condições de cursar
essa faculdade.
N.T.
P.D.
______________________________
Silvana Pereira Uchoa
Declaração
Partes da Declaração:
a) Título: centralizado.
b) Texto: entre o título e o texto, usar 2 a 3 espaços simples, dependendo também do tamanho do
texto, visando sempre a uma melhor centralização vertical, no papel de formato A4.
99
c) Fechamento: o fechamento é simples.
Exemplo de declaração
Ipê Edições, inscrita no CNPJ sob o nº 02.855.316/0001-08, estabelecida à Rua Treze de Maio, 225,
na cidade de Rio Branco – AC, declara para os devidos fins que, em 08 de outubro de 2014, foram
extraviados os Livros Diário nº 03 e 04, dos anos de 2006 e 2007, respectivamente, registrados sob nº
13.456 e 14.567, no 1º Cartório de Rio Branco.
Atenciosamente,
Rio Branco, 13 de maio de 2014.
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Johnathan Silveira e Silva
Proprietário
Edital e Recibo
Edital
Edital é um instrumento de notificação pública que se afixa em local de acesso dos interessados ou
se publica (integral ou resumido) num órgão de imprensa oficial ou particular.
Exemplo de edital
O DIRETOR-GERAL DO INSTITUTO RIO BRANCO, no uso de suas atribuições legais e regimentais, torna
público que estarão abertas, de 25 de junho de 2013 a 9 de julho de 2013, as inscrições para o concurso
público de Admissão à Carreira de Diplomata, nos termos dos artigos 35 e 36 da Lei nº 11.440, de 29 de
dezembro de 2006, da Lei nº 11.907, de 2 de fevereiro de 2009, da Portaria nº 329, de 7 de junho de 2013,
e do Decreto nº 6944, de 21 de agosto de 2009.
A aprovação no concurso habilitará o candidato a: 1º) ingressar em cargo da classe inicial da Carreira
de Diplomata (Terceiro Secretário), de acordo com a ordem de classificação obtida; e 2º) matricular-se
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Português Instrumental
no Curso de Formação do Instituto Rio Branco, regulamentado pela Portaria nº 660 do Ministro de
Estado das Relações Exteriores, de 3 de novembro de 2010.
Vagas: 30 (trinta)
Inscrições
Taxa: R$ 160,00 (cento e sessenta reais).
Horário: será admitida a inscrição exclusivamente via internet, solicitada no período entre 10 horas
do dia 25 de junho de 2013 e 23 horas e 59 minutos do dia 09 de julho de 2013, horário oficial de
Brasília/DF.
Recibo
Exemplo de recibo
R$ 40.000,00
Recebi do Sr. Quintino Arantes a importância de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) como sinal de
compra e princípio de pagamento de venda que lhe faço de uma casa, situada na Rua Sete de Setembro,
178, Bairro das Flores, em Ibateguara, estado de Alagoas.
O preço da venda é de 90.000,00 (noventa mil reais), dos quais R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) ora
pagos e recebidos. O restante, ou seja, R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) será pago pelo Sr. Quintino
Arantes da seguinte forma: R$ 20.000,00 (vinte mil reais), dentro de 30 dias, ou seja, 10 de julho de
2014; R$ 20.000,00 (vinte mil reais), dentro de 60 dias, ou seja, 10 de agosto de 2014; e R$ 10.000,00
(dez mil reais), dentro de 90 dias, ou seja, 10 de setembro de 2014, quando será lavrada a escritura.
Em caso de arrependimento, se, por parte do vendedor, ele devolverá este sinal de R$ 40.000,00
(quarenta mil reais) em dobro; e, se por parte do comprador, ele perderá este sinal de R$ 40.000,00
(quarenta mil reais) ora dado.
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Ibateguara, 10 de junho de 2014.
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Severino Jesus Tavares
Testemunhas:
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Antônio Alaor Silva
CPF 322.687.662-55
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Maria Amância Barros
CPF 255.669.147-38
Suas Anotações
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