Concreto I Ney Amorim Atualizado
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ESCOLA DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia de Estruturas
ESPECIALIZAÇÃO EM ESTRUTURAS
CONCRETO ARMADO I
ÍNDICE GERAL
CAPÍTULOS PÁGINA
iii
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Índice
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3- LAJES
3.1 - Definição 3.1
3.2 - Histórico 3.1
3.3 - Laje retangular armada em uma direção 3.7
3.4 - Laje retangular armada em duas direções ou em cruz 3.9
3.4.1 - Tipos de lajes retangulares 3.9
3.4.2 - Reações de apoio 3.10
3.4.3 - Momentos fletores 3.12
3.5 - Cálculo da flecha em lajes retangulares 3.13
3.5.1 - Flecha imediata em lajes retangulares armadas em uma direção 3.15
3.5.2 - Momento de Inércia da seção fissurada para lajes 3.17
3.5.3 - Flecha imediata em lajes retangulares armadas em duas direções 3.19
3.5.4 - Flecha diferida no tempo para lajes de concreto armado 3.21
3.6 - Prescrições da NBR 6118:2014 referentes às lajes 3.24
3.6.1 - Espessura mínima das lajes maciças 3.24
3.6.2 - Deslocamentos limites 3.25
3.6.3 - Cobrimento nominal mínimo 3.25
3.6.4 - Vãos efetivos de lajes 3.26
3.6.5 - Aproximações para diagramas de momento fletor 3.27
3.6.6 - Armadura longitudinal mínima 3.28
3.6.7 - Prescrições gerais sobre detalhamento de lajes 3.31
iv
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Índice
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4- CONTROLE DA FISSURAÇÃO
4.1 - Introdução 4.1
4.2 - Tipos de fissuras 4.5
4.2.1 - Fissuras não produzidas por cargas 4.5
4.2.2 - Fissuras produzidas por cargas 4.5
4.3 - Estado limite de abertura das fissuras (ELS-W) 4.6
4.3.1 - Controle da fissuração através da limitação da abertura
estimada das fissuras 4.6
4.3.1.1 - Cálculo da tensão si de forma aproximada 4.7
4.3.1.2 - Cálculo da tensão si no Estádio II 4.11
4.3.2 - Controle da fissuração sem a verificação da abertura de fissuras 4.15
4.4 - Exemplos 4.16
4.4.1 - Exemplo 1 4.16
4.4.2 - Exemplo 2 4.20
4.4.3 - Exemplo 3 4.21
5- CISALHAMENTO
5.1 - Tensões de cisalhamento 5.1
5.2 - Elementos lineares sujeitos à força cortante 5.4
5.2.1 - Hipóteses básicas 5.4
5.2.2 - Condições gerais 5.5
5.2.3 - Exceções às condições gerais 5.7
5.2.4 - Verificação do estado limite último 5.8
5.2.4.1 - Cálculo da resistência 5.8
5.2.4.2 - Modelo de cálculo I 5.8
v
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6- VERIFICAÇÃO DA ADERÊNCIA
6.1 - Posição da barra durante a concretagem 6.1
6.2 - Valor da resistência de aderência 6.2
6.3 - Ancoragem das armaduras 6.4
6.3.1 - Ancoragem por aderência 6.4
6.3.2 - Ancoragem por meio de dispositivos mecânicos 6.4
6.3.3 - Ancoragem de armaduras passivas por aderência 6.4
6.3.4 - Ganchos das armaduras de tração 6.5
6.4 - Comprimento de ancoragem básico 6.5
6.5 - Comprimento de ancoragem necessário 6.7
6.6 - Armadura transversal na ancoragem 6.8
6.7 - Ancoragem de feixes de barras, por aderência 6.9
6.8 - Ancoragem de estribos 6.9
6.9 - Emendas das barras 6.10
6.9.1 - Tipos 6.10
6.9.2 - Emendas por traspasse 6.10
6.9.2.1 - Proporção das barras emendadas 6.10
6.9.2.2 - Comprimento de traspasse para barras tracionadas, isoladas 6.12
6.9.2.3 - Comprimento por traspasse de barras comprimidas, isoladas 6.12
6.9.2.4 - Armadura transversal nas emendas por traspasse,
em barras isoladas 6.13
6.9.2.4.1 - Emendas de barras tracionadas da armadura principal 6.13
vi
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7- DETALHAMENTO
7.1 - Introdução 7.1
7.2 - Armadura de tração na flexão simples, ancoradas por aderência 7.2
7.3 - Armadura de tração nas seções de apoio 7.4
7.4 - Ancoragem da armadura de tração no apoio 7.5
7.5 - Viga 1 7.6
7.5.1 - Carga sobre a viga 7.6
7.5.2 - Esforços 7.6
7.5.3 - Cálculo da armadura de flexão 7.7
7.5.4 - Verificação da fissuração 7.7
7.5.5 - Cálculo da armadura de cisalhamento 7.8
7.5.6 - Detalhamento da seção transversal 7.9
7.5.7 - Cálculo dos comprimentos de ancoragem por aderência 7.9
7.5.8 - Comprimento das barras, para cobrir o diagrama de momentos
fletores 7.11
7.5.9 - Detalhamento da viga 7.13
7.5.9.1 - Barras de flexão (longitudinais) 7.13
7.5.9.2 - Barras da armadura transversal (estribos) 7.16
7.5.9.3 - Viga detalhada (desenho) 7.17
7.6 - Viga 2 7.18
7.6.1 - Correções no modelo de viga contínua 7.18
7.6.2 - Dimensionamento à flexão 7.21
7.6.3 - Verificação da fissuração 7.22
7.6.4 - Dimensionamento ao cisalhamento (Modelo I) 7.23
7.6.5 - Cálculo dos comprimentos de ancoragem por aderência 7.24
7.6.6 - Viga detalhada (desenho) 7.27
8- TORÇÂO
8.1 - Introdução 8.1
8.2 - Tensões principais na torção simples (Estádio I) 8.4
vii
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Índice
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viii
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 1
Janeiro 2018
1.1 – Histórico
1824 – O inventor inglês Joseph ASPDIM recebeu a patente de um produto que estava
desenvolvendo desde 1811, a partir da mistura de argila e pó de pedra calcária, produ-
zida pela passagem das carruagens nas ruas pavimentadas. Após a queima e moagem
esse novo material pulverulento recebeu o nome de cimento portland, devido à sua
semelhança com as pedras encontradas na ilha de Portland, ao sul da Inglaterra.
1867 – Monier recebe sua primeira patente para vasos de flores de concreto com ar-
maduras de aço. Nos anos seguintes consegue novas patentes para tubos, lajes vigas
e pontes. As construções eram feitas de forma empírica mostrando que o paisagista
não possuía uma noção clara da função estrutural das armaduras de aço no concreto.
1878 - Monier consegue novas patentes fundamentais que dão origem a introdução do
concreto armado em outros países.
1884 – Duas firmas alemãs FREYTAG & HEISDCHUCH e MARSTENSTEIN & JOS-
SEAUX, compram de Monier os direitos de patente para o sul da Alemanha e reservam-
se o direito de revenda para toda a Alemanha.
1.2
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1906 – O alemão LABES concluiu que a segurança contra abertura de fissuras condu-
zia a peças antieconômicas. Koenen propôs em 1907 o uso de armaduras previamente
distendidas. Foram realizados ensaios em vigas protendidas relatadas por BACH em
1910. Os ensaios mostraram que os efeitos danosos da fissuração eram eliminados
com a protensão. Entretanto Koenen e Mörsch reconheceram já em 1912 uma perda
razoável de protensão, uma vez que o concreto encurta-se com o tempo, devido à
retração e deformação lenta.
1.3
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___________________________________________________________________________
1.4
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1.5
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acontecem em uma escala bem menor, sem prejuízo, no entanto da vida útil das
obras de concreto armado;
Baixo grau de proteção térmica – embora resista normalmente à ação do fogo, as-
sociada à sua baixa condutividade térmica, a estrutura de concreto necessita de
dispositivos complementares como telhados e isolamentos térmicos para proporci-
onar um conforto térmico adequado à construção;
1.6
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Materiais
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1.5 – Concreto
1.7
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fcj f ci
(1.1)
n
s
f ci f cj
2
(1.2)
n 1
Uma característica da curva de Gauss é que: ∫ fci dfc = 1 , ou seja, a área abaixo
da curva é igual a 1. Um valor qualquer de resistência à compressão marcado no eixo
das abscissas divide essa área em duas outras, que representam as probabilidades
de ocorrência de valores maiores ou menores que esse.
1.8
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1.9
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8953:2015, concretos com classe de resistência inferior a C20 não são estruturais e,
caso sejam utilizados, devem ter seu desempenho atendido conforme NBR
6118:2014 e NBR 12655:2006, Concreto de cimento Portland – Preparo, controle
e recebimento – Procedimento.
1.10
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1.11
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fck
Eci 21,5x103 α E 3 1,25 para fck > 50 MPa (Grupo II) (1.5b)
10
E cs α i E ci (1.6a)
Sendo
fck
α i 0,8 0,2 1,0 (fck em MPa) (1.6b)
80
1.12
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= 0,2 (1.7)
E cs E
Gc cs 0,42Ecs (1.8)
21 ν 2,4
εc
n
σ c 0,85fcd 1 1 (1.9a)
ε c2
1.13
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εc2 = 2‰
concretos de classes até C50 (1.9b)
εcu = 3,5‰
1.14
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Na figura 1.3, que mostra os diagramas x de todas as classes, nota-se que
nos concretos do grupo I os trechos curvo (0‰ a εc2 = 2‰) e o constante (εc2 = 2‰ a
εcu = 3,5‰) tem os mesmos intervalos. Já para os concretos do grupo II esses inter-
valos são variáveis, com aumento progressivo do trecho curvo e diminuição do trecho
constante. Para a situação limite da classe C90 resta apenas o trecho curvo (εc2,C90 =
εcu,C90 = 2,6‰).
1.15
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1.16
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Os resultados das resistências à tração nos dois últimos ensaios são diferentes
do valor de referência, obtido com o ensaio da tração direta. A NBR 6118:2014 fornece
correlações entre o valor fct (tração direta) com os valores obtidos com os ensaios de
compressão diametral fct,st (spliting test) e tração na flexão fct,f.
Na falta desses valores dos ensaios a tração pode-se obter a resistência média
à tração, fct,m, em função da resistência característica à compressão fck:
fct,m = 2,12 ln(1+0,11fck) (MPa) P/ concretos de classes C55 até C90 (1.12b)
1.17
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2A c
em (cm) (1.14)
u
1.18
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Nos casos correntes das obras de concreto armado o valor da deformação es-
pecífica devido à retração pode ser adotado igual a cs(t, to) = –15x10-5, satisfazendo
ao mínimo especificado na NBR-6118:2014 em função da restrição à retração do con-
creto imposta pela armadura. Esse valor admite elementos estruturais com dimensões
usuais, entre 10 cm e 100 cm, sujeitos a umidade relativa do ar não inferior a 75%. O
valor característico inferior da retração do concreto é considerado nulo.
1.19
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Umidade media
40 55 75 90
ambiente (%)
Espessura fictí-
cia 20 60 20 60 20 60 20 60
2 Ac/u (cm)
φ(t,to) 5 4,6 3,8 3,9 3,3 2,8 2,4 2,0 1,9
C20 a 30 3,4 3,0 2,9 2,6 2,2 2,0 1,6 1,5
C45 60 2,9 2,7 2,5 2,3 1,9 1,8 1,4 1,4
φ(t,to) 5 2,7 2,4 2,4 2,1 1,9 1,8 1,6 1,5
to
C50 a 30 2,0 1,8 1,7 1,6 1,4 1,3 1,1 1,1
dias
C90 60 1,7 1,6 1,5 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0
5 -0,53 -0,47 -0,48 -0,43 -0,36 -0,32 -0,18 -0,15
εcs(t,to)
30 -0,44 -0,45 -0,41 -0,41 -0,33 -0,31 -0,17 -0,15
‰
60 -0,39 -0,43 -0,36 -0,40 -0,30 -0,31 -0,17 -0,15
1.20
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1.6 – Aço
1.6.1 – Categoria
Para aplicação estrutural o aço produzido inicialmente nas aciarias precisa ser
modificado, o que acontece por meio de dois tipos de tratamento: a quente e a frio. O
tratamento a quente consiste na laminação, forjamento ou estiramento do aço acima
da temperatura crítica, em torno de 720 oC. Os aços assim produzidos apresentam
1.21
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___________________________________________________________________________
maior trabalhabilidade, podem ser soldados com solda comum e apresentam dia-
grama tensão-deformação com patamar de escoamento bem definido. Estão incluídos
nesse grupo os aços CA 25 e CA 50.
Para se obter a massa por unidade de comprimento (kg/m) das barras basta
multiplicar a área da seção transversal por 1m de comprimento (que dá o volume da
barra por metro), vezes a massa específica do aço. Assim, por exemplo, para a barra
com bitola igual a 8 mm a área da seção transversal é igual a π x (8x10 -3 m)2 / 4 =
0,503x10-4 m2 = 0,503 cm2 e a massa por unidade de comprimento é (0,503x10-4 m2)
x (1 m) x (7850 kg/m3) = 0,503 x 0,785 = 0,395 kg/m. Onde (7850 kg/m3) é a massa
específica do aço, dada no item 1.6.3 a seguir.
1.22
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5 6,3 8 10 12,5 16 20 22 25 32 40
2,4 3,4 3,8 4,2 4,6 5,0 5,5 6,0 6,4 7,0 8,0 9,5 10
Fios Barras
1.23
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Materiais
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- 16 1,578 2,011
Para a massa específica do aço da armadura passiva pode ser adotado o valor
s = 7850 kg/m3. O valor do coeficiente de dilatação térmica, para intervalos de
temperatura entre -20 oC e 150 oC pode ser adotado como αs = 10-5/ oC. O módulo de
elasticidade, na falta de ensaios ou valores fornecidos pelo fabricante, pode ser ad-
mitido igual a:
1.24
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___________________________________________________________________________
Para cálculo nos estados limites de serviço e último pode-se utilizar o diagrama
tensão-deformação simplificado mostrado na figura (1.5) abaixo, para os aços com ou
sem patamar de escoamento.
1.25
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___________________________________________________________________________
1.26
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___________________________________________________________________________
1.8 – Ações
1.27
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___________________________________________________________________________
ser consideradas com seus valores representativos mais desfavoráveis para a segu-
rança (NBR 6118:2014).
As ações permanentes diretas são constituídas pelo peso próprio e pelos pesos
dos elementos construtivos fixos e das instalações permanentes (NBR 6118:2014).
1.28
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Momento mínimo - o efeito das imperfeições locais nos pilares pode ser substituído
em estruturas reticuladas pela consideração do momento mínimo de 1 a ordem
Protensão - a ação da protensão deve ser considerada em todas as estruturas
protendidas, incluindo, além dos elementos protendidos propriamente ditos, aque-
les que sofrem a ação indireta da protensão, isto é, de esforços hiperestáticos de
protensão.
1.29
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Ações dinâmicas
1.30
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Os valores característicos das ações variáveis Fqk (a letra q será usada para
ações variáveis), estabelecidos por consenso em Normas Brasileiras específicas, cor-
respondem a valores que têm de 25% a 35% de probabilidade de serem ultrapassados
no sentido desfavorável, durante um período de 50 anos. Esses valores são aqui de-
finidos ou em normas específicas, como a NBR-6120:1980, versão corrigida de 2000.
As ações são quantificadas por seus valores representativos, que podem ser:
1.31
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Os valores de cálculo Fd das ações são obtidos a partir dos valores represen-
tativos, multiplicando-os pelos respectivos coeficientes de ponderação f definidos a
seguir.
Onde:
f1 – parte do coeficiente de ponderação das ações f , que considera a variabi-
lidade das ações
f2 – parte do coeficiente de ponderação das ações f , que considera a simul-
taneidade de atuação das ações
1.32
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Materiais
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Os valores base são os apresentados na tabela 1.6 para [(f1) (f3)] e na tabela
1.7 para f2. Para pilares e pilares-paredes esbeltos com espessura inferior a 19 cm e
lajes em balanço com espessura menor que 19 cm, os esforços solicitantes de cálculo
devem ser multiplicados pelo coeficiente de ajustamento n (ver 13.2.3 e 13.2.4.1 da
NBR 6118:2014). Essa correção se deve ao aumento da probabilidade de ocorrência
de desvios relativos e falhas na construção.
Ações
Combinações Permanentes Variáveis Protensão Recalques
de (g) (q) (p) de apoio e
ações retração
D F G T D F D F
Normais 1,4a 1,0 1,4 1,2 1,2 0,9 1,2 0
Especiais ou
1,3 1,0 1,2 1,0 1,2 0,9 1,2 0
de construção
Excepcionais 1,2 1,0 1,0 0 1,2 0,9 0 0
Onde: D é desfavorável, F é favorável, G é geral e T é temperatura.
a
- Para as cargas permanentes de pequena variabilidade, como o peso próprio das estruturas,
especialmente as pré-moldadas, esse coeficiente pode ser reduzido para 1,3.
1.33
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f2
AÇÕES
0 1a 2
Locais em que não há predominância de
peso de equipamentos que permanecem 0,5 0,4 0,3
fixos por longos períodos de tempo, nem
de elevadas concentrações de pessoas b
Cargas acidentais Locais em que há predominância de pesos
de edifícios de equipamentos que permanecem fixos 0,7 0,6 0,4
por longos períodos de tempo, ou de ele-
vada concentração de pessoas c
Biblioteca, arquivos, oficinas e garagens 0,8 0,7 0,6
Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas 0,6 0,3 0
em geral
Temperatura Variações uniformes de temperatura em 0,6 0,5 0,3
relação à média anual local
a Para os valores 1 relativos às pontes e principalmente aos problemas de fa-
diga, ver seção 23 da NBR 6118:2014.
b Edifícios residenciais
c Edifícios comerciais, de escritórios, estações e edifícios públicos
f = f2 (1.17)
Onde f2 tem valor variável conforme a verificação que se deseja fazer (tab. 1.7)
f2 = 1 para combinações raras
1.34
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Os valores das tabelas 1.6 e 1.7 podem ser modificados em casos especiais aqui
não contemplados, de acordo com a NBR 8681:2003.
1.35
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Combinações
Descrição Cálculo das solicitações
últimas (ELU)
Esgotamento da
capacidade re-
sistente para Fd = g Fgk + εg Fεgk + q (Fq1k + Σ Ψ0j Fqjk) +
elementos es- εqΨ0εFεqk
truturais de con-
creto armadoa
Esgotamento da Deve ser considerada, quando necessário, a
capacidade re- força de protensão como carregamento externo
Normais sistente para com os valores Pkmáx e Pkmin para a força desfa-
elementos vorável e favorável, respectivamente, conforme
estruturais de definido na seção 9
concreto proten-
dido
S (Fsd) ≥ S (Fnd)
Perda do equilí-
Fsd = gs Gsk + Rd
brio como corpo
Fnd = gn Gnk + q Qnk - qs Qs,min ,
rígido
onde: Qnk = Q1k + Σ Ψ0j Qjk
Especiais ou de
Fd = g Fgk + εg Fεgk + q (Fq1k + Σ Ψ0j Fqjk) + εqΨ0εFεqk
construçãob
Onde:
Fd - é o valor de cálculo das ações para combinação última;
Fgk - representa as ações permanentes diretas;
Fεk - representa as ações indiretas permanentes como a retração Fεgk e variáveis
como a temperatura Fεqk;
1.36
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Fqk - representa as ações variáveis diretas das quais Fq1k é escolhida principal;
g, εg, q, εq - ver tabela 1.6; Ψ0j, Ψε - ver tabela 1.7;
Fsd - representa as ações estabilizantes;
Fnd - representa as ações não estabilizantes;
Gsk - é o valor característico da ação permanente estabilizante;
Rd - é o esforço resistente considerado como estabilizante, quando houver;
Gnk - é o valor característico da ação permanente instabilizante;
m
Qnk Q1k Ψ 0jQ jk
j2
1.37
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sua consideração pode ser necessária na verificação dos estados limites de for-
mação de fissuras, de abertura de fissuras e de vibrações excessivas. Podem
também ser consideradas para verificações de ELS-DEF decorrentes de vento ou
temperatura que possam comprometer as vedações;
3. Raras – ocorrem algumas vezes durante o período de vida da estrutura e sua con-
sideração pode ser necessária na verificação do estado limite de formação de
fissuras.
4. Combinações de serviço usuais – para facilitar a visualização, essas combina-
ções estão listadas na tabela 11.4 da NBR 6118:2014, transcrita na tabela 1.9
abaixo:
Tabela 1.9 – Combinações de serviço (Tab. 11.4 da NBR 6118:2014)
Combinações
Cálculo das solicita-
de Descrição
ções
serviço (ELS)
1.38
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1.9 – Resistências
fk
fd (1.18)
γm
1.39
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28
s 1
t
β1 e (1.21)
1.40
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Especiais ou de
1.2 1.15
construção
Excepcionais 1.2 1
CONCRETO
Para um concreto classe C20, por exemplo, cuja resistência característica fck =
20 MPa = 200 kgf/cm2= 2 kN/cm2, a resistência de cálculo é fcd = (fck / c) = (2 / 1,4) =
1,429 kN/cm2 (c conforme tabela 1.10). O valor da tensão de pico, quando se usa o
diagrama parábola-retângulo, a ser considerado nos cálculos deve ser afetado pelo
coeficiente de Rüsch resultando no valor final de cálculo σc = fc = 0,85fcd = 0,85x1,429
= 1,214 kN/cm2, independentemente do tipo de seção e da classe do concreto.
1.41
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λ = 0,8 – (fck – 50) / 400 αc = 0,85 [1 – (fck – 50) / 200] fck > 50 MPa (1.23b)
AÇO
Para um aço CA 50, por exemplo, cuja resistência característica ao escoa-
mento fyk = 50 kN/cm2 = 500 MPa = 5000 kgf/cm2, a resistência de cálculo é fyd = (fyk
/ s=1,15) = 4348 kgf/cm2 = 43,48 kN/cm2 ≈ 435 MPa ≈ 43,5 kN/cm2.
CA 25 CA 50 CA 60
1.42
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 2
Janeiro 2018
2.1 - Introdução
Quando o momento fletor atua segundo um plano que contenha um dos eixos
principais da seção transversal, a flexão é dita normal. Se esse momento atua isola-
damente tem-se a flexão normal simples. Se simultaneamente atua uma força nor-
mal N a flexão é dita normal composta. Quando atua apenas momento, com compo-
nentes nos dois eixos principais de inércia da seção transversal, a flexão é dita oblí-
qua simples e se acompanhada de força normal é dita oblíqua composta.
2.2
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figura 2.1 é dado pelo binário (duas forças iguais, paralelas e de sentidos opostos
separadas por uma distância z, o braço de alavanca) interno resistente, MRd:
2.3
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Por solicitação normal entende-se toda solicitação que produza na seção trans-
versal tensões normais. Nesse grupo estão naturalmente a força normal, o momento
fletor ou ambos atuando simultaneamente.
Para o aço admite-se que a ruptura à tração ocorra quando se atinge um alon-
gamento limite último su = 10‰. O alongamento máximo de 10‰ deve-se a uma
limitação da fissuração no concreto que envolve a armadura e não ao alongamento
real de ruptura do aço, que é bem superior a esse valor.
2.4
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M Sd
M serv (2.3)
γf
2.5
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2.6
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A figura 2.4b mostra o diagrama de deformações para um ELU (estado limite úl-
timo) qualquer de uma seção retangular parcialmente comprimida, com profundidade
da linha neutra igual a X e deformação (encurtamento) máximo igual ao limite de rup-
tura do concreto εcu. As figuras 2.4c e 2.4d mostram os diagramas de tensões de
compressão no concreto, considerando o diagrama parábola-retângulo e o retangular
simplificado, respectivamente.
2.7
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3 9
R cc1 f c b X f c bX
7 21
17
R cc f c bX 0,809fc bX
21
2 4 8
R cc2 fcb X f c bX
3 7 21
As resultantes totais Rcc das figuras 2.4c e 2.4d serão equivalentes se adicional-
mente, a distância Z até a LN, nos dois casos, for a mesma. Na figura 2.4c, o equilíbrio
exige que:
R cc1Z1 R cc2Z 2 R ccZ
2.8
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2.9
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ε cu ε 10
cu (2.6)
X 2L d
2.10
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3,5
X 2L d 0,259d para concretos do grupo I (2.6a)
3,5 10
ε cu
X 2L d para concretos do grupo II (2.6b)
ε cu 10
X 2L
ξ 2L 0,259 para concretos do grupo I (2.7a)
d
ε cu
ξ 2L para concretos do grupo II (2.7b)
ε cu 10
2.11
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A partir do X2L não se pode mais girar a seção pelo ponto A, o que produziria
deformações superiores à εcu no concreto. Portanto, a parir desse ponto a seção deve
girar em torno do ponto B, desde a deformação na armadura εsu = 10‰ até a defor-
mação εyd, correspondente à tensão de escoamento de cálculo do aço. Esse domínio
particular de deformação é o domínio 3 da figura 2.3, caracterizado basicamente pela
flexão simples (seções subarmadas) e flexo-compressão com ruptura à compressão
do concreto e com o escoamento da armadura As. A linha neutra varia desde a pro-
fundidade limite do domínio 2 até ao valor limite do domínio 3, X3L (figura 2.7).
ε cu
ε cu ε yd
(2.8)
X 3L d
2.12
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X 3L 3,5
ξ 3L para concretos de classes até C50 (2.8a)
d 3,5 ε yd
ε cu
ξ 3L para concretos de classes C55 até C90 (2.8b)
ε cu ε yd
ξ 4L 1 (2.9)
Na figura 2.3 ainda se pode girar em torno do ponto B até que seção tenha
deformação nula na fibra inferior mais tracionada. Isso caracteriza um domínio de de-
formação muito pequeno que recebe um nome secundário, domínio 4a, caracterizado
pela flexo-compressão com ambas as armaduras comprimidas. A linha neutra varia
de d até a altura total da peça h.
εcu εc2
(2.10a)
h a0 2
4 3
a0 2 h a 2 u h para concretos do grupo I (2.10b)
7 7
ε c2
a0 2 h a 2 u h a0 2 para concretos do grupo II (2.10c)
ε cu
2.14
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No caso particular da flexão simples, dos cinco domínios existentes ficam eli-
minados os de número 1 (seção totalmente tracionada), 4a e 5 (seção totalmente
comprimida) restando, pois, os domínios possíveis 2, 3 e 4.
2.15
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b) (x/d) 0,35 para concretos com 50 MPa < fck ≤ 90 MPa; (2.11b)
Esses limites podem ser alterados se forem utilizados detalhes especiais de armadu-
ras, como, por exemplo, os que produzem confinamento nessas regiões.”
2.16
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Analisando-se a tabela 2.1 construída para concretos de classes C20 até C90
e os valores limites de (x/d) dados acima, para garantir o adequado comportamento
dútil, nota-se que para os três tipos de aços usados essas profundidades relativas
limites são maiores que os valores ξ2L e menores que os valores ξ3L da tabela. De
agora em diante os valores relativos limites serão ξL = (x/d)L = 0,45 para concretos
com fck ≤ 50 MPa e ξL = (x/d)L = 0,35 para concretos com 50 MPa < fck ≤ 90 MPa; e
tanto um quanto o outro valor estão localizados no domínio 3.
Segundo Tepedino (1980) “no caso da seção retangular, pode-se, sem erro
considerável e obtendo-se grande simplificação, adotar, para os domínios 2 e 3 (seção
subarmada ou normalmente armada), o diagrama retangular para as tensões no con-
creto, permitido pela NBR 6118”, representado na figura 2.4d.
2.17
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b – largura da seção retangular (na NBR 6118:2014 é dado por bw, onde “w”
significa nervura ou alma – web. Suprimido por simplicidade na flexão de se-
ções retangulares, esse índice será usado na flexão de seções T, mais à
frente);
h – altura total da seção retangular;
d – altura útil da seção transversal (profundidade da armadura As);
d’ – profundidade da armadura A’s (borda mais comprimida até o CG de A’s);
X – profundidade da linha neutra para o diagrama σxε parábola-retângulo;
y – profundidade da linha neutra para o diagrama σxε retangular;
z – braço de alavanca do binário interno resistente (distância entre Rcc e Rst);
λ – parâmetro de redução da altura do diagrama parábola-retângulo transfor
mando-o em diagrama retangular simplificado, dado nas equações (2.4);
αc – parâmetro de redução da resistência de pico do concreto na compressão,
quando se usa o diagrama retangular simplificado, dado nas equações (2.5);
Rcc – resultante interna de compressão no concreto;
Rst – resultante interna de tração na armadura As;
R’sd – resultante interna de compressão na armadura A’s;
Md – momento externo solicitante de cálculo (até agora dado por MSd).
2.18
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y
M d R cc d R'sd d d' (2.12)
2
Nd 0 R cc R'sd - R st (2.13)
2.19
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Md
K (2.15)
f c bd 2
y
fcby d
2 y y α
K' 1 α 1 (2.16)
fcbd 2
d 2d 2
y λX
α λξ (2.17)
d d
α 1 1 2K' (2.18)
A raiz com o sinal positivo foi descartada uma vez que o seu valor máximo ou
limite, para qualquer classe de concreto, é igual a αmax = λmax (x/d)L,max = λmax ξ L,max
= 0,8 x 0,45 = 0,36 < 1.
2.20
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f c bd K K'
A' s φ (2.19)
f yd d'
1
d
σ 'sd
φ 1 (2.20)
f yd
f c by A' s σ'sd
As (2.21)
f yd f yd
f c bd y
As A' s φ (2.22)
f yd d
com
2.21
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A s1
f c bd
f yd
f bd
α c
f yd
1 1 2K' (2.24)
f c bd K K'
A s2 A' s φ (2.25)
f yd d'
1
d
A s2
A' s (2.26)
φ
2.22
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α
K L K 'L α L 1 - L (2.27)
2
com
y X
α L λ λξ 3L (2.28)
d L d L
KL
CLASSE λ
CA 25 CA 50 CA 60
Até C50 0,8000 0,427 0,376 0,358
C55 0,7875 0,417 0,362 0,342
C60 0,7750 0,408 0,349 0,330
C65 0,7625 0,400 0,340 0,320
C70 0,7500 0,394 0,333 0,313
C75 0,7375 0,389 0,327 0,307
C80 0,7250 0,384 0,322 0,302
C85 0,7125 0,380 0,318 0,298
C90 0,7000 0,375 0,314 0,294
2.23
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M dL K L f c bd 2 (2.29)
ou
2.24
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Md
dL (2.30)
K Lfcb
onde:
MdL - é o máximo momento fletor de cálculo resistido com armadura simples
dL - é a altura útil mínima necessária para resistir ao Md com armadura
simples
Caso o momento de cálculo solicitante seja maior que MdL ou ainda que a altura
útil seja menor que dL, o que significa em ambos os casos K > KL, torna-se necessário
adicionalmente para o equilíbrio, a armadura de compressão A’s. Essa situação, com
a utilização simultânea de armaduras As e A’s, caracteriza seções dimensionadas à
flexão simples com armadura dupla.
Na situação de armadura dupla K > KL (Md > MdL), o momento total solicitante
Md (adimensionalmente K) é dividido em dois, o primeiro igual ao máximo momento
sem necessidade de armadura de compressão, MdL = Md1 (adimensionalmente KL) e
o segundo igual a diferença MdL – Md1 = Md2 (adimensionalmente K - KL). Na prática
basta fazer nas equações (2.19), (2.24) e (2.25), de dimensionamento à flexão em
seções retangulares, K’ = KL. Essa igualdade significa fisicamente que o momento
interno resistente referente ao concreto comprimido K’ é igual ao máximo momento
fletor externo de cálculo sem necessidade de armadura de compressão, KL.
2.25
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A parcela (Md1 = MdL) do momento total será resistida pelo binário interno for-
mado pelas resultantes de compressão do concreto (Rcc,max = fcbyL) e de tração do
aço (Rst1 = As1fyd). Na expressão de Rcc,max acima, yL = λXL, com λ e XL dependentes
do valor de fck. A segunda parcela do momento total, Md2, será absorvida pelo binário
interno formado pelas resultantes da segunda parcela da armadura tracionada (Rst2 =
As2fyd) e da armadura comprimida (R’sd = A’sσ’sd) (ver figura 2.10).
A deformação ’s pode ser calculada a partir da equação (2.32) abaixo, obtida
por semelhança de triângulos na figura 2.10:
ε's ε
cu (2.31)
X L d' X L
2.26
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X d'
( )
X L d' d L d
ε's ε cu ε cu (2.32)
XL X
d L
Caso ’s seja menor que o valor da deformação de cálculo correspondente ao
escoamento yd, a tensão ’sd é obtida pela aplicação da Lei de Hooke, (’sd = Es.’s),
o que implica em valor de φ menor que 1. Caso contrário ’sd = fyd, o que implica em
φ = 1. Fazendo-se na equação (2.32) ’s yd obtém-se a equação (2.33) a seguir,
que expressa a relação (d’/d), abaixo da qual se tem φ = 1:
d' X ε yd
1 (2.33)
d d lim ε cu
2.27
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Os valores da tabela 2.4 para concretos com fck ≤ 50 MPa são atendidos para
as vigas usuais de concreto armado, ou seja, geralmente o nível de tensão na arma-
dura comprimida é igual a 1. No entanto, à medida que a resistência do concreto au-
menta esses valores (d’/d) diminuem, ou (d/d’) aumentam, para valores não pratica-
dos usualmente nas vigas de concreto, o que significa valores de φ = ’sd / fyd < 1.
Nesses casos o valor de φ é dado por:
X d'
d d ε E
L cu s 1
φ (2.34a)
X f yd
d
L
X d'
d d
L
φ 1,6905 1 no caso contrário. (2.34c)
X
d
L
2.28
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2.29
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2.30
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2.31
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y h
M d f c b w y d f c b f b w h f d f A' s σ' sd d d' (2.35)
2 2
2.32
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Md α b h h A' s φf yd d'
α 1 f 1 f 1 f 1 (2.37)
fcb w d2
2 bw d 2d fcb w d d
α
K' α 1 (2.39)
2
f c b w d K K'
A' s φ (2.40)
f yd d'
1
d
2.33
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K KL K’ = K
K > KL K’ = KL
fcb w d bf h
As α 1 f φA's (2.41)
f yd bw d
A s A s1 A 2 (2.42)
fcb w d bf h
A s1 1 1 2K' 1 f (2.43)
f yd bw d
f c b w d K K'
A s2 (2.44)
f yd d'
1
d
Da mesma forma que na seção retangular
A' s A s2 φ (2.45)
2.34
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da mesa. Como nesse caso o trecho da mesa de largura bw ainda está comprimido, a
profundidade da linha neutra, para se ter o equilíbrio, será menor que hf. Isso significa
que mesmo para pequenos valores de K positivos, a linha neutra cortará a mesa e o
dimensionamento se fará como seção retangular de largura bf.
α h h
K 0 K' α 0 1 0 f 1 f (2.46)
2 d 2d
h
M dRef f c b f h f d f (2.47)
2
2.35
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Quando uma viga submetida à flexão deforma, ela traz consigo a laje que nela
apoia. Se a laje estiver comprimida, o dimensionamento pode ser feito levando-se em
conta a contribuição dessa mesa comprimida na absorção do momento fletor atuante.
Adotando-se o diagrama retangular simplificado da NBR-6118:2014, a tensão na
mesa comprimida, no trecho comum com a nervura (bw), deve ser igual a fc = αc fcd.
2.36
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Afastando-se desse trecho nos dois sentidos laterais da mesa, conforme mos-
trado na figura 2.13, a tensão de compressão deve diminuir até zero, para pontos na
laje bem distantes da nervura. Essa distribuição de tensões na mesa pode ser obtida
pela teoria da elasticidade, mas pela NBR-6118:2014 ela é substituída por uma distri-
buição uniforme simplificada, com tensão igual a fc, e com uma largura total colabo-
rante igual a bf, de tal forma que as resultantes de compressão em ambas as distri-
buições sejam estaticamente equivalentes.
2.37
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b1 0,5 b2 b1 0,1 a
(2.48)
b3 b4 b3 0,1 a
2.38
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2.39
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bh 2
Md,min = 0,8 W0 fctk,sup = 0,8fctk,sup (2.49)
6
onde:
W0 é o módulo de resistência da seção transversal bruta de concreto,
relativo à fibra mais tracionada;
fctk,sup é a resistência característica superior do concreto à tração, equa-
ção (1.13b), item 8.2.5 da NBR-6118:2014.
2.40
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bh 2
0,8fctk,sup
6 0,8γ f ctk,sup
K min
M d, min
c
2 f (2.51)
f cbd 2 α c f cd bd/h h
2 2
c
6α d/h ck
γc
K min 0,052 f ( 1/3) para fck ≤ 50 MPa
α c d/h 2 ck
(2.52)
γc ln1 0,11fck
K min 0,367 para fck > 50 MPa
α c d/h 2 f ck
2.41
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α c f cd bd/h h
A s,min
f yd
A f
1 1 2K min α c d/h 1 1 2K min c cd
f yd
(2.53a)
ω min
A s,min f yd
A c f cd
ρ min
f yd
f cd
α c d/h 1 1 2K min (2.53b)
ρ min
A s,min
Ac
α c d/h 1 1 2K min ff cd (2.53c)
yd
351/3 0,0409
1,4
K min 0,052
0,850,8 2
ρmin 0,85x0,8 1 1 2x0,0409
35/1,4 0,001634 ≈ 0,164%, conforme tabela 2.6.
500/1,15
Para um concreto do segundo grupo da tabela 2.6, por exemplo, fck = 90 MPa,
tem-se:
90 50
α c 0,85 1 0,68
200
2.42
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90
ρmin 0,680,8 1 1 2x0,0314 0,002564 ≈ 0,256%, conforme tabela 2.6.
1,4
500
1,15
Caso os parâmetros sejam diferentes dos que originaram a tabela 2.6 (aço CA
50, d=0,8h, γc=1,4 e γs=1,15) as novas taxas de ρmin deverão ser recalculadas con-
forme as equações e os dois exemplos acima, obedecido o limite mínimo de 0,15%.
A tabela 2.7 relaciona as taxas de armaduras mínimas para seção retangular com
várias relações (d/h), aço CA 50 e CA 60 (valores da tabela 2.6).
Tabela 2.7 – Taxas de armaduras mínimas para vigas com seção retangular
20 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
25 0,151 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
30 0,170 0,150 0,158 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
35 0,188 0,157 0,175 0,150 0,164 0,150 0,153 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
40 0,205 0,171 0,191 0,159 0,179 0,150 0,168 0,150 0,158 0,150 0,150 0,150
45 0,222 0,185 0,206 0,172 0,194 0,161 0,181 0,151 0,171 0,150 0,161 0,150
50 0,238 0,198 0,221 0,184 0,208 0,172 0,194 0,162 0,183 0,153 0,173 0,150
55 0,241 0,201 0,225 0,187 0,211 0,175 0,197 0,164 0,186 0,155 0,176 0,150
60 0,251 0,209 0,233 0,194 0,219 0,182 0,205 0,171 0,193 0,161 0,183 0,152
65 0,259 0,216 0,241 0,201 0,226 0,188 0,212 0,176 0,200 0,166 0,189 0,157
70 0,267 0,222 0,248 0,207 0,233 0,194 0,218 0,182 0,206 0,172 0,195 0,162
75 0,274 0,229 0,255 0,213 0,239 0,199 0,224 0,187 0,212 0,176 0,199 0,166
80 0,282 0,235 0,262 0,218 0,245 0,204 0,230 0,192 0,217 0,181 0,203 0,169
85 0,288 0,240 0,268 0,224 0,251 0,209 0,236 0,196 0,222 0,185 0,210 0,175
90 0,295 0,245 0,274 0,228 0,256 0,214 0,241 0,201 0,227 0,189 0,215 0,179
2.43
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
“Em vigas com altura menor ou igual a 60 cm, pode ser dispensada a utilização de
armadura de pele.
As armaduras principais de tração e de compressão não podem ser computadas no
cálculo da armadura de pele”.
2.44
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
- 20 mm
- diâmetro da barra, do feixe ou da luva;
- 0,5 vez a dimensão máxima característica do agregado graúdo”.
Esses valores se aplicam também nas regiões de emenda por traspasse das
barras. Na figura 2.15 estão indicados os espaçamentos mínimos na direção horizon-
tal (ah) e vertical (av). Com base nessa figura obtém-se a largura útil (bútil) da viga
dada por:
2.45
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___________________________________________________________________________
b útil a h
n Φ/cam (2.55)
ah ΦL
“7.4.7.1 - Para atender aos requisitos estabelecidos nesta Norma, o cobrimento mí-
nimo da armadura é o menor valor que deve ser respeitado ao longo de todo o ele-
mento considerado. Isto constitui um critério de aceitação.
2.46
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___________________________________________________________________________
7.4.7.2 - Para garantir o cobrimento mínimo (cmin) o projeto e a execução devem con-
siderar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerân-
cia de execução (Δc). Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem
respeitar os cobrimentos nominais, estabelecidos na tabela 7.2 (tabela 2.8 abaixo),
para Δc = 10 mm.
7.4.7.3 - Nas obras correntes o valor de Δc deve ser maior ou igual a 10 mm.
7.4.7.4 - Quando houver um adequado controle de qualidade e rígidos limites de tole-
rância da variabilidade das medidas durante a execução pode ser adotado o valor Δc
= 5 mm, mas a exigência de controle rigoroso deve ser explicitada nos desenhos de
projeto. Permite-se, então, a redução dos cobrimentos nominais prescritos na tabela
7.2 em 5 mm.
7.4.7.5 - Os cobrimentos nominais e mínimos estão sempre referidos à superfície da
armadura externa, em geral à face externa do estribo. O cobrimento nominal de uma
determinada barra deve sempre ser:
a) cnom ≥ Φ barra;
b) cnom ≥ Φ feixe = Φ n = Φ (n)1/2;
c) cnom ≥ 0,5 Φ bainha.
7.4.7.6 - A dimensão máxima característica do agregado graúdo utilizado no concreto
não pode superar em 20% a espessura nominal do cobrimento, ou seja:
2.47
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Lajeb 20 25 35 45
Viga/Pilar 25 30 40 50
Concreto Armado
Elementos es-
truturais em 30 40 50
contato com o
solod
Laje 25 30 40 50
Concreto Protendidoa
Viga/pilar 30 35 45 55
a - Cobrimento nominal da bainha ou dos fios, cabos e cordoalhas. O cobrimento da armadura passiva
deve respeitar os cobrimentos para o concreto armado.
b - Para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de contrapiso, com reves-
timentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa de revestimento e acabamento tais como
pisos de elevado desempenho, pisos cerâmicos, pisos asfálticos e outros tantos, as exigências desta
tabela podem ser substituídas por 7.4.7.5, respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm.
c –Nas superfícies expostas a ambientes agressivos, como reservatórios, estações de tratamento de
água e esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e in-
tensamente agressivos, devem ser atendidos os cobrimentos da classe de agressividade IV.
d – No trecho dos pilares em contato com o solo junto aos elementos de fundação, a armadura deve ter
cobrimento nominal ≥ 45 mm.
2.6.7 – Dimensões limites para vigas e vigas-parede (item 13.2- NBR 6118:2014)
2.48
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
A seção transversal das vigas não deve apresentar largura menor que 12 cm e das
vigas-parede, menor que 15 cm. Estes limites podem ser reduzidos, respeitando-se
um mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais, sendo obrigatoriamente res-
peitadas as seguintes condições:
a) alojamento das armaduras e suas interferências com as armaduras de outros
elementos estruturais, respeitando os espaçamentos e coberturas estabeleci-
dos nesta Norma;
b) lançamento e vibração do concreto de acordo com a NBR 14931.”
Traçar o diagrama de interação NxM (força normalxmomento fletor) que solicita a se-
ção retangular 20x40 cm2 abaixo, com fck = 25 MPa, aço CA 50, 6 bitolas longitudi-
nais L =12,5 mm, conforme figura 2.16. Como a resistência do concreto desse
exemplo é menor que 50 MPa (grupo I) εc2 = 2‰, εcu = 3,5‰, λ = 0,8 e αc = 0,85.
Como é aço CA 50, εyd = (50/1,15) / 21 = 2,07‰.
2.49
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
εs1 = εs2 = εs3 = 10‰, σs1 = σs2 = σs3 = fyd = 43,48 kN/cm2
As1 = As2 = As3 = 2x1,227 = 2,454 cm2 Rs1 = Rs2 = Rs3 = 2,454x43,48 = 106,70 kN
2.50
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
ε s3 10 ε s1 ε yd 10 d' ε s1 d
X1 4,35 cm (acima da seção)
X1 d X1 d' 10 ε s1
Para um valor no intervalo (X1 < X < 0), por exemplo X = - 2 cm, os valores
calculados são:
εs1 = 1,67‰ < εyd εs2 = 5,79‰ > εyd Rs1 = 86,06 kN Rs2 = Rs3 = 106,7 kN
Nd = - 299,46 kN, N = - 214 kN (tração) Md = 330,24 kNcm, M = 236 kNcm
2.51
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___________________________________________________________________________
armadura As3 com a deformação εs3 = εsu = 10‰. As deformações εs1 e εs2 são obtidas
por semelhança de triângulos.
ε s3 10 ε ε s2
s1 εs1 = 1,11‰ < εyd = 2,07‰
d 36 d' 4 h/2 d' 20 4 16
2.52
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___________________________________________________________________________
ε s3 10 ε s1 ε s2
d X 36 9,33 X d' 9,33 4 (h/2) X 20 9,33
εs2 = 4‰ > εyd = 2,07‰ σs2 = σs3 = fyd = 43,48 kN/cm2 (tração)
Rs1 = 2,454x42 = 103,07 kN (C), Rs2 = Rs3 = 106,70 kN (T)
A figura 2.19 ilustra essa situação, em que se têm além da região comprimida
do concreto (parte com hachuras da seção transversal), as armaduras As1 e As2.
ε cu 3,5 ε s1 ε s2
X 22,62 X d' 22,62 4 X (h/2) 22,62 20
2.54
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
εs1 = 2,88‰ > εyd = 2,07‰ σs1= fyd = 43,48 kN/cm2 (Compressão)
εs2 = 0,41‰ <ε yd = 2,07‰ σs2 = 21x0,41 = 8,61 kN/cm2 (Compressão)
Rs1 = 106,70 kN (C), Rs2 = 2x1,227x8,61 = 21,12 kN (C), Rs3 = 106,70 kN (T)
2.55
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
ε cu 3,5 ε s1 ε s2
X 36 x d' 36 4 X (h/2) 36 20
εs1 = 3,11‰ > εyd = 2,07‰ σs1 = fyd = 43,48 kN/cm2 (compressão)
εs2 = 1,56‰ < εyd = 2,07‰ σs2 = 21x1,56 = 32,67 kN/cm2 (compressão)
Rs1 = 106,70 kN (C), Rs2 = 2x1,227x32,67 = 80,16 kN (C), Rs3 = 0
ε cu 3,5 ε s1 ε s2 ε s3
X 40 X d' 40 4 X (h/2) 40 20 X d 40 36
εs1 = 3,15‰ > εyd = 2,07‰ σs1= fyd = 43,48 kN/cm2 (compressão)
εs2 = 1,56‰ < εyd = 2,07‰ σs2 = 21x1,75 = 36,75 kN/cm2 (compressão)
εs3 = 0,35‰ < εyd = 2,07‰ σs3 = 21x0,35 = 7,35 kN/cm2 (compressão)
2.56
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
εs1 = εs2 = εs3 = 2‰ < εyd, σs1 = σs2 = σs3 = 21x2 = 42 kN/cm2
2.57
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
2.58
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Olhando os gráficos da figura 2.23 nota-se que para um mesmo valor de força
normal N só existe um único valor correspondente de momento M, que a seção su-
porta no estado limite último. Já para um mesmo valor de M existem dois valores de
N que podem solicitar a seção no ELU. Assim, fixando-se N = 750 kN (compressão),
para a seção com 6Φ12.5 mm, existe apenas o valor M ≈ 4760 kNcm, obtido na escala.
Fixando-se para essa mesma seção M = 4000 kNcm, existem dois valores possíveis
de força normal que a seção suporta, N ≈ 19 kN e N ≈ 859 kN, ambos de compressão
e obtidos na escala.
Para uma força normal N = 750 kN (C) os valores de momentos no ELU para
seções sem armadura, com 6Φ10 mm e com 6Φ16 mm são respectivamente, M ≈
1885 kNcm, M ≈ 4000 kNcm e M ≈ 5675 kNcm (valores obtidos na escala).
2.59
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
relação (d’/h) prefixada, para um determinado tipo de aço e para uma quantidade e
distribuição das barras preestabelecidas.
Nesse exemplo essa relação é igual a (d’/h) = (4/40) = 0,10, o aço é CA 50, e
as seis barras dão as seguintes taxas mecânicas de armação, [ω = (As fyd / Ac fcd)]:
Calcular as armaduras de flexão para a viga da figura 2.24 abaixo solicitada por
alguns valores de momento fletor M. Para fck = 20 MPa, fc = 0,85x2 / 1,4 = 1,214
kN/cm2; para aço CA 50, fyd = 50 / 1,15 = 43,48 kN/cm2 ≈ 43,5 kN/cm2.
1) M = 2000 kNcm
2.60
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Md 2000x1,4
K 2
0,0368 K L 0,295 K’ = K = 0,0368
fc bd 1,214x20x56 2
A s A s1
fc bd
f yd
1 1 2K'
1,214x20x56
43,5
1 1 2x0,0368 1,17cm2
A’s = As2 = 0
2.61
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
A armadura de tração calculada (As,cal) tem de ser maior ou igual a armadura mínima
(As,min) dada na tabela 2.7. Para (d/h) = (56 / 60) = 0,93 ≈ 0,95 e aço CA 50, ρmin =
0,15%:
As,min= ρmin Ac = 0,15% (20x60) = 1,8 cm2 > As,cal = 1,17 cm2 As = As,min = 1,80 cm2
Para atender a armadura final pode-se usar uma das duas hipóteses de bitolas abaixo:
α 1 1 2K' 1 1 2x0,0368 0,0375 y = d = 0,0375x56 = 2,10 cm
Como X = 2,62 cm < X2L = 0,259x56 = 14,52 cm, a seção trabalha no domínio 2 para
o dimensionamento com M = 2000 kNcm.
Apenas para efeito de verificação das fórmulas de dimensionamento para uma pro-
fundidade X = 2,62 cm no ELU, a seção resiste a um momento:
y 0,8x2,62
fcby d 1,214x20x0,8x2,62 56
MRes
MRes,d
2
2 2797 2000kNcm
γ f 1,4 1,4 1,4 1,4
2.62
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
2) M = 6000 kNcm
Para atender a armadura final pode-se usar uma das hipóteses de bitolas abaixo:
bútil ah 14 2
nΦ/cam 4,9 4 barras ΦL = 12,5 mm / camada (OK)
ah ΦL 2 1,25
K = 0,174; = 0,144; X = (0,144x56) / 0,8 = 10,10 cm < X2L = 14,52 cm; domínio 2
3) M = 15000 kNcm
Para atender a armadura final pode-se usar uma das hipóteses de bitolas abaixo:
2.63
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Nota-se pela figura 2.25 que a distância da borda mais tracionada até o centro da
primeira camada para o detalhamento com 9Φ12,5 mm é dado por [(2,5 + 0,5 +
(1,25/2)] = 3,625 cm. Para as outras duas camadas, considerando o espaçamento
vertical (ah = 2,0 cm), determinam-se os valores 6,975 cm para a segunda camada e
10,125 cm para a terceira. O centro geométrico das nove barras distribuídas em três
camadas, d’’ = h – d, é dado por:
Dessa forma a altura útil fica: d = h – d’’ = (60 – 5,8) = 54,2 cm, menor que o valor
adotado d = 56 cm.
2.64
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Embora diferentes, os novos valores das armaduras calculadas para os valores corri-
gidos de d atendem aos detalhamentos para a altura útil adotada d = 56 cm.
2.65
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
4) M = 20000 kNcm
A s1
fcbd
fyd
f bd
1 1 2K' c αL
fyd
1,214x20x55
43,5
0,8x0,45 0,36 11,05cm2
(d / d’) = (55 / 4) = 13,75 > 5,439 ou (d’ / d) = (4 / 55) = 0,073 < 0,184
A s2
Pela tabela 2.4 φ = 1 (tabela 2.4) A' s 2,85cm2
1
Para atender a armadura final de tração As pode-se usar uma das hipóteses de bitolas
abaixo:
7Φ16 mm As,e = 7x2,011 = 14,08 cm2 > As = 13,90 cm2 (3Φ na 2a camada)
5Φ20 mm As,e = 5x3,142 = 15,71 cm2 > As = 13,90 cm2 (2Φ na 2a camada)
3Φ25 mm As,e = 3x4,909 = 14,71 cm2 > As = 13,90 cm2 (só uma camada)
Para atender a armadura de compressão A’s pode-se usar uma das hipóteses de bi-
tolas abaixo:
bútil ah 14 2
nΦ/cam 4 4 barras Φ = 20 mm / camada
a h ΦL 22
2.66
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
bútil ah 14 2,5
nΦ/cam 3,3 3 barras Φ = 25 mm / camada (OK)
ah ΦL 2,5 2,5
2.67
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
sendo que no dimensionamento com KL = 0,295 chega-se à armadura dupla para mo-
mentos menores, melhorando assim a dutilidade da seção.
Dados: As = 14,71 cm2, A’s = 3,68 cm2, d = 55,75 cm, d’ = 3,625 cm.
ξ2L = 0,259 < ξ = X / d = 24,7 / 55,75 = 0,443 < ξ3L = 0,628 domínio 3.
2.68
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Md,Resist=Rcc(d–y/2)+A’sfyd(d-d’)=1,214x20x19,8(55,75–19,8/2)+3,68x43,5(55,75-3,625)
Md,Resist = 30386 kNcm MResist = (Md,Resist / 1,4) = 21704 kNcm > Msolic = 20000 kNcm
Nessa forma todas as vigas têm dois tramos ou vãos. Nas vigas V1, V2 e V3 o primeiro
vão tem comprimento (295 + 20/2 + 20/2) = 315 cm e o segundo (365 + 20/2 + 20/2)
= 385 cm. Nas vigas V3, V4 e V5 o primeiro vão tem comprimentos 315 cm e o se-
gundo 400 cm.
Para M1 a parcela da largura colaborante do lado da nervura em que a laje tem conti-
nuidade, b1, é dada por:
2.69
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
1 = 315 cm 2 = 385 cm
a1 = 0,75 1 = 0,75x315 = 236,25 cm a2 = 0,75 2= 0,75x385 = 288,75 cm
b1 ≤ 0,10 a1 = 0,10x236 ≈ 24 cm
b1 = 24 cm
b1 ≤ (b2/2) = (380/2) = 190 cm
2.70
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Para M2 a parcela da largura colaborante do lado da nervura em que a laje tem conti-
nuidade, b1, é dada por:
b1 ≤ 0,10 a2 = 0,10x289 ≈ 29 cm
b1 = 29 cm
b1 ≤ (b2/2) = (380/2) = 190 cm
Para o momento negativo X a seção só pode funcionar como seção retangular 20/40.
2.71
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
1 = 315 cm 2 = 385 cm
a1 = 0,75 1 = 0,75x315 = 236,25 cm a2 = 0,75 2 = 0,75x385 = 288,75 cm
bf = bw + b1,E + b1,D = 20 + 24 + 24 = 68 cm
Para M2 tem-se:
bf = bw + b1,E + b1,D = 20 + 29 + 29 = 78 cm
Para o momento negativo X a seção só pode funcionar como seção retangular 20/40.
2.72
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Para M1 tem-se:
bf = bw + b1 + b3 = 15 + 24 + 0 = 39 cm
Para M2 tem-se:
bf = bw + b1 + b3 = 15 + 29 + 0 = 44 cm
Para o momento negativo X a seção só pode funcionar como seção retangular 15/40.
Viga V4 – Essa viga tem um balanço do lado esquerdo da nervura, que está 30 cm
abaixo do nível das demais lajes. Para os momentos positivos a viga funciona como
viga de seção L, pois a região comprimida (mesa) existe apenas no lado superior di-
reito da viga. Para o momento negativo a viga também funciona como viga de seção
L, só que nesse caso, é o lado inferior esquerdo da viga que está comprimido.
1 = 315 cm 2 = 400 cm
a1 = 0,75 1 = 0,75x315 = 236,25 cm a2 = 0,75 2 = 0,75x400 = 300 cm
x1 = 0,25 1= 0,25x315 = 78,75 cm x2 = 0,25 2 = 0,25x400 = 100 cm
Para M1 tem-se:
b1 ≤ 0,10 a1 = 0,10x236 ≈ 24 cm
b1 = 24 cm
b1 ≤ (b2/2) = (295/2) = 147,5 cm
2.73
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Para M2 tem-se:
b1 ≤ 0,10 a2 = 0,10x300 = 30 cm
b1 = 30 cm
b1 ≤ (b2/2) = (295/2) = 147,5 cm
bf = bw + b1 + b3 = 15 + 30 + 0 = 45 cm
Para o momento negativo X, como a única laje comprimida (L1) está do lado do ba-
lanço, sem continuidade, tem-se:
bf = bw + b1 + b3 = 15 + 0 + 18 = 33 cm
1 = 315 cm 2 = 400 cm
a1 = 0,75 1 = 0,75x315 = 236,25 cm a2 = 0,75 2 = 0,75x400 = 300 cm
2.74
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
bf = bw + b1,E + b1,D = 20 + 24 + 24 = 68 cm
Para M2 tem-se:
bf = bw + b1,E + b1,D = 20 + 30 + 30 = 80 cm
Viga V6
1 = 315 cm 2 = 400 cm
a1 = 0,75 1 = 0,75x315 = 236,25 cm a2 = 0,75 2 = 0,75x400 = 300 cm
Para M1
b1 ≤ 0,10 a1 = 0,10x236 ≈ 24 cm
b1 = 24 cm
b1 ≤ (b2/2) = (365/2) = 182,5 cm
b3 ≤ 0,10 a1 = 0,10x236 ≈ 24 cm
b3 = 24 cm
b3 ≤ b4 = 50 cm
bf = bw + b1 + b3 = 20 + 24 + 24 = 68 cm
2.75
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Para M2
b1 ≤ 0,10 a2 = 0,10x300 = 30 cm
b1 = 30 cm
b1 ≤ (b2/2) = (365/2) = 182,5 cm
b3 ≤ 0,10 a2 = 0,10x300 = 30 cm
b3 = 30 cm
b3 ≤ b4 = 50 cm
bf = bw + b1 + b3 = 20 + 30 + 30 = 80 cm
Para o momento negativo X a seção só pode funcionar como seção retangular 20/40.
EXEMPLO 2
M = 15000 kNcm
Md bf hf h 15000x1,4 90 10 10
K
1 1 f 1 1 0,285 0,691
d 2d 1,821x20x45 20 45 2x45
2 2
fc b w d b w
Md 15000x1,4
K 90x50 2
0,0632 K < KL = 0,295 K’ = K = 0,0632
fcbf d 1,821x90x452
2.76
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
A s A s1
fc b f d
f yd
1 1 2K'
1,821x90x45
43,5
1 1 2x0,0632 11,09cm2
A armadura As tem que ser maior ou igual a armadura mínima As,min. Como os valores
das tabelas 2.6 e 2.7 só valem para seções retangulares, o valor mínimo da armação
em viga de seção T, deve ser calculado como aquela necessária para combater o
momento mínimo dado na equação (2.49). O valor de fctk,sup é dado na equação (2.50).
Md,min = 0,8 W 0 fctk,sup, W 0 = (Ix,cg / ymax,trac), fctk,sup = 0,39 (fck)2/3 (fck < 50 MPa)
Para esse valor de Mmin o coeficiente K, para seção T, é negativo e portanto o dimen-
sionamento será como seção rectangular a seção será dimensionada como seção
rectangular bf x h = 90x50. Assim:
KT < 0, K90x50 = 0,0104 < KL = 0,295, As,min = 1,77 cm2 < As,cal = 11,09 cm2.
A s,min 1,77
ρ 0,00104 0,104% ρmin 0,15%
Ac 90x10 20x40
2.77
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
h 10
MdRef fcbf hf d f 1,821x90x10x 45 65556kNcm
2 2
M = 40000 kNcm
K90x50 = 0,169 < KL=0,295 K’ = K = 0,169 As,90x50 = As1 = 31,54 cm2 A’s = 0
2.78
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Flexão Normal Simples
___________________________________________________________________________
Como K < K0 a seção deve ser calculada como seção retangular 90 x50, já calculada
acima, com As,90x50 = 31,54 cm2. Com o valor de K > 0, a armadura calculada como
seção T, será:
1,821x20x45 90 10
A s,T A s1 1 1 2x0,0683 1 31,97cm
2
43,5 20 45
A armadura calculada com as fórmulas da seção T (As,T = 31,97 cm2), embora errada
nesse caso, dá praticamente o mesmo valor que a calculada como seção retangular
90/50 (As,90x50 = 31,54 cm2), justificando pois a generalização adotada por Tepedino
(1980) de dimensionar como seção retangular (bf h) apenas quando K < 0.
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE
O cálculo como seção T consegue combater grandes momentos fletores apenas com
armadura simples (sem armadura de compressão). Isso pode levar a falsa ideia que
o simples atendimento ao ELU (dimensionamento) garanta também o estado limite de
deformação excessiva (ELS-DEF) do elemento estrutural em análise. Justifica-se, pois
a preocupação que se deve ter no cálculo de vigas de seção T com a verificação do
ELS-DEF, preocupação redobrada no caso de se ter seção T com parte da nervura
comprimida.
2.79
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 3
Janeiro 2018
LAJES
__________________________________________________________________________
3.1 – Definição
3.2 – Histórico
onde:
w é o deslocamento transversal (vertical) da placa;
p é a carga distribuída aplicada normalmente ao plano da placa;
D é a rigidez da placa à flexão, dada por:
Ecsh 3
D
12 1 - ν 2 (3.2)
3.2
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
p = pa + pb (3.3)
5pa a 4 5p b 4
δa δb b (3.4)
384EI 384EI
A expressão genérica para a flecha máxima em uma viga sobre dois apoios
submetida a uma carga vertical uniformemente distribuída é obtida da equação da
linha elástica em vigas, dada por δ = k (pl4) / (384EI), onde k depende dos tipos de
apoios da viga. Para viga biapoiada k = 5, para viga apoiada-engastada k = 2,... (valor
aproximado) e finalmente para viga biengastada, k = 1.
3.3
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
De (3.4) obtém-se:
4
b
pa pb (3.5)
a
p
pb 4
k bp (3.6)
b
1
a
3.4
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___________________________________________________________________________
1
kb 4
ka 1 kb (3.7)
b
1
a
Pela equação (3.7) para uma relação (b/a) = 2 o valor de kb = (1 / 17) 0,06 e
consequentemente ka = 1 – kb 0,94, indicando que a laje funciona praticamente na
direção menor “a”. Conforme será visto adiante, a partir da relação (b/a) > 2 a laje
será considerada armada em uma direção, ou seja a menor dimensão, sendo que
para relações menores, a laje será considerada armada nas duas direções ou em
cruz.
3.5
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
“Para a consideração do estado limite último, a análise de esforços pode ser realizada
através da teoria das charneiras plásticas.
Para garantia de condições apropriadas de dutilidade, dispensando a verificação ex-
plícita da capacidade de rotação plástica, prescrita em 14.6.4.4 deve-se ter a posição
da linha neutra limitada em:
Deve ser adotada, para lajes retangulares, razão mínima de 1,5:1 entre momentos
de borda (com continuidade e apoio indeslocável) e momentos no vão.
Cuidados especiais devem ser tomados em relação à fissuração e verificação das
flechas no ELS, principalmente quando se adota a relação entre momentos muito di-
ferente da que resulta de uma análise elástica. As verificações de serviço e de fa-
diga devem ser feitas baseadas em uma análise elástica”.
0,8x0,25
K L 0,8x0,25 1 0,180 Para fck ≤ 50 MPa (3.8a)
2
0,8x0,15
K L 0,8x0,15 1 0,113 Para fck > 50 MPa (3.8b)
2
3.6
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Conforme visto no item anterior as lajes retangulares cuja relação entre os la-
dos for maior que 2 (ou menor que 0,5), serão calculadas como laje armada em uma
direção, no caso, a direção menor. Essas lajes são calculadas supondo vigas de lar-
gura unitária, com o vão correspondente ao lado menor da laje e com as condições
de contorno iguais às do lado maior. Dessa forma as configurações possíveis para
lajes retangulares armadas em uma direção estão indicadas na figura 3.2.
3.7
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
2 2
pa X pa 1,5M
px 0 2 R A 2 2 a 2 a
M R A x0 (3.9)
2 2p 2p 2p
pa 2
M (3.10)
13,33
2
pa
2
pa 2
M A X X
R 2
1,5M (3.11)
2p 2p 8
pa 2
M (3.12)
20
3.9
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
“a) as reações em cada apoio são as correspondentes às cargas atuantes nos triân-
gulos ou trapézios determinados através das charneiras plásticas correspondentes à
análise efetivada com os critérios de 14.7.4, sendo que essas reações podem ser, de
3.10
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.11
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Na figura 3.4 uma laje do tipo C, laje superior da figura 3.3, foi dividida em
triângulos e trapézios formados com as retas, a partir dos vértices, com os ângulos
definidos de acordo a NBR 6118:2014. A reação genérica Ra representa a reação por
metro, no lado da laje que tem o comprimento a (a ou b). Quando dois lados paralelos
têm condições de apoios diferentes, R’a sempre representa a reação do lado apoiado
e R’’a representa a do lado engastado. Conforme essa figura, as reações são calcu-
ladas dividindo-se a resultante do carregamento em cada triângulo ou trapézio pelo
respectivo comprimento do lado a que essas figuras pertencem.
Dessa forma foi produzida a tabela 3.8, para o cálculo das reações nos 6 tipos
de lajes retangulares da figura 3.3, com relações b/a dentro da faixa de validade das
lajes armadas em cruz. Os coeficientes ra, tabelados para cada tipo de laje e relação
b/a, foram definidos de tal forma que qualquer reação, tanto no lado “a” quanto no
“b”, seja obtida multiplicando-se ra pelo produto pa, ou seja, Ra = ra pa.
3.12
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Mserv = Mg + 2 Mq (3.13)
3.13
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Ic
M r α f ct (3.14)
yt
“onde:
α = 1,2 para seções T ou duplo T;
α = 1,3 para seções I ou T invertido;
α = 1,5 para seções retangulares;
onde:
α é o fator que correlaciona aproximadamente a resistência à tração na
flexão com a resistência à tração direta;
yt é a distância do centro de gravidade da seção à fibra mais tracionada;
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
fct é a resistência à tração direta do concreto, conforme 8.2.5, com o
quantil apropriado a cada verificação particular.
100h2
W0 (3.15)
6
3.14
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
150fctm h 2
Mr 0,75h2 f ck 2/3 (kNcm) para fck ≤ 50 MPa (3.16a)
6x10
150.fctm .h 2
Mr 5,3h2 ln1 0,11fck (kNcm) para fck> 50 MPa (3.16b)
6x10
Para essas lajes as flechas são calculadas com as expressões obtidas da equa-
ção da linha elástica em vigas, para os três tipos possíveis de condições de contorno
ilustrados na figura 3.2, onde as flechas podem ser agrupadas em uma única expres-
são genérica dada por:
pia4
fi K (3.17)
384EI eq,t0
3.15
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
(*) o valor inteiro 2 foi adotado a partir do valor correto dado por K= 2,079....
onde:
fi é a flecha imediata;
pi = g + 2 q é a carga imediata de serviço;
a é o vão da laje armada em uma direção;
(EI)eq,t0 é a rigidez equivalente para o tempo t0, de
aplicação da carga de longa duração.
3.16
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
seria muito correto usar o mesmo modelo para vigas e lajes. No entanto, para efeito
dessa apostila, deve-se considerar o estabelecido na NBR 6118:2014:
M
3 M
3
I II E cs I c
Estádio II - EIeq,t0 E cs r I c 1 r (3.18b)
M a Ma
onde:
Ecs é o módulo de elasticidade secante do concreto;
Ic é o momento de inércia da seção bruta de concreto;
I II é o momento de inércia da seção fissurada de concreto no está-
dio II, calculada com a relação entre os módulos (n = Es / Ecs);
Ma é o momento fletor (serviço) na seção crítica do vão considerado,
momento máximo no vão para lajes biapoiadas ou contínuas e momento
no apoio para lajes em balanço, para a combinação de ações conside-
rada nessa avaliação;
Mr é o momento de fissuração do elemento estrutural;
t0 é a idade em meses relativa à data de aplicação da carga de longa
duração.
Na figura 3.5 apresenta-se uma seção transversal genérica 100xh de uma laje
onde o diagrama de tensões de compressão no concreto é linear e o de tração é nulo,
de acordo a premissa básica do Estádio II, seção fissurada. Para um mesmo ponto,
concreto e aço têm a mesma deformação εc = εs, e consequentemente pela lei de
Hooke εc = (σc/Ec) = εs = (σs/Es) de onde resulta σs = (Es/Ec) σc = n σc, com n =
(Es/Ec), relação entre os módulos de elasticidades do aço e do concreto. Com isso no
diagrama de tensões a linha tracejada representa em uma escala (1/ n) menor, as
tensões no aço.
3.17
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
xII2
nA s d xII nA s d x II
xII
bx II 100
2 2
1 2
x II A A 2 B com: A nA s B ndA s (3.19a)
100 100
σ 100xII 2x II
M LN c σ s nA s d x II
2 3
σc σs d x II
σs σc
x II d x II x II
3.18
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
2
100xII nA s d x II 2 100xII
3 σ
M LN σc σc nA s d x II 2 c
3 x II 3 x II
M LN M
σc (x II ) LN x II
100xII
3 I II
nA s d x II 2
3
3
100xII
I II nA s d x II 2 (3.19b)
3
As equações (3.19) podem ser obtidas por simplificação das equações original-
mente deduzidas para seções retangulares com armadura As e A’s, fazendo-se A’s =
0 e b = 100, conforme apresentado nos capítulos 4 e 9 dessa apostila.
pia4
f i f1 (3.20a)
Ecsh 3
3 2
b b b
K1 K 2 K 3 K 4
f1 a a a (3.20b)
1000
3.19
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
com K1, K2, K3 e K4 fornecidos na tabela 3.2 abaixo, não se adotando para o cálculo
valores de (b/a) fora do intervalo 0,5 ≤ (b/a) ≤2.
Tabela 3.2 – Valores dos coeficientes para cálculo das flechas (Tepedino)
LAJE K1 K2 K3 K4
Para efeito dessa apostila, quando o momento em serviço for menor que o de
fissuração, ou seja, estádio I, deve-se adotar para a rigidez equivalente a mesma dada
pela equação (3.18a), ou seja, rigidez bruta do concreto. Quando ocorrer o estádio II,
mesmo com toda essa discussão sobre a validade da rigidez equivalente de Branson
(1966) para lajes armadas em cruz, deve-se seguir a recomendação da NBR
6118:2014, ou seja, adotar Branson (1966) também para verificação de flechas nes-
sas lajes.
M
3 M
3
I II E cs I c
Estádio II - EIeq,t0 E cs r I c 1 r (3.18b)*
M a Ma
3
100heq 12Ieq
I eq h eq 3 (cm) (3.21)
12 100
3.21
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___________________________________________________________________________
calculada de maneira aproximada pelo produto da flecha imediata fi pelo fator f, dado
pela expressão:
f dif α f f i (3.22)
com
Δξ
αf (3.23a)
1 50ρ '
para
A's
ρ' (3.23b)
bd
onde é um coeficiente, função do tempo, que pode ser obtido diretamente na tabela
3.3, ou ser calculado pelas expressões seguintes:
Pi t 0i
t0 (3.27)
Pi
3.22
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___________________________________________________________________________
Tempo (t)
0 0,5 1 2 3 4 5 10 20 40 70
- meses-
Coefici-
ente 0 0,54 0,68 0,84 0,95 1,04 1,12 1,36 1,64 1,89 2
(t)
pa4
f 1 α f f i f1 (3.30)
E cs h 3
com
p = (1 + f) pi = (1 + αf) (g + 2 . q) (3.31)
3.23
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.24
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Quando atuar apenas a carga acidental esse limite deve ser considerado igual a ( /
350). Para lajes em balanço o vão equivalente a ser considerado deve ser o dobro do
comprimento do balanço, portanto a flecha na extremidade de um balanço com vão
() deve ser menor que ( / 125), quando atuar a carga total.
3.25
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___________________________________________________________________________
brimento mínimo (cmin) acrescido da tolerância de execução (c), que para obras cor-
rentes deve ser maior ou igual a 10 mm. Quando houver um adequado controle de
qualidade e rígidos limites de tolerância da variabilidade das medidas durante a exe-
cução, pode ser adotado o valor c = 5 mm, mas a exigência de controle rigoroso
deve ser explicitada nos desenhos de projeto. Nesse caso, permite-se então, a redu-
ção dos cobrimentos nominais dados na tabela 2.8 em 5 mm.
Segundo a tabela 7.2 da NBR 6118:2014, transcrita na tabela 2.8 dessa apos-
tila “para a face superior de lajes e vigas que serão revestidas com argamassa de
contrapiso, com revestimentos finais secos tipo carpete e madeira, com argamassa
de revestimento e acabamento tais como pisos de elevado desempenho, pisos cerâ-
micos, pisos asfálticos e outros tantos, as exigências desta tabela podem ser substi-
tuídas por 7.4.7.5, respeitado um cobrimento nominal ≥ 15 mm.”
ef = 0 + a1 + a2 (3.33)
onde:
0 é o vão livre, ou seja, distância entre as faces dos apoios;
a1 e a2 são em cada extremidade do vão, o menor entre os valores: 0,3h
e ti/2, sendo h a espessura da laje e ti a largura do apoio i.
3.26
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.27
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
No caso das lajes no regime rígido-plástico deve ser feito o procedimento itera-
tivo, para a obtenção dos valores equilibrados nos engastes. Por ser muito trabalhoso,
normalmente esse procedimento é simplificado pela adoção do maior entre os mo-
mentos negativos das lajes que chegam ao mesmo apoio, conforme recomendado na
NBR 6118:2014.
3.28
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
6118:2014. Como as lajes armadas em duas direções têm outros mecanismos resis-
tentes possíveis, os valores mínimos das armaduras positivas são reduzidos em rela-
ção aos dados para elementos lineares (vigas).
Nota-se na tabela 3.5 que os valores das taxas geométricas ρs para momentos
negativos das lajes em geral e para momento positivo, apenas das lajes armadas em
uma direção, obedecem aos mesmos valores mínimos ρmin que os praticados nas
vigas. Já para os momentos positivos das lajes armadas em duas direções e para os
momentos negativos de bordas sem continuidade, esse valor é reduzido em (2/3) =
0,67. Nas lajes armadas em duas direções isso se deve ao seu funcionamento, ou
seja, quando uma direção sofre flexão a outra solidariamente sofre torção, contribu-
indo assim para um maior enrijecimento dessa laje e diminuição dos momentos fleto-
res nas duas direções.
3.29
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.30
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
(tabela 3.5 dessa apostila). Alternativamente, estes valores mínimos podem ser cal-
culados com base no momento mínimo, conforme 17.3.5.2.1 . Essa armadura deve
ser constituída preferencialmente por barras com alta aderência ou por telas soldadas.
Nos apoios de lajes que não apresentem continuidade com planos de lajes adjacentes
e que tenham ligação com os elementos de apoio, deve-se dispor de armadura nega-
tiva de borda, conforme Tabela 19.1. Essa armadura deve se estender até pelo menos
0,15 do vão menor da laje a partir da face do apoio.”
“As armaduras devem ser detalhadas no projeto de forma que, durante a execução,
seja garantido o seu posicionamento durante a concretagem.
Qualquer barra da armadura de flexão deve ter diâmetro no máximo igual a h/8.
Nas lajes maciças armadas em uma ou duas direções, em que seja dispensada ar-
madura transversal de acordo com 19.4.1 (cisalhamento), e quando não houver ava-
liação explícita dos acréscimos das armaduras decorrentes da presença dos momen-
tos volventes nas lajes, toda a armadura positiva deve ser levada até os apoios, não
se permitindo escalonamento desta armadura. A armadura deve ser prolongada no
mínimo 4 cm além do eixo teórico do apoio.
A armadura secundária de flexão deve ser igual ou superior a 20% da armadura prin-
cipal, mantendo-se, ainda, um espaçamento entre barras de, no máximo, 33 cm. A
3.31
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
emenda dessas barras deve respeitar os mesmos critérios de emenda das barras da
armadura principal” (grifo nosso).
Essa norma tem como objetivo fixar as condições para determinar os valores
das cargas que atuam nos projetos de estruturas de edificações. Essa norma que vale
desde 1980, teve uma errata publicada em 2000.
“Quando forem previstas paredes divisórias, cuja posição não esteja definida no pro-
jeto, o cálculo de pisos com suficiente capacidade de distribuição transversal de carga,
quando não for feito por processo exato, pode ser feito admitindo, além dos demais
carregamentos, uma carga uniformemente distribuída por metro quadrado de piso não
menor que um terço do peso por metro linear de parede pronta, observado o valor
mínimo de 1 KN/m2.”
Para as lajes armada em uma direção com parede paralela a essa direção,
basta considerar na largura unitária onde a parede se apoia, o peso por metro linear
dessa parede somado às demais cargas da laje. Se a parede é normal à direção prin-
cipal da laje deve-se considerá-la no cálculo como uma carga concentrada igual ao
seu peso por metro.
3.32
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
As cargas acidentais verticais que atuam nos pisos das edificações, referentes
aos carregamentos devido a pessoas, móveis, utensílios e veículos, são supostas uni-
formemente distribuídas, com os valores mínimos indicados na tabela 3.6 abaixo,
transcritos da tabela 2 da NBR 6120:1980.
3.33
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Carga
Local
KN/m2
1- Arquibancadas 4
Mesma carga da peça com a qual se comunica e as previstas -
2- Balcões
para parapeitos e balcões (ver adiante)
Escritórios e banheiros 2
3- Bancos
Salas de diretoria e de gerência 1,5
Sala de leitura 2,5
Sala para depósito de livros 4
4- Bibliotecas Sala com estantes de livro, a ser determinada em cada caso ou
2,5 kN/m2 por metro de altura observado, porém o valor mínimo
6
de
3.34
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.35
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
“2.2.1.5 Ao longo dos parapeitos e balcões devem ser consideradas aplicadas uma
carga horizontal de 0,8 kN/m na altura do corrimão e uma carga vertical mínima de 2
kN/m.
a) ϕ = 1 , 0 0 ....................................quando ≥ 0
b) ϕ = (0/) ≤ 1,43 ......................... quando ≤ 0.
Nota: O valor de ϕ não precisa ser considerado no cálculo das paredes e pilares. ”
A tabela 3.8 mostra os coeficientes para cálculo das reações de apoio, con-
forme a recomendação da NBR 6118:2014, figura 3.4. As reações em cada um dos
quatro lados são calculadas multiplicando-se sempre o produto (pa) pelo coeficiente
tabelado para o tipo de laje e de relação (b/a): Ri = ri (pa). A representação das
reações e a sua localização em planta estão indicadas, para uma laje genérica do tipo
C, na figura 3.7.
3.36
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.37
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.38
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Tipo
r’a=0,183
ra=0,144
r’’a=0,317
ra=0,25
3.39
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Tipo
b/a ma mb ma mb ma mb ma mb ma mb ma mb
0,50 - - 122,1 50,9 - - 103,2 64,5 215,6 80,8 - -
0,55 - - 92,2 46,5 - - 81,4 61,6 161,2 73,2 - -
0,60 - - 72,6 43,6 - - 66,9 60,2 125,6 67,8 - -
0,65 - -- 59,2 41,7 - - 56,9 60,1 101,4 64,2 - -
0,70 - - 49,7 40,6 - - 49,7 60,8 84,2 61,9 - -
0,75 - - 42,7 40,1 - - 44,3 62,3 71,8 60,6 - -
0,80 - - 37,6 40,1 - - 40,3 64,5 62,5 60,0 - -
0,85 - - 33,6 40,5 - - 37,2 67,2 55,5 60,1 - -
0,90 - - 30,5 41,2 - - 34,8 70,4 50,0 60,8 - -
0,95 - - 28,1 42,3 - - 32,8 74,0 45,7 61,8 - -
1,00 24,0 24,0 26,1 43,6 40,0 40,0 31,2 78,0 42,2 63,3 60,0 60,0
1,05 21,8 24,1 24,5 45,1 36,4 40,1 29,9 82,4 39,4 65,2 54,6 60,2
1,10 20,1 24,3 23,2 46,8 33,5 40,5 28,8 87,1 37,1 67,3 50,2 60,7
1,15 18,6 24,6 22,1 48,8 31,0 41,0 27,9 92,2 35,2 69,8 46,6 61,6
1,20 17,4 25,1 21,2 50,9 29,0 41,8 27,1 97,6 33,5 72,5 43,5 62,7
1,25 16,4 25,6 20,4 53,2 27,3 42,7 26,4 103, 32,2 75,4 41,0 64,4
1,30 15,5 26,3 19,8 55,6 25,9 43,8 25,9 109,
2 31,0 78,6 38,8 65,6
1,35 14,8 27,0 19,2 58,2 24,7 44,9 25,4 115,
2 30,0 82,0 37,0 67,4
1,40 14,2 27,8 18,7 61,0 23,6 46,3 24,9 122,
5 29,1 85,6 35,4 69,4
1,45 13,6 28,6 18,2 63,9 22,7 47,7 24,5 128,
1 28,4 89,4 34,0 71,6
1,50 13,1 29,6 17,8 66,9 21,9 49,3 24,2 136,
9 27,7 93,4 32,8 73,9
1,55 12,7 30,6 17,5 70,1 21,2 50,9 23,9 143,
1 27,1 97,6 31,8 76,4
1,60 12,4 31,6 17,2 73,4 20,6 52,7 23,6 151,
5 26,6 102, 30,9 79,0
1,65 12,0 32,7 16,9 76,8 20,0 54,5 23,4 159,
1 26,1 106,
0 30,0 81,8
1,70 11,7 33,9 16,7 80,3 19,5 56,5 23,2 167,
1 25,7 111,
6 29,3 84,7
1,75 11,5 35,1 16,5 84,0 19,1 58,5 23,0 175,
3 25,3 116,
3 28,7 87,8
1,80 11,2 36,4 16,3 87,8 18,7 60,6 22,8 184,
7 25,0 121,
2 28,1 91,0
1,85 11,0 37,7 16,1 91,7 18,4 62,9 22,6 193,
5 24,7 126,
3 27,6 94,3
1,90 10,8 39,1 15,9 95,8 18,0 65,2 22,5 202,
5 24,4 132,
6 27,1 97,7
1,95 10,7 40,5 15,8 99,9 17,8 67,5 22,3 212,
7 24,1 137,
0 26,6 101,
2,00 10,5 42,0 15,6 104, 17,5 70,0 22,2 222,
2 23,9 143,
6 26,3 105,
3
2
O valor do momento
2 fletor positivo é dado por:
0 M = (pa )/m 3 0
O momento fletor negativo na direção a ou b, se tiver, será dado por: Xi = 1,5 Mi
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.
3.40
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Tipo
b/a f1 f1 f1 f1 f1 f1
0,50 - 0,0068 - 0,0062 0,0033 -
0,55 - 0,0090 - 0,0080 0,0045 -
0,60 - 0,011 - 0,0098 0,0058 -
0,65 - 0,014 - 0,012 0,0073 -
0,70 - 0,017 - 0,014 0,0090 -
0,75 - 0,020 - 0,015 0,011 -
0,80 - 0,022 - 0,017 0,012 -
0,85 - 0,025 - 0,019 0,014 -
0,90 - 0,028 - 0,020 0,015 -
0,95 - 0,030 - 0,021 0,017 -
1,00 0,048 0,033 0,025 0,023 0,018 0,015
1,05 0,053 0,035 0,027 0,024 0,020 0,016
1,10 0,057 0,037 0,029 0,024 0,021 0,018
1,15 0,062 0,039 0,032 0,025 0,022 0,019
1,20 0,066 0,041 0,034 0,026 0,023 0,020
1,25 0,071 0,043 0,036 0,027 0,024 0,021
1,30 0,075 0,044 0,038 0,027 0,025 0,022
1,35 0,079 0,046 0,040 0,028 0,026 0,023
1,40 0,083 0,047 0,041 0,028 0,026 0,024
1,45 0,087 0,049 0,043 0,029 0,027 0,025
1,50 0,090 0,050 0,045 0,029 0,027 0,026
1,55 0,094 0,051 0,046 0,029 0,028 0,027
1,60 0,097 0,052 0,047 0,029 0,028 0,027
1,65 0,100 0,053 0,048 0,030 0,028 0,027
1,70 0,103 0,053 0,049 0,030 0,028 0,028
1,75 0,106 0,054 0,050 0,030 0,028 0,028
1,80 0,109 0,055 0,050 0,030 0,028 0,028
1,85 0,112 0,056 0,051 0,030 0,029 0,029
1,90 0,114 0,056 0,052 0,030 0,029 0,029
1,95 0,116 0,057 0,054 0,030 0,029 0,029
2,00 0,119 0,058 0,055 0,030 0029 0,029
O valor da flecha é dada por: f = f1 (p.a4) / (Ecs h3)
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.
3.41
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Tipo
b/a ma mb ma mb na ma mb na nb
0,50 - - 119,0 44,1 32,8 - - - -
0,55 - - 91,7 40,0 27,6 - - - -
0,60 - - 74,1 37,2 23,8 - - - -
0,65 - - 61,7 35,3 20,9 - - - -
0,70 - - 52,1 34,1 18,6 - - - -
0,75 - - 45,2 33,4 16,8 - - - -
0,80 - - 40,2 33,1 15,4 - - - -
0,85 - - 36,1 33,2 14,2 - - - -
0,90 - - 32,9 33,5 13,3 - - - -
0,95 - - 30,3 33,9 12,5 - - - -
1,00 23,6 23,6 28,2 34,4 11,9 37,2 37,2 14,3 14,3
1,10 20,0 23,6 25,1 36,2 10,9 31,3 37,4 12,7 13,6
1,20 17,4 23,7 22,8 38,6 10,2 27,4 38,2 11,5 13,1
1,30 15,5 24,2 21,2 41,4 9,7 24,6 40,0 10,7 12,8
1,40 14,1 25,0 20,0 44,4 9,3 22,6 41,8 10,1 12,6
1,50 13,0 25,7 19,1 47,3 9,0 21,1 44,4 9,6 12,4
1,60 12,1 26,8 18,4 51,4 8,8 20,0 48,2 9,2 12,3
1,70 11,4 27,9 17,8 55,8 8,6 19,2 52,4 9,0 12,3
1,80 10,9 28,8 17,4 59,4 8,4 18,5 56,1 8,7 12,2
1,90 10,5 30,4 17,1 63,0 8,3 18,0 60,2 8,6 12,2
2,00 10,1 31,6 16,8 67,6 8,2 17,5 62,5 8,4 12,2
O valor do momento positivo é dado por: M = pa2/m e do negativo por X = pa2/n
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.
3.42
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Tipo
b/a ma mb na ma mb na nb ma mb na nb
0,50 113,6 47,9 33,7 222,2 72,7 49,3 35,2 - - - -
0,55 88,5 44,8 28,6 161,3 64,3 40,5 30,7 - - - -
0,60 73,0 42,9 25,0 123,5 58,4 34,4 27,2 - - - -
0,65 60,2 42,0 22,2 99,0 54,3 29,8 24,6 - - - -
0,70 53,5 41,7 20,1 82,0 51,3 26,2 22,5 - - -
0,75 47,2 42,0 18,5 69,0 49,5 23,4 21,0 - - - -
0,80 42,9 43,0 17,3 59,2 48,4 21,2 19,7 - - - -
0,85 39,4 44,2 16,3 52,4 47,9 19,5 19,2 - - - -
0,90 36,5 45,7 15,5 47,4 48,0 18,1 18,7 - - - -
0,95 34,2 47,8 14,8 43,1 48,6 17,1 18,4 - - - -
1,00 32,4 49,8 14,3 39,7 49,5 16,2 18,3 49,5 49,5 19,4 19,4
1,10 29,9 54,7 13,5 34,8 52,3 14,8 17,7 41,3 50,4 17,1 18,4
1,20 28,0 61,5 13,0 31,6 56,5 13,9 17,4 34,8 53,0 15,6 17,9
1,30 26,7 67,2 12,6 29,4 61,6 13,2 17,4 32,7 56,4 14,5 17,6
1,40 25,8 75,0 12,3 27,9 68,0 12,8 17,4 30,1 60,7 13,7 17,5
1,50 25,3 83,9 12,3 26,7 74,1 12,5 17,5 28,3 67,3 13,2 17,5
1,60 24,8 93,0 12,1 25,9 81,4 12,3 17,7 27,1 73,7 12,8 17,5
1,70 24,4 101,8 12,0 25,3 88,7 12,1 17,9 26,1 82,4 12,5 17,5
1,80 24,2 110,2 12,0 24,9 99,6 12,0 18,0 25,5 88,2 12,3 17,5
1,90 24,0 120,4 12,0 24,5 106,5 12,0 18,0 25,1 98,9 12,1 17,5
2,00 24,0 131,6 12,0 24,3 113,6 12,0 18,0 24,7 104,2 12,0 17,5
O valor do momento positivo é dado por: M = pa2/m e do negativo por X = pa2/n
a é o vão com o maior número de engaste. Caso o número de engaste seja o mesmo nas duas direções, a é o menor vão.
3.43
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Tipo
0,6 54,6 22,1 94,3 37,7 15,9 75,2 27,3 18,8 128 48,1 19,8 30,0 51,5 17,8 28,4
0,7 50,0 25,6 86,2 41,2 16,8 69,0 30,1 20,4 114 50,2 20,3 30,9 50,5 19,2 36,0
0,8 47,8 29,9 81,3 45,7 17,8 64,5 33,6 22,4 105 53,5 21,2 32,4 52,9 21,1 44,2
0,9 46,7 35,0 78,1 51,5 19,1 61,3 37,5 24,9 101 57,5 21,9 34,4 56,5 23,6 53,8
1,0 47,2 41,5 74,6 58,1 20,2 58,8 42,4 28,4 99,0 62,5 23,1 37,5 61,7 26,7 66,2
1,1 36,9 39,5 59,5 54,3 18,4 46,9 39,5 26,7 74,6 55,9 20,2 34,0 55,2 24,9 64,9
1,2 34,5 37,9 48,8 51,0 16,9 39,2 37,3 25,3 59,9 51,5 18,2 31,7 50,8 23,5 64,1
1,3 30,5 37,0 41,7 48,5 15,7 33,8 35,8 24,6 49,5 48,5 16,5 30,2 47,6 22,4 65,8
1,4 27,5 36,2 36,4 46,7 14,7 29,7 35,0 24,3 41,8 46,5 15,1 29,5 44,8 21,4 68,0
1,5 25,2 35,6 32,5 45,2 13,9 26,7 34,1 24,0 36,8 45,2 14,2 28,5 43,1 20,7 69,4
1,6 23,4 34,8 25,6 44,4 13,2 24,4 33,7 24,0 33,0 44,8 13,6 27,7 41,7 19,8 70,9
1,7 21,8 35,3 26,9 44,4 12,9 22,4 34,0 24,5 29,7 45,0 13,2 27,5 40,5 19,1 75,2
1,8 20,6 35,1 25,1 43,5 12,4 21,1 33,6 24,7 27,3 44,1 12,6 26,8 39,8 18,5 76,9
1,9 19,6 35,2 23,6 42,6 12,1 19,9 33,8 25,2 25,3 43,3 12,2 26,7 39,4 18,0 81,3
2,0 18,7 36,0 22,3 43,1 11,9 18,8 34,7 26,6 23,6 43,9 11,9 26,9 38,8 17,5 89,3
3.44
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
0,6 112 44,1 27,9 17,7 76,3 31,9 21,8 22,1 128 52,4 33,7 21,1 32,5
0,7 86,2 52,1 28,8 19,8 68,0 37,5 22,4 26,2 122 58,8 33,6 22,5 36,0
0,8 80,0 63,7 30,5 22,5 64,1 44,1 23,9 31,9 109 65,4 34,4 24,5 40,8
0,9 81,3 75,2 32,7 25,7 64,9 53,2 26,0 39,2 99,0 74,6 35,0 27,0 47,4
1,0 84,0 90,1 35,1 29,4 67,1 64,5 27,7 48,8 97,1 87,7 37,0 30,3 56,8
1,1 72,5 87,0 31,2 27,8 58,5 62,5 25,7 51,8 80,0 83,3 32,4 28,1 57,1
1,2 64,9 86,2 28,5 26,5 52,9 62,9 23,9 53,8 70,4 82,0 29,2 26,6 57,8
1,3 59,9 85,5 26,5 25,4 48,8 63,7 22,4 56,8 63,3 82,0 26,7 25,5 59,9
1,4 55,9 84,0 24,7 24,7 45,7 64,5 21,1 61,3 57,5 83,3 24,7 24,8 62,9
1,5 52,6 82,6 23,4 23,9 43,5 64,5 20,1 64,9 53,2 82,0 23,4 23,9 65,4
1,6 49,5 81,3 22,4 23,4 41,7 64,5 19,3 69,9 49,8 81,3 22,3 23,4 69,0
1,7 46,9 81,3 21,6 23,1 40,2 65,3 18,6 75,2 46,9 81,3 21,5 23,1 74,1
1,8 44,8 79,4 21,1 22,5 39,5 65,8 18,0 76,9 45,2 79,4 21,0 22,5 76,9
1,9 42,9 79,4 20,6 22,2 38,8 69,4 17,5 81,3 43,7 79,4 20,5 22,2 81,3
2,0 41,1 80,6 20,1 22,3 38,0 73,5 16,9 89,3 42,2 80,6 20,0 22,3 92,6
3.45
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.9 – Exemplos
3.9.1 – Exemplo 1
3.46
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
LAJE L1
3.47
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Conforme a figura 3.9 essa laje em balanço suporta na sua extremidade um parapeito
de alvenaria de tijolos furados (alv = 13 kN/m3) com altura de 1,20 m e espessura de
15 cm. Além das cargas normais da laje devem ser aplicadas, segundo o item 2.2.1.5
da NBR 6120:1980 ao longo de parapeitos e balcões, uma carga horizontal de 0,8
kN/m na altura do corrimão e uma carga vertical mínima de 2 kN/m.
As cargas em um metro de largura de laje, conforme figura 3.9 a direita, são dadas
por:
P = 4,34 kN M = 0,96 kNm p = 5,5 kN/m
3.48
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
(tabela 2.8 para CAA I). Nota-se que aqui não foi feita a compensação de momentos
negativos por se tratar de uma laje em balanço. Além disso, em laje em balanço (con-
forme NBR 6118:2014), o dimensionamento deve ser feito para um momento final
majorado por um coeficiente adicional n.
1685
K 0,164 KL 0,295 K' K 0,164
1,821x100x7,52
A s A s1
1,821x100x7,5
43,48
1 1 2x0,164 5,68cm2 /m CA 50
A s A s1
1,821x100x7,5
52,17
1 1 2x0,164 4,73cm2 /m CA 60
Usando-se bitola = 8 mm (0,503 cm2, conforme tabela 1.4) tanto para aço CA 50
quanto para aço CA 60 obtém-se os seguintes espaçamentos:
Flecha
3.49
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Mr = 0,75 h2 (fck)2/3 = 0,75x102x(30)2/3 = 724 kNcm > Xserv = 5,46 kNm Estádio I
Ecs = αi Eci αi = 0,8 + 0,2 (fck / 80) = 0,8 + 0,2x(30 / 80) = 0,875 ≤ 1,0 eq. (1.6b)
Eci = αe 5600 (fck)1/2 = 1,0x5600x(30)1/2 = 30672 MPa = 3,07x107 kN/m2 eq. (1.5a)
Ecs=0,875x3,07x107=2,69x107 kN/m2
Ecs Ic = 2,69x107x8,33x10-5 = 2238 kNm2
Ic = (1,00x0,103 /12) = 8,33x10-5 m4
f∞ = 1,95x10-3 m = 1,95 mm ≈ 0,20 cm < fadm = /125 = 102,5 /125 = 0,82 cm OK!
LAJE L2
A laje L2 é uma laje alongada em que o vão menor vale 2,20 m e o maior 9,00 m,
portanto uma laje armada em uma direção, conforme figura 3.10. O primeiro trecho do
3.50
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___________________________________________________________________________
lado direito dessa laje (vão a da viga V5) pode ser considerado engastado (continui-
dade com a laje L4), já o segundo, em função do vazado da fôrma, tem de ser consi-
derado simplesmente apoiado (a viga V5 não teria rigidez suficiente à torção para
engastar essa laje).
Como o cálculo de uma laje armada em uma direção é equivalente ao de uma viga
sobre dois apoios com largura b = 100 cm, o primeiro trecho dessa laje pode ser con-
siderado apoiado sobre o vão a de V4 e engastado sobre o vão a de V5 (continuidade
com a laje L4). Do lado esquerdo dessa laje tem-se continuidade com a laje em ba-
lanço L1, que normalmente é considerado como apoio simples.
3.51
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___________________________________________________________________________
kNm. Esse valor é menor que Xg,L1=4,24 kNm e portanto, poderia considerar a laje L2
engastada em L1.
Flecha
Como os momentos positivos acima calculados com a carga total são menores que o
momento de fissuração, Mr = 724 kNcm, essa laje encontra-se no estádio I, sendo a
rigidez equivalente EIeq = EcIc = 2215 kNm2, ambos já calculados no exemplo da laje
L1.
Obs.: só precisa calcular a flecha no trecho apoiado-apoiado, por ser maior que a do
trecho apoiado-engastado e ter sido atendido o ELS-DEF.
3.52
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___________________________________________________________________________
LAJE L3
Flecha
Como os momentos positivos acima calculados com a carga total são menores que o
momento de fissuração Mr = 724 kNcm, essa laje encontra-se no estádio I, sendo o
módulo Ecs = 2,66x107 kN/m2, ambos já calculados no exemplo da laje L1.
3.53
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LAJE L4
Conforme a figura 3.12 a laje L4 tem uma continuidade com L3, na borda superior,
cuja extensão é de 457,5 cm, maior que (2/3) do comprimento do apoio, ou seja, 457,5
> 0,67x580 = 387 cm. Quando isso ocorre pode-se considerar a laje L4 engastada na
sua borda superior comportando como uma laje do tipo C.
3.54
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Flecha
Como os momentos positivos acima calculados com a carga total são menores que o
momento de fissuração Mr = 724 kNcm, essa laje encontra-se no estádio I, sendo o
módulo Ecs = 2,66x107 kN/m2, ambos já calculados no exemplo da laje L1.
Para as lajes L2 e L3, os momentos negativos finais compensados são maiores que
os originais da condição de engaste perfeito. Portanto, os momentos positivos finais
dessas lajes, nas mesmas direções dos negativos correspondentes, deverão ser re-
duzidos de ΔM = 0,3 ΔX em relação aos seus valores iniciais, mas por segurança eles
serão mantidos sem redução.
Para a laje L4 os dois momentos finais negativos compensados são menores que os
de engaste perfeito, portanto, os positivos, em cada uma das direções, deverão ser
3.55
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___________________________________________________________________________
3.56
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___________________________________________________________________________
Na figura 3.13 estão representadas as reações de apoio com os seus valores por
metro e a sua localização em planta. Os valores dos momentos finais compensados,
tanto os negativos quanto os positivos, estão também indicados em planta.
DIMENSIONAMENTO
Dimensionamento à flexão
h = 10 cm, d = 7,5 cm, KL = 0,295, (d/h) = 0,75
Momento
K As,cal (cm2/m) Bitola e espaçamento Aço
kNcm
3.57
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___________________________________________________________________________
“a” ρs = ρmin = 0,158% (CA 50), ρs = ρmin = 0,150% (CA 60) (Tab. 2.7)
“b” ρs = 0,67 ρmin = 0,106% (CA 50), ρs = 0,67 ρmin = 0,100% (CA 60)
(*) indica a opção final adotada no detalhamento (só negativos, no caso)
(**) o coeficiente de majoração no balanço p/ h = 10 cm é n f = 2,03 (Tab. 3.4)
(***) momento positivo em lajes armadas em uma direção
A medida que o momento diminui a armadura calculada pode ser inferior à armadura
mínima dada por As,min = ρsAc, conforme equação (3.35) e tabela 3.5.
A letra (a) significa a taxa mínima para momentos negativos em geral ou positivos em
lajes armadas em uma direção, onde ρs ≥ ρmin = 0,158% para aço CA 50 e ρs ≥ ρmin =
0,150% para aço CA 60. Daí resulta As,min(CA 50) = 0,158%x100x10 = 1,58 cm2/m e
As,min(CA 60) = 0,150%x100x10 = 1,50 cm2/m.
Analogamente a letra (b) significa a taxa mínima para momentos positivos em lajes
armadas em duas direções, onde ρs ≥ 0,67 ρmin = 0,67x0,158% = 0,106% para aço CA
50 e ρs ≥ 0,67 ρmin = 0,67x0,150% = 0,100% para aço CA 60. Daí resulta As,min(CA 50) =
0,106%x100x10 = 1,06 cm2/m e As,min(CA 60) = 0,100%x100x10 = 1,00 cm2/m. Na coluna
correspondente à armadura calculada, a opção correta para As,cal está em negrito.
DETALHAMENTO
A figura 3.14 apresenta o detalhamento das armaduras positivas e negativas das lajes
calculadas no regime elástico. As armaduras positivas (parte inferior da laje) estão
indicadas em linha contínua e as negativas (parte superior da laje) em linha tracejada.
ARMADURAS POSITIVAS
O espaçamento máximo das barras tem que ser menor que 2h ou 20 cm na região
dos maiores momentos, valor atendido em todo o dimensionamento. Essas barras
deverão ser levadas até os apoios, de acordo o item 20.1 da NBR 6118:2014, não
3.58
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
sendo possível o escalonamento das mesmas. Ainda de acordo esse item as barras
deverão ser prolongadas no mínimo 4 cm além dos eixos teóricos dos apoios.
Adotou-se o valor 235 cm, maior que o mínimo necessário de 228 cm, obtido da se-
guinte forma:
3.59
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___________________________________________________________________________
Dessa forma foram obtidos todos os outros comprimentos das barras positivas.
ARMADURAS NEGATIVAS
As barras negativas deverão, no mínimo, ser prolongadas para cada lado dos eixos
dos apoios um quarto (0,25) do maior dos menores lados (vãos) das lajes contíguas
que se engastam. Nas extremidades, para garantir a perfeita ancoragem, as barras
deverão ser dobradas com um comprimento igual a (h – 2c = 10 – 2 x 2 = 6 cm).
Quando a laje for em balanço, a armadura negativa deve ter o comprimento no mínimo
igual a duas vezes o vão do balanço.
Assim as barras negativas da posição N9, entre L3 (a = 400 cm, b = 457,5 cm) e L4
(a = 500 e b = 580), devem se prolongar no mínimo (0,25x500) = 125 cm para cada
lado do eixo da viga V2. Dessa forma, o comprimento do trecho reto de N9 é de (125x2)
= 250 cm e das duas dobras extremas é de 6 cm, resultando o comprimento final de
C = 262 cm. A posição N7 tem o comprimento reto no mínimo igual a duas vezes o
vão do balanço (2x110) = 220 cm. Com as duas dobras de 6 cm resulta o comprimento
final C=232 cm.
Assim como N9, a posição N8 deve prolongar 125 cm além do eixo da V5, ficando o
comprimento reto igual a (100 + 20 + 200 + 10 + 125) = 455 cm.
As posições N10 e N11 são armaduras negativas de bordas sem continuidade, con-
forme tabela 3.5, cujo valor mínimo vale As,min(CA 60) = 0,67 ρmin Ac = 0,10%x100x10 =
1,00 cm2/m. Para combater essa armadura mínima negativa adotou-se Φ 5 mm c/19
cm, embora seja comum usar bitola com diâmetro maior para armadura negativa, por
3.60
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
ser mais rígida e deformar menos na montagem, garantindo mais facilmente que a
armadura permaneça na face superior da laje.
LISTA DE FERROS
3.61
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RESUMO AÇO CA 50
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
8 533 211
TOTAL 211
RESUMO AÇO CA 60
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
5 823 127
6 227 51
TOTAL 178
O peso total das armaduras é de 389 kg para um volume de laje igual a 8,1 m3 dando
um consumo de aço (387 / 8,1) = 48 kg/m3.
REGIME RÍGIDO-PLÁSTICO
3.62
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___________________________________________________________________________
As reações e os valores finais dos momentos para o regime rígido-plástico estão apre-
sentados em planta na figura 3.15 lembrando-se que nesse regime, por simplicidade,
não se faz compensação de momentos, adotando-se o maior negativo entre as lajes.
3.63
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DIMENSIONAMENTO
Dimensionamento à flexão
h=10 cm d=7,5 cm KL=0,180 (Rígido-plástico)
Momento
K As,cal (cm2/m) Bitola e espaçamento Aço
kNcm
3.64
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
DETALHAMENTO
3.65
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
LISTA DE FERROS
RESUMO AÇO CA 50
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
8 491 194
TOTAL 194
RESUMO AÇO CA 60
Φ Comprimento (m) Peso (kg)
5 1061 164
TOTAL 358
O peso total das armaduras é de 358 kg para um volume de laje igual a 8,1 m3 dando
um consumo de aço (358 / 8,1) = 44 kg/m3.
3.66
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
3.9.2 – Exemplo 2
Calcular a flecha final para uma laje quadrada simplesmente apoiada em todas as
bordas, destinada a um edifício comercial com sobrecarga de 4 kN/m 2.
αi = 0,8 + 0,2 (fck / 80) = 0,8 + 0,2x(20/80) = 0,85 ≤ 1,0 equação (1.6b)
3.67
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
100xII3 100x2,4933
nA s d xII 10,98x6,28x7 2,493 1917cm4
2 2
I II
3 3
100h3 100x103
Ic 8333cm4
12 12
M 3 M 3 553 3 553 3
r
Ieq Ic 1 r III x8333 1 x1917 4221cm
4
Ma Ma 778
778
12Ieq 12x4221
heq 3 3 7,97cm 8cm
100 100
p a 4 12,55x64 600
f f1 3
0,048 7 3
0,08m 8cm fadm 2,4cm
Ecsheq 1,90x10 x0,08 250
3.68
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Lajes
___________________________________________________________________________
Como a flecha final total (flecha imediata mais flecha diferida) deu bem maior que a
flecha admissível, o mais efetivo é aumentar a espessura da laje. A partir da relação
(f∞ / fadm) = 3,33, a nova altura (de maneira simplificada) para atender ao ELS-DEF
deve ser hnova = (3,33)(1/3)x10 ≈ 15 cm. Será adotada, no entanto, uma nova altura igual
a 12 cm.
p = 0,12x25 + 1 + 4 = 3 + 1 + 4 = 4 + 4 = 8 kN/m2
pserv = 4 + 0,4x4 = 5,6 kN/m2
p∞ = 2,46x 4 + 0,984x4 = 13,78 kN/m2
A = 0,604 B = 10,870 xII = 2,783 cm III = 3053 cm4 Ieq =12242 cm4
Ic = 14400 cm4 heq = 11,37 cm f∞ = 0,031 m = 3,05 cm > fadm = 2,4 cm
Como a flecha ainda não foi atendida, pode-se adotar nesse caso uma contra-flecha de pelo
menos (3,05 – 2,40 = 0,65 cm) que é menor que a contra-flecha máxima permitida pela
NBR 6118:2014 (cfmax) = / 350 = 1,71 cm. Adotando-se por exemplo uma contra-
flecha de 1 cm, a flecha final fica:
3.69
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 4
Janeiro 2018
CONTROLE DA FISSURAÇÃO
__________________________________________________________________________
4.1 – Introdução
Classe de
Risco de deteri-
agressivi- Agressivi- Classificação geral do tipo de
oração da es-
dade ambi- dade ambiente para efeito de projeto
trutura
ental
Rural
I Fraca Insignificante
Submersa
II Moderada Urbanaa,b Pequeno
Marinhaa
III Forte Grande
Industriala,b
Industriala,c
IV Muito forte Elevado
Respingos de maré
(a) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (uma
classe acima) para ambientes internos secos (salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e
áreas de serviço de apartamentos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com
concreto revestido com argamassa e pintura).
(b) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (uma classe acima) em obras
em regiões de clima seco, com umidade média relativa do ar menor ou igual a 65%,
partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos ou
regiões onde raramente chove.
(c) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branquea-
mento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas.
4.2
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
“De uma maneira geral, a presença de fissuras com aberturas que respeitem os limites
dados em 13.4.2,” (tabela 4.2) “em estruturas bem projetadas, construídas e subme-
tidas às cargas previstas na normalização, não implicam em perda de durabilidade ou
perda de segurança quanto aos estados limites últimos.”
“As fissuras podem ainda ocorrer por outras causas, como retração plástica
térmica ou devido a reações químicas internas do concreto nas primeiras idades, de-
vendo ser evitadas ou limitadas por cuidados tecnológicos, especialmente na defini-
ção do traço e na cura do concreto”.
Segundo Tepedino (1980) “as aberturas máxima das fissuras, que se pode ad-
mitir sem detrimento à aparência de uma peça e sem acarretar sentimentos de alarma,
depende da posição, profundidade, textura superficial e condições de iluminação das
mesmas. Fatores tais como o tipo e a finalidade da estrutura, bem como o próprio
4.3
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
ponto de vista dos usuários e seu condicionamento psicológico face ao problema, in-
fluem decisivamente na fixação de limites de aceitabilidade das fissuras, sob o as-
pecto estético. A máxima abertura que em quaisquer condições jamais causaria im-
pacto psicológico está provavelmente compreendida entre 0,1 mm a 0,3 mm” (valores
0,2 mm e 0,4 mm atualizados).
4.4
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
4.5
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
O valor final da abertura das fissuras pode sofrer a influência de fatores de difícil
determinação, como por exemplo, as restrições às variações volumétricas e também
as condições de execução da estrutura. Por essas razões os critérios definidos a se-
guir, devem ser encarados como uma avaliação aceitável para o comportamento geral
do elemento estrutural, mas não garantem com precisão a abertura específica de uma
fissura.
Φ i σ si 3σ si
wk (4.1)
12,5η1 Esi fctm
Φ i σ si 4
wk 45 (4.2)
12,5η1 Esi ρ ri
Onde:
4.6
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
i, si, Esi, ri são definidos para cada área de envolvimento em exame;
Acri é a área da região de envolvimento protegida pela barra i;
Esi é o módulo de elasticidade do aço da barra considerada;
ri é a taxa de armadura passiva em relação à área da região de
envolvimento Acri (ri = Asi / Acri);
si é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura consi-
derada, calculada no estádio II;
1 é o coeficiente de aderência da armadura considerada;
(1,CA 25 = 1,0 - 1,CA 50 = 2,25 - 1,CA 60 = 1,40) – tab. 1.5
fctm é o valor da resistência média ou característica do concreto à
tração dada nas equações (1.12).
A tensão si, conforme a NBR 6118:2014, deve ser calculada no estádio II, ou
seja, seção fissurada (ver item 4.3.1.2). Uma maneira de se obter de forma simples e
aproximada essa tensão é, segundo Tepedino (1980), dada por:
4.7
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
f yd A s,cal
σ si,aprox (4.3)
γ f,aprox A se
Onde:
Em (4.3) a armadura calculada foi obtida para o aço trabalhando com a tensão
fyd e a solicitação (momento) majorada com o coeficiente γ f . Normalmente o coefici-
4.8
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
usada a área total de aço Ase (somatório das áreas das barras isoladas Asi). Conside-
rando que Acr é o somatório das áreas de envolvimento Acri, pode-se de forma apro-
ximada ter:
Ase A
ρr ρri si (4.6)
Acr Acri
Analogamente
A s,cal
ρ r,cal (4.7)
A cr
fyd ρr,cal
σsi (4.8)
γ f, aprox ρr
Para calcular a abertura estimada das fissuras adota-se o menor valor de wk,
dado nas equações (4.1) ou (4.2). Da mesma forma, para atender a fissuração para
atender ao valor limite wk,lim, adota-se a menor relação (Ase /As,cal), dado nas equa-
ções (4.13) ou (4.16) a seguir, lembrando-se que em nenhuma hipótese essa relação
poderá ser menor que um. Não se pode adotar uma relação menor que um porque
isso significaria usar uma armadura inferior àquela calculada à flexão, que atende aos
requisitos do estado limite último. Do exposto vem:
4.9
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
f yd ρr, cal
i f, aprox ρr
γ 4
w k,lim 45 (4.10)
12,5η1 Esi ρr
if yd
aw (4.11)
12,5η1γ f, aprox Esiw k,lim
tem-se:
2
3aw f yd A s,cal
1 (4.12)
γ f, aprox fctm A se
Portanto, pela primeira das equações de wk, equação (4.1), a relação entre as
áreas efetivamente colocada ou existente Ase e a calculada As,cal fica:
Ase 3awfyd
1 (4.13)
As,cal γ f, aprox fctm
ρ r,cal 4 ρ r,cal
1 aw 45 a w 4 45ρ r (4.14)
ρr ρr ρr 2
4.10
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___________________________________________________________________________
ou
ρr A se 4a w
22,5aw 22,5aw 2 1 (4.16)
ρ r,cal A s,cal ρ r,cal
Para atender a fissuração deve-se adotar a menor relação obtida nas equações
(4.13) e (4.16). Caso uma delas inicialmente resulte em um número menor que 1,
significa que a armadura já calculada à flexão As,cal, atende à fissuração e portanto,
Ase = As,cal, não precisando verificar a outra relação.
i
aw 7,361 105 (4.17)
γ f,aprox Wk
rança.
A tensão de serviço si foi calculada no item anterior com o valor aproximado
dado pela equação (4.3). Essa tensão será calculada agora, como recomenda a NBR-
6118:2014, ou seja, no estádio II. Para isto seja a figura 4.3, onde uma seção trans-
versal está apresentada com sua armadura de compressão A’s e de tração As, assim
4.11
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
como a profundidade da linha neutra no estádio II, xII. O diagrama de tensões de com-
pressão no concreto é linear (linha cheia) e na tração as tensões são desprezadas
(linha tracejada).
Es
n (4.18)
Ecs
Em seguida obtém-se a profundidade da linha neutra xII, que passa pelo centro
geométrico da seção homogeneizada, igualando-se por definição de CG, o momento
estático das áreas acima da LN (bxII e nA’s) com o da área abaixo (nAs).
XII A A 2 B (4.22a)
Com
nA s n' A's
A (4.22b)
b
bX II2
M LN σ c A's σ'c XII d' A's σ's XII d' Asσ s d XII (4.23)
3
4.13
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
σ's σs
σ'c
σc n n
(4.24a)
X II X II d' d X II
σ'c
X II d' σ (4.24b)
c
X II
nX II d'
σ's σc (4.24c)
X II
nd X II
σs σc (4.24d)
X II
bX II
2
A' s X II d'2 nA' s X II d'2 nA s d X II 2 I
M LN σ c II σ c (4.25)
3 X II X II X II X II
bX II 3
I II nA s d X II n' A' s X II d'2 (4.26)
3
M LN M serv
σc X II (4.27)
I II
M LN
σ's n x II d' Armadura comprimida (4.28a)
I II
4.14
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___________________________________________________________________________
M LN
σ s σ si n d - x II Armadura tracionada (4.28b)
I II
4.15
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4.4 – Exemplos
4.4.1 – Exemplo 1
Estimar o valor da abertura de fissura para uma viga de seção retangular 20 X40 cm2,
fck = 20 MPa, aço CA 50, momento fletor solicitante M = 4000 kNcm, obra urbana,
cobrimento c = 2,5 cm, para as seguintes bitolas:
a) = 16 mm
b) = 12,5 mm
4.16
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
No detalhamento para 2 16 mm (figura 4.4) o valor correto para a distância d’’ seria
(c + t + 0,5L) = (2,5 + 0,5 + 0,5x1,6) = 3,8 cm, mas foi adotado o valor d’’ = 4* cm,
que implica em d = 36 cm, valor considerado no cálculo da armadura. O valor (7,5 =
12 cm) só pode ser aplicado para cima do eixo das duas barras. Para baixo o valor
disponível é de 4* cm, mesmo valor adotado para as distâncias laterais. Entre os cen-
tros das duas barras resulta 12** cm, ficando para cada barra uma região de envolvi-
mento Acr1 = Acr2 = (10x16 = 160 cm2). Nessa situação ρr1 = ρr2 = Asi / Acri = 2,011 / 160
= 0,0126, mesmo valor para ρr = Ase / Acr = 4,02 / 320 = 0,0126.
Nesse detalhamento tanto faz calcular as aberturas estimadas das fissuras para cada
barra isoladamente ou para as duas conjuntamente, isso porque ρri = ρr = 0,0126. Será
adotada a tensão de serviço no estádio II de forma aproximada, conforme equação
(4.3), com γf = 1,7 (valor aproximado a ser usado quando não se conhece as parcelas
permanente e acidental do carregamento).
Pela equação (1.13a) para fck = 20 MPa < 50 MPa a resistência média à tração é dada
por: fctm = 0,3 (fck)2/3 = 0,3x(20)2/3 = 2,21 MPa = 0,221 kN / cm2. De (4.3) a tensão de
serviço aproximada fica (para f. = f,aprox. = 1,7):
4.17
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
Φi σ si 3σ si 16 25,26 3x25,26
wk 0,24mm
12,5η1 Esi fctm 12,5x2,25 21000 0,221
Φi σ si 4 16 25,26 4
wk 45 45 0,25mm
12,5η1 E si ρri 12,5x2,25 21000 0,0126
Obs. 1: - Como foi pedido o valor estimado da fissura, calculou-se os dois valores para
wk, equações (4.1) e (4.2), e adotou-se o menor. Caso fosse pedido apenas a verifi-
cação do ELS-W (exemplo 2) e como já com a primeira equação (4.1), esse estado
limite de utilização foi atendido, wk = 0,24 mm < wk,lim, não é necessário calcular wk
pela segunda equação.
Obs. 2: - A equação (4.1) não depende de ρr e, portanto, do detalhamento da seção
transversal. Depende apenas da relação (As,cal / Ase), com a qual se obtém a tensão
σ si de forma aproximada.
Nesse detalhamento as áreas de envolvimento Acri das barras laterais e das barras
internas são diferentes, assim como as taxas ρri. Essa diferença afeta apenas o cál-
culo da abertura estimada pela equação (4.2). Para f. = f,aprox. = 1,7, obtém-se:
4.18
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
Φi σ si 4 12,5 20,26 4
wk 45 45 0,13mm
12,5η1 Esi ρri 12,5x2,25 21000 0,0153
Φi σ si 4 12,5 20,26 4
wk 45 45 0,09mm
12,5η1 E si ρri 12,5x2,25 21000 0,0229
Entre os dois valores obtidos pela mesma equação (4.2), deve-se adotar, a favor da
segurança ao ELS-W, o que conduz à maior abertura estimada da fissura (wk = 0,13
mm). Esse valor é sempre obtido para a barra com a menor taxa ρri, no caso, as barras
1 e 4 desse detalhamento.
O valor final da abertura estimada da fissura é de wk = 0,12 mm < wk,lim = 0,3 mm.
Considerando-se o valor total ρr = (Ase / Acr) = 4,91 / 267,5 = 0,0183, valor intermediário
entre os dois anteriormente usados, resulta pela equação (4.2):
Φi σ si 4 12,5 20,26 4
wk 45 45 0,11mm
12,5η1 Esi ρri 12,5x2,25 21000 0,0183
4.19
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
Obs. 1: - Como comentado pela NBR 6118:2014, a abertura real pode eventualmente
ser maior que a estimada e devido à grande variação dos fatores envolvidos, até 20%
de diferença pode ser aceitável. Comparando as aberturas estimadas das fissuras
com ρr1 = ρr4 = 0,0153 e com ρr = 0,0183 essa diferença fica em torno de 15%. Com
isso, quando se usa a tensão σ si de forma aproximada, pode-se usar apenas a taxa
4.4.2 – Exemplo 2
Com os mesmos dados do exemplo 1, verificar a fissuração para a bitola = 12,5 mm,
usando-se as fórmulas (4.13) e (4.16).
Como foi visto no exemplo 1, a bitola de 12,5 mm atende à fissuração para uma aber-
tura limite wk,lim = 0,3 mm para as duas equações de cálculo da abertura estimada das
fissuras. Portanto ao se fazer a verificação pelas fórmulas (4.13) e (4.16), em ambas,
a relação entre as áreas existente e calculada deve ser menor que 1, embora não se
possa adotar essa relação para atender ao ELU de flexão. As equações (4.13) e (4.16)
foram obtidas para a tensão σ si calculada de forma aproximada.
Para f = f,aprox = 1,7, aço CA 50, com wk,lim = 0,3 mm de (4.17) resulta:
4.20
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
Φi 12,5
a w 7,361 105 7,361x105 1,804x103
γ f Wk 1,7x0,3
De (4.13):
Como a relação das áreas foi menor que 1, a fissuração é aceitável, não sendo ne-
cessário verificar pela segunda equação. Mesmo assim:
-3
A se
22,5aw 22,5aw 2 4aw 0,0406 0,04062 4x1,804x10 0,74 1
A s,cal ρr,cal 0,0148
Como esperado a relação também foi menor que 1, implicando em Ase = As,cal = 3,97
cm2. Portanto, o ELS-W é atendido com a armadura calculada, ou seja, o mesmo
detalhamento da figura 4.4 à direita, resultando a armadura efetivamente colocada Ase
= 4,91 cm2 (4 12,5 mm).
4.4.3 – Exemplo 3
Verificar a fissuração para uma viga biapoiada com 6m de vão, carga total p = 40
kN/m, sendo a carga permanente g = 30 kN/m e a acidental q = 10 kN/m, seção de
20x60 cm2, concreto fck = 35 MPa, aço CA 50, destinada a edifício residencial em obra
urbana. Adotar L = 20 mm (3,142 cm2).
Para o cálculo à flexão, considerando-se uma única camada com barras = 20 mm,
a altura útil será dada por:
4.21
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
CÁLCULO À FLEXÃO
18000x1,4
K 0,192 K L 0,295 K' K 01,92
2,125x20x55,5 2
As
2,125x20x55,5
43,5
1 1 2x0,192 11,71cm2
A’s = As2 = 0
CÁLCULO DO VALOR f
Os valores de g = 1,4 e q = 1,4 para combinação última normal no ELU, estão apre-
sentados na tabela 1.6 e o valor de 1 = 0,4, para combinação frequente no ELS, na
tabela 1.7.
4.22
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
1 20 mm na 2a camada
A armadura, conforme detalhada na fig. 4.5, mostra que os valores corretos de d’’ =
(3x4,5 + 1x8,5) / 4 = 5,5 cm e d = 60 – 5,5 = 54,5 cm, são diferentes dos adotados,
resultando um novo valor corrigido da armadura As,corr = 11,98 cm2 < Ase = 12,57 cm2
(OK).
4.23
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
Φi 20
aw 7,361 105 7,361x105 2,974x103
γ f Wk 1,65x0,3
A se 4a 4x2,974x10-3
22,5aw 22,5aw 2
w 0,0668 0,0668
2
0,76 1
A s,cal ρr,cal 0,0252
Mesmo se nessa segunda equação a relação fosse maior que 1, o ELS-W já foi aten-
dido na primeira.
Nesse caso não se usam as equações (4.13) e (4.16). O cálculo da tensão si no
estádio II, depende do detalhamento final da armadura (figura 4.5). Conforme o cálculo
à flexão, A’s = 0, mas para a montagem das barras transversais (estribos), deve-se ter
em cada um dos seus vértices, mesmo quando não exigida pelo cálculo, uma barra
longitudinal. Nesse caso as duas barras longitudinais superiores, denominadas “porta
4.24
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
estribos” ou “monta estribos”, foram adotadas com bitola no mínimo igual à dos estri-
bos, ou seja, ≥ 5 mm (procedimento usual). Usando-se então, 2 5 mm, como “porta
estribos”, o valor de A’se = 2x0,196 = 0,39 cm2.
Para fck ≤ 50 MPa e concreto produzido com brita gnaisse (αe = 1,0) vem:
fck 35
αi 0,8 0,2 0,8 0,2x 0,89 Ecs αiEci 0,89x3313 2940kN/cm2
80 80
1
A 7,14x12,57 6,14x0,39 4,61
20
2
B 7,14x12,57x54,5 6,57x0,39x3,75 490,09
20
A = (7,14 x 12,57 + 6,14 x 0,39) / 20 = 4,61
B = 2 x (7,14 x 12,57 x 55 + 6,14 x 0,39 x 4) / 20 = 494,58
20x18,003
7,14x12,5754,5 18,00 6,14x0,39(18,00 3,75)2 158935 cm4
2
III
3
Mserv 15300
σ si n (d XII ) 7,14x 54,5 18,00 25,09kN/cm2 σ si,aprox 24,85kN/m2
III 158935
Pela equação (4.1) a abertura estimada da fissura independe da taxa ρri de cada barra
da armadura de flexão, tendo um valor único:
4.25
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Fissuração
___________________________________________________________________________
Φi σ si 3σ si 20 24,85 3x24,85
wk 0,20mm wk,lim 0,3mm
12,5η1 Esi fctm 12,5x2,25 21000 0,321
Como wk < wk,lim, o ELS-W foi atendido. Mesmo assim, será feita uma nova verificação
pela equação (4.2). Nessa verificação a barra que tiver a menor taxa ρri terá o maior
valor da abertura estimada da fissura, wk. Se todas as barras de flexão têm a mesma
bitola, a que apresenta a menor taxa ρri é aquela que tem a maior área de envolvi-
mento Acri. No detalhamento da figura 4.5 essa barra é a da segunda camada (barra
4), cujo valor de ρri = ρr4 = 0,0207.
Φi σ si 4 20 25,09 4
w k,4 45 45 0,20mm w k,lim 0,3 mm
12,5η1 Esi ρri 12,5x2,25 21000 0,0207
Apenas como exemplo, seja a barra central 2 da primeira camada, que tem a menor
área de envolvimento, portanto, a maior taxa ρr2 = 0,0879 e consequentemente a me-
nor abertura wk,2, dada por:
20 25,09 4
w k,2 45 0,08mm
12,5x2,25 21000 0,0879
A segurança ao estado limite de fissuração, ELS-W, será tanto maior quanto maior for
a abertura estimada da fissura, portanto, a verificação deve sempre ser feita para a
barra que apresentar a menor taxa ρri, ou seja, a barra 4.
4.26
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 5
Janeiro 2018
CISALHAMENTO
__________________________________________________________________________
VQ V b w h 2
τ y 2 (5.1)
b w I b w I 2 2
O valor de atinge o seu valor máximo 0, quando y = 0, ou seja, na linha neutra,
onde Qmax = Q0 = (bw h2 / 8). Nessas condições, a relação (I / Qo) = (2/3) h = Z,
representa o braço de alavanca entre as resultantes de compressão Rcc e de tração
Rtc no concreto, para o diagrama linear de tensões normais, conforme a fig. 5.1c, po-
dendo a equação (5.1) ser reescrita como:
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Figura 5.1 – Viga com seção retangular submetida à flexão simples (Estádio I)
VQ 0 V V
τ0 (5.2)
bwI I bwZ
bw
Q0
Z = d – 0,4 x = Kz d (5.3)
No intuito de simplificar o cálculo adota-se um valor médio para Kz, que con-
forme a NBR 6118:2014 pode ser igual a 0,9. A tensão máxima de cisalhamento,
equação (5.2), agora na situação de cálculo é dada por:
Vd 1,11 Vd
τ 0d (5.4)
b w 0,9d bw d
Vd
τ wd (5.5)
bw d
que não tem significado físico, apenas servirá de referência para verificações futuras
da resistência da peça ao cisalhamento. Já a tensão dada pela equação (5.4) tem
significado físico, representa a máxima tensão de cisalhamento na seção transversal,
que pode ser reescrita conforme (5.5) como:
5.3
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
5.2 – Elementos lineares sujeitos à força cortante (Item 17.4 da NBR 6118:2014)
Não se aplicam, portanto, a elementos de volume (ex.: bloco de fundação), lajes (tra-
tada separadamente), vigas parede e consolos curtos.
5.4
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
onde:
bw - é a largura média da alma;
s - é o espaçamento longitudinal da armadura transversal (estribos);
- é ângulo de inclinação dos estribos em relação ao eixo da barra;
fctm - é a resistência média à tração do concreto;
fywk - é a resistência característica ao escoamento do aço dos estribos.
A resistência média à tração fctm é dada nas equações (1.12a), para fck ≤ 50
MPa e (1.12b) para fck > 50 MPa (item 8.2.5 da NBR 6118:2014).
5.5
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
A partir das equações (5.10b) e (5.11b), com fck expresso em MPa, pode-se
tabelar o valor de w,min para as classes do concreto, conforme tabela 5.1:
5.6
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
20 0,088 55 0,166
25 0,103 60 0,172
30 0,116 65 0,178
35 0,128 70 0,183
40 0,140 75 0,189
45 0,152 80 0,194
50 0,163 85 0,198
- - 90 0,203
5.7
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
5.8
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
onde:
f ck
α v2 1 (fck em MPa) (5.15)
250
VRd2
τ wd2 0,27α v2 f cd (5.16)
bwd
obs.: - embora para o cálculo de v2 a unidade utilizada seja o MPa, para a obten-
ção do esforço VRd2 em kN, deve-se calcular wd2 em kN/cm2.
5.9
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
20 0,355 55 0,827
25 0,434 60 0,879
30 0,509 65 0,928
35 0,581 70 0,972
40 0,648 75 1,013
45 0,712 80 1,049
50 0,771 85 1,082
- - 90 1,111
5.10
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Que é o mesmo valor dado na equação (5.14), definida pela NBR 6118:2014.
Com
Vc0 = 0,6 fctd bw d = c0 bw d (5.22a)
5.11
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
f ctk,inf 0,7fctm
f ctd (5.23)
γc γc
Nas equações (5.24) a unidade da tensão c0 é kN/cm2, motivo pelo qual as
expressões foram divididas por 10. Portanto nas equações (5.24) deve-se usar fck em
MPa, para se obter c0 em kN/cm2. Os valores de c0 para os dois grupos de classe
de concreto estão apresentados na tabela 5.3.
5.12
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Grupo I Grupo II
c0 = 0,009fck2/3 c0 = 0,0636ln(1+0,11fck)
20 0,0663 55 0,124
25 0,0769 60 0,129
30 0,0869 65 0,133
35 0,0963 70 0,138
40 0,0963 75 0,141
45 0,114 80 0,145
50 0,122 85 0,149
- - 90 0,152
A resultante Rst na direção da diagonal tracionada pode ser obtida pelo produto
da área total da armadura transversal, no trecho correspondente ao painel z(1+cotgα),
5.13
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
z1 cotgα
R st A sw f ywd (5.25)
s
z1 cotgα A
Vsw R st senα A sw f ywd senα sw z1 cotgα f ywd senα (5.26)
s s
Dividindo-se os termos da equação (5.13) por (bw d), para transformar as re-
sultantes em tensões convencionais de cisalhamento, fazendo-se z = 0,9 d e consi-
derando-se estribos (CA 50 ou CA 60) verticais ( = 90o) em vigas submetidas à flexão
simples, onde Vc = Vc0, obtém-se:
A sw
0,9d(43,5)
Vsd V V
c0 sw τ wd τ c0 s
(5.27)
bwd bwd bwd bwd
A sw τ wd τ c0
b w ρ *w b w (cm2/cm) (5.28)
s 39,15
Para s=100 cm, a taxa *w em (5.28) se transforma na taxa w dada por :
τ wd τ c0
ρw 100 ρ*w 100 (5.29)
39,15
e finalmente
5.14
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
39,15ρ w, min
τ wd, min τ c0 (5.31)
100
2/3
39,15x0,012fck
τ wd, min 0,009fck
2/3
0,0137fck
2/3
(5.32)
100
39,15x0,0848ln1 0,11fck
τ wd, min 0,0636ln1 0,11fck 0,0968ln1 0,11fck
100
(5.33)
5.15
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Grupo I Grupo II
wd,min=0,0137fck2/3 wd,min=0,0968ln(1+0,11fck)
fck (MPa) wd,min (kN/cm2) fck (MPa) wd,min (kN/cm2)
20 0,101 55 0,189
25 0,117 60 0,196
30 0,132 65 0,203
35 0,147 70 0,209
40 0,160 75 0,215
45 0,173 80 0,221
50 0,186 85 0,226
- - 90 0,231
VSd, max
a l d 1 cotgα cotgα d
2 VSd, max Vc
(5.34a)
onde:
a= d para VSd,max ≤ Vc (em módulo)
a 0,5 d no caso geral
a 0,2 d para estribos inclinados a 45º
5.16
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
τ wd, max
0,5 d a l
2 τ wd, max τ c0 d d (5.34b)
M 1 M Sd, max
FSd, cor Sd VSd cotgθ cotgα (5.35)
Z 2 Z
Onde
MSd,Max é o momento fletor de cálculo máximo no trecho em análise.”
A partir da equação (5.19) para valores de entre 30o e 45o e com cc,max = 0,6
v2 fcd a expressão para VRd2 fica:
Vsd = VRd2 = Rcc,max sen = (0,6 v2 fcd) bw 0,9d (cotg + cotg) sen2 (5.36a)
5.17
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Para estribos verticais, ou seja, = 90o, e para = 45o, os valores de wd2 são
os mesmos do modelo I, dados na tabela 5.2.
Com
Vc1
τ c1 (5.39)
bwd
5.18
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Conforme figura 5.6 os valores de c1 (ou Vc1) quando [c0 (Vc0) ≤ wd (VSd) ≤
wd2 (VRd2)], variam de acordo uma reta (interpolação linear). Portanto, os valores de
c1 entre esses limites (c0 e wd2), são dados por:
τ τ c0
τ c1 τ c0 1 wd (5.40)
τ wd2 τ c0
zcotgθ cotgα
Aswfywd senα sw zcotgθ cotgα f ywd senα
A
Vsw Rstsenα (5.41)
s s
5.19
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
τ wd τ c1
ρ w 100 (5.43)
39,15cotg θ
onde:
5.20
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
cd l -a a
VS,Red VS,eixo p -P 1 (5.45)
2 l 2d
Item 18.3.3.2
t 5 mm
Diâmetro da armadura transversal Asw
5.21
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
t bw / 10
wd 0,67 wd2 smax = 0,6 d 30 cm
Espaçamento máximo dos estribos
wd 0,67 wd2 smax = 0,3 d 20 cm
Item 17.4.1.1.3
A armadura transversal Asw pode ser constituída por estribos ou pela com-
binação de estribos e barras dobradas, entretanto essas últimas não devem supor-
tar mais do que 60% do esforço total resistido pela armadura.
5.3 – Força cortante em lajes e elementos lineares com bw ≥ 5d (item 19.4 da NBR
6118:2014)
5.22
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
ρ1 é a taxa da armadura de tração As1 que se estende até não menos que (d +
b,nec), além da seção considerada. (b,nec é o comprimento necessário de ancoragem,
definido no próximo capítulo).
5.23
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
5.4 – Exemplos
5.4.1 - Exemplo 1
Modelo de cálculo I
Verificação do concreto
R = p / 2 = 25x4 / 2 = 50 kN
VSd,max 47,5x1,4
τ wd τ wd,max 0,092 τ wd2 0,355 kN/cm 2
bw d 20x36
Cálculo da armadura
5.24
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
τ wd τ c0 0,092 0,0663
Asw = w bw, com ρw 100 100 0,066 ρw,min 0,088
39,15 39,15
Os valores de ρw,min e c0 são fornecidos nas tabelas 5.1 e 5.3, respectivamente. Como
o valor de ρw < ρw,min, isso implica em armadura transversal mínima, ou seja, Asw,min =
w,min bw = 0,088x20 = 1,76 cm2/m. Usando-se estribos simples (com dois ramos), a
armadura será dada por:
Como wd = 0,092 kN/cm2 wd,min = 0,101 kN/cm2 (tabela 5.4), w = w,min, o que implica
em Asw = Asw,min = w,min bw, sem necessidade de calcular Asw.
Como (wd / wd2) = 0,092 / 0,355 = 0,26 0,67, o espaçamento máximo dos estribos
fica: smax = 0,6d = 0,6x36 22 cm (OK!)
Verificação do concreto
VSd,max 47,5x1,4
τ wd τ wd,max 0,092
bw d 20x36
20 20
τ wd2 0,54αv2 fcdsen2θ(cotgα cotgθo 0,541 sen2 30o (0 cotg30o )
250 1,4
wd = 0,092 kN/cm2 < wd2 = 0,307 kN/cm2 OK! concreto verificado
Cálculo da armadura
5.25
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
τ wd τ c1 0,092 0,0592
ρw 100 o
100 0,048 ρ w,min 0,088
39,15cotg30 39,15x1,732
Como wd / wd2 = 0,092 / 0,307 = 0,30 < 0,67 smax = 0,6d = 0,6 x 36 22 cm (OK!)
verificação do concreto
VSd,max 47,5x1,4
τ wd τ wd,max 0,092 τ wd2 0,355 kN/cm 2
bw d 20x36
Pela equação (5.37) para = 45o, α = 90o e fck = 20 MPa, ou simplesmente pela tabela
5.2, obtém-se wd2 = 0,355 kN/cm2.
Cálculo da armadura
0,092 0,0663
τ c1 0,06631 0,0604
0,355 0,0663
5.26
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
0,092 0,0604
Asw = w bw com ρ w 100 0,047 ρ w,min 0,088
39,15x1
5.4.2 - Exemplo 2
verificação do concreto
VSd,max 95x1,4
τ wd τ wd,max 0,185 τ wd2 0,355 kN/cm2 OK!
bw d 20x36
5.27
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Cálculo da armadura
Como wd = 0,185 kN/cm2 > wd,min = 0,101 kN/cm2 (tabela 5.4)
τ wd τ c0 0,185 0,0663
Asw = w bw, com ρw 100 100 0,302 ρw,min 0,088
39,15 39,15
Como wd / wd2 = 0,185 / 0,355 = 0,52 0,67 smax = 0,6d = 0,6x36 = 22 cm (OK!)
Verificação do concreto
VSd,max 95x1,4
τ wd τ wd,max 0,185 τ wd2 0,355 kN/cm2 OK!
bw d 20x36
Obs.: a verificação do concreto deve ser feita com a força cortante SEM REDUÇÂO.
Cálculo da armadura
5.28
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Como wd / wd2 = 0,185 / 0,355 = 0,52 0,67 smax = 0,6d = 0,6 . 36 = 22 cm (OK!)
Verificação do concreto
20 20
τ wd2 0,541 sen2 30o (0 cotg30o ) 3,07MPa 0,307 kN/cm 2
250 1,4
VSd,max 95x1,4
τ wd τ wd,max 0,185 τ wd2 0,307 kN/cm2 OK!
bw d 20x36
b) cálculo da armadura
τ τ c0 0,185 0,0663
τ c1 τ c0 1 wd 0,06631 0,0336
τ wd2 τ c0 0,307 0,0663
5.29
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
0,185 0,0336
Asw = w bw, ρ w 100 0,223 ρ w,min 0,088
39,15xcotg30o
Como wd / wd2 = 0,185 / 0,307 = 0,60 < 0,67 smax = 0,6d = 0,6x36 22 cm (OK!)
Verificação do concreto
20 20
τ wd2 0,541 sen2 35o (0 cotg35o ) 3,33 MPa 0,333 kN/cm 2
250 1,4
VSd,max 95x1,4
τ wd τ wd,max 0,185 τ wd2 0,333 kN/cm2 OK!
bw d 20x36
Cálculo da armadura
0,185 0,0663
τ c1 0,06631 0,0368
0,333 0,0663
0,185 0,0368
Asw = w bw, ρ w 100 0,265 ρ w,min 0,088
39,15xcotg35o
5.30
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Cisalhamento
___________________________________________________________________________
Como wd / wd2 = 0,185 / 0,333 = 0,56 0,67 smax = 0,6d = 0,6x36 = 22 cm (OK!)
5.31
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 6
Janeiro 2018
VERIFICAÇÃO DA ADERÊNCIA
__________________________________________________________________________
onde:
1, 2, 3 – são coeficientes para cálculo da tensão de aderência da armadura
passiva conforme a seguir:
6.2
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
20 0,249 55 0,466
25 0,289 60 0,484
30 0,326 65 0,500
35 0,361 70 0,516
40 0,395 75 0,531
45 0,427 80 0,544
50 0,458 85 0,557
- - 90 0,570
6.3
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
“Todas as barras das armaduras devem ser ancoradas de forma que os esfor-
ços a que estejam submetidas sejam integralmente transmitidos ao concreto, seja por
meio de aderência ou de dispositivos mecânicos ou combinação de ambos.”
Com exceção das regiões situadas sobre apoios diretos, as ancoragens por
aderência devem ser confinadas por armaduras transversais ou pelo próprio concreto,
considerando-se este caso quando o cobrimento da barra ancorada for maior ou igual
a 3 e a distância entre barras ancoradas for maior ou igual a 3 .”
6.4
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
Tipo de aço
Bitola
CA - 25 CA - 50 CA - 60
mm
< 20 4 5 6
20 5 8 -
6.5
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
Φ2
Fd π fyd π lb fbd (6.3)
4
f yd
lb 25 (6.4)
4 fbd
6.6
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
tabelado. Dessa maneira não é necessário calcular os valores dos comprimentos bá-
sicos para os concretos do grupo II, pois o maior comprimento será para fck = 55 MPa,
com b = 23,35 < 25. Portanto para concretos do grupo II (fck > 50 MPa), aço CA-
50, s = 1,15, c = 1,4, boa aderência e < 32 mm, o valor do comprimento básico é
constante e igual a 25.
Tabela 6.3 – Valores de b para aço CA-50, s = 1,15, c = 1,4, boa aderência,
< 32 mm e concretos com fck ≤ 50 MPa
As,cal
lb, nec α lb lb, min (6.5)
Ase
onde:
6.7
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
0,3 b
6.8
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
n f n (6.7)
O diâmetro interno da curvatura dos estribos deve ser, no mínimo, igual aos
estabelecidos na tab. 6.3.
6.9
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
6.9.1 – Tipos
Esse tipo de emenda não é permitido para barras com bitola superior a 32 mm.
Cuidados especiais devem ser tomados na ancoragem e na armadura de costura dos
tirantes e pendurais (elementos estruturais lineares de seção inteiramente tracionada).
6.10
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
6.11
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
Quando a distância livre entre barras emendadas for menor que 4, o compri-
mento do trecho de traspasse para barras tracionadas deve ser:
onde:
0,3 0t
Quando a distância livre entre barras emendadas for maior que 4, ao compri-
mento calculado acima, deve ser acrescida a distância livre entre barras emendadas.
A armadura transversal na emenda deve ser justificada, atendendo ao estabelecido
em 6.9.2.4.
6.12
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
Ser capaz de resistir a uma força igual à de uma barra emendada, considerando
os ramos paralelos ao plano da emenda;
6.13
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Aderência
___________________________________________________________________________
Ser constituída por barras fechadas se a distância entre as duas barras mais
próximas de duas emendas na mesma seção for < 10 ( = diâmetro da barra
emendada);
Concentrar-se nos terços extremos das emendas.
Devem ser mantidos os critérios estabelecidos para o caso anterior, com pelo
menos uma barra da armadura transversal posicionada a 4, além das extremidades
da emenda.
6.14
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 7
Janeiro 2018
DETALHAMENTO DE VIGAS
__________________________________________________________________________
7.1 - Introdução
Segundo o item 18.2.1 da NBR 6118:2014 “o arranjo das armaduras deve aten-
der não só à sua função estrutural como também às condições adequadas de execu-
ção, particularmente com relação ao lançamento e ao adensamento do concreto. Os
espaços devem ser projetados para a introdução do vibrador e de modo a impedir a
segregação dos agregados e a ocorrência de vazios no interior do elemento estrutu-
ral.”
de cálculo fyd, mas nunca a valores inferiores aos exigidos para os ganchos (ver tabela
6.2).
Tipo de aço
CA - 25 CA - 50 CA - 60
10 15 18
As prescrições que se seguem são válidas para vigas isostáticas com relação
(/h) ≥ 2 e para vigas contínuas com relação (/h) ≥ 3, em que é o comprimento do
vão teórico (ou o dobro do comprimento teórico, no caso de balanço) e h é a altura
total da viga. Vigas com relações (/h) menores devem ser tratadas como viga parede.
7.2
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
não for dobrada, o trecho de ancoragem deve prolongar-se além do ponto B (onde
teoricamente começa o trecho de ancoragem da próxima barra), no mínimo 10.
7.3
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
de ancoragem deve ser medido a partir dessa face e deve obedecer ao disposto no
item 7.3-b, mais adiante.
apoio
R Sdd As,cal f ydd a VSd, apoio
VSd, apoio Aapoio
s,cal (7.3)
a a d f yd
7.4
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
7.5
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
7.5 - Viga 1
Calcular e detalhar uma viga biapoiada com vão = 5 m, seção 20x50 cm2 (d
= 46 cm), fck = 25 MPa (brita calcaria), aço CA 50 (flexão) e/ou CA 60 (cisalhamento),
apoio da esquerda com largura cesq = 20 cm e da direita cdir = 30 cm, obra residencial
urbana (wk,lim = 0,3 mm, cnom = 3 cm), reação das lajes RL = GL + QL = 22 + 8 = 30
kN/m, alvenaria de tijolos furados com espessura de 25 cm e altura de 2,8 m sobre a
viga.
7.5.2 – Esforços
R = p / 2 = 41,6x5 / 2 = 104 kN
MS,max = p2 / 8 = (33,6 + 8 = 41,6) 52 / 8 = 105 (Mg) + 25 (Mq) = 130 kNm
7.6
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
A s A s1
1,518x20x46
43,5
1 1 2x0,283 10,96 cm2 - A's A s2 0
Φi σ si 3σ si 16 24,93 3x24,93
wk 0,20mm 0,3mm (OK!)
12,5η1 Esi fctm 12,5x2,25 21000 0,256
7.7
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Φi 16
a w 7,361 105 7,361x105 2,483x103
γ f Wk 1,58x0,3
0,152 - 0,0769
ρ w 100 0,192 ρ w,min 0,103 (tabela 5.1)
39,15
Espaçamento máximo
wd,max / wd2 = 0,152 / 0,434 = 0,35 < 0,67 smax = 0,6 d = 0,6x46 ≈ 27 cm (OK!)
7.8
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
bútil = 20 – 2 (3 + 0,5) = 13 cm
13 2
n,cam 4,2 4 16 mm na 1a e 2 16 mm na 2a camada
1,6 2
A s1
1,518x20x46
43,5
1 1 2x0,295 32,10x0,8x0,45 32,10x0,36 11,56 cm2
(d’/d) = (3,75 / 44,5) = 0,084 < 0,184 A’s = As2 / = 0,28 cm2 < A’se = 0,39 cm2 (OK!)
Ancoragem no vão
De acordo a equação (6.5) o comprimento de ancoragem necessário sem gan-
cho (1 = 1), para As,cal = As,real = 11,84 cm2, é dado por:
7.9
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
1 cotgα cotgα 44,5 1 0 0
VSd,max 104x1,4
a d
2VSd,max Vc 2104x1,4 68,44
Alternativamente a relação (a/ d) pode ser obtida pela equação (5.34b), para
α = 90o:
τ wd,max 0,164
al d 44,5 0,94x44,5 42 cm , (a/ d)= 0,94
2τ wd,max τ c0 20,164 0,0769
a VSd,apoio 104x1,4
A apoio
s,cal d 0,94 3,15cm2
fyd 43,5
7.10
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Portanto o valor b,nec = 33 cm, calculado acima, é maior que todos os demais,
atendendo a NBR 6118:2014. Esse comprimento foi calculado com o número mínimo
de barras levadas até o apoio (duas). No detalhamento final das armaduras de flexão
pode acontecer que mais barras sejam levadas até os apoios, diminuindo esse valor.
7.11
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
cessário de ancoragem b,nec = 59 cm, resultando 6 = 0 + 2(42 + 59) = 202 cm. Essa
barra, calculada inicialmente com 202 cm, deve ultrapassar em 10 = 16 cm o ponto
B, de cada lado do eixo da viga, onde teoricamente a tensão na barra 5 começa a
diminuir. Portanto, o comprimento final de 6 fica:,
4 = 289 + 2(42 + 59) = 491* cm > 354 + 2(42 + 16) = 470 cm.
as faces internas dos apoios, 0 = 500 – (20 + 30) / 2 = 475 cm. Portanto, não é
necessário calcular os comprimentos das outras três barras (1, 2 e 3), porque elas
também são maiores que o comprimento 0 = 475 cm. Dessa forma serão levadas
7.12
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
4 = 354 + 2(25 + 59) = 522* cm (> 0) > 491 cm (valor da barra circundada).
Aqui também não será necessário calcular os comprimentos das outras três
primeiras barras, resultando no valor já calculado, para o comprimento necessário de
ancoragem nos apoios, b,nec = 18* cm.
7.13
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Essas barras apresentam um trecho maior reto, dois trechos curvos do desen-
volvimento dos ganchos, cujo diâmetro interno do pino de dobramento vale DINT. = 5
(tabela 6.2) e as duas pontas retas dos ganchos (13 cm). Considerando o eixo da
7.14
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
3x1,6 = 4,8 cm ≈ 5 cm. O trecho curvo dos ganchos tem o comprimento igual a um
quarto do círculo com raio rgancho = 3, resultando [(1/4) 2 (3)] = 0,25x2x3x1,6 ≈ 8
cm.
Como o apoio da esquerda tem uma largura cesq = 20 cm, o comprimento do
trecho reto da barra N4 dentro desse apoio (a partir da sua face interna) vale (20 – 3
– 0,8 – 4,8) ≈ 11 cm. Somando a esse valor o comprimento do trecho curvo do gancho
que é de 8 cm, resulta (11 + 8) = 19 cm, que já é maior que o b,min = 18* cm, mas
mesmo assim, a NBR 6118:2014 obriga o uso da ponta reta de 13 cm na sua ex-
tremidade. Dessa forma o comprimento final, a partir da face interna do apoio es-
querdo, é dado por (11 + 8 + 13) = 32 cm.
No apoio da direita, com cdir = 30 cm, a ancoragem pode ser reta sem gancho
resultando o valor b,nec,s/ gancho = (b,nec,c/ gancho) / 0,7 = 17 / 0,7 = 24 cm < (30 -3 ) = 27
cm (comprimento máximo possível da ancoragem reta, sem gancho, dentro desse
apoio). Adotou-se, no entanto, por analogia ao apoio esquerdo, o mesmo detalha-
mento com gancho, ficando o comprimento ancorado dentro desse apoio igual a [(30
– 3 – 0,8 - 4,8) + 8 + 13] ≈ 42 cm.
reto,N4,adotado = 507 cm
7.15
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
7.16
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
kN. A distância, a partir do eixo do apoio, que a força cortante assume esse valor
mínimo, é dada por: VS,min= 74,4 = R – p x = 104 – 41,6x
x = (104 – 74,4) / 41,6 = 0,71 m = 71 cm.
O estribo, posição N5, foi considerado com gancho em ângulo reto que deve
ter ponta reta de comprimento maior ou igual a 10t = 10x0,5 = 5 cm, porém não inferior
a 7 cm, conforme item 9.4.6 da NBR 6118:2014. Assim o comprimento final do estribo
será:
2x(44 + 14) + 2x7 = 130 cm
7.17
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
7.6 - Viga 2
a) não devem ser considerados momentos positivos menores que os que se ob-
teriam se houvesse engastamento perfeito da viga nos apoios internos;
b) quando a viga for solidária com o pilar intermediário e a largura do apoio, me-
dida na direção do eixo da viga, for maior que a quarta parte da altura do pilar,
não pode ser considerado momento negativo de valor absoluto menor do que
o de engastamento perfeito nesse apoio;
c) quando não for realizado o cálculo exato da influência da solidariedade dos
pilares com a viga, deve ser considerado, nos apoios extremos, momento fletor
7.18
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
7.19
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Meng
20x62 40 20x2
12
12x6 2
12x5x12 22 6 3x1 66,7 kNm
48 48
Mvig 66,7 18,0 kNm
48 48 260
Meng
25x52 35 25x3,5
12
12x5 2
12x1,752 x3,25 3,52 5 3x1,75 65,7 kNm
48 48
Mvig 65,7 15,4 kNm
48 48 313
7.20
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
jado na figura 7.5). Esse é o valor a ser dimensionado, que além de positivo é maior
que o encontrado no diagrama de M da figura 7.5, M = - 14,4 kNm (negativo). Para o
primeiro e terceiro vãos não será necessário fazer essa verificação, pois com os mo-
mentos de extremidades nulos os diagramas de momentos positivos nesses dois tre-
chos resultam em valores maiores que os encontrados na situação de engaste perfeito
(Meng,esq = - 66,7 kNm e Meng,dir = - 65,7 kNm calculados acima).
Para fck = 35 MPa e (d/h) = (45/50) = 0,9, As,min = 0,15% Ac = 1,13 cm2 (tab. 2,7)
X (momento negativo)
X*esq = 18 kNm K = 0,039 < KL As = 1,31 cm2 > As,min = 1,13 cm2 (OK!)
adotar 2 10mm Ase = 1,57 cm2 A’s = 0
X1 = 109,4 kNm K = 0,237 < KL As = 9,07 cm2 > As,min = 1,13 cm2 (OK!)
adotar 5 16mm Ase = 10,06 cm2 (2 na segunda camada) A’s = 0
X* = 14,4 kNm K = 0,031 < KL As = 1,05 cm2 < As,min = 1,13 cm2
adotar 2 10mm Ase = 1,57 cm2 A’s = 0
X2 = 73,6 kNm K = 0,160 < KL As = 5,77 cm2 > As,min = 1,13 cm2 (OK!)
adotar 3 16mm Ase = 6,03 cm2 A’s = 0
X*dir = 15,4 kNm K = 0,033 < KL As = 1,12 cm2 < As,min = 1,13 cm2
adotar 2 10mm Ase = 1,57 cm2 A’s = 0
M (momento positivo)
M1 = 95,5 kNm K = 0,207 < KL As = 7,74 cm2 > As,min = 1,13 cm2 (OK!)
adotar 4 16mm Ase = 8,04 cm2 (1 na segunda camada) A’s = 0
M*2 = 25,3 kNm K = 0,055 < KL As = 1,86 cm2 > As,min = 1,13 cm2 (OK!)
adotar 3 10mm Ase = 2,36 cm2 A’s = 0
M3 = 115,3 kNm K = 0,250 < KL As = 9,66 cm2 > As,min = 1,13 cm2 (OK!)
adotar 5 16mm Ase = 10,06 cm2 (2 na segunda camada) A’s = 0
7.21
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Todas as aberturas estimadas das fissuras acima foram obtidas com tensão de
serviço na armadura calculada de forma simplificada, usando apenas a equação (4.1),
que não depende do arranjo usado no detalhamento. Embora essa equação forneça
normalmente aberturas estimadas maiores que as obtidas com a equação (4.2), todos
os valores wk calculados acima foram aceitáveis. Portanto, não será necessário fazer
a verificação pela equação (4.2), que depende também da taxa ρri, função da área de
envolvimento Acri, ou seja, do detalhamento.
7.22
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
lada de forma aproximada, pode ser feita usando-se a equação (4.13), que não de-
pende do detalhamento, resultando para os três momentos acima:
16
a w 7,361 105 2,804x103 , e
1,4x0,3
A se 3x2,804x10-3 x43,5
0,90 1 Ase As,cal
A s,cal 1,4x0,321
Verificação do concreto
VS,max = 138,2 - (40 x 0,20 / 2) = 134,2 kN
134,2x1,4
τ wd,max 0,209 kN/cm2 τ wd,2 0,581kN/cm2 (tabela 5.2) OK!
20x45
Vão1
V = 61,8 kN < Vmin = 70,9 kN (estribo mínimo, ver diagram de V na figura 7.5)
w = w,min Asw,min/2 = 0,96 cm2/m 5 c/20
V = 138,2 kN wd,face = (138,2 – 40x0,1) x1,4 / (15x45) = 0,209 kN/cm2 > wd,min
0,209 - 0,0963
ρw 100 0,465 kN/cm 2 ρw,min Asw/2 = 3,49 cm2/m 8 c/14
43,5
Vão 2
V = 75,3 kN wd,face = (75,3 – 30x0,1) x1,4 / (15x45) = 0,150 kN/cm2 > wd,min
0,150 - 0,0963
ρw 100 0,137 kN/cm2 ρw,min Asw/2 = 1,03 cm2/m 5 c/19
39,15
7.23
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
A força cortante reduzida no apoio da esquerda fica Vred = 75,3 - 30(0,20 + 0,45) /
2 = 65,6 kN < Vmin, portanto, pode-se ter estribo mínimo em todo o segundo vão.
Vão 3
V = 115 kN wd,face = (115 – 35x0,1) x1,4 / (15x45) = 0,231 kN/cm2 > wd,min
0,231- 0,0963
ρw 100 0,345 kN/cm 2 ρw,min Asw/2 = 2,59 cm2/m 8 c/19
39,15
M1 = 95,5 kNm (As,cal=7,74 cm2 Ase 8,04 cm2) b,nec = 50x7,74 / 8,04 = 48 cm
7.24
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
As,cal = FSd / fyd = 86,52 / 43,5 = 1,99 cm2 b,nec = 50x1,99 / 6,03 ≈ 17 cm >b,min
b,min > (0,3 b = 0,3x50 = 15 cm, ou 10 = 16 cm, ou 10 cm)
Como b,nec calculado sem gancho é menor que a largura do apoio menos o co-
brimento (20 - 2,5) = 17,5 cm, pode-se ancorar as 3 barras no apoio, sem dobra.
a= 34 cm, no sentido do apoio, a distância do diagrama decalado até a face desse
apoio fica a (91 – 34 - 10) = 47 cm. Nesse caso, de acordo 7.4, o comprimento de
ancoragem a partir da face do apoio deve ser de 10 = 16 cm, desde que se leve (1/4)
das barras do vão (no mínimo 2 barras) até o apoio (mesmo com o ponto A antes do
apoio, não há possibilidade do momento ser positivo nesse apoio).
7.25
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
cm. Com isso, a primeira (maior) barra positiva desse vão deve entrar no apoio (48 -
47) = 1 cm, menor que 10 = 16 cm, mencionado acima. Assim, no detalhamento do
primeiro vão, são levadas três barras até o apoio interno, entrando no mínimo 16 cm
a partir da face.
Esse comprimento é maior que (20 – 2,5) = 17,5 cm, devendo a ancoragem no
apoio ser feita com gancho (ver barra N11 da figura 7.6), cujo comprimento vale
b,nec,gancho = 0,7x25 = 17 cm, com ponta reta não inferior a 8 = 13 cm.
7.26
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
7.27
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Ganchos (raio interno ri = 2,5, raio eixo r = 3, raio externo re = 3,5, trecho
Barra 2 ( = 10mm)
distância do eixo ao ponto de momento nulo = 32 cm,
Barra 6 ( = 10mm)
distância do eixo ao ponto de momento nulo = 17 cm
Barra 3 ( = 16mm)
distância entre pontos de momentos nulos (91+450+72 = 613 cm)
7.28
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Barra 4 ( = 16mm)
Do lado direito o diagrama de momento não se anula. Nesse caso, não é pos-
sível determinar, de forma simplificada (diagrama retificado), os comprimentos das
cinco barras. A partir do diagrama de M do segundo vão, em escala, obtém-se o com-
primento da segunda menor barra, resultando 78 cm, conforme figura 7.5.
Barras 1 e 5 ( = 5mm)
7.29
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
N1= 600 + [10 - (2,5 + 3,5)] - 117 - 190 + 2x22 = 341 cm (adotar 345 cm)
N5= 500 + [10 - (2,5 + 3,5)] - 112 - 175 + 2x22 = 261 cm (adotar 265 cm)
Barras 7 e 8 ( = 16mm)
Barra 9 ( = 16mm)
Barras 10 e 11 ( = 16mm)
(N11) re = 3,5 = 5,6 cm, c = 1,5p = 8 cm,p = 13 cm, b,nec esq = 24 cm,
b,nec dir = 17 cm (c/ gancho), reto,N11= 480 + 24 + (20 - 2,5 - 5,6) ≈ 515 cm
7.30
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Estribos
Vão 1
Trecho com estribo mínimo (5 c/20) 600 - 10 - 168 = 422 cm
422 / 20 = 21,1 22 N12 c/20
Trecho com estribo 8 c/14 168 - 10 = 158 cm
158 / 14 = 21,1 12 N13 c/14
Vão 2
Trecho com estribo mínimo (5 c/20) 450 - 10 - 10 = 430 cm
430 / 20 = 21,5 22 N12 c/20
7.31
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Detalhamento
___________________________________________________________________________
Vão 3
Trecho com estribo mínimo (5 c/20) 500 - 126 - 96 = 278 cm
278 / 20 = 13,9 14 N12 c/20
Trecho com estribo 8 c/19 126 – 10 = 116 cm
116 / 19 = 6,1 7 N13 c/19
Trecho com estribo 5 c/10 96 – 10 = 86 cm
86 / 10 = 8,6 9 N12 c/10
7.32
CONCRETO ARMADO I - CAPÍTULO 8
Janeiro 2018
TORÇÂO
__________________________________________________________________________
8.1 – Introdução
Esse tipo de torção, sem efeitos de coação e com empenamento não impedi-
do (livre) é denominado torção de Saint-Venant, cujos princípios básicos de dimen-
sionamento propostos continuam adequados, com certa aproximação, para várias
situações práticas e usuais de peças de concreto armado (seções maciças e vaza-
das fechadas), incluindo também as solicitações compostas. No caso de seções
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
8.2
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
8.3
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
T T
τt y (8.1)
WT JT
2
σx σy σx σy
σ 1,2 τ 2xy
σ1 σ 2 τ T (8.2)
2 2
8.4
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___________________________________________________________________________
8.5
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
T
τ t,max (8.3)
2A e h e,min
8.6
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
8.7
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Figura 8.7 – Rigidez à torção de diversos retângulos de mesma área nos Está-
dios I e II (adaptada de Leonhardt e Mönnig - 1979).
8.8
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
8.9
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Na figura 8.8 a seção cheia é substituída por uma seção equivalente vazada
de espessura he, com diagonais comprimidas de concreto, inclinadas de um ângulo
, cuja resultante de cálculo vale Rcc, com barras longitudinais tracionadas nos qua-
tro cantos, com resultante total Rs, e com barras tracionadas transversais, estribos,
a TSd
4 R cc senθ TSd TSd R cc 2asenθ R cc (8.6)
2 2 a senθ
8.10
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
TSd cotgθ
R s,2 TSd R s ,2 2 a tgθ (8.7)
2a
TSd
R s90 TSd R s90 2 a (8.8)
2a
Com base nas equações (8.7) e (8.8) a NBR 6118:2014 admite satisfeita a
resistência à torção do elemento estrutural, em uma dada seção, quando se verifi-
cam simultaneamente as três condições seguintes:
8.11
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
TSd
σ cc,max (8.12b)
A e h e sen2θ
8.12
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
TSd TSd
σ cc, max 2τ td com τ td (8.13)
A ehe 2Ae h e
Para = 45o
TSd TRd,2
τ td τ td2 0,25 α v2 f cd (8.15)
2A e h e 2A e h e
f ck
α v2 ( 1 ) (5.15) = (8.16)
250
8.13
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Tabela 8.1 – Valores limites das tensões de cisalhamento devido à torção - td2
Valores de td2 para concretos do grupo II - (50 MPa < fck ≤ 90 MPa)
kN / cm2
A 90
TRd3 f ywd 2A e cotgθ (8.17)
s
Onde:
A90 é a área de um estribo no trecho de comprimento acotg;
8.14
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
acotgθ A
TSd R S90 2 a A 90 f ywd 2 a 90 f ywd 2Ae cotgθ (8.18)
s s
A 90 TSd
tgθ (8.19)
s 2Ae f ywd
A s
TRd4 f ywd 2Ae tgθ (8.20)
ue
Onde:
8.15
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
correspondente a cada barra ou feixe de barras de área ( As)”. Isto significa que
as barras longitudinais poderão ser distribuídas uniformemente no perímetro ue, ob-
servando-se no entanto, uma barra em cada canto ou vértice dos estribos de torção,
para seções poligonais. Estas barras de canto, segundo Leonhardt (1979), são ne-
cessárias para evitar o deslocamento das diagonais comprimidas, mesmo quando se
usa armadura (estribos) a 45o.
tensão fywd, ou seja, Rs = (As fywd) = 4 Rs,i, ver figura (8.8). As resultantes parciais
Rs,i = (Rs / 4) nos quatro cantos “ i ”, são iguais ao valor dado na equação (8.7).
Portanto reescrevendo-se a equação (8.7) com os valores acima, obtém-se:
A
TSd s f ywd 2 a tgθ (8.21)
4
A
TSd s 2 A e f ywd tgθ (8.22)
ue
8.16
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
A s TSd
cotgθ (8.23)
ue 2Ae f ywd
A 90 A TSd
s (cm 2 /cm) (8.24)
s ue 2Ae f ywd
equivalente ue, (As / ue), multiplicada pelo perímetro do estribo, ue, e pelo compri-
mento s, dá o volume de aço longitudinal, ambos no comprimento s. Assim a função
volume total de armadura no comprimento de viga s, Vs,total (), é dado por:
8.17
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
1 A s
ρ s (8.27a)
he ue
f ctm
0,2 , com f ywk 500 MPa
f ywk
1 A sw
ρ sw (8.27b)
bw s
Onde:
“Asw – é área da seção transversal dos estribos de força cortante.”
8.18
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
A s ,min f ctm
0,2 1,2x104 3 2
f ck Para fck ≤ 50 MPa (8.28)
ueh e f ywk
A s , min
8,48x10 4 ln1 0,11fck
f ctm
0,2 Para fck > 50 MPa (8.29)
uehe f ywk
A s,min 1,2x104 3 f ck
2
u eh e ρ ,min (u eh e ) cm2 (8.30)
ρ w, min
ρ ,min 1,2x104 3 2
f ck (8.31)
100
ρ w, min
ρ ,min 8,48x104 ln1 0,11fck (8.33)
100
8.19
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
madura longitudinal mínima de torção, As,min. As duas primeiras para o grupo I (fck ≤
50 MPa) e as duas últimas para o grupo II (fck > 50 MPa).
A s ,min 1 A 90,min 1
1,2x104 3 2
f ck Para fck ≤ 50 MPa (8.34a)
ue he s he
A sw, min bw
A 90,min ρ w, minh e ρ w, min (8.35)
2 2
8.20
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
LONGITUDINAL TRANSVERSAL
ρ,min = (1,2x10-4) fck(2/3) ρ90,min = (0,012) fck(2/3)
fck ρ,min = ρw,min / 100 ρ90,min = ρw,min (tab. 5.1)
As,min = ρ,min (uehe) A90,min = ρw,min (he)
ρ,min ρw,min
20 0,088 / 100 0,088
25 0,103 / 100 0,103
30 0,116 / 100 0,116
35 0,128 / 100 0,128
40 0,140 / 100 0,140
45 0,152 / 100 0,152
50 0,163 / 100 0,163
De (8.24), (8.30), (8.31) e (8.34b), para s = 100 cm, e fck ≤ 50 MPa, obtém-se
o valor do momento de torção mínimo de cálculo, dado por:
8.21
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
A eRet. b w he h he
A
2c1 he , (8.37a)
u
Onde:
A - é a área da seção cheia;
u - é o perímetro da seção cheia;
c1 - é a distância entre o eixo da barra longitudinal do canto e a fa-
ce lateral do elemento estrutural.
8.22
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
a) Armadura longitudinal
“Na zona tracionada pela flexão, a armadura de torção deve ser acrescentada à
armadura necessária para solicitações normais, considerando-se em cada seção os
esforços que agem concomitantemente.”
“No banzo comprimido pela flexão, a armadura longitudinal de torção pode ser
reduzida em função dos esforços de compressão que atuam na espessura efetiva he
no trecho de comprimento Δu correspondente à barra ou feixe de barras considera-
das.”
“Nas seções em que a torção atua simultaneamente com solicitações normais in-
tensas, que reduzem excessivamente a profundidade da linha neutra, particularmen-
te em vigas de seção celular, o valor de cálculo da tensão principal de compressão
não pode superar os valores estabelecidos na seção 22.
Essa tensão principal deve ser calculada como em um estado plano de tensões,
a partir da tensão normal média que age no banzo comprimido de flexão e da tensão
tangencial de torção calculada” td dada pela equação (8.13).
8.23
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Quando for utilizado o modelo I (ver 17.4.2.2) para a força cortante, que su-
bentende θ = 45º, esse deve ser o valor considerado também para a torção.”
Quando uma viga usual de concreto armado está submetida à torção, nor-
malmente essa solicitação vem acompanhada de força cortante, momento fletor, e
eventualmente de força normal. Nas faces superior e inferior da viga, as tensões na
diagonal comprimida de concreto devidas à torção devem ser superpostas com as
tensões devidas à flexão, conforme já visto anteriormente na solicitação combinada
flexão e torção. Dependendo da natureza da flexão (positiva ou negativa) essas ten-
sões de compressão podem ser ampliadas.
VSd T τ wd τ
Sd 1 td 1 (8.38)
VRd2 TRd2 τ wd2 τ td2
Onde:
VSd = wd (bw d) e TSd = td (2 Ae he) são os esforços de cálculo que agem
concomitantemente na seção. Os valores limites de wd2 e td2 estão listados respec-
tivamente nas tabelas (5.2) e (8.1).
A armadura transversal total (torção mais cortante) pode ser calculada pela
soma das armaduras calculadas separadamente para VSd e TSd. O valor mínimo
dessa armadura transversal total, para fck ≤ 50 MPa, deve atender ao mínimo devido
8.24
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Asw
A90 Asw,min ρw,minb w com ρw,min dado na tabela 5.1 ou 8.2 (8.39)
2
Como A90 foi calculado considerando um ramo do estribo, o valor de Asw deve
ser dividido por 2, quando se considera estribo simples. Caso o estribo seja múltiplo,
serão considerados apenas os ramos efetivamente dispostos na espessura equiva-
lente he da parede da seção vazada.
“Os estribos para torção devem ser fechados em todo o seu contorno, envol-
vendo as barras das armaduras longitudinais de tração, e com as extremida-
des adequadamente ancoradas por meio de ganchos em ângulo de 45°.”
8.25
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
“O diâmetro da barra que constitui o estribo deve ser maior ou igual a 5 mm,
sem exceder 1/10 da largura da alma da viga. Quando a barra for lisa, seu di-
âmetro não pode ser superior a 12 mm.”
“O espaçamento mínimo entre estribos, medido segundo o eixo longitudinal
do elemento estrutural, deve ser suficiente para permitir a passagem do vi-
brador, garantindo um bom adensamento da massa.”
“O espaçamento máximo deve atender às seguintes condições:”
“As seções poligonais devem conter, em cada vértice dos estribos de torção,
pelo menos uma barra.”
8.6 – Exemplos
8.6.1 – Exemplo 1
8.26
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
A = 30x50 = 1500 cm2, u = 2 (30 + 50) = 160 cm, (A / u) = (1500 / 160) ≈ 9,4 cm
tar a seção ou no caso, adotar outro valor possível para he, por exemplo he = 9 cm.
O novo valor da área da seção média equivalente será Ae = (21x41) = 861 cm2.
4300 x 1,4
τ td 0,388 τ td2 0,402 kN / cm2 concreto OK!
2 x 861x 9
Armadura transversal
8.27
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
A90 = 8,04 cm2/m > A90,min = ρw,min he = 0,103x9 = 0,93 cm2/m (tab. 8.2)
C = 2 x [(30 - 2x2,5 - 1,0) + (50 - 2x2,5 - 1,0)] + 2x5 = 2 (24 + 44) + 10 = 146 cm
Armadura longitudinal
As= 9,97 cm2 > As,min = ρ,min (uehe) = (0,103/100)x(124x9) = 1,15 cm2
o com = 12,5 mm
deve ser As,b = 21x0,0804 = 1,69 cm2 (2 12,5 mm). Nas faces laterais As,h=
41x0,0804 = 3,30 cm2 (3 12,5 mm). Considerando que as barras de canto têm me-
tade de sua área em cada face (b e h), o detalhamento exige mais uma barra de
8.28
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
12,5mm nas faces com largura b e mais duas, nas laterais com altura h. Assim o
detalhamento final terá 10 12,5 mm, conforme figura 8.10.
o Com = 10 mm
Nesse caso (A/u) = 9,4 cm < 2c1 = 10 cm, devendo-se considerar he = (A/u) =
9,4 cm < (bw - 2c1) = 20 cm e Ae = (b - 2c1)x(h - 2c1).
8.29
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
A 90 A s 4300 x 1,4
0,0865 cm2/cm
s ue 2 x 800 x 43,5
8.6.2 – Exemplo 2
8.30
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Dimensionamento à flexão
Viga
X = 59,85 kNm As,cal = 4,50 cm2 (4 12,5 mm) As,e = 4,91 cm2
Marquise
M = 322 kNcm Md = γn γf M γn = 1,95 - 0,05 h = 1,95 - 0,05x10 = 1,45
Md = 1,45 x 1,4x322 = 654 kNcm As,cal = 2,97 cm2/m (CA 50, d = 7,5 cm)
8.31
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Verificação do concreto
VSd,max 59,57x1,4
τ wd,max 0,091kN/cm 2 τ wd,min 0,117 kN/cm 2
bw d 20x46
Para V = 49,17 kN, segundo maior valor do cortante na viga, o valor de wd =
0,0748 kN/cm2 < c0 = 0,0769 kN/cm2, que implica em ρw < 0. Portanto para esse
cortante e todos os outros valores menores, deve-se ter Asw,cal = 0.
Nessa viga todos os valores de V são menores que Vmin = wd,min bw d /1,4 =
0,117x20x46/1,4 = 76,89 kN (ver tabela 5.4), implicando armadura transversal míni-
ma, Asw, min, em toda a extensão da viga.
Dimensionamento à torção
8.32
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
TSd,max 1153x1,4
τ td,max 0,226 τ td2 0,402 kN / cm2 concreto OK!
2Aehe 2 x 504 x7,1
TS = 1153 kNcm
td = 0,226 kN/cm2 < 0,67x0,402 = 0,269 kN/cm2 Smáx = 0,6x46 = 27,6 cm ≤ 30 cm
TS = 925 kNcm
925x1,4
τ td 0,181 kN / cm2 0,67τ td2 0,269 kN / cm2
2 x 504 x7,1
A 90 A s 925 x 1,4
0,0295 cm2 /cm
s ue 2 x504 x 43,5
8.33
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
TS = 778 kNcm
778x1,4
τ td 0,152 kN / cm2 0,67τ td2 0,269 kN / cm2
2 x 504 x7,1
A 90 A s 778 x 1,4
0,0248 cm2 /cm
s ue 2 x504 x 43,5
TS = 362 kNcm
ρ w,min 0,103
TSd,min 2A e fywd he 2 x 504 x 43,5 7,1 321kNcm
100 100
A 90 A s 362 x 1,4
0,0116 cm2 /cm
s ue 2 x 504 x 43,5
8.34
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
Ações combinadas
Para valores de força cortante menores ou iguais a V ck = Vc0 / 1,4 = c0 bwd /
1,4 = 0,0769x20x46 / 1,4 = 50,5 kN a armadura transversal calculada para resistir ao
cortante deve ser igual a zero. Apenas um pequeno trecho de 63 cm do segundo
vão, conforme mostrado na figura 8.11, necessita de armadura teoricamente neces-
sária (maior que zero) para o cortante, lembrando que em toda a viga deve-se ter
armadura mínima, inclusive nesse trecho em questão, como foi visto anteriormente.
8.35
Departamento de Engenharia de Estruturas (DEEs) Torção
___________________________________________________________________________
TSd
0,0103 TSd 2 x 504 x 43,5x0,0103 452 kNcm
2 x 504 x 43,5
Esse valor está a 258 cm a partir do apoio central, no segundo vão, bem pró-
ximo do ponto de momento de torção mínimo, que está a 287 cm do mesmo apoio.
As,sup = As,sup + As,flexão = 0,44 + 4,50 = 4,94 cm2 ≈ Ase = 4,91 cm2 (4 12,5)
As,inf = As,inf + As,flexão = 0,44 + 0,00 = 0,44 cm2 < Ase = 1,57 cm2 (2 10)
ocorre na parte inferior da seção (momento negativo), onde As,inf = 0,44 cm2 já é
menor que as duas bitolas de 10mm, que no mínimo devem ser levadas até o apoio
central (armadura mínima de flexão levada até os apoios, não menos que duas bar-
ras).
8.36
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As,sup = As,sup + As,flexão = 0,35 + 4,50 = 4,85 cm2 < Ase = 4,91 cm2 (4 12,5)
As,inf = As,inf + As,flexão = 0,35 + 0 = 0,35 cm2 < Ase = 1,57 cm2 (2 10)
As,sup = As,sup + As,flexão = 0,30 + 0,00 = 0,30 cm2 < Ase = 0,62 cm2 (2 6,3)
As,inf = As,inf + (As,flexão)* = 0,30 + 0,67 = 0,97 cm2 < Ase = 1,57 cm2 (2 10)
8.37
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As,sup = As,sup + As,flexão = 0,14 + 0 = 0,14 cm2 < Ase = 0,62 cm2 (2 6,3)
As,inf = As,inf + (As,flexão)* = 0,14 + 0,31 = 0,45 cm2 < Ase = 1,57 cm2 (2 10)
Detalhamento da viga
Para as barras da armadura negativa de flexão (N2 e N3) da figura 8.12 foram
Barras N1 e N4
N1,reto = 400 + (10 - 2,5) - 285 + 53,81 = 400 + 7,5 - 285 + 34 = 157 cm
N4,reto = 600 + (10 - 2,5) - 225 + 53,81 = 600 + 7,5 - 225 + 34 = 417 cm
s,min A s,min =
A sup inf
nulas. Deve-se usar nesse caso, ver equação (8.30),
Vão 1 As,inf = 0,09 + As,cal = 0,09 + 0,77 = 0,86 cm2 < Ase,min = 1,57 cm2 (2 10)
8.39
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Vão 2 As,inf = 0,09 + As,cal = 0,09 + 3,71 = 3,80 cm2 < Ase = 3,93 cm2 (5 10)
(posição N4) a parcela As,sup = 0,30 cm2, pode ser absorvida apenas por 1 6,3mm
= Ase = 0,31 cm2, metade da área de cada barra colocada nos vértices do estribo.
Esse mesmo procedimento será adotado no vão 1 (posição N1), onde o momento de
torção é ainda menor. A ancoragem das posições N1 e N4, como das barras negati-
será considerado o maior momento de torção T = 1153 kNcm, que resulta em As,lat
= 0,0368x42 = 1,55 cm2 < (3 8 mm + 1 6,3 mm = Ase,lat = 1,51 + 0,31 = 1,82 cm2).
Essas barras, representadas pela posição N7, estão dispostas em toda a extensão
lateral da viga e são ancoradas nos apoios. O valor 0,31 cm2 (1 6,3 mm), metade
em cada canto do estribo, são os mesmos das situações extremas do início da vão 1
e do final do vão 2, respectivamente as posições N1 e N4.
Conforme o diagrama de torção da figura 8.11 os dois vãos da viga serão di-
vididos em três trechos, sendo dois trechos de estribos máximos, próximos aos
apoios, e um trecho de estribo mínimo na região central.
Vão 1
Trecho 1 – 41 cm do eixo do apoio esquerdo (Asw,cal / 2) + A90 = 1,16 cm2/m
5 c/ 19 (41 - 10) / 19 = 1,6 2 N9 c/ 19 cm
Trecho 2 – (400 – 41 - 216) = 143 cm (Asw,cal / 2) + A90 = 1,03 cm2/m
8.40
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5 c/ 19 143 / 19 = 7,5 8 N9 c/ 19 cm
Trecho 3 – 216 cm do eixo do apoio direito (Asw,cal / 2) + A90 = 2,95 cm2/m
8 c/ 17 (216 - 10) / 17 = 12,1 13 N8 c/ 17 cm
Vão 2
Trecho 1 – 287 cm do eixo do apoio esquerdo (Asw,cal / 2) + A90 = 4,04 cm2/m
8 c/ 12 (287 - 10) / 12 = 23,1 24 N8 c/ 12 cm
Trecho 2 – (600 – 287 - 171) = 142 cm (Asw,cal / 2) + A90 = 1,03 cm2/m
5 c/ 19 142 / 19 = 7,5 8 N9 c/ 19 cm
Trecho 3 – 171 cm do eixo do apoio direito (Asw,cal / 2) + A90 = 2,48 cm2/m
8 c/ 20 (171 - 10) / 20 = 8,1 9 N8 c/ 20 cm
8.41
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Esses dois estribos (N8 e N9) e a armadura de flexão N10 podem ser substi-
tuídos pela posição N11, que pela forma como foi detalhada na figura 8.12, tem tan-
to a função dos estribos como das barras de flexão da marquise. A distribuição da
posição N11 segue a mesma distribuição já feita para os estribos, três trechos distin-
tos em cada vão.
Vão 1
Trecho 1 – 31 cm desde a face do apoio (Asw,cal / 2) + A90 = 1,16 cm2/m
As,total = 1,16 + 2,97 = 4,13 cm2/m (8 c/ 12) 31 / 12 = 2,6 3 N11 c/ 12 cm
8.42
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Vão 2
Trecho 1 – 287 cm desde face apoio (Asw,cal / 2) + A90 = 4,04 cm2/m
As,total = 4,04 + 2,97 = 7,01 cm2/m (8 c/ 7) 287 / 7 = 41,0 41 N11 c/ 7 cm
8.43