Mães No Cárcere
Mães No Cárcere
Mães No Cárcere
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Aluna do terceiro ano de graduação do curso de Serviço Social, das Faculdades Integrada Antonio
Eufrásio de Toledo, email: edileinecb@unitoledo.br.
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Aluna do terceito ano de graduação do curso de Serviço Social, das Faculdades Integrada Antonio
Eufrásio de Toledo, email: carol_carvalho88@hotmail.com.
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Orientadora. Docente das FIAET, curso de Serviço Social, email: silvanatrevisan@unitoledo.br.
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Isto posto, constata-se claramente uma distorção, haja vista que o próprio
sistema penitenciário não possibilita o homem preso de ressocializar-se, pois seus mais
remotos direitos não são respeitados.
Há negação dos direitos sociais no âmbito das prisões. Uma das
características do descaso com a população carcerária no Brasil é a morosidade do
processo judiciário visto que a prestação de assistência é tardia, pois as datas para as
audiências são quase sempre demoradas e ainda é comum não se ter informações sobre
o andamento dos processos. Neste sentido asseverou Bronzeado apud Borges D´Urso
(2006), “o sistema penitenciário brasileiro não acompanha o crescente ritmo do número
de detentos. {reitonet.com.br/artigos/exibir/2936/Aspectos-criticos-ao-sistema-penitenciario-brasileiro} As
estatísticas obtidas mostram que, ao longo dos anos, o número de presos cresce
assustadoramente”.
Assim, colocar em uma mesma cela indivíduos que cometeram infrações
de alta periculosidade com outros criminosos ocasionais são uma questão que requer ser
refletida para que se busquem formas de enfrentamento para esta situação.
Além de estarmos nos referindo a uma sociedade onde as presenças da
divisão de classes, perpassam também uma série de preconceitos para com a pessoa que
cometeu delito, isto reflete quando este se torna egresso penitenciário dificultando o seu
processo de reinserção social.
Sob esta realidade concreta em que se encontra o Sistema Prisional
Brasileiro versou Bronzeado (2006, p1):
evolução do encarceramento feminino nos últimos cinco anos de 2001 a 2005, havendo
um aumento de 24% em detrimento da taxa masculina de 21%, mesmo ainda sendo
estas a minoria no sistema prisional, o percentual de 4% e 5% da média nacional em
relação aos homens não tem sofrido alteração.
Uma vez que, ao se referir ao perfil das mulheres encarceradas, diversas
pesquisas que levantaram esse perfil revelam o quanto elas agregam as estatísticas de
vulnerabilidade e exclusão social, sendo a maioria mulheres jovens, chefes de família,
possui em média mais de dois filhos menores, possui baixa remuneração por
desenvolverem atividades de baixa qualificação como serviços domésticos, apresentam
escolaridades baixa e comumente envolvidas com o tráfico de entorpecentes.
Assim, podemos ressaltar a relação entre a criminalidade e o grau de
exclusão das mulheres presas, que urge avaliar as políticas criminais e penitenciárias
que não levam em consideração este incremento e as particularidades da mulher presa,
bem como as mudanças conjunturais para que possam respeitar os direitos humanos
numa condição perculiar da mulher.
Em 1984 como um sinal de modernização do Sistema Prisional brasileiro
é previsto a Lei de Execução Penal (LEP), onde a questão da mulher será afirmada por
uma série de artigos, prevendo como exemplo o direito de estabelecimento próprio e
adequado à sua condição pessoal, o direito à amamentação, à instalação de berçário para
seus filhos e à seção para gestante, bem como parturiente.
Mas apesar dos avanços legais, ainda estes não ocorrem na prática.
Como versou Peixoto, “a realidade antes e depois da LEP não modificou de forma
substantiva a situação prisional feminina, que continua ser pensado de forma
padronizada, levando em conta apenas o seu maior contingente, representado pelos
homens”.
Representação social é um conjunto de afirmações que forma uma teoria
de senso comum, inserida num contexto que comporta opiniões do dia-a-dia. É
importante então, investigar se a maneira como as mulheres reclusas expressam o
universo prisional se articula com a maneira como vêem seus direitos, como o empenho
dos profissionais para resolução dos seus problemas, ou seja, o simples acesso à justiça,
o que lhe é garantido legalmente.
Diz-se Frinhani e Souza (2004, p.5):
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
atuam nesta área também, pois o meio social reflete situações de exclusão social nas
mais variadas formas de desigualdades.
Aqui se tem o desafio de repensar coletivamente de maneira instigante e
competente, a pratica profissional em tempos de investimento na “preservação e
ampliação da conquistas democráticas a sociedade brasileira” (YASBEK, 2001).
A violência não é um desvio da prisão: a violência é a prisão. Não é
possível eliminar a violência das prisões se não repensar as próprias prisões, para isso é
necessário que toda a população busque formas de enfrentamento para esta demanda,
exigindo respostas sustentáveis do Estado, neste contexto em especial a questão da
mulher no cárcere.
De acordo com o exposto, sob uma analise critica entende-se que a prisão
é altamente necessária e funcional para o Capitalismo, pois este segrega a mulher presa.
Afinal, a mulher que comete delito é um “risco” a propriedade privada e a riqueza.
Cabe o desafio como versou Baratta apud Sá (2007, p.145) de
reintegração social a abertura do cárcere para sociedade e esta para o cárcere, como
condição sine-qua-non de reintegração social. Não basta a esses estarem “socialmente”
ressocializados. A sociedade está pronta para recebê-lo?
Sob está ótica reflete na sociedade civil manter vivo o desejo altruísta de
Justiça, problematização na agenda publica desejo de fazer o mundo social um espelho
de mundo da essência, pois o homem não pode viver sem a sociedade, enfim, devemos
ser Assistentes Sociais comprometidas com a justiça social, equidade e a igualdade e
consolidação de direitos, de maneira ética e política e técnico e operativa.
No entanto, entendemos que mesmo diante de todas as limitações, sejam
elas sociais, institucionais ou profissionais, ainda existe um campo de jogo, um espaço
de manobra, no qual cabe a nós, assistentes sociais, indicar caminhos aos usuários nos
quais possa exercer seu auto-governo de acordo com seus valores, crenças, anseios e
aspirações, contribuindo para manutenção e aperfeiçoamento do projeto profissional.
Nesta perspectiva, que o Serviço Social enseja possibilidades para o
surgimento de um novo projeto societário, em que os indivíduos possam ter o domínio
de suas vidas, podendo, dessa maneira, dar uma nova direção as suas vidas em
sociedade e não mais viver algo que já está pré-determinado na sociedade capitalista.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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SÁ, A. A. Criminologia clínica e psicologia criminal. São Paulo, Editora Revista dos
Tribunais, 2007.
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