Tipos de Obreiro Na Seara - ANTONIO GILBERTO
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Tipos de obreiro na Seara (1ª parte)
Primórdios do ministério
Abel apresentou uma oferta (de animais) ao Senhor (Gn 4.4 e Hb 11.4). As
Escrituras nos dizem que com Sete se começou a invocar o nome do Senhor
(Gn 4.26). Noé edificou um altar e ofereceu holocaustos ao Senhor (Gn 8.20).
Esta é a primeira menção de altar na Bíblia.
Mais à frente, vemos Israel, como nação, sendo colocada por Deus como “um
reino sacerdotal” (Ex 19.6; 2Pd 2.9 e Ap 1.6). Em Êxodo 19.22,24 e 24.5, vemos
o sacerdócio mosaico. Já em Levítico 3.6 e Números 18.2, vê-se a instituição do
sacerdócio levítico. Os textos de Êxodo 28.1 e Números 18.1 falam justamente
de Arão e seus filhos, que eram da casa de Coate e serviriam no sacerdócio. Os
filhos de Arão eram Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar.
O bom obreiro
Em Mateus 25.21,23, na parábola dos dez talentos, Jesus fala que os servos
que investiram nos talentos que lhes foram deixados para administrar receberam
de seu senhor o reconhecimento como servos bons e fiéis: “E o seu senhor lhe
disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te
colocarei; entra no gozo do teu senhor”.
Os sinais de um bom obreiro são nítidos. Ele é fiel, leal à toda prova e humilde.
O humilde aprende mais, resiste mais, aparece pouco, mas faz muito. Um
exemplo disso está em Lucas, em Atos dos Apóstolos; Aristarco (Cl 4.10) e
Epafras (Fm 23).
Vejamos nesta semana alguns exemplos de bons e maus obreiros nas Sagradas Escrituras.
Bons obreiros
Itaí, o giteu (2Sm 15.17-22; 18.2), é outro grande exemplo, ao lado de Husai, o arquita. Itaí
era estrangeiro, de um país inimigo, mas foi fiel. Husai, o arquita (2Sm 16.6; 17.15-22), era
um efraimita (Js 16.2).
Podemos destacar, já no Novo Testamento, bons obreiros como Demétrio (3Jo 12) e
Barnabé (At 11.22-24). Diz as Sagradas Escrituras que Barnabé “era um homem bom” (At
11.24, versão Almeida Revista e Atualizada). Temos ainda os obreiros que trabalharam com
Paulo e que são citados nominalmente por ele (Cl 4.7-14).
O mau obreiro
“Guardai-vos dos cães, guardai-vos dos maus obreiros, guardai-vos da circuncisão!”, Fp 3.2.
“Então, o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te
toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu
companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?”, Mt 18.32-33.
“Não terão conhecimento os obreiros da iniqüidade, que comem o meu povo como se
comessem pão? Eles não invocam ao Senhor”, Sl 14.4.
Os textos acima deixam claro que obreiro de má qualidade é aquele que é infiel e não
procura melhorar. Mas como um bom obreiro torna-se mau ou ruim?
O bom obreiro costuma tornar-se mau aos poucos. Temos os exemplos bíblicos de Judas
Iscariotes, discípulo de Jesus; Geazi, servo do profeta Eliseu; e Demas, cooperador do
apóstolo Paulo. A mudança é fruto dos maus costumes e maus hábitos que o obreiro trouxe
do passado, ou os adquiriu depois, e não largou.
Outra coisa que pode afetar um bom obreiro, tornando-o ruim é o desconhecimento do seu
temperamento e o agir segundo este (Pv 16.32; 23.12; 25.28). Há também o caso de bons
obreiros que se tornam maus por copiarem maus exemplos dos outros e de fora ou por ter
má formação ministerial (Lc 9.49-50).
Um obreiro estranho, misterioso, enigmático, isolado de todos, também tem tudo para se
tornar um mau obreiro, bem como o obreiro sempre imaturo social, emocional e
espiritualmente (Ec 10.16). Por último podemos citar como fator que pode provocar essa
mudança negativa o obreiro receber poderes em demasia, como no caso de Joabe (2Sm
3.39; 16.10; 19.22).
Os sinais de um mau obreiro estão listados em Mateus 25.26, Jeremias 6.13 e 50.6, e
Miquéias 3.9-11. Ele é parasita, indolente, ocioso, preguiçoso, desordenado na sua vida, na
família e no seu trabalho; não tem ordem, é ambicioso por posição, cargo e credencial; é
invejoso, mercenário e mercadeja os dons e as coisas de Deus. Neste caso, temos os
exemplos de Balaão e Simão, o mago (At 8.18).
O mau obreiro também é liberal na doutrina bíblica, e nos bons e santos costumes da igreja,
como o sacerdote Urias (2Rs 16) e as duplas Himeneu e Fileto, e Himeneu e Alexandre
(2Tm 2.17-18 e 4.14-15). Aliás, muitos maus obreiros costumam agir em dupla.
O mau obreiro é briguento. Daí, passa a politiqueiro. É divisionista por rebeldia (1Rs 13.26)
e reclamador crônico, diferente de Jesus, do qual é dito em Isaías 53.7 que “não abriu a sua
boca”. Ele ainda procura ser “independente” e isolado. Geralmente, para ser insubmisso. É
constantemente problemático. É um problema para si mesmo. Ele dá problema, gera e
depois alimenta o problema. Em outras palavras, ele complica um problema já existente.
Esequiel 34 diz que o mau obreiro larga as ovelhas e o seu campo. Ele tem mau caráter, e
isso é altamente comprometedor. Quando ele dá fruto, este não vinga.
Uma das duplas de maus obreiros célebres nas Escrituras é Nadabe e Abiú. Ela é conhecida
como a dupla inovadora (Lv 10.1-10). Coré (Nm 16.13) foi insubmisso ante Moisés, o
dirigente constituído por Deus. Aitofel, o gilonita, portanto de Judá (2Sm 15.12-13), era
conselheiro pessoal de Davi, mas juntou-se a Absalão na revolta deste contra o rei, seu pai.
Por isso, Aitofel é chamado por alguns “o Judas do Antigo Testamento”.
Geazi, o auxiliar do profeta Eliseu, que aparece em 2 Reis 4 em diante, era oportunista,
mercenário e ganancioso. Diótrefes (3Jo 9.10) era indelicado, violento e perseguidor.
Contrasta com isso a proverbial cortesia de Paulo, como podemos constatar na sua Epístola
a Filemom. É como no Templo, onde havia pedras preparadas (1Rs 6.7), mas que não eram
vistas (1Rs 6.18).
Abiatar, o sacerdote (2Sm 8.17), ajudou a conduzir a Arca do Senhor (1Cr 15.11), mas foi
infiel no final do reino de Davi (1Rs 1.7; 2.27). Joabe, o grande general de Davi (2Sm 8.16),
não foi fiel a Davi até o fim (1Rs 1.7; 2.28). Ele juntou-se a Adonias, o filho mais velho de
Davi, no seu complô contra o pai.
Há muitas figuras de mau obreiro nas Escrituras. Simei é a do mau obreiro declarado (2Sm
16.5-9, 13). Podemos ver também 2 Samuel 19.18-23 e 2 Reis 2. Ziba, no passado, fora
servo do rei Saul (2Sm 9.2). Ele é figura do mau obreiro camuflado (2 Sm 16.1-4; 19.16-
17,25-26).
Aimaás, filho do sacerdote Zadoque, era muito apressado. Ele era também um grande
corredor, mas não tinha mensagem para entregar, como podemos ver em 2 Samuel 18.19
em diante.
O falso obreiro
O pseudo obreiro é aquele que nunca foi obreiro de fato. O falso obreiro vê o ministério como
uma carreira profissional, uma profissão. Um exemplo é o levita de Juízes 17.6-12 e 18.14.
Paulo escreveu sobre o falso obreiro em suas epístolas. “Porque tais falsos apóstolos são
obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo”, 2Co 11.13. “E isso por
causa dos falsos irmãos que se tinham entremetido e secretamente entraram a espiar a
nossa liberdade que temos em Cristo Jesus, para nos porem em servidão”, Gl 2.4.
No Antigo Testamento, Moisés falou sobre o castigo dos falsos profetas, e descreveu estes
como filhos de Belial: “...uns homens, filhos de Belial, saíram do meio de ti, que incitaram os
moradores da cidade...”, Dt 13.13.
O ex-obreiro
Paulo, escrevendo em 1 Coríntios 9.27, fala de sua preocupação quanto à reprovação: “Para
que eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado”. Demas é um exemplo de
obreiro reprovado (2Tm 4.10). Em Filemom, versículo 24, Paulo o cita como um de seus
cooperadores. Em Colossenses 4.14, mais uma vez vemos Paulo citando-o com apreço.
Mas, em 2 Timóteo 4.10, o apóstolo nos conta o desvio de Demas: “Porque Demas me
desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica.”
Em Atos 1.25, lemos o relato dos apóstolos acerca de Judas, que também se encaixa nesse
perfil. “Neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou”, diz o texto bíblico.
Jesus exortou seus discípulos, dizendo do perigo de “quem lança mão do arado, e olha para
trás”: “Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus”, Lc
9.62. Paulo, escrevendo em 1 Timóteo 1.6, lembra que alguns obreiros não foram até o fim:
“Do que desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas”. Ainda falando a Timóteo,
Paulo deixa claro que, infelizmente, “alguns fizeram naufrágio na fé” (1Tm 1.19).
Certa vez, depois um discurso considerado duro, o Mestre perguntou aos doze, os únicos
que permaneceram após as usas palavras: “Quereis vós também retirar-vos?” Ao que Simão
Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo
6.67-68).
Na semana que vem, concluiremos o assunto, falando como o bom obreiro pode melhorar.
Hoje, em nossa última parte sobre o tema “Tipos de obreiro na Seara”, falaremos sobre
como o bom obreiro pode melhorar.
Para que o bom obreiro possa continuar a melhorar no exercício de sua função na obra de
Deus, ele terá que observar pelo menos alguns pontos considerados essenciais para sua
formação.
Em primeiro lugar, o bom obreiro deve gostar de ler, e ler muito. É bom também que ele
curse formalmente ou no mínimo que seja um bom autodidata. Ele deve ainda contatar e
conviver com pessoas cultas, tanto na cultura bíblica como secular.
Em segundo lugar, deve o obreiro fazer uma constante auto-avaliação. O bom obreiro deve
ter autocrítica. Para o nosso melhoramento como obreiros do Senhor, devemos analisar o
nosso gráfico constantemente. Estamos subindo, conforme as palavras de Paulo em
Filipenses 3.14? Estamos parados, conforme o servo mau e negligente da parábola do
Mestre em Mateus 25.25? Ou estamos descendo, conforme a descrição dos sacerdotes
inferiores aos levitas em 2 Crônicas 29.34?
Em terceiro lugar, o bom obreiro deve freqüentar ambientes de culto. Em quarto lugar, ele
deve ser humilde. O humilde aprende muito mais, e mais depressa. Em quinto, ele deve ser
atento observador dos bons obreiros.