1 4951971995207073873 PDF
1 4951971995207073873 PDF
1 4951971995207073873 PDF
de tradução e publicação
em língua portuguesa reservados à
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Rodovia SP 127 – km 106
Caixa Postal 34 – 18270-970 – Tatuí, SP
Tel.: (15) 3205-8800 – Fax: (15) 3205-8900
Atendimento ao cliente: (15) 3205-8888
www.cpb.com.br
17984/39006
Agradecimentos
A Deus, que me concedeu a capacidade, o tempo e as condições
necessárias para compartilhar nossa esperança.
À minha esposa, Adriene, e a meus filhos, Matheus e Mariana. Eles são
minha fonte de inspiração e motivação, estão comprometidos com a
missão e são parceiros em meu ministério.
Aos colegas Bruno Raso, Rafael Rossi, Adolfo Suárez, Hélio Carnassale e
Thadeu Silva, que contribuíram com dados, informações e histórias,
facilitando muito o trabalho de escrita deste livro.
Palavra ao leitor
A Bíblia tem algumas palavras marcantes, capazes de transmitir muito
conteúdo em poucas letras. Esperança é uma delas e a minha preferida. Ela
ocorre cerca de 290 vezes no texto sagrado e 4.406 nos escritos de Ellen
White. Não há dúvida de que toda a Revelação oferece uma base segura
para nossa esperança.
Esse termo representa a mensagem distintiva da Igreja Adventista do
Sétimo Dia. Ele pode expressar nossa unidade e identidade. Ao cantarmos
“Oh, Que Esperança”, por exemplo, nos tornamos uma família ao redor do
mundo. Experimentei isso alguns anos atrás no Jardim do Sepulcro, em
Jerusalém. Estávamos em um programa especial e cantamos esse hino em
português. Alguns norte-americanos se aproximaram com lágrimas nos
olhos e perguntaram se éramos adventistas. Respondemos que sim e nos
abraçamos ali. Mesmo com idiomas diferentes, estávamos unidos pela
harmonia de nossa esperança.
Na Divisão Sul-Americana, a palavra “esperança” representa um
compromisso com a missão. Há mais de uma década, nossos projetos,
livros missionários, veículos de comunicação e programas evangelísticos
levam essa marca. Afinal, além de profundidade bíblica e identidade
teológica, ela também possui um grande potencial missionário, pois
apresenta nossa mensagem de maneira positiva. Somos uma igreja movida
pela esperança.
São muitas as razões para que estas Meditações Diárias sejam um
alimento para sua esperança. Por meio delas, quero compartilhar
mensagens espirituais que têm sido relevantes para mim. Preparei cada
texto na expectativa de que, “se ajudar uma só pessoa a ter esperança, não
terei vivido em vão” (Martin Luther King).
O personagem central deste livro é Cristo, o verdadeiro motivo de nossa
esperança. Ele é “a esperança da glória” (Cl 1:27). Nele centralizam-se
“nossas esperanças de vida eterna” (Ellen G. White, Carta 100, 1895). Ele é
a ponte que liga o passado ao futuro, conecta o Antigo ao Novo Testamento
e ambos ao momento em que Ele virá com as nuvens “e todo o olho O verá”
(Ap 1:7). A esperança de todos os que morreram fiéis é a ressurreição, mas
ela só é digna de confiança porque Ele já ressuscitou. Aguardamos o
momento em que nosso corpo será glorificado, porque o corpo Dele já foi
glorificado. Temos certeza de que subiremos ao Pai, porque Ele já subiu.
Viveremos para sempre, porque Ele vive para todo o sempre. Nossa
esperança é confiável, porque Ele é confiável.
Por isso, como disse Ellen White: “Sejamos animados pelo pensamento
de que o Senhor logo virá. Que essa esperança alegre nosso coração”
(Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 287). Aproveite cada mensagem para
fortalecer o sentimento de alegria, compromisso e expectativa em seu
coração.
Janeiro
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30 31
TERÇA 1° DE JANEIRO
Esperança certa
Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais
infelizes de todos os homens. 1 Coríntios 15:19
Esperança é o sentimento que melhor traduz o ano-novo e a expectativa
de tudo o que virá pela frente. Ela é a âncora da alma. Não tem barreiras de
etnia, cultura ou classe social e está por trás dos desejos e decisões que se
multiplicam nestes dias. Segundo alguns estudos, uma pessoa deverá
gastar, em média, sete anos de sua vida esperando por algo que nunca vai
acontecer. Por isso, mais importante do que ter esperança em alguma
coisa, é buscar a esperança certa.
A esperança de alguns está neste mundo. Para gente assim, todos os
desejos de ano-novo são daqui, estão aqui e ficarão aqui. Mas nem tudo por
aqui é negativo. A família, os amigos, bons líderes e profissionais
competentes podem ser um apoio positivo. Porém, a maioria se concentra
no quarteto da ilusão: poder, dinheiro, sucesso e prazer.
Positivas ou negativas, as fontes de apoio do mundo nunca oferecem
verdadeira esperança. A esperança certa está no Céu. Se houver uma
inversão de valores, você acabará frustrado e decepcionado e, segundo
Paulo, será a pessoa mais infeliz da Terra. Ellen White diz que a
humanidade fracassará em todas as suas tentativas de progresso se
“negligenciar a única Fonte de esperança” (Caminho a Cristo, p. 20).
Quando a esperança está no Céu, você encara a vida com outros olhos.
Enxerga mais além, vê Deus no comando, entende o valor do sacrifício de
Cristo, reconhece a atuação do Espírito Santo e sabe que em breve todo o
sofrimento acabará.
A esperança certa não ilude nem decepciona. Ao contrário, como diz John
Maxwell, ela “brilha mais quando a hora é mais escura, motiva quando o
desânimo aparece, canta quando todas as melodias silenciam, escuta
respostas quando ninguém está falando, supera os obstáculos quando
ninguém está ajudando, enfrenta dificuldades quando ninguém está se
preocupando, sorri confiantemente quando ninguém está sorrindo, tem as
respostas quando ninguém está perguntando, ousa dar quando ninguém
está repartindo e traz vitória quando todos estão perdendo”.
Ao começar este ano, tenha em mente a frase de um conhecido autor
evangélico: Jesus “viveu a vida que não poderíamos viver e recebeu a
punição que não poderíamos suportar, para oferecer uma esperança à qual
não poderíamos resistir”. Escolha a esperança certa. O Senhor Se
encarregará dos resultados.
QUARTA 2 DE JANEIRO
Totalmente do Senhor
O coração de Asa foi, todos os seus dias, totalmente do SENHOR. 1 Reis 15:14
No cenário de apostasia de muitos dos reis de Israel e Judá, diferencia-se
o reinado de Asa. Após os longos e bem-sucedidos reinados de Davi e
Salomão, o reino foi dividido. O declínio foi imediato com o reinado de
Roboão em Judá e piorou ainda mais nos dias de Abias, que reinou em seu
lugar por apenas três anos. Foi um rei tão fraco que em sua biografia a
Bíblia gasta mais tempo falando de Davi do que dele mesmo.
Asa, seu filho, assumiu o trono. O que você esperaria do novo rei nesta
condição? Era filho e neto de péssimos governantes. Mesmo assim, Deus o
preparou para liderar Seu povo. O governo de Asa teve uma duração maior
que o de seus antecessores. Durante 41 anos, ele “fez o que era reto
perante o SENHOR” (1Rs 15:11). Sua liderança foi séria, começando a obra de
reforma na própria casa. Não foi perfeito, mas exerceu uma influência
espiritual positiva.
É dito sobre ele que seu coração “foi, todos os seus dias, totalmente do
SENHOR” (1Rs 15:14). Pouquíssimas vezes a Bíblia repete palavras tão fortes
e profundas sobre outros personagens. Apesar de pouco conhecido por
muitos, Asa se tornou muito conhecido por Deus.
Se a Bíblia fizesse uma descrição sobre você, qual seria? Ainda há tempo
para buscar uma biografia como a de Asa. Estamos começando o ano, e este
é o tempo para construir uma caminhada em que todos os dias o coração
seja inteiramente do Senhor. A recomendação inspirada é direta e forte:
“Consagrem tempo a orar, a examinar as Escrituras, a pôr o eu sob a
disciplina de Jesus Cristo. Vivam em contato com o Cristo vivo, e assim que
fizerem isso, Ele os segurará firmemente com mão forte que jamais
afrouxará” (Nossa Alta Vocação, p. 99). “Mais oração e menos conversa é o
que Deus deseja. Isso transformaria Seu povo em uma torre de força”
(Review and Herald, 15 de junho de 1897).
Priorize sua vida espiritual e repense sua rotina diária. Sobre isso, Dwight
Moody disse certa vez: “Se você está tão ocupado que não tem tempo para
estar em comunhão com Deus, saiba que você está mais ocupado do que
deveria.” Comece organizando um tempo especial, na primeira hora do dia.
Faça desse momento um hábito insubstituível e permita que Deus
transforme seu comportamento e multiplique seu testemunho. Seja
totalmente do Senhor, e Ele realizará em sua vida o que parece impossível.
SEXTA 4 DE JANEIRO
A melhor escolha
Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó. Hebreus 11:24
A mãe biológica de Moisés teve apenas 12 anos para transmitir os valores
que o protegeram “da exaltação, de ser corrompido pelo pecado e de se
tornar soberbo em meio ao esplendor e à extravagância da vida na corte”
(História da Redenção, p. 108).
Certamente, seus primeiros 40 anos foram passados com os reis da 18a
dinastia egípcia: Tutmés I, Tutmés II e a rainha Hatshepsut, sua mãe
adotiva e filha de Tutmés I. Mesmo assim, Moisés manteve sua fé. “Talvez
o possível temor de que [um hebreu monoteísta] tomasse a coroa tenha
levado os sacerdotes de Amom a conduzirem uma revolução no templo
vários anos antes, colocando no trono um filho ilegítimo de Tutmés II, o
marido falecido de Hatshepsut” (Dicionário Bíblico Adventista, p. 915).
Moisés preferiu o Deus de Israel ao trono do Egito.
Tutmés III, o escolhido para reinar no lugar que poderia ter sido de
Moisés, tornou o Egito a nação mais poderosa e civilizada de sua época. Foi
também um grande construtor e, nesse período, oprimiu os escravos
hebreus.
Moisés e Tutmés III eram dois líderes no mesmo palácio. Ellen White
deixa claro que “Moisés era o grande favorito dos exércitos de Faraó”
(História da Redenção, p. 108). Mas as histórias tomaram rumos diferentes.
Tutmés III preferiu o palácio, e Moisés fugiu para o deserto. Durante os 40
anos seguintes, Tutmés III morreu, e Moisés foi chamado de volta ao Egito,
para trocar “o cajado de pastor pela vara de Deus” (ibid., p. 111).
Dois líderes, duas escolhas e dois destinos. Um lutou pelo poder; o outro
aceitou o chamado para o serviço. Um escolheu o povo do Egito; o outro, o
povo de Deus. Um escolheu o palácio; o outro, o deserto. Um escolheu
exaltar o próprio nome; o outro, o nome de Deus. Um escolheu oprimir; o
outro, libertar. Resultado: um tem o nome na história; o outro, na
eternidade. A múmia de Tutmés III foi encontrada em 1889 já danificada, e
pude vê-la no museu do Cairo, no Egito. Moisés, porém, foi ressuscitado e
está no Céu.
Moisés fez a melhor escolha! Ele “recusou ser chamado filho da filha de
Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir
prazeres transitórios do pecado” (Hb 11:24, 25). Decida ficar ao lado do
Senhor, mesmo que seja necessário pagar um alto preço. O tempo e a
eternidade mostrarão os resultados.
DOMINGO 6 DE JANEIRO
Um pouco mais
E, apressando-se em despejar o cântaro no bebedouro, correu outra vez ao poço
para tirar mais água; tirou-a e deu-a a todos os camelos. Gênesis 24:20
Com muita esperança na providência divina, Abraão enviou Eliézer para
uma das viagens mais interessantes da Bíblia: a busca de uma esposa para
Isaque. Foi uma jornada de oração e compromisso com Deus.
Deus estava preparando Rebeca. O encontro foi inconfundível. Entre as
mulheres que estavam reunidas junto ao poço, seu jeito cortês atraiu a
atenção de Eliézer. Ao primeiro pedido de água, ela se adiantou. Deu de
beber ao viajante e a todos os camelos. Porque decidiu fazer um pouco
mais, foi a escolhida e entrou para a história do povo de Deus.
Eliézer viajava com dez camelos, e cada um bebia cerca de 120 litros de
água em dez minutos. Dá para imaginar seu imenso trabalho; mas, mesmo
fazendo um favor, ela não desistiu.
Rebeca representa um grupo de pessoas acima da média, que não se
contenta com o comum, quer ir além e fazer um pouco mais. Essas pessoas
não estão presas a limites humanos, não têm medo de desafios, aceitam
correr riscos e encaram tudo com sorriso no rosto e gentileza nas palavras.
Acreditam que “a recompensa dada aos que triunfam será proporcional à
energia e fervor com que lutaram” (Atos dos Apóstolos, p. 313, 314).
O aposentado japonês Shigemi Hirata é um exemplo de gente que faz um
pouco mais do que se espera. Ele se formou em ceramista pela
Universidade de Belas Artes de Kioto, aos 96 anos, tornando-se a pessoa
mais velha do mundo a obter um título universitário.
Depois de sua aposentadoria, Hirata dedicou 11 anos ao estudo de
cerâmica e acabou se tornando uma celebridade em sua faculdade.
Segundo ele, até estudantes que não o conheciam lhe davam parabéns.
“Isso me dá energia”, ele acrescentou. Seus sonhos ainda não acabaram:
“Meu objetivo é viver até os cem anos e, se estiver em forma, seria
divertido obter outro diploma.” Ele está cumprindo fielmente o princípio
japonês: “Treine enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem,
persista enquanto eles descansam, e então, viva o que eles sonham”.
A verdade é que, “quando há vontade de fazer, Deus abre o caminho”
(Obreiros Evangélicos, p. 433). As coisas grandes nunca se fazem na zona de
conforto. Muitas vezes é preciso perder o sono para alcançar o sonho. Com
fidelidade, dedicação e oração você chega lá.
SEGUNDA 7 DE JANEIRO
Confie no Senhor
Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim Se levantará sobre a terra. Jó
19:25
Alguns anos atrás, tive uma conversa muito difícil com duas mulheres
decepcionadas com Deus. Eram mãe e filha encarando o drama da morte. A
mãe havia perdido o esposo poucos meses antes, e a filha, bem jovem,
também havia ficado viúva. Seu esposo, um comerciante bem-sucedido,
entrou em uma forte depressão e acabou tirando a própria vida. Um drama
difícil de explicar e entender.
Nossa conversa não terminou bem. As duas estavam revoltadas e foram
claras: “Não queremos mais saber de Deus. Nossa confiança Nele acabou.”
Não foi fácil, mas terminei apenas lhes deixando uma questão para
reflexão. Perguntei: Quando vocês estão em um trem, que entra num túnel
escuro, como reagem? Pulam fora do vagão ou seguem firme até chegar do
outro lado?
Ao passar pelo túnel escuro do sofrimento, Jó decidiu segurar firme na
mão de Deus. Esteve no palco do grande conflito entre Cristo e Satanás, e
isso, com certeza, não foi fácil. A Bíblia diz que ele era “íntegro e reto,
temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1).
Por que Jó precisou enfrentar tamanha provação? A reputação divina
estava em suas mãos; pois, se ele falhasse, as acusações do inimigo
triunfariam. De um lado, Deus assumia que Seu servo não falharia; do
outro, Satanás insistia que Jó não resistiria. Por que outros filhos fiéis
tiveram destinos diferentes? Enoque foi transladado sem ver a morte,
Moisés descansou e ressuscitou, Elias foi arrebatado em um carro de fogo.
E, no caso de Jó, qual foi o segredo de sua vitória apesar de tanto
sofrimento, doença, perda, rejeição e morte na família?
A única resposta é a confiança em Deus. Ela foi muito bem descrita nas
palavras que encontrei em um quadro, durante uma visita pastoral. A
mensagem dizia: “Meu Deus, não Te entendo, mas confio em Ti.” Não
tenha dúvida de que o “Senhor não coloca sobre alguém fardos demasiados
para serem carregados. Ele calcula o peso de cada carga antes de permitir
que esteja sobre o coração dos que estão trabalhando juntamente com Ele”
(Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 297). Em realidade, nossa bendita
esperança nos motiva a enfrentar os desafios da vida. Nossa jornada não é
fácil, mas a confiança em Deus fortalece nossos passos, orienta nossa
direção e nos prepara para o fim do trajeto, quando encontraremos as
respostas definitivas para todas as nossas dúvidas. Vale a pena confiar em
Deus.
QUARTA 9 DE JANEIRO
Objetivo claro
Onde quer que Ele entrasse nas aldeias, cidades ou campos, punham os
enfermos nas praças, rogando-Lhe que os deixasse tocar ao menos na orla da
Sua veste; e quantos a tocavam saíam curados. Marcos 6:56
Certa vez, uma frase escrita em um muro me impressionou: “Apenas os
hospitais são capazes de provar que todos os homens são iguais.” Uma
descrição simples e ao mesmo tempo profunda do egoísmo, orgulho e
vaidade que dominam o coração, dividem os seres humanos e causam
tantas tragédias.
Jesus era o contrário dessa descrição. Deixou a glória do Céu e não
alimentou o orgulho no coração. Mesmo sendo Deus, em Sua humanidade
não Se tornou autossuficiente. Sua fama era tão grande que as pessoas
faziam qualquer sacrifício para encontrá-Lo, receber Seu toque, ouvir Suas
palavras e ter cura ou libertação. Porém, isso não fez Dele uma pessoa
egocêntrica.
O risco do orgulho e autossuficiência eram imensos. Ele foi tentado a
pegar uma carona na fama e deixar de lado a verdadeira razão de Sua vinda
à Terra. Poderia cair na tentação, tantas vezes sugerida pelos apóstolos e
esperada pelas multidões, de Se tornar rei e libertar o povo do domínio
romano. Mas Jesus não perdeu Seu objetivo.
Que tremendo contraste quando comparamos a exaltação de Satanás e a
humilhação de Jesus. O objetivo de Satanás era o eu; o de Cristo, a
humanidade. O inimigo queria o benefício próprio; Jesus, a nossa salvação.
E você? Como agiria se tivesse as mesmas oportunidades? Imagine todos
querendo estar perto de você, ouvir sua voz e tocar sua roupa. Você
conhece, com clareza, o objetivo de sua vida? Sabe quem realmente é e
quem está no comando de seus sentimentos? Lembre-se de que “não
temos exteriormente inimigos que precisemos temer. Nosso grande
conflito é contra o eu não consagrado. Quando vencemos o eu, somos mais
do que vencedores por Aquele que nos amou” (Conselhos Sobre Mordomia,
p. 21, 22).
Ter o foco certo não é pensar menos de si mesmo, mas menos em si
mesmo. Isso traz recompensa imediata. Siga o exemplo de Jesus, mantendo
a humildade e o objetivo da vida claro. Benjamin Franklin nos lembra:
“Quando somos bons para os outros somos ainda melhores para nós
mesmos.”
QUINTA 10 DE JANEIRO
Distância perigosa
Mas Pedro O seguia de longe até ao pátio do sumo sacerdote e, tendo entrado,
assentou-se entre os serventuários, para ver o fim. Mateus 26:58
Simão Pedro foi um homem intenso e inconstante. Em muitas situações,
seguiu Jesus de longe. Em Mateus 26, por exemplo, encontramos seis
momentos em que ele estava fisicamente perto de Cristo, mas seu coração
mantinha uma distância perigosa.
O primeiro aconteceu na santa ceia (v. 20-30). Em uma das mais solenes
cerimônias religiosas da história, seu coração estava distraído, e sua visão,
sem foco. Nesse caso, ele representa aqueles que vão à igreja com
preocupação meramente relacional e mundana. Sempre distraídos das
realidades espirituais profundas, perdem a oportunidade de consagrar a
vida a Deus.
No segundo momento, Pedro rejeitou o alerta e preferiu a exaltação (v.
31- 33). Em vez de se apoiar em Cristo, optou por exaltar a própria
condição. Esse fato simboliza os que brigam por cargos e posições, são
autoconfiantes, duros na crítica e sempre tentam ser melhores que os
outros.
No terceiro, Pedro expressou com palavras o que não sentia no coração
(v. 35). Foi convincente ao afirmar: “Morrerei, mas não Te negarei.”
Representou uma religião feita de boas intenções, mas da boca para fora.
No quarto momento, dormiu quando deveria estar orando (v. 37-45).
Jesus foi insistente, mas Pedro não resistiu. Quando agimos assim,
começamos a perder o interesse pelas coisas de Deus. Na oração, aumenta
o cansaço e diminui a vontade. A Bíblia fica fechada; a Lição da Escola
Sabatina, esquecida; e os escritos de Ellen White, empoeirados.
No quinto, Pedro tentou resolver as coisas de seu jeito (v. 51-54). Não
teve paciência e enfrentou sozinho a multidão. Nesse caso, ele agiu como
aqueles que não perseveram em oração. Se Deus não age, querem dar o
próprio jeito.
No sexto, tentou esconder sua identidade religiosa (v. 69-75). A queda foi
desmascarada com o cantar do galo. Essa situação ilustra a realidade das
pessoas que, para não perder amigos, negam o que acreditam e perdem
oportunidades de testemunhar, por medo e vergonha.
Não se distancie de Jesus. Siga-O de perto, fundamente sua vida Nele, e
você será constante e firme como uma pedra.
SEGUNDA 14 DE JANEIRO
Visão positiva
Ao partirem, disse-lhes: Não contendais pelo caminho. Gênesis 45:24
Neal C. Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista de 1979 a 1990,
gostava de contar a história de uma de suas passagens por Gana, país da
África Ocidental. Ao visitar uma tribo, deram-lhe uma escultura na qual a
mão de uma pessoa segurava um ovo. Achando o presente diferente,
perguntou ao líder da tribo se tinha algum significado especial. A resposta
foi rápida: “Sim. A liderança é como um ovo na mão. Se apertar demais ele
quebra e se soltar demais ele cai.” Tremenda sabedoria! O desafio é
encontrar esse equilíbrio não apenas na liderança, mas em todas as áreas
da vida.
Nelson Mandela disse certa vez que “uma boa cabeça e um bom coração
sempre farão uma formidável combinação”. Infelizmente, não é assim que
muita gente tem vivido. Você tem observado como as pessoas, em geral,
estão mais negativas, tensas, críticas e desiludidas? Há uma multidão
olhando apenas para o lado cinza da vida.
Não é assim que devemos nos portar. Precisamos alimentar uma visão
mais positiva e equilibrada da vida para sermos “sal da terra” e “luz do
mundo”. Tudo começa pela fonte de alimento espiritual. Quem bebe da
Água da Vida tem o fruto do Espírito (Gl 5:22, 23). Por sua vez, quem bebe
água mortal do pecado vai refletir as obras da carne (Gl 5:20, 21).
O cristão deve ser um instrumento de paz, agir sempre com equilíbrio e
ter uma visão positiva da vida. Porém, isso só se torna realidade quando
permitimos que Deus trabalhe em nós. Ellen White adverte: “Muitos
pedem ao Senhor que os torne humildes, mas não estão dispostos a se
submeterem à necessária disciplina. Quando sobrevém a prova, quando as
aflições ou mesmo os contratempos ocorrem, o coração se rebela, e a
língua profere palavras que são como setas envenenadas ou saraiva de
granizo” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 176). Quando seguimos o
exemplo de Cristo, nossos sentimentos, pensamentos, palavras e ações
iluminam e dão sabor ao mundo.
Os desafios da vida são como frágeis ovos em nossas mãos. Com
equilíbrio, não os quebramos nem os soltamos. Permita que o Espírito
Santo tempere sua mente e seu coração com as virtudes do Céu. Assim,
você terá sempre a leveza e a firmeza necessárias para abençoar a todos
que estiverem sob sua influência.
SEXTA 18 DE JANEIRO
Tu és fiel
E o meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus,
cada uma de vossas necessidades. Filipenses 4:19
Muitos dos hinos que nos inspiram nasceram de uma experiência
dramática. Mas não foi assim com “Tu És Fiel, Senhor”, (Hinário Adventista,
no 35), composto por Thomas O. Chisholm (1866-1960).
Chisholm nasceu em uma cabana de madeira crua nos Estados Unidos.
Teve um começo humilde, só conseguiu completar o primário, e, mesmo
assim, com muito sacrifício. Apesar disso, aos 16 anos, começou a carreira
de professor, dando aulas na mesma escola em que havia estudado.
Depois de aceitar a Cristo, aos 21 anos, tornou-se editor e, em 1903, com
37 anos, foi ordenado ao ministério. Pouco tempo depois, acabou tendo
que abandonar suas atividades pastorais, por problemas de saúde. Decidiu,
então, mudar-se com a família para uma fazenda onde teve melhores
condições para se dedicar à poesia e à composição de hinos.
Foi um período muito produtivo poeticamente. Sua maior inspiração
vinha dos momentos devocionais com Deus. Foi nesse contexto que
compôs “Tu És Fiel, Senhor”. A mensagem expressou, de maneira profunda,
o sentimento de gratidão ao Senhor por Sua grande fidelidade. Em 1916, já
se sentindo melhor, voltou a trabalhar como vendedor de seguros, mas
continuou compondo hinos.
Numa carta de 1941, Chisholm disse: “Minha renda não tem sido grande
durante todos esses anos, devido à minha saúde debilitada que me
persegue há muito tempo. Mas não posso deixar de registrar a fidelidade de
Deus, que Se mantém infalível e tem me dado muitas e maravilhosas
manifestações de Seu cuidado providencial. Por isso meu coração está
cheio de gratidão.” Em toda sua longa vida, ele escreveu mais de 1.200
poemas com mensagens espirituais, dos quais 800 foram publicados.
Aproveite este momento para renovar sua confiança em Deus, dizendo
para Ele: “Tu és fiel, Senhor, ó Deus eterno! / Teus filhos sabem que não
falharás! / Nunca mudaste, Tu nunca faltaste, / Tal como eras, sim, sempre
serás. / Tu és fiel, Senhor! Tu és fiel, Senhor! / Dia após dia Tuas bênçãos
nos dás / Tua mercê nos sustenta e nos guarda; / Sim, para sempre, ó Deus,
fiel serás.”
DOMINGO 20 DE JANEIRO
O relógio de Deus
Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à
meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã; para que, vindo ele
inesperadamente, não vos ache dormindo. Marcos 13:35, 36
O efeito da Segunda Guerra Mundial e a preocupação com o uso de
bombas atômicas motivaram um grupo de cientistas da Universidade de
Chicago a criar o que foi chamado de Relógio do Fim do Mundo. Nesse
símbolo, a meianoite representa o fim do planeta.
O lançamento desse relógio foi em 1947, durante a Guerra Fria entre os
Estados Unidos e a extinta União Soviética. Naquela ocasião, marcava sete
minutos para a meia-noite. Desde então, tem sido avançado ou retrocedido
em intervalos regulares, dependendo da situação mundial. Em janeiro de
2017, foi mudado de três para dois minutos e trinta segundos; em janeiro
de 2018, chegou a dois minutos para a meia-noite.
O que esse grupo de cientistas tem feito apenas amplia a mensagem
profética. Afinal, Jesus já falava do fim do mundo à meia-noite, e Ellen
White também disse: “A vinda de Cristo será, por assim dizer, à meia-
noite” (Maranata: O Senhor Vem!, p. 53). Antes desses cientistas, Deus já
tinha o próprio relógio. Que horas ele deve estar marcando?
Não conhecemos o dia nem a hora (Mt 25:13), mas podemos concluir
com facilidade que, na situação em que o planeta está, ou Cristo volta logo
ou o mundo vai acabar por si só. Já não é apenas um tema profético, mas
uma questão evidente. Entretanto, apesar de todas as crises e tragédias, o
mundo só vai terminar no momento em que o relógio de Deus indicar.
“Silenciosamente, despercebida como o ladrão à meia-noite, virá a hora
decisiva que determina o destino de cada homem, sendo retraída para
sempre a oferta de misericórdia ao homem culpado” (O Grande Conflito, p.
491). Jesus precisa intervir e começar a escrever uma nova história, do
ponto onde o pecado a interrompeu.
Podemos dizer que já “ouvimos os passos de um Deus que Se aproxima”
(Evangelismo, p. 219), e com muito mais intensidade. O grande risco,
porém, é a acomodação. É muito perigoso achar que tudo está normal e
não perceber a agitação dos ventos e a força dos alertas.
Não tire os olhos do Céu nem troque a eternidade pelo que está ao redor.
Hoje é o dia de preparo para nossa esperança. Amanhã pode ser muito
tarde.
SEGUNDA 21 DE JANEIRO
Milagre na prisão
Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres. João 8:36
Participando do projeto Missão Calebe, os jovens desenvolvem sua
vocação missionária e servem à comunidade, estabelecendo novas igrejas,
dando estudos bíblicos e levando pessoas ao batismo. Cada ano os milagres
e histórias emocionantes se repetem. Os participantes deixam sua marca,
mas também são transformados nesse grande movimento missionário.
O desafio de cada calebe, como são chamados, é usar sua paixão e
criatividade, típica dos jovens, para quebrar barreiras e levar a mensagem a
lugares desafiadores. E eles nunca decepcionam.
Em Luzilândia, no Piauí, um grupo de calebes aceitou o desafio de levar
esperança à pequena cidade de Matias Olímpio, com pouco mais de 10 mil
habitantes. Eles não tinham ideia dos milagres que Deus estava
preparando.
O auditório alugado para a campanha evangelística ficava nos fundos da
delegacia. Sem que eles soubessem, todas as noites, aproximadamente 20
detentos acompanhavam a mensagem de dentro das celas. Até que um dos
missionários decidiu visitar a delegacia e descobriu o que estava
acontecendo. Os presos não apenas ouviam a mensagem, mas também
atendiam ao apelo de onde estavam.
A equipe de jovens começou a visitar todos os dias a cadeia e dar apoio
pessoal aos detentos. Durante a pregação da noite, mencionavam os nomes
dos encarcerados que, do outro lado, respondiam “amém”. Como resultado,
três detentos foram batizados.
No momento do batismo, o pastor Marcos Elias, que dirigia a cerimônia,
percebeu que um dos policiais se emocionava a cada palavra que ouvia.
Após a reunião, o pastor buscou mais informações e descobriu que era o
delegado Sampaio, chefe da polícia na cidade.
Sampaio também ouviu as mensagens evangelísticas, de seu escritório.
Em uma das noites, passou em frente ao auditório, observou o que estava
acontecendo, mas não entrou. No dia seguinte, foi tocado pela pregação e
começou a frequentar as reuniões. Cada noite, emocionado, atendia ao
apelo e, no encerramento do programa, foi batizado. Além dele, mais 43
pessoas foram batizadas.
Deus continua surpreendendo ainda hoje. Para toda ousadia missionária,
Deus concederá milagres mais surpreendentes. Experimente isso em sua
vida.
QUARTA 23 DE JANEIRO
Ações e intenções
Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém
no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes,
o seu prazer está na lei do SENHOR, e na Sua lei medita de dia e de noite. Salmo
1:1, 2
O livro dos Salmos tem uma grande riqueza histórica e teológica, mas
também mostra a importância do louvor no contexto da adoração. Era o
antigo hinário de Israel. Seus 150 salmos estão divididos em cinco “livros”
que, segundo a tradição judaica, estão diretamente relacionados com o
Pentateuco. Suas composições alcançam um período de cerca de 900 anos,
desde o tempo de Moisés até o começo do 5o século antes de Cristo.
O Salmo 1 é uma introdução geral ao livro. Ele separa justos e ímpios,
dando destaque aos fiéis filhos de Deus. O justo é “bem-aventurado”, “não
anda”, “não se detém”, “nem se assenta”, vencendo a atração e a decadência
causadas pelo pecado. Suas ações são corretas, representam a vontade do
Senhor e dão bom testemunho.
Como ensina o salmo, o cristão deve ter compromisso com ações
corretas, mas precisa ir mais além e ser movido por intenções puras. As
ações são importantes para testemunhar aos homens, mas as intenções são
fundamentais para ser avaliado por Deus. Ambas precisam estar em
equilíbrio. Se não for assim, vamos repetir a história dos fariseus, que eram
“perfeitos” por fora e corrompidos por dentro. Se as intenções não forem
saudáveis, as ações serão equivocadas. Faremos o que é certo apenas para
impressionar, receber aplauso, aprovação, promoção ou até mesmo para
tentar garantir a vida eterna.
Por isso, o salmista destaca que o prazer do cristão “está na lei do SENHOR”
(Sl 1:2). Antes do fazer vem o ser. Antes de aparecer diante dos homens é
preciso buscar a presença de Deus e colocar ações e intenções na ordem
certa.
Quando você busca a Deus, antes de qualquer coisa, tem prazer nestes
momentos e faz deles um hábito que se repete “dia e noite”. Sua vida se
torna “como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido
tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto […] faz
[em sua vida] será bem-sucedido” (v. 3).
Para que isso se torne realidade em sua jornada ao Céu, permita que
Deus molde suas intenções, dirija suas ações e abençoe as consequências
de suas escolhas. Só assim você será realmente bem-aventurado.
SEXTA 25 DE JANEIRO
Ricos de esperança
E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que
sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo. Romanos 15:13
A primeira igreja adventista da Bolívia foi estabelecida na pequena cidade
de Rosário. Foi para lá que me dirigi com outros líderes da Igreja para
celebrarmos o centenário do adventismo naquele país em 2007. Saímos de
La Paz num sábado, às 4h15 e viajamos em cinco caminhonetes 4x4, para
chegar até o lugar. Durante mais de quatro horas, atravessamos o altiplano
boliviano a uma altitude de 4.200 metros acima do nível do mar, em
estradas de terra e atravessando pequenos rios, até chegar à cidade.
Atualmente, na pequena cidade de Rosário, quase todos os habitantes
são adventistas. O único templo de outra denominação está abandonado e
destruído. Os irmãos ainda conservam o espírito dos pioneiros. Alguns
chegam a caminhar quatros horas para ir ao culto cada sábado.
Naquela época, o pastor local cuidava de 72 congregações e morava em
quatro casas diferentes. O perímetro de seu distrito pastoral era cerca de
800 quilômetros. O casal tinha apenas uma filhinha de dois anos. Eles
viviam um mês em cada casa, atendendo às igrejas mais próximas.
Depois da visita, fiquei pensando na realidade daqueles irmãos e de seu
pastor. Eles vivem em uma região financeiramente carente e têm muitos
desafios; mas, em sua simplicidade, são “ricos de esperança”. A vida é
comprometida com as coisas de Deus, e isso é o que tem mais valor.
Também analisei a qualidade do meu comprometimento, em condições
muito mais fáceis e favoráveis.
E você? Já avaliou o nível de seu comprometimento? Sua liderança não
está fazendo falta na igreja em que frequenta? Seu preparo pessoal não está
sendo usado apenas para o crescimento profissional? Tem gente com
“fome” da Palavra perto de você, esperando sua mão estendida para
compartilhar esperança? Sua entrega pode ser maior do que tem sido?
Ellen White assegura: “A tarefa a que somos chamados não requer riquezas,
posição social, nem grandes capacidades. O que se requer é um espírito
bondoso e abnegado e firmeza de propósito. Uma luz, por pequena que
seja, se estiver sempre brilhando, pode servir para acender muitas outras”
(A Ciência do Bom Viver, p. 355). Comprometa-se com a obra de Deus e
enriqueça sua vida com fé e esperança.
SEGUNDA 28 DE JANEIRO
Coisas pequenas
Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o
muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mateus 25:21
O dia 28 de janeiro de 1986 entrou para a história. Às 11h38 de uma
terça- feira, o ônibus espacial Challenger explodiu em pleno ar, aos 72
segundos de voo, com sete tripulantes a bordo.
Todas as atenções estavam voltadas para o Challenger. Durante cinco
anos, a NASA desenvolveu o programa que tinha sido elaborado para deixar
as viagens espaciais mais rotineiras, com a ajuda de uma espaçonave
reutilizável.
O próprio Challenger já havia viajado nove vezes ao espaço, mas aquela
seria a primeira vez em que um cidadão comum estaria no voo. Entre mais
de 10 mil concorrentes, a escolhida foi a professora Christa McAuliffe, de
37 anos. A viagem seria transmitida para milhares de escolas nos Estados
Unidos.
A decolagem foi adiada duas vezes por problemas técnicos, mas o dia
havia chegado. Trinta e seis segundos depois da decolagem, o Challenger
atravessou a barreira do som e foi atingido por um forte vento lateral, que
obrigou o sistema de navegação de bordo a corrigir a potência dos foguetes
propulsores. Quando alcançou a potência máxima, uma chama começou a
queimar as junções do foguete propulsor de estibordo e, em seguida,
toneladas de combustível líquido envolveram a nave em uma bola de fogo.
Tudo aconteceu tão depressa que não houve tempo para acionar nenhuma
manobra de emergência.
Enquanto o Challenger se desintegrava no ar, alguns tripulantes
tentaram ativar suas provisões de oxigênio de emergência; mas, embora a
cabine tenha se conservado praticamente intacta até cair no oceano, a
pressão aerodinâmica matou aqueles que sobreviveram à explosão inicial.
Uma investigação provou que juntas de borracha que deveriam ter selado
a união entre os segmentos do foguete propulsor haviam falhado na
decolagem. O relatório do acidente informou, mais tarde, que os gestores
da NASA sabiam desse problema, mas o trataram como “um risco de voo
aceitável”.
Também estamos em viagem para o Céu. Não permita que coisas
pequenas transformem sua esperança em tragédia. O alerta é claro: “A
formação de nosso caráter será cheia de perigos, se avaliarmos mal a
importância das coisas pequenas” (Parábolas de Jesus, p. 356). Ore hoje para
que o Espírito Santo sele sua vida de modo que sua viagem ao Céu tenha
um final feliz!
TERÇA 29 DE JANEIRO
Outro espírito
Porém o Meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em
seguir-Me, Eu o farei entrar a terra que espiou, e a sua descendência a possuirá.
Números 14:24
Gosto de observar gente equilibrada, que produz unidade e harmonia por
onde passa, refletindo o caráter de Cristo. Afinal, essas características são
as maiores demonstrações de um cristianismo verdadeiro e concretizam o
sonho de Deus para Seu povo.
Calebe é um dos bons exemplos desse tipo de atitude. Você se lembra do
momento em que o povo de Israel ficou dividido por causa do relatório dos
12 espias que visitaram a Terra Prometida? Foi uma situação cheia de
desânimo, falta de fé e crítica. Lembra-se também da atitude de Calebe? Ao
lado de Josué, ele escolheu ficar com as promessas de Deus, ver o que era
positivo e motivar o povo a seguir em frente. Quando a maioria tinha um
espírito de agitação, ele demonstrou equilíbrio e confiança na direção
divina. Calebe teve “outro espírito”. Como resultado, herdou a Terra
Prometida.
No entanto, parece que é mais fácil seguir os negativistas e pessimistas.
Foi assim também com a maioria do povo. Observe que, em Números 13,
está a lista dos 12 príncipes que foram espiar a terra, exatamente a última
vez em que o nome dos dez murmuradores foi mencionado. Eles acabaram
no esquecimento porque a história não tem lugar para quem só enxerga o
lado negativo. Esse tipo de pessoa sempre anda para trás e ainda tenta
levar outros.
Já aqueles que têm “outro espírito” são os que escrevem a história. Foi o
caso de Josué e Calebe. Um se tornou líder do povo, e o outro, um
conquistador vitorioso e destemido. E você? Qual é o seu espírito? Lembre-
se do que disse Winston Churchill: “O pessimista vê dificuldade em cada
oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade.”
A família, a sociedade e a igreja estão precisando desesperadamente de
gente que tenha “outro espírito”. O mundo tem pessimistas e negativistas
demais. Há uma carência de pessoas equilibradas, de gente que sabe
defender a verdade com amor.
Deus está chamando você para ser assim. Isso é ser sal e luz na Terra.
Lembre-se, porém, de que o “outro espírito” vem apenas como resultado da
atuação do Santo Espírito.
QUINTA 31 DE JANEIRO
Consolador x acusador
E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para
sempre convosco. João 14:16
Há um contraste muito forte na Bíblia entre os nomes e papéis do
Espírito Santo e de Satanás. Eles trabalham intensamente pelo coração
humano, mas com objetivos completamente diferentes.
Consolador é uma das formas mais impactantes como o Espírito Santo é
chamado. Esse termo é a tradução de uma expressão grega que se refere a
alguém chamado para auxiliar como conselheiro, intercessor, mediador ou
como advogado no tribunal. João chama o Espírito Santo dessa maneira
quatro vezes em seu evangelho, e uma, em sua primeira epístola.
Ao referir-se ao inimigo, João usa o termo acusador (Ap 12:10). Aliás,
essa é uma das principais funções de Satanás. Por isso, esse nome o retrata
muito bem.
Nossas atitudes sempre demonstram qual desses poderes controla nossa
vida. Infelizmente tem gente que confunde as coisas e age como acusador,
dizendo ser usado pelo Consolador. Alguns chegam às igrejas com
aparência de piedade; criticam a organização e a liderança sem fundamento
ou espírito cristão, apresentam uma “nova mensagem”; têm um discurso
unilateral, falando de um ou dois pontos doutrinários de forma insistente,
ou aproveitam para semear dúvida na mente das pessoas.
A história do povo de Deus mostra que sempre houve esse tipo de
pessoas. Qual foi o resultado? Crises, agitação, divisão, dor e apostasia. Isso
vem do Consolador? Com certeza, não. No fim, esses movimentos ficam
pelo caminho. Seus líderes desaparecem e abandonam seus seguidores,
muitos dos quais não conseguem se refazer espiritualmente.
A Igreja, porém, avança firme. Mesmo frágil e defeituosa, ela é mantida
pelo Senhor. No entanto, quanto mais perto da volta de Cristo, mais fortes,
frequentes e insistentes serão esses movimentos. Essa é uma terrível
estratégia do inimigo. Ellen White adverte: “Se Satanás não consegue
prender as pessoas no gelo da indiferença, ele procurará impeli-las para o
fogo do fanatismo” (Mente Caráter e Personalidade, v. 1, p. 38). A falta de
equilíbrio sempre demonstra falta de Deus.
Nestes últimos dias, precisamos nos unir ao redor da verdade e da
missão, mas sempre no espírito do Consolador e não usando as armas do
acusador.
Fevereiro
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28
SEXTA 1° DE FEVEREIRO
Melhor amigo
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor
dos seus amigos. João 15:13
Joseph Scriven (1819-1886) nasceu na Irlanda, em uma família bem
estruturada, mas desde cedo a tragédia o alcançou. Na noite anterior a seu
casamento, perdeu a noiva em um afogamento. Envolvido em profunda
tristeza, entendeu que apenas o amigo Jesus lhe daria o consolo de que
tanto precisava. A partir dessa experiência, compôs “Oh! Que Amigo em
Cristo Temos” (Hinário Adventista, no 420). Esse hino tem sido um canal de
esperança para o coração de muitas pessoas.
Em reação à perda trágica de sua noiva, Scriven decidiu começar uma
nova vida e se mudou para o Canadá, estabelecendo-se em Port Hope, na
Província de Ontário. Ele decidiu dedicar sua vida como professor para
ajudar outras pessoas em uma escola para os irmãos de Plymouth.
Resolveu também servir sem nenhuma remuneração a todos que
precisassem dele. Doava até mesmo a própria roupa para ajudar os
necessitados. Ficou conhecido como “O Bom Samaritano de Port Hope”.
No entanto, a tragédia o alcançou novamente. Dessa vez, sua segunda
noiva adoeceu gravemente de pneumonia, depois de ser batizada em um
lago gelado, e faleceu. Associado a isso, enfrentou também grande
sofrimento físico, financeiro e a enfermidade da mãe. Enviou a ela uma
carta de conforto com as palavras do hino “Oh! Que Amigo em Cristo
Temos”.
O hino foi publicado anonimamente e, até pouco antes da sua morte,
ninguém sabia de seu dom poético. Um vizinho que foi ajudá-lo durante
uma enfermidade viu a poesia escrita num papel ao lado de sua cama e
perguntou: “Foi o irmão que escreveu isto?” Ele respondeu com humildade:
“O Senhor e eu a escrevemos juntos.”
Como você reage na hora da dor e do sofrimento? O melhor a fazer é
dobrar os joelhos, recorrer ao melhor Amigo e lembrar que “Devemos nos
manter tão perto de Deus que, em cada provação inesperada, nossos
pensamentos se voltem para Ele tão naturalmente quanto a flor se volta
para o Sol” (Caminho a Cristo, p. 99).
SEGUNDA 4 DE FEVEREIRO
Resgate
Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar
a Sua vida em resgate por muitos. Marcos 10:45
Durante a Copa do Mundo de futebol do ano passado, realizada na
Rússia, uma equipe de futebol juvenil da Tailândia, os Javalis Selvagens,
acabou atraindo a atenção de todos. Depois do treino, que realizaram em
23 de junho, os jogadores e o técnico decidiram explorar uma imensa rede
de cavernas e acabaram ilhados devido a uma inundação. O técnico ajudou
os meninos a manter a calma, usar o mínimo de ar e poupar energia.
Tinham apenas lanternas, oxigênio e água que caía das paredes da caverna.
Os pais e amigos estavam desesperados. Encontraram apenas bicicletas,
mochilas e algumas chuteiras na entrada da caverna. Um grande
movimento de busca foi organizado para encontrar os 13 desaparecidos. O
fato mobilizou a imprensa mundial.
Cerca de mil pessoas ajudaram, formando uma grande corrente de
solidariedade e fé. Profissionais trabalhavam nas buscas, vizinhos
arrecadaram dinheiro e comida para as famílias, e amigos cantavam e
oravam na entrada da caverna.
John Volanthen e Rick Stanton avançaram na lama e na escuridão até
finalmente encontrar os meninos e o técnico. Infelizmente, Saman Kunan,
mergulhador aposentado da Marinha tailandesa, morreu durante a
operação.
As águas continuaram subindo rapidamente, e não havia como esperar
mais. O resgate começou em 7 de julho e demorou três dias até que o
técnico e o último menino fossem retirados. Logo depois que os
mergulhadores e médicos saíram, a água inundou o lugar.
Essa história nos ajuda a refletir sobre nosso resgate do pecado. Imagine
o sofrimento das famílias, durante as duas semanas que esperaram por
uma solução, e você vai entender melhor o sofrimento de Deus, dos anjos e
dos mundos não caídos ao contemplar nossa condição e a longa espera
pelo momento certo do resgate. Pense na mobilização realizada pela busca
daqueles meninos e vai ficar mais fácil entender o envolvimento de todo o
Céu em nossa salvação. Sinta a dor da morte de um dos voluntários e você
vai entender melhor a morte de Cristo para poupar nossa vida.
Nosso resgate também terá um final feliz. Em breve, Cristo nos levará de
volta para casa. Não perca esta esperança.
TERÇA 5 DE FEVEREIRO
O triunfo da verdade
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR; como a alva, a Sua vinda é
certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a
terra. Oseias 6:3
A organização da obra Adventista do Sétimo Dia no território da Divisão
Sul-Americana teve capítulos marcantes. No dia 3 de janeiro de 1890, a
comissão de missões estrangeiras da igreja mundial fez um apelo a homens
que tivessem alguma profissão de sustento próprio para que se mudassem
para a América do Sul. Em fevereiro do mesmo ano, Jorge Riffel chegou à
Argentina.
No dia 18 de agosto de 1894, com a chegada do pastor Frank Westphal,
foi dado o grande passo para organizar a obra em nossa região. Ele se
tornou presidente de nossa primeira estrutura administrativa, que era
chamada de Missão Costa Leste da América do Sul.
Por problemas de saúde, em 1901 toda a família de Frank Westphal
retornou aos Estados Unidos. Mas José, irmão de Frank, foi enviado para
substituí-lo. Em 1927, o pastor José Westphal escreveu um livro para
contar suas aventuras durante os 33 anos que trabalhou em nossas terras.
O título da obra, porém, tornou-se uma amostra dos desafios que ainda
existiam na região: “Pioneirismo no Continente Negligenciado”.
No entanto, no último capítulo, que chamou de “O Triunfo da Verdade”,
ele revelou a confiança de que o continente seria conquistado pelo Senhor.
De modo geral, as denominações protestantes eram céticas em relação à
pregação do evangelho em nosso continente, por conta da predominância
católica na região.
A Igreja Adventista, no entanto, olhava com atenção para a América do
Sul. De acordo com George Knight, a segunda grande oferta mundial da
Escola Sabatina, recolhida em 1890 para o campo missionário, foi
destinada à Missão Sul-Americana. Em 1913, a Associação Geral tomou o
voto de “agrupar as oito repúblicas ao sul da linha equatorial em uma
unidade administrativa”. Há exatamente 103 anos, no dia 6 de fevereiro de
1916, foi organizada nossa sede administrativa, em La Plata, Argentina,
com os mesmos oito países que hoje compõem a Divisão Sul-Americana.
Deus cuidou de cada detalhe do passado, tem nos sustentado no presente
e com certeza reserva coisas ainda maiores para o futuro. Apenas
“conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”.
QUINTA 7 DE FEVEREIRO
Grão de mostarda
É como um grão de mostarda, que é a menor semente que se planta na terra.
No entanto, uma vez plantado, cresce e se torna a maior de todas as hortaliças.
Marcos 4:31, 32, NVI
O grão de mostarda representa muito bem a história da Divisão Sul-
Americana. A sede que coordena o trabalho da Igreja Adventista na
Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai
começou muito simples e pequena, mas Deus sempre esteve no comando.
Em fevereiro de 1916, quando a sede sul-americana foi organizada, havia
apenas um presidente, o missionário norte-americano Oliver Montgomery,
e um secretário-tesoureiro. Éramos 4.903 membros batizados, 88 igrejas,
três Uniões e 15 campos locais. Mas a igreja mundial criou as condições
para o crescimento, enviando para nossa região 13,11% de todos os
recursos destinados aos campos missionários.
Menos de uma década depois, em 1922, o pastor Montgomery foi
escolhido presidente da Divisão Norte-Americana e retornou para sua
pátria. Mas o trabalho naquele que era chamado de “continente
negligenciado” se tornou tão relevante que Rubén R. Figuhr, presidente da
Divisão Sul-Americana de 1941 a 1950, foi escolhido presidente da igreja
mundial.
O grão de mostarda cresceu, multiplicando a obra que havia começado
pequena. Dos 4.903 membros em 1916, a igreja já superou os 2,5 milhões
atualmente. Das 88 congregações, já ultrapassamos o número de 28 mil
igrejas e grupos. Dos 760 batismos do primeiro ano de nossa Divisão,
apenas em 2017, chegamos a 230.364 novos membros. Tínhamos, em
1916, a média de um adventista para cada 851 habitantes. Em 2018, nosso
número era de um para cada 136. Enquanto a população aumentou
139,96%, nos últimos 52 anos, a igreja na Divisão Sul-Americana cresceu
1.401,30%. Realmente temos que celebrar as bênçãos e renovar a
confiança na direção divina.
Esse caminho de conquistas foi aberto por pessoas como Jorge Riffel na
Argentina, Albert Staufer no Brasil e no Uruguai, Ferdinand Stahl no Peru,
Thomas Davis no Equador, Claudio e Antonieta Dessignet no Chile, Elwin
Snyder no Paraguai e Sebastián Pereira na Bolívia.
Os próximos capítulos dessa história estão em nossas mãos. Para escrevê-
los somos chamados a olhar com confiança através do para-brisa, mas sem
tirar os olhos do retrovisor.
SEXTA 8 DE FEVEREIRO
Liberdade e respeito
Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei. João 13:34
Uma das marcas históricas da Igreja Adventista do Sétimo Dia é sua
defesa da liberdade, tanto religiosa quanto de expressão. Desde nossa
origem, temos levantado essa bandeira não apenas para defender nosso
direito de crer, pregar e adorar, mas também para compartilhar os
princípios de liberdade e respeito com todos.
Em uma sociedade civilizada e com princípios religiosos, liberdade e
respeito deveriam ser valores naturais, mas nem sempre tem sido assim.
Basta observar que, enquanto 90% dos habitantes do mundo professam
alguma religião, o que deveria promover um ambiente de paz, amor e
tolerância, 70% da população vive em regiões com algum tipo de restrição
à liberdade religiosa e 32% têm restrição alta ou muito alta. Como em
nossa região a maioria dos países tem baixa restrição, acabamos nos
acomodando com o tema. Contudo, dia a dia, o cenário está se
modificando. Devemos ser gratos a Deus pela liberdade oficial, mas
também temos de nos preparar para encarar os desafios que começam a
surgir.
Por outro lado, esses princípios são uma via de mão dupla. Assim como
devemos defender a liberdade e usá-la sempre com respeito a qualquer
crença ou pessoa, também precisamos receber o mesmo direito. Não
podemos aceitar nenhuma imposição que tente calar a expressão de nossa
fé.
Sobre esse tema, nosso dever é claro: precisamos “lavrar o mais eficaz
protesto contra medidas tendentes a restringir a liberdade de consciência”
(Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 452). Nossas ações devem ser sempre
em defesa de ideias, evitando confrontação desnecessária. Afinal, não
cremos na imposição de nossos valores sobre aqueles que não professam
nossa fé. Se, para dar liberdade religiosa a alguns, outros tiverem de perdê-
la, estaremos voltando à Idade Média, quando a religião foi usada como
meio de opressão.
Defendendo, vivendo e compartilhando a liberdade e o respeito,
estaremos simplesmente encarnando os ensinamentos de Jesus: “Que vos
ameis uns aos outros; como Eu vos amei” (Jo 13:34).
SÁBADO 9 DE FEVEREIRO
Bênçãos no sofrimento
Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte. 2 Coríntios 12:10
Momentos de crise costumam despertar muitas perguntas e oferecer
poucas respostas, pois a realidade do sofrimento está muito acima de nossa
compreensão. Mas Deus oferece a certeza de que estamos em Suas mãos,
por mais que seja difícil entender ou aceitar.
Podemos descansar na promessa de que “Deus não conduz jamais Seus
filhos de maneira diferente da que eles escolheriam se pudessem ver o fim
desde o princípio e discernir a glória do propósito que estão realizando
como Seus colaboradores” (A Ciência do Bom Viver, p. 479).
A visão do apóstolo Paulo era ainda mais ampla. Falando do espinho na
carne, que tanto o incomodava, ele concluiu: “Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte” (2Co 12:10). Sim, fraquezas renovam as forças. Elas
nos tornam mais abertos, acessíveis e dependentes. E há pelo menos três
razões para isso:
1. Promovem reavaliação da vida pessoal. Em função da vida apressada,
muitas vezes deixamos o principal se tornar secundário, e o secundário
ocupar o lugar principal. Isso acontece até surgir uma doença grave, a perda
de um emprego ou uma crise familiar. Nesses momentos, os verdadeiros
valores pessoais tendem a ressurgir.
2. Fortalecem os relacionamentos. O sofrimento une as pessoas e faz as
dificuldades de relacionamento se tornarem pequenas. Vi isso bem de
perto ao visitar uma pessoa gravemente doente. Por estar internada em
uma área de cuidados intensivos, precisei esperar suas duas filhas adultas
saírem para que eu pudesse entrar. Acabei descobrindo que elas eram
inimigas, mas o amor em comum pela mãe diminuiu as diferenças.
3. Estimulam o encontro com Deus. A dor e o sofrimento podem restaurar o
caminho de volta a Deus. Quando os desafios são maiores que sua
capacidade de enfrentá-los, a única alternativa é pedir socorro ao Céu.
Quantas pessoas tiveram seu verdadeiro encontro com Deus em um
momento de dor?
Não desanime na crise. Lembre-se de que “tempos ruins para se viver são
bons para se aprender”, porque nossos grandes desafios precedem nossos
maiores milagres.
SEGUNDA 11 DE FEVEREIRO
Presente de Deus
A Ti me entreguei desde o meu nascimento; desde o ventre de minha mãe, Tu és
meu Deus. Salmo 22:10
Desde o tempo de namoro, eu e minha esposa, Adriene, conversamos
sobre filhos. Nosso plano era esperar alguns anos, após nos casarmos, para
termos nossas crianças. O tempo passou, a hora chegou, mas descobrimos
que ela não podia engravidar.
Para tentar realizar esse sonho, começamos uma rotina de exames e
tratamentos. Foi um tempo de muita dor e sofrimento, especialmente para
ela. Porém, depois de sete anos de casados e sem sucesso nos tratamentos,
decidimos deixar o sonho de lado. Imaginávamos que Deus tivesse outros
planos e que nossa parte seria entender e aceitar.
No entanto, quando fiz uma semana de oração em uma instituição
adventista de ensino superior, sugeri aos alunos que escolhessem um
pedido especial e orassem por ele toda a semana. Estimulei que fosse uma
oração importuna em busca de uma resposta direta de Deus. Minha esposa
estava comigo, e o sonho renasceu em nosso coração. Por que não colocar a
situação diante de Deus e pedir um milagre? Foi por isso que oramos
intensamente toda a semana.
Pouco tempo depois, veio a notícia de que ela estava grávida. Não era a
primeira vez que isso acontecia; ela sempre perdia o bebê logo no começo.
Rapidamente buscamos acompanhamento médico, e o diagnóstico era de
uma gravidez de alto risco, com repouso intenso nos primeiros meses,
devendo se estender por todo o período. Deus fez um milagre, a gravidez
deu certo, e ela só teve repouso nos primeiros dias. Como resultado, no dia
11 de fevereiro de 2000, em Recife, nasceu Matheus, nosso primeiro filho.
Escolhemos esse nome pelo significado: “presente de Deus”. Ele se
tornou uma lembrança de que não tivemos apenas um filho, mas
recebemos um milagre. O texto bíblico de hoje é o preferido de Matheus,
pois o lembra que, desde o nascimento, ele foi entregue a Deus.
Seis anos depois, nossa família recebeu outro milagre: o nascimento de
minha filha Mariana. Escolhemos seu nome também com um significado: a
união dos nomes de Maria e Ana, duas mulheres que também tiveram
filhos por intervenção divina.
Nosso Deus continua o mesmo. De que bênção você está precisando
hoje? Experimente entregar e confiar sua vida ao Senhor. Ele sempre faz os
milagres certos, na hora certa.
TERÇA 12 DE FEVEREIRO
Escolhas
Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. Lucas 10:42
O dia de hoje marca os 210 anos do nascimento de dois homens que
fizeram escolhas muito diferentes. Abraham Lincoln e Charles Darwin
nasceram em 12 de fevereiro de 1809, separados por poucas horas e pelos
lados opostos do Atlântico: Lincoln, nos Estados Unidos, e Darwin, na
Inglaterra. Aos 22 anos, saíram para enfrentar a vida e foram moldados nas
águas. Lincoln trabalhando em um barco no rio Mississipi, e Darwin,
viajando ao redor do mundo no navio HMS Beagle.
Entre o fim da década de 1850 e o início de 1860, ambos tiveram suas
maiores realizações. Darwin se tornou um famoso naturalista e escreveu
seu livro mais famoso, intitulado A Origem das Espécies. Lincoln se tornou o
16o presidente dos Estados Unidos e o libertador dos escravos norte-
americanos.
Darwin dedicou sua vida ao estudo da ciência e do desenvolvimento dos
seres vivos, mas sempre alimentando o conflito entre ciência e fé. Destruiu
a confiança de muita gente na revelação e na criação. Durante toda sua
vida foi cauteloso ao emitir opinião sobre temas espirituais. Era casado
com uma mulher muito religiosa e queria poupar a família de desconfortos.
Ao longo dos anos, escreveu muitas cartas, mas em nenhuma delas
admitiu não acreditar em Deus. Aos 71 anos, ele enviou uma carta de três
linhas para um advogado inglês, identificado como Frederick McDermott,
em que finalmente assumiu: “Não creio na Bíblia como revelação divina;
portanto, também não acredito em Jesus como o Filho de Deus.”
Já Abraham Lincoln fortaleceu a fé e a unidade de seu povo. Enfrentou
várias derrotas até chegar à liderança de seu país, superou a guerra civil e
aboliu a escravatura, mas resgatou a nação. Foram dele as palavras:
“Senhor, minha preoCupação não é se Deus está do nosso lado; minha
maior preocupação é estar do lado de Deus, porque Deus sempre está
certo.” Sua vida foi tão marcante, que somente Jesus e Napoleão Bonaparte
foram mais biografados do que ele.
Dois homens, duas oportunidades e duas histórias. Darwin rejeitou
Cristo, a religião e a Bíblia. Lincoln afirmou: “Eu entendo que um homem
possa olhar para baixo, para a terra, e ser um ateu; mas não posso conceber
que ele olhe para os céus e diga que não existe Deus.” E você, que escolhas
está fazendo?
QUARTA 13 DE FEVEREIRO
Literal ou simbólico?
No princípio, criou Deus os céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e
vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por
sobre as águas. Gênesis 1:1, 2
A discussão entre o literal e o simbólico está presente no tema das
origens do Universo e da vida. Afinal, o relato da semana da criação é
literal ou simbólico? Na ótica de cristãos genuínos, é uma descrição literal.
Na visão de cristãos embebidos de secularismo e naturalismo, o relato
bíblico da criação é meramente simbólico. Trata-se apenas de uma
ilustração didática para mostrar Deus por trás da origem da vida. Afinal, é
difícil acreditar que um mundo tão complexo tenha surgido de forma tão
simples.
Precisamos responder a algumas perguntas quando refletimos sobre esse
tema: Somos resultado de um processo de evolução ou vivemos as
consequências de um processo de degeneração? O avanço da ciência e
tecnologia deve ser interpretado apenas como progresso do conhecimento
ou é evolução do ser humano?
A visão geral da evolução indica que surgimos de forma natural, dentro
de processos muito primitivos. A vida humana se desenvolveu a partir de
formas primárias até se tornar o que é. Por sua vez, as Escrituras deixam
claro que fomos criados perfeitos pelo próprio Deus. De acordo com a
Bíblia, a partir da entrada do pecado, teve início um processo de
degeneração, que tem atingido níveis cada vez mais baixos. Cristo veio para
nos salvar disso e prometeu voltar para nos levar ao estado original. É o
processo inverso da evolução.
Quem encara os primeiros capítulos de Gênesis como simbólicos acaba
reproduzindo essa visão para toda a Bíblia, pois sente-se livre para
selecionar o que gosta e interpretar como deseja. O resultado será
superficialidade e confusão espiritual. Por exemplo: se não houve criação,
também não houve casa- mento entre homem e mulher; se não houve
criação, o sábado é apenas herança cultural de uma nação e não há razão
para observá-lo; se não houve criação, também não surgiu o pecado na
Terra e não há necessidade de um Salvador. E mais: Por que Jesus deveria
voltar para recriar a Terra?
Seja fiel à revelação, pois quem aceita e segue fielmente as orientações de
Deus acerta no presente e ganha na eternidade.
QUINTA 14 DE FEVEREIRO
Desespero ou esperança?
Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça;
porque a vossa redenção se aproxima. Lucas 21:28
Como você encara o preparo para a volta de Cristo? Com alegria e
esperança ou com medo e desespero? Tenho acompanhado diferentes e-
mails, cartas, “documentos”, notícias, sites, sermões e seminários que
pretendem apresentar as últimas descobertas ou as teorias mais
interessantes sobre a segunda vinda de Cristo.
Muitos tratam o tema com equilíbrio e profundidade, mas alguns o
apresentam de forma alarmista, gerando agitação, medo e desespero. É
curioso ver como surgem pessoas apresentando informações “secretas”,
que só elas possuem, ou as últimas novidades que foram “descobertas”.
Será que gente assim consegue encarar o encontro com Cristo de forma
positiva no seu dia a dia, vivendo o Céu na Terra e preparando-se para
deixar a Terra e ir para o Céu? Ou precisam do medo e desespero como
motivação? Em geral, os pregadores desses “reavivamentos” se estabelecem
com críticas à igreja, a seus pastores, líderes e membros que discordam
deles.
Como igreja, precisamos buscar mais consagração, reavivamento e
reforma. Vigílias, pequenos grupos e correntes de oração são fundamentais,
assim como a busca diária pelo batismo do Espírito Santo e o
comprometimento com o estilo de vida do Céu. Tudo isso deve sempre ser
entendido como resultado de um compromisso pessoal e diário com Deus,
de um clamor sincero e um estudo profundo da Bíblia e das profecias, e
não de um sensacionalismo passageiro.
Nos últimos dias, haverá um despertamento verdadeiro dentro da igreja.
Isso ocorrerá como resultado da unidade, apoio espiritual mútuo, profundo
estudo da Bíblia, oração e missão. A igreja se levantará unida para pregar,
com poder, a mensagem do terceiro anjo. Reavivamento não combina com
críticas desagregadoras e mordazes ao povo de Deus, pois a “igreja, débil e
defeituosa, precisando ser repreendida, advertida e aconselhada, é o único
objeto na Terra ao qual Cristo confere Sua suprema consideração” (Eventos
Finais, p. 52).
Quero desafiar você a não ficar correndo atrás de “novidades” nem dando
ouvido a especulações. Alimente a “bendita esperança” (Tt 2:13) para não
se expor a uma grande frustração.
SÁBADO 16 DE FEVEREIRO
Fogo do céu
Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que
mandemos descer fogo do céu para os consumir? Lucas 9:54
Poucos meses antes de ser morto, Jesus estava com Seus discípulos
atravessando o território montanhoso de Samaria. Por ser quase noite,
tentaram dormir na cidade, mas foram rejeitados pelos habitantes do local.
A reação dos moradores foi motivada pelo forte clima de tensão entre
judeus e samaritanos.
Aquele era um conflito antigo. Os judeus diziam que os samaritanos
haviam se misturado com outros povos e perderam sua linhagem como
fiéis. Era um insulto para um judeu ser chamado de “samaritano” (Jo 8:48;
4:9).
A partir desse contexto, fica mais fácil entender a reação dos discípulos
quando souberam que seu pedido de hospitalidade havia sido negado.
Naquele momento entraram em cena os “filhos do trovão”: “Quer que
mandemos descer fogo do céu para matá-los?”
O mais impressionante é o contraste entre a atitude dos discípulos e a
visão de Jesus. Talvez eles pensassem que, com uma demonstração de
poder tão impressionante, a mensagem do evangelho poderia criar um
impacto e ser espalhada rapidamente. Os dois apóstolos estavam dispostos
a sacrificar a vida dos moradores da vila para defender ou fazer avançar o
evangelho. Mas Jesus os repreendeu.
Mais tarde, os apóstolos ouviram que Samaria tinha aceitado o evangelho
(At 8:14), e quem foi enviado para ajudá-los? Pedro e João. Lá estava João
outra vez entre os samaritanos. Sozinho ali, ele entendeu que o propósito
de Deus não era destruir, mas salvar aquele povo. Jesus decidiu não enviar
uma chuva de fogo sobre eles, mas a chuva do Espírito Santo. O que deve
ter passado pela mente de João quando viu o mesmo povo, que ele estivera
pronto a destruir, alegrando-se na salvação? Como ele deve ter ficado
agradecido a Jesus por não ter permitido que levasse adiante seus planos!
Que tremendo contraste entre a visão do homem e a de Deus. A atitude
humana teria levado à destruição de uma vila inteira. Contudo, o plano de
Deus era dar salvação a todos eles. As pessoas sempre serão muito mais
beneficiadas pelo que Deus quer dar do que pelo que nós queremos fazer.
DOMINGO 17 DE FEVEREIRO
Para o Senhor
Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para
homens. Colossenses 3:23
Pensando em ter o melhor resultado, alguns produtores de batata
decidiram guardar as maiores para si e plantar apenas as menores. Depois
de algumas colheitas insatisfatórias, descobriram que a natureza havia
reduzido o tamanho das batatas colhidas. Com isso, eles decidiram estudar
a situação e aprenderam uma importante lição: não podiam ficar com as
coisas melhores e usar apenas as piores. A lei da vida ensinou a eles que a
colheita seria o reflexo do plantio e que o egoísmo nunca seria
recompensado com o altruísmo.
É assim também na vida espiritual. A felicidade não é resultado do que
ganhamos, mas do que damos. “O prazer de fazer o bem aos outros
comunica aos sentimentos calor que atravessa os nervos, aviva a circulação
do sangue e promove a saúde mental e física” (Testemunhos Para a Igreja, v.
4 p. 56).
Para que isso ocorra, porém, é preciso entender a diferença entre fazer
coisas para pessoas ou fazer algo para Deus. As pessoas podem nos
desapontar, trair, rejeitar e maltratar. Deus não. Ao dar o nosso melhor
para o benefício dos outros, devemos pensar que estamos fazendo para
Deus.
Um esposo não ama sua mulher simplesmente porque está casado com
ela, mas porque Deus orienta a agir assim (Ef 5:25). Não tratamos nossos
amigos apenas como eles nos tratam, mas como Cristo nos amou e nos deu
o exemplo (Jo 13:14). Fazemos o melhor em nosso trabalho não como
retribuição à maneira como os empregadores nos tratam, mas de acordo
com a maneira como Deus nos trata. É a Ele que servimos (Ef 6:5).
Se esse é o nosso princípio, então mediocridade e preguiça não terão
lugar na vida cristã. Existirá integridade no lar e no ambiente de trabalho.
Afinal, nosso compromisso não é com homens, mas com o Senhor. Nosso
esforço se torna uma oferta para Deus.
“Se Cristo habita em nós, manifestaremos Seu abnegado amor para com
todos com quem temos de tratar. Ao vermos homens e mulheres
necessitados de simpatia e auxílio, não devemos indagar: ‘São eles dignos?’,
mas: ‘Como os poderei beneficiar?’” (A Ciência do Bom Viver, p. 162). Afinal,
Ele é digno de nossos melhores esforços.
SEGUNDA 18 DE FEVEREIRO
Entrega completa
Aqueles que semeiam com lágrimas, com cantos de alegria colherão. Aquele que
sai chorando enquanto lança a semente, voltará com cantos de alegria,
trazendo os seus feixes. Salmo 126:5, 6, NVI
Um grave acidente automobilístico vitimou o pastor Ivo de Souza, sua
esposa e seus filhos. Acompanhei de perto os efeitos dessa tragédia. O
pastor Ivo era primo do meu pai, que também é pastor. Eles foram criados
em fazendas vizinhas. Nas férias pastorais, nossas famílias sempre se
encontravam por alguns dias.
No dia 17 de fevereiro de 1973, o pastor Ivo Souza pregou aquele que
acabaria sendo seu último sermão na igreja de Rolante, sua terra natal. No
dia 18, saiu de viagem com toda a família para o Rio de Janeiro, onde
viviam. Ainda me lembro, com muita emoção, do momento da despedida.
Eu e meus irmãos estávamos brincando no campo com os três filhos da
família. Fizemos um círculo de mãos dadas e oramos. Eles entraram no
carro e começaram a viagem.
No outro dia, 19 de fevereiro, recebemos a notícia do acidente. Difícil de
acreditar! Voltamos à mesma igreja, no dia seguinte, e lá estava toda a
família, mas em cinco caixões diferentes. Poucos dias antes, a mesma igreja
havia ouvido um sermão em vida, mas, no velório, ouviu a mensagem
silenciosa de uma entrega completa. Toda a família está enterrada, um ao
lado do outro, no cemitério adventista que fica atrás da igreja.
Foi um momento difícil para os familiares. Mas enfrentaram com
equilíbrio, sustentados pelo Senhor e apoiados por muitos amigos. O mais
impressionante foi a atitude do pai, Balduíno Souza, que, ao receber os
valores de indenização pela morte do filho e de sua família, doou tudo para
a construção de um novo edifício escolar que pudesse preparar futuros
pastores para ocupar o lugar deixado pelo filho. Exatamente um ano e oito
meses após o sepultamento, em 20 de outubro de 1974, foi inaugurado o
novo edifício da Escola Adventista Osvaldo Cruz, agora chamada Escola
Adventista Pastor Ivo Souza, em homenagem ao ex-aluno.
Rolante, onde Ivo Souza nasceu, é um berço de servidores da igreja.
Muitos deles foram educados no edifício escolar construído com aquela
doação especial.
O que foi plantado com as lágrimas de uma família hoje é colhido com a
alegria da salvação de muitas pessoas. O que você está disposto a entregar
ao Senhor?
TERÇA 19 DE FEVEREIRO
A graça de Deus
E, se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.
Romanos 11:6
Você sabe explicar o que a graça realmente significa? Tem experimentado
esse presente? Ela influencia a maneira como você encara o cristianismo,
os amigos, a família, a igreja, o estilo de vida?
Imagine a seguinte situação. Um trabalhador sonhava em ter um carro
novo. Comprou um modelo simples e barato, fazendo um longo
financiamento. Pagava as prestações com sacrifício. Um dia, ao voltar para
casa, descobriu que o carro tinha sido roubado. Ficou desolado, pois não
tinha seguro e apenas três parcelas, de um total de 60, estavam pagas. Para
piorar, dois meses depois, ele foi demitido.
Parecia impossível controlar a situação. Os dias foram passando, e o
dinheiro da demissão também foi acabando. A partir daí, as contas
começaram a se acumular. Por correio, chegaram as primeiras cobranças. O
cartão de crédito foi suspenso, e as dívidas se tornaram impagáveis.
A casa onde vivia com a família era financiada. Por conta das dívidas,
também teriam que entregá-la. Receberam o prazo de 30 dias para fazer os
pagamentos atrasados ou desocupar o imóvel.
Os 30 dias acabaram, e não houve solução. Depois de conversar com a
esposa e os filhos, decidiu orar com eles e, mais uma vez, entregar tudo nas
mãos de Deus. Logo cedo prepararam as roupas e alguns pertences para
saírem, pois todas as tentativas haviam fracassado.
A campainha tocou. Ao atenderem, receberam um envelope das mãos de
um homem, que rapidamente saiu. Preparado para mais cobranças, o pai
começou a abrir o envelope. A primeira coisa que viu foi um papel com
uma mensagem: “Fiz um levantamento de suas dívidas e paguei todas elas.
Os comprovantes estão dentro deste envelope. Além disso, deixei o saldo
de sua conta bancária positivo. A vida vai recomeçar.”
Com essa simples ilustração, você consegue entender melhor a graça
salvadora? É ela que paga o preço, liberta, traz vida e renova a esperança. A
graça de Cristo nos basta (2Co 12:9).
QUARTA 20 DE FEVEREIRO
Resgatando valores
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis. 2 Timóteo 3:1
Os dias têm sido cada vez mais difíceis. O que a Bíblia já tinha antecipado
as notícias confirmam cada dia. Os desafios estão por todos os lados, mas
muitos deles afetam nossas crenças, valores e missão. Algumas perguntas
surgem: O que podemos fazer para minimizar esse efeito? Vamos nos
identificar com os hábitos da sociedade para sermos aceitos ou vamos nos
apegar à Palavra de Deus para sermos salvos? Vamos continuar como um
grande movimento ou nos tornaremos apenas um lindo monumento? São
temas difíceis, mas que despertam reflexões necessárias.
Conhecemos as profecias e sabemos que, mais do que nunca, a igreja
precisa ser a voz de Deus e não o eco da cultura. Mas por que alguns
acabam cedendo à pressão para ser mais genéricos e menos adventistas?
Por que fecham os olhos para a realidade e escolhem a zona de conforto?
Precisamos começar um movimento que resgate valores do interior para
o exterior. Princípios que não podem ser esquecidos, mas precisam ser
renovados neste momento de profundas crises e decisões morais, éticas e
especialmente espirituais.
Sem dúvida, tudo começa com a ação do Espírito Santo, mas ela não pode
ficar restrita apenas ao coração. Nossas atitudes e relacionamentos
precisam espelhar a obra divina em nossa vida interior. Como disse Lee
Venden: “Cristianismo não diz respeito ao que você faz, mas a quem você
conhece. Porém, quem você conhece muda o que você faz.”
Não podemos comprometer nossa identidade, especialmente na reta
final da jornada. Ellen White viu aqueles que “estavam no caminho largo, e,
no entanto, professavam pertencer ao número dos que viajavam no
caminho estreito. Os que estavam em redor deles diziam: ‘Não há distinção
entre nós. Somos iguais; vestimos, falamos e procedemos
semelhantemente’” (Mensagens aos Jovens, p. 127).
Richard Baxter advertiu: “O Céu pagará qualquer prejuízo que possamos
sofrer para ganhá-lo; mas nada pode pagar o prejuízo de perdê-lo.” É
preciso que assumamos sem medo nossa identidade, renunciemos ao
mundo e vivamos, “acima de tudo, de modo digno do evangelho de Cristo”
(Fp 1:27).
SÁBADO 23 DE FEVEREIRO
Pregar e viver
Efraim se mistura com os povos e é um pão que não foi virado. Oseias 7:8
Nos últimos anos, temos realizado grandes movimentos missionários.
Multidões têm ido às ruas no Impacto Esperança e em projetos regionais e
locais. Esse é nosso chamado, pois quem não ama a missão deve duvidar da
própria salvação. Ou como diz o evangelista alemão Reinhard Bonnke: “Não
pregar o evangelho significa que estamos escondendo o remédio do
paciente.”
Por outro lado, enquanto avançamos no cumprimento da missão, tenho
refletido em nossa situação como igreja. Estamos evangelizando e ao
mesmo tempo nos tornando mais sólidos? Estamos preocupados em
oferecer, mas também em viver a mensagem que pregamos? Com
preocupação, LeRoy Froom já alertava: “Enquanto a igreja evangeliza o
mundo, o mundo seculariza a igreja.” Essa não pode ser nossa realidade!
Vamos conquistar multidões para o reino dos Céus, mas precisamos
chegar lá com elas. De maneira nenhuma podemos correr o risco de pregar
a outros e ao final sermos desqualificados (1Co 11:27).
Não podemos enfraquecer o cumprimento da missão; mas, ao mesmo
tempo, precisamos fortalecer nosso compromisso com um estilo de vida
bíblico, cristão e adventista. Só assim teremos um crescimento completo.
Temos que pregar, mas, ao mesmo tempo, viver. Precisamos continuar
sendo o remanescente da profecia bíblica, que está no mundo, mas não é
do mundo.
Oseias apresenta Efraim como um “pão que não foi virado”. Em outras
palavras: bem assado de um lado e quase cru do outro. É o risco que pode
afetar a igreja se não encontrar o equilíbrio correto. Podemos nos tornar
fortes na missão e frágeis na identidade. Não podemos nos iludir; pois,
como disse Emílio Abdala, “a igreja faz mais pelo mundo quando se parece
menos com o mundo”. Quando tentamos ser iguais pensando em
conquistá-los, definitivamente nos enfraquecemos. Ellen White foi clara
sobre como podemos cumprir a missão com eficácia: “Uma vida
semelhante à de Cristo é o mais poderoso argumento que pode ser
apresentado em favor do cristianismo” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 290).
Por isso, precisamos pregar e viver!
Quero desafiar você a aprofundar a caminhada com Deus e torná-la
visível em seu estilo de vida. Só assim poderemos pregar e viver na certeza
de que aquele que faz a obra de Deus, usando os métodos de Deus,
alcançará os resultados de Deus.
DOMINGO 24 DE FEVEREIRO
Não Me esqueci de ti
Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que
não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se
esquecer dele, Eu, todavia, não Me esquecerei de ti. Isaías 49:15
O que você sente quando pensa no amor de mãe? Lembra-se de sua
infância? Imagina um amor guerreiro, apoiador e incondicional? Em geral,
os filhos reconhecem no amor de mãe o sentimento mais forte e profundo
que pode existir no mundo. Por isso, Deus o usa como referência para
explicar o que Ele sente pela humanidade.
Não há nada tão longe que o amor divino não consiga alcançar, tão
profundo que não possa buscar nem impossível que não seja capaz de
transformar. Cada promessa de Deus será cumprida no momento certo,
ainda que pareça atrasada em nossa perspectiva.
Há três décadas, um hino tem ajudado a gravar a mensagem do verso
bíblico de hoje no coração de muita gente. Trata-se de “Eu Não Me Esqueci
de Ti”, composição do pastor e maestro Jader Santos.
Esse hino nasceu em um sábado de 1987, quando Jader ouviu um sermão
do pastor Moisés Nigri na Igreja Adventista de Botafogo, no Rio de Janeiro.
O sermão sobre a volta de Jesus o impressionou tanto que ele decidiu
compor sobre aquele tema.
Como os estúdios de A Voz da Profecia ficavam atrás da igreja de
Botafogo, Jader foi para sua sala, logo após o culto, e compôs essa música
em apenas 30 minutos. Foi um presente de Deus!
A ideia inicial era que o quarteto Arautos do Rei gravasse a nova
composição, mas não deu certo. A música ficou parada. No ano seguinte, o
grupo Prisma Brasil fez a primeira gravação e, a partir daí, a melodia se
tornou conhecida e querida pela igreja. Anos depois, com um novo arranjo,
ela foi gravada pelos Arautos do Rei e hoje também é parte do Hinário
Adventista (no 499).
Nesse hino, Deus reafirma a mensagem de Seu amor ilimitado e inspira
nossa fé na realidade de que, em breve, Jesus voltará para nos levar para o
Céu. Hoje, por meio da poesia de Jader Santos, Deus mais uma vez nos diz:
“Eu não Me esqueci de ti, virei outra vez.”
TERÇA 26 DE FEVEREIRO
Cavalo de Troia
E como ouvirão, se não há quem pregue? Romanos 10:14
No sábado 29 de fevereiro de 1992, o pregador na Igreja Adventista
Central de Curitiba era o pastor Enoch de Oliveira. Grande líder, excelente
orador, profundo conhecedor da Palavra de Deus e da história da Igreja
Adventista, ele foi o primeiro sul-americano a presidir a Divisão Sul-
Americana. Aposentou-se em 1990, como vice-presidente da igreja
mundial, após 46 anos de ministério. Seu falecimento foi em 10 de abril de
1992.
Um de seus últimos sermões recebeu um título intrigante: “Cavalo de
Troia Dentro da Igreja”. A mensagem era um alerta contra os danos do
secularismo. A seguir, compartilho algumas das ideias principais da
pregação que podem ser úteis 27 anos depois.
O título foi baseado na história da invasão de Troia. Na narrativa, como o
exército grego não conseguiu tomar a cidade à força, resolveu construir um
grande cavalo de madeira e “presentear” a cidade. O povo de Troia
comemorou a vitória e levou o cavalo para dentro. À noite, enquanto a
população dormia, soldados escondidos dentro do cavalo saíram e abriram
as portas da cidade para o restante do exército grego.
Em sua determinação por dominar o povo de Deus, o inimigo tem usado
estratégia semelhante com a igreja. Disfarçados de coisas boas, valores
seculares têm sido introduzidos em nosso meio, resultando na perda da fé
e da esperança de muita gente. Por conta disso, muitos não veem mais a
igreja como um movimento profético, perderam o senso da iminência da
volta de Cristo e não sentem a urgência de nossa missão.
Depois de refletir sobre isso, o pastor Enoch contou a história de um
acampamento realizado em 1956 nas montanhas do norte da Itália.
Enquanto nossos jovens cantavam ao redor da fogueira, um homem de
cabelos brancos se aproximou e sentou-se com eles. Depois disse ao pastor:
“Nós, os valdenses, para salvar nossa juventude, aceitamos as bebidas
alcoólicas, depois construímos salões de baile ao lado das igrejas e, de
concessão em concessão, perdemos nossos jovens. Hoje temos passado,
mas estamos sem futuro. Continuem a obra que deixamos de cumprir.”
A mensagem do pastor Enoch terminou com uma certeza: “A igreja talvez
pareça como prestes a cair, mas não cairá” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p.
380). Após um forte convite ao reavivamento e reforma, ele deixou a
pergunta, a qual eu repito: “Você também triunfará com este movimento?”
Março
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
31
SEXTA 1° DE MARÇO
Falta pouco
Porque, ainda dentro de pouco tempo, Aquele que vem virá e não tardará.
Hebreus 10:37
Os Arautos do Rei faziam uma caravana pelo estado do Mato Grosso.
Terminada uma das apresentações, uma mulher, chamada Darlene Aguiar,
entregou para os componentes do quarteto uma carta compartilhando seu
testemunho. No texto, ela dizia que sua família havia recebido a notícia de
que sua mãe estava com câncer. Em função da doença, a família teve que se
mudar de Lambari d’Oeste, uma pequena cidade do interior, para Várzea
Grande, próximo da capital, onde a mãe poderia fazer o tratamento de
forma mais adequada. Na época, Darlene tinha apenas 13 anos e sentiu
muito o distanciamento dos amigos da igreja e dos outros familiares.
Chegando à nova cidade, logo sua mãe iniciou o tratamento indicado, e a
doença terminal chegou a ser dada como eliminada. A felicidade voltou à
família. Infelizmente, a enfermidade retornou com metástase nos
pulmões. A situação se tornou pior e, quando clinicamente já não havia
mais chance de cura, a música “Só Um Pouco Mais” entrou na vida de
Darlene e de sua mãe. Depois disso, ela ouviu a mãe cantando diversas
vezes: “É só um pouco mais, um pouquinho mais”. A esperança da música
inundou seu coração. “Logo vou dormir no Senhor e nos reencontraremos,
não vai demorar”, dizia a mãe com o sentimento de que sua vida estava
chegando ao fim.
Depois do período de tratamento, todos voltaram à pequena cidade do
interior do Mato Grosso. Um mês depois, a mãe de Darlene faleceu, no dia
3 de fevereiro de 2014. Foi um momento muito triste para ela e sua
família, mas algo ficou marcado. A mãe, antes de sua morte, pediu que a
música “Só Um Pouco Mais” fosse cantada em seu funeral. O pedido foi
atendido e, durante a cerimônia, a canção foi apresentada. As palavras
dessa música renovaram a esperança do breve reencontro.
Esse hino tem sido ouvido e cantado de um extremo ao outro da América
do Sul, renovando a certeza de que não vai demorar para que toda a dor,
injustiça e sofrimento tenham fim e nossa esperança se torne uma grande
realidade. Que essa certeza faça você mais confiante no dia de hoje!
SÁBADO 2 DE MARÇO
Culpa dividida
E fez o que era mau perante o Senhor; porque andou nos pecados de Jeroboão,
filho de Nebate, que fez pecar a Israel; não se apartou deles. 2 Reis 13:2
No início de meu ministério, recebi a intrigante pergunta sobre a
salvação de Guilherme Miller. Na questão, a pessoa mencionava o fato de
Miller ter sido o grande pregador da segunda vinda, mas destacava a
realidade de ele ter continuado a marcar datas depois do desapontamento
e de nunca ter se unido ao grupo que um dia formaria à Igreja Adventista
do Sétimo Dia.
Respondi com a citação de Ellen White, que deixa claro: “Guilherme
Miller errou [...] [porém] outros levaram-no a isto; outros darão conta por
isto. Mas os anjos vigiam o precioso pó deste servo de Deus, e ele
ressurgirá ao som da última trombeta” (Primeiros Escritos, p. 258).
A resposta levantou outro ponto: Guilherme Miller errou porque foi
induzido por outros. Ele estará salvo, mas aqueles que o influenciaram
negativamente são responsáveis pelo erro. Em Seu juízo, Deus leva em
consideração vários fatores e atribui culpa não só a quem erra, mas a quem
induz ao erro. Em Sua misericórdia e sabedoria, Deus perdoou o equívoco
de Miller, porém não deixou de perceber o pecado de quem induziu Seu
servo a agir dessa forma.
Deus usa conosco os mesmos critérios. Imagine alguém estimulando
outra pessoa a contar uma mentira. A pessoa aceita a ideia e inventa uma
história qualquer. Quem mentiu é culpado, mas quem sugeriu também.
Outra pessoa usa um estilo de roupa provocante. Alguém que tenha
fraqueza nessa área pode olhar, cobiçar e pecar. A culpa é da pessoa que
pecou, mas também daquela que estimulou o pecado com as roupas que
usou. Você pode imaginar também uma família adventista que tem uma
vida totalmente descomprometida em sua casa, com muita confusão e
desrespeito, mas que, aos sábados, vai à igreja com a aparência piedosa. Os
vizinhos se escandalizam com o mau testemunho e, possivelmente, nunca
venham a aceitar nossa fé. Serão culpados por não aceitar a verdade, mas
essa família terá parte da culpa. Você entende?
Lembre-se: “Não podemos passar pelo mundo senão uma vez; não nos é
possível voltar para retificar quaisquer erros; portanto, todo passo deve ser
dado em piedoso temor e cuidadosa consideração” (Nossa Alta Vocação, p.
224). Que sua vida seja sempre coerente e que influencie para o bem!
SEGUNDA 4 DE MARÇO
Estratégia errada
Pois Demas, amando este mundo, abandonou-me. 2 Timóteo 4:10, NVI
Havia acabado de pregar e fui almoçar na casa de uma das famílias da
igreja. Enquanto conversávamos na sala, o filho ainda jovem foi direto:
“Estou preocupado com os rumos que as coisas estão tomando na igreja.”
Logo comecei a imaginar qual seria a observação.
Para minha surpresa, ele disse: “O mundo está se modernizando, todos
estão mais tolerantes, mas a igreja parece que ainda não entendeu isso.”
Ainda continuou com a mesma linguagem forte: “O sábado, por exemplo, é
um assunto em que a igreja precisa se contextualizar. Essa história de
guardá-lo a qualquer preço está fora de lugar. Se a igreja continuar assim,
vai se isolar e diminuir cada vez mais.”
Foi uma conversa pesada, que tornou o almoço difícil. Confesso que
fiquei triste com aquela perspectiva. É possível que ele não seja a única
pessoa a pensar assim. Há outros que também estão tentando construir
uma igreja mais moderna, flexível, mesmo que em desacordo com a
revelação divina. Observe como a maioria das pessoas que fala sobre esses
temas nunca baseia seus argumentos na Bíblia, mas sempre na opinião
pessoal. Para esses casos, o conselho de Ellen White é contundente: “A
conformidade aos costumes mundanos converte a igreja ao mundo; jamais
converte o mundo a Cristo” (O Grande Conflito, p. 509).
Há outras pessoas que não têm dúvidas sobre a mensagem, mas preferem
esconder sua identidade para não gerar preconceito e abrir portas no
futuro. Parece prudência, mas é outra estratégia errada. Somos chamados
para apresentar a mensagem bíblica com amor e equilíbrio, sem imposição
e apoiada em um estilo de vida coerente e atraente. Fomos chamados para
ser luz. Quando Jesus está em nossos pensamentos, é impossível escondê-
Lo em nossas ações.
Avance com a estratégia certa, praticando a verdade, assumindo sua
identidade e, como consequência, preparando muita gente para a
eternidade. Deus está em busca de gente coerente, que não defende um
evangelho mascarado, falsificado ou construído sobre o “achismo”. Ele
procura pessoas que não tentam adaptar Deus à sua vontade, mas que se
adaptam à vontade Dele.
Use sua influência sempre para revelar a força e a beleza da verdade. Essa
é a estratégia certa.
QUARTA 6 DE MARÇO
Uma família
Não sois forasteiros nem estrangeiros, mas [...] família de Deus. Efésios 2:19,
NVI
Como adventistas, somos uma família, e não apenas uma denominação.
Apesar dos desafios culturais, geográficos, financeiros ou qualquer outra
limitação, temos o mesmo Pai, fomos salvos pelo mesmo sangue, temos
um mesmo nome e vamos para a mesma pátria.
Como seria nossa realidade se cada igreja agisse isoladamente ou fosse
independente? Cada “ilha” pensando unicamente em sua realidade e
formando um arquipélago que tem em comum apenas o nome? Graças a
Deus que, por orientação divina, não seguimos esse caminho. Somos
dependentes uns dos outros, e nossas iniciativas são desenvolvidas para
atender ao crescimento da igreja em todas as regiões. Nossos recursos
financeiros são distribuídos para manter o máximo possível de igualdade e
oportunidades para todos, tanto os que estão mais perto quanto àqueles
que estão do outro lado do mundo. Somos uma família e não podemos nos
esquecer de que a “unidade é a força da igreja” (Mensagens Escolhidas, v. 2,
p. 159).
Entretanto, a unidade tem um preço. Envolve humildade e abnegação de
cada um pelo bem de todos e o sacrifício de todos pelo bem de cada um.
Afinal, “aquilo que não tem utilidade para o enxame não é útil à abelha”
(Marco Aurélio). O apóstolo Paulo deu um grande exemplo dessa visão.
Mesmo com seu temperamento forte e suas convicções claras, quando
enfrentou uma crise com a igreja pelo tema da circuncisão, 14 anos depois
de sua conversão, gastou três semanas viajando 500 km até Jerusalém para
dialogar com os demais apóstolos e resgatar a unidade.
À medida que nos aproximarmos da volta de Cristo, surgirão movimentos
tentando quebrar os elos dessa corrente. Contudo, Ellen White deixa um
alerta: “Alguns têm apresentado o pensamento de que ao nos
aproximarmos do fim do tempo, todo filho de Deus agirá
independentemente de qualquer organização religiosa. Mas fui instruída
pelo Senhor de que nesta obra não há coisa que se assemelhe a cada
homem ser independente” (Testemunhos Para Ministros, p. 489).
Nossa missão é muita clara: “A igreja deve levantar-se e resplandecer” (E
Recebereis Poder, p. 152). Esse é nosso desafio profético, mas só vamos
cumpri-lo se permanecermos integrados como uma família. Faça a sua
parte!
QUINTA 7 DE MARÇO
Nem um em vinte
E todo o povo ia ter com Ele ao templo, de manhã cedo, para O ouvir. Lucas
21:38, ARC
Algumas visões causaram forte impacto em Ellen White. Uma delas, que
se refere aos últimos dias, a deixou “profundamente impressionada” pelas
cenas apresentadas. “Parecia estar ocorrendo em muitos lugares um grande
movimento – uma obra de reavivamento. Nosso povo cerrou fileiras
correspondendo ao chamado de Deus” (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 402).
Foi um impacto positivo ao ver a grande aceitação dos filhos ao forte
chamado do Pai. Mas, ao olhar para este tempo do fim em que vivemos, as
perguntas são imediatas: Quando acontecerá esse renascimento espiritual?
A promessa é para estes dias ou para algum tempo no futuro? O
cumprimento da promessa depende apenas da vontade de Deus ou está
vinculado ao preparo das pessoas?
Sem dúvida, a promessa é para nossos dias. Deus está esperando que
você e eu, e toda a igreja, estejamos com o coração preparado para esse
reavivamento. Será um ato especial de Deus, mas relacionado a uma
condição especial de Seus filhos.
O grande risco que corremos hoje é nos satisfazermos com grandes festas
ou projetos, produzir bonitos materiais, construir belos templos, ouvir
sermões bem preparados e esquecer que todas essas coisas são apenas
aparência, ou podem ser um resultado, mas não são a essência desse
movimento. A essência do reavivamento é um movimento espiritual.
Segundo Billy Graham, reavivamento “não é descer a rua com um grande
tambor; é subir ao Calvário em grande choro”. Não é uma simples mudança
de método, mas uma profunda mudança de conteúdo.
Para isso, precisamos viver na presença do Senhor. Ellen White alerta:
“Nem um entre vinte dos nomes que se acham registrados nos livros da
igreja está preparado para finalizar sua história terrestre, e se acharia tão
verdadeiramente sem Deus e sem esperança no mundo, como o pecador
comum” (Serviço Cristão, p. 41). Apesar de serem números simbólicos, eles
apresentam uma proporção muito perigosa. Pela graça de Deus, essa
realidade precisa ser diferente.
Qual é a sua condição? O reavivamento tem um chamado corporativo,
mas envolve uma decisão individual. Não seja um dos despreparados. Faça
parte daqueles que, começando “de manhã cedo” fazem do Senhor a
prioridade da vida.
SEXTA 8 DE MARÇO
Bendita esperança
Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a
promessa é fiel. Hebreus 10:23
A vida de Annie Smith não foi longa, mas deixou marcas profundas no
início do movimento adventista. Escritora talentosa, compositora e a
poetisa mais importante do início do adventismo, Annie viveu anos antes
de nossa igreja ter um nome ou ser organizada. Sua vida, porém, foi
interrompida precocemente, aos 27 anos, vítima de tuberculose.
Ainda adolescente, conheceu e aceitou a mensagem pregada por
Guilherme Miller. Aos 16 anos, porém, no Grande Desapontamento de 22
de outubro de 1844, abandonou a fé e decidiu se dedicar apenas aos
estudos e à poesia.
Em 1851, Deus a resgatou de uma forma curiosa. Sua mãe lhe sugeriu
que assistisse a uma das palestras de José Bates, mas ela não se interessou.
Seus planos mudaram quando teve um sonho no qual viu um senhor alto,
idoso, pregando e usando gráficos. Decidiu ir, mas chegou tarde e ocupou o
único assento disponível. Após a mensagem, Bates se encontrou com ela e
lhe disse que havia sonhado com sua presença nas reuniões. Pouco tempo
depois, Annie aceitou a mensagem adventista.
Entusiasmada com a nova fé, começou a enviar poesias para a revista
pioneira do movimento adventista (Advent Review and Sabbath Herald).
Tiago White logo reconheceu seu talento e a convidou para trabalhar na
área editorial. Por conta de uma séria deficiência visual, ela relutou, mas
finalmente aceitou o convite, confiando na cura divina. Assim como seu
irmão, Uriah Smith, Annie deu uma grande contribuição à nossa obra de
publicações.
Deus viu a fé daquela menina, a visão dela foi completamente restaurada,
e, assim, pôde se dedicar eficientemente à revisão e edição de textos. Nos
três anos e meio de trabalho antes de sua morte, contribuiu com 45
poesias para a Revista Adventista em inglês e para a Lição da Escola Sabatina
da época.
Uma de suas mais marcantes composições exalta a volta de Jesus: “Logo
Ele vem! [...] Vem, ó Salvador, vem depressa! Bendita esperança! Nosso
espírito se alegra. Leva Teus filhos resgatados ao lar.”
A volta de Jesus é a nossa bendita esperança. Ela vai colocar fim à morte e
inundará nossa vida de uma eterna poesia. Viva sonhando com esse dia, e
sua vida será uma bela canção de louvor a Jesus.
SÁBADO 9 DE MARÇO
Pedido insistente
Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá;
oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que Eu te mostrarei. Gênesis
22:2
A falta de filhos era motivo de vergonha e sofrimento para Abraão.
Vergonha, porque parecia que Deus não o abençoava; sofrimento, por não
ter um filho que pudesse continuar a linhagem da família.
Deus tinha um plano maior. Abraão ainda tentou “ajudar” ao se envolver
com Agar. Contudo, Deus não faz promessas pela metade. Quando a
velhice de Abraão não oferecia muita esperança sobre a possibilidade da
paternidade, Deus fez o milagre. Isaque nasceu de Sara, sua esposa
legítima.
Deus mexeu fundo com o coração do patriarca. Em Gênesis 12, Ele
insistiu três vezes para que Abraão deixasse sua terra. No capítulo 22,
insistiu três vezes também para que Abraão sacrificasse Isaque. No capítulo
12, o patriarca é levado a abandonar o passado; no capítulo 22, Deus pede
que ele dê adeus a seu futuro.
O sacrifício de Isaque foi um pedido insistente de Deus. Na ordem
divina, três pontos dolorosos são destacados. O Senhor disse: (1) “Toma teu
filho”. Coisa terrível para um pai é sacrificar o próprio filho. (2) “Teu único
filho”. Isaque era o único filho de Abraão. Perdê-lo significaria ficar sem
seu bem mais precioso. (3) O Senhor acrescentou: “o filho a quem amas”.
Sem dúvida, esse aspecto partiu o coração do velho pai. Deus pediu o que
Abraão mais amava na vida.
Havia três razões para esses três aspectos do estranho pedido de Deus. O
Senhor quis provar o tamanho da fé e entrega de Abraão. Pretendeu que
Abraão experimentasse o que Deus sentiria ao sacrificar o próprio filho,
oferecendo uma ilustração mais real do sacrifício de Jesus. E, ainda mais
forte: Deus pediu o que estava ocupando o centro do coração de Seu servo.
Era o que ele tinha de mais importante e que havia se tornado sua
prioridade. J. Oswald Sanders afirma que “não era Isaque que Deus queria,
mas Abraão”.
Quando alguma coisa, por mais justa que seja, começa a ocupar o centro
da vida e o lugar que pertence a Deus, Ele pede que seja colocada no altar
de sacrifício. É o momento da prova, mas também a oportunidade de
salvação. Há alguma coisa que você esteja precisando sacrificar para Deus?
DOMINGO 10 DE MARÇO
Deus proverá
E pôs Abraão por nome àquele lugar – O Senhor Proverá. Daí dizer-se até ao dia
de hoje: No monte do Senhor se proverá. Gênesis 22:14
O momento do sacrifício havia chegado. Isaque estava sobre o altar
esperando a hora final. “As últimas palavras de amor são proferidas, as
últimas lágrimas são derramadas, o último abraço é dado. O pai levanta o
cutelo para matar o filho, quando o braço subitamente lhe é detido”
(Patriarcas e Profetas, p. 152).
Foi uma cena maior do que Abraão e Isaque podiam imaginar. “O Céu
inteiro contemplava com espanto e admiração a estrita obediência de
Abraão. O Céu todo aplaudiu sua fidelidade. [...] Derramou-se então luz
sobre o mistério da redenção, e mesmo os anjos compreenderam mais
claramente a maravilhosa providência que Deus tomara para a salvação do
homem” (ibid., p. 155).
Como deve ter sido grande o alívio do pai ao retirar seu filho do altar e
colocar o cordeiro enviado por Deus. Foi o sacrifício mais marcante de toda
a vida de Abraão. O nome do próprio lugar também passou a chamar-se
“Deus Proverá”. Uma das preciosas lições dessa história é que o Senhor
sempre provê uma saída para os filhos fiéis.
Assim como Deus recompensou a fidelidade de Abraão e Isaque, também
continua cuidando de Seus filhos fiéis. A promessa se repete a todos os que
obedecem à Sua vontade, mesmo que para isso tenham que colocar em
jogo família, emprego, manutenção, estudos, saúde, etc.
Foi o que aconteceu com o casal de namorados Edgar e Kelly, que se
conheceram na Faculdade de Engenharia Civil na Universidade Nacional
de Piura, no Peru. Eles não iam às aulas aos sábados, e isso criou muitos
problemas. O maior deles foi o exame final do curso, marcado para um
sábado. Ambos decidiram colocar tudo nas mãos de Deus e ir à igreja. O
professor ficou enfurecido; no dia marcado, ele aplicou a prova. A avaliação
foi considerada muito complexa e desproporcional ao ensino
anteriormente dado. Por isso, ele teve de refazê-la em função do mau
desempenho de todos os alunos. A nova prova aconteceu numa quarta-
feira. Edgar e Kelly foram aprovados e receberam o diploma. Hoje estão
casados, têm um filho e a própria empresa de construção.
Assim como Abraão e Isaque, Edgar e Kelly enfrentaram grandes provas.
Você poderá enfrentá-las também. Permaneça fiel, pois “Deus proverá”.
QUARTA 13 DE MARÇO
Viagem espacial
Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com
eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para
sempre com o Senhor. 1 Tessalonicenses 4:17
Há exatamente um ano, em 14 de março de 2018, morreu Stephen
Hawking. Cientista renomado, nasceu em Oxford, Inglaterra, no dia 9 de
janeiro de 1942. Caçula de quatro irmãos, ainda pequeno, era chamado de
Einstein pelos colegas da escola. Mesmo sofrendo por conta da esclerose
lateral amiotrófica, diagnosticada quando ele tinha apenas 21 anos,
Hawking viveu 76 anos e foi um dos mais notáveis cientistas da história.
Infelizmente, Stephen dedicou sua vida e o conhecimento científico que
possuía para defender a origem do Universo e da vida como fruto do acaso,
além de ridicularizar a existência de Deus. Ele dizia: “Antes de
entendermos a ciência, o lógico era acreditar que Deus criou o Universo;
mas, agora, a ciência oferece uma explicação mais convincente [...]. Não há
nenhum Deus. Sou ateu. A religião crê em milagres, mas eles não são
compatíveis com a ciência.”
Apesar de todos seus conflitos com Deus, a criação, os milagres e as
questões espirituais, Hawking reconhecia que “estamos ficando sem
espaço, e os únicos lugares a serem encontrados são outros mundos. É hora
de explorar outros sistemas solares. Espalhar-se pode ser a única coisa que
vai nos salvar de nós mesmos. Estou convencido de que os humanos
precisam sair da Terra”.
Hawking, mesmo sendo ateu, acabou estimulando a confiança nas
promessas de Deus. Afinal, foi o Senhor que profetizou o estado de
calamidade do planeta antes do fim, apontando o único caminho para
deixá-lo. Essa não é a grande descoberta de Hawking, mas a grande
esperança dos cristãos. Segundo Ellen White, os salvos: “Livres da
mortalidade, alçarão voo incansável para os mundos distantes – mundos
que fremiram de tristeza ante o espetáculo da desgraça humana e
ressoaram com cânticos de alegria ao ouvir as novas de uma alma
resgatada” (O Grande Conflito, p. 677).
O Senhor da física, das estrelas, do cosmos e do Universo não elaborou
uma teoria, mas fez uma promessa assinada com o próprio sangue. A hora
da partida está muito próxima, a viagem já está paga e não será por um
período curto, mas por toda a eternidade. Não fique de fora!
SEXTA 15 DE MARÇO
Você é um pescador?
Disse-lhes Jesus: Vinde após Mim, e Eu vos farei pescadores de homens. Marcos
1:17
John M. Drescher conseguiu ilustrar de maneira clara os riscos da perda
de foco na missão. Vou adaptar seu texto, procurando não perder a
essência, para que ele nos sirva de alerta.
Em uma região com lagos e rios cheios de peixes famintos vivia um grupo
de indivíduos que se diziam pescadores. A cada semana, eles se reuniam
para falar de seu trabalho, da abundância de peixes e de como pescá-los.
Gastavam tempo estudando novos métodos de pesca que fossem mais
eficientes. Sempre lembravam que o principal dever de um pescador é
pescar. Só faltava uma coisa, que ninguém fazia: pescar.
Todos os pescadores estavam de acordo que precisavam de reuniões e
programas especiais que pudessem desafiar os pescadores a ser fiéis na
arte de pescar. Muita gente foi reunida para apoiar as reuniões e
comissões. Especialistas apresentaram projetos para pescar em águas mais
profundas e alcançar peixes de outras cores. Mas nem os palestrantes nem
os pescadores saíam para pescar.
Foram criados amplos centros de treinamento para ensinar os pescadores
a pescar. Eram oferecidos cursos sobre as necessidades dos peixes, sua
natureza, onde encontrá-los, suas reações psicológicas e como se
aproximar a fim de apanhá-los. Alguns professores tinham altos títulos em
ictiologia. Após anos de exaustivos estudos, muitos se tornaram
licenciados em pesca. Porém, apenas ensinavam a ciência da pesca.
Nenhum deles pescava.
Em uma das reuniões, um jovem aceitou o apelo e decidiu sair para
pescar. No dia seguinte, contou que havia apanhado dois peixes grandes.
Foi elogiado por sua conquista e convidado a estar presente nas próximas
reuniões para contar como havia conseguido tamanho sucesso. Acabou
deixando de pescar para partilhar sua experiência como pescador e foi
nomeado membro do Conselho Geral de Pescadores, por sua experiência
excepcional.
A história poderia ser mais longa, mas é suficiente para uma boa reflexão.
Todos eram chamados de pescadores, conheciam as melhores teorias,
tinham a melhor estrutura e os melhores equipamentos, mas, apesar de
tudo, não sabiam pescar. Precisamos manter o foco claro na missão para
não cair na mesma armadilha!
SÁBADO 16 DE MARÇO
Jovens embaixadores
De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo. 2 Coríntios 5:20
A história dos irmãos peruanos Bruno e Olenka é emocionante.
Representa a dedicação e fidelidade de um exército de jovens adventistas
que são verdadeiros embaixadores de Cristo. Em 2016, decidiram participar
de um concurso nacional para novos empreendedores e apresentaram uma
chave de automóvel com bafômetro, que impede motoristas bêbados de
dirigir e previne acidentes. Chamaram seu projeto de Smart Key.
A partir daí, foi um milagre após o outro. Primeiro precisavam de um
profissional para desenvolver o projeto. Apesar das desconfianças,
encontraram apoio e se inscreveram no último dia. Foram classificados
para a segunda fase e precisavam de uma imagem corporativa para o
projeto e pontos de apoio para pedir votos. Deus enviou os meios, e eles
foram os vencedores da votação virtual.
Passaram para a terceira fase. Não tinham apoio de nenhuma
universidade ou professor conselheiro, mas concorriam com alunos das
melhores universidades do país. Com uma ajuda especial, fizeram um
vídeo e novamente venceram a votação virtual.
Precisavam ir a Lima, capital do país, buscar apoio da imprensa e de
empreendedores. Deus enviou os meios necessários. Em cada entrevista,
eles exaltavam o nome de Deus.
Foram classificados para a final e receberam uma ligação informando que
a cerimônia de premiação tinha sido mudada para uma sexta-feira à noite.
Decidiram não participar, confiando que Deus estava no controle de tudo.
A pressão foi muito forte, mas permaneceram fiéis. Pouco antes do pôr do
sol, fecharam seu stand de exposições e foram para a casa de uma irmã da
igreja.
Logo chegou a informação de que tinham sido vencedores em sua
categoria. Foram chamados publicamente, mas não estavam presentes, e
todos souberam que era por princípios religiosos. Por meio disso,
testemunharam para todo o país.
Bruno e Olenka ainda têm desafios financeiros e buscam patrocínio para
seu projeto. Mesmo assim, são líderes em sua igreja, dão muitos estudos
bíblicos e seguem fiéis ao Senhor, confiando que os embaixadores de Cristo
nunca serão desamparados.
DOMINGO 17 DE MARÇO
Um povo diferente
Em Antioquia, foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos. Atos
11:26
Alguns anos atrás, quando era pastor em São Paulo, fui com um colega
comprar uma jaqueta. Ao conversar com um vendedor, ele me surpreendeu
com uma pergunta direta: “Vocês são adventistas?” Não tive dúvida em
responder, mas também retribuí a pergunta: “Como você descobriu?
Também é adventista ou nos conhece de algum programa especial?” A
resposta dele foi ao ponto: “Não sou adventista, mas a gente pode
reconhecer um adventista com facilidade. Vocês são um povo diferente.
Tenho parentes adventistas e sei bem disso.”
Até hoje não me esqueci das palavras daquele vendedor. Mesmo sem
saber, ele pregou uma grande verdade. De fato, somos um povo diferente.
Não simplesmente porque queremos, mas porque Deus nos chamou para
sermos luz em meio às trevas. Ele nos escolheu para apresentar Sua
mensagem em uma época de confusão e incredulidade (1Pe 2:9). Na
verdade, não somos cidadãos deste mundo, mas nossa pátria está no Céu
(Fp 3:20).
Confesso, porém, que tenho me preocupado com essa questão. Ainda
somos um povo diferente? Se eu voltasse àquela loja e encontrasse o
mesmo vendedor, ele ainda poderia dizer as mesmas palavras?
Continuamos conscientes de nosso papel de não sermos apenas “mais um
povo” na Terra?
Gostaria de desafiar você e sua igreja a avaliarem o caminho que estão
seguindo. Essa não é uma simples questão administrativa, mas uma
avaliação espiritual. Não acontece apenas pela sugestão de um líder ou o
voto de uma comissão. É uma questão solene, que precisamos estudar com
muita oração e amor, mas entendendo nosso papel, nossa missão e o
tempo em que vivemos. Temos a missão de preparar um povo para o
encontro com o Senhor.
Por isso, Ellen White alerta: “Se, em desafio às disposições divinas, for
permitido ao mundo influenciar nossas decisões ou ações, o propósito de
Deus será frustrado. [...] Uma inabalável fidelidade na manutenção da
honra e da santidade da lei de Deus despertará a atenção e a admiração do
mundo, e muitos, pelas boas obras que contemplarem, serão levados a
glorificar nosso Pai celestial” (A Igreja Remanescente, p. 13).
Aproxima-se o dia em que nos encontraremos com o Senhor. Este é o
momento para reafirmarmos nosso papel como igreja. Este é o tempo para
andarmos seguros no caminho do Céu e continuar cumprindo
poderosamente nossa missão.
SEGUNDA 18 DE MARÇO
Liberdade religiosa
Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas.
Mateus 10:16
Como 90% da população mundial professa alguma religião, o tema da
liberdade religiosa não interessa apenas aos adventistas. Temos atuado
fortemente como embaixadores da liberdade em todo o mundo, mas
precisamos ir além.
Não somos chamados para lutar por liberdade religiosa, mas para
defendê-la. Precisamos defender nossa visão, postura e teologia com
clareza e firmeza, mas em um ambiente de respeito para com religiões que
pensam diferentemente de nós.
Temos a seguir sete princípios que nos ajudam a aprofundar essa visão:
1. Princípio da prevenção. Precisamos atuar de maneira mais preventiva
nessa área, nos antecipando aos problemas e não aparecendo apenas para
resolvê-los quando uma crise já está estabelecida.
2. Princípio da abrangência. Precisamos estar sempre abertos a defender
liberdade religiosa inclusiva, ou seja, para todos e não apenas para nós.
3. Princípio da consequência. Precisamos atuar com clareza e habilidade
em áreas que não parecem estar diretamente ligadas à liberdade religiosa,
mas que podem trazer consequências sobre ela, levando à intolerância
religiosa.
4. Princípio do respeito. Precisamos saber discordar; mas, ao mesmo
tempo, respeitar. Podemos ter diferenças teológicas com outras
denominações, mas sempre mantendo um tratamento respeitável para
defendermos a liberdade religiosa.
5. Princípio da relevância. Como igreja, precisamos fortalecer projetos de
serviço junto à comunidade, demonstrando nossa relevância para o bem
comum. Receberemos, como resultado, respeito, visão positiva e uma
reação favorável à liberdade.
6. Princípio da coerência. Antes de defender a liberdade religiosa,
precisamos lutar por coerência religiosa, mantendo uma vida
denominacional coerente com os princípios bíblicos.
7. Princípio da prudência. Precisamos ter cuidado especial para não
misturar defesa de liberdade religiosa com militância político-partidária-
eleitoral. Nossa função é espiritual e missionária.
A liberdade religiosa é um valor fundamental para a Igreja Adventista.
Vamos defendê-la para que, enquanto for possível, usemos o direito de
proclamar nossa esperança.
QUINTA 21 DE MARÇO
Sensacionalismo ou evangelismo?
Então, disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas-
novas, e nós nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, seremos tidos por
culpados; agora, pois, vamos e o anunciemos à casa do rei. 2 Reis 7:9
“Não acredito mais na volta de Jesus!” Essas duras palavras me deixaram
preocupado. Eu estava em um pequeno grupo quando uma universitária
disparou essa frase. Naquela noite, estudávamos os sinais da volta de
Cristo, e todos participavam com muito interesse.
Depois de soltar essa “bomba”, a jovem explicou melhor: “Meu avô foi
adventista e sempre me dizia que Jesus estava voltando. Apontava cada um
dos sinais e afirmava que dificilmente eu chegaria à faculdade nem
conseguiria construir uma família. Ele já faleceu, e eu continuo aqui.” Suas
palavras foram fortes e expressavam um tom de revolta. Ela ainda
continuou: “Meu pai já está aposentado e sempre foi adventista fiel. A cada
nova tragédia, ele me diz que realmente estamos chegando ao fim. Ele tem
certeza de que vai estar vivo para ver Jesus voltar. É tanto sensacionalismo
que já não acredito mais.”
A conversa me chamou a atenção para o efeito negativo de palestras,
programas e comentários sensacionalistas sobre os sinais da segunda vinda
de Jesus. Nosso foco principal não deve estar nos sinais, mas no preparo
para o encontro com o Senhor. Quando esse é o centro, a motivação é o
amor ao Senhor e Sua missão.
Os sinais da volta de Cristo são como um quebra-cabeça. A cada dia, as
peças vão se encaixando, e o cenário fica mais claro. Não devemos nos
concentrar nas peças, mas no cenário. À medida que vemos nossa
esperança se tornar realidade, nosso desejo passa a ser gastar mais tempo
na presença do Senhor e ajudar a preparar o maior número possível de
pessoas para esse dia. Afinal, é a pregação do “evangelho do reino” (Mt
24:14) que vai definir a volta de Cristo e não outros sinais do mundo
religioso, político, da natureza ou da condição humana.
Não podemos nos expor ao risco de cair em conjecturas e interpretações
alarmistas, participando de reavivamentos vazios e perigosos. O mais
importante é saber como está nossa vida diante do Senhor e quantos
daqueles que estão próximos de nós já foram evangelizados e estão
preparados para a segunda vinda de Jesus.
SEXTA 22 DE MARÇO
Cara amarrada
Muitos afluíram para ali, tantos que nem mesmo junto à porta eles achavam
lugar; e anunciava-lhes a palavra. Marcos 2:2
Jesus tinha uma personalidade atrativa. Por isso, os discípulos O
seguiram, e as multidões O acompanhavam por onde ia. Se Ele fosse
alguém amargo, as pessoas não ficariam sem comer para ouvi-Lo. Se fosse
antipático, famílias não lançariam suas roupas para que Ele passasse. Jesus
era cativante. Sua mensagem, personalidade e Seu interesse não afastavam,
mas aproximavam. Suas atitudes eram parte de Sua missão.
Nosso compromisso hoje é ser uma extensão viva e moderna do
ministério de Jesus, revelando Seu caráter, mas também Suas atitudes. Por
isso, “aquilo que é feito para a glória de Deus deve ser feito com alegria,
cânticos de louvor e ações de graça, não com tristeza e pessimismo”
(Caminho a Cristo, p. 102).
Há um grupo de cristãos que conheceu um Jesus diferente, que nunca
existiu. Dizem que O representam, mas vivem para apontar o erro dos
outros, estão sempre com uma aparência de sofrimento, andam de cara
“amarrada” e palavras negativas. Para eles, ser cristão é ser sofredor. Como
dizia alguém, parece que foram batizados com água de limão. Tomam
alguns momentos do ministério de Cristo, em que Ele precisou ser duro
nas palavras ou atitudes, e fazem deles a regra de sua vida.
Nossa missão é compartilhar com o mundo uma vida cristã positiva, que
mude coisas, pessoas e ambientes para melhor; que odeie o pecado, mas
ame o pecador; que represente a Cristo de maneira digna e atraia as
pessoas.
Ellen White aconselha: “Ninguém deve tornar a religião repulsiva [...].
Não desmintam sua profissão de fé por meio de impaciência e
descontentamento. Permitam que as virtudes do Espírito se manifestem
em bondade, mansidão, longanimidade, alegria e amor” (Refletindo a Cristo,
p. 360).
Precisamos ser reconhecidos pela coerência, profundidade e fidelidade,
mas também equilíbrio, solidariedade e amor. Só assim vamos representar
a Cristo de maneira digna e atrair muitas pessoas a Ele.
SÁBADO 23 DE MARÇO
Mortos-vivos
Assim diz o Senhor Deus a estes ossos: Eis que farei entrar o espírito em vós, e
vivereis. Ezequiel 37:5
Em 14 de novembro de 2014, a rede britânica de notícias BBC publicou a
história de Janina Kolkiewicz. Com 91 anos, ela foi declarada morta,
inclusive com atestado de óbito; mas, depois de 11 horas na câmara fria de
um necrotério, surpreendeu a todos ao se mexer. A polícia foi chamada, o
enterro foi cancelado, e ela voltou para casa. A “morta” estava viva. Tanto
sua família quanto o médico que a examinou ficaram em estado de choque.
Do ponto de vista espiritual, a condição de algumas igrejas se assemelha
ao que ocorreu com Janina. O diagnóstico é fácil: há falta de interesse em
consagração, os cultos são mecânicos e sem vida, o templo está descuidado,
não se vê adolescentes e jovens envolvidos nem há compromisso com a
missão. O ambiente é frio, as pessoas vivem de aparências, pouco se fala no
estudo da Bíblia e oração. Os sermões são superficiais, não há estudo de
profecias, e o estilo de vida não revela um compromisso. É como se Deus
tivesse sido colocado do lado de fora de Sua própria casa.
Mas há esperança! Esses mortos-vivos precisam de um reavivamento. O
mesmo poder que deu vida aos ossos secos de Ezequiel 37 ressuscitará “a
verdadeira piedade entre nós” (Eventos Finais, p. 189).
Esse movimento necessário e urgente não está ligado a pregadores
carismáticos, cantores famosos, espetáculos apelativos, programas
superficiais, muito menos com gente de semblante abatido e espírito
negativo. Reavivamento não acontece com a mudança de formato, mas de
conteúdo.
Ellen White declara: “Só podemos esperar um reavivamento em resposta
à oração” (Eventos Finais, p. 189). Em nossa vida, a oração deve ser sempre
o primeiro recurso, e não a última alternativa, quando outras falharam. Só
assim, com uma vida de oração, o Espírito Santo nos fará reviver, como na
visão do vale dos ossos secos de Ezequiel.
Lembre-se de que os filhos de Deus sempre ganham suas batalhas de
joelhos. Por isso, faça da oração, hoje e sempre, sua arma mais poderosa, e
você terá certeza de que está vivo espiritualmente.
DOMINGO 24 DE MARÇO
O Céu na igreja
Guardo no coração as Tuas palavras, para não pecar contra Ti. Salmo 119:11
Ao ler o livro Conselhos Para a Igreja, encontrei um texto que me deixou
muito impressionado: “Se o povo de Deus apreciasse a Sua Palavra,
teríamos um Céu na igreja, aqui na Terra” (p. 87). “Um Céu na igreja, aqui
na Terra.” Que ideal! Que sonho! Precisamos ser, ou voltar a ser, o povo da
Bíblia.
Pensando no dia a dia dos pastores e líderes da igreja, vemos quanto
tempo é gasto com problemas que não precisariam existir. Algumas vezes,
radicalismo; outras, liberalismo. São questões de egoísmo ou de “achismo”,
de gente querendo se beneficiar ou criticar a igreja. Se buscássemos mais a
Bíblia, tudo poderia ser diferente!
Precisamos ter fome da Palavra e priorizá-la mais do que os interesses
pessoais. O resultado vai ser o Céu na igreja. Até o cansaço, o excesso de
trabalho ou outros interesses perderão sua força.
Vamos nos unir, como igreja, para trazer o Céu, de maneira mais clara,
para nossa vida. Precisamos fazer isso de forma particular, mas também
estimular, ainda mais, a leitura da Bíblia para a edificação da igreja. Esse é o
caminho para experimentarmos a igreja dos sonhos de Deus. Isso é
possível.
Gastemos mais tempo para estudar a Bíblia, fortalecendo nossa
caminhada diária, profunda e permanente com o Senhor, na primeira hora
de cada dia. Se há falta de vontade, não há outro caminho a não ser
começar. “Quanto mais se estuda a Bíblia, com coração humilde, tanto
maior será seu interesse” (ibid.).
Exploremos mais a Bíblia em nossa família, principalmente na educação
de nossos filhos. O conselho é claro: “Seja o que for que se ensine no lar ou
na escola, a Bíblia deve, como grande educadora, ter o primeiro lugar. Caso
lhe seja concedida essa posição, Deus será honrado e por vocês trabalhará
na conversão de seus filhos” (ibid., p. 88). Quando os filhos são ensinados
a amar a Bíblia, eles a guardam no coração para sempre, e o Céu se torna
presente na vida pessoal, na família e na escola.
Cerquemos nossa vida com a Palavra de Deus, e as bênçãos do Céu cairão
sem medida sobre nós individualmente, como família e igreja.
SEGUNDA 25 DE MARÇO
As palavras certas
Pelas tuas palavras, serás justificado e, pelas tuas palavras, serás condenado.
Mateus 12:37
Com muita sabedoria, alguém escreveu que “o hábito de falar com Deus
muda o jeito de falar com as pessoas”. Que tremenda verdade! A qualidade
de nossa religião se revela por meio de nossas atitudes. Quanto mais perto
de Deus estivermos, mais nossas palavras, opiniões, comportamentos e
relacionamentos refletirão isso. Até o testemunho pessoal terá outro
efeito. Como disse Dwight Moody, “de 100 homens, um lerá a Bíblia; 99
lerão o próprio cristão”.
Sem dúvida, podemos defender nossas posições, especialmente quando
são bíblicas e verdadeiras. A questão é como fazê-lo. Devemos lembrar que
defender um ponto de vista com classe faz parte da espiritualidade cristã.
Em liderança, é comum dizer que o problema nem sempre é o problema,
mas como se trata o problema.
Há algum tempo, em uma de nossas igrejas, alguém se excedeu em sua
participação. Uma pessoa que assistia ao programa filmou com o celular e
postou em uma rede social. Foi o suficiente para que milhares de pessoas
curtissem, compartilhassem e fizessem duros comentários.
Não quero discutir o mérito dessa situação, mas a reação das pessoas. As
palavras agressivas e de baixo nível me deixaram preocupado e até
envergonhado. Qual foi a impressão daqueles que não são membros de
nossa igreja ao ler aqueles comentários? Reconheceram que somos um
povo transformado pela graça? Alguns comentários usaram palavras tão
duras que foram piores do que o problema em si.
Escondidos pelo anonimato da internet, atrás da tela de um computador,
sem o contato pessoal, alguns expõem o pior de si. Dão lugar ao acusador,
e, ao agirem assim, não permitem que o Consolador os use. Eles se
esquecem de que, por suas palavras, serão justificados ou condenados (Mt
12:37).
Por que não usar palavras equilibradas, dar conselhos sábios e orar pelas
situações e pelos envolvidos? Afinal, como observou um conhecido líder
cristão, “as pessoas podem recusar nosso amor ou rejeitar nossas palavras,
mas não têm defesas contra nossas orações”.
Em toda situação, vamos usar as palavras certas. Aquelas que o sábio
chama de “maçãs de ouro em salvas de prata” (Pv 25:11). Palavras positivas,
mesmo em situações negativas. Palavras que edificam, curam, motivam e
levantam.
TERÇA 26 DE MARÇO
A escolha certa
Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a
boa parte, e esta não lhe será tirada. Lucas 10:42
Em sua primeira visita a Betânia, depois de uma cansativa viagem vindo
de Jericó, Jesus encontrou refúgio na casa de Lázaro, Marta e Maria.
Querendo demonstrar hospitalidade e oferecer o melhor ao convidado,
Marta trabalhava incessantemente. Já Maria aproveitava cada minuto para
ser alimentada pelas palavras do Senhor. Ambas faziam o que era
importante, mas somente Maria escolheu o que era fundamental. Com
amor, Jesus avaliou a postura das duas e declarou: “Maria, pois, escolheu a
boa parte” (Lc 10:42).
A igreja precisa de Martas e Marias. Somos beneficiados por pessoas
dedicadas, ativas, apaixonadas e que fazem as coisas acontecer, como
Marta. Mas é sustentada pelas Marias, que tornam a consagração mais
importante que a dedicação. Toda Marta primeiro precisa ser Maria,
porque, se não tiver tempo para Deus, viverá perdendo tempo. Não
podemos permitir que nossa atividade seja mais forte ou importante que
nossa espiritualidade.
Maria não hesitou em dedicar o melhor de seu tempo ao Senhor. Seu
amor, respeito e admiração pelo Mestre a levaram a se sacrificar por Ele,
honrando-O e ungindo Seu corpo com lágrimas e um caríssimo frasco de
perfume. Não se preocupou com sua imagem pessoal e fez por Cristo, em
vida, o que outros só tiveram coragem de fazer depois de Sua morte.
“A ‘uma coisa’ de que Marta necessitava era espírito calmo, devoto, mais
profundo anseio de conhecimento da vida futura, imortal, e as graças
necessárias ao progresso espiritual. Precisava de menos ansiedade em
torno das coisas que passam, e mais pelas que permanecem para sempre”
(O Desejado de Todas as Nações, p. 525). Somos chamados hoje à mesma
decisão: “Se alguém se acha empregado em qualquer coisa que não permite
o progresso na vida espiritual e aperfeiçoar-se em santidade no temor de
Deus, deve mudar para uma ocupação na qual possa ter Jesus consigo a
toda hora” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 234).
Cada dia somos expostos a muitas decisões. Precisamos da direção de
Deus para fazer o que é certo. Isso só será realidade se, como Maria,
depusermos nossa vida aos pés do Salvador. Viva com essa perspectiva, e
você sempre ouvirá pela fé “uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai
por ele” (Is 30:21).
QUINTA 28 DE MARÇO
Sorte ou bênção?
E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da cabeça estão contados. Mateus
10:30
Já notou quantas vezes creditamos à sorte ou ao azar os fatos positivos ou
negativos que nos acontecem? Você acredita que eles sejam realmente
fruto do acaso? Aconteceram porque você estava no lugar exato e na hora
certa? Ou deram errado porque não era o seu dia? Você acredita em
coincidência ou providência, sorte ou bênção?
As perguntas parecem óbvias para um cristão, mas precisam nos levar a
refletir sobre o contraste entre o que realmente cremos, como nos
expressamos e quanto isso acaba demonstrando ingratidão e desrespeito
ao Senhor.
A Bíblia não incentiva a crença de que as coisas acontecem por acaso. O
próprio Jesus foi claro ao mencionar que nada acontece sem o
conhecimento do Pai, e Ele é tão preciso que “até os cabelos da cabeça
estão contados” (Mt 10:30).
Então, por que chamar de sorte as bênçãos de Deus e azar os desafios que
Ele nos permite enfrentar? Se “todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus” (Rm 8:28), por que definir como azar o que
acontece de negativo e sorte o que ocorre de positivo, quando todas são
ações divinas para moldar o caráter e proporcionar salvação?
Sobre esse assunto, Ellen White ensinou que “frequentemente os
homens oram e lamentam por causa das perplexidades e obstáculos que os
confrontam. Mas é propósito de Deus que eles enfrentem perplexidades e
obstáculos e, se mantiverem firme até o fim o princípio de sua confiança,
[...] Ele lhes tornará o caminho claro. Terão êxito ao lutar com perseverança
contra dificuldades aparentemente insuperáveis, e com o êxito virá maior
alegria” (Olhando Para o Alto, p. 110).
O que parece perda pode se tornar ganho, e o que parece ganho pode
acabar em perda, porque, conforme disse Roosevelt Marsden, “nossa fé não
está nas bênçãos de Deus, mas no Deus das bênçãos”.
Viva cada dia na certeza de que você não derrama “nenhuma lágrima [...]
sem que Deus saiba. Não há sorriso que Ele não perceba” (Caminho a Cristo,
p. 86). Deixe de lado a sorte e o azar e entregue sua vida nas mãos do
Senhor, porque, “se você teme a Deus, não há necessidade de temer mais
nada” (John Mason). Deus está acima do acaso!
SEXTA 29 DE MARÇO
Aprovado em Cristo
Saudai Apeles, aprovado em Cristo. Saudai os da casa de Aristóbulo. Romanos
16:10
A Bíblia apresenta personagens que se tornaram conhecidos e realizaram
uma grande obra, mas também registra os nomes de homens e mulheres
que parecem ter passado rapidamente pela história.
Um desses desconhecidos é Apeles, que alguns acreditam ter sido o
mesmo Apolo. Possivelmente, eles tenham sido pessoas diferentes, o que
aumenta ainda mais a curiosidade. Quem realmente foi esse homem?
Apeles é um nome grego. Esse nome era muito comum entre os judeus e
romanos dos tempos bíblicos. Ele consta na lista dos mais de 20
colaboradores de Paulo que se encontravam em Roma e para os quais o
apóstolo enviou saudações (Rm 16:3-15). A única referência a ele está em
Romanos 16:10, em que se encontra uma das mais importantes descrições
dadas por Paulo a um colaborador: “aprovado em Cristo”.
É impressionante alguém ter o nome citado apenas uma vez na Bíblia e
ser classificado como “aprovado em Cristo”. Nosso conhecimento de Apeles
se resume à metade de um verso, mas com certeza Paulo devia conhecê-lo
muito bem para poder usar palavras tão importantes.
A visão de ser “aprovado em Cristo” não era aplicada apenas a outros,
mas o próprio Paulo a buscava. Era sua luta pessoal (1Co 9:27). No fim de
sua vida, essa luta foi recompensada (2Tm 4:7, 8).
Os “aprovados em Cristo” são pessoas dependentes do Céu e diferentes
do mundo. Eles sempre se lembram de que “a Bíblia ensina a nos
contentarmos com o que temos, mas nunca com o que somos” (John
Blanchard). Sua ligação com o Senhor é íntima e permanente. Dedicam a
primeira hora do dia para buscá-Lo e depois vivem as outras 23 horas em
Sua presença. Concentram-se na Palavra e buscam o poder na oração. São
movidos pela graça e motivados pelo amor. Sua vida está nas mãos do
Senhor, na certeza de que “Deus não despede ninguém vazio, exceto
aqueles que estão cheios de si mesmos” (Dwight Moody).
Por outro lado, eles vivem o Céu na Terra e, por isso, são diferentes. Não
importa o que o mundo fala sobre eles, mas o que Deus pensa a respeito
deles. Suas atitudes e escolhas não são fundamentadas em desejos
pessoais, mas em critérios espirituais.
Se Paulo escrevesse um verso sobre você, o que ele diria? Seja você
também um “aprovado em Cristo”. Mantenha comunhão com Jesus todos
os dias, sirva-O fielmente, e Deus colocará em você o selo de Sua
aprovação.
SÁBADO 30 DE MARÇO
Mais pressa
Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo:
erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa. João 4:35
Será que, em meio a tantos compromissos, falta de tempo, estresse e
necessidade de uma pausa para descanso, é possível apelar por mais
pressa? Quero, porém, convidar você a aliviar a pressa fora de foco e
aumentar a pressa na realização das coisas que constituem nossa
prioridade. Precisamos de mais velocidade no cumprimento da missão,
para que Cristo volte logo. Veja a situação de nosso mundo:
1. Incapacidade dos líderes de encontrar soluções. Quanto mais reuniões,
cúpulas e fóruns mundiais são realizados, mais confusos ficam nossos
líderes. O mundo está cada dia mais fora de controle.
2. A Terra pede socorro. A crise ecológica é grave, demanda ações fortes e
urgentes, para que o planeta possa sobreviver. Contudo, os esforços para
tentar resolver esse problema, em geral, não vão para frente. A Terra
agoniza cada dia mais acentuadamente.
3. A ficção reforça um “apocalipse”. Cada dia surgem mais filmes que
exploram a visão secular de um apocalipse, prenunciando uma catástrofe
final. Eles têm destaque na mídia e mexem com a cabeça das pessoas.
4. A moralidade está perdendo seus limites. A honestidade, os valores
familiares, os limites da sexualidade, entre outras coisas, estão seriamente
comprometidos.
5. O relativismo invade a sociedade e ameaça a igreja. As verdades
absolutas são vistas como mitos, e a onda é cada pessoa ter a própria visão
de Deus, da Bíblia, da mensagem, da moralidade, da criação, etc. E o pior é
que essa visão está batendo furtivamente à porta de nossa igreja, teologia,
de nosso estilo de vida, adoração e música.
6. Deus realiza grandes coisas em Sua igreja. Nem tudo é negativo nesse
cenário. Deus está abrindo portas para que a mensagem avance de forma
grandiosa. As muitas ações da igreja e os esforços individuais dos irmãos
são uma prova disso.
Estamos assistindo passivamente a todas essas coisas ou estamos
testemunhando, com senso de urgência, para abrir os olhos de milhares de
pessoas e levá-las a Jesus enquanto há tempo? Ellen White nos desafia: “A
verdade há de em breve triunfar gloriosamente [...] apressem-se a
comunicá-la a outros” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 352, 353). É tempo de
pressa!
Abril
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2 3 4 5 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30
SEGUNDA 1º DE ABRIL
Radical x fiel
Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Apocalipse 2:10
Desde 11 de setembro de 2001, quando um grupo de terroristas
coordenou o ataque às torres gêmeas, o tema do fundamentalismo
religioso passou a ter enorme destaque na agenda mundial.
Diante dessa questão, precisamos ter em mente que não devemos
generalizar ao fazer qualquer análise sobre a religião dos outros. Afinal, a
atitude de alguns não pode ser colocada na conta de todos. Por outro lado,
não há como ignorar o aumento do ódio mundial contra essas pessoas e
suas organizações.
Todas essas barbaridades, além de provocar um sentimento de ódio,
acabam lançando sementes para iniciativas futuras. A profecia nos indica
que nos últimos dias outra vez haverá perseguição, condenação e morte em
nome da religião.
Em meio a esse cenário, a confusão entre fundamentalismo e fidelidade
se aprofunda. Hoje, os fundamentalistas são vistos como pessoas fiéis às
suas crenças, porém de forma egoísta, fanática e desequilibrada. Já a
fidelidade se manifesta em pessoas que não negociam princípios, mas
também não os impõem aos outros.
O problema é que a fidelidade tem recebido o rótulo de
fundamentalismo. Cada vez que alguém diz: “Estou disposto a perder meu
emprego, um concurso ou um ano escolar para permanecer fiel às
orientações de Deus”, surgem pessoas dizendo: “Cuidado com gente
radical! É por causa dessas pessoas que o mundo está enfrentando todas
essas crises.” A confusão acaba em discriminação contra quem
simplesmente deseja exercer seu direito de ser fiel.
Quando olhamos para o exemplo de Cristo, temos uma visão perfeita de
fidelidade e liberdade. Ele foi completamente fiel, mas para isso não
apoiou o uso de armas, não buscou poder, não incitou luta de classes e não
viveu para Si. Sua vida foi usada para demonstrar e compartilhar amor.
Morreu por aqueles que não O amaram nem O aceitaram.
Precisamos seguir Seu exemplo e nos manter fiéis a toda prova, sem
temer pressão ou discriminação. Contudo, vamos fazê-lo com respeito e
amor, sendo um testemunho vivo da real diferença entre fundamentalismo
e fidelidade.
QUARTA 3 DE ABRIL
Achismo
Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és
infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Apocalipse 3:17
A opinião de um jovem adventista me chamou a atenção: “Se a igreja
defender que não devo ir ao cinema, saio dela e vou seguir meu caminho.”
Fiquei impressionado, pois ele estava assumindo que, entre a orientação da
igreja e as próprias opiniões, ficaria com a segunda opção.
Essa é a essência do “achismo”: construir as próprias verdades, com base
em sentimentos como “eu acho”, “eu gosto”, “me sinto bem assim”, “cada
um tem sua verdade”. Indivíduos que agem desse modo muitas vezes têm
conceitos bem elaborados, atraem pessoas inteligentes e causam
polêmicas, mas se tornam cada vez mais difíceis de ser alcançados pela
Palavra do Senhor.
Sem dúvida, nossa mensagem precisa ser bíblica, profunda e lógica.
Ninguém crerá numa mensagem sem fundamento e relevância para nossos
dias. Não podemos dar respostas do século 19 a perguntas do século 21. A
questão tem que ver com o tipo de lógica que vamos adotar: pessoal ou
bíblica? Vamos usar o “achismo” como base da verdade pessoal ou
cavaremos mais fundo na Bíblia e nos escritos de Ellen White em busca da
vontade de Deus?
Outro efeito colateral do achismo é a constante busca por novidades para
suprir o vazio espiritual. Não há problema com o novo, pois novos tempos
exigem novos métodos. A crise se revela quando as novidades buscam
apenas a satisfação pessoal. Isso aparece em novas formas de culto, novo
formato de igreja, aparência pessoal mais contemporânea, estilo de louvor
mais forte, estilo de vida mais aberto, e a lista poderia continuar...
Estamos tremendamente expostos aos riscos do “achismo”. Muitas de
nossas discussões sobre temas teológicos, eclesiológicos e de crescimento
espiritual têm sido feitas sem a Bíblia e os escritos de Ellen White. Usamos
grandes pensadores para defender uma opinião humana, mas não nos
aprofundamos na revelação em busca da orientação divina. Nossa única
segurança está na fidelidade à Palavra.
Pouco antes da volta de Jesus, as investidas de Satanás serão intensas e
sutis (O Grande Conflito, p. 624). Como vamos reconhecer seus enganos se
procurarmos enfrentar questões espirituais apenas com opiniões
particulares?
SÁBADO 6 DE ABRIL
Comprometidos
Então, disse Maria: Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim
conforme a tua palavra. E o anjo se ausentou dela. Lucas 1:38
Gosto de ver pessoas comprometidas com uma causa. Gente capaz de
pagar qualquer preço para defender o que acredita. Observo, por exemplo,
os defensores das causas ecológicas, que vão aos lugares mais desafiadores
e se expõem de formas muito perigosas pelo bem do planeta. Interesso-me
ainda pelos defensores de causas sociais, que vão às ruas defender o que
acreditam e muitas vezes arriscam a própria vida.
O movimento adventista também começou com gente comprometida.
Um dos pioneiros que mais me impressiona é Charles Fitch. Seu
compromisso com a volta de Cristo era tão grande que ele não tinha medo
de enfrentar desafios. Pouco antes de 22 de outubro de 1844, Fitch batizou
três grupos de pessoas em um rio, ao ar livre e num dia muito frio. Sua
saúde foi abalada, adoeceu e morreu de tuberculose em 14 de outubro, oito
dias antes da data marcada para a volta de Jesus.
A Bíblia também apresenta muitos exemplos de gente comprometida, a
ponto de dar a própria vida por uma causa. Sem dúvida, o maior de todos é
Jesus. Contudo, Maria, a virgem escolhida para ser Sua mãe, é um destaque.
Normalmente exaltamos o privilégio que ela recebeu ao ser escolhida como
mãe do Salvador, mas você já pensou no preço que ela pagou para cumprir
essa missão?
Aceitar o plano de Deus envolvia se tornar mãe solteira, e isso tinha
consequências muito sérias. Poderia ser condenada por cometer um crime
de contaminação e ameaça aos valores religiosos, sociais e familiares. Sua
punição poderia ser a morte. Imagine também como ela seria vista pela
família, amigos e pela sociedade. Como convenceria José, seu noivo, de que
o bebê não era filho de outro homem, mas um milagre do Espírito Santo? E
o que aconteceria com sua festa de casamento por conta dessa condição?
Diante do alto preço, Maria poderia ter passado a responsabilidade para
outra mulher. Seguiria sua vida, realizaria seus sonhos e evitaria
problemas. Ela, porém, aceitou o desafio e respondeu: “Aqui está a serva do
Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra” (Lc 1:38). Não
teve medo de arriscar tudo para cumprir sua missão.
E você? Qual é o tamanho do seu comprometimento? Pague o preço de
sua missão e esteja certo de que Deus vai cuidar de tudo para seu bem
eterno e para a salvação de muitos.
DOMINGO 7 DE ABRIL
Filho pródigo
E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o
avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. Lucas 15:20
Lucas 15 é a seção dos achados e perdidos da Bíblia. Ali estão três
parábolas que mostram a busca incessante de Deus: a ovelha perdida, a
dracma perdida e o filho pródigo. A história do filho pródigo é a maior e
mais tocante das três. Aliás, poderíamos facilmente chamá-la de parábola
do pai amoroso. Para entendê-la melhor, vamos analisar duas perguntas
aparentemente óbvias.
A primeira é: Se o Pai era tão bom, por que o filho decidiu sair de casa?
Saiu porque tinha liberdade para sair. Deus nos criou livres e, embora
nossas escolhas possam machucar Seu coração, Ele continua a respeitar
nosso livre-arbítrio.
Saiu porque se cansou da rotina do lar. O filho estava aborrecido com o
mundo tranquilo da fazenda. Olhava com desprezo a vida monótona de
agricultor e considerava sua vida uma prisão. Para ele, tudo ali era sem
graça. Queria mais agitação.
Saiu porque queria conhecer o desconhecido. Talvez tenha ido para alguma
cidade grande da época em busca de diversão e liberdade. Desejando o
desconhecido, destruiu o que era conhecido: sua família.
Ainda podemos perguntar: Se o filho queria tanto sair, por que depois
quis voltar?
Voltou porque tinha liberdade para isso. No plano da redenção, Deus
sempre busca salvar o ser humano. Ninguém foi tão longe que não possa
voltar nem é tão pecador que não possa ser aceito novamente por Deus.
Voltou porque sentiu saudade. A saudade é um instrumento do Espírito
Santo que nos faz lembrar a felicidade que temos ao lado de Deus. O filho
se lembrou dos dias felizes de sua infância e adolescência.
Voltou porque precisava ser perdoado. O filho sabia que havia magoado
profundamente o pai. Precisava acertar as contas.
Quanto a você, esteja certo de que “Cristo jamais abandonará a pessoa
pela qual Ele morreu. O ser humano poderá deixá-Lo e ser vencido pela
tentação; Cristo, porém, não pode nunca Se desviar daquele pelo qual
pagou o resgate com a própria vida” (O Maior Discurso de Cristo, p. 118,
119). Qualquer pessoa pode ter um novo começo, uma nova oportunidade.
O importante é correr para os braços do Pai.
SEGUNDA 8 DE ABRIL
Aventais brancos
E todos da multidão procuravam tocá-Lo, porque Dele saía poder; e curava
todos. Lucas 6:19
Em seu livro Aventais Brancos, Otília Peverini trata sobre a nobre tarefa de
enfermeiros-missionários. Ela escreveu com o coração, pois se dedicou a
essa profissão por toda a vida. O Hospital Adventista del Plata, na
Argentina, foi para Otília sua segunda casa. Lá se formou enfermeira,
chefiou a equipe de enfermagem e passou seus últimos anos como
paciente.
Uma de suas lembranças mais comoventes é do doutor Carlos Westphal,
filho do pastor Frank Henry Westphal, mais conhecido entre nós como
Francisco, primeiro missionário enviado para a América do Sul. Além de
médico da instituição, cirurgião audacioso, obstetra e professor, Carlos era
também um pregador apaixonado pelo Apocalipse.
Ele era procurado por pessoas de longe e, muitas vezes, passava a noite
inteira ajudando num parto, voltando só depois, sem descanso, para cuidar
dos pacientes que o esperavam. Otília acompanhou-o em um parto que
durou uma noite inteira de inverno. Ao amanhecer, estavam exaustos e
famintos, mas enfrentaram uma garoa persistente no caminho de volta. O
doutor Westphal ficou gripado e com febre, mas foi diretamente para o
hospital continuar seu trabalho.
Otília visitou o doutor Westphal em seus últimos dias de vida, alguns
anos depois de sua aposentadoria. Ela relata: “Era difícil para ele falar.
Segurei uma de suas mãos, que tinham trabalhado salvando muitas vidas.
Então ele me disse: ‘É a vida, não chore, estou pronto para descansar.’ E foi
assim que um grande médico- missionário, pioneiro, altruísta, eficiente e
disposto a servir em diferentes atividades descansou.” Terminou sua
carreira, mas deixou um legado que permanece na vida de todos os que
foram beneficiados por ele e seus descendentes.
Os aventais brancos nos fazem lembrar o caráter de Jesus, o médico-
missionário que veio do Céu, não para cuidar dos sãos, mas para
restabelecer doentes. Hoje precisamos de mais profissionais de saúde e
outros voluntários, que continuem a obra médico-missionária que Jesus
começou. Vivendo e compartilhando nossa mensagem de saúde, você pode
ajudar a transformar a vida de alguém.
QUINTA 11 DE ABRIL
Ainda fala
Pela fé, Abel [...] mesmo depois de morto, ainda fala. Hebreus 11:4
Aquele foi um sermão inesquecível. Sentado em uma cadeira de rodas,
aos 94 anos, falando com dificuldade e quase não podendo se mexer, um
gigante da pregação do evangelho da América do Sul e, por que não dizer,
do mundo, pregava em um concílio de pastores. Apesar de suas limitações
físicas, expunha com entusiasmo o tema da volta de Jesus. Essa mensagem
deixou fortes marcas em mim.
A vida do pastor Moisés Nigri foi uma inspiração para todos os que o
conheceram. Nascido em 1914, no Rio de Janeiro, era filho de pai judeu e
mãe católica. Conheceu Jesus e foi batizado em agosto de 1932 na pioneira
Igreja Adventista do Meier, no Rio de Janeiro. Em 1935, decidiu estudar
Teologia no antigo Colégio Adventista Brasileiro (atual Unasp, SP), onde
formou-se em 1937.
Serviu em diferentes regiões do país, como pastor de grandes igrejas,
líder de departamentos, presidente de Associação e União. Em 1952, foi
escolhido secretário da Divisão Sul-Americana. Foi o primeiro obreiro local
a ocupar essa função.
Em 1970, foi eleito vice-presidente da igreja mundial, sendo o primeiro
latino, de língua não inglesa, a ocupar essa função. Em 1980, aposentou-se,
mas continuou servindo intensamente como voluntário.
No dia 20 de fevereiro de 2010, foi convidado para pregar em São Paulo e
falou sobre seu tema preferido: a volta de Jesus. Durante a mensagem,
abriu o coração: “Tenho pedido a Deus que me deixe viver até os 100 anos,
para ver Jesus voltar. Não posso crer diferente, mas penso que este poderá
ser meu último sermão.” De fato foi seu último sermão em vida. Na
madrugada de domingo, caiu dentro de casa, fraturou o fêmur, foi levado
ao hospital e ali descansou no dia 4 de março.
A pregação de homens como Moisés Nigri não cessa com a morte deles.
Sua mensagem continua ecoando por meio de seu legado e influência na
vida daqueles que seguem seus passos. Sem dúvida, o texto que você está
lendo é uma prova de que o pastor Nigri, “mesmo depois de morto, ainda
fala”.
De acordo com o texto bíblico de hoje, essa foi a realidade do justo Abel e
de muitos dos gigantes do passado. Pode ser a sua também. Coloque-se nas
mãos de Deus, e Ele falará por meio de você até mesmo quando sua voz
não puder mais ser ouvida.
SÁBADO 13 DE ABRIL
Não desista
Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã. Salmo 30:5
Permanecer firme em tempos de crise é um de nossos maiores desafios.
O coração fica pesado, a noite escura parece que nunca vai terminar, e os
piores pensamentos vêm à mente. Porém, permanecer firme, acreditar que
as coisas podem melhorar e manter a fé em Deus exige coragem, pois os
“obstáculos que nos impedem o progresso jamais desaparecerão diante de
alguém vacilante e duvidoso” (Obreiros Evangélicos, p. 262).
As pessoas mais fortes nem sempre são as que ganham, mas as que não
desistem quando perdem. Você se lembra dos exemplos a seguir?
Thomas Edison era o caçula da família e considerado uma criança-
problema. Seu pai sempre dizia que ele nunca seria nada na vida. Contudo,
ele patenteou 1.093 invenções, entre elas, o microfone, a máquina de
escrever, a ferrovia elétrica, a lâmpada elétrica e a câmera de cinema.
Nelson Mandela passou 27 anos na cadeia por atuar como principal
representante do movimento contra o apartheid. Foi libertado em 1990,
recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993 e se tornou presidente da África
do Sul de 1994 a 1999, sendo o primeiro negro da história a assumir esse
cargo no país.
Albert Einstein não sabia falar até os quatro anos de idade e só aprendeu
a ler aos sete. Sua professora o qualificou como “mentalmente lerdo, não
sociável e sempre perdido em devaneios tolos”. Foi expulso da escola e não
foi admitido na Escola Politécnica de Zurique.
Ludwig Van Beethoven, compositor alemão, ficou completamente surdo
aos 46 anos, após anos de perda progressiva da audição. No entanto,
compôs boa parte de sua obra, incluindo três sinfonias, em seus últimos
anos de vida.
Não desista! Aprenda a resistir. Bertolt Brecht disse: “Há homens que
lutam um dia e são bons; [...] Há aqueles que lutam muitos anos e são
muito bons; mas há os que lutam toda a vida e são imprescindíveis.”
Como disse Ellen White: “Nossa meta deve ser: Para a frente, sempre
para a frente! Anjos do Céu irão adiante de nós, a preparar-nos o caminho”
(Evangelismo, p. 707).
Não desista! Enfrente a noite com oração, pois Deus já está preparando o
amanhecer.
DOMINGO 14 DE ABRIL
Marca principal
Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 1 João 4:8
Qual será a marca principal do povo de Deus nos últimos dias? A
profundidade teológica, o conhecimento das profecias ou a fidelidade ao
sábado? A força das instituições ou o grande crescimento do número de
membros?
Não há dúvidas de que essas coisas são importantes, mas elas só trarão
resultado efetivo se forem movidas por amor. Sem o mais nobre dos
sentimentos, nossa teologia se torna árida, nossa fidelidade perde a força, e
a igreja não passa de uma instituição.
Em Mateus 25, no contexto de Sua segunda vinda, Jesus foi claro sobre a
principal característica de Seu povo. O amor, a compaixão e o serviço
desinteressado são marcas distintivas daqueles que aguardam Seu retorno.
Quem não for além das palavras e intenções ficará de fora do Céu, por
uma simples razão: “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é
amor” (1Jo 4:8). Como estarão no Céu pessoas que nunca conheceram a
Deus? Estudar as doutrinas bíblicas, levar pessoas ao batismo, liderar a
igreja e mencionar o nome de Deus não salvará ninguém. Crer no Senhor
de todo o coração, amá-Lo profundamente e entregar a vida
completamente a Ele é a receita para a vida eterna.
Quando amamos a Jesus, passamos a imitá-Lo, seguimos Seus passos,
obedecemos a Suas palavras e praticamos Suas obras. Meditar sobre o
exemplo de Jesus todos os dias em busca de referência sobre como se
comportar é o objetivo de cristãos verdadeiros. Quem faz isso, com o poder
do Espírito Santo, passa a amar como Jesus amou. Assim, o mundo conhece
Jesus, e a igreja de Deus é distinguida.
Falando sobre nosso dever de imitar Jesus, Ellen White diz: “Todo o
membro de Sua igreja militante deve manifestar as mesmas qualidades, se
deseja fazer parte da igreja triunfante” (Eventos Finais, p. 62).
Nossa mensagem, doutrina, história e herança profética sem dúvida
servirão de alicerce, mas só terão valor se reproduzirem o espírito de
Cristo. O Senhor não está chamando um povo forte no amor e fraco na
mensagem, nem fraco no amor e forte na mensagem. Ele busca um povo
forte em ambos.
Doutrinas com amor são remédio para o coração; sem amor, porém,
tornam-se veneno para alma. Por isso, seja profundo na mensagem e
intenso no amor.
SEGUNDA 15 DE ABRIL
O último converso
Mas em nada tenho a minha vida por preciosa […] para dar testemunho do
evangelho da graça de Deus. Atos 20:24, ARC
O “indestrutível” Titanic afundou em sua viagem inaugural na noite de
14 de abril de 1912, quando colidiu com um iceberg no Atlântico Norte. O
barco partiu da Inglaterra para Nova York. No naufrágio, cerca de 1.512
pessoas morreram. Pouco mais de 700 passageiros e tripulantes
sobreviveram.
O pregador escocês John Harper e sua filha de seis anos, Nana, estavam a
bordo. Quatro anos antes, a esposa de Harper havia morrido. O motivo de
sua viagem no Titanic era pregar em uma das maiores igrejas de Chicago.
Quando o Titanic colidiu com iceberg, Harper colocou a menina em um dos
botes salva- vidas, deixando-a aos cuidados de um primo mais velho. Essa
precaução salvou a vida de Nana, que morreu em 1986, aos 80 anos. O
pregador poderia ter se juntado à filha, mas escolheu dar às pessoas mais
uma chance de conhecer a Cristo.
Quatro anos após o naufrágio, um dos sobreviventes disse em uma
reunião em Hamilton, Canadá, que no meio das águas geladas estava
agarrado a um pedaço de madeira, quando Harper nadou em sua direção e
disse: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”. O homem rejeitou o
primeiro apelo. No entanto, quando ouviu novamente: “Creia no Senhor
Jesus Cristo”, sabendo que estava sozinho, à deriva, aceitou crer em Cristo.
Momentos depois, o sobrevivente viu Harper sucumbir ao frio e afundar. O
sobrevivente testemunhou: “Eu sou o último converso de John Harper.”
É significativo pensar em alguém afundando nas águas geladas para
salvar mais uma pessoa. Mais profundo, porém, é pensar naquele que
entrou nas águas frias do pecado para salvar a todos.
Ellen White fez um apelo ao nosso coração: “Tenho apenas esta
mensagem a dar; que agora é tempo de trabalhar, enquanto é dia, pois a
noite vem, quando ninguém pode trabalhar. [...] A Palavra do Senhor revela
que o fim de todas as coisas está às portas” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p.
191).
O tempo da graça e das oportunidades está terminando. O último hino
será cantado muito em breve, o último sermão será pregado e a última
pessoa tomará uma decisão pela eternidade. Há muitos que precisam ser
salvos, e o Senhor conta com você nessa missão. Agora é o momento!
TERÇA 16 DE ABRIL
A glória da cruz
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois [...]
a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, [...] tornando-Se
obediente até à morte e morte de cruz. Filipenses 2:5-8
A cruz de Cristo é o símbolo da maior religião do planeta, que alcança
quase um terço da população mundial e agrega mais de 2 bilhões de
seguidores. Sem dúvida, a cruz revela força, influência e poder. Mas será
esta a sua verdadeira glória?
Ela não representa o poder de uma religião, mas a força de um sacrifício.
Nela não há superioridade humana e glória passageira. Nesse terrível
instrumento de tortura, o Filho de Deus foi pregado porque aceitou
entregar a Si mesmo, em silêncio e com muito sofrimento, para pagar o
preço do pecado de cada um de nós. A glória da cruz está na submissão,
humilhação e no sacrifício de Jesus.
Por trás do alto preço que a cruz representou, estava a humildade
Daquele que Se entregou. Ellen White reflete: “A cruz de Cristo será a
ciência e o cântico dos remidos por toda a eternidade. No Cristo
glorificado, eles contemplarão o Cristo crucificado. Jamais se esquecerá que
Aquele cujo poder criou e manteve os inumeráveis mundos através dos
vastos domínios do espaço, o Amado de Deus, a Majestade do Céu, Aquele
a quem querubins e resplendentes serafins se deleitavam em adorar
humilhou-Se para reerguer a humanidade caída” (O Grande Conflito, p.
651).
Os discípulos não conseguiam entender essa realidade, pois buscavam
um Salvador que restaurasse a glória humana da nação judaica. Jesus,
porém, escolheu outro caminho: “a Si mesmo Se esvaziou”, humilhou-Se e
decidiu morrer na cruz.
A humildade é uma característica fundamental dos cristãos. Como
imitadores de Jesus, precisamos manifestar, pelo poder do Espírito Santo,
essa virtude do Senhor. Não podemos concorrer uns com os outros,
querendo mostrar que somos melhores, exibindo carros, roupas, vestidos,
cabelos ou padrões humanos de “santidade” ou “perfeição”. Jesus buscou
ser o último nos privilégios e o primeiro no serviço.
O que podemos fazer para que nossa mensagem de esperança seja
relevante em nossos dias? O único caminho é decidirmos ser “ninguém”
para fazermos dos outros “alguém”. Essa foi a escolha de Jesus e deve ser a
nossa também. Só assim experimentaremos a verdadeira glória da cruz.
QUARTA 17 DE ABRIL
Prova de amor
Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e Este crucificado. 1
Coríntios 2:2
A cruz é a ponte que Deus construiu entre o Céu e a Terra, na qual
pavimentou nosso caminho de volta para o lar. Com palavras inspiradas,
Ellen White nos assegura: Da cruz “depende toda a nossa esperança” (Atos
dos Apóstolos, p. 209). Diante da complexidade religiosa de Corinto, Paulo
decidiu “nada saber [...], senão a Jesus Cristo e Este crucificado” (1Co 2:2).
Para você, qual é a importância da cruz?
O impacto da cruz sobre os primeiros cristãos foi tremendo, sendo visto
não simplesmente como um fato histórico, mas como um agente
transformador. Basta observar que 25% dos evangelhos são dedicados a
apresentar a morte de Cristo. Se o restante de Sua vida fosse relatado com
os mesmos detalhes, precisaríamos de pelo menos 8.400 páginas! Sua
morte é igualmente lembrada até hoje por duas das principais cerimônias
cristãs: a Santa Ceia e o batismo. Além disso, já no 2o século, a cruz se
tornou o símbolo principal dos cristãos.
A reação dos discípulos foi impressionante! Eles perderam o medo, não
mediram as consequências e se entregaram completamente em resposta a
essa prova de amor. Aos 75 anos, Pedro foi crucificado de cabeça para
baixo. Tiago foi decapitado. André foi crucificado. Mateus foi morto à
espada. Felipe foi enforcado. Tomé foi atravessado por uma lança. E Marcos
foi arrastado pelas ruas de Alexandria. Diante da cruz, o medo foi
substituído pela ousadia no cumprimento da missão. O exemplo de
sacrifício pela fidelidade também foi seguido por Lucas, que acabou
enforcado. Estêvão foi apedrejado, e Paulo, decapitado.
Amor verdadeiro não se revela só com palavras, mas se prova com
atitudes. Por isso, Deus foi além das declarações de amor quando o “Verbo
Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1:14). Ele “deu o Seu Filho unigênito,
para que todo o que Nele crê não pereça” (Jo 3:16). Diante de expressões
tão claras, qual é a prova de seu amor a Deus?
Diante da cruz, nossa melhor resposta é reconhecer que não somos nada,
mas Deus é tudo; que é preciso abandonar o engano da perfeição
egocêntrica para abraçar o poder da graça; que precisamos renovar a
confiança de que Deus não vai desistir de nossa salvação, transformando
nossa condição; que precisamos de pressa em compartilhar a mensagem do
Salvador que morreu, preparando o caminho para o Rei que virá.
SÁBADO 20 DE ABRIL
Rocha eterna
Confiai no Senhor perpetuamente, porque o Senhor Deus é uma rocha eterna.
Isaías 26:4
Augustus Montague Toplady ficou órfão de pai quando ainda era bem
pequeno. Foi criado por sua mãe e, desde cedo, demonstrava muito
interesse pelas coisas espirituais. Aos 12 anos, pregou seu primeiro sermão
e, aos 14, começou a escrever hinos.
Morreu quando tinha apenas 38 anos, mas deixou um legado que tem
inspirado gerações: o hino “Rocha Eterna” (Hinário Adventista, no
195). Dois anos antes de sua morte, em 1776, escreveu um artigo sobre
o perdão de Deus, com o objetivo de rebater as declarações de John Wesley
sobre a perfeição cristã. Na parte final do artigo, colocou o poema “Rocha
Eterna”, que anos depois se transformaria em um dos hinos mais cantados
pelos cristãos.
Alguns historiadores dizem que o hino foi composto enquanto Toplady
caminhava pela caverna calcária de Burrington Combe, na Inglaterra. Ao
ser surpreendido por uma tempestade, abriu uma fenda entre as lajes de
pedra calcária para se proteger e ali compôs a letra.
O hino tem uma mensagem inspiradora e nos motiva a estabelecer a fé
sobre o fundamento verdadeiro, que é Cristo. Refletindo sobre a segurança
que podemos encontrar em Jesus, Ellen White escreveu: “Pela ligação com
Cristo, a pedra viva, todos quantos edificam sobre esse fundamento se
tornam pedras vivas. [...] Nossa segurança eterna depende de edificarmos
sobre o firme fundamento. Multidões se encontram hoje em dia edificando
sobre fundamento não provado. Ao cair a chuva, e soprarem os ventos, e as
enchentes sobrevirem, sua casa cairá, porque não está fundada sobre
a Rocha eterna, a principal pedra de esquina – Cristo Jesus” (O Desejado de
Todas as Nações, p. 599, 600).
Firmados em Cristo conseguiremos enfrentar as lutas da vida, superar os
desafios espirituais e avançar firmes em direção ao Céu. Permita que os
versos a seguir inundem seu coração e fortaleçam sua fé:“Rocha eterna,
meu Jesus, Tu morreste lá na cruz! / Vem de Ti um sangue tal, que me vem
lavar do mal! / Traz as bênçãos do perdão: paz, conforto e salvação.”
Aproveite as palavras dessa poesia e renove o compromisso de
estabelecer sua vida sobre a Rocha, ampliando sua visão sobre o sacrifício
de Cristo na cruz, que provê poder transformador e esperança de vida
eterna.
DOMINGO 21 DE ABRIL
Ele ressuscitou
E, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade
santa e apareceram a muitos. Mateus 27:53
Para não deixar dúvidas sobre a ressurreição de Jesus, Deus preparou uma
cena impressionante, capaz de desmentir qualquer boato: “Abriram-se os
sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e,
saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade
santa e apareceram a muitos” (Mt 27:52, 53). Esses ressuscitados foram o
troféu da vitória de Cristo, subiram com Ele para o Céu (O Desejado de
Todas as Nações, p. 786) e anteciparam o glorioso futuro dos que morrerem
fiéis.
Ellen White comenta: “Quando Jesus foi posto no sepulcro, Satanás
triunfou. Ousou acreditar que o Salvador não viveria novamente. [...]
Quando viu Cristo sair em triunfo, compreendeu que seu reino chegaria ao
fim e que ele finalmente morreria” (O Desejado de Todas as Nações, p. 782).
Jesus ressuscitou e é vencedor. Essa verdade é essencial à nossa fé, porque
sem ela não teríamos nada para crer e nada para anunciar (1Co 15:14).
Segundo o teólogo e filósofo William Craig, há pelo menos quatro fatos
que nos dão segurança sobre a veracidade da ressurreição de Jesus. O
primeiro é que, após Sua cruci xão, Jesus foi sepultado por José de
Arimateia. Os historiadores sustentam esse fato, baseando-se em
evidências claras. O segundo fato é: após a crucifixão, a tumba de Jesus foi
encontrada vazia por um grupo de Seus seguidores. Inúmeras fontes
antigas independentes comprovam esse relato.
O terceiro fato é que, em várias ocasiões e circunstâncias, diferentes
pessoas e grupos testemunharam aparições de Jesus depois de Ele ter
ressuscitado.
O quarto fato é que os discípulos acreditaram com sinceridade nos
relatos de que Jesus havia ressuscitado dos mortos, apesar das muitas
pressões para que pensassem o contrário.
“O túmulo vazio de Cristo foi o berço da igreja” (W. Robertson Nicoll). A
partir daí, o cristianismo tomou um novo impulso e nossa esperança foi
renovada. Podemos confiar Naquele que veio como Homem, morreu como
Salvador, ressuscitou vitorioso e voltará como Rei.
SEGUNDA 22 DE ABRIL
O erro da multidão
Ele percorreu toda a circunvizinhança do Jordão, pregando batismo de
arrependimento para remissão de pecados. Lucas 3:3
Como colportor estudante, encontrei pessoas que não davam muita
atenção à oferta dos livros que eu apresentava; mas, quando eu
mencionava que era adventista do sétimo dia, a postura mudava.
Começavam a se interessar, faziam bons comentários e até compravam os
livros como resultado da imagem positiva da igreja. Ao perguntar por que
tinham aquela visão, normalmente ouvia a história de adventistas fiéis que
haviam dado um bom testemunho.
Entretanto, nem sempre o resultado dessas conversas era positivo.
Algumas vezes, as pessoas me ouviam com atenção; mas, quando eu falava
da igreja, o ambiente cordial desaparecia. Em geral, a razão por que tinham
uma imagem tão negativa é que haviam conhecido algum adventista que
não dera bom testemunho.
Essas reações lembram o erro da multidão quando Zaqueu tentou chegar
até Jesus. Infelizmente, as pessoas que seguiam o Mestre, ouviam Suas
mensagens e admiravam Seus milagres estavam mais preocupadas com
elas próprias do que em criar condições para que outros pudessem chegar
até Ele. O erro da multidão foi atrapalhar em vez de facilitar as coisas.
A atitude pode fazer toda a diferença. Zaqueu precisou manter a
motivação, enfrentar a multidão e subir em uma árvore para que, sozinho,
pudesse ver Jesus. Porém, o que dizer dos que ficam pelo caminho? Muitos
não têm forças para enfrentar a barreira dos próprios seguidores de Jesus e
acabam desistindo.
Existem muitas maneiras de repetir o erro da multidão em nossos dias.
Isso acontece quando não há coerência entre a religião e a vida diária;
quando a religião é apresentada de forma negativa e impositiva; quando a
fé é defendida com discussão e sem atitude de amor; quando não há
interesse sincero pelas necessidades das pessoas; quando a vergonha, a
insegurança e o medo se tornam mais fortes do que a vontade de
aproveitar oportunidades.
Em vez de repetir o erro da multidão, precisamos ser aqueles que
facilitam a vida dos que têm baixa estatura espiritual para que cheguem a
Jesus. O desafio de testemunhar e facilitar o caminho está em nossas mãos.
Nosso chamado não é para construir muros, mas para edificar pontes que
facilitem o acesso das pessoas a Jesus.
QUINTA 25 DE ABRIL
Repentina destruição
Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina
destruição, como vêm as dores de parto à que está para dar à luz; e de nenhum
modo escaparão. 1 Tessalonicenses 5:3
Tive a oportunidade de visitar o Museu Nacional de Chernobyl, em Kiev,
na Ucrânia. Ele foi construído como memorial do acidente nuclear da usina
de Chernobyl, o pior da história em termos de custo e mortes.
O acidente ocorreu há 33 anos, no sábado 26 de abril de 1986, 1h23 da
manhã. Houve uma explosão, e um incêndio passou a lançar grandes
quantidades de partículas radioativas na atmosfera. Durante dez dias, o
combustível nuclear queimou, liberando nuvens tóxicas que contaminaram
por volta de três quartos da Europa. Cerca de 10 milhões de pessoas foram
expostas de alguma forma à radiação, principalmente russos, ucranianos e
bielorussos.
Um relatório publicado pela Organização das Nações Unidas, em 2005,
estimou que o acidente resultou em cerca de 4 mil vítimas fatais. Um ano
depois, a organização ambientalista Greenpeace informou que esse número
chegou a quase 100 mil mortos, considerando todas as pessoas que
desenvolveram câncer e outras doenças, em decorrência do acidente.
O que mais me marcou na visita ao Museu Nacional de Chernobyl foram
as imagens de um vídeo gravado na cidade de Pripyat, a mais próxima da
usina, no dia em que tudo aconteceu. Ninguém tinha noção da gravidade
do acidente, e a vida seguia normalmente. As imagens mostravam famílias
passeando tranquilamente, vendo tanques de guerra e pensando que era
apenas um exercício militar. As cenas com crianças brincando
inocentemente foram fortes demais. Pessoas se casavam sem perceber a
gravidade do que estava acontecendo. Somente 36 horas depois do
acidente, os 48 mil habitantes da cidade foram retirados. O mal da radiação
era invisível, mas estava atuando. Todos, porém, seguiam sem saber da
destruição que lhes sobrevinha.
Impossível não relacionar a situação dos habitantes da região de
Chernobyl com a condição de muitos antes da decisão definitiva de seu
destino eterno. Quando menos se espera, o último dia da vida pode chegar
ou pode sobrevir sobre o mundo a repentina destruição revelada nas
profecias. Diferentemente dos habitantes de Chernobyl, porém, temos na
Bíblia informação suficiente para evitar a tragédia. Você está se
preparando?
SÁBADO 27 DE ABRIL
Use a Bíblia
Achadas as Tuas palavras, logo as comi; as Tuas palavras me foram gozo e
alegria para o coração, pois pelo Teu nome sou chamado, ó Senhor, Deus dos
Exércitos. Jeremias 15:16
Somos o povo da Bíblia. Precisamos manter e aprofundar essa visão.
Nossa doutrina é muito bem fundamentada na Palavra de Deus, os
membros da igreja a conhecem e nossa pregação deve estar
profundamente alicerçada em seu uso e em suas palavras.
Em certa ocasião, assisti a um culto em que o pregador, em seu sermão,
apresentou histórias, ilustrações engraçadas, citações de cientistas,
psicólogos e outros estudiosos, mas nenhuma passagem da Bíblia. Para
muitos, aquela manhã de sábado foi a única ocasião em que estiveram
acessíveis para receber o alimento espiritual, mas saíram vazios da igreja.
Em muitos casos, pregadores querendo ser modernos, criativos e
tecnológicos substituem o uso da Bíblia pela mídia. Apresentam sermões
bem ilustrados em PowerPoint e afins, nos quais a Bíblia é mencionada
mas não aberta. Outras vezes, são usados tablets e smartphones ou outro
equipamento tecnológico nas mãos, em lugar da própria Bíblia.
A Bíblia é o livro que nos acompanha por toda a vida. É nela que lemos,
sublinhamos, anotamos, nos emocionamos, deixamos nossas marcas. Ela
registra nossa caminhada com Deus. Não muda, está sempre ali, ainda que
usada e marcada. A Bíblia tem uma relação emocional e de reforço
espiritual com seu leitor. Por favor, no púlpito ou na comunhão pessoal,
use a Bíblia!
A Bíblia tem muitas características que a distinguem. É exclusiva: não é
um equipamento qualquer que serve para muitas atividades, entre as quais
a leitura de palavras inspiradas. É única: consagrada e dedicada ao encontro
com o Senhor. É motivo de respeito: cuidamos dela com o carinho e a
solenidade que dedicamos a Deus.
Não sou contra o uso da tecnologia. Eu a utilizo para fazer leituras e
pesquisas. Ela pode ser muito útil, pois existem sites riquíssimos, bons
materiais e programas que potencializam o conteúdo bíblico. Isso tudo
pode fazer parte do dia a dia. Inclusive serve de apoio ao crescimento
espiritual e na comunhão com Deus, mas os recursos tecnológicos não
podem substituir o uso da Bíblia Sagrada. Deixá-la de lado ou substituí-la
por algum equipamento pode parecer moderno, mas não tem o mesmo
resultado. Por isso, use sempre a Bíblia e a tenha em mãos como
companheira!
DOMINGO 28 DE ABRIL
Herança
Que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não segundo as nossas obras,
mas conforme a Sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo
Jesus, antes dos tempos eternos. 2 Timóteo 1:9
Em 2010, o irmão do morador de rua norte-americano Max Melitzer
morreu e lhe deixou uma pequena fortuna. Como a família havia perdido o
contato com ele, ninguém sabia onde encontrá-lo. Durante dois meses, foi
feita uma verdadeira caçada para achá-lo. O herdeiro acabou sendo
localizado em um parque, com um carrinho de supermercado no qual
estavam todos os seus pertences.
Além de impressionantes, histórias assim podem ilustrar importantes
questões espirituais. Pense um pouco: Como você reagiria numa situação
semelhante? Possivelmente nem acreditasse, pois a notícia pareceria boa
demais para ser verdade. Uma fortuna de graça para alguém que está na
miséria, distante da família, crendo que não merece nada? Situações assim
são raríssimas, mas é exatamente isso que o evangelho faz na vida de todo
aquele que crê em Jesus. Relembre algumas características fundamentais
da “herança” que recebemos de nosso Irmão mais velho.
A graça é imerecida. Não fizemos nada para merecer; mesmo assim, Deus
insiste em nos oferecer Seu presente. A consequência de nossos erros
deveria ser a morte, mas Ele nos oferece vida eterna. “Não devemos pensar
que nossa própria graça e méritos nos salvem; a graça de Cristo é nossa
única esperança de salvação” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p.
351).
A graça não se questiona. Quem somos nós para questionar a infinita
bondade de Deus por nós ou mesmo criticar Sua misericórdia em favor de
pessoas que achamos que são piores do que nós?
A graça precisa ser recebida. Segundo Mire Tokics, “a graça é graça porque
é dada aos que não a merecem, mas não é dada aos que se recusam a
aceitá-la”. Você só vai recebê-la se cair de joelhos, confessar seus pecados e
clamar por perdão, paz e salvação. Se não for assim, ela será apenas teoria.
A graça deve ser oferecida. Se Deus é tão misericordioso com nossos erros,
não deveríamos ser também com o dos outros? Lembre-se: “Aquele que
não perdoa destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar” (George
Herbert).
Creia na herança incalculável da graça de Jesus. Com ela, você deixará a
miséria da perdição e receberá a riqueza da salvação.
SEGUNDA 29 DE ABRIL
Anestesia de Deus
Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração,
perseverantes. Romanos 12:12
“Eu tinha vontade de pedir desculpas ao nosso cachorro por eu pertencer
à raça humana. Quanto mais adentrávamos o campo de concentração e
víamos os esqueletos revestidos de pele e as instalações características do
campo de extermínio, tanto mais eu me sentia inferior ao cachorro,
porque, como pessoa, eu pertencia à raça responsável por Dachau.” Assim,
o rabino militar norte- americano Eli Bohnen descreveu seus sentimentos
no momento da libertação do campo de concentração de Dachau, em 29 de
abril de 1945, há exatos 74 anos.
Construído em 1933, foi o primeiro campo de concentração nazista.
Chegou a ter mais de 188 mil presos, de 30 países. Segundo os próprios
registros nazistas, 31.951 presos foram executados, mas o número deve ter
sido muito maior. Outras pesquisas indicam que pelo menos 3 mil
religiosos também estiveram presos lá. Doze anos depois, chegou o dia da
libertação. Pouco mais de 30 mil presos foram resgatados pelas tropas
norte-americanas.
Situações como essa nos remetem aos últimos dias quando, segundo a
Bíblia, muitos serão perseguidos e oprimidos por sua fé. Algumas das cenas
de Dachau se repetirão. Segundo Ellen White: “O tempo de agonia e
angústia que está diante de nós exigirá uma fé que possa suportar o
cansaço, a demora e a fome – fé que não desfaleça ainda que severamente
provada” (O Grande Conflito, p. 621).
Como poderemos resistir diante de uma situação tão desafiadora? Gosto
de pensar na anestesia de Deus. Para entendê-la é só nos lembrarmos dos
mártires que deram a vida por sua fé. A história relata que muitos
morreram queimados ou devorados por feras e estavam cantando e orando.
Como alguém pode ser queimado e cantar?
É preciso entender que, quando um filho chega ao limite de sua fé, Deus
o toma nas mãos e o “anestesia”. Esse “procedimento” não impede a dor
física, mas tranquiliza o coração, enchendo a vida de esperança ao realçar
na mente do mártir a recompensa futura.
No momento certo, como em Dachau, o Senhor dará a libertação.
Somente conseguiremos enfrentar a perseguição permanecendo pacientes
na provação e perseverantes na oração. Os “pacientes” de Deus são sempre
“anestesiados” com paz, fé e esperança.
TERÇA 30 DE ABRIL
Quatro amigos
Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças.
Eclesiastes 9:10
A diferença entre o fracasso e o sucesso muitas vezes não está nas
oportunidades, mas nas atitudes. São elas que determinam se seremos
vencedores ou vencidos.
Para você entender melhor, quero lhe apresentar quatro amigos,
personagens de uma fábula conhecida no contexto educacional.
Não Quero tinha um mau gênio e era teimoso. Queria as coisas sempre
do seu jeito. Se lhe passava pela cabeça não fazer alguma coisa, não havia
meio de convencê-lo a mudar de ideia. Aborrecia os outros porque só
queria o que tinha vontade. Ninguém gostava dele.
Não Posso era um rapaz preguiçoso e muito covarde. Quando lhe pediam
que fizesse alguma coisa, dizia que não podia, mesmo sem ter
experimentado. Se lhe faziam alguma pergunta, respondia: “Não sei”. Se
tinha que estudar uma lição, dizia: “Não posso”.
Não Consigo era um rapaz bonito e sorridente, mas também preguiçoso.
A tudo o que era pedido que fizesse, antes mesmo de tentar, já ia dizendo:
“Não vou conseguir”. Dava um trabalho imenso fazê-lo ter uma atitude
positiva, mesmo em seu benefício. Ficava resmungando pelos cantos,
colocando defeitos em tudo que fosse feito, com inveja do sucesso dos
outros.
Vou Experimentar era um rapaz franzino e pequeno, mas tinha ânimo e
persistência. Estava sempre pronto a tentar o sucesso. Costumava dizer:
“Não sei se posso, mas vou experimentar”. Algumas vezes não conseguia,
mas quase sempre era capaz de fazer o que tentava.
Nos estudos, Vou Experimentar era o primeiro da classe. Não Posso e Não
Consigo eram os últimos; Não Quero abandonou a escola.
Hoje estão todos homens feitos. Não Posso é criado de um senhor muito
exigente chamado: É Preciso. Não Quero é soldado raso que obedece ao
Capitão Deve. Não Consigo trabalha na propriedade do senhor Não Tem
Desculpas. Vou Experimentar é sócio da grande empresa Felizardo & Cia.
John Heywood disse certa vez: “Um começo trabalhoso leva a um final
proveitoso”. Por isso, diante dos desafios e oportunidades, deixe de lado as
desculpas, críticas, inveja ou comodismo e faça o melhor, “conforme as
suas forças”, com sacrifício e dedicação. Deus não deixará de recompensar
você.
Maio
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2 3 4
5 6 7 8 9 10 11
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
28 27 28 29 30 31
QUARTA 1º DE MAIO
As mãos de Jesus
E, fitando todos ao redor, disse ao homem: Estende a mão. Ele assim o fez, e a
mão lhe foi restaurada. Lucas 6:10
Existe uma forte relação entre as mãos e o trabalho. Com elas,
escrevemos, cozinhamos, dirigimos, capinamos, etc. Em algumas
atividades profissionais, as mãos são a prova inequívoca de uma vida de
serviço. Nosso idioma cristalizou a expressão “dar uma mãozinha” como
sinônimo de trabalhar para ajudar alguém. Trabalhar para o próprio
sustento é digno, mas “dar uma mão” ao próximo é nobre, pois segue o
exemplo de Jesus.
No verso de hoje, Cristo pede que um homem lhe estenda a mão com o
propósito de curá-la. Não sabemos o desfecho da vida desse personagem,
mas mãos restauradas por Jesus sempre ajudam os outros.
Deus está em busca de pessoas que rejeitem o egoísmo. Quanto mais as
pessoas estão centradas em suas necessidades, menos sensíveis são à
carência dos outros. Ajudam apenas a quem lhes interessa, mas acabam
solitárias e infelizes. A saída: “Estenda a mão.”
O egoísmo tem destruído muitos relacionamentos. Amizades são
desgastadas pela cobrança ou destruídas pela crítica. Casamentos acabam
por falta de amor prático. A terapia: “Estenda a mão.”
O egoísmo tem sido o motor da corrupção. Ricos e pobres sucumbem à
desonestidade, em busca de ter cada vez mais, sem a preocupação com
quem tem cada vez menos. A solução: “Estenda a mão.”
O egoísmo tem destruído a saúde de muita gente. Milhares de pessoas
vivem apenas para ganhar e, quando surge uma crise financeira, alguns vão
parar no hospital ou até no cemitério. O remédio: “Estenda a mão.”
Mãos estendidas fazem a diferença para quem dá e para quem recebe,
pois o “prazer de fazer o bem aos outros comunica aos sentimentos calor
que atravessa os nervos, aviva a circulação do sangue e promove a saúde
mental e física” (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 56).
Após a Segunda Guerra Mundial, somente uma estátua de Jesus em uma
igreja em Frankfurt ficou intacta, com exceção das duas mãos, que foram
destruídas em um bombardeio. No planejamento da restauração da igreja,
os construtores decidiram não acrescentar as mãos à estátua. Isso se
tornou o pretexto para a linda frase que acompanha o monumento: “Cristo
não tem outras mãos além das suas.” Livre-se do egoísmo e permita que
suas mãos sejam as de Jesus.
QUINTA 2 DE MAIO
Mudanças discretas
Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito
inabalável. Salmo 51:10
Você deve conhecer bem aquela história dos sapos que pareciam espertos
e, por isso, fugiram de uma panela de água quente, mas entraram
confortavelmente em outra de água fria, que estava sobre o fogo. Sem
notar, foram se adaptando à mudança de temperatura, até que não
resistiram e morreram.
Apesar da simplicidade, essa ilustração serve para mostrar como é fácil
rejeitar o pecado quando ele mostra a cara, mas é ainda mais fácil ser
enganado quando o inimigo disfarça suas intenções. No passado, Satanás
foi mais direto e atacou o povo de Deus, assumindo claramente sua
maldade. Hoje a estratégia dele é outra. Em lugar do confronto, ele vai
inserindo sorrateiramente suas ideias, e as mudanças ocorrem de maneira
quase imperceptível.
São mudanças que estão em andamento de maneira discreta, e
precisamos nos proteger contra elas. Vou mencionar apenas alguns
exemplos:
1. Mudança na guarda do sábado como dia de adoração para um dia de
recreação. As atividades espirituais do sábado vão se concentrando cada vez
mais no programa da manhã, e o resto do dia é usado para sono e
recreação.
2. Mudança de um casamento permanente para um casamento conveniente.
O compromisso bíblico “até que a morte os separe” vai sendo substituído
por “até que qualquer outro interesse os separe”.
3. Mudança na visão bíblica do sexo com a pessoa certa, da maneira certa e
no momento certo para sexo com qualquer pessoa, de qualquer maneira e em
qualquer momento.
4. Mudança da crença no relato da criação para a visão de uma simples
ilustração. Quando o relato de Gênesis 1 e 2 é tratado de forma alegórica,
toda a mensagem bíblica é comprometida, com destaque para o surgimento
do pecado, a salvação, o sábado, a família, a sexualidade e especialmente a
segunda vinda de Jesus. Afinal, quem não crê na criação não será capaz de
crer na recriação.
5. Mudança do foco externo para o interno. Estamos consumindo nossas
energias cuidando de nós mesmos e acabamos nos esquecendo de que não
estamos em uma colônia de férias, mas somos um exército em campo de
batalha.
No fim, tudo se concentra na mudança discreta das prioridades do Céu
para os interesses da Terra. Diante desse imenso desafio, o conselho
inspirado é simples e eficiente: “Vigiai e orai” (Mt 26:41). Cuidado com as
mudanças discretas!
SEXTA 3 DE MAIO
Orações longas
E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que
pelo seu muito falar serão ouvidos. Mateus 6:7
Desde pequeno, fui ensinado a respeitar os momentos de oração e
mantenho esse hábito até hoje. Porém, aos 12 anos, tive minha maior
prova. Era desbravador e estava participando do encerramento de meu
primeiro campori de União, em novembro de 1981. Meu clube foi
anunciado como um dos vencedores, e comecei a vibrar com meus amigos
antes da oração final do evento. Tentamos nos controlar e respeitar aquele
momento, mas foi muito difícil. Além de estarmos extremamente
animados, o pastor orou por “apenas” 22 minutos.
Comecei a me perguntar se aquele realmente era o momento certo para
uma oração tão longa. Orações assim deveriam ser feitas em público ou em
particular? Na Bíblia, podemos encontrar orientações claras que tornarão
nossas orações mais eficientes e coerentes.
A primeira orientação, do próprio Jesus, mostra que, na oração particular,
não existe limite de tempo. “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto
e, fechada a porta, orarás a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê
em secreto, te recompensará” (Mt 6:6). O próprio Jesus tinha o hábito de
passar noites em oração (Mt 14:23; Lc 6:12). Quando Ele orou no
Getsêmani, sem ser acompanhado pelos discípulos, lamentou: “Nem uma
hora pudestes vós vigiar Comigo?” (Mt 26:40). A expressão “nem uma
hora” mostra que Jesus dedicava um longo tempo à oração particular.
No verso de hoje, Jesus recomenda como deve ser a oração pública: “Não
useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu
muito falar serão ouvidos” (Mt 6:7). Seu conselho é claro: “A oração feita
em público deve ser breve, e ir diretamente ao ponto” (Obreiros Evangélicos,
p. 175). A Bíblia tem muitos exemplos de orações curtas e que tocaram o
coração de Deus, mas o modelo é o Pai Nosso, ensinado pelo próprio Jesus
(Mt 6:9-15). As orações públicas e longas na Bíblia são sempre exceções
para momentos específicos do povo de Deus. Mas por que ainda
acontecem desequilíbrios nessa área? Segundo Ellen White: “É muitas
vezes devido à negligência da oração particular, que em público elas são
longas e fastidiosas” (Obreiros Evangélicos, p. 176).
Saber equilibrar corretamente o tempo e o lugar da oração é uma
demonstração da profundidade da comunhão e da humildade do coração.
SEGUNDA 6 DE MAIO
Igreja virtual
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos
admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima. Hebreus 10:25
“Pai, agora não precisamos mais ir à igreja. Aqui em casa é muito
melhor.” A frase do filho pequeno surpreendeu os pais, que haviam
acabado de sentar-se confortavelmente no sofá da sala. Era sábado pela
manhã, e a família havia decidido ficar em casa, dormir um pouco mais e
assistir a um sermão na internet.
Nos dias em que vivemos, tudo está ao alcance de um toque nos
diferentes modelos de smartphones, tablets, computadores ou na grande
tela da TV. A comunicação on-line está ganhando espaço, as redes sociais
estão consumindo tempo e conectando pessoas, as compras ou consultas
sobre produtos estão migrando para os meios virtuais e, apesar dos riscos,
até informações sobre sintomas e doenças acabam sendo buscadas na rede.
Todos parecem tão próximos, mas se tornam tão distantes; tão conectados,
mas acabam tão alienados. Será que a substituição da igreja real pela virtual
acontece sem prejuízos?
É claro que há momentos em que os meios virtuais são a alternativa
possível. É o caso de pessoas doentes ou idosas que não podem se deslocar
e recebem a mensagem em sua casa, além de muitas pessoas sinceras que
desejam conhecer a Palavra de Deus e só podem ser alcançadas dessa
forma. Porém, será que a adoração virtual também é uma bênção para
aqueles que podem estar na igreja e preferem permanecer em casa?
É importante lembrar que o centro da adoração está no Senhor, não em
nós. Quando os papéis se invertem e as escolhas são feitas apenas levando
em conta os interesses pessoais, o inimigo triunfa em sua tentativa de
colocar a criatura no lugar do Criador. Por mais que a mensagem seja
apresentada por um grande pregador, com a Bíblia na mão, é preciso
lembrar que adoração não é apenas conteúdo, mas também experiência.
Não acontece somente em virtude de uma boa pregação, mas tem relação
direta com o povo de Deus e a presença divina em uma reunião de
adoração. Uma brasa longe do fogo rapidamente se torna em carvão.
Quando fortalecemos a adoração real e não a substituímos pela igreja
virtual, existem claros benefícios. Por isso, siga este conselho bíblico, que
tem aplicação especial no tempo em que vivemos: “Não deixemos de
congregar-nos, como é costume de alguns” (Hb 10:25). Não substitua a
igreja real pela virtual!
TERÇA 7 DE MAIO
No limite
Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias
até agora. Romanos 8:22
Estamos chegando ao limite! Os recursos naturais estão sendo esgotados.
Ou Cristo volta logo, ou parece que o mundo vai acabar sozinho. Contudo,
a Bíblia deixa claro que os anjos estão segurando “os quatro ventos da
terra” (Ap 7:1) e, no momento certo, Deus virá para julgar o mundo e
renovar o planeta.
Desde 1969, a ONG Global Footprint Network calcula o que chama de
“Dia de Sobrecarga da Terra”, que cada ano está chegado mais cedo. Em
2017, ele foi registrado em 2 de agosto, enquanto em 1971, foi em 21 de
dezembro. A cada ano o planeta está sendo explorado com mais
intensidade, sem tempo de se recompor.
Em 2017, toda a água, energia, minerais e vegetais que o planeta tem
capacidade para produzir em um ano tinham sido utilizados em apenas
oito meses. Foi estourado o orçamento de recursos naturais disponível, e o
planeta ficou no vermelho.
Em 2 de agosto de 2017, a Global Footprint Network divulgou o seguinte
comunicado: “O custo deste consumo excessivo já é visível: escassez de
água, desertificação, erosão dos solos, queda da produtividade agrícola e
das reservas de peixes, desmatamento, desaparecimento de espécies. Viver
de crédito só pode ser algo provisório porque a natureza não conta com
uma jazida para nos prover indefinidamente.”
Segundo um dos representantes da Global Footprint Network, “hoje,
nosso consumo coletivo excede em 70% o que o planeta pode renovar.” No
site da ONG, é apresentada a estimativa de que precisaríamos de 1,7
planeta para satisfazer nossas necessidades atuais. A Austrália, país em
pior situação, pre- cisaria de 5,2 planetas por ano, e os Estados Unidos, em
segundo lugar, precisariam de cinco.
Como igreja, profeticamente cremos que os efeitos do pecado vão
deteriorar o mundo antes da volta de Cristo, mas também somos chamados
a cuidar ativamente do meio ambiente, pois o mundo foi criado por Deus.
Precisamos saber equilibrar as duas posições. Não podemos ser
responsáveis pelos danos ao planeta; ao mesmo tempo, eles devem nos
servir de alerta e mostrar o quanto estamos perto de nossa grande
esperança.
Prepare-se para a breve volta de Jesus! Enquanto esse dia não chega, seja
um mordomo fiel da criação divina.
SEXTA 10 DE MAIO
Impacientes no caminho
Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra
de Edom, porém o povo se tornou impaciente no caminho. Números 21:4
Um dos momentos mais dramáticos da jornada do povo de Israel no
deserto está relatado em Números 21. Quando os israelitas partiram da
região do monte Hor, o povo se tornou “impaciente no caminho” (v. 4) e
começou a falar duramente “contra Deus e contra Moisés” (v. 5).
O juízo divino rapidamente se manifestou, e “serpentes abrasadoras”
mataram “muitos do povo” (v. 6). A tragédia os abalou profundamente, e
eles foram a Moisés arrependidos. Como sempre, Deus estava pronto para
oferecer graça, salvação e restauração. Uma serpente de bronze foi
levantada, e todos que a olharam foram curados (v. 8, 9).
Que tremenda lição para nossos dias! O que tem acontecido em nossa
jornada, como povo do advento, em direção ao Céu? Como você tem se
portado nesta jornada? Para que você também não se torne impaciente no
caminho, pratique algumas atitudes fundamentais:
Troque a crítica pela oração. Se você acha que as coisas não deveriam ser
como são, busque mais a Deus e critique menos Seus servos, pois o Senhor
dirige esta igreja, apesar de nossas limitações.
Agradeça mais e murmure menos. Recebemos bênçãos muito maiores do
que as privações que enfrentamos. Desenvolva um coração grato. A
gratidão cura as feridas do coração.
Espere pelo tempo de Deus. Não queira fazer você mesmo o que acha que
Deus já deveria ter feito. Ele tem o tempo certo para agir.
Fique longe da especulação. Cuidado com tantas teorias, cálculos
proféticos distorcidos, cartas misteriosas, descobertas raras, sinais secretos
e tanta coisa que circula pela internet ou que é divulgada por pregadores
alarmistas. Como igreja, não precisamos de tanta novidade, mas
profundidade na Palavra de Deus.
Não perca o foco. Nossos olhos precisam estar mais concentrados na
chegada e menos na jornada. Para isso, precisamos cuidar do presente, mas
investir no futuro.
Olhe para o Salvador. Assim como houve graça, cura e restauração para os
impacientes do caminho, quando olharam para a serpente levantada em
uma haste, igualmente há esperança para aqueles que olham para o
Salvador levantado na cruz. Esse é o maior e melhor remédio para que
permaneçamos firmes.
SÁBADO 11 DE MAIO
As quedas de Jonas
Então, os marinheiros, cheios de medo, clamavam cada um ao seu deus e
lançaram ao mar a carga que estavam no navio, para o aliviarem do peso dela.
Jonas, porém, havia descido ao porão e se deitado; e dormia profundamente.
Jonas 1:5
No ano de 2016, visitei a cidade de Jope pela primeira vez. Foi nesse
lugar, junto da atual cidade de Tel-Aviv, em Israel, que Jonas buscou um
barco que o levasse para longe da missão divina.
Chamado por Deus para ir à grande cidade de Nínive, que estava a leste
do lugar onde ele se encontrava, teve medo e fugiu para Társis, que estava
na direção contrária, mais distante e a oeste. Fugiu dos planos do Pai e por
isso é chamado de “o filho pródigo do Antigo Testamento”.
Como único profeta do Antigo Testamento chamado diretamente para
ser missionário e pregar em outro país, Jonas entrou em crise. A partir daí,
começaram seus quatro movimentos. Primeiro correu de Deus, depois
correu para Deus, mais tarde correu com Deus e, por fim, correu à frente de
Deus. Nessa jornada, vemos um profeta caindo cada vez mais.
Primeiro, Jonas caiu em problemas. Decidiu fugir de Deus e andar
sozinho, sem a bênção e proteção do Senhor. Foi para o lugar errado, pela
motivação errada e na companhia errada.
Depois, Jonas caiu no porão do navio. Estava no lugar mais escondido e
distante de Deus e das pessoas. Era a atitude de um homem com a
consciência pesada, que se sentia mais seguro no porão do que na missão.
Acabou caindo ainda mais fundo, dessa vez no mar. Como o grande
responsável por toda a tempestade e a tragédia da viagem, a única saída foi
jogá-lo para fora do navio. Deus tentou enviá-lo para Nínive, mas os
homens o lançaram no mar. Que contraste!
Caiu ainda mais fundo, na barriga de um grande peixe. Esse foi o limite
de sua queda. Foi nesse lugar que Deus o resgatou.
Na desobediência, uma queda leva a outra. Apenas quando obedecemos
aos planos de Deus começamos a subir, recuperar o que foi perdido e
resgatar o prazer de servir não onde queremos, mas onde Deus necessita.
Você prefere cair ou subir? Faça sempre a escolha certa e permaneça ao
lado da vontade de Deus. Ele sempre colocará você no lugar certo, com a
missão certa e os resultados certos.
DOMINGO 12 DE MAIO
Força de mãe
Leve este menino e o crie para mim, que eu pagarei pelo seu trabalho. A mulher
levou o menino e o criou. Êxodo 2:9, NTLH
Moisés foi um líder forte. Mas, por trás de sua história, podemos ver
também a força de sua mãe. Joquebede foi uma mulher de fé e oração. Ela
decidiu esconder seu pequeno bebê e depois o colocou em um cesto no rio
Nilo. Como resultado de suas orações, “anjos invisíveis” cuidaram do
esconderijo do bebê Moisés. “Os anjos encaminharam a filha de Faraó para
ali” (Patriarcas e Profetas, p. 243). Moisés foi resgatado e voltou para casa
protegido pelo mesmo palácio que o havia condenado.
Joquebede teve poucos anos para moldar seu filho. Ela aproveitou bem a
oportunidade que lhe foi concedida para modelar o caráter do homem que
se tornaria o libertador de seu povo. Ela acreditou que “ele fora preservado
para alguma grande obra, e sabia que breve deveria ser entregue à sua régia
mãe, para ser cercado de influências que tenderiam a desviá-lo de Deus”
(Patriarcas e Profetas, p. 243).
O tempo passou rápido demais, e Joquebede teve que entregar o filho
quando ele tinha por volta de 12 anos. A educação intensa, clara e
profunda que recebeu da mãe moldou a vida, as atitudes e a liderança de
Moisés por todos os anos seguintes.
Nas mãos dessa mãe fiel, foi formado o futuro líder de Israel. “Com
exceção de Maria de Nazaré, por intermédio de nenhuma outra mulher o
mundo recebeu maior bênção” (Educação, p. 61). As marcas foram tão
fortes que “toda a vida futura de Moisés e a grande missão que ele cumpriu
como chefe de Israel testificam da importância da obra de uma mãe cristã.
Não há outro trabalho que possa igualar-se a este” (Patriarcas e Profetas, p.
244).
Nas mãos das mães há um grande poder entregue pelo Senhor. “O rei em
seu trono não tem função mais elevada que a mãe. [...] Um anjo não
desejaria missão mais elevada; pois em fazendo sua obra ela está
realizando serviço para Deus” (Conselhos Para a Igreja, p. 146). Não foi sem
razão que William Wallace escreveu: “A mão que balança o berço rege o
mundo”.
Mais do que preparar seus filhos para serem grandes nesta terra, Deus
pede às mães que os eduquem para o Céu. Para que, quando Cristo voltar,
elas possam dizer: “Eis-me aqui, com os filhos que o Senhor me deu” (Is
8:18).
SEGUNDA 13 DE MAIO
Egoísmo
Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens
serão egoístas. 2 Timóteo 3:1, 2
Você já notou como o ser humano está ficando mais carente de atenção,
elogio, aprovação e buscando ser o centro de tudo? Cada dia aparece uma
nova tendência que promete realização pessoal. Porém, por trás está o
orgulho, um sentimento perigoso, que destrói aquilo que promete oferecer.
Ellen White alerta: “O egoísmo é a essência da depravação, e, devido a se
terem os seres humanos submetido ao seu poder, o que se vê no mundo é
o oposto à fidelidade a Deus. Nações, famílias e indivíduos estão cheios do
desejo de fazer do eu um centro” (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p.
30).
O egoísmo é o fundamento do pecado. Por isso, cuidado com aquilo que
vem disfarçado de realização pessoal, satisfação e prazer, mas apenas
alimenta o sentimento egoísta que nasceu no coração de Lúcifer no Céu.
Só para se ter ideia por quantas anda o egocentrismo, em 2017, uma
mulher solteira, de 40 anos, decidiu fazer sua cerimônia de casamento com
vestido branco, véu, grinalda, um bolo de três andares, 70 convidados e
nenhum noivo. É isso mesmo: nenhum noivo. Ela resolveu se casar
consigo mesma numa cerimônia sem valor legal, mas que, para ela,
representou o símbolo de seu amor-próprio.
Ela diz ser a primeira e única mulher a fazer esse tipo de celebração. Mas,
nos Estados Unidos, por exemplo, já existe um site que vende kits com
aliança e cartões com mensagens positivas sobre o “autocasamento” para
quem quer celebrar o amor a si mesmo.
Quando Lúcifer se rebelou no Céu, o sentimento que extravasou em seu
coração foi o egocentrismo. Em Isaías 14:13 e 14, estão registradas cinco
menções do pensamento dele em relação a si mesmo. Elas revelam sua
autoidolatria. Desde que ele conseguiu infectar o ser humano com esse
mal, somos todos inclinados a pensar e agir da mesma forma.
Para controlar o eu, recomendo duas atitudes: (1) mudança de direção,
tirando o eu do centro da vida e colocando “em primeiro lugar, o reino de
Deus” (Mt 6:33); e (2) busca permanente por santificação, “sem a qual
ninguém verá ao Senhor” (Hb 12:14).
Quanto mais você buscar a Deus, mais vazio será o eu. Seu coração estará
naquilo que realmente tem valor para a eternidade e não cairá nas
armadilhas do inimigo.
TERÇA 14 DE MAIO
Prioridades
Pela fé, Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de
Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres
transitórios do pecado. Hebreus 11:24, 25
Frustração, desânimo, incoerência, apostasia, escândalo e corrupção. A
lista negativa poderia ser maior, mas revela apenas a “ponta do iceberg” de
uma crise de prioridades que está “engolindo” pessoas, famílias, igrejas e a
sociedade como um todo. É um conflito entre intenções que parecem
positivas e ações que normalmente são equivocadas.
O efeito desse descompasso é duplo: por um lado, atinge aqueles que
vivem com suas prioridades equivocadas; mas, por outro, afeta as novas
gerações. Afinal, nossos filhos estão buscando modelos e não discursos.
Para as novas gerações, permanecer na igreja não é mais uma questão de
tradição, mas de inspiração.
A crise aparece nos galhos, mas a causa está na raiz. Embora a igreja deva
sempre melhorar sua abordagem com a juventude, a solução passa
prioritariamente pela família. Uma religião sólida no lar alicerça a vida
espiritual. Lembre-se de que as novas gerações não abandonam a igreja;
abandonam a fé. Deixar a igreja é somente a demonstração exterior da fé
que foi substituída dentro de casa.
Você já notou como algumas famílias exaltam somente as conquistas
profissionais, financeiras e culturais de seus filhos? E nada têm a dizer de
sua vida espiritual? Quais são suas verdadeiras prioridades? Viagens,
carros, imóveis, títulos, posições? São todas conquistas positivas; mas, se
esses forem os interesses mais relevantes dos pais, eles se tornarão
igualmente a prioridade dos filhos.
Corremos o risco de falar de Deus e da igreja; mas, no dia a dia, não
priorizar Deus nem a igreja. Podemos até falar da leitura da Bíblia e
materiais devocionais, mas os filhos nunca nos encontrarem fazendo isso.
Também podemos falar em orar, mas nunca sermos vistos em momentos
de oração individual.
Prioridades espirituais coerentes são poderosas. Há muitos exemplos
bíblicos que confirmam isso, como os de Moisés e Isaque. Eles não foram
educados por palavras, mas modelados pela conduta dos pais, porque os
filhos não serão o que queremos que eles sejam, mas o que somos. “Uma
criança jamais verá a Deus como um Pai a menos que veja um pouco de
Deus em seus pais”, disse Austin L. Sorensen. Afinal, o exemplo fala mais
alto do que as palavras.
SEXTA 17 DE MAIO
Pequenos missionários
Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de
peito tiraste perfeito louvor? Mateus 21:16
Os pais são responsáveis por ensinar o caminho para seus filhos. Essa é a
lei da vida. Eles têm a tarefa de educar, transmitir valores e dar o exemplo a
ser seguido pelos pequenos. Porém, é interessante ver como, muitas vezes,
Deus tem usado os filhos para guiar os pais em questões espirituais.
Na cidade de Vitória, Camilla foi usada para ajudar os pais a ter um
encontro com Deus. Seu pai, Jackson Rodrigues, havia conhecido a Igreja
Adventista ainda pequeno, por intermédio dos avós, mas infelizmente
seguiu outro caminho. Mais tarde, casou-se com Mariana, e eles tiveram a
pequena Camilla. Quando a menina alcançou a idade para ser aventureira,
o pai a matriculou no clube, mesmo não fazendo parte da igreja.
O começo foi difícil para a mãe. Tudo parecia estranho, e a guarda do
sábado não fazia muito sentido. Ela frequentava outra igreja enquanto seu
marido e filha passaram a visitar a Igreja Adventista.
Em um determinado dia, Camilla surpreendeu a mãe, dizendo que havia
decidido se tornar adventista do sétimo dia. Essa decisão mexeu com o
coração de Mariana. “Passei a me apaixonar pelo clube, fiz amizades e senti
o desejo de ajudar na liderança”, ela conta.
O casal se tornou ativo no Clube de Aventureiros Pedras Preciosas, da
Igreja Central de Vitória. Os dois decidiram estudar a Bíblia e se preparar
para o batismo. “Sem dúvida, o Clube de Aventureiros foi uma porta que
Deus abriu para que estivéssemos aqui hoje. Acabamos envolvidos nas
atividades, e Deus mostrou o que não conseguíamos enxergar”, disse o pai.
Você pode imaginar a cena: toda a família Rodrigues, pai, mãe e filha
uniformizados dentro do batistério. A cerimônia ocorreu no sábado 24 de
setembro de 2016. Na mesma ocasião, foram batizados outros seis
aventureiros.
Deus quer usar as crianças na missão. Ellen White diz: “Nestes últimos
dias as vozes das crianças se erguerão para dar a última mensagem de
advertência a um mundo agonizante” (Conselhos Sobre Educação, p. 189).
O Senhor precisa de todas as forças unidas para salvar nossas crianças e
preparar esses pequenos missionários. O Clube de Aventureiros tem feito
seu papel, mas precisamos de muito mais gente envolvida. Faça sua parte!
DOMINGO 19 DE MAIO
Heróis da Fé
Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que
complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus. Atos 20:24
Deus sempre teve um povo fiel. Mesmo nos períodos mais difíceis, um
remanescente arriscou a vida para manter acesa a tocha da verdade. Entre
eles, destacam-se os valdenses. Seu nome vem de Pedro Valdo, um
comerciante francês, cuja maior “ambição” era agradar a Deus. Ele leu a
Bíblia e chegou à conclusão de que deveria vender tudo, distribuir seus
bens aos pobres, levar uma vida modesta e ser fiel à Palavra de Deus.
Decidiu, então, ir a Roma e pedir ao papa Alexandre III para continuar
pregando. O papa disse que o autorizaria caso o arcebispo permitisse.
Entretanto, além de não receber a permissão, Valdo e o restante do grupo
passaram a ser perseguidos e fugiram para a região do Piemonte, no
noroeste da Itália. A partir dali, mesmo com renúncia e sofrimento,
difundiram a luz do evangelho a muitas pessoas.
O coração deles estava em nossa grande esperança. De acordo com Ellen
White, os valdenses acreditavam “que o fim de todas as coisas não estava
muito distante; e, estudando a Bíblia com oração e lágrimas, mais
profundamente se impressionavam com suas preciosas declarações e com
o dever de tornar conhecidas a outros as suas verdades salvadoras” (O
Grande Conflito, p. 72).
Confiavam em Deus e viviam inteiramente para pregar o evangelho.
Tinham a Bíblia traduzida para o seu idioma graças ao esforço de copiá-la e
memorizavam verso a verso, como fonte de constante paz e
encorajamento.
Que tremendo testemunho de fé! Um grupo de valdenses, fugindo da
perseguição, veio para a América do Sul e formou, no Uruguai, a Colônia
Valdense. Hoje, vários de seus descendentes são adventistas do sétimo dia.
Temos uma igreja com mais de 100 membros no coração da comunidade.
O desafio está agora em nossas mãos. Diz a mensageira do Senhor: “Fazei
o trabalho que vos está mais próximo. [...] Olhai para os valdenses. Vede
que planos delinearam para que a luz do evangelho pudesse brilhar em
mentes entenebrecidas” (O Colportor-Evangelista, p. 68).
O Senhor está buscando “valdenses” para os nossos dias. Gente disposta,
se necessário, a entregar sua vida para manter a fidelidade e cumprir a
missão. Que eu e você sejamos essas pessoas!
TERÇA 21 DE MAIO
Salvação disponível
Lança o teu pão sobre as águas, porque depois de muitos dias o acharás.
Eclesiastes 11:1
Deus usa meios diferentes para alcançar pessoas diferentes. Algumas
aceitam rapidamente, e outras demoram um pouco mais. Porém, quando
alguém lança o “pão sobre as águas”, Deus dá o resultado, mesmo que de
maneiras inesperadas.
Foi assim com José Carlos Lopes. Deus o encontrou ao desocupar um
depósito para uma reforma. Durante a limpeza, encontrou um exemplar
abandonado do livro O Grande Conflito. Levou para casa e o leu duas vezes.
Durante a segunda leitura, quis saber mais sobre a autora, fez uma
pesquisa na internet e encontrou várias referências que ligavam Ellen
White aos adventistas.
Alguns anos depois, José Carlos teve outro encontro com a Igreja
Adventista. Zapeando pelos canais de uma TV por assinatura, encontrou a
Novo Tempo. Ficou muito interessado na explicação de profecias bíblicas e,
segundo ele, “ao final do programa Arena do Futuro, o pastor Luís
Gonçalves, fez um convite para que os telespectadores visitassem a Igreja
Adventista. Eu aceitei”.
Lopes foi novamente à internet e lá encontrou o endereço da Igreja
Central de Taguatinga, no Distrito Federal, bem próximo à casa dele. Numa
quarta- feira à noite, foi até lá. Como acreditava que não estivesse usando a
roupa apropriada para o culto, acabou indo embora. Contudo, Deus já
estava providenciando outra forma de alcançá-lo. Benevaldo Barreiros
vinha orando para que o Espírito Santo indicasse uma pessoa para quem
pudesse dar estudos bíblicos. Sua oração foi respondida ao se encontrar
com José Carlos na garagem de seu prédio.
José Carlos descobriu que um adventista morava em seu condomínio.
Benevaldo o convidou para ir à igreja no sábado seguinte. Desde então,
passou a estudar a Bíblia e assistir aos cultos. No dia 4 de março de 2015,
foi batizado.
Sua caminhada começou com um livro O Grande Conflito, achado no lixo,
envolveu a internet, a TV Novo Tempo, houve também o contato pessoal
de um vizinho e, por fim, a participação da igreja, onde ele pôde conhecer
melhor a Bíblia e tomar sua decisão.
Use todos os meios para cumprir a missão. Talvez alguns deles pareçam
não dar resultado, mas o pão lançado “sobre as águas” será encontrado no
tempo certo. Não perca oportunidades e esteja sempre pronto para
compartilhar nossa esperança.
SEXTA 24 DE MAIO
Apenas um torpedo
O reino de Deus é assim como se um homem lançasse a semente à terra; depois,
dormisse e se levantasse, de noite e de dia, e a semente germinasse e crescesse,
não sabendo ele como. Marcos 4:26, 27
Benvinda Carvalho é membro da Igreja Central de Redenção, em Vitória
de Santo Antão, Pernambuco. Ajuda no orçamento familiar vendendo
picolés e pães caseiros que ela mesma prepara. Em meio a todas essas
ocupações, ela não perdeu a oportunidade de contribuir para a salvação de
uma vida que milagrosamente Deus havia colocado em seu caminho.
Benvinda conta a história:
“Era sexta-feira, 30 de dezembro de 2011, já nas horas do sábado, quando
resolvi enviar alguns torpedos para amigos e parentes. O último foi para
uma sobrinha que mora em São Paulo. Para minha surpresa, recebi uma
resposta imediata: ‘Moça, você mandou uma mensagem para o celular
errado.’ Percebendo meu erro, me desculpei e desejei um feliz ano-novo.
Em resposta, a pessoa escreveu: ‘Eu é que agradeço por você ser tão amável
e gentil.’
“Resolvi me identificar, e ela fez o mesmo. Seu nome é Geralda. Não
parei de enviar mensagens espirituais para ela. Em uma ocasião, disse a ela
que alguém poderia bater à sua porta para entregar-lhe um exemplar de A
Grande Esperança, pois aquela era a época da distribuição desse livro.
Naquele mesmo dia, ela encontrou dois jovens na rua com livros nas mãos.
Eles a levaram à igreja e ofereceram uma visita à sua casa. “Nas férias de
julho, ela foi ao Ceará a fim de rever seus familiares. Saí de Pernambuco e
fui até lá para conhecê-la. Finalmente, encontrei Geralda e conheci seus
familiares, que me receberam muito bem. Na despedida, ela me garantiu
que, quando chegasse a São Paulo, iria procurar os irmãos e pedir estudos
bíblicos.
“No mês seguinte, ela me disse que havia resolvido estudar a Bíblia.
Passou a frequentar a Igreja Adventista e, na maioria das vezes, a família a
acompanhava. Meses depois, ela tomou a decisão pelo batismo. Quando
recebi seu convite, decidi viajar de Pernambuco para São Paulo e assistir à
cerimônia, que foi realizada no dia 31 de março de 2013. A igreja estava
lotada. Os filhos dela e alguns parentes estiveram presentes. Geralda e eu
ficamos muito felizes. Foi uma grande festa na Terra e, com certeza, no Céu
também!”
Pense hoje em quantas oportunidades você tem recebido para pregar o
evangelho. Nada é por acaso no reino de Deus. Coloque-se nas mãos Dele e
seja também um semeador da mensagem de salvação.
SEGUNDA 27 DE MAIO
Transformação e salvação
E havia entre os fariseus, um homem chamado Nicodemos, um dos principais
dos judeus. Este, de noite, foi ter com Jesus. João 3:1, 2
Transformação e salvação de vidas são o propósito do evangelho. Para
cumprir esse objetivo, desde que o pecado entrou no mundo, Deus tem
enviado mensageiros para apresentar o caminho da salvação, o que inclui a
vinda de Seu Filho, que encarna plenamente os valores da mensagem
divina. Ele viveu com o exclusivo propósito de transformar e salvar
pessoas.
Essa é a ênfase do evangelho de João. O apóstolo apresenta dois capítulos
em sequência, com histórias opostas de transformação e salvação. No
capítulo 3, narra a histórica de Nicodemos, um homem poderoso que foi
transformado após um encontro com Jesus. No capítulo 4, João apresenta a
mulher samaritana, uma desconhecida e vulnerável, mas que também teve
seu encontro com Cristo e foi transformada. Nicodemos poderia ter
encontrado Jesus em público, mas preferiu fazê-lo em particular. Devido à
sua situação vergonhosa, a mulher samaritana poderia ter se encontrado
com o Mestre em particular, mas seu encontro com Ele acabou ocorrendo
em um lugar público.
Nesses dois episódios, todo o tipo de gente está incluído: ricos, cultos,
respeitados e famosos; pobres, despreparados, desmoralizados e
desconhecidos. Ao representar pessoas ricas e cultas, Nicodemos nos deixa
uma grande lembrança: currículo não significa conhecimento espiritual.
Nossa única esperança é um encontro transformador com Jesus.
Por sua vez, a mulher samaritana nos ensina que o evangelho tem poder
pleno de transformação. Não importa o fundo do poço em que estejamos,
Deus sempre vai a nosso encontro com perdão e libertação. Essa mulher
representa gente simples e inocente que se entrega com fé e não tem
vergonha de assumir seu compromisso com Cristo.
Nicodemos e a mulher samaritana exemplificam a abrangência da graça.
A história deles deixa evidente que ninguém está além do alcance do amor
de Deus. Não importa quem você seja, sua erudição, fama e riqueza ou a
falta de tudo isso, Jesus quer e pode salvar sua vida.
Receba-O hoje no coração. Deixe que a Palavra de Deus inunde seu
coração e experimente a transformação e a salvação que só o evangelho
pode produzir.
QUARTA 29 DE MAIO
Continue crescendo
E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens.
Lucas 2:52
O Everest, monte mais alto do mundo, exerce um incrível poder de
atração e desafio para quem ama aventura. Até o fim de 2006, 8.030
pessoas haviam tentado escalar seus 8.850 metros. Duzentos e doze não
retornaram. Os registros indicam que 56% dessas pessoas morreram
depois de atingir o topo.
Anualmente, mais de 60 mil turistas visitam a região, e cerca de 1.300
alpinistas tentam escalar essa montanha gelada, numa jornada que leva
cerca de 40 dias.
Edmund Hillary foi o primeiro homem a chegar lá. Sua conquista ocorreu
na companhia de seu guia nepalês, Tenzinhg Norgay, às 11h30 do dia 29 de
maio de 1953, há exatos 66 anos. Os dois ficaram apenas 15 minutos no
cume, sob uma temperatura de 27 graus negativos, viram a paisagem e
começaram a descida.
Antes da conquista, porém, Edmund havia participado de uma expedição
neozelandesa, em 1951, que fracassou na tentativa de subir o Everest.
Alguns registros dizem que, apesar desse fracasso, ele foi convidado pelos
ingleses a falar para uma numerosa plateia. Edmund começou a descrever
suas dificuldades, e, apesar dos aplausos, dizia sentir-se frustrado e
incapaz. Em dado momento, contudo, largou o microfone, aproximou-se da
enorme gravura que ilustrava seu percurso e gritou: “Monte Everest, você
me venceu a primeira vez. Mas eu irei vencê-lo no próximo ano, por uma
razão muito simples: você já chegou ao máximo de sua altura; eu, porém,
continuo crescendo!”
Em 1953, Edmund uniu-se a uma equipe britânica de 400 pessoas. Todos
foram ficando pelo caminho, mas ele e seu guia chegaram ao topo. Sua
conquista coincidiu com a coroação da rainha Elizabeth II, a quem ele
dedicou o triunfo. Mais de 40 anos depois, uma equipe de pesquisas
descobriu que o Everest continua crescendo cerca de quatro milímetros por
ano, mas isso não importa, porque Edmund cresceu muito mais.
Não sei qual é seu Everest, mas quero desafiar você a continuar
crescendo. Ellen White nos estimula a não desistir: “Quando há vontade de
fazer, Deus abre o caminho” (Obreiros Evangélicos, p. 433).
Segundo os evangelhos, Jesus crescia em todas as áreas. Não deveríamos
seguir Seu exemplo? Nas questões estudantis ou profissionais, e
especialmente nas espirituais, a vitória nunca pertence aos acomodados,
desanimados ou derrotados, mas aos que levantam a cabeça, confiam no
Senhor e seguem em frente.
QUINTA 30 DE MAIO
Preste atenção
Vendo o Senhor que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e
disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui! Êxodo 3:4
A cena realmente chamava a atenção: um arbusto que pegava fogo, mas
não queimava. Moisés se aproximou para ver melhor e, por um momento,
deixou tudo de lado. Foi então que Deus falou com ele.
Durante aquelas décadas no deserto, Moisés havia aprendido a estar em
sintonia com a vontade divina. Ellen White relata: “Enquanto os anos se
passavam, e vagueava ele com seus rebanhos nos lugares solitários,
ponderando na situação opressa de seu povo, reconsiderava o trato de
Deus para com seus pais e as promessas que eram a herança da nação
escolhida, e suas orações por Israel ascendiam de dia e de noite. Anjos
celestiais derramavam sua luz em redor dele” (Patriarcas e Profetas, p. 251).
O deserto havia cumprido seu papel. Moisés havia deixado de lado a
autossuficiência do Egito e desenvolvido a dependência do Senhor.
Hoje também precisamos ter essa mesma sintonia. Corremos o risco de
estar ocupados demais, sem tempo para prestar atenção àquilo que
realmente é importante. Fazemos muitas coisas para Deus; mas,
infelizmente, dedicamos pouco tempo para conhecê-Lo e ouvir o que Ele
de fato tem a nos dizer.
Um fazendeiro perdeu seu relógio caro e de alto valor sentimental em
um celeiro. Depois de procurar sem sucesso, decidiu pedir ajuda a um
grupo de crianças e prometeu um bom presente para quem o encontrasse.
Mesmo assim, o relógio não apareceu. Um dos meninos então pediu para
tentar sozinho. Sem nada a perder, o fazendeiro o autorizou a entrar no
celeiro. Não demorou, e o garoto saiu com o relógio. Todos ficaram
surpresos e queriam saber como tinha conseguido. A resposta foi simples:
“Eu só sentei no chão, fiquei em silêncio, escutei o tique-taque do relógio e
olhei na direção certa.”
Hoje, deixe de lado a agitação, pare, escute e olhe na direção certa.
“Muitos, mesmo nas horas de devoção, deixam de receber a bênção da
comunhão real com Deus. Estão com muita pressa. [...] Não têm tempo de
permanecer com o Mestre [...]. Devem separar tempo para pensar, orar e
esperar de Deus a renovação da força física, mental e espiritual” (Educação,
p. 260, 261).
O conselho de Dwight Moody poderá ajudar você: “Dedique 15 minutos
por dia para falar com Deus; 15 minutos para que Deus lhe fale; e verá que
o resto do dia não vai ser suficiente para contar tudo o que Deus fez por
você nesta meia hora.”
SEXTA 31 DE MAIO
A graça é suficiente
Então, Ele me disse: A Minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na
fraqueza. 2 Coríntios 12:9
Depois de pedir insistentemente a Deus por alguma coisa justa,
necessária e urgente, você ficaria satisfeito em ouvir apenas: “A minha
graça é suficiente”? Talvez você esteja clamando pela cura de uma doença,
por um emprego, a restauração da família, a libertação de um filho das
drogas, a vitória sobre a tentação, e Deus lhe responda apenas isso. Essa foi
a experiência de Paulo ao enfrentar seu “espinho na carne”. Não era apenas
uma irritação na pele, mas algo que o fazia sofrer intensamente.
Poderia ter sido sua luta contra a tentação e o pecado. Afinal, ele mesmo
fala sobre sua batalha pessoal, quando era dominado pelo mal e sobre sua
incapacidade de fazer o bem que desejava (Rm 7:19, 20).
Poderia também ser a terrível oposição que ele enfrentava. Muitos
questionavam a genuinidade de seu apostolado, outros rejeitavam sua
mensagem da graça (2Co 12:11, 12; 1Co 9).
Poderia ser a pesada carga que ele carregava, ao sofrer um martírio quase
permanente para pregar o evangelho (2Co 11:23-27). Talvez estivesse
pedindo apenas que Deus aliviasse sua carga.
Poderia ser sua fraqueza física ou a dificuldade de visão. Em Gálatas 6:11
e 17, ele sugere que algo não ia bem com seus olhos. Possivelmente, Paulo
nunca tenha se recuperado plenamente da viagem a Damasco. A visão
clara do Cristo glorificado pode ter lhe custado muito da visão física.
Poderia ser também sua dificuldade de pregar. Era acusado de que sua
“presença pessoal era fraca, e a palavra, desprezível” (2Co 10:10). É possível
que ele tivesse dificuldade para falar. Talvez não tenha sido o grande
orador que imaginamos.
Teria sido Paulo um apóstolo melhor sem todas essas provas? Sem
dúvida, se tudo tivesse dado certo, e Deus o livrasse de cada um de seus
problemas, ele não saberia exatamente o que é o amor. Deus permite
muitas provas para aprendermos a amar como Ele ama.
Cada um tem seu “espinho na carne”, mas a graça divina continua sendo
suficiente. Deus ainda não concluiu Sua obra em nós. Quando ela for
terminada, todos os desafios serão superados. Quando Deus não dá a
bênção que pedimos, Ele nos dá a paz de que precisamos. A graça Dele
sempre nos basta!
Junho
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
2 3 4 5 6 7 8
9 10 11 12 13 14 15
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
30
SÁBADO 1º DE JUNHO
Restaurador
Serás chamado reparador de brechas e restaurador de veredas para que o país
se torne habitável. Isaías 58:12
José Bates foi o mais idoso e um dos mais influentes pioneiros da igreja.
Tornou-se também presidente da primeira Associação da igreja, organizada
em Michigan, no ano de 1861. Era um líder espiritual, com visão clara,
muita coragem e que não hesitava em fazer sacrifícios pela causa. Tinha
uma alimentação simples, equilibrada e com hábitos saudáveis. Por isso,
viveu até os 80 anos com ótima resistência física.
Sua maior contribuição para o movimento adventista veio apenas em
1845, quando entendeu mais claramente a verdade sobre o sábado. Em
1846, imprimiu um pequeno material, de 48 páginas, para compartilhá-la.
Era tão insistente em apresentar o dia de descanso que Ellen White achava
que ele superestimava o quarto mandamento.
Depois de ouvir todos os argumentos de Bates, e também estudar
profundamente e discutir com ele, Ellen aceitou a mensagem do sábado.
Algum tempo após isso, ela teve uma visão do santuário celestial. O templo
de Deus estava aberto no Céu, e ela viu a arca. Quando Jesus levantou a
tampa da arca, apareceram as tábuas de pedra em que foram escritos os
Dez Mandamentos, com o quarto no centro e uma luz circundando-o. O
anjo disse: “É o único dos dez que define o Deus vivo que criou os Céus e a
Terra e todas as coisas que neles há” (Vida e Ensinos, p. 86).
A confirmação foi ainda mais clara: “Quando foram postos os
fundamentos da Terra, também foi posto o fundamento do sábado. Foi-me
mostrado que, se o verdadeiro sábado houvesse sido guardado, jamais teria
havido um incrédulo nem ateu. A observância do sábado teria preservado
da idolatria o mundo” (ibid.).
A visão impressionou Ellen White e mudou sua visão sobre o quarto
mandamento. José Bates foi o “reparador de brechas”, usado por Deus para
restaurar essa verdade e abrir os olhos da mensageira do Senhor.
Ellen White diz que nos últimos dias “o sábado será a pedra de toque da
lealdade; pois é o ponto da verdade especialmente controvertido. Quando
sobrevier aos homens a prova final, será traçada a linha divisória entre os
que servem a Deus e os que não O servem” (Eventos Finais, p. 225). Por
isso, permaneça fiel e seja um restaurador do santo dia do Senhor.
DOMINGO 2 DE JUNHO
Ajude a levantar
Antes, sede uns para com os outros benignos. Efésios 4:32
Mary V. Thurston foi esposa de Frank Westphal, primeiro pastor
adventista no território da Divisão Sul-Americana. Juntos eles tiveram
cinco filhos: Carlos, Elena e Ruth, que nasceram nos Estados Unidos, Earl,
que nasceu e morreu na Argentina, e Grace, que nasceu no Chile. Por 25
anos, o casal Westphal foi missionário na Argentina, Brasil, Uruguai,
Paraguai, Chile, Peru e Equador.
Os dois investiram seu tempo e suas prioridades na expansão e
organização da igreja, bem como no estabelecimento da Educação
Adventista. Mary era apaixonada pelas crianças e jovens e se dedicou a
eles, especialmente preparando-os como missionários.
Durante o tempo em que viveram no Chile, ela fez fortes apelos a amigos
norte-americanos para ajudar a Educação Adventista. Em uma de suas
mensagens, ela disse: “Eu escrevo essa carta orando ao Senhor para que a
use como convite para alguém que esteja esperando por um chamado.
Quando o espírito missionário movimenta a igreja, não tenho dúvidas de
que muitos encontram um lugar para trabalhar com sustento próprio.”
Logo que o casal chegou ao Chile, Grace adoeceu fortemente, enquanto
Frank estava em uma de suas longas viagens. Mary clamou a Deus por
ajuda, e o Senhor enviou um médico jovem e talentoso que resolveu o
problema. A partir de então, passou a atender a família gratuitamente.
O médico, porém, se envolveu com bebidas alcoólicas. Mary sentiu que
precisava ajudá-lo e fez um apelo: “Doutor, por que não deixa este copo
maldito? O senhor sabe como cuidar dos outros, por que não ajuda a si
mesmo? Se tomar uma decisão, vai conseguir.” Os olhos dele se encheram
de lágrimas. “Sim, senhora Westphal, eu gostaria muito; mas, se alguns
amigos segurassem minha mão e me animassem, eu conseguiria. Mas os
cristãos parecem felizes por me colocar para baixo em vez de segurar
minha mão e me tirar dessa situação.” Mary encontrou ali um novo campo
missionário.
Que exemplo para nós! Antes de ser missionários em países muito
distantes, precisamos ser missionários na vida de pessoas que vivem perto
de nós. Não se esqueça: “O amor abrirá caminho por entre barreiras, ao
passo que a censura fechará todo o acesso ao coração” (Ministério Pastoral,
p. 59).
Quem você pode ajudar e animar hoje? Mais perto do que você imagina,
existe alguém precisando de motivação e apoio; não de crítica e
condenação.
TERÇA 4 DE JUNHO
Fé mais profunda
Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte. 2 Coríntios 12:10
O famoso milionário, filantropo e escritor norte-americano Andrew
Carnegie decidiu analisar a história de pessoas que foram bem-sucedidas,
apesar das dificuldades que enfrentaram. Ele acabou chegando a duas
conclusões: “Primeira, cada um sofre inevitavelmente derrotas
temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. Segunda,
cada adversidade traz consigo a semente de um benefício equivalente.” E
completou: “Toda vez que alguém supera os reveses, torna-se mental e
espiritualmente mais forte.”
Crises, problemas e dificuldades se resolvem com fé e não com
desespero. Por isso, o apóstolo Paulo, em meio às mais duras provas,
afirmava: “Quando sou fraco, então é que sou forte” (2Co 12:10). Essa fé
mais profunda e que vence as provas mais difíceis precisa amadurecer ao
passar por três níveis.
O primeiro é o da fé com evidências, em que você confia porque a situação
o incentiva a confiar. Pode haver muitas razões para isso: exemplos
positivos de pessoas que venceram, demonstrações do amor de Deus em
sua vida ou quem sabe a falta de alternativas a não ser entregar tudo nas
mãos de Deus.
O segundo nível é o da fé sem evidências, uma etapa mais difícil e
desafiadora, em que você aprende a confiar quando ninguém enfrentou o
mesmo problema antes, não há exemplos positivos ao redor, as orações
não têm a resposta esperada ou você recebe muitos conselhos para desistir.
O terceiro nível é o da fé contra as evidências, que é o mais complexo.
Tudo indica que você não deve confiar, mas é desafiado a depender
somente do Senhor. Quando você vê que outros tiveram a mesma
enfermidade e não resistiram, enfrentaram a mesma prova e perderam a
batalha, tentaram e não conseguiram, onde encontrará forças para seguir
em frente?
Para essa fé mais profunda, está destinada a promessa mais poderosa:
“Os que mais sofrem, mais simpatia e piedade Dele recebem. Comove-Se
com o sentimento de nossas enfermidades e deseja que Lhe lancemos aos
pés as perplexidades e aflições, deixando-as ali” (A Ciência do Bom Viver, p.
249).
Lembre-se sempre de que as provações aumentam nossa fé. Deixe Deus
desenvolver sua confiança Nele em quaisquer circunstâncias, inclusive nas
maiores dificuldades!
QUINTA 6 DE JUNHO
Graça x pecado
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro. Apocalipse 12:11
O sangue do Cordeiro é nossa garantia de que a graça irá restaurar tudo o
que o pecado destruiu. A Bíblia nos dá certeza disso. O pecado destruiu
nossas vestes. Adão e Eva perceberam “que estavam nus, coseram folhas de
figueira e fizeram cintas para si” (Gn 3:7). A graça nos concede vestes
novas. “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo
nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida” (Ap 3:5).
O pecado nos distanciou da presença de Deus. “Quando ouviram a voz do
Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se”
(Gn 3:8). A graça confirma que viveremos na presença de Deus. “Ao
vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do Meu Deus, e daí jamais sairá” (Ap
3:12).
O pecado tornou nossa vida mais difícil. “No suor do rosto comerás o teu
pão” (Gn 3:19). A graça nos garante: “Ao vencedor, dar-lhe-ei do maná
escondido” (Ap 2:17).
O pecado nos leva de volta ao pó da terra (Gn 3:19). A graça nos leva à
vitória sobre a morte. “O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da
segunda morte” (Ap 2:11).
O pecado diminuiu nosso domínio. O Senhor lançou o ser humano “fora
do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado” (Gn 3:23). A
graça recupera nossa autoridade. “Ao vencedor, que guardar até ao fim as
Minhas obras, Eu lhe darei autoridade sobre as nações” (Ap 2:26).
O pecado nos privou da árvore da vida. Deus “colocou querubins ao
oriente do jardim do Éden” (Gn 3:24). A graça nos devolve essa
oportunidade. “Ao vencedor, dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vida
que se encontra no paraíso de Deus” (Ap 2:7).
A graça sempre oferece mais do que merecemos. Um conhecido escritor
ilustra bem essa realidade: “A misericórdia deu ao filho pródigo uma
segunda chance. Mas a graça deu uma festa para ele. A misericórdia
impeliu o samaritano a fazer curativos na vítima. Mas a graça o impeliu a
deixar o seu cartão de crédito para pagar o tratamento.”
A cada instante você é restaurado pela graça, mas lembre-se de que isso
não foi de graça. Apegue-se ao Senhor e permaneça fiel, confiando que os
mesmos braços que foram pregados na cruz por você em breve se
estenderão para lhe dar as boas-vindas no Céu.
SEXTA 7 DE JUNHO
Anjos
Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos
irmãos, a mim o fizestes. Mateus 25:40
Ao enviar 25 famílias de missionários para alguns dos países mais
desafiadores do planeta, a Igreja Adventista na América do Sul pensou em
“pagar sua dívida” com o restante do mundo. Afinal, quando não havia
presença adventista em nossos países, pessoas de outras terras vieram para
iniciar a igreja aqui. Agora que crescemos e temos uma igreja forte,
precisamos fazer o mesmo.
Em julho de 2017, realizamos um concílio ministerial na Universidade
Adventista do Oriente Médio, em Beirute, Líbano, com as 17 famílias de
missionários sul-americanos que atuam no Oriente Médio e norte da
África. Foi impressionante ouvir as experiências!
Um dos momentos marcantes foi quando cada participante do concílio
visitou uma família de refugiados sírios que vive na cidade. Fui a um lugar
bem simples, sem móveis, que tinha somente alguns colchões no chão.
Durante nossa conversa com os moradores daquela casa, o pastor
Günther Wallauer, um dos missionários brasileiros no Líbano, perguntou
sobre alguma necessidade especial da família. Esquecendo-se de outras
coisas, eles pediram ajuda para conseguir um passaporte para o pai da
família, pois ele desejava visitar seus familiares que haviam migrado para o
Iraque. Ao ouvir o sonho daquele refugiado, o pastor Günther prometeu
voltar nos dias seguintes para irem juntos à embaixada e resolver o
problema.
Completei a promessa dizendo que poderiam ficar tranquilos, pois o
pastor Günther seria o anjo da guarda deles. As palavras que se seguiram,
ditas pela esposa, me marcaram profundamente: “Para nós, todos os
adventistas são anjos.” E passou a contar como alguns voluntários têm
cuidado das necessidades básicas da família, levando comida, oferecendo
educação aos filhos e tratando a saúde do esposo, que tivera câncer no ano
anterior.
E você? Tem sido realmente um “anjo” para alguém, cuidando daqueles
que Deus coloca em seu caminho, com suas necessidades espirituais,
emocionais ou mesmo financeiras? Lembre-se do que diz Ellen White: “A
menos que haja sacrifício prático em bem de outros, no círculo da família,
na vizinhança, na igreja e onde quer que estejamos, não seremos cristãos,
seja qual for a nossa profissão” (O Desejado de Todas as Nações, p. 504).
SÁBADO 8 DE JUNHO
Música celestial
E entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro,
dizendo: Grandes e admiráveis são as Tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso!
Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações! Apocalipse 15:3
A música tem poder. Ellen White destaca: “Existem poucos meios mais
eficazes para fixar Suas palavras na memória do que repeti-las em cânticos.
E esses cânticos têm maravilhoso poder. Poder para subjugar a natureza
rude e empobrecida; poder para avivar o pensamento e despertar
compaixão, para promover a harmonia de ação e banir a tristeza e os maus
pensamentos, os quais destroem o ânimo e debilitam o esforço. O canto é
um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades
espirituais” (Educação, p. 166).
Por isso, precisamos nos familiarizar com a boa música. Sua influência é
poderosa em nosso dia a dia e também será nossa expressão de adoração
no Céu. O livro do Apocalipse apresenta sete cânticos que usaremos ao
chegarmos ao Céu para louvar e adorar Jesus, o único que é digno.
O primeiro destaca a adoração (4:8-11). Somente o Senhor é digno de
toda honra, glória e poder. O segundo exalta a missão redentora de Jesus
Cristo (5:8-14). O terceiro apresenta o louvor dos redimidos a Deus e ao
Cordeiro pela salvação (7:9-12). O quarto é o cântico da vitória, quando
uma multidão inumerável louva a Deus como justo Juiz (11:15-17). O
quinto é um novo cântico, entoado por seres celestiais diante do trono de
Deus, e apenas os 144 mil podem compreendê-lo (14:1-3). O sexto destaca
a poderosa intervenção de Deus em favor de Seu povo por ocasião do
Êxodo e da conquista de Canaã (15:2-4). É o cântico de Moisés e do
Cordeiro, pois, como Moisés, Cristo é o grande libertador de Seus filhos.
Ele nos libertou do pecado, um cativeiro muito mais humilhante do que a
escravidão do Egito. O sétimo é entoado pelo grande coro celestial que
exalta a Deus por dar retribuição definitiva à Babilônia espiritual (19:1-8).
Em breve, o grande conflito estará terminado, e poderemos celebrar: “As
tribulações e lutas chegaram ao fim. Cânticos de vitória enchem todo o
Céu, enquanto os remidos entoam o jubiloso coro: “Digno é o Cordeiro que
foi morto” (Ap 5:12) e que vive outra vez, como “triunfante vencedor” (Atos
dos Apóstolos, p. 602).
Mantenha sempre os cânticos do Céu em seu coração, especialmente
aqueles que exaltam a Jesus, fortalecem a jornada para a vida eterna e
renovam a esperança.
DOMINGO 9 DE JUNHO
Reavivamento e reforma
Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do
Homem, achará, porventura, fé na terra? Lucas 18:8
Deus está levantando um forte movimento de reavivamento e reforma,
que está despertando nossa igreja em todo o mundo. Sem dúvida, como
disse Ellen White, “um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a
maior e mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo deve ser
nossa primeira ocupação” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 212). É tempo das
grandes ações do Espírito Santo, as primeiras gotas da chuva serôdia.
Precisamos ter a visão correta sobre esse tema. Não podemos permitir
que, enquanto a igreja vai sendo despertada, o inimigo semeie
desequilíbrio e divisão. Precisamos da sabedoria do Céu para permanecer
alinhados à visão divina de reavivamento e reforma. Vejamos cinco
aspectos essenciais:
1. É um movimento de busca a Deus na primeira hora de cada dia. Esse não
é um movimento reservado a programas ou pregadores especiais. É um
movimento de encontro pessoal com Deus todas as manhãs e ao longo do
dia.
2. É um movimento com base sólida. A Bíblia precisa ser destacada em todo
esse movimento, que não é baseado no que sentimos, mas em como
reagimos. O verdadeiro despertamento leva a igreja de volta à Bíblia, à
mensagem original e às orientações de Deus.
3. Deve ser encarado com equilíbrio. É preciso ser prudente ao tratar do
assunto, pregá-lo, ou mesmo julgar o envolvimento das outras pessoas. O
resultado natural do reavivamento é profundo amor a Deus, a Sua Palavra e
a outras pessoas, nunca promovendo crítica e desunião.
4. O verdadeiro reavivamento leva à reforma. Vai além de um forte
movimento de comunhão. O reavivamento produz reforma em nossa
alimentação, músicas, aparência pessoal, amizades, vocabulário,
temperamento, diversões, enfim, em toda a vida.
5. As consequências imediatas do reavivamento são a unidade e o
cumprimento da missão. Membros reavivados são amorosos, buscam a
felicidade e salvação de seus irmãos e não perdem nenhuma oportunidade
para testemunhar de nossa esperança na breve volta de Jesus.
O verdadeiro reavivamento produz uma vida renovada e alinhada com a
vontade de Deus. Não existe reavivamento sem reforma. Permita que Deus
reavive sua vida, família e igreja e experimente a reforma que o Espírito
fará em você e por meio de você.
SEGUNDA 10 DE JUNHO
A melhor solução
Disse o Senhor: Quem é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor
confiará os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo? Lucas 12:42
“A partir de hoje, não devolvo mais meu dízimo!” Essa foi a frase que ouvi
de um membro da igreja certa vez. Tentando entender o porquê da atitude
tão drástica, imaginei o pior dos cenários. Porém, fiquei surpreso quando
ele me disse que tudo aconteceu porque estava insatisfeito com o modo
pelo qual era realizada uma das partes do culto de sábado e pediu ao pastor
que a modificasse. Como seu pedido não foi atendido, resolveu partir para
o ataque, usando o dízimo.
Fiquei pensando: “Por que algumas pessoas tomam esse tipo de atitude?”
Esse tema é muito mais sério do que alguns imaginam e vai além das
relações pes- soais abaladas, amizades desfeitas, pessoas desvalorizadas,
ações imprudentes ou mesmo equivocadas. Qualquer atitude, mesmo que
por motivos aparentemente justificáveis, que atinja a “menina dos olhos de
Deus”, é tomada contra o próprio Deus. Isso é sério! Lembre-se de que
“fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o único objeto sobre o
qual Deus concede em sentido especial Sua suprema atenção” (Atos dos
Apóstolos, p. 12).
A igreja é como um grande hospital. Por isso mesmo precisamos
aprender a conviver com diversos problemas. Não podemos nos conformar
com certas situações, mas precisamos saber administrar tudo isso com
espírito cristão. A graça que recebemos de Deus é a mesma que precisamos
oferecer às pessoas.
Veja que exortação solene: “Aproximamo-nos do fim do tempo. Muitas
serão as provações de fora, mas não permitam que venham de dentro da
igreja” (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 187). Ao surgir qualquer problema,
procuremos resolvê-lo com oração e espírito amorável, nunca permitindo
que o egoísmo nos leve a conflitos que venham a afetar a igreja, ofender a
Deus e enfraquecer a força de nossa missão. “Não há coisa alguma que
Satanás tema tanto como que o povo de Deus desimpeça o caminho
mediante a remoção de todo impedimento, de modo que o Senhor possa
derramar Seu Espírito sobre uma enfraquecida igreja” (Eventos Finais, p.
192). O chamado é claro: “Deem os crentes ouvidos à voz do anjo que disse
à igreja: ‘Estejam unidos!’ Na união está a sua força” (Mensagens Escolhidas,
v. 2, p. 69). Essa é sempre a melhor solução para qualquer problema.
TERÇA 11 DE JUNHO
Amar é doar
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito,
para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. João 3:16
Em muitos lugares o dia de hoje é dedicado a exaltar o amor. Por isso,
esta data pode ser uma boa oportunidade para avaliar de que maneira
estamos construindo nossos relacionamentos. A Bíblia é fundamental na
tarefa de edificar relacionamentos felizes e que resistam à prova do tempo.
Apesar de não ser específico para casais, o verso de hoje pode ajudar a
salvar namoros, casamentos e até outras relações sociais.
Essa passagem das Escrituras tem um conselho e uma lembrança
preciosos. O conselho: amor é doação. A lembrança: só Deus é a fonte do
amor verdadeiro.
Para Deus, amar de verdade é doar, não receber. Alguém certa vez disse
que “amor verdadeiro é fazer o outro feliz, mesmo que você não faça parte
dessa felicidade”. É isso mesmo. Amar não é ser beneficiado sempre, mas
fazer o outro feliz e, na felicidade dele ou dela, encontrar a própria
felicidade.
Esse amor não é normal nem natural, vem apenas de Deus. Ele é a fonte.
Ele amou sem receber nenhuma retribuição. Por isso, só Ele é capaz de dar
condições de amar e oferecer, sem garantias ou cobranças. É fácil de
entender essa realidade quando comparamos os dois tipos de amor.
O primeiro é o amor altruísta. É o amor que dá, busca o bem-estar do
outro, move as maiores ações de solidariedade e também as mais
profundas expressões de afeição. É o amor Daquele que deu a vida na cruz
mesmo sendo injustiçado e maltratado. É o amor que perdoa, tolera e tenta
mais uma vez. É o amor que não desiste e acredita que sempre pode haver
uma nova oportunidade para ser feliz.
O segundo é o “amor” falso, egoísta. É o sentimento que deseja receber
cada vez mais. Cobra, exige, reivindica, critica. É o “amor” do eu. O pai
desse sentimento é o mesmo que disse: “Eu subirei ao Céu, eu serei como
Deus, eu, eu, eu...” (ver Is 14:12-14).
Para Ellen White: “A causa da divisão e da discórdia na igreja e na família
é a separação de Cristo” (O Lar Adventista, p. 179). Quando Deus é deixado
de lado, o inimigo assume o comando, e os danos começam a aparecer.
Quer ter um relacionamento feliz? Busque ao Senhor e se preocupe em
oferecer e não em receber. Deus sempre cuidará do resto.
QUINTA 13 DE JUNHO
Escolhas
Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Filipenses 4:11
Minha esposa, Adriene, é meu grande apoio na liderança e no ministério.
Depois de quase 27 anos de casamento, seu carinho, compromisso e
consagração continuam fazendo uma grande diferença em minha vida. Por
isso, hoje é ela quem escreve para você:
A vida é feita de escolhas. Algumas são simples, e outras, bem
complicadas; pequenos erros podem criar grandes problemas. Por isso, não
podemos abrir mão do apoio e orientação de Deus a cada dia.
Quando nos mudamos para Brasília, éramos bem jovens, e nosso filho,
Matheus, tinha apenas três anos de idade. Eu sabia que a vida seria bem
diferente, pois meu marido viajaria muito. Os primeiros meses não foram
fáceis, porém uma vizinha, mais experiente, me deu um conselho que fez
muita diferença. Ela me disse que estava em minhas mãos escolher entre
lamentar e ser feliz. A partir daí, decidi ser feliz em qualquer situação.
A felicidade é uma escolha. Ela não acontece por acaso nem garante
apenas bons momentos. É construída quando nos conectamos diariamente
com a Fonte de toda a alegria. Em minha vida, os momentos na presença
de Deus são renovadores. Construí o hábito de dedicar tempo especial à
oração, ao estudo da Bíblia, do Espírito de Profecia e dos materiais
devocionais da igreja todos os dias. Essa escolha tem resultado em força de
Deus para enfrentar os desafios do dia e me feito feliz e realizada.
Quando meu filho tinha três anos de idade, precisei tomar uma
importante decisão profissional. Sou enfermeira e, logo que chegamos a
Brasília, comecei a trabalhar em um novo emprego. Meu horário era
flexível, mas as atividades foram se intensificando. Comecei a sentir que
isso estava prejudicando a educação do Matheus. Orei por alguns meses e
decidi deixar o emprego para me dedicar totalmente aos cuidados dele.
Algum tempo depois, Deus nos presenteou com nossa filha Mariana, para
quem decidi dar também a mesma atenção.
Diariamente fazemos escolhas, e algumas não são fáceis. Por isso, quero
convidar você a fazer a melhor de todas: ser feliz apesar de qualquer
situação. Isso só será possível ao lado de Cristo, o doador da verdadeira
felicidade. Com Ele, você poderá “viver contente em toda e qualquer
situação.”
SEXTA 14 DE JUNHO
O Construtor da família
Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Salmo
127:1
No livro Como Ser um Herói Para Seus Filhos, Josh McDowell e Dick Day
sugerem seis princípios que podem ajudar tremendamente os pais a serem
bem-sucedidos no processo de educação: aceitação, apreciação, afeição,
disponibilidade, responsabilidade e autoridade. Eles fazem uma grande
diferença quando aplicados de forma equilibrada e responsável.
Para que esses princípios possam dar o melhor resultado, os pais
precisam oferecê-los combinando as orientações certas e o exemplo
adequado. A parte mais fácil tem a ver com as palavras, ensinamentos e
conselhos. É sempre mais fácil falar e teorizar. O desafio está no exemplo
pessoal. Se você é capaz de viver, está apto a ensinar. Se você pratica, vai
inspirar os filhos a também praticar. Afinal, como diz um conhecido
ditado: “A fruta nunca cai longe do pé.”
Sempre que pergunto a jovens fiéis e bem-educados o que seus pais
fizeram para que eles fossem assim, escuto pouca coisa sobre conselhos e
muita coisa sobre exemplos de vida. O exemplo sempre fala mais alto do
que as palavras. Por isso, viva de forma que, quando seus filhos pensarem
em fidelidade, justiça, honestidade, generosidade e integridade, lembrem-
se de você e copiem seus passos.
No entanto, há um princípio maior: “Se o Senhor Deus não edificar a
casa, não adianta nada trabalhar para construí-la” (Sl 127:1, NTLH). A
sociedade, a escola e a igreja têm um papel importantíssimo na
transmissão de valores, mas se “o Senhor não edificar a casa”, todos os
esforços darão pouco resultado.
Outra vez a atitude dos pais faz toda a diferença. “Pela sincera e fervorosa
oração, os pais devem construir um muro em torno dos filhos” (Conselhos
Para a Igreja, p. 152). Quando fazem isso, eles “cooperam com Deus, e Deus
coopera com eles na salvação da alma das crianças pelas quais Cristo
morreu” (O Lar Adventista, p. 317).
Deus só vai atuar na educação dos filhos se estiver ativo no coração dos
pais. Por isso, o pedido do Senhor é: “Trabalhem como se fosse para salvar
a própria vida e para salvar seus filhos de serem afogados nas influências
contaminadoras e corruptoras do mundo” (Orientação da Criança, p. 309).
Permita que Deus seja o grande educador. Use as palavras com sabedoria
e faça de seu exemplo uma lição de coerência.
SEGUNDA 17 DE JUNHO
Portas abertas
Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; [...] com poder e muita
glória. Mateus 24:30
O uso de caixas eletrônicos se tornou comum em muitos países. Esse
recurso facilita a vida e confere agilidade aos processos bancários. Em
1969, foi inaugurado o primeiro caixa eletrônico do Chemical Bank, em
Nova York. Um mês antes da data, o anúncio da inauguração era muito
curioso e dizia: “No dia 2 de setembro, nosso banco abrirá às 9 horas e não
fechará nunca mais.”
Uma adaptação dessa mensagem poderia se aplicar muito bem à nossa
esperança. Esperamos o momento quando as portas do Céu se abrirão para
nunca mais se fecharem para os salvos.
Ellen White conta em detalhes o momento em que será dado o ponto de
partida para a eternidade. Vale a pena deixar que ela mesma descreva:
Surgirá “no Oriente uma pequena nuvem negra, aproximadamente da
metade do tamanho da mão de um homem. É a nuvem que rodeia o
Salvador, e que, a distância, parece estar envolta em trevas. O povo de Deus
sabe ser esse o sinal do Filho do Homem. Em solene silêncio fitam-na
enquanto se aproxima da Terra, mais e mais brilhante e gloriosa [...]. Jesus,
na nuvem, avança como poderoso vencedor. [...]
“Nenhuma palavra humana pode descrever esta cena, mente mortal
nenhuma é apta para conceber seu esplendor. [...] As nuvens começam a
enrolar-se como um pergaminho [...]. Ouvem-se sons musicais, e, à medida
que se aproximam, abrem-se as sepulturas, e os mortos são ressuscitados.
[...] Por todo o comprimento e largura da Terra, os mortos ouvirão aquela
voz, e os que ouvirem viverão. E a Terra inteira ressoará com o passar do
exército extraordinariamente grande de toda nação, tribo, língua e povo”
(Eventos Finais, p. 274-276).
Esse momento será emocionante. Está cada vez mais perto o dia em que
“aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem” e as portas da eternidade se
abrirão para nunca mais fecharem. Enquanto isso, somos chamados a
“esperar, vigiar, trabalhar, orar, advertir o mundo – este é o nosso trabalho”
(Evangelismo, p. 219).
Em breve, Jesus vai voltar. Prepare-se para esse momento e divulgue a
mensagem de que a porta da graça ainda está aberta. Quem passar por ela
em tempo terá livre e eterno acesso às portas do Céu.
TERÇA 18 DE JUNHO
Sonhadores
E dizia um ao outro: Vem lá o tal sonhador! Gênesis 37:19
José era o filho preferido de Jacó. Afinal, ele nasceu quando o pai tinha 91
anos de idade, e depois de uma espera de 27 anos por um filho de sua
amada Raquel. Certamente seu nascimento foi uma ocasião especial para a
família.
Além do fato de ser o preferido do pai, José era um sonhador. Essa
combinação criou muitos problemas para ele em casa. Contou à família que
tinha sonhado com uma colheita em que os feixes de seus irmãos se
curvavam diante do feixe dele (Gn 37:7), e depois com o Sol, a Lua e as
estrelas também fazendo o mesmo (Gn 37:9). Esses sonhos mudaram a
vida de José.
A princípio, os sonhos lhe criaram tantos problemas que os próprios
irmãos quiseram matá-lo, mas acabaram vendendo-o como escravo.
Quando foi visitá-los em Siquém, de longe, já o reconheceram como “o
sonhador”. Porém, eles tinham se esquecido de que é possível até acabar
com um sonhador, mas nunca destruir seus sonhos.
Tempos depois, os sonhos o livraram da prisão, fazendo de José não
apenas um líder poderoso, mas o salvador da própria família. Quando os
sonhos vêm de Deus, eles sempre se cumprem.
Onde estão os sonhadores de hoje? Em Joel 2:28 e Atos 2:17, está
revelada a promessa de que o Espírito Santo despertará sonhadores e
visionários nos últimos dias. Essa profecia começou a se cumprir no
Pentecostes e na igreja apostólica. Os medrosos se tornaram corajosos, os
tímidos se tornaram ousados, os fracos ficaram fortes e os incultos se
tornaram sábios.
Foi assim também no início da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Deus
levantou Ellen White, uma jovem com pouco estudo, e Tiago White, um
jovem pregador. Ela era tão sonhadora que chegou a pegar dinheiro
emprestado em banco para comprar propriedades para futuros hospitais da
igreja. Ele trabalhou na colheita a fim de conseguir recursos para imprimir
literatura.
Com essa visão sonhadora, Tiago e Ellen criaram a base do que o
historiador George Knight chama de “o quadrilátero adventista”: igrejas,
educação, publicações e saúde. Transformaram o “pequeno rebanho” em
um movimento mundial, estabelecido em 216 países e 21 milhões de
membros.
O Espírito Santo levanta sonhadores e visionários para fazer a causa de
Deus prosperar. Seja você um deles, pois o tamanho de um homem é
medido pelo tamanho dos seus sonhos.
QUARTA 19 DE JUNHO
Multiplicando os talentos
Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com
eles. Mateus 25:19
A parábola dos talentos é apresentada no contexto de Mateus 24 e 25.
Esses capítulos revelam o cenário que antecederá a volta de Jesus. Alguns
aplicam essa parábola ao uso dos dons, outros ao dinheiro, mas ela tem a
ver, essencialmente, com um negócio deixado nas mãos de um grupo de
servos.
O senhor entregou cinco talentos a um, dois a outro e apenas um para o
último. Deu a “cada um segundo a sua própria capacidade” (Mt 25:15). Ao
final, proferiu uma bênção especial aos que os multiplicaram e uma dura
maldição ao que apenas manteve o que recebeu.
Essa mensagem está relacionada ao cumprimento da missão nos eventos
finais. O contexto em que ela ocorre aponta para nossa esperança futura.
Para reafirmar isso, Cristo usa a expressão “voltou o Senhor” (Mt 25:19).
Essa referência indireta a Seu retorno à Terra aponta para posturas
distintas em relação à pregação do evangelho que se manifestarão na igreja
próximo à volta de Jesus.
Jesus nos entregou o negócio da multiplicação de pessoas para Seu reino.
É nosso dever participar dessa obra, e a omissão não é uma opção para os
mordomos do Senhor. Para multiplicar a igreja, precisamos que o poder do
Espírito Santo nos mantenha concentrados na missão, apaixonados por ela
e comprometidos com a parte que nos cabe. Nosso chamado não é para
manter, mas para multiplicar a igreja do Senhor.
Temos entre nós os que multiplicam e aqueles que apenas mantêm.
Aqueles que representam o servo negligente não se envolvem, não vibram
nem cumprem a missão. Há outros que tentam fazer isso, mas aplicam zelo
equivocado. Em igrejas de gente assim, não ocorre multiplicação, mas
divisão.
A multiplicação é um processo simples. Cada um faz sua parte, e o
resultado aparece. Se cada adventista levasse apenas uma pessoa ao
batismo a cada ano, em nove anos poderíamos batizar todos os habitantes
dos países que compõem a Divisão Sul-Americana. Não seria maravilhoso?
Ellen White nos diz: “Devemos trabalhar segundo o plano da adição, e o
Senhor operará segundo o plano da multiplicação” (Mensagens Escolhidas,
v. 1, p. 379). Faça a sua parte, e Deus multiplicará o número dos salvos.
QUINTA 20 DE JUNHO
Além do sofrimento
Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não
podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós. Romanos 8:18
A vida do apóstolo João foi intensa. Ele passou por uma grande
transformação: de “filho do trovão” (Mc 3:17) tornou-se “discípulo amado”
(Jo 19:26). Nos momentos finais da vida de Cristo, esteve ao lado do
Senhor. Foi o que mais viveu entre os apóstolos, acompanhando inclusive
a destruição do templo e de Jerusalém. Ele tinha muitas histórias para
contar.
Durante a perseguição, ele foi uma forte ajuda a seus irmãos. Ellen White
destaca: “Quando a fé dos cristãos lhes parecia vacilar sob a feroz oposição
que eram forçados a enfrentar, o velho e provado servo de Jesus lhes
repetia com poder e eloquência a história do Salvador crucificado e
ressurgido” (Atos dos Apóstolos, p. 568).
Por conta de seu amor a Cristo e de seu zelo missionário, João despertava
o ódio dos opositores. Os inimigos do povo de Deus acreditavam que, se
calassem o apóstolo, colocariam um ponto final no avanço dos cristãos.
Conseguiram formalizar uma denúncia contra ele e o levaram a Roma.
Diante de um tribunal parcial, provas mentirosas foram expostas, e o servo
de Deus foi condenado à morte.
Contrariando a lógica, o caldeirão de óleo fervente não foi seu fim. Ellen
White compara o livramento que ele recebeu ao dos três jovens hebreus
(ver Atos dos Apóstolos, p. 570). Seus perseguidores, porém, não
desistiram e o exilaram em Patmos para ser silenciado.
No entanto, foi ali que o idoso apóstolo escreveu o Apocalipse, livro que
tem fortalecido a esperança da igreja ao longo dos séculos. Naquela ilha
árida, João “recebeu do Céu mais comunicações que durante todos os anos
anteriores de sua vida” (ibid., p. 573). Em Patmos, João “fez amigos e
conversos. Sua mensagem era de alegria, proclamava um Salvador
ressurreto, que no Céu intercedia por Seu povo até que pudesse retornar e
tomá-lo para Si mesmo” (ibid.).
Quando tudo parecia acabado para João, Deus projetou os olhos de Seu
servo para o futuro e conferiu a ele a maior bênção de sua vida. Em meio às
provações do exílio, ficou claro para João que “os sofrimentos do tempo
presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós”
(Rm 8:18).
Como o discípulo do amor, enxergue além do sofrimento e veja a mão de
Deus por trás de tudo. Permita que Ele revele Sua mensagem de esperança
e transforme suas aparentes derrotas em bênçãos sem medida.
SEXTA 21 DE JUNHO
Cuide dele
Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei
quando voltar. Lucas 10:35
A rivalidade entre judeus e samaritanos era tremenda. Os ânimos se
exaltavam tanto que não havia limites para defender os interesses pessoais
e nacionais. Porém, Jesus veio também para quebrar essa inimizade e
aproximar os dois povos.
A história do bom samaritano foi importante para isso. Contada como
parábola, na verdade era “uma ocorrência verídica, que se sabia ser tal qual
era apresentada. O sacerdote e o levita que tinham passado de largo se
encontravam entre o grupo que escutava as palavras de Cristo” (O Desejado
de Todas as Nações, p. 499).
Jesus contou de um homem que descia de Jerusalém para Jericó, quando
foi violentamente assaltado e abandonado no caminho. Um sacerdote e
um levita passaram, olharam, mas não ofereceram ajuda. Ellen White
relata: “Todo o Céu observava para ver se o coração desses homens seria
tocado de piedade pela desgraça humana” (ibid., p. 500). No entanto,
apenas um samaritano, filho de um povo inimigo, cuidou do ferido, levou-
o até uma hospedaria e pagou a conta de seu cuidado.
Em realidade, Jesus é representado pelo bom samaritano (ibid., p. 503). O
ferido simboliza aqueles que o Senhor coloca em nosso caminho
precisando de ajuda. Eu e você somos o hospedeiro, a quem o ferido foi
entregue.
Dessa forma dá para entender melhor as palavras do verso bíblico de
hoje, em que o Senhor oferece uma missão, uma condição e Sua
retribuição.
“Cuide dele” é nossa missão. O Senhor não nos entregou programas para
realizar, prédios para construir ou projetos para executar, mas pessoas para
cuidar. Afinal, Ele veio por pessoas, morreu por pessoas e voltará para
buscar apenas pessoas.
“Dois denários” são os recursos para cumprir essa missão. O Senhor não
nos pede uma obra para a qual não tenha dado os meios. “Tudo que
gastares a mais, eu te pagarei quando voltar” é nossa grande retribuição.
Muitas vezes, a missão é extrema, e a provisão parece limitada, mas a obra
vale qualquer sacrifício. Se o preço for alto demais, o Senhor nos garante a
justa recompensa quando voltar.
Cuide dos “feridos” do bom samaritano Jesus, e Ele dará a você a justa
retribuição.
DOMINGO 23 DE JUNHO
Riscos e oportunidades
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o
que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se
alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso
pensamento. Filipenses 4:8
A velocidade da popularização da internet chama a atenção. Enquanto o
rádio demorou 38 anos para se tornar uma mídia de massa, e a TV levou 13
anos, a internet precisou de apenas quatro. Além disso, ela está acessível
em toda a parte. O número de usuários está na casa dos bilhões: quase 45%
dos habitantes do planeta, e a maioria, por meio de celulares. São pessoas
que, provavelmente, passarão 10% da vida navegando nas redes sociais.
Em pouco tempo, a internet se tornou uma revolução, mas ainda divide
opiniões. Como deveríamos nos relacionar com o mundo virtual? Fugir dos
riscos ou encarar as oportunidades? Nosso desafio não é evitá-la, mas
aprender a usá-la corretamente, sempre para edificar e nunca ferir a nós
mesmos e aos outros.
As oportunidades são muitas e fáceis de identificar. Quando bem usada, a
internet aproxima as pessoas, quebrando barreiras de cultura e lugar.
Facilita a pregação do evangelho, fala a linguagem das novas gerações e
acompanha a velocidade do mundo. Por isso, a igreja tem se inserido nos
meios digitais e aproveitado essas oportunidades para o cumprimento da
missão.
No entanto, a internet apresenta graves riscos que precisam ser evitados
para não comprometer a pureza, o equilíbrio e a própria salvação. O maior
deles é o do conteúdo impróprio, tão acessível e que facilita o caminho
para as tentações mais perigosas. Outros riscos incluem o excesso de
distração, que rouba o tempo e atrapalha a concentração na comunhão
com Deus; a exibição pessoal, revelada por meio das intermináveis selfies e
da superexposição da vida pessoal; o isolamento social, que cria um mundo
irreal e nocivo; e as opiniões apressadas, desinformadas e agressivas, que
provocam crises desnecessárias, machucando pessoas e mostrando uma
maldade que pode vir de alguém que usa até o nome de Deus para ferir.
Não permita que a internet seja um risco para sua vida, levando você à
própria perdição. Utilize-a como uma ferramenta para pregar na velocidade
exigida pelos últimos acontecimentos antes de volta de Cristo.
SEGUNDA 24 DE JUNHO
Preparando o caminho
Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. João 1:8
O evangelho de João relata as histórias mais conhecidas e tocantes de
Jesus. Esses relatos influenciaram muito a igreja cristã. A obra omite alguns
momentos marcantes da vida de Cristo, como o batismo, a transfiguração,
o Getsêmani e a cura de endemoniados. Também não há nenhuma das
parábolas apresentadas pelos demais evangelhos.
A ênfase de João é apresentar Jesus como o Filho de Deus. Por isso, a
palavra “crer” é usada mais de 100 vezes. O evangelho enfatiza de modo
especial o sacrifício do Filho de Deus. A primeira metade do livro, dos
capítulos 1 a 11, apresenta os três anos e meio do ministério de Cristo e
registra sete milagres em ordem de importância. Começa com as bodas de
Caná e termina com a ressurreição de Lázaro. A segunda metade, dos
capítulos 12 a 21, concentra-se basicamente nos três dias e meio que
envolveram a prisão, morte e ressurreição de Jesus.
Os sinóticos apresentam Jesus como Messias de maneira indutiva.
Porém, o evangelho de João tem uma abordagem direta. O primeiro verso
aponta para o começo do começo: “No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Refere-se a uma mensagem anterior
ao que está relatado em Gênesis 1:1, pois fala de um tempo antes do
princípio do mundo.
Ainda no primeiro capítulo, João faz uma quebra inesperada em sua
narrativa. Começa a falar de João Batista e, apenas nos versos 10 a 14, volta
a falar do Verbo. Mas quem era João Batista? Um homem com uma tríplice
missão: pregar, batizar e discipular. Ele tinha um objetivo principal:
preparar o caminho para a vinda de Jesus.
A quebra no relato de João sobre o Verbo era uma forma de dizer o
seguinte: a mensagem é divina, mas ela ganha força com um mensageiro
humano. Ou seja, a salvação veio do Verbo, mas a pregação veio do servo. O
centro é a história do Filho de Deus sendo enviado para salvar o ser
humano, mas foi contada por um homem enviado para preparar o caminho
do Filho de Deus. O ministério de Deus sempre envolve o ministério
humano.
Assim como Deus usou João Batista para preparar a primeira vinda de
Jesus, hoje Ele conta conosco para preparar a segunda vinda do Senhor.
Coloque sua vida a serviço dessa missão, e o Verbo escreverá, por meio de
você, outras histórias de salvação.
TERÇA 25 DE JUNHO
Missionários
Pela fé, Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de
receber por herança; e partiu sem saber aonde ia. Hebreus 11:8
No início de 2015, a Igreja Adventista na América do Sul se uniu para
enviar 25 famílias de missionários a alguns dos lugares mais desafiadores
do mundo. Normalmente não divulgamos seus nomes ou regiões onde
estão, por uma questão de segurança.
Uma das famílias, como Abraão, aceitou o chamado para o campo
missionário sem saber para onde iria, até receber a informação de que seu
novo campo de trabalho seria o Iraque. Eles estão no país de maneira
oficial e, por isso, posso mencioná-los por nome. Everson e Jaqueline,
ambos filhos de pastores, aceitaram o desafio de ir para a cidade de Erbil.
Eles têm realizado um lindo trabalho lá. Iniciaram com contatos pessoais e
reuniões de pequenos grupos em sua casa, tentando recomeçar uma igreja
na cidade. Hoje já temos um templo inaugurado, com aproximadamente 20
membros.
Em 1923, a obra começou no Iraque por meio de colportores. Em 1958, a
primeira igreja foi aberta em Bagdá, capital do país. No melhor momento,
tivemos quatro templos, reunindo aproximadamente 200 membros.
Contudo, devido à guerra, essas igrejas foram sendo fechadas.
Em 2011, um grupo de adventistas, locais e estrangeiros, começou a se
reunir em Erbil, e nossos missionários chegaram apenas em 2015. Em
pouco tempo, um milagre aconteceu. Um grupo de pessoas começou a
estudar a Bíblia por conta própria, descobriu o sábado, mas não identificou
uma igreja que o guardasse. Pesquisaram na internet e encontraram uma
igreja adventista nos Estados Unidos. Entraram em contato com os irmãos
norte-americanos, usando um tradutor automático, pois não falavam o
mesmo idioma.
Everson foi informado da existência do grupo, com mais de 20 pessoas, e
os convidou para a inauguração do novo prédio da Igreja Adventista em
Erbil, em 25 de fevereiro de 2018. Logo após, esses interessados foram
visitados em sua cidade, onde já se reúnem aos sábados. Eles já se
decidiram pelo batismo. Deus está abrindo portas.
Ore e apoie o trabalho de missionários dedicados que estão arriscando
sua vida para pregar o evangelho. Porém, faça mais do que isso. Alimente
em seu coração o sonho de compartilhar nossa grande esperança onde
você está e aonde Deus o enviar.
QUARTA 26 DE JUNHO
Minha gratidão
Para e considera as maravilhas de Deus. Jó 37:14
Hoje completo 51 anos de idade e gostaria de renovar minha gratidão.
Cada aniversário é uma oportunidade de olhar para o passado com gratidão
e para o futuro com esperança.
Minha vida tem sido uma coleção de bênçãos. Claro que até aqui
experimentei muitos momentos difíceis, mas eles ficaram no passado e
acabaram se tornando motivação para novos desafios.
Com alegria, lembro-me do que Deus tem feito em minha vida, e
algumas das bênçãos que mais me marcaram chegaram bem cedo. O
primeiro sermão foi pregado aos 12 anos em um campori de
desbravadores. A primeira grande responsabilidade foi aos 16 anos, como
líder de uma equipe de colportores estudantes, em que precisei da
autorização de meus pais para movimentar conta em banco. O primeiro
distrito pastoral veio aos 21 anos. O maior privilégio veio aos 38 anos,
quando fui escolhido como presidente da Divisão Sul-Americana. Deus foi
e continua sendo bom demais.
A gratidão precisa ser considerada sempre como o combustível da fé.
Afinal, Deus não muda, e cada vez que agradecemos pelo que Ele fez,
estamos renovando a confiança naquilo que Ele fará. O conselho inspirado
nos recomenda: “Na experiência de vocês, entrelacem [...] os fios dourados
da gratidão” (Nos Lugares Celestiais, p. 36). Por isso, precisamos ter sempre
três motivos em mente:
Gratidão pelo que aconteceu de bom. As vitórias são presentes amorosos de
Deus. Não somos o que somos nem temos o que temos pela própria
capacidade. A vida, a saúde, os estudos, o trabalho, a casa, a família e a
salvação, tudo deve ser motivo de gratidão ao Senhor.
Gratidão pelo que foi aparentemente ruim. Quando confiamos em Deus, até
as coisas que parecem negativas se tornam bênçãos disfarçadas e nos
fazem crescer (ver Rm 8:28). Você tem agradecido, mesmo com lágrimas
nos olhos, e confiado que Deus sempre faz o melhor?
Gratidão pelo que poderia ter acontecido, mas não aconteceu. Talvez esta
seja a razão menos mencionada em nossos agradecimentos. Mas, ao ver os
livramentos que Deus realizou em sua vida, você tem agradecido a Ele pela
proteção?
Gratidão não custa nada, mas tem um valor imenso. Por isso, pare e
também considere as maravilhas de Deus em sua vida hoje.
QUINTA 27 DE JUNHO
Deus cuidará de ti
Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança. Salmo 40:4
Como você reage quando o sofrimento bate à sua porta? O que você faz
quando perde o controle da situação, as coisas não saem como esperava ou
parece que Deus não responde a suas orações como você gostaria?
Um dia, W. S. Martin, um conhecido pregador, teve que enfrentar uma
situação semelhante. Sua esposa, Civilla Martin, não estava bem de saúde.
Ele ficou desesperado e quase deixou de cumprir um compromisso
missionário.
Martin foi surpreendido pelo questionamento do filho: “Pai, você não
acha que, enquanto cuida das coisas de Deus, Ele vai cuidar da saúde da
mamãe?” As palavras do filho o motivaram. Foi à igreja e pregou com seu
entusiasmo característico.
Logo depois de ter despedido a congregação, voltou ansioso para saber
como estava a esposa. O filho veio encontrá-lo à porta e lhe entregou um
envelope com as palavras da poesia “Deus Cuidará de Ti”, escritas pela
esposa enquanto ele pregava.
Hoje, as estrofes desse hino são cantadas em muitos idiomas, tanto nos
períodos de paz como de guerra, na prosperidade ou na adversidade,
animando pessoas a confiar no grande amor de Deus.
Não há dúvida de que Deus cuida de Seus filhos. Ellen White nos diz:
“Aquele que mantém os incontáveis mundos através da imensidão do
Universo também Se preocupa com as necessidades do pequeno pardal
que, sem qualquer temor, eleva seus humildes gorjeios. Quando as pessoas
saem para trabalhar, quando se entregam à oração, quando se deitam à
noite para dormir e quando se levantam pela manhã; quando o rico dá uma
festa em sua mansão ou quando o pobre reúne seus filhos em volta de uma
mesa escassa, em qualquer situação, o Pai celestial observa com ternura
cada um de Seus filhos. Nenhuma lágrima é derramada sem que Deus
saiba. Não há sorriso que Ele não perceba” (Caminho a Cristo, p. 86).
Não importa o desafio que enfrente ou venha a enfrentar, coloque sua
confiança no Senhor e siga em frente. Cuide das coisas de Deus, e Ele
cuidará das suas.
SEXTA 28 DE JUNHO
1 2 3 4 5 6
7 8 9 10 11 12 13
14 15 16 17 18 19 20
21 22 23 24 25 26 27
28 29 30 31
SEGUNDA 1º DE JULHO
Paz verdadeira
Deixo-lhes a paz; a Minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se
perturbe o seu coração, nem tenham medo. João 14:27, NVI
As cenas do possível uso de armas químicas na Síria ainda estão muito
vivas em minha mente. As imagens fortíssimas revelam homens,
mulheres, crianças e idosos tentando respirar, em meio aos escombros,
enquanto outros procuram ajudar, abanando e jogando água. Um completo
desespero! Pior ainda é ver outros países tentando resolver a guerra com
mais guerra.
Neste momento, a Síria é o país mais perigoso do mundo, segundo o
Global Peace Index [Índice de Paz Global]. Esse anuário, coordenado pela
revista inglesa The Economist, mede o nível de paz, bem como a realidade
dos conflitos domésticos e internacionais em andamento, a proteção e a
segurança da sociedade e o grau de militarização em 163 países e
territórios.
Segundo o Index, a Islândia é considerada o país mais pacífico do mundo.
Contudo, mesmo os islandeses não vivem em completa paz. Isso porque há
apenas uma fonte de paz verdadeira. Ela foi entregue por Jesus a Seus
discípulos, como despedida, antes de morrer. Ele disse: “Deixo-lhes a paz; a
Minha paz lhes dou. Não a dou como o mundo a dá. Não se perturbe o seu
coração, nem tenham medo” (Jo 14:27, NVI).
Há uma paz que nenhuma pesquisa ou estatística pode medir. Não está
ligada à ausência de problemas, mas à presença de Cristo. Afinal, Ele não
disse que viveríamos num mundo sem crises, mas garantiu uma paz que
confere esperança mesmo em meio aos problemas.
No Sermão do Monte, Jesus ensinou que a bênção e a felicidade são reais
para quem vive para compartilhar paz (Mt 5:9). Ao comentar essa
passagem, Ellen White afirmou: “Os seguidores de Cristo são enviados ao
mundo com a mensagem de paz. Quem quer que seja que, pela serena,
inconsciente influência de uma vida santa, revelar o amor de Cristo; quem
quer que, por palavras ou ações, levar outro a abandonar o pecado e
entregar o coração a Deus é um pacificador” (O Maior Discurso de Cristo, p.
28). Só existe paz por meio do evangelho. Portanto, quem evangeliza é um
verdadeiro pacificador.
Nunca haverá paz real enquanto os homens lutarem por conquistas
exteriores sem ser transformados em sua vida interior. A paz não é
resultado da guerra. A paz é um dom de Deus. Busque, receba e
compartilhe esse presente divino e experiente a paz que excede todo o
entendimento.
TERÇA 2 DE JULHO
Um grande Deus
Sonda-me, ó Deus, [...] prova-me [...] e guia-me pelo caminho eterno. Salmo
139:23, 24
O Salmo 139 é considerado a coroa dos salmos. Nesse poema inspirado, o
salmista destaca alguns dos atributos incomunicáveis de Deus e se rende
em louvor e exaltação diante da presença, do poder e da sabedoria divina.
Na primeira estrofe (v. 1-6), Davi apresenta a onisciência de Deus. Essa
característica divina permite que nossa mente seja constantemente
“escaneada” por Deus de modo que os motivos de nosso coração possam
ser avaliados e orientados por Ele. Nada passa despercebido à sabedoria
infinita. Deus sabe de tudo. Conhece como ninguém as lutas que
enfrentamos e emprega todo esse conhecimento para abençoar Seus filhos.
Na segunda estrofe (v. 7-12), o salmista fala da onipresença de Deus. Ele
está em todos os espaços: desde o mais alto céu até a região mais profunda
da Terra. Nem Jonas, dentro de um grande peixe; Elias, no interior de uma
caverna; Daniel, na cova dos leões; nem seus companheiros, na fornalha
ardente, estiveram fora do alcance de Deus. Estamos sempre diante Dele,
mesmo que aparentemente sozinhos.
Na terceira estrofe (v. 13-18), Davi se refere à onipotência divina. Deus é
capaz de fazer todas as coisas. Ninguém pode detê-Lo. Ele transformou o
mar em terra seca, uma rocha em fonte de água e cinco pães e dois peixes
em comida para uma multidão. Ele andou sobre as águas, transformou a
doença em saúde, a culpa em perdão e continua fazendo milagres para
restaurar vidas.
Na quarta estrofe (v. 19-24), aqueles que reconhecem a grandeza de Deus
demonstram o desejo de viver com Ele. Por isso, Davi encerra o salmo com
três orações: “Sonda-me”, pedindo a Deus que o examine a fundo; “prova-
me”, buscando mais refinamento e “guia-me pelo caminho eterno”,
expressando submissão aos planos do Senhor.
Temos um grande Deus e podemos confiar nossa vida a Seus cuidados.
“Somos por nós mesmos incapazes de fazer qualquer bem; mas o que não
somos capazes de fazer o poder de Deus há de realizar em toda pessoa
submissa e crente” (O Desejado de Todas as Nações, p. 98).
Ao longo deste dia, lembre-se de que você está na presença constante de
um Deus todo-poderoso que sabe de todas as coisas. Com Ele, você nunca
estará sozinho, não poderá ser vencido pelo medo e terá sempre a
segurança de andar pelo caminho da eternidade.
QUARTA 3 DE JULHO
Fome da Palavra
Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de
pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Amós 8:11
A combinação de algumas situações, nestes últimos meses, chamou
minha atenção para a quantidade de pessoas em busca de Deus. Em uma
caminhada com minha família, encontrei um casal de aposentados;
conversamos um pouco e acabamos falando sobre temas espirituais. Ao
terminarmos a conversa, o esposo pediu estudos bíblicos para entender
melhor o Apocalipse.
Em seguida, assisti ao batismo de uma família alcançada por uma
professora da Escola Adventista. Ela tinha pedido autorização dos pais para
levar a filha deles a um culto de sábado. Ficou surpresa quando os pais
perguntaram se também poderiam ir à igreja. A professora aproveitou a
oportunidade e estudou a Bíblia com eles.
Um mês depois, realizei uma semana de evangelismo transmitida pela
internet. Foi impressionante ver a quantidade de computadores
conectados cada noite, os pedidos de estudos bíblicos e batismo, além do
contato de grupos que estavam reunidos para assistir à transmissão no
Brasil e em outras partes do mundo.
As pessoas estão mais carentes do que podemos imaginar. Segundo o
profeta Amós, Deus despertaria essa “fome” não apenas nos dias de Israel,
mas especialmente agora, no tempo do fim. O Espírito Santo está tocando
corações sinceros. As pessoas estão mais carentes e não encontram solução
nas promessas humanas. Estão confusas e querem uma mensagem bíblica
mais clara e profunda. Precisam de um milagre que só Deus pode realizar.
Somos chamados para saciar essa “fome” não com o que as pessoas
querem, mas com o que elas realmente precisam. Para isso, nosso objetivo
principal precisa ser a missão. Cada contato pessoal, negócio, amizade,
postagem nas redes sociais, ou mesmo eventos da igreja, materiais,
estruturas, sistemas, edifícios, tudo precisa ser usado para salvar. Podemos
usar livros, TV, rádio, internet ou redes sociais, mas eles são apenas meios.
A missão realmente acontece quando há compromisso e contato pessoal.
Faça sua parte. Não perca oportunidades, dê um testemunho positivo e
estude a Bíblia com alguém. Você pode ajudar a suprir a “fome” espiritual
das pessoas e prepará-las para o Céu.
SÁBADO 6 DE JULHO
Servos da justiça
Uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça. Romanos 6:18
Deus nos criou para sermos livres, mas o pecado nos tornou escravos.
Antes da conversão, estávamos todos sujeitos ao mal e, mesmo sem querer
cair, não éramos capazes de resistir (Rm 7:15-24).
O Senhor, porém, pagou o preço de nossa redenção. Pela graça, deixamos
de ser dominados pelo pecado, para nos tornarmos servos que se
submetem voluntariamente à justiça de Cristo. Segundo Ellen White, essa
transformação ocorre porque Jesus “salva os seres humanos, não em
pecado, mas do pecado; e os que O amam manifestarão Seu amor por meio
da obediência” (O Desejado de Todas as Nações, p. 668).
A liberdade em Cristo não é uma oportunidade para fazermos o que
queremos. Deixamos de ser escravos do pecado para nos tornamos servos
submissos a Cristo. A obediência deixa de ser uma opção e se torna uma
condição. Por isso, o Senhor nos entregou os Dez Mandamentos e não dez
sugestões. A vida cristã é uma luta diária contra o próprio eu, “a maior de
todas as batalhas. [...] A pessoa deve se submeter a Deus antes de ser
renovada em santidade” (Caminho a Cristo, p. 43).
Paulo experimentou essa submissão ao se tornar “servo de Jesus Cristo”
(Rm 1:1). Quando era maltratado, ele não tinha mais o direito de retribuir
de acordo com seus impulsos. Quando era tentado, não tinha mais a
“liberdade” de seguir os desejos do coração. Quando se envolvia em
atividades comerciais, não podia mais ser egoísta. Ele entendeu que, como
servo, devia representar e honrar o Senhor em todas as coisas.
Há uma identidade envolvida nessa submissão. É preciso realmente
deixar muito claro de que lado estamos para que o inimigo não misture
sutilmente as coisas e, sem notar, nos leve gradualmente a ser escravos do
pecado outra vez. Ellen White alerta: “Essa distinção será mais assinalada,
mais decidida, ao nos aproximarmos do fim do tempo” (Para Conhecê-Lo, p.
308).
A decisão de sermos servos de Cristo depende de nós, mas a
transformação do coração só pode ser feita pelo Senhor. A mensagem de
esperança para nós é: “Se consentirmos, Ele Se identificará tanto com os
nossos pensamentos e ideais que dirigirá o nosso coração e espírito em
conformidade com o Seu querer, e, obedecendo-Lhe, estaremos apenas
seguindo nossos impulsos” (O Desejado de Todas as Nações, p. 668).
Experimente essa transformação hoje e peça que o Espírito Santo faça de
você um servo mais fiel e submisso.
DOMINGO 7 DE JULHO
As oportunidades de Deus
Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados!
Quantas vezes Eu quis [...] e vós não o quisestes! Mateus 23:37
Não foi fácil para Jesus contemplar Jerusalém, a cidade escolhida, e
aceitar que havia sido rejeitado por ela. Chorou ao pensar nas
oportunidades desperdiçadas e naquilo que ainda aconteceria. Como a
história poderia ter sido diferente! Pouco tempo depois do lamento
expresso no verso de hoje, a maior rejeição a Jesus ocorreria na cruz.
Era o prenúncio do fim das oportunidades de Deus para a cidade de
Jerusalém. Depois do ano 34, as oportunidades continuariam apenas para
aqueles que aceitassem Jesus individualmente.
A chance de arrependimento também pode acabar para nós? Existem três
momentos em que isso pode acontecer. O primeiro está no futuro.
Acontecerá pouco antes da volta de Cristo, quando for fechada a porta da
graça. O veredito será dado (Ap 22:11), e ninguém mais poderá mudar de
lado. Findarão as oportunidades.
Entretanto, há dois momentos no presente. O primeiro deles é chamado
“pecado contra o Espírito Santo”. O próprio Jesus explicou que esse tipo de
ofensa não seria perdoado (Mt 12:32). O que é esse pecado? Trata-se de um
crime, escândalo ou erro sem conserto? Não é um ato específico, mas um
processo de afastamento, em que Deus fala e o ser humano não consegue
mais ouvir Sua voz.
Imagine Deus e o ser humano no seu limite, que é a porta do coração. A
pessoa pelo lado de dentro e Deus pelo lado de fora. Cada vez que Ele bate
à porta e mostra o caminho, você diz não e dá um passo para trás. Quanto
mais rejeita, mais se distancia. Deus continua no mesmo lugar, mas você
vai tão longe que não ouve mais a voz do Espírito Santo. Sem ela, não há
arrependimento nem poderá haver perdão. Cuidado com os “nãos” que
você tem dito a Deus.
O segundo momento é o fim da vida. Quando a morte chega, as
oportunidades acabam. E se elas acabassem hoje, como você estaria? Não
podemos escolher a hora em que isso irá acontecer, mas podemos definir
qual será nossa condição. Viva cada dia como se fosse o último, sempre na
presença do Senhor.
Não deixe passar as oportunidades de Deus. O momento de clamar pelo
poder do Céu e fazer as escolhas certas é agora.
TERÇA 9 DE JULHO
Deus conosco
Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e Ele será chamado pelo nome
de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). Mateus 1:23
Como você encara situações que parecem maiores do que sua capacidade
de resolvê-las? Como você reage quando o chamado de Deus exige uma
alta dose de renúncia e sacrifício?
Nessas horas, apenas uma certeza é capaz de nos sustentar. Em uma
espécie de moldura, o livro de Mateus começa e termina reafirmando a
presença de Deus conosco. No início do livro, ocorre o verso bíblico de
hoje, no qual Jesus é apresentado como Emanuel, que significa “Deus
conosco” (Mt 1:23); na conclusão, Mateus apresenta Jesus reafirmando a
promessa de Sua presença: “Eis que estou convosco todos os dias” (Mt
28:20).
Não precisamos ter medo, ansiedade ou insegurança, pois não estamos
sozinhos. Avançamos rumo ao futuro com confiança não porque o
conhecemos, mas porque ele está nas mãos de Deus.
Um pregador pediu que sua congregação ficasse em silêncio por alguns
segundos. Em seguida, ligou um rádio e passou por diferentes estações.
Todos os tipos de sons começaram a ser ouvidos. Então ele começou sua
aplicação: “De onde vieram estes sons? Surgiram no próprio rádio? Não!
Eles estavam no ar ao nosso redor, com ondas tão reais como a minha voz.
Não podemos vê-las, mas isso não significa que elas não existam.”
Mesmo que você não possa ver, ou muitas vezes apareça apenas um par
de pegadas na areia, avance confiando que a companhia do Senhor é real.
“Qualquer que seja nossa situação, temos um Guia para nos dirigir o
caminho; quaisquer que sejam nossas perplexidades, temos um
Conselheiro infalível; quaisquer que sejam nossas aflições, privações ou
solidão, temos um Amigo compassivo. Se em nossa ignorância dermos
passos errados, Cristo não nos abandona” (Parábolas de Jesus, p. 173).
Com todas essas promessas, podemos trocar o medo pela confiança. Um
conhecido escritor refletiu: “O medo nunca escreveu uma sinfonia ou um
poema, negociou um tratado de paz ou curou uma doença. O medo nunca
tirou uma família da pobreza ou um país da intolerância. O medo nunca
salvou um casamento ou um negócio. A coragem fez isso. A fé realizou
isso.”
Por isso, siga em frente com fé e a certeza de que Deus está a seu lado
todos os dias, do início ao fim.
QUINTA 11 DE JULHO
“Ide”
Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo. Mateus 28:19
Desde o início, a igreja cristã reconhece sua missão no “ide” apresentado
por Jesus na grande comissão. Segundo Ellen White, o conteúdo do verso
de hoje “abrange todos os crentes em Cristo até ao fim dos séculos” (O
Desejado de Todas as Nações, p. 822).
A ênfase das palavras de Cristo não está na expressão “ide”. Em realidade,
no original grego, o imperativo está em “fazer discípulos”. Nosso chamado
não é apenas para pregar e batizar, mas cumprir a missão, fazendo
discípulos que tenham profundidade e compromisso com a evangelização.
Jesus não pediu algo novo aos apóstolos. Eles foram discipulados e
deveriam discipular. Passaram três anos com o Mestre e foram chamados
para compartilhar o que receberam. Jesus também recebeu do Pai o que
compartilhou. Ele mesmo disse: “Assim como o Pai Me enviou, Eu também
vos envio” (Jo 20:21).
Discipulado é oferecer o que foi recebido de Jesus, projetando a vida Dele
em outra vida. Não é simplesmente preparar alguém para o batismo, mas
para o Céu. Envolve compartilhar a Bíblia, mas também desenvolver a fé do
novo discípulo. Dessa forma, o “ide” pode ser cumprido com muito mais
consistência. Assim, a igreja não fica cheia de pessoas vazias, diminui o
número daqueles que abandonam a fé e aumenta a quantidade de gente
que conquista amigos para Jesus.
Essa é uma visão mais ampla do “ide”. Pensar assim nos desafia a
compartilhar nossa esperança com uma visão voltada para as pessoas. O
“ide” é a receita de Jesus para alcançarmos não apenas aqueles que vivem
perto de nós, mas o mundo todo. A ênfase global da missão não ocorre
apenas em Mateus 28. Em Mateus 24:14, Jesus diz que o “evangelho do
reino” deve ser pregado “a todo o mundo” antes do fim. Em Atos 1:8, a
promessa do Espírito Santo é dada com vistas a alcançar as pessoas “até aos
confins da terra”. Em Apocalipse 10:11, recebemos o chamado para pregar
a “muitos povos, nações, línguas e reis”. No capítulo 14:6 do mesmo livro, o
anjo representa a igreja que prega o evangelho eterno “a cada nação, e
tribo, e língua e povo”. Podemos dizer que encontramos cinco comissões
evangélicas no Novo Testamento.
O “ide” de Jesus é para nós. Ele deseja alcançar a todos. Ajude a cumprir a
missão, fazendo discípulos que tenham profundidade, compartilhem a fé e
se empenhem em levar nossa esperança a todo o mundo.
SEXTA 12 DE JULHO
“Todos”
Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações [...]; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Mateus 28:18-20
A grande comissão, apresentada por Jesus, destaca quatro “todos”. Ela
requer um comprometimento total, pois: “Seja qual for a vocação de uma
pessoa na vida, seu primeiro interesse deve ser ganhar pessoas para Cristo”
(O Desejado de Todas as Nações, p. 822). Para essa obra tão relevante e
abrangente, temos cada um dos “todos” deixados por Jesus:
Toda autoridade. O nome de Jesus tem poder, abre portas, toca corações
insensíveis, resolve problemas insolúveis, levanta pessoas abatidas,
restaura mentes emocionalmente doentes e resgata vidas espiritualmente
destruídas. É em nome Dele que cumprimos a missão.
Todas as nações. Nossa obra é local, mas a visão é mundial. Temos o
conceito claro de que Jesus não vai voltar apenas para nossa região.
Enquanto cuidamos de nosso território, estendemos os braços para ajudar
outras áreas carentes do mundo. Enviamos missionários, apoiamos
projetos de voluntariado, compartilhamos dízimos e ofertas e, algumas
vezes, fazemos sacrifícios locais para investir em projetos globais. Somos
chamados a desenvolver movimentos simples, ousados e relevantes, que
alcancem as pessoas onde elas estão, do outro lado da rua ou do outro lado
do mundo.
Todas as coisas que vos tenho ordenado. Nossa mensagem é completa. Não
é apenas relacional, devocional ou unilateral. Não envolve apenas o que é
atual ou o que terá o aplauso dos outros. Não apresentamos apenas o que
as pessoas desejam ouvir nem somente o que gostamos de pregar, mas o
evangelho eterno e completo da Palavra de Deus. Uma mensagem
distintiva, de um povo remanescente, com fundamento profético, que
transforma a vida na Terra e prepara para a vida no Céu.
Todos os dias. É a certeza de que o Senhor estará conosco quando a
missão for fácil ou difícil, quando estivermos felizes ou tristes, se os
resultados forem os esperados ou tivermos frustrações. É a convicção de
que, quando a vida está nas mãos de Deus, não há derrotas, apenas
aprendizado e crescimento.
Vamos fazer da missão o “todo” da igreja, confiando em todas as
promessas de Jesus.
SÁBADO 13 DE JULHO
Dia do Senhor
Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Êxodo 20:8
“Pastor, é certo almoçar em um restaurante no sábado?” “Meus familiares
chegaram de viagem, e eu gostaria de visitá-los no sábado à tarde. É errado
viajar para isso?” “Estou pecando se dormir no sábado à tarde?” É possível
que você já tenha ouvido algumas dessas perguntas ou inúmeras outras
sobre a guarda do sábado. As dúvidas se multiplicam ao buscarmos saber o
que é certo ou errado fazer no dia do Senhor.
O princípio da observância do sábado está apresentado de forma clara e
profunda no quarto mandamento do Decálogo (Êx 20:8-11). Para facilitar a
aplicação desse princípio e permitir que ele responda às perguntas acima e
a outras semelhantes, precisamos perguntar antes: Quem será o
beneficiado? Se aquilo que você deseja fazer é para seu benefício pessoal
(familiar, profissional, social, etc.), está claro que deve ser feito nos seis
dias da semana que lhe pertencem. Se sua decisão tem que ver com Deus,
Sua causa, Sua adoração, ou ajuda aos carentes, que é a maior
demonstração de amor a Ele, isso pode ser feito no sábado.
Mais do que tomar decisões corretas, precisamos preservar a essência da
observância e santidade do sábado. Sem santificação, esse dia é usado
apenas para descanso físico, reunião social ou algo parecido.
Quando quebramos o princípio do sábado, sua santidade empobrece, e o
resultado logo fica evidente. Precisamos refletir mais a fundo nesta
questão: Apenas ir à igreja pela manhã já torna o sábado um dia sagrado?
Por que Deus declararia o sábado santo, se fosse dedicado apenas para
nossos interesses pessoais? É justo se sacrificar durante seis dias e usar o
dia do Senhor apenas para recuperar as forças e continuar buscando nossas
ambições? Transmitimos valores cristãos para as novas gerações quando
deixamos o sábado vazio de atividades espirituais? As atividades on-line
devem também estar submetidas à santidade do sábado? Seremos capazes
de sacrificar tudo para manter a fidelidade quanto ao sábado nos eventos
finais se hoje o tratamos de qualquer maneira?
Santificar o sábado significa descansar em Deus, adorá-Lo, reconhecê-Lo
como Criador e, com nossa família, cumprir a missão. Quem guarda o
sábado é alcançado pela bênção desse dia. Deixe que o sábado “guarde”
você toda semana.
DOMINGO 14 DE JULHO
Relacionamento é mandamento
Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos
amei, que também vos ameis uns aos outros. João 13:34
Desenvolver bons relacionamentos é uma arte que precisa ser cultivada
de joelhos. Se isso não ocorre, o efeito do pecado nos torna mais egoístas,
individualistas, críticos, competitivos e afasta as pessoas. A situação se
torna ainda mais desafiadora neste tempo de relações virtuais e
superficiais, em que as pessoas se conectam somente quando querem,
como querem, onde querem e para mostrar o que querem.
Somente Deus pode nos ajudar a construir relacionamentos saudáveis e
equilibrados. Sobre isso, Ellen White ensina: “Quanto mais perto nos
achegamos de Cristo, mais perto estaremos uns dos outros” (O Lar
Adventista, p. 179). Há uma relação direta entre a maneira como nos
relacionamos com Deus e a maneira como nos relacionamos com as
pessoas. Uma coisa precisa afetar a outra.
Por isso, Jesus estabeleceu os bons relacionamentos como mandamento.
Ele foi muito claro ao definir o modelo de amor que temos que ter com o
próximo: “como Eu vos amei”. O assunto é mais sério do que parece. Não é
uma questão de você gostar de quem quiser e rejeitar quem não lhe agrada.
Não é um tema de impulso pessoal, de ser generoso com quem poderá nos
retribuir, mas amar sem barreiras nem interesses.
Além de tornar a vida muito mais feliz, bons relacionamentos também
são um poderoso testemunho missionário e revelam o quanto o Espírito
Santo habita no coração. Por isso, Deus leva o tema tão a sério, e a Bíblia
menciona tantos outros mandamentos que envolvem relacionamentos.
Você conhece alguns deles: “Vivam em paz uns com os outros” (Mc 9:50,
NVI); “Amem também uns aos outros” (Jo 13:34, NTLH); “Trabalhem juntos
com alegria” (Rm 12:16, NBV); “Deixemos de julgar uns aos outros” (Rm
14:13, NAA); “Levem os fardos pesados uns dos outros” (Gl 6:2, NVI);
“Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros” (Ef 4:32, NVI);
“Perdoem uns aos outros” (Ef 4:32, NTLH); “Sujeitem-se uns aos outros,
por temor a Cristo” (Ef 5:21, NVI); “Considerem os outros superiores a si
mesmos” (Fp 2:3, NVI); “Orem uns pelos outros” (Tg 5:16, NVI).
Ame as pessoas como Jesus amou e, assim, seus relacionamentos
refletirão o mandamento do Senhor. Quando enfrentar dificuldades em
relação a isso, lembre-se: a oração abre a porta de qualquer coração.
SEGUNDA 15 DE JULHO
Guardei a fé
Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. 2 Timóteo 4:7
Os grandes homens de Deus nunca tiveram vida fácil. Realizaram Sua
obra passando por sofrimentos e duras provas, mas guardaram a fé e
avançaram vendo sempre o invisível (Hb 11:27).
O exemplo de Paulo é um dos mais tocantes. Deus permitiu que ele
enfrentasse muitas dificuldades, mas transformou todas elas em
oportunidades. Seu aprisionamento em Roma é um exemplo disso. A
prisão Mamertina, onde se supõe que Paulo esteve encarcerado, dá uma
ideia do desgaste físico e da pressão emocional que ele teve que enfrentar.
Mesmo nessas condições, o Senhor permitiu que ele pregasse para
autoridades, líderes e pessoas estratégicas, expandindo o evangelho de
forma mais rápida. Roma era considerada a metrópole do mundo, onde
poucos davam atenção à história de Jesus. Mas, “em menos de dois anos, o
evangelho teve acesso da modesta casa do prisioneiro aos recintos
imperiais” (Atos dos Apóstolos, p. 462).
Apesar de ser abandonado por muitos em sua condenação, o apóstolo
“guardou a fé”. Naquele momento extremamente difícil, fez questão de
perdoar seus executores e animar os cristãos. Há um tremendo contraste
entre sua morte e a de Nero. O ímpio imperador “infringiu a si mesmo um
golpe mortal” (ibid., p. 497) com medo de ser morto por seus inimigos.
Paulo, por sua vez, “ao encontrar-se no lugar do martírio, não vê a espada
do carrasco ou a terra que tão logo há de receber o seu sangue; olha, através
do calmo céu azul daquele dia de verão, para o trono do Eterno” (ibid., p.
511, 512). Até os soldados romanos que o acompanharam ficaram
impressionados e “aceitaram o Salvador que Paulo pregava, e sem demora
selaram destemidamente com o sangue a sua fé” (ibid., p. 510).
Quando aceitamos o chamado do Senhor e avançamos sem medo de
oposição ou sofrimento, podemos estar seguros de que a recompensa virá.
A mão que se move silenciosamente ao longo da história lhe entregará a
“coroa da justiça” (2Tm 4:8) no momento certo, e, então, todas as
perguntas terão respostas.
Com o mesmo zelo de Paulo, realize a obra para a qual o Senhor o
chamou e tenha a certeza de que Deus sempre transformará as dificuldades
em novas oportunidades.
TERÇA 16 DE JULHO
O melhor GPS
Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a
teus filhos. Deuteronômio 6:6, 7
O GPS (Sistema de Posicionamento Global) tem sido um grande socorro
para guiar pessoas a qualquer lugar. Hoje, com os aplicativos para celular,
seu uso ficou ainda mais acessível. O sistema funciona por meio de 24
satélites. Cada um circula a Terra duas vezes por dia, de modo que pelo
menos quatro deles estejam sempre disponíveis.
Deus também Se preocupou em colocar Seu GPS à nossa disposição. O
“equipamento” divino tem precisão absoluta. Ele nos ajuda a encontrar o
caminho certo, e seu sinal vem direto do trono do Universo, muito além de
qualquer rede de satélites.
A Bíblia é o GPS que não falha. Ellen White assegura: “Uma única frase da
Escritura é de muito mais valor que dez mil ideias e argumentos humanos”
(Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 71). Moody disse que ela não “foi dada
para aumentar nosso conhecimento, mas para mudar nossa vida”.
Entretanto, Bíblias fechadas não transformam vidas. “Não diga que Deus
está em silêncio se sua Bíblia está fechada”, diz uma frase conhecida. Além
disso, se ela estiver “empoeirada é porque sua vida está ficando suja”. Você
está dedicando o tempo necessário para ouvir a voz de Deus cada dia?
Em tempos nos quais a família está cada vez mais desacreditada, os
valores, mais empobrecidos, e a religião, mais desfigurada, também
precisamos resgatar a leitura da Bíblia em família. Sem ela nossos lares
estão em risco e dificilmente transmitiremos os valores espirituais para a
próxima geração. Esses momentos merecem uma atenção especial. “Torne-
se a hora do culto de família a mais feliz do dia. A leitura das Escrituras seja
bem escolhida e simples; as crianças tomem parte nos cânticos; e sejam as
orações curtas e específicas” (Serviço Cristão, p. 210).
Costumo viajar muito, mas minha família se reúne cada dia para o culto
familiar, pela manhã e à noite. Nesses momentos, em que a Bíblia é aberta
em casa, nossa unidade é fortalecida, e nosso relacionamento com Deus se
estreita. Assim, nosso GPS está sempre ligado.
Fortaleça seus momentos de estudo da Bíblia de modo individual e
familiar e esteja seguro de que receberá as orientações certas para chegar
ao destino da vida eterna.
SÁBADO 20 DE JULHO
Conheça melhor
Portanto, nada julgueis antes do tempo. 1 Coríntios 4:5
“Por que você transferiu nosso pastor?” Assim começou a conversa com
um ancião que eu havia acabado de conhecer. Fiquei surpreso porque não
tinha nenhum contato com a igreja nem com o pastor que ele havia
mencionado. Depois de algumas explicações, entendi que o mal-estar havia
sido criado por uma informação de que a transferência fora feita por
orientação direta do presidente da Divisão Sul-Americana. Expliquei a ele
que não é assim que a igreja trabalha. Foi interessante observar como as
pessoas aceitam muitas conversas como verdade e tiram conclusões sobre
determinados assuntos sem conhecer melhor a realidade.
Nas redes sociais, é possível observar como algumas pessoas discutem
questões complexas de forma impulsiva, apaixonada e com base em
informações que não são reais. Nesses casos, é muito útil o conselho do
estadista e primeiro-ministro britânico Winston Churchill: “É necessário
ter coragem para se levantar e falar, mas é preciso mais coragem para
sentar-se e ouvir.”
É incrível observar como surgem afirmações sobre fatos que nunca
aconteceram, artigos com base em comentários de terceiros, acusações e
duras críticas fundamentadas em suposições. Gente que faz isso não tem
ideia de quantos dias e horas são gastos em reunião, discussão e oração em
busca da vontade de Deus para as decisões que são tomadas na igreja.
Em assuntos complexos, é preciso conhecer melhor antes de emitir
opiniões, construir conceitos, produzir conteúdo, gravar vídeos, promover
reuniões ou influenciar pessoas. O conselho de Paulo continua atual:
“Portanto, nada julgueis antes do tempo” (1Co 4:5). Lembre-se de que “um
sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo, porque tem que dizer
alguma coisa” (Platão).
Em nossa jornada como família adventista, precisamos cultivar
prudência, conhecer mais, ter profundidade, ir à fonte, entender o
contexto e saber o que realmente é verdade antes de nos manifestarmos.
Só alcançaremos esse ideal se avançarmos com os joelhos no chão e a
Bíblia nas mãos, na certeza de que “nossos grandes desafios sempre
precedem nossos maiores milagres” (Mark Finley).
Que sua fé esteja firmada em Deus e na Palavra, não em boatos.
DOMINGO 21 DE JULHO
A última chance
Em verdade vos digo: onde for pregado em todo o mundo o evangelho, será
também contado o que ela fez, para sua memória. Marcos 14:9
O relato da unção de Jesus por Maria é uma pérola do evangelho. Revela
com clareza o amor de Deus e apresenta a resposta que Ele espera de nós.
Nessa história, encontramos uma pessoa que não desperdiçou a chance
que teve de exaltar Jesus antes de Ele morrer.
Havia um sentimento profundo de amor e gratidão no coração dela por
Cristo. É possível que Maria tenha deixado seu lar em Betânia para viver de
modo pecaminoso em Magdala. Depois de seus encontros libertadores com
Jesus, ela voltou a morar em Betânia, onde o momento mais importante de
sua vida ocorreu.
No banquete na casa de Simão, Maria não deixou escapar a oportunidade
de exaltar o Senhor. Caiu aos pés de Jesus, ungiu-os com suas lágrimas e
com o caríssimo perfume de nardo puro, enxugando-os com os próprios
cabelos.
A morte de Jesus ocorreria dentro de poucos dias. Maria não sabia, mas
aquela era sua última chance. Ela foi submissa ao impulso do Espírito
Santo e eternizou seu ato de gratidão (ver O Desejado de Todas as Nações, p.
560).
Alguns esperam demais e deixam a oportunidade passar. Por mais
honrado que tenha sido o ato de José de Arimateia e Nicodemos, eles “não
ofereceram suas dádivas de amor a Jesus em vida. Com amargo pranto
levaram suas custosas especiarias ao frio e inconsciente corpo” (ibid.).
Maria fez por Jesus em vida o que outros fizeram apenas depois da morte
Dele.
Existem pessoas que são verdadeiros vasos de alabastro fechados. Têm
sentimentos preciosos no coração, mas não os repartem. Mesmo tendo
vontade de compartilhar, acabam guardando carinho, amizade, elogios,
incentivos ou presentes para si. Pior ainda são aqueles que compartilham
apenas amargura e condenação.
Abra o vaso de alabastro de seu coração e permita que dele exale o
perfume de amor e gratidão a Deus e às pessoas. Não deixe para depois o
que pode ser feito hoje. Amanhã pode ser tarde demais. Homenagens
póstumas são emocionantes e necessárias, mas não podem ser percebidas
pelos homenageados. Por isso, não perca a oportunidade de falar coisas
boas e agir de modo gentil. Elogie, agradeça e presenteie quem estiver à sua
volta, especialmente seus queridos. Pode ser sua última chance.
TERÇA 23 DE JULHO
Cristo Redentor
E, chegando-vos para Ele, pedra viva. 1 Pedro 2:4, ARC
O Cristo Redentor foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno
e, em 2012, tornou-se patrimônio da humanidade pela Unesco. O
monumento foi projetado pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa
e construído, de 1922 a 1931, de concreto armado e pedra-sabão, com a
colaboração dos franceses Paul Landowski e Albert Caquot.
A obra mede 38 metros e equivale a um prédio de 13 andares. Seus
braços abertos têm 28 metros e, por estar no topo de uma montanha, o
monumento foi projetado para resistir a furacões de categoria 5.
Apesar do símbolo e da imponência dessa obra de arte, temos que
reconhecer que seus braços, seu coração, seus olhos e seu rosto são todos
feitos de pedra.
Nosso Cristo é diferente! É mais que um cartão-postal, não foi construído
por profissionais e não está há quase 90 anos estabelecido no mesmo lugar.
Segundo Pedro, Ele é “Pedra viva” (1Pe 2:4, ARC). João O apresenta como
sendo “levantado da terra” e atraindo todos a Si mesmo (Jo 12:32). Paulo
revela que Seus braços estão abertos para alcançar a todos e convida:
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente [...] a fim de recebermos
misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb
4:16). Ellen White declara: “Seu amorável coração se comovia até às
profundezas por aqueles cuja condição oferecia menos esperança e que
mais necessitavam de Sua graça regeneradora” (Testemunhos Para a Igreja,
v. 5, p. 603).
Nosso Cristo é Aquele que foi predito no Antigo Testamento, revelado
nos evangelhos, pregado em Atos, explicado nas epístolas e esperado no
Apocalipse. Nele temos um amor que jamais será completamente
compreendido, paz que não será perturbada, descanso que nunca será
interrompido, alegria que jamais desaparecerá, esperança que jamais será
desapontada, felicidade que nunca será destruída, luz que jamais se
apagará, força que não poderá ser vencida, beleza que jamais murchará,
pureza que nunca será manchada, recursos que não se esgotarão e salvação
que não nos será tirada.
O verdadeiro Cristo Redentor está de braços abertos para você. Jesus é a
“Pedra viva”, e isso significa que Ele não fica estático diante de seus
desafios. Ele Se move para abraçar você e abençoar sua vida.
QUINTA 25 DE JULHO
Renove a esperança
Esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus,
incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. 2 Pedro
3:12
Como nos dias de hoje, no tempo de Pedro também havia dúvida e
confusão sobre a volta de Jesus. Porém, o apóstolo não deu espaço para a
incredulidade. Ele enfrentou a pressão, o alarmismo, as interpretações
desequilibradas e renovou a certeza de nossa esperança.
Você mantém firme sua confiança na breve volta de Jesus? Tem sentido
sua fé vacilar? Há muito tempo temos ouvido, pregado e cantado sobre a
segunda vinda. Alguns têm descrido da promessa, mas a aparente tardança
de Jesus é um ato de misericórdia. Seu desejo é salvar mais pessoas. Não há
espaço para a dúvida. Ellen White deixa claro: “O Senhor vem. Ouvimos os
passos de um Deus que Se aproxima” (Evangelismo, p. 219).
Para renovar sua esperança, a segunda carta de Pedro apresenta uma
sequência de três conselhos nos três últimos versos do capítulo três:
Seja fiel. Os que estiverem realmente preparados viverão “em santo
procedimento e piedade” (2Pe 3:11). Somente irá para o Céu quem viver o
Céu na Terra. Não porque Deus não queira salvar a todos, mas porque é a
fidelidade que indica o quanto realmente queremos estar lá.
Esteja ativo. É preciso esperar e apressar (2Pe 3:12) de maneira intensa a
vinda de Jesus. Com comunhão diária, estudo da Bíblia e oração, esperamos
Jesus, mas também enfrentamos o inimigo, entendemos o tempo de Deus
e estamos sempre preparados para Seu retorno. Não há ansiedade ou
desespero, mas confiança e paz. Quando pregamos o “evangelho do reino
por todo o mundo” (Mt 24:14) apressamos nossa esperança. Quanto mais
intensa for a missão, mais perto estaremos de nossa redenção.
Não podemos gastar tempo inventando novas interpretações, semeando
crítica, medo ou agitação, mas devemos estudar a Bíblia com amigos e levar
pessoas à salvação. Ellen White motiva: “É o privilégio de todo cristão não
somente aguardar, mas apressar a vinda do Salvador” (Atos dos Apóstolos, p.
600).
Mantenha a esperança. Os tempos serão difíceis, mas a Palavra é fiel:
“Nós, porém, segundo a Sua promessa, esperamos novos céus e nova terra”
(2Pe 3:13). Você pode continuar confiando Naquele “que é, que era e que
há de vir” (Ap 1:8). Por isso, renove hoje sua esperança em Jesus. Ele nunca
falha.
SEXTA 26 DE JULHO
Estamos de mudança
Porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e
edificador. Hebreus 11:10
Mudanças não são movimentos fáceis, mesmo que seja dentro do mesmo
bairro ou cidade. Encaixotar as coisas, descartar o desnecessário,
desvincular-se do lugar e projetar a adaptação para a nova realidade
envolve organização, disciplina, equilíbrio e planejamento. Toda mudança
é uma oportunidade para a família fazer o balanço do que tem, desapegar-
se do que não é útil e se adaptar à nova realidade.
Mudanças de país são ainda mais complexas. As famílias de missionários
que a igreja envia para outras culturas, por exemplo, são orientadas sobre
os cuidados necessários para se estabelecerem no novo local. É preciso
amar as pessoas e o lugar, se identificar com elas e oferecer-lhes o melhor,
mas também lembrar que a estada no campo missionário é por tempo
limitado. Isso significa que é preciso se preparar para a mudança quando
chegar o momento de voltar para casa.
Estamos de mudança para o Céu, e os mesmos princípios podem muito
bem ilustrar nossa atitude em deixar o mundo e sonhar com a pátria
celestial. Devemos nos lembrar de que estaremos aqui por pouco tempo e
que nossas prioridades devem ser dirigidas pela esperança que pulsa em
nosso coração.
Nossas crenças, pregações e hinos falam sobre um lugar de onde nunca
deveríamos ter saído e para onde queremos em breve voltar. Ellen White
faz coro com essa ideia: “Devemos introduzir o Céu em nosso coração, na
vida diária” (Este Dia com Deus, p. 318). “Estamos indo para casa. Aquele
que nos amou de tal maneira que morreu em nosso lugar construiu para
nós uma cidade. A Nova Jerusalém é nosso lugar de repouso” (O Lar
Adventista, p. 542).
Estamos de mudança, e é tempo de sintonizarmos nossa mente na
frequência do Céu. Desse modo, aprenderemos a valorizar o que Deus
valoriza e, como Paulo, considerarmos tudo como refugo. Toda nossa vida
deve estar alinhada com a pátria celestial. Devemos abrir mão do que é
importante para o mundo e nos apegar aos valores do reino de Deus. A. W.
Tozer disse certa vez: “Quanto mais fascinados nos tornarmos com os
brinquedos deste mundo, mais esqueceremos que há outro mundo por vir.”
Estamos de mudança para um lugar no qual “habita a justiça” (2Pe 3:13),
e falta pouco para que isso aconteça. Portanto, desapegue-se do pecado,
prepare-se para a breve vinda de Jesus e passe a sonhar com seu novo lar.
Permita que essa esperança molde sua mente hoje e habilite você para
viver a eternidade.
SÁBADO 27 DE JULHO
Orar e acreditar
Pedro, pois, estava guardado no cárcere; mas havia oração incessante a Deus
por parte da igreja a favor dele. Atos 12:5
Uma das histórias mais interessantes da Bíblia reúne oração, milagre e
incredulidade. Para entender como isso aconteceu é preciso voltar aos dias
de Herodes Agripa I. Para agradar aos judeus, esse rei ímpio mandou matar
Tiago e ordenou a prisão de Pedro.
O povo de Deus não ficou passivo diante disso. Segundo o relato de
Lucas, “havia oração incessante a Deus por parte da igreja a favor” de Pedro
(At 12:5). Enquanto os irmãos oravam, Deus enviou um anjo para libertar o
apóstolo da prisão.
Livre, Pedro decidiu ir até a casa em que “muitas pessoas estavam
congregadas e oravam” (At 12:12). Quando bateu à porta, a criada
reconheceu sua voz e ficou tão entusiasmada que não o atendeu. Correu
para contar aos demais. Os mesmos que clamavam incessantemente pela
libertação não acreditaram no que tinha ocorrido. “Estás louca”, eles
disseram à mulher. Acharam que poderia ser até “o seu anjo” (At 12:15).
“Pedro continuava batendo; então, eles abriram, viram-no e ficaram
atônitos” (At 12:16). Apenas depois de entrar na casa e contar sua história,
ele conseguiu acalmar seus intercessores. Haviam esquecido da eficácia da
oração e de que ela “e a fé farão o que nenhum poder da Terra conseguirá
realizar” (A Ciência do Bom Viver, p. 509).
Entre outras situações, experimentei os resultados da oração em um dos
lugares em que trabalhei. Havia uma pessoa que me criava muitos
problemas e, sempre que estava por perto, me tornava alvo de piadas,
humilhações e críticas. A situação estava esgotando minha paciência e já
não sabia mais o que fazer. Poderia enfrentar ou “pagar com a mesma
moeda”.
Contudo, preferi orar e confiar em Deus. Pedi a Ele que mudasse as
atitudes daquela pessoa e que trabalhasse em meu coração, ajudando-me
com o sentimento de rejeição que nutria. Orei intensamente durante um
ano, sem que a pessoa soubesse. Aos poucos, comecei a ver os resultados.
As brincadeiras de mau gosto começaram a diminuir, e minha rejeição
também. O tempo passou, o problema acabou e hoje temos uma relação de
respeito. Em resposta às minhas orações, ambos fomos transformados.
Deus está sempre disposto a fazer grandes coisas por nós em resposta à
oração. Por isso, clame ao Senhor com fé e não se surpreenda com os
milagres que Ele fará.
SEGUNDA 29 DE JULHO
Perdoar e salvar
Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.
Mateus 5:44
É fácil tolerar pequenas falhas. O mais difícil é perdoar inimigos ou
aqueles que nos causam danos irreparáveis. A baiana Márcia Vita Santos
mostrou que é possível seguir o conselho de Cristo.
Mesmo educando o filho Rafael na igreja e no Clube de Desbravadores,
ela teve a decepção de vê-lo abandonar os caminhos de Deus aos 15 anos.
O menino se envolveu com drogas e acabou preso. O vício do filho lhe
causou sérios problemas. Traficantes faziam cobranças em sua porta. Para
evitar o pior, Márcia entregava a eles até o dinheiro com o qual compraria
alimentos para a família. Com a ajuda dos irmãos de sua igreja, colocou
Rafael em um centro de recuperação; mas, três meses depois, ele desistiu.
Rafa Jhow, como era conhecido, acabou se envolvendo com o crime e foi
preso várias vezes. Contudo, depois de ser baleado e ficar internado,
aceitou que a mãe lhe desse estudos bíblicos. Após três meses, na
madrugada de 16 de abril de 2008, Márcia decidiu fazer um apelo ao filho.
Ele aceitou; mas, no mesmo dia, acabou sendo assassinado.
Márcia não desistiu. Enfrentou a dor e o sofrimento com amor e perdão.
Visitou a mãe do assassino, que estava em depressão, e depois de um ano
em oração foi à prisão visitar Tarcísio, que havia tirado a vida de seu filho.
Quando o encontrou, sentiu um amor sobrenatural. Decidiu “adotá-lo”
como filho, ofereceu estudos bíblicos e passou a acompanhar sua vida. No
entanto, Tarcísio foi morto em 29 de junho de 2016. Márcia acredita que
ele já havia aceitado Cristo.
Além de perdoar o assassino de seu filho, Márcia decidiu iniciar um
trabalho de evangelização dentro do presídio de sua cidade. Ela
transformou a dor em amor, e amor, em missão.
Aprendeu também que quem insiste em não perdoar acaba sofrendo
mais que o ofensor. Ela recomenda: “Você só terá paz no dia em que
entender o que é o perdão.”
Permita que Deus toque sua dor com graça, e você experimentará o
conforto do Céu. Como resultado, sua vida replicará o ministério de Jesus e
até os inimigos serão alcançados por seu amor.
TERÇA 30 DE JULHO
Coração alegre
O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos.
Provérbios 17:22
Que tal experimentar um remédio gratuito, fácil de usar e que atua em
qualquer situação? Essa recomendação é bíblica e tem grande impacto na
expectativa de vida, manutenção de relacionamentos e equilíbrio
emocional.
As emoções têm origem na mente, mas atuam diretamente no corpo. A
maneira como lidamos com elas provoca reações positivas ou negativas
sobre nós, causando, prevenindo ou até “ressuscitando” doenças.
Por que não cultivar sentimentos de satisfação, paz, equilíbrio e amor,
levando o corpo a ter muito mais saúde? Atitudes simples podem fazer a
diferença. Por exemplo: você usa 72 músculos para franzir a testa e apenas
14 para sorrir.
É inegável que, em algumas situações, um estado de espírito negativo é
resultado da ausência de elementos químicos que favorecem a saúde
emocional. No entanto, em situações normais, sorrir é mais fácil do que
fazer “cara feia”. Esse remédio divino atua não apenas no corpo, mas
também na expressão facial (ver Pv 15:13).
Uma descrição não oficial do apóstolo Paulo relata que ele era de baixa
estatura, mais ou menos um metro e meio, calvo e com poucos cabelos nas
laterais, tinha nariz grande, sobrancelhas grossas que se uniam sobre o
nariz e tinha pernas tortas. Quem fez essa descrição, porém, a concluiu
dizendo que, ao falar, Paulo parecia um anjo de Deus. Sua atitude
transformava sua aparência.
A falta de um coração alegre traz prejuízos ainda maiores, pois muitas
pessoas negativas têm dificuldade de relacionamento e aceitação. O mau
humor que manifestam deixa o clima pesado. Algumas se tornam críticas e
mantêm pensamentos pessimistas sobre quase tudo. Essas características
são um repelente natural. Por outro lado, o bom humor atrai as pessoas e
ajuda a criar um ambiente favorável.
A receita divina para a saúde emocional está disponível para todos.
Aqueles que não têm força nem para sorrir podem olhar para o Céu e ter a
certeza do acolhedor sorriso divino. Independentemente de nossa situação
emocional, podemos hoje orar para que Deus nos mostre motivos para ter
alegria. Procure manter um sorriso no rosto e alegria no coração.
QUARTA 31 DE JULHO
Milagres
Existe alguma coisa impossível para o Senhor? Na primavera voltarei a você, e
Sara terá um filho. Gênesis. 18:14, NVI
Abraão vivia junto aos carvalhais de Manre quando recebeu a visita de
três “homens”. Como sempre, foi hospitaleiro e, sem saber, recebeu anjos
(ver Hb 13:2). Entre eles, estava o próprio Senhor.
Depois do almoço, o patriarca foi perguntado sobre os filhos. Ele e Sara,
sua esposa, não os tinham e sentiam ter perdido essa bênção de Deus. Foi
então que ouviram a grande promessa: “Voltarei a você na primavera, e
Sara, sua mulher, terá um filho” (Gn 18:10, NVI). Como isso seria possível
se já eram tão idosos? Aqueles “homens” nem os conheciam para fazer
uma promessa assim. Sara riu diante da impossibilidade.
A pergunta divina acabou com as dúvidas: “Existe alguma coisa
impossível para o Senhor?” (Gn 18:14, NVI). Abraão havia tentado “ajudar”
a Deus e teve um filho com Agar, sua serva. Porém, o Senhor não cumpre
promessas pela metade. No tempo certo, nasceu Isaque, filho de Sara.
Existe alguma coisa impossível para Deus? Algo que Ele não possa fazer?
Doença que não possa curar? Problemas que não possa resolver? Desafios
que não possa enfrentar? Lutas que não possa vencer? Decisões que não
possa ajudar?
Onde está o Deus dos milagres? Apenas registrado nas páginas da Bíblia
ou ajudando outras pessoas? Por que não experimentamos esses milagres
hoje? Há quatro razões para isso:
Pedimos errado. Queremos direcionar a vontade de Deus. Se Ele não dá o
que pedimos, concluímos que não atende a nossas orações. Milagres só
acontecerão quando confiarmos totalmente nos planos do Senhor.
Não temos fé. Pedimos por desencargo de consciência e, muitas vezes,
nem nós mesmos acreditamos no que pedimos. Se não acreditarmos de
verdade, Deus poderá nos atender?
Temos pressa. Queremos que Deus resolva as coisas de acordo com o
nosso relógio. No entanto, o tempo e os planos de Deus podem ser
diferentes. Muitas vezes Ele sabe que não estamos preparados para receber
o que pedimos, por mais justo que seja.
Bloqueio na comunicação com o Céu. Se alguma coisa está bloqueando
nossa comunicação e relação com Deus, o milagre não virá. Algumas vezes
pode ser um perdão não oferecido ou um pecado acariciado. Quebre as
barreiras, acredite e experimente hoje os milagres de Deus.
Agosto
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2 3
4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 31
QUINTA 1º DE AGOSTO
Grão de mostarda
É como um grão de mostarda que, quando semeado na terra, é a menor de
todas as sementes [...]; mas, uma vez semeada, cresce e se torna maior do que
todas as hortaliças. Marcos 4:31, 32
Era o ano de 1884. Um jovem, conhecido como Borchardt, agrediu
gravemente outra pessoa. Com medo da polícia, resolveu fugir em direção
ao porto de Itajaí, no estado de Santa Catarina. Lá conseguiu embarcar
clandestinamente em um navio para a Alemanha.
Em uma das escalas, encontrou dois missionários adventistas que lhe
perguntaram se conhecia algum protestante no Brasil. Meio desconfiado,
Borchardt respondeu que seu padrasto, Carlos Dreefke, era luterano. Os
missionários pediram o endereço e, alguns meses depois, um pacote
contendo revistas adventistas em alemão chegou à colônia de Brusque,
Santa Catarina, com o selo de Battle Creek, Estados Unidos. A encomenda
foi aberta no armazém de Davi Hort. Dreefke, desconfiado, pegou uma das
revistas, com o título de A Voz da Verdade, e distribuiu as outras para seus
amigos.
Com o tempo, algumas famílias demonstraram interesse e continuaram a
pedir mais literatura, usando o nome do Sr. Dreefke. Ele, com medo de que
algum dia lhe mandassem a conta, cancelou novos pedidos.
O que começou como uma viagem de um fugitivo se tornou o início da
obra adventista no Brasil. Foi um começo simples e pequeno, como um
grão de mostarda, mas Deus concedeu o crescimento. Hoje, o Brasil é o
país com o maior número de adventistas do mundo.
Quando Deus está no comando, não precisamos temer os resultados. Às
vezes, parece que apenas uns poucos aceitam a mensagem, os livros que
entregamos são jogados fora, os convites distribuídos não são aceitos ou
somos ridicularizados por fazer a obra missionária. Porém, Deus vai
expandindo sua igreja por caminhos que não entendemos.
Nossa parte é não perder oportunidades nem desanimar quando os
resultados não ocorrem como esperamos. O pouco nas mãos de Deus se
torna muito. Ellen White diz: “É chegado o tempo em que podemos esperar
que o Senhor faça grandes coisas por nós. Nossos esforços não devem
afrouxar nem enfraquecer” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 111).
Sem o poder divino, a obra de evangelizar o mundo não será concluída.
Contudo, há uma missão para cada um de nós, e o Céu conta conosco. Faça
sua parte, compartilhe nossa esperança, e Deus produzirá os resultados.
SÁBADO 3 DE AGOSTO
Maná diário
Achadas as Tuas palavras, logo as comi; as Tuas palavras me foram gozo e
alegria para o coração. Jeremias 15:16
Quando o povo de Israel estava no deserto em viagem para a Terra
Prometida, Deus os alimentava diariamente, pela manhã, com o maná.
Esse alimento sustentou o povo em sua peregrinação.
O maná de hoje é diferente, mas a necessidade é a mesma. Também
estamos numa jornada para a Terra Prometida e precisamos “comer”, logo
cedo, nosso alimento espiritual. Isso não pode ficar para depois. O
conselho de Ellen White é preciso: “Consagre-se a Deus pela manhã; faça
disso a sua primeira atividade” (Caminho a Cristo, p. 70).
Nosso alimento fundamental é a Bíblia. Entretanto, por intermédio da
Lição da Escola Sabatina, temos a oportunidade de nos nutrirmos
espiritualmente com mensagens preparadas para cada dia. Esse método de
estudo facilita a compreensão e aplicação das Escrituras. Deixar algum
membro da família, dos menores aos maiores, sem esse maná diário é
formar pessoas espiritualmente desnutridas.
Veja o conselho inspirado: “A fim de que adquiram o benefício que
deveriam alcançar na Escola Sabatina, cumpre tanto a pais como a filhos
dedicar tempo ao estudo da Lição, procurando obter completo
conhecimento dos fatos apresentados e também das verdades espirituais
que esses fatos se destinam a ensinar” (Conselhos aos Pais, Professores e
Estudantes, p. 137).
Há uma bênção especial em cada Lição. Foi o que descobriu Jean Carlos.
Um dia, ao sair para dar uma volta perto de casa, encontrou dois
exemplares jogados no chão. Ficou interessado no conteúdo e os levou para
casa. Começou um estudo detalhado, e isso lhe gerou muitas dúvidas.
Como era evangélico, procurou os líderes de sua igreja, mas ficou frustrado
com as explicações.
Continuou estudando as lições sozinho e enfrentou vários conflitos
espirituais, pois havia pontos que não se harmonizavam com as crenças de
sua denominação. Decidiu então procurar uma Igreja Adventista do Sétimo
Dia. Foi bem acolhido, recebeu estudos bíblicos e foi batizado.
A Lição da Escola Sabatina é o maná de hoje. Não deixe faltar este
“alimento” para você e sua família. “Coma-o” logo pela manhã e seja um
cristão forte e preparado para as lutas do dia a dia.
DOMINGO 4 DE AGOSTO
Anjos disfarçados
Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de
glória, acima de toda comparação. 2 Coríntios 4:17
Em nossos momentos de aflição, precisamos de alguém que se interesse
por nós e ofereça o ombro amigo ou uma palavra de apoio. Pessoas assim
são como anjos enviados por Deus.
Em maio de 2013, Deus mandou um desses “anjos” para nos ajudar.
Minha esposa, Adriene, estava enfrentando dificuldades de saúde, e
nenhum médico encontrava a solução.
Num sábado, a situação piorou bastante. Eu viajaria no domingo e não
sabia o que fazer. Contei a situação a um médico adventista, e ele me
indicou a doutora Salete, membro de nossa igreja.
Ao findar o sábado, Adriene ligou para ela, explicando melhor o
problema, e eu viajei no domingo. Estava confiante, mas preocupado. A
doutora Salete foi muito atenciosa, marcou a consulta para segunda-feira e
se colocou à disposição para qualquer emergência. Na madrugada de
segunda-feira, a situação piorou. Minha esposa ligou para a médica, e as
duas foram para o pronto- socorro. Adriene ficou internada, passou por um
procedimento cirúrgico, não melhorou, e o hospital pediu à doutora Salete
para que voltasse.
Quando ela entrou no quarto, minha esposa, bastante emocionada, lhe
disse: “Deus mandou você para cuidar de mim. Não sei como agradecer.”
No mesmo instante, a médica começou a chorar e contou algo muito forte.
Na madrugada em que Adriene pediu ajuda, Salete também recebeu uma
ligação de sua mãe, que mora bem distante de Brasília. Seu pai havia
passado mal, estava internado numa UTI, e a família precisava dela. Salete
ficou aflita. Sem saber o que fazer, decidiu orar. Em sua intuição, sentiu
que Deus lhe falava de maneira clara: “Adriene está sozinha, porque seu
marido está cuidando das Minhas coisas. Por isso, cuide da Minha filha,
que Eu vou cuidar do seu pai.” A dúvida acabou, e ela foi para o hospital.
Adriene foi bem tratada, recuperou-se totalmente e voltou para casa. O pai
de Salete recebeu alta antes mesmo de minha esposa e também se
recuperou muito bem. Deus sempre cumpre o que promete!
Para minha família, a doutora Salete foi um desses “anjos”. Em seus
momentos de aflição, tenha certeza de que você nunca está sozinho. Deus
sempre envia algum anjo real ou disfarçado para cuidar de você.
QUARTA 7 DE AGOSTO
Não desista
Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não
desanimados. 2 Coríntios 4:8
Nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, Jesse Owens se tornou
conhecido mundialmente por ganhar quatro medalhas de ouro. Com
determinação, Owens transpôs o obstáculo do preconceito racial e, na
Alemanha nazista, o esportista negro evidenciou o engano da pretensa
superioridade racial de alguns.
Com base na própria experiência de vida, Owens escreveu: “Nós todos
temos sonhos. Mas, para tornar os sonhos em realidade é preciso uma
enorme quantidade de determinação, dedicação, autodisciplina e
esforço.” Como no caso de Owens, a dedicação poderá alcançar vitórias,
mas a determinação nos manterá na luta. Muitas vezes não somos
recompensados no tempo nem de acordo com a maneira que queremos,
mas não desista!
Deus não desiste! Quando José foi jogado em uma cisterna, Deus não
desistiu. Quando Moisés disse que não sabia falar, Deus não desistiu.
Quando Arão fez um bezerro de ouro, Deus não desistiu. Quando apenas
dois espias trouxeram um relatório positivo, Deus não desistiu. Quando
Sansão sussurrou para Dalila, Saul perseguiu Davi ou quando Davi traçou
seu plano contra Urias, Deus não desistiu. Quando Jesus foi vítima de uma
tentativa de assassinato antes de completar dois anos, Deus não desistiu.
Quando Pedro O negou, Jesus não desistiu. Quando na cruz exclamou “está
consumado”, e Se entregou por nós, Ele não desistiu, mas Se levantou
vitorioso da sepultura. Até hoje, Ele continua intercedendo por nós e não
desistiu de nossa salvação.
Por esse poder e por esse amor, nunca desista. Muitas vezes, nossos
esforços não recebem a devida consideração nem somos recompensados
pelo que fazemos. Sobre isso, Ellen White aconselha: “Não devemos
trabalhar com a esperança de receber nossa recompensa nesta vida, mas
com nossos olhos firmemente fitos no prêmio que será dado ao fim da
carreira. Agora são precisos homens e mulheres que sejam tão fiéis ao
dever como a bússola ao polo – homens e mulheres que trabalhem sem ter
o caminho aparelhado e removido todo o obstáculo” (O Colportor-
Evangelista, p. 68, 69).
Se você está vivendo momentos de tribulação e angústia, não desanime
nem desista, porque Deus não desistirá de você.
SEXTA 9 DE AGOSTO
Vocações infantis
O Senhor chamou o menino: Samuel, Samuel! Este respondeu: Eis-me aqui! 1
Samuel 3:4
Muitas pessoas perguntam sobre minha decisão de ser pastor, sempre
com a expectativa de ouvir algum testemunho marcante e emocionante.
Porém, minha história é diferente. Sou filho de pastor, e meu chamado foi
construído desde a infância, e não em um momento específico.
Quando me perguntavam sobre o que eu seria quando crescesse, minha
resposta estava na ponta da língua: “Vou ser um pastor.” Minhas
brincadeiras de criança quase sempre envolviam o ministério. Gostava de
colocar o paletó de meu pai e de carregar sua pasta. Por trás dessas atitudes
infantis, Deus estava construindo meu chamado.
Ainda me lembro com carinho das viagens com meu pai para ajudar nas
projeções das séries de evangelismo. Em muitas reuniões que ele dirigia, eu
ficava no escritório brincando, mas atento ao que acontecia. Lembro-me de
ter me escondido algumas vezes dentro da sala para acompanhar
comissões da igreja. Por alguns anos, depois das aulas, eu ia ajudar o
pessoal do escritório na Associação em que meu pai trabalhava. Minha
alegria era estar envolvido com as atividades da igreja.
Sem que eu soubesse, Deus estava me preparando. Nesse processo, foi
fundamental o exemplo coerente de meu pai e o constante estímulo de
minha família. Eles alimentaram minha vocação infantil, confirmaram o
chamado de Deus e criaram as condições para que eu me tornasse pastor.
As vocações infantis merecem nossa atenção. O chamado de Deus não é
apenas para jovens no início de um curso universitário ou para adultos
dispostos a mudar seus planos de vida. Muitas vezes, como aconteceu com
Samuel, Ele chama crianças ainda pequenas. Precisamos estimular nossos
filhos a se sentirem chamados pelo Senhor, reconhecerem Sua voz e
dedicarem a vida a Ele. Por meio das simples atividades de uma criança,
Deus pode estar preparando algo maior, pois, como afirmou Ellen White:
“Cada jovem e cada criança têm uma obra a fazer para honra de Deus e o
reerguimento da humanidade” (Educação, p. 58).
Deus chama as crianças para servi-Lo nas diferentes áreas de Sua obra.
Viva servindo ao Senhor, e isso ajudará seus filhos a decidir o que serão
quando crescer.
DOMINGO 11 DE AGOSTO
Canal de bênção
Eu de muito boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da
vossa alma. 2 Coríntios 12:15
Esposa de Ferdinand Stahl, Ana foi uma enfermeira dedicada, uma
professora sempre pronta a ensinar e uma pregadora preparada para
compartilhar esperança. Ela acompanhou o ministério do marido e ganhou
a confiança e admiração de muitos por seu trabalho na obra médico-
missionária. Com sua família, deixou profundas marcas na vida da Igreja
Adventista na América do Sul.
Ela dedicou a vida para aliviar o sofrimento de ricos e pobres. Ensinou as
disciplinas da escola primária, bem como os princípios da saúde e os
ingredien- tes básicos da experiência religiosa. Educou muitas crianças e
considerou muitas delas como filhos.
Foi também a mãe que inspirou os filhos a serem missionários. Ana
esteve 30 anos no Peru e na Bolívia. Viajou de barco, trem, caminhão, mula
e a pé. Ficou doente muitas vezes com febre tifoide e malária. Sua casa foi
incendiada, dormiu na neve e foi exposta à morte mais de uma vez, mas
nada nem ninguém a desviou do objetivo principal de sua vida: servir,
amar e salvar.
Ana ajudou mais de mil mães a dar à luz nos Andes e na Amazônia. Em
1927, ela deu início a uma pequena maternidade em Iquitos, no Peru, que
se transformou em um hospital, inaugurado em 1961, e que hoje leva seu
nome.
Em 1939, seu período missionário terminou. “Foi um verdadeiro
privilégio passar tantos anos ajudando os outros. Minha vida com você foi
maravilhosa”, disse ela ao marido.
A vida de Ana Stahl se encaixa perfeitamente no chamado divino a
seguir: “Mulheres de firme princípio e decidido caráter são necessárias,
mulheres que creem estarmos, sem dúvida, vivendo nos últimos dias, e
que temos a última solene mensagem de advertência para ser dada ao
mundo. Devem sentir que estão empenhadas numa importante obra ao
espalharem os raios de luz que o Céu tem derramado sobre elas”
(Beneficência Social, p. 149). Ana entendeu isso em seu tempo e cumpriu
fielmente sua parte. Hoje, Deus continua contando com mulheres que
abracem a obra de salvar o perdido.
Quando as mulheres se levantam e entendem o momento da história em
que vivemos, nossa missão avança mais rápido. Deus está chamando Anas
modernas, mulheres dispostas a se gastar e deixar-se gastar por Sua causa.
Para quem aceita, a recompensa é garantida.
QUARTA 14 DE AGOSTO
Investindo na crise
Veio, pois, a mim, segundo a palavra do Senhor, Hananel, filho de meu tio, ao
pátio da guarda e me disse: Compra agora o meu campo que está em Anatote,
na terra de Benjamim; porque teu é o direito de posse e de resgate; compra-o.
Então, entendi que isto era a palavra do Senhor. Jeremias 32:8
Nabucodonosor realizava o último cerco contra Jerusalém. A crise era
grave, e todos estavam com medo. Apesar da oposição que sofria, o profeta
Jeremias anunciava que a cidade seria destruída e que os judeus passariam
70 anos sob o domínio de Babilônia. Naquele momento de crise, enquanto
o desespero aumentava, Deus alimentou a esperança de Seu povo.
A profecia da destruição de Jerusalém era tão certa que o profeta alertava
seus conterrâneos a não ouvir as falsas promessas de que em breve
voltariam do cativeiro. Deveriam se estabelecer, constituir famílias,
comprar propriedades e criar raízes (Jr 29:4-10). Ele informou a condição
em que a terra ficaria, quem os dominaria e quanto tempo o cativeiro
duraria (Jr 25:11, 12). Deus não poderia ser mais claro.
No entanto, o Senhor pediu a Jeremias que colocasse não só suas
palavras, mas seus recursos para anunciar que ainda havia esperança. O
profeta deveria comprar uma propriedade de seu primo Hananel, em
Anatote. A pequena cidade ficava a cinco quilômetros de Jerusalém. O
problema é que “nesse tempo o exército do rei da Babilônia cercava
Jerusalém” (Jr 32:2). Uma propriedade no meio do cerco inimigo não tinha
valor nem interessados. Contudo, Jeremias obedeceu. Deus tinha um único
interesse: mostrar ao povo que eles voltariam, e todas aquelas propriedades
teriam valor e utilidade outra vez. Era um investimento de fé.
Você faria um investimento assim? Como fez com o profeta, Deus pede
que nossos investimentos hoje mostrem qual realmente é nossa visão de
futuro. Estamos interessados apenas naquilo que traz resultados presentes,
ou no que tem resultado eterno? Nossos olhos estão nas batalhas perdidas
da Terra, ou na pátria celestial? Nossas decisões, prioridades e
investimentos precisam mostrar que acreditamos na Bíblia, seguimos as
profecias, temos esperança e confiamos que Jesus em breve voltará.
Enxergue mais além. Seu investimento na Terra mostra o tamanho de seu
interesse na nova Terra.
QUINTA 15 DE AGOSTO
Casa nova
Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, Eu vo-lo teria dito.
Pois vou preparar-vos lugar. João 14:2
Uma das mais duras perdas humanas com a queda foi a expulsão de
nossa primeira casa. Segundo Ellen White, Adão e Eva com “humildade e
indizível tristeza se despediram de seu belo lar, e para habitar na Terra,
onde repousava a maldição do pecado” (Patriarcas e Profetas, p. 61). A partir
daí, toda a humanidade ficou “sem teto”, pois a desobediência tirou nossa
casa.
Esse foi o primeiro despejo da história da humanidade. A crise foi tão
séria que o Senhor precisou colocar anjos à porta do jardim. Adão e Eva
viam sua casa, mas não podiam entrar nela. Como consequência da queda,
a impiedade se alastrou, e Deus teve que enviar o dilúvio. Antes disso,
retirou Seu jardim daqui.
Os seres humanos não tinham mais dignidade para viver naquele local
sagrado. Deus despediu dali nossos primeiros pais com pesar; mas, desde
aquele triste momento, Ele tem trabalhado para devolver a nós a dignidade
perdida e, com ela, nosso lar.
Momentos antes da cruz, Jesus disse que iria para o Céu com o propósito
de nos preparar um lugar (Jo 14:2). Deus nunca Se sentiu bem por
estarmos fora de casa. Era como se estivesse dizendo: “Eu nunca mais Me
esqueci daquele momento. Por isso, vou preparar um novo lugar para
vocês.”
É lindo pensar que, antes do lugar, Ele providenciou o meio para que a
humanidade possa habitar o Céu. Na cruz, Jesus pagou o preço de nossa
redenção, abriu a estrada de volta para o lar e garantiu que Seus filhos fiéis
um dia voltariam ao Éden perdido.
Desde a queda, o mundo tem estado dividido em dois grupos: os filhos de
Deus e os dos homens. A Terra se tornou um lugar incompatível para nós,
pois a impiedade fixou raízes neste solo. Estamos desconfortáveis aqui.
Este não é nosso lugar. O planeta passou a ser o território do inimigo. Em
seu reino, predominam injustiça, violência e morte. Não somos daqui.
Jesus nos prometeu que teremos o Éden de volta. Ele retornou para o Céu
e, desde então, está preparando novamente um lugar para Seus filhos. Ao
mesmo tempo, na pessoa do Espírito Santo, Ele trabalha para que sejamos
habitantes dignos desse lugar maravilhoso. O Éden nos será devolvido.
Prepare-se para viver nele eternamente.
DOMINGO 18 DE AGOSTO
Manancial
Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede; pelo
contrário, a água que Eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida
eterna. João 4:14
Mananciais são corpos de água usados para o abastecimento
populacional. Rios, represas e nascentes estão entre essas fontes que
propiciam subsistência para quem se beneficia delas. Por conta de seu
valor incomparável, os mananciais podem representar a riqueza da
salvação.
No diálogo com a mulher samaritana, Jesus lhe disse que sua conversão
faria de sua existência uma fonte a jorrar para vida eterna. Em outras
palavras, o Senhor garantiu que a aceitação Dele significa ter acesso ao
manancial inesgotável da graça.
Seguindo essa belíssima metáfora, Robert Robinson compôs um dos
hinos mais amados da história do cristianismo. “Manancial de Toda a
Bênção” apresenta a certeza de que os dons de Deus nunca cessam
(Hinário Adventista, no 214).
Robinson nasceu em 1735, filho de uma família muito humilde. Com 14
anos, sua mãe o enviou a Londres para que ele aprendesse a profissão de
barbeiro. Após a morte do pai, Robert se tornou alcoólatra e passou a viver
de modo depravado. Depois de assistir às reuniões do grande evangelista
George Whitefield, entregou a vida a Jesus e decidiu ser um pastor.
“Manancial de Toda a Bênção” é resultado de sua confiança no amor de
Deus e na certeza de que as fontes do pecado não podem satisfazer o
coração.
Jesus é o verdadeiro manancial. Foi Ele quem inspirou Robinson a
escrever esse hino. Nessa poesia poderosa, somos lembrados de que não
importa o quanto estejamos afundados na lama do pecado, frustrados ou
desapontados, podemos confiar em Jesus. Não se esqueça de que “Satanás
treme e foge diante da mais débil pessoa que se refugia nesse nome
poderoso” (O Desejado de Todas as Nações, p. 131).
O Senhor pode resgatar, levantar e dar a qualquer pessoa uma nova
oportunidade. Ele não consulta seu passado para determinar seu futuro.
Mesmo que você esteja fraco ou ferido, está nas mãos de um “Deus
benévolo, amoroso e zeloso, [...] a maior Fonte de todo o conforto e
consolo, o inesgotável manancial da graça” (Orientação da Criança, p. 149).
Recorra hoje a Jesus, a infinita fonte da salvação. Nele você encontrará
descanso para o coração e saciará sua sede de vida eterna.
QUARTA 21 DE AGOSTO
Barnabé, o consolador
José, cognominado pelos apóstolos Barnabé (que, traduzido, é Filho de
Consolação). Atos 4:36, ARC
Barnabé foi um homem que apareceu pouco, mas influenciou muito.
Suas marcas não ficaram em sua biografia, mas na vida de outros e na
história da igreja cristã apostólica.
Como consolador, seu objetivo era ajudar, defender, corrigir e motivar
outras pessoas a fazer o que era certo. Serviu sem receber benefícios ou
recompensas; por isso, seu ministério reproduziu o de Jesus. O espírito
consolador de Barnabé se destacou em três grandes atitudes:
Mão generosa. Em Atos 4:36 e 37, ele é retratado vendendo uma
propriedade e colocando todo o dinheiro à disposição dos apóstolos para
ajudar os necessitados. Barnabé não reteve, escondeu nem pensou em si
mesmo. Sua mão foi generosa para ajudar primeiro nas necessidades da
igreja e das pessoas.
Mente generosa. Em Atos 9:26 e 27, ele ofereceu sua amizade e apoio ao
recémconvertido Saulo de Tarso. Ainda novo na fé, Saulo tentava se
integrar aos discípulos, mas eles estavam resistentes. Seu histórico de
perseguição era mais forte do que seu testemunho de conversão. Mesmo
assim, Barnabé confiou no novato. A mente generosa o capacitou a
enxergar mais longe e aceitar o que parecia inaceitável. Apresentou Paulo
ao ministério e o iniciou como missionário.
Coração generoso. Em Atos 15:36 a 40, ele se revelou um líder paciente
com o jovem João Marcos. Desentendeu-se com Paulo, que não queria o
rapaz em sua segunda viagem missionária. Foi graças ao coração generoso
de Barnabé que João Marcos amadureceu. Anos mais tarde, o próprio Paulo
reconheceu a importância de Marcos para seu ministério (2Tm 4:11).
Pessoas como Barnabé são mais felizes e realizadas. Há uma série de
motivos para isso, mas Ellen White destaca a razão principal: “A maneira
em que se pode alcançar a verdadeira felicidade é buscar o bem alheio”
(Conselhos Sobre Mordomia, p. 24, 25).
Existe muita sabedoria na frase: “O modo como você faz os outros se
sentirem diz muito sobre você.” Por isso, ofereça consolação e, no
crescimento das outras pessoas, você terá sua realização.
QUINTA 22 DE AGOSTO
A verdadeira riqueza de Jó
Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor
deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra. Jó 42:10
O livro de Jó não apresenta o nome de seu autor; mas, possivelmente,
Moisés o tenha escrito antes dos outros cinco livros de sua autoria. É uma
história sem data definida e com uma forte característica atemporal, pois
se identifica com os desafios de qualquer período da história. Seu
conteúdo, com 329 perguntas, provoca importantes reflexões sobre justiça,
sofrimento e restauração.
Ao estudar esse livro, vemos que Deus não expôs Jó a nada que não
experimentaria na pessoa de Cristo. A única diferença é que Jó sofreu até
seu limite, mas Jesus foi além, morrendo pela humanidade. Deus parecia
estar em silêncio para ambos, mas as duas histórias tiveram um final feliz.
Na cruz, o livro de Jó pode ser colocado na perspectiva correta. Naqueles
dois pedaços de madeira, Deus sofreu mais do que qualquer ser humano,
inclusive Jó. Ele assumiu de maneira coletiva as enfermidades e dores que
experimentamos. Por isso, ninguém pode questionar a atitude divina
diante do sofrimento.
Se considerarmos Jó como o primeiro livro da Bíblia a ser escrito,
podemos entender que Jó 1:1 é o primeiro verso das Escrituras. Sendo
assim, Deus começa o livro sagrado apresentando o tipo de filhos que está
buscando, antes mesmo de falar do início do mundo em Gênesis 1:1. Ele
apresenta Jó, um filho fiel, que era íntegro, reto, temente a Deus e que se
desviava do mal.
Nos primeiros versos do livro, são apresentadas as três grandes riquezas
de Jó: a espiritual, a familiar e a material. Elas estão nessa sequência,
porque também revelam a ordem das prioridades de Deus. No entanto, o
inimigo tentou tirá-las do patriarca numa ordem invertida. Primeiro tirou a
material, depois a familiar e, por fim, tentou tirar a espiritual. Satanás
revelou claramente quais eram suas prioridades. Acreditou que Jó
valorizaria o que é material e terreno, mas se enganou.
O fim da história é impressionante. Jó foi restaurado quando orava pelos
amigos. Apoiado na riqueza espiritual, a única que não perdeu, recebeu em
dobro tudo o que havia perdido.
Siga o exemplo de Jó e permaneça sempre fiel aos valores espirituais. Eles
serão sua verdadeira riqueza.
SEXTA 23 DE AGOSTO
Primeiro Deus
Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele, e o mais Ele fará. Salmo 37:5
O que é mais importante para você: Deus ou uma pizza? Bem, para fazer
esse tipo de pergunta, estou considerando que você goste de pizza tanto
quanto eu. Sei que essa questão pode parecer óbvia ou até desrespeitosa,
mas é somente uma chance para convidá-lo a pensar sobre o verdadeiro
lugar que Deus ocupa em sua vida.
A resposta é óbvia e não imagino que seja diferente: Deus é mais
importante e sem qualquer comparação. Mas é realmente assim? Pense
comigo: Se você tem uma semana especial na igreja e um convite para
comer pizza com os amigos no mesmo horário do culto da noite, qual é sua
escolha? Se tem apenas 15 minutos pela manhã, você escolhe a comunhão
pessoal ou o desjejum? Você gasta mais tempo nas redes sociais ou nos
momentos devocionais? As perguntas poderiam ser diferentes, mas Deus
realmente ocupa o primeiro lugar?
É tempo de não vacilar com as coisas espirituais. Ou estamos realmente
comprometidos com Deus ou a batalha estará perdida. Ou nossas palavras
combinam com nossas prioridades ou seremos como a casa construída
sobre a areia, que parece forte e bonita, mas não resiste às primeiras
tempestades.
Vivemos um momento decisivo da história. Estamos expostos às
tentações mais sutis do inimigo e enfrentamos uma desafiadora crise
espiritual como igreja. Essa é uma combinação altamente perigosa.
“Considerando a brevidade do tempo, nós como povo devemos vigiar e
orar, e em caso algum permitir que sejamos desviados da solene obra de
preparo para o grande acontecimento à nossa frente” (Testemunhos Para a
Igreja, v. 4, p. 306).
É tempo de nos levantarmos para realmente colocar primeiro Deus na
vida pessoal e também na igreja. Nos escritos de Ellen White, a certeza é
clara: “Se tiverdes voz e tempo para orar, Deus terá tempo e voz para
responder” (Minha Consagração Hoje, p. 16). Por que não experimentar?
“Quando Deus quer fazer uma grande obra, primeiro Ele coloca Seu povo
para orar”, disse o pregador Charles Spurgeon. Não perca tempo! Coloque
Deus em primeiro lugar em sua vida e una-se ao reavivamento que Ele está
levantando. Como resultado, mais rapidamente nossa esperança se
concretizará.
SÁBADO 24 DE AGOSTO
O salmo de Lutero
Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus. Salmo 46:10
O Salmo 46 é chamado de “Salmo de Lutero” porque o grande reformador
se inspirou em suas palavras para compor “Castelo Forte” (Hinário
Adventista, no 33), o hino tema da Reforma Protestante. Ao longo do
tempo, esse salmo tem fortalecido muitos cristãos em meio a duras
provações.
Ellen White afirma que esse salmo será cantado pelos remidos no último
livramento antes da volta de Jesus. Ela diz sobre o povo de Deus: “Seu
rosto, pouco antes tão pálido, ansioso e descomposto, resplandece agora de
admiração, fé e amor. Sua voz ergue-se em cântico triunfal: ‘Deus é o nosso
refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia” (O Grande Conflito,
p. 639).
O Salmo 46 merece nossa atenção. Sua mensagem sustentou o povo de
Deus no passado, sustentará no futuro e pode ser um forte apoio ao
enfrentarmos nossos desafios no presente. Em suas três estrofes, podemos
conhecer melhor a Deus e, como Davi, renovar a confiança de que o
Senhor Deus estará ao lado de Seus filhos em qualquer situação.
Na primeira estrofe, Deus é. O autor mostra a soberania de um Deus
sempre pronto a ajudar em todas as circunstâncias. “Ainda que a terra se
mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares”
(ARC), não precisamos temer, pois Ele continua sendo Deus.
Na segunda estrofe, Deus está. Não importa os tumultos, os rugidos, os
gemidos da natureza ou dos impérios, Deus está conosco. Ele é nosso
refúgio seguro e poderoso.
Na terceira estrofe, Deus faz. As obras do Senhor são impressionantes. No
momento certo, Ele acaba com as guerras, o mal e o pecado. Por isso, Davi
descreve um campo de batalha repleto de armas quebradas e veículos
queimados, mostrando uma vitória total.
Não importa o quanto nossa situação esteja tumultuada, o Senhor nos
convida: “Aquietai-vos e sabei que Eu sou Deus.” Deixe de lado o medo e a
ansiedade. Confie que “o Deus de Jacó é o nosso refúgio”. Assim como
Lutero, você pode entregar suas dificuldades ao Senhor. Nas mãos Dele,
tudo estará seguro.
DOMINGO 25 DE AGOSTO
A oração é a solução
E, orando Abraão, sarou Deus Abimeleque, sua mulher e suas servas, de sorte
que elas pudessem ter filhos. Gênesis 20:17
Uma de minhas atividades mais frequentes é a direção de comissões. As
mais sensíveis são sempre as de nomeações nas assembleias
administrativas. Elas avaliam vidas, pessoas e posições e, quase sempre, há
fortes convicções e opiniões envolvidas.
Em cada uma dessas reuniões, dedicamos bastante tempo para o diálogo,
mas o que tem feito mesmo a diferença é a oração. Em geral, oramos mais
intensamente no início e dedicamos um tempo especial para orar quando
as decisões são mais complexas. É emocionante ver como a oração resolve
todas as dificuldades.
Ao fim de 2017, dirigi cinco dessas comissões. Em quatro delas, tivemos
momentos difíceis, com decisões que não avançavam. Depois de gastar
bastante tempo avaliando um nome, não era possível fechar a decisão. Ou
havia um empate insistente ou muita polêmica. Em cada uma dessas
situações, paramos a reunião para orar, em busca de mais sabedoria. De
modo impressionante, os problemas desapareceram após a oração. O que
era impossível se tornou fácil.
O poder da oração está disponível em qualquer momento da vida. John
Ortberg afirma: “Quando oramos, os corações se convencem, os pecados
são confessados, os crentes se unem, as intenções são motivadas, o povo
recebe orientação, a igreja é fortalecida, a obstinação é dissolvida, as
vontades se rendem, o mal é derrotado, a graça é libertada, a enfermidade é
curada, as tristezas são consoladas, a fé renasce, a esperança cresce e o
amor triunfa.” Então, por que gastamos tão pouco tempo orando se temos a
promessa de que “a oração da fé moverá o braço de Deus”? (Ministério
Pastoral, p. 102).
Muitas vezes dedicamos tempo demais discutindo e exaltando as
próprias opiniões, quando deveríamos buscar mais intensamente a opinião
do Senhor. Sobre isso, Ellen White afirmou: “A confiança em nós mesmos
se desvaneceria se falássemos menos e orássemos mais” (Filhos e Filhas de
Deus, p. 99).
Enfrente seus desafios pessoais, profissionais, emocionais e espirituais
com mais oração. Ela fará “o que nenhum poder da Terra conseguirá
realizar” (A Ciência do Bom Viver, p. 509).
SEGUNDA 26 DE AGOSTO
Anjos missionários
Vi outro anjo voando pelo meio do céu. Apocalipse 14:6
As três mensagens angélicas estão no DNA da Igreja Adventista do
Sétimo dia. Nascemos profeticamente para anunciar o “evangelho eterno”,
conectado ao “evangelho do reino” (Mt 24:14) e preparar o mundo para a
segunda vinda de Cristo. Por meio dessas mensagens, Deus oferece Sua
última oportunidade ao mundo e marca o começo do “tempo do fim” (Dn
8:17).
Mas quem são esses anjos? Mensageiros celestiais ou missionários
humanos? Segundo Ellen White, “os três anjos de Apocalipse 14
representam o povo que aceita a luz das mensagens de Deus, e vão como
agentes Seus fazer soar a advertência por toda a extensão e largura da
Terra” (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 156). Em outras palavras, você e eu
somos esses anjos!
O chamado, porém, é mais amplo: “Em sentido especial, os adventistas
do sétimo dia foram postos no mundo como vigias e portadores de luz. A
eles foi confiada a última mensagem de advertência [...]. A eles foi confiada
[...] a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas.
Nenhuma obra há de tão grande importância. Eles não devem permitir que
nenhuma outra coisa lhes absorva a atenção” (Testemunhos Para a
Igreja, v. 9, p. 19).
É um chamado missionário pessoal e denominacional, mas também um
alerta contra a distração. Existimos para anunciar essa mensagem de
esperança; por isso, todas as nossas forças, tempo, recursos, talentos,
programas, iniciativas e materiais devem estar voltados para essa causa
maior.
Quando proclamarmos a mensagem do terceiro anjo em alta voz e a
missão for cumprida apaixonadamente, veremos os maiores resultados da
igreja. “Mais de mil se converterão […] em um dia, a maioria dos quais
reconhecerá haver sido primeiramente convencida através da leitura de
nossas publicações” (Evangelismo, 693). Os livros missionários distribuídos
e a obra dos colportores encontrarão seu resultado pleno. Deus também
usará outros meios de comunicação, que surgiram ou ganharam força mais
tarde, como o rádio, a TV e a internet para apoiar a obra desses “anjos”.
O chamado é para nós: “Se cada um de vós fosse um missionário vivo, a
mensagem para este tempo seria rapidamente proclamada em todos os
países, a cada povo, e nação, e língua” (Serviço Cristão, p. 9). Seja um
desses “anjos” e abrace a missão de pregar o evangelho.
TERÇA 27 DE AGOSTO
Nossa identidade
Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar
aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo.
Apocalipse 14:6
As três mensagens angélicas são a base de nossa identidade
denominacional. Somos adventistas como resposta à terceira mensagem,
que prepara o caminho para a volta de Jesus. Mas também destacamos o
“sétimo dia” como resultado da primeira mensagem, que resgata a adoração
Daquele “que fez o céu, e a terra, e o mar” (Ap 14:7).
As três mensagens angélicas têm três marcas especiais. Elas são:
Urgentes. O anjo aparece voando. Isso indica que não há tempo a perder.
Cada dia, milhões estão morrendo ou se colocando longe do alcance do
Espírito Santo. Por isso, temos que usar todos os meios, aproveitar a
tecnologia, desenvolver uma visão mundial, não perder tempo com coisas
desnecessárias, nos concentrarmos em nosso objetivo e clamar pelo
batismo do Espírito Santo. Só assim teremos mais agilidade, velocidade e
poder para cumprir a missão que o Senhor nos entregou.
Eternas. Recebemos um “evangelho eterno” para pregar. É uma
mensagem bíblica permanente e enviada diretamente por Deus.
Infelizmente ela foi esquecida, ignorada, substituída e até rejeitada; mas,
no “tempo do fim”, Deus pede que a resgatemos e a tornemos conhecida e
relevante. Não é mais uma mensagem, mas a essência do “evangelho”.
Uma oferta de salvação e não de condenação. Apesar das insistentes
palavras de juízo que são apresentadas, a condenação não é a mensagem,
mas apenas o resultado de sua rejeição. O “evangelho eterno” tem que ver
com oportunidades, restauração, amor, fidelidade e salvação.
Globais. Elas devem chegar a “cada nação, e tribo, e língua, e povo”.
Recebe-mos uma missão local, com abrangência mundial. Nossa ação opera
localmente, mas nosso apoio se espalha globalmente. Isso só acontece no
contexto de uma igreja organizada, que mantém conexões desde a esfera
local até à mundial. Por isso, temos um plano financeiro que sustenta a
evangelização em todos os níveis da organização adventista.
Não somos enviados ao mundo apenas para anunciar o nome de Jesus,
mas para levar pessoas de volta à Sua Palavra e resgatar o “evangelho
eterno”. Faça sua parte para que essa mensagem tenha força local e alcance
global.
QUARTA 28 DE AGOSTO
Mensagens integradas
Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo [...]. Apocalipse 14:8
As três mensagens angélicas são o alerta de Deus para aqueles que vivem
nos dias da igreja remanescente. Por isso, Ellen White diz que “Apocalipse
14 é um capítulo do mais profundo interesse. Essa passagem logo será
entendida em todo o seu alcance, e as mensagens dadas a João, o revelador,
serão repetidas com clareza” (Review and Herald, 13/10/1904).
Cada uma das mensagens tem um período específico de tempo para seu
cumprimento, mas também se aplica a outros momentos. Elas têm um
início definido, mas não um fim estabelecido. Possuem uma mensagem
relevante para seu tempo, mas se conectam com os períodos anterior e
posterior. A terceira se integra às demais apresentando o juízo e a volta de
Jesus.
Essa integração fica ainda mais evidente quando Ellen White afirma que
“a primeira e a segunda mensagens foram transmitidas em 1843 e 1844, e
estamos agora sob a proclamação da terceira, mas todas as três mensagens
ainda devem ser proclamadas” (Eventos Finais, p. 89).
Juntas elas trazem uma visão mais ampla e revelam novas
responsabilidades. Elas também nos desafiam a resgatar mensagens
esquecidas ou rejeitadas, exaltar a Cristo como Salvador e Senhor, ensinar a
clara diferença entre obedecer à lei de Deus e à dos homens e anunciar a
breve volta de Jesus.
Para isso, Deus chamou um povo e lhe entregou uma missão. Não deu
uma mensagem simples nem fácil, mas forte e desafiadora. O conteúdo
dessa pregação é urgente, opõe-se às crenças populares e mexe com
poderes religiosos dominantes. Para anunciá-la, Deus precisa de um povo
profundo na Palavra, equilibrado, obediente e comprometido com a
missão.
Ellen White diz: “Cristo virá segunda vez com poder para salvar. Tendo
em vista preparar os seres humanos para esse evento, enviou Ele as
mensagens do primeiro, segundo e terceiro anjos. Estes anjos representam
aqueles que recebem a verdade e com poder abrem o evangelho diante do
mundo” (Verdade Sobre os Anjos, p. 247).
Essa missão tem a ver com você. Não perca tempo. Coloque o seu melhor
a serviço da causa do Senhor, pois em breve Jesus voltará “e o que tiver que
ser feito pela salvação de pessoas deve ser feito rapidamente” (Perto do
Céu, p. 69). A hora é agora!
QUINTA 29 DE AGOSTO
Um chamado à missão
Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia que
tem dado a beber a todas as nações do vinho da fúria da sua prostituição.
Apocalipse 14:8
A segunda mensagem angélica menciona Babilônia pela primeira vez no
Apocalipse. O conteúdo envolve todas as organizações e líderes religiosos
que se distanciaram de Deus, desde o passado até o fim dos tempos.
Babel, ou Babilônia literal, foi fundada por Ninrode (Gn 10:10, 11:1-9) e,
desde o começo, representou descrença e rebelião contra Deus. Isso a
tornou, mais tarde, símbolo de confusão.
Desde que a cidade literal caiu, Satanás tem procurado, por meio de
diferentes poderes mundiais, controlar nosso planeta. Ele fracassou e
nunca conseguiu unir os povos, porque o mal, por natureza, é um causador
de divisões. Perto do fim, porém, ele terá um sucesso aparente, por pouco
tempo, e despertará uma oposição mundial contra o povo de Deus. No
entanto, a segunda mensagem angélica deixa claro que Babilônia já está
derrotada e cairá. Para que não haja dúvida, o anúncio é feito duas vezes.
A Babilônia do Apocalipse, entretanto, representa todos os grupos e
movimentos religiosos que se afastaram da verdade. Por isso, sua queda
vem acontecendo de forma progressiva, ao longo dos tempos, e se
completará com a união de diferentes correntes religiosas para combater o
povo de Deus.
Apesar de todo esse cenário, a segunda mensagem angélica é uma grande
oportunidade para o cumprimento da missão. Diante da ampliação de sua
queda, em Apocalipse 18:1 a 4, Deus faz um chamado direto àqueles que
ainda estão em Babilônia: “Sai dela, povo Meu” (ARC).
Ellen White observa, sobre Babilônia, que “a grande massa dos
verdadeiros seguidores de Cristo encontra-se ainda em sua comunhão” (O
Grande Conflito, p. 390). Por conta disso, ela aconselha sobre a maneira de
pregar o evangelho para essas pessoas: “Deus tem pedras preciosas em
todas as igrejas, e não devemos fazer denúncias impetuosas do professo
mundo religioso” (Eventos Finais, p. 197).
Olhe para Babilônia como um grande chamado à missão. Deus ama os
filhos sinceros que ainda estão dentro dela. Por isso, não use a segunda
mensagem angélica para acusar ou combater, mas para amar, testemunhar
e buscar aqueles que o Senhor está preparando para se unir a Seu povo.
Setembro
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30
DOMINGO 1º DE SETEMBRO
O último convite
Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém
adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão
[...]. Apocalipse 14:9
A mensagem do terceiro anjo é o último convite de Deus ao mundo. Ela
apresenta de modo claro a identidade do remanescente e revela o apelo
final de Deus com vistas ao preparo para a segunda vinda de Cristo. Três
ênfases especiais podem ser percebidas na terceira mensagem angélica:
Justificação pela fé. “A mensagem da justificação pela fé [...] é
verdadeiramente a mensagem do terceiro anjo” (Evangelismo, p. 190).
Afinal, o grande conflito contra o inimigo não será vencido pela
capacidade, coragem ou perfeição humana, mas pelo sangue do Cordeiro.
A justificação pela fé é um alerta contra os “ismos” do legalismo,
criticismo e perfeccionismo. Um chamado para viver permanentemente
nas mãos de Deus. Mas isso não é desculpa para o pecado, pois o
remanescente será reconhecido por guardar os mandamentos de Deus.
Não seremos fiéis porque somos capazes, mas porque Ele é capaz.
Identidade. O remanescente tem uma identidade clara. São “os que
guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). É um povo
menos parecido com todos e mais parecido com Jesus. O povo de Deus está
no mundo, mas não é do mundo. Nossa missão é assumir, preservar e
compartilhar essa identidade de forma equilibrada, mas ao mesmo tempo
com clareza.
Missão. A terceira mensagem envolve não apenas o último preparo para a
vinda de Cristo, mas também um convite para que cada pessoa faça parte
do remanescente fiel. Por meio do alto clamor, o Espírito Santo usará o
povo remanescente para abalar o mundo. Para isso, precisamos usar todos
os meios possíveis, sobretudo nossa vida e comportamento, para
compartilhar nossa esperança. Como disse Roberto Badenas, “a verdade é
poderosa quando defendida, contudo, é ainda mais poderosa quando
encarnada”.
Nos momentos finais da história do mundo, somos chamados a pregar o
evangelho eterno sem desequilíbrios, evidenciar nossa identidade e
cumprir nossa missão. Assim, daremos o alto clamor, que será a última
mensagem de advertência ao mundo. Permaneça firme como uma rocha e
mantenha a fé e a esperança mais vivas do que nunca (ver O Grande
Conflito, p. 602).
SEGUNDA 2 DE SETEMBRO
Grande voz
Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz [...]. Apocalipse
14:9
As três mensagens angélicas são “como uma âncora para o povo de Deus.
Aqueles que as compreendem e as recebem serão preservados de ser
arrastados pelos muitos enganos de Satanás” (Eventos Finais, p. 68).
Além disso, elas são um forte chamado ao cumprimento da missão.
Nesse sentido, a primeira e a terceira se combinam e são anunciadas em
“grande voz”. São mensagens decisivas na caminhada do povo de Deus.
A primeira foi proclamada pelos pioneiros mileritas, que resgataram a
mensagem da volta de Cristo. Eles se entregaram por completo a essa
causa. Investiram tudo na pregação. Apenas em 1844, ano em que
esperavam ver Jesus voltar, distribuíram mais de 5 milhões de publicações
sobre a segunda vinda nos Estados Unidos. O país tinha cerca de 17
milhões de habitantes, e isso representou quase uma literatura para cada
3,4 pessoas. Mais de uma por casa. Eles fizeram sua parte e pregaram em
“grande voz”.
O mesmo está prometido para os nossos dias: “A mensagem do terceiro
anjo não será divulgada em sussurros, mas com forte voz” (ibid., p. 202).
Ellen White prossegue: “As profecias que se cumpriram no derramamento
da chuva temporã no início do evangelho devem novamente se cumprir na
chuva serôdia, no final do mesmo” (ibid., p. 203). O impacto da terceira
mensagem será ainda maior. Segundo a mensageira do Senhor, “esta
mensagem se encerrará com poder e força muito maiores do que o clamor
da meia-noite” (ibid., p. 202).
Será um movimento missionário sem precedentes. “Servos de Deus, com
o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, se apressarão de
um lugar para outro para proclamar a mensagem do Céu. Por milhares de
vozes, em toda a extensão da Terra, será dada a advertência” (ibid., p. 203).
“Multidões receberão a fé e se unirão aos exércitos do Senhor”
(Evangelismo, p. 700).
A mensagem está agora em nossas mãos. Somos convocados para
anunciá-la com poder, dinamismo e simplicidade. Nosso dever é usar todos
os recursos disponíveis para alcançarmos cada “nação, e tribo, e língua e
povo” (Ap 14:6).
Faça parte do último movimento missionário da história da humanidade
e proclame em “grande voz” a mensagem de esperança para o nosso tempo.
TERÇA 3 DE SETEMBRO
Esqueceram Jesus
Terminada a festa, voltando seus pais para casa, o menino Jesus ficou em
Jerusalém, sem que eles percebessem. Lucas 2:43, NVI
Aos 12 anos, Jesus viveu Sua transição entre a infância e a juventude,
como era comum aos judeus. Para celebrar esse momento, seus pais O
levaram para a festa da Páscoa, em Jerusalém. Ellen White descreve o
acontecimento: “Pela primeira vez, contemplou o menino Jesus o templo.
Viu os sacerdotes de vestes brancas, realizando seu solene ministério. Viu a
ensanguentada vítima sobre o altar do sacrifício. [...] Cada ato parecia estar
ligado a Sua própria vida” (O Desejado de Todas as Nações, p. 78).
A festa terminou, e a família começou sua viagem de volta, mas José e
Maria esqueceram Jesus. “O prazer de viajar com os amigos e conhecidos
absorveulhes a atenção, e não Lhe perceberam a ausência até que chegou a
noite. [...] Por um dia inteiro haviam perdido de vista Aquele a quem não
deviam ter esquecido nem por um momento” (ibid., p. 80, 81). Apenas três
dias depois, eles O encontraram no templo, discutindo com os doutores da
lei, que “pasmavam de Suas respostas” (ibid., p. 78).
Essa história tão incomum pode se repetir também em nossos dias?
Quando terminam nossas festas espirituais, projetos missionários e
atividades da igreja, o que levamos? Um encontro com os amigos, um
momento social, uma foto marcante, um show com cantores famosos ou a
mensagem de um pregador eloquente? Não podemos nos esquecer de que
nossos cultos, sermões, encontros, projetos e músicas são apenas meios.
Eles precisam nos levar a Jesus.
Se O esquecermos, ficará mais difícil encontrá-Lo depois. As
oportunidades não se repetirão, poderemos nos distanciar demais ou
outras prioridades acabarão ocupando o coração.
Jesus é o centro da Bíblia e precisa ser também o destaque de nossas
atividades. Como Ele mesmo disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais
ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de Mim” (Jo 5:39).
Quem O busca pela Palavra encontra o caminho da salvação.
Descrevendo o incidente mencionado no texto bíblico de hoje, Ellen
White dá um de seus mais preciosos conselhos: “Faria bem para nós passar
diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la
ponto por ponto e deixar que a imaginação se apodere de cada cena,
especialmente as finais” (ibid., p. 83). Por isso, não O perca de vista. Passe
o dia com Ele pela fé e esteja pronto para, em breve, encontrá-Lo em Seu
retorno glorioso.
SEXTA 6 DE SETEMBRO
Portas
Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta,
entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, Comigo. Apocalipse 3:20
Em Apocalipse 2 e 3, estão registradas as cartas endereçadas
originalmente às sete igrejas da Ásia Menor. Sua aplicação profética se
refere aos diferentes períodos do cristianismo, desde a primeira até a
segunda vinda de Cristo. A Igreja Adventista nasceu entre a mensagem da
sexta e da sétima igreja, Filadélfia e Laodiceia, que apresentam duas portas
de oportunidades (v. 8, 20).
Contudo, Deus tem uma mensagem especial para Laodiceia, a igreja dos
últimos dias. Quando João escreveu sua mensagem à igreja dessa cidade, o
cristianismo estava estabelecido ali havia mais de 40 anos. O convite era
destinado a quem já conhecia Jesus.
A mensagem é dura, mas apresenta uma oportunidade de Deus a nós
para avaliarmos nossa condição espiritual. A forte condenação é apenas
resultado de nossa grave condição. Com mais amor, interesse e oração,
podemos nos arrepender e desviar de nós a reprovação divina. O objetivo
de Deus é sempre salvar.
Na mensagem à igreja de Laodiceia, o destaque especial está no amor de
Jesus. Ele nos diz: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois,
zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a
Minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele,
Comigo” (Ap 3:19, 20). Em outras palavras, Sua mensagem é: “Eu não vou
desistir de você.”
A expressão “estou à porta e bato” revela o interesse e urgência de Deus
em nos salvar. Ele insiste em nos dar a chance que mudará nosso destino.
Porém, Ele não força a entrada. Ele diz: “Se alguém ouvir a Minha voz e
abrir a porta...” Ele bate à porta de nosso coração, mas a chave está do lado
de dentro e em nosso poder.
Quem decide abrir a porta, participa com Jesus de um banquete de
santidade e se alimenta de vida eterna. Enquanto a porta da graça estiver
aberta, Cristo não desistirá de bater à porta de seu coração. Abra a porta de
sua vida e deixe-O entrar. Enquanto isso, entre também pela porta da
salvação, que Ele ainda mantém aberta para você.
SÁBADO 7 DE SETEMBRO
Nuvem
Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de
fogo durante a noite. Êxodo 13:22
Dediquei 12 anos inesquecíveis de minha vida trabalhando no Ministério
Jovem. Durante aquele período, vivi muitos momentos marcantes. Porém,
a experiência mais desafiadora foi organizar o III Campori Sul-Americano
de Desbravadores, com 20 mil participantes, de 11 a 16 de janeiro de 2005,
em Santa Helena, no estado do Paraná.
Durante aqueles dias, Deus mostrou que gosta de acampamento. Gosto
de pensar que Ele nos presenteou com uma nuvem semelhante à que
acompanhou os israelitas no deserto.
O verão na região da tríplice fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina,
onde fica a cidade de Santa Helena, é extremamente quente e com muito
risco de chuva. As duas situações eram preocupantes. Muita gente orava a
Deus pedindo um cuidado especial durante aqueles dias.
E Deus não falhou. Todas as manhãs, durante o devocional, quando o sol
era forte e a temperatura ficava entre 30 e 35 graus, uma nuvem cobria o
acampamento. No sábado de encerramento, a presença da nuvem foi ainda
mais forte. Durante a tarde, o céu ficou escuro, indicando temporal. O
vento era forte, e o palco, que ficava dentro do lago da hidrelétrica de
Itaipu, balançava com força. As barracas precisaram de reforço para não
serem danificadas. Todos estávamos em oração e preparados para o pior,
mas os ventos passaram, e a chuva não chegou.
As pessoas que estavam hospedadas em cidades vizinhas testemunharam
mais de perto o milagre de Deus. Houve tempestade em toda a região ao
redor do acampamento. Alguns motoristas tiveram até dificuldade para
dirigir, tamanha a intensidade da chuva. Muitos até imaginaram os
estragos no Campori ou o cancelamento do programa. No entanto, a
nuvem permaneceu sobre o acampamento. Apenas ali a chuva não caiu.
Foi um milagre que ficou na mente dos 20 mil acampantes.
Entre outras coisas, essa experiência nos ensina que podemos continuar
confiando no cuidado de Deus. Ellen White nos lembra: “Uma coluna de
nuvem de dia e de fogo à noite move-se diante de nós, como se movia
diante do antigo Israel” (Orientação da Criança, p. 565).
Enfrente seus desafios sem medo, pois o Senhor sempre guiará e
protegerá Seus filhos fiéis.
DOMINGO 8 DE SETEMBRO
Destruindo Babel
Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo tope chegue até aos
céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por
toda a terra. Gênesis 11:4
Depois do dilúvio, os novos habitantes da Terra se esqueceram da
misericórdia divina e desejaram fazer célebre o nome deles. Começaram a
construir uma torre que alcançasse o céu, com a qual desejavam afrontar o
Deus verdadeiro. Assim nasceu Babel e a maior divisão da história da
humanidade.
No entanto, com Deus não se brinca. Eles estavam bem adiantados na
construção quando “o Senhor mandou dois anjos para confundi-los em seu
trabalho” (História da Redenção, p. 73). A Bíblia diz que até aquele tempo,
“em toda a terra havia apenas uma linguagem” (Gn 11:1). Depois disso,
ninguém mais conseguiu se entender. A arrogância dessas pessoas acabou
mal. Deus confundiu seu idioma, e eles foram espalhados pela face da
Terra.
Em Atos 2, o Espírito Santo fez o contrário na vida dos discípulos. Depois
de orarem pelo cumprimento da promessa do envio do Consolador, eles
receberam o poder do Espírito. Milhares de pessoas de diferentes idiomas
entenderam a mensagem dos apóstolos, e o povo de Deus se uniu. O
Espírito Santo pode juntar o que Babilônia espalha.
Em Babel, os homens queriam tornar seu nome célebre; por isso, houve
confusão e divisão. No Pentecostes, no poder do Espírito, os apóstolos
glorificaram o nome de Deus. O resultado não poderia ser outro: 3 mil
conversos e uma igreja unida.
Em nossos dias, precisamos do mesmo poder para, em uma só voz,
proclamarmos nossa esperança. O batismo do Espírito Santo é nossa mais
urgente necessidade. Deus está ansioso para nos conceder essa graça.
Ecoando as palavras de Jesus, Ellen White afirmou: “O Senhor está mais
disposto a dar o Espírito Santo àqueles que O servem do que os pais a dar
boas dádivas a seus filhos” (Atos dos Apóstolos, p. 50). Não existe
cumprimento da missão sem esse poder. Sobre isso, John Stott reflete:
“Antes de mandar a igreja para o mundo, Cristo mandou o Espírito para a
igreja. A mesma ordem precisa ser observada hoje.” Ore hoje pelo
derramamento do Espírito. Com Ele, o povo de Deus se une, confusões são
desfeitas e o evangelho é pregado com poder.
TERÇA 10 DE SETEMBRO
Contraste
E a si mesmo se purifica todo o que Nele tem esta esperança, assim como Ele é
puro. 1 João 3:3
Comparar a vida de João e Judas permite perceber um dos maiores
contrastes entre os 12 apóstolos. De um lado, encontramos o trovejar do
temperamento forte e ambicioso do filho do trovão, que, ainda assim, era
sensível e submisso a Deus. De outro, nos deparamos com a capacidade e
inteligência admiráveis de Judas, que eram inflamadas por excessivas doses
de egoísmo e ganância.
João é um grande exemplo de santificação. Ellen White declara: “Dia a dia
seu coração era atraído para Cristo, até que perdeu de vista o próprio eu no
amor pelo Mestre. O poder e a ternura, a majestade e a brandura, o vigor e
a paciência que ele via na vida diária do Filho de Deus encheram-lhe a
alma de admiração. Ele submeteu seu temperamento ambicioso e vingativo
ao modelador poder de Cristo” (Atos dos Apóstolos, p. 557).
Sua relação sincera com Cristo e a luta intensa contra o pecado
permitiram que o Mestre realizasse nele o processo da santificação, que,
conforme o ensino de Ellen White, “não é obra de um momento, de uma
hora, de um dia, mas da vida toda. [...] É o resultado de morrer
constantemente para o pecado e viver constantemente para Cristo” (ibid.,
p. 560).
Em contraste com a santificação de João, vemos a apostasia de Judas. Ele
desejou seguir o Senhor e não era totalmente insensível às tentativas do
Céu de salvá-lo, “mas ele não humilhava o coração nem confessava seus
pecados” (ibid., 557). Por conta disso, ele permitiu que o pecado crescesse
de modo descontrolado em sua vida “até que Satanás alcançou sobre ele
pleno controle” (ibid., p. 558).
Os dois tiveram as mesmas oportunidades. Ellen White indica o motivo
de eles terem tido finais tão diferentes: “João guerreou ferozmente contra
suas faltas; mas Judas violava a consciência e cedia à tentação […]. Ao
passo que um em humilhação estava aprendendo de Jesus, o outro revelava
não ser cumpridor da Palavra, mas ouvinte apenas. Um, morrendo
diariamente para o eu e vencendo o pecado, era santificado pela verdade; o
outro, resistindo ao poder transformador da graça e condescendendo com
desejos egoístas, era levado para a escravidão de Satanás” (ibid., p. 558).
Qual tem sido sua escolha? Permita que Deus realize em sua vida a
maravilhosa obra de santificação diária, que preparará você para viver no
Céu.
SÁBADO 14 DE SETEMBRO
Crescimento completo
E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos
homens. Lucas 2:52
André morava com os pais, Marlene e Julio, em Iquitos, na selva peruana.
Como Julio era militar e viajava muito, André começou a participar do
Clube de Desbravadores com a mãe.
Julio não gostava que o filho fosse ao clube. Entretanto, depois de muita
insistência, o pai foi a uma reunião. Ao ver a ordem unida, o respeito à
pátria e à família, o preconceito dele foi quebrado. Começou então a
frequentar as reuniões aos domingos, ajudar como instrutor e logo também
passou a participar das atividades do clube aos sábados. Envolveu-se em
um pequeno grupo, recebeu estudos bíblicos e, poucos meses depois, toda
a família foi batizada.
Deus gosta de usar crianças e juvenis em Sua obra. Por isso, precisamos
prepará-los corretamente para esta vida e para a eternidade. O Senhor
estabeleceu diferentes meios para que isso possa ser feito. A família, a
educação cristã e a igreja são parceiras nesse processo. Cada um desses
métodos tem um importante papel na transmissão dos valores cristãos e
no preparo de cada criança para ser testemunha de Jesus.
Na igreja, porém, o Clube de Desbravadores é um meio eficiente de dar
consistência à vida espiritual das crianças e juvenis. Ele estabelece valores
mais profundos, um discipulado mais intenso, um aprendizado mais amplo
para a vida e um preparo mais sólido para enfrentar desafios.
Se esses meios forem empregados de modo correto, as crianças e juvenis
se desenvolverão de modo integral, como Cristo. Crescerão mental
(sabedoria), física (estatura), espiritual (graça diante de Deus) e
moralmente (graça diante dos homens).
A educação sólida e completa não acontece por acaso. É resultado de ação
intencional, exemplo coerente e oração intensa. Ellen White afirma: “Pela
sincera e fervorosa oração, os pais devem construir um muro em torno dos
filhos. Devem suplicar, com plena fé, que Deus habite entre eles e santos
anjos os guardem, a eles e aos filhos, do poder cruel de Satanás” (Conselhos
Para a Igreja, p. 152). Faça tudo o que você puder para oferecer a nossas
crianças um crescimento completo como o de Jesus. Assim, elas serão
instrumentos poderosos nas mãos de Deus.
DOMINGO 15 DE SETEMBRO
Crise
O diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe
resta. Apocalipse 12:12
É possível que a palavra “crise” seja a que melhor represente o momento
em que o mundo está vivendo. Ao ouvir esse termo, alguns pensam no
cenário político, na corrupção ou na moralidade, mas a ferida é muito mais
profunda. Ela aparece nas folhas; mas, na verdade, está na raiz. Origina-se
na rejeição gradual dos valores cristãos. A sociedade está apenas colhendo
o que tem plantado.
As Escrituras nos ajudam a entender a origem das crises. O problema
teve início no Céu e, desde que veio para a Terra, não para de piorar. O
apóstolo João apresenta o “olho do furacão” da grande crise humana: “O
diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe
resta” (Ap 12:12).
Não é difícil perceber os efeitos cada vez mais destrutivos da fúria
desesperada do inimigo. Como resultado, a maldade avança
vertiginosamente. As pessoas fazem o que é errado e defendem o erro
como acerto. Cada um se acha dono da própria verdade; mas, em realidade,
estão todos sem rumo. O egoísmo está cada vez mais forte nos corações, e
o resultado é uma crise sem precedentes.
A atuação do inimigo é desenfreada e produz rápidas transformações no
mundo. O terrorismo e o fundamentalismo religioso explodiram de uma
hora para outra, mudando o comportamento global e a maneira de ver as
religiões. Estamos vivendo em meio a uma revolução cultural, em que as
questões sexuais e familiares deixam de ser regidas pelos parâmetros
bíblicos e passam a ser orientadas pelos impulsos pecaminosos da
sociedade.
No âmbito ecológico, o mundo só anda para trás. Pouco se falava sobre
isso no passado, mas os danos foram se ampliando e, de uma hora para
outra, o planeta ficou ameaçado e não há organismos mundiais capazes de
resolver o problema.
A crise está ficando sem controle. E o que nós estamos fazendo diante
desta situação? Se o inimigo tem pressa para a perdição, não deveríamos
ter ainda mais pressa para anunciar esperança e salvação?
Deus está buscando pessoas que não tenham medo de se levantar e
enfrentar a crise com esperança. Permaneça ao lado de Deus e ajude quem
está ao seu redor a tirar os olhos das dificuldades e colocá-los na
eternidade.
SEGUNDA 16 DE SETEMBRO
Obreiras de Deus
Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à Sua eterna glória,
depois de terdes sofrido por um pouco, Ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar,
fortificar e fundamentar. 1 Pedro 5:10
Não é fácil enfrentar crises. Muitas vezes, elas esgotam as energias,
afetam o ânimo e até debilitam a saúde. É assim que a maioria encara as
situações difíceis. Entretanto, existe outra maneira de enfrentar os
problemas. Ellen White nos diz: “As provações da vida são obreiras de Deus
para remover de nosso caráter impurezas e arestas” (Beneficência Social, p.
20).
O entendimento do apóstolo Paulo era semelhante. Ele disse: “Pelo que
sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas
perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando sou fraco,
então, é que sou forte” (2Co 12:10).
Como diz um antigo ditado: “A extremidade do homem é a oportunidade
de Deus.” Em momentos assim, podemos aprender lições preciosas, pensar
com mais profundidade na vida, valorizar as pessoas, olhar para cima e
buscar mais intensamente a Deus. Há uma bênção escondida por trás de
cada lágrima. Spurgeon disse: “Aqueles que mergulham no mar das aflições
trazem pérolas raras para cima.”
As crises são “obreiras de Deus” também porque confirmam nossa
esperança. Profetizadas nas Escrituras como sinais do tempo do fim, elas se
cumprem de modo pleno bem diante de nossos olhos todos os dias. Por
mais que tudo esteja profetizado, não nos alegramos com o sofrimento.
Porém, como povo do Senhor, nos levantamos para servir e compartilhar
esperança.
Todo esse cenário difícil nos indica em que altura estamos de nossa
jornada para o Céu e que atitude devemos ter. O próprio Jesus recomendou
que, quando todas essas coisas estivessem ocorrendo, não deveríamos
baixar a cabeça em sinal de lamento, mas levantá-la em sinal de confiança,
pois nossa redenção se aproxima (Lc 21:28).
Enfrente as crises com esperança. Quando você permite que elas se
tornem “obreiras de Deus”, Ele as usa para “aperfeiçoar, firmar, fortificar e
fundamentar” (1Pe 5:10) seu caráter e preparar você para viver no Céu.
TERÇA 17 DE SETEMBRO
Levante-se
Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. João 5:8
Era festa da Páscoa, e Jesus decidiu ir para Jerusalém. Sábado cedo, ao sair
para a sinagoga, passou pelo que era considerado o “hospital” público da
cidade. Chamado de Betesda, que em hebraico significa casa de
misericórdia, era um “hospital” diferente, com cinco pavilhões e uma
piscina no centro. Não havia médicos, enfermeiras nem medicamentos. Os
doentes acreditavam que quem descesse primeiro às águas movimentadas
por um anjo seria curado.
Um homem, paralítico havia 38 anos, estava ali. Ao Se aproximar dele,
Jesus foi direto: “Queres ser curado?” (Jo 5:6). O paralítico respondeu
apenas que não havia ninguém que o lançasse nas águas. Ele não
respondeu à pergunta de Jesus. Precisava somente dizer sim ou não e
mostrar o tamanho de sua fé. Por isso, Cristo fez o milagre, colocou a
solução nas mãos dele e disse: “Levanta-te, toma o teu leito e anda” (v. 8).
O paralítico precisava decidir se aceitaria o milagre ou continuaria deitado
pelo resto da vida. Havia recebido a cura, mas precisava colocar forças nas
pernas e levantar.
De modo semelhante, quem está paralisado pelo pecado só vivencia o
milagre da libertação quando o poder divino e o esforço humano se unem.
Você já observou como há pessoas que desejam vencer seus pecados, mas
isso não se traduz em atitudes de abandono do erro? Gente assim ouve a
Palavra de Deus, mas não a pratica.
Quando enfrentamos as tentações, o Senhor nos dá coragem para agir e
as condições para vencer, mas a decisão de recusar o mal é nossa. Não
adianta orar se você não assumir uma atitude resoluta de abandonar o
pecado. O esforço humano é necessário.
Por outro lado, há aqueles que se apegam apenas à própria força e se
esquecem de que o poder para vencer o pecado está em Deus. Nossa
participação é importante, mas sozinha não tem valor algum. Sem conexão
com o Céu, somos fracos e não temos nenhuma chance contra o tentador e
a tentação.
Quer vencer o que tem derrotado você? Busque permanentemente o
poder de Deus e decida enfrentar seu ponto fraco. Apodere-se da Palavra
de Deus, que pronuncia sua vitória. Creia nela, levante-se e ande pela fé.
Agindo assim, pecado algum poderá paralisar você.
QUARTA 18 DE SETEMBRO
O cuidado de Deus
Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas,
diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graças. Filipenses 4:6
Em 2002, com minha família, passei por uma situação que nos causou
estresse e ansiedade. Na época, eu era diretor de jovens da União Nordeste
Brasileira e deveria participar do Congresso Sul-Americano de Jovens, no
Chile. Com pouca experiência em viagens internacionais, chegamos para o
embarque sem ter um passaporte para meu filho, que era um bebê. Não
nos autorizaram embarcar com a criança. Eu tinha que ir ao Chile, mas
estava triste por não poder levar minha família. Tentamos todas as
possibilidades, mas não deu certo. Minha esposa, Adriene, e nosso filho,
Matheus, ficaram com meus sogros no Rio de Janeiro para tentar fazer os
documentos e embarcar no dia seguinte.
Contudo, o que era ruim ficou ainda pior. O juizado de menores estava
em greve. Se isso não fosse suficiente, eu não havia deixado uma
autorização escrita para que Adriene fizesse os documentos do bebê
sozinha.
Mesmo assim, ela decidiu tentar. Depois de muita oração e insistência,
foi atendida pela pessoa responsável. A funcionária resistiu em preparar o
documento sem a autorização do pai, mas, no fim, acabou aceitando o avô
como responsável.
Faltava ainda o passaporte. Tensa com a situação, Adriene, na companhia
de meus sogros, foi à Polícia Federal orando e pedindo outro milagre. Foi
quando dois senhores lhe deram uma atenção especial. Um deles
preencheu pessoalmente todos os formulários, e minha esposa apenas
assinou. Em poucos minutos, ela recebeu o passaporte pronto. Mais tarde,
ela descobriu que havia sido atendida pelo delegado-chefe da Polícia
Federal. No fim do dia, depois de muitos milagres, embarcaram para o
Chile.
Aquela parecia uma situação impossível, mas Deus cuidou de tudo.
Experimentamos o que Ellen White disse: “Em qualquer emergência
devemos sentir que a batalha é [do Senhor]” (Profetas e Reis, p. 202).
Se quiser sentir a paz de Deus em meio aos desafios da vida, faça tudo o
que estiver a seu alcance, mas não deixe de colocar cada necessidade nas
mãos do Senhor com oração, súplica e ação de graças. Ele sempre fará o
melhor.
QUINTA 19 DE SETEMBRO
Criação e recriação
Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram.
Apocalipse 21:1
Criação e recriação estão profundamente ligadas. Isso fica evidente
quando comparamos o primeiro e o último livro da Bíblia. Em Gênesis 1:1,
Moisés relata que “no princípio criou Deus os céus e a terra”; em
Apocalipse 21:1, João se refere ao recomeço de tudo com a expressão “novo
céu e nova terra”.
Os dois primeiros capítulos da Bíblia (Gn 1, 2) e os dois últimos (Ap 21,
22) apresentam um mundo sem pecado. Gênesis também revela como foi o
começo do mundo e o fim da perfeição. O Apocalipse mostra o fim do
mundo e o começo da perfeição. Em Gênesis, o pecado surge; no
Apocalipse, ele é exterminado. Em Gênesis, a árvore do conhecimento do
bem e do mal traz a morte; no Apocalipse, a árvore da vida traz eternidade
às nações. Em Gênesis, surgem a lágrima, a dor e a morte; no Apocalipse,
elas desaparecem. Em Gênesis, Deus busca o homem e pergunta: “Onde
estás?”; no Apocalipse, toda a carne adora perante o Senhor. Em Gênesis,
as portas do jardim são fechadas; no Apocalipse, as portas da nova Terra
são abertas. Em Gênesis, a vida eterna é perdida; no Apocalipse, ela é
devolvida. Finalmente, o conflito que se inicia em Gênesis é resolvido no
Apocalipse.
Para crer no livro do Apocalipse é preciso acreditar no livro de Gênesis.
Por isso, o inimigo tenta a todo custo lançar descrédito no relato bíblico da
criação. Assim, ele desestabiliza a base de nossas crenças.
Se não houve criação, conforme relatada em Gênesis 1 e 2, também não
houve pecado nem há necessidade de salvação. O sábado passa a ser
apenas um elemento cultural de um povo e não mais o dia do Senhor para
toda a humanidade. A família perde seu modelo divino e pode se orientar
por outros paradigmas. A mensagem da volta de Cristo também deixa de
ter significado, porque, se não somos capazes de crer na criação, como
creremos em um processo ainda mais complexo de recriação? Se não
aceitamos que Deus formou o “homem do pó da terra e lhe soprou nas
narinas o fôlego de vida” (Gn 2:7), como iremos crer que “ouvida a voz do
arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, [...] os mortos em Cristo
ressuscitarão primeiro” (1Ts 4:16)?
Apenas quando você aceita o começo, passa a entender o fim. Por isso,
permaneça fiel à revelação para não comprometer sua salvação.
SEXTA 20 DE SETEMBRO
Nossa esperança
Vi novo céu e nova terra, […] e o mar já não existe. Apocalipse 21:1
O Apocalipse renova nossa esperança e garante que o dia do retorno de
Jesus está próximo. O mundo já parece estar “maduro” ou bem perto disso.
Pense bem: Será que a situação ainda pode ficar muito pior? Qual será a
condição do planeta e das pessoas, daqui a 20 ou 30 anos, se continuarmos
no ritmo em que estamos? O evangelho do reino também está sendo
pregado fortemente. Com os rápidos meios de comunicação em massa, já
não podemos contabilizar seu alcance. O Céu também está pronto. João o
viu e confirmou a promessa feita a Isaías: “Eis que Eu crio novos céus e
nova terra” (Is 65:17). Como Ellen White disse, “ouvimos os passos de um
Deus que Se aproxima” (Evangelismo, p. 219).
Ao falar sobre a nossa esperança de viver no lugar perfeito que Deus está
preparando para nós, João enfatiza, no verso de hoje, que “o mar já não
existe”. Isso parece contraditório, já que o mar é parte da criação divina, e o
próprio apóstolo menciona, em Apocalipse 4:6 e 15:2, a existência do mar
de vidro no Céu.
Para entender melhor, é preciso lembrar que o apóstolo estava exilado na
ilha de Patmos, onde o mar, em determinadas épocas do ano, é
extremamente violento. As ondas fortes representavam para ele medo,
ameaça e condenação. Além disso, cercado de água por todos os lados, é
possível que João enxergasse o mar como algo que o separasse de seus
queridos. Por meio dessa linguagem figurada, o apóstolo estava dizendo
que, na nova Terra, “a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto,
nem dor, porque as primeiras coisas passaram (Ap 21:4).
Se fosse contextualizar para sua vida, como você terminaria o verso
bíblico de hoje? Talvez você escreveria: “e o câncer já não existe”, ou “e a
morte já não existe”, ou possivelmente “e o desemprego já não existe”.
Deus lhe permite olhar para cima com a certeza de que em breve o
sofrimento acabará.
O livro do Apocalipse apresenta de modo claro nossa esperança. Nele,
além de revelar a concretização de Sua justiça e as belezas que têm
preparado, o Senhor nos conforta com a certeza de que todo tipo de
sofrimento existente neste mundo não existirá mais. Jesus em breve virá!
Essa é a nossa esperança. Mantenha essa certeza viva no coração.
SÁBADO 21 DE SETEMBRO
Sete trios
Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que
diz a verdade, para que também vós creiais. João 19:35
Alguns comentaristas creem que o evangelho de João tenha sido o último
livro da Bíblia a ser escrito. Acredita-se que o apóstolo o tenha redigido
após seu retorno da ilha de Patmos, por volta do ano 96 d.C. Assim, esse
tesouro das Escrituras deve ter ficado pronto cerca de 60 anos depois de
Jesus ter regressado ao Céu.
Tudo indica que João teve bastante tempo para analisar a vida e os
ensinos de Cristo. Muitas das histórias relatadas em seu livro não são
narradas nos outros evangelhos. Sua atenção se concentrou no sacrifício de
Cristo. Afinal, esse é o centro da mensagem da salvação.
O capítulo 19 recebe um destaque especial. Nessa seção, João explora o
sacrifício expiatório de Jesus por meio de sete trios, que ocorrem
combinados apenas em seu evangelho. Eles mostram a força do sacrifício,
da entrega e da salvação oferecidas pelo Senhor.
Ao julgar o caso de Jesus, três vezes Pilatos disse: “Não vejo culpa neste
homem.” No entanto, mesmo sem base legal, permitiu que o Senhor fosse
condenado à morte. Três pessoas foram crucificadas no Calvário na Páscoa
do ano 31: Jesus e dois ladrões. Três idiomas foram usados no texto
colocado sobre a cruz: hebraico, grego e latim. Três Marias estavam ao pé
da cruz: a mãe de Jesus, a irmã de sua mãe e Maria Madalena.
Três frases foram proclamadas por Jesus na cruz: “João, esta é tua mãe”,
“Tenho sede” e “Está consumado”. Três escolhas nasceram no contexto do
sacrifício do Calvário: Jesus escolheu carregar a cruz, escolheu as palavras
que usaria na cruz e escolheu o tempo de Sua morte. Três feridas estiveram
ligadas à cruz: Jesus foi açoitado, Suas mãos e pés foram furados pelos
pregos e Seu lado direito foi furado.
Tudo isso teve o objetivo de mostrar o quanto nossa salvação foi
preparada em detalhes pelo Céu, experimentada com intensidade por Jesus
e descrita com profundidade na Bíblia. Como disse C. S. Lewis, nas
Escrituras, vemos como “o Filho de Deus tornou-Se homem para
possibilitar que os homens se tornem filhos de Deus”. Permita que esse
sacrifício de amor, tão intenso, transforme sua vida hoje.
SEGUNDA 23 DE SETEMBRO
Transtornando o mundo
Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as
autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram
também aqui. Atos 17:6
Paulo e Silas estavam em Tessalônica. Como era de costume, foram à
sinagoga no sábado. Aquele era o lugar ideal para adorar, mas também para
encontrar corações sinceros.
Durante três sábados, Paulo pregou, mostrando Jesus nas profecias do
Antigo Testamento, apresentando Seu ministério no santuário celestial e
Sua volta à Terra. Segundo Ellen White, o impacto da mensagem sobre a
segunda vinda foi tão forte “que produziu na mente de muitos dos ouvintes
uma impressão que nunca mais se apagou” (Atos dos Apóstolos, p. 228, 229).
Os resultados foram impressionantes. Primeiramente “foi atraída a
atenção de grandes congregações” (ibid., p. 229). Em seguida, uniram-se a
eles “numerosa multidão de gregos piedosos e muitas distintas mulheres”
(At 17:4).
No entanto, os judeus ficaram incomodados e reuniram uma turma de
malandros para atacar Paulo e Silas. Como não encontraram os
evangelistas, “alvoroçaram a cidade e, assaltando a casa de Jasom,
procuravam trazê-los para o meio do povo” (At 17:5). Eles foram levados às
autoridades e acusados de ser apoiadores dos dois pregadores.
Querendo atacá-los, os judeus acabaram fazendo um grande elogio
dizendo: “Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui”
(At 17:6). A versão King James diz que eles estavam “virando o mundo de
cabeça para baixo”.
Essa acusação mostra o tamanho do impacto causado por uma obra que
alcançava tantas pessoas e mexia intensamente com as crenças judaicas.
Onde os cristãos chegavam, as coisas nunca mais voltavam a ser como
antes. Os pregadores eram impactantes; a mensagem, transformadora; e a
igreja, relevante. Essa combinação “virou o mundo de cabeça para baixo”.
E a igreja da qual você é membro? Também está “transtornando” ou
“virando de cabeça para baixo” sua comunidade? A presença dela é sentida,
sua atuação é efetiva, a mensagem é poderosa, e os resultados,
impactantes?
E sua vida? Tem sido marcante, com uma visão missionária e uma
liderança que move a igreja? Onde quer que você esteja, faça a diferença,
mova sua igreja, com brilho nos olhos e fogo no coração.
TERÇA 24 DE SETEMBRO
É apenas o começo
Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os
filhos de Israel? Êxodo 3:11
Para Deus, nossas aparentes derrotas são claras vitórias. Essa realidade
está registrada em toda a Bíblia. Gosto de observar a forma como isso é
destacado na história de Moisés. Muitas vezes, as coisas penderam para um
fim dramático. O inimigo parecia comemorar dizendo: “É o fim!” Deus,
porém, permitia que uma grande porta se abrisse para dizer: “É apenas o
começo.”
Moisés nasceu escravo, num período em que todos os meninos hebreus
deveriam ser mortos. Naquele momento, tudo parecia acabado. Dava para
imaginar o inimigo dizendo: “Agora é o fim!” Pouco tempo depois, ao ser
encontrado e adotado pela filha de Faraó, Moisés passou a ter não apenas
garantia de vida, mas também o cuidado da própria família. Era como se
Deus dissesse: “É apenas o começo das bênçãos que tenho para ele.”
Quando ele cresceu e sua mãe precisou devolvê-lo à filha de Faraó, o
inimigo parecia dizer: “Agora, sim, é o fim!” Apesar disso, no período em
que o jovem Moisés esteve no palácio, foi educado pelos melhores mestres,
para mais tarde escrever a história de Jó e os cinco primeiros livros da
Bíblia. Era como se Deus estivesse dizendo: “É apenas o começo.”
Quando Moisés matou o egípcio e fugiu para o deserto, parece que o
inimigo tinha razão em dizer: “Agora, realmente, é o fim!” Por outro lado,
quando Deus o chamou da sarça ardente, após 40 anos e mostrando
diferentes milagres, estava dizendo: “Isso é apenas o começo do que vou
fazer por intermédio dele.”
Quando o povo estava diante do Mar Vermelho, preso entre as
montanhas e o exército de Faraó, o inimigo estava comemorando: “Agora
será o fim!” Mas Deus abriu o mar, o povo passou em terra seca e começou
a jornada de conquista da Terra Prometida. Foi como se Deus estivesse
dizendo: “Isso foi apenas o começo!”
Quando Moisés feriu a rocha e perdeu o direito de entrar na Terra
Prometida, o inimigo acreditou: “Agora, sim, chegou o fim!” Então, do alto
do monte Nebo, Moisés contemplou toda a terra, morreu, foi ressuscitado
e levado ao Céu. E Deus confirmou: “Realmente, é apenas o começo.”
E assim pode ser conosco também. Tenha essa certeza sempre com você,
durante suas atividades, planos e desafios pessoais. A vitória de Cristo
torna nossas dificuldades apenas o começo de novas oportunidades e
vitórias.
QUARTA 25 DE SETEMBRO
Os “nãos” de Deus
Não terás outros deuses diante de Mim. Êxodo 20:3
No Decálogo, a palavra “não” se destaca. Somente o quarto e o quinto
mandamentos, que conectam as duas partes da lei moral, são iniciados de
outra forma.
Por que Deus diz tantos “nãos”? Alguns creem que o objetivo é tirar a
liberdade e a felicidade humana. Outros veem como proteção, que livra de
riscos, perigos e sofrimentos. Mas há pelo menos quatro razões para esses
“nãos” de Deus.
Para nos proteger das sutis tentações de Satanás. Deus sabe que o inimigo é
sutil e perigoso. Para evitar que sejamos enganados, Ele redigiu Sua eterna
lei no Sinai de modo muito claro. Não deixou portas abertas para que o erro
pudesse se disfarçar de verdade. Quanto mais a porta estiver fechada,
menos o inimigo terá entrada.
Para estabelecer o padrão divino e não o humano. Nossa consciência e
preferências pessoais estão infectadas pelo pecado; por isso, não somos
capazes de definir o certo e o errado. A Bíblia é clara em afirmar que a
tendência “da carne é inimizade contra Deus” (Rm 8:7). Em geral, nossas
escolhas nos afastam mais da verdade. Só Deus conhece o caminho certo.
Você já pensou no que aconteceria com a igreja se cada um definisse seus
limites espirituais? Os liberais iriam se basear na opinião e na atração, e os
ultraconservadores multiplicariam regras e opressão. Tudo terminaria em
uma grande confusão.
Para definir nossa identidade. Somos representantes diretos do Senhor e,
se não formos coerentes, o cristianismo perderá sua força, influência e
relevância. Os limites de Deus preservam nossa identidade e estilo de vida.
Se seus hábitos são semelhantes aos de quem não têm Jesus como Senhor,
como Ele será revelado em sua vida?
Para não brincarmos com fogo. Muitas vezes, as regras de Deus tratam de
questões aparentemente pequenas ou inofensivas. No entanto, nunca
podemos nos esquecer de que Ele enxerga mais longe. Quando diz “não”,
na verdade, quer nos livrar de riscos que não somos capazes de identificar.
Ele conhece, melhor do que ninguém, as estratégias do inimigo, o limite de
nossa resistência e os danos futuros. Sabe que, se brincarmos com fogo,
vamos acabar nos queimando.
Os “nãos” de Deus são uma bênção para nós. Por trás de toda negação
divina, há um sonoro “sim” amoroso que garante nossa liberdade e
felicidade. Permaneça fiel aos preceitos do Céu, e você não ficará preso às
garras do pecado.
QUINTA 26 DE SETEMBRO
Jessie Halliwell
O Rei responderá: “Digo-lhes a verdade: O que vocês fizeram a algum dos Meus
menores irmãos, a Mim o fizeram”. Mateus 25:40, NVI
Jessie e Leo Halliwell dedicaram 27 anos aos ribeirinhos da região
amazônica. Realizaram uma obra humanitária e missionária
impressionante. Mais da metade das crianças da região morria sem atingir
a juventude, por causa de malária, cobras, jacarés e piranhas. Na selva,
viviam cerca de 100 tribos indígenas com grandes necessidades. Leo e
Jessie chegaram com seus filhos Jack e Marian a essa região a bordo do
barco Luzeiro, enfrentando todo tipo de experiências.
Jessie era uma pessoa de sorriso franco e temperamento paciente. Uma
esposa amorosa, mãe exemplar, mulher hospitaleira, enfermeira por
vocação, amiga, corajosa e muito prestativa. Especialista na aplicação de
tratamentos hidroterápicos, também foi uma excelente nutricionista e
colportora de sucesso. Jessie ajudou no nascimento de centenas de
crianças, tratou mais de 250 mil doentes e atendeu às necessidades físicas
e espirituais de cerca de 750 mil pessoas. Juntos, Leo e Jessie levaram
milhares de pessoas a Jesus e estabeleceram dezenas de igrejas.
Em uma noite, uma canoa se aproximou do barco Luzeiro com um
menino remando contra a correnteza. Ele estava com malária, o pai e os
irmãos haviam morrido e sua mãe estava muito doente. Ele perguntou a
Jessie: “Você tem algum remédio para a febre? O feiticeiro tentou expulsar
os maus espíritos e me bateu com espinhos.” Jessie o curou da malária e o
libertou da escravidão do mal.
Ela descansou aos 68 anos de idade. Dedicou a vida para curar, educar e
salvar pessoas. Em seu túmulo, há uma pequena lápide com o desenho de
um barco missionário e o resumo de seu ministério: “Ela cumpriu sua
missão de amor.”
Em geral, quando o ministério do casal Halliwell é lembrado, Leo é o
homenageado. Porém, gostaria que você também fosse inspirado pela
história de entrega e dedicação de Jessie, que, sem dúvida, foi fundamental
para que muitas pessoas fossem abençoadas.
Os ribeirinhos continuam recebendo atendimento de vários barcos
Luzeiro e de novos missionários na região amazônica. Contudo, o desafio
de curar e salvar não está restrito a esse lugar. Existe gente bem perto de
você precisando de ajuda. Como protagonista ou atuando com mais
discrição, use seus talentos para cumprir essa missão de amor.
SÁBADO 28 DE SETEMBRO
O momento certo
Assim, pois, não é da vontade de vosso Pai celeste que pereça um só destes
pequeninos. Mateus 18:14
Nos anos de 2010 e 2016, tive o privilégio e a emoção de batizar meus
filhos. Tínhamos combinado que o batismo dos dois seria realizado no
sábado mais próximo ao aniversário de dez anos de cada um, e foi
exatamente o que aconteceu. O momento certo para o batismo de um
juvenil é pessoal e deve ser analisado sempre com carinho e equilíbrio
pelos pais.
Antes de chegar a uma conclusão sobre o momento certo, precisamos ter
em mente que o batismo é o início e não o fim de um processo. A decisão
de um juvenil deve ser vista dentro desse contexto, pois ele está apenas
começando a entender as questões mais complexas da vida. Segundo Ellen
White, “o batismo não torna nenhuma criança cristã, nem as converte; é
apenas um sinal exterior que mostra que devem ser filhos de Deus,
reconhecendo que creem em Jesus Cristo como seu Salvador e que, dali por
diante, viverão para Ele” (Orientação da Criança, p. 499).
Apenas o desejo de uma criança não é suficiente para que ela seja
batizada. É preciso que compreenda a importância dessa decisão e conheça
as verdades bíblicas básicas. Porém, se ela começar a alimentar esse desejo
desde cedo, não deve ser proibida, e sim motivada a continuar estudando,
com atividades criativas que a preparem para o momento certo. Por outro
lado, precisamos ser habilidosos ao tratar do assunto, sem criar imposições,
dificuldades, metas de “santidade”, e muito menos ameaçar usar o batismo
como forma de disciplina. Tudo isso provoca rejeição em lugar de
motivação. No futuro, quando os pais ou líderes acharem que chegou a
hora, o adolescente ou jovem poderá não mais ter interesse.
Voltando à questão do momento certo, Ellen White nos ajuda a encontrar
a solução. Ela ensina que “crianças de oito, dez ou doze anos já têm idade
suficiente para ser levadas ao tema da religião individual” (Orientação da
Criança, p. 490, 491).
Sempre valorize as decisões espirituais de seus filhos, pois a “criança que
crê em Cristo é tão preciosa à Sua vista como são os anjos ao redor do Seu
trono. Elas devem ser levadas a Cristo e educadas para Ele” (O Lar
Adventista, p. 279). No momento certo, o batismo deve ser incentivado,
não censurado.
DOMINGO 29 DE SETEMBRO
Quantidade e qualidade
Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos
discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé. Atos 6:7
Certa vez, ouvi uma declaração de um teólogo que me intrigou: “Como
líderes e membros temos muitos problemas, mas como igreja temos
apenas um problema: Jesus ainda não voltou.” Fiquei me perguntando:
“Onde estamos falhando?”
Esse tipo de questão costuma provocar debates tensos entre aqueles que
defendem uma ênfase exclusiva na missão para que Jesus volte em nossa
geração e os que acreditam que nosso objetivo principal deve ser o de
preparar uma igreja sem mácula para o encontro com o Senhor. Afinal,
devemos investir no crescimento ou concentrar as energias na
manutenção? Nossa ênfase deve estar na missão ou na condição?
Apesar dos fortes defensores de cada posição, o ideal é integrar os dois
pontos de vista. Se queremos realmente ver Cristo voltar em nossos dias,
precisamos crescer em quantidade e qualidade, ou seja, muito e bem. Não
podemos alimentar uma visão unilateral nem acreditar que crescer pouco é
crescer bem ou crescer muito é crescer mal. Ao mesmo tempo em que
fomos chamados para ser o remanescente dos últimos dias, também fomos
escolhidos para levar ao mundo uma mensagem de graça, verdade e
esperança (Mt 24:14; 28:18-20). Nossa condição deve nos levar ao
cumprimento da missão, pois “uma igreja que trabalha é uma igreja viva”
(Ellen White, Medicina e Salvação, p. 332).
Nossa busca deve ser por uma igreja que cresça em número, mas também
em profundidade, compromisso, conhecimento da Palavra e fidelidade. E
que esteja mais forte e preparada para receber o Espírito Santo, cumprir a
missão com poder e então ver Cristo voltar. Ellen White, referindo-se aos
dias pouco antes da segunda vinda de Jesus, afirma: “Muitos se converterão
em um dia; pois a mensagem avançará com poder” (E Recebereis Poder, p.
126).
Não vamos resolver o problema da apostasia diminuindo a ênfase no
crescimento. O equilíbrio entre quantidade e qualidade nos servirá de
lembrança de que o objetivo da igreja não é apenas ter um templo cheio,
mas ver o Céu cheio.
SEGUNDA 30 DE SETEMBRO
Melhores influências
Aquele que pratica o bem procede de Deus. 3 João 11
Ao escrever sua terceira carta, a menor de todas, o apóstolo João fala de
influência e de relacionamentos. Ele usa como referência três pessoas cujo
comportamento pode nos ensinar algumas lições.
A primeira é Gaio, apresentado como um genuíno homem de Deus. Ao
descrevê-lo, o apóstolo diz que ele era amigo, fiel, coerente e de bom trato
com todos, tanto os irmãos na fé quanto os desconhecidos e estrangeiros.
Ele alegrava o coração de João por sua fidelidade. Era um exemplo que
merecia ser seguido por todos.
João também menciona um homem chamado Diótrefes. Ao contrário de
Gaio, esse indivíduo é descrito como criador de problemas, egoísta, crítico,
insensível e orgulhoso. Alguém que não apenas incomodava os irmãos,
mas também atrapalhava os interessados. Se Gaio era um homem de Deus,
Diótrefes se sentia um “deus” para os homens. A atitude de Diótrefes não
merecia ser seguida por ninguém.
Além desses dois homens, o apóstolo apresenta Demétrio e seu triplo
testemunho positivo. Em primeiro lugar, João deixa claro que a influência
de Demétrio podia ser sentida pela comunidade. Em relação a ele, a carta
registra a expressão “todos lhe dão testemunho” (v. 12). Além disso, o texto
bíblico diz que “até a própria verdade” testemunhava sobre Demétrio,
evidenciando que seu discurso e prática estavam em sintonia. Finalmente,
“nós também damos testemunho”, diz o apóstolo. Com essa expressão, João
disse que a liderança apostólica reconhecia a vida piedosa, equilibrada e
consagrada de Demétrio. A comunidade, a verdade e a liderança da igreja
testemunhavam positivamente sobre esse homem de Deus.
Todos nós influenciamos pessoas. Que influência você tem exercido?
Seus atos e palavras têm ajudado os outros a serem mais equilibrados,
coerentes e fiéis? Sua vida tem inspirado pessoas a amar e seguir a Cristo
ou suas atitudes as afastam Dele?
Apenas Cristo é o modelo perfeito. Você e eu temos muitas falhas. No
entanto, quando andamos com Ele, nossa vida se torna referência positiva
(ver 1Co 11:1). Seja um imitador de Jesus e você influenciará muitas
pessoas para o bem.
Outubro
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30 31
TERÇA 1º DE OUTUBRO
Tire as sandálias
Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é
terra santa. Êxodo 3:5
Moisés vivia um momento singular. Primeiro se deparou com o milagre
de um pequeno arbusto que queimava, mas não era consumido. Em
seguida, ouviu a voz de Deus, pronunciada entre as labaredas de fogo.
Depois, reconheceu a santidade do Senhor e tirou as sandálias dos pés,
aceitando que o solo poeirento do deserto se tornara sagrado, porque Deus
estava ali.
Deus é santo e deve ser respeitado como tal. Não podemos perder o
senso de Sua grandeza, glória, majestade, soberania, poder e santidade. É
verdade que Deus é nosso amigo, porém não devemos nos esquecer de que
Ele é o Senhor; merece carinho, mas também respeito e reverência. O
próprio Moisés, quando estava em Sua presença, virava o rosto para não ser
consumido por Sua glória. No terceiro mandamento, recebemos a ordem
de respeitar o Senhor e Seu nome (Êx 20:7).
No entanto, esse respeito não é automático para a natureza pecaminosa.
Precisa ser cultivado. Se quisermos honrar nosso Deus, não devemos:
1. Usar ou mencionar Seu nome de maneira vulgar, em expressões
impulsivas ou até negativas.
2. Agir de maneira desrespeitosa dentro da igreja, demonstrando
desinteresse ou falta de atenção, e até mesmo usando roupas que não
combinem com a santidade do lugar.
3. Atuar de maneira incoerente, assumindo nossa identidade cristã, mas
sendo desonestos, desrespeitando os princípios bíblicos ou não
demonstrando amor ao próximo.
4. Alimentar orgulho espiritual, tentando manipular o Senhor e usá-Lo
para defender os próprios interesses, ou mesmo nos sentir espiritualmente
superiores aos demais.
Nosso Deus é santo. Ao se comportar na presença Dele, seja sempre
simpático, nunca debochado; alegre, mas não sarcástico; sorridente, sem
ser irreverente. Na presença divina, entendemos a real condição humana.
Nosso pecado é revelado, e nossas máscaras caem. Porém, Sua misericórdia
nos envolve e, em Sua graça, somos restaurados. Por isso, nosso
relacionamento com o Senhor deve ser pautado por respeito e amor.
Diante da Majestade do Universo, tire as sandálias dos pés. Nunca se
esqueça: Deus é santo e justo, mas é também amoroso e cheio de
misericórdia.
QUARTA 2 DE OUTUBRO
Nada é impossível
Porque para Deus nada é impossível. Lucas 1:37, NTLH
Histórias de milagres sempre aquecem o coração e renovam a esperança.
Relatos assim nos dão a oportunidade de ver Deus em ação ao transformar
vidas e resolver casos insolúveis. No texto de hoje, apresento a você a
atuação de nosso Pai, fazendo o que só Ele pode: milagres.
Durante muito tempo, Maviael lutou contra o vício da bebida. Precisando
trocar seu colchão, levou-o até o quintal da casa, colocou fogo e saiu para
comprar um novo. No caminho para a loja, passou por um bar e não
resistiu. Entrou, bebeu e gastou todo seu dinheiro.
Voltou para casa sem o colchão novo e sem dinheiro. Situações
semelhantes se repetiram tantas vezes que ele não via mais solução.
Resolveu tirar a própria vida. Certo dia, depois de beber muito, estava sem
rumo e procurou um terreno vazio para usar como banheiro. O primeiro
que encontrou ficava bem ao lado da Igreja Adventista do bairro de
Prazeres, em Pernambuco.
Naquele dia, era realizado o evangelismo de Semana Santa, e Maviael
ouviu a igreja cantar o hino “Caminhando” (Hinário Adventista, no 490). A
música chamou sua atenção, ele foi à porta da igreja e ficou ali até o fim do
programa. Mesmo sem estar totalmente lúcido, gostou do culto.
Voltou no dia seguinte, acompanhado de um vizinho adolescente. Eles
não pararam mais de ir à igreja, foram batizados e permanecem fiéis até
hoje. Maviael se tornou ancião da mesma igreja, e Paulo César, o vizinho
adolescente, se tornou pastor adventista. Além disso, Maviael tem um filho
pastor, um neto pastor – hoje trabalhando como missionário fora do país –
e uma filha professora universitária em uma instituição adventista.
Olhando para Maviael, um alcoólatra incorrigível, você seria capaz de
imaginar um futuro tão promissor? Talvez você conheça outras pessoas que
pareçam casos perdidos, ou você mesmo se sinta nessa condição. Apesar de
não poder voltar ao passado para escrever um novo começo, você pode
recomeçar e escrever um novo final. Resgate sua confiança no amor de um
Deus que “escreve com uma pena que nunca borra, fala com uma língua
que nunca erra, age com uma mão que nunca falha” (Charles Spurgeon).
Não se esqueça de que Deus é capaz dos maiores milagres, nas piores
condições, usando as mais simples situações. Confie Nele, e o impossível
se realizará em sua vida.
QUINTA 3 DE OUTUBRO
Um amigo em Jesus
Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor
dos seus amigos. Vós sois Meus amigos, se fazeis o que Eu vos mando. João
15:13, 14
O nome de Guilherme Miller é bem conhecido de todo adventista do
sétimo dia, tanto pela mensagem que pregou quanto por tudo o que
ocorreu em torno de 1844. Portanto, sua caminhada com o Senhor também
merece ser conhecida, pois serviu de base para sua conversão, pregação e
para o reavivamento que causou na vida de milhares de pessoas.
Miller foi um lavrador íntegro, de coração puro que desejava
sinceramente conhecer a verdade. Deus o escolheu para resgatar a
mensagem da segunda vinda de Cristo, que já vinha sendo estudada em
diferentes lugares, mas foi potencializada em suas mãos. Guilherme fugiu
dessa responsabilidade o quanto pôde, mas Deus o buscou, confirmou seu
chamado e lhe deu as condições necessárias para conduzir esse
movimento.
Em sua infância, ele teve o primeiro contato com a religião; mas, ao
chegar à juventude, por influência de amigos deístas, passou a acreditar em
um mundo criado, mas deixado por Deus à mercê de causas naturais. Aos
34 anos, decidiu voltar a estudar a Bíblia em busca de respostas para suas
inquietações. Sentia-se infeliz, mas não sabia bem a razão disso.
Finalmente, Miller encontrou seu verdadeiro amigo. “Subitamente”, disse
ele, “o caráter de um Salvador impressionou minha mente. Percebi que
existia um Ser tão bom e compassivo que fazia expiação por nossas
transgressões, livrando-nos, assim, de sofrer a pena do pecado”. Descobriu
que a Bíblia não era um livro apenas de história, filosofia ou profecia, mas a
revelação do Salvador.
Aprofundou-se em um estudo sistemático da Bíblia, começando com o
livro de Gênesis, e foi avançando verso por verso. Seu interesse se
concentrou nas profecias ligadas ao tempo, especialmente nos livros de
Daniel e Apocalipse. O resultado dessa pesquisa séria das Escrituras teve
seu auge com o movimento de 22 de outubro de 1844.
Mais do que ler a Bíblia e outros escritos inspirados, realizar um grande
movimento de reavivamento ou mesmo entregar a vida pela missão, é
preciso antes encontrar em Jesus um amigo. Somente a partir dessa
descoberta tudo o mais na vida começa a fazer sentido, e a existência passa
a ter a motivação correta.
SEXTA 4 DE OUTUBRO
Ele vem!
Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça;
porque a vossa redenção se aproxima. Lucas 21:28
Guilherme Miller é um dos grandes heróis da mensagem do advento. Sua
contribuição foi profunda para resgatar a grande esperança que estava
esquecida. Segundo o doutor Armitage, autor do livro A História dos
Batistas, Miller era “um homem forte, de cabeça um tanto larga, com testa
alta, de olhar suave e expressivo, e as inflexões de sua voz indicavam uma
devoção das mais sinceras. […] Ele exercia uma influência benéfica em
todos os que o cercavam, pelas muitas virtudes e pelo imaculado caráter”.
Miller era carismático, mas tinha uma visão humilde sobre si. Embora
plenamente convicto da importância de sua mensagem, ele relutou muito
em pregá-la. Depois de várias provas, aceitou apresentar um sermão na
Igreja Batista de Dresden. Ao voltar para casa, recebeu outro convite e, daí
para a frente, não teve mais descanso. Gostava de pregar sempre em igrejas
pequenas, nos campos e aldeias. Entretanto, ao final de um culto em
Exeter, New Hampshire, no ano de 1839, conheceu Joshua Himes, pastor
da Igreja Cristã, da rua Chardon, em Boston, e essa história começou a
mudar. Devido à convicção de Miller e à relevância da mensagem, Himes o
convenceu a ir a grandes centros, como Boston, Nova York e Filadélfia. Em
poucos meses, Miller pregou em quase todas as grandes cidades dos
Estados Unidos.
A convicção desse grande homem de Deus fez com que a mensagem do
advento alcançasse todo o território dos Estados Unidos. Quando o
movimento ainda ganhava força, em 26 de março de 1832, Miller enviou
uma carta ao pastor T. Hendryx, confirmando sua certeza. Nessa
mensagem, ele dizia: “Os reinos deste mundo em breve serão destruídos
pela ‘pedra cortada da montanha sem auxílio de mãos’, será em breve,
quando os pecadores se converterão.”
Em 20 de maio do mesmo ano, ele enviou outra carta ainda mais forte.
Tinha convicção de que o dia esperado estava chegando: “Estou mais e
mais convencido de que o fim deste mundo está às portas. [...] Ele vem! Ele
vem! Veja, o Salvador vem! Ergam a cabeça, santos, Ele vem! Ele vem! Ele
vem!”
Que tremenda certeza: “Ele vem! Ele vem! Ele vem!” A expectativa de
Miller não se cumpriu ainda, mas em breve será realidade, e Jesus voltará.
Mantenha firme a esperança, porque Quem prometeu é fiel.
SÁBADO 5 DE OUTUBRO
Tempo e sinais
No monte das Oliveiras, achava-Se Jesus assentado, quando se aproximaram
Dele os discípulos, em particular, e Lhe pediram: Dize-nos quando sucederão
estas coisas e que sinal haverá da Tua vinda e da consumação do século.
Mateus 24:3
Em 2010, pouco antes do início da Copa do Mundo da África do Sul,
recebi uma apostila com mais ou menos 30 páginas. Nela alguém
apresentava sua “visão profética” de como aquele evento esportivo seria o
último sinal do fim do mundo. Por meio de uma pirâmide, o autor tentava
me convencer de que havia uma combinação de resultados em cada uma
das copas, e isso demonstrava a existência de um poder religioso no
controle de tudo. A pessoa profetizava ainda que seu país seria o campeão,
e todas as coisas se esclareceriam. Seu país não venceu, nada se esclareceu,
e o fim não chegou.
Foi apenas mais uma tentativa de descobrir o último sinal ou encontrar o
período aproximado da volta de Jesus. Os discípulos também tinham essa
curiosidade. Por isso, foram a Jesus pedindo esclarecimentos: “Dize-nos
quando sucederão estas coisas e que sinal haverá” (Mt 24:3). Queriam
conhecer com mais precisão o tempo e os sinais.
Para protegê-los, “Jesus não respondeu aos discípulos falando em
separado da destruição de Jerusalém e do grande dia de Sua vinda.
Misturou a descrição dos dois acontecimentos” (O Desejado de Todas as
Nações, p. 628). Por outro lado, Ele também tentou ajudá-los a não se
concentrar na data, mas no acontecimento.
Nesse contexto, Ellen White afirmou: “Não poderemos dizer que Ele virá
daqui a um ano, ou dois, ou cinco anos, nem devemos postergar Sua vinda
com a declaração de que não se dará antes de dez ou vinte anos. […] Não
nos é dado saber o tempo definido [...] da vinda de Cristo” (Evangelismo, p.
221). Você não precisa saber o dia em que Cristo irá voltar para estar
preparado hoje.
Tentar definir o tempo ou especular sobre os sinais é uma estratégia do
inimigo para empobrecer o preparo, promover a motivação equivocada e
desacreditar a mensagem. Devemos acompanhar os sinais com interesse,
mas analisá-los com prudência, gastando menos tempo com cálculos,
segredos e especulações. Isso nos afasta da mensagem e ainda pode nos
tirar do Céu.
Concentre seu tempo e energias em menos especulação e mais
preparação. Assim você estará sempre pronto para o encontro com o
Senhor.
SEGUNDA 7 DE OUTUBRO
Maranata
E Ele lhes respondeu: Vede que ninguém vos engane. Mateus 24:4
Maranata é a palavra que melhor representa nossa esperança. Desde os
tempos bíblicos, essa expressão (ver 1Co 16:22) se tornou uma marca dos
cristãos apostólicos, expressando a certeza de que o Senhor não demoraria
a voltar.
Em minha família, “maranata” também é uma palavra muito
representativa. No túmulo de meus avós, Júlio e Lídia, é a única palavra
escrita, além dos dados pessoais de ambos. Esse termo confirma a
esperança de que, um dia, eles serão ressuscitados “ao ressoar da última
trombeta” (2Co 15:52). Na parte final de meus e-mails, eu também escrevo
“maranata” como forma de destacar que minha fé está baseada na certeza
da breve volta de Jesus.
Jovens, desbravadores e aventureiros também destacam o termo
“maranata” em sua saudação. Repetem suas quatro letras “A” e as atitudes
que devemos ter com a volta de Jesus: amar, aguardar, anunciar e apressar.
Mais do que a força de uma palavra, porém, queremos ver a glória de sua
realização. Em Mateus 24, Jesus nos ajuda a entender melhor quando isso
acontecerá e também alerta para “que ninguém vos engane” (Mt 24:4).
Nos versos 4 a 14, o Senhor apresenta uma lista que mistura sinais de
Sua segunda vinda e da destruição de Jerusalém, os quais podem ser
resumidos em apenas dois: um mundo que cai violentamente e uma igreja
que se levanta poderosamente.
Os sinais indicam uma destruição sem controle, não porque Deus queira,
mas porque os seres humanos vão se colocando cada vez mais nas mãos do
inimigo (v. 5-13). Diante de tanta deterioração, o mundo não poderá
resistir muito tempo mais. Jesus precisa voltar para colocar um ponto final
no pecado e começar uma nova história.
Antes da segunda vinda do Senhor, porém, o “evangelho do reino” (v. 14)
será pregado em todo o mundo, levando esperança, oportunidades e
mostrando que Deus não está buscando punir ou destruir, mas salvar. O
Espírito Santo quebrará barreiras e, por meio da igreja, alcançará os
extremos da Terra. Será um poderoso movimento de reavivamento e
proclamação. Isso já está acontecendo com a distribuição de milhões de
livros missionários, o amplo uso de meios de comunicação de massa,
missionários espalhados pelo mundo e a ênfase clara na missão de
anunciar nossa esperança.
Esses sinais estão acontecendo diante de nossos olhos. Por isso, podemos
dizer com muito mais entusiasmo: “Maranata, o Senhor logo vem!”
TERÇA 8 DE OUTUBRO
A palavra final
E, certamente, ouvireis falar de guerras e rumores de guerras; vede, não vos
assusteis, porque é necessário assim acontecer, mas ainda não é o fim. Mateus
24:6
Todos os sinais negativos que antecedem a volta de Cristo não são sinais
de Deus, mas de um mundo sem Deus. Não é Ele quem causa guerras,
fome, pestes, terremotos e muitas outras tragédias mencionadas em
Mateus 24:4 a 13. Essas ocorrências são provocadas pelo inimigo de Deus e
algumas delas são resultado da escolha humana. Por isso, não será Satanás
nem seus sinais que darão a palavra final sobre o momento da volta de
Jesus.
Logo no início de Sua apresentação, Jesus fala de guerras e rumores de
guerras, mas deixa claro: “Ainda não é o fim” (v. 6). Em seguida, ampliando
a lista de catástrofes, Ele insiste: “Tudo isto é o princípio das dores” (v. 8).
Os resultados do pecado são ainda mais terríveis. Envolvem tribulação,
ódio e a morte daqueles que permanecerem fiéis ao Senhor (v. 9). Revelam
seres humanos sem rumo, dominados por escândalos, traição e inimizade
(v. 10). Mostram um ambiente religioso confuso, com multidões seguindo
pregadores que falam de Deus, mas estão longe Dele (v. 11). Produzem
relacionamentos superficiais e artificiais, com pessoas pensando apenas
em si mesmas, sem se importar com a dor do próximo, pois “o amor se
esfriará de quase todos” (v. 12).
Após essa lista tão forte e negativa, o Senhor insiste: “Aquele, porém, que
perseverar até o fim, esse será salvo” (v. 13). Apesar do cenário de grave
crise, o inimigo não terá autoridade para pôr fim na história do mundo. A
volta de Cristo não será definida pelas catástrofes causadas pelo inimigo,
mas pelas oportunidades oferecidas por Deus.
Por isso, não podemos apoiar nosso calendário profético nas tragédias e
crises. Elas estão na Bíblia, são sinais gerais, fazem parte de nossa
caminhada em direção ao fim, mas não são a palavra final. São apenas
resultados de um mundo sem Deus. Não dependa disso nem se motive
pelo medo. Você pode acabar frustrado.
O destino do mundo não será decidido pela decadência global, mas pela
ascensão da igreja, cheia do Espírito Santo. Não viva impressionado com a
maldade, a violência e a degradação moral da sociedade. Essas coisas
indicam que o fim está próximo, mas não o determinam. Será o
reavivamento do povo de Deus que evidenciará com clareza o breve
retorno do Senhor. Seja você parte desse sinal maravilhoso!
QUARTA 9 DE OUTUBRO
Nosso chamado
Então, virá o fim. Mateus 24:14
O amor de Deus é a grande mensagem por trás dos sinais da segunda
vinda de Jesus. Em Mateus 24, Cristo deixa claro que não voltará por causa
da pressão ou efeitos do pecado, mas apenas quando todos tiverem
oportunidade de ouvir sobre Sua vinda.
Mesmo que algumas pessoas ainda insistam em alimentar a esperança
com alarmismo, sensacionalismo e radicalismo, o Senhor prefere
transformar vidas por meio da pregação, salvação e do cumprimento da
missão. Deus sofre com os resultados do pecado, mas está disposto a tudo
para salvar mais pessoas.
Por outro lado, uma leitura mais detalhada de Mateus 24 revela que, em
Sua mensagem, Jesus não anunciava o “reino da graça”, que representa a
nova vida recebida por aqueles que se entregam a Ele. O contexto indica
que o reino a que Ele se referia era o “reino da glória”, que será estabelecido
em Sua segunda vinda.
Portanto, a pregação do “evangelho do reino” é específica. Não é uma
mensagem geral sobre a pessoa de Cristo, Seu amor, perdão e salvação, por
mais bíblicos e transformadores que sejam esses temas. Ela tem que ver
com Sua segunda vinda. É apenas pregando sobre a volta de Jesus que
prepararemos pessoas para Seu retorno.
Pregar o “evangelho do reino” e anunciar a volta de Jesus é um chamado
específico para os adventistas do sétimo dia. Temos essa mensagem em
nossa “certidão de nascimento”, identidade e crenças fundamentais. Não
podemos esperar que outros se levantem para pregá-la, quando não creem
nela ou a tratam como insignificante.
O chamado é pessoal e direto. Deus conta com nosso envolvimento. Ele
fará milagres e usará os meios mais inesperados para que a pregação
avance, mas Seu primeiro recurso ainda são aqueles que já foram
alcançados e transformados.
Quando o mundo for abalado por um povo cheio do Espírito Santo,
“então virá o fim”. A volta de Jesus não ocorrerá por conta de templos
imponentes ou programas impressionantes, muito menos com dissidência
ou independência, mas como resultado da união do remanescente na
pregação do “evangelho do reino”. Precisamos colocar toda a nossa
dedicação nessa missão. A prioridade de Deus precisa ser a nossa. Não há
outro caminho. Se você ama a volta de Cristo, pregue continuamente o
evangelho do reino. “Então, virá o fim.”
SEXTA 11 DE OUTUBRO
Resolvendo problemas
Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve
murmuração dos helenistas contra os hebreus. Atos 6:1
Alcançar o mundo parecia um desafio impossível para os cristãos. No
início da igreja apostólica, havia um cristão para 1,5 milhão de habitantes
do mundo. Porém, o Pentecostes começou a mudar essa história. Foram 3
mil novos fiéis (At 2:41) e, em pouco tempo, já eram 5 mil pessoas (At
4:4). Não parou por aí, pois o livro de Atos registra que “crescia mais e mais
a multidão de crentes” (At 5:14) e “se multiplicava o número de discípulos”
(At 6:7). O inimigo não ficou satisfeito com esse crescimento, e os desafios
logo começaram a aparecer.
Em Atos 6, a igreja teve que resolver seu primeiro grande problema: a
tensão de diferentes grupos por conta do sustento das viúvas. As três
atitudes que foram tomadas pela liderança podem nos ajudar ainda hoje: A
ação foi rápida (At 6:2). Houve diálogo em busca de consenso e de uma
solução efetiva (At 6:3-6). A ação promoveu integração, envolvendo
diferentes grupos na discussão (At 6:5).
Em Atos 11, a igreja enfrentou seu segundo grande problema, que
envolvia a pregação de Pedro aos gentios. Havia dúvida se o apóstolo havia
agido de modo correto. A igreja o interrogou (v. 1-3), ouviu sua história (v.
4-17) e confirmou a direção divina (v. 18). Sempre que há paciência para
orar e dialogar, Deus dá a solução.
Em Atos 15, a igreja enfrentou seu terceiro grande problema envolvendo
discussões teológicas (v. 1, 2). Tinha havido um intenso debate, mas o
acordo parecia distante. Cada lado tinha fortes convicções e não abria mão
de seus pontos de vista. Não havendo solução local, decidiram buscar uma
decisão geral. A vontade de Deus sempre se revela, de maneira mais clara,
em decisões tomadas pelo corpo da igreja.
O modo como esse problema foi resolvido apresenta também uma lição
para nossos dias. Os líderes apostólicos valorizaram a unidade. Como
resultado, potencializaram o cumprimento da missão. A igreja de Deus
sempre esteve firmada em três bases sólidas: missão, estrutura e
mensagem. Se qualquer uma é fragilizada, a unidade fica comprometida.
Ao enfrentar os problemas que rondam a igreja hoje, devemos usar
sempre o modelo bíblico. Agindo dessa forma, estaremos seguros de que
estamos seguindo a vontade de Deus.
SÁBADO 12 DE OUTUBRO
Crianças missionárias
Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de
maneira nenhuma entrará nele. Marcos 10:15
Jesus apreciava as crianças e dedicava tempo a elas. Conhecia sua pureza
e queria ver nos adultos o mesmo comportamento. Por isso, colocou sua
inocência, sinceridade e entrega sem reservas como modelo a ser seguido
por todos aqueles que querem chegar ao Céu.
Contudo, o interesse dos pequenos por Jesus não surge de maneira
natural. As famílias cristãs precisam atuar de modo intencional para
construir um muro de proteção ao redor de cada criança, ensinando valores
bíblicos, amor a Deus e compromisso com a missão.
Foi o que aconteceu com Bruno Lotze Kuntze, que vive em Florianópolis,
no sul do Brasil. Em março de 2016, quando ainda tinha 12 anos, foi, com
seus irmãos Isabelle e Lucca, ao consultório da dentista Leda Sabarros
Coelho e ali teve início uma história impressionante.
No dia 31 de janeiro do mesmo ano, Leda havia pedido a Deus um sinal,
pois ela se “sentia morta neste mundo vazio e queria que Deus mostrasse
no que acreditar”. Menos de dois meses depois, Bruno e Isabelle foram a
seu consultório.
Bruno não estava animado com o tratamento, mas a dentista, vendo seu
interesse pela Bíblia, decidiu pedir a ele que a ensinasse a estudá-la
durante as consultas. Enquanto seus irmãos eram atendidos, ele fazia
leituras bíblicas e explicava as partes de que mais gostava. Durante aqueles
dias, estava sendo apresentado o filme Os Dez Mandamentos, e ambos
combinaram que Bruno faria uma lista de tudo o que estava errado na
história para que a doutora Leda conferisse na Bíblia. Até hoje a dentista
guarda as anotações de Bruno.
Não demorou para que ele convidasse a dentista para visitar a Igreja
Adventista. Ela ainda se lembra de quando ele disse com carinho: “Vamos,
doutora Leda. Lá a senhora vai ser bem aceita e acolhida.” Impressionada
com a integridade e o conhecimento bíblico do garoto, ela resolveu visitar a
Igreja Adventista Central de Florianópolis, que fica a poucos metros de seu
consultório. Iniciou os estudos bíblicos e, no dia 25 de junho do mesmo
ano, foi batizada.
Por intermédio de uma criança missionária, o Senhor respondeu à oração
de uma profissional competente e a salvou. A atitude desse menino é um
grande exemplo a ser seguido pelos adultos que também desejam cumprir
a missão. Receba o reino de Deus como uma criança e você também falará
com poder sobre Jesus às pessoas.
DOMINGO 13 DE OUTUBRO
Conselho seguro
Se, hoje, te tornares servo deste povo, e o servires, e, atendendo, falares boas
palavras, eles se farão teus servos para sempre. 1 Reis 12:7
Depois das grandes conquistas de Davi e Salomão, Israel viveu uma de
suas maiores crises de liderança. Sem um líder consagrado e capaz, o reino
começou a se desintegrar.
O povo estava cansado dos pesados impostos estabelecidos por Salomão
e aproveitou a chegada do novo rei para cobrar mudanças. Roboão estava
em Siquém para ser coroado quando um grupo o procurou para fazer
reivindicações. Eram liderados por Jeroboão, que havia voltado às pressas
do exílio.
O novo rei ouviu, agiu com prudência e pediu três dias para pensar.
Enquanto isso, buscou o conselho de dois grupos: os anciãos, que haviam
aconselhado seu pai, e os jovens, que haviam crescido com ele.
O conselho dos anciãos foi baseado na prudência que haviam adquirido
com a vida e na sabedoria que aprenderam dos erros e acertos de Salomão.
Por isso, recomendaram a Roboão: “Se, hoje, te tornares servo deste povo, e
o servires, e, atendendo, falares boas palavras, eles se farão teus servos para
sempre” (1Rs 12:7). Já os amigos de Roboão, que nunca haviam enfrentado
as dificuldades da vida, pensaram apenas em manter o poder e os
privilégios do reino. Sugeriram que ele dissesse ao povo: “Se meu pai vos
impôs jugo pesado, eu ainda vo-lo aumentarei; meu pai vos castigou com
açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões” (1Rs 12:11).
Roboão foi inteligente ao ouvir diferentes conselhos, mas errou em não
buscar a sabedoria divina para fazer a escolha certa. Seguiu a sugestão de
seus amigos, e o reino terminou dividido. Dez tribos de Israel rejeitaram
sua liderança e se separaram. Apenas duas permaneceram com o
descendente de Davi. Em 17 anos de reinado, ele acabou com o que Davi e
Salomão haviam construído.
Se tivesse seguido o conselho dos anciãos, ele teria entendido que,
quando alguém age como servo, todos se tornam seus servos; quando
ajuda, todos o ajudam; quando ama, todos o amam. Em outras palavras,
sempre colhemos o que plantamos. Por isso, os anciãos recomendaram que
ele agisse com humildade e sensibilidade. Se Roboão tivesse ouvido o sábio
conselho, o povo estaria do seu lado por gratidão e não por imposição.
Ao tomar decisões no dia de hoje, busque sempre bons conselhos e,
antes de bater o martelo, recorra à infinita sabedoria divina. Essa é sempre
a coisa certa a fazer.
SEGUNDA 14 DE OUTUBRO
Educação e missão
E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para
evangelistas e outros para pastores e mestres. Efésios 4:11
Segundo George Knight, a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi
estabelecida sobre quatro pilares especiais: As igrejas locais; a obra de
publicações, iniciada em 1849; a obra médico-missionária, a partir de 1863;
e a educação, estabelecida na década de 1870.
O tema da educação passou a receber destaque na liderança adventista
em dezembro de 1863, quando um membro da igreja perguntou a Tiago
White: “É certo e coerente para nós, que cremos com todo o nosso coração
na volta iminente do Senhor, dar educação para nossos filhos?” A resposta
foi ao ponto: “O fato de que Cristo voltará em breve não é razão para que a
mente não seja aprimorada. Uma mente bem disciplinada e informada
pode melhor receber e acalentar as verdades sublimes do segundo
advento.” Essa resposta foi um passo determinante para o estabelecimento
da Educação Adventista.
Primeiro, a igreja considerou a educação como um apoio indispensável à
salvação. Ellen White declara: “No mais alto sentido, a obra da educação e
da redenção são uma” (Educação, p. 30). Por isso, professores não são
apenas educadores, mas “pastores do rebanho de Deus” (Ministério
Pastoral, p. 45). Para Paulo, o chamado de “pastores e mestres” é o mesmo
(Ef 4:11). Nos evangelhos, Jesus “é chamado mais vezes de Mestre do que
de qualquer outra função” (Adolfo Suárez). Deus recompensará aqueles que
fizerem de seu magistério um ministério. Seu trabalho não será em vão.
Sobre a recompensa final dos professores, Ellen White diz: “Apenas pela fé
veem as crianças que educaram se tornarem uma bênção e inspiração a
seus semelhantes, e essa influência repetir-se mil vezes mais” (Educação,
p. 306).
A Educação Adventista foi estabelecida também para o fortalecimento de
nossa missão. O surgimento da primeira escola e o envio do primeiro
missionário oficial aconteceram em datas bem próximas, e isso não foi
coincidência. Educação e missão ganharam forças juntas, e o sucesso de
uma estava ligado ao da outra.
Apesar dos novos desafios do século 21, nossa visão de uma educação
fundamentada em salvação e missão precisa continuar forte. Acredite no
diferencial da Educação Adventista. Ore pelos professores e os apoie. Cada
educador consagrado, que planta suas sementes nesta vida, com certeza as
colherá na eternidade.
QUARTA 16 DE OUTUBRO
Heróis da fé
Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram,
contudo, a concretização da promessa. Hebreus 11:39
Hebreus 11 é um dos capítulos mais emocionantes da Bíblia. Nele, Deus
relembra a história de Seus heróis, homens e mulheres que passaram pela
Terra sem tirar os olhos do Céu.
Eles foram movidos pela fé. Não tinham apenas um sentimento de
confiança, mas um compromisso com pistis, palavra grega que significa
tanto fé quanto fidelidade. Demonstraram que a fé verdadeira sempre se
revela em fidelidade profunda.
A vida desses heróis também nos é apresentada como motivação para
confirmar nossa esperança. Os últimos versos de Hebreus 10 mostram a
preocupação de Paulo com o enfraquecimento da confiança no reencontro
com o Senhor. Ele usa expressões como “não abandoneis a vossa confiança”
(v. 35), “não somos dos que retrocedem para a perdição” (v. 39), “Aquele
que vem virá e não tardará” (v. 37) e então apresenta cada um dos
testemunhos de fé do capítulo 11. Mostra pessoas que comprometeram
tudo por essa esperança. Entregaram família, recursos financeiros, imagem
pessoal e arriscaram a própria vida. Eles sabiam que “a fé viva se manifesta
na exibição de um espírito de sacrifício e dedicação para com a causa de
Deus” (O Cuidado de Deus, p. 147).
Além de renovar a promessa final, Paulo também resgata a confiança no
relato da criação original. Por isso, começa Hebreus 11 destacando que “a fé
é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”
(Hb 11:1). Suas palavras remetem à criação, que foi o único ato neste
mundo onde nenhum ser humano esteve presente. Ela é a essência e o
verdadeiro princípio da fé. O apóstolo ainda confirma que “o Universo foi
formado pela palavra de Deus” (Hb 11:3), mostrando que a criação é a base
de toda a galeria dos heróis da fé.
Cada um desses heróis da fé, que escreveu uma história intensa com
Deus, foi recompensado. Porém, todos eles “morreram na fé, sem ter
obtido as promessas” (Hb 11:13). Tudo o que o Senhor fez foi uma pequena
amostra da grande recompensa futura. Na verdade, Eles buscavam “uma
pátria superior”, preparada por Deus (ver Hb 11:16). “Eles não obtiveram,
contudo, a concretização da promessa” (Hb 11:39), mas mantiveram firme
a esperança.
Renove sua confiança no Senhor e creia que Ele cuidará de cada detalhe
no presente e ainda preparará sua grande recompensa no futuro.
QUINTA 17 DE OUTUBRO
Tripla revelação
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também
a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do
mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Romanos 1:20
Os “mistérios de Deus” (1Co 4:1) têm sido estudados intensamente ao
longo dos tempos. Mas esse estudo tem limite. Ellen White afirmou: “Que
ninguém se aventure a explicar a Deus” (Medicina e Salvação, p. 92).
Quando o objetivo é conhecer melhor a Deus, mais do que novas
descobertas, precisamos aprofundar os conceitos que já temos, buscar mais
intimidade com o que está revelado e nos desviarmos de conjecturas. Um
estudo mais profundo da Bíblia nos dará condições não só de conhecê-Lo,
mas também de nos entregarmos a Ele.
Uma tripla revelação mostra Sua ação nos três grandes momentos da
história humana: seu começo, meio e fim, “desde o princípio do mundo”
(Rm 1:20) até o momento em que Ele mesmo dirá: “Eis que faço novas
todas as coisas” (Ap 21:5).
Em Gênesis 1:1, encontramos Deus no início da história. A Terra estava
“sem forma e vazia” (Gn 1:2), mas Ele falou e tudo se fez. Todas as coisas
foram ordenadas e ocuparam seu lugar. Ele Se revelou como poderoso
Criador.
Em João 1:1, encontramos Deus presente na história humana quando
veio ao mundo como Emanuel, “Deus conosco” (Mt 1:23). O mundo havia
se tornado novamente um caos; mas, dessa vez, pela confusão religiosa. Ele
enviou Seu “Filho unigênito” (Jo 3:16), na “plenitude do tempo” (Gl 4:4) e
“assumindo a forma de servo” (Fp 2:7). Ele Se revelou como amoroso
resgatador e salvador.
Em Apocalipse 21:1, encontramos Deus no fim da história, quando fará
“um novo céu e uma nova terra” (Ap 21:1). Aliás, esse será o fim para
alguns e o recomeço para outros. O mundo estará novamente em situação
caótica, com o inimigo desesperado “sabendo que pouco tempo lhe resta”
(Ap 12:12), e os anjos segurando “os quatro ventos da terra” (Ap 7:1). A
partir dessa última desordem do planeta, Deus irá restaurar a Terra a seu
estado original, mas definitivamente sem a presença de “pecado e
pecadores” (O Grande Conflito, p. 678). Ele Se revelará como soberano e
restaurador.
Os atributos de Deus (ver Rm 1:20) nos garantem que estamos em boas
mãos. Por que, então, gastar tempo com dúvidas e conjecturas vazias se
podemos aprofundar a confiança no poder e amor divinos?
SEXTA 18 DE OUTUBRO
Nunca desista
Todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e será grande a paz de teus
filhos. Isaías 54:13
Edson foi o segundo dos quatro filhos de Tiago e Ellen White. Era
criativo, cheio de iniciativa e intenso em tudo o que se envolvia, mas
também era imprevisível e excêntrico. Teve uma juventude difícil, com
fortes conflitos espirituais.
Desde cedo, aprendeu a ser impressor nas editoras da igreja; mas, ao final
da década de 1880, decidiu criar a própria gráfica. O negócio não deu certo,
as dívidas aumentaram e a condição espiritual se deteriorou. Apenas no
verão de 1893, depois de muitas lutas, decidiu reorganizar a vida e se
dedicar ao trabalho de Deus.
Tiago e Ellen viveram o drama de ter um filho em crise espiritual e nunca
deixaram de orar intensamente por ele. Ellen sofria tanto por essa situação
que algumas vezes pensou em como seria o Céu sem a presença de Edson.
Seus apelos ao filho eram constantes. Em um deles, ela disse: “Se
buscares a Deus com coração humilde e crente, para ter Sua direção em
meio à perplexidade, terás a oportunidade de depositar teu caso em Suas
mãos. O céu e a terra passarão, mas Suas promessas não falharão. [...] Você
creu em Suas promessas quando tinha apenas três anos de idade. Revele
agora a simplicidade de uma criança e vá ao Senhor com fé inabalável”
(Carta 2, 24 de junho de 1886, dirigida a Edson e Emma White).
Em sua volta para Deus, Edson aceitou os apelos insistentes que a mãe
fazia para que alguém desenvolvesse um trabalho especial entre os afro-
americanos no sul dos Estados Unidos. Em 1894, formou a Sociedade
Missionária do Sul, viajando no navio a vapor Estrela da Manhã pelo rio
Mississipi. Desenvolveu um forte trabalho de educação e evangelização,
usando seu barco como sala de aulas e igreja.
Deus é capaz de resgatar, transformar e usar filhos em crise espiritual.
Ellen White experimentou esse milagre na própria família. Com base na
própria experiência, recomenda aos pais: “Nunca se sintam tranquilos
enquanto eles estão frios e indiferentes. Clamem a Deus dia e noite. Orem
e trabalhem pela salvação de seus filhos” (Review and Herald, 23 de abril
de 1889).
Não desista! A semente espiritual que você plantou no passado pode
parecer sufocada e não dar o resultado esperado. Porém, com oração e
trabalho, os filhos “ensinados do Senhor” retornarão. Não há impossíveis
para Deus.
SEGUNDA 21 DE OUTUBRO
Julgamento precipitado
Os filhos de Israel ouviram dizer: Eis que os filhos de Rúben, os filhos de Gade e
a meia tribo de Manassés edificaram um altar defronte da terra de Canaã.
Josué 22:11
Em Josué 22:10 a 34, encontramos uma história que revela a causa de
muitas crises do povo de Deus e mostra o dano causado por boatos, fofoca
e julgamento precipitado.
O povo de Israel já estava acomodado na Terra Prometida. As tribos de
Rúben, Gade e a metade da tribo de Manassés, que haviam ajudado seus
irmãos na conquista do território, mereciam receber sua herança. Moisés
havia definido que eles habitariam do outro lado do Jordão, e eles foram
para lá. Tão logo chegaram, levando muitas riquezas, decidiram construir
um “altar grande e vistoso” (Js 22:10) junto ao rio Jordão.
O problema começou quando seus irmãos, das outras tribos, “ouviram
dizer” (Js 22:11) que esse altar era um ato de rebeldia contra Deus.
Imediatamente se prepararam para a guerra. Precisavam corrigir os
rebeldes e defender a causa do Senhor. As intenções pareciam as melhores,
mas as atitudes eram totalmente imprudentes.
Somente depois de estarem prontos para a guerra, decidiram investigar
melhor a situação. Enviaram representantes para repreender os “rebeldes”.
Quando decidiram ouvir as explicações, descobriram que as coisas eram
completamente diferentes do que haviam ouvido e imaginado. Por pouco,
o povo não foi para a guerra e sacrificou vidas, simplesmente por causa de
conversas sem fundamento, interpretações pessoais e atitudes impulsivas.
Em nossos dias, também precisamos ter cuidado com quem vive
espalhando boatos. A internet e a vida como um todo estão cheias de
pessoas que falam com “autoridade” sobre assuntos que não conhecem. Por
conta dessas atitudes precipitadas, pessoas são expostas, reputações são
manchadas, famílias são divididas, inclusive igrejas. Como resultado, um
tremendo dano é causado à obra de Deus.
Ellen White aconselha: “Antes de julgarmos os outros, nossa primeira
obra é vigiar e orar, travando guerra contra os males do nosso coração pela
graça de Cristo” (Review and Herald, 3 de janeiro de 1893).
Quer evitar sofrimentos para você mesmo e para outros? Não se deixe
levar por conversas, críticas ou comentários maldosos, mas defina suas
atitudes pela prudência, pelo equilíbrio e pela oração.
TERÇA 22 DE OUTUBRO
Verdade progressiva
O Senhor firma os passos do homem bom e no seu caminho Se compraz; se cair,
não ficará prostrado, porque o Senhor o segura pela mão. Salmo 37:23, 24
Desde o começo, Deus guiou o movimento adventista de maneira
progressiva. Entre erros e acertos, estudo e oração, discussão humilde e
busca fervorosa, a luz foi sendo revelada de maneira mais plena. O Senhor
firmou os passos de Seu povo.
O primeiro grande equívoco foi a marcação de uma data para a segunda
vinda de Cristo. Sem dúvida, somente o Pai sabe o dia e a hora da volta de
Jesus (Mt 24:36). Mesmo assim, os adventistas se prepararam para
encontrá-Lo em 22 de outubro de 1844. Deus, porém, transformou a
vergonha e o fracasso em vitória. A frustração levou os pioneiros a
recomeçar do zero e reestudar toda a mensagem.
O segundo equívoco foi a doutrina da porta fechada. Nossos pioneiros
acreditavam que a porta da salvação havia se fechado em 22 de outubro de
1844. Para eles, unicamente os que haviam se comprometido com a volta
de Jesus até aquela data seriam salvos. Por isso, decidiram concentrar seu
trabalho entre os mileritas. Deus transformou também esse equívoco em
bênção. Enquanto estiveram fechados em si mesmos, tiveram tempo de
estudar, dialogar e orar mais amplamente e, a partir disso, estruturaram
seu estilo de vida, organizaram a igreja e amadureceram sua compreensão
sobre a missão.
O terceiro equívoco foi o antitrinitarianismo. Os pioneiros adventistas
não tinham a compreensão da Trindade, formada por Deus Pai, Filho e
Espírito Santo, como temos hoje. José Bates, Uriah Smith, John Andrews e
outros pioneiros não compreendiam esse tema. Porém, como em outras
áreas, o estudo, o diálogo e a oração os levaram à verdade. Eles resgataram
a Trindade como um dos pilares da fé cristã. Mais uma vez, o Senhor
transformou o erro em bênção.
Nossa história deixa claro que, quando Deus está no comando, a igreja
pode ter falhas e cometer equívocos, mas Ele sempre levanta Seus filhos e
firma seus passos. Todos estamos sujeitos a errar em nossa jornada. Por
isso, apegue-se a Deus e mantenha-se humilde, pois “a vereda dos justos é
como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Pv
4:18).
QUARTA 23 DE OUTUBRO
O dia é hoje
Porque, ainda dentro de pouco tempo, Aquele que vem virá e não tardará.
Hebreus 10:37
Em 22 de outubro, o movimento adventista sofreu uma grande decepção.
Por conta disso, muita gente tem criticado nossa igreja. Contudo, não
estamos sozinhos quando o assunto é desapontamento.
A igreja cristã também nasceu assim. Os apóstolos esperavam um
Messias conquistador, mas se depararam com um Cristo crucificado.
Somente depois de orar, estudar e reavaliar sua compreensão, os discípulos
se levantaram para alcançar o mundo. Em sua pregação, o movimento
milerita anunciou o retorno de Jesus em 22 de outubro de 1844. Os
cálculos estavam certos, mas o acontecimento, errado. Em realidade, o
texto de Daniel 8:14 apresenta o início do juízo investigativo no Céu e não
o retorno do Senhor, como eles entenderam de modo equivocado.
Mesmo sendo o grande pregador da segunda vinda de Jesus, Guilherme
Miller nunca se tornou membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ele fez
parte de um dos três grupos que surgiu após 22 de outubro de 1844. O
primeiro decidiu estudar novamente a Bíblia em busca de compreensão e,
mais tarde, formou a Igreja Adventista do Sétimo Dia. O segundo reuniu
pessoas decepcionadas que acabaram abandonando a fé. O terceiro decidiu
continuar marcando datas. Miller fez parte desse grupo.
Em 10 de novembro de 1844, ele escreveu para Joshua Himes: “Fixei
minha mente sobre outro tempo, e aqui pretendo permanecer até que
Deus me dê mais luz – e isto é hoje, ‘hoje e hoje’ até que Ele venha.” Ele
falhou em sua compreensão sobre a marcação de datas, mas permaneceu
firme em seu senso de urgência para o preparo e pregação de nossa
esperança.
Precisamos manter essa mesma visão de urgência, pois “dentro de pouco
tempo, Aquele que vem virá e não tardará” (Hb 10:37). Não há tempo a
perder no preparo pessoal. Não podemos deixar decisões importantes para
amanhã, pois hoje muitos terão sua última oportunidade. Sempre que era
perguntada sobre esse tema, Ellen White respondia: “Agora é tempo de
trabalhar, enquanto é dia, pois a noite vem, quando ninguém pode
trabalhar” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 191).
Você está cumprindo a missão com intensidade e fazendo seu preparo
com urgência? O dia é hoje! Amanhã pode ser muito tarde.
QUINTA 24 DE OUTUBRO
Em honra ao Rei
Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao Céu virá do modo como O vistes subir.
Atos 1:11
A expectativa da volta de Cristo mexeu com a vida e os planos de muita
gente no mês de outubro de 1844. Milhares de publicações foram
distribuídas nas três semanas que antecederam o dia 22. Na Filadélfia, uma
alfaiataria colocou um cartaz na porta informando: “Fechada em honra ao
Rei dos reis que está vindo por volta de 22 de outubro.” No dia esperado,
estabelecimentos fecharam as portas e dispensaram os empregados.
Milhares de pessoas foram às igrejas para se consagrar, e os pastores
tinham dificuldade para batizar tantos em tão pouco tempo.
Altas somas de dinheiro foram doadas para que os pobres pudessem
pagar suas dívidas. Nos campos, muitos fazendeiros abandonaram a
colheita. Batatas apodreceram na plantação, e maçãs, nas árvores. Os
mensageiros corriam. Aproximava-se o fim de todas as coisas.
Aqueles que pertenciam ao movimento milerita aguardavam a hora tão
esperada. Entre eles, estava a adolescente Ellen Harmon. Sobre esse dia de
espera, ela escreveu: “Estas eram as horas mais felizes da minha vida. O
meu coração transbordava de expectativa.”
Finalmente, chegou o dia 22 de outubro de 1844, mas Jesus não voltou.
Você pode imaginar não só a decepção, mas o desespero de muitos e os
transtornos que isso causou. O estudo da Bíblia estava correto. A profecia
de Daniel 8:14, sobre os 2.300 anos, deveria cumprir-se naquela data.
Contudo, o acontecimento foi interpretado de maneira equivocada. A
profecia não se referia à volta de Jesus, mas a Sua passagem para o lugar
santíssimo do santuário celestial, iniciando o juízo investigativo.
Esse amargo acontecimento também estava previsto na profecia. Em
Apocalipse 10:10, lemos sobre um livrinho que foi ingerido pelo profeta.
Segundo ele, na boca, “era doce como mel”. Mas, em seguida, algo mudou,
relata João: “Quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo”. No
verso 11, tendo a missão adventista pós-desapontamento em perspectiva,
o anjo diz: “É necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos,
nações, línguas e reis.”
Entre as amargas decepções da vida, como povo de Deus, podemos contar
com Sua doce presença, a qual orienta nossos passos e nos dá segurança na
jornada rumo ao Céu.
SÁBADO 26 DE OUTUBRO
Presença na igreja
Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns. Hebreus 10:25
Ir à igreja não é uma questão de escolha pessoal, mas de necessidade
espiritual. A vida cristã é como a brasa. Se estiver perto do fogo,
permanecerá quente e viva; mas, se for afastada, logo se tornará apenas um
pedaço de carvão. Não deixe de ir à igreja. A distância dos irmãos, do
louvor, da pregação e do estudo da Bíblia acabará colocando você longe de
Deus.
Não deixe de ir à igreja simplesmente porque está chovendo. Isso não
afastaria você do trabalho, da escola ou de atividades sociais. Não deixe de
ir à igreja porque está frio. Nela você encontra o calor que realmente
precisa. Não deixe de ir à igreja porque está cansado. Ela renova suas
forças.
Não deixe de ir à igreja porque pode assistir a bons sermões pela TV ou
internet. Sua casa nunca substituirá a casa de Deus. Não deixe de ir à igreja
pela falta de boas roupas. Deus vê seu coração. Não deixe de ir à igreja
porque é pobre. A entrada é gratuita.
Não deixe de ir à igreja porque a música não agrada você. Deus ouvirá o
louvor de seu coração. Não deixe de ir à igreja porque o pregador ou
pregadora não são tão talentosos. Deus pode usar pessoas simples para
alcançar seu coração. Não deixe de ir à igreja porque fica longe de sua casa.
Deus sempre vai ao extremo para buscar você.
Não deixe de ir à igreja porque não há estacionamento para o seu carro.
O encontro com Jesus compensa uma pequena caminhada. Não deixe de ir
à igreja porque foi ignorado ou maltratado. Quem deixa de frequentá-la por
causa de pessoas nunca entrou nela por causa de Jesus.
Não deixe de ir à igreja porque ela é fria. Você pode levar o calor que está
faltando. Não deixe de ir à igreja porque tem algum pecado no coração. É
no “hospital” que as feridas são curadas. Não deixe de ir à igreja porque seu
nome não está mais na lista de membros. Ele continua no coração de Deus.
Não deixe de ir à igreja porque ela é imperfeita. Se você encontrasse uma
perfeita e fizesse parte dela, se tornaria imperfeita também. Não deixe de ir
à igreja porque você não fará falta no meio de tanta gente. Deus sente sua
ausência.
Não deixe de ir à igreja por qualquer motivo, com exceção daqueles que
você poderia apresentar pessoalmente a Deus. Afinal, você não é tão mau
que não possa participar nem tão bom que deva ficar de fora.
DOMINGO 27 DE OUTUBRO
Testemunhas oculares
Nós mesmos fomos testemunhas oculares da Sua majestade. 2 Pedro 1:16
Uma das profecias mais intrigantes de Cristo está registrada em Mateus
16:28. Nessa passagem, o Senhor afirma que alguns daqueles que O ouviam
não provariam a morte até vê-Lo em Seu reino. Suas palavras levantaram
um grande debate que continua até hoje. Jesus teria prometido que alguns
permaneceriam vivos até Sua volta? Ele falhou em cumprir essa promessa?
Ou se referia a algum outro acontecimento?
A resposta está registrada nos primeiros versos do capítulo 17. Jesus
levou Pedro, Tiago e João a um alto monte e transfigurou-Se diante deles.
Também apareceram Moisés e Elias. Juntos criaram uma réplica perfeita da
segunda vinda. Jesus em Sua glória, Moisés representando os que
morreram e ressuscitarão, e Elias como exemplo dos que serão arrebatados
sem ver a morte. Os dois também confirmavam as promessas das
Escrituras. Moisés representando a lei; e Elias, os profetas.
O momento foi tão impactante que Pedro não resistiu e sugeriu que
permanecessem ali. Os três discípulos não queriam mais descer, porque
quem vê a glória de Cristo e tem uma prévia da segunda vinda do Senhor
começa a ver este mundo com outros olhos. Não dá vontade de voltar. No
entanto, a glória do monte tem o objetivo de renovar nossas forças para
cumprir a missão que ainda temos no vale.
O impacto da transfiguração acompanhou o restante da vida e do
ministério de Pedro. Ao anunciar a vinda do Senhor, ele usou a força de
suas credenciais como “testemunha ocular” para garantir que não falava de
“fábulas engenhosamente inventadas” (2Pe 1:16). Lembrando sua
experiência no monte (2Pe 1:18), ele desafiou a todos que não tiveram a
mesma experiência, mas alimentam a mesma esperança a terem “mui
firme a palavra dos profetas, à qual fazeis bem em estar atentos, como uma
luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da alva
nasça em vosso coração” (2Pe 1:19).
Em breve, seremos testemunhas do maior evento da história. Enquanto
esse dia não chega, Deus nos dá vislumbres do Céu e enche nosso coração
de esperança por meio de Sua Palavra. Com a força dessa motivação,
seguimos rumo a Canaã, levando mais pessoas a desejar o retorno de Jesus.
SEGUNDA 28 DE OUTUBRO
Grandes desafios
Agora, pois, ó Senhor, meu Deus, Tu fizeste reinar Teu servo em lugar de Davi,
meu pai; não passo de uma criança, não sei como conduzir-me. 1 Reis 3:7
No dia 29 de outubro de 2006, fui escolhido para liderar a igreja na
Divisão Sul-Americana. Tinha apenas 38 anos, era a pessoa mais jovem
escolhida para o cargo, não havia passado pela mesma responsabilidade em
outros níveis da igreja e substituía o respeitado, equilibrado e experiente
pastor Ruy Nagel.
Entendi minha escolha como uma mensagem clara de que é o Senhor
quem dirige Sua obra. Não importa a pessoa escolhida, Ele sempre será o
líder supremo. Havia muita preocupação com a saída de um líder
experiente e a entrada de um jovem inexperiente, mas Deus mostrou que
pessoas são apenas instrumentos.
A partir de então, exercer a liderança tem sido uma escola permanente.
Entre virtudes e limitações, tenho aprendido muitas lições, das quais
destaco quatro.
Quanto menor a experiência maior pode ser a dependência. Tudo na função
era novo para mim. Estava diante de reuniões complexas, decisões
importantes e problemas difíceis de resolver. Em especial, os anos iniciais
foram de intensa oração e muitos milagres. Aprendi a depender ainda mais
de Deus, ouvir Seus conselhos e ser usado como Seu instrumento.
Quando Deus chama, Ele capacita. Eu não tinha todas as habilidades
necessárias para a função. De uma hora para outra, era preciso falar inglês
e espanhol, responder por áreas técnicas e legais e aconselhar líderes mais
experientes. Em Sua infinita graça, o Senhor tem provido o necessário para
o bem de Seu povo.
A missão une as pessoas. Decidi concentrar minhas forças na missão. Foi
assim que nasceu o Impacto Esperança e outros movimentos que
fortaleceram a razão de nossa existência. Ao nos concentrarmos na missão,
toda a igreja foi envolvida, as pessoas se uniram e tudo isso tornou a
liderança mais fácil.
Deus envia as pessoas certas para ajudar. Nunca faltaram pessoas dignas
de confiança, que apareceram na hora certa, ofereceram um conselho
apropriado e oraram por mim. Gente muito mais preparada do que eu, mas
humilde e disposta a ensinar, apoiar e respeitar.
Assim como eu recebi grandes desafios, o Senhor também pode colocar
outros em suas mãos. Aceite e vá em frente com humildade, oração e
coragem. Deus sempre surpreenderá você.
QUARTA 30 DE OUTUBRO
Pequenos começos
Assim, também vós, visto que desejais dons espirituais, procurai progredir, para
a edificação da igreja. 1 Coríntios 14:12
Há exatos 38 anos, eu pregava meu primeiro sermão. Eu havia sido
convidado para falar em um campori de desbravadores. Vergonha é a
palavra que melhor representa o que senti após concluir aquela mensagem.
Mesmo assim, ainda guardo com carinho o sermão que usei. As folhas
estão amareladas, mas lembram como Deus trabalha com pequenos
começos. Eu era criança e pedi a meu pai que preparasse a mensagem para
mim. Ele datilografou um texto especial em seis pequenas folhas.
Durante várias semanas, eu treinei, preguei na frente do espelho e
decorei o texto. Porém, quando cheguei ao Campori e vi os 1.600
participantes na cerimônia de abertura, fiquei desesperado. Minha saída
era esconder o nervosismo na hora da pregação. Pensei em me proteger
atrás do púlpito para ninguém ver minhas pernas e mãos tremendo ao
segurar os papéis. Para meu desespero, ao chegar à plataforma, descobri
que não havia púlpito, apenas um pedestal com microfone. Todos os meus
planos caíram por terra. Não tinha mais como esconder o nervosismo.
Quando comecei a pregar, o problema ficou evidente. Por causa da
tensão, não conseguia lembrar do sermão. Levantava as folhas para ler e
logo começava a tremer. Quando baixava os papéis, eu esquecia o texto e
tinha que levantar outra vez. Subia e descia as folhas como um abanador.
Acabei apresentando toda a mensagem em três minutos e meio.
Decidi nunca mais pregar e entendi que não era meu dom. Não queria
passar vergonha outra vez. Contudo, pouco tempo depois, fui convidado
pelo meu clube de desbravadores para pregar outra vez e acabei aceitando.
Adaptei a mesma mensagem, acrescentei mais textos bíblicos e tentei
torná-la mais longa, mas a vergonha se repetiu. Preguei toda a mensagem
em pouco mais de cinco minutos.
Tudo isso indicava que pregar não era minha vocação, mas Deus trabalha
com pequenos começos. Ele pode usar nossos fracassos aparentes como
preparo para vitórias maiores.
Aceite hoje o chamado do Senhor e não se esconda atrás do medo e da
vergonha. Se você se sente incapaz para sua missão, lembre-se de que Deus
sabe como trabalhar pedras brutas e torná-las preciosas para Sua causa.
QUINTA 31 DE OUTUBRO
Pedras vivas
Vocês, também, como pedras vivas, deixem que Deus os use na construção de
um templo espiritual onde vocês servirão como sacerdotes dedicados a Deus. 1
Pedro 2:5, NTLH
A Bíblia usa várias ilustrações para representar a igreja. Uma delas é a
construção de um templo espiritual composto de “pedras vivas”. Nessa
metáfora, há um detalhe interessante: as construções não se edificam
sozinhas. Precisam ser trabalhadas e erguidas.
Além disso, quero destacar duas lições marcantes no texto bíblico de
hoje. A primeira é que as pedras de uma construção não chegam polidas,
refinadas e cortadas para se encaixar no lugar certo. Elas precisam ser
moldadas, acabadas e para isso dão bastante trabalho. Quando Jesus diz
que somos “pedras vivas” de Sua casa espiritual, Ele está dizendo também
que tem um trabalho especial a fazer em nossa vida. Ele deseja nos fazer
refletir corretamente Sua graça para nos tornar agentes transformadores do
mundo. Antes de fazer algo por meio de nós, Jesus faz algo em nós.
Em Sua obra de salvação em nós, Cristo lapida nosso caráter. Muitas
vezes, esse processo é doloroso e incômodo. Em geral, preferimos que Deus
retire as arestas da vida de outros que vivem perto de nós. Temos a
sensação de que são eles que realmente estão precisando. Parece que
estamos bem. No entanto, o Senhor segue trabalhando em nós, por Sua
graça e com Seu poder, para construir um templo forte, onde possamos
revelar a glória de Seu caráter e a majestade de Seu amor.
A segunda lição que destaco do texto de hoje é o fato de nenhum templo
espiritual ser construído com uma única pedra. Cada pedra é colocada
sobre outra pedra. Jesus Cristo é o fundamento. Os discípulos foram
construídos sobre esse fundamento. Os primeiros cristãos, enfrentando
perseguição, sendo devorados por leões e queimados na fogueira, também
foram pedras no templo espiritual. Homens e mulheres fiéis ao longo dos
séculos, perseguidos, julgados e oprimidos mantiveram firme a verdade da
Palavra de Deus. Os reformadores e os valdenses tiveram a coragem moral
de defender a verdade da Palavra de Deus. Todos eles fizeram parte desse
templo espiritual.
Hoje, você é um herdeiro da reforma e a “pedra viva” sobre a qual o
Senhor segue construindo Seu templo. Permita que Ele faça Sua obra em
você, tornando Sua vida um instrumento de salvação.
Novembro
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sáb
1 2
3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
SEXTA 1º DE NOVEMBRO
Lugares de esperança
Porque ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará.
Hebreus 10:37, ACF
No início da obra adventista na América do Sul, os “protestantes
hereges”, como eram chamados nossos pioneiros, não podiam enterrar
seus familiares nos cemitérios da comunidade. Por isso, em alguns locais,
nossos irmãos tiveram que ser enterrados no terreno da própria igreja.
Dessa realidade nasceram os cemitérios adventistas. No território da
Divisão Sul-Americana ainda existem cinco.
Conheço bem alguns deles. No Cemitério Adventista de Campo dos
Quevedos, no interior do estado do Rio Grande do Sul, está enterrado meu
bisavô, Henrique Köhler. No Cemitério Adventista da Fazenda Passos,
também no Sul do Brasil, estão meus avós, Júlio Carlos Köhler e Lídia
Marquart Köhler. Muitas vezes estive ali para ouvir histórias de irmãos
fiéis, famílias dedicadas e líderes que deram uma importante contribuição
à obra do Senhor. Todos descansaram confiando que mais “um pouquinho
de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará” (Hb 10:37, ACF).
Mesmo morando longe, algumas vezes viajei até o cemitério de Rolante
com minha família para contar algumas histórias inspiradoras de pessoas
que estão enterradas nesses locais. Ao levar meus filhos comigo, meu
objetivo é impactar a vida deles e mostrar que nossa esperança não pode
ser sepultada.
No cemitério ao lado da primeira Igreja Adventista do Brasil, em Gaspar
Alto, uma placa confirma a certeza de que, em breve, esses lugares terão
muito movimento e testemunharão reencontros emocionantes. Não só
neles, mas em todos os locais onde descansam os “mortos em Cristo” (1Ts
4:16).
A placa reproduz o seguinte texto de Ellen White: “A voz do filho de Deus
chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e,
levantando as mãos para o céu, brada: ‘Despertai, despertai, despertai, vós
que dormis no pó, e surgi!’ […] Criancinhas são levadas pelos santos anjos
aos braços de suas mães. Amigos há muito separados pela morte reúnem-
se para nunca mais se separarem” (O Grande Conflito, p. 644, 645).
Nossa esperança não morre no cemitério. Jesus em breve voltará!
Quando esse dia chegar, a morte não poderá mais reter os salvos, e nós
viveremos para sempre com o Senhor na companhia de nossos queridos e
irmãos. É só um pouco mais.
DOMINGO 3 DE NOVEMBRO
Um herói esquecido
Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos. Atos 9:17
Com certeza você conhece muitas histórias de heróis que realizaram
grandes coisas e receberam reconhecimento por isso. Porém, os pequenos
atos de “heroísmo diário”, que envolvem coisas simples e importantes, na
maioria das vezes passam despercebidos.
Ananias foi um desses heróis anônimos. Ele é mencionado apenas duas
vezes em toda a Bíblia. Chamado pelo Senhor para uma missão especial,
deveria ir ao encontro do maior inimigo do cristianismo e impor as mãos
sobre ele. O próprio Saulo de Tarso confirmou que havia sido um
“perseguidor” (1Tm 1:13) e que investiu contra o povo do “Caminho até à
morte” (At 22:4).
No entanto, antes de obedecer, Ananias ainda tentou lembrar ao Senhor
quem realmente era “o escolhido”. Ele disse: “De muitos tenho ouvido a
respeito desse homem, quantos males tem feito aos Teus santos em
Jerusalém” (At 9:13). A situação era tão complicada que todos entenderiam
se ele pedisse para não cumprir essa missão. Entretanto, a ordem divina
não dava alternativa: “Vai, porque este é para Mim um instrumento
escolhido para levar o Meu nome perante os gentios e reis, bem como
perante os filhos de Israel” (At 9:15). Apesar do medo, Ananias aceitou o
desafio. Encontrou Saulo de Tarso, restaurou sua visão e o preparou para o
grande ministério que Deus colocou em suas mãos.
Com toda razão, Ananias tem sido considerado um dos heróis esquecidos
da fé, como muitos outros que servem a Cristo nos bastidores. Nunca os
conheceremos nem saberemos seus nomes. São pessoas que se contentam
em permanecer nas sombras, ignorando a atração das luzes e dos aplausos.
Mesmo assim, são heróis, gigantes da fé, por seus atos silenciosos de
fidelidade e dedicação a Deus.
Você está resistindo ao chamado de Deus para alguma missão especial ou
desafiadora? Está avaliando demais os riscos e se sente paralisado pelo
medo do futuro ou do desconhecido? Não permita que o dia termine sem
dizer sim, decidindo aceitar, confiar e avançar, por mais surpreendente que
seja o plano do Senhor.
Só a eternidade revelará o impacto de seu passo de fé. O mundo precisa
de mais heróis que estejam dispostos a ser anônimos.
(Escrito por Matheus Marques Köhler)
SEGUNDA 4 DE NOVEMBRO
Resgate o poder
Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a
pele sobre eles; mas não havia neles o espírito. Ezequiel 37:8
A obra do Espírito Santo é fundamental para a igreja. Sem Ele, somos
apenas uma estrutura sem vida, incapaz de fazer o que se espera de nós. No
entanto, Ele tem sido esquecido por alguns, confundido por outros, e Sua
obra perdeu muito do destaque que deveria ter. Como resultado, nos
tornamos mais fracos na luta contra o pecado e no cumprimento da
missão. Acabamos nos tornando espiritualmente pálidos e sem vida.
Essa realidade foi muito bem ilustrada pela visão que o profeta Ezequiel
teve de um vale com ossos secos (Ez 37:1-14). Ela veio numa época em que
o povo de Israel estava ameaçado de destruição por ter se afastado da
Palavra de Deus e caído em apostasia.
Ezequiel ficou impressionado com a quantidade desses ossos e com a
condição em que estavam: “Eram muito numerosos” e “estavam
sequíssimos” (Ez 37:2, NAA). Expostos ao vento e à chuva, haviam perdido
todo o vestígio de vida. Um detalhe chamou ainda mais a atenção do
profeta: essas cenas lhe foram apresentadas no mesmo lugar em que ele
havia tido a visão da majestade de Deus (Ez 3:22, 27).
Ezequiel ouviu a pergunta: “Filho do homem, acaso poderão reviver estes
ossos?” Com fé, ele respondeu: “Senhor Deus, Tu o sabes” (Ez 37:3),
reconhecendo que somente o Senhor seria capaz de fazer aquele milagre. O
profeta seria apenas um instrumento e, por isso, recebeu a ordem de
profetizar àqueles ossos secos.
Ezequiel ainda estava falando, mas já havia percebido o efeito de suas
palavras. Houve agitação entre os ossos, até que um esqueleto foi formado.
Apareceram os nervos, que se uniram aos ossos, a carne ocupou seu lugar,
e os músculos, também. Lá estavam todos os órgãos, mas ainda faltava a
vida.
Por mais poderosa que seja, a palavra do homem apenas move os ossos.
Ela é capaz de pregar, cantar, entusiasmar, organizar, impressionar e
liderar, mas é só isso. Produzimos algumas mudanças exteriores, reformas
e melhorias, mas não podemos restaurar vidas.
Quando o Espírito Santo é recebido, a igreja é revestida de poder, o
pecado é vencido e a vida de Cristo nos é comunicada. Ore hoje para que o
Vento de Deus sopre sobre nós e transforme nossos ossos secos em um
poderoso exército de salvação.
TERÇA 5 DE NOVEMBRO
Imprimindo esperança
Apeguemo-nos com firmeza à esperança que professamos, pois Aquele que
prometeu é fiel. Hebreus 10:23, NVI
Leopoldo Preuss apegou-se “com firmeza à esperança que professamos”.
Por mais de cinco décadas, ele trabalhou na CPB, imprimindo a mensagem
do breve retorno de Jesus. Nascido em 8 de fevereiro de 1887, passou a
trabalhar na editora, aos 17 anos, girando manualmente a pesada roda de
ferro que movimentava o prelo da gráfica.
Sua história na editora começou em 1904, em Taquari-RS, quando lá
chegaram os primeiros equipamentos tipográficos para a então Sociedade
Internacional de Tratados do Brasil, antigo nome da CPB. Em 1907, Preuss
foi o responsável pela impressão do primeiro livro adventista no Brasil: A
Gloriosa Vinda de Cristo. Pelas mãos de Leopoldo, passaram as publicações
adventistas que deram o tom do início da pregação do evangelho no país.
Preuss foi o único brasileiro de que se tem notícia que trabalhou por 56
anos em uma só instituição da Igreja Adventista.
Segundo a Revista Adventista, ao longo de sua vida, Preuss atravessou os
portões da editora 58 mil vezes, fazendo a pé, de sua residência ao
trabalho, um percurso de 43,5 mil quilômetros. Ele não queria parar de
trabalhar e, mesmo depois de aposentado, continuou servindo à CPB.
A visão missionária desse pioneiro da página impressa é inspiradora. Seu
amor ao trabalho na CPB é fruto do entendimento de que “os nossos prelos
dev[em] estar continuamente ocupados em publicar a luz e a verdade”.
Preuss tinha a certeza de que é “em grande parte por meio de nossas casas
editoras que se há de efetuar a obra daquele outro anjo que desce do Céu
com grande poder e, com sua glória, ilumina a Terra” (O Colportor-
Evangelista, p. 2, 4). Por isso, ele dedicou toda sua vida para imprimir nossa
esperança.
O senso de missão e o desejo de ver Jesus voltar foram impressos no
coração de Leopoldo Preuss. Ele permaneceu fiel a Deus até o fim. Faleceu
no dia 12 de outubro de 1980, com 93 anos de idade. Por meio de seu
trabalho desprendido, milhares de pessoas foram abençoadas com o
evangelho.
A editora continua sua obra de imprimir esperança com o objetivo de que
outras pessoas sejam alcançadas pela mensagem da salvação. Deus conta
com você também. Apegue-se firmemente à nossa esperança e ajude a
preparar o mundo para o breve retorno de Jesus.
QUINTA 7 DE NOVEMBRO
Verdadeira transformação
Então, Jesus e os Seus discípulos partiram para as aldeias de Cesareia de Filipe.
Marcos 8:27
Em cada atitude de Jesus, havia um objetivo específico. Suas palavras,
Seus milagres e viagens sempre tinham uma mensagem a transmitir. Não
foi diferente em Sua ida de Cafarnaum para Cesareia de Filipe. É possível
que Jesus tivesse em mente quatro razões ao escolher ir a essa cidade.
Cesareia de Filipe era o centro do culto ao deus grego Pã. Os gregos
acreditavam que os deuses habitavam ali. Foi por isso que Alexandre, o
Grande, construiu um santuário na cidade. Ao ir até lá, Jesus
queria contrastar Seu ministério com a idolatria, as falsas religiões e a
mitologia grega. Buscava salientar que os falsos deuses não mudariam o
mundo. Isso só poderia ser feito pelo Filho de Deus.
A cidade era um centro da filosofia grega. Naqueles dias, os
ensinamentos de Platão, Sócrates e Aristóteles influenciavam
profundamente o mundo romano, colocando sua ênfase na filosofia e no
conhecimento humano. Ao ministrar na cidade, Jesus queria mostrar que a
sabedoria humana oferece informação, mas nunca transformação.
Aquele lugar também era o centro do poder militar romano. O nome da
localidade era uma referência aos césares, e nela havia um importante
posto militar fundado por Filipe, um dos filhos de Herodes. Foi o poder
militar que levou os romanos a dominarem o mundo do 1o século, mas
Jesus foi àquela cidade para anunciar que o evangelho é
a força mais poderosa do Universo.
Cesareia de Filipe era o centro da religião formal. De lá, afluíam muitos
ritos e crenças. Jesus visitou o lugar também para revelar que uma religião
meramente ritualística jamais poderá mudar o mundo. Somente a entrega
completa do coração a Ele ligará em definitivo o homem a Deus.
A mensagem foi dada no 1o século, mas continua relevante no século 21.
Jesus estava afirmando que as divindades pagãs, a filosofia grega, o poder
militar e uma religião de formalidades não podem mudar o mundo. Só Ele
tem essa capacidade e realiza Sua obra por intermédio do Espírito Santo.
Não se iluda com as promessas encantadoras de uma vida melhor.
Permita que Jesus atue em sua vida. Somente Ele realiza verdadeira
transformação.
SEXTA 8 DE NOVEMBRO
A melhor escolha
Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com
muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria,
pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. Lucas 10:41, 42
Além de suas conquistas militares, que resultaram na independência da
Argentina, do Chile e do Peru, José San Martín deixou conselhos preciosos
para sua filha. Em um deles, disse: “Você vai ser o que deve, ou não será
nada.” Essa frase parece óbvia, mas destaca a realidade de que existe um
significado transcendente para a vida, um motivo para existir.
Qual é a verdadeira prioridade de sua vida? Você conhece a essência de
sua existência ou vive apenas de aparência? Ao desenvolver suas
responsabilidades diárias, você age como Marta ou Maria?
Acredito que você conheça a história dessas duas irmãs. Marta recebeu
Jesus em sua casa e Lhe ofereceu o melhor. Contudo, para isso, ficou tão
ocupada que não conseguiu dar atenção ao Visitante. Por sua vez, Maria
decidiu ouvir o que Ele tinha para ensinar. Por conta disso, ela foi criticada
e pressionada pela irmã: “Eu fiquei com a parte mais difícil”, reclamava
Marta, “enquanto ela fica sentada conversando!”
Gentilmente, Jesus censurou Marta. Duas vezes a chamou pelo nome, e
isso demonstrava um carinho muito especial. Ele sabia de todo seu esforço,
mas queria seu coração. Maria não ofereceu muitas coisas; apenas a si
mesma. O Senhor fez questão de destacar que ela havia escolhido a melhor
parte.
Como você administra as prioridades de cada dia? Dedica tempo ao
Senhor da obra ou apenas à obra do Senhor? Dedica o mais importante a
Jesus e depois cuida das tarefas, ou cuida das tarefas e depois entrega o que
sobra a Jesus? O grande reformador Martinho Lutero dizia: “Se não queres
ter um encontro com o diabo durante o dia, encontre-se com Deus antes
do amanhecer.” Nessa linha, também recomendou: “Não veja a face do dia
sem primeiro ver a face de Deus.”
Ellen White nos aconselhou: “Consagre-se a Deus pela manhã; faça disso
sua primeira atividade. Que sua oração seja: ‘Toma-me, ó Senhor, para ser
Teu inteiramente. Deponho todos os meus planos a Teus pés. Usa-me hoje
para o Teu serviço. Fica comigo, e que tudo o que eu fizer seja efetuado por
Ti’” (Caminho a Cristo, p. 70).
Agindo assim, você escolherá a melhor parte, e ninguém tirará isso de
você.
TERÇA 12 DE NOVEMBRO
As duas portas
Eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar.
Apocalipse 3:8
Toda a experiência da igreja cristã, desde a primeira até a segunda vinda
de Jesus, pode ser vista nas sete igrejas do Apocalipse. Elas estão
apresentadas na mesma ordem geográfica que um mensageiro usaria para
levar uma carta desde Patmos, onde João estava exilado. Mas a mensagem
que elas apresentam é atemporal.
A sexta igreja é a de Filadélfia. Ela representa o movimento protestante
do final do século 18 e primeira metade do século 19. Um período de
grande despertamento religioso e pregação sobre a segunda vinda de Cristo
(Ap 3:11), com destaque ao movimento milerita, que foi o mais relevante.
Diante dessa igreja, Deus colocou “uma porta aberta, a qual ninguém
pode fechar” (Ap 3:8). A abertura dessa porta se refere à passagem de Jesus
do lugar santo para o santíssimo do santuário celestial” (ver Primeiros
Escritos, p. 42).
Laodiceia é a última igreja. Ela representa o povo remanescente, que tem
a última mensagem enviada por Deus ao mundo. A ela, Deus diz: “Eis que
estou à porta, e bato” (Ap 3:20). No Comentário Bíblico Adventista do Sétimo
Dia encontramos a seguinte afirmação: “Por Seu amor, Suas palavras e Suas
providências, Cristo bate à porta do coração; por Sua sabedoria, Ele bate à
porta da mente; por Sua autoridade, Ele bate à porta da consciência; e por
Suas promessas, bate à porta das esperanças humanas” (v. 7, p. 844).
A Igreja Adventista do Sétimo Dia nasceu entre essas duas portas. A porta
aberta de Filadélfia e a porta “fechada” de Laodiceia. As portas são, muitas
vezes, usadas na Bíblia como símbolo de oportunidades, e isso deve nos
lembrar de que, como igreja, somos resultado de uma nova oportunidade e
nascemos para oferecer mais oportunidades.
Não podemos atuar como um clube fechado, pensando apenas em nós
mesmos. Somos a igreja da porta aberta, que existe para compartilhar
esperança, cumprir a missão e usar todos os meios necessários. Ellen
White esclarece: “A igreja de Cristo é a agência designada para a salvação
do ser humano. Sua missão é levar o evangelho ao mundo. E essa obrigação
repousa sobre todos os cristãos” (Caminho a Cristo, p. 81).
Por isso, abra a porta de seu coração a Jesus e aproveite todas as
oportunidades para compartilhar nossa esperança.
SEXTA 15 DE NOVEMBRO
Fé sem milagres
Uma geração má e adúltera pede um sinal; e nenhum sinal lhe será dado,
senão o de Jonas. E, deixando-os, retirou-Se. Mateus 16:4
Algumas pessoas estão mais interessadas nos milagres do que no próprio
Realizador deles. Condicionam sua fé às intervenções miraculosas de Deus
e esperam que, em qualquer situação, Ele abra um Mar Vermelho em sua
vida. Acreditam que a oração cura todas as doenças e resolve todos os
problemas.
Quando isso não acontece, vivem uma verdadeira crise espiritual. Não
entendem o que disse um conhecido escritor: “A fé não é a crença de que
Deus fará o que queremos, mas a confiança de que Ele fará o que é certo.”
Por isso, Jesus foi duro com pessoas que dependiam de milagres e atos
extraordinários para crer Nele.
O grande ato de fé não é depender de milagres, mas fazer uma entrega
verdadeira. Não é a crença de que Deus fará o que você quer, mas o que é
melhor. Roosevelt Marsden disse: “Nossa fé não está nas bênçãos de Deus,
mas no Deus das bênçãos. Pouco é muito quando é Ele quem dá.”
Uma das declarações mais impressionantes sobre fé verdadeira vem do
Antigo Testamento. Ao enfrentar a fornalha ardente, Sadraque, Mesaque e
Abede-Nego disseram: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos,
Ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não,
fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a
imagem de ouro que levantaste” (Dn 3:17, 18). Eles decidiram confiar em
Deus sem depender de milagres. Se o Senhor fizesse uma grande
intervenção, ficariam agradecidos; se não o fizesse, continuariam fiéis.
Os jovens hebreus entenderam que fé é entregar tudo e não esperar
nada. Estavam dispostos a qualquer coisa para viver o que acreditavam.
Não havia um descompasso entre o que falavam e o que faziam. Confiavam
tanto em Deus que nem pediram para ser poupados. Foram capazes de
exercer uma fé que não dependia de milagres.
Como anda sua fé? Você tem limitado a atuação divina em sua vida a
grandes demonstrações de poder? Ou resolveu viver com base nas
promessas de Deus ainda que nessa vida tudo pareça perdido? O Senhor é
capaz de fazer muito mais do que resolver os problemas que enfrentamos.
Só Ele tem o poder de nos salvar, e isso ninguém mais pode fazer. Decida
hoje confiar em Jesus, independentemente da situação, e o milagre da fé
ocorrerá em seu coração.
SÁBADO 16 DE NOVEMBRO
Acesso
Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.
Hebreus 4:16
O livro de Hebreus é um grande argumento em defesa do cristianismo.
Seus 13 capítulos apresentam Cristo como o novo, último e superior Sumo
Sacerdote. Sua leitura é fundamental para quem deseja ter uma visão mais
clara da salvação e do ministério de Cristo no santuário celestial.
Seu conteúdo é rico e muito bem elaborado. Segundo Mark Finley, a
essência de sua mensagem pode ser bem representada pela palavra
“acesso”. Afinal, a vida, morte, ressurreição e ministério sacerdotal de
Cristo nos dão acesso a três bênçãos especiais, apresentadas no livro.
Acesso ao perdão de Cristo. Podemos ir a Ele com confiança “a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião
oportuna” (Hb 4:16). O Filho de Deus Se tornou Filho do Homem e nos
entende melhor do que nós mesmos. Ele Se identificou com nossas
necessidades e fraquezas, por isso podemos colocar em Suas mãos o peso
de nossa culpa para receber a paz de Sua graça e a bênção de Seu perdão.
Acesso à presença de Cristo. Pela fé, podemos “lançar mão da esperança
proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra
além do véu” (Hb 6:18, 19). Ele nos leva à Sua presença, “além do véu”,
tornando possível o que nenhum hebreu alcançaria por meio de seus
rituais religiosos. Temos um Deus presente, que nos oferece uma
esperança real, que é a “âncora da alma”, e nos dá estabilidade nas
tempestades da vida. Não importa o tamanho das crises, em Sua presença o
coração encontra segurança.
Acesso ao poder de Cristo. Seu ministério no santuário celestial “pode
salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles” (Hb 7:25). Recebemos não apenas o perdão dos
pecados, mas especialmente o poder para enfrentar as tentações do
presente e a certeza da vitória completa no futuro. “Devemos ir [a Ele] com
todas nossas fraquezas, imprudência e pecaminosidade[...] Ele Se alegra ao
nos envolver em Seus braços de amor, curar nossas feridas e nos purificar
de toda impureza” (Caminho a Cristo, p. 52).
O “Autor e Consumador da nossa fé” (Hb12:2, NVI) está intercedendo
permanentemente por você e oferecendo acesso aos recursos ilimitados do
Céu. Por que não recorrer a Ele na luta contra o pecado e o mal?
SEGUNDA 18 DE NOVEMBRO
O mais importante
Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas
vos serão acrescentadas. Mateus 6:33
O colportor Alberto Stauffer foi quem apresentou a mensagem adventista
pela primeira vez no Uruguai. Tudo começou em 1892, em Colônia Suíça,
entre os colonos suíço-alemães.
Entretanto, mais pessoas participaram da história de pioneirismo no
Uruguai. Parte dessa história ainda pode ser contada por Marta, que hoje
tem 90 anos e permanece fiel à fé adventista. Seus pais, Verena Ana Kufer
e Emilio Burger, foram fundamentais no início da obra no país.
A família Burger emigrou da Suíça para os Estados Unidos e desenvolveu
seus negócios na área de alimentação. Alguns membros da família, porém,
foram para o Uruguai, onde conheceram o evangelho e ajudaram no
estabelecimento e crescimento da igreja.
Naquele país, os Burger, com outros imigrantes suíços, fundaram uma
colônia que hoje é chamada de Nueva Helvecia. Cerca de cinco quilômetros
dali, nasceu Marta, em Barrancas Coloradas. A família recebeu a mensagem
adventista por meio de publicações e conheceu a verdade mais
profundamente por meio das conferências bíblicas do pastor Francisco
Westphal.
Com emoção, Marta conta que seu pai, Emilio, e seu avô, Santiago,
abraçaram a fé adventista com toda convicção e compromisso. Colocaram
seus dons e recursos a serviço do evangelho e apoiaram financeiramente o
estudo de Teologia de Luís Ernst, um jovem promissor que, depois de
formado, retornou ao Uruguai para iniciar seu ministério.
Nesse período, mais uma vez, Emilio colocou suas finanças a serviço da
obra de Deus e ajudou o pastor Ernst a construir a igreja de Nueva
Helvecia, a casa pastoral e a Escola Adventista. Mais tarde, o mesmo pastor,
Luís Ernst, deu os estudos bíblicos para Marta, oficiou seu batismo e, anos
depois, também fez seu casamento.
Contudo, a dedicação da família pelas coisas de Deus não diminuiu. Jorge
Echezarraga, o filho de Marta, que é médico, também dedica a vida à
missão. Por vários anos, ele dirigiu o Hospital Adventista de Belgrano, em
Buenos Aires.
Essa família ajudou a lançar a semente do evangelho em solo uruguaio e,
há quatro gerações, tem sido uma bênção na obra do Senhor. O segredo
deles foi colocar Deus em primeiro lugar na vida. Faça o mesmo, e Ele se
encarregará do resto.
TERÇA 19 DE NOVEMBRO
Necessidades infantis
Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava. Marcos
10:16
O dia de hoje tem um significado especial para as crianças em todo o
mundo. Celebramos a proclamação da Declaração dos Direitos da Criança
(1959) e a adoção da Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), pela
Assembleia Geral das Nações Unidas. Esses dois documentos lembram que
cada um de nós deve oferecer o melhor para proteger as necessidades
básicas dos pequenos.
Jesus entendia muito bem as necessidades das crianças. Em vários
momentos e lugares, Ele parou, deu atenção a elas e as tomou nos braços.
Mesmo sem o apoio dos que O cercavam, o Mestre cuidava delas,
demonstrava-lhes amor e as abençoava.
O gesto acolhedor de Cristo revela que a maior necessidade de nossas
crianças não é de passeios, brinquedos, equipamentos eletrônicos ou
viagens especiais. A maior necessidade delas é a bênção de Jesus. É isso que
traz equilíbrio, felicidade, prosperidade, sabedoria e salvação.
Estamos oferecendo a nossos filhos as bênçãos necessárias para mantê-
los perto de Deus, da igreja e da salvação? No livro Why Teenagers Reject
Religion [Por que os Adolescentes Rejeitam a Religião], Roger Dudley
afirma que “entre os adolescentes, a rejeição à religião encontra-se no nível
emocional e não no nível intelectual” (p. 25).
Possivelmente, o problema não esteja com a mensagem, mas com
aqueles que a representam: adultos, outros líderes e, especialmente, os
pais. Um bom exemplo sempre valerá mais do que muitos conselhos.
O papel de representar Jesus para os filhos está nas mãos dos pais.
Agindo assim, segundo Ellen White, os pais constroem “um muro em torno
dos filhos”. Ela continua dizendo que é dever de cada pai e mãe “suplicar,
com plena fé, que Deus habite entre eles, e santos anjos os guardem, a eles
e aos filhos, do poder cruel de Satanás” (Conselhos Para a Igreja, p. 152).
Essa é uma tarefa desafiadora, que exige equilíbrio e sabedoria, mas, nas
mãos de Deus, dará bom resultado.
QUINTA 21 DE NOVEMBRO
Dias comuns
Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e,
levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus,
a Horebe. Êxodo 3:1
Até o momento de seu encontro com Deus no monte Horebe, Moisés
estava vivendo um dia normal, como tantos outros. Nenhum anjo havia
batido em seu ombro na hora de calçar as sandálias e dito: “Prepare-se,
porque hoje você entrará para a história. Fique atento porque Deus fará
maravilhas!” Nada disso! Moisés apascentava o rebanho de seu sogro, uma
ocupação normal que ele executava como parte de seu trabalho diário.
Moisés estava apenas sendo fiel às suas responsabilidades.
Que contraste com nossos dias, quando estamos dominados pelo
conceito de show. Pressionados por novidades, buscamos fazer coisas
diferentes, criativas, inovadoras: novas abordagens, novas tentativas, novos
métodos, novas linguagens. Queremos ser e fazer algo único, sair da rotina,
apresentar novas estratégias, sugerir novos cenários, criar
empreendimentos atuais e surpreendentes.
O encontro de Deus com Moisés nos ensina que Ele costuma falar com as
pessoas na normalidade da vida. Ele age sem anúncio em jornais, rádios,
revistas, TV ou internet, e sem previamente enviar mensagem por
WhatsApp, Facebook ou Instagram. Deus costuma Se comunicar conosco
quando estamos realizando nossos deveres diários, como a organização do
escritório, limpeza do carro, arrumação da cozinha, leitura de um livro, na
caminhada matinal ou no momento de reflexão pessoal.
Por isso, não espere viver um dia espetacular ou sentir uma grande
emoção. Não aguarde a maravilhosa visão de um grande e sublime trono.
Nem sempre é assim. Quase nunca é assim.
Na verdade, Deus está em busca de gente comum para realizar uma obra
extraordinária. Por isso, Ele quer nos encontrar no fiel cumprimento de
nossas atividades diárias. Em meio a esses momentos, Deus quer nos
encarregar de mensagens celestiais poderosas que transformarão a vida
daqueles a quem transmitirmos Seus recados.
Em um dia comum, Deus falou com Moisés. Em qualquer momento deste
dia, no meio de sua rotina, o Senhor também quer falar com você. Então,
esteja preparado para ouvir Sua voz, atender a Suas orientações e cumprir a
missão que Ele lhe der.
DOMINGO 24 DE NOVEMBRO
Revelação
Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos Seus servos as
coisas que em breve devem acontecer e que Ele, enviando por intermédio do Seu
anjo, notificou ao Seu servo João. Apocalipse 1:1
O livro do Apocalipse entusiasma alguns e apavora outros, mas seu
conteúdo é fundamental para entender nossa identidade e o tempo em que
vivemos. Por isso, Ellen White recomenda: “As mensagens solenes que
foram dadas, em sua ordem, no Apocalipse, devem ocupar o primeiro lugar
na mente do povo de Deus” (Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 302).
A partir do primeiro verso do Apocalipse, podemos entender os dois
princípios que servem de base para todo o seu conteúdo.
O objetivo principal: a revelação de Jesus Cristo. A mensagem principal do
livro vem Dele, e seu conteúdo é sobre Ele. Jesus é o “Filho do Homem” do
capítulo 1; o “Leão da Tribo de Judá” e o “Cordeiro” do capítulo 5; o “Filho
Varão” do capítulo 12; e o “Verbo de Deus” do capítulo 19. O livro começa
com Ele e termina com Ele.
Apesar de estar cheio de profecias, símbolos e sinais, o Apocalipse não foi
escrito para saciar nossa ansiedade e curiosidade sobre o futuro. Seu
objetivo é mostrar que, não importa o que aconteceu ou ainda irá
acontecer, Jesus está do lado de Seu povo ao longo da história e o
sustentará até o fim.
A mensagem principal: Deus está no controle do futuro. Se o futuro estivesse
em nossas mãos, haveria uma grande confusão; se estivesse nas mãos de
Satanás, ele venceria; se fôssemos simples resultados do destino, nossa
vida perderia o significado. Podemos estar seguros de que o futuro está nas
mãos de um Deus que nos conhece e sempre faz o que é melhor para nós.
Ao mesmo tempo, o Apocalipse é o livro da grande esperança. No
primeiro capítulo, apresenta Aquele que “há de vir”. No último, repete três
vezes a certeza deixada por Jesus: “Virei outra vez”.
O Apocalipse não é apenas um livro de profecias, mas a revelação do
amor e cuidado de Deus. Não tenha medo de seus símbolos, pois eles
apontam para o estabelecimento definitivo do reino de Deus e de Sua
justiça eterna. Permita que Jesus Se revele a você no Apocalipse. Assim, a
esperança será renovada em seu coração.
SEGUNDA 25 DE NOVEMBRO
Estamos em guerra
Houve peleja no Céu. Miguel e os Seus anjos pelejaram contra o dragão.
Apocalipse 12:7
Se tivesse que descrever a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que ilustração
você usaria: um clube ou um exército? Um piquenique ou um campo de
batalha? O capítulo 12 do Apocalipse fornece a pista necessária para uma
resposta satisfatória. Essa passagem está no centro do livro e apresenta um
cenário de guerra. O conflito ocorre em diferentes momentos da história,
com os mesmos protagonistas e diferentes participantes, que interagem no
campo de batalha.
A primeira batalha (v. 7-9) ocorre no Céu. De um lado, lutam Miguel e
Seus anjos; de outro, o inimigo e seu exército mau. A identidade do grande
antagonista de Deus foi revelada como dragão, serpente, diabo, Satanás e
enganador. Ele e seus anjos foram derrotados e lançados para a Terra.
A segunda batalha (v. 13) tem como palco a Terra e revela a tentativa do
dragão de destruir Cristo logo após Seu nascimento. Toda a vida do Senhor
foi marcada por um intenso conflito com o mal, por tentações diversas,
oposição, provocação e, finalmente, crucifixão. Porém, em cada luta, Ele foi
vitorioso.
A terceira batalha (v. 14) é travada contra a igreja cristã. Nesse tempo, a
“mulher”, símbolo profético dos fiéis, é sustentada e protegida diretamente
por Deus, durante 1.260 anos, o maior período de opressão que o
cristianismo sofreu.
A quarta batalha (v. 17) se dá contra o remanescente de Deus. O dragão
está irado e tentando derrotá-lo, usando armas como sedução, imposição e
perseguição.
Esse cenário permanente de guerra nos lembra de que:
O inimigo não desiste. Em seu desespero por ocupar o lugar de Deus,
Satanás muda suas estratégias e aumenta a pressão, mas não abandona o
campo de batalha. Precisamos estar preparados para enfrentá-lo, revestidos
com toda a “armadura de Deus” (Ef 6:11, 13).
O Cordeiro é o vencedor. A guerra entre um cordeiro e um dragão parece
injusta, mas estamos falando do Cordeiro de Deus, e ninguém pode vencê-
Lo nem derrotar Seus seguidores. Por isso, a vitória está anunciada: “O
Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis;
vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele” (Ap
17:14).
No grande conflito, Jesus é o vencedor. Mantenha-se ao lado Dele, e você
também fará parte dessa grande vitória.
TERÇA 26 DE NOVEMBRO
Deus é o vencedor
Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra
do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria
vida. Apocalipse 12:11
Precisamos enxergar a vida sempre pela perspectiva correta e lembrar
que não estamos num piquenique, mas num campo de batalha. Há uma
guerra em andamento, “contra os exércitos das trevas. A menos que
sigamos nosso Líder, bem de perto, Satanás obterá vitória sobre nós”
(Olhando Para o Alto, p. 194).
Nossa única alternativa para a vitória é buscar mais profundamente o
Senhor. Afinal, nossa luta não é “contra o sangue e a carne”, mas contra
“principados e potestades” (Ef 6:12). Só podemos vencer esse conflito se
empunharmos armas espirituais.
O inimigo é muito mais forte e esperto do que nós. Ele já provou isso no
Éden e continua demonstrado sua força ao longo da história. Se o
enfrentarmos sozinhos e sem Deus, vamos acabar seduzidos e
comprometidos com aquilo que facilmente poderíamos reconhecer e
vencer. Entretanto, um com Deus é sempre maioria. É na comunhão
pessoal com Ele que venceremos. Com oração e estudo da Bíblia somos
protegidos no campo de batalha.
Não podemos seguir a vida de forma intensiva durante a semana e nos
contentarmos com um supletivo espiritual no sábado. Não dá para
gastarmos todas as energias com o que é pessoal e levarmos a vida cristã de
modo superficial, sem comprometimento, entrega nem sacrifício pelas
coisas do Senhor.
Nossas prioridades não podem estar na trindade materialista, formada
por móveis, imóveis e automóveis, muito menos em roupas, restaurantes e
viagens. Essas coisas podem ter até algum lugar em nossa vida, mas não
devem assumir o protagonismo de nossa existência. Como ensinou Ellen
White, precisamos “dispensar as satisfações egoístas [em vez de]
negligenciar a comunhão com Deus” (O Grande Conflito, p. 622).
A advertência inspirada é clara: “Satanás vigia cuidadosamente para
encontrar cristãos fora de guarda. Ah, se os seguidores de Cristo se
lembrassem de que o preço da vida eterna é a eterna vigilância!” (Olhando
Para o Alto, p. 194).
Deus está em busca de homens e mulheres que sejam intensos na
comunhão. Não abra mão de seus momentos de relacionamento com o
Céu. Estamos em guerra e só podemos vencer pelo sangue do Cordeiro.
QUARTA 27 DE NOVEMBRO
Nossa identidade
Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua
descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho
de Jesus. Apocalipse 12:17
Um dos grandes desafios da igreja remanescente é preservar sua
identidade sem perder a relevância. Precisamos continuar sendo o povo
que “guarda os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” e, ao
mesmo tempo, atender às necessidades de quem vive no século 21.
Entretanto, certas ênfases têm prejudicado o equilíbrio da igreja. Alguns
têm defendido a visão de uma igreja social, que faz do serviço comunitário
sua maior prioridade. Nessa perspectiva, o alívio ao sofrimento humano
assume o protagonismo, e a salvação eterna perde espaço. Outros, por sua
vez, defendem a busca pela igualdade religiosa. Pretendem anular nossa
identidade distintiva em busca de maior aceitação popular, tornando-nos
mais evangélicos e menos remanescentes. Há quem defenda também
menor ênfase na Bíblia e nos escritos de Ellen White. Esse segmento se
apoia nas próprias opiniões e valoriza em excesso os grandes nomes das
ciências sociais ou do mercado editorial evangélico.
Somos uma igreja aberta ao novo, desde que isso nos fortaleça e não nos
empobreça. As inovações são bem-vindas se aprofundarem nosso
compromisso com a Palavra de Deus e se nos ajudarem a transmitir nossa
mensagem profética com amor, sensibilidade e relevância.
Nosso chamado e identidade são bem definidos. Para mantê-los,
precisamos deixar de lado a areia movediça das interpretações pessoais e
continuar firmes na rocha do “assim diz o Senhor”. Não podemos nos
relacionar com a revelação divina como se ela fosse um produto na
prateleira de mercado, na qual pegamos somente o que nos interessa.
Nossa interação com a sociedade não deve ser como água e açúcar, que,
na mistura, unem-se e não é possível diferenciá-los. Temos que ser como
água e óleo, que, quando misturados, permanecem bem distintos. Como
disse alguém: “A igreja precisa atrair pela diferença e não pela igualdade.”
Em uma carta enviada a seu filho Edson e à nora Emma, Ellen White
alertou: “Todas as forças de anjos maus combinadas com homens maus
estarão em ação para suprimir a verdade.” Nesse campo de batalha,
mantenha sua fidelidade e identidade fortemente baseadas na comunhão
com Deus e Sua revelação.
QUINTA 28 DE NOVEMBRO
Estilo de vida
A terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca.
Apocalipse 12:16
Uma de nossas armas mais importantes no grande conflito é o estilo de
vida bíblico-adventista. Por meio dele, demonstramos nossa sintonia com
o Senhor, revelamos nossa identidade e fortalecemos nossa missão. Por
isso, ele é fundamental para a vitória.
Praticados com consagração, humildade e amor, os comportamentos
cristãos fortalecem a comunhão e se tornam um apoio para a missão.
Porém, se forem motivados por egoísmo, arrogância ou perfeccionismo,
afastam de Deus, machucam pessoas e dão mau testemunho.
Cristãos verdadeiros não vivem de acordo com as propostas do mundo ou
conforme os desejos do coração. Precisamos redobrar a atenção com aquilo
que o sentimento não filtra e parece interessante, mas não é edificante; é
atraente, mas não é coerente; é aceito pela sociedade, mas não tem a
aprovação de Deus.
É preciso dar atenção especial a alguns elementos de nosso estilo de vida
que estão sendo fortemente atacados hoje. Temos que cuidar com as horas
do sábado, pois elas revelam a qualidade de nossa relação com Deus e a
visão de Sua santidade. Além disso, precisamos dar atenção especial
também ao tema de nossa aparência pessoal. Lembre-se: Quanto mais você
se expõe por fora, mais vazio fica por dentro. Outro aspecto importante é a
nossa relação com os bens materiais. O desejo de fama, luxo e riqueza tem
levado muitas pessoas a sacrificar princípios. O tipo de entretenimento aos
quais nos expomos também tem papel fundamental em nossa vida. Como
disse, Alden W. Tozer, é fácil “dizer o quanto de Deus você tem pelo quanto
de entretenimento você precisa”.
Quanto mais perto de Cristo estivermos, menos atração pela tentação
teremos. Quanto mais distante Dele, mais irresistível ela se tornará. A
advertência divina é clara: “Aquilo que não vencermos acabará nos
vencendo, e causará nossa destruição” (Caminho a Cristo, p. 32). A fórmula
bíblica para a vitória é simples: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti
ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7).
Permaneça fiel hoje e sempre em todos os detalhes da vida. Agindo
assim, na guerra contra o mal, a vitória será uma realidade em sua vida.
SEXTA 29 DE NOVEMBRO
Fortalecer a unidade
Houve peleja no Céu. Miguel e os Seus anjos pelejaram contra o dragão.
Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem
mais se achou no Céu o lugar deles. Apocalipse 12:7, 8
Desde o surgimento do pecado, Satanás trabalha para semear dúvida,
gerar comparação, promover competição, estimular críticas e colocar uns
contra os outros. Quando essa obra de rebelião e desunião começou no
Céu, Deus teve paciência e amor, mas preservou a unidade mandando
Satanás e seus seguidores embora.
O alvo do inimigo passou a ser, então, o povo de Deus na Terra. Por meio
de diferentes estratégias e pessoas, ele continua a semear desunião como
forma de atingir a Deus e prosseguir na obra que começou no Céu.
De tempos em tempos, ele desperta movimentos dissidentes ou
ministérios independentes que acusam a igreja de haver se tornado
Babilônia e chamam um remanescente para sair do remanescente. Há,
porém, uma dura advertência contra isso: “Tomais passagens dos
Testemunhos que falam do fim do tempo da graça, da sacudidura do povo
de Deus, e falais da saída dentre esse povo de um outro povo mais puro,
santo, que surgirá. Ora, tudo isso agrada ao inimigo” (Eventos Finais, p. 51).
Em muitas ocasiões ao longo da história, Deus separou um remanescente
do movimento religioso dominante. No entanto, nos últimos dias, será
diferente. Deus não vai retirar os bons do meio dos maus, mas os maus do
meio dos bons. O nome desse processo é sacudidura. O joio será arrancado,
e a palha, levada pelo vento. Ellen White deixa claro: “A igreja talvez pareça
como prestes a cair, mas não cairá. Ela permanece, ao passo que os
pecadores de Sião serão lançados fora na sacudidura – a palha separada do
trigo precioso” (ibid., p. 180).
Unidos sempre somos mais fortes, chegamos mais longe e vamos mais
rápido. A desunião produz efeito contrário. Nós nos tornamos mais fracos,
não conseguimos avançar, e tudo se torna mais difícil. Quando, por
qualquer razão, a unidade é afetada, ou construída sem base bíblica, nossas
crenças, estrutura e missão são enfraquecidas, comprometendo a própria
salvação de quem estiver envolvido nesses movimentos.
Faça tudo o que estiver a seu alcance para tornar a igreja mais unida, fiel,
bíblica e poderosa na missão. Nunca atue para dividir forças. Estamos em
guerra e não podemos ser um exército que luta contra si mesmo.
SÁBADO 30 DE NOVEMBRO
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31
DOMINGO 1º DE DEZEMBRO
Ousadia na missão
Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o
diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe
resta. Apocalipse 12:12
Estamos em guerra, e os efeitos desse conflito estão chegando ao limite.
O planeta, a igreja, as famílias e as pessoas não suportam mais as
consequências do pecado. Queremos ver, em breve, o grande conflito
terminado, com o pecado destruído e a harmonia em todo o Universo
restaurada (ver O Grande Conflito, p. 678).
Desde que foi expulso do Céu, Satanás tem colocado toda sua ousadia na
destruição. Está irado e sabe que tem pouco tempo, por isso ruge como um
leão “procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8). Diante disso, não
deveríamos trabalhar com mais ousadia para salvar, como anjos “voando
pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se
assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6)?
Essa é a maneira mais rápida para ver o fim da dor e do sofrimento, pois
todos conhecerão nossa esperança, e Cristo voltará à Terra para buscar Seu
povo.
Por outro lado, precisamos evitar a distração de confundir nosso papel
social com nossa missão espiritual. Sem dúvida, nosso chamado envolve
amar e servir à comunidade, e existe muita gente precisando de ajuda.
Contudo, nossa missão espiritual é preparar o mundo para a segunda vinda
de Cristo. Isso envolve ações sociais, mas nossa prioridade é a pregação do
evangelho. Não podemos nos empolgar com a satisfação de servir e
considerar que já estamos cumprindo a missão de salvar. Servir ajuda a
aliviar necessidades exteriores e temporais, mas apenas a salvação resolve
os problemas interiores e traz soluções eternas.
Vamos servir à comunidade com amor, mas especialmente cumprir a
missão com ousadia. As portas continuam abertas, e os corações estão cada
vez mais carentes. Ellen White nos faz um apelo: “Cada dia o tempo de
graça de alguém se encerra. […] E onde estão as vozes de aviso e rogo,
mandando o pecador fugir desta condenação terrível? Onde estão as mãos
estendidas para o fazer retroceder do caminho da morte? Onde estão os
que com humildade e fé perseverante intercedem junto a Deus por ele?”
(Patriarcas e Profetas, p. 140).
Como missionários, lutamos no exército do Senhor, aguardando com
muita expetativa a volta de Jesus e o fim do grande conflito. Use todos os
meios disponíveis e vença todas as barreiras possíveis para testemunhar
com ousadia. Deus estará a seu lado.
SEGUNDA 2 DE DEZEMBRO
Ele vive
Ainda um pouco, e o mundo não Me verá mais; vós, porém, Me vereis, porque
Eu vivo, vós também vivereis. João 14:19
A inversão de valores da contracultura e a teoria de que Deus estava
morto alastrava-se pelo mundo no fim da década de 1960. Por conta disso,
Bill e Gloria Gaither estavam apreensivos quanto ao futuro. Eles tinham
duas filhas e aguardavam a chegada de uma nova criança. Os rumos do
mundo estavam deixando o casal com medo do que o futuro prepararia
para seu bebê.
No entanto, eles decidiram olhar para cima e confiar em Deus.
Reascendeu na mente deles a certeza de que Jesus está vivo, e que, por isso,
poderiam “crer no amanhã” para seu filho. Foi com essa confiança que Bill
e Gloria compuseram o hino “Porque Ele Vive” (Hinário Adventista, no 70).
Quase 50 anos se passaram desde a composição desse hino, e o mundo
está ainda mais caótico sob todos os pontos de vista. Ateísmo, corrupção,
violência e imoralidade de toda sorte se multiplicam bem diante de nossos
olhos. Considerando que o mundo vai de mal a pior, é aterrador imaginar o
futuro da humanidade.
Contudo, a Palavra de Deus está recheada de promessas preciosas sobre o
futuro. Em breve Jesus voltará! Nesse evento, concentram-se todas as
nossas expectativas, pois é a partir dele que todos os problemas do mundo
serão definitivamente resolvidos. A Terra será purificada e renovada.
Depois de uma temporada de mil anos no Céu, os salvos poderão viver aqui
para sempre, sem medo do futuro.
Um novo ano se aproxima, e é comum termos algum receio sobre o que
está pela frente. Pensamos nos desafios financeiros, na manutenção do
emprego e da renda, em nossa saúde, nas situações de família, enfim,
temos uma lista grande de preocupações. Entretanto, a certeza de que
Cristo está vivo e de que um dia voltará é suficiente para nos manter em
paz quanto ao futuro. Aconteça o que acontecer, podemos contar com a
presença constante do Espírito Santo, que trabalha de modo incansável a
fim de nos preparar para viver no Céu.
Não tenha medo do futuro. Confie plenamente em Jesus e cante do
fundo do coração o motivo de sua certeza: “Porque Ele vive, posso crer no
amanhã; / porque Ele vive, temor não há. / Eu sei que minha vida não será
mais vã, / Pois meu futuro em Suas mãos agora está.”
SEXTA 6 DE DEZEMBRO
Precisamos resgatar
Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do Seu
povo. Isaías 11:11
O dia 7 de dezembro traz duras lembranças para os habitantes da
Armênia. Em 1988, um terremoto de magnitude 7,2 na escala Richter
atingiu o norte do país. Em questão de segundos, mais de 40% do território
da então república soviética foi fortemente abalado pelo tremor. Foram
mais de 300 localidades afetadas, 25 mil pessoas morreram, 140 mil
ficaram inválidas, 500 mil perderam a casa e 250 mil alunos ficaram sem
escolas.
O resgate demorou muito, pois a maioria dos médicos e servidores
públicos morreu no terremoto ou feriu-se na tragédia. O clima também não
ajudou. O inverno foi um dos mais intensos já registrados. Os que
conseguiram sobreviver à catástrofe tiveram que enfrentar durante a noite
temperaturas de mais de 35 graus abaixo de zero.
No meio desse caos, conta-se a história de um pai que correu para a
escola do filho para tentar achá-lo. Chegando ao lugar, encontrou o edifício
totalmente destruído e, com lágrimas nos olhos, lembrou-se da promessa
que sempre fazia ao filho: “Não importa o que aconteça, eu sempre estarei
a seu lado.”
No lugar em que ficava a sala de aula do menino, o pai começou o
trabalho de resgate. Outros pais, mães, bombeiros, policiais, com boa
intenção, diziam: “É tarde demais, não vale a pena todo este esforço.” Mas
ele não desistiu. Continuou a cavar, pedra após pedra, entulho após
entulho no meio dos escombros. As forças estavam acabando, e as mãos já
estavam sangrando. O tempo foi passando: 8, 12, 24, 36 horas de trabalho.
Quando completou 38 horas, ele removeu uma pedra, ouviu uma voz e
gritou com todas as suas forças: Armando!
Cheio de esperança, ouviu uma voz fraca, mas segura. “Pai, eu disse para
as outras crianças que não se preocupassem, porque eu sabia que você nos
salvaria. Somos 14 esperando o senhor.” Eles estavam com medo, fome e
sede, mas o pai de Armando estava lá.
O pecado desabou sobre a humanidade e nos deixou soterrados na
perdição. Porém, nosso Pai prometeu nos salvar e cumpriu Sua palavra.
Nesse ponto da história do mundo, Ele nos envia como agentes de resgate.
Aceite essa missão do Senhor, vá em busca de Seus filhos e diga-lhes que
ainda há esperança.
DOMINGO 8 DE DEZEMBRO
Corpo de Cristo
Ora, vocês são o corpo de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é
membro desse corpo. 1 Coríntios 12:27, NVI
Uma das melhores ilustrações que a Bíblia usa para a igreja é o corpo
humano. Ela permite aplicações perfeitas, pois todos os membros estão
ligados entre si, cada um tem funções importantes, e Cristo representa a
cabeça.
No Calvário, essa comparação fica ainda mais clara. Lá o corpo de Cristo
está suspenso, os cravos atravessam Suas mãos, e o sangue escorre pelo
Seu pulso. Uma coroa de espinhos está sobre Sua cabeça, e o sangue
escorre pelo Seu rosto. Ali, Ele é traído por Judas, negado por
Pedro, acusado pelos líderes judeus e crucificado pelos romanos.
Depois do último suspiro, Ele é retirado da cruz. Seu corpo está
ensanguentado e ferido. Se você e eu estivéssemos diante dessa cena, o
que teríamos pensado? Possivelmente que o cristianismo estivesse acabado
e sem futuro.
Graças a Deus, a manhã da ressurreição chegou, e Cristo ressurgiu. Ele
saiu do sepulcro e Se levantou triunfante. A igreja de Cristo, como Seu
corpo, também enfrenta dor, sofrimento, maus-tratos e opressão. Algumas
vezes, é negada por amigos e ridicularizada por inimigos, mas chegará o dia
da “ressurreição”. Ela será despertada pelo poder do Espírito Santo, se
levantará e anunciará o evangelho até os confins da Terra.
Às vezes, a igreja parece estar abatida, derrotada ou quase destruída. Mas
ela chegará a seu destino. Não será fragmentada nem destruída. Não ficará
irreparavelmente danificada. A igreja está nas mãos do Senhor e
finalmente triunfará.
Ellen White é clara: “Fraca e defeituosa como possa parecer, a igreja é o
único objeto sobre que Deus concede em sentido especial Sua suprema
atenção” (Atos dos Apóstolos, p. 12). Ela finalmente triunfará. A única
decisão que precisamos tomar é se triunfaremos com ela. Usaremos os
dons que Deus nos deu e todas as nossas forças para edificar a igreja e não
para destruí-la? Será que vamos amar cada vez mais a noiva de Cristo como
Ele a ama?
A igreja tem necessidades, mas a graça de Deus é maior do que todas
elas. De modo semelhante à ressurreição de Jesus, a igreja será reavivada e
cumprirá totalmente a missão. Mantenha-se no corpo de Cristo, e a vida
Dele também será sua.
QUARTA 11 DE DEZEMBRO
A razão da esperança
Estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão
da esperança que há em vós. 1 Pedro 3:15
A Bíblia tem orientações claras sobre como devemos compartilhar nossa
fé. Segundo o apóstolo Pedro, um testemunho completo e convincente
sempre deverá manter o equilíbrio entre fé – “esperança que há em vós” –
e razão – “estando sempre preparados para responder”.
A palavra traduzida por “responder” (apologian) originou a palavra
“apologia”. De acordo com o teólogo W. C. Taylor, o sentido de “responder”
tem a ver com uma defesa forense, ou seja, um discurso de defesa perante
um tribunal. Isso significa que devemos estar preparados para argumentar
em defesa de nossa fé. É claro que cada palavra precisa estar temperada
com amor e respeito, mas nunca aceitando que a mensagem seja distorcida
ou mal compreendida.
Argumentar sobre nossa fé vai além de um estudo bíblico rápido. É
resultado de preparo consciente, respostas inteligentes, ideias bem
articuladas e crenças bem organizadas. Uma fé inteligente está baseada em
uma teologia bíblica sólida e usa os melhores recursos do conhecimento
para atingir o coração daqueles que buscam saber a razão da esperança que
há em nós. E não poderia ser diferente, porque tão ruim quanto não crer é
crer sem saber o porquê.
Na prática, a razão é muito útil para compreender os mais diversos temas
bíblicos. Apenas um exemplo: Como podemos saber se um profeta é
verdadeiro? Há pelo menos quatro critérios ou argumentos racionais e que
podem ser confirmados: (1) Suas predições se cumprem (Jr 28:8). (2) O que
ele diz está em harmonia com a Bíblia (Is 8:20). (3) A vida do profeta está
de acordo com a vontade de Deus (Mt 7:15-20). (4) O profeta testemunha
a respeito da natureza divino-humana de Jesus Cristo (1Jo 4:1-3). Observe
que os quatro pontos acima compõem um quadro argumentativo lógico,
baseado na Bíblia, para defender uma crença cristã fundamental.
Uma fé lógica pode iluminar mentes inseguras, superficiais e que estejam
em conflito. Deus espera que estejamos preparados a qualquer momento
para compartilhar a razão da fé que há em nós: “Todo o Céu está à espera
de homens e mulheres por cujo intermédio Deus possa revelar o poder do
cristianismo” (Atos dos Apóstolos, p. 600).
Devemos compartilhar nossa esperança com amor, mas também com
uma fé inteligente. Esteja sempre pronto para explicar por que crê no que
crê e por que vive como vive.
SEXTA 13 DE DEZEMBRO
Missão cumprida
Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias,
te levantarás para receber a tua herança. Daniel 12:13
O programa Anjos da Esperança estava no ar quando o pastor Milton
Souza, diretor da rede Novo Tempo e apresentador do programa, achou que
suas mãos estavam pálidas demais. Foi o início de seus 83 dias de luta pela
vida.
A notícia de sua doença surpreendeu a todos. Imediatamente, uma
corrente de oração em favor desse homem de Deus foi formada. Por meio
de um blog, ele compartilhava sua experiência. Num mapa, marcava os
países onde alguém orava por sua recuperação.
Em todo o tempo, manteve firme a confiança no Senhor e deixou isso
claro na mensagem à sua equipe de gerentes, tão logo descobriu a doença:
“Não sei o plano de Deus para a minha vida terrena, mas Ele sabe que estou
em Suas mãos. O que Ele me deu até aqui valeu muito. Por isso, só tenho a
agradecer. Agora chegou a hora de pedir um pouquinho mais – de vida, de
tempo, mas sobretudo para viver cada vez mais de acordo com Seus
planos.”
Milton era um visionário, apaixonado por comunicação e trabalhador
incansável. Assumiu a liderança do antigo Sistema Adventista de
Comunicação em 2002, mas, em 2005, foi em busca de novos horizontes e
coordenou a mudança da sede para a cidade de Jacareí, SP. Muitos frutos
que colhemos hoje são sementes que ele plantou.
Quando os recursos médicos se esgotaram e a situação ficou difícil,
Milton se preocupou em animar a família. Ele escreveu: “Fiquem firmes na
igreja e eduquem meus netos no caminho do Senhor. No Céu vou fazer
tudo o que planejei fazer aqui e não foi possível, como andar de bicicleta e
passear. Aceitem os planos de Deus. Não vejam isso como uma derrota,
pois Deus sabe o que é melhor.”
No dia 13 de dezembro de 2007, sua jornada terminou. Repetiu as
palavras de Paulo, que também foram ditas por Ellen White: “Eu sei em
quem tenho crido” (2Tm 1:12), recordou Apocalipse 14:13 e Isaías 57:2 e
pediu à família que cantasse o hino “Sou Feliz com Jesus” (Hinário
Adventista, no 230).
Depois de 51 anos de vida, 29 como pastor e cinco como diretor da Rede
Novo Tempo, sua missão estava cumprida. Descansou de sua luta e, na
manhã da ressurreição, cremos que ele se levantará para receber sua
herança. Como Milton Souza, faça sempre seu melhor e deixe os resultados
com o Senhor.
SÁBADO 14 DE DEZEMBRO
Igrejas acomodadas
Tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos; todos ficaram cheios
do Espírito Santo e, com intrepidez, anunciavam a palavra de Deus. Atos 4:31
“A estabilidade e o conforto ainda vão enfraquecer o crescimento da
igreja na América do Sul.” Havíamos acabado um seminário para líderes
com a equipe da Divisão Sul-Americana, e o professor, convidado de uma
universidade adventista norte-americana, fez essa previsão.
Para ele, a estabilidade e o conforto foram grandes inimigos do
crescimento da igreja no primeiro mundo. Sua análise foi direta: “Quanto
mais confortáveis são as casas, com conexão rápida à internet, aparelhos de
ar-condicionado e TV com múltiplas opções, mais exigentes as pessoas se
tornam e menos envolvidas em atividades externas. Elas vão se
concentrando mais nos próprios interesses, e a igreja deixa de ocupar um
papel central.”
Na visão dele, os países do Hemisfério Sul ainda têm muitas dificuldades
que afetam seu desenvolvimento, mas que facilitam a pregação do
evangelho. O professor deixou, porém, um alerta: “Fiquem atentos, pois a
realidade também está mudando rapidamente por aqui.”
Essa conversa me levou a refletir: A prosperidade está acelerando o
avanço da igreja ou intensificando nossa acomodação? Seremos vítimas
naturais desse processo ou poderemos ser uma exceção?
Para alguns, seria mais seguro se pudéssemos parar no tempo e fugir
dessa tendência. No entanto, diante da rapidez das mudanças, só nos resta
pedir a Deus sabedoria para modernizar sem mundanizar e manter os
princípios sem perder a relevância. Por isso, devemos avaliar
permanentemente onde estamos e como deveríamos estar.
Não podemos aceitar a simples tradição ou a boa acomodação. Quando
Jesus precisou alcançar o mundo de Seus dias, convocou Seu povo para
estudar, dialogar e orar intensamente. Enviou o Espírito Santo para agir
poderosamente e, como resultado, “tremeu o lugar onde eles estavam
reunidos” (At 4:31). A igreja saiu de seu conforto, foi ao encontro das
pessoas, cumpriu a missão de forma poderosa e teve um crescimento
explosivo. A fórmula continua sendo a mesma: somente “uma igreja que
trabalha é uma igreja viva” (Ellen White, Medicina e Salvação, p. 332).
DOMINGO 15 DE DEZEMBRO
Sementes
Outra, enfim, caiu em boa terra e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um.
Mateus 13:8
Você já se perguntou, alguma vez, o que estaria acontecendo com tanta
literatura distribuída, especialmente nas últimas grandes campanhas
realizadas pela igreja? Será que esses movimentos valem a pena?
Compensa todo o investimento de tempo, energias, recursos e em
mobilização? Apenas em 2012 e 2013, distribuímos cerca de 60 milhões de
livros A Grande Esperança, apresentando a mensagem específica para os
últimos dias. O que irá acontecer?
Livros são como sementes. Algumas dão resultado rápido, e outras
demoram mais tempo. O importante, porém, é espalhá-las. Não sabemos
exatamente onde elas estão, nem os métodos que o Espírito Santo está
usando. Mas, no momento certo, elas vão germinar.
“É certo que alguns dos que compram os livros os colocarão na estante ou
na mesa da sala de visitas e raramente os olharão. Contudo, Deus tem
cuidado de Sua verdade, e virá o tempo em que esses livros serão
procurados e lidos” (Ellen G. White, O Colportor-Evangelista, p. 150). Nosso
desafio é lançar essas sementes e permitir que Deus trabalhe ao longo do
tempo. Já podemos ver muitos milagres acontecendo em vidas
transformadas, mas o melhor ainda está por vir.
Maria Luiza Nunes (ou Malu, como é conhecida) é um bonito exemplo
disso. Em abril de 2010, enquanto cursava Enfermagem, ela estava
perturbada e depressiva com a suspeita de uma doença gravíssima.
Para ajudá-la, uma de suas professoras ofereceu alguns livros para que ela
escolhesse os que lhe interessassem e os levasse para casa. Malu encontrou
O Conselheiro Médico do Lar, impresso pela Casa Publicadora Brasileira e
vendido por um colportor em 1979. Rapidamente, ela leu toda a obra e,
com o desejo de saber mais, visitou o site da CPB para conhecer outros
livros da editora. Ela também pesquisou o endereço de uma igreja perto de
sua casa. Numa quarta- feira, Malu entrou pela primeira vez em um templo
adventista, no Capão Redondo, em São Paulo. Após concluir os estudos,
mesmo tendo descoberto que sofria da Doença de Graves, ela tomou a
decisão pelo batismo. No dia 17 de setembro de 2011, Malu foi batizada
pelo pastor Rafael Rossi.
Mais de três décadas depois, um livro produziu resultado. O que
acontecerá com os milhões de livros que estamos distribuindo? Vamos
continuar firmes lançando essas sementes!
SEGUNDA 16 DE DEZEMBRO
Descobrindo a estratégia
No passado surgiram falsos profetas no meio do povo, como também surgirão
entre vocês falsos mestres. Estes introduzirão secretamente heresias
destruidoras. 2 Pedro 2:1, NVI
Recentemente, Simon Singh publicou seu livro The Codebreakers [Os
Decifradores de Códigos]. Nele o autor conta a história do matemático
inglês Alan Turing, que trabalhou durante a Segunda Guerra
Mundial decifrando os códigos usados pelos alemães. Ele atuava em
Bletchley Park, uma antiga instalação militar secreta localizada a 80 km de
Londres.
Alan Turing começou a observar os 159 quintilhões de combinações nos
códigos alemães e descobriu como quebrá-los em tempo real. Enquanto a
liderança nazista enviava códigos para suas forças de guerra, Turing
enviava mensagens às forças aliadas para que soubessem exatamente onde
se encontravam os inimigos. Por causa desse trabalho, muitos estudiosos
da Segunda Guerra Mundial dizem que, na pior das hipóteses, Alan
Turing ajudou a encurtar a guerra em dois anos e que, na melhor das
hipóteses, sua iniciativa ganhou a guerra.
Quando você conhece a estratégia do inimigo, é muito mais fácil
desenvolver um plano para a vitória. Por isso, Pedro alertou quanto ao
surgimento de falsos profetas e mestres que trabalhariam para introduzir
secretamente seus ensinos destruidores. Segundo ele, as heresias não
surgiriam abertamente, mas sempre de forma muito discreta. É preciso
estar alerta e saber interpretá-las com profundidade bíblica.
Por um lado, temos hoje nossas maiores oportunidades para chegar aos
confins da Terra. Podemos usar TV, rádio, internet e as publicações, sem
barreiras geográficas. Regimes totalitários ou qualquer outro tipo de força
não podem impedir a pregação do evangelho.
Por outro lado, enfrentamos nossos maiores desafios. O inimigo sabe que
uma igreja unida, buscando o poder do Espírito Santo, preocupada em
formar discípulos e em manter-se concentrada na missão pode abreviar a
volta de Jesus. Por isso, ele faz de tudo para impedir o progresso da obra de
Deus. Ele causa confusões doutrinárias, desperta novas aplicações para as
profecias e incita a marcação de datas para a volta de Jesus.
Fique atento à estratégia do inimigo. Ele está usando toda a sua astúcia
para desviar os adventistas do sétimo dia da missão de alcançar o mundo
com o evangelho. Antecipe-se a seus ataques, permaneça fiel e aproprie-se
da vitória de Jesus.
QUARTA 18 DE DEZEMBRO
Ele virá
Na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes
dos tempos eternos. Tito 1:2
Durante todo o ano falamos sobre nossa esperança, mas 2019 está
terminando e ainda estamos aqui. Parece que o relógio de Deus está
atrasado e que Jesus já deveria ter voltado para colocar um fim em tanta
dor e sofrimento. Se esse aparente atraso o incomoda, é porque a
esperança continua viva.
A própria contagem de tempo é interessante. Afinal, já passaram dois mil
anos desde que Jesus fez a promessa, mas apenas 175 desde que nossa
esperança foi resgatada e começou o tempo do fim. A grande questão é
que, até 1844, havia profecias com tempo definido, mas, a partir de então,
de acordo com Ellen White, “nossa posição tem sido a de esperar e vigiar,
sem proclamações de algum tempo para se interpor entre o fim dos
períodos proféticos em 1844 e o tempo da vinda de nosso Senhor” (Eventos
Finais, p. 36). Portanto, não existe atraso no relógio de Deus.
O próprio Jesus deixou claro que haveria alguma demora. A parábola das
dez minas foi contada para corrigir a ideia de que “o reino de Deus havia de
manifestar-se imediatamente” (Lc 19:11). Na parábola dos lavradores
maus, Jesus disse que certo homem “ausentou-se do país por prazo
considerável” (Lc 20:9), mostrando que Sua volta não seria imediata. Na
parábola das dez virgens, o noivo chega tarde, à “meia-noite” (Mt 25:5, 6).
Na parábola dos talentos, um homem se ausenta do país e, “depois de
muito tempo” (Mt 25:19), volta para ajustar conta com seus servos.
Mesmo assim, desde os dias dos pioneiros, temos esperado
intensamente. Então por que Jesus ainda não voltou? Para alguns, Ele não
virá até que a igreja aceite e pregue algum ponto mais específico da
mensagem. Outros acreditam que o atraso tem a ver com a necessidade de
um reavivamento, ou que a maioria da igreja deve alcançar a perfeição de
caráter. Entretanto, temos crido que Ele virá quando o “evangelho do
reino” for pregado a todo o mundo (Mt 24:14).
Mais importante do que discutir as possíveis razões do atraso é manter a
atitude correta. Enquanto Ele não vem, precisamos intensificar a busca
pela comunhão e aumentar o compromisso com a missão. Isso nos dará a
motivação e o apoio necessários para continuar esperando pelo tempo de
Deus. Permaneça firme, sem se distrair com o atraso e renove a certeza de
que Ele virá no tempo certo.
TERÇA 24 DE DEZEMBRO
O espírito de Natal
Porquanto Deus enviou o Seu filho ao mundo, não para que julgasse o mundo,
mas para que o mundo fosse salvo por Ele. João 3:17
O primeiro ministro britânico Winston Churchill costumava lembrar que
“o Natal não é uma época somente para celebração, mas especialmente
para reflexão”. Charles Spurgeon disse certa vez que essa é uma boa época
para pensarmos mais profundamente no Deus “que fez o homem e foi feito
homem”.
Há muita beleza ao redor desse dia. Mesmo sabendo que ele não é
sagrado nem oficial, mas apenas uma lembrança especial, devemos
aproveitar o verdadeiro espírito de Natal.
Provavelmente, os cristãos estivessem mais concentrados na ressurreição
de Cristo e, por isso, não preservaram a data de Seu nascimento. Muitos
tentaram recuperá-la, mas sem sucesso, até que foi escolhido o dia 25 de
dezembro. É possível que sua origem esteja ligada a uma celebração
secular, que começou a ser aceita pelo cristianismo a partir do 4o século.
Eruditos cristãos do 3o século tinham outra explicação. Acreditavam que o
mundo foi criado em 25 de março, e que Jesus foi concebido nessa data,
pois Ele é o recomeço de tudo. Contando nove meses a partir do início da
gravidez de Maria, Ele teria nascido em 25 de dezembro. Porém,
considerando que os pastores estavam no campo e o clima nesta época é
muito frio, possivelmente o nascimento do Senhor tenha ocorrido em
abril, quando o clima é mais ameno.
Há muita polêmica ao redor da definição de um dia, por isso, concentre
seus olhos na celebração. É uma linda oportunidade que deve ser bem
aproveitada com a casa e a igreja mais bonitas, as pessoas queridas por
perto e momentos especiais de confraternização. Mas não faça disso o
centro da comemoração. O verdadeiro espírito de Natal nos convida a olhar
para a manjedoura e refletir mais profundamente no momento em que
“Deus enviou o Seu filho ao mundo”.
Ellen White tinha a mesma preocupação de aproveitar a celebração sem
perder a verdadeira motivação. Quando lhe perguntaram sobre o uso da
árvore de Natal, ela aconselhou: “Não há particular pecado em selecionar
um fragrante pinheiro e pô-lo em nossas igrejas, mas o pecado está no
motivo que induz à ação” (O Lar Adventista, p. 482).
Aproveite essa comemoração para fortalecer o verdadeiro espírito de
Natal, celebrando o dia em que “o Filho de Deus Se transformou em Filho
do Homem para que você seja transformado em filho de Deus” (Marcos De
Benedicto). Boas festas!
QUARTA 25 DE DEZEMBRO
Natal da gratidão
Porque um Menino nos nasceu, um Filho Se nos deu; o governo está sobre os
Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da
Eternidade, Príncipe da Paz. Isaías 9:6
A celebração de hoje é maior do que uma data. É o reconhecimento de
que realmente precisamos do Salvador que Deus nos enviou. No dia de
hoje, temos a oportunidade especial de agradecer o fato de a “manjedoura,
a cruz e o túmulo estarem vazios, mas o trono não” (James Bradson).
Por isso, este deve ser o Natal da gratidão. Concentre-se em doar, agindo
de modo diferente de muitos, que esperam apenas receber. Siga o exemplo
de Deus que “amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito”
(Jo 3:16, ACF). Que tal resgatar o significado mais profundo do Natal com
algumas atitudes diferentes?
Ofereça presentes a pessoas carentes. Tudo o que você der a elas estará
dando ao próprio Jesus, o verdadeiro motivo da celebração (Mt 25:40).
Separe uma oferta especial. Essa é uma oportunidade para pensar menos
em si mesmo e fazer mais pela causa Daquele de quem celebramos o
nascimento. Ellen White aconselha: “Deus Se alegraria muito se, no Natal,
cada igreja tivesse uma árvore de Natal sobre a qual pendurar ofertas. [...]
Os galhos dela devem estar carregados com o fruto de ouro e prata da
bondade de vocês, e apresentem isso a Deus como seu presente de Natal”
(Review and Herald, 11 de dezembro de 1879).
Compartilhe salvação. Ao fazer isso, você resgata a essência do Natal,
repetindo a atitude dos anjos, que proclamaram aos pastores a maior
notícia da história da humanidade: nasceu o Salvador (ver Lc 2:11). O Natal
oferece uma excelente oportunidade para contar ao mundo que o Menino
nascido em Belém em breve voltará.
Celebre este Natal de forma completa. Primeiro, agradecendo por ter
recebido o melhor Presente, pois “um Menino nos nasceu, um Filho Se nos
deu; o governo está sobre os Seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9:6). Mas
também compartilhando o que Deus lhe deu. Afinal, como disse Tim
Keller, “nunca poderíamos chegar ao Céu por conta própria, mas Deus veio
até nós”.
Faça deste Natal o mais marcante e significativo, não pelo que já recebeu
ou ainda receberá, mas pelo que será capaz de oferecer.
QUINTA 26 DE DEZEMBRO
O último dia
Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens
preparado, para quem será? Lucas 12:20
Estamos nos aproximando do último dia do ano. Normalmente, a virada
de ano é momento de reflexão pessoal, gratidão e novos propósitos. Basta
observar quantas festas, cerimônias e até atividades supersticiosas são
promovidas nesse período. Há uma motivação especial no ar; mas, por
outro lado, não existe nada de mágico em 31 de dezembro. É apenas uma
mudança de data.
A expressão “último dia”, porém, deve provocar uma reflexão mais
profunda. Não falo da festa de 31 de dezembro, mas do último dia de vida.
Qual seria sua atitude se soubesse que esse dia chegou? O que mudaria em
seus planos, pensamentos, decisões e atitudes? Quando alguém perguntava
a John Wesley o que ele faria se tivesse a certeza de que Jesus voltaria
amanhã e esse fosse seu último dia na Terra, ele respondia que faria
exatamente o que havia planejado. Qual seria sua resposta?
Jesus alertou sobre o assunto quando contou a parábola do rico tolo, que
pensava em acumular riquezas, fazer investimentos e aproveitar a vida,
sem considerar o dia seguinte. Ele terminou com um duro apelo: “Louco,
esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?”
(Lc 12:20).
Ellen White tinha a mesma preocupação: “Devemos vigiar e trabalhar e
orar como se este fosse o último dia que nos fosse concedido”
(Testemunhos Seletos, v. 2, p. 60). A cada manhã, ela diz, devemos consagrar
nossa vida a Deus. “Não façam cálculos para meses ou anos; eles não lhes
pertencem. Um curto dia é o que lhes é dado. Como se fosse esse seu
último dia na Terra, trabalhem para o Mestre durante as suas horas”
(Testemunhos Seletos, v. 3, p. 93).
Se a sua vida for um exemplo, nenhuma pessoa que tiver contato com
você viverá seu último dia sem oportunidade de salvação. Afinal, 10% das
pessoas leem a Bíblia e 90% leem nossa vida. Por meio de seu exemplo
pessoal, as pessoas conhecerão o caminho para se entregar ao Senhor.
Quando cuidamos de nossos valores espirituais e os compartilhamos com
outras pessoas, estamos sempre preparados e podemos dizer com
tranquilidade: “Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm
14:8).
SÁBADO 28 DE DEZEMBRO
Expectativas de Deus
Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o Senhor pede de ti: que
pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu
Deus. Miqueias 6:8
A cada fim de ano, fala-se muito em expectativas. Elas vão do governo à
família; das férias ao trabalho; da saúde às emoções; do relacionamento
com as pessoas ao relacionamento com Deus. Quais são as suas
expectativas para 2020? Você está preparado para o melhor ou está com
medo do pior?
E o que você espera de Deus para o novo ano? Aproveite a motivação
destes dias para apresentar suas expectativas “Àquele que é poderoso para
fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos” (Ef
3:20). E as expectativas de Deus estão em sua lista de prioridades? Elas são
muito simples, mas ao mesmo tempo profundas.
O profeta Miqueias resumiu o que Deus espera de nós e apresentou isso
a um povo espiritualmente confuso e que não sabia como agradar a Deus.
Queriam oferecer bezerros de um ano, milhares de carneiros, ou até dez
mil ribeiros de azeite. Chegaram a pensar em entregar seus primogênitos
(ver Mq 6:6, 7). Porém, o profeta deixou de lado os sacrifícios e as doações
e foi direto às intenções do coração, onde realmente estão as três
expectativas de Deus (ver v. 8). Ele espera que:
“Pratiques a justiça”. Mais do que receber a justiça de Cristo, precisamos
oferecer justiça ao tratar as pessoas. Falar a verdade, honrar as promessas,
viver com integridade, ser fiel nos relacionamentos, tratar a todos com
respeito e agir com equilíbrio.
“Ames a misericórdia”. Assim como Deus nos dá a misericórdia que não
merecemos, também precisamos oferecê-la às pessoas. Ajudar os que
sofrem, perdoar os que caem, tolerar os reincidentes e controlar o próprio
temperamento.
“Andes humildemente com teu Deus”. Ele não pede ações espetaculares que
todos poderão aplaudir, mas atitudes humildes que apenas o Senhor pode
retribuir. O Senhor deseja que tenhamos menos orgulho, competição,
crítica e exaltação.
Peça a Deus para que você tenha condições de cumprir as expectativas
Dele. Elas darão sentido, significado à sua vida e tornarão possíveis os
desejos legítimos de seu coração.
SEGUNDA 30 DE DEZEMBRO
Certezas
Estou plenamente certo de que Aquele que começou boa obra em vós há de
completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. Filipenses 1:6
Ao terminarmos 2019, algumas certezas precisam estar em nosso
coração:
1. Estamos vivendo a combinação de um mundo que cai violentamente e
uma igreja que se levanta de forma poderosa. Isso indica que está
chegando o tempo em que nossa grande esperança se tornará uma grande
realidade.
2. Deus está fazendo coisas grandes e com rapidez. Precisamos estar
preparados para os últimos acontecimentos.
3. A unidade da igreja é inegociável. Quando nos unimos, o Espírito
Santo atua. Quando permitimos que qualquer coisa nos divida, entregamos
o controle ao inimigo, e isso não pode acontecer.
4. É tempo de buscar a Deus de maneira mais comprometida. Apenas
andando com Ele vamos resistir ao inimigo e permanecer em pé.
5. Precisamos de um compromisso mais claro com a vontade de Deus. À
medida que vivermos os últimos dias, seremos cada vez mais diferentes do
mundo ao nosso redor. Nosso compromisso não pode estar com as últimas
tendências, mas com o reino de Deus. Precisamos alinhar com o Céu nosso
gosto pessoal, conversas, músicas, alimentos, roupas, aparência, lugares
que frequentamos, enfim, nossa vida.
6. Deus pede de nós um sacrifício ainda maior. Se realmente queremos
que Cristo venha logo, precisamos colocar nosso tempo, nossas
propriedades, nossos recursos e nossos talentos no cumprimento da
missão. Não podemos sonhar com o Céu e, ao mesmo tempo, manter o
coração preso à Terra. A causa de Deus não vai avançar por meios naturais,
mas com milagres realizados por intermédio de pessoas comprometidas.
7. O melhor está por vir. Essa é minha maior certeza. Ao ver o que Deus
tem feito e as portas que têm sido abertas de maneira cada vez mais
impressionante, estou seguro de que apenas começamos a conhecer o que
o Espírito Santo realizará nestes últimos dias.
Diante de cada uma dessas bênçãos e certezas que nos movem para o
futuro, aceite o convite inspirado: “O novo ano está exatamente diante de
nós, e deveriam ser feitos planos para um esforço zeloso e perseverante no
serviço do Mestre. Há muito a ser feito a fim de avançar a obra de Deus”
(Ellen White, O Colportor-Evangelista, p. 17).
TERÇA 31 DE DEZEMBRO
Últimas palavras
Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente, venho sem demora.
Amém! Vem, Senhor Jesus! Apocalipse 22:20
As últimas palavras de uma pessoa têm um significado muito especial.
Revelam a essência da vida e são o melhor legado que alguém pode deixar.
“Por favor, terminem a obra que eu não consegui terminar” foram as
palavras finais do pastor Haroldo Morán, um líder da igreja em diferentes
áreas e que estava aposentado havia pouco tempo, quando foi
diagnosticado com uma doença bastante agressiva.
No Dia dos Pais de 2007, depois de muitos tratamentos, foi internado
pela última vez. Uma semana depois, fui visitá-lo no Peru. Segurei sua mão
enquanto ele falava com muita dificuldade sobre o ministério, o preparo
para a morte e sobre seu sonho de ver Cristo voltar. Ficou 23 dias
internado e faleceu, mas suas últimas palavras ainda permanecem vivas
em meu coração!
Embora esteja vivo para sempre, Jesus deixou registradas em Apocalipse
22 Suas últimas palavras para nós, com as quais Ele destaca e confirma
nossa esperança três vezes: “Eis que venho sem demora” (v. 7, 12, 20). Elas
sugerem três desafios especiais que podem tornar a promessa final mais
intensa e desejada.
Não tire os olhos do Céu. As tentações vão atrair cada vez mais seus
desejos, planos e prioridades para o mundo. Entretanto, o conselho de
Deus vai na direção oposta: “Devemos nos desprender constantemente da
Terra e apegar-nos ao Céu” (Signs of the Times, 14 de agosto de 1884).
Viva o Céu enquanto está na Terra. As escolhas que você faz aqui mostram
o quanto realmente deseja chegar lá. “Assim como imaginamos o Céu,
devemos viver aqui embaixo” (Signs of the Times, 31 de julho de 1893).
Não deixe para o ano que vem o que você deve fazer hoje. Quando Cristo
voltar, haverá apenas dois grupos: Os salvos e felizes (Is 25:9) e os perdidos
e desesperados (Ap 6:16). A atitude de cada um será resultado do que foi
feito das oportunidades dadas por Deus. Aqueles que aceitaram Cristo e
praticaram Sua justiça celebrarão a salvação. Os que ignoraram ou
rejeitaram, lamentarão a perdição, mas será tarde demais.
Ao começar um novo ano, coloque suas prioridades no Céu, e Deus
também lhe dará a Terra. Se seus olhos estiverem apenas no mundo, você
acabará perdendo os dois. Pense nisso com carinho.