AFO Bom PDF
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Sumário
1. Módulo I - Introdução ao orçamento público ............................................................................ 6
1.1. Breve histórico ....................................................................................................................... 6
1.2. Conceitos básicos ................................................................................................................. 15
1.3. Sistema de Planejamento e Orçamento Federal.................................................................. 25
1.4. Princípios orçamentários ..................................................................................................... 38
1.5. Exercícios.............................................................................................................................. 44
8. Módulo VIII - Qualidade do gasto público & Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde)
248
8.1. Qualidade do gasto público ............................................................................................... 248
8.2. Inde – Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais ............................................................ 271
8.3. Exercícios............................................................................................................................ 281
Bibliografia ......................................................................................................................................282
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APRESENTAÇÃO DO CURSO
Mensagem da Enap
Bem-vindo ao curso Gestão do Orçamento Público!
[INCLUIR APRESENTAÇÃO DA ENAP].
OBJETIVO GERAL
Ao final deste curso, espera-se que você seja capaz de:
identificar os marcos legais e teorias introdutórias referentes ao orçamento público,
como: o processo orçamentário federal, os princípios orçamentários e as técnicas
orçamentárias;
compreender o conceito e reconhecer as classificações de receitas públicas;
delinear o processo de acompanhamento orçamentário e fiscal;
destacar a utilização das classificações orçamentárias;
diagnosticar a estrutura e o funcionamento do sistema de elaboração orçamentária,
identificando os aspectos legais da elaboração da proposta orçamentária;
localizar e reconhecer aspectos normativos relacionados às alterações orçamentárias; e
destacar a metodologia para melhoria da qualidade do gasto público e o uso de
ferramentas de georreferenciamento.
Antes de alcançar o objetivo geral, habilidades anteriores precisam ser aprendidas. Por
esse motivo, os objetivos específicos a serem atingidos ao longo do curso são apresentados no
início de cada módulo, permitindo ao aluno identificar o que deverá ser capaz de fazer ao
concluir cada etapa do curso.
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Equipe responsável
Conteúdo original:
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1. Módulo I - Introdução ao orçamento público
Objetivos
Estrutura do Capítulo I
Breve histórico
Conceitos básicos
Sistema de Planejamento e Orçamento Federal
Princípios orçamentários
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O Rei João não concordou com as prerrogativas da Magna Carta, que previa
poderes para um comitê formado por 25 barões, que poderia anular as decisões reais,
inclusive utilizando-se da força, se necessário. No mesmo ano em que o documento foi
criado e homologado, a Inglaterra mergulhou na guerra civil e João Sem-Terra faleceu
no ano seguinte.
Assim rezava o artigo 12 da famosa Magna Carta, outorgada em
1217, pelo Rei João Sem-Terra:
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disposto no artigo 12 da Magna Carta. Nessa mesma oportunidade,
estabeleceu-se a separação entre as finanças do reino (Estado) e as finanças
da coroa. Essas passaram a ser anualmente organizadas na chamada Lista
Civil e aprovadas pelo Parlamento (GIACOMONI, 2010, p. 32).
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Explicações para o crescimento das funções do Estado, pela análise econômica
convencional (GIACOMONI, 2010, p. 14-15):
a) o crescimento da renda per capita e o aumento da demanda por bens e
serviços públicos;
b) mudanças tecnológicas;
c) mudanças populacionais;
d) os custos relativos dos serviços públicos;
e) mudanças no alcance das transferências;
f) disponibilidades de alternativas para a tributação;
g) efeito limite e finanças de guerra;
h) fatores políticos e sociais.
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os resultados alcançados até então com a nova técnica e fez novas
recomendações no sentido de seu aperfeiçoamento. (...)
A nova técnica ficou conhecida pelo rótulo PPBS (Planning,
Programming and Budgeting System) – Sistema de Planejamento,
Programação e Orçamento –, constituindo-se no coroamento de uma série de
estudos e aplicações práticas realizadas nos órgãos militares pela empresa de
consultoria Rand Corporation (GIACOMONI, 2010, p. 38).
Orçamento base-zero
Concebido originalmente em termos de organização privada – Texas
Instruments –, como um método de controle e avaliação dos custos indiretos,
o OBZ interessou ao então governador da Geórgia, Jimmy Carter, que
patrocinou sua utilização nos procedimentos orçamentários estaduais, a partir
de 1973. Na Presidência, Carter continuou a ser um entusiasmado divulgador
do OBZ, esforçando-se para sua aplicação em âmbito federal. No final da
década de 1970, grande número de empresas privadas e de organizações
públicas já adotava o sistema, bastante valorizado em função de sua utilidade
na fase de recessão em que a economia americana começava a mergulhar.
As relações entre a Presidência e o Congresso dentro do processo
orçamentário foram significativamente alteradas em 1974, com a aprovação
da Lei de Orçamento e Retenção de Recurso do Congresso (Congressional
Budgetary and Impoudment Control Act). A nova norma significou um
aperfeiçoamento na participação dos congressistas no processo global do
orçamento, aí compreendidas não apenas as autorizações de despesas, mas
também questões sobre impostos, prioridades, financiamento do déficit etc.
Com a nova lei, o Congresso retomou forte ascendência sobre o orçamento,
retirando parte do poder que o Presidente vinha concentrando desde a Lei de
1921 (GIACOMONI, 2010, p. 39).
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As agências governamentais passam a ter as seguintes responsabilidades:
a) executar planos estratégicos;
b) preparar planos anuais de desempenho com metas; e
c) reportar anualmente sobre o desempenho.
O GPRA é inovador também na estratégia de implantação das medidas ao
estabelecer, inicialmente, períodos experimentais com a execução de planos pilotos em
três áreas:
a) de desempenho;
b) de flexibilidade gerencial; e
c) de orçamento de desempenho.
O orçamento de desempenho, cujas dificuldades de implantação eram bastante
reconhecidas, teria sua adoção recomendada em 2001, a depender dos resultados dos
orçamentos pilotos executados em 1998 e 1999 em cinco agências. Ao estabelecer, para
a implantação das inúmeras novidades do GPRA, um longo cronograma compreendido
entre 1993 e 2001, o Congresso tratou de fugir do tradicional equívoco legislativo de
pretender grandes mudanças na realidade e nas práticas administrativas de uma hora
para outra (GIACOMONI, 2010, p. 39-40).
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confundidos, os governantes administravam o patrimônio público como se fosse uma
extensão de seus domínios particulares, como se o Estado fosse propriedade do rei.
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b) 1972 – Transformação da Subsecretaria em Secretaria de Orçamento e
Finanças (SOF) (atualmente Secretaria de Orçamento Federal).
c) 1974 – Edição da Portaria nº 9 instituindo a classificação funcional-
programática.
d) 1987 – Criação da Carreira de Orçamento – Decreto-Lei nº 2.347
(atualmente Carreira de Planejamento e Orçamento – APO).
e) 1988 – Constituição Federal – Arts. 165 a 167: PPA, LDO, LOA.
f) 1989 – Edição da primeira LDO (Lei 7.800).
g) 1989 – Portaria 35: institui grupo de trabalho para elaborar proposta de
reestruturação do processo de planejamento e orçamento.
Na segunda metade do século XX, começam a surgir as ideias de uma nova
filosofia administrativa: a administração pública gerencial, que se contrapõe ao modelo
burocrático. Tendo como principal fundamento a concepção tanto de Estado, quanto de
sociedade democrática pluralista, a administração gerencial caracteriza-se por decisões e
ações orientadas para resultados, tendo como foco as demandas dos clientes/usuários,
baseada no planejamento permanente e executada de forma descentralizada e
transparente.
A reforma do Estado, que se tornou tema central nos anos 1990 em todo o
mundo, é uma resposta ao processo de globalização em curso, que reduziu a autonomia
dos Estados de formular e implementar políticas, e principalmente à crise do Estado,
que começa a se delinear em quase todo o mundo nos anos 1970, mas só assume plena
definição nos anos 1980. No Brasil, a reforma do Estado começou nesse momento, em
meio a uma grande crise econômica, que chegou ao seu auge em 1990, com um
episódio hiperinflacionário. A partir de então, a reforma do Estado se torna imperiosa
(JUND, 2006, p. 12).
Desvalorização do real
Elevação da taxa de juros
Queda nas reservas internacionais
Contingenciamento/1999
LRF (maio/2000)
Ação planejada e transparente
Prevenção de riscos e correção de desvios
Garantia de equilíbrio nas contas públicas
Estabilidade econômica
Eventos fiscais (NFGC) → gestão orçamentária
Decisão em 2004: criação do Deafi, hoje Secretaria-Adjunta de Assuntos
Fiscais
Elaboração de estudos, pesquisas e relatórios de natureza econômica e
fiscal com vistas à formulação de políticas e diretrizes orçamentárias
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Portaria MP no 42, de 14/04/1999
a) estabelecimento de nova classificação que viesse a substituir a
classificação funcional-programática estabelecida em 1974 –
classificação funcional e estrutura programática;
b) classificação funcional – dividida em funções (maior nível de agregação
das diversas áreas de despesa que competem ao setor público) e
subfunções (partição da função, visando a agregar determinado
subconjunto de despesa do setor público);
c) estrutura programática – programa, atividade, projeto e operações
especiais;
d) padrão para a classificação na União, Estados e DF a partir de 2000 e
para os Municípios a partir de 2002;
e) integração direta do orçamento com o plano, por intermédio do programa
– módulo comum dos dois instrumentos de planejamento;
f) o programa agrega os meios para alcançar um determinado objetivo no
sentido de resolver um problema ou atender a uma demanda da
sociedade;
g) o conceito de programa é ampliado na medida que é incorporado ao
planejamento estratégico;
h) programação orçamentária voltada para a prestação de bens e serviços à
sociedade, consubstanciados em atividades e projetos;
i) redefinição de classificadores: criação das funções e subfunções para
consolidar as estatísticas do gastos públicos do País;
j) enfoque no gerenciamento dos programas; e
k) responsabilização.
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impostos e contribuições. Com base na receita prevista, são fixadas as despesas dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
Em 2000, o modelo orçamentário foi aprimorado considerando-se os efeitos
provocados pela aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), lei complementar
que assinalou um marco nas finanças públicas brasileiras, ao representar a
institucionalização do compromisso com a gestão fiscal responsável e com o equilíbrio
das contas públicas.
Sua finalidade principal foi formular regras de finanças públicas para a
responsabilidade da gestão fiscal, instituindo o planejamento e a transparência como
seus pilares. Os gastos públicos, portanto, passam a ser vistos sob uma nova
perspectiva, que engloba não somente a análise de aspectos financeiros e orçamentários,
como também exige a demonstração dos resultados obtidos em prol da sociedade. Entre
suas principais características, cabe destacar que, por se tratar de uma lei complementar,
os requisitos necessários para a modificação dos seus dispositivos são mais rígidos. É
importante ressaltar também que a abrangência da lei é nacional e extensiva a todos os
poderes da nação.
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Financeira
Econômica Política
Dimensões
Jurídica do Técnica
Orçamento
1.2.1.1. Jurídica
Não obstante todas as divergências existentes na doutrina, atualmente é posição
dominante, diversas vezes reiterada pelo STF, considerar o orçamento como uma lei
formal. Dessa forma, a dimensão jurídica é aquela em que se define ou integra a lei
orçamentária no conjunto de leis do País (JUND, 2006, p. 67).
1.2.1.2. Econômica
Corresponde à característica que atribui ao orçamento, como plano de ação
governamental que o é, o poder de intervir na atividade econômica, propiciando a
geração de emprego e renda em função dos investimentos que podem ser previstos e
realizados pelo setor público, resultando com isso no desenvolvimento do País (JUND,
2006, p. 68).
1.2.1.3. Financeira
Representa o fluxo financeiro gerado pelas entradas de recursos obtidos com a
arrecadação de receitas e os dispêndios com as saídas de recursos proporcionados pelas
despesas, evidenciando a execução orçamentária (JUND, 2006, p. 28).
1.2.1.4. Política
Corresponde à definição de prioridades, visando à inclusão e à realização de
programas governamentais no plano de ação ou orçamento a ser executado, devendo
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compreender sempre a ação política não só de definição dessas prioridades numa
situação de escassez de recursos, mas também a concepção e ideologia do partido
político detentor do poder (JUND, 2006, p. 68).
1.2.1.5. Técnica
Representa o conjunto de regras e formalidades técnicas e legais exigidas na
elaboração, aprovação, execução e no controle do orçamento, não devendo ser
confundida com a dimensão jurídica, e sim complementar aquela, uma vez que
corresponde às formalidades intrínsecas e extrínsecas da forma que caracteriza a
“embalagem” do conteúdo orçamentário, principalmente no que diz respeito aos anexos
que acompanham a Lei Orçamentária Anual (JUND, 2006, p. 68).
1.2.2. Tipos de Orçamento
Clássico ou
Legislativo Plurianual
tradicional
Desempenho
Administrativo
Anual (ou de
ou executivo
realizações)
Orçamento-
Misto programa
(PPBS)
Orçamento por
resultados
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Misto
Implica a participação dos Poderes Executivo e Legislativo, alternadamente, em
todo o ciclo, que vai da elaboração até a aprovação das contas. Modalidade atualmente
adotada no Brasil e em outros Estados que adotam o sistema presidencialista de
governo.
Clássico ou Tradicional
No Brasil, a prática orçamentária federal antecedente à Lei 4.320, de 1964,
baseava-se na técnica tradicional de orçamentação. Essa técnica clássica produz um
orçamento que se restringe à previsão da receita e à autorização de despesas.
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Não se verifica uma preocupação primária com o atendimento das necessidades
bem formuladas da coletividade ou da própria administração pública. Nem mesmo
ficam claros os objetivos econômicos e sociais que motivaram a elaboração da peça
orçamentária.
Por outro lado, nesse modelo de orçamento, há uma preocupação exagerada com
o controle contábil do gasto, refletida no obsessivo detalhamento da despesa. Outra
característica dessa técnica é a elaboração orçamentária com viés inercial (ou
incremental), que procura introduzir pequenos ajustes nas receitas e despesas.
Ao tomar essa direção, a distribuição dos recursos para unidades orçamentárias
se dá com base na proporção dos recursos gastos em exercícios anteriores e não em
função do programa de trabalho que se pretende realizar. Nesse caso, as distorções são
inevitáveis, promovendo um círculo vicioso baseado no incentivo ao gasto
indiscriminado, apenas para garantir maior "fatia" nos orçamentos seguintes.
Foco principal: insumos
Finalidade: instrumento de controle (político e financeiro)
Desempenho (ou de realizações)
A evolução do orçamento clássico trouxe um novo enfoque na elaboração da
peça orçamentária. Evidenciar as "coisas que o governo compra" passa a ser menos
importante em relação às "coisas que o governo faz".
Assim, saber o que a administração pública compra tornou-se menos relevante
do que saber para que se destina a referida aquisição. O orçamento de desempenho,
embora já ligado aos objetivos, não pode, ainda, ser considerado um orçamento-
programa, visto que lhe falta uma característica essencial, que é a vinculação ao sistema
de planejamento.
Foco principal: produtos / insumos
Finalidade: instrumento de administração
Orçamento-programa
Essa técnica orçamentária foi introduzida na esfera federal pelo Decreto-Lei 200,
de 23 de fevereiro de 1967, que menciona o orçamento-programa como plano de ação
do Governo Federal, quando, em seu art. 16, determina: “em cada ano será elaborado
um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser
realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do
programa anual”.
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Contudo, o marco legal que cristalizou a adoção do orçamento-programa no
Brasil foi a Portaria da Secretaria de Planejamento e Coordenação da Presidência da
República nº 9, de 28 de janeiro de 1974, que instituiu a classificação funcional-
programática. Essa portaria vigorou – com alterações no decorrer dos anos, porém sem
mudanças estruturais – até 1999.
A partir do exercício de 2000, houve sua revogação, pela Portaria nº 42, de 14 de
abril de 1999, do então Ministério do Orçamento e Gestão, que instituiu uma
classificação funcional e remeteu a estrutura programática aos planos plurianuais de
cada governo e esfera da Federação.
A concepção do orçamento-programa está ligada à ideia de planejamento. De
acordo com ela, o orçamento deve considerar os objetivos que o governo pretende
alcançar, durante um período determinado de tempo.
Com base nessa característica, o orçamento-programa ultrapassa a fronteira do
orçamento como simples documento financeiro, aumentando sua dimensão.
Sendo assim, pode-se dizer que o orçamento passa a ser um instrumento de
operacionalização das ações do governo, em consonância com os planos e diretrizes
formuladas no planejamento.
Foco principal: insumos / programas / produtos
Finalidade: instrumento de controle (político e financeiro) e de administração
Alocativa
Distributiva
Estabilizadora
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1.2.3.1. Alocativa
O governo dirige a utilização dos recursos totais da economia, incluindo a oferta
de bens públicos. Dessa forma, podem ser criados incentivos para desenvolver certos
setores econômicos em relação a outros.
Como exemplo, imagine que o governo tem interesse em desenvolver o setor de
energia numa determinada região. Conforme análise prévia, constatou-se que para essa
região a forma mais racional de energia é a gerada por hidroelétricas. Sendo assim,
poderiam ser alocados recursos intensivos na geração e transmissão dessa energia.
Como consequência, seria de se esperar que o orçamento governamental apresentasse
cifras substanciais alocadas em projetos de construção de linhas de transmissão ou, até
mesmo, registrasse despesas com incentivos concedidos às empresas construtoras dos
complexos hidroelétricos. No entanto, em um cenário real, no qual os recursos
financeiros são inferiores às possibilidades de gasto, ao optar pelo desenvolvimento de
um setor, o governo acaba abrindo mão de outras escolhas possíveis. Ou seja, é
justamente nessa diversidade de escolhas que o governo materializa a sua função
alocativa.
1.2.3.2. Distributiva
Essa função tem importância fundamental para o crescimento equilibrado do
país. Por intermédio dela, o governo deve combater os desequilíbrios regionais e
sociais, promovendo o desenvolvimento das regiões e classes menos favorecidas.
Como exemplo, imagine que o governo deseje combater as desigualdades
verificadas numa dada região, onde parte considerável da população é analfabeta. Seria
de se esperar que o orçamento governamental contemplasse para aquela região ações
vinculadas a algum programa de redução do analfabetismo, cujo financiamento poderia
se dar por meio de recursos captados de classes econômico-sociais ou de regiões mais
abastadas. Tal situação pode ser concretizada pela cobrança de impostos de
características progressivas, de forma que os recursos arrecadados possam ser usados no
desenvolvimento de determinada política pública. Como se pode concluir, o orçamento
governamental é também uma expressão da função distributiva, exercida pelo governo.
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1.2.3.3. Estabilizadora
Por fim, a função estabilizadora está relacionada às escolhas orçamentárias na
busca do pleno emprego dos recursos econômicos; da estabilidade de preços; do
equilíbrio da balança de pagamentos e das taxas de câmbio, com vistas ao crescimento
econômico em bases sustentáveis.
Nesse aspecto, o orçamento desempenha um importante papel, tendo em vista o
impacto que as compras e contratações realizadas pelo governo exercem sobre a
economia. Da mesma forma, a arrecadação das receitas públicas pode contribuir
positivamente na reação do governo em atingir determinadas metas fiscais ou, ainda, na
alteração de alíquotas de determinados tributos, que possam ter reflexo nos recursos
disponíveis ao setor privado.
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1.3. Sistema de Planejamento e Orçamento Federal
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operacional e patrimonial, e a apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional (Lei 10.180/2001, art. 19).
Tem por finalidade: avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e nas entidades da Administração
Pública Federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito
privado; exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos
direitos e haveres da União; e, apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional (Lei 10.180/2001, art. 20).
Compreende as atividades de avaliação do cumprimento das metas previstas no
plano plurianual, da execução dos programas de governo e dos orçamentos da União e
de avaliação da gestão dos administradores públicos federais, utilizando como
instrumentos a auditoria e a fiscalização (Lei 10.180/2001, art. 21).
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Unidade orçamentária
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1.3.2.1. Finalidades
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As missões de ambas as secretarias pressupõem uma constante articulação com
os agentes envolvidos na tarefa de elaboração das propostas orçamentárias setoriais das
diversas instâncias da administração pública federal e dos demais Poderes da União.
Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos
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Secretaria de Orçamento Federal
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Órgão setorial
O órgão setorial desempenha o papel de articulador no âmbito da sua estrutura,
coordenando o processo decisório no nível subsetorial (unidade orçamentária - UO).
Sua atuação no processo orçamentário envolve:
a) estabelecimento de diretrizes setoriais para elaboração e alterações
orçamentárias;
b) definição e divulgação de instruções, normas e procedimentos a serem
observados no âmbito do órgão durante o processo de elaboração e
alteração orçamentária;
c) avaliação da adequação da estrutura programática e mapeamento das
alterações necessárias;
d) coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das
informações constantes do cadastro de programas e ações;
e) fixação, de acordo com as prioridades setoriais, dos referenciais
monetários para apresentação das propostas orçamentárias e dos limites
de movimentação e empenho e de pagamento de suas respectivas UOs;
f) análise e validação das propostas e das alterações orçamentárias de suas
UOs; e
g) consolidação e formalização da proposta e das alterações orçamentárias
do órgão
.
Unidade Orçamentária
A UO desempenha o papel de coordenação do processo de elaboração da
proposta orçamentária no seu âmbito de atuação, integrando e articulando o trabalho das
suas unidades administrativas, tendo em vista a consistência da programação do órgão.
As UOs são responsáveis pela apresentação da programação orçamentária
detalhada da despesa por programa, ação e subtítulo. Sua atuação no processo
orçamentário compreende:
a) estabelecimento de diretrizes no âmbito da UO para elaboração da
proposta e alterações orçamentárias;
b) estudos de adequação da estrutura programática;
c) formalização, ao órgão setorial, da proposta de alteração da estrutura
programática sob a responsabilidade de suas unidades administrativas;
d) coordenação do processo de atualização e aperfeiçoamento das
informações constantes do cadastro de ações orçamentárias;
e) fixação dos referenciais monetários para apresentação das propostas
orçamentárias e dos limites de movimentação e empenho e de pagamento
de suas respectivas unidades administrativas;
f) análise e validação das propostas orçamentárias das unidades
administrativas; e
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g) consolidação e formalização de sua proposta orçamentária.
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1.3.5. Visão decisória
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Já os princípios orçamentários modernos começaram a ser delineados na era
moderna do orçamento, quando sua função extrapolou as fronteiras político-legalistas,
invadindo o universo do planejamento (programação) e da gestão (gerência).
1.4.1.2. Universalidade
Estabelecido, de forma expressa, pelo caput do art. 2º da Lei 4.320, de 1964,
recepcionado e normatizado pelo §5º do art. 165 da Constituição Federal, o princípio da
universalidade determina que a LOA de cada ente federado deverá conter todas as
receitas e despesas de todos os poderes, órgãos, entidades, fundos e fundações
instituídas e mantidas pelo poder público.
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1.4.1.4. Exclusividade
Previsto no §8º do art. 165 da Constituição Federal, o princípio da exclusividade
estabelece que a LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação
da despesa. Ressalvam-se dessa proibição a autorização para abertura de crédito
suplementar e a contratação de operações de crédito, nos termos da lei.
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1.4.1.6. Legalidade
O princípio orçamentário da legalidade apresenta o mesmo fundamento do
princípio da legalidade aplicado à administração pública, segundo o qual cabe ao poder
público fazer ou deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou
seja, subordina o poder público aos ditames da lei.
A Constituição Federal de 1988, no art. 37, estabelece os princípios da
administração pública, entre os quais o da legalidade e, no seu art. 165, estabelece a
necessidade de formalização legal das leis orçamentárias.
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1.4.1.7. Publicidade
Princípio básico da atividade da administração pública no regime democrático, o
princípio da publicidade está previsto no caput do art. 37 da Magna Carta de 1988.
Justifica-se especialmente pelo fato de o orçamento ser fixado em lei, sendo essa
a que autoriza aos Poderes a execução de suas despesas.
1.4.1.8. Transparência
O princípio da transparência aplica-se também ao orçamento público, pelas
disposições contidas nos arts. 48, 48-A e 49 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),
que determinam ao governo, por exemplo:
a) divulgar o orçamento público de forma ampla à sociedade;
b) publicar relatórios sobre a execução orçamentária e a gestão fiscal;
c) disponibilizar, para qualquer pessoa, informações sobre a arrecadação da
receita e a execução da despesa.
LC 101/2000 (LRF), art. 48
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c) ao oferecimento de garantias às operações de crédito por antecipação de
receitas.
• São vedados:
• [...]
• IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as
ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da
administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos
arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações
de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem
como o disposto no § 4º deste artigo;
• [...]
1.4.2.1. Descentralização
É preferível que a execução das ações ocorra no nível mais próximo de seus
beneficiários. Com essa prática, a cobrança dos resultados tende a ser favorecida, dada a
proximidade entre o cidadão, beneficiário da ação, e a unidade administrativa que a
executa.
1.4.2.2. Responsabilização
Os gerentes/administradores devem assumir de forma personalizada a
responsabilidade pelo desenvolvimento de um programa, buscando a solução ou o
encaminhamento de um problema.
1.4.2.3. Simplificação
O planejamento e o orçamento devem basear-se em elementos de fácil
compreensão.
1.5. Exercícios
Em grupo e usando o caso distribuído pelo instrutor:
a) Relacione os insumos.
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b) Identifique o programa ou processo de trabalho.
c) Descreva os produtos.
d) Apresente os resultados.
Para o caso selecionado, dê exemplos de:
a) Economicidade
b) Eficiência
c) Eficácia
d) Efetividade
Os grupos apresentam o resultado para a plenária.
O instrutor formará quatro novos grupos com pelo menos um integrante de cada
um dos grupos anteriores. Com base nos casos apresentados, pede-se ao:
a) Grupo A que elabore um orçamento tradicional;
b) Grupo B que elabore um orçamento de desempenho;
c) Grupo C que elabore um orçamento programa;
d) Grupo D que elabore um orçamento por resultado.
Os grupos apresentam os resultados para a plenária.
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2. Módulo II - Instrumentos básicos de planejamento e orçamento no Brasil
Objetivos:
Estrutura do Capítulo II
Fundamentos
PPA – Plano Plurianual
LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
LOA – Lei Orçamentária Anual
2.1. Fundamentos
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Temporária Especial
Formal Ordinária
Lei
orçamentária
2.1.2.1. Formal
É uma lei, porém, não coercitiva, pois não obriga o poder público, que pode, por
exemplo, deixar de realizar uma despesa autorizada pelo Legislativo. O orçamento
brasileiro é um instrumento de planejamento autorizativo, e não impositivo (JUND,
2006, p. 69).
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2.1.2.2. Temporária
A lei orçamentária possui vigência limitada, por prazo limitada (JUND, 2006, p.
69), sendo que a Lei Orçamentária é anual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias é da
sanção até o final do exercício a que se refere, e da Lei do Plano Plurianual é da sanção
até 31 de dezembro do primeiro ano do chefe do Poder Executivo.
2.1.2.3. Especial
A lei orçamentária possui processo legislativo diferenciado e de tramitação
peculiar definido no art.166 e parágrafos da Constituição Federal; de iniciativa do
Executivo e trata de matéria específica, ou seja, fixação das despesas e previsão das
receitas, necessárias à execução anual da política governamental (JUND, 2006, p. 69).
2.1.2.4. Ordinária
A lei orçamentária não exige quórum qualificado para sua aprovação, sendo
aprovada por maioria simples. Cabe ressaltar que tal característica abrange as leis do
plano plurianual, das diretrizes orçamentárias, bem como dos créditos suplementares e
especiais (JUND, 2006, p. 69).
2.1.3.1. Permanente
a) Modelo de planejamento e orçamento: Constituição Federal – Art. 165 a
169
b) Finanças públicas: Lei 4.320/1964
c) Responsabilidade fiscal: LC 101/2000
d) Naturezas de receitas e despesas: Portaria IM 163/2000
e) Estrutura qualitativa: Portaria MOG 42/1999
f) Sistema de Planejamento e Orçamento: Lei 10.180/2001
g) Normas PPA: Decreto 2.829/1998
2.1.3.2. Plurianual
Plano Plurianual: Lei nº 13.249/2016 (LPPA 2016-2019)
2.1.3.3. Anual
a) Revisão PPA
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b) Diretrizes orçamentárias: Lei 13.242/2015 (LDO-2016)
c) Orçamento anual: Lei 13.255/2016 (LOA-2016)
d) Limite execução: Decreto de Programação Orçamentária e Financeira
e) Portaria SOF Alterações
f) Alterações orçamento: lei, decretos, portarias
Agir Planejar
Controlar/
Acompanhar
Executar
Situação /
PPA LDO LOA
Instrumento
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Situação /
PPA LDO LOA
Instrumento
Até o final do
primeiro exercício
financeiro do
Vigência 18 meses 12 meses
mandato presidencial
subsequente
(quatro anos)
2.1.6. Ciclo integrado de planejamento e orçamento
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2.2.1. Planejamento: cálculo que precede e preside a ação
DEMANDAS
•Novas/recorrentes
•Nacionais/internacionais
IMPLEMENTAÇÃO FORMULAÇÃO
•Execução do plano, • Identificação de alternativas e
monitoramento avaliação das opções, decisão e
elaboração de políticas e
programas (elaboração do plano)
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2.2.1. Mandato do governante x vigência do PPA
2.2.2.1. Compatibilidade
Os orçamentos (CF 88, art. 165, § 7º) – e as emendas apresentadas a eles (CF 88,
art. 166, § 3°) – devem ser compatíveis com o PPA.
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete
aumento da despesa tem que ser compatível com o PPA (LC 101/2000 (LRF), art. 16,
caput, inciso II, § 1º e § 3º).
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá
ser iniciado sem prévia inclusão no PPA (CF 88, art. 167, § 1º).
Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais devem ser elaborados em
consonância com o PPA (CF 88, art. 167, § 4º).
56
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2.2.2.2. Transparência
Incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os
processos de elaboração e discussão do PPA (LC 101/2000 (LRF), art. 48, parágrafo
único, inciso I).
Será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público
ao PPA (LC 101/2000 (LRF), art. 48).
Observação: os municípios com até cinquenta mil habitantes tiveram até o
quinto exercício seguinte ao da publicação da LRF para elaborar o Anexo de Política
Fiscal do PPA (LC 101/2000, art. 63, caput, inciso III).
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normas gerais (CF 88, art. 24, § 1º) e os estados, as normas complementares (CF 88, art.
24, § 2º).
Se a União não estabelecer as normas gerais, os estados exercem competência
legislativa plena (CF 88, art. 24, § 3º) até a superveniência de lei federal sobre normas
gerais, que suspenderá a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário (CF 88, art. 24,
§ 4º).
Embora os municípios não sejam enumerados como entes que possuam
competências legislativas concorrentes com a União e com os estados, a doutrina tem
afirmado peremptoriamente que essa competência existe, ou seja, o âmbito municipal
possui respaldo para suplementar a legislação federal e estadual no que couber (CF 88,
art. 30, inciso II). Ou seja, nas matérias nas quais a União legisla em caráter geral, e os
estados, por sua vez, cm caráter especial ou regional, os municípios podem suplementar
essas leis naquilo que for de seu peculiar interesse ou de interesse local (BERNARDI,
2009, p. 316).
É importante lembrar que, na esfera da técnica de competência concorrente,
avulta a questão da hierarquia de normas: a lei federal prevalece sobre as leis estadual e
municipal, e a lei estadual sobre a municipal. Contudo, fica, desde logo, ressalvado que
os princípios federativos relativos à autonomia dos entes componentes da Federação não
podem ser afetados. Isso quer dizer que a União não pode, por exemplo, a pretexto de
editar normas gerais, adentrar em detalhes tais que interfiram no campo de competência
privativa das entidades regionais e locais (HARADA, 2015, p. 18).
59
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60
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Já as normas gerais de execução financeira – previstas na CF 88, no art. 165, §
9º, inciso II – foram estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000).
Todavia, a Lei 4.320/1964 não supre todas as lacunas da inexistência dessa lei
complementar de orçamento, porque aquela não trata da Lei do PPA e nem das
diretrizes orçamentárias, que não estavam previstas na Constituição de 1946.
Portanto, os prazos, a elaboração e a organização dessas outras leis
orçamentárias estão regulados pela legislação suplementar editada pelos estados e
Distrito Federal nos seus respectivos âmbitos.
No que diz respeito à LDO, uma parte dessa lacuna – pelo menos no tocante à
execução financeira – foi suprida pela LRF.
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CF 88, art. 57
CF 88, art. 84
CF 88, art. 48
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duração continuada, conforme disposto no § 1º, do art.165, da Constituição Federal
(CF).
O PPA declara as escolhas pactuadas com a sociedade e contribui para viabilizar
os objetivos fundamentais da República. Além disso, organiza a ação de governo na
busca de um melhor desempenho da administração pública. Para isso, orienta-se pelos
seguintes princípios:
a) convergência territorial: equilibrar os investimentos propostos;
b) integração de políticas e programas: otimizar os resultados da aplicação
do gasto público;
c) monitoramento e avaliação: criar condições para a melhoria contínua e
mensurável da qualidade e produtividade dos bens e serviços;
d) transparência: demonstrar a aplicação dos recursos públicos; e
e) participação social: criar interação entre o Estado e o cidadão para
aperfeiçoamento das políticas públicas.
Com duração de quatro anos, o PPA é elaborado no primeiro ano do mandato do
governante eleito, com vigência a partir do segundo ano de mandato. O projeto de lei do
PPA deverá ser enviado pelo Poder Executivo ao Congresso até quatro meses antes do
final do primeiro exercício financeiro do mandato do novo Presidente (limite – 31 de
agosto), e devolvido para a sanção até o encerramento da sessão legislativa (22 de
dezembro).
Vigência: 4 anos (início no 2º ano de mandato).
Conteúdo: diretrizes, objetivos e metas regionalizadas para despesa de capital e
para as relativas aos programas de duração continuada.
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Com a instituição da Lei de Responsabilidade Fiscal, a LDO incorporou novas
atribuições associadas ao equilíbrio entre receitas e despesas que norteia todo ciclo de
alocação dos recursos públicos, como será visto mais adiante.
Vigência: da data de publicação até o final do exercício seguinte.
Conteúdo: metas e prioridades a serem contempladas no orçamento; orienta a
elaboração do orçamento; alterações na legislação tributária; política de aplicação das
agências financeiras de fomento; autorização para contratação; metas e riscos fiscais.
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2.2.5. Quem é quem na execução orçamentária
Abreviaturas:
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Congresso Nacional – CN
Controladoria-Geral da União – CGU
Ministério da Fazenda – MF
Ministério do Planejamento – MP
Secretaria de Orçamento Federal – SOF
Secretaria de Planos e Investimentos Estratégicos – SPI
Secretaria do Tesouro Nacional – STN
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI
Tribunal de Contas da União – TCU
Visão de futuro
Dimensão
4 Eixos
estratégica
562 indicadores
28 diretrizes
estratégicas
303 objetivos
54 programas
temáticos
Dimensão tática 1118 metas
48 programas de
gestão
2860 iniciativas
Dimensão Ações
operacional orçamentárias
2.2.10.1. Visão de futuro
A visão de futuro do País pode ser entendida como a declaração de um desejo coletivo,
factível e claro, que orienta o planejamento da ação governamental. É nesse sentido que o
PPA 2016-2019 assume como visão de futuro um Brasil que se reconheça e seja reconhecido
como:
a) uma sociedade inclusiva, democrática e mais igualitária, com educação de
qualidade, respeito e valorização da diversidade e que tenha superado a
extrema pobreza;
b) uma economia sólida, dinâmica e sustentável, capaz de expandir e renovar
competitivamente sua estrutura produtiva com geração de empregos de
qualidade e com respeito ao meio ambiente.
PPA 2008-2011
a) Manutenção e expansão dos investimentos em infraestrutura (PAC, MCMV)
b) Garantia para a educação de qualidade (PDE)
c) Agenda social
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d) Ampliação do Programa Bolsa Família
PPA 2012-2015
a) Erradicação da pobreza extrema (BSM)
b) Manutenção e expansão dos investimentos em infraestrutura (PAC 2, MCMV)
c) Apoio à manutenção do emprego e renda
d) Qualificação da mão de obra (Pronatec e Programa Ciência sem Fronteiras)
2.2.10.6. Dados
2.2.10.7. Indicadores
Consistem no conjunto de parâmetros que permite acompanhar a evolução de um
programa. Cada indicador permite identificar, mensurar e comunicar, de forma simples, a
evolução de determinado aspecto da intervenção proposta pelo programa.
Devem buscar dialogar com o conjunto dos objetivos propostos.
Devem ser sempre passíveis de apuração periódica no período do PPA, de tal forma a
possibilitar a avaliação da intervenção feita.
Apenas quando não houver disponibilidade de indicadores de resultado/efetividade,
sugere-se adotar indicadores de processo.
2.2.10.8. Objetivo
Declara as informações necessárias para a eficácia da ação governamental (o que
fazer, como fazer, em qual lugar, quando e para quê).
O conjunto de objetivos de um programa temático revela a estratégia do governo em
determinada política pública.
Deve ser escrito de forma clara e direta a fim de facilitar sua comunicação e não deve
ser apenas o enunciado de uma intenção.
Trata-se do primeiro nível de responsabilização do plano, uma vez que é identificado
um órgão responsável para cada objetivo.
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É também elemento de ligação entre o programa temático e suas fontes de
financiamento.
2.2.10.9. Meta
Medida do alcance do objetivo (o que se quer mensurar):
a) Estabelece no tempo o que será entregue até 2019.
b) Pode ser de natureza quantitativa ou qualitativa.
c) Tem um órgão responsável.
d) Deve ser distribuída no território.
2.2.10.10. Iniciativa
Declara os meios que viabilizam os objetivos e suas metas, explicitando:
a) o “como fazer”; ou
b) as entregas de bens e serviços resultantes da atuação do Estado; ou
c) os arranjos de gestão (medidas normativas e institucionais); ou
d) a pactuação entre entes federados, entre Estado e sociedade; ou
e) a integração de políticas públicas, necessárias ao alcance dos objetivos.
Regionalização de metas
Cadastro de programas,
indicadores, objetivos, metas
e iniciativas
Financiamento
Qualitativa
extraorçamentário
Captação, tramitação,
análise e consolidação
• ............................................................
§ 9º Cabe à lei complementar:
• I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes
orçamentárias e da lei orçamentária anual [Lei 4.320/1964];
• II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da
administração direta e indireta, bem como condições para a
instituição e funcionamento de fundos. [Lei de Responsabilidade
Fiscal]
• ............................................................
§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do
projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
............................................................
Objetivos do decreto:
a) estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para o
exercício;
b) estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação dos
recursos financeiros (pagamentos) para o Governo Federal;
c) cumprir a legislação orçamentária (Lei nº 4.320/64 e LC nº 101/2000 – LRF);
d) assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício
financeiro; e
e) proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.
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• Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e, observado o disposto na
alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso.
• Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados à finalidade
específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de
sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que
ocorrer o ingresso.
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2.5. Exercícios
Tomando a Constituição Estadual ou a Lei Orgânica do Distrito Federal ou do
município:
a) Identifique a data de envio do PLPPA, da PLDO e PLOA do Poder Executivo
ao Poder Legislativo. Essas datas são diferentes daquelas previstas na
Constituição Federal para a União?
b) Existe algum outro instrumento de planejamento previsto? Qual?
Pegue as últimas LPPA, LDO e LOA:
a) Descreva a sua estrutura enumerando os capítulos e anexos.
b) Essas estruturas são diferentes daquelas previstas na Lei 4.320/1964 e na LC
101/2000 (LRF) para a União? Aponte as semelhanças e diferenças.
Os grupos apresentam os resultados para a plenária.
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3. Módulo III - Receita orçamentária
Objetivos:
3.1. Conceito
Apresentam-se, a seguir, alguns conceitos de receita orçamentária:
Receita é a soma de dinheiro percebida pelo Estado para fazer face à realização dos
gastos públicos. O conceito de receita, embora fundamentalmente classificada no de ingresso,
dele se estrema, pois o ingresso corresponde também à entrada de dinheiro que ulteriormente
será restituído, como ocorre nos empréstimos e nos depósitos. Por outro lado, a receita não se
confunde com o patrimônio público nem com os direitos da Fazenda Pública. Há ingressos
provenientes da exploração dos bens dominiais do Estado que compõem a atividade
financeira (TORRES, 2011, P. 185).
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Receita pública é a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer
reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto como elemento
novo e positivo (BALEEIRO, 2010, P. 116).
Examinando o referido conceito, observa-se que a entrada de dinheiro nos cofres
públicos somente será considerada receita pública se atendidos os seguintes requisitos:
a) integrar-se de modo permanente no patrimônio do Estado, pelo que as entradas
com natureza transitória, como as decorrentes de fiança, não constituem receita
pública;
b) não estar sujeita essa integração a quaisquer condições de devolução, pelo que
os ingressos provenientes de empréstimos não constituem receita pública;
c) em decorrência da aludida integração, o patrimônio público deve ser acrescido
de um elemento novo, e desse modo a venda de um bem não se inclui na noção
de receita pública, eis que determinará uma baixa patrimonial correspondente à
saída do bem.
Ingresso é qualquer entrada de dinheiro nos cofres públicos, mas se reserva a
denominação de receita pública ao ingresso que se faça de modo permanente no patrimônio
estatal e que não esteja sujeito à condição devolutiva ou correspondente baixa patrimonial
(OLIVEIRA, 2010, P. 117-120). Assim, ingresso ou entrada é o gênero do qual a receita pública
é espécie, embora do ponto de vista contábil as duas expressões sejam equivalentes.
Cabe ainda mencionar o entendimento contido no Manual Técnico de Orçamento
(MTO), que determina que a receita pública é a soma de ingressos, impostos, taxas,
contribuições e outras fontes de recursos, arrecadados para atender às despesas públicas.
Nesse contexto, a Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, representa o marco
fundamental da classificação da receita pública orçamentária.
No capítulo II dessa lei, intitulado “Da Receita”, o dispositivo legal disciplina as
entidades de direito público interno, que são: a União, os estados, o Distrito Federal, os
municípios e respectivas autarquias, ressaltando, no art. 11, § 4º, a discriminação das fontes
de receitas pelas duas categorias econômicas básicas, as receitas correntes e as receitas de
capital.
Essa lei estabelece que os itens da discriminação da receita mencionados no art. 11
serão identificados por números de código decimal, cujo significado será abordado mais
adiante.
Com o tempo, alguns anexos da Lei nº 4.320/64 sofreram alterações, com o objetivo
de incorporar as transformações econômicas do País e seus reflexos nas receitas públicas e na
política orçamentária do governo. No ano de 2001, para atender às disposições da Lei
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Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, Lei de Responsabilidade Fiscal, em termos da
uniformização referente aos procedimentos de execução orçamentária, no âmbito da União,
estados, Distrito Federal e municípios, o conteúdo do Anexo III da Lei nº 4.320/64 foi
consolidado no Anexo I da Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio de 2001.
Cabe à SOF o detalhamento da classificação da receita a ser utilizado, no âmbito da
União, o que é feito por meio de portaria de classificação orçamentária por natureza de
receita.
Ingressos
extraorçamentários
Ingressos de valores
nos cofres públicos
Receitas
orçamentárias
(receitas públicas)
Categoria econômica
Origem
Desdobramentos para
Indicador de resultado
identificação de
primário
peculiaridades da receita
Fonte/destinação de
Tipo
recursos
Esfera orçamentária
Quando, por exemplo, o imposto de renda pessoa física é recolhido, aloca-se a receita
pública correspondente na natureza de receita código “1.1.1.3.01.1.1”, segundo o esquema a
seguir:
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Como se depreende do nível de detalhamento apresentado, a classificação por natureza
é a de nível mais analítico da receita; por isso, auxilia na elaboração de análises econômico-
financeiras sobre a atuação estatal.
Categoria Econômica
Quanto à categoria econômica, os §§ 1º e 2º do art. 11 da Lei n o 4.320, de 1964,
classificam as receitas orçamentárias em receitas correntes (código 1) e receitas de capital
(código 2):
1 - Receitas correntes: são arrecadadas dentro do exercício, aumentam as
disponibilidades financeiras do Estado, em geral com efeito positivo sobre o patrimônio
líquido, e constituem instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações
correspondentes às políticas públicas.
2 - Receitas de capital: aumentam as disponibilidades financeiras do Estado. Porém,
de forma diversa das receitas correntes, as receitas de capital não provocam efeito sobre o
patrimônio líquido.
Origem
A origem é o detalhamento das categorias econômicas receitas correntes e receitas de
capital, com vistas a identificar a procedência das receitas no momento em que ingressam nos
cofres públicos.
A atual codificação amplia o escopo de abrangência do conceito de origem e passa a
explorá-lo na sequência lógico-temporal na qual ocorrem naturalmente atos e fatos
orçamentários codependentes.
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Nesse contexto, considera que a arrecadação das receitas ocorre de forma concatenada
e sequencial no tempo, sendo que, por regra, existem arrecadações inter-relacionadas que
dependem da existência de um fato gerador inicial a partir do qual, por decurso de prazo sem
pagamento, originam-se outros, na ordem lógica dos acontecimentos jurídicos:
Arrecadação das receitas
O fato gerador da receita orçamentária propriamente dita, que ocorre quando da
subsunção do fato, no mundo real, à norma jurídica.
A obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a receita orçamentária
propriamente dita, cujo fato gerador é o decurso do prazo estipulado por lei para pagamento,
sem que isso tenha ocorrido. (Esse fato gerador depende, nos primórdios – na origem –, da
existência da receita orçamentária propriamente dita).
Obrigação de pagar a dívida ativa referente à receita orçamentária propriamente
dita e às multas e aos juros dessa receita, cujo fato gerador é a inscrição em dívida ativa, que
decorre do transcurso de novo prazo e da permanência do não pagamento da receita e das
multas e juros que lhe são afetos. (Novamente, ao remetermos para o início do processo – a
origem –, há dependência da existência do fato gerador primeiro, inicial: a existência da
receita orçamentária propriamente dita).
A obrigação de recolher multas e juros incidentes sobre a dívida ativa da receita
orçamentária propriamente dita, cujo fato gerador é o decurso do prazo estipulado por lei
para pagamento da dívida ativa, sem que o pagamento tenha ocorrido. (Ao buscar-se o marco
inicial dessa obrigação, conclui-se, novamente, que, na origem, há dependência da existência
da receita orçamentária propriamente dita).
Nesse diapasão, ressalte-se que o ponto de partida – a origem – de todo o processo
relatado no parágrafo anterior foi a existência da receita orçamentária propriamente dita, e
as demais arrecadações que se originaram a partir do não pagamento dessa receita foram, na
sequência temporal dos acontecimentos: multas e juros da receita, dívida ativa da receita e
multas e juros da dívida ativa da receita.
O raciocínio estruturado acima explora o fato de que, se multas, juros, dívida ativa e
multas e juros da dívida ativa decorrem do não pagamento da receita orçamentária
propriamente dita dentro dos prazos estabelecidos em lei, então dependem da existência
dessa receita e nela tiveram origem.
Os códigos da origem para as receitas correntes e de capital são:
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Espécie
A espécie, nível de classificação vinculado à origem, permite qualificar com maior
detalhe o fato gerador das receitas.
Por exemplo, dentro da origem contribuições, identificam-se as espécies:
a) contribuições Sociais;
b) contribuições econômicas;
c) contribuições para entidades privadas de serviço social e de formação
profissional.
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Tipo
O tipo, correspondente ao último dígito na natureza de receita, tem a finalidade de
identificar o tipo de arrecadação a que se refere aquela natureza, sendo:
a)“0”, quando se tratar de natureza de receita não valorizável ou agregadora;
b)“1”, quando se tratar da arrecadação principal da receita;
c)“2”, quando se tratar de multas e juros de mora da respectiva receita;
d)“3”, quando se tratar de dívida ativa da respectiva receita; e
e)“4”, quando se tratar de multas e juros de mora da dívida ativa da respectiva
receita.
Assim, todo código de natureza de receita será finalizado com um dos dígitos
mencionados, e as arrecadações de cada recurso – sejam elas da receita propriamente dita ou
de seus acréscimos legais – ficarão agrupadas sob um mesmo código, sendo diferenciadas
apenas no último dígito, conforme detalhamento a seguir:
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Importante destacar que a Portaria SOF nº 45, de 26 de agosto de 2015, que dispôs
sobre o desdobramento da classificação por natureza de receita para aplicação no âmbito da
União, publicou apenas as naturezas agregadoras, ficando criadas automaticamente, para
todos os fins, as naturezas valorizáveis, terminadas em “1”, “2”, “3” e “4”.
Fonte de recursos
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Planejamento Previsão
Lançamento
Execução Arrecadação
Recolhimento
As etapas da receita seguem a ordem de ocorrência dos fenômenos econômicos,
levando-se em consideração o modelo de orçamento existente no País. Dessa forma, a ordem
sistemática inicia-se com a etapa de previsão e termina com a de recolhimento.
Nem todas as etapas citadas ocorrem para todos os tipos de receitas orçamentárias.
Pode ocorrer arrecadação de receitas não previstas e também das que não foram lançadas,
como é o caso de uma doação em espécie recebida pelos entes públicos.
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3.3.1. Previsão
Efetuar a previsão implica planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará
na proposta orçamentária. Isso deverá ser realizado em conformidade com as normas técnicas
e legais correlatas e, em especial, com as disposições constantes na LRF. Sobre o assunto,
vale citar o art. 12 da referida norma:
3.3.2. Lançamento
O art. 53 da Lei no 4.320, de 1964, define o lançamento:
Por sua vez, conforme o art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN):
Observa-se que, segundo o disposto nos arts. 142 a 150 do CTN, a etapa de
lançamento situa-se no contexto de constituição do crédito tributário, ou seja, aplica-se a
impostos, taxas e contribuições de melhoria.
O lançamento pode ser realizado em uma das três modalidades, a saber:
a) de ofício ou direto;
b) por declaração ou misto;
c) por homologação ou autolançamento.
3.3.3. Arrecadação
Corresponde à entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos contribuintes
ou devedores, por meio dos agentes arrecadadores ou instituições financeiras autorizadas pelo
ente.
Vale destacar que, segundo o art. 35 da Lei no 4.320, de 1964, pertencem ao exercício
financeiro as receitas nele arrecadadas, o que representa a adoção do regime de caixa para o
ingresso das receitas públicas.
3.3.4. Recolhimento
Consiste na transferência dos valores arrecadados à conta específica do Tesouro
Nacional, responsável pela administração e controle da arrecadação e pela programação
financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria ou de caixa, conforme
determina o art. 56 da Lei no 4.320, de 1964, a seguir transcrito:
3.5. Exercícios
Divididos em grupos, responder às seguintes questões:
a) Conforme apresentado, cite três formas de classificações de receita.
b) O que deve ser considerado(a), bem como acompanhado(a), nas previsões de
receita?
c) Quando e por que as fontes passam a ser classificadas com o grupo fonte 3 ou
6?
Apresentar em plenário as respostas e debater.
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4. Módulo IV - Despesa orçamentária
Objetivos:
Estrutura do Capítulo IV
Conceitos básicos
Programação qualitativa
Programação quantitativa
Estágios da despesa
Restos a pagar e despesas de exercícios anteriores
Classificação institucional
Função
Classificação funcional
Subfunção
Programa
Ações orçamentárias
Estrutura programática
Subtítulo
Reserva de contingência
Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001, art. 8º
• A dotação global denominada “Reserva de Contingência”, permitida
para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de 25 de fevereiro de
1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser utilizada como
fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e para o
atendimento ao disposto no art. 5o, inciso III, da Lei Complementar no
101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável pela sua
destinação, bem como a Reserva do Regime Próprio de Previdência do
Servidor - RPPS, quando houver, serão identificadas no orçamento de
todas as esferas de Governo pelos códigos “99.999.9999.xxxx.xxxx” e
“99.997.9999.xxxx.xxxx”, respectivamente, no que se refere às
classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o
“x” representa a codificações das ações e o respectivo detalhamento.
• Parágrafo Único. As reservas referidas no caput serão identificadas,
quanto à natureza da despesa, pelo código “9.9.99.99.99”.
Função
A função pode ser traduzida como o maior nível de agregação das diversas áreas de
atuação do setor público.
Reflete a competência institucional do órgão, como, por exemplo, cultura, educação,
saúde, defesa, que guarda relação com os respectivos ministérios.
Há situações em que o órgão pode ter mais de uma função típica, considerando-se que
suas competências institucionais podem envolver mais de uma área de despesa. Nesses casos,
deve ser selecionada, entre as competências institucionais, aquela que está mais relacionada
com a ação.
Função 28 - Encargos Especiais
A função Encargos Especiais engloba as despesas que não podem ser associadas a um
bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como dívidas,
ressarcimentos, indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação neutra. A
utilização dessa função irá requerer o uso das suas subfunções típicas, conforme tabela
abaixo:
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Lista de Funções
01 Legislativa
02 Judiciária
03 Essencial à Justiça
04 Administração
05 Defesa Nacional
06 Segurança Pública
07 Relações Exteriores
08 Assistência Social
09 Previdência Social
10 Saúde
11 Trabalho
12 Educação
13 Cultura
14 Direitos da Cidadania
15 Urbanismo
16 Habitação
17 Saneamento
18 Gestão Ambiental
19 Ciência e Tecnologia
20 Agricultura
21 Organização Agrária
22 Indústria
23 Comércio e Serviços
24 Comunicações
25 Energia
26 Transporte
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27 Desporto e Lazer
28 Encargos Especiais
Subfunção
A subfunção representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e
deve evidenciar a natureza da atuação governamental.
De acordo com a Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, é possível combinar as
subfunções a funções diferentes daquelas a elas diretamente relacionadas, o que se denomina
matricialidade.
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Tipos de ações
Atividade
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das
quais resulta um produto ou serviço necessário à manutenção da ação de governo.
Exemplo: ação 4339 – Qualificação da Regulação e Fiscalização da Saúde
Suplementar.
OBSERVAÇÃO: As ações do tipo atividade mantêm o mesmo nível da produção
pública.
Projeto
Instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de um programa,
envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um produto que
concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo.
Exemplo: ação 7M64 – Construção de Trecho Rodoviário - Entroncamento BR-472 -
Fronteira Brasil/Argentina - na BR-468.
OBSERVAÇÃO: As ações do tipo projeto expandem a produção pública ou criam
infraestrutura para novas atividades, ou, ainda, implementam ações inéditas num prazo
determinado.
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Operação especial
Despesas que não contribuem para a manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das
ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a
forma de bens ou serviços.
OBSERVAÇÃO: As operações especiais caracterizam-se por não retratar a atividade
produtiva no âmbito federal, podendo, entretanto, contribuir para a produção de bens ou
serviços à sociedade, quando caracterizada por transferências a outros entes.
OBSERVAÇÃO: Desde 2015, o processo de revisão das ações envolve a
identificação, quando possível, útil ou desejável, de unidades de mensuração (volume de
operação, carga de trabalho, produtos/serviços gerados a partir das transferências etc.) para as
operações especiais. Exemplos de operações especiais e respectivos tipos e itens de
mensuração:
OBSERVAÇÃO: Esse processo de revisão envolve, também, a análise geral das ações
atuais, que permitirá a identificação de falhas de classificação e os seus respectivos ajustes,
quando necessário.
Por fim, as operações especiais deverão ser tipificadas conforme o atributo "Subtipo
de Operação Especial“.
Em grande medida, as operações especiais estão associadas aos programas do tipo
operações especiais, os quais constarão apenas do orçamento, não integrando o PPA,
conforme codificação relacionada abaixo:
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Subtítulo
As atividades, os projetos e as operações especiais serão detalhados em subtítulos,
utilizados especialmente para identificar a localização física da ação orçamentária, não
podendo haver, por conseguinte, alteração de sua finalidade, do produto e das metas
estabelecidas.
A adequada localização do gasto permite maior controle governamental e social sobre
a implantação das políticas públicas adotadas, além de evidenciar a focalização, os custos e os
impactos da ação governamental.
A localização do gasto poderá ser
a) de abrangência nacional;
b) no exterior;
c) por região (Norte, Nordeste, Centro Oeste, Sudeste, Sul);
d) por estado; ou
e) município; ou,
f) excepcionalmente, por um critério específico, quando necessário.
A LDO veda, na especificação do subtítulo, a referência a mais de uma localidade,
área geográfica ou beneficiário, se determinados.
Na União, o subtítulo representa o menor nível de categoria de programação e será
detalhado:
a) por esfera orçamentária;
b) por grupo de natureza da despesa (GND);
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c) por modalidade de aplicação;
d) IDUSO; e
e) por fonte/destinação de recursos,
sendo o produto e a unidade de medida os mesmos da ação.
O subtítulo deverá ser usado para indicar a localização geográfica da ação ou
operação especial da seguinte forma:
Projetos: localização (de preferência, município) onde ocorrerá a construção, no caso
de obra física, como, por exemplo, obras de engenharia; nos demais casos, o local onde o
projeto será desenvolvido.
Atividades: localização dos beneficiários/público-alvo da ação, o que for mais
específico (normalmente são os beneficiários).
Operações especiais: localização do recebedor dos recursos previstos na transferência,
compensação, contribuição etc., sempre que for possível identificá-lo.
A partir do exercício de 2013, começou a ser utilizado o código IBGE de 7 dígitos,
inclusive no caso de alocações orçamentárias originárias de emendas parlamentares. Esse, e
não mais o código do subtítulo, passa a ser o atributo oficial para consultas de base
geográfica. Porém, para efeito legal e formal do orçamento, continuar-se-á adotando os 4
dígitos do subtítulo.
Nesse contexto, haverá padronização dos códigos de subtítulos (4 dígitos) para
municípios. Outros recortes geográficos como biomas, territórios da cidadania, Amazônia
Legal, entre outros, serão precadastrados, sempre que necessário, pela SOF. Não haverá
cadastramento descentralizado.
A denominação dos subtítulos continuará trazendo, por padrão, os descritores
“Nacional”, “No exterior”, “Na Região...”, “No Estado de...”, “No Distrito Federal”, “No
Município de...”, ou ainda, os recortes adicionais já mencionados.
Adicionalmente, foi criado o atributo “Complemento”, de preenchimento opcional,
que especificará localizações inframunicipais (ou outras localizações não estruturadas).
Quando esse “Complemento” for utilizado, o subtítulo receberá, automaticamente, um código
não padronizado de 4 dígitos.
Os subtítulos do tipo “Municípios até @ mil habitantes” deverão ser substituídos, pois
demonstram critério de elegibilidade, e não de localização geográfica.
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Atributos do subtítulo
Localização geográfica, codificação e o campo “Complemento”
A identificação dos subtítulos/localizadores é feita por um código numérico de quatro
posições, que até 2012 seguia um padrão próprio e cujas faixas foram aprimoradas para
utilização a partir de 2013.
Repercussão financeira sobre o custeio do órgão
Impacto (estimativa de custo anual) sobre as despesas de operação e manutenção do
investimento após o término do projeto e em quais ações esse aumento ou decréscimo de
custos ocorrerá, caso o projeto venha a ser mantido pela União.
Valor da repercussão financeira
Registra o montante da repercussão financeira decorrente da implantação do subtítulo
sobre o custeio do órgão. O campo poderá registrar acréscimos e reduções sobre o custeio do
órgão, ou, ainda, valor zero quando não houver repercussão sobre o custeio. Campo
obrigatório nas ações do tipo projeto e opcional nos demais tipos.
Data de início e data de término da execução
Nas ações do tipo projeto, registra a data de início e a previsão de término de cada
subtítulo.
Total físico
Registra o quantitativo total do produto a ser entregue na localidade expressa no
subtítulo durante o período de execução. Campo exclusivo de projetos e de preenchimento
obrigatório.
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Custo total
Registra o montante correspondente ao custo total previsto na execução do subtítulo.
Ações orçamentárias padronizadas no orçamento
A ação orçamentária é considerada padronizada quando, em decorrência da
organização institucional da União, sua implementação costuma ser realizada em mais de um
órgão orçamentário e/ou UO. Nessa situação, diferentes órgãos/UOs executam ações que
têm em comum:
a) a subfunção à qual está associada;
b) a descrição (o que será feito no âmbito da operação e o objetivo a ser
alcançado);
OBS: Quando existir produto associado à ação.
c) o produto (bens e serviços) entregue à sociedade, bem como sua unidade de
medida; e
d) o tipo de ação orçamentária.
A padronização se faz necessária para organizar a atuação governamental e facilitar
seu acompanhamento. Ademais, a existência da padronização vem permitindo o cumprimento
de previsão constante da LDO, segundo a qual: “As atividades que possuem a mesma
finalidade devem ser classificadas sob um único código, independentemente da unidade
executora”.
OBS: Embora a LDO só mencione as atividades, as operações especiais também
demandam a padronização.
Modalidade de aplicação
A modalidade de aplicação indica se os recursos serão aplicados mediante:
a) transferência financeira, inclusive a decorrente de descentralização
orçamentária para outros níveis de governo, seus órgãos ou entidades; ou
b) diretamente para entidades privadas sem fins lucrativos e outras instituições;
ou, então, diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou por
outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de governo.
A modalidade de aplicação objetiva, principalmente, eliminar a dupla contagem dos
recursos transferidos ou descentralizados, conforme discriminado a seguir:
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Elemento de despesa
O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como
vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, serviços de terceiros
prestados sob qualquer forma, subvenções sociais, obras e instalações, equipamentos e
material permanente, auxílios, amortização e outros que a administração pública utiliza para a
consecução de seus fins.
Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II da Portaria
Interministerial STN/SOF nº 163, de 2001. A descrição dos elementos pode não contemplar
todas as despesas a eles inerentes, sendo, em alguns casos, exemplificativa.
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Não PAC
(RP 2)
Financeira
(RP 0) PAC
OF/OSS
Obrigatória (RP 3)
(RP 1)
Primária Emendas
individuais
Discricionária (RP 6)
não PAC
(RP 4)
OIE
PAC
(RP 5)
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• São vedados:
• [...]
• VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para
outro, sem prévia autorização legislativa;
• [...]
• Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na
alínea c do inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a
programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso. [...]
DPOF –
Anexo de Decretos de
Avaliações
Metas Fiscais LOA Programação
Bimestrais
(LDO) Orçamentária
Financeira
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4.4.1.4. Processo de licitação e contratação
A Constituição Federal de 1988 estabelece a observância do processo de licitação pela
União, estados, Distrito Federal e municípios, conforme disposto no art. 37, inciso XXI.
Assim, é princípio constitucionalmente estabelecido o de licitar, que significa a
imposição à administração, salvo as exceções legais. Por intermédio da Lei 8.666/1993, com
as alterações posteriores, o Governo Federal regulamentou o mandamento constitucional, ao
estabelecer normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações.
Nesse contexto, no âmbito da administração pública, o termo licitação designa o
procedimento administrativo (sequência ordenada de atos) mediante o qual a administração,
quando interessada em firmar contrato com terceiros, seleciona a proposta mais vantajosa
(JUND, 2006, p. 381).
O processo de licitação compreende um conjunto de procedimentos administrativos
que objetivam:
a) adquirir materiais;
b) contratar obras e serviços;
c) alienar ou ceder bens a terceiros;
d) bem como fazer concessões de serviços públicos.
Com as melhores condições para o Estado, observando os princípios:
a) da legalidade;
b) da impessoalidade;
c) da moralidade;
d) da igualdade;
e) da publicidade;
f) da probidade administrativa;
g) da vinculação ao instrumento convocatório;
h) do julgamento objetivo; e
i) de outros que lhe são correlatos.
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4.4.2. Execução
A execução da despesa orçamentária se dá em três estágios, na forma prevista na Lei
nº 4.320/1964:
a) empenho;
b) liquidação; e
c) pagamento.
4.4.2.1. Empenho
Empenho, segundo o art. 58 da Lei nº 4.320/1964, é o ato emanado de autoridade
competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento
de condição. Consiste na reserva de dotação orçamentária para um fim específico.
O empenho será formalizado mediante a emissão de um documento denominado nota
de empenho, do qual deve constar o nome do credor, a especificação do credor e a
importância da despesa, bem como os demais dados necessários ao controle da execução
orçamentária.
Embora o art. 61 da Lei nº 4.320/1964 estabeleça a obrigatoriedade do nome do credor
no documento nota de empenho, em alguns casos, como na folha de pagamento, torna-se
impraticável a emissão de um empenho para cada credor, tendo em vista o número excessivo
de credores (servidores).
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4.4.2.2. Liquidação
4.4.2.3. Pagamento
O pagamento consiste na entrega de numerário ao credor por meio de cheque
nominativo, ordens de pagamentos ou crédito em conta, e só pode ser efetuado após a regular
liquidação da despesa.
A Lei nº 4.320/1964, no art. 64, define ordem de pagamento como sendo o despacho
exarado por autoridade competente, determinando que a despesa liquidada seja paga.
A ordem de pagamento só pode ser exarada em documentos processados pelos
serviços de contabilidade.
4.6. Exercícios
Em grupo, escolha uma unidade orçamentária na LOA do exercício corrente ou use
um dos casos fornecidos pelo instrutor para responder às seguintes questões:
1. Qual o valor total das dotações orçamentárias dessa UO?
2. As dotações orçamentárias do órgão estão presentes em quais esferas
orçamentárias?
3. Qual é o código da classificação institucional dessa UO?
4. As despesas são agregadas em que funções (códigos e nomes)?
5. Há matricialidade entre funções e subfunções? (citar um exemplo)
6. Quais são os programas presentes na LOA do exercício corrente e os seus
respectivos valores?
7. Quantas ações compõem a programação dessa UO na LOA do exercício
corrente?
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5. Módulo V - Acompanhamento fiscal e orçamentário
Objetivos
Estrutura do Capítulo V
O papel do Estado
Intervenção no domínio econômico
Resultado primário
Déficit público
Acompanhamento fiscal e orçamentário
Sociedade
Estado Mercado
CF 88, art. 3º
5.1.4. Contexto
a) Crise do planejamento dos anos 1980 e 1990
b) Fortalecimento da burocracia do controle
c) Institucionalização racional-compreensiva
d) Retomada do Estado indutor do desenvolvimento em 2003
e) Solução de gestão por fora do sistema formal
f) Questionamento do modelo
Política monetária
Política
Política cambial
macroeconômica
Regulação do
Política fiscal
mercado
Inserção no
mercado
5.2.1. Política macroeconômica
5.2.1.1. Política monetária
a) Gestão da moeda
b) Inflação
c) Taxa básica de juros
d) Títulos públicos: emissão e compra
e) Compulsório
f) Cumprimento da meta de inflação estabelecida pelo CMN, condição necessária
para o crescimento sustentável ao longo do tempo.
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Política creditícia
O crédito público consiste em uma das formas de que dispõe o Estado para obter
recursos públicos, gerando como contrapartida o endividamento. Nesse sentido, o governo se
utiliza da faculdade comumente exercida pelo poder público e reconhecida a todas as pessoas
com capacidade jurídica para tomar dinheiro emprestado, necessitando, para tanto, gozar de
confiança no mercado perante aqueles, sejam estrangeiros ou nacionais, dispostos a emprestar
o dinheiro, mediante o qual o governo contrai o empréstimo.
Os recursos obtidos por essa via consistem em simples ingressos financeiros que
deverão ser devolvidos no futuro, geralmente acrescidos de juros e demais encargos. Por isso
as receitas obtidas por meio dessa modalidade diferenciam-se das chamadas receitas
derivadas, uma vez que são simples ingressos de recursos em caixa que, em contrapartida,
geram no passivo uma obrigação (dívida).
Deriva daí o chamado risco país, por meio do qual os investidores estrangeiros
definem o grau de confiabilidade no governo, de que esse honre os seus compromissos e,
principalmente, os contratos de empréstimos obtidos, e, ainda, a atualmente denominada taxa
Selic, estipulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), utilizada como termômetro da
economia e indexador de remuneração do capital dos investidores, em face dos empréstimos
concedidos ao governo (JUND, 2006, p. 278).
BC tem como objetivo ampliar a oferta e o acesso da população ao crédito; não há
metas formais.
Taxa de inflação (IPCA)
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Evolução da Taxa Selic
Estímulo à Combate à
produção inflação
Qualidade do gasto
a) O que é: relações que envolvem o atendimento à população, com equidade, e o
financiamento da ação pública.
b) Quem é atendido e em que condições?
c) Que estrutura o Estado disponibiliza pra atender quem anda de avião?
d) E pra quem anda de ônibus?
e) Quem presta serviço?
f) Ente público? Qual?
g) É privado? A racionalidade é a mesma?
h) Quem paga a conta?
i) Tributo progressivo ou regressivo?
j) Quanto custa? (1+1 não é igual a 2)
k) Que políticas têm prioridade?
l) Burocracia do sistema penitenciário x Burocracia da arrecadação
m) Burocracia do controle x Burocracia das Cias. de água
n) Debate dominante:
o) Foco “fiscalista”
p) Quantidade ou qualidade do gasto?
q) Qualidade do gasto x gasto com qualidade
r) Quais portas se abrem?
s) A linguagem importa?
Dimensões:
a) Limitada: eficiência (o custo do atendimento)
b) Ampliada: eficiência + eficácia (beneficiário, local e tempo) + efetividade
(com equidade)
c) Adequada: dimensão ampliada + estratégia de financiamento
(progressividade/regressividade no financiamento e no atendimento)
Perspectivas
a) Economizar luz
b) Implementar o Programa de Aquisição de Alimentos
Qualificando o debate fiscal...
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Dimensão do fundo público: Estado mínimo ou indutor?
Arrecadação: tributação progressiva ou regressiva?
Distribuição do fundo público: pacto federativo equalizador ou gerador da
desigualdade?
Gasto público: encargo ou investimento?
Tem alguma forma de cumprir a Constituição sem gastar ou sem alterar o padrão de
financiamento? Enquanto isso...
5.2.2.2. Privatizações
Desnacionalização de boa parte do capital.
Receita de privatizações
Valor arrecadado de privatizações, subtraído das despesas de vendas (imposto de
renda sobre a operação, comissão de venda e gastos com avaliação e reestruturação da
empresa) e acrescido das dívidas transferidas identificadas no sistema financeiro.
Objetivo de expurgar os efeitos que não guardam relação com a situação fiscal, pois
não representam esforço fiscal para obtenção do resultado nominal.
Passivos reconhecidos
Dívidas incorporadas, os chamados “esqueletos”, correspondem às dívidas:
a) juridicamente devidas;
b) de valor certo;
c) reconhecidas pelo governo;
d) representativas de déficits passados que não ocorrem mais no presente.
Exemplos: parcelamento de dívida junto ao INSS, FGTS e RPPS.
Visando expurgar os efeitos que não representam esforço fiscal, devem ser deduzidos
para a apuração da dívida fiscal líquida.
Sendo que:
a) é a taxa de juros real
b) é a dívida do governo no final do período t-1 ou no início do período t
c) é o gasto em bens e serviços, não incluindo transferências
d) corresponde a impostos menos transferências
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Logo:
Para estabilizar a dívida, o governo deve eliminar o déficit. Para fazê-lo, deve produzir
um superávit primário igual aos juros sobre a dívida preexistente.
Como a dívida em t-1 está expressa em termos do PIB em t, vamos multiplicar essa
parcela por e rearranjar a expressão:
5.4.6.1. Exemplo 1
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5.4.6.2. Exemplo 2
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Emissão de Inflação
moeda
Aumento da Desestímulo ao
carga tributária investimento
Aumento no Elevação da
nível de arrecadação em
escala, com elevação
atividade do investimento, da
taxa de emprego
econômica
5.5.3. Responsabilidades
5.5.3.1. Da SOF
a) organizar o processo de captação das informações acerca da execução
orçamentária, no que diz respeito ao aspecto da programação física das ações
orçamentárias;
b) elaborar e disponibilizar módulo específico no Siop para inserção de dados a
respeito do acompanhamento da execução físico-financeira das ações
orçamentárias;
c) definir o método, a dinâmica e a periodicidade da inserção de dados no Siop; e
d) treinar os órgãos setoriais no novo módulo, possibilitando a capacitação
suficiente para o perfeito funcionamento do sistema.
5.5.5.1. Eficácia
Eficácia é o grau de alcance das metas programadas (bens e serviços) em um
determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados.
Em termos orçamentários, esse conceito pode ser traduzido na comparação entre meta
realizada e meta planejada:
Portanto:
a) se , a execução foi eficaz, porque gerou uma meta maior do que se
tinha planejado; e,
b) se , a execução foi ineficaz, porque gerou uma meta menor do que
se tinha planejado.+
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Por exemplo: se a meta física na LOA for 100 unidades e se a meta física realizada foi
120 unidades, então ECLOA= 1,20 (=120/100). A execução foi 20% mais eficaz do que se
tinha planejado.
Um indicador semelhante pode ser proposto considerando não o inicialmente
planejado, mas a reprogramação. Assim:
Por exemplo: se a meta física na LOA de 100 unidades foi reprogramada para 110
unidades, então ECREP = 1,09 (=120/110). A execução foi 9% mais eficaz do que se tinha
planejado.
5.5.5.2. Eficiência
Eficiência é a relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e
os custos dos insumos empregados para produzi-los, em um determinado período de tempo,
mantidos os padrões de qualidade.
Em termos orçamentários, esse conceito pode ser traduzido na comparação entre custo
planejado e custo realizado:
Observação:
a) Por valor da dotação atual se entende a dotação prevista na LOA mais créditos.
b) Considera-se o valor liquidado porque, ao contrário do valor empenhado, o
produto foi entregue, a obra foi medida, o serviço foi prestado etc., ou seja,
houve produção, apenas não houve pagamento ainda.
c) Pelo mesmo motivo, quando considerados os restos a pagar (RAP), devem ser
considerados os RAP não processados (portanto, que não foram liquidados no
exercício correspondente) que forem efetivamente liquidados no exercício em
análise.
Por exemplo: se a meta física na LOA for 100 unidades e o valor da dotação atual for
R$ 50.000, o custo planejado é R$ 500/unidade (=R$ 50.000/100). Se a meta física realizada
foi 120 unidades e o valor liquidado foi R$ 48.000, o custo realizado é R$ 400/unidade
(=R$ 48.000/120).
Portanto: se o custo planejado for maior que o custo realizado, a execução foi
eficiente, porque custou menos do que se tinha planejado; e, se o custo planejado for menor
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que o custo realizado, a execução foi ineficiente, porque custou mais do que se tinha
planejado. No exemplo dado, o custo planejado (por unidade) foi R$ 500 e o custo realizado
foi R$ 400. Logo, a execução foi eficiente.
Como a mensuração foi feita entre custos, expressos em R$/unidade, podemos medir
essa eficiência e ver o quanto a execução está sendo eficiente, propondo um índice de
eficiência em relação à meta da LOA:
Portanto:
a) se EFLOA > 1, a execução foi eficiente, porque custou menos do que se tinha
planejado; e,
b) se EFLOA < 1, a execução foi ineficiente, porque custou mais do que se tinha
planejado.
No exemplo dado, o custo planejado (por unidade) foi R$ 500 e o custo realizado foi
R$ 400. Logo, EFLOA= 1,25. A execução foi 25% mais eficiente do que o planejado.
Um indicador semelhante pode ser proposto considerando não o inicialmente
planejado, mas a reprogramação. Assim:
Por exemplo: se a meta física foi reprogramada para 110 unidades e o valor financeiro
para R$ 49.500, então o custo reprogramado será R$ 450/unidade (=R$ 49.500/110).
Portanto, podemos propor um índice de eficiência em relação à meta reprogramada:
Essa última forma é interessante porque nos permite relacionar o índice de eficiência e
de eficácia. Assim:
5.6. Exercícios
Organizados em grupos, o instrutor irá orientar os grupos para procurar na página do
Ministério do Planejamento (SOF e IBGE) e do Ministério da Fazenda (STN e Banco
Central), as seguintes estatísticas:
a) Taxa de inflação (IPCA)
b) Taxa Selic
c) Taxa de câmbio (R$/US$)
d) Reservas internacionais (US$ Bilhões)
e) Evolução do salário mínimo
f) Resultado nominal e resultado primário (% PIB)
g) Dívida consolidada, dívida consolidada líquida e dívida fiscal líquida (% PIB)
h) Evolução das despesas com pessoal e das despesas com juros (% PIB)
A partir da sua pesquisa, os grupos irão produzir gráficos e apresentar na plenária.
O instrutor promoverá a discussão de avaliação do cenário macroeconômico.
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6. Módulo VI - Elaboração do PLOA
Objetivos:
Estrutura do Capítulo VI
Conceitos básicos
Elaboração da proposta
Agentes envolvidos
Elaboração
Controle
e Aprovação
Avaliação
Execução
6.1.1.1. Elaboração
A elaboração do projeto de lei orçamentária inicia-se com a definição a cargo de cada
unidade gestora acerca da apresentação da sua proposta parcial de orçamento, que deverá ser
consolidada em nível de órgão ou ministério, no caso do Governo Federal, e equivalentes, em
se tratando de estados e municípios. Ato contínuo, essas propostas setoriais, incluindo as dos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, serão remetidas ao órgão central do sistema de
orçamento, visando a uma nova consolidação. Surge, a partir daí, o projeto de lei
orçamentária a ser submetido ao chefe do Poder Executivo, que providenciará o seu
encaminhamento ao Poder Legislativo, por meio de mensagem.
Na etapa da elaboração do projeto de lei orçamentária, devem ser observadas e
obedecidas as orientações definidas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (JUND, 2006, p.
367).
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6.1.1.2. Aprovação
Uma vez remetido ao Poder Legislativo, o projeto de lei orçamentária será apreciado
pela Comissão Mista Permanente de Orçamento. A essa comissão caberá examinar e emitir
parecer sobre o projeto, além de exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária. As
emendas serão apresentadas na Comissão Mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas
em plenário.
Após a aprovação pelo Plenário do Poder Legislativo, o projeto deverá ser devolvido
ao chefe do Poder Executivo, que poderá sancioná-lo ou propor vetos totais ou parciais.
Havendo a sanção do projeto de lei, o mesmo deverá ser remetido para publicação (JUND,
2006, p. 367).
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6.1.1.3. Execução
Ocorrendo todas as etapas nos prazos fixados, a lei orçamentária começará a ser
executada pelos órgãos a partir do início do exercício financeiro, logo após a publicação do
Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD), documento contendo dados mais analíticos
acerca da autorização dada na lei, em nível de projeto, atividade, operação especial e de
elemento de despesa. Na ocorrência de algum incidente, no decorrer das etapas do ciclo
orçamentário, que impeça a disponibilização da dotação orçamentária à disposição das
unidades orçamentárias no início do exercício financeiro, os órgãos poderão utilizar-se do
instituto, caso esteja previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias, denominado duodécimo
(JUND, 2006, p. 367-368).
6.1.1.4. Controle
O acompanhamento e a avaliação do processo de execução orçamentária consistem
nas ações que caracterizam o exercício da fase do controle que, segundo a legislação em
vigor, será interno quando realizado por agentes do próprio órgão, ou externo quando
realizado pelo Poder Legislativo, auxiliado tecnicamente pelo Tribunal de Contas.
O propósito da avaliação deve ser o de contribuir positivamente para a qualidade da
elaboração de uma nova proposta orçamentária, reiniciando, assim, o ciclo do orçamento
(JUND, 2006, p. 368).
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6.1.2. Integração entre orçamento e execução
6.2.1.1. Responsável
a) SOF
6.2.1.2. Produtos
a) Definição da estratégia do processo de elaboração
b) Etapas, produtos e agentes responsáveis no processo
c) Papel dos agentes
d) Metodologia de projeção de receitas e despesas
e) Fluxo do processo
f) Instruções para detalhamento da proposta setorial
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6.2.1.3. Processo de elaboração do orçamento
Qualitativo – normas, princípios e físico
PPA, LDO, programação (programa, objetivo, meta, iniciativa, ação e plano
orçamentário) e metas e prioridades da LDO.
Quantitativo – financeiro
Alocação de recursos; critério macrofiscal.
6.2.2.2. Produtos
a) Diretrizes para a elaboração da LOA: LDO – parâmetros macroeconômicos
b) Metas fiscais
c) Riscos fiscais
d) Objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial
e) Demonstrativo da estimativa da margem de expansão das despesas obrigatórias
de caráter continuado
Transferências constitucionais
a) aplicação das disposições constitucionais.
6.2.3.1. Responsáveis
a) SOF, SPI e DEST
b) Órgãos setoriais
c) UOs
6.2.3.2. Produto
Estrutura programática do orçamento
6.2.3.3. Etapas
a) divulgação de procedimentos e calendário aos setoriais;
b) análise da programação atual LOA/PPA e prioridades e metas LDO por SOF,
SPI e Dest;
c) apresentação de proposições à estrutura programática nos momentos UO e
setorial;
d) análise conjunta de proposições pela SOF, SPI e Dest;
e) reunião com setoriais para avaliação das proposições; e
f) registro das proposições acordadas no Siop.
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6.2.4.1. Responsáveis
a) SOF
b) Assessoria Econômica/ MP
c) Órgãos setoriais
d) MF
e) Casa Civil/ Presidência da República
6.2.4.2. Produto
a) Estimativa das receitas e das despesas que compõem a NFGC, para a proposta
orçamentária
6.2.5.1. Responsáveis
a) SOF
b) MP
c) Casa Civil/ Presidência da República
6.2.5.2. Produto
a) Referencial monetário para apresentação da proposta orçamentária dos órgãos
setoriais
6.2.6.2. Produto
a) Proposta orçamentária dos órgãos setoriais, detalhada no Siop
6.2.7.2. Produto
a) Proposta orçamentária analisada, ajustada e definida
6.2.7.3. Etapas:
As etapas da análise e ajuste da proposta setorial correspondem à consideração dos seguintes
critérios:
a) eficiência, racionalidade e plurianualidade na alocação dos recursos públicos,
de forma planejada e transparente;
b) pertinência da alocação orçamentária em cada ação;
c) relação insumo/produto;
d) prioridades da LDO e de governo;
e) investimentos em ações administrativas;
f) ótica das etapas dos investimentos;
g) ótica da implementação;
h) regionalização do gasto;
i) despesas com funcionamento do órgão;
j) custos médios unitários dos principais serviços e investimentos;
k) ingressos e contrapartidas;
l) outros.
6.2.8.1. Responsáveis
a) SOF
b) MP
c) Casa Civil/ Presidência da República
6.2.8.2. Produto
a) Proposta orçamentária aprovada pelo MP e pela Presidência da República,
fonteada, consolidada e compatibilizada em consonância com a CF, o PPA, a
LDO e a LRF
6.2.9.1. Responsáveis
a) SOF e Dest
b) Assessoria Econômica/ MP
c) Órgãos Setoriais
d) Casa Civil/ Presidência da República
6.2.9.2. Produto
a) Mensagem presidencial, texto e anexos do PLOA, elaborados e entregues ao
Congresso Nacional
6.2.10.2. Produto
a) Informações complementares ao PLOA, elaboradas e entregues ao Congresso
Nacional
6.4. Exercícios
Em grupo e usando o caso distribuído pelo instrutor (área social, econômica ou de
infraestrutura), pede-se:
1. Proponha uma nova ação orçamentária no PLOA, classificando-a qualitativa e
quantitativamente.
2. Descreva quais os procedimentos básicos que a unidade orçamentária, o órgão
setorial e a SOF deverão realizar no âmbito do processo de elaboração do
PLOA.
Os grupos apresentam o resultado para plenária.
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7. Módulo VII - Alterações Orçamentárias
Objetivos:
Formas de abertura
a) Decreto do Poder Executivo – existência de autorização na lei orçamentária
anual
b) Projeto de lei – necessidade de autorização do Poder Legislativo (excede o
limite autorizado na lei orçamentária anual)
Execução
a) Dentro do exercício
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7.1.2.2. Créditos especiais
Destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica (em
termos de subtítulo/localizador), devendo ser autorizados exclusivamente por lei. Dessa
forma, um crédito especial sempre será necessário caso o subtítulo não exista. Os créditos
especiais não poderão ter vigência além do exercício em que forem autorizados, salvo se o ato
de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que
poderão ser reabertos, nos limites dos seus saldos, por decreto do Poder Executivo.
Forma de abertura
a) Somente por projeto de lei
Execução
a) Pode ser reaberto no exercício seguinte (publicação – quatro últimos meses)
Forma de abertura
a) Medida provisória
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Fonte de recurso
a) Independe
Execução
a) Pode ser reaberto no exercício seguinte (crédito publicado nos últimos quatro
meses)
Conceito
Remanejamento ou troca por superávit ou excesso de arrecadação de outra fonte.
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Forma de abertura
a) Portaria da SOF – para as fontes dos orçamentos fiscal e da seguridade social
(LDO 2016, art.41, § 1º, inciso III, alínea “a”)
b) Portaria do Dest/MP – para as fontes do orçamento de investimentos (LDO
2016, art.41, § 1º, inciso II, alínea “a”)
Forma de Abertura
a) Alterações de modalidade são feitas diretamente no Siafi (LDO 2016, art.41, §
3º)
Forma de abertura
Alteração de contrapartida nacional para recursos livres, ou de recursos financeiros
para primários – por PL (LDO 2015, art. 50).
Remanejamento de recursos de contrapartida nacional para outras categorias de
programação, também destinados a contrapartida – por decreto, nos limites autorizados na
LOA (LDO 2015, art. 50, parágrafo único).
Outros casos de alteração de IUso e IRP: Portaria da SOF – Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social (LDO 2015, art. 38, § 1º, inciso III, alínea “a”) e Portaria Dest –
Orçamento de Investimento (LDO 2015, art. 38, § 1º, inciso II, alínea “a”).
Forma de abertura
Não necessita de publicação.
Forma de abertura
Decreto do Poder Executivo (LDO 2016, art. 52).
7.4. Exercícios
1. Situação:
Em decorrência da expansão da Universidade de Brasília (UnB), um novo prédio, o
Instituto de Ciências Biológicas, foi construído, desafogando as demais dependências da área
de saúde. Tal fato possibilitará a abertura de mais 200 vagas para a UnB, além das já
previstas.
2. Premissa:
Não há previsão orçamentária que supra esse crescimento.
Quanto custarão essas vagas adicionais?
Salas de aula: liberadas pela construção do novo prédio.
Professores: existem professores com carga horária disponível para as novas turmas.
Não haverá custo adicional.
Materiais: R$ 123/mês/aluno = 123x12x200 = R$ 295.200
Serviços: R$ 200/mês/sala = 200x12x2 = R$ 4.800
Total dos recursos adicionais = R$ 300.000
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Objetivos
Economicidade
Minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução de uma atividade, sem
comprometimento dos padrões de qualidade.
Refere-se à capacidade de uma instituição gerir adequadamente os recursos financeiros
colocados à sua disposição.
Exemplo: Custo médio do litro do leite.
Eficiência
A relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos
dos insumos empregados para produzi-los, em um determinado período de tempo, mantidos
os padrões de qualidade.
Essa dimensão refere-se ao esforço do processo de transformação de insumos em
produtos. Pode ser examinada sob duas perspectivas:
a) minimização do custo total ou dos meios necessários para obter a mesma
quantidade e qualidade de produto; ou
b) otimização da combinação de insumos para maximizar o produto quando o
gasto total está previamente fixado. Nesse caso, a análise do tempo necessário
para execução das tarefas é uma variável a ser considerada.
Exemplo: custo médio de recuperação nutricional, tempo médio de recuperação
nutricional.
Eficácia
O grau de alcance das metas programadas (bens e serviços) em um determinado
período de tempo, independentemente dos custos implicados.
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Diz respeito à capacidade da gestão de cumprir objetivos imediatos, traduzidos em
metas de produção ou de atendimento, ou seja, a capacidade de prover bens ou serviços de
acordo com o estabelecido no planejamento das ações.
Exemplo: % de cobertura do programa, % do pessoal que trabalha no atendimento aos
beneficiários que recebeu o treinamento previsto.
Efetividade
Diz respeito ao alcance dos resultados pretendidos, a médio e longo prazo.
Refere-se à relação entre os resultados de uma intervenção ou programa, em termos de
efeitos sobre a população-alvo (impactos observados), e os objetivos pretendidos (impactos
esperados), traduzidos pelos objetivos finalísticos da intervenção.
Trata-se de verificar a ocorrência de mudanças na população-alvo que se poderia
razoavelmente atribuir às ações do programa avaliado.
Exemplo: % de incidência da desnutrição infantil, % de crianças atendidas que
ultrapassaram o percentil 10.
Equidade
Pode ser derivado da dimensão de efetividade da política pública, baseia-se no
princípio que reconhece a diferença entre os indivíduos e a necessidade de tratamento
diferenciado.
Promover a equidade é garantir as condições para que todos tenham acesso ao
exercício de seus direitos civis (liberdade de expressão, de acesso à informação, de
associação, de voto, igualdade entre gêneros), políticos e sociais (saúde, educação, moradia,
segurança).
Portanto, as políticas públicas de proteção e de desenvolvimento social têm papel
fundamental na construção da equidade.
Exemplo: (recursos per capita repassados aos municípios entre os 10% com maior
incidência de carências nutricionais) / (recursos per capita repassados aos municípios entre os
90% com menor incidência de carências nutricionais).
Exemplos de conceitos
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8.1.2. Qualidade no gasto público
8.1.3.2. Objetivo
Melhorar a qualidade do gasto público por intermédio da eliminação do desperdício e
da melhoria contínua da gestão dos processos, com a finalidade de otimizar a prestação de
bens e serviços aos cidadãos.
8.1.3.3. Cenário
Questões fundamentais:
a) Onde melhorar a qualidade do gasto?
b) Como racionalizar o gasto?
Objetivos:
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a) Identificar onde estão as oportunidades.
b) Definir as ações necessárias para concretizar essas oportunidades.
Planejamento
Na etapa de planejamento, são estabelecidas as metas e definidos os meios para
alcançá-las. Para tanto, são realizadas análises aprofundadas, buscando identificar quais os
problemas afetos à execução de cada despesa em questão, desdobrando-os e estudando suas
principais causas, sua importância e a conveniência da sua solução.
Quando a estrutura das despesas ou o escopo do projeto forem muito complexos, é
possível realizar um diagnóstico preliminar de oportunidades de melhoria, composto por
entrevistas com os responsáveis pela execução das despesas, coleta de dados financeiros e
utilização do Gráfico de Pareto. Esse diagnóstico tem o intuito de identificar as despesas, mais
representativas e com maiores potenciais de ganho, a serem priorizadas para ser objeto de um
estudo pormenorizado.
Após a identificação do problema e definição das despesas a serem trabalhadas, são
promovidas pesquisas de valores e padrões adotados em outros órgãos ou instituições para os
mesmos itens, de forma a definir os benchmarks e a estabelecer as metas de melhoria a serem
atingidas. Para facilitar as análises, as despesas similares podem ser agrupadas em “pacotes”
de gastos que serão avaliados como um só conjunto.
De posse das análises efetuadas, são elaborados planos de ação contendo as medidas
estabelecidas para solucionar os problemas identificados. A proposição das soluções deve
levar em conta qual a participação de sua implementação no alcance da meta fixada. Sendo
assim, depende bastante do conhecimento técnico sobre o processo relacionado à despesa
selecionada. Há que se ressaltar que é de suma importância, para o sucesso do projeto, o
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comprometimento de todos os envolvidos no processo de execução da despesa, perpassando
todos os níveis hierárquicos ligados à gestão das despesas abordadas. No documento ainda
devem constar os nomes dos responsáveis por cada ação e os prazos de execução das
atividades.
Os últimos passos da fase de planejamento, após a validação das metas e dos planos de
ação, consistem na elaboração dos regulamentos e/ou procedimentos operacionais padrão,
com a finalidade de padronizar as normas utilizadas e os novos processos de execução das
despesas. As três outras etapas (execução, verificação e ação) ocorrem quase que
simultaneamente.
Execução
Para implementação dos planos de ação, primeiramente, as pessoas necessárias ao
desenvolvimento das atividades são treinadas, tanto na metodologia a ser aplicada quanto nos
procedimentos pertinentes ao projeto, sendo, a seguir, adotadas as medidas propostas.
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Verificação
Todas as informações dos resultados do processo são, periodicamente, coletadas e
enviadas para os responsáveis pela verificação dos dados, que têm por objetivo observar a
evolução das despesas selecionadas a partir da execução dos planos de ação.
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Ação
Se as metas forem atingidas, o próximo passo é estabelecer os meios de manutenção
dos resultados obtidos, ou seja, levantar e padronizar as boas práticas identificadas,
possibilitando, também, posterior transferência a outros órgãos. No caso, porém, de não serem
alcançados os objetivos fixados, deve-se retornar à análise da despesa para descobrir as causas
que impediram o sucesso das soluções adotadas e, dessa forma, poder elaborar contramedidas
que levem ao alcance da meta proposta. Essa nova análise é formalizada por meio de um
relatório de anomalia.
Para que o indicador elaborado cumpra sua função adequadamente, além de ser
compreendido por todos os envolvidos no processo, ele deve ser aceito, ou seja, é necessária a
participação total no seu desenvolvimento. Nesse processo de formulação dos indicadores,
devem-se levar em conta as seguintes características: ser representativo; fácil de entender;
com forma de cálculo simples; e compatível com os métodos de coleta disponíveis.
Os dados utilizados na estrutura do indicador para acompanhamento da execução da
despesa devem sempre ser os mais atualizados, refletindo a situação atual. Caso o indicador
seja utilizado como referência para a meta, ele deve ser capaz de medir, quantitativamente, se
os objetivos estão realmente sendo atingidos.
Análise de preço
As análises de preços são feitas com base nos contratos firmados pelo órgão com os
fornecedores de bens e serviços. Os parâmetros relevantes também são consolidados em
planilhas eletrônicas. Por exemplo, um contrato de terceirização do serviço de limpeza deve
fornecer alguns dados tais como: período de vigência, valor total contratado, valor por posto,
valores que compõem a planilha de custos, entre outros.
Da mesma forma que na análise de consumo, a comparação com outros setores, órgãos
e mercado pode auxiliar na identificação de benchmarks e de pontos de melhoria.
Análise de consumo
As análises de consumo são feitas com base, principalmente, nas informações contidas
nas faturas das concessionárias e nos contratos administrativos, a serem consolidadas em
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planilhas eletrônicas, nas quais são inseridos os parâmetros mais relevantes do mês corrente e
dos onze anteriores, de forma a criar uma série histórica. Por exemplo, na fatura de energia
elétrica, a planilha a ser elaborada deve conter o mês de referência, o consumo do mês, o
valor total pago, valor da tarifa cobrada, demanda contratada, entre outros dados que forem
considerados relevantes para as análises.
Com os dados consolidados, são construídos gráficos para facilitar a identificação de
anomalias e sazonalidades do serviço fornecido, de forma a iniciar a análise dos
procedimentos atuais e, se for o caso, estudar os problemas encontrados.
A comparação com outros setores, órgãos ou com o mercado pode, também, indicar se
existem pontos de melhoria ou se é um benchmark a ser replicado por outros.
Como exemplo, vamos supor um órgão com várias unidades regionais, para o qual,
após consolidação dos dados, obteve-se a seguinte configuração dos gastos, em reais, com o
serviço de energia elétrica:
Gastos, em reais
Ao estudar como foi a execução das despesas, descobriu-se que no mês de julho houve
um problema com o banco de capacitores da Unidade D, gerando um gasto excessivo. Por sua
vez, na Unidade B, na análise situacional, percebeu-se que no mês de janeiro vários servidores
tiram férias ao mesmo tempo, ocasionando uma queda no consumo de energia elétrica.
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Análise parametrizada de gastos
Unidades comparáveis?
O modelo acima permite a visualização dos prazos para controle e também de quais
são as principais ações para o atingimento da meta definida.
Exemplo de ações para energia elétrica
a) Alteração da estrutura tarifária
b) Adequação da demanda contratada
c) Instalação de bancos de capacitores
d) Realização de campanhas de conscientização
Meta x Realizado
A utilização de gráficos padronizados facilita a verificação do atingimento das metas,
bem como melhora o entendimento em relatórios e reuniões. O gráfico de acompanhamento
deve conter a denominação da despesa analisada, o órgão ou setor responsável pelo gasto, a
meta mensal pactuada, a unidade de medida, a unidade de tempo, os resultados anteriores
como referência, o valor do benchmark (se for o caso), a direção que se espera dos resultados
(seta para cima significa que os valores devem aumentar e seta para baixo que devem
diminuir), e demais informações relevantes. A seguir, um exemplo de um gráfico sequencial
simples para controle de item.
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Modelo planilha de acompanhamento dos valores financeiros e/ou
indicadores
No exemplo acima, percebe-se que a meta definida não coincide com o benchmark
encontrado. Além disso, até o momento da verificação dos dados, o setor em questão ainda
está acima da meta, o que ensejará uma nova análise para proposição de ações corretivas.
8.1.6. Reflexões
a) É necessário uma mudança cultural por parte do gestor e dos servidores.
b) É um trabalho de médio e longo prazo que exige persistência da organização.
c) É possível conseguir bons resultados pois existe muito desperdício.
d) É necessário implementar sistemática de monitoramento da execução do gasto
público.
e) A qualidade só é feita se as pessoas envolvidas aceitam receber os
conhecimentos transformando-os em aprendizado para aplicá-los nos
processos.
f) O comprometimento é ferramenta para atingir a qualidade nas organizações
públicas.
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8.2. Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde)
8.2.3. Estrutura
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8.2.4. Componentes
8.2.4.1. Dados
a) Dados e informações geoespaciais (IG)
b) Normalmente classificados em dados de referência e dados temáticos
8.2.4.2. Metadados
a) Documentam e descrevem os dados
b) Permitem localizar, descrever e avaliar a IG tendo em vista a sua utilização
8.2.4.3. Geosserviços
a) Serviços web para processamento de dados geoespaciais
b) Especificações de interfaces públicas e abertas definidas pela Open
Geoespatial Consortium (OGC)
8.2.5. Ferramentas
a) Geoportal
b) Catálogo de Metadados
c) Catálogo de Geosserviços
d) Visualizador
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8.2.5.1. Geoportal
8.2.5.4. Visualizador
8.2.6. Possibilidades
Possibilidade de comparar indicadores de diagnóstico com dados de investimentos.
Investimento está sendo feito no lugar correto?
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8.2.7. Adesão
8.2.8. Treinamentos
8.2.8.1. Treinamentos para publicação de dados e metadados na Inde
Treinamentos nacionais bimestrais (Enap): inscrições www.sisp.gov.br – Comunidade
“Treinamento Inde”.
Treinamentos regionais (sob demanda).
8.3. Exercícios
1. Em grupo, selecione uma das despesas abaixo (por livre escolha do grupo ou
indicação do instrutor) e descreva as ações propostas para cada etapa do PDCA
com vistas a promover a melhoria do gasto público.
a) Apoio administrativo, técnico e operacional
b) Serviços de processamento de dados
c) Manutenção de bens imóveis
d) Serviços de telecomunicações
e) Limpeza e conservação
f) Material de consumo
g) Diárias e passagens
h) Energia elétrica
i) Água e esgoto
j) Vigilância
Os grupos apresentam os resultados na plenária.
2. Em grupo, dê um exemplo de como algum tipo de aplicação de ferramentas de
georreferenciamento (Geoportal, Catálogo de Metadados, Catálogo de
Geosserviços, ou Visualizador) pode servir para:
a) Avaliar se investimento está sendo feito no lugar correto.
b) Verificar se as regiões prioritárias estão sendo atendidas.
c) Identificar sinergias, sobreposições e lacunas de investimentos.
d) Fazer a análise multissetorial e a identificação de convergências,
inconsistências, sobreposições.
Os grupos apresentam os resultados na plenária.
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Bibliografia