Preparação de Um Sabão: 1. Objectivo

PREPARAÇÃO DE UM SABÃO
1. Objectivo
Nesta experiência irá ser preparado um sabão a partir de uma gordura
animal (banha de porco) ou vegetal (azeite).
Hidrólise de uma gordura.
2. Introdução
Os óleos e gorduras animais e vegetais são estéres de ácidos
carboxílicos de elevado peso molecular e do triol glicerol (glicerina).
Quimicamente, estas gorduras e óleos são designadas como triglicéridos.
Os principais ácidos das gorduras animais e vegetais podem ser preparados
a partir de triglicéridos naturais através de uma hidrólise alcalina
(saponificação). Numa determinada gordura ou óleo raramente se encontram
ácidos de um único tipo. De facto, uma única molécula de triglicérido pode
conter até 3 tipos de radicais acilo e, para além disso, nem todos os
triglicéridos numa substância são iguais. Cada óleo tem uma distribuição
estatística característica dos vários tipos de radicais acilo possíveis.
As gorduras mais utilizados na preparação de sabões são a banha de

porco ou uma gordura equivalente obtida das vacas (sebo). Os óleos
vegetais mais utilizados são o óleo de coco, o óleo de palma e o azeite. O
tamanho da cadeia carbonada e o número de ligações duplas no carboxilato
determinam as características do sabão. Por exemplo o sal de um ácido
carboxílico saturado, de cadeia longa, origina um sabão mais duro e
insolúvel.
O sebo é um dos principais materiais utilizados para fazer sabão. As
gorduras sólidas são derretidas com vapor e o sebo formado à superfície é
removido. Os fabricantes de sabão costumam misturá-lo com óleo de coco e
em seguida saponificam a mistura. Os sabões resultantes contêm
principalmente os sais dos ácidos palmítico, esteárico e oleico, provenientes
do sebo, e os sais do ácido miristíco e laurico do óleo de coco. O óleo de
coco é adicionado para produzir um sabão mais suave e solúvel. A banha
(porco) difere do sebo (vacas e ovelhas) por conter mais ácido oleico.
O óleo de coco puro dá origem a um sabão que é muito solúvel em

água. Contem essencialmente o sal do ácido láurico, com algum ácido
mirístico. O óleo de palma contém na sua maioria dois ácidos, o palmítico e o
oleico em proporções semelhantes. A saponificação deste óleo dá origem a
um sabão que é um dos principais constituintes dos sabões vulgarmente
utilizados para a nossa higiene pessoal. O azeite contem muito ácido oleico.
Os sabões para higiene pessoal são muito bem lavados para retirar
qualquer contaminação de base, resultante do processo de saponificação.
Normalmente deixa-se ficar a máxima quantidade possível de glicerol e, em
muitos casos, a formulação final contempla a adição de perfumes e agentes
medicinais.
Os sabões mais suaves são sais de potássio em vez de sódio. São utilizados
nos cremes de barbear e nos sabonetes líquidos.
3. Execução Experimental
3.1. Reagentes
Hidróxido de potássio, etanol 95%, solução de cloreto de sódio (35%),
solução de CaCl2 (4%), trifosfato de sódio, aroma, azeite ou banha.
3.2. Material
Balão de fundo redondo de 100 mL, condensador de Liebig, placa de
aquecimento com agitação, agitador magnético, banho de areia, material
corrente de laboratório.
3.3. Procedimento experimental

Prepare uma solução de 2.5 g de hidróxido de potássio numa mistura de 10
mL de água e 10 mL de etanol (95%) num erlenmeyer de 50 mL. Coloque 5 g
de banha ou azeite num balão de 100 mL equipado com um condensador de
Liebig e adicione a solução de KOH. Aqueça a mistura a refluxo, num banho
de areia, com agitação, durante 60 minutos. Prepare 20 mL de solução
etanol:água 1:1 e adicione lentamente à mistura reaccional, a intervalos
regulares, mantendo a agitação. Coloque num erlenmeyer 75 mL de solução
de cloreto de sódio (35%), adicione um agitador magnético e, mantendo a
agitação forte, verta lentamente a mistura reaccional sobre esta solução.
Adicione algumas gotas do aroma preparado na aula anterior e deixe em
agitação durante 5 minutos. De seguida arrefeça num banho de gelo.
Decante a mistura e lave o sólido três vezes com porções de 10 ml de água
desionizada gelada, decantando em cada lavagem. Finalmente, coloque o
sabão num funil de Buchner e filtre a vácuo durante o máximo tempo
possível. Recolha o sabão num frasco de modo a poder ser seco na estufa, a
90 ºC, durante cerca de 24 horas. Antes do processo de secagem, retire
pequenas quantidades para os testes seguintes.
4. Resultados
Teste ao sabão:
Prepare uma solução de sabão em água desionizada (0,15 g em 10 mL) num
erlenmeyer de 125 mL. Tape o erlenmeyer e agite bem durante 15 segundos.
Deixe repousar durante 30 segundos e observe o nível da espuma. Com uma
pipeta adicione quatro gotas de solução de cloreto de cálcio (4%). Agite a
mistura durante 15 segundos e em seguida deixe repousar durante 30
segundos. Observe o efeito do cloreto de cálcio na espuma.
Adicione agora 1 g de trifosfato de sódio e repita o procedimento de agitação
e repouso. O que observa? Explique os resultados do teste no seu caderno
de laboratório.
Observações
1. Por que razão os sais de potássio dos ácidos gordos dão origem a sabões macios ?
2. Por que é que o sabão derivado do óleo de coco é tão solúvel em água ?.
3. Por que é que o sabão precipita da solução de cloreto de sódio ?
4. Por que se utiliza uma mistura de etanol:água no processo de saponificação em vez
de apenas água?
5. Por que razão não se utilizam os sabões de acetato de sódio e de propionato de
sódio?

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As gorduras mais utilizados na preparação de sabões são a banha de

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