F EP2 - Sara Melo - 7003386 PDF
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TPG daiGuarda
Polytechnic
of Guarda
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
Licenciatura em Farmácia
Relatório Profissional 1
junho 12015
Escola Superior de Saúde
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
PROFISSIONAL II
junho|2015
Escola Superior de Saúde
4º ANO / 2º SEMESTRE
RELATÓRIO DE ESTÁGIO
PROFISSIONAL II
AO - Assistente Operacional
APCER - Associação Portuguesa de Certificação
APF - Armazém de Produtos Farmacêuticos
CFLV - Câmara de Fluxo Laminar Vertical
CHNM - Código Hospitalar Nacional do Medicamento
CHP - Centro Hospitalar do Porto
CMIN - Centro Materno-Infantil do Norte
CNFT - Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica
CTX - Citotóxicos
DC - Distribuição Clássica
DCI - Denominação Comum Internacional
DEFI - Departamento de Ensino, Formação e Logística
DID - Distribuição Individual Diária
e.g. - exempli gratia (por exemplo)
EPI - Equipamento de Proteção Individual
FF - Forma Farmacêutica
FEFO - First Expired First Out
FH - Farmácia Hospitalar
FHNM - Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento
GHAF® - Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia
HDH - Hospital de Dia de Hematologia
HDO - Hospitala de Dia de Oncologia
HJU - Hospital Joaquim Urbano
HLS - Hospital Logistics System
HSA - Hospital de Santo António
INCM - Impressa Nacional – Casa da Moeda
INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde I.P.
MDM - Mapas de Distribuição de Medicamentos
MFH - Manual de Farmácia Hospitalar
NP - Nutrição Parentérica
PDA® - Personal Distribution Assistant
PUM - Políticas de Utilização de Medicamentos
RSN - Reposição de Stocks Nivelados
SAM® - Sistema de Apoio ao Médico
SF - Serviços Farmacêuticos
SFH - Serviços Farmacêuticos Hospitalares
SIGV - Soluções Injetáveis de Grande Volume
RA - Reações Adversas
TF- Técnico de Farmácia
TDT - Técnico de Diagnóstico e Terapêutica
UCIP - Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente
UFA - Unidade de Farmácia de Ambulatório
UFO - Unidade de Farmácia de Oncologia
UHDP - Unidade Hospitalar de Dia Polivalente
UPE - Unidade de Preparação de Estéreis
UPNE - Unidade de Preparação de Não Estéreis
AGRADECIMENTOS
ÍNDICE DE TABELAS
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
5. FARMACOTECNIA .......................................................................................................... 39
8. ANEXOS ............................................................................................................................. 53
Os Serviços Farmacêuticos (SF) são os serviços que têm como principal objetivo
garantir e melhorar a qualidade dos Cuidados de Saúde prestados aos doentes hospitalares,
assegurando a terapêutica medicamentosa, a qualidade, eficácia e segurança dos
medicamentos garantindo o controlo integral do circuito do medicamento e ainda promover o
crescimento técnico mediante a colaboração em ações de investigação científica e de ensino.
Estes são dotados de autonomia técnica e científica, estando sujeitos à orientação geral dos
órgãos de administração dos hospitais, os quais respondem pelos resultados dos seus
exercícios.
No plano de estudos do segundo semestre do quarto ano letivo do Curso de Farmácia
da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda, insere-se a Unidade
Curricular de Estágio Profissional II, que constitui uma importante vertente na integração à
vida profissional e na formação do estudante permitindo que este aprenda no seio da equipa
multidisciplinar de saúde e em contato direto com o utente
Desta forma, o meu estágio foi realizado nos SF do Centro Hospitalar do Porto -
Hospital de Santo António, EPE sob a supervisão da Técnica Fátima Mendes e sob a
orientação pedagógica da docente Anabela Santos. O estágio teve a duração de 500 horas e
decorreu entre o dia 23 de fevereiro e o dia 12 de junho, com o horário estabelecido das 8
horas e 30 minutos às 16 horas.
Os Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDT), especificamente da aérea de
Farmácia - Técnico de Farmácia (TF), desenvolvem um conjunto diversificado de atividades
de acordo com o seu estatuto legal, estabelecido no Decreto-Lei n.º 564/99, de 21 de
dezembro, relacionadas com o “circuito do medicamento, tais como análises e ensaios farmacológicos,
interpretação da prescrição terapêutica e de fórmulas farmacêuticas, sua preparação, identificação e
distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros produtos, informação e
aconselhamento sobre o uso de medicamentos” [1]. Em contexto hospitalar, intervêm em todas as
fases da distribuição dos medicamentos, salvaguardando o controlo integral do circuito do
medicamento para que haja uma monitorização correta, cuidadosa e o mais racional possível
para evitar qualquer erro que possa pôr em causa a saúde do doente, a própria saúde e a dos
que o rodeiam.
O Estágio Profissional II é a unidade curricular em que a aprendizagem se desenvolve
em contexto real e que visa favorecer a integração das aprendizagens que vão sendo
9
desenvolvidas ao longo do curso, de modo que o perfil do estudante vá ao encontro das
competências necessárias para o desempenho das diferentes funções do TF numa Farmácia
Hospitalar (FH). Assim, o estudante deverá demonstrar as seguintes competências e objetivos
profissionais:
Conhecer e caracterizar a organização física e funcional de uma FH e identificar os
objetivos associados a cada setor;
Aplicar os conhecimentos teóricos e teórico-práticos sobre situações de efetivação
própria, auxiliando a integração das aprendizagens que vão sendo desenvolvidas ao
longo do curso;
Desenvolver capacidades científicas e técnicas que permitam a realização de
atividades subjacentes à profissão do TF, no enquadramento da FH;
Desenvolver e aperfeiçoar a capacidade, autonomia e rigor na execução de tarefas;
Aplicar os princípios éticos e deontológicos subjacentes à profissão;
Desenvolver e avaliar planos de intervenção adequadamente integrados numa equipa
multidisciplinar;
Desenvolver o espírito de iniciativa e de equipa assim como espírito crítico e sentido
de responsabilidade;
Responder aos desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade.
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1. CENTRO HOSPITALAR DO PORTO (CHP)
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Os SF do HSA estão organizados de forma a rentabilizar os seus recursos materiais e
humanos, oferecendo condições necessárias ao armazenamento e controlo de medicamentos e
permitindo o desenvolvimento de todas as atividades inerentes à dispensa dos mesmos, de
forma organizada e sistemática, como podemos verificar no ANEXO 1.
Os SF do HSA são uma entidade certificada a nível dos sistemas de gestão da
qualidade (NP EN ISO 9001:2008) pela APCER (Associação Portuguesa de Certificação) [6-
RG].
Com o intuito de assegurar uma resposta a todas as necessidades dos utentes, seja a
qualquer hora e a qualquer momento, os SF partilham de um horário idealizado para o bom
funcionamento de todos serviços (Tabela I). No turno da tarde os serviços são assegurados por
dois TF e um farmacêutico e o turno da noite por um farmacêutico.
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2.3. RECURSOS HUMANOS
Sendo o HSA uma organização tão bem qualificada é essencial que todos os seus
setores sejam compostos por um número de recursos humanos suficiente para o
funcionamento eficiente de cada serviço. Como tal, os SF compreendem uma vasta equipa de
profissionais, nomeadamente, farmacêuticos, TF e Assistentes Operacionais (AO).
A atividade de alguns profissionais nem sempre se restringe exclusivamente a um
setor específico, podendo estes estar sujeito à execução de diferentes tarefas. Tal se verifica
nos SF do HSA, onde existe uma planificação de atividades promovendo assim uma
rotatividade de funções, quer entre os diferentes setores de trabalho quer dentro dos mesmos
setores. Assim os SF do HSA são constituídos por uma Diretora do Serviço, uma Técnica
Coordenadora, vinte farmacêuticos, vinte e seis TF, e treze AO.
Durante a realização do estágio Profissional II, e confrontando com experiências
antecedentes, verifiquei que o número elevado de profissionais num mesmo serviço pode
muitas vezes convergir em atritos pessoais e profissionais entre eles, pelo que considero muito
importante o espírito de equipa aliado a uma boa organização e disponibilidade para a
interajuda entre todos os profissionais. Também considero importante referir que a
planificação mensal das atividades de cada profissional é muito positivo, uma vez que os TF
são dotados de um amplo leque de funções numa FH pode revelar uma certa vantagem, tanto
do ponto de vista financeiro como do ponto de vista da gestão de recursos humanos, pois pode
evitar possíveis falhas nos conhecimentos teórico-práticos dos TF, consequente do raro
contato com os diferentes setores dos SF.
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Reposição de Stock Nivelados (RSN) tendo como principal função auxiliar a
distribuição de medicamentos aos serviços clínicos.
Auto-PrintTM – consiste num equipamento que permite o reembalamento e
reidentificação de formas orais sólidas individualizadas que necessitem de condições
específicas de armazenamento (e.g. proteção da luz) ou em casos de necessidade de
fracionamento de comprimidos. Apenas são reembalados os medicamentos que não
possuam os critérios estabelecidos para o reembalamento pela BlisPack® ou quando a
quantidade individualizada necessária desse medicamento é mínima.
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3. PROJETO HOSPITAL LOGISTICS SYSTEM
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Inovação de processos – Kaizen Logistics [6]
O HLS foi criado de modo a inovar um conjunto de processos que antigamente eram
caracterizados por um enorme desperdício no hospital sendo visível que a introdução do
mesmo se tenha traduzido num aumento da eficácia e eficiência dos processos refletindo-se na
satisfação dos utentes e dos profissionais de saúde.
O HLS esteve sempre presente em todas as atividades que realizei durante este estágio.
Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer até o objetivo do HLS, atingir a excelência.
Apesar da reestruturação de alguns processos e da melhoria contínua de alguns serviços, ainda
existem muitos serviços clínicos em que o HLS não está implementado, por falta de verbas,
disponibilidade dos profissionais encarregues do desenvolvimento do projeto, entre outros
motivos. Também verifiquei que muitos profissionais questionam as bases e os princípios
deste projeto e desvalorizam alguns processos envolvidos, assim como os objetivos a atingir.
Por isso, acho importante o desenvolvimento de reuniões entre todos os profissionais, que
tenham como objetivo o desenvolvimento de mais etapas, que possibilitem a discussão de
opiniões sobre as metodologias de trabalho nos serviços, assim como soluções para problemas
encontrados, e que incentivem a dedicação dos profissionais ao contínuo desenvolvimento
deste projeto.
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4. CIRCUITO DO MEDICAMENTO
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armazenamento ou de segurança são conferidos prioritariamente e exigem alguns cuidados
específicos de verificação, tais como:
Medicamentos termolábeis devem ser conferidos em primeiro lugar e logo que
possível serem armazenados na câmara frigorífica;
Medicamentos CTX (Citotóxicos) exigem o manuseamento com equipamento de
proteção (luvas de nitrilo) e sempre separados dos restantes produtos;
Matérias-primas são obrigatoriamente acompanhadas de um boletim de análise que
comprove a satisfação das exigências previstas na sua monografia, assim como o lote e
o prazo de validade da matéria-prima em questão [10];
Medicamentos hemoderivados exigem a verificação dos certificados de análise e dos
certificados de aprovação pelo INFARMED, que ficam arquivados junto com a
respetiva fatura em dossiers específicos [4];
Medicamentos estupefacientes e substâncias psicotrópicas são conferidos e enviados
para o farmacêutico responsável pela gestão dos mesmos, sendo armazenados em sala
própria com acesso condicionado.
Quando um produto não corresponde ao produto encomendado, ou não possui as
condições exigidas, que se encontre danificado, ou que o prazo de validade demonstre ser
inferior a 6 meses, é possível preencher uma ficha de não conformidade ou uma nota de
devolução. Posteriormente, o TF responsável pela receção do respetivo produto regulariza a
devolução com o fornecedor da melhor forma, implicando a entrega de outros produtos ou a
troca pelo mesmo produto.
Após a realização destes procedimentos, enviam-se a guia de remessa e a fatura
(ANEXO 6) anexadas à nota de encomenda (devidamente carimbadas, datadas e assinadas
pelo TF responsável) para o setor de aprovisionamento, onde se procederá à entrada dos
produtos no sistema informático e respetiva faturação.
Infelizmente não me foi possibilitada a passagem pelo setor da receção de
encomendas. Contudo, a minha passagem pelo armazém dos SIGV deu-me a oportunidade de
ter uma noção generalizada das atividades realizadas na receção, uma vez que o procedimento
é idêntico, apesar de não ser necessário alguns cuidados específicos que referi.
22
4.4. ARMAZENAMENTO
Armazém de Citotóxicos/Citostáticos
Os CTX são armazenados maioritariamente numa sala específica localizada na UFO
(localizada no edifício Dr. Luís de Carvalho) e minoritariamente no APF.
No APF existem ainda armazéns satélite que correspondem ao CMIN e ao HJU, uma
vez que os SF do HSA suportam as necessidades de caráter farmacêutico a todas as unidades
de saúde pertencentes ao CHP.
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A UFO e a UFA possuem armazéns “avançados” onde fazem a gestão de um stock
próprio de medicamentos e produtos farmacêuticos pertencentes a esses setores, de modo a
facilitar e melhorar o funcionamento destas unidades.
Uma das vertentes na gestão de stocks está relacionada com o controlo dos prazos de
validade dos produtos farmacêuticos. Entende-se por prazo de validade o período “durante o
qual as características físicas, químicas, microbiológicas, galénicas, terapêuticas e toxicológicas não
se alteram ou sofrem eventuais modificações dentro de limites aceitáveis e bem definidos” [12].
Apesar de no processo de receção de encomendas já se proceder à confirmação dos prazos de
validade e na altura de armazenamento dos medicamentos e produtos farmacêuticos obedecer-
se à regra FEFO, este procedimento pode não ser suficiente. Por este motivo, é feito um
controlo mais rigoroso que consiste na emissão de uma lista, emitida pelo sistema informático
GHAF®, de medicamentos e produtos farmacêuticos cujos prazos de validade terminem nos
três meses seguintes à data da emissão da lista. Todos os produtos cujo prazo de validade
expire na data anteriormente referida são identificados com um cartão com a indicação do
prazo de validade do mesmo (“Atenção P.V. __/__”).
Após a verificação de todos esses produtos é feita uma atualização dos prazos de validade
no sistema informático e contactam-se os fornecedores para serem estabelecidos possíveis
acordos de devoluções de produtos.
4.5. DISTRIBUIÇÃO
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administração, reduzir o tempo do pessoal de enfermagem dedicado às tarefas administrativas
e manipulação dos medicamentos e ainda racionalizar os custos da terapêutica.
Nos SF do HSA são considerados vários tipos de sistemas distribuição de
medicamentos:
Distribuição Tradicional ou Clássica;
Sistema de Reposição de Stocks Nivelados;
Distribuição Individual Diária;
Distribuição de Soluções Injetáveis de Grande Volume;
Distribuição de Antisséticos e Desinfetantes;
Circuitos Especiais de Distribuição;
Distribuição a doentes em Regime de Ambulatório.
27
todos os pedidos diários dos vários serviços, estando sujeito a ajuste de quantidades
dispensadas.
A solicitação de medicamentos e produtos farmacêuticos pode também ser feita
através do envio do cartão Kanban que possui a informação da identificação do produto e do
serviço (número de centro de custo), CHNM, quantitativo de reposição e localização. Este
método de requisição é utilizado no Circuito B, nomeadamente nos serviços clínicos UFA e
UCIP, e consiste na reposição do respetivo quantitativo do produto a que o Kanbam pertence,
sendo enviado para o respetivo serviço devidamente identificado.
Uma das formas de proceder-se à satisfação das requisições é através do PDA®. O
PDA® é um equipamento de automação que durante o processo de dispensa, vai emitindo as
quantidades a fornecer de determinado produto, através da leitura ótica do CHNM de
determinado produto, fazendo assim o seu débito direto através do processo picking, tornando
o processo de dispensa mais rápido, facilitando o trabalho do TF.
Quando uma requisição contém produtos termolábeis, estes são colocados dentro de
uma mala térmica, juntamente com um acumulador de gelo, e são devidamente identificadas
com a etiqueta de aviso de existência de medicação de frio com a descrição do serviço a que
se destina, permanecendo na câmara frigórifica até ao seu transporte.
Depois de toda a medicação estar preparada e conferida, é devidamente acondicionada
nas caixas de transportes para o AO efetuar a distribuição pelos serviços clínicos, tendo em
atenção se existe algum aviso de medicação termolábil.
Após terminada a dispensa dos produtos, procede-se ao débito dos mesmos ao
respetivo serviço e à impressão, em duplicado, da folha de débito, ficando uma para arquivar
na farmácia e outra que irá acompanhar a requisição até ao respetivo serviço clínico.
Quando algum medicamento requisitado não esteja de momento disponível no stock
dos SF, é necessário justificar o motivo do não fornecimento, a fim de alertar o responsável
do serviço a falta do mesmo.
Relativamente à dispensa de antisséticos e desinfetantes (e.g.: pastilhas de trocloseno e
álcool a 70º), esta é realizada através de uma requisição manual amarela ou pelo método de
reposição HLS, que consiste na reposição por substituição de caixas vazias por caixas com o
quantitativo do produto definido (sistema de dupla caixa). As requisições manuais possuem
uma lista de produtos com as respetivas quantidades necessárias (ANEXO 8).
A solicitação de SIGV pode ser efetuada informaticamente pelo GHAF®, por
requisição manual ou por reposição de HLS (sistema de dupla caixa). A dispensa destes
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produtos é feita no armazém de SIGV. O procedimento de distribuição faz-se da mesma
forma que para os diferentes circuitos do APF. Numa situação de um produto em falta, o
serviço requisitante é informado e inquirido quanto à urgência da satisfação desse pedido. Se
o pedido for urgente, faz-se inicialmente uma pesquisa dos serviços clínicos que possuem esse
produto no seu stock físico e que não necessitem do mesmo. Se tal não for possível, efetua-se
um pedido de empréstimo a outro hospital.
Pharmapick®
Sistema semiautomático que auxilia a maioria da dispensa na DID e armazena
produtos de maior consumo pelos serviços (referência A). Este sistema de dispensa dispõe de
várias gavetas automáticas, cujo tamanho varia de acordo com o tamanho e rotatividade do
medicamento que armazena, e dois ecrãs táteis com toda a informação necessária para efetuar
uma correta dispensa.
O sistema informático do Parmapick® encontra-se conectado com o sistema
informático GHAF®, transmitindo entre eles toda a informação da prescrição eletrónica. A
dispensa de medicamentos através deste sistema faz-se por medicamento, pelo que quando
uma gaveta fica disponível com determinado medicamento é fornecida a informação no ecrã
da quantidade total a retirar e o respetivo destino, disponibilizando uma lista por produto com
os serviços a que de destina, número de cama, nome do utente e quantidade.
Este sistema apresenta várias vantagens pois permite diminuir o espaço de
armazenamento de medicação, por comportar um elevado stock de medicamentos, e por
diminuir o tempo despendido em deslocações à procura da medicação.
29
Células
Representam o stock de medicamentos e produtos farmacêuticos de maior consumo
pelos serviços clínicos que as integram. Para que um medicamento faça parte de uma célula,
este deve ser classificado como uma referência A para o conjunto de serviços que integram
essa célula. As células funcionam como stock de apoio ao Parmapick®.
As gavetas das células encontram-se organizadas na vertical, por ordem alfabética de
DCI, ordem crescente de dosagem e FF. Cada gaveta possui um rótulo que a identifica,
contendo as seguintes informações: CHNM, localização, DCI, FF, dosagem, ponto de
encomenda e quantidade a encomendar. Todas as gavetas possuem um duplicado para que
exista uma fácil e imediata reposição no momento da dispensa. As gavetas das células vazias
são repostas diariamente no final da dispensa pelo TF responsável, recolhendo todas as
gavetas e deslocando-se ao supermercado da DID (stock avançado de medicamentos de maior
consumo) para proceder ao seu enchimento, de acordo com as quantidades estipuladas.
Cada célula apresenta gavetas com diferentes dimensões (pequena, média e grande),
consoante a maior ou menor rotatividade e armazenam maioritariamente comprimidos (e.g.
ácido fólico, alprazolam, entre outros), cápsulas (e.g carbonato de cálcio, tacrolímus, entre
outros), ampolas (e.g. ampicilina, tramadol, entre outros) e pensos transdérmicos (e.g.
nitroglicerina).
Torre
Contempla o stock avançado de medicamentos e produtos farmacêuticos de menor
consumo pelos serviços que integram a DID. Para que um medicamento faça parte da torre,
este deve estar classificado como uma referência B. As dimensões das gavetas são idênticas às
das células, assim como a sua organização e identificação, excetuando o facto de as gavetas
estarem divididas com um compartimento amovível que funciona como Kanbam do produto.
Sempre que o TF se desloque à torre e que a quantidade de produto para a dispensa
atinja o respetivo Kanban, este deve recolhê-lo e colocá-lo na caixa de reposição de Kanbans.
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Material de Penso
Situados junto à medicação tópica, estão armazenados numa estante com várias
prateleiras em caixas devidamente identificadas com o CHNM, a sua constituição e
dimensões (e.g. pensos hidrocolóides, hidropolímeros). A dispensa do material de penso pode
ser feito pela DID, pela DC, e também através de requisições manuais transportas pelos AO
diretamente do serviço clínico com a devida justificação.
Soluções Orais
As soluções orais estão armazenadas numa estante separadas dos outros medicamentos
por apresentarem uma FF específica e pela maioria estar acondicionada em embalagens de
grandes dimensões (e.g. nístatina, solução eletrolítica para lavagem gastrointestinal, entre
outros).
Frigorífico
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Características do utente
O conhecimento de certas características específicas de cada utente, bem como da sua
situação clínica, são essenciais para um correta validação da prescrição.
Durante a validação, o farmacêutico deve ter em conta as seguintes informações,
sempre que estas estejam disponíveis: idade, dados antropométricos, alergias, diabetes, função
renal, função hepática e integridade do trato gastrointestinal.
Características do medicamento
Em relação a cada medicamento prescrito para cada utente especifico, o farmacêutico
deve avaliar:
Necessidade do medicamento - o medicamento deve ter as suas indicações aprovadas e
o utente deve ter um problema de saúde manifestado ou risco de o manifestar;
Adequabilidade do medicamento - o medicamento deve ser o adequado ao doente em
causa (avaliar RA, contra-indicações, interações medicamentosas);
Adequabilidade da posologia - o medicamento para tratar determinado problema de
saúde deve ser utilizado na posologia adequada, ou seja, na dosagem, frequência de
administração e na duração do tratamento;
Sempre que uma prescrição eletrónica é validada através do CdM, o registo da
validação é feito automaticamente, podendo para cada prescrição ser consultado o histórico de
validação. As prescrições em formato de papel devem ser rubricadas pelo farmacêutico que as
validou.
Após a validação das prescrições médicas, cabe ao farmacêutico a impressão dos
Mapas de Distribuição de Medicamentos (MDM), também designados por “listagens”,
existindo um para cada serviço clínico. Estes podem ser emitidos de duas formas distintas:
Por cama: organização da medicação por utente permitindo analisar o perfil
farmacoterapêutico do utente. Neste MDM constam assim os seguintes dados:
identificação do utente (nome, nº de processo, serviço clínico e nº de cama),
designação do medicamento (DCI, dosagem, FF), dose, frequência, via de
administração e duração de tratamento (quando aplicável).
Por medicamento: organização das camas para as quais vai ser necessária a
medicação (organizados por ordem alfabética de DCI do medicamento), não permite
acompanhar o perfil farmacoterapêutico do utente.
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Rutura de stock: quando ocorre uma rutura de stock, o TF efetua uma anotação numa
folha destinada a esse efeito, para que o TF responsável pela reposição de stocks dê
prioridade a esses produtos.
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Cada unidade hospitalar abrangida por este tipo de distribuição possui uma
determinada quantidade de medicamentos pré-definida pelos SF e grupos de medicamentos
específicos que variam de acordo com as necessidades do serviço clínico (ANEXO 11).
Das vantagens que a RSN apresenta destaca-se a melhor gestão de stocks, bem como a
integridade e qualidade dos medicamentos (controlo de prazos de validade, organização e
condições de armazenamento), isto porque o TF tem total controlo da quantidade e
viabilidade dos medicamentos. Além disso, a existência de stocks nivelados é vantajoso para
os serviços, uma vez que este funciona como medicação de recurso para quando existir algum
problema na distribuição de medicamentos, contribuindo para a prestação de cuidados de
saúde melhorados, por disponibilizar mais tempo aos profissionais para se dedicarem às
necessidades do utente. Já como desvantagem, não há acompanhamento do perfil
farmacoterapêutico do doente, aumentando a possibilidade de ocorrência de erros de
medicação.
A RSN pode ser feita de duas formas:
Stock fixo: o TF responsável desloca-se ao setor da DID onde se encontra o computador
que emite a listagem dos medicamentos com necessidade de reposição, preparando logo
de seguida a medicação e acondicionando-a numa caixa que posteriormente o AO irá
transportar até ao serviço. Quando o TF tiver disponibilidade, desloca-se ao serviço para
efetuar a reposição. A vantagem deste sistema é a inexistência de stocks em duplicado,
traduzindo-se num menor impacto económico. Contudo, as deslocações aos serviços por
parte do TF, apresenta ser uma desvantagem.
Stock móvel: neste tipo de RSN existe stock em duplicado. Em dias pré estabelecidos, os
stocks são trocados, sendo que aquele que existe no serviço clínico regressa aos SF, para
posterior reposição de acordo com as quantidades estabelecidas. Neste método a
reposição é imediata, permitindo que a medicação esteja sempre disponível, diminuindo o
tempo de execução para o TF relativamente ao método anterior. Como o stock se
apresenta em duplicado, a probabilidade de os prazos de validade serem ultrapassados é
maior, requerendo uma maior atenção por parte do TF.
35
ao stock mínimo estipulado, é feita a sua reposição até atingir o stock máximo. A quantidade
do stock só é debitada quando for consumido pelo serviço clínico onde de encontra o Pyxis®.
37
ambulatório, facilmente acessível ao exterior e isolada do restante serviço, por forma a
garantir a privacidade do doente e a confidencialidade das informações prestadas [4].
A UFA é constituída por uma sala de espera com atendimento por ordem de chegada,
com a existência de um equipamento de senhas, a sala de atendimento onde se encontram três
balcões e o armazenamento dos medicamentos, quer em prateleiras de gavetas rolantes, quer
em frigoríficos (para medicação cuja conservação deve permanecer no intervalo de 2 a 8ºC).
Para a dispensa destes medicamentos é necessária uma prescrição médica através de
sistemas de prescrição eletrónica, como determina o Despacho n.º 13382/2012, de 4 de
outubro, emitida por um médico do CHP [19]. A prescrição eletrónica apresenta as vantagens
de garantir a adesão a formulários, ou linhas orientadoras de prescrição, e diminuir o número
de erros associados [4]. A prescrição médica deve ter a identificação do doente e do médico,
do local da prescrição, data de emissão, e identificação da substância prescrita por DCI,
dosagem, FF, posologia. Além disso, deve conter a indicação da duração da terapêutica ou a
data da próxima consulta, de forma a fornecer informação acerca do número total de unidades
do medicamento a dispensar ao doente [19]. Em caso de qualquer dúvida, que não permita a
validação da prescrição, o médico deve ser contatado.
O farmacêutico valida a dispensa dos medicamentos prescritos através de consulta dos
elementos relevantes do processo clinico do utente devendo, preferencialmente, registar a
dispensa nesse mesmo processo [19]. No ato da dispensa deve ser confirmado o medicamento,
verificado o estado físico da embalagem, o rótulo, o prazo de validade e o registo do respetivo
lote. O farmacêutico também é responsável pela transmissão de todas as informações
necessárias à utilização correta dos medicamentos dispensados a esclarecer todas as dúvidas
dos utentes.
Os regimes especiais de comparticipação de dispensa em farmácia de ambulatório
estão definidos no ANEXO 12 por patologia especial definidos pela respetiva legislação em
vigor.
38
5. FARMACOTECNIA
FARMACOTECNIA
40
No final do dia procede-se à impressão da listagem diária de registo de medicamentos
reembalados, para que um TF verifique se os medicamentos reembalados estão conforme as
normas de procedimento específicas.
42
menos fisiológica, uma vez que os nutrientes administrados ultrapassam as fases de ingestão,
digestão, absorção e a primeira passagem de metabolização hepática [27]. Por esse motivo, o
principal objetivo da NP é manter o estado nutricional do utente e possibilitar o rápido retorno
à alimentação por via oral ou entérica.
A NP é prescrita de acordo com as necessidades calóricas individuais dos doentes,
baseadas, por exemplo, na idade, no sexo, no peso, na situação clínica e nos valores dos
parâmetros analíticos. Os componentes imprescindíveis na nutrição artificial são os
macronutrientes (proteínas, lípidos e hidratos de carbono) e os micronutrientes (vitaminas e
eletrólitos).
A UPE é um setor de circulação restrita e está subdividido em três zonas diferenciadas, a
fim de garantir todas as condições de esterilidade e segurança das preparações. Estas zonas
estão classificadas conforme o grau de contaminação e ao longo da sua passagem apresentam
alguns procedimentos a efetuar por parte dos operadores:
45
desenvolvimento de tratamentos eficazes para assegurar o máximo de qualidade de vida ao
doente oncológico. Contudo, existe uma preocupação crescente em relação à preparação deste
tipo de medicamentos, devido aos riscos ocupacionais que podem originar da exposição a que
profissionais de saúde envolvidos estão sujeitos. O Decreto-Lei nº 301/2000 regula a proteção
dos trabalhadores contra riscos ligados à exposição a agentes cancerígenos durante o trabalho,
implementando medidas que visam preservar a segurança e saúde dos profissionais que
intervêm no circuito dos CTX.
A UFO localiza-se no edifício Dr. Luís de Carvalho, demonstrando vantagens devido à
localização no mesmo piso que o Hospital de Dia de Oncologia (HDO). Este setor é
responsável por preparar medicamentos de quimioterapia e produtos adjuvantes para os
serviços do HDO (serviço com mais prescrições diárias), Hospital de Dia de Hematologia
(HDH), Unidade Hospitalar de Dia Polivalente (UHDP), CMIN e Serviço de Internamento.
Tal como a UPE, esta unidade está subdividida em três zonas:
Zona negra: sala de apoio onde se encontram armazenados todos os medicamentos e
material clínico. O TF deve vestir o fato de bloco e socos de borracha. Calçar os
protetores de calçado;
Zona cinzenta: efetuar uma lavagem assética das mãos e colocar o Equipamento de
Proteção Individual (EPI): touca, máscara com filtro P3, óculos de proteção, bata
reforçada de baixa permeabilidade. Desinfetar higienicamente as mãos com solução
alcoólica com antissético residual e calçar o 1º par de luvas de látex esterilizadas;
Zona branca: sala de preparação equipada com uma CFLV com filtros HEPA (High
Efficiency Particulate Air), um computador, um frigorífico e armários com todo o
material clínico necessário para a manipulação. Nesta sala existe um transfer que faz
ligação com a zona negra, onde são preparados, por um farmacêutico, os
medicamentos que vão ser utilizados e enviados num tabuleiro juntamente com o
rótulo. Todo o material colocado no transfer deve ser previamente desinfetado com
álcool a 70º assim como o próprio transfer. A sala apresenta uma pressão negativa,
para proteger as áreas subjacentes caso ocorra algum derrame significativo.
46
A prescrição médica de CTX é feita em modelo próprio para doentes em regime de
internamento (modelo de prescrição verde) e doentes em regime de ambulatório (modelo de
prescrição rosa). As doses e posologias a administrar são calculadas tendo em conta todo o
historial clínico e estrutura física do doente. A prescrição é feita de acordo com os protocolos
instituídos e aprovados pela Comissão de Coordenação Oncológica do CHP.
Após análise e validação da prescrição de CTX, o farmacêutico elabora a ordem de
preparação e os respetivos rótulos. Independentemente do tipo de preparação, na ordem
devem constar os dados identificativos do doente; a identificação do fármaco e volume a ser
utilizado; indicação do solvente de reconstituição a utilizar, no caso de se tratar de um
liofilizado; via de administração do fármaco; indicação do volume final; condições de
armazenamento (Temperatura Ambiente (TA), 2-8 ºC, Proteção da Luz (PL) e o tempo
durante o qual a preparação se mantém estável).
A UFO encontra-se informatizada com o programa Sistema de Apoio ao Médico
(SAM®) que permite averiguar a lista de doentes para os quais é necessário preparar a
medicação. À medida que vão aparecendo as “luzes verdes” no SAM® (significa que a
terapêutica de determinado doente está aprovada), o farmacêutico na sala de apoio prepara os
CTX e, juntamente com a ordem de preparação e rótulos, envia pelo transfer para a sala
branca onde se encontra um TF de apoio que prepara todo o material clínico necessário para o
TF operador iniciar a preparação.
Os procedimentos a efetuar durante a preparação são idênticos aos da preparação de
estéreis anteriormente referidos, com a especial atenção para a técnica assética com pressão
negativa e dupla verificação. A primeira consiste numa técnica que constitui a base da
manipulação de CTX quando é imprescindível o uso de agulhas. A técnica da pressão
negativa deve evitar que o frasco fique sobrepressão, caso contrário podem ocorrer derrames
e/ou aerossolização de CTX na superfície de trabalho, pelo que esta técnica evita a
contaminação do meio ambiente e do operador. Deste modo, apenas profissionais que
demonstrem competências em técnica assética com pressão negativa estão habilitados a
manipular este tipo de fármacos. A dupla verificação deve ser aplicada nas etapas críticas do
processo de produção e consiste na verificação dos volumes de fármacos medidos.
A maior parte das preparações feitas na UFO são bólus, que consistem na aspiração de
uma certa quantidade de fármaco para uma seringa que é vedada e posteriormente
administrada diretamente no doente, bombas infusoras de libertação prolongada e também,
muito frequentes, soluções diluídas em cloreto de sódio ou glucose. Os fármacos que não
47
forem gastos na sua totalidade podem ser reutilizados, desde que haja garantia de estabilidade
e que sejam corretamente reutilizados.
Após terminada a manipulação, um TF identifica corretamente as preparações,
processo idêntico à UPE, existindo igualmente dois rótulos identificativos e ainda rótulos
biohazard (próprios de CTX).
Todas as ordens de preparação são acopladas à prescrição médica do doente para se
manter atualizado o histórico clínico do mesmo. Todos estes dados são colocados em arquivo
por ordem alfabética do doente, para facilitar a sua consulta.
Uma questão que não pode ser descurada no circuito do CTX é a gestão dos resíduos
produzidos, não só pela proteção da saúde dos trabalhadores e da população em geral, mas
também pelo reconhecimento do importante papel que representa na preservação do ambiente.
O controlo de stock da UFO é contabilizado semanalmente, e é feita a requisição ao
APF através do sistema informático. Quando os CTX chegam à UFO e caso algum contenha
um novo lote, é necessário registá-lo informaticamente. A receção e o armazenamento de
CTX são efetuadas com luvas de nitrilo.
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
49
Por fim, resta-me referir que o balanço deste estágio foi positivo, pois permitiu
aprofundar e adquirir novos conhecimentos e experiências, e principalmente a criação de
laços de amizade com vários colegas de estágio e profissionais da farmácia.
50
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS/BIBLIOGRAFIA
[1] Ministério da Saúde (Dezembro 1999). Decreto-Lei n.º 564/99: A carreira de técnico de
diagnóstico e terapêutica.
[2] Resenha histórica do Centro Hospitalar do Porto - Hospital de Santo António, EPE.
Disponível na internet: http://www.chporto.pt/. (Acedido a 27.Maio.2015).
[3] Legislação Farmacêutica Compilada (Fevereiro 1962). Decreto-Lei n.º 44 204:
Regulamento geral da Farmácia hospitalar.
[4] Brou, M. H., Feio, J. A., Mesquita, E., Ribeiro, R. M., Brito, M. C., Cravo, C., et al.
(2005). Manual da Farmácia Hospitalar.
[5] Kaizen Insitute. Disponível na internet: http://pt.kaizen.com. (Acedido a 2.Junho.2015).
[6] Fontes, N. (2005). Hospital Logisticks System: Kaizen Institute. Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto.
[7] Plano Nacional de Saúde 2011-2016. Estratégias para a Saúde: III.3) Eixos Estratégicos –
Qualidade em Saúde. Ministério da Saúde.
[8] Legislação Farmacêutica Compilada (Junho 2004). Despacho nº. 13885/2004: Formulário
Hospitalar Nacional de Medicamento – Obrigatoriedade de utilização.
[9] Ordem dos Farmacêuticos (Setembro 2010). Normas conjuntas FIP/OMS para as Boas
Práticas de Farmácia: Diretrizes para a qualidade dos serviços farmacêuticos.
[10] Legislação Farmacêutica Compilada (Junho 2004). Portaria n.º 594/2004: Aprova as boas
práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em farmácia de oficina e
hospitalar.
[11] Legislação Farmacêutica Compilada (Janeiro 2007). Portaria n.º 155/2007: Cria o
Código Hospitalar Nacional do Medicamento.
[12] INFARMED – Estabilidade de medicamentos. Disponível na internet:
https://www.infarmed.pt. (Acedido a 13.Junho.2015).
[13] Crujeira, R., Furtado, C., Feio, J., Falcão, F., Carinha, P., Machado, F. et al. (Março de
2007). Programa do Medicamento Hospitalar.
[14] ACSS (2011), Boas Práticas na Área do Medicamento Hospitalar. Disponível em:
http://www.min-saude.pt. (Acedido a 15.Junho.2015).
[15] Legislação Farmacêutica Compilada (Janeiro 1993). Portaria n.º 15/93: Regime jurídico
do tráfico e consumo de estupefacientes e psicotrópicos.
51
[16] Legislação Farmacêutica Compilada (Junho 1998). Portaria n.º 981/98: Execução das
medidas de controlo de estupefacientes e psicotrópicos.
[17] Legislação Farmacêutica Compilada (Setembro 2000). Despacho conjunto n.º
1051/2000: Registo de medicamentos derivados do plasma.
[18] Legislação Farmacêutica Compilada (Setembro 2000). Decreto-Lei n.º 206/2000:
Dispensa de medicamentos pela farmácia hospitalar por razões objectivas.
[19] Legislação Farmacêutica Compilada (Outubro de 2012). Despacho n.º 13382/2012:
Determina que a prescrição de medicamentos, para dispensa em regime de ambulatório pelas
farmácias hospitalares, é obrigatoriamente realizada através de sistemas de prescrição
eletrónica.
[20] Crujeira, R., Furtado, C., Feio, J., Falcão, F., Carinha, P., et al. (Março 2007). Programa
do Medicamento Hospitalar. Ministério da Saúde - Gabinete do Secretário de Estado da
Saúde.
[21] Morgado, M., Rolo, S., Cerezo, A. (2005) Reembalagem de medicamentos sólidos orais.
Publicación oficial de la organización de farmacéuticos ibero-latinoamericanos (vol. 15 – nº
4).
[22] Zubizarreta, M., Esteban, M., Rodríguez, A., López-Coterilla, A. (2003)
Acondicionamiento de medicamentos en dosis unitarias: ¿Reenvasar o reetiquetar?
Publicación oficial de la organización de farmacéuticos ibero-latinoamericanos (vol. 13 – nº
1).
[23] Grifols Engineering – We know how. Disponível na internet:
http://www.grifolsengineering.com. (Acedido a 11.Junho.2015).
[24] U.S. Pharmacopeial 2008-2009. Disponível na internet: http://www.usp.org. (Acedido a
11.Junho.2015).
[25] Legislação Farmacêutica Compilada (Abril 2004). Decreto-Lei n.º 95/2004: Regula a
prescrição e a preparação de medicamentos manipulados.
[26] Legislação Farmacêutica Compilada (Agosto 2006). Decreto-Lei n.º 176/2006: Estatuto
do Medicamento.
[27] Caramona, M., Esteves, A., Gonçalves, J., Macedo, T., Osswald, W., et al. (Março 2011)
Prontuário Terapêutico. Infarmed -Ministério da Saúde.
52
8. ANEXOS
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ANEXO 1 – Protótipo da organização dos Serviços Farmacêuticos do HSA
54
ANEXO 2 – Casa do Hospital Logistics System (HLS)
55
ANEXO 4 – Cartão Kanban e Caixa Kanban
56
ANEXO 6 – Fatura e Guia de remessa | Receção de encomendas exteriores
57
58
Anexo 7 – Requisição de medicamentos/produtos farmacêuticos ao APF
59
ANEXO 8 – Requisição manual de Antisséticos e Desinfetantes
60
ANEXO 9 - Registo de Intervenções Técnicas
61
ANEXO 10 – Lista alterações de medicação na DID
62
ANEXO 11 – Requisição de Reposição de Stocks Nivelados
63
ANEXO 12 - Regimes especiais de comparticipação de dispensa em farmácia de ambulatório
Medicamentos antiretrovíricos
indicados para o tratamento da
Indivíduos afectados pelo
infeção pelo VIH/sida no termos e 100% Despacho nº 6716/2012
VIH
condições referidas no Despacho
nº 6716/2012
Deficiência da hormona de
crescimento na criança; Medicamentos contendo hormona
Síndrome de Turner; de crescimento nas indicações
Despacho n.º 12455/2010, de
Perturbações do terapêuticas referidas no 100%
22/07
crescimento; Síndrome de Despacho n.º 12455/2010, de 22
Prader-Willi e Terapêutica de Julho
de substituição em adultos
64
Patologia Especial Âmbito Comp. Legislação
Síndrome de Lennox-
Taloxa 100% Desp. 13 622/99, de 26/5
Gastaut
65
Patologia Especial Âmbito Comp. Legislação
Boceprevir;
Peginterferão alfa 2-a;
Portaria n.º 158/2014, de
Peginterferão alfa 2-b;
Doentes com hepatite C 100% 13/02, alterada pela Portaria
Ribavirina;
n.º 114-A/2015, de 17/02.
Sofosbuvir;
Ledipasvir + Sofusbuvir.
66
ANEXO 13 - Identificação de medicamentos pela Blispack®
67
Anexo 15 – Lista de soluções de micro e macronutrientes
68
9. PERFIL FARMACOTERAPÊUTICO: ANÁLISE E
INTERPRETAÇÃO
69
A Medicina Interna é a especialidade médica que estuda o doente como um todo,
tendo em conta as relações entre os órgãos e sistemas do corpo humano.
Esta especialidade tem um papel fundamental na articulação entre as várias
especialidades que poderão ser necessárias para um diagnóstico ou tratamento médico e,
também, em situações críticas onde ocorrem problemas simultâneos em vários órgãos. É por
definição uma especialidade de cuidados a adultos e faz parte de um dos grandes pilares do
funcionamento dos Hospitais, especialmente nas urgências, nas consultas e no internamento.
A Medicina Interna é a mãe de todas as especialidades não cirúrgicas, sendo os
Internistas especialistas em diagnósticos difíceis e complexos quando a patologia afeta vários
órgãos ou sistemas, ou não é clara a origem da doença.
Nestes termos, o internista tem um papel essencial na equipa médica pluridisciplinar, na
medida em que tende a ser o melhor conhecedor da fisiopatologia global do doente
hospitalizado [3].
O perfil farmacoterapêutico escolhido pertence a um indivíduo do sexo masculino com
62 anos de idade, que iniciou a terapêutica no dia 03-06-2015 com a prescrição médica
representada na Tabela I.
Via de Forma
Medicamento Dose SOS|Frequência
Administração Farmacêutica
Furosemida Via oral Comprimido 40mg 24h/24h
Obs. ao pequeno- Dias Admin.: 2/2
almoço dias
Pantoprazol Via oral Comprimido 20mg Jejum
70
Prednisolona Via oral Comprimido 40mg Pequeno-Almoço
Obs. após pequeno-
almoço
Atorvastatina Via oral Comprimido 20mg 24/24h
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redutase de HMG-CoA (estatina), que condiciona uma redução de colesterol LDL. A sua
importância deve-se também às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias [4].
No perfil farmacoterapêutico deste utente também foi prescrito Ácido Acetilsalicílico
comprimidos de 100mg, um antiagregante plaquetário que atua no sistema sanguíneo
prevenindo oclusões tromboembólicas agudas de circulação arterial, por reduzirem a
agregação das plaquetas e inibirem a formação de trombos. O ácido acetilsalicílico é o
fármaco de escolha para a profilaxia do tromboembolismo arterial ou doença cardiovascular
de longa duração. A prescrição deste medicamento ao utente pode estar relacionado com as
doenças cardiovasculares e hipertensão, estando indicado a toma diária deste medicamento a
indivíduos com mais de 50 anos de idade e que apresentem estas patologias [4].
A Hiperplasia Benigna da Próstata consiste num aumento das dimensões da próstata
que provoca gradualmente o bloqueio da uretra e assim uma perturbação do fluxo urinário. A
hipertrofia benigna da próstata é uma patologia comum cuja incidência aumenta com a idade
(a partir dos 50 anos). A sintomatologia urinária que acompanha a hipertrofia benigna da
próstata vai desde o aumento da frequência/urgência de urinar e nictúria até à obstrução
urinária [4, 6].
O tratamento farmacológico destina-se ao controlo da sintomatologia e, se possível, à
inibição da evolução da hipertrofia. Este tratamento constitui um recurso justificado quando a
sintomatologia é moderada e como forma de protelar o recurso à cirurgia. No arsenal
terapêutico para o tratamento da hipertrofia benigna da próstata destacam-se os antagonistas
adrenérgicos alfa-1, os inibidores de 5-alfa-reductase e alguns extratos de plantas. Para o
tratamento desta patologia foram prescritos dois medicamentos, nomeadamente a Finasterida
comprimido de 5mg e Tansulosina comprimido de libertação prolongada de 0.4mg. A
associação destes medicamentos é uma opção em doentes que apresentem maior volume
prostático e com inflamação prostática [4].
A Finasterida é um inibidor 5-alfa-reductase tipo II. Estes bloqueiam a conversão de
testosterona no seu metabolismo mais ativo, a 5-alfa-dihidrotestoterona. A inibição do
metabolismo da testosterona leva a uma redução do tamanho da próstata, embora este efeito
nem sempre seja acompanhado por melhorias sintomáticas no fluxo urinário [4].
A Tansulosina está indicada para a diminuição da sintomatologia urinária associada a
esta patologia, uma vez que, os antagonistas adrenérgicos alfa-1 relaxam os elementos
contráteis do tecido hiperplásico da próstata, melhorando a velocidade do fluxo urinário e
diminuindo a obstrução, sem comprometer a contratilidade da bexiga [4].
72
O Hipertiroidismo é caracterizado pela hiperatividade da tiróide. O Propiltiouracilo
comprimidos de 50mg está indicado para o tratamento paliativo de hipertiroidismo
interferindo na síntese da hormona tiroideia, através da depleção de iodo na glândula tiróide e
redução a conversão da triroxina em triidotironina no tecido periférico. Estas características
permitem o tratamento sintomático de hipertiroidismo [4].
A prescrição de Paricalcitol cápsulas de 1 µg pode estar indicado como tratamento
adjuvante ao propiltiouracilo, uma vez que está indicado para a prevenção e tratamento do
hiperparatiroidismo secundário da insuficiência renal crónica. O paracalcitol é um
medicamento que atua no osso e no metabolismo do cálcio, e representa uma forma de
vitamina D [4].
No perfil farmacoterapêutico está ainda prescrito um corticosteroide, a Prednisolona
comprimidos de 40mg. A prednisolona é um corticosteroide de síntese usado principalmente
pelas suas propriedades anti-inflamatórias. A prescrição deste medicamento pode estar
relacionada com a sintomatologia da hiperplasia benigna da próstata (inflamação prostática).
A prescrição de Pantoprazol comprimidos de 20mg pode estar indicada para o
tratamento ou prevenção de algumas reações adversas provocadas pelo tratamento com ácido
acetilsalicílico, uma vez que este pode provocar azia, dispepsia, dor epigástrica, gastrite e
ocasionalmente úlcera péptica. O pantoprazol é um inibidor da bomba de protões que inibe a
secreção ácida por inibem a ATPase de H+ e K+. está indicado para o tratamento da doença de
refluxo gastroesofágico e dos sintomas associado, assim como manutenção e prevenção das
recidivas da esofagite de refluxo [4].
Ao longo da análise do perfil farmacoterapêutico verifiquei que alguns medicamentos
prescritos possuem interações medicamentosas, como o ramipril quando administrado
concomitantemente com corticosteroides (prednisolona) há um risco aumentado da ocorrência
de alterações hematológicas.
A furosemida deve ser utilizada com precaução em doentes com hiperplasia benigna
da próstata, podendo a frequência de administração, descrita na Tabela I, de 2/2 dias ser
justificada por este facto.
73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS/BIBLIOGRAFIA
[1] Lopes, Ana Rita et al. Boas Práticas de Farmácia Hospitalar no Âmbito da Infeção
VIH/SIDA. 2008.
[2] Ministério da Saúde (Dezembro 1999). Decreto-Lei n.º 564/99: A carreira de técnico de
diagnóstico e terapêutica.
[3] Diários da República (Maio de 1986). Despacho 10/86: Determina as normas para o
estabelecimento, definição e caracterização da rede hospitalar nacional e consequente
estabelecimento da carta hospitalar portuguesa.
[4] Caramona, M., Esteves, A. P., Gonçalves, J., Macedo, T., Mendonça, J., Osswald, W.,
Pinheiro, R. L., Rodrigues, A., Sepodes, B., Teixeira, A. A. (2013). Prontuário Terapêutico
2013. INFARMED.
[5] Portal da Saúde – Hipertensão Arterial. Disponível na internet:
http://www.portaldasaude.pt/ (Acedido a 21.Junho.2015).
[6] Portal da Saúde – Hiperplasia Benigna da Próstata*. Disponível na internet:
http://www.portaldasaude.pt/ (Acedido a 21.Junho.2015).
74