ADE - Língua Portuguesa - 1 Série Do Ensino Médio
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Língua Portuguesa
Manguezal em risco
Gabriel Toscano- estagiário do Instituto Ciência Hoje
Entenda a importância desse ecossistema e saiba por que ele deve ser preservado
Você já viu um manguezal? Encontrado em regiões costeiras tropicais do Brasil e do mundo, esse
ecossistema abriga diversas espécies e, infelizmente, sua existência está ameaçada por conta das
mudanças climáticas. Para conhecê-lo melhor e tentar preservá-lo, uma equipe de
pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) estuda desde 1994, o
manguezal de Guaratiba, que fica a 70 quilômetros do centro da capital carioca.
Esse é um trecho do manguezal lá de Guaratiba, no Rio de Janeiro. O Brasil é o segundo país do mundo com maior
extensão de manguezais, ficando atrás apenas da Indonésia.
(foto: Acervo do Núcleo de Estudos em Manguezais – UERJ)
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Outro fator que preocupa os pesquisadores é o aumento do nível do mar. Considerado como um
ecossistema de transição, o manguezal fica localizado na divisão entre o ambiente terrestre e
marinho e, caso o nível do mar aumente muito, a vegetação pode sufocar e ser obrigada a migrar
continente adentro.
“O manguezal precisa ir se adaptando conforme a subida do nível das águas”, diz o oceanógrafo
Mário Soares, que coordena o Núcleo de Estudos em Manguezais (Nema) da UERJ. “O
manguezal de Guaratiba, por exemplo, já se expandiu cerca de 100 metros terra adentro
desde1998.”
O grande problema é que nem todos os manguezais têm para onde fugir. Alguns ficam perto de
regiões urbanas, enquanto outros acabam invadindo a área de outros ecossistemas. Como o
cenário não é muito otimista, a tendência é que os manguezais tenham que se deslocar terra
adentro cada vez mais para sobreviver.
Em busca da conservação
Mário adiciona que, para evitar a perda de manguezais e permitir que eles migrem e se adaptem à
subida do nível do mar, o Nema propõe diversas medidas. Entre elas está a criação e a
ampliação das unidades de conservação que englobem as áreas futuramente ocupadas
pelos manguezais. Tal medida é muito importante, já que, além de abrigar diversas espécies, os
manguezais são essenciais para evitar o efeito estufa.
Segundo o oceanógrafo, os manguezais absorvem grandes quantidades de carbono, evitando que
o elemento fique solto na atmosfera, o que agravaria o aquecimento global. “O potencial
de absorção de carbono do manguezal é comparável ao de florestas tropicais terrestres,
como até mesmo a floresta amazônica”, explica Mário. Mais um motivo para preservá-lo, não
é mesmo?
Questão 01
No texto, um dos argumentos utilizados para defender a tese de que a preservação do manguezal é
necessária encontra-se em:
(A) [...] a tendência é que os manguezais tenham que se deslocar terra adentro cada vez
mais para sobreviver.
(B) O manguezal de Guaratiba, por exemplo, já se expandiu cerca de 100 metros terra adentro
desde 1998.
(C) [...] os manguezais absorvem grandes quantidades de carbono, evitando que o elemento fique
solto na atmosfera, o que agravaria o aquecimento global.
(D) Alguns ficam perto de regiões urbanas, enquanto outros acabam invadindo a área de
outros ecossistemas.
(E) Durante os períodos úmidos, a vegetação do mangue tende a crescer, mas, nas épocas de seca,
acontece o contrário e o mangue acaba se retraindo.
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Questão 02
Em “conhecê-lo” e “preservá-lo, o pronome lo que aparece junto aos dois verbos refere-se
a
(A) mudanças.
(B) mundo.
(C) Brasil.
(D) manguezal.
(E)ecossistema.
Questão 03
(A) a frase encerra um período e é necessário fazer uma pausa oracional maior.
(B) a pergunta é estilística e, portanto, não existe intenção de resposta.
(C)a ideia não foi concluída e, assim, entende-se que o texto está inacabado.
(D)a frase é imperativa e, com ela, o autor enfatiza o assunto abordado.
(E) a pergunta traduz a incerteza ou a dúvida sobre um termo antecedente.
Questão 04
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Mas houve um carnaval diferente dos outros. Tão milagroso que eu não conseguia
acreditar que tanto me fosse dado, eu, que já aprendera a pedir pouco. É que a mãe de uma amiga
minha resolvera fantasiar a filha e o nome da fantasia era, no figurino, Rosa. Para isso
comprara folhas e folhas de papel crepom cor-de-rosa, com as quais, suponho, pretendia imitar
as pétalas de uma flor. Boquiaberta, eu assistia pouco a pouco à fantasia tomando forma e se
criando. Embora de pétalas o papel crepom nem de longe lembrasse, eu pensava seriamente que
era uma das fantasias mais belas que jamais vira.
Foi quando aconteceu, por simples acaso, o inesperado: sobrou papel crepom, e muito. E a mãe
de minha amiga - talvez atendendo a meu apelo mudo, ao meu mudo desespero de inveja,
ou talvez por pura bondade, já que sobrara papel - resolveu fazer para mim também uma
fantasia de rosa com o que restara de material. Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na
vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.
[...]
LISPECTOR, Clarice. Restos de Carnaval. In: Felicidade Clandestina Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p.26
Questão 05
Questão 06
Na letra da música, Não vou me adaptar, assinale o verso que apresenta o emprego de uma
construção de cunho popular.
Thaves, Bob. Frank e Ernest. In: O Estado de S, Paulo. C4, Caderno 2, Quadrinhos. Quinta-feira, 9 de novembro de 2017.
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Questão 07
A)até as entidades celestes acham difícil conseguir que os homens vivam em paz.
B)a fala dos homens é constituída apenas de impropérios e xingamentos.
C)as entidades celestes conseguem sempre apaziguar a civilização terrestre.
D)para resolver o problema terrestre são utilizados raios, trovões e palavrões.
E)para que os homens fiquem silenciosos, é preciso mandar chuvas, raios e trovões.
Exercício e mortalidade
11/11/2017 02h00
Atividade física é o mais próximo do que poderíamos chamar de panaceia1 na medicina moderna.
Nos últimos anos, diversos estudos comprovaram que o exercício incorporado à rotina diária
reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer, obesidade, problemas
reumatológicos e ortopédicos, depressão e o declínio cognitivo2 característico das demências.
Essas publicações mostraram de forma consistente que a prática de exercícios está associada a
cerca de 30% de redução dos índices de mortalidade.
Talvez a lógica devesse até ser invertida: não é que o exercício faça bem para o organismo, a vida
sedentária é que faz muito mal. Segundo a Organização Mundial da Saúde o impacto nocivo do
sedentarismo na saúde é comparável ao do cigarro. [...]
Um grupo da Universidade Harvard acaba de publicar na revista "Circulation" os resultados de um
inquérito que envolveu 17.700 mulheres saudáveis, com idade média
de 72 anos, cujos níveis de atividade foram avaliados por meio de acelerômetros,
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O formato do estudo não permite estabelecer com segurança a relação de causa e efeito entre
atividade física mais vigorosa e a longevidade, mas a probabilidade de se tratar de relação causal é
alta.
No passado, os médicos recomendavam que as pessoas mais velhas fizessem repouso, para não
"sobrecarregar" o organismo. A imagem dos avós aposentados que passavam os dias cochilando na
poltrona da sala, até caírem fulminados pelo infarto do miocárdio ou derrame cerebral, faz parte
das memórias daquela época.
Pacientes operados ficavam proibidos de levantar da cama por três ou quatro dias para não
"dificultar" a cicatrização.
Hoje, o coitado mal saiu do centro cirúrgico, o cirurgião aparece no quarto para expulsá-lo do
leito, a pontapés, se necessário.
O combate à imobilidade ajudou a reduzir significativamente o número de tromboses
venosas e embolias pulmonares, responsáveis pelos altos índices de complicações e
mortalidade pós-operatória daqueles dias.
A tendência atual é considerar tímida a recomendação de 150 minutos de exercícios leves
ou 75 minutos de exercícios mais intensos, por semana, uma vez que o dia tem 1.440 minutos, e a
semana, 10.080.
– Como fazer com a falta de tempo?, você perguntará.
VARELLA, Drauzio. Exercício e mortalidade. Folha de S. Paulo. Ilustrada, C 10, sábado, 11 de novembro de
2017. (adaptado)
Questão 08
Por meio de argumentos como o de que “Segundo a Organização Mundial da Saúde o impacto
nocivo do sedentarismo na saúde é comparável ao do cigarro.”, o Dr.Drauzio Varella defende a
tese de que
Questão 09
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(A) espanto.
(B) alegria.
(C) ironia.
(D) raiva.
(E) apatia
Um amigo, que por alguns anos atuou como delegado em uma cidadezinha do interior,
narrou-me esse "causo". Eu não sei se o acontecido é verdadeiro ou não; certo é que poderia ser.
Mas assim ou assado, eu lhes conto, com minhas letras o que dele ouvi.
Havia, dentro do cemitério dessa pequena cidade, uma figueira lotada de frutos. Dois irmãos,
seduzidos pelos figos, decidiram entrar no cemitério, na calada da noite, e pegar uma porção de
figos. Pois então... pularam o muro, aproximaram-se da figueira e o irmão mais velho subiu na
árvore, enquanto o mais novo ficou embaixo para catar os figos que o mais velho deixava cair lá
de cima.
E vêm, e vêm figos. De repente o irmão mais novo gritou para o mais velho:
— Mano! Dois figos caíram do lado de fora do muro.
— Não tem importância, depois que a gente terminar aqui, pegamos os outros.
E vêm figos. Terminada a colheita, o mais velho desceu da árvore e com o mais novo, começou a
repartir o resultado da coleta:
— Um pra mim, um pra você; um pra mim, um pra você; um...
E assim, cada qual ia colocando os figos em suas respectivas sacolas.
Segundo a crença de nossos sertanejos, a figueira é planta do diabo. É tido como certo que nas
figueiras há reunião de demônios que ali fazem suas orgias. Então, um bêbado que passava do
lado de fora do muro, escutou aquela conversa de "um pra mim, um pra você"; para ter
certeza de que não estava imaginando coisas, parou e escutou novamente: "um pra mim,
um pra você". Não deu outra, lançou-se numa carreira despinguelada 4 até a delegacia da
cidadezinha. Chegou quase sem fôlego, mas teve força suficiente para dizer ao delegado:
— Doutor, vem comigo! Os diabos estão no cemitério, debaixo da figueira, dividindo as
almas dos mortos!
O delegado, suspeitando ser conversa fiada de cachaceiro, ameaçou-o de prisão caso não saísse,
imediatamente, da delegacia. Ao que o bêbado respondeu:
- Juro Doutor! Juro por Deus que é verdade! Vem comigo!
4 Despinguelada - Com urgência, apressadamente, de imediato. Cf. Dicionário Informal. Disponível em:
<http://www.dicionarioinformal.com.br/despinguelado/>. Acesso em: 13 dez. 2018.
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Diante de tanta insistência, o delegado resolveu acompanhar o bebum. Foram até o cemitério,
chegaram perto do muro e escutaram a repartição dos irmãos:
- Um pra mim, um pra você... Um pra mim, um pra você... O
delegado um tanto assustado exclama:
- Ora essa! É verdade! Eles estão dividindo as almas dos mortos!
Mal o delegado acabara de falar, os dois irmãos terminaram a divisão dos figos;
então o mais novo perguntou ao mais velho:
— Pronto, acabamos. E agora?
— Agora, a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro…
O resto da história vocês podem imaginar, foi um tal de salve-se, quem puder.
Questão 10
Questão 11
O texto “A figueira do diabo” reproduz um “causo” do folclore popular brasileiro, que
apresenta, como personagem (ns) principal (ais)
(A) o bêbado.
(B) os mortos.
(C) o delegado.
(D) os demônios.
(E) os irmãos.
Questão 12
No trecho “[...] que estão do outro lado do muro…”, o termo em destaque retoma a
palavra
(A) irmãos.
(B) dois.
(C) eles.
(D) diabos.
(E) mortos. 9