CIEA7 - 30 - PEREIRA - Ilê Axé Oduduwa PDF
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Universidade Rei Juan Carlos – Madri, Espanha.
7.º CONGRESSO IBÉRICO DE ESTUDOS AFRICANOS | 7.º CONGRESO DE ESTUDIOS AFRICANOS | 7TH CONGRESS OF AFRICAN STUDIES
LISBOA 2010
Elizabeth Firmino Pereira 2
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como base a pesquisa de campo realizada pela autora na
casa “Ilê Axé Oduduwa”, que também funciona como “Centro Cultural Oduduwa” e
pertence ao mesmo grupo da “Editora Oduduwa”, em São Paulo-SP e em Mongaguá-
SP, no litoral paulista. A pesquisa teve inicio em 1998 e prossegue até a atualidade.
Cabe ressaltar que não há nenhum trabalho publicado sobre esta casa e as fontes
para a investigação derivam da observação participante, desde dentro, e da entrevista
a seu fundador, Sikiru Salami e outros membros da comunidade. Porém, existe uma
bibliografia de referência, não especificamente sobre a casa, mas sobre o culto dos
Orixás e o culto de Ifá, publicada por Salami através da Editora Oduduwa, o que é de
grande importância por apresentar mitos e cânticos que são parte da realidade
cotidiana da casa.
Neste trabalho estão presentes como bases teóricas, a Etnocenologia, ciência
criada em 1995 em Paris por Armindo Bião, Jean-Marie Pradier e Chérif Khaznadar,
que integra as linhas de investigação em Artes Cênicas na Universidade Federal da
Bahia e na Universidade Paris 8. Esta ciência permite a abordagem estética de
fenômenos culturais, no seu caráter espetacular, livre do olhar etnocêntrico dos
cânones estéticos ocidentais. Também se utiliza como referência a teoria dos Motivos
e Estratégias, formulada por Angel Berenguer, que estuda as reações criativas do “Eu”
(individual ou transindividual) a um entorno opressor e limitante, servindo-se para a
análise de três formas de mediação: histórica, estética e psicosocial. O que se entende
por “Eu Individual” e “Eu Transindividual” é justamente o sujeito ou ator social, seja
como individuo ou como coletivo.
Utilizando a Etnocenologia e a teoria dos Motivos e Estratégias como base se
pretende ampliam o campo de visão e favorecer o recorte e o aprofundamento, pois
são bastante complementares.
Cabe ressaltar que os elementos espetaculares que serão analisados
representam uma parte substancial dos cultos afro-brasileiros e correspondem a
valores com um significado mais profundo que o puramente estético. Porque os atos
litúrgicos estão impregnados do elemento lúdico, o que é fundamental para as
evocações. Igualmente, se pode pensar que os elementos estéticos guardam em si
informações valiosas sobre o modo de pensar e de atuar da comunidade religiosa,
servindo para compreender melhor o contexto em que são gerados.
3 Ilê Axé Oduduwa
MEDIAÇÃO HISTÓRICA
A FORMAÇÃO DO CANDOMBLÉ NO BRASIL: A CRIAÇÃO DE UMA TRADIÇÃO
cultos aos Orixás, com o tempo se abriram novas casas principalmente em São Paulo
e Rio de Janeiro.
1
Barbieri, Renato e Leonardi, Victor (1998). O Atlântico negro – na rota dos Orixás. 75min. Instituto Itaú
Cultural / Videografia. Brasil.
5 Ilê Axé Oduduwa
Paralelamente, não podemos ignorar que a diáspora africana foi permeada por
lutas religiosas, como a queda do Reino de Oyó em 1830, que se deve à ascensão do
Califado de Sokoto (Silveira, 2007; Verger, 1981) e à expansão muçulmana, que já
existia em terras africanas, muitos séculos antes. Assim como, a presença de
missionários católicos remonta do século XI - XIII, com as Cruzadas religiosas que se
estenderam até o norte de África. Segundo Molinier (1879)2 as Cruzadas foram oito:
quatro na Palestina, duas no Egito, uma em Constantinopla e uma na África do Norte.
Esses fatos serviriam para disseminar outras crenças em África, porém, se por
um lado a religiosidade africana não é excludente, por outro, tão pouco é impermeável,
de modo que também serviram para fortalecer o sincretismo religioso com a Igreja
Católica, que seria reforçado no período colonial. Por isso a fundação do candomblé
no Brasil passa pelas Irmandades Religiosas dos Homens Pretos, que se formaram
em torno de igrejas como a Barroquinha, que mantiveram vivos os cultos e as
sociedades secretas africanas no Brasil e viu nascer o Candomblé da Barroquinha, ou
“Ilê Axé Iyá Nassô”, mais tarde conhecido como “Casa Branca do Engenho Velho”,
como já foi comentado3. Cujos resquícios estão tão arraigados na tradição afro-
brasileira, como, para citar apenas um exemplo, na Festa do Senhor do Bonfim da
Bahia.
Logicamente, o processo de re-africanização busca uma África idealizada que
já não existia mais na realidade, sequer, na época dos antigos africanos que vieram a
Brasil a partir do século XVI. Se pode afirmar que diáspora contribuiu para esse
processo de idealização, pois África, como qualquer outro lugar está também sujeita à
dinâmica histórica, de mudanças e transformações, mesmo que a tradição se
mantenha viva pelos rituais e pela língua litúrgica, sempre arcaica em relação à
contemporaneidade, as mudanças são inevitáveis.
Se supõe que os que foram capturado e vendidos como escravos, eram os
“derrotados”, que representavam os valores da ordem anterior, assim como se pode
afirmar que na África também se mantiveram focos de resistência, como as cidades de
Abeokutá, , Ibadan4 Oxobô e Ilê Ifé. Esse fator é importante de ser ressaltado, porque
permeia as relações entre o imaginário de pessoas dos dois continentes, produzindo
aproximações e estranhamentos.
2
Molinier, Auguste (1879). Itinera Hierosolymitana et terrae sanctae descriptiones Bellis sacris anteriora.
Ed. con Tito Tobler. Paris.
3
Silveira, 2007; Verger, 1981.
4
Silveira, Verger (op cit).
Elizabeth Firmino Pereira 6
5
Firmino Pereira, Elizabeth (2002/2003). Ritual e arte: um estudo dos elementos cênicos presentes nas
liturgias dos cultos afro-brasileiros e sua relação com o teatro ocidental. Orientador: Dr. Reynuncio
Napoleão de Lima, co-orientadores: Dr. Sikiru Salami e Dr Flavio Calazans. Instituto de Artes, UNESP,
São Paulo. Relatórios: 3 e 4.
7 Ilê Axé Oduduwa
Esta casa foi formada em São Paulo em meados dos anos 80, por Sikiru
Salami, conhecido como Prof. King, natural de Abeokutá, Nigéria. Salami foi a Brasil
para completar seus estudos, concluindo Mestrado e Doutorado em Sociologia, no
Dpto. FFLCH/ USP, tendo como área de investigação a cultura iorubá.
Juntamente com a casa, que se desenvolveu ao longo dos anos, foi criado o
Centro Cultural Oduduwa, que realiza projetos de educação e formação relacionados
com a religião iorubá, o que em si já representa uma mudança substancial na forma de
6
Ver programação do evento: http://www.cepuerj.uerj.br/insc_online/yoruba/PROGRAMA_ATUAL.pdf
Elizabeth Firmino Pereira 8
Festa Anual de Ifá, em 2009, à qual presenciei e que contava com mais de 600
participantes, todos iniciados em Ifá e, segundo me informaram, não compareceram
todos os iniciados em Ifá.
Em conclusão, o Ilê Axé Oduduwa, que surgiu aos poucos, hoje encontra-se
consolidado e consiste em um novo paradigma, porque em sua concepção, na sua
forma e nos elementos estéticos, como veremos a seguir e, que aqui são estudados
sempre como indícios de valores mais profundos, representa inovações,
questionamento e mudanças substanciais no modo de pensar a religião.
MEDIAÇÃO ESTÉTICA
o quanto da tradição que herdamos foi gerada mais em função de tais circunstancias
históricas e sociais e, da necessária adaptação, que da tradição dos antepassados.
7
Publicação original de 1947: Landes, Ruth (1908-1991). The city of women.
13 Ilê Axé Oduduwa
Neste item cabe ressaltar um fato que me chamou muito a atenção quando,
depois de anos fora do Brasil, retornei à casa de Orixá para participar de Festa de Ifá
em 2009, foi justamente a procissão realizada nas ruas de Mongaguá com as pessoas
cantando e bailando. Pareceu-me algo muito bonito, vibrante e emocionante; levou-me
a pensar o quanto o processo de repressão e segregação religiosa nos conduziu ao
isolamento das “portas fechadas”.
Porque sabemos que é algo próprio da cultura africana a ocupação do espaço
público, a vida nas ruas, os mercados, as relações de troca e o convívio no espaço
urbano. Devemos lembrar que a religiosidade também está presente na vida cotidiana
africana, então, a manifestação religiosa nas ruas parece algo perfeitamente
naturalmente. Tanto é assim, que estas tradições começaram com os antigos
africanos e permanecem vivas até os dias de hoje na cidade de Salvador – BA, com a
Festa do Nosso Senhor do Bonfim, por exemplo. Porém, parece ser que no processo
de imigração do candomblé ao Sul estes costumes foram se perdendo, provavelmente
pela ausência de um entorno favorável e a mudança a um meio mais hostil e frio.
Dessas festas públicas, restam alguns resquícios, como a Festa de Iemanjá e
poucas outras mais, porém, na maioria dos casos a manifestação religiosa do
candomblé na região Sudeste é limitada ao espaço fechado. Esse fato é um indicio do
quanto foi efetiva a repressão às religiões afro-brasileiras e pode ser uma indicação de
algo que deva ser transformado, para reivindicar o espaço social que se tem o direito
de ocupar.
MEDIAÇÃO PSICOSOCIAL
8
Este comentário foi anotado por esta pesquisadora em palestra proferida por Silveira em 27/11/2002, na
PUCSP, em evento coordenado por Teresinha Bernardo, quando adiantou sobre a pesquisa que vinha
realizando já há vinte anos sobre o Candomblé da Barroquinha, que foi publicada em 2007.
15 Ilê Axé Oduduwa
principais alas é, justamente, a ‘ala das baianas’, homenagem clara a estas mulheres
que preservaram a cultura africana no Brasil.
Essa transmissão dos valores culturais, que Freyre (1942) atribui às mulheres
que amamentavam e cuidavam aos filhos dos poderosos, amaciando o português e
acrescentando afetividade às relações de ‘senhor - escravo’. Muitos desses jovens
mais tarde seriam abolicionistas, pois estes, em sua maioria, eram filhos de famílias
abastadas. Estas são mostras do valor e da força da cultura e das relações efetivas de
aproximação e de troca, às quais não podem estar indiferente nenhuma das duas
partes.
Porém, os avanços obtidos no sentido da transmissão da cultura e na criação
de um entorno menos hostil, chocam-se sempre com reações contrárias e, o que hoje
se poderia chamar de ‘hegemonia cultural africana’ no Brasil, é algo que carece de
elementos substanciais, como o reconhecimento aos valores e aos direitos, sendo a
religião, igualmente, alvo de perseguições e vexações – mesmo sendo amparada pela
lei que garante a liberdade de culto. De certo modo, se pode afirmar que muito foi
tomado da cultura africana e pouco foi restituído, porque a população mais negra
também é, ainda hoje, a mais pobre e a com menos acesso a cultura, educação e
saneamento básico no Brasil.
O processo de re-africanização aponta novas formas de relação com África e
com os cultos africanos, porém formam parte do mesmo caudal de religiões afro-
brasileiras que hoje são vitimas da intolerância religiosa. Cabe reiterar que isso se
deve, em grande parte, aos processos de cisão, de isolamento e também de
intolerância interna, pois o conjunto das religiões afro-brasileiras apresenta grande
variedade de propostas e falta que todas elas sejam reconhecidas e respeitadas entre
si, para que se possa organizar um discurso único, que seja forte e coeso. Uma vez
alcançada a união interna entre as muitas vertentes da religião afro-brasileira, se
obtém a proteção e o respeito necessário aos avanços sociais que todos anseiam.
Por tanto, este é o momento adequado para que sejam geradas novas
estratégias que colaborem com a criação de uma sociedade mais justa e equilibrada,
que seja orientada ao respeito dos valores do ‘outro’.
CONCLUSÃO
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