O documento discute a historiografia espanhola sobre o reinado dos Reis Católicos, Fernando e Isabel. Ao longo dos séculos, os historiadores exaltaram seu reinado, embora de formas diferentes, ora enfatizando mais Fernando, ora Isabel. Na segunda metade do século XX, novos historiadores passaram a questionar as abordagens anteriores e a se voltar mais às fontes primárias.
O documento discute a historiografia espanhola sobre o reinado dos Reis Católicos, Fernando e Isabel. Ao longo dos séculos, os historiadores exaltaram seu reinado, embora de formas diferentes, ora enfatizando mais Fernando, ora Isabel. Na segunda metade do século XX, novos historiadores passaram a questionar as abordagens anteriores e a se voltar mais às fontes primárias.
O documento discute a historiografia espanhola sobre o reinado dos Reis Católicos, Fernando e Isabel. Ao longo dos séculos, os historiadores exaltaram seu reinado, embora de formas diferentes, ora enfatizando mais Fernando, ora Isabel. Na segunda metade do século XX, novos historiadores passaram a questionar as abordagens anteriores e a se voltar mais às fontes primárias.
O documento discute a historiografia espanhola sobre o reinado dos Reis Católicos, Fernando e Isabel. Ao longo dos séculos, os historiadores exaltaram seu reinado, embora de formas diferentes, ora enfatizando mais Fernando, ora Isabel. Na segunda metade do século XX, novos historiadores passaram a questionar as abordagens anteriores e a se voltar mais às fontes primárias.
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Adriana Vidotte. A historiografia espanhola sobre o reinado dos Reis Católicos.
(UFMG – docente)
Há muitas décadas os historiadores apresentam o reinado de Fernando e Isabel
(1474-1504) como uma das épocas mais decisivas da História da Espanha. Desde os contemporâneos dos Reis Católicos – título concedido a Fernando e Isabel em 1494 pela Sé Romana – até os mais recentes estudos, todos concordam que este foi um período crucial da consolidação da Monarquia. Embora a conclusão seja a mesma, é certo que as motivações e os caminhos para alcançá-la variaram muito nas diferentes épocas em que se construiu a história desse reinado. Após sua união matrimonial, Fernando de Aragão e Isabel de Castela realizaram um programa de fortalecimento do poder régio e promoveram empresas integradoras em ambos os reinos, como a Guerra contra Granada, último reduto muçulmano na Península Ibérica. As ações praticadas durante o reinado contaram com a participação e o testemunho de homens que contemplavam as mudanças que ocorriam na sociedade naquele momento. A rica historiografia castelhana do período manifesta a sua consciência histórica e se insere no programa político dos reis, de apoio a um nacionalismo historiográfico, orientado para a construção de um Estado centralizado. A política dos Reis Católicos reflete-se diretamente na historiografia produzida durante o reinado. Segundo Robert Tate (1970, p. 282), na historiografia medieval da Península Ibérica não há nenhum século que possa competir com o século XV, pela variedade de formas e pelas diversas maneiras de abordagem dos temas históricos. Durante os dois primeiros terços daquele século, encontram-se juízos múltiplos sobre os acontecimentos, tanto na historiografia oficial como na história escrita à margem da chancelaria real. Porém, nos últimos anos do século XV, estes juízos fundem-se em uma perspectiva quase uniforme, que acompanha a afirmação do poder monárquico dos Reis Católicos. Neste período, pode-se trabalhar diretamente ou não sob o controle dos reis, mas a força do mito-programa criado em torno dos monarcas, converge para uma única perspectiva e visão histórica. Entre os contemporâneos de Fernando e Isabel, que escreveram sob o clima de tempos de mudança e renovação, destacam-se os cronistas Fernando del
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seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom. Pulgar, Mosén Diego de Valera, Andrés Bernaldez, Lorenzo Galíndez de Carvajal, o continuador anônimo da crônica de Pulgar e os italianos Lucio Marineo Sículo, Pedro Mártir de Angleria e os irmãos Geraldini e Giovanni Nanni. Estes cronistas, espanhóis e italianos, ajudaram a construir e consolidar o mito do reinado. Ao resgate e à reinterpretação do passado distante, expressos na literatura latina produzida pelos italianos, somavam-se as abordagens do passado mais próximo, realizadas pelos espanhóis. Estes últimos tomavam por base a depreciação do reinado anterior, de Enrique IV em Castela, para enaltecer o reinado de Fernando e Isabel. A lenda construída em torno dos Reis Católicos, de um reinado glorioso estabelecido em Castela após um período de caos e anarquia, foi recolhida pela historiografia espanhola imediatamente posterior, como manifesta a crônica de Alonso de Santa Cruz, dedicada ao imperador Carlos V e escrita no século XVI com o objetivo de continuar a obra de Pulgar. A consagração do reinado também se manifesta nas obras dos italianos Maquiavel e Castiglione, também do século XVI. O primeiro nascido em 1469 e o segundo em 1478, pertenciam, segundo Peter Burke (1997, p. 46), à “geração de 1494”, marcada pela experiência da invasão, da impotência militar e da crise política italiana. Conterrâneos e contemporâneos, estes dois autores projetam nas suas obras imagens peculiares dos reis espanhóis, Fernando e Isabel. Por um lado, Maquiavel, em O Príncipe, dedica sua atenção a Fernando, a quem qualifica como príncipe exemplar. Por outro lado, Castiglione, cuja obra O Cortesão revela as impressões colhidas durante os anos de sua residência na Espanha, prestigia a figura de Isabel, como possuidora de todas as virtudes cortesãs e políticas. O mesmo destaque à figura da Rainha foi dado na História de Segovia, escrita pelo espanhol Diego de Colmenares, no século XVII. Este autor manifesta o orgulho do lugar onde Isabel foi proclamada Rainha de Castela e assim viu nascer a “maior monarquia que o mundo conheceu, desde a criação do homem”. Mas as obras de Castiglione e Colmenares se apresentam como exceção pois, até o Romantismo, embora se unam os dois reis no mesmo elogio, geralmente, Fernando aparece como a cabeça pensante, como o principal nome da formação da Monarquia espanhola. Como exemplos desta tendência, além da obra de Maquiavel, podemos recorrer ao tratado político de um espanhol, Saavedra Fajardo (1580-1648) – Introducciones a la política y razón de Estado del Rey Católico Don
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seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom. Fernando – e aos escritos históricos de outro italiano, Francesco Guicciardini (1483- 1540) – Ricordanze e Storia d’Italia. Ambos os autores prestigiam o pensamento político de Fernando de Aragão, embora não deixem de destacar algumas virtudes de Isabel. No início do século XIX, Clemencín compôs um Elogio de Isabel, no qual destacava o uso de documentos inéditos, para atribuir todos os méritos do reinado à Rainha e exaltá-la grandiosamente. A partir de então, sobretudo dentro dos antigos limites do reino castelhano, a figura de Isabel ocupou o primeiro plano, sobrepujando Fernando, reduzido cada vez mais à sua condição de príncipe consorte em Castela. Durante a segunda metade do século XIX, ampliaram-se os estudos sobre o reinado dos Reis Católicos. Entendidos como os forjadores do Estado Moderno Espanhol, atraíram os interesses de historiadores e literatos. As obras deste período buscavam exaltar o reinado e os reis que haviam “construído” a Espanha, como uma unidade política, e lançado o país em empresas de grande prestígio como as da América e as da Itália. Os românticos apresentaram estes monarcas como antinobiliárquicos, centralistas e absolutistas. Chegaram a anunciar uma monarquia popular, que tivera forte apoio dos súditos das camadas mais baixas do reino contra a poderosa nobreza que, ao final do reinado, teria sofrido grande derrota. Seguindo as tendências anteriores, estes historiadores se dividiam em dois partidos que rivalizavam entre si: um que exaltava a figura da Rainha e outro que destacava a figura do rei, como artífices da Espanha moderna. Durante a primeira metade do século XX, os historiadores ainda seguiam a mesma linha de exaltação do reinado e postura partidarista. A guerra civil de 1936-1939 contribuiu para a manutenção desta tendência, pois, buscando encontrar seus próprios precedentes no reinado dos Reis Católicos, tendia a exaltá-lo. Assim, as obras escritas neste período podem ser agrupadas em três correntes distintas (Cf. SUÁREZ FERNÁNDEZ, 1989, p. 38). A primeira exaltava a figura de Fernando como o grande artífice do Estado moderno espanhol. Entendia que a grande obra do reinado havia sido a política externa dirigida pelo rei. Como esta se vinculava aos interesses de Aragão, a Rainha teria um papel secundário na dupla monarquia. Participavam desta corrente Ricardo del Arco (Fernando el Católico artífice de la España Imperial, 1939), Andrés Giménez Soler (Fernando el Católico, 1941) e José Llampayas (La España imperial, 1941).
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seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom. A segunda corrente afirmava que a obra fundamental do reinado havia sido a unidade criada a partir de uma fusão dos reinos – que aliás nunca ocorreu – forjada por Castela e segundo seus interesses. A protagonista política, neste caso, era a rainha de Castela e o rei de Aragão aparecia em segundo plano, curvando-se aos interesses castelhanos. Representantes desta corrente foram César Silió Cortés (Isabel la Católica, fundidora de España, 1941), Domínguez Berrueta (Isabel de Castilla,1939), Félix de Llanos Torriglia (Isabel fundidora de España, 1941) e Feliciano de Cereceda (Semblanza espiritual de Isabel la Católica, 1946). A terceira corrente, também isabelina, atribuía à Rainha Católica um fervor religioso exagerado, uma certa dose de ortodoxia e, inclusive, de anti-semitismo. Esta abordagem aparece nos anos de 1930 na obra de Willian Thomas Walsh, Isabel de España, la última cruzada (1931 em inglês; 1937 em espanhol), utilizada mais tarde, por Fernández de Retana, Isabel la Católica, fundadora de la unidad nacional española (1947). Novas leituras sobre o reinado apareceram somente a partir da segunda metade do século XX. Jaime Vicens Vives criticou, no início da década de 1950, as deficiências da historiografia sobre o reinado dos Reis Católicos. Naquele momento, muitas das obras que se apresentavam, embora escritas por grandes historiadores, ainda seguiam a mesma linha de exaltação apaixonada do reinado e postura partidarista. Assim como Vivens Vives, outros grandes historiadores como Antonio de la Torre e Antonio Rumeu de Armas, juntamente com seus respectivos discípulos, apresentaram novas abordagens sobre o reinado dos Reis Católicos questionando a validade dos argumentos dos românticos. Voltaram-se às fontes, abundantes nos arquivos, e evitaram as afirmações e conclusões dos historiadores anteriores. Estes historiadores recusaram as posições românticas carregadas de apologias e partidarismos. Iniciaram uma nova corrente que já não mais se preocupava em exaltar um ou outro monarca e nem apontar o “papel motor” de Castela ou de Aragão na formação de um Estado Espanhol. Contribuíram inclusive para afastar a idéia que confundia a unidade hispânica com a (inexistente) fusão dos reinos de Aragão e Castela. Assim, a partir da década de 1950 surgiram várias obras que permitem conhecer melhor a situação dos reinos peninsulares do final da Idade Média e, especificamente, do reinado dos Reis Católicos. Não obstante ainda possamos encontrar
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seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom. algumas obras de tendência romântica, os especialistas no assunto continuaram a contribuir para uma renovação do conhecimento da época. Importantes são as obras de Jose Manuel Nieto Soria, Salustiano de Dios, Joseph Perez, Miguel Angel Ladero Quesada, Tarciso de Azcona, J. Antonio Maravall e muitos outros que seria prolixo enumerar. Podemos encontrar o melhor exemplo desta historiografia renovada na obra do historiador Luis Suárez Fernández. Nascido em 1924, Suárez Fernández formou-se na Universidad de Valladolid e doutorou-se na então Universidad Central em 1947. Acompanhou de perto e participou da desde o início da discussão historiográfica sobre a Espanha no século XV. Publicou vários artigos a partir do final da década de 1940 – o primeiro de que temos notícia data de 1948 – e, no final da década seguinte, em 1959, publicou uma obra de grande importância para a historiografia castelhana do final da Idade Média: Nobleza y Monarquía – Puntos de vista sobre la historia castellana del siglo XV. Outras publicações não menos relevantes apareceram nos anos seguintes. A obra que o credenciaria como um dos maiores especialistas sobre o reinado dos Reis Católicos apareceu somente no final da década de 1980 e início da de 1990. Frutos de um longo trabalho de pesquisa são os cinco livros da obra Los Reyes Católicos: I. La conquista del trono (1989); II. Fundamentos de la Monarquía (1989); III. El tiempo de la guerra de Granada (1990); IV. La expansión de la Fe (1990); V. El camino hacia Europa (1990). Entre as muitas publicações de Suárez Fernández, nos referimos apenas a estes livros porque expressam muito bem a renovação dos conhecimentos sobre o período dos Reis Católicos. Hoje, a historiografia espanhola permite acompanhar o processo de gestação da Monarquia antes da chegada de Isabel e Fernando ao trono castelhano. Não se afirma mais que os Reis Católicos partiram “do nada” nem que criaram as fórmulas milagrosas do sucesso. Ao contrário, todos concordam que as maiores virtudes destes monarcas referem-se à habilidade que tiveram em utilizar e incrementar os instrumentos de governo já existentes, criar outros e promover ações integradoras, canalizando os sentimentos e as forças presentes nos diferentes reinos peninsulares para um objetivo maior: a consolidação da Monarquia. Assim, pode-se concluir que os Reis Católicos, apontados pela historiografia moderna e romântica como “criadores” da Espanha, passaram a ser
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seu tempo. ANPUH/SP – UNESP/Assis, 24 a 28 de julho de 2006. Cd-rom. entendidos, pelos historiadores pós 1950, como “restauradores” da Monarquia espanhola.
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