Volume I PDF
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TESE
para obter o grau de
DOUTOR PELA UNIVERSIDADE DE PARIS 8
DISCIPLINA- O PROJETO ARQ'UITET~NICO
E URBANO
apresentada e defendida por
CARLOS EDUARDO DIAS COMAS
em 16 dezembro de 2002
PRECISÕES BRASILEIRAS
SOBRE UM ESTADO PASSADO DA ARQUITETURA E URBANISMO MODERNOS
A PARTIR DOS PROJETOS E OBRAS DE LUCI0 COSTA, OSCAR NIEMEYER, MMM
ROBERTO, AFFONSO REIDY, JORGE MOREIRA & CFA., 1936-45
Orientador
PHIL1PPE PANERAI
Júri
JEAN LOUIS COHEN
PHTLIPPE PANERAI
DENISE PINHEIRO MACHADO
JOSEP MARIA MONTANER
YANNIS TStOMIS
AGRADECIMENTOS
A Ana Maria e Maria Eduarda, minha esposa e minha filha, que velaram pela minha
tranquilidade durante todo esse tempo, e aos meus pais que não estão mais aqui, mas a
quem eu devo um mfnimo de disciplina. A Philippe Panerai que me encorajou e apoiou
alem de suas responsabilidades de orientador. Aos membros do do júri, Yanniç Tsiomis,
Josep Maria Montaner, Jean-Louiç Cohen. A Denise Pinheiro Machado e Margareth da
Silva Pereira que aceitaram, além de participar do júri, de relatar este trabalho. Aos meus
colegas de Porto Alegre, de Santiago do Chile, de Buenos Ajreç, Bogotá, Caracas,
Brasília, Rio, São Pauto e México que rne escutaram e apoiaram, como Glenio Vianna
Bohrer, Anna Paula Canez, Edson Mahfwz, Rogério de Castro Oliveira, Marta Peixoto,
Claudio Calovi Pereira, João Farias Rovatti, Maria tuiza Adams Sanvitto, Cristian Boza,
Enrique Browne, Rodrigo Perez de Arçe, Fernando Perez Oyarzun, Fernando Diez,
Adriana Irigoyen, Jorge Francisco Liernur, Alfonso Corona Martinez, Marina Waissmann,
Silvia Arango, Alberto Sato, Sylvia Ficher, Cecilia Rodrigues dos Santos, Ruth Verde Zein,
Miquel Adria. Aos meus alunos e parceiros, e especialmente a Marços Almeida, Carlos
Krebs, Cicero Alvarez, Fabio Bortoli, Felipe Pacheco, Juliano Vaçconce!los, Ana Carolina
Peliegrini, Marçia Heck, Denise de Souza e Juliano Dors dos Santos. A Miriam Freitas,
Zaida Muxi e Marie Toribio, que contribuíram decisivamente para esse desfecho de uma
forma ou de outra . E aos meus professores em ausência, Lucio Costa, Colin Rowe e Alan
Colquhoun.
UFRGS
Ç A C ! J L D ~ D EDE ARQUITETURA
F~IFLIOTECA
ARQUITETURA MODERNA BRAS1LEFRA
RELAÇAO DE PROJETOS E OBRAS 1936145- TABELA 07-a
N I CLASSE I PROJETO 1 ARPUTTFTO LOCAL I 1
ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA
RELAÇÃO DE PROJETOS E OBRAS 7936145- TABELA Ol-b
E VFRC
VOL. 1- TEXTOS
P R ~ L O G OPROLONGADO...
CAP~LTULOq- ANTECEDENTES
CAP~LTULO2- RAZÕES
CAP~LTUCO
3- PROT~TIPOSE MONUMENTOS
CAP~LTULO4- VARIOS PRISMAS, UM MUSEU
CAP~LTULO5- LARGO E JARDIM
CAP~LTULO6- UM QUE DE FOLIA
CAP~LTULO7- SALÕES, MOTORES, LEITOS
EP~LOGOINCONCLUSO
BIBLIOGRAFIA
VOL. II- IMAGENS
PRÓLOGO PROLONGADO
B M l L BUILPS
Em sua memória para o Pavilhão Brasileiro na Feira de Nova York de
f 939, Lucio Costa diz que a curva é o motivo básico do traçado, "dando
ao conjunto graça e elegância e fazendo com que assim corresponda, em
linguagem acadêmica, a ordem jonica, e não a dórica, ao contrario do que
sucede o mais das vezes na arquitetura contemporânea." Para ele, "essa
quebra de rigidez, esse movimento ordenado que percorre de um extremo
a outro toda a composição tem mesmo qualquer coisa de barroco- no
bom sentido da palavra- e representa de certo modo uma ligação com o
espírito tradicional da arquitetura luso-brasileira." Para a imprensa
especializada, o edifício, projetado por Lucio e Oscar Niemeyer com a
colaboração de Paul Lester Mener, e uma boa surpresa. The Tífe
Architectural Review observa que "a novidade mais pitoresca da eira& a
valiosa apresentação dos países sul-americanos". SO o Pavilhão Sueco
de Sven Markelius recebe mais atenção que o Brasileiro. Apesar das
restrições a rampa levando ao primeiro andar, este é elogiado pela leveza
e graça geralmente ausentes em pavilhões do mesmo porte. "O andar
tkrreo inteiramente aberto e a disposição informal dos mostruários em
espaços livres de divisões fixas dão a todo o edifício um desenho de
qualidade sutil t3o encantador quanto raro." Casabella comenta que tanto
o Pavilhão Brasileiro quanto o Sueco se fazem notar pela ausência de
retórica pomposa e clareza de expressão estilística. Architectural Forum
diz que o plano é magnífico e nota que seus autores são discípulos de te
Corbusier, de cujas idéias e formas o Pavilhão constitui para o redator um
mostruário superlativo. Architecfural Record aprova o quebra-sol. Para o
Magazine of Arfs,
O Pavilh%oBrasileiro tem urna pureza e um estilo de tirar o falega. A fineza
da fachada sutilmente curva faz os edifícios ordinários da Feira parecerem
quase brutais, o plano é uma refutaqão excelente dos dogmas dos
desenhistas de interiores, o arranjo no lote é projetado para produzir o
máximo de satisfação, as rampa fazem um contraste malévolo com as
saídas tipo intestino de Norman Bel Geddes no edificio da General Motorç
e a disposição de todo o edificio sobre pilotis é tão boa economia quanto
bom projeto.'
No mesmo ano de ll939, na Qcuvre Complete 1934-38, Le Corbusier
publica foto da maquete do projeto para a sede do Ministério de Educação
e Satide Pública, em construção na Esplanada do Castelo no Rio de
Janeiro, elaborado por Lucio, Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge
Moreira, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos. A foto aparece após os
desenhos ilustrando a proposta de Le Corbusier sobre outro terreno, a
beira-mar. O texto fala de um projeto anterior feito por equipe de
arquitetos brasileiros, da vinda do autor ao Rio em 1936- a convite do
ministro Gustavo Capanema- para dar parecer sobre este projeto, da
procura por outro terreno para situar sua proposta e da constataçáo da
indisponibilidade desse terreno após sua partida. Uma perspectiva
axonometrica sugere que o partido do projeto em construção é do próprio
Le Corbusier e o desenvolvimento da equipe, só nomeada parcialmente.
O mesmo volume contém a proposta igualmente malsucedida para a
Cidade Universitaria d o Brasil, elaborada na mesma o c a s i ã ~ . A ~
publicaçáo simultânea em Archítettura do projeto de Marcello Piacentini e
I uFRGS
FACULDADE DE ARQU~TETUW
OIBLIOYECA
Vittorio Mopurgo com o mesmo programa e para o mesmo local mostra
que a influência italiana no Estado Novo brasileiro de Getulie Vargas não
era desprezive~.~ A publicação imediata da memória do projeto definitivo
do MESP pela equipe brasileira traz fotos da maquete e questiona
sutilmente a autenticidade da axonombtrica de Le Corbusier, ao mostrar
os desenhos correspondentes ao risco efetivamente elaborado pelo
consultor francês para o terreno do Castelo, firmados e datados da
antevéspera de sua a ar ti da.^
Pavilhão e Ministério são as âncoras da exposição sobre a arquitetura
moderna brasileira planejada pelo MoMA de Nova York desde janeiro de
1942, antes do Brasil entrar na guerra do lado dos Aliados. É notório que
considerações extra-disciplinares não são alheias ao fato, a Palitiça da
Boa Vizinhança de Roosevelt e a própria carência de material para
exposições. A arquitetura moderna tinha sido proscrita na Alemanha e na
Rússia no começo da década. A depressão tinha diminuido o número de
empreendimentos imobiliários nos Estados Unidos e Europa, a guerra
praticamente paralisara a construção na Europa.
Entretanto, o interesse na superação do Internafiona/ Sfyle que o próprio
Museu promovera (1932j5fora estimulado pela mostra Recent works by
Le Corbusier (1935)e vinha se evidenciando desde a montagem da
seção de arquitetura da exposição sobre FanfasficArt, Dada and Surre-
alism (1936). 0 s títulos das exposições subsequentes falam por si
mesmos: A New House by Frank Lloyd Wsight on Beas Run, Pennsylvania
(I9381,J%ieBauhaus: 1919-28 ( I 9381,Archjfecfureand Fumiture by Alvar
and Aino Aalto (7 938)r Three Centuries of Ameican Architecfure (7 9401, a
seqão de arquitetura colonial mexicana em Twenty Centurjes of Mexican
drf (19401, The Wooden House in America (1940), Stockholm Builds
(I940), Frank Lioyd Wnghf, American AFchitect (194 1) , Regional Building
in America (1941), Architecture of Enc Mendelsohn j914-40 (1942).60
interesse não implica em reavaliar o ecletiçrno rejeitado pela vanguarda
moderna dos anos 1920, mas contradiz a idéia duma ruptura radical com
o passado. Leva a postular que o ecletiçrno não passa de um hiato
aberrante e que a arquitetura moderna trata de recuperar a coerência
encontrada em todos os grandes estilos na história. Latente em Vem une
Architecture, é tese que Lucio havia desenvolvido explicitamente em
Razões da Nova Arquitetura (i 934).7
A ideia de cobrir arquitetura brasileira tanto antiga quanto moderna tem o
aval de Wiener, professor convidado da Universidade do Brasil al6m de
genro de Walter Morgenfhau, o Secretário de Tesouro de Roosevelt,
assim como o de Robert C. Smith, Diretor Associado da Fundação
Hispãnica da Biblioteca do Congresso e autoridade em arte luso-
brasi~eira.~O curador da mostra e o arquiteto Philip Goodwin, autor do
Centro do Setor de Alimentação na Feira e co-autor da sede do MoMA.
Durante a estadia no Brasil para colher material, Goodwin e seu colega
George Kidder-Smith tem todo o apoio do Serviqo do Patrimõnio HistSsico
e Artístico Nacional (SPHAN) do Ministério de ~ d u c a ç á oBraziE
.~ Builds:
New and Old 1652-1942 abre em janeiro de 3943. O livro correspondente
tem texto de Goodwin antes de cada seção e reprodução das fotos de
~ i d d e r - ~ m ."O
ith
25
1
A mem6ria se publica no Album do Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial de Nova York.
New York, H.K. Publishing, 1939, como parte do relatbrio do corniss8rio da exposição,
Armando Vidal. O relatoria reproduz a maioria das criticas e faz análise sistern3tica da
atenção dada ao Pavilhão Brasileiro em cornparaç30 aos demais. Curiosamente, não é
citada a nota altamente elogiosa de F.A. Gutheim. Buildings at fhe Fair in Magazine of
Arts, maio 1939, pp. 286-9, 316. Pode-se encontra-la reproduzida em Zilah Quezado
Deckker, Brazil Built: The Architecture of the Modern Movement in Brazil, London, Spon
Press, 2007.
2
Le Corbusier e Pierre Jeanneret, tEuvre Compldte f934-38. Zurich, Editions
Girsberger, 1939.
3
Capanema faz um resumo dos eventos ligados ao projeto da Cidade Universitária e do
Ministério em depoimento aos arquitetos Alberto Xavier, José Carlos Coutinho e Luiz
Sisberg de 12 de dezembro de 1965, publicado na revista Módulo de maio de 1985 e
republicado com breve introduçao de Oscar Niemeyer como O Estado e a Cultura, em
Carta, informe de disfribuiç%orestrita do Gabinete do Senador Darcy Ribeiro, Brasilia,
sld.
4
Lucío Costa, Oscar Niemeyer, Afonso E. Reidy, Jorge M. Moreira, Carlos Leão, Ernani
M. Vasconcelo~. Edifício do Minfst4tio de Educação e Saude, in Arquitetura e
Urbanismo, julho e agosto de1939, pp. 543-50. A memória, redigida por Lucio será
republicada em Lucio Costa, Sobre arquitetura, Porto Alegre, CEUA, 3966, sem os
desenhos do segundo risco de Corbusier. A legenda da axonornétriça diz Projet de
Palais du Ministère de Santé Publique au Castello- o terreno original. Segue-se a data,
13 de agosto de 7936, e a assinatura. No dia seguinte, Corbusier faz sua ultima
conferência, embarcando de volta para Paris ocorre em 15 de agosto. Os originais estão
no Arquivo Capanema, Centro de Processamento e Documentação da Fundação Getulio
Vargas, Rio.
5
Através da montagem de exposição e publicação do respectivo catalogo, Henry-Russell
Hitçhcock & Philip Johnsan, The Intemational Style- Architecture since 1922, New York,
Norton, 1932, republiçado em 1966.
6
Conforme retrospectiva feita em Elizabeth Mock, ed. Builf in USA- since 1932, New
Yo&,MOMA, 1945, pp. 124-7.
7
Publicado na Revista da Diretoria de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal, n.O 1,
vol. 111, janeiro 1936. Reproduzido em Lucio Costa, Sobre Arquitetura, Podo Alegre,
CEUE, 1966 e Lucio Costa, Lucio Costa- Registm de uma viv&ncia, São Paulo, Empresa
das Artes, 1995.
8
Robert C. Smith havia feito pesquisas no Brasil na década de 1930 e publicado
resultados em Handbook af Latin American Studies f 9 37, Çam bridge, Harvard
Uníversiíy, 1.938, p. 50-58, The colonial churches of Brazil in Bullefin of the Pan Arnerican
Union v. 72, Washington, 1938 e extenso artigo sobre l h e colonial architecfure of Minas
Gerais in Brazit, in Arf Bulletin, vol. 21, Chicago, 1939, pp. 110-59, il.
9
A ciiaqão do Serviço data de 1936, mas seu perfeito funcionamento vem de janeiro de
1937, com uma lei que o erigiu em bases definitivas. Ver Rodrigo de Melo Franco de
Andrade, Rodrío e o SPHAN, Rio, Minc SPHAN Pró-Memória, 1987, p. 30,
10
Philip Goodwin, Brazíf Builds: New and Old 1652-1942. Filew York, MoMA, 1943.
11
Equivocadamente, a Igreja do Outeiro da G16ria do século XVIII se aponta como neo-
barroca e atribui a Koeller e Riviere, confundindo-a com a Igreja Nossa Senhora da
Glória neoclassica dos mesmos arquitetos.
12
Urna das falhas no livro por outro lado excelente de Zilah Quezade Deckker e a
equivocada correlação arquitetura moderna brasileira com o barroco em Brazil Builds.
Como se vera adiante, ela corresponde a uma noção que se firma após 1945.
13
Conforme Nabil Bonduki, Ongens da Habitaçáo Social no Brasil- Asquitefura Moderna,
Lei d o inquilinato e Difusáo da Casa Própria. São Paulo, Estação Liberdade, 1998.
14
Philip Goodwin, Brazil Builds, op. cit., p. 103.
15 Bullefin of the Museum of Modern An', Maio 7 943.
I6A conferencia foi publicada em John Surnmerson, Heavenly Mansions, New York,
17 The need for a new monumentality, Paul Zucker, ed. New Architecture and City
Planning; a symposium. New York, Philosophical Library, 1944, republicado em Harvard I
The Architectural Review IV,1984, Monumentality and the city, Nine points on
Monumentality
Siegfried Giedion, Space time and architecture. Cambridge Mass., Harvard University
I
18
Press, 1941; 5thed. 1967 p. xxxxviii
19Elizabeth Mock, ed. Built in USA, op. cil., pp. 5-8. I
22 Contudo, ambiguamente, Mock diz que o Pavilhão reflete as idéias mais recentes de
Le Corbusier, o que é definitivamente um exagero, como se pretende mostrar nesta tese.
I
25Lucio Costa, Sobre Arquitetura, Porto Alegre, CEUE, 1966, reproduz todos, com
exceção do relatório e memorando publicados em José Pessoa, ed. Lucio Costa:
Documentos de Trabalho,Rio, IPHAN,1999. Contudo, a versão da memória do Pavilhão I
26 Citado em Hugo Segawa, Arquiteturas no Brasil 190D-1990. São Paulo, EDUSP, 1997.
p. 105 I
27 Jorge Czajkowski, Documento- Carfos Leão, in AU 48, São Paulo, pp. 69-80.
28Siegfried Giedion, A Decade of New Architecture 1937-47, Zurich, Editions Girsberger, I
1951.
29 Umrelatoda atuação decisivade Niemeyerno projetoé dada por VictoriaNewhouse, I
Wallace K. Harrison, Architect. New York, Rizzoli, capo 12, especialmente p. 125-127. A
credibilidade deriva da evidência documental e aumenta em função da apresentação
inicialmente condescendente do arquiteto brasileiro, que a imaginação fantasiosa da I
autora coloca como ex-empregado de Corbusier, para ela autor do MESP. Burton G.
Tremaine era diretor da Miller Company ~m Meriden, Connecticut, que produzia
equipamento de iluminação industrial. Era casado com Emily Hall, ex-mulher do barão I
Maximilian von Romberg, desde meados do anos 40. Emily se tornou a diretora de arte
da companhia e começou uma coleção de arte para a mesma, que percorreu os.Estados I
Hitchcock, William Holford, Siegfried Giedion, Walter Gropius, Lucio Costa, Alfred Roth.
in The Architectural Review, CIV Setembro 1948, pp. 117-128.
j
em português como A Obra de Oscar Niemeyer, in Lucia Costa, Sobre Arquitetura, Porto
Alegre, CEUE, 1966 pp. 161-164. I
27 I
38
Republicado em Lourival Gomes Machado, Bamxo Mineiro, São Pauto. Perspectiva,
1969, p. 96.
39
Gemain Barin, L'Architecture Religieuse Baroque au Brésil, 1956. Tradução brasileira,
A Arquitefura Religiosa Barmca No Brasil, Rio, Record,2983. A pesquisa se faz no pais
de 7 945 a 55, quando Bazin estava aqui radicado como diplomata.
40
Marcelo Puppi examina o processo no trabalho inedito, Des espaces inachevds: Le
Corbusier, Lucio Costa ef Ia rnaíson du Brésil. Breve histoire d'un projef (1953-56),
apresentado no seminário Histoise de I'Architeecfure au XXdrne. siecle do prof. Gbrard
Monnier, D €A-Hisfaire de I'Architecture Moderne et Contemporaine, 1995-96.
41 In Lucio Costa, Sobre arquitetura, op. cit., pp. 199-200.
57 Edrnund N. Bacon, Tbe Design of Cities, New York. Viking Press, 1974.
58 Kenneth Frampton, Modern Architecture: a Crifica1 History. London, Tharneç and
Hudson, ? 980.
59
Yves Bruand, Arquitetura Contemporãnea no Brasil, São Paulo, Perspectiva 198 f
M)
Ver a bibliografia anexa.
'' Henrique Mindlin, Modem Architecture in Brazil, op.cit.
62
Starno Papadaki, Oscar Nierneyer, New Yoh, Brariller, 1960.
63
David Underwood, Oscar Niemeyer and the architecture of Brazil. New York, Riuoli,
1994.
Kenneth Frampton, Modem Architecfure- 192&7945. Tokyo, GA Docurnent.1983.
Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Fimino Saldanha,
Jose de Souza Reis, Jorge Moreira, Angelo Bruhns- Mernbria da Cidade Universitária do
Bmil, in Revista da Diretoria de Engenharia da Prefeitura do Distrito Federal, n . O II, vol.
IV, março de 1937. Reproduzido em Sobre Arquitetura, op. cit., 67-85. A passagem
citada se encontra as pp. 84-5.
66
Entrevista A revista Manchete, no. 63, de 4.7.53, republicada como Oportunidade
Perdida in Sobre Arquitetura, op. cit., pp. 252-59, acompanhada do texto da entrevista de
Max Bilt.
" Niemeyer, Forma e Função na Arquitetura. IR Arte em Revista n.* 4., São Paulo,
agosto 1980, pp. 57-8.A citaçáe de Mies integra reflexões a propbsito da edificio
Seagram, em Peter Carter, Mies van der Rohe at Work. London, Phaidon, 1961, pp. 61-2
68 Reyner Banham, Theory and Design in the First Machine Age. London, The
Architectural Press, 1960 Tradução brasileira, Teoria e Projeto Primeira Idade da
Máquina, São Paulo, Perspectiva, 1975. A informação é de entrevista ao autor, 1986.
" Paulo Santos. Quatro Séculos de Arquif efura. Barra do Pirai, 1977.
'O Ver Lucio Costa, Arquitefura Brasileira, op. cit. OU Depoimento de um arquitefo cafioca,
ín Sobre Arquifetura, op. cít.
71 Idem.
72 Idem.
73
Colin Rowe, The Mathematics of the Ideal Villa and other essays. Carnbridge, Mass.
MIT Press, 1976. Frampton- Modern Architecture: a Critica1 History. London, Thames and
Hudson, 1980. p. 158. Capitulo Le Cohusier and fhe Esprit Nouveau 1907-31.
74 Alan Colquhoun, Displacement of Concepts in Le Corbusier, Architectural Design 43,
abril 1972, pp. 220-43.
75
Donald Drew Egbert, The Beaux-Arfs Tradition in French Architecfure, Princeton,
Princeton University Press, 19. Professor de Venturi, Egbert resume a teoria de projeto
acadêmica.
76
A observação ocorre sem maior desenvolvimento em The Stmfegies of the Grands
Travaux, um dos três estudos sobre Le Corbusier, in Modernity and the Classical
Tradifion. Cambridge, Mass. MIT Press, 1989. p. 134. A atençáo se desloca para a
cornposiçáo nos outros dois, Architecfure and engineefing: Le Corbvsier and the Paradox
of Reason e The signiffcance of Le Conbusier. Na mesma colelanea, aparece um breve
apanhado sobre o conceito de carater de Quatremère de Quincy em Rafionafism: a
Phitosophical Concept in Architecture e o conceito de composiçáo se examina em
Composítion vs. the Project.
C A P ~ U L OI-ANTECEDENTES
ORDEM E PROGRESSO
>
41
Morales chama a atenção para a Casa Colombo, de sua autoria, feita a
base do ferro.
O ferro se impõe e urna arquitetura nova com caracteres peculiares e estilo
próprio acha-se em estado de gestação nos tempos atuais. Todos nos
colaboraremos ciente ou inconscientemente para a consagração desse
tipo definitivo da nossa moderna arquitetura.
Por fim, Morales reitera id6ia afim ao caráter distintivo de Quatremère,
que o apogeu de uma época histórica ou de grandeza de uma civilização
ou povo está em razão direta com o desenvolvimento de sua arquitetura
peculiar e com a consagração do tipo definitivo que a caracteriza. Povos
com idgnticas crenças e costumes e climas análogos compartilham o
mesmo tipo arquitetônico, não obstante apresentem rnodifiçação de
detalhes. Propõe, portanto, estudos visando a criação dum tipo
arquitetõnico condizente com as condições climáticas do pais, como
estavam realizando os arquitetos norte-americanos na Califórnla.
Aconselhava, como ponto de partida, o estudo da arquitetura pompeiana,
bem como o das derivadas do tipo ogivalizado nas artes Srabe e
rno~arabe,em abordagem transcendendo o interesse predominantemente
ornamental dum Owen Jones. 27
A REAÇÃO NACIONALISTA
E possível que a explosão irnobili2ria que se segue tenha impedido
Morales de refletrr demasiado sobre suas proposições quanto ao espírito
da época e do lugar. Durante a guerra, porém, a construção primeiro
diminui e depois paralisa 0 bloqueio maritimo impossibilitando as
importações. Há condições para uma reflexão sobre a pmdução do
período e duas criticas enunciadas em nome dum nacionalismo
emergente vão sustentar o movimento neoçolonial. A primeira critica é a
do engenheiro português Ricardo Severo, sócio de Ramos de Azevedo.
Ela se articula em conferência de 20 de julho de 1914, ditada na
Sociedade de Cultura Artística, que a publica como A arfe tradicional
brasileira: a casa e o templo em 1916; no mesmo ano se funda a Revlsfa
do Brasil, órgão academizante visando promover o conhecimento do pais,
que logo veiculará as idéias de severo2'. A segunda é de Manteiro
Lobato, autor de Urupês, de 1915. Lobato comenta ai o esboroar-se da
literatura indigenista e seu nobre selvagem face ao selvagem canibal de
carne e osso descoberto pelas expedições amaz0niças do General
Rondon, opondo a figura do taciturno e modorrento caboclo Jeca Tatu por
ele inventado ao mítico e triunfal Peri do romântico José de ~lençar.*"o
Estado de São Paulo, de 6 de janeiro de 1917, Lobato apoia Severo e
discorre sobre a necessidade dum estilo nacional.
Para Severo, a cultura autóctone da terra, por seu primitivisrno, não tinha
força para embasar uma arte de caráter nacional. As artes decorativas
podiam inspirar-se na cerâmica marajoara. Vista a precariedade da casa
indígena, nada havia de interessante a resgatar em termos de arquitetura.
Cabia buscar os elementos e modos de composição duma arte com
pretensão tradicional nas formas e partidos transplantados pelo
colonizador. Uma arte brasileira autêntica devia remontar-se a cultura
ibérica, legatária da cultura romana e moura. 0 s moldes e figurinos
adotados desde 1870 eram completamente alheios ao caráter do pais e a
lógica tradicional, fundamentalmente latina, da sua cultura.
Um primeiro momento eclético havia sido motivado pelo afã de criar uma
nova nacionalidade, diferente da col6nia e da metrópole. Levara a
abandonar os rnode!os coloniais e importar dos centros opulentos e
deslumbrantes da civilização o material exótico com o qual compor o
estilo de uma civilização própria, mas nada mais conseguindo que obras
sem caráter def7nido. Um segundo havia sido determinado em grande
parte pela diversidade das correntes migratorias e pelo mau gosto
conjunto de cliente e mestre de obra, Caracteriza-se por um abuso
decorativo sobreposto as fachadas, sem discrição, sem compostura
arguitetural, sem o mínimo senso estético, por urna mistura de formas
exóticas, sem a menor harmonia estética, incompatíveis com a paisagem
local, simplesmente retiradas do catálogo europeu. Conclui ser necessário
que os jovens arquitetos iniciem uma era de renascimento brasileiro.
Dubugras, interessado, visita detidamente em 1915 as casas coloniais
das redondezas de São Paulo, na companhia de Washington Luis, o
prefeito de S%o Paulo. Severo financia as viagens de Wasth Rodrigues,
exímio desenhista e competente pesquisador, a São Paulo, Rio, Minas
Gerais e Bahia, para registrar com desenhos explicativos e corretos a
arquitetura do período co'lonial.
Os pontos de contato com a tese, se não a pratica, de Morales sãto
rnúltiptos. Insistindo numa arquitetura nacional que leve em conta o clima,
o quadro local, o meio social, a funcionalidade, Severo critica o ecletismo
que é estranho ao ambiente, não a postura em si. A um ecletisrno
genérico que afirmava sua legitimidade na incorporação pbsturna da
qualidade e consistência de segmentos seletos da história da arquitetura
se opunha um ecletisrno específico, que se considerava legitimado pela
sua fidelidade às raízes da nacionalidade que haviam aqui germinado
mas eram originárias de Portugal. A revivescência do legado arquitetõnico
colonial é acessível, popular- ou populista, nostálgico e ufanista- mas
integrado a um movimento mais amplo que o antecede na América
Hispânica e çuja fonte paradoxal é a Califórnia norte-americana, corno
Morales assinalava.
A manifestação pioneira de revivescência do colonial ibérico fora a
Universidade de Stanford em 1885. Shepley, Rutan & Coolidge,
sucessores de Richardson, fundem aí os detalhes românicos com os
pátios, as arcadas e as superfiçies lisas evocando os edifícios de adobe
das Missões californianas. Dois pavilhões de exposições internacionais
contribuem para a difusão da tendência, o Pavilhão da Califórnia na Feira
de Chicago de 1893 e o de Cuba na Exposição de Paris de 1900. Quando
Bertram Goodhue faz o projeto para a Exposição Panamá- Pacifico de
San Diego em 19i1, o estilo já havia mostrado a sua versatilidade em
residências como as de Iwing Gill, estações ferroviárias e hotéis. Já se
espalhava pela Republica Dorninicana, por Puerto Rico, Cuba, Panamá,
Peru e, em particular, pelo México, que em 1889 patrocina uma
manifestação neoindigenista pioneira no seu Pavilhão da Exposição de
Paris. Na Argentina, que comemora o centenário da independência em
1910, o escritor Ricardo Rojas diz que a polaridade América- Europa se
supera com a síntese eurindica, arnálgarna cultural do próprio e do alheio.
Voltando de Paris em 1913, o jovem arquiteto Martin Noel se opõe ao
academico Alejandro C hristophersen, que desvaloriza a arquitetura
colonial. Em setembro de 1914- pouco após a conferência de Severo-
Noel fala no Museu de Belas Artes de Buenos Aires, descobrindo na
43
arquitetura e arte coloniais a intima irnbricação do indígena e do
espanhol, a fusão que permite falar de formas mestiças ou indo-
hispânicas. Na arquitetura hispano-americana dos s6culos XVI1 e XVlll,
Noel vê a síntese que integra modelos andaluzes e o acewo artesanal e
içonográfico indígena, equivalente a reivindicação contemporanea da arte
mudejar como parte indissoliivel do caráter da arte espanhola. Quando
Monteiro Lobato escreve apoiando Severo, o neocolonial já se difundira
no Chile, Venezuela e ~ o l ô r n b i a . ~ ~
Monteira Lobato ataca simultaneamente a falta de originalidade da
arquitetura brasileira e os inúmeros disfarces das suas fachadas. Começa
dizendo que a forma estética duma cidade esta intimamente ligada a
'produção dos humildes operários, artesãos, carpinteiros, ferreiros,
ceramistas e muitos outros que se ocupam de construir o universo urbano
e não necessariamente As obras dos grandes mestres.
EstiJo é a foma peculiar das coisas. E um modo de ser inconfundível. É a
fisionornia. É o msfo. Não ter nisto é um mal tão grande que as cidades
com receio de criar o seu próprio imporfam máscaras alheias para fingir
que tem um.
São Paulo havia adotado todas as máscaras em venda no mercado,
confundindo beleza natural com maquilagem maori. 3' Vá rios parágrafos
mostram que o quotidiana da cidade nada tem de brasileiro por causa da
incultura.
lncultura nos incultos, meia cultura nos cultos, esnobismo desenfreado nos
entendidos e quadratura parandica nos mentores supremos, esse o
quadro dentro do qual a forma estética da cidade evolui. O estilo não se
faz. Nasce por exigencia do meio. Pois num meio incapaz dessa exigência
cabe aos artistas provoca-Ia criando o estado de espírito propício. E que
artista é capaz de fazer isso? O anônimo, o artista das multidões somente.
Certo que cabia ao Liceu de Artes e Oficios formar operários esclarecidos
das questões do estilo local, Lobato elogia os diretores Ramos de
Azevedo e Severo pela autoridade moral e o valor para a tarefa. Nota os
palacetes que surgem e acrescenta.
Coe-se arte colonial através dum temperamento profundamente esféfico,
fiIho da terra, produto do ambiente, alma aberta a compreensão de nossa
natureza: e a arfe colonial surgirá modernissima, bela, fidalga e gentil,
como a Iingua bárbara de Vaz Caminha sai bela, fidalga gentil e
modemíssima dum verso de Olavo Bilac2''
Severo e Lobato atraem a hostilidade de Christiano Neves, que como o
argentino Christophersen, nega qualquer validade A arte colonial, não a
contemplando no quadro da tolerância estilística acadêmica. Frente a
Cloquet que preconizava ou a adaptação das fórmulas dum estilo
histórico ou bem inventar formas inteiramente novas, Christiano
argumenta que o estilo que Severo e Lobato queriam ressuscitar era
espiirie, o próprio termo barroco sendo sinônimo de extravagância. E a
invenção de fórmulas inteiramente novas era impossível numa sociedade
ainda em formação, cujo tipo não se havia ainda fixado. Lobato retruca
: que, se os nossos arquitetos não tinham a capacidade de criar um novo
estilo, como Otto Wagner, havia entre a minoria gente que fazia obra
honesta adaptando as formulas dum estilo histórico. Nada mais coerente
e sensato que a escolha deste estilo entre os que tinham florescido na
peninsula
A postura de Severo não e só alternativa para a carência de materiais de
construção importados ou oportunismo explorador do sentimento de
insegurança da família tradicional brasileira frente a mobilidade social da
imigrante e arregimentação Esgotado o ciclo de
modernização pautado pela autonomia regional, Severo e Lobato
propõem repensar a arquitetura em função duma possível identidade
nacional, fundindo, ao menos em teoria, todas as etnias, senão as raças,
sob a tutela do colonizador original, revalorizado. Manuel Bandeira,
, pernarnbucana e ex-estudante da Politecnica paulista, concorda:
O mau gosto tomou tais proporções que as velhas casas pesadonas do
tempo da Colõnia e da Monarquia assumiram por contraste um ar distinto
e raçado, um ar de nobreza para sempre ausente na República Era
preciso construis a casa brasileira segundo as necessidades do nosso
clima, $OS nossos C D S ~ U M ~35S .
A reivindicação de unidade estilistica afirma o anseio duma nova unidade
cultural. Não menos importante, as criticas indicam o fastio estético
incipiente com a sobrecarga ornamental e a textura de bolo de noiva, a
predisposição a um maior despojamento formal, o endosso de abstração
maior, o repudio ao ornamento que Adolf Loos proclamara criminoso em
1904. Por mínima que seja, essa predisposição é a contrapartida, no
'campo de arquitetura, do desejo crescente, na literatura e nas artes
plásticas, de por fim ao marasmo e a inconsequência artistica, através da
abertura de capitulo novo e atualizado, informado pelas experiências
estéticas européias anteriores e concomitantes à Guerra. 36
A inquietação provocada pelo Futurismo italiano, o Cubismo e o Fauvismo
parisienses, o Expressionisrno afern%o e a Dada nascido em Zurique
sacode uma nova geração. Oswald de Andrade - milionário jornalista- era
o agitador cultural que difundira aqui o Futurismo, após viagem a Europa
em 1912, e escrevia em prol duma pintura nacional já em 7915. O
Expressionismo dos quadros do lituano Laçar Segall fora bem acolhido
em 1913, assim como, em 1914, os da paulista Anita Malfatti, aluna de
Lovis Corinth em Berlim. Em .1917,Anita, que fora estudar nos Estados
Unidos, faz nova exposição, mas a crítica de Lobato e a subsequente de
Nestor Rangel Pestana questionam a sinceridade da artista e a
viabilidade estética do futurismo na pretensão de representação plastica
do movimento. 37
Se o inicio de 1917 traz o apoio importante de Lobato ao neocolonial e a
conclusão da casa Numa de Oliveira por Severo,o fim é marcado pelo
choque polêmico que arregimenta, em torno a Anita, Oswald e o poeta
Mário de Andrade, professor no Conservatório Dramático e Musical de
São Paulo, colaborador de revistas literárias, o pintor Di Cavalcanti, o
jornalista Menotti det Picchia. Instaura-se uma rebeldia nova, a repensar a
literatura e as artes plásticas do pais em funçao do tempo diferente,
legitimamente o tempo da modernidade maquinista, com direito ate a uma
greve geral em 1917. Em maior ou menor grau, desordem e progresso
eram experiências correntes em todas as capitais brasileiras. A vivência
paulistana de Oswald não difere muita da de Marinetti em ~ i l á o . ~ ~
Primeiro em São Paulo, depois em todo o país, uma juventude criativa e
privilegiada se alia com a expressão desse tempo. Em funcão do enorme
surto imobiliário, as Escolas de Engenharia e a Escola Nacional de Belas
Artes passam a abrigar professores e alunos de classe alta, com
condições econômicas, sociais e culturais de acompanhar os movimentos
das vanguardas artísticas européias. Dotados de conexões influentes e
mais desenvoltos nas sutilezas dos labirintos do poder, são capazes de
influenciar a favor de suas idéias a política governamental no campo das
artes e arquitetura. Muitos são filhos de altos funcionários de Estada, de
empresários ou de profissionais liberais. A formação européia anterior ao
curso 6 frequente. Fi!ho de engenheiro em missa0 diplomática na França,
nascido em Toulon em 1902 e educado na Inglaterra e Suíça, admitido na
, Escola Nacional de Belas Artes em 1917 e formado em 1924, Lucio Costa
exemplifica o padrão.3"
L LITERATURA E BEIAS ARTES, INDEPENDENCIA E MODERNIDADE
1918125
Entre 1918 e 1922, o ano de çomemoraçãa do Centenário da
Independência, a prosperidade do pais continua alicer~adano café. Um
- aumento significativo de investimentos americanos e alemães compensa
a retração do capital inglês. Na literatura e nas artes plásticas do pais a
arregimentação em prol da renovação estgtica continua. 1939 é o ano da
descoberta do escultor Victor Brecheret, italo- brasileiro recém chegado
da Europa, apoiado mesmo por Ramos de Azevedo e Monteiro Lobato.
No Rio, Manuel Bandeira lança Carnaval. Em 1920, Brecheret exibe o
projete não premiado para o Monumento as Bandeiras. Mario de Andrade
descobre no Aleijadinho a alma criadora de gênio. Regressam a São
Paulo, vindos da Suíça, os escritores Sergio Milliet e Rubens Borba de
Moraes, os artistas plásticos Antônio Gomide, Regina e John Graz.
Oswaldo Goeldi, filho de cientista radicado no Para, volta para o Rio, onde
faz sua primeira exposi~ãono ano seguinte. Pernambucano formado na
Franga e radicado no Rio, Vicente do Rego Monteiro exibe seus desenhos
sobre lendas indígenas. Em outubro de 1921, Mario e Oswald viajam ao
Rio para ler suas poesias, contatalido Manuel Bandeira, o músico Villa
r Lobos, Álvaro Moreira e Ronald de Carvalho. Em novembro, o diplomata
Graça Aranha encontra-se em São Paulo com Di, Oswald, Mario, Menotti
e Guilherme de Alrneida. Autor de Canaã , membro da Academia
Brasileira de Letras, Graça apresenta Di a Paulo Prado, historiador e rico
cafeicultor, educado em Paris. Dai surge a idéia de um festival reunindo
escritores, artistas plásticos e músicos do Rio e São Paulo, sob a forma
de tr6s noitadas no Teatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922,
a Semana de Arte Moderna.
O festival é patrocinado por Paulo Prado e outros nomes significativos da
alta sociedade paulistana. Entre os palestrantes estão Graça, Menotti de1
Picchia, Ronald de Carvalho e Mario de Andrade. Entre os expositores
estão Anita, Brecheret, John Graz, Vicente do Rego Monteiro e Di
Cavalçanti. A música tem Villa-Lobos como principal atração; a arquitetura
e representada por tra balhoç do ilustrador espanhol Antonio Garcia Moya
e projetos de Georg Przyrembel. Ligado a família de Tarsila, Moya exibe
perspectivas de vários projetos, entre os quais um mausoléu de volumes
cristalinos, que lembra, na composição o projeto corbusiano de 1910 para
ateliês de artistas; a volurnetria e a ornamentação recorrem a inspiração
maia de Wright na Casa Hollyhock, de 1917. Przyrembel participa com
projeto de casa de praia que passa por um neocolonial abstrato. 40
Teige cita e se irmana com Hannes Meyer, para quem a arquitetura, como
todas as coisas Uteis, era produto da formula função vezes economia.
Nenhuma dessas coisas 6 obra de arte. Toda arte é composição e
portanto inapropriada para um fim particular. Toda vida e função e
portanto não artística. Corbusier é atacado a direita pela maquinolatria, a
esquerda pelo idealismo. No segundo caso, os ataques são internos ao
próprio movimento moderno e tençionarn os primeiros CFAM. No primeiro
caso, os ataques vem de fera. São a expressão individual duma
campanha que condena a arquitetura moderna pelo internacionalismo de
feição e pretensão que se diz mesmo judaico, ao mesmo tempo em que a
condena por alemã e bolchevique, que são suas bases geográficas e
políticas de fato.
Corbusier é obviamente um personagem. Corno tal, é recebido com
pompa e cirçunstânçia. A recepção que a grã-finagem paulista lhe dá é
devidamente caricaturada por Menotti de! Picchia no romance ~ a l o m é . ~
Mário de Andrade registra a visita mas lamenta que tudo fique em
importação de palavras e não passemos de fornecedores de Aldas para
outros tantos Verdis. Menciona negociaçdes fracassadas entre Corbusier
e a família do pintor Cicero Dias quanto ao projeto de casa no Recife - e
acrescenta.
A arquitetura moderna do que carece não é de pequenas construções e
sim de grandes edifícios que a defhitivern na consciência social. Estes,
apesar da tão ignorada Bauhaus, de Gropius, a bem dizer inda n3o
existem. E não será a velha Aménica do Suf que torne uma iniciativa
dessas. A nova Rússia sim, como fez com o Bureau Central de Moscou,
que será criação de Le Corbusier e cujos projetos e descrição já o Diário
Nacional publicou.
AS CONFERENC!AS DE BUENOS ARES
Corbusier faz dez conferências em Buenos Aires. Na primeira, reclama
que on me taxe aujourd'hui de révolufionnaire.je vais vous confesser que
je n'ai Jamais eu qu'un rnaitre: le passe; qu'une formafion: l'étude du
passé. Mas insiste em que no tempo novo é preciso se délivrer de fout
esprit acadérnique, que é o que adrnef des formes, des méthodes, des
conceptspparce qu'jls existent ef qui ne demande pas pourquoi.
A alusão dos cinco pontos as cinco ordens fica ainda mais clara quando
se recorda que na sua publicação em L'Architecture VEvante, no outono-
inverno de 1927, junto com o projeto da casa Meyer, a casa Cook, Bessac
e o projeto da Liga das Nações, os pontos eram seis, incluindo a
supressau da cornija. Por outro lado, em Buenos Aires a janela horizontal
ganha companhia. Entre as alternativas da fachada livre, Corbusier inclui
o pano de vidro das lojas de departamentos em Paris e o pano revestido
de pedra, além da parede mista que não 6 nada mais senáo a velha
parede perfurada e da parede-armário, que é um dos temas da última
conferência, L'Aventuredu Mobilier.
Intitulada Architecture en Touf, Urbanisme en ~ouf, a terceira conferência
começa com uma declaração de crença na beleza, afirma a arquitetura
como vontade "consciente" e "posta em ordem" que deveria reger o
mundo do objeto a cidade pois o espaço exterior é sempre um interior.
Propõe uma volta ao simples que n'esf pas te pauvre, le simpie est un
choix, une discrimination, une cristallisat~onayant pour objef ia pureté
rnêrne. Le simpie est une concentration. Parafraseando Laugier, pede a
unidade no detalhe, o clamor no conjunto da cidade. Conclui citando o
início de Une Maison, Un Palais e insistindo na diferença entre arquitetura
e engenharia, parafraseando Vitruvjo.
L' architecture est un événernent indéniable qui surgit en te! instant de Ia
creation ou I' esprit, préoccupe d'assurer Ia soliditb de I'ouvrage, d'apaiser
les dbsirs de confort, se Zrouve soulevé par une intention pluç 6levée que
celle de simplement sewir et tend a manifester les puissances lyriques qui
nouç animent et nous donnent Ia joie ....67
Segue-se Une cellule 6 l'échelle hurnaine. Corbusier recorda que, nos
idos de 1914, quando lhe ocorreu a idéia das casas Dom-ino, Jes
invenfions plasfiques magnifiques de Lloyd Whghf e ies saines créations
d' Augusfe Perret eram os únicos intentos a opor-se a uma renovação
arquitetônica precária porque baseada em tkcnicas de construir
tradicionais. Deriva a idéia das casas flamengas dos séculos XV ao XVII
e diz que Ihe tomou quinze anos reconhecer que o esquema de ossatura
então proposto era a chave duma solução unitária para a arquitetura do
século, a chave duma unidade arquitetõinica abarcando casas e palácios,
aldeias e cidades, resultado duma abordagem disciplinar integrando
coordenadas sociais, industriais e estkticas. Fala das casas Loucheur e
da sua parede de pedra diplomática, necessária para apaziguar o instinto
pequeno-burguês do proletariado. Sublinha a adaptabilidade do pilotis a
qualquer tipo de terreno. Detalha as implicações arquitetõnicas e
urbanísticas do Pavilhão de L'Esprit Nouweau, tomando por paradigmas
habitacionais a cartuxa e o transatlântico.
Na quinta conferência, Les Pians de la MaEson Moderne, as casas
projetadas na década ilustram quatro tipos de composição possibilitadas
pela ossatura independente. Os elementos de çornposEç~ose comparam
aos órgãos do corpo. Ao lado da classificação, o dimensionamento, a
circulação e a proporção, a composição se toma por um dos métodos que
intervém no plano da casa moderna. Como na lâmina da Euvre Complete
1910-29, Corbusier contrapóe os prismas articulados em fita indentada da
caça La Roche-Jeanneret ao prisma puro escavado dos demais
exemplos. Corbusier faz notar que o prisma puro é virtual em Cartago,
definido por colunatas paralelas nos lados maiores e lajes balançadas SQ
nos lados menores, maciço sobre pilotis expostos perifericamente em
Savoye, maciço e perFurado lateralmente em Garches. Paradoxalmente,
na sucessão do cheio ao vazio, os episódios de subtração reforçam mais
que negam a primazia do prisma que satisfaz o espírito. Enquanto La
Roche se postula fácil, pitoresca e admitindo desenvolvimento como
composição piramidal. O conjunto demonstra possibilidades de gradação
expressiva na arquitetura da casa moderna, do aditivo ao subtrativo, do
pitoresco ao clássico, no tipo de casa Citrohan, ereta sobre o chão e
dominando o entorno.
A visão dessas possibilidades aumentaria se Corbusier lembrasse suas
formas angulares contrastam com as curvas de cobertura do tipo da casa
Monol, que se aproxima de chão, absowendo o entorno; o próprio autor
chamará mais tarde, respectivamente, a Citrohan de arquitetura
masculina e objetiva sob a intensa luz do sol mediterrâneo, e a Monol, de
arquitetura feminina e subjetiva se levantando confra um céu nublado,
.evidenciando a especulação sobre uma diversidade de gênero ou
, declinação emocional. Parafraseando bucio, a especulação é comparável,
64
Publicado em 1 :rito em 1931, conforme observação de Alexandre Eulálio
nu prefacio para P, , IL'ardi, Lembranças de Le Corbusier, São Paulo, Nobel, ... .
65
Entrevista de 1 Geraldo Ferraz e Flavio de Carvalho, que sorri da
ingenuidade expr. - jn Flavio. Segundo Geraldo Ferraz, Arte e ciéncia de habitar,
in Diário da N o j f ~ -12 1929. Geraldo nota que As massas não interessam ao
grande arquiteto ,)rj.sda maioria popular ele sobrepõe a capacidade das elites
técnicas Luiz C; - r , ,Irquitetura e Expressionisrno p 30 Clientela Camadas em
ascensão, dissid :irquia abalada pela crise do cafe. Na sua coluna Taxi, do
Diáno Nacional r!
66
Le Corbusier, Précisions svr un éfaf présenf de I'arçhitecture ef de I'urbanisme. Paris,
Vincent Fréal, 1930. p. 34.
67
Le Corbusier, Précisions op. cit. ,p.
6B Le Corbusier: lhe # d u / o ~ Cambridge,
, Mass. Harvard University Press, 1958, p. 224.
Le Modulor I. 1950 Madulor 2 .I954
69 Le Corbusier, CEuvre Complkte 7934-38. Zurich, p. 131.
70
te Corbusier, Précisions, op. cit., pp. 137-8
71 Le Corbusier, Précisions, op. çit., p.
" Tarsila do Amaral, De Joseph Monies a Le Corbusier, in Arquifetura e Urbanjsmo,
setembro-outubro 3 936, pp. 3 85-6.
73 Précjsions, op. cit., p. 2.
74
Ver Mania Eugenia Boaventura, Movimento Brasileim, Contribuiçso ao Esfudo do
Modernismo. Sao Paulo. Conselho Estadual de Artes e CiQncias Humanas 1978
'' O Aleijadinho e a Arquitetura Tradicional, reeditado em Lucio Costa, Sobre Arquitetura,
Porto Alegre, 1966.
76
Le Corbusier, Précisions, op. eit., p. 11.
77 OS dois projetos ecl4ticc-académicos e o projeto moderno para a casa Fontes estão
ilustrados com destaque em Lucio Costa, Lucio Costa: Regisfro de uma Vivência, São
Paulo, Empresa das Artes, 1995, pp. 52-66.
CAPITULO 2- DESAFIOS E RAZOES
MONLEVADE
A VISÃO DE CONJUNTO
87
.. U'." U-- - ~- -
Na Saxõnia, Hans Scharoun mistura com racionalismo o biornorfismo de
tom expressioniçta na casa de rico fabricante Schrninke (1932-33). Na
Inglaterra, o emigrado Berthold Lubetkin insiste em absides, obliquidades
e rampas curvas nas casas em Whipsnade (7933-361,nos apartamentos
Highgate 1 (í933-35)e no Pavilhão dos Pinguins do Zoo de Londres
(1934). E mesmo Mies curvando os tabiques numa de suas especulações
sobre o tema da casa patio (1934). Casa UIrich Lange. Alvar Aalto, um
dos congressistas de Atenas, se nutre simultaneamente das tradições
finlandesas de edificfos rurais e vfllas neoclassicas em sua própria casa
(39341, usando alvenaria pintada de branco e madeira para obter uma
gama de texturas e curvas sutis.
O desafio dos 1930 para a arquitetura não é menor que o dos 1920. Se
urna década é tempo de nascimento, a outra é tempo de puberdade.
Nascimento e puberdade são umbrais igualmente aterradores,
universalmente aplacados com ritos de iniciação. A perda das bases
alemã e russa confirma a crítica de Piacentini e valida as posturas de Le
Corbusier e dos italianos quanto à arquitetura arte. Apesar dos protestos
ao contrário, a arquitetura moderna não pode se furtar a ser rima retórica
e essa retórica é julgada quantitativa e qualitativamente deficiente a
esquerda e a direita.
Pinheiro replica dizendo não existir uma Única casa brasileira, dada a
quantidade de condições mesológicas no país. Repetindo os argumentos
de Christiano Stockler das Neves, conclui que não se pode falar em
arquitetura brasileira, porque não há uma nacionalidade consolidada.
"Não será fazendo o elogio da ingenuidade dos índios e dos pretos,
nossos primitivos operários, e do mestre de obras que se chegará um
resultado positivo." Para ele, e paradoxal fazer referências a um passado
paupérrimo de qualidades arquitetonicas e eleger Le Corbusier para
modelo invariável, quando a estrutura independente na casa de classe
média é afetação anti-funcional, a ausência de beirais com pingadeiras
compromete a durabilidade da obra e o teto-terraço e luxo pouco
aproveitado.
TERRENO
Museu e CSube são elementos isolados rodeados pelo verde mas tendo
como pano de fundo a escola e a residência. O Hospital se relaciona com
o Largo de acesso de forma axial e frontalizada, similar A do Palácio-
Museu com sua alameda. As praças ao sul se organizam em turbina. A
arborização vela a visão desimpedida da Praça do Teatro, foco articulado
em esquadro com a Escola de Mcsica, com sua Sala de Música de
Câmara enquadrada com jeito na ponta do terreno. No lado oposto 2
Escola, o Ginásio se apresenta com panos de vidro inclinados entre a
sucessão de pórticos salientes e teto abobadado; o Estádio se entrevê na
diagonal. A diferenciação de cada lado contrasta com o tratamento da
área triangular resewada para a entrada principal.
JEFFERSON
PARECERES
PROPOSTAS- LE CORBUSIER
O PROJETO APROVADO
O PROJETO REALIZADO
AS ESTRATÉGIAS DA MEMORABILIDADE
Lucio obsewa a seguir que o partido adotado permitiu assim criar uma
grande esplanada no pavimento térreo que, alem de realçar a irnponência
do edifício, poderá ser utilizada para cerimônias de caráter cívico-cultural,
de acordo com a finalidade do MESP. 23~ornada em conjunto com a
afirmação que a precede, e reconhecimento da tradição urbanfstica
secular em que o projeto do MESP se inscreve e da pertinência da
reinterpreiação de tipos consagrados por essa mesma tradição. Não se
trata de materializar um fragmento de Cidade Verde ou Radiosa, mas de
atualizar espaços abertos de figuratividade e funcionalidade especificaç,
uma e outra de antiga linhagem, porque a associação com os
monumentos do passado ajuda a caracterizar o monumento.
AS INSTANCIAS DE ORIGINALIDADE
O MESP disputa com o Centrosoyuz o titulo de primeiro edificio de
escritórios de porte da arquitetura moderna segundo Le Corbusier. E
também a dernenstraçáo em escala monumental das idéias de Luçio
sobre a base expandida e a base porosa expostas na Chácara Coelho
Duarte e em Monlevade. Entrelaçada com considerações de simetria e a
ideia do vazio entre dois sólidos, a porosidade é uma alternativa as
pontas abertas do Centrosoyuz ou do risco para a Beira-Mar, ao
envolvirnento do pilotis pelas paredes exteriores em Garçhes ou no
Exercito da Salvação, o pilotis fica envolvido, sua presença apenas se
inferindo por trás das janelas horizontais, a colunata perirnetral do pilotis
isolada, conformando uma arcada ao longo de volume interior fechado em
Savoye ou em Cartago.
Conforme correspond8ncia com diplomatas brasileiros que lhe informam sobre edifícios
governamentais recern-construidosnos Estados Unidos e Europa, in Maurício Lissovsky
e Paulo Sá, op. cit.
'~evistado Rio de Janeiro. Niteroi, vol. 1 no3, pp. 17-29,1986.
OS ante-projetos de Reidy e da dupla Moreira-Vasconcellos foram publicados na
Revista da Diretoria de Engenharía da Prefeitura do Distrito Federal, setembro 35.
Perspectivas e planta baixa do ante-projeto de Reidy se encontra em Centro Cultural da
PUC-Ria, Affonso Eduardo Reidy: catálogo da exposição realizada em 7985,Rio, 19B5.
Perspectiva e planta baixa de Moreira-Vasconcellos se encontra em Mauricio Lissovs!q
e Paulo Sá, op. cit. Fotos do projeto de kucio e equipe se encontram em Elisabeth
Harris, Le Corbusier: Riscos Brasileiros, São Paulo, 1987., tiradas de originais na
Fundação Nacional Pró-Memóriaplanta do 2"avirnento in Maurfcio Lissovsky e Paulo
Si,op. cit.
Lucio Costa, Memoriai descritivo do projeto para o edificio da Mhiçféno de Educação e
Saúde Pública a ser consfruidona quadra F da Eçplanada do Castelo, 15/5/36, transcrito
in Maurício Lissovsky e Paulo SA,op. cit. Pareceres encomendados a Sousa Aguiar,
Saturnino de Brito Filho, Domingos da Siha Cunha, Angelo Bruhns, Mauricio Nabuco e
diretores-gerais do Ministério. junho de 36. entregue em 18 de julho, pos chegada de LC.
Esclarecimentos de Lucio, setembro de 36.
Le Corbusier, ReEatdrio a Capanerna, 10 1811936, transcrito in Maurício Lissovsky e
Paulo Sá, op. cit.
idem. Originais do projeto se encontram na Funda~ãoNacional Pro-Membria,
reproduzidos em Elisabeth Harris, Le Corbusiec Riscos Brasileiros, São Paulo, 1987, e
na Fundação Le Corbusier.
7
Carta de Capanema a Le Corbusier, 11/8/36, transcrita in Maurlcio Lissovsky e Paulo
Sá, op. cit. Os croquis datados de 63/8/36estão reproduzidos em Maurício Lissovsky e
Paulo Sá, op. cit. Capanema agradece os serviços de Le Corbusier em carta de 1418136,
dando-os por findos.
Memória Descritiva do MinistBrio, publicada em Arquitetura e Urbanismo, julho-agosto
de 1939, transcrita em Lucio Costa, op. cit. com o titulo de Ministério da Educação.
Após ouvir parecer de Auguste Perret, de passagem pelo Rio, Capanerna aprova o
projeto original de Lucio e equipe em19110/36, com restrições e sugestões,que levaram
equivocadamente Elizabeth Harris a atribuir ao Ministro o partido do projeto definitivo.
Capanema informa te Corbusier do fato em 21110136. Em dezembro de 1936, Lucio e
equipe terminam o esquema da solução final, encaminhada ao Ministro em 5/1/37e
documentada. in Maurício Lissovsky e Paulo Sá, op. cit. Com algumas modificaçóes no
pavimento térreo, o projeto definitivo é aprovado pela Prefeitura do Distrito Federal em
março de 1937. Burle Marx é contratado para fazer os jardins em janeiro de
1938.Capanerna manda aumentar a altura do prédio em fevereiro 38. A galeria de
exposicões aumenta de um intercolunio em 44, o prédio se inaugura em 1945. Plantas
originais e documentaçZo adicional nos.arquivos da Fundaqão Naciona\ Pró-Memória. O
edifício foi publicado em Architecfural Forum, fevereiro de 1943.
10
A escada ja era centralizada no esquema de dezembro de 37, mas reta.
11
O projeto para o edificio Renenstalt. de tinha jB as colunas das empenas
externalfzadas, mas a laje de cobertura se encontra recuada como as lajes de entrepiso.
Sobre a questão da estrutura independente emblematizada no esquema Dom-ino, ver
Carlos Eduardo Comas, Teoria acad4mica, Arquitectura Moderna y Corotario Brasilefiu,,
op. cit e Arquitetura moderna, Estilo Corbu, Pavilhão Brasileiro, AU, 26, São Paulo ; ver
também textos de Barry Maitland e Peter Eisenman em Oppositions, 15-16 , New York.
''conforme comparação das plantas publicadas por Philip Goodwin, Brazíl Builds.
MOMA, NY, 43 p. 111, com as plantas publicadas por Henrique Mindlin, Modern
Architecture in Brazil, Colibris Editora, Rio, 56 p. 199 e documentação apresentada no
caderno 17 do Projeto de Recuperação e Preservação do Palácio da Cultura, Fundaç%o
Pró-Memória.
'3 Carta de Lucio Costa a Le Cosbusier. 317137, transcrita em Cecilia Rodrigues dos
Santos et alia, op. çit.Resposta de Le Corbusier a Lucio Costa, 13/9/37, transcrita em
Lucio Costa, Registro de uma vivência, Erasilia, 1995, p. 139.
l4Na Memória Descritiva do Ministério, op. cit.
l5Ver as análises sobreThe strategies of fhe grandç travaux in Alan Colquhoun,
Moderniíy and fhe Glassical Tradition, Cambridge, Maçs, 1989
'"Cecilia Rodrigues dos Santos em Le Corbusier e o Brasd, as evidências mostram que
, Relativizaqáo da atitude de Capanema. Em nenhum momento deram
garantias.Viabilidade do Cemtro Civico.
l\onforme mapa da Zona de Proteção do Aeroporto Santos Dumont- Curvas de
Limitação de Altura das Construções, vigorando de 8/1/32a 5/2/37, in Maurício
Lissovsky e Paulo SA,op. cit., p. 153.
Comentários adicionais se encontram no ensaio de CarIos Eduardo Comas, Protofipo
y Monumento, un Ministerio, e1 Ministerio, in Fernando Rerez org., op. cit. Versão original
em portugu8s tem o titulo Prototipo e Monumento, um Minisf&rio,o Minisfbrio, Projeto
102, São Paulo.
% oforum Monurnentality and the City em The Harvard Artchitectural
1 9 ~ r a n s c t i ~ do
Revtew IV, p. 47
20
Le C orbusier, relatório em 1010811936, arquivo Gustavo Capanema, série F.
34.10.-19.11.31.
21
Lucio Costa, carta a Capanema, 251311938, arquivo Gustavo Capanema, série
F.34.10.19. IV-t 4, citada tarnbem em P.M.Bardi, Lembrança de Le Corbusier, Nobel, São
Paulo, 1984.
22
Lucia Costa, op. cit., pp. 57-8.
2 3 ~ u ~Costa,
i o op. cit., p. 58.
24
Le Corbusier, Vers une Architecture, Ed#ionç Crès, Paris, 23.
25
Lucio Costa, op. cit., p. 41.
26 Carta de tucio Costa a Le Corbusier, 1415156, reiterando termos da carta de Lucio
Costa a Le Corbusier, 2711 1/49, que reclamava da mudança de atitude do francês a
respeito da autoria do Ministério conforme L'Architecture d'Aujaurd'hui, numero especial
sobre o Brasil, 13-14, Paris, setembro de 1947.
CAP~TULO4- MUITOS PRISMAS E UM MUSEU
O PRISMA DE ESQUINA- ABI
A ABI tem lote em L de esquina na quadra intermediaria entre a do
MESP e a da Biblioteca Nacional. Os fundos da Biblioteca eçlética ficam
a oeste, da lado oposto da rua México, com 24 m de testada. Pela
Araújo Porto Alegre, com 353 metros de testada, o Plano Diretor previa
passagem veicular de 6.5 metros de largura conduzindo ao
estacionamento no interior da quadra. A profundidade é de 15 metros
em cada perna. O edita1 do concurso define Q programa de cada um
dos doze pisos elevados, térreo com sobrelojas e subsolo. Neste se
localizaria uma sala de exercícios e uma piscina. O térreo teria "entrada
ampla e majestosa", portaria e lojas para aluguel, com "disposições
que permitam o máximo rendimento'" Os quatro primeiros pisos acima
do térreo se reservariam para escritórios de aluguel, os restantes para
a AB1. A diretoria ficaria no quinto, biblioteca no sexto, salão de festas e
conferências no sétimo e oitavo, serviços assistenciais no nono. Salão
de jogos e salas de leitura, restaurante e terraço-jardim com bar
ocupariam os tres andares seguintes, com recuos sucessivos de 1.75
rn segundo a legislação. Como no MESP, esta em jogo a representação
duma instituição tanto quanto a satisfação eficiente das demandas
pragmáticas dum prédio de escritbrios atualizado. Entretanto, no caso
da ABI, a instituição opera como um clube que tem que prover o seu
própria sustento: dai as lojas, os escritórios de aluguel, o salão de
jogos e de festas. A descrição do prédio ora como Casa do Jornalista
ora como Palácio da Imprensa indica bem a natureza do programa,
mais próximo duma Casa di Rafaello que duma Cancelleria.
Aberto em sete de janeiro de 1936, o concurso se julga em junho de
1936. 0 s projetos apresentados são anteriores ou concomitantes ao
risco original do MESP concluído em maio e antes dos riscos
corbusianos de agosto. Além do vencedor, os projetos premiados
modernos incluíam Alcides da Rocha Miranda, Lelio LanduccF e João
Loureiro (ZO lugar), Jorge Moreira e Ernani Vasconcellos (4O lugar),
Oscar Niemeyer, Fernando Saturnino de Brito e Cássio Veiga de Sa
(menção honrosa). 0 s doiç Últimos se divulgam na Revista de
Engenharia da Prefeitura do Qistrito Federal.
No projeto de Moreira- Vasconcellos, o térreo todo envidraçado se divide
por marquise do corpo principal, animado nas duas fachadas por
molduras que enquadram peitoris alternados com faixas de quebra-
sóis fixos em quadrícula. O núcleo de circulação vertical, diferenciado
por uma modulação mais fina dos quebra-sóis, fica no menor dos doiç
retângulos em que se divide o terreno. No projeto de Niemeyer, a aresta
de esquina se anula com uma placa côncava cega, perpendicular i
bissetriz da esquina onde se implanta a entrada principal, marcada por
duas colunas e flanqueada por panos de vidro no plano dos bordos d a s
lajes. Nas fachadas laterais, os planos de fechamento formam um
ritmo contínuo de reentrâncias e saliências, o mais insolado de
alvenaria, o outro envidraçado. O coroamento convexo se define pelo
restaurante na esquina.
O achado brilhante dos Roberto é a localização da entrada principal
junto a passagem de veículos, criando urna generosa e bem def nida
entrada a elevadores encostados ao pátio da quadra e abrindo direto
para a rua, As colunas ovais estão recuadas 2 metros das testadas e
divisas, conformando uma trama de cinco naves do lado da Aracjo Porto
Alegre e três do lado da México. A entrada ocupa as três naves centrais,
flanqueada por duas lojas, com duas mais na rua México. Paredes
curvas nessas lojas permitem resolver a articulação das lojas entre si e
com os elevadores no intercolúnio ao centro sem prejuízo da simetria
para a rua principal. O simples recuo das lajes de sobreloja em relação
ao plano externo das colunas assegura a sugestão da ordem colossal,
com menos autonomia da coluna mas sem recorrer ao efeito de
consolo.
Faixas lisa de peitoris alternadas com faixas serrilhadas de quebra-sóis
verticais se sucedem nos cinco primeiros pisos, dando lugar a outro
tipo de faixas, abertas, envidraçadas ou dotadas de quebra-sol em
forma de grelha quadriculada no andar da biblioteca. Os quebra-sóis
ocultam as aberturas recuadas em dois metros, formando galeria de
dispersão do calor. Salão de festas e vestíbulo de exposições
ocupando dois andares se registram por faixa de quebra-sóis verticais
mais rniijdos interrompidos na fachada norte por grande janela central
formada pela reunião de nove quadrados, alinhada com a nave central
no térreo. Nesse andar duplo, a galeria de ventilação e suprimida, a
esgaqo interno avança até a extremidade do volume. No último piso
antes do recuo de cobertura retorna o motivo dos primeiros pavimentos.
A superestrutura se caracteriza pela esquina definida por três quartos
de cilindro transparentes no 1-1° piso, um quarto de cilindro opaco no
12' e aresta viva no 13O. Desde as ruas, o corpo do edifício oculta o
extenso envidtaçamento e acentua a opacidade, enquanto as
superfícies cilíndricas respondem com simpatia aos torreoes da
Biblioteca, ecoam tenuemente a superestrutura de Poissy ou a de
edifícios parisienses como os apartamentos de Jean Ginsberg em
esquina da Avenida de Versalhes.
A elevação tripartida subverte as expectativas visuais privilegiadas pelo
regulamento urbanístico duma maneira inédita, ao mesmo tempo que
demonstra a compatibilidade entre os cinco pontos da nova arquitetura
e a cidade tradicional duma maneira mais cabal que o edifício da Porte
Molitor ou qualquer outra realização anterior. Corpo em balanço
sombreando a colunata periférica a frente da esquadria térrea ou
pefilada a frente do vazio do vestíbulo ilustram, ao invés da tese
corbusiana do pilotis livre para estacionamento veicular, o terreo
fechado só onde necessário num clima benigna, a formulação posterior
de Lucio na Cidade Universitária.
O projeto executivo refina o corpo do edifício, em função de alterações
na natureza e localização das dependencias da AB1. O salão de festas é
substituído por auditório, que passa a ocupar os dois Últimos andares.
Consequeniemente, a vedacão correspondente na rua Mexico se torna
opaca. Diante da grande janela, a singela escada de concreto armado
para acesso ao mezanino do auditório na esquina coincide em planta
com o intercolúnio central de edifício, frente ao nijcleo de elevadores,
146
mas a simetria usada como recurso compositivo em planta e fachada
tem sua percepção dissimulada na vivência do edifício. 0 s serviços
assistenciais e a bibhoteça abaixo passam a ter a mesma fenestração
dos andares de aluguel. Urna placa estreita junto à esquina na rua
México separa agora os dois planos de fachada, que se emolduram,
assimilando detalhes do projeto de Moreira, mas os utilizando de
maneira a refletir no corpo principal a diferenciação hierarquica entre as
duas ruas Iimitrofes já expressa no andar térreo. A saliência leve se
combina com a fenestração mais fina de andar duplo do audit6rio para
enfatizar a integridade geométrica do corpo e seu contraste com a
transparência da base. As duas grandes molduras introduzem uma
textura intermediaria, com os quebra-sóis verticais especificados e rn
duraluminium. A foto da maquete mostra duas Rerrnas previstas em
frente as colunas do vão central. A deliberação com que a simetria
informa a concepção do projeto se reitera acima da grande janela
quadrada, com terraço coberto se introduzindo entre a superfície
cilindrica de esquina a direita e a caixa retangular avançada 2 esquerda.
A relação entre a ordem colossal da Biblioteca e a ordem colossal do
prédio pode ser fortuita mas tem efeito feliz.
O projeto começa a ser construido em novembro de 2937 e está
praticamente pronto no fim de 1938. A obra se publica em 1940. A
estrutura emprega lajes nervuradaç com enchimento cerâmico, os tetos
lisos facilitando e exprimindo a liberdade de alteração das divisões
internas. Como diz Marcelo Roberto, o trabalho se baseia:
nas leis imutáveis da grande arquitetura de todos os tempos e nos
prinçipios da arquitetura moderna, frutos da técnica contemporânea-
estrutura independente, plano livre, fachada livre, teto-jardim. O alinhamento
das colunas, recuado de quase dois metros do plano das fachadas tornarn-
lhe a fisionomia completamente independente do sistema estrutural.
As instalaqdes de ar condicionado contribuem para a atualização
técnica do edificio.
As hemas desaparecem, mas as modificações importantes são a
supressão do subsolo e a troca das placas móveis por placas fixas em
oblíqua de concreto de cimento branco, harmonizado com o travertina
que reveste todas as demais superfícies opacas do çorpo e do
coroamento e Ihes confere um caráter hermético e austero, que dialoga
com a Biblioteca vizinha em silhueta, textura, opacidade e articulação,
estabelecendo relação que é mais diferença de grau que de contraste.
As colunas e paredes do térreo se revestem com travertino e a parede
dos elevadores com placas de metal prensado.
A elaboração, compositiva, simbólica e tipo4Ógica e maior no MESP
realizado que na ABI, a coreografia do movimento mais desenvolvida,
em função do terreno, programa, orçamento e legislação distinta. 0 s
tetos da ABI são mais baixos, os vidros das esquadrias são menores. O
arranjo é decoroso, não majestatico. Em comparação, o corpo principal
do MESP parece leve e transparente, a ABI fechada, afim a abside do
auditoria daquele. Em conjunto, são demonstrações convincentes da
versatilidade de carater possibilitada pela arquitetura moderna, capaz
de encampar as diferenças entre um dórico grego e um romano.
SEDE DO 1NSTITUTO DE INDUSTRIARIOS
FAM~LIAABI I-
O êxito da A81 traz encomendas de outros edifícios institucionais, a sede
da Liga Brasileira contra a Tuberçu!ose em j937 {ganha em concurso
privado), dos Instituto dos Industriarios em 1938 e a do Instituto de
Resseguros do Brasil em 1941, todos no centro do Rio. Além do
programa, tem em comum com a ABI o lote de esquina e a elevação
tripartida: corpo principal e coroamento diferenciados sobre base que
inclui galerias elou vestíbulos abertos com colunas isentas de dupla
altura e ordem colossal frente i loja e sobreloja.
Com frentes para as avenidas Graça Aranha e Almirante Barroso, um
dos eixos transversais do centro, o Instituto de Industriasios, construido
de ?938 a 1940, tem originalmente térreo e sobreloja, nove andares-
tipo e três em recuo, que se tornaram andares tipo ap0s 1945. A
estrutura delimita o edifício. Não há base recuada e corpo em balanço.
Suportes e bordas de lajes formam uma trama xadrez que se encurva
seguindo urna superfície cilíndrica de raio generoso na esquina. No
corpo do edificio, suportes e peitoris recuam levemente em relação a s
bordas de lajes. 0 s suportes ganham caneluras com ressaltos de cada
lado, no plano da guarnição horizontal dos peitoris. O tramado das
fachadas é duplo. A trama em primeiro plano é integrada pelas bordas
de laje, os pilares do térreo, caneluras dos suportes superiores e
guarnições horizontais; a trama de fundo se compõem com os peitoris
e os suportes superiores. As esquadrias são recuadas como na ABI. As
galerias se protegem por placas verticais na Almirante Barroso, a
noroeste, e ficam a vista na Graça Aranha, a nordeste.
Excepcionalmente, as galerias correspondendo A metade da curva junto
a Almirante Barroso se fecham com paineis opacos, fazendo uma
mediação vertical entre os tratamentos horizontalizados de diferente
profundidade e textura. Ao mesmo tempo, a ausência de aresta viva
enseja uma justaposição insólita desses tratamentos, menos
vinculados a desmateria!ização que a exuberância validada pelo clima,
mas constituindo também expressão ambivalente de dualidade e
gradação sobre uma ijnica superfície.
A dupla altura do segundo andar na Almirante Barroso adiciona
complexidade, como a superestrutura recuada similar a da ABI. Abaixo,
a vedação disposta entre pilares libera a primeira nave longitudinal para
constituir a galeria plijblica prevista por lei. No todo, o projeto mostra
mais sinionia com Perret ou a Itália que com Corbusier. A experiência
dá testemunho do cosmopolitismo dos arquitetos e, por extensáo, da
cena carioca:
A epopeia do ferro, a arrancada de Labrousie, as culminâncias de Eiffel e
Durtet. A lógica de Viollet-le-Duc. 0 Modem Style. O concreto armado, o
invento simples do horticultor Moniet. O empreiteiro Mennebique. A página
virada pelos irmãos Perret. Tony Garnier, as profecias da Cidade Industrial.
O funcionalisme. Loos. Wagner. As aspirações de pós-guerra, o
desenvolvimento e divulgação dos problemas sociais. O Cubismo. O retorno
as formas primitivas, a arte negra, a arte polinésica. O desenvolvimento da
maquina. As teorias cientifiças acessiveis, humanas. As maravilhas da
aviação. A fotografia pratica, a visão nova (Moholy-Nagy). A redescoberta
do Mar Latino, as casas claras das Baleares. As construções do Gênio
Civil. Freyssinet, os hangares d'Orly. A aplicaç3o das grandes descobertas.
O fim do empirismo. Carrier. Lyon. A estandardização. As preocupações de
urbanismo, a compreensão da doença de todas as cidades, As teorias
literárias. Os construtivistas, os racionalistaç. A Osa e a Osnowa. A
dialética materialista, o neotomiçmo. Os precursores americanos. Sullivan.
Frank LFoyd Wright. O pavilhão de t"Esprit Nouveau da exposição de 1925.
A crise mundial, a superprodução, a realidade sem véus. Os C.I.A.M. As
pesquisas, em todos os pajses, das habitaçaes espontâneas, classificação
das constantes humanas. A Neue Sachlichkeit. Gropius, o grupo Der Ring, a
Werkbund. Le Corbusier, a antena receptara das vibrações de uma epoca,
o homem que a partir de 7920 como diz Catherine Bauer, teve todos os
arquitetos da mundo com ele ou contra ele. A marcha a ré nazista e
soviética. A arquitetura humanista. A decadência do romantismo americano,
melhor compreensão de expressões arquitetônicas de 300 metros de altura.
A Publicidade, o Maravilhoso. Os grandes desfiles, os aglomerados
humanos para fins precisos. A divulgação pelo cinema. Visualização da
saturação do perjodo de preparação, impossibilidade de marcha antes da
chegada da época de solidariedade: Paris, Exposição 1937.
A1Bm das bases, existem capitéis, cadelas partidas, ainda com o IHS,
os três cravos e a cruz, colunas derrubadas, imagens mutiladas e jB
sem cor, peças que "deram a praia". Sua vista deixa "uma impressaia
penosa e certo mal-estar, como se realmente estivéssemos diante dos
destroços de um naufrágio". Lucia levanta e desenha casas construídas
com o material das ruínas e propõe "as medidas a serem tomadas
para melhor conservação do que ainda existe e também para dar ao
visitante uma impressão tanto quanto possível aproximada do que
forarn as Missões".
NOTAS
1
Alvaro Vital Brazil, Edificio Esther, ConcepçBo Geral do Projecto, in Açr6pole, n." 1,
maio 1938, p. 54.
(os 7 povos 38..
relatório de 23-72-37
4
Interpretação lata da recomendaçáo 3, pela qual nos monumentos ora longinquos
de nossos usos e de nossa civilização, como são os monumentos antigos, deva
ordinariamente excluir-se qualquer cornpletamento, e só seja de considerar-se a
anastilose. isto é, a recomposição de partes existentes desmembradas com a
eventual associação dos elementos neutros que representem o minimo necessário
para integrar a tinha e assegurar as condiçáes de consewa~ão.Recomendaç2o 7-
-
-
Que nos anexos necessáries limitar os elementos novos ao minirno possível e dar-
Ihes um car$ter de simplicidade nua e correspondgncia com o sistema construtivo. S 6
se podendo admitir em estilo similar a continuaçáo de linhas existentes nos casos em
se trate de express3o geometrica carente de individualidade decorativa.
Recomendaç20 8-Que em todo caso os anexos devam ser desenhados com o
emprego de material diverso do primitivo, ou com adoção de cornijas de envelope
simples e carentes de entalhes, ou com a aplicaçáo de siglas e epigrafes, de modo
que a restauração n%o engane os estudiosos e represente falsificação do
documento hiçtlrrico.
NOVA YORK
PRECEDENTE
Uma meia dúzia de exemplos poderia referenciar um Pavilhão Moderno, o
Pavilhão Russa de Konstantin Melnikov na Exposição das Artes
Decorativas de Paris de 1925 entre eles. O pavilhão era de madeira e
desmontável. Um caminho diagonal, incluindo escadarias nas pontas Zi
maneira da Ponte do Rialto, permitia vista das exposições em dois
prismas laterais de forma trapezoidal retangular, unificados na planta
baixa. Espaços internos e externos se interpenetravam, as ilusões de
perspectiva aumentavam a tensão visual do projeto. O Pavilhão Alemão
de Mies na 'Exposição de Barcelona de 1929 era outro. Mies havia sido
citado em Razões da Nova Arquitetura como autor de "abra
verdadeiramente notável, milagre de simplicidade, elegância e clareza".
Uma caixa de travertino num pódio de mesmo material se abria para
mostrar a "planta livre" reinterpretada em cromo, vidro, mármore e ônix.
CONCURSO
Para o juri, não havia nenhum projeto que conciliasse plenamente tal
exigência com as condições técnicas inerentes a um pavilhão de
exposições, çujos pontos chave são a posição das salas de exposição, a
circulação, a insolação, a posição do restaurante que pede ambiente
adequado a sua volta, e finalmente, o caráter de edifício provisório. O
primeiro prêmio cabe a tucio, o segundo a Nierneyer e o terceiro a Paulo
Camatgo Almeida. O júri considera que o projeto de Lucio e o que possui
o maior espírito de brasilidade. São apreciados o uso adequado e discreto
dos elementos da técnica moderna de construir e a fáicil comunicação da
rua com o patio, elemento que propicia distração do percurso longo e
constitui espaço de socialização simpático, O projeto de Niemeyer tem
relativa falta de espirito de braçifidade, mas se recomenda pela entrada
franca e menor percurso, funcionalidade e economia, além de não haver
recorrido o autor a elementos indispensáveis da nova arquitetura. A
descoberta recente de fragmentos dos dois projetos permite ajuizar da
decisão.
EQUIPE
PROJETO DE fXECUÇAO
PROJETO DE EXPOSIÇAO
A Design Student's Guide to the New York World's Fair, publicada pela
Laboratory School of Interior Deçign s6 recomenda no seu conjunto os
Pavilhões do Chile, Suecia, Suíça, Venezuela- e Brasil. Sugere o
emprego de 45 minutos para visit5-10, a recomendação máxima
concedida também iSuécia e a Finlândia, esta pelos interiores. Diz do
projeto:
COMPOSTÇÃO
As alusões ao passado da arquitetura falam uma vez mais dos laços entre
arquitetura moderna e tradição. As alusões multiplicadas ao passado da
própria arquitetura moderna incluem tanto a copia de De Chirico que faz a
ponte com o racionalismo italiano, quanto expositores que tem o
suprematismo como fonte. E proclamam que esta já é urna tradilção,
corroborando, ao mesmo tempo, que a seleção brasileira de Corbusier
como tutor foi informada e lembrando que o Brasil já contribuiu a tradição,
quanto mais não seja, por'viaduto idealizado e Ministério em construção.
Nessa perspectiva, a nacionalidade e a cultura brasileiras de nova se
afirmam tranquilamente situadas no marco mais amplo da cultura e da
civilização ocidentais, seja em termos de passado, seja de presente e d e
futuro.
CONFRONTO
CONCILIAÇÃO
Alguns reclamam dos interiores, sem se dar conta que Niemeyer satisfaz
as especificidades e dualidade do programa. A elaboração espacial do
duplex aumenta o ar de casa, atrativo extra num hotel turistico ou
residencial. Os quartos de solteiro são efetivamente celas utilitárias- mas
não se criticariam numa residência estudantil. A mistura choca por ferir
convenções, não por erro essencial. Em última instância é o hibridismo
programatico, técnico e formal do Hotel que o torna peça altamente
provocativa e de compreensão mais difícil.
CASA
DOMESTFCIDADE, NIEMEYER
A casa Miguel Passos tem teto-borboleta com telhas canal sobre madeira
como na Casa Errazuris, mas cobrindo um partido que pode se descrever
como um L (em termos de projeção de cobertura e da diferenciação do
corpo de dormitórios sobre terraço), T (considerando a relação dos corpos
fechados, o já mencionado e o retângulo térreo com salão e cozinha) ou
binuclear (considerando a pérgola que substitui a telha do lado do salão,
entre o abrigo de carros e o terraço sob os dormitórios, junto com a
disposiçao da meia-água menor sobre a cozinha e o abrigo). Na fachada
principal, as empenas de pedra emolduram o balcão superior e o terraço
abaixo, subdivididos por três pilares. Painel treliçado protegendo o abrigo
acrescenta mais textura. O teto borboleta de concreto cobre a casa de
configuração em L para Juscelino Kubitschek, elemento do conjunto da
Pamprilha (1943). No terreno íngreme de bairro jardim, a casa é uma
variante da Miguel Passos. O corpo de dormitórios se dispõe
perpendicular testada, com a garagem abaixo, acessível frontalmente.
O salão e a cozinha se desenvolvem paralelamente, dividido virtualmente
em dois espaços pelo vale da cobertura. As paredes brancas e o belo
jardim de Burle Marx dão mais precisão silhueta. A entrada se faz por
varanda linear com teto rebaixado plano. Entre teto e cobertura, o
tímpano invertido é fechado por troncos roliços, a versão primitivista d o
biombo de sartafos.
Nas duas alas, pilares e paredes são co-planares nos lados externos do
L. Nos internos, a laje de entrepiso balança. A exceção corresponde a
parede de pedra entre pátio de serviço e saguão e a vidraça entre saguão
e caminho. De fato, patio e caminho que o margeia permitem tomar a
casa Saavedra por versão ampliada e fragmentada do partido volumetrico
da casa Hungria Machado- com um sentido agora centrífugo, voltado para
o jardim a volta e não para o pátio central. A essa inversão corresponde a
inversão da relação entre horizontalidade e verticalidade dos projetos do
Pavilhão, com o qual o partido em L já estabelecia afinidade. A ordem
colossal está ausente, mas a continuidade linear dos apoios dos
alpendres e da varanda introduz uma nota ascensional, embora apenas
os da varanda sejam efetivamente mais altos que o corpo da casa e a
estratificação das elevaqões externas s6 fique atenuada. Pavilhão, casa
Saavedrâ e casa Hungria Machado podem ler-se como uma série de
exercícios sobre temas similares, quer como composição quer como
caracterização de diferentes expressões de domesticidade. Assim, por
exemplo, sob um aspecto, o Pavilhão ocupa uma posição intermediária
entre a contenção inirospectiva máxima da Hungria Machado a
expansividade máxima da Saavedra rural. De outro, o Pavilhão e a
exacerbação das duas casas, em correspondência com a mudança de
programa.
Calabi, amigo de Rino 'Devi, usa dois pátios quadrados alinhados sobre o
eixo longitudinal do terreno retangular na casa do industrial Luis Medici
(1945). O maior, ligado ao estar, é um peristilo. O outro prolonga o quarto
do casal, vedado por placas verticais inclinadas nos lados adjacentes e
parede curva na oposta. A cobertura e de telhas de cimento amianto,
caindo em relação aos pátios e irua. A sucessão de placas verticais
inclinadas na fachada, da altura de uma porta, protege do sol e unifica a
ala de setviço e acesso frontal. O patio e singular na casa de sua família
(1945-46), um quadrado definido pela ala social e a ala intima da
edificação em L, pelo muro de divisa e por um pórtico de pilares
quadrados, um beivedere associado ao quarto do casal. Os pilares do
p6rtico espelham os pilares da ala social, mas os painéis entre estes se
envidraçam. Os dormitórios se protegem com painéis corrediços de
venezianas da altura dos pilares, recolhendo sobre trechos de parede. Em
consequência, cada urna das efevaç6es do pátio é distinta, sem prejuízo
da oposição entre par de colunatas e par de muros, o muro integral da
divisa e os trechos de parede que apoiam a cobertura da ala íntima. Dado
o forte declive do terreno, a casa parece, de tras, um prisma de dois
andares vazado acima a direita. Calabi projeta igualmente a casa vizinha
a esquerda para seus sogros. Esta fica isolada no meio do terreno, sem
patio interno, mas com pérgola sobre o caminho de entrada lateral. O
salão se abre para os fundos via um balcão corrido fechado lateralmente
pelas empenas. Abaixo se situam as dependências de empregados. Os
acordos e contrapontos geométricos entre as duas casas são sutis.
Incluem a disposição dos topos das empenas no mesmo plano vertical e
com a mesma altura da parede cega da casa do arquiteto, alem da
largura similar do salão de uma e da ala intima da outra.
Uma laje em balanco, suportada por pontas de vigas que se afiiam, como
em Monlevade, constitui o corredor dos alojamentos no terceiro andar,
estendendo-se por quase todo o comprimento da extrusão. Painéis
treliçados e grelhas se alternam dando-lhe privacidade. A cobertura do
corredor é uma meia-água. Suportes de madeira alinhados com a
colunata de concreto abaixo se elevam para receber a meia-água de
sentido inverso que cobre o corpo principal. A grelha que formam com as
vigas d e cobertura leva jeito de entablamento.
O acesso se faz mediante uma curva de 180'. O terraço sobre pilotis que
então se defronta serve de pórtico, avançando do corpo principal a 9
metros da quina oeste, versão simplificada da galeria no risco corbusiano
para o MESP na Beira-Mar. No térreo se sucedem, desde ai, a garagem,
o vestíbulo envidraçado e a varanda mencionada, atrás dos vinte e três
vãos aparentes da colunata de concreto, seguidos da parede de pedra do
alojamento dos empregados a frente dos sete vãos restantes. O vestibulo
aparece como o foco recessivo da fachada, com quatro colunas de dupla
altura ao lado do terraço. A grande escadaria vista através da vidraça
equilibra o volume avançado do terraço. Duas seçoeç em balanço de
comprimento desigual ffanqtrefam o vestíbulo, arnbas fechadas com
painéis corrediços e fixos de venezianas. Outra seção em balanço
envidraçada segue a oeste, pouco mais saliente, precedendo pano que
prolonga a pedra do alojamento abaixo. As venezianas denotam salões
de jogos, o vidro o salão de jantar. No andar superior, a estrutura de
madeira e o telhado de ftbro-cimento definem uma extensa varanda de 3
metros de largura, só interrompida pelo septo contendo a bela escada em
caracol que vai dos alojamentos aos salões abaixo.
' Lelia Coelha Frota, Alcides Rocha Miranda, caminho de um arqtriteto, Rio, Editora
UFRJ, 1993.
CAP~TULO6- UM QUE DE FOLIA
A CIDADE E AS SERRAS
1JFhc;b
21 1 F~C-LDAD~ DE A R Q ~ ~
E~BLzOTECA
branca, vagamente hollywoodiana como todas as realizações
contemporâneas do gênero na Europa ou nas duas Américas.
A LAGOA E UM CIRCUITO
FOGO
Jorge Luis Borges mencionava que, para certas seitas gnbsticas, a cópula
e os espelhos são abomináveis porque multiplicam o numero dos
homens. Niemeyer não parece compartilhar a idéia. Entre o bosque de
colunas que dobra seu impacto, cada frequentador depara com seu
gêmeo. A reflexão se torna uma outra instincia da transformação do
frequentador em figurante, do público em elenco, do espectador em ator.
Ela se associa a um circuito deliberadamente planejado para ampliar as
oportunidades de ver e ser viste em vários niveis. François Blanc e
Charles Garnier teriam aplaudido. As rampas retas em foco desde a
entrada tem o mesmo espirito da escadaria da opera de Paris. O
envidraçarnento das rampas que levam ao teatro-restaurante faz delas
quadros animados, como no Ministério, e como neste, o encaminhamento
de público se faz ao longo do nucleo de palco e de serviços. Na sala, o
compensado de madeira e o carpete absonrem som, com a ajuda de
placas móveis verticais forradas de cetim A guisa de cortinas, a pista de
vidro se ilumina desde abaixo.
TERRA
A visão pelo vidro mostra uma nave wnica, çuja delicadeza e simplicidade
contrasta com a retórica externa, subdividida por uma sucessão de
portais. O primeiro compreende o coro que ocupa toda a largura da nave
recuado do plano da fachada, a escada helicoidal que lhe dá acesso a
direita e o batistério, cilindro avançando no lado oposto. A borda do coro
olhando para o altar é levemente sinuosa. A pia batisrnal e revestida de
bronze em alto relevo, com cenas biblicas do pecado original: criação do
homem, criação da mulher e expulsão do paraiso, de Ceschiatti. Um
segundo portal se conforma com os apoios do coro retangular balançado
nas duas pontas. O terceiro, no fim da nave e correspondente a um arco
cruzeiro, esta limitado pelos dois púlpitos igualmente curvos. A
centralidade do altar se reitera através da diminuição da secç%oda nave e
da luz que passa atravks do intenralo entre a casca e a abóbada da
capela-mor. A luz vem colorida pela madeira caramelo que as forra e pelo
marrom e rosa do afresco que ilumina ao fundo, onde Portinari retoma o
tema da vida de São Francisco. Representada despindo-se de suas
vestes na praça da cidade, tem & direita o seu pai, de grandes olhos
dolorosos e em torno homens e mulheres de caras tristonhas e
torturadas. Os quatorse quadros da Via Sacra são também de Portinari.
Pintada no piso quadrado de cimento, a mancha escura da lagoa
representando a Pampulha aos p é s de Deus. A nave permanece
relativamente escura. A luz que recebe pela frente e modulada pelas
lâminas prateadas como os foles de um Órgao contra o coro.
RELVA
23
Po! Abraham, idem, p. 16. John Surnmersonfala também de uma atitude
envergonhada do arquiteto moderno em The Mischievous Analogy, ensaio lido diante da
Architectural Association de Londres em 1941 e publicado em Heaveniy Mansions,
London,
24
Henry-Russell Hitchcock, Architecfure: Nineteenth and Twentieth Centunes, Yale
University Press, New Haven 1958, p. 466.
25 A igreja de Fischer 4 fotografada junto com as de Bischofsheirn e Neu Ulm por
Dominikus Bohm em Walter Muller-Wulckow, Bauten der Gemeinschaft, Leipzig,
Langewiesche 1929, cujo conhecimento devo a meu colega Luis Eduardo Aydos.
2% consultoria 4 mencionada por Nierneyer em entrevista iFdha de Minas em 26 de
outubro de 1947. Ae chegar de Nova York onde fora participar do projeto do edifício das
Nações Unidas, o arquiteto se mestra confiante na consagração da capela, afirmando
que o projeto- que procura corno se impõe renovar a arquitetura sacra est5 apoiado na
tese tão bem situada pelo Monsenhor Joaquim Nabuco. Dezoito dias antes, Lucio Costa,
diretor da DET. solicitara o tombamento preventivo, visto "o estado de ruina precoce em
que se encontra, ...., devido a certos defeitos de construgáo e ao descaso das
autoridades civis e eclesiásticas." Monsenhor é filho de Joaquim Nabuco, o estadista do
rrnperio, cunhado de Maria do Carrno MeHo Franco Nabuco, prima de Rodriga Mello
Franco de Andrade. Em 1951 foi nomeado Consultor da Sagrada Congregação dos
Ritos, para a seção de liturgia. Entre os seus textos estão Igrejas Para o Nosso Tempo,
Revista Eclesiástica Brasileira, vol. 2, fasc. 7 , março de 1942 e A Arte a Serviço da
Igreja, Revista Eclesiástica Brasileira, vol. 8, fasc. 1, março de 1948. Outros artigos
pertinentes são o de Pe. Dinarte Duarte Passsos, Professor de Arte Sacra do Seminário
Maria1 em Mariana, intitulado R Moderna Arquitetura Religiosa. Revista Eclesiástica
Brasileira, vol. 4, fasc. 3, setembro de 1944 e o de Dom Frei Henrique Golland Trindade,
Arcebispo de Botucatu, A Arte Moderna a Serviço da Pobreza.
27
Benedito Lima de Toledo, Do século XVI ao início do século XIX rnaneirfsmo, b a m o
e mcocó, in Históia Geral da Arfe no Brasil, vol. I . Walter Zanini, ed. S3o Paulo, Instituto
Walter Moreira Salles, 1983.
Em L'ArchifecfureBamque au Bresil, 1953, As construç6es franciscanas no Brasit se
enquadram em dois tipos Bdsicos de frontispicio. O frontispicio cldssico & o de lpojuca,
Pernambuco, circa 1660. A fachada de aspecfo clássico 6 cercada por um frontão
triangular, mais elevado que o telhado, apoia-se sobre três arcadas que dão para um
pórtico, o qual sustenta uma parte do core e se abre laferalmenfe; três janelas
retangulares sem adornos iluminam o coro peta frente, O segundo tipo de frontispício
c
tem o seu protótipo no convento de Caim, Bahía, entre 1654 e j686. uma magnífica
composição monumenfal de essência piramidal, obtida com a superposição de trés
pavimenfos de larguras decrescentes. O pavimento inferior B um pdrtico de cinco
arcadas, separadas por grandes pilasiras de ordem foscana. Outras pilastras dividem o
pavimento infemediáno em tr@stramos. O arremate é um tabemaculo com uma esfáfua
que tem um frontão com volutas coroado por uma cruz. Volutas monumentais, ao lado
de pirãmides alfas, formam a transição entre os diferentes níveis da composição.
29 Gemain Bazin, vol. 1 p. 152
30
Gemain Bazin, p. 126.
Roberto Burle Marx, Memorial do Projeto Paisagistico da Capela da Parnpulha.
32 Architecture dAujoud'hui n . O 9, dezembro de 1946, pp. 54-5
33
Arcbitecture d'Aujourd'hui n . O 13, dezembro de 1947, pp. 22 -35, 39-49.
34
Segundo o Estado de Minas de 81 setembro 146,
35 Architecture dlAujourd'hui de setembro de 1946
36
Estado de Minas de -i21 abril I47
37 Folha Carioca, em 141dezembro 147,
CAP~TULO7- MOTORES, SALOES E LEITOS
No lado sul, a ala que avança sugere uma base expandida. A indentação
da vidraça inferior envolve recuo e avanço em relação aos pilares
periféricos. A expressão externa da autonomia de suporte e vedação é
um pouco mais óbvia que no MESP. A vidraça acima, por trAs dos pilares,
conforma uma sacada ao longo de toda a elevação superior. Montantes
de madeira e persianas de enrolar entre os mesmos constituem um pano
em L que a protege. O ligeiro avanço da placa de cobertura, o topo da
empena cega, o recuo das vidralças inferiores e a ausência de peitoril
contribuem para configurar cima composição elementar de planos
horizontais e verticais na vista de noroeste. A escada em caracol externa
na esquina de ala e corpo principal introduz aí uma curva graciosa.
Detalhada como uma superfície pregueada, reforça a planaridade
dominante. A curva retcirna nos passeios entre a edificação e o cais de
embarque sáo protegidos por abóbadas leves sobre suportes diagonais
em aço ou arcos de madeira, dispostos dentro dum jardim tropical, a
primeira utilização do gênero no pais.
INTERMEZZO- BARCAS
+ .-7 ~ ~ O T E l . + A
entalada entre vinte e um colunas de um lado e oito de outro, espaçadas
de 5 rnetros. O vão livre no saguão diminui, aumentando-se o nijrnero de
colunas. Mesmo assim, o pano da laje em grelha tem ai nada modestos
28,80 metros d e comprimento e 20 de largura com a espessura de 65
centímetros. O bloqueio na entrada se reduz a um balcão de informações.
A vista da pista e da baía impacta jB desde a calçada. A ligaçao do
saguão principal com a rua 6 desimpedida, corno na ABl. A porosidade
dum vazio entre dois sólidos se reitera atravks de acessos adicionais
livre de vedações em cada ala. O partido e agora o dum prisma com
apêndices. A dimensão e m planta do edifício é de 35 x 395 metros. Na
fachada para a rua, o volume saliente encothe. O acesso ao DAC some,
surgindo urna escada sinuosa de acesso ao restaurante, deslocado para
a extremidade sul.
Melhor sorte tem Rino Levi com o Teatro Cultura Artistica (1942-3), num
lote encravado numa quadra do centro de São Paulo e ocupado
integralmente. Levantando do chão a sala principal, o arquiteto libera uma
grande área para o vestíbulo e uma sala menor. 'Encaixado no primeiro
andar, abaixo da seção superior da platéia principal, o foyer envidraçado
se torna um mirante desenvolvido em curva entre as pontas mais opacas
correspondendo a peças de apoio. As colunatas internas se dispõem em
curvas de mesmo centro pontuando o espaço. Paredes, pisos e tetos da
sala principal tem curvatura parabólica por razões acfisticas. A planta faz
uso inteligente das irregularidades do terreno, na tradição do HôteE de
Beauvais. A fachada simétrica para a rua reflete o agenciamento interno.
Sobre a foyer, a grande parede curva dos fundos da sala de projeções se
reveste com um mural de Di Cavalcanti, tendo por tema as neve rnusas. A
marquise que prolonga o foyer e a reentrância central do vestibule
completam o projeto simpático que masca a aproximação de seu autor as
diretrizes dominantes da produção carioca.
ABÓBADAS I-
REIDY
A B ~ B A D A S2-VITAL BRAZlt
A loja se cobre com três arcos treliçados vencendo 44 metros de vão com
flecha de 12 rnetroç, presos nas pontas oeste a sapatas de concreto.
Lembrando o arranjo da produção de sabão na Sydney Roçs, o rnezanino
e uma estrutura independente em concreto e alvenaria de pedra. Urna
passarela expande a laje do rnezanino, primeiro perpendicular ao plano
da fachada depois paralela, formando uma plataforma de observa630 que
passa pelos dois primeiros arcos e os traspassa. Uma escada helicoidal
emergindo entre o segundo e o terceiro arco liga chão e plataforma, num
entrelaçamento dos sistemas estruturais distintos. Escada e passarela
circundam o espaço de exposição da loja, permitindo que os tratores
sejam vistos de distintos ângulos. A frente da ala administrativa, uma
outra escada, circular, possibilita a conexão protegida ao rnezanino. A
policromia anima as superfícies e as faz vibrar. A empena da ala
administrativa é azul, o biombo i frente rosa, os arcos da loja se pintam
de marrom, de preto e branco, o vidro e verde, a pedra cinza, a oficina
branca.
_ .FRGS
k,
Por outro lado, restrições de ordem econômica são evidentes nos grandes
projetos financiados pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões durante
o Estado Novo, apesar da tutela esclarecida de diretores como os
engenheiros Plínio Castanhede e Pedro Alim. Q Conjunto Residencial do
Realengo de Carlos Frederiço Ferreira (1939-43) é exemplar nesse
sentido. Trata-se dum verdadeiro bairro, com 2344 habitações, localizado
junto a linha ferroviária, ã quarenta minutos do centro do Rio pelo trem de
subijrbio. A infra-estrutura é completa: redes de água, luz, esgoto
sanitario e pluvial, esta~ãode tratamento sanitário. Tem escola primária
para 1500 alunos, creche para 100 crianças, ambulatório, gabinete
dentário, quadras esportivas, igreja católica, horto florestal. Uma fila de
casas de altos e baixos e de casa unifamiliares térreas são dominadas
por dois blocos paralelos de grande edifícios de apartamentos d e quatro
andares sem elevador. Cada bloco tem 60 unidades de quarto e sala com
30 m2,com balcões alternados como no Lavradio ou Tapir. As unidades
são servidas por galerias abertas permitindo ventilação cruzada e o térreo
contem lojas. As vigas de concreto armado estão moduladas de 3 em 3
metros, sobre paredes portantes feitas com blocos de concreto de grande
tamanho, procedimento de racionalização pioneiro no país. A grande
caixa d'água, símbolo de higiene e progresso, é uma torre cilíndrica
aumentando de seção no topo, similar a projeto de Niemeyer (1940) que
tinha como elemento adicional uma rampa helicoidal, reminiscente das
rampas da Piscina de Pinguins de Lubetkin, publicada na Revista da
Prefeitura do Distrito Federal em 1935. O bloco e o reservatório são
competentes, mas a operação no seu todo não constitui avanço em
relação a Monlevade do ponto de vista esti~istico.~
Dois croquis ilustram o partido para o primeiro bloco com um único nilcleo
centralizado, evidenciando a relação com o acesso e o portão elaborado.
As colunas externas do pilotis configuram dezeçseis vãos numa face e
dois na outra, superpostas a esquadrias que limitam o vestibulo de
entrada e espaços comerciais. Marquiçe e um ligeiro recue assinalam o
vestibulo. As mesas na rua sugerem um restaurante do lado do portão. A
inclinação de parede nessa ponta assinala a presença da esquina e o
acesso ao parque. O corpo tem empenas cegas, a fachada sul para a
Gago Coutinho totalmente envidraçada, a fachada norte para o parque
organizada em faixas horizontais que se alternam, incluindo, numa malha
aquadradada, varandas abertas e varandas protegidas por painéis de
elementos vazados ou verticais. Sua diversidade sugere não só
diversidade de tipos de compartimento como diversidade de tipos de
apartamentos. Na superestrutura diferenciada aparece um pergolado de
borda curva. O trecho esboçado do segundo bloco mostra o pilotis
servindo de pórtico çarroçavel.
Enquanto Lucio faz o Parque Guinle, seu antigo colaborador Paul Lestet
Wiener elabora o plano duma cidade a 40 quilômetros do Rio, em parceria
com José Luis Seri. A Cidade dos Motores devia acolher os operários da
Fabrica Nacional de Motores, prevista para produzir de motores de avião
a tratores. Como a Companhia Siderúrgica Nacional dirigida por
Guilherme Guinle, irmão de Eduardo, a Fábrica é um dos
empreendimentos financiados pelo Import Export Bank para o
desenvolvimento industrial do pais, em troca do seu apoio aos aliados e
da entrada na guerra em 1942. Previsto para 251300 habitantes, o novo
assentamento ocuparia 100 hectares em terreno pantanoso recuperado
na localidade de Xerem, em Duque de Caxias, incluindo, além da fabrica,
centro médico, campo de aviação, hotel, vila de engenheiros com clubee,
a cidade opersria e um programa de ocupação agropecuaria. Em 1941,
Atilio Correa Lima faz o plano para a instalação da SiderUrgica em Volta
Redonda, também no Estado do Rio. Num Parecer sobre o plano da
Cidade Operária da Fabrica Nacional dos Motores, a retórica e
modernizadora mas as diretrizes urbaniçticas recomendadas se
enquadram em solução já canvençional, casas unifamiliares para os
funcionários mais graduados e apartamentos para os demais. A célula
habitacional básica é a de 70 m2 para família de cinco pessoas em blocos
paralelos de quatro andares sem elevador, com espaçamento de duas
vezes a altura dos blocos, em superquadras de até 400 metros de
extensão. A organização segue fielmente os princípios da Carta de
Atenas, com um arranjo que tem mais a ver com Gropius que com
Corbusier. ' 9documento é entregue em agosto de 1943, pouco antes
do acidente que causou a morte de Correia Lima. Contudo, já em maio há
evidências de contato entre Wiener e o brigadeiro-do-ar-engenheiro
Antonio Guedes Muniz, projetista da Fábrica Brasileira de Aviões chefe da
Comissão Construtora do empreendimento.
O Bloco dos Sewips Gerais na outra calçada da rua lateral tem extens%o
igual a distância entre os blocos alto e baixo, fechando a perspectiva
desde a espinha de ligação dos dois blocos. Fazendo de lateral da praça,
as Faculdades de Medicina e Odontologia abaixo se postulam como um H
assimbtrico. A projeção da Faculdade de Farmácia é um L com serifa.
Moreira as v6 corno fragmentos de rédents, enquanto o Hospital de
Clínicas Especializadas aparece como composição de blocos paralelos
defasados. Como os blocos çonstitutivos das Faculdades, são paralelos
entre si e ao Hospital âncora. As defasagens entre eles dão a Praça uma
configuraçáo de trapezio isósceles, que acentua a proeminência física e
simbólica do Hospital. O desenho dos caminhos em pata de ganso
convergentes contribui e faz ainda homenagem sutil a Cidade
Universitária de Corbusier. Com a ajuda do tratamento de piso, os
elementos da composição se tornam edifícios-quarteirão, ainda que de
porte distinto.
I' O projeto recebe um primeiro visto do Diretor do Departamento Cdos Soares Perciaa em 27 de
l3 Conforme Telma de Barros Correia, Relatório Final da Pesquisa sobre A Habifapio Operaria e
a organização urbana do Brasil industrial 1880-1996,Brasília, CNPq, 1999. Ver também Atilio
Correia Lima, in Arquitetura n." 14, agosto 963.
14
Paulo Antunes Ribeiro, Hospftal Eufrasia Tekelra Leite, in Arquitetura e Urbanismo, janeiro-
fevereiro 1937, pp. 13-9.
" Paulo Antunes Ribeiro, Casa Edmar Machado, in Arquitehira e Urbanismo,maio-junho 1936,
pp. 33-4.
l 6 O projete da Maternidade será premiado na I Bienai de Arquitetura de São Paulo de 1951 e
publicado em Dante Paglia, A rquitemm rw;i BiemE de São Paulo, São Paulo, Miam, 1451 . Para
anhlise mais extensa, ver AbíIio Guerra e Renato Anelli, Rino &vi, Sáo Paulo, Romano Guerra,
2001.
l7 A comissão julgadora era composta por José Marques Vianna, Chefe do Distrito Fiscal do
Departamento Nacional de Estradas de Ferro; Paulo de Aragáo Bozano, Diretor Geral de Obras da
Prefeitura, Theophilo Borges de Barros, Diretor Geral aposentado da Secretaria das Obras
Públicas, João Baptista Pianca, Professor de Arquitetura, da EscoIa de Engenharia, Celso
Fernandes Pantoja, Chefe do Departamento de Obras Novas. Moreira e Reidy estavam associados
com José M. de Carvalho Cia. O 2." lugar coube B firma gaúcha Azevedo Moura Gertum.
SELEÇAO- ARQU tTETOS
Não cabe dúvida que a base é carioca e os nomes de maior destaque são
então Lucio, Niemeyer, os Roberto, Reidy, Moreira, Carloç Leão, Vital
Brazil e Atilio Correa Lima. Mas há muitos coadjuvantes, Çarlos Frederico
Ferreira, Paulo Antunes Ribeiro, Jorge Ferreira, Thomaz Estrella, Renato
Mesquita dos Santos, Renato Soeiro, Paulo Camargo de Alrneida,
Adhemar Marinho, Ernani Vasconcellos, Jose de Souza Reis, Alcides da
Rocha Miranda, Aldary Henriques Toledo, Olavo Redig de Campos,
Wadimir Alves de Souza, Eneas Silva, Jose Theodulo da Silva, Carlos
Porto e Firmino Fernandeç Saldanha. Se sua produção não teve o mesmo
impacto, apesar da qualidade elou quantidade, ela dá densidade a obra
coletiva, lhe acrescenta a banalidade do quotidiano. A importância da
obra reçifense de Luiz Nunes e Fernando Saturnino de Brito e
possivelmente mais histórica que artística. Se a contribuição de Burle
Mam é conhecida, a dos engenheiros de estruturas como Baumgart,
Paulo Fragoso, Joaquim Cardozo ainda e pouco estudada. Em São
Paulo, periferia, Rino Levi vigia a escola e se aproxima da mesma,
Warchavchick sai de cena quando Vilanova Artigas entra, Calabi B tão ou
mais representativo da obra do emigrado talentos0 que Rudofsky.
SELEÇÃO- ENCARGOS
SELEÇÃO- TERRITORIALIDADE
A peça urbana excepcional tem uma versão foro e uma versão acropole.
O foro implica uma plataforma envolvida de edifícios especiais. A acropole
pressupõe um edifício especial çentrado sobre uma plataforma. No
primeiro caso, a Praça da Reitoria na Cidade 'Universitária e a Praça
frente ao Estádio do Centro Atlético Nacional refutam a observação de
Mock quanto a ausência de praças monumentais no repertório da
arquitetura moderna. Lucio emprega a assimetria e a fragmentação para
temperar a solenidade do pórtico. Niemeyer compensa o pórtico e a
simetria pela permeabilidade lateral entre os estádios menores.
Tarnpouco falta fôlego na Praça do Teatro na Cidade universitária e na
praça evocada na Missão de São Miguel, embora sejam praças plantadas
de ar mais doce.
Capela, Bar, Casa do Baile e Clube de Golfe são térreos, a primeira com
estrutura abobadada, o ultimo com alvenaria portante combinada com
cobertura em parte abobadada, os outros com ossatura independente. Na
Capela, a casca múltipla se ap6ia sobre pilares nos vãos intermediários e
apresenta extremidades onde estrutura e vedação se confundem, como
na nave definida pela casca simples.
Bases recessivas, onde a area aberta do pilotis contém pelo menos uma
coluna de esquina, vão do canto recuado por definição a galeria lateral
(no Cassino) e a perimetral (no Museu). A porosidade- o recorte que não
inclui nenhum vértice- é tam'bém frequente, seja um vazio entre sólidos
que 6 só recuo, como entre tambor e caixa do Cassino, ou um vazio que
traspassa o edifício, como no late Fluminense. Numa forma ou outra, as
obras térreas não dispensam a porosidade, mas a reçessão só aparece ai
pela introdução de marquise. 0 s próprios Cassino e late Fluminense
mostram que porosidade e recessão sempre se podem combinar dando
margem a configurações mais complexas.
As barras de base expandida não são mais que barras de base contida a
que se soma uma aia de um ou mais andares. O çorpo tipico é ortogonal,
mas o volume cuwo aparece como torre de circufação vertical (atrás da
barra ou prolongando-a nas empenas) ou constituindo uma deformação
da barra ortogonal, em curva simples no Hotel da Pampulha e em curva
composta na ala da gaseria do Pavilhão. A expansao curva da laje de
cobertura do Pavilhão é similar a da Casa do Baile e do Cassino, mas de
contornos rnistilineos, fazendo uso duma reta e de um arco. Em todos
esses casos, a "curva livre" 6 mais imaginação que realidade. A linha
obliqua vem para o primeiro plano na VFRGS de Reidy, um volume
romboidal cuja base expandida e um volume virtual configurado por
expansões da laje de sobreloja. O edifício Tapir tem núcleo de circulação
trapezoidal, como as barras interiores de base contida de Parque Guinle.
.0- OU0000 -o
Contemporânea é a exceção rapidamente esquecida. De outro lado, as
intervenções corbuslanas nas cidades reais sempre se apresentam como
compromissos, mesmo que brilhantes. Em todas elas, o chão parece não
passar de estorvo ou, quando muito, de componente neutro.
TI POLOGIAS
Como diz Jorge Luis Borges na paródia hilariante que é "Pierre Ménard,
autor do Quixote", o significado depende do seu contexto. Certo, o
passeio que dilata a experiência arquitetônica e intensifica a consciência
corporal pode aqui começar ao aí livre. Quebra-sol e painel de elementos
vazados, porosidade, extroversão, exuberância, arnbivalência e
expansividade se abonam por clima e paisagem e se associam à
evocação da arquitetura luso-brasileira colonial e imperial, como a
evocação do jardim pitoresco e ingênuo aqui aclimatado. E se oferecem,
por repetição deliberada, como sinais de clima e paisagem; por
metonímia, de temperamento, pais, nação, terra risonha e franca onde se
pode andar despreocupado, pés descalços, peito aberto, braços nus.
ORIGINALIDADE
308
Em sua "Estrutura das Revolwções Científicas", Thomas Kuhn distingue
dois periodos típicos no desenvolvimento científico. Em período normal,
urna matriz disciplinar consensualmente aceita pela comunidade cientifica
delimita claramente o horizonte e o conteWo de urna pesquisa
cumulativa. Inovação teórica e discussão de fundamentos filosóficos SQ se
estimulam quando a matriz disciplinar se vê abalada substantivamente e
se instaura período de crise. A crise se supera por reformulação
revolucionária ou transformação revolucionaria embasando novo período
normal. A distinçao e análoga Aquela feita por Lucio no introito de
"Razões da Nova Arquitetura" entre periodos de unidade e transição.
Kuhn não está desmerecendo em modo nenhum o trabalho científico no
período normal, nem Lucio o trabalho artístico no período de unidade. A
matriz disciplinar compreende teorias e paradigmas, hipóteses e soluçdes
exemplares que precisam ser testadas, comparadas, emendadas,
desenvolvidas, detalhadas. Não se trata duma estrutura firme, mas dum -
enunciado promissor embora incompleto e esquernatico, carente de
artiçula~ão,aprofundamento e extensão na teoria tanto quanto na prática.
A relação entre esse enunciado e a sua articulação, aprofundamento e
extensão não e absolutamente a mesma que existe entre um teorema e
seu corolário. A arquitetura moderna brasileira não é o corolário brasileiro
dum teorema de Corbusier. É a demonstração brasileira das virtudes de
um icone desenhado por Corbusier e batizado de Dom-ino em momento
de feliz inspiração, para assinalar tanto o caráter combinatório e casual do
jogo arquitetcnico e seu vínculo com a casa quanto, etimologia ajudando,
a autoridade da regra sem a qual nenhum jogo pode começar. Preparada
por base de formação comum e afinidades múltiplas de sentimento e
pensamento, a assimilação do icone faz dela uma contribuição não só ao
jogo mas a definição da regra. Não transformação de um vocabulário e
sintaxe já prontos, mas verificação, elaboração, fertilização, diversão,
extensão. E posto que arquitetura é constru~ão qualificada,
complementação, reunião do arco a arquitrave e da ab6bada com a
estrutura reticulada.
seu trabalho não apresente um maior interesse social, eles sentem que
não pode haver rela~õesrealmente válidas entre a política e sua própria
profissão.... Que lições tirar ao por em paralelo a arquitetura "socialista"
da URSS, aquela produzida pelo nazismo, a contribuição impressionante
e frequentemente valida realizada na Itália durante a era fascista, a
arquitetura sem grande interesse (para eles) da social democracia
escandinava, o trabalho maravilhosamente apaixonante que se faz em
muitos países da América do Sul de atmosfera tão pouco democrática?
Melhor abandonar .e tema integralment e se prender unicamente aio
iraba!ho.''
Seja lá como for, com o fim do Estado Novo, desaparece o luxo maior
concedido a um punhado de jovens arquitetes de talento por um patronato
minoritario mas inteligente, quem sabe mesmo mais inteligente porque
minoritário: o tempo razoável para a elaboração, discussão e
seelaboração do projeto importante num clima exigente porque hostil.
Sem dúvida, falar da arquitetura desse grupo de arquitetos e patronos
como arquitetura moderna brasileira não significa dar-lhe nenhuma
prerrogativa de exclusividade nem quanto a reivindicações literais de
expressão d e modernidade nem quanto a expressão de nacionalidade,
muito menos dar-lhe o crédito d e representação de uma essência da
nacionalidade. Tudo isso posto, é abreviação consagrada e conveniente
para designar uma escola obviamente engajada em estudar a história e a
geografia nacionais, relacionar o estudo do passado com as demandas do
presente e as aspirações de futuro, ver suas proposições ganharem
estatuto paradigmatico no pais, senão no continente e no mundo. Escola
que a diferença da situação americana posterior descrita por Blake, não
está reunida a volta de um único nome, mas constitui o esforço de pelo
menos meia dúzia de arquitetos.
' Ver nota sobre o concurso em Arquitetura e Urbanismo,Rio, setembro-outubro 1936, pp. 176-
78.
Lauro Cavalcanti, As Preucupaçües do Belo. Ri o, Taums Editora, 1995.
' Conforme Concursospublicos in Arquitetura e Urbanismo, setembro-outubro 1936, p. 172.
'Ver O Futura Paço Municipal, in Revista Polpchnica.no 130.Sáo Paulo, abril-julho 1939, dn.
Mais informações em amador Cinm do Prado, Atual Problema do Paço Municipal, in
Engenharia,São Paulo, outubro 1946, pp. 5 1-57.
Ver Yannis Tsiornis, op. cit. p. 19, notas 33 e 34
Ver a foto em Peter ColIins, Splendeur du Béton, Paris, Hazan, 1995, p. 445. Originalmente
publicado como Concrete, London, 1959
"WiIliam Hogarth, The Analysis of Beauv, New Haven & London, YaIe University Press, 1997,
pp. 4E,49, 58-9. Editado por RonaId Paulson do original de 1753.
' Oscar Níemeyer, epígrafe em Jean Petit, Niemeyer, o poeta da arquitetura,Lugano, Eidia
edizioni d'arte, sld, mas provavelmente 1998 em função do último projeto apresentado.
Heimich Wolfflin, Kunstgeschichtlichc Grundbegnfle- das Probiern der Stilen~ickIungin der
neueren Kunrt. BaseVStuttgart, Schwabe Verlag, 16' ed., 1979. Traduzido ao português como
Conceitos Fundamentais da HistOria da Arte, São Paulo, Martins Fontes, 1984
'O Aquele mais tarde com escultura frente a UNESCO,esta com escultura frente h ONU, além do
exclusivamenie i anastílose.
I' A referência a Clivc Bell se: encontra como epígrafe em Do Desenho, texto de 1940, in Lucio
Costa, op.cit., p. 242. Para Lucio, a presunção de ser a arte pela arte antítese de arte social 6 tão
destituída de sentido quanto a antinomia arte figurativa- arte abstrata, conforme Considernções
sobre o arte conretnpor~nea.in Llrcir, Costa- Registro de rima vivêticia, São Paulo, Empresa das
Artes, 1995. p. 753.
II
Desde cssc ponto de vista, o Pedregulho C um retrocesso. Embora no contexto específico do
prt?jeto, a curva seja provavelmente a solução mais espetacuiar, ela n5o é a mais racional em
termos de economia. Os clogios são no minimo contraditórios.
',' Pcrcr Blake, Ses Archir~cfesde la J e ~ i n eCér~ératinnarcr Érnts-~nis,in L'Architectrli-e
d'Artjorrrcl'hili . 50-5 1 , dfcembre 1953, numéro spéciale USA -Cnt~rrihririon.rAniéricoines iI
I '.llrhitpr.rare Coiirr~porniiie.pp. 86-90.
31 1
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4- ARQUIVOS E BIBLIOTECAS
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Arquivo Gustavo Capanema, CPDOC, Fundação Getúlio Vargas, Rio de
Janeiro.
Arquivo Vanda Svevo, Fundação Bienal de São Paulo, São Paulo.
Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro.
Biblioteca FAU-UFRJ, Rio de Janeiro.
Biblioteca FAU-USP, São Paulo.
Biblioteca FAU-UFWGS, Porto Alegre.
Casa de Lucio Costa, Rio de Janeiro.
Fondation Le Corbusier, Paris.
Fundação Nacional Pró-Memória, Rio de Janeiro.
Fundação Oscar Niemeyer, Rio de Janeiro.
Arçhives of the Museum of Modern Art, New York.
Jhe Paul hester Wienes Arçhives, University of Oregon, Seattle
Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro e São Paulo.
5- CARTOGRAFIA
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Centro de Arquitetura e Urbanismo, 2000.
Atlas Arnbiental de Porto Alegre, Porto Alegre: UÇRGS, 1998.
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6. OUTRAS FONTES
6.1- Entrevistas
Entretiens avec Lucio Costa, 1989 a 1995
Entretien avec Oscar Niemeyer, 1998.
6.2- Relatórios:
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Habifação Opesária e a organizaçiio uhana do Brasil Indrrstfial
1880-7996,Brasília : CNPq, 1999.
RESUMO
PRECISÕES BRASILEIRAS SOBRE UM PASSADO DA ARQUITETURA E DO URBANISMO
MODERNOS, SOBRE 0 5 PROJETOS E AS OBRAS DE LUCIO COSTA, OSCAR NIEMEYER,
MMM 'ROBERTO, AFFONSO REIDY, JORGE MOREIRA & CIA., 1936-45
Essa revisa0 da arquitetura moderna brasileira dentro do periodo de 1936-45 tenta precisar sua
originalidade, em termos de ascendência como de inovaçSio, recusando aceitar a identificação
dessa originalidade com a exibição exuberante de curvas e elementos de proteçio solar. 0 s
projetos e as obras de Costa, Niemeyer e Cia. integram um movimento de superaçao do
Infemational Style que toma forma desde o fim dos anos 1920, quando a maquinolatria começa a
se dissipas. Não se trata do corolário de uma teoria formulada por Le Corbusier, mas do
desenvolvimento paralelo de uma hipótese referente i3 composição arquitetgnica do século XX, da
qual Le Corbusier sistematiza o esquema de base, a ossatura independente com lajes em
balanço, sem extrair todo o seu potencial.
O prólogo observa Brazii Builds- New and Old 4652-7942, a exposiçCio no MoMA nova-iorquino, e
descobre que a identificação problemática só se cristaliza após Brasilia. No primeiro capcího-são
estudados os antecedentes da arquitetura moderna brasileira, do triunfo do~çletismodepois da
proclamaqão da república em78-895 at8 o primeiro projeto moderno de Lucio Costa em 1930,
quando Getúlio Vargas instala um governo revolucionário. O segundo capitulo se concentra sobre
o período 1930-1935. Nele se defende que a superaç%odo Internafionaf Style B uma questão de
sobrevivência para a arquitetura moderna simplesmente, que não provou ainda nem sua
maleabilidade pragmática nem sua maleabilidade semântica. Os cinco capítulos seguintes
examinam uma centena de projetos e obras do período 1936-45 buscando delinear sua
contribuição para a cristalização de uma linguagem capaz de emular a linguagem clássica. A
visão de conjunto que se delineia no epilogo permite classifica-los e descrevê-los enquanto
elementos de motfologia urbana e exemplos de composição arquitetgnica.
ABSTRACT
BRAZILIAN PRECISIONS ON A PAST STATE OF MODERN ARCHITECTURE AND URBANISM,
AFTER THE PROJECTS AND BUILDINGS OF LUCIO COSTA, OSCAR NIEMEYER, MMM
ROBERTO, AFFONSO REIDY, JORGE MOREIRA & CO.,1936-45
This revision of Brazilian Modern Architecture in the period 1936-45 attempts to define its original-
ity in a more exacting manner, in terms of ascendancy as well as in terms of innovation, refusing to
accept the identification of this originality with the exuberant display or curves and sun-breakers.
Projects and buildings of Costa, Niemeyer & Co. integrate a rnovement to overcome the Interna-
tional Style that takes shape after 1929, when faith in redemption through rnachine begins to fade.
It is not the corollary of a theorem formulated by Le Corbusier, but the parallel development of an
hypothesis regarding architectural composition in the 20th. Century, whose baçic scheme was
systernatized by Le Corbusier the independent skeletal brame with cantilevered slabs, without ex-
tracting its full potential.
The prologue observes Brazil Builds- New and Old 1652-1942, the show at the New York's MoMA
and discovers that the probtematic identification does not crystallire untit after Brasilia. The first
chapter studies the antecedents of Brarilian Modern Architecture, from the triumph of eclecticiçm
after the Proclamation of the Republic in 1889, til1 the first Modern project of Lucio Costa in 1930,
when Getulio Vargas eçtablishes a revolutionary government. The second chapter concentrates on
the 1930-35 period, defending the viewpoint that overçoming the Internationali StyEe was a question
of survival for Modem Architectwre, which had not yet proved its semantical and pragmatical mal-
teability. The five chapters that follow examine a hundred projects and buildings of 1936-45 trying
to delineate their çontribtltion to the crystallization of a language capable of ernulating the classical
language. The overall vision allows to classify and describe them in the epilogue both as elements
of an urban morphology and as examples of architectural composition.