Revista Forma Contextualismo
Revista Forma Contextualismo
Revista Forma Contextualismo
ALDO ROSSI
trao milans
LVARO SIZA
esprito ecletista
CONTEXTUALISMO
superando o esquematismo abstrato da linguagem moderna
09
ndex
04
Contextualismo
07
18
XX
XX
14
Aldo Rossi
22
09
Teatro Carlo Felice
14
Teatro do Mundo
18
Hotel II Palazo
22
Cemitrio San Cataldo
29
27
lvaro Siza
34
29
Pavilho Portugal
34
Piscina Lea da Palmeira
38
38
Centro Galego de Arte Contempornea
42
42
colaboradores
editorial
Prezados leitores,
neste exemplar voc ter uma experincia
surpreendente com diversas obras marcantes de
um perodo onde o forte a se seguir era a idia
de que todo o entorno importantssimo para a
composio do seu projeto.
XX
Nathlia Cavalcante
Redator -Chefe
Hotel II Palazo
Piscina Lea da Palmeira
CONTEXTUA
L
I
S
M
O
Foi uma tendncia
arquitetnica que surgiu nos
anos 80 a partir da necessidade
de inserir novas construes na
cidade histrica e, portanto, criar
edifcios que no agredissem os
padres antigos. Esta postura
consiste na continuidade das
idias assinadas por Ernesto
Natham Rogers, defendendo o
realismo e a adaptabilidade
tradio do lugar e preexistncias
ambientais.
Alguns recursos so
Arquiteto Aldo Rossi
utilizados para adequar a
arquitetura ao seu contexto,
como o prolongamento de linhas identificadas nos prdios anexos,
repetio da modulao de janelas e outras caractersticas dos edifcios
antigos, manuteno da altura, entre outros.
O contextualismo associado ao ps-modernismo. Sua postura
de adaptao ao meio tambm uma crtica ao modernismo, cujos
projetos eram pensados como elementos independentes e isolados.
A tendncia tem no arquiteto Aldo Rossi um dos seus principais
tericos, que atravs do aperfeioamento dessas idias estendeu por
todo o mundo a postura de continuidade crtica com a tradio
disciplinar. Esta postura se manifesta no somente na obra de alguns
Repetio
Monumental
Geometria
Croqui de lvaro Siza
Resgate Histrico
Construo
Forma
Implantao do cemitrio So Cataldo por Aldo Rossi
Crtica ao
Modernismo
Arquiteto lvaro Siza
Contextualistas: que buscam na tradio e na cultura do lugar os valores que orientam sua
produo. So eles que comeam a entender o esprito do lugar (genius loci) como ponto de partida
para a criao projetual. Foram influenciados pelas teorias de Ernesto Nathan Rogers, Aldo Rossi,
Norbeg-Schulz, e tem relao com o conceito de regionalismo crtico de Kenneth Frampton.
ALDO ROSSI
www.cemex.com
07
Principais Obras
Aldo Rossi
08
09
Os planos de
reconstruo comearam
imediatamente aps o
fechamento da guerra. O
primeiro projeto, de Paolo
Antonio Chessa (1951), foi
rejeitado; o segundo, de Carlo
Scarpa, foi aprovado em
1977, mas em 1978 Scarpa
morreu sem ver sua obra
concluda.
Outro concurso foi
chamado para a reconstruo
do teatro, quando o grupo
liderado por M. Valle venceu
com o projeto arquitetnico
feito por Aldo Rossi, Ignazio
Gardella, Fabio Reinhart e
Sibilla Angelo.
O novo projeto, em
que partes da fachada
original foram recriadas, mas
com o interior totalmente
moderno, reprisou as
orientaes de Scarpa: reter
a pea neoclssica de
Barabino e projetar um novo
volume, uma da torre com
cerca de 63 metros de altura.
O teatro reabriu
oficialmente em junho de
1991, com um salo principal
com capacidade para 2000
lugares, um pequeno
auditrio com capacidade
para at 200 lugares e o hall
da entrada principal, com
uma rea de 660 metros
quadrados, decorado com
afrescos e tapearias, alm
de possuir uma espcie de
11
PROJETO
Planta baixa
Corte
Principal
Salo do
Teatro Carlo
Felice com
capacidade
para 2000
pessoas.
ALDO ROSSI
TEATRO DO MUNDO
1979, Veneza, Itlia
Conceito e arquitetura
Perspectiva
Perspectiva
Croquis
15
O repertrio utilizado
por Aldo Rossi nas suas
composies volumtricas
constitudo por slidos
geomtricos, minimalistas,
arranjados em ordem rigorosa e
pintados com as cores
primrias. Pode notar tambm
nesta e nas outras obras do
arquiteto, outras caractersticas
geomtricas importantes que
ele utiliza: a absoluta simetria
dos elementos da composio,
a forma fechada e polgonos
retangulares.
A sua crescente
reputao internacional
garantiu-lhe encomendas e
convites para trabalhar um
pouco por todo o mundo. As
formas simples dos projetos de
juventude tornaram-se mais
rebuscadas e ornamentadas
embora Rossi continuasse
ligado a alguns elementos
formais arquetpicos como o
prtico, o cubo, o cone, a
galeria, as colunas cujo valor
simblico e plstico, pela
referncia a difusas memrias,
ultrapassou as utilizaes
funcionais mais pragmticas e
banais.
17
PROJETO
Aldo Rossi
Hotel Il Palazzo - edificao simtrica, ritmada, coroada com uma saliente cornija.
Detalhamento
20
21
Um mausolu
repaginado
Esteticamente, algumas pessoas podem achar isso mais ou menos atraente, mas importante que
aqui, o arquiteto milans consegue encontrar uma maneira de fazer arquitetura transcendente,
onde o visitante confrontado com a ideia da morte inevitvel.
No desenho de implantao,
que parece um quadro artstico,
vemos tambm expressas essas
preocupaes formais de maneira
bastante clara.
Aldo Rossi resolve suas
composies sempre baseadas em
figuras geomtricas planas e
espaciais com figuras geomtricas
simples e regulares, como
quadrados, crculo, octgonos,
tornando uma marca registrada dos
seus trabalhos, como podemos
observar no Teatro do Mundo (vide
pg. X), City Hall de Sandicci e
outros.
Na base do tringulo, o
grande cubo sem janelas e sem
cobertura, monocromtico na cor
terra, que compe a geometria e a
volumetria do edifcio smbolo do
cemitrio o Sacrrio dos Mortos de
guerra e dos restos provenientes do
cemitrio velho. As aberturas nas
quatro fachadas so iguais,
quadradas e profundas e se aplicam
s clulas dos Sacrrios. Apresentase geometricamente como um
volume puro, simtrico, equilibrado,
centralizado e perfeitamente
modulado.
Nesta edificao percebe-se
uma analogia com os ossos da
coluna vertebral e suas costelas; o
cone no topo do tringulo, como
uma grande chamin, circunda a
fossa comum.
Com todo este jogo de
volumes geomtricos bsicos, como
Colunatas
Colunatas
Ossrios
LVARO SIZA
"A arquitetura cada
vez mais um problema
do uso e referncia aos
modelos... Minha
arquitetura no tem
uma linguagem prestabelecida e no
estabelece uma
linguagem. uma
resposta a um
problema concreto,
u m a s i t u a o e m
transformao em que
eu participo.
lvaro Siza.
lvaro Joaquim de Melo Siza Vieira (Matosinhos, 25 de junho de 1933), diplomado pela
Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 1955, o mais conceituado e premiado
arquiteto contemporneo portugus.
Suas obras se situam na via em que a inspirao nos elementos especficos do lugar se converte
em ponto de partida do projeto. Para iniciar cada projeto, Siza precisa travar um intenso dilogo com o
lugar e com os usurios. A partir da, utilizando uma arquitetura ao mesmo tempo racionalista e
organicista, com uma grande capacidade de adaptao, desenvolve cada projeto.
A arquitetura de Siza se baseia sempre em uma emotiva e realista reinterpretao das formas e
detalhes da arquitetura tradicional, e no respeito evoluo da arquitetura moderna, realizando
formas simples, modestas e introvertidas que mantenham as qualidades do lugar. Semelhante aos
modernos, sua obra destila uma influncia verncula amplivel arquitetura oriental.
A essncia da obra de Siza se baseia em sua capacidade emprica pessoal e irrepetvel de
combinar em cada proposta a arquitetura racionalista e a hipersensibilidade em relao ao entorno.
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Principais Obras
lvaro Siza
Exemplo?
Pavilho da Expo98
28
Pavilho da Expo98
lvaro Siza; 1998 - Portugal
O Pavilho de Portugal na
Exposio Mundial de 1998 Expo'98, situado no Parque das
Naes em Lisboa, foi o edifcio
responsvel por abrigar a
representao nacional portuguesa
naquele evento com uma exposio
relativa aos Descobrimentos
Portugueses, onde se podia, por
exemplo, observar achados
arqueolgicos de uma nau da
Carreira da ndia que naufragou na
Barra do Tejo em 1606. Acabou-se
optando por conserv-lo aps o
encerramento do evento.
30
O Pavilho de Portugal
contrasta com os edifcios mais
prximos por possuir uma volumetria
discreta, marcada pela
horizontalidade. A edificao
dotada de dois blocos de construo
unidos pela cobertura em concreto.
32
Semana:
Adultos 4,00
Crianas (at aos 12 anos) 1,60
Fim-de-semana:
Adultos 5,50
Crianas (at aos 12 anos) 2,20
P
I
S
C
I
N
A
No creio
, no um esperanto
, no um
da
No que
creio
a universalidade
que a universalidade
seja sinnimo
seja sinnimo
de neutralidade
de neutralidade
expresso
esperanto da
arquitetnica,
expresso arquitetnica,
mais a capacidade
mais ade
capacidade
se criar desde
de se as
criar
razes,
desdecomo
as razes,
uma
rvore
como uma
que se
rvore
abre;que
a expresso
se abre; aarquitetnica
expresso arquitetnica
tem tambmtem
essastambm
fortes razes...
essas fortes
Meu
sentido
razes... de
Meu
universalidade
sentido de universalidade
tem mais a vertem
commais
a vocao
a ver com
das cidades,
a vocao
quedas
vm
cidades,
de sculos
que
de
vminterveno,
de sculos dedeinterveno,
mestiagem,
de mestiagem,
de sobreposio
de sobreposio
e de mistura
e dedas
mistura
mais das
opostas
mais
influncias,
opostas influncias,
mas quemas
se que
torna
seinconfundvel.
torna inconfundvel.
Um edifcio
Um edifcio
em Berlim
em Berlim
devedeve
explicar
explicar
sua
localizao
sua localizao
parapara
nono
ser mesquinho,
ser mesquinho,
limitado...
limitado...
CGAC
PROJETO
Corte 01
caracterstica horizontal,
reforando a estrutura urbana,
prdios de dois e trs
pavimentos, formando uma
estrutura urbana homognea,
com cores que resultam da
combinao de paredes de
pedra e telhados com telhas.
A interpenetrao dos
dois volumes define um trio
triangular com p-direito alto,
que d acesso ao auditrio e a
dois nveis de galerias. A
circulao tangencial pela
Corte 02
Corte 03
Corte 04
39
PROJETO
No primeiro andar, o trio triangular
no interior do projeto, com p-direito
duplo, parece ser o ponto de partida para a
composio planta. Outros servios de
apoio geral, bem como sala de
conferncias, caf e salo de exposies
temporrias tambm esto localizados no
mesmo nvel.
No andar superior, alm do trio,
tambm h salas para exposies
temporrias, salas de reunies, leitura,
seminrios e a parte administrativa.
O museu revestido em granito, em
concordncia com os edifcios cvicos e
monumentais da cidade. Contudo, o
emprego do granito assume uma
expresso relacionada com uma estrutura
de concreto armado caracterizada por
grandes vos abertos.
A opo de utilizar um material
simples, como exteriores em granito, que
encontrado em todos os lugares em
Santiago de Compostela, satisfatria,
ainda que com o tempo, devido
porosidade do material, este perde sua cor
original e tornar pouco a pouco
semelhante a cor dos edifcios barrocos,
integrando ainda mais o todo. O granito
cortado para formar blocos, associando aos
edifcios antigos, que tambm so
compostos por peas e blocos. Em relao
aos materiais utilizados na construo,
importante observar-los no interior: o
granito, empregado nas paredes, colunas e
telhados do edifcio; o mrmore branco ao
longo do cho e revestindo as peas do
mobilirio fixo; e a madeira, dando um
contraste com o branco predominante dos
pisos, paredes e telhados.
40
A construo do Centro
Galego de Arte Contempornea,
certamente significou um
compromisso com o contexto
imediato e, em geral, o rastreamento
de toda a cidade, onde o uso de uma
reinterpretao dos volumes por
meio de analogias simblicas foi a
maneira mais adequada de integrar
um prdio contemporneo histria
e tradio dos edifcios, praas e
jardins que compem o contexto
urbano da cidade.
trio triangular com p-direito duplo.
Elevao 01
Elevao 02
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Fundao Iber
Camargo
lvaro Siza
1995
Porto Alegre
Brasil
A primeira coisa
que se deve treinar
a percepo visual,
ou seja, reconhecer
o ambiente. Um
arquiteto deve se
impregnar da
atmosfera de uma
cidade ou de um stio
para o qual projeta.
(lvaro Siza em AU n.113, agosto, 2003, pag. 63).
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