Trabalho Sobre Tijolos e Blocos
Trabalho Sobre Tijolos e Blocos
Trabalho Sobre Tijolos e Blocos
TIJOLOS E BLOCOS
BAURU/SP
2015
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TIJOLOS E BLOCOS
BAURU/SP
2015
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................4
2. TIJOLOS E BLOCOS CERÂMICOS.............................................................................5
2.1 Definição..............................................................................................................................5
2.2 Origem dos tijolos cerâmicos...............................................................................................5
2.3 Evolução dos tijolos no Brasil.............................................................................................6
2.4 Processo de fabricação.........................................................................................................8
2.5 Tipos de tijolos...................................................................................................................10
2.6 Normas Técnicas................................................................................................................16
2.7 Bloco de Concreto X Bloco Cerâmico...............................................................................18
2.8 A fundação para adobe.......................................................................................................18
2.9 Alvenaria Estrutural...........................................................................................................19
2.10 Alvenaria de Vedação.......................................................................................................21
3. CONCLUSÃO..................................................................................................................23
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................24
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1. INTRODUÇÃO
O emprego dos produtos cerâmicos iniciou-se em lugares em que a pedra era escassa e os
materiais argilosos, abundantes. Em primeiro lugar, o cozimento das argilas era feito ao sol e
depois em fornos.
Destacam-se pela sua durabilidade e pela facilidade de sua fabricação, dada a abundância
da matéria-prima que se origina, a argila. O tijolo é um dos componentes básicos de qualquer
construção, por isso deve ser de ótima qualidade para a garantia de uma obra bem sucedida.
O mercado oferece uma vasta opção de tijolos. São de diferentes tamanhos e matérias-
primas, diversidade que pode variar de preço e qualidade da obra. Por isso e indicado que antes
de escolher qual irá utilizar analisasse o preço, rendimento do material e a sua
qualidade. Alvenaria Estrutural com Blocos Cerâmicos.
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2.1 Definição
O tijolo (do espanhol tejuelo, diminutivo de tejo - caco de telha) ou bloco, são
componentes construtivos utilizados em alvenaria (vedação ou estrutural). Apresentam furos
de variados formatos, paralelos a qualquer um dos seus eixos. Pode ser de cerâmica
(avermelhado), vidro ou concreto (betão), geralmente em forma de paralelepípedo e
amplamente usado na construção civil.
Os vestígios mais antigos de tijolos datam de 7500 a.C. foram encontrados em Çayönü,
no sudeste da Anatólia, na Turquia. Em descobertas mais recentes, foram encontrados tijolos
de 7000 e 6395 a.C., em Jericó e em Çatalhüyük, respectivamente. A partir de dados
recolhidos nestas e outras descobertas arqueológicas, foi concluído que os tijolos cozidos (em
detrimento dos tijolos secos ao sol - adobe) foram inventados no terceiro milénio antes do
nascimento de Cristo, no Médio Oriente. Os tijolos foram uma inovação tecnológica
importante, pois permitiram erguer edifício resistentes à temperatura e à humidade, numa
altura em que o Homem deixou de ser nómada, passando a ter a necessidade de possuir
construções resistentes e duráveis. Por volta do ano de 1200 a.C., o fabrico de tijolos
generalizou-se na Europa e na Ásia.
Na região dos rios Tigre e Eufrates, os tijolos começaram a ser utilizados há mais de
cinco mil anos. Isto deve-se sobretudo à grande escassez de rocha e madeira nessa região, o
que fez com que as populações aderissem a outros materiais construtivos, como por exemplo
o tijolo. Também na Suméria o material de eleição foi o tijolo; tinham uma forma
arredondada e não eram unidos com argamassa, nem com cimento. Para tornar os edifícios
mais seguros e resistentes os espaços vazios eram preenchidos com betume, palha e ervas.
Também no Antigo Egito e na civilização do Vale do Indo o tijolo era um material muito
utilizado. Esse fato pode ser observado nas ruínas de Buhen,Mohenjo-daro e Harappa, por
exemplo. As dimensões dos tijolos encontrados tinham uma razão de 4:2:1, estas são as
dimensões ideais para este tipo de elemento construtivo.
forma um pouco fora do habitual, pois eram bastante compridos (6:2:1). Frank Lloyd Wright,
arquiteto americano do século XX, utilizou este tipo de tijolo em muitas das suas obras.
No século XII, os tijolos produzidos no norte de Itália foram levados para a Alemanha,
onde se adquiriram um importante papel na arquitetura. O chamado Gótico Báltico foi uma
variação do estilo gótico onde o tijolo era o principal elemento construtivo. Teve um grande
impacto nos países nórdicos devido à falta de pedra. Podem-se encontrar exemplos destes
edifícios na Dinamarca, Alemanha, Polónia ou Rússia.
No século XX, o tijolo foi posto um pouco de parte, passando o aço e o betão a serem os
materiais mais usados. Hoje em dia, a utilização de tijolos está cada vez mais em desuso, mas
não abandonada; passou a ter uma função mais decorativa.
No Brasil antigo as casas eram feitas de barro, e tinham três formas de se trabalhar com
o barro: a taipa de pilão, taipa de sopapo (conhecida como pau-a-pique) e o adobe.
A técnica da taipa de sopapo, também conhecida como pau-a-pique, barro armado, taipa
de mão ou taipa de sebe, consiste em armar uma estrutura de ripas de madeira ou bambu com
uma mistura de barro. É uma técnica simples de construção, muitas vezes tratada com
preconceito pela aparência rústica. No Brasil, foi trazida pelos portugueses e, desde então, é
muito utilizada no meio rural, no sertão central e nordestino.
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A técnica do adobe consiste em moldar o tijolo cru, em formas de madeira, a partir das
quais o bloco de terra é seco ao sol, sem que haja a queima. O adobe chega ao Brasil, com os
portugueses, em seu período colonial, na qual a mão-de-obra era escrava, os materiais para
construção de moradias eram precários. Foi muito utilizado em construções das regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, principalmente em igrejas.
tijolos naquela cidade. De acordo com dados do Arquivo do Estado, mapas estatísticos
confirmam o desenvolvimento expressivo de olarias em São Paulo, que passam a se
multiplicar a cada ano, a partir de 1887. O núcleo de São Caetano do Sul, fundado em 1877,
teve suas lavouras progressivamente abandonadas e substituídas por olarias, dando origem à
famosa cerâmica industrial daquela região.
A matéria prima do bloco cerâmico é a argila, que vem a ser um material natural com
textura terrosa, de granulação fina, que adquire, quando umedecido com água, certa
plasticidade moldável, conservando a forma moldada, endurecendo com a perda de água e
solidificando-se definitivamente com o calor. É um conjunto de minerais, compostos
principalmente de silicatos de alumínio hidratados, contendo ainda certo teor de elementos
alcalinos e alcalino-terrosos.
As argilas mais utilizadas na fabricação dos blocos cerâmicos na região sul e sudeste são as
de: Várzea (encontrada às margens de rios ou banhados, apresenta textura terrosa, farelenta e
em torrões, granulometria fina, e quando úmida, elevada plasticidade), Morro (encontrada
longe de banhados e rios, apresenta textura terrosa, granular ou em blocos, possui baixa
plasticidade e cor variando do vermelho ao amarelado após a queima), Tipo Taguá
(encontrada em camadas bastante profundas sob rios ou encostas de morros. Caracteriza-se
por camadas delgadas e muito duras de materiais argilosos, devendo o material ser seco e
moído antes de entrar na linha de processamento).
Quanto ao local as extração da argila, considera-se sua localização em relação à indústria e
mercado consumidor dos blocos cerâmicos e envolve a remoção da camada superficial,
drenagem da água do local, aproveitamento (extração) completo da jazida com
retroescavadeiras e a formação de plataformas que facilitam o transporte até a fábrica, por
meio de caminhões basculantes. A estocagem da argila é feita a céu aberto num período que
varia de 6 meses a 2 anos. Isto porque a exposição deste material à intempéries provoca a
lavagem de sais solúveis, o alívio de tensões nos blocos de argilas, melhora sua plasticidade e
homogeneíza a distribuição da umidade, garantindo melhor qualidade aos blocos cerâmicos.
Os equipamentos utilizados para redução dos grãos da matéria-prima dos blocos
cerâmicos são: britador de mandíbulas ou moinho de martelo, misturador e laminador. A
moagem, através do britador ou do moinho, se faz necessária para diminuir o tamanho dos
sólidos, desenvolvendo-se assim maio superfície de contato entre os grãos da argila,
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facilitando a reação química e a homogeneização entre os sólidos. Após ser moído, o material
vai para o misturador, que tem a função de misturar as diversas argilas de uma composição,
bem como a obtenção do índice de umidade desejado. A laminação da matéria-prima dos
blocos cerâmicos é feita através do laminador, que por meio de velocidades diferentes de dois
rolos laminadores, consegue a desintegração da argila, proporcionando maior homogeneidade
à massa. Na conformação dos tijolos cerâmicos, a peça recebe forma e acabamento que não
poderão ser modificados nas etapas seguintes. Há duas maneiras de se obter a moldagem dos
blocos cerâmicos, através da prensagem (manual ou mecânica) ou a mais difundida, pelo
processo de extrusão.
A conformação dos blocos cerâmicos por extrusão se dá na extrusora, ou maromba, uma
máquina constituída de uma carcaça metálica, cilíndrica, percorrida internamente por um eixo
giratório, e por onde a massa em laminas é extrudada na forma de uma coluna, através dos
orifícios da boquilha, que é o molde dos tijolos. Ao sair da boquilha, a coluna se movimenta
sobre o transportador de rolo, e serão cortada por fios cortadores, nas dimensões adequadas ao
tipo do bloco cerâmico desejado, tais como blocão (14x19x29), bloquinho (11,5x14x24) e
outros tamanhos.
Próximo processo é o de secagem, que em o objetivo de eliminar a água adicionada aos
tijolos cerâmicos durante a moldagem. Nessa etapa são obtidas as transformações desejadas,
em estrutura e composição, pela aplicação de energia térmica. Uma vez seco, os blocos
cerâmicos adquirem consistência suficiente que permite o manuseio, transporte das peças,
empilhamento no forno e está em condições de resistir às transformações físicas e químicas
que ocorrem na queima. A secagem é uma etapa bastante delicada e complexa no processo de
fabricação dos tijolos cerâmicos. É comum nesta etapa ocorrerem defeitos de secagem nos
blocos cerâmicos e que são perceptíveis somente após a queima. Uma secagem
demasiadamente rápida causa retração diferencial de tal forma que produz trincas nos
produtos.
A secagem pode ser realizada de duas formas: secagem natural ou secagem artificial. Na
secagem, os blocos cerâmicos são dispostos em prateleiras, em galpões cobertos, e secas pelo
ar ambiente. Em algumas industrias essas prateleiras são próximas aos fornos acelerado a
secagem. Na secagem artificial, os tijolos cerâmicos são colocados em estufas, que
geralmente recuperam gases quentes dos fornos ou utilizam fonte própria de calor através de
uma fornalha, atingindo temperaturas em tono de 80ºC. Neste método há um controle sobre a
secagem e existe uma maior homogeneidade das peças. O tempo de permanência dos blocos
cerâmicos nessas estufas é de um a dois dias.
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escuros indicam material cru; e quando com cores muito carregadas indicam excesso de
vitrificação.
Existe uma grande variedade de tijolos e blocos, compostos por uma grande variedade
de materiais, de barro, argila, cimento e pó de pedra, vidro, e até tijolos de plástico, magnésio
poroso e sílica, tijolo inteligente (com chip para detectar abalos sísmicos), silicato celular,
dentre outros.
Características: são encontrados numa grande variedade de textura das paredes, de tipo
e quantidade de furos e dimensões. O número de furos e as dimensões são bastante
regionalizados.
Blocos estruturais: são os que comportam o peso da alvenaria, além do próprio peso,
por não necessitar de estrutura de concreto armado, reduz-se etapas da obra e o sistema ainda
proporciona maior resistência das paredes. As instalações elétricas e hidráulicas devem ser
feitas junto com a alvenaria. Porém, além de serem mais caros, os blocos cerâmicos
estruturais apresenta como desvantagem a limitação de abertura de vãos nas paredes e as
restrições em caso de reformas. Como as paredes são estruturais, não podem ser eliminadas,
se aconselha que no projeto arquitetônico sejam previstas algumas paredes como vedação, que
poderão ser demolidas. As modificações das instalações hidráulicas e elétricas também são
restritas, pois os blocos cerâmicos não podem ser “rasgados” para embutir novas tubulações.
Bloco 45: Peça especial utilizada para fazer cantos sem amarração, dando continuidade
a parede em outra direção. Assim como os demais blocos, possibilita a construção de fladas
intercaladas.
Bloco hidráulico: Usado nos locais por onde passam tubulações de água e esgoto. Essa
peça possui furos especiais que permitem a instalação hidráulica sem a quebra da parede
pronta. As instalações elétricas e hidráulicas podem ser feitas junto com a construção,
antecipando o termino da obra e diminuindo a quantidade de entulho.
Bloco elétrico: Peça especial que possui uma espécie de canaleta na espessura
apropriada para eletrodutos.
Blocos de vedação: são os que suportam apenas o próprio peso, sendo necessária para a
sustentação da alvenaria a construção de vigas e pilares. É mais barato e popular, usado
apenas para a vedação das paredes. As modificações nas instalações de sistemas hidráulicos e
elétricos são realizadas mais facilmente e as aberturas de vãos e entradas nas paredes são
realizadas normalmente, não causando problemas com a estrutura. Isso traz flexibilidade ao
proprietário na hora de reformar a casa. Possui melhor
desempenho térmico. As desvantagens da sua utilização são o maior tempo de obra, pela
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Dimensões:
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Inspeção: por medição direta, a verificar em lotes não superiores a 10.000 tijolos; por
ensaio a, conforme o número de peças por lote (por exemplo, para um lote com peças entre
3.001 e 35.000 tijolos a quantidade de amostras deve ser de 13 peças).
Tijolo refratário: Desenvolvido para suportar altas temperaturas, e ser isolante termo
acústico, este tijolo é feito a partir do cozimento em altas temperaturas de argila enriquecida
de materiais que diminuem a retração mecânica quando expostas ao calor. É ideal para fornos
em fundições, caldeiras, churrasqueiras dentre outros
Contras Contras
Menos aderente a argamassa Movimentam-se mais
Exige mais revestimento Difícil transporte
Menor resistência mecânica Absorve mais água
Quebra mais fácil Pesa 3x mais
Isolamento acústico Dificuldade de utilização em dia
chuvoso
Mais caro
Nas fundações das obras de adobe, utilizavam-se pedras no próprio local de construção,
junto com areia e barro até que chegassem no nível do solo. Assim, evitando com que os
tijolos de adobe entrassem em contato com a umidade do solo.
O assentamento dos tijolos de adobe não eram feitos com muita sofisticação,
procuravam apenas executá-las de forma que a alvenaria ficasse travada.
Antigamente não existiam uma padronização de amarração, sendo que em cada obra, as
execuções eram feitas de diferentes maneiras e apesar de serem pesadas, tinham baixa
resistência, por isso raramente passavam de dois pavimentos.
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- COLOCAÇÃO DO ADOBE
O assentamento dos tijolos de adobe eram feitos com cal, areia e terra. Uma massa
semelhante ao do tijolo, acrescentando cimento e retirando o esterco e a palhada.
Não eram feitos nenhum tipo de impermeabilização e em poucos casos podia ser visto
um trabalho com chapisco, reboco e caiação.
Devido à falta de calha, como solução construíam-se beirais maiores para lançar as
águas o mais longe possível da alvenaria.
Com isso, temos um método chamado racionalização, que consiste em evitar medidas
de paredes fora do padrão dos blocos. É executado a parte hidráulica e elétrica junto com o
assentamento dos blocos, evitando assim, cortes futuros.
Durante a construção das paredes, os blocos devem ser assentados e alinhados segundo
especificado nos projetos e de forma a exigir o mínimo de ajuste possível. Devem também,
ser posicionados enquanto a argamassa estiver trabalhável e plástica e, em caso de
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Os cordões de argamassa devem ser aplicados sobre os blocos na sua extensão tal que
sua trabalhabilidade não seja prejudicada por exposição prolongada ao tempo e evitando-se a
queda nos vazados dos blocos.
2. Não é possível fazer a mudança do uso dos edifícios (de uso residencial para uso
comercial)
4. Não pode ser utilizado em qualquer tipo de projeto, pois as possibilidades são
limitadas ao padrão dos blocos.
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1. Os andaimes devem ter dimensões adequadas aos tamanhos dos cômodos a fim de
facilitar a movimentação dos operários
3. Na obra, em caso de chuva, as paredes que acabaram de ser assentadas, devem ser
protegidas com lonas plásticas
Esse tipo de alvenaria não é dimensionado para suportar e resistir as ações das
coberturas, a não ser, seu próprio peso. A alvenaria de vedação tem como função o
fechamento da edificação e também pela compartimentação dos ambientes internos.
Para esse tipo de alvenaria, não há um projeto específico, as soluções construtivas são
improvisadas durante a execução do serviço. Uma mão de obra pouco qualificada executa os
serviços com facilidade, mas, nem sempre com a qualidade que é desejada.
Nesse tipo de trabalho, os tijolos ou blocos são assentados, as paredes são seccionadas
para a passagem de instalações e colocação de caixas e, em seguida, são fechados com a
utilização de argamassa para o preenchimento dos vazios.
1. A mão de obra pouco qualificada excuta os serviços com facilidade, mas nem sempre
com a qualidade desejada
2. Desperdício de material
3. CONCLUSÃO
Cada tipo de tijolo tem suas particularidades que o torna melhor em determinadas situações,
por isso antes de construir você precisa saber que tipo de tijolo atenderá melhor sua
necessidade, levando em consideração as características do tijolo, como a resistência
mecânica, absorção de umidade, isolamento termo-acústico, peso, tempo de execução da obra
e o tipo de acabamento. Portanto, para que a execução da construção da alvenaria seja
realizada de maneira prática e eficiente, a escolha entre os diferentes blocos cerâmicos deve
atender as necessidades específicas do proprietário de cada obra.
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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORGES, A. C. Prática das Pequenas Construções. 9. ed. Edgard Blucher. São Paulo. 2010.