Roteiro de Estudos - Aula3234
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ROTEIRO DE
ESTUDOS
Tecnologia da
Construção Civil
ESTRUTURA DA DISCIPLINA
Esta disciplina abordará os seguintes tópicos geradores: Implantação da Construção. Serviços Preliminares e Locação.
Equipamentos para Obras. Noções de Conforto Térmico e Acústico em Edificações. Alvenaria de Vedação. Forros. Coberturas.
Revestimentos. Impermeabilização. Telhados. Instalações Hidráulicas e Elétricas: execução. Revestimentos para Pisos e
Paredes. Esquadriais e Vidros. Pinturas e Acabamentos. Inovações e Alternativas Tecnológicas: Construções em Terra –
Solo/Cimento e Solo/Cal; Alvenaria Industrial; Construções Pré-Moldadas; Industrialização da Construção.
DINÂMICA DE ESTUDOS
Prezado (a) aluno (a)
Neste roteiro de estudos você encontrará todas as orientações e indicações para o desenvolvimento da sua formação na
disciplina de TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL.
Fique atento (a) ao cronograma das suas atividades.
TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Observe que este roteiro vai orientar o seu estudo e você precisará de dedicação para cumprir com o que está proposto. É
importante que você separe algumas horas da sua semana para a realização dos estudos e conte sempre com o professor da
disciplina para o esclarecimento das suas dúvidas pedagógicas e com a equipe acadêmica para as demais informações ou
orientações.
AULA 3
METAS
CONTEÚDOS
MATERIAIS CERÂMICOS
A argila como material de construção começou a ser utilizada pela sua abundância, pelo custo reduzido e por ser um
material que, na presença de água, pode ser moldado facilmente, secando e endurecendo na presença de calor. Além disso,
o uso dos produtos cerâmicos produzidos a partir do cozimento das argilas surgiu da necessidade de um material similar às
rochas, nos locais onde havia escassez das mesmas.
Os povos assírios e caldeus utilizavam tijolos cerâmicos para obras monumentais como os Palácios de Khorsabad e
Sargão. Já na Pérsia, o tijolo era utilizado para casas populares e no Egito, apesar de as pirâmides serem construídas com a
utilização pedras, os operários que trabalharam nas suas construções moravam em casas de tijolos. Por outro lado, os
romanos levaram seus conhecimentos sobre os produtos cerâmicos a várias partes do mundo e os árabes deixaram exemplos
notáveis de aplicação dos tijolos como a Mesquita de Córdova, a Giralda em Sevilha e a Alcazaba de Granada. Há Estados no
Brasil, como o Acre, onde os tijolos cerâmicos são utilizados em algumas cidades como material para a pavimentação de ruas,
em função da pouca disponibilidade de rochas próprias para esse fim na região.
Com o surgimento do concreto, a função do tijolo como material estrutural foi parcialmente esquecida, sendo o
material utilizado principalmente com a função de vedação. Apesar disso, os produtos cerâmicos continuam sendo muito
utilizados na construção civil pela sua razoável resistência mecânica e durabilidade, além do custo acessível e das qualidades
estéticas. A argila é um material composto principalmente por compostos de silicatos e alumina hidratados.
As diferentes espécies de argilas, consideradas como puras, são na verdade misturas de diferentes hidrossilicatos de
alumínio, denominados de materiais argilosos. Os materiais argilosos se diferenciam entre si pelas diferentes proporções de
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sílica, alumina e água em sua composição, além da estrutura molecular diferenciada. Os principais materiais argilosos que
têm importância como material de construção são a caulinita, a montmorilonita e a ilita.
De acordo com a estrutura do material, as argilas podem ser classificadas em: estrutura laminar e estrutura foliácela.
As argilas de estrutura laminar têm seus minerais arranjados em lâminas e são as argilas utilizadas na fabricação dos produtos
cerâmicos.
Entre as argilas de estrutura laminar podemos destacar:
• Caolinita: são as argilas consideradas mais puras. Utilizadas na fabricação de porcelanas, materiais refratários e em
cerâmicas sanitárias.
• Montmorilonita: Por ser um material muito absorvente é pouco utilizada sozinha. É aplicada em misturas às
caolinitas para corrigir a plasticidade.
• Micáceas: utilizadas na fabricação de tijolos.
A argila apresenta algumas características que explicam o seu comportamento como material de construção. Entre
as principais podemos destacar:
• Plasticidade: um material possui plasticidade quando se deforma sob a ação de uma força e mantém essa
deformação após cessada a força que a originou. A plasticidade das argilas é função da quantidade de água presente no
material. Quanto mais água, até certo ponto, maior a plasticidade da argila e a partir desse ponto, se for adicionada mais
água, a argila se torna um líquido viscoso. Quanto mais pura a argila, mais plástica é a sua mistura com água e quanto maior
a temperatura, menor a plasticidade, porque a quantidade de água é reduzida.
• Ação do calor: nas argilas, a ação do calor pode ocasionar variação na densidade, porosidade, dureza, resistência,
plasticidade, textura, condutibilidade térmica, desidratação e formação de novos compostos. As argilas cauliníticas perdem
pouca água em temperaturas inferiores a 400°C, mas acima desta temperatura perdem água de constituição (água combinada
quimicamente), modificando sua estrutura. As argilas em que predomina a montmorilonita perdem quase toda a água a
150°C e as micáceas a 100ºC, sendo que ambas começam a perder água de constituição a partir de 400°C.
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• Retração e dilatação: a caolinita se dilata de modo regular, perdendo água de amassamento de 0°C a 500°C e
contrai-se em temperaturas de 500°C a 1.100°C. As argilas micáceas dilatam-se progressivamente até 870°C, contraindo-se
em seguida.
• Porosidade: é a relação entre o volume de poros e o volume total de material. Quanto maior a porosidade maior a
absorção de água e menor a massa específica, a condutibilidade térmica, a resistência mecânica e a resistência à abrasão.
Quanto maior a comuniação entre os poros, maior é a permeabilidade, ou seja, a facilidade de líquidos e gases de circularem
pelo material. A porosidade das argilas depende dos seus constituintes, da forma, tamanho e posição das partículas (argilas
de grãos grossos são mais permeáveis que as de grãos finos) e dos processos de fabricação.
• Composição e Impurezas: alguns constituintes presentes nas argilas podem melhorar suas propriedades, enquanto
alguns podem ocasionar defeitos aos produtos. Compostos de sílica e de aluminio fazem parte da constituição principal das
argilas. A sílica pode estar presente de maneira livre ou combinada. Quando livre, aumenta a brancura do produto cozido,
diminui a plasticidade, reduz a retração, diminui a resistência à tração e à variação de temperatura e causa variações na
refratariedade. Os compostos de alumínio diminuem o ponto de fusão e a plasticidade e aumentam a resistência, a densidade
e a impenetrabilidade do produto cozido. Compostos alcalinos e de ferro diminuem a plasticidade e a refratariedade, sendo
que o último dá cor vermelha ao material. Compostos cálcicos desprendem calor e aumentam de volume, podendo ocasionar
rompimento da peça. A fim de eliminar ou reduzir as impurezas, a argila pode passar por processos de purificação.
Esses processos podem ser de natureza física como uma lavagem ou peneiramento e de natureza química, que
envolvem modificação na temperatura, combinação entre alguns compostos e inibição da atividade de outros.
O tijolo maciço é mais utilizado na execução de muros, alvenarias portantes e nas primeiras fiadas de alvenarias
comuns. Embora seja utilizado em alguns locais para a execução de fundações, esse uso não é recomendado pois a umidade
presente no solo pode deteriorar o material. Normalmente é fabricado por processos de prensagem, secado e queimado a
fim de adquirir as propriedades compatíveis com seu uso.
Normamente são vendidos em milheiro e podem ser classificados em tijolos comuns ou especiais. Segundo a NBR
7170, os tijolos comuns são de uso corrente e podem ser classificados em A, B e C, conforme sua resistência à compressão:
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Já os tijolos especiais, observe, podem ser fabricados em formatos e especificações de acordo com o uso, porém
obedecendo aos critérios da NBR 7170. Essa norma recomenda as seguintes dimensões nominais para o tuijolo maciço:
• Comprimento: 190 mm
• Largura: 90 mm;
• Altura: 57 ou 90 mm;
Apesar das dimensões apresentadas pela norma, são encontrados no mercado tijolos de diversos tamanhos, pois
muitos fabricantes desconhecem ou ignoram as normas referentes ao produto.
Quanto à aparência, a NBR 7170 recomenda que os tijolos não apresentem defeitos sistemáticos, tais como trincas,
quebras, superfícies irregulares, deformações e desuniformidade na cor. As arestas devem ser vivas e os cantos resistentes.
Além disso, a norma apresenta os procedimentos a serem realizados para verificação e aceitação dos lotes de material.
Os blocos vazados também são fabricados com argila. Normalmente são moldados por extrusão e possuem furos ao
longo do seu comprimento que podem ser prismáticos ou cilindricos. Os blocos vazados são classificados num primeiro
momento como blocos de vedação ou estruturais.
O bloco de vedação é utilizado para fechamento de vãos e a única carga que suporta é seu peso próprio. São utilizados
em paredes internas e externas dos mais diferentes tipos de edificações. Quanto ao número de furos podem possuir quatro,
seis, oito ou nove furos.
Quanto à resistência à compressão podem ser classificado em comuns e especiais. Os blocos comuns são aqueles
utilizados nas aplicações mais triviais e se enquadram na classe 10 conforme a tabela abaixo:
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Entende-se por área bruta a área total correspondente a cada face do bloco, sem descontar os vazios onde houver
furos. Caso a área dos furos seja descontada temos a área líquida. Para os blocos especiais a resistência mínima é de 2,5 Mpa.
Os blocos estruturais, como você pode observar, são projetados para suportar carga além do seu peso próprio. De
acordo com a NBR 7171, os blocos estruturais podem ser divididos em comuns e especiais.
Os comuns são de uso corrente e são classificados conforme a resistência da tabela de classes já apresentada. Os
blocos estruturais especiais podem ter dimensões e formatos especiais, desde que sigam o disposto na norma.
A NBR 7171, que trata de blocos cerâmicos para alvenaria, especifica algumas condições gerais para esse material. O
bloco cerâmico deve trazer gravados o nome do fabricante, o município onde está localizada a fabrica e as dimensões do
bloco em centímetros. Independente do tipo de bloco, os mesmos não devem apresentar defeitos como trincas, quebras,
superfícies irregulares ou deformações que impeçam seu emprego.
Os blocos com defeitos visuais devem ser rejeitos de imediato e caso se verifique que os blocos estão mal queimados
(não apresentam som metálico ao se bater nos mesmos) o lote deverá ser rejeitado. A norma recomenda a verfificação das
medidas reais dos blocos, que pode ser feita colocando-se 24 blocos lado a lado de acordo com cada dimensão e medindo a
distância com uma trena, com graduação de 1mm.
O resultado em cada direção é dividido por 24 para se obter as dimensões médias reais do bloco. A espessura mínima
das paredes externas do bloco deve ser de 7mm e admite-se uma variação de 3mm nas dimensões em relação às medidas
nominais de cada tipo. A absorção de água pelo material não deve ser inferior a 8% nem superior a 25%.
Atualmente, a aplicação na qual os blocos cerâmicos mais são empregados é a confecção de paredes ou alvenarias
de vedação ou com função estrutural. Na maioria delas, os blocos e tijolos são assentados com argamassa à base de cimento,
que pode conter outros aglomerantes, como a cal. Essa argamassa tem a função de unir os blocos entre si e absorver algumas
deformações do conjunto.
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Dependendo do tipo e quantidade de blocos e da posição em que os mesmos são situdos na elevação da alvenaria,
a parede pode ter diferentes espessuras. Chama-se espessura nominal a espessura aproximada que a parede terá depois de
pronta, contando a espessura do bloco somado à espessura dos revestimentos em cada face, cujo valor adotado é de
aproximadamente 2,5 cm para cada lado. Assim, observe que uma parede cujo tijolo tenha 9 cm de largura e tenha
revestimento dos dois lados terá espessura total de 9+2,5+2,5 = 14 cm que corresponde a uma largura nominal de 15 cm.
Para melhor assimilarmos o conteúdo deste capítulo vamos nos aprofundar através da leitura do artigo que mostra
a importância dos materiais cerâmicos na nossa sociedade:
http://www.scielo.br/pdf/rmat/v25n1/1517-7076-rmat-25-01-e12602.pdf
FÓRUM
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS