Livro Materiais de Construção Civil

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MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO CIVIL
PROFa. ALINE NAIARA ZITO
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior


A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma
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sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria,
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a
emissão de conceitos.
MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
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SUMÁRIO
AULA 01 MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO CIVIL 05

AULA 02 AGREGADO 13

AULA 03 CIMENTO 23

AULA 04 ADITIVOS E ADIÇÕES 33

AULA 05 DETERIORAÇÃO DO CONCRETO 43

AULA 06 DOSAGEM DO CONCRETO 51

AULA 07 ESTADO FRESCO DO CONCRETO 59

AULA 08 HIDRATAÇÃO DO CIMENTO 68

AULA 09 CONCRETO EM ESTADO ENDURECIDO 73

AULA 10 PLÁSTICO 77

AULA 11 TINTA 82

AULA 12 VERNIZ 92

AULA 13 VIDRO 96

AULA 14 MATERIAL CERÂMICO 103

AULA 15 MADEIRA 107

AULA 16 METAIS 115

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INTRODUÇÃO

Os materiais de construção, como o próprio nome já diz, é qualquer material que


possa ser usado para fins de construção. Geralmente inclui madeira, concreto, aço,
cimento, agregados, tijolos, argila, metal e muito mais. Antigamente, as pessoas usavam
tijolos puros, ou madeira ou palha. Mas nesta era moderna, os engenheiros aprenderam
a misturar e combinar os materiais certos para criar estruturas de maior qualidade.
A escolha dos tipos de materiais de construção é a base para o sucesso da sua
obra. Escolhas erradas, elevando orçamento, baixa qualidade, ausência de mão de
obra, podem se tornar problemas irreversíveis ou ainda muito mais custosos. Portanto,
os planejadores precisam analisar quais materiais funcionarão melhor para o projeto
durante o estágio de planejamento, juntamente com as necessidades do cliente. A
escolha correta do tipo de material que será usado na obra deve ser baseada no tamanho
e na natureza da construção, seu design, finalidade pretendida e a disponibilidade de
recursos na localização.
Ao iniciar um capítulo, você leitor será apresentado aos objetivos de aprendizagem
e uma breve introdução seguida do conteúdo, para desenvolver o seu aprendizado.
Ao longo do texto você irá encontrar informações complementares que irão auxiliar
na compreensão dos temas.
O livro foi dividido em 15 capítulos, no qual foram apresentadas todas as etapas da
produção do concreto, desde a escolha dos materiais até ensaios de qualidade dos
mesmos. Ainda o livro será composto por materiais de construção como madeira,
aço, tinta, vidro e entre outros.

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CONSTRUÇÃO CIVIL
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AULA 1
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CONSTRUÇÃO CIVIL

Material de construção é qualquer material usado para fins de construção, como


exemplo os materiais para construção de casas. Madeira, cimento, agregados, metais,
tijolos, concreto, argila são os tipos mais comuns de material de construção usado
na construção. A escolha destes é baseada em sua viabilidade de custo para projetos
de construção. Muitas substâncias que ocorrem naturalmente, como argila, areia,
madeira e rochas, até mesmo galhos e folhas, foram usadas para construir edifícios.
A fabricação de materiais de construção é uma indústria estabelecida em muitos
países e o uso desses materiais é normalmente segmentado em ramos de especialidades
específicas, como carpintaria, encanamento, telhados e isolamento.

1.1 Evolução Histórica dos Materiais de Construção

Para o desenvolvimento de uma construção, independente da sua dimensão, deve-


se levar em consideração o uso de materiais adequados. Os materiais de construção
tem sido um componente fundamental para a evolução humana e dos padrões de
vida da sociedade desde os primórdios.
As civilizações antigas foram evoluindo à medida que novas formas construtivas
foram elaboradas. No período neolítico (9.000 a.C. a 5.000 a.C) os materiais disponíveis
eram mais limitados, comparados com o que temos hoje, período no qual eram
basicamente os materiais disponíveis na natureza que existiam, como ossos, couro,
pedra, metal e madeira.
Em contrapartida, no período conhecido como idade do cobre (5.000 a.C e 3.100
a.C), o principal material de construção foi o tijolo de barro, bastante semelhante aos
que temos hoje. Em 3.500 a.C surgiram então os tijolos queimados, com finalidade de
uso para pavimentação. No período subsequente de 3.100 a.C até 30 a.C encontra-se a
civilização do antigo oriente, conhecido como Egito antigo, no qual a construção desse

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período destacava-se pelo uso do Adobe, o uso desse tipo de material era favorável
devido ao clima do local que era quente e seco (NAVARRO, 2006).
Ainda no período de 1.100 a.C até 146 a.C na Grécia antiga, os materiais que
destacaram foi a argamassa de cal, denominada de cimento romano. Isso lhes
proporcionou um material mais resistente. Eles usaram tijolo ou pedra para construir
as camadas externas da parede e, em seguida, encheram a cavidade com grandes
quantidades de concreto.
No período da idade média, a maioria dos edifícios no norte da Europa foram
construídos de madeira até 1000 DC. No sul da Europa, o adobe permaneceu
predominante. O tijolo continuou a ser fabricado na Itália durante o período de 600-
1000 DC. Por volta do século XVIII, a fabricação de vidro, com o surgimento de vidro
laminado, foi o grande avanço da época, porém o ferro continuava sendo utilizado
nas estruturas de grandes construções (NAVARRO, 2006).
No século XIX, conhecido como período da revolução industrial, o aço era produzido
em massa a partir de meados do século, sendo utilizado em vigas, concreto armado.
Nesse período surgem os encanamentos, que facilitaram o acesso à água potável e
coleta de esgoto.

Título 1 Cronologia dos materiais


Fonte: Autor (2021)

1.2 Estudo dos materiais

Um edifício finalizado é muito mais do que os acabamentos das paredes e pisos. A


segurança do edifício e o desempenho estrutural dependem fortemente da colocação
e instalação adequadas de uma variedade de materiais de construção. A tragédia que

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matou 242 pessoas, na “Boate Kiss” na cidade de Santa Maria, por asfixia pela fumaça
causada com show pirotécnico embaixo do teto coberto com espuma de poliuretano
sem aditivo retardador de chama. Por meio do conhecimento e estudo dos materiais
é possível comprovar a causa da tragédia, já que as faíscas da chuva de fogos de
artifício podem inflamar a espuma de poliuretano e causar asfixia.

ISTO ESTÁ NA REDE

Na reportagem da revista Veja da época, “Espuma transformou a boate Kiss em


câmara de gás” afirma que a espuma de poliuretano estava em cerca de um terço
do teto da casa no qual tinha como objetivo realizar o isolamento acústico. No
trecho da reportagem o delegado Arigony citou o uso de um material retardante de
fogo, que não foi identificado de acordo com os laudos da perícia, o que poderia ter
evitado centenas de mortes.
Fonte: https://veja.abril.com.br/brasil/espuma-transformou-boate-kiss-em-camara-de-gas/

O estudo dos Materiais de Construção também desempenha um papel necessário


em manter o ambiente seguro de risco ambientais. A produção de cimento, por exemplo,
é um dos grandes responsáveis pela emissão de CO2. Sabe-se que esse gás é um dos
causadores do aquecimento global, desta forma o estudo dos materiais tem como
um dos objetivos avaliar e desenvolver técnicas e condições para reduzir a emissão
de CO2.
Desta forma com o estudo dos materiais é possível que se forme um ciclo de
melhoria no qual quanto melhor o material de construção, acarreta em desempenho
melhor nos resultados onde empregado, favorecendo assim técnicas construtivas de
qualidade que por sua vez demanda materiais de melhor qualidade.

Título 2: Ciclo do desempenho do material


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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1.3 classificação dos materiais

Os materiais de construção são classificados de acordo com Luís (2017), considerando


a variação da composição dos materiais juntamente com a sua natureza química, em
que se destaca as seguintes classificações:
• Metais.
• polímeros.
• cerâmicos.
• compósitos.

Os materiais de construção podem ainda ser classificados como materiais de


construção inorgânicos e orgânicos.
• Os materiais inorgânicos consistem em lama, cimento, cal, gesso, aço.
• Materiais orgânicos como madeira e biomassa.

Outra classificação baseada na tecnologia para materiais de construção que vão


desde a produção até a aplicação são:

• Aglutinantes à base de cimento, cal, materiais pozolânicos e poliméricos.


• Componentes de construção, como pedras de construção naturais, tijolos de
barro, tijolos de solo estabilizado, tijolos e blocos de argila queimada, blocos
de concreto e pozolânicos, fibras orgânicas e vários materiais de cobertura e
estruturas.
• Compostos impermeabilizantes e selantes.
• Tintas, materiais de pintura e revestimentos.

1.4 definições básicas sobre os estudos dos materiais

Antes de dar início ao propriamente dito estudo dos materiais, deve-se compreender
algumas nomenclaturas, estruturas e tipos de ensaios realizados para identificar o
desempenho dos materiais.

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1.4.1 Organização atômica

Os materiais são constituídos de átomos e moléculas. A forma com que estão


alocados diferencia assim a sua propriedade. Diante disso, os materiais podem ser
arranjados de duas maneiras gerais: por meio da formação de uma estrutura cristalina
tridimensional repetitiva regular chamada de rede cristalina, produzindo assim um
sólido cristalino. Os sólidos cristalinos têm bordas e faces bem definidas, difratam
os raios X e tendem a ter pontos de fusão nítidos.
Em contraste, os sólidos podem agrupar sem nenhuma ordem particular, caso em
que formam uma estrutura amorfa. Os sólidos amorfos têm superfícies irregulares
ou curvas, não fornecem padrões de difração de raios-X e derretem em uma ampla
faixa de temperaturas (NEVILLE, 2016).

1.4.2 Propriedade dos materiais

1.4.2.1 Massa específica, peso específico e densidade

• peso específico

Peso específico é a propriedade que relaciona o peso de uma quantidade de massa


com o volume ocupado por essa massa.

equação 1

A unidade no sistema internacional de medida é :

• = Letra grega “Gama” - Peso específico


• P= Peso da substância
• V= Volume ocupado pela substância
• Massa específica

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A Massa específica tem como finalidade identificar uma substância específica de


cada material, no qual pode ser identificada na seguinte equação:

• = Massa Específica
• m= Massa
• V= Volume

Densidade absoluta
A densidade tem como finalidade identificar corpo específicao de cada material,
no qual pode ser identificada na seguinte equação:
densidade =

• d= densidade
• m= Massa
• V= Volume

A unidade da densidade, no Sistema Internacional de Unidades, é dado por quilograma


por metro cúbico (kg/m³)
Vale lembrar que a massa específica e a densidade possuem unidades de medidas
iguais, porém a grande diferença é em relação no qual massa específica trabalha com
substância e densidade é em relação a um corpo.

A seguir são apresentadas algumas das NBR para caracterização dos materiais:

NBR 15382 (2017)- Tintas para construção civil - Determinação da massa específica
de tintas para edificações não industriais.
NM45 de 03/2006 Agregados - Determinação da massa unitária e do volume de
vazios.
NBR9833 de 01/2008-Concreto fresco - Determinação da massa específica, do
rendimento e do teor de ar pelo método gravimétrico.
NM52 de 02/2009 Agregado miúdo - Determinação de massa específica e massa
específica aparente.

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NM53 de 02/2009 Agregado graúdo - Determinação de massa específica, massa


específica aparente e absorção de água.
NM23 de 11/2000 Cimento Portland e outros materiais em pó - Determinação de
massa específica.
NBR 13278 de 09/2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes
e tetos - Determinação da densidade de massa e do teor de ar incorporado.
NBR 13280 de 09/2005 Argamassa para assentamento e revestimento de paredes
e tetos - Determinação da densidade de massa aparente no estado endurecido.

1.4.2.2 Massa unitária e vazios

Segundo a NM 45 (2006), descreve a massa unitária sendo uma relação entre a


massa do agregado lançado no recipiente de acordo com o estabelecido na norma.

p é; mar é a massa do recipiente mais o agregado, em quilogramas; mr é a massa


do recipiente vazio, em quilogramas; V é o volume do recipiente, em metros cúbicos;
F é o fator para o recipiente (ver 7.4), em 1/metro cúbico.
• = Massa unitária do agregado, em quilogramas por metro cúbico
• = é a massa do recipiente mais o agregado, em quilogramas;
• = é a massa do recipiente vazio, em quilogramas
• F= é o fator para o recipiente, em 1/metro cúbico.

Em relação aos espaços vazios denomina-se por meio do espaço entre os grãos
de uma massa de agregado.

= é o índice de volume de vazios nos agregados, em porcentagem;


= é a massa específica relativa do agregado seco, determinada conforme as NM
52 e NM 53;
= é a massa específica de água, em quilogramas por metro cúbico;
= é a massa unitária média do agregado, em quilogramas por metro cúbico.

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1.4.2.3 Absorção

De acordo com a definição trabalhada na NM 30 (2020) absorção é o processo


pelo qual um líquido é transportado e tende a ocupar os poros permeáveis de um
corpo sólido poroso. O cálculo da absorção de água mediante a fórmula:

A= é a absorção de água, em porcentagem;


é a massa ao ar da amostra na condição saturada e de superfície seca, em
gramas; é a massa da amostra seca em estufa, em gramas.

1.4.2.4 Permeabilidade

A permeabilidade expressa a velocidade que o material permite a passagem de


gases ou líquidos, em particular a água.

1.4.2.5 Tenacidade

É a resistência que o material oferece ao rompimento por choque ou percussão.

1.4.2.6 Dureza

É a resistência dos materiais a uma deformação permanente.

1.4.2.7 Elasticidade

É a tendência que os corpos apresentam de retornar à forma inicial, após a retirada


de um carregamento. Em contrapartida, a tensão limite denomina-se quando o material
não retorna à sua forma inicial, chama-se limite de elasticidade.

1.4.2.8. Resiliência

É a capacidade de o material absorver energia quando ele é deformado elasticamente.

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AULA 2
AGREGADO

Cerca de 75% do volume de uma mistura de concreto é composta por agregados,


além disso o presente material possui finalidade de melhorar a resistência, durabilidade
e o comportamento estrutural do concreto, sabendo disso fica claro a importância do
estudo desse tipo de material.
Os agregados podem ser classificados como materiais granulares inertes, como
areia, cascalho ou pedra triturada que, junto com a água e o cimento Portland, são um
ingrediente essencial do concreto. Mas sua funcionalidade não se limita apenas a um
material inerte, e sim a capacidade de desempenho de sua mistura, nas propriedades
do concreto fresco e endurecido.

ISTO ESTÁ NA REDE

Utilizados no setor de Construção Civil, os agregados é considerado o material mais


consumido do mundo, perdendo apenas para a água. Segundo dados ANEPAC
(2021), esse consumo corresponde a 2 ⁄ 3 do total da produção mineral do mundo,
no qual, no ano de 2014, em que 65 bilhões de toneladas produzidas, 45 bilhões
correspondem aos agregados. Esse alto índice do consumo de agregados é devido
a sua versatilidade, em que são empregados em pavimentos e edifícios.

2.1 Classificação

Os agregados são um extenso grupo de material característico de granulometria


grossa a fina, usada na construção, no qual incluem as areias, cascalho, brita, escória,
geossintéticos entre outros. Esse tipo de material pode ser classificado quanto a sua
origem e tamanho.

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2.1.1 Origem

Quanto à origem do agregado, podem ser classificados entre agregados naturais,


artificiais e industrializados.

• Naturais: São formados pelo acarretamento de intemperismo ou britagem da


rocha mãe, no qual são coletadas sob forma de utilização. Areia é considerado
como um dos exemplos de agregado natural miúdo, no qual podem ser originadas
nos rios, praias e dunas.
• Artificiais: Destaca-se por ser resultado de britagem de rochas, sendo um
mecanismo industrial para a fragmentação. As pedras britadas, corresponde a
um agregado artificial, visto que o seu processo de produção, conforme visto
anteriormente é industrializado.

2.1.2 Distribuição granulométrica

A classificação granulométrica dos agregados é realizada pelo ensaio de peneiramento


de acordo com as especificações da ABNT NM 248 (2003). O ensaio de caracterização
granulométrica compreende no agrupamento de conjuntos de peneiras, no qual
compõem telas de diferentes aberturas, no qual os vão da malha são padronizados
entre o intervalo de 38 mm a 0,075 mm. A Figura 3 representa de forma exemplificada
a abertura da peneira 38 mm no qual a dimensão é realizada pela diagonal.

Título 3 - Abertura da peneira 38 mm


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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A disposição das peneiras, inicia-se com o fundo, seguido pela menor malha 150
µm sucessivamente até a abertura de 75 mm. Realizado a montagem do conjunto
de peneiras é realizado o processo de peneiramento, no qual pode ser realizado tanto
por processo manual como mecânico.
Vale ressaltar que o ensaio de distribuição granulométrica, não é possível identificar
com exatidão o tamanho do grão, visto que uma partícula é tridimensional (comprimento,
largura e espessura), porém quando é realizado, refere-se a uma das dimensões do
elemento para identificar o tamanho, ou seja, quando é realizado o peneiramento, o
agregado é caracterizado com o segundo menor tamanho da partícula. Para melhor
compreensão admitindo que a partícula, o ensaio de peneiramento será classificado
apenas pela largura do agregado conforme ilustra a Figura 4.

Título 4 - Largura do Agregado


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

Segundo a NBR 9935 (2011), classifica as séries normal de peneiras sendo um


conjunto sucessivo, com as aberturas de 75 mm; 37,5 mm; 19 mm; 4,75 mm; 2,36
mm; 1,18 mm; 600µm; 300µm; 150 µm. Dentre as aberturas podem ser subdivididas
em dois grupos conhecidos como agregado miúdo e agregado graúdo.
Os agregados miúdos possuem grão passante pelas peneiras com abertura de
4,75 mm e retidos na malha com abertura de 150 µm. Em contrapartida os agregados
graúdos, caracterizam por passar pela peneira com abertura de malha de 75 mm e
ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm.

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Título 5 - Distribuição granulométrica


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

Diante do exposto, apesar dos métodos de granulometria, o tamanho dos grãos não
é preciso, visto que o material passante será classificado de acordo com o intervalo
da peneira passante e retida. A Figura 6 representa a granulometria de acordo com
o intervalo de peneiras.

Título 6 - Granulometria de acordo como tamanho da abertura


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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2.2 tipos de agregado

As tendências na tecnologia de concreto são atualmente direcionadas ao


fornecimento de materiais sustentáveis alternativos
​​ para o concreto, a fim de minimizar
a dependência excessiva de recursos naturais. Muitos dos materiais substitutos usados​​
para a produção de concreto verde são materiais reciclados obtidos de resíduos e
subprodutos industriais.
Uma solução promissora para o desafio da gestão de resíduos de conchas envolve
a utilização de conchas como materiais de construção em concreto. Investigações
experimentais foram realizadas no uso de conchas de moluscos, como conchas de
pervinca, conchas de mexilhões, conchas de ostra, conchas de berbigão, conchas de
crepidula, conchas de moluscos e conchas de vieiras como materiais de substituição
de agregados em concreto. As conchas do mar foram utilizadas como substituição
parcial ou total de agregados finos e graúdos no concreto.

2.3 Ensaio de caracterização

Na iminência de compreender as condições no domínio da construção civil, os


agregados são sujeitos a ensaios e análises com o intuito de atender aos requisitos
da indústria de materiais. Os agregados são submetidos a diversos ensaios, com o
objetivo de identificar as principais características do material. Para isso, concebe-se
normativas, com propósito dos ensaios apresentarem confiabilidade. Dentre as NBR
destaca-se de acordo com a Tabela 1.

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Propriedade
Propriedade Normativas
NM 26 (2009) Agregados - Amostragem
Agregado miúdo - Determinação de mas-
NM 52 (2009)
sa específica e massa específica aparente
NBR 16972 (2021) Agregados - Determinação da massa uni-
tária e do índice de vazios

AGREGADO Agregado miúdo - Determinação da ab-


NM 30 (2020)
MIÚDO sorção de água
Agregados - Determinação do inchamento
NBR 6467 (2006)
de agregado miúdo - Método de ensaio
Agregados — Determinação do teor de
NBR 9936 (2013)
partículas leves — Método de ensaio
Agregado miúdo – Determinação do teor
NBR 9775 (2011) de umidade superficial por meio do frasco
de Chapman – Método de ensaio
Agregado graúdo - Determinação de mas-
NM 53 (2009) sa específica, massa específica aparente
e absorção de água
Agregados — Determinação do teor de
NBR 9936 (2013)
partículas leves — Método de ensaio
Agregado graúdo – Determinação do teor
NBR 9939 (2011)
de umidade total – Método de ensaio
AGREGADO Agregado graúdo para concreto - Determi-
GRAÚDO nação do módulo de deformação estático
NBR 10341 (2006)
e do diagrama tensão-deformação em
rocha matriz - Método de ensaio
Agregados — Determinação da resistên-
NBR 9938 (2013) cia ao esmagamento de agregados graú-
dos — Método de ensaio
Materiais inorgânicos — Determinação do
NBR 12042 (2012)
desgaste por abrasão
Agregados - Determinação da massa uni-
NM 45 (2006)
tária e do volume de vazios
Tabela 1: NBRs caracterização dos materiais
Fonte: NBR (2021)

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Dentre os ensaios destacados, alguns merecem atenção especial quando nos


referimos à caracterização do agregado, tais como: Porosidade Intergranular; Área
Superficial Específica; Umidade e inchaço; Porosidade intragranular e massa específica.

2.1.1 Volume de Vazios

A porosidade dos agregados é considerada o determinante de qualidade. A porosidade


controla a densidade específica e determina a durabilidade dos agregados. Vale destacar
que a interconexão entre os poros influencia a permeabilidade, além disso a forma e
tamanho dos poros tem grande efeito na porosidade.
O procedimento experimental, estipulado na NM 45 (2006) trata sobre a determinação
da massa unitária e número de vazios. A massa unitária é expressa de acordo com
a seguinte expressão:

Onde:
ρap= Massa Unitária do agregado no estado solto (Kg/dm³)
mar = Massa do recipiente + amostra (kg)
Mr = Massa do recipiente (kg)
V = Volume do recipiente (dm³)

Para realizar o cálculo é preciso inicialmente identificar a massa e o volume do


recipiente. O ensaio de caracterização do agregado, levando em consideração o volume
de vazio, tem como parâmetro para o estudo de dosagem, no qual identifica o volume
de agregados na formulação do composto.
Segundo Falcão (2019), afirma que para a dosagem de concreto é preciso realizar
a análise no qual se deve preferir agregados com maiores massas unitárias ou menor
índice de vazios. Isso se deve devido à redução do volume de pasta para obter boa
fluidez, além de serem mais densos, maior resistência e mais duráveis.

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2.1.2 absorção de água

Absorção de água é definida pela capacidade de acessibilidade de água nos poros


da rocha, isso porque quanto maior for índice de porosidade do agregado, maior será
a facilidade de percolação de água.
A determinação de absorção de água é realizada de acordo com a seguinte equação:

sendo A: é a absorção de água (%)


ms= Massa ao ar da amostra na condição saturada e de superfície seca (g)
m, é a massa da amostra seca em estufa, (g)
Percebe-se de acordo com a equação que a absorção de água é a diferença entre
o agregado saturado e a massa do material seco. O ensaio consiste também, para
avaliar de forma indireta, ou seja, imprecisas, algumas das propriedades físicas, como
esforço mecânico e retração. Sabe-se que quanto menor o índice de absorção de água
no agregado, a tendência do material se tornar mais resistente.

3.1.3 Massa específica

Para o estudo sobre massa específica dos agregados são utilizadas as normativas NM
52 - Agregado miúdo e NM 53 Agregado Graúdo. As normas classificam Massa específica
sendo a relação entre a massa do agregado seco e seu volume, desconsiderando os
poros permeáveis.
Na determinação da massa específica, abrange dois métodos: picnômetro e balança
hidráulica, para os agregados miúdos e graúdos respectivamente. Vale ressaltar que
as britas apresentam vazios intergranulares entre as partículas, esses vazios nada
mais é que espaços entre os grãos, facilitando a saída de bolhas (ar), o que não ocorre
nos agregados miúdos. Necessitando assim ensaios com menor volume e auxílio,
muitas vezes o uso de equipamentos para realizar vácuo nas amostras para auxiliar
a saída das bolhas de ar.
Para realizar o ensaio, de acordo com a NM 52, apresenta algumas etapas, de
acordo com a Figura 7.

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Título 7 - Representação do ensaio de Massa específica do agregado miúdo


Fonte: Autor (2021)

De acordo com a imagem e o estipulado pela norma, sabe-se que o picnômetro é


um recipiente que possui um volume aferido. Para iniciar o ensaio segue os seguintes
passos:
a) determina-se a massa de sólidos
b) determina-se a massa Picnômetro com água
c) Adicione no picnômetro os agregados juntamente com o volume de água
necessário para completar e pesa-se o conjunto.

O volume de sólidos é igual dado na seguinte equação:


Amostra + Mpic + Mcheio de água – (Mamostra + Mpic – Mágua faltante)] / densidade da água (1 kg/dm³).

A massa específica real (kg/dm³) é igual a:

Msólidos / Vsólidos.

Em relação aos agregados graúdos, estabelecido pela NM 53 (2003), o V sólidos é


mensurado de acordo com a lei de empuxo, no qual o cálculo representa a massa seca
do agregado subtraindo com a massa do agregado submerso conforme a equação
abaixo e figura 8.

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Título 8- Representação do ensaio de Massa específica do agregado Graúdo


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

[(Massa seca ‒ Massa submersa) /Densidade da água]


Desta forma, deve-se inicialmente secar a amostra do agregado que será ensaiado,
realizar a pesagem e em seguida submeter a amostra ao conjunto cesto e balança.

ANOTE ISSO

Para saber mais sobre o processo de britagem, acesse os links:


Animação sobre o processo de britagem:
https://www.youtube.com/watch?v=37LXf8NhJH4
Mineração - Companhia Siderúrgica Nacional:
https://www.youtube.com/watch?v=8KDdVL4kWDA
Processo de extração da areia no rio Teles Pires:
https://www.youtube.com/watch?v=y1dQwOdOdLM

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AULA 3
CIMENTO

A produção do cimento é uma tecnologia milenar, os primeiros indícios da sua


produção foram originados pela cultura romana, possivelmente pioneiros no uso de
concreto, com o emprego de um material que reagia com a água e se tornava rígido,
chamado de cimento hidráulico.
O cimento romano (hidráulico) evoluiu e deixou de ser utilizado em 1824, segundo
Neville (2016), e assim surge o cimento utilizado até hoje, chamado de cimento Portland.
Mas o que seria um cimento portland?
Na aula de hoje vamos trabalhar sobre o que é cimento, o que é constituído, sobre
a indústria de cimento.
Para dar início, classificam-se sendo um cimento portland de acordo com a ABNT
NBR 11172 (1990), como um “aglomerante hidráulico artificial, obtido pela moagem de
clínquer Portland, sendo geralmente feita a adição de uma ou mais formas de sulfato
de cálcio”. Vale destacar que o conceito de clínquer de acordo com a Mesma NBR,
refere-se a um produto granular resultante da queima até o ponto de fusão parcial
ou completa que após o processo de moagem se torna um produto com carácter
hidráulico.

3.1 Produção do cimento portland

O cimento Portland é gerado em indústrias situadas próximo às jazidas localizadas


em ambientes propícios ao transporte do produto para o ponto de consumo. Esse tipo
de material é produzido basicamente pela mistura de composto de cálcio (calcário),
sílica e alumínio, no qual irá resultar em sua composição, reações químicas suficientes
para a produção.

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A fabricação do cimento é representada em seis etapas operacionais fundamentais


de acordo com Falcão (2019):

1. Extração da matéria-prima;
2. Britagem;
3. Moedura e mistura;
4. Queima;
5. Moedura do clínquer;
6. Expedição.

Inicialmente o calcário é retirado na mina até chegar a uma textura de pó utilizada


na construção civil. Para chegar a uma composição ideal é realizada pesquisas no
local de extração com inserção de furos para realizar análises. Vale ressaltar que as
jazidas de calcário e argila apresentam variações de composições ao longo de suas
extensões.
Em seguida, a matéria-prima é submetida à operação de britagem com o objetivo
de reduzir o material para condição de grãos, também utilizado para o processo de
produção dos agregados. Em seguida o material será secado em estufas e conduzido
aos moinhos que será utilizado bolas de aço com o objetivo de realizar a moedura do
composto juntamente com um conjunto de peneiras, cuja a ação conduz para manter
uma mistura homogênea de pequenos tamanhos.
Com o auxílio de vias pneumáticas a mistura é conduzida para os silos, podendo
eventualmente ocorrer correção química. Os silos irão armazenar o material até o
momento da queima.
Já as argilas, passam por um processo de umidificação, ou seja, a argila natural será
misturada em água formando uma lama. Em seguida, será misturada a essa lama,
juntamente com o calcário britado, O processo de britagem irá se repetir novamente
permitindo assim redução do tamanho e homogeneização da amostra que após a
operação de moedura será bombeada para os silos armazenamento do cru. A etapa
seguinte, de queima da mistura é realizada em um forno (Fig. 9.)

Título 9 - Como é feito o cimento


Fonte: Adaptado de Chatham House (2018)

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O forno é composto por um tubo de chapa de aço, rotacionando em torno do eixo,


inclinado. Na parte inferior é composto por um maçarico, responsável pela queima de
combustível. O forno é mantido em alta temperatura com objetivo de transformar o
material em clínquer. O tempo do processo leva em torno de quatro horas. Em seguida
é resfriado por corrente de ar ou aplicação de água, sendo mantido em repouso até
o processo de moagem.
O clínquer é um material rígido, o processo de moagem repete os anteriores realizados,
no qual é utilizado uma esfera de aço. Vale ressaltar, que para controle do tempo de
pega do cimento é adicionado gipsita. E para finalizar são estocados, adequadamente
após a moagem em sacos e comercializados. Na Figura 10 está esquematizada a
fabricação do cimento.

Título 10 - Fábrica de cimento


Fonte: Adaptado de Falcão (2019)

O armazenamento do cimento portland deve seguir algumas recomendações e


cuidados: no canteiro de obra, deve-se impedir umidade, ou qualquer processo de
hidratação e a embalagem não possui capacidade de impermeabilização. Sendo esse
um dos motivos de fazer armazenamento adequado, com cobertura e laterais isoladas
e distanciadas do chão. Uma outra sugestão é realizar o cobrimento do estoque do
cimento com lonas, se for em um período curto de tempo.

ISTO ESTÁ NA REDE

O vídeo a seguir ilustra o processo de fabricação do cimento


https://www.youtube.com/watch?v=CXcUM5TCtTA

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3.2 Composição do cimento

Como visto no capítulo anterior, alguns dos componentes fundamentais do cimento


são:
• cal (CaO);
• sílica (SiO2);
• alumina (Al2O3)
• óxido de ferro (Fe2O3);
• magnésia (MgO);
• anidrido sulfúrico (SO3),
• óxido de sódio (Na2O),
• óxido de potássio (K2O),
• óxido de titânio (TiO2)

As diversas substâncias mencionadas acima são adicionadas em proporções


diferentes, de acordo com a sua característica e finalidade no material. A cal, a sílica
alumina constitui aproximadamente 95% dos óxidos, e a magnésia com 3%. O cimento
Portland é feito de quatro compostos principais: silicato tricálcico (3CaO · SiO2 ),
silicato dicálcico (2CaO · SiO2 ), aluminato tricálcico (3CaO.Al2O3 ), e aluminato ferrita
de tricálcico (4CaO · Al2O3Fe O3). Em uma notação abreviada que difere dos símbolos
atômicos normais, esses compostos são designados como C3S, C2S, C3A e C4AF, onde
• C representa óxido de cálcio (cal);
• S para sílica;
• A para alumina;
• F para óxido de ferro.

3.3 tipos de cimento

Os cimentos Portland são padronizados de acordo com a NBR 16697 :2018, no


qual são classificados de acordo com suas adições, resistência e composto.
Comum (tipo I),
Composto (Tipo II),
Alto forno (Tipo III),
Pozolânico (Tipo IV),
Alta resistência inicial (Tipo V).

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Tabela 2– Tipos de Cimento


Fonte: NBR 16697 (2018, Anexo)

Conforme visto na Tabela 3, as distinções dos tipos de cimento estão relacionadas


às diferenças na composição do material, o qual interfere na durabilidade, característica
e trabalhabilidade. A comercialização dos sacos de cimento vem representada de
acordo com a Figura 11:

Título 11 - Nomenclatura do cimento


Fonte: elaborado pelo Autor (2020)

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Existem também outros tipos de cimento Portland. Os cimentos coloridos são feitos
triturando 5% a 10% de pigmentos adequados com cimento Portland branco ou cinza
comum. já o cimentos incorporadores de ar são feitos pela adição na moagem de uma
pequena quantidade, cerca de 0,05%, de um agente orgânico que causa a entrada de
bolhas de ar muito finas em um concreto. Isso aumenta a resistência do concreto
a danos por congelamento-degelo em climas frios. O agente de arrastamento de ar
pode, alternativamente, ser adicionado como um ingrediente separado à mistura ao
fazer o concreto.

3.3.1 Finura

Levando em consideração que a hidratação do cimento começa na superfície das


partículas do cimento, portanto a velocidade deve ser relacionada com o tamanho da
finura do mesmo, quanto maior a resistência nas primeiras idades, maior a finura do
composto. Desta forma, a Finura pode ser definida sendo a propriedade relacionada
com o tamanho dos seus grãos que interfere na exsudação, resistência, segregação,
impermeabilidade, trabalhabilidade entre outros.
A Finura do cimento é controlada de duas formas. O método mais comum é de acordo
com maior tamanho do grão, retida na peneira 75 µm, vale ressaltar a importância
dessa estratégia, visto que finuras acima de 75 µm não correspondem a resistência
significativa aos 28 dias de idade, outra forma de classificação é a identificação do
valor da área específica. Ambos mecanismos se destacam pela rapidez e baixo custo
na classificação diante a finura do material.
A determinação da finura do cimento pela determinação da porcentagem de
cimento retida na peneira de abertura de malha 75 µm é importante, pois, em termos
práticos, partículas de cimento maiores que 75 µm não contribuem significativamente
na resistência aos 28 dias de idade.
As normativas ABNT NBR 5732:1991, ABNT NBR 5733:1991 e ABNT NBR 11578:1991
descrevem o processo de peneiramento, nas malhas 75µm de abertura área específica
pelo método de permeabilidade ao ar para os cimentos Portland comum, de alta
resistência inicial (ARI) e compostos, respectivamente.

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3.3.2 tempos de pega

O tempo de pega de um cimento é um processo contínuo, mas dois pontos são


distinguidos para fins de teste. O tempo de pega inicial é o intervalo entre a mistura
do cimento com a água e o tempo em que a mistura perde plasticidade, enrijecendo
até certo ponto. O tempo de pega é designado a partir do momento que o material
cimentício entra em contato com a água ativando a reação química, enrijecendo ou
melhorando a viscosidade da pasta.
O enrijecimento da mistura marca aproximadamente o final do período em que
a mistura úmida pode ser moldada em forma. O tempo de pega final é o ponto em
que o cimento adquire firmeza suficiente para resistir a uma determinada pressão
definida. A maioria das especificações requer um tempo mínimo de pega inicial em
temperaturas normais de cerca de 45 minutos e um tempo de pega final não superior
a 10 a 12 horas.
Alguns mecanismos podem ser utilizados para identificar o tempo de pega do
cimento é o caso do aparelho Vicat, a normativa ABNT NBR NM 65:2003 estabelece
os critérios para avaliar o tempo de pega.

3.3.3 resistências

Os ensaios que mensuram a taxa em que um cimento desenvolve resistência são


geralmente feitos em argamassa composta pela proporção de 1:3 (uma parte de
cimento a três partes de areia) em peso, misturada com água .
A especificação da resistência é apresentada de acordo com a ABNT NBR 7215:1997,
ensaiado em um corpo de prova com mistura traço de argamassa. No Brasil, o ensaio
é realizado por meio de moldes de dimensões 50 mm de diâmetro e 100 mm de altura,
com traço de 1:3 e relação água cimento de 0,48.
No teste da maioria dos cimentos é analisada uma resistência mínima no período de
3 e 7 e 28 dias, sabendo que essas datas para avaliação são especificadas. Cimento
de tempo de pega nas primeiras idades, como CPV, é necessário realizar ensaios em
um dia, ou seja, para cimento de alta alumina, os testes são necessários em 1 e 3 dias.
Os requisitos de resistência estabelecidos em diferentes países não são diretamente
comparáveis ​​devido às diferenças nos métodos de teste. Na construção real, para
verificar a resistência de um concreto, são realizados ensaios de compressão em
cilindros ou cubos feitos com o concreto que está sendo colocado.

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3.2 Cimento Pozolânico

Os cimentos pozolânicos são misturas de cimento Portland é um material pozolânico


que pode ser natural ou artificial. As pozolanas são principalmente materiais de origem
vulcânica, mas incluem algumas terras diatomáceas. Os materiais artificiais incluem
cinzas volantes, argilas queimadas e xistos. As pozolanas são materiais que, embora
não sejam cimentícios em si, contêm sílica (e alumina) de forma reativa, podendo se
combinar com a cal na presença de água para formar compostos com propriedades
cimentícias. As misturas de cal e pozolana ainda encontram alguma aplicação, mas
foram amplamente substituídas pelo cimento pozolânico moderno. A hidratação da
fração de cimento Portland libera a cal necessária para combinar com a pozolana.

3.3. Cimento aluminoso

O cimento de alta alumina é um cimento de endurecimento rápido feito por fusão


a 1.500°C ou 1.600°C de uma mistura de bauxita e calcário em forno. As bauxitas
adequadas contêm 50% a 60% de alumina, até 25% de óxido de ferro, não mais do
que 5% de sílica e 10% a 30% de água de hidratação. O calcário deve conter apenas
pequenas quantidades de sílica e magnésia. O cimento contém 35% a 40% de cal,
40% a 50% de alumina, até 15% de óxidos de ferro e, de preferência, não mais do que
cerca de 6% de sílica. O principal composto de cimentação é o aluminato de cálcio
(CaO·Al 2O3) (FALÇÃO, 2019).
O cimento de alta alumina ganha uma alta proporção de sua resistência final em 24
horas e tem uma alta resistência ao ataque químico. Segundo falcão (2019), o cimento
de alumina atinge resistência elevadas de 31,5 MPa em dois dias, 35,5 em sete dias,
40 em 28 dias, além de ser um cimento de pega lenta, iniciando-se duas horas após
a mistura. Também pode ser usado em revestimentos refratários para fornos. Uma
forma branca do cimento, contendo proporções mínimas de óxido de ferro e sílica,
tem excelentes propriedades refratárias.

3.4 Cimentos expansivos

Os cimentos expansíveis, como o nome indica, caracteriza-se por expandirem


ligeiramente com a hidratação, compensando assim a pequena contração que ocorre

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quando o concreto fresco seca pela primeira vez. O sulfonato de cálcio e o mecanismo
de formação de cristais, juntamente com o inchamento das partículas com a absorção
de água, são os responsáveis pelo processo de expansão do cimento.

3.5 Indústria do cimento

O subsetor de cimento consome aproximadamente 12-15% do uso total de energia


industrial. Portanto, este subsetor libera emissões de CO2 para a atmosfera como
resultado da queima de combustíveis fósseis para produzir a energia necessária ao
processo de fabricação do cimento. A indústria de cimento contribui com cerca de
7% do total das emissões mundiais de CO (BNDES, 2021).

ISTO ESTÁ NA REDE

Líderes da indústria de cimento estiveram na Polônia para a conferência sobre


mudança climática da ONU - COP24 - para discutir formas de cumprir os requisitos
do Acordo de Paris sobre mudança climática. Para fazer isso, as emissões anuais
de cimento precisarão cair em pelo menos 16% até 2030.
Saiba mais no Site:
https://gccassociation.org/news/gcca-heads-to-world-climate-change-conference-
cop24/

O crescimento da indústria do cimento, devido ao uso do concreto em larga escala,


impulsiona a produção global de cimento desde a década de 1950, com a Ásia e a China
sendo responsáveis ​​pela maior parte do crescimento da década de 1990 em diante.
A produção aumentou mais de trinta vezes desde 1950 e quase quatro vezes desde
1990. A China usou mais cimento entre 2011 e 2013 do que os EUA em todo o século
XX. A figura 4 representa o gráfico, de acordo com US geological Survey (2019), o
aumento até o ano de 2018 da produção de cimento.

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Título 12 – Aumento na produção do cimento


Fonte: USGS (2019)

O setor fez progressos - as melhorias na eficiência energética de novas fábricas e


a queima de resíduos em vez de combustíveis fósseis fizeram com que as emissões
médias de CO2 por tonelada de produção caíssem 18% nas últimas décadas.
A recém-criada Global Cement and Concrete Association (GCCA), atualmente
representando cerca de 35% da capacidade de produção de cimento mundial e com
foco no desenvolvimento sustentável, esteve na COP24.

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AULA 4
ADITIVOS E ADIÇÕES

Os aditivos podem ser definidos, segundo Bauer Falcão (2019), sendo qualquer
produto que não seja dispensável a mistura do concreto, e que quando adicionado
na mistura faz melhorar as suas características. A ABNT NBR 11768:2019, define
aditivos como “produtos que, adicionados em pequenas quantidades a concretos de
cimento Portland, modificam algumas de suas propriedades, no sentido de melhor
adequá-las a determinadas condições”.

4.1 Classificação dos aditivos

Os aditivos podem ser classificados de duas formas, baseado na ação que exerce
sobre o concreto no qual podem exercer ações puramente química, física ou físico-
química e baseado nos efeitos, mais usual do âmbito do canteiro de obra, facilitando
a escolha do emprego do aditivo.
De acordo com a norma ABNT NBR 11768:2019, os aditivos são classificados das
seguintes formas:
• aditivo redutor de água/plastificante (P);
• aditivo retardador de pega (R);
• aditivo de alta redução de água/superplastificante tipo I (SP);
• aditivo de alta redução de água/superplastificante tipo II (SP);
• aditivo incorporador de ar (IA);
• aditivo acelerador de pega (AP).

4.2 Aditivos redutores de água

Os redutores de água têm como finalidade aumentar a trabalhabilidade do concreto,


podem ser nomeados em duas formas: plastificante ou superplastificante. As misturas
redutoras de água são recomendadas tanto para evitar o teor excessivo de cimento
para uma dada relação água/cimento na classe de consistência exigida quanto para
reduzir qualquer tendência a segregação excessiva, minimizando o teor de água livre.

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A formação principal no mecanismo dos redutores de água, agem diretamente sobre


o cimento, devido às reações químicas.
Geralmente reduz o conteúdo de água necessário para uma mistura de concreto em
cerca de 5% a 10%. Consequentemente, o concreto contendo uma mistura redutora de
água precisa de menos água para atingir o abatimento necessário do que o concreto
sem o aditivo redutor, desta forma o concreto com esse tipo de composição possui
relação a/c inferior.
O uso de aditivos RA (redutores de água) pode aumentar ou diminuir o tempo de
pega inicial (será visto no próximo capítulo), do concreto. Os RA podem ser classificados
tipo 1 ou tipo 2 para compreender e distinguir cada um, refere-se à intensidade de
redução de água sendo que RA2 permite maior redução.
O aumento da pega é diferente de acordo com seu tipo e dosagem. A taxa de
dosagem é típica. Mostra-se também que o uso de RA proporciona maior resistência
inicial à compressão do concreto (até 28 dias) em 10% em relação à mistura controle.
Outro benefício do uso de RA é que uma maior densidade do concreto é alcançada, o
que torna o concreto menos permeável e tem uma maior durabilidade.
Sabendo da capacidade de dispersão e redução de água, justifica-se pela atividade
eletrostática, conforme Figura 12. Compreende-se assim, que as partículas de cimento
absorvem as partículas dos superplastificantes que por sua vez possuem base
polimérica. Desta forma, como os polímeros aumentam a carga negativa do cimento,
faz com que suas partículas se espalhem por repulsão elétrica diminuindo a quantidade
de água relevante para fluidificar a pasta (TUTIKIAN; DAL MOLIN, 2008).

Título 12.1- Atividade eletrostática do aditivo


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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As moléculas possuem uma das extremidades laterais carregadas negativamente.


Um dos lados adere aos grãos de cimento (superfície positiva), e outro lado fica exposto,
com cargas negativas. A repulsão elétrica entre as cargas negativas afasta os grãos
de cimento cobertos pelo aditivo, dando plasticidade à mistura.
Metha e Monteiro (2016) explicam que o procedimento de ação é justificado pela
presença de moléculas com extremos laterais compostos de cargas negativas. Um
dos lados adere aos grãos de cimento (superfície positiva), e outro lado com carga
negativa fica exposto. A repulsão eletrostática entre as cargas negativas afasta os
grãos de cimento coberto pelo aditivo, facilitando a trabalhabilidade.
Teores de aditivos elevados, não melhora o desempenho da massa, podem retardar
a pega, provocar a exsudação e diminuir a resistência à segregação, além de aumentar
o custo.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Alguns cuidados na dosagem dos superplastificantes devem ser levados em


consideração, visto que seu mecanismo químico pode afetar o desempenho, de
acordo com Falcão (2019) destaca a alta temperatura do concreto e do meio de
aderência podem ocasionar a velocidade de reação chegando a alterar os efeitos
vantajosos da aplicação dos redutores de água. Em contrapartida, temperaturas
amenas, podem retardar a reação, a pega e impossibilitar a desforma.
Além disso, a qualidade da água é fundamental visto que pode gerar ar incorporado
ou retardo de pega no concreto e, também, prejudicar as resistências mecânicas.
Outro fator é a presença de material pulverulento dos agregados, principalmente
argilosos, inibindo o desempenho dos aditivos, o mesmo aplica-se para a origem
(natural ou artificial) e a granulometria do agregado miúdo.

4.3 Aditivo retardador de pega (R);

Os aditivos retardadores têm como finalidade estendendo o processo de hidratação


das partículas de cimento e aumentam o tempo de pega inicial do concreto. A
concretagem em algumas situações torna-se bastante difícil na execução, onde
a trabalhabilidade do concreto deve ser mantida por períodos mais longos e seus
retardadores como uma mistura podem ser bastante benéficos. Um exemplo dos
benefícios deste aditivo é evitar a formação de juntas frias e aumento da eficiência
da argamassa de cimento.

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Dentre os aditivos retardadores mais usados estão o sulfato de cálcio, também


conhecido como gesso, que é interligado com o clínquer; materiais como amidos,
celulose, ácidos e sais de ácidos apresentam efeito de leitura semelhante.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Comparando o processo de inibidores ou retardadores no concreto, o gráfico a


seguir representa os dois casos: Sem Retardador e com Retardador.

Título 13-Comparativo entre aditivo inibidores e retardadores de pega


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

Como visto no capítulo, esse aditivo é utilizado para aumentar o tempo do concreto
no estado plástico, aumentando o tempo de pega. Na linha verde é representado
o concreto sem o aditivo já na linha vermelha com o aditivo. Percebe-se que o
tempo de fim de pega é inferior sem o aditivo. Outro ponto desse tipo de aditivo é a
redução da resistência nas primeiras idades, visto que ainda está em processo de
hidratação, porém o tempo de pega final, não sofre perdas na resistência.

4.4 Incorporadores de ar

A matriz de concreto é composta por bolhas de ar, induzidas durante o período da


mistura. As bolhas formadas podem se agrupar a outras bolhas formando aberturas
maiores e se expelindo durante o período de concretagem, porém, elas podem acabar
enfraquecendo o concreto à medida que rompem a aderência pasta/agregado, ocorrendo
vazios.

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Porém, quando o ar é inserido, devido ao aditivo incorporador de ar, o efeito se


diferencia quando comparado com o surgimento de bolhas devido ao processo de
mistura. O ar, intencionalmente incorporado ao concreto durante a mistura, possui
tamanhos microscópicos. Essas bolhas são esféricas, com diâmetros entre 10 e 1000
mícrons.
O incorporador de ar é um tensoativo que age diminuindo a tensão superficial da
água, ou seja, que apresentam em uma molécula uma extremidade apolar e outra
polar, sendo conhecidos como compostos anfifílicos.

ANOTE ISSO

Por que preciso de ar no concreto?


Em climas frios, a água é transportada para dentro do capilar de concreto. Os poros
congelam e expandem quando a temperatura cai abaixo de zero. Se o concreto é
altamente saturado e a expansão do gelo pode chegar a 土 9% em volume, exerce
pressão dentro do concreto endurecido e causará fissuras, se a resistência à tração
do concreto for excedida.
Os vazios de ar presos espaçados dentro do concreto fornecem um lugar para o
congelamento / expansão da água para entrar, o que alivia a pressão e, assim, evita
fissuras.

O incorporador de ar é um tensoativo, ou seja, diminui a tensão superficial da


água. Estes aditivos possuem duas polaridades: Hidrofílicas e hidrofóbicas, que são,
comumente, representadas de acordo com a Figura 14.

Título 14- Polaridade


Fonte: Autor (2021)

Sabe-se que quanto menor a densidade de um determinado material, a tendência,


em meio fluido, é subir. É o que ocorre com as bolhas de ar e a camada polar fica em
ligação com o meio fluido.

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O agrupamento das partículas acaba formando uma película protetora em volta


das bolhas de ar, reagindo com o concreto em estado fresco, se ligam no cimento
mantendo os grupos apolares organizados.
Dentre as vantagens no uso desse tipo de aditivo, destaca-se o distanciamento entre
os grãos do agregado, reduzindo assim o atrito entre eles, acarretando em melhor
flexibilidade na mistura e fluxo, por outro lado vale ressaltar que a entrada de ar reduz
a resistência do concreto e reduz a resistência. Como regra geral, um aumento de 1%
no conteúdo de ar do concreto diminuirá a resistência à compressão de 28 dias em
cerca de 3 a 5%.

4.5 aceleradores

Aditivos de acelerar o concreto são usados para


​​ aumentar a taxa de desenvolvimento
da resistência do concreto ou para reduzir o tempo de pega do concreto. O cloreto de
cálcio pode ser considerado o componente acelerador mais comum.
No entanto, pode promover a atividade de corrosão do reforço de aço. As melhores
práticas de concreto, como consolidação adequada, cobertura adequada e projeto
de mistura de concreto adequado podem evitar esses problemas de corrosão. As
misturas de aceleração são especialmente úteis para modificar as propriedades do
concreto em climas frios.

4.6 aditivos especiais

Além dos aditivos classificados pela NBR 11768: 2019, o mercado da construção
trabalha com outros tipos de aditivos, conhecidos como aditivos especiais, utilizados
em casos específicos:
• Aditivos modificadores de viscosidade;
• Aditivos redutores de permeabilidade capilar;
• Aditivos retentores de água;
• Aditivos aceleradores para concreto projetado;
• Aditivo redutor de reação álcali-agregado;
• Aditivos controladores de hidratação;
• Aditivos expansores;
• Aditivos para argamassa.

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4.6.1 Aditivos modificadores de viscosidade

Os aditivos modificadores de viscosidade foram desenvolvidos com o objetivo de


alterar a reologia do concreto no estado fresco, modificando assim a viscosidade da
água, buscando melhorar a coesão, evitar o processo de segregação do concreto e
diminuir atrito.
O uso desse tipo de aditivo tem se mostrado muito eficaz na estabilização
das propriedades reológicas e consistência do concreto autoadensável. Oferece a
oportunidade de reduzir o teor de finos no concreto que, de outra forma, é usado para
tornar o concreto fresco mais coeso.
São comercializados como disponíveis comercialmente como misturas de pó ou
dispersos em um líquido para tornar a dosagem mais fácil e melhorar a precisão da
dosagem. A dosagem dependerá da aplicação, mas normalmente varia de 0,01% a
0,1% em peso de cimento.

4.6.2 Aditivos redutores de permeabilidade capilar

A permeabilidade capilar no concreto é o fenômeno pelo qual a água é absorvida


no concreto por meio de seus capilares, que por sua vez, são mecanismos de atração
e repulsão, fazendo com que o líquido faça o caminho ascendente ou descendente
no interior da matriz do concreto.
Esse fenômeno pode levar a infiltração de água ou retração ocasionando fissuras
e danos estruturais. Sabendo disso os aditivos redutores de permeabilidade capilar
têm a função de alterar a superfície do concreto de modo que ele se torne repelente
à água.
Segundo o estudo dos autores Rixom e Mailvaganam (1999), as camadas de água no
interior dos poros e nos espaços vazios presentes na matriz do compósito cimentício
formam uma angulação ∝ em relação à água. Esse ângulo dificulta a entrada ou saída
do fluido cujo efeito é representado na Figura a seguir

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Título 15-Aditivos redutores de permeabilidade Capilar


Fonte: Adaptado pelo Autor (2021)

O aumento da angulação de contato ∝, pode reduzir ou limitar a entrada de água


sobre determinada pressão (p).

4.6.3 Aditivos retentores de água

São aditivos para argamassa, tem a finalidade reduzir a viscosidade, constituído


principalmente sobre base de éter de celulose.

4.6.4 Aditivos aceleradores para concreto projetado

Os Aditivos aceleradores são adicionados ao concreto projetado para melhorar a


resistência, adesividade, coesividade, abrasão e reduzir o rebote, sendo esse o efeito
no qual gera desperdício de material em que o concreto aplicado cai do local aplicado.
Os aceleradores estão sendo usados cada
​​ vez mais em aplicações de processo seco
e úmido. No processo a seco para aumentar a resistência inicial e reduzir a poeira e o
rebote, e no processo úmido são usados para
​​ obter uma cura rápida e resistência inicial.
A escolha de um determinado acelerador e sua dosagem é amplamente determinada
pelo tempo de pega necessário para a aplicação do concreto projetado.
Os sais solúveis em água dos metais alcalinos podem ser usados ​​para acelerar
a pega do cimento. Em sua maioria, os aceleradores de conjunto usados ​​hoje são
baseados em aluminatos alcalinos em combinação com carbonatos e hidróxidos e
produzidos na forma líquida e em pó. O desempenho desses aceleradores depende
da composição química e da finura do cimento e da presença de adições minerais,
sílica ativa e escória de alto forno.

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4.6.5 Aditivo redutor de reação álcali-agregado;

Antes de compreender sobre o aditivo redutor de reação álcali -agregado- é importante


compreender as reações destrutivas ocasionadas devido à presença química álcalis
devido aos agregados. Desta forma, as reações álcali-agregadas são classificadas
sendo uma reação química, proveniente do cimento ou do agregado, envolvendo sólidos
e potássio (álcalis).
Essas reações podem gerar manifestações patológicas como degradação do
concreto em barragens, pavimentos, pilares, fundações das edificações. Porém, para
que isso ocorra é preciso que além dos agentes agressivos (álcalis), também é preciso
estar em um meio de umidade ou água. Desta forma é preciso que haja presença de
fissuras para facilitar a impermeabilização do meio líquido.
Assim, entra em ação os aditivos redutores de reação álcali-agregado, que são
aditivos químicos como nitrato de lítio, neutralizando as reações agressivas.

4.6.6 Aditivos controladores de hidratação;

Os aditivos de controle de hidratação do cimento possibilitam a utilização ou o


aproveitamento do concreto residual do caminhão. Isso porque são aditivos químicos
elaborados para serem desenvolvidos para conter a hidratação do cimento.
Desta forma, possuem efeito de alta capacidade, podendo retardar a hidratação do
cimento em um período de até 72 horas. Vale ressaltar que para o reaproveitamento
de concreto é relevante a compreensão dos tipos de materiais utilizados, tempo de
hidratação após a confecção, temperatura do concreto e o uso do concreto recuperado.

4.6.7 Aditivos expansores

Como o próprio nome já menciona, são aditivos com capacidade de expandir o


concreto, durante o período de hidratação, formando gases, e assim aumentando o
volume da matriz cimentícia. Comumente esses aditivos são compostos por pó de
alumínio. Porém, podem ser produzidos com outros agentes químicos para a formação
do gás, como: hipoclorito de cálcio e o peróxido de hidrogênio.
O processo de reação deve ser levado em consideração com a etapa do processo
do concreto. Os alumínios em forma de pó juntamente com a cal, responsável do

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processo de hidratação do cimento, formam hidrogênio, esse elemento apresenta-se


em forma de bolhas pequenas.
Os aditivos expansores induzem uma redução da porosidade, com a consequente
redução da permeabilidade, um aumento da resistência à compressão, um aumento
da durabilidade e uma maior adesão ao ferro das estruturas.

ANOTE ISSO

A água é importante para o processo de cura e hidratação do concreto. Quando


cumpre os objetivos, no processo de produção, a água pode ser prejudicial
para a matriz cimentícia. Dependendo da finalidade e exposição no meio
podem obviamente, funcionar bem em ambientes úmidos. Por ser um material
naturalmente poroso e sujeito a rachaduras, o concreto é vulnerável à infiltração de
água.

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AULA 5
DETERIORAÇÃO DO CONCRETO

Segundo Metha (2008) e Ribeiro (2014), as causas patológicas no concreto podem


ser divididas em três grupos:
• físicas;
• químicas;
• biológicas.

Das causas físicas da deterioração do concreto armado podem ser subdivididas


em duas categorias:
• Desgaste superficial (ou perda de massa) devido à abrasão, erosão e cavitação.
• Rachaduras devido a gradientes normais de temperatura e umidade, pressões
de cristalização de sal nos poros, carga estrutural e exposição a temperaturas
extremas, como congelamento ou fogo.

As causas químicas são geralmente devidas à presença de substâncias químicas,


que podem ocorrer devido a:
• Hidrólise.
• Lixiviação dos componentes da pasta de cimento por água pura.
• Trocas iônicas entre os fluidos agressivos e a pasta de cimento.
• Reações causais de produtos expansíveis, como expansão de sulfato.
• Reação álcali-agregada e corrosão da armadura no concreto.

As causas biológicas estão relacionadas principalmente à presença de


microrganismos, que proporcionam ambientes corrosivos agressivos ao concreto
e ao aço, por meio de bactérias oxidantes de enxofre ou sulfeto, que aceleram a
deterioração dessas estruturas.

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5.1 Físicas

5.1.1. Abrasão

Uma das manifestações patológicas comum no concreto é devido ao desgaste,


devido ao processo abrasivo, ocasionando alto custo de reparo. Segundo Neville
(2019), a propriedade de o material resistir ao uso contínuo, sem perda de massa,
volume e qualidade. Nesse contexto, a abrasão se refere ao desgaste da superfície do
concreto causado por fricção repetida ou ações de fricção. Este problema se manifesta
principalmente em pavimentos ou pisos industriais carregando tráfego de rodas ou
pedestre. A resistência à abrasão destaca-se nas superfícies do concreto por estar
sujeitas a movimentação de cargas.
Essa movimentação de carga faz com que os agregados se rompam, danificando
a estrutura do material. Uma solução seria a utilização de agregados com maior
resistência, ou então melhor qualidade da pasta com agregado, permitindo zona de
transição com propriedades superiores.
Portanto, a resistência à abrasão do concreto é amplamente determinada pela
dureza e qualidade dos agregados usados. Isso não implica que a relação a/c do
concreto não seja importante na determinação de sua resistência à abrasão. Tem
sido mostrado que a resistência à abrasão do concreto diminui linearmente com o
aumento da relação a /c.
Falcão (2019) afirma em suas pesquisas que a resistência à abrasão cresce
proporcionalmente com a resistência à compressão do concreto entre 20 e 40 MPa;
com resistências inferiores a 20 MPa, o desgaste cresce mais rapidamente.

5.1.2 Erosão

A erosão se refere ao desgaste da superfície do concreto pela ação abrasiva de


fluidos e sólidos em suspensão bem como por partículas de areia transportadas pelo
vento. A erosão é, portanto, um caso especial de abrasão, conforme discutido acima.
O corpo de água que resulta da erosão pode carregar partículas sólidas que levam
a uma erosão grave do concreto. A qualidade do concreto, especialmente na zona
superficial, é muito importante para resistir à erosão do concreto. Assim como a
abrasão, a resistência à erosão também está relacionada à resistência do concreto,
mas a composição da mistura do concreto também é importante.

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Desta forma, o processo de erosão pode ser classificado sendo um dano mecânico
do concreto, frequentemente associado à corrosão. O concreto marinho é o exemplo
ideal de tais danos.

5.1.3 Cavitação

A cavitação é, como se sabe, um fenômeno que acompanha o escoamento dos


fluidos em regime turbilhonar. Esse fenômeno pode ser considerado como um problema
na estrutura do material, devido às elevadas pressões que ocorrem na superfície do
concreto.
A cavitação ocorre quando um fluxo de alta velocidade de fluido está sujeito a
uma mudança repentina na direção ou velocidade. Isso resulta em uma zona de
forte pressão subatmosférica se formando imediatamente a jusante da obstrução ou
mudança abrupta, permitindo a formação de bolsas de vapor. Como estes vapores
fazem com que a zona de baixa pressão, eles entram em colapso por implosão,
resultando em um impacto alto.
Ou seja, um líquido em alta velocidade pode gerar zonas de pressões sub atmosféricas
formando bolhas de vapor que seguem um fluxo, que podem entrar em colapso ou
seja implodir quando chega em uma zona de pressão mais alta causando impactos
no concreto (NEVILLE, 2019).
Desta forma, o autor ainda afirma que a cavitação pode ser caracterizada sendo um
processo físico que causa danos no concreto, geralmente esses danos ocorrem em
canais e vertedores que tem uma velocidade de fluxo muito alta, geralmente acima
de 10 m/s em temperatura de pressão normais.
Para fixar essa teoria imaginem um determinado vertedouro que concreto com
concreto de boa qualidade, e com determinada condição geométrica, inadequada de
projeto, faz com que a água atue com grandes impactos em um determinado ponto,
gerando danos absurdos. Ou seja, o processo de cavitação pode causar deterioração
rápida de concreto de boa qualidade. A figura 16 representa o processo de cavitação
no concreto.

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Título 16- Processo de cavitação


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

Na formação da bolha quando ela se rompe, forma uma pressão de impacto muito
grande naquele ponto. Porém essa manifestação pode ser evitada por meio de:
• Simulação em estágio de projeto
• Observação e modelos e protótipos de teste hidráulico
• Experimento de simulação numérica
• Regularidade do concreto

5.1.4 congelamento

Problemas causados ​​pelo congelamento de concreto raramente são encontrados


no Brasil por causa do clima tropical nesta região. No entanto, existem algumas
aplicações, como câmaras frigoríficas ou instalações de armazenamento de líquido
frio, em que o concreto é exposto a temperaturas muito baixas e pode ser danificado
pelo congelamento de água na estrutura.
Primeiramente devemos compreender quando ocorre o processo de congelamento
a água expande o seu volume de até 9%. Sabendo disso, os danos estruturais que
ocorrem é na fase em que a água encontra-se nos poros e assim sofre o degelo e
não há espaço para o aumento do volume da água na estrutura dos poros. Acarreta
em uma tensão de tração formando então microfissuras na pasta de cimento. Na
deterioração por congelamento e descongelamento, as rachaduras são propagadas
pelas ações cíclicas de congelamento e descongelamento.
Com o objetivo de reduzir as microfissuras no concreto, devido à expansão ou
retração da água por ciclos de gelo-degelo, pode ser feita a incorporação proposital
de ar no interior da pasta de cimento com o uso de agentes incorporadores de ar.
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Esse processo de inserção proposital de ar decorre na forma de bolhas maiores


deixadas durante o adensamento do concreto fresco. Quando misturados com água,
os aditivos incorporadores de ar produzem bolhas discretas que se incorporam à
pasta de cimento.

5.1.5 Alta temperatura

Durante um incêndio ou perto de fornos e reatores as propriedades mecânicas,


como resistência, módulo de elasticidade e estabilidade de volume do concreto são
significativamente reduzidas durante essas exposições. Isso pode resultar em falhas
estruturais indesejáveis. Portanto, as propriedades do concreto retido após um incêndio
são de extrema importância para determinar a capacidade de carga e para restaurar
construções danificadas pelo fogo.
Quando exposto a alta temperatura, a composição química e a estrutura física do
concreto muda consideravelmente. A desidratação do silicato de cálcio hidratado e a
expansão térmica dos agregados aumentam as tensões internas e a partir de 300°C,
micro-fissuras podem ser induzidas (NEVILLE, 2019).
De acordo com as diferentes temperaturas, o concreto pode reagir em uma
determinada forma:
• 65°C e 80°C, a água é evaporada no concreto endurecido.
• 80°C e 100°C, a água livre nos interstícios do concreto, evapora, desidratando
os silicatos de cálcio hidratados, responsáveis pela maior parte da resistência
do concreto.
• 100°C aos 200°C, a pasta começa perder a estabilidade, surgimento de
microfissuras.
• Acima dos 200°C ocorre uma leve reação físico-química: a água evaporada
reduz as forças de Van der Walls entre as camadas de C-S-H.
• até 300 °C, ocorre a perda parcial da adesão química acelera o aparecimento
de fissuras e uma ligeira perda de resistência.
• 400°C e 600°C ocorre diversas alterações químicas, como dessecação dos poros
seguida da decomposição dos produtos de hidratação e destruição do gel de
C-S-H.

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Temperatura (ºC) Transformações

• Perda de água capilar e redução de forças coesivas com a


expansão da água;
• Desidratação da etringita entre 80 e 150 ºC;
20-200
• Primeira fase de desidratação do C-S-H;
• Aumento da perda da água capilar e fisicamente combina-
da;
• Fratura de algumas partículas de agregados siliciosos Tem-
300-400
peratura crítica da água em 374
400 – 500 • Decomposição do hidróxido de cálcio a partir de 460 ºC
• Expansão dos agregados siliciosos aos 575 ºC como resul-
500 - 600 tado da inversão de quartzo α-β, enquanto que a pasta de
cimento retrai;
600 – 800 • Segunda fase da decomposição do C-S-H;
• Decomposição da dolomita em 840 ºC;
• Descarbonatação entre 930 – 960 ºC com liberação de
800 – 1000 dióxido de carbono
• Modificação das ligações químicas, com substituição da
estrutura hidráulica por uma estrutura cerâmica;
1000 – 1200 • Fusão do basalto com liberação de gases;
1300 • Deterioração total do concreto.
Tabela 3: Transformação de acordo com a temperatura
Fonte: Hager (2013).

5.2 Química

As águas são agressivas ao concreto principalmente por causa de sua


característica iônica. pasta de cimento, aumenta consideravelmente se a água
contiver dióxido de carbono (CO2) dissolvido.
A solução aquosa de poros no cimento endurecido é altamente alcalina com um
pH em torno de 12,5. Nesse ambiente o silicato de cálcio, aluminato e hidratos de
ferrite, os principais componentes de ligação de cimento são estáveis. No entanto,
como o Ca(OH) 2 é lixiviado pela água, o pH da água nos poros diminui, fazendo
com que os hidratos se tornem instáveis ​​e liberam óxido de cálcio (CaO) para
restabelecer a alcalinidade. Desta forma, o agente de ligação na fase de cimento
é atacado, causando uma diminuição da força.

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O alto pH da água nos poros do concreto também mantém a presença de uma


camada de gama-férrica óxido na armadura de aço que torna o aço passivo e inibe
a corrosão. Se a ação de lixiviação de água reduz o pH em torno do reforço, esta
camada protetora é destruída e o aço é exposto a uma possível corrosão.
Diante do exposto, a corrosão das armaduras constitui em uma manifestação
patológica agressiva quando trata-se de estrutura na edificação, e consequentemente
a alto custo para recuperação estrutural. A ação da água juntamente com o oxigênio,
favorecem os ataques corrosivos na estrutura. Um dos mecanismos para essa
manifestação patológica é devido ao surgimento de fissuras.

5.3 CARBONATAÇÃO

O concreto possui capacidade de proteção às armaduras, isso é devido a natureza


alcalina. Porém, o material em contato com atmosfera e água pode ocasionar a
alteração do pH, ocorrendo danos à estrutura, esse processo é conhecido como
carbonatação. Essas reações decorrem da redução do valor do pH da água, nos
poros do concreto, para valores de pH próximos a 9;assim facilita a ocorrência
de corrosão.
Este é o processo pelo qual o dióxido de carbono atmosférico (CO2) entra na
estrutura de poros do endurecido na pasta de cimento e reage com Ca (OH)2 para
formar carbonato de cálcio (CaCO3). Isso envolve a seguinte reação química:

CO2 + Ca(OH)2 CaCO3 + H2O

Neste processo, o pH da água dos poros é reduzido de ± 12,5 para ± 8,5 após a
carbonatação completa. Quando a frente de carbonatação atinge o aço de reforço,
o baixo pH faz com que o óxido gama-ferro, camada para se tornar instável e o
aço despassivado. Se houver oxigênio e umidade suficientes disponíveis, o aço
começará a corroer com a perda subsequente da capacidade de carga da estrutura.
A carbonatação se move como uma “frente” no concreto, conforme mostrado
na Figura 2. Esta frente não avança além de um determinado ponto até que todo
o Ca(OH)2 naquele ponto tenha sido convertido em CaCO3. Consequentemente,
a quantidade de Ca(OH)2 na estrutura de poros do concreto.

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Título17: Processo de despassivação


Fonte: Coutinho (1998)

O avanço da frente de carbonatação depende das características do concreto de


cobrimento, principalmente daquelas ligadas à porosidade (quantidade, tamanho e
conectividade dos poros).

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AULA 6
DOSAGEM DO CONCRETO

A qualidade do concreto não depende apenas da propriedade dos materiais


utilizados, mas também das proporções ideais dos mesmos, que devem ser estudados
separadamente para cada tipo de concreto. Os métodos de dosagem dos concretos
têm como requisitos encontrar as proporções dos componentes na mistura buscando
consistência, trabalhabilidade, permeabilidade, compactação, resistência, durabilidade
e custo.
Diante do exposto, define-se dosagem de concreto como um conjunto de processos
com o objetivo da decisão da composição do concreto (traço), desenvolvidos pelas
proporções de seus materiais constituintes.
Não existe um método de dosagem, e sim distintos métodos no qual vai depender
das condições que deve atender o concreto. O projetista pode escolher um entre
vários dos existentes, ou mais de um método para realizar a dosagem do concreto.
O resultado deve levar em consideração as condições escolhidas e realizar testes
oportunos.
Alguns termos na dosagem do concreto devem ser compreendido antes de dar
início aos métodos de dosagem do concreto
• Traço

O traço é composto basicamente por dois elementos, ou seja, é a proporção entre


os materiais que constituem a mistura. Pode ser definido da seguinte forma:

1:M

1 = Cimento
M = Mistura de Agregados miúdos e graúdos

Vale ressaltar, que a dosagem feita em laboratório consiste em massa, porém em


obras em geral a dosagem constituem em volume. (padiola, pá...)

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6.1 método ABCP

O método de dosagem ABCP foi elaborado no ano de 1989 pela Associação Brasileira
de Cimento Portland (ABCP), em que foi uma reprodução do método americano ACI
(American Concrete Institute), adaptado às condições dos agregados brasileiros. Vale
ressaltar, que por ser um método antigo, os materiais já sofreram alterações no decorrer
dos anos, esse método se tornou em desuso.
Antes de dar início aos cálculos de dosagem, temos que compreender algumas
especificações do método ABCP, no qual o sistema de dosagem é utilizado para
concretos de consistência plástica ou fluida (trabalhabilidade de moldagem), utilizando
agregados estipulados de acordo com a ABNT NBR 7211 (2009), não se deve utilizar
agregados leves em sua composição.
O método parte dos seguintes pressupostos:
• a/c estipula a resistência à compressão
• fração máxima do agregado graúdo
• conhecimento prévio das condições de projeto (fck, Dmáx, consistência)

6.1.1 cálculo

Para realizar o cálculo de dosagem do concreto, seguem algumas dosagens


O primeiro passo é identificar os critérios dos materiais
• Cimento
Tipo;
Massa específica;
Resistência do cimento aos 28 dias;

• Agregados
Análise granulométrica (módulo de finura do agregado miúdo e dimensão
máxima do agregado graúdo);
Deve levar em consideração o projeto estrutural e dos limites definidos apresentados
na ABNT NBR 6118:2014.
Massa específica.
Massa unitária compactada.

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• Concreto
Consistência desejada em estado fresco
exposição do concreto
resistência de dosagem do concreto
fc28 = fck + 1,65 x sd
Sd= Desvio Padrão

Com os dados da resistência do concreto (fck ), de acordo com o projeto estrutural,


define-se a resistência média de dosagem aos j dias (fcj), de acordo com a Equação
XXX.
fcmj = fckj + 1,65 × Sd
fcmj =
fckj =

Sd =

O próximo passo, é definir a relação a/c. Para isso deve levar em consideração os
parâmetros expostos na ABNT NBR 6118 (2014) e ABNT NBR 12655 (2015). Para
localizar a relação a/c de acordo com o gráfico apresentado na figura 1, será necessário
identificar o valor da resistência de dosagem e com a resistência do cimento, realiza-
se a interpolação das linhas e assim mensurando o fator água/cimento.

Título 18-Gráficos para determinação da relação (fator) água/cimento em função das resistências do concreto e cimento aos 28 dias
Fonte: ABCP-SP/ET-67

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Em seguida, com o valor a/c, deve-se realizar uma aproximação do consumo de


água por metro cúbico presente no concreto (Ca). Conforme a Tabela

Água para agregado com dimensões (litro/m³)


Abatimento
9,5 19 25 32 38
40-60 220 195 190 185 180
60-80 225 200 195 190 185
80-100 230 205 200 195 190
Tabela 4: Consumo de água por metro cúbico
Fonte: Falcão (2018, p. 249)

Considerando o resultado a/c e o consumo de concreto por metro cúbico (Ca),


define-se consumo do cimento por metro cúbico de acordo com a equação:

O propósito do método é identificar a dosagem do agregado graúdo de acordo


com o diâmetro máximo e do módulo de finura do agregado miúdo. Sabendo disso,
o agregado graúdo é determinado de acordo com a equação X.

sabe-se que:
• Cg = Consumo de agregado graúdo
• Vc = volume compactado por metro cúbico de concreto - Tabela X
• Mc = Massa unitária compactada do agregado graúdo - ABNT NBR
7810:1983(cancelada)

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Dimensão máxima do agregado (mm)


Módulo de finura
9,5 19 25 32 38

1,8 0,645 0,770 0,795 0,820 0,845

2,0 0,625 0,750 0,775 0,800 0,825

2,2 0,605 0,730 0,755 0,780 0,805

2,4 0,585 0,710 0,735 0,760 0,785

2,6 0,565 0,690 0,715 0,740 0,765

2,8 0,545 0,670 0,695 0,720 0,745

3,0 0,525 0,650 0,675 0,700 0,725

3,2 0,505 0,630 0,655 0,680 0,705

3,4 0,485 0,610 0,635 0,660 0,685

3,6 0,465 0,590 0,615 0,640 0,665


Tabela 5 :dimensionamento máximo do agregado

Para o consumo de agregado miúdo (Cm) é calculado de acordo com a quantidade


necessária para completar um metro cúbico de concreto.

6.2 Método IPT

O método IPT consiste em um método desenvolvido em São Paulo. É um método


considerado simples, recente e eficiente, proposto por Helene e Terzian (1992), proposto
por ser uma estratégia de dosagem bastante ampla segundo os autores. Com o
desenvolvimento do método, outros autores corroboram para o progresso dos estudos
que foi o caso do instituto de pesquisa tecnológicas (IPT).
O método, também conhecido como teórico-experimental, já que em seu
desenvolvimento consiste em uma parte experimental e outra de cálculos fundamentado
no comportamento dos concretos. Os experimentos têm sua finalidade de definir a
mistura adequada dos agregados.
Conforme visto no método ABCP, a dosagem do concreto inicia-se com a verificação
e caracterização dos materiais utilizados.

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Finura NBR 5732


Cimento Perda ao fogo e Resíduo Insolúvel NBR 5743
Resistência à compressão NBR 5739
Granulometria NBR 7217
Módulo de Finura NBR 7217
Massa Unitária NBR 7251
Agregado Miúdo Massa Específica NBR 9776
Inchamento NBR 6467
Coeficiente de inchamento unitário NBR 6467
Curvas Normalizadas NBR 7211
Granulometria NBR 7217
Dimensão máxima característica NBR 7217
Agregado Graúdo Massa específica NBR 9937
Apreciação Petrográfica -
Mistura de agregado graúdo NBR 7810
Massa específica -
Aditivo Aspecto -
Desempenho -
Quadro 1 : NBR de caracterização

O próximo passo para a compreensão do método consiste no estudo teórico.


Helene e Terzian (1992) acreditam que o ideal entre as proporções dos agregados,
tende consumir menor relação água/cimento para alcançar um abatimento desejado
em projeto, inferindo no resultado da resistência à compressão do concreto, em seu
máximo desempenho.
Apesar de Helene e Terzian (1992) se apresentarem como um método amplo. A
estratégia de dosagem consiste em algumas limitações, apresentadas:
• resistência à compressão: 5 MPa ≤ fc ≤ 150 MPa
• relação a/c: 0,15 ≤ a/c ≤ 1,50
• abatimento: 0 mm ≤ abatimento ≤ autoadensável
• dimensão máxima do agregado: 4,8 mm ≤ Dmáx ≤ 100 mm
• teor de argamassa seca: 30 % < α < 90 %
• relação água/materiais secos: 5 % < H < 12 %
• módulo de finura do agregado: qualquer
• distribuição granulométrica dos agregados: qualquer
• massa específica do concreto: > 1500 kg/m3.

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Em relação aos estudos experimentais preliminares, tem como objetivo alcançar


uma mistura adequada dos agregados em teor de argamassa seca, relação água/
material seco e consumo de cimento/m cimento/ m³.

O procedimento experimental para obtenção de α, segue os seguintes passos


representado na Figura 19.

Título 19-Cronograma do procedimento experimental IPT


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

Outro processo fundamental para o processo experimental é o traço do diagrama,


seguindo os seguintes passos:
1. Escolher dimensão máxima característica do agregado graúdo compatível com
os espaços disponíveis entre armaduras e formas do projeto da estrutura
2. escolher o abatimento Compatível com a tecnologia disponível
3. Estabelecer a resistência média que se deseja alcançar na idade específica
resistência de dosagem de acordo com a ABNT 12655
4. escolher como mínimo três diferentes traços em massa seca de cimento:
agregados que contenham ou estejam próximos ao traço resposta pretendido
(1: m-1) ; (1:m); (1:m+1).
5. Misturar em laboratório, os traços (1: a: p) para o traço intermediário (1:m),
com base na busca do traço ideal entre cimento, adições, agregados miúdos,
agregados graúdos e aditivos, para lograr uma trabalhabilidade específica, ou seja,
um abatimento constante. Para produzir o primeiro traço em laboratório, varia
o abatimento constante. Para produzir o primeiro traço em laboratório, varia o
conteúdo de 0,02 em 0,02 até encontrar o ponto ótimo por meio de observações
visuais do traço, combinadas com manuseio do traço com colher de pedreiro em
laboratório. Obtido o conteúdo de argamassa seca ideal, por exemplo, α=0,50,
moldar os corpos de prova para os ensaios em concreto endurecido
6. Misturar os demais traços para verificar o mesmo abatimento com distintas
relações a/c, mantendo fixo α e H do traço intermediário otimizado anteriormente.
Recomendam-se os traços (m-1) e (m+1) nos casos correntes. Nos casos de
CAR (HSC), esse intervalo deve ser menor, da ordem de (m 0,4). Moldar os
corpos de prova para os ensaios em concreto endurecido.
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7. verificar resistência e demais requisitos nas idades especificadas.


8. Construir os diagramas de dosagem e de desempenho (opcional) específicas
a essa família de concreto.
9. Obter o traço otimizado a partir do diagrama de dosagem entrando com a
resistência média requerida ou outra propriedade ou requisito desejado.

ANOTE ISSO

Os fundamentos para o estudo de dosagem, para os distintos métodos baseiam-se


nos mesmos:
• Caracterização dos materiais
• Definição de um esqueleto granular
• Definição da relação água/aglomerante
• Definição da quantidade de pasta.

Erros na elaboração do traço podem levar a falhas no concreto (elevada plasticidade


ou segregação), aumento do custo da obra devido ao maior consumo.

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AULA 7
ESTADO FRESCO DO CONCRETO

Compreendendo os componentes do concreto (água, agregados, adições, cimento e


ar), e após a dosagem, o concreto possui duas fases: concreto no estado fresco e no
estado endurecido. Na aula 8 será apresentada as propriedades do concreto fresco.
O estado fresco tem como finalidade garantir a obtenção de mistura de fácil transporte,
lançamento e adensamento, sem segregação, e que, depois do endurecimento, se
apresenta homogênea, com o mínimo de vazios, influenciando na qualidade do concreto
endurecido.
O concreto em estado fresco pode ser facilmente moldado em qualquer formato
projetado na construção. Pode ser preparado no local e pode fornecer uma ampla gama
de propriedades a partir do tipo e critérios utilizados da dosagem e materiais. Segundo
Carasek (2007), no estado fresco, a argamassa deve apresentar boa trabalhabilidade,
consolidação e acabamento, em condição homogênea.
Na aula 8 será discutido as propriedades fundamentais do concreto fresco:
• Trabalhabilidade.
• Segregação.
• Consistência

O concreto fresco caracteriza-se por ser um material recém-dosado e misturado, a


importância desta etapa vem do fato de que mal consolidado pode apresentar defeitos
como vazios de ar e segregação.

7.1 Trabalhabilidade

A trabalhabilidade pode ser denominada pela sua facilidade com que o concreto
recém-preparado pode ser transportado e colocado para o trabalho e compactado
em uma massa densa. Ou seja, facilidade com que o concreto pode ser colocado,
compactado e acabado sem separação ou segregação dos materiais individuais.

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ANOTE ISSO

Segundo Falcão (2019), define-se trabalhabilidade como a quantidade de trabalho


interno útil, ou seja, é a energia para vencer os atritos internos entre as partículas do
concreto necessário à obtenção do adensamento total.

Desta forma, o concreto fresco deve ser capaz de se espalhar uniformemente


sem induzir qualquer separação entre os materiais, ou seja, evitar o surgimento de
segregação dos agregados, no qual resulta em manifestação patológica em estado
endurecido, como vazios no concreto.
Vale ressaltar que Trabalhabilidade não é a mesma coisa que consistência. Dosagens
que resultam da mesma consistência podem ter diferentes trabalhabilidade, se
forem feitas com diferentes tamanhos de pedra, em que quanto menor a pedra, mais
trabalhável é o concreto.
Visto que a trabalhabilidade depende de vários fatores, nenhum teste isolado é
considerado suficiente para expressar esta propriedade do concreto fresco.

7.1.1 fatores que afetam a trabalhabilidade

7.1.1.1 Teor de água

Como visto, o concreto em estado fresco é composto por agregado, cimento, aditivo,
água e ar. Esses materiais, em quantidade equivocada, podem afetar a trabalhabilidade
do composto.
O teor de água influencia na trabalhabilidade de acordo com a granulometria e
forma do agregado, ou seja, quanto menor a granulometria, maior será a quantidade
de água. Em relação ao formato do agregado, os que apresentam geometria irregular e
textura rugosa, exige maior demanda de água comparado a um agregado arredondado.
Outros dois fatores que interferem na trabalhabilidade, devido à relação da água,
são a temperatura e o tempo. O aumento da temperatura leva a perda de abatimento,
além do tempo inicial e fim de pega do concreto alterado, reduzindo com o aumento
da temperatura.

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7.1.1.2 Aditivos

Como se sabe o aditivo tem a finalidade de alterar a reologia da argamassa ou do


concreto. Dos diversos aditivos presentes no mercado, cada um tem sua finalidade e
funcionalidade na mistura cujo os efeitos devem ser estudados.
Aditivos superplastificantes podem aumentar o abatimento, tornando o material mais
plástico com o mesmo teor de água. A NBR 11768 (2011), classifica o aditivo como
o produto adicionado durante o processo de preparação do concreto, em quantidade
não maior que 5 % da massa de material cimentício contida no mesmo, com o objetivo
de modificar suas propriedades no estado fresco e/ou no estado endurecido. Para o
caso de concreto projetado, a dosagem pode ser superior a 5%.
Teores de aditivos elevados, não melhoram o desempenho da massa, podem retardar
a pega, provocar a exsudação e diminuir a resistência à segregação, além de aumentar
o custo (RONCERO, 2000; ASSUNÇÃO, 2016).

Título 20: Exsudação do compósito


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

7.2 Exsudação

A exsudação caracteriza-se como um tipo de segregação em que uma fração da


água tende a deslocar-se para a superfície do concreto após o lançamento. Isso é
provocado pela insuficiência dos materiais sólidos da mistura em controlar a água de
amassamento. Ou seja, é a tendência de a água de amassamento vir à superfície do
concreto devido à densidade da água ser inferior comparado com a dos agregados
e a do cimento.

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Segundo Neville (2013), a exsudação pode ser expressa quantitativamente


como o assentamento total e a velocidade de exsudação, pode ser determinada
experimentalmente pelo ensaio da ASTM C 232–04.
A consequência da exsudação, a parte superior do concreto lançado é capaz de
possuir excesso de água e, na ocorrência de água confinada surgirá um concreto
fraco, poroso e consequentemente baixa durabilidade.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Em obras a ocorrência da exsudação é ocorrente. Caso isso ocorra e a água


superficial seja re-misturada durante o acabamento da obra, ocorrerá uma
superfície de baixa resistência, levando ao desgaste. Uma solução para que não
ocorra esse desgaste é retardar o tempo para realizar o acabamento, até que a
água tenha evaporado, usando desempenadeiras de madeira e evitando o excesso
de trabalho na superfície.

7.3 Consistência

Consistência é a mobilidade relativa ou capacidade de fluxo do concreto recém-


misturado. Inclui toda a gama de fluidez, desde as misturas mais secas às mais
húmidas possíveis. A consistência plástica indica uma condição em que a tensão
aplicada resultará em deformação contínua sem ruptura. Uma mistura de plástico
possui coesão e não se desintegra.
Ele flui lentamente e sem segregação. Ou seja, entende-se como consistência,
uma característica que se refere ao aspecto da trabalhabilidade que representa as
características de fluidez do concreto em seu estado fresco.

7.4 Ensaio

7.4.1 Teste de Abatimento

O teste de abatimento é utilizado para avaliar a consistência relativa da mistura de


concreto. Esse teste é considerado adequado para a caracterização da trabalhabilidade
de maneira adequada, além de ser um método simples de manuseio.

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Os equipamentos utilizados para o ensaio de abatimento são:


• Cone de queda (apresentado na Figura 2)
• Régua metálica - 300 mm
• Placa metálica de Base
• Haste de têmpera - É uma haste reta, construída em aço ou outro material
adequado, de seção transversal circular, com diâmetro de 16 ± 1 mm, comprimento
de 600 ± 5 mm e extremidades arredondadas.

Título 21- Dimensão do equipamento de abatimento tronco cone


Fonte: NM 67

O procedimento experimental é realizado em algumas etapas:


• Limpe, umedeça o tronco cone.
• Coloque a placa de base ou a unidade de teste na posição horizontal.
• Preencher o molde com amostra de concreto, em três camadas. Em cada camada
com a haste de compactação deve ser realizado 25 golpes uniformemente em
todas as seções e em toda a profundidade da camada. Este processo deve ser
feito logo após a coleta da amostra.

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• Segure o aparelho firmemente durante a operação de teste.


• Nivele o concreto no topo e puxe o cone verticalmente sem solavancos e torções.
Isso pode levar de 3 a 5 segundos.
• Meça a queda do concreto e registre-a.

Título 22 - Ensaio de abatimento tronco cone


Fonte: Autor (2021)

O concreto testado para abatimento é fabricado de acordo com os requisitos do


projeto e deve estar em conformidade com o abatimento projetado. Os resultados do
teste, se não estiverem de acordo com a combinação do projeto, devem ser relatados
imediatamente para retificação.
As formas do concreto após o ensaio caracterizam a qualidade e trabalhabilidade
no estado fresco (figura 23).

Título 23 - Formas do concreto após o ensaio de abatimento tronco cone


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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a) Abatimento ideal: refere-se à queda da massa de concreto sem desintegração


do concreto e mostra que a produção de concreto é feita de acordo com o projeto
de mistura.
b) Cisalhamento: condições indicam que o concreto carece de coesão e capacidade
de trabalho.
c) Colapso: indica que a mistura de concreto está muito úmida e a mistura não é
coesa e o concreto não é durável e não deve ser usado.
Como visto, existem diferentes tipos de compósitos cimentícios no mercado, e cada
um com uma finalidade distinta. Da mesma forma, a consistência de cada categoria
de concreto possui uma determinada trabalhabilidade ideal para seu uso. Segundo
Ripper (1998), classifica os diferentes valores dados no ensaio de slump test (tronco
cone) de acordo com o tipo de obra aplicada, conforme a tabela a seguir:

Concreto com
controle agregados
medido em volume
Consistência/ vibração manual ou
Tipo de obras/serviços
trabalhabilidade mecânico
Mínimo Máximo
(cm) (cm)
Fundações e muros não armados Firme 2,0 6,0

Fundações e muros armados Firme a plástico 3,0 7,0

Estruturas usuais e Lastros Plástico 5,0 7,0

Peças com alta densidade de armaduras Plástico a mole 7,0 9,0

Concreto aparente Plástico a mole 6,0 8,0

Concreto Bombeado até 40 m mole 8,0 10,0

Concreto bombeado + 40 m Muito mole 9,0 13,0


Quadro 2 – Porcentagem das vendas totais e lucros gerados por novos produtos em empresas
Fonte: Baxter (2011, p. 18)

7.4.2 Ensaio de espalhamento

Ensaio de espalhamento (Flow Table) é outra estratégia para avaliar a trabalhabilidade


do composto cimentício no estado fresco, por meio da fluidez, principalmente para

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concretos fluidos produzidos com aditivos superplastificantes (autoadensável). O teste


de mesa é um método para determinar a consistência do compósito em estado fresco
ou também para identificar o limite de umidade transportável de cargas sólidas. É
usado principalmente para avaliar o concreto com alto índice de fluido.
Como o nome sugere, neste teste a trabalhabilidade do concreto é determinada
examinando a propriedade de fluidez do concreto. O ensaio de mesa de fluxo de concreto
também determina a Qualidade do Concreto no que diz respeito a sua consistência,
coesão e a propensão à segregação.
• Mesa de abatimento;
• Cone Abrams;
• Haste de compactação.

Título 24 - Equipamentos do ensaio de espalhamento


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

O ensaio é realizado de acordo com o procedimento previsto na NBR 13276:


• Prepare o concreto de acordo com o projeto de mistura e coloque a mesa de
fluxo em uma superfície horizontal.
• Limpe a poeira ou outro material arenoso na mesa de fluxo e borrife um pouco
de água sobre ela.
• Coloque o cone de metal na parte do meio da mesa de fluxo.
• Despeje o concreto recém-misturado no molde composto por duas camadas;
cada camada deve ser compactada com haste de compactação por 25 vezes.
Após a compactação da última camada, o concreto transbordado no cone é
riscado com a ajuda de uma espátula.
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• Lentamente, levante o molde verticalmente e deixe o concreto em pé sozinho,


sem qualquer suporte.
• A mesa de fluxo é elevada à altura de 12,5 mm e baixada. O mesmo é repetido
por 15 vezes em 15 segundos.
• Meça a propagação do concreto em Diâmetro usando escala centimétrica
horizontalmente e verticalmente. A média aritmética dos dois diâmetros deve
ser a medição do fluxo em milímetros.

Título 25 - Etapas do ensaio de espalhamento


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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AULA 8
HIDRATAÇÃO DO CIMENTO

O concreto é preparado pela mistura de cimento, água e agregados para formar uma
pasta trabalhável. É moldado ou colocado conforme desejado, consolidado e depois
deixado em período de cura (endurecer). O concreto (ou especificamente, o cimento
nele) precisa de umidade para hidratar e sofrer a cura do material.
Quando o concreto seca, ele cessa sua resistência. O concreto com baixa relação
a/c, pode apresentar características enxuta (seca), mas possivelmente não reagiu
totalmente. As propriedades de tal concreto seriam menores do que as de um concreto
úmido. A reação da água com o cimento no concreto é extremamente importante
para suas propriedades e as reações podem continuar por muitos anos. Esta reação
muito importante será discutida em detalhes nesta aula.

ANOTE ISSO

A mistura do compósito cimentício endurece com o passar do tempo. Esse


endurecimento não deve ser identificado como pega do cimento.

8.1 componente do cimento e o processo de hidratação

O concreto, em especial o cimento, precisa de água para o processo de hidratação


e ocorre a cura do material. Isso é devido aos compostos do cimento. Bauer (2000)
listou as principais composições de um cimento Portland, listados na Tabela 6

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Nome do Composto Notação Composição Abreviação

Silicato Triscálcico C (3.CaO).(SiO2) C3S

Silicato bicálcico S (2.CaO). (SiO2) C2S

Aluminato Triscálcico A (3CaO).(Al2O3) C3A

Ferro aluminato tetracálcico F (4.CaO).(Al2O3).(Fe2O3) C4AF


Tabela 6- Principais compostos do cimento Portland
Fonte: BAUER (2000)

Quando a água é adicionada ao cimento, cada um dos compostos sofre hidratação e


contribui para o produto final de concreto. Apenas os silicatos de cálcio contribuem para
a resistência. O silicato tricálcico é responsável pela maior parte da resistência inicial
(primeiros 7 dias). O silicato dicálcico, que reage mais lentamente, contribui apenas
para a resistência em momentos posteriores. Cada composto possui contribuição
para o processo de hidratação do cimento, que será explicado detalhadamente:
• O Silicato Tricálcico C3S é o principal responsável pela resistência do concreto
em todas as idades de hidratação, especialmente nos primeiros 28 dias de cura.
É considerado o segundo responsável pela liberação de calor e pelo tempo de
pega.
• Silicato bicálcico C2S: atribui ganho de resistência em idades mais avançadas.
O tempo de hidratação pode levar um ano ou mais devido sua lenta velocidade
e baixo calor de hidratação.
• Aluminato tricálcico C3A: tem competência em relação à agilidade e ao progresso
da resistência nos primeiros dias de cura e possui grande colaboração em relação
ao calor de hidratação devido sua rápida velocidade de pega.
• Ferro Aluminato tetracálcico C4AF: ao contrário dos anteriores componentes,
o C4AF, não possui contribuição relevante à resistência do concreto. Porém,
tem a finalidade de facilitar a produção comercial do cimento e possui grandes
vazios estruturais responsáveis pela reatividade elevada.

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ANOTE ISSO

De forma simplificada os elementos do cimento eles vão reagir e formar


precipitados (cristais).

Título 26 - processo de precipitação da pasta de cimento


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

• Os compostos químicos vão se dissolver;


• A água fica saturada por de íons;
• Íons irão reagir entre eles e a água;
• Esses íons vão resultar em novas fases cristalinas.

8.2 Calor de hidratação


O calor de hidratação pode ser usado ​​para caracterizar o comportamento de pega e
endurecimento dos cimentos e para a previsão do aumento da temperatura. Registros
de diferentes taxas de calor no compósito cimentício durante o período de pega e
início do endurecimento foram estudados, no qual identificaram diferentes estágios.
• Estágio I (estágio de dissolução), a reação ocorre logo após o contato com a
água, os íons dissolvidos na água reagem com o C3A e o gesso. A formação de
uma solução alcalina reage com a água para formar um gel rico em aluminato.
Este estágio tem pouco efeito na resistência do concreto. O sistema então entra
em um período dormente (Estágio II).
• No Estágio II (o período de indução), a concentração de íons na solução aumenta
gradualmente junto com a fase sólida. O compósito cimentício permanece no
estado plástico. Esta etapa não desenvolve a resistência do concreto. No entanto,
é importante para trabalhabilidade e transporte visto que permite que o concreto
seja conduzido para a obra.

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• No estágio III (estágio de aceleração), a alita (C3S) e a belita (C2S) na cimentação


começam a hidratar. Nesta fase, começa a solidificação do concreto e a geração
de calor é acelerado rapidamente. O silicato atinge uma alta taxa de hidratação
no final do Estágio III. A resistência do concreto é desenvolvida nesta fase em
que a configuração final foi concluída e precoce
• No estágio IV (o estágio de desaceleração), a taxa de geração de calor novamente
diminui e muda para um processo controlado por difusão. Nesta fase, a espessura
das partículas hidratadas aumenta e a área de superfície das partes não hidratadas
diminui. A camada de cimento hidratos atua como uma área de difusão para
governar a permeabilidade da água e dos íons dissolvidos. A etringita é convertida
em fase de monossulfato, que às vezes é conhecida como o calor contribuição
da hidratação C3A.
• No estágio V (o estágio estável), a camada mais espessa de hidratos em torno
das partículas de cimento reduz a taxa de hidratação notavelmente. É difícil
nesta fase para os hidratos serem precipitados porque o espaço originalmente
preenchido por água é coberto com cimento hidratado. A hidratação é totalmente
controlada pelo processo de difusão.

Os estágios de hidratação podem ser representados de acordo coma figura 27.

Título 27 - Estágio de hidratação


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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ANOTE ISSO

Um tópico importante no processo de hidratação do compósito é o processo de


endurecimento do material, após a perda da fluidez, conhecido como período de
pega. Entende-se como três etapas:
• Início da pega —Início da solidificação da pasta, partindo do lançamento de água
no aglomerante até o início das reações químicas. Nessa etapa, há aumento
brusco da viscosidade e elevação da temperatura da pasta. Já o fim da pega se
associa à solidificação completa da pasta.
• Fim da pega — ocorre quando a pasta já está completamente sólida, sem
acarretar em um aumento significativo da sua resistência, uma vez que esse
aumento é progressivo à medida que endurecimento torna-se ainda mais nítido.
• Endurecimento — refere-se ao período em que o material ganha resistência,
mesmo após o final da pega.

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AULA 9
CONCRETO EM
ESTADO ENDURECIDO

Título 28: Edifício concreto estado endurecido


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/edificio-de-concreto-cinza-7931/

Já tratamos sobre o concreto no estado fresco, já estudamos sobre os componentes


dos compósitos. Na aula de hoje vamos compreender o concreto em estado endurecido.

9.1 Introdução

O concreto endurecido deve ser resistente o suficiente para suportar a estrutura


e o serviço de cargas que serão aplicadas a ele e devem ser duráveis ​​o suficiente
para suportar o ambiente exposto para a qual foi projetado. Como visto nas aulas
anteriores, o concreto é um material heterogêneo altamente complexo, cuja resposta
ao carregamento não depende apenas da reação dos componentes individuais, mas
também na interação entre eles.

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As características do concreto em estado endurecido denominam a qualidade


do material. Entretanto, para a análise de um compósito de boa qualidade deve ser
analisada as propriedades físicas e químicas do material.
As propriedades que determinam a qualidade do concreto endurecido se enquadram
amplamente nos seguintes três grupos:
• Força.
• Estabilidade dimensional.
• Durabilidade.

ANOTE ISSO

A palavra concreto em estado endurecido significa o concreto que foi inicialmente


endurecido e não é fresco como um concreto trabalhável e plástico.

A resistência do concreto refere-se à capacidade de resistir até a ruptura, ou seja,


é a resistência à ruptura. Pode ser medido de várias maneiras, como resistência à
compressão, à tração, ao cisalhamento ou à flexão. Todos estes indicam força com
referência a um método específico de teste. Quando o concreto falha sob uma carga
compressiva pode ser devido a distintos fatores no qual afeta.
• Constituintes do concreto e proporções da mistura:
Cimento (tipo, quantidade, finura do cimento etc.)
Agregados (área de superfície, peso unitário, classificação do agregado)
inércia, relação agregado / cimento, agregados finos / agregados graúdos etc.)
Água de mistura (tipo, quantidade, relação água / cimento etc.)
Aditivos (tipo, dosagem, eficácia química etc.)
• Produção de concreto: (dosagem, mistura, transporte, fundição, compactação).
• Cura do concreto: (método de cura, temperatura, grau de umidade, período de
cura).
• Idade do concreto e condições de teste: (forma e tamanho do corpo de prova,
taxa de carregamento, carregamento direção, saturação da amostra, superfície
de contato da amostra com a máquina etc.).

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9.2 Propriedade do concreto estado endurecido

A resistência do concreto refere-se à capacidade de resistir até a ruptura, ou seja,


é a resistência à ruptura. Pode ser medido de várias maneiras, como resistência à
compressão, à tração, ao cisalhamento ou à flexão. Todos estes indicam força com
referência a um método específico de teste. Quando o concreto falha sob uma carga
compressiva pode ser devido a distintos fatores no qual afeta.
• Constituintes do concreto e proporções da mistura:
Cimento (tipo, quantidade, finura do cimento etc.)
Agregados (área de superfície, peso unitário, classificação do agregado, inércia,
relação agregado / cimento, agregados finos / agregados graúdos etc.)
Água de mistura (tipo, quantidade, relação água / cimento etc.)
Aditivos (tipo, dosagem, eficácia química etc.)
• Produção de concreto: (dosagem, mistura, transporte, fundição, compactação).
• Cura do concreto: (método de cura, temperatura, grau de umidade, período de
cura).
• Idade do concreto e condições de teste: (forma e tamanho do corpo de prova,
taxa de carregamento, carregamento direção, saturação da amostra, superfície
de contato da amostra com a máquina etc.).

9.2.1 - resistência à tração

A resistência à tração do concreto é a capacidade do concreto de resistir à força


de tração ou ao estresse aplicado a ele. A resistência à tração do concreto é medida
pelo método de ensaio do concreto com cilindro dividido. A resistência à tração do
concreto é medida pelas unidades de força por área seccional Cros (N / Sq.mm. Ou
Mpa).

O concreto não é um único material sólido como o aço, que é forte tanto nas
tensões quanto na compressão. É fabricado pela mistura de materiais cimentantes,
água e agregados (e às vezes aditivos).
O concreto tem um coeficiente de dilatação térmica muito baixo. No entanto, se
nenhuma provisão foi feita para expansão, forças muito grandes podem ser criadas,
causando rachaduras em partes da estrutura que não são capazes de suportar a força

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ou os ciclos repetidos de expansão e contração. O coeficiente de expansão térmica


do concreto de cimento Portland é de 0,000009 a 0,000012 (por grau Celsius) (8 a
12 micro deformações / ° C) (8-12 1 / MK). [5]

9.2.2. Condutividade Térmica

O concreto tem condutividade térmica moderada muito mais baixa do que os metais,
mas significativamente mais alta do que outros materiais de construção, como madeira,
e é um isolante pobre.
Uma camada de concreto é frequentemente usada para “proteção contrafogo’” de
estruturas de aço. No entanto, o termo à prova de fogo é inapropriado, pois incêndios
em altas temperaturas podem ser quentes o suficiente para induzir mudanças químicas
no concreto, o que pode causar danos estruturais consideráveis ​​ao concreto.

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AULA 10
PLÁSTICO

Título 29: Tubos de PVC


Fonte: https://www.freeimages.com/pt/photo/pvc-pipes-1252920

O Plástico é um nome geral dado a uma ampla gama de materiais sintéticos à base
de polímeros. A indústria da construção usa plástico para diferentes aplicações devido
à sua versatilidade, relação resistência / peso, durabilidade, resistência à corrosão e
assim por diante.
O plástico pode ser fabricado em formas como;
• tubos,
• cabos,
• coberturas,
• painéis,
• filmes,
• folhas
Pode ser formado ou expandido para criar materiais de baixa densidade; e ser
dissolvido em solventes ou disperso como emulsões.

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10.1 Critério da escolha do material

A uma variedade de tipos de plásticos, consequentemente diferentes níveis de


desempenho e propriedades, permitindo-lhes atender às necessidades exatas de
diversas aplicações, desde proteção contra corrosão até isolamento térmico.
Em geral, espera-se que os materiais em uma construção durem de 30 a 50 anos
sem alterações. Os materiais plásticos podem durar ainda mais. Por exemplo, muitos
tubos de PVC instalados há mais de 60 anos continuam funcionando tão bem como
sempre, reduzindo a necessidade de fabricar novos produtos.
A utilização de produtos de construção de plástico garante facilidade de instalação,
alto desempenho e baixo risco de falha, o que significa que o desempenho de longo
prazo não será afetado por compressão, infiltração ou outros tipos de degradação física.
Além disso, quando se trata da durabilidade do material pode-se afirmar que podem
ser recuperados para uso futuro. Os plásticos, inclusive os usados ​​na construção,
também podem ser reutilizados, reciclados ou recuperados no final de sua vida útil.

10.2 Tipos de Plástico utilizado na construção civil

O plástico pode ser considerado um dos materiais mais versáteis na construção.


Usado em instalações hidráulicas, telhados, revestimento, instalação elétrica. Por onde
passamos podemos observar o plástico no nosso dia a dia.

10.2.1 Poliestireno expandido

O uso de Poliestireno expandido (EPS) ganha destaque na construção civil devido


a sua versatilidade, capacidade de isolamento acústico e térmico. Além da sua
característica como leveza e homogeneidade. O uso deste tipo de material está cada
vez mais comum na construção civil, principalmente na execução de lajes. Salgado
cita algumas das vantagens deste material:
• Diminuição do peso próprio da estrutura, refletindo diretamente nos seus custos.
• Redução da mão de obra.
• Baixa absorção de água.
• Isolante térmico e acústico.
• Alta imunidade a fungos e bactérias.

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• Não há perdas devido a quebras.


• Diminuição em formas e escoramentos.
• Flexibilidade nas medidas.
Porém, quando se trata de material EPS, alguns cuidados, no entanto, devem ser
observados, como a liberação de gases tóxicos e sensível à presença de solvente.

10.2.2 Policloreto de vinila (PVC)

O plástico de policloreto de vinila é um tipo de plástico de construção comum


feito de monômero de cloreto de vinila polimerizado. O PVC tem melhor estabilidade
química e resistência ao envelhecimento, mas baixa resistência ao calor. Ele pode se
decompor e se deformar em temperatura exceder 100 ° C.
Segundo Luís (2017), o PVC utilizado na construção civil é o material com maior
gama de uso. Sua aplicação pode ser encontrada em
• tubos e conexões para água,
• esgoto,
• eletricidade,
• peças de arremate como torneiras, chuveiros, perfis para azulejos, espaçadores
etc.
• coberturas para solucionar problemas de luminosidade em telhados de barracões
e outros.
O autor ainda indica que as paredes lisas e o menor número de junções nas linhas
dificultam incrustações. Já a espessura pequena de aproximadamente 3,00 mm permite
grande rendimento da mão de obra.
Os tubos de PVC são comercializados de acordo com as bitolas de 40, 50, 75 e 100
mm. Para a junção dos canos, são utilizados conexão (do mesmo material).
• luvas,
• cotovelo,
• curvas,
• junção simples 450,
• junção dupla,
• T’s,
• cruzetas,
• ralos simples e sifonados

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ISTO ESTÁ NA REDE

Confira a fabricação de tubos e conexões de PVC


https://www.youtube.com/watch?v=OgxoS08_CC8

10.2.2 Náilon

Nylon na família do polímero sintético é usado principalmente em cabos de


fibra, filmes, pisos, reforço de borracha e formas como peças de automóveis e
equipamentos elétricos. O náilon é um material termoplástico que se torna flexível
ou moldável acima de uma temperatura específica e solidifica no resfriamento.
Também ganha destaque na construção civil como o uso em reforço de telhas
plásticas e em buchas de fixação.

10.2.3 Fiberglass

É a combinação de vidro com resina poliéster ou com epóxi e melaminas LUÍS


(2017). Utilizado na área de construção devido às vantagens, como alta resistência e
facilidade de modelagem. O seu uso é bastante versátil, utilizado em:
• fabricação de banheiras;
• pisos de box;
• pias;
• reforço em conexões de PVC;
• reparos em tubulações de ferro fundido;
• telhas
• impermeabilização de lajes

Dessa forma, eles têm sido eficazes na estética dos edifícios. Proporcionam proteção
eficaz da estrutura contra o calor, corrosão, ferrugem e impactos.

10.3 Fim da vida útil do plástico

O fim da vida útil de um produto é um tópico importante no setor de construção,


especialmente porque os produtos plásticos em seu fim de vida ainda podem ser
recursos valiosos. Os plásticos devem ser coletados e recuperados, para que possam
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ser reciclados e se tornarem outros produtos, transformados em matérias-primas


químicas ou usados ​​como fonte de energia.

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Apesar da sua gama de uso, capacidade de reciclagem, o plástico pode ser danoso
à vida, isso é devido ao tempo de decomposição do material que pode chegar a
400 anos. Na reportagem a seguir apresenta novos estudos dos materiais, no qual
promete 100% da reciclagem do material plástico.
https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/mara-gama/2021/03/25/reciclagem-quimica-
promete-plastico-100-reciclavel.htm

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AULA 11
TINTA

Título: 30 - Tintas
Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/acrilico-apartamento-arquitetura-artes-e-oficios-5642113/

Todas as tintas não são adequadas para todas as condições. Para diferentes
condições, diferentes tipos de tintas podem ser úteis. Os diferentes tipos de tintas e
suas aplicações na construção são explicados na aula.

11.1 Introdução

Por definição a tinta é um material líquido que pode ser aplicado em superfícies para
colorir, proteger e fornecer extura. Eles geralmente secam em uma película fina após
a aplicação. As tintas vão além de um item categorizado como material decorativo,
ela tem a função de proteção da superfície aplicada.

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11.1.1 surgimento da Tinta para uso comercial

A tinta tem duas finalidades principais no ambiente construído - proteção e decoração.


O uso desse material na construção civil deu início durante o final do século 19 e
início do século 20.
No período que se seguiu à Guerra Civil, a indústria de tintas se concentrou na
produção de tintas prontas, que utiliza-se atualmente. Esse período também marcou
a conclusão de uma rede ferroviária nacional, o que impulsionou a disponibilidade
de produtos em todo o país. Os catálogos era uma das estratégias utilizadas para
divulgação das cores, chamados de “cartões com chips coloridos”, que consistiam
em uma folha de papel com amostras de cores anexadas.

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Harrison Bros em seu catálogo apresenta imagens de esquemas de pintura


residenciais externas, com o objetivo decorativo da arquitetura residencial.
https://archive.org/details/HarrisonBrosAndCoCCA18956/page/n23/mode/2up
O livreto, assim chamado na época, era rico em detalhes, contendo dicas e
informações sobre pintura.

11.1.2 Definição

• Pigmentos: são partículas finas de 0,1 e 5 µm, sua finalidade é constituir cor,
opacidade ou brilho. É um material colorido que é completamente ou quase
insolúvel em água. Pode ser um material orgânico ou inorgânico.

Substâncias sólidas , insolúveis, orgânicas ou inorgânicas, e que são


ao filme seco as propriedades de cor, cobertura, resistência a agentes
químicos e à corrosão (NBR 12554,1992).

• Solvente: volátil, pode ser água ou compostos orgânicos como no caso de álcool,
acetona, xilol entre outros. Tem como finalidade dissolver a resina e conferir
viscosidade adequada para aplicação. Após o uso, o material evapora.

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ANOTE ISSO

Você sabe qual a diferença de solvente e diluente?


Os solventes são líquidos voláteis que proporcionam a dissolução da resina. Já os
diluentes são líquidos adicionados aos solventes como o intuito de melhorar as
propriedade de aplicação, ou seja, usado para diluir um acabamento líquido.

11.2 constituinte da tinta

Título 31: Constituintes da tinta


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

Existem quatro componentes principais na tinta: resina, aditivos, solvente e pigmento.


A resina é o aglutinante que mantém todos os pigmentos juntos. Permite que o produto
adira à superfície se também for pintado. Uma tinta à base de água usa polímeros de
emulsão acrílica para se ligar.
Os aditivos são usados ​​para melhorar as propriedades da substância. Faz deslizar
na parede com um pincel. Ele também o torna resistente a mofo e arranhões. Sem
aditivos, o tempo de secagem é maior. Os solventes atuam como um transportador
que ajuda a unir os pigmentos e a resina.
Por último, no processo de produção de tintas, os pigmentos são usados ​​para
dar cor e brilho à tinta. Eles são colocados em dois grupos, principal e extensor.
Os pigmentos fornecem a tinta com a sua cor e opacidade. Os pigmentos podem
ser feitos de derivados orgânicos ou inorgânicos. O pó de pigmento é dividido em
partículas individuais que são revestidas e dispersas em um aglutinante (resina), em
um processo conhecido como “umectação”.

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O aglutinante é um polímero que forma uma matriz para manter o pigmento no


lugar. Os três ligantes mais comumente usados são:
• Polímeros acrílicos.
• Polímeros alquídicos.
• Polímeros epóxi.
Um solvente orgânico é adicionado para atingir a consistência desejada, melhorando
a aplicação da tinta para reduzir sua viscosidade. Extensores também podem ser
adicionados. Essas partículas maiores de pigmento fornecem adesão. Dependendo
do uso pretendido da tinta, outros aditivos podem ser usados ​​para modificar as
propriedades da tinta líquida.
• Secadores: para acelerar o tempo de secagem.
• Silicones : para melhorar a resistência da tinta às intempéries.
• Dispersantes: para separar e estabilizar as partículas de pigmento.
• Agentes tixotrópicos : fornecem tintas com consistência espessa.
• Agentes antissedimentação: são usados ​​para prevenir a sedimentação do
pigmento.
• Bactericidas: atuam como conservantes quando a tinta está na lata.
• Fungicidas e algicidas: proteja as películas de tinta de mofo, algas e líquen.

11.2 Tinta na construção civil

Uma das estratégias para proteger a superfície da edificação é a aplicação de um


filme (ou película) resistente que impeça a passagem de agentes agressivos para a
estrutura. A formação de uma camada protetora pode ser conferida pela aplicação da
tinta, esmalte ou verniz. Conforme visto no início da aula, as tintas são classificadas,
geralmente, como material fluido, mas também podem ser apresentados em forma
de pó solúvel. Cada composição de uma tinta deve levar em consideração a finalidade
que será utilizada, assim sendo será possível compreender quais aditivos e reagentes
utilizar na produção.
1. O processo de fabricação da tinta deve ser seguido uma sequência de etapas
de acordo com Arbitante (2017) o apresentado:
2. O processo inicia-se em laboratório com o controle de qualidade da matéria
prima, antes de entrarem na composição.

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3. As matérias primas secas são preparadas para transporte para o próximo


departamento, de pré-mistura.
4. Pré-mistura dos pigmentos. Durante a pré-mistura, eles são transformados em
aglomerados menores e distribuídos homogeneamente por todo o aglutinante.
5. No moinho de rolo triplo, os aglomerados de pigmento são moídos. Durante
este processo, as partículas de pigmento não devem ser danificadas, pois isso
pode resultar em uma mudança de cor. Os três rolos giram em direções opostas
com velocidades diferentes.
6. A dispersão é realizada com o produto obtido na moagem, levado para agitadores
em que são adicionados os solventes, resinas e demais matérias-primas da
formulação.
7. Para finalizar o processo é feito o controle de qualidade, no qual são submetidos
a análises para observar a pigmentação, viscosidade e brilho. Os fabricantes
de tintas utilizam uma ampla gama de medidas de controle de qualidade. Os
ingredientes e o processo de fabricação passam por testes rigorosos e o produto
final é verificado para garantir que é de alta qualidade. Uma tinta acabada é
inspecionada quanto à sua densidade, finura de moagem, dispersão e viscosidade.
A tinta é então aplicada a uma superfície e estudada quanto à resistência ao
sangramento, taxa de secagem e textura.

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Assista ao vídeo “como se faz- Tinta”


https://www.youtube.com/watch?v=DPdWgoTn3jE

Título 32: Infográfico- processo de fabricação da tinta


Fonte: elaborado pelo Autor

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11.3 Sistema de pinturas usuais

As pinturas na construção civil são aplicadas em diversos substratos:


• Concreto
• Argamassa
• Alvenaria aparente
• componentes metálicos
• telhas
• Pisos

Desta forma, sistema de pintura é um conjunto de tintas (fundo, massa de nivelamento


e tintas de acabamento). No qual tem a função de proteção, higiene, proteção do
interior da edificação e estética.

11.3.1 Pintura sobre reboco

Para iniciar a etapa de pintura, em superfícies de argamassa e reboco, é preciso que


sua base esteja completamente seca, ou seja, cerca de 28 dias. caso não respeitar
esse período pode surgir manifestações patológicas, ocasionalmente descamamento
da superfície devido a impermeabilidade da própria tinta, dificuldade a carbonatação
do reboco.

11.3.2 Pintura sobre Madeira

As etapas, no processo de pintura em madeira, iniciam-se com o preparo, lixando a


superfície que for aplicado o material, retirando as imperfeições ou sujeiras. A próxima
etapa é a aplicação de primer, melhorando a textura do material. As tintas indicadas
para aplicação em madeiras são à base de água ou sintéticos.

11.3.3. Pintura sobre metais ferrosos e não ferrosos

Os materiais ferrosos são propícios ao surgimento de ferrugem, dessa forma a


primeira etapa é realizar lixamento da peça desejada, e em seguida a aplicação de
fundo de óxido de ferro, seguida por uma demão de esmalte. Em contrapartida, o

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indicadFo para materiais não ferrosos é a aplicação de tinta para aumentar a vida
útil do material.

Quadro 3: Classificação
Fonte: Falcão (2019)

11.4 Patologia em pintura

A seguir relacionamos grande parte dos defeitos, mas


não todos, encontrados com mais frequência nas pinturas
imobiliárias, vários deles, inclusive, com as respectivas
fotografias.

11.4.1 Escorrimento

A superfície que foi pintada apresenta uma textura


irregular, ou seja, ondulações. Como o próprio nome já
classifica, apresenta escorrido, comprometendo a estética
do imóvel. As causas mais comuns para o efeito podem
ser devido ao processo de diluição, uso de solvente de
evaporação mais lenta, retardando a secagem, excesso
na hora da aplicação da tinta, sendo a mesma com
viscosidade elevada que pode ser alterado devido a
temperatura, sobreposição da tinta ainda úmida.

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11.4.2 Enrugamento

Verifica-se no momento em que a superfície aplicada é espessa, fazendo com que a


evaporação do solvente (ou água) cesse, as causas mais comuns podem ser o excesso
de escoamento da tinta ou aplicação da pintura, em temperaturas elevadas (exposição
ao sol). Da mesma forma, acontece quando utilizam camadas de tintas distintas umas
das outras. A fim de reparar essa manifestação patológica torna-se necessário refazer
a pintura, em condições ideais, seja em circunstâncias de temperatura adequadas ou
aplicação em camadas menos densas.

11.4.3 Desagregamento

Caracteriza-se pelo desprendimento da pintura, levando junto parte do reboco. A


área onde ocorreu a manifestação patológica apresenta aspecto esfarelento. As causas
podem ser diversas, tanto devido à qualidade do reboco como aplicação da tinta em
que a superfície de aplicação não foi totalmente curada (aproximadamente 28 dias).
Em relação à correção dessa manifestação patológica deve seguir os seguintes
passos, iniciando com a retirada da cama defeituosa, utilizando raspagem ou lixamento.
Vale ressaltar que em caso de defeitos nas camadas inferiores deve-se refazer o
reboco com uma nova mistura de argamassa e esperar o tempo de cura. A próxima
etapa consiste na aplicação de uma camada de fundo (ou isolante) e assim aplicar
a tinta desejada.

11.4.4 Descascamento

Como o próprio nome destaca, ocorre um deslocamento da superfície de tinta,


devido a um estufamento da mesma. Isso é comum quando a aplicação da película
de tinta é aplicada sobre uma superfície com pó, graxa e outros materiais que não
vão permitir a aderência ao substrato. Outra causa, novamente, é o tempo de cura do
reboco, que não foi aguardado a cura completa.

11.4.5 Bolhas

Aparência inflada e descascamento são as principais características das bolhas. Em


geral elas são causadas quando o material gasoso, solventes ou água fica aprisionado
na película de tinta, no qual foi pintada sobre uma superfície úmida, aplicar camada de
tinta a base de óleo sobre tinta látex, umidade excessiva. Essa manifestação patológica
pode ser formada, depois de muito tempo que a pintura já estiver seca.

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Algumas estratégias para correção são destacadas, de acordo com a condição e


característica que apresenta a manifestação:
• Se as bolhas não atingirem o substrato, remova-as raspando e lixando. Quando
a área do problema tiver um acabamento liso, aplique uma camada de primer
antes de aplicar uma tinta látex acrílica de qualidade para interiores.
• Se as bolhas atingirem o substrato, será necessário remover a fonte de umidade,
se possível.
• Conserte a calafetagem solta e considere a instalação de ventiladores ou
exaustores para diminuir a umidade na casa.

11.4.6 Eflorescência

Depósitos brancos (sais solúveis) que aparecem no concreto, tijolo, bloco, estuque,
argamassa e outras superfícies de alvenaria quando expostos à umidade. Além de
criar uma aparência pouco atraente, os depósitos podem crescer e causar problemas
de adesão se não forem removidos adequadamente antes da repintura.
• Falha em preparar adequadamente a superfície removendo todos os depósitos
de sal anteriores.
• Excesso de umidade escapando através das paredes externas de alvenaria de
dentro.
• Pintura de superfícies de alvenaria antes de serem totalmente curadas.

11.4.7 Calcinação

A calcinação ou empolamento caracteriza-se por ser uma desagregação pulverulenta.


Sua formação ocorre devido à ação da radiação solar, no qual acarreta a catalização
do pigmento deixando livre as partículas do pigmento e aditivos, tornando a superfície
da camada áspera, fosca e sem brilho.

11.4.8 Saponificação

A saponificação da tinta é o processo de quebra hidrolítica das ligações de éster


em uma tinta devido às condições alcalinas e à umidade. É um tipo de falha de
pintura e resulta em fraqueza e descoberta da tinta, expondo o material subjacente.
A saponificação da tinta torna a mistura de tinta macia e solúvel em água. As tintas
são particularmente propensas à saponificação quando cobrem certas superfícies de

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metal, como zinco, magnésio, cobre, chumbo e estanho, que podem gerar condições
alcalinas devido à corrosão. Geralmente, a saponificação da tinta ocorre quando o
pH é superior a 10.

11.4.9 Mofo

O mofo se desenvolve em ambientes úmidos com pouca exposição à luz solar.


Embora seja mais comumente associado a espaços de alta umidade, como banheiros,
o mofo pode afetar a maioria das áreas pintadas, incluindo o exterior das casas. Uma
vez desenvolvido, geralmente é fácil se livrar do mofo e evitar que ele volte - contanto
que o processo correto seja seguido.

Usando tintas de qualidade inferior, que não podem ser formuladas para resistência
ao mofo.
Pintar em áreas úmidas e escuras com pouco acesso à luz solar ou ao ar seco.
Não aplicar primer em uma superfície antes da pintura.
Pintar sobre um substrato ou revestimento do qual o bolor não tenha sido removido.

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Você sabe o porquê o museu do MASP tem a cor vermelha?


O que pouco se sabe é que a edificação, no seu projeto inicial o grande pórtico
era de concreto aparente. O surgimento de infiltrações incentivou os arquitetos
da época a escolha da cor, promovendo a impermeabilização. Veja a reportagem
completa no link
http://comover-arq.blogspot.com/2013/11/o-vermelho-do-masp.html

11.5 Conclusão

Pelas características físicas e psicologia a tinta tem a função estética e proteção.


As misturas para a sua formação são basicamente quatro: resina, aditivo, pigmento
e solvente.

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AULA 12
VERNIZ

Título 33: Vernizes


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/excluir-madeira-escova-1056604/

Verniz é a solução de resinas ou substâncias resinosas como gomas vegetais,


ceras ou resinas sintéticas (goma-laca ou resina copal) em solventes voláteis com
ou sem adição de pigmentos. Dependendo dos solventes, os vernizes usados ​​são
classificados como vernizes de óleo, vernizes de terebintina, vernizes de álcool e água
vernizes. De forma geral, no mercado uma gama de tipos de verniz estão disponíveis,
para diversas aplicações. Vale ressaltar que a aplicação do produto depende também
do meio que será exposto.
Os vernizes são materiais com ampla aplicabilidade, usado não apenas na área da
construção, mas como também no meio da arte, acabamento de instrumentos e entre

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outros. O capítulo tem como objetivo estudar os materiais utilizados na construção


civil, sua aplicabilidade e tipo.

12.1. Uso do verniz

• Os vernizes podem ser usados ​​para proteger da atmosfera as superfícies de


madeira como janelas, portas, pisos e treliças de telhado.
• Existem diferentes vernizes para necessidades específicas. O verniz a óleo, que
consiste em um solvente e um óleo secante, é a escolha preferida para trabalhos
em madeira.
• O verniz alcoólico, parcialmente composto de álcool que cria uma película
protetora após a evaporação, é mais frequentemente usado em instrumentos
musicais.
• O verniz natural, feito de seiva de árvore, é usado rotineiramente como revestimento
de manutenção para itens previamente envernizados.

O uso do verniz deve cumprir alguns requisitos, apresentados a seguir

• Deve dar uma superfície brilhante.


• Deve proteger o material
• Deve ser durável.
• Deve secar rapidamente após a aplicação.
• Não deve desenvolver rachaduras após a secagem.
• É comumente usado em superfícies de madeira.
• A cor do verniz não deve desaparecer com o tempo.
• Não deve esconder o grão natural da superfície interna da madeira.

12.2 Componentes de verniz

12.2.1 Óleo

Existem muitos tipos diferentes de óleos secantes, incluindo óleo de linhaça, óleo
de tungue e óleo de noz. Eles contêm altos níveis de ácidos graxos poliinsaturados.

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12.2.2 Resina

As resinas usadas em vernizes incluem âmbar, goma kauri, dammar, copal, breu
(resina de pinheiro), sandarac, bálsamo, elemi, aroeira e outros. A goma-laca também
é uma resina. Nos anos 1900, no Canadá, as resinas de árvores locais eram usadas
para o acabamento de pianos. Como resultado, esses pianos agora antigos são
considerados difíceis de repintura. No entanto, a goma-laca pode ser usada sobre as
resinas existentes, desde que haja tempo suficiente para que as camadas finas curem.
Assim, o acabamento original pode retornar ao seu brilho original, preservando a cor
e os estalos relacionados ao envelhecimento.

12.2.3 Solvente (terebintina)

Tradicionalmente, a terebentina natural (orgânica) era usada como diluente ou


solvente, mas foi substituída por vários substitutos de terebintina à base de minerais,
como aguarrás ou “diluente de tinta”, também conhecido como “álcool mineral”.

12.3 Classificação do verniz

Com base nos diferentes solventes usados, os vernizes são classificados nas
seguintes categorias:

12.3.1 Verniz base de Água

Eles consistem em laca dissolvida em água, amônia, potássio, suficiente para


dissolver a laca. Verniz assim feito resiste à lavagem, utilizada para valorizar e proteger
materiais como madeira, pode ser utilizada em ambiente, pela capacidade de resistir a
intempéries e sua secagem é rápida. Indicado para ambientes externos como portas,
janelas, batentes e forros de madeira.

12.3.2 Verniz de poliuretano

Estes vernizes são tipicamente duros, resistentes à absorção e revestimentos


duráveis. Verniz de poliuretano utilizado para pisos de madeira, ou acabamento de

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móveis. Sua formulação é à base de resina acrílica por isso da ductilidade do material.
Assim como os demais vernizes, possui a finalidade de dar brilho e proteger a peça,
sua gama de utilização pode ser tanto para portas, pisos, madeiras em área externa
além de peças artesanais.

12.3.3 Verniz a Óleo

Eles são feitos dissolvendo resinas duras, como âmbar ou copal em óleo. Eles têm
secagem lenta, mas são os mais duros e duráveis de
​​ todos os vernizes. São adequados
para uso em superfícies expostas que requerem polimento ou limpeza frequente e
para trabalhos superiores.

12.3.4 Verniz Terebentina

Estes são feitos de resinas macias como a resina mástique, a resina comum é
dissolvida em óleo de terebintina.

• Estes vernizes são utilizados como solventes nos quais se dissolvem resignas
macias como Gun dammar, mástique e colofónia.
• Eles secam rapidamente, mas não são tão duráveis.
• São mais baratos do que vernizes de óleo.

12.3.5 Verniz alcoólico

Vernizes em que o álcool é usado como solvente conhecido como verniz polonês
francês. A goma laca é dissolvida e o produto é aplicado em camada fina. Este verniz
dá um acabamento transparente, mostrando assim os grãos da madeira. Estes, no
entanto, não resistem bem às intempéries e, como tal, são usados ​​para polir madeira
não exposta às intempéries.

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AULA 13
VIDRO

Nesta aula, você irá compreender sobre o vidro. Material utilizado na construção
civil, já que além de garantir proteção na residência, permite entrada de luz, troca de
calor, é um material reciclável e possui alta flexibilidade de uso e tipos. É um material
milenar, utilizando recursos naturais para a sua produção.

13.1 Introdução ao vidro

Título 34: Construção com vidro


Fonte: https://www.pexels.com/pt-br/foto/arquitetura-ceu-azul-ceu-de-brigadeiro-construcao-7077967/

O vidro tem sido um material atraente para a humanidade desde que foi feito pela
primeira vez por volta de 500 AC. É um dos materiais mais versáteis e antigos da
construção civil. Desde seu início humilde como uma vidraça em casas luxuosas de
Pompéia até membros estruturais sofisticados em edifícios da nova era seu papel
na arquitetura evoluiu ao longo dos anos. A construção de vidro e aço tornou- se o
símbolo do desenvolvimento em muitos países, onde as pessoas tendem a ver esses
edifícios como símbolos de riqueza e luxo.

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Na construção civil, usa-se o vidro principalmente por ser um material translúcido,


permitindo a entrada de luz e calor, visibilidade, sustentabilidade além de ser considerado
uns elementos decorativos.

13.2 Produção do vidro

Fazer vidro é um processo muito antigo, com evidências arqueológicas de antes de


2500 a.C. Tradicionalmente, o vidro era feito soprando vidro líquido derivado da fusão
de óxido de cálcio e areia e carbonato de sódio a temperaturas extremamente altas e
o resfriamento do líquido até a forma desejada. Há alguns milhares de anos, a receita
para fazer vidro é a mesma. Acontece que suas propriedades podem ser aprimoradas
adicionando certos aditivos às matérias-primas ou fornecendo revestimentos adequados
para atender às diferentes necessidades. Antes uma arte rara e valorizada, a fabricação
de vidro tornou- se uma indústria comum graças ao método de produção de Pilkington
(FALCÃO, 2019).

13.2.1 Processo Pilkington

Em 1952, foi desenvolvido o método de produção de vidro, conhecido como processo


Pilkington e se tornou padrão mundial para a fabricação de vidro plano de alta qualidade.
Grandes quantidades de matérias-primas (areia clara, óxido de cálcio e carbonato
de sódio) são levadas para a fábrica de vidro. Eles são então pesados ​​e misturados na
proporção certa. Certas misturas são adicionadas ao lote para dar ao vidro propriedades
ou cores apropriadas.
A mistura é então aquecida em um forno a gás ou fundição elétrica, forno de panela
ou forno. A areia de quartzo sem aditivos torna-se vidro a uma temperatura de 2.300
graus Celsius. A adição de carbonato de sódio (refrigerante) reduz a temperatura
necessária para fazer o vidro para 1.500 graus Celsius.
Uma mistura homogênea de vidro fundido é então formada. Esta mistura é então
colocada em um estanho fundido para formar o vidro da espessura desejada. Após
o término do processo a quente, o vidro é ajustado para esfriar. A maneira como
o vidro é resfriado determina sua resistência. Deve ser resfriado após manter uma
temperatura adequada, ou seja, deve ser recozido. Se esfriar por um período de tempo
extremamente curto, o vidro pode se tornar muito quebradiço para ser manuseado.
O recozimento do vidro é fundamental para sua durabilidade.

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A fabricação de vidro é um processo que consome muita energia. Uma tonelada


de produção de vidro requer 4 gigajoules de energia. Isso é tanta energia quanto um
moinho de vento produz em um dia! Essa quantidade de energia também pode ser
usada para iluminar mais de 200 casas. (Embora não sejam construídos com vidro).

ISTO ESTÁ NA REDE

Misturas como areia, barrilha, dolomita, caco de vidro, afinantes, cobalto, coque de
petróleo, selênio etc., é onde tudo começa. Os links a seguir, retratam o processo de
fabricação do vidro.
https://www.youtube.com/watch?v=LX0Cr05amVc
https://www.youtube.com/watch?v=BsaHnZeM7oQ

13.3 Características do vidro

As principais características do vidro para a construção civil são:

• Transparência: esta propriedade permite a conexão visual com o mundo


exterior. Sua transparência pode ser alterada permanentemente adicionando
aditivos à mistura do lote inicial. Com o advento da tecnologia, os painéis de
vidros transparentes usados ​​em edifícios podem ser opacos. (Envidraçamento
electrocromático).
• Valor U: o valor U é a medida de quanto calor é transferido através da janela.
Quanto mais baixo for o valor U, melhores serão as propriedades de isolamento
do vidro - melhor será para manter o calor ou frio do lado de fora.
• Resistência: o vidro é um material frágil, mas com o advento da ciência e da
tecnologia, certos laminados e aditivos podem aumentar seu módulo de ruptura
(capacidade de resistir à deformação sob carga).
• Efeito estufa: o efeito estufa refere-se a circunstâncias em que os comprimentos
de onda curtos da luz visível do sol passam pelo vidro e são absorvidos, mas a
irradiação infravermelha mais longa dos objetos aquecidos não consegue passar
pelo vidro. Esse aprisionamento leva a mais aquecimento e a uma temperatura
resultante mais alta.

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• Trabalhabilidade: é capaz de ser trabalhada de várias maneiras. Ele pode ser


soprado, desenhado ou pressionado. É possível obter vidros com propriedades
diversificadas - límpido, incolor, difuso e manchado. O vidro também pode ser
fundido por fusão.
• Reciclável: o vidro é 100% reciclável, cascas (restos de vidro quebrado ou resíduos
recolhidos para refusão) são utilizadas como matéria-prima na fabricação de
vidro, como agregados na construção de concreto etc.
• Coeficiente de ganho de calor solar: é a fração da radiação solar incidente que
realmente entra em um edifício por meio de toda a montagem da janela como
ganho de calor.
• Transmissão visível: a transmitância visível é a fração de luz visível que passa
pelo vidro.
• Eficiência energética e controle acústico: vidros com eficiência energética
é o termo usado para descrever o uso de vidros duplos ou triplos nas janelas
modernas das residências. Ao contrário do vidro simples original ou do vidro
duplo antigo, o vidro eficiente em termos de energia incorpora vidro revestido
(de baixa emissividade) para evitar que o calor escape pelas janelas. A barreira
de ar também melhora o controle acústico.

ANOTE ISSO

A NBR 7199 estabelece o uso de vidros de segurança para:


balaustradas, parapeitos e sacadas;
vidraças não verticais sobre passagens;
claraboias e telhados;
vitrines;
vidraças que dão para o exterior, sem proteção adequada, até 0,10 m do piso, no
caso de pavimentos térreos e até 0,90 m do piso, para os demais pavimentos.

13.4 Tipos de vidro

O vidro pode ser fabricado com uma variedade de propriedades físicas para ser
usado em muitos requisitos diferentes formando vidro fosco, vidro lacado, vidro colorido,
vidro temperado, vidro laminado e muitos outros tipos. Esses tipos de vidro podem

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ser usados ​​em seus interiores, ou seja, portas, divisórias, escadas, telas de chuveiro
etc., e em seus exteriores, ou seja, janelas, fachadas etc.
Um dos mais conhecidos são os vidros float também é chamado de vidro de cal
sodada ou vidro transparente. Isso é produzido pelo recozimento do vidro fundido e é
transparente e plano. Está disponível em espessuras padrão de 2 mm a 20 mm. e tem
faixa de peso em 6-26 kg /m². Tem alto índice de transparência e pode causar reflexos.
É usado em fachadas de lojas, blocos de vidro, divisórias de guarda-corpos etc. Em
contrapartida existe o vidro temperado, apresenta distorções e baixa visibilidade, é
usado na fabricação de portas resistentes ao fogo, etc. Estão disponíveis na mesma
faixa de peso e espessura do vidro float.
O vidro laminado é produzido por painéis de vidro em sanduíche dentro de uma
camada protetora. É mais pesado do que o vidro normal e também pode causar
distorções ópticas. É resistente e protege da radiação UV (99%) e isola o som em 50%.
Usado em fachadas de vidro, aquários, pontes, escadas, lajes etc. Outra categoria,
que também apresenta um peso superior aos demais é o conjunto de unidades com
vidros duplos: são feitas fornecendo um espaço de ar entre duas vidraças para reduzir
a perda e o ganho de calor. O vidro normal pode causar imenso ganho de calor e até
30% de perda de calor da energia do ar condicionado. O vidro verde e energeticamente
eficiente pode reduzir esse impacto.
Outros tipos de vidro como a prova de estilhaço, vidro extra limpo, vidro cromático, lã
de vidro são utilizados como material na construção civil. Vale ressaltar que a lã de vidro
é um isolamento térmico que consiste em fibras de vidro flexíveis e entrelaçadas, o que
faz com que “embale” o ar e, consequentemente, dê origem a bons materiais isolantes.
A lã de vidro pode ser usada como enchimento ou isolante em edifícios, também para
isolamento acústico, além de ser utilizado em concreto com alta resistência.
A versatilidade do vidro continua aumentando à medida que os cientistas encontram
novas aplicações para este material maravilhoso. O vidro agora está sendo usado na
indústria de construção como material de isolamento, componente estrutural, material de
envidraçamento externo, material de revestimento; ele é usado para fazer fenestrações
de aparência delicada em fachadas, bem como em janelas convencionais. Com o
advento da tecnologia verde na construção, o vidro está em constante transformação.
A norma ABNT NBR NM 293:2004 define a terminologia de vidros planos e dos
componentes acessórios à sua aplicação.

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13.5 Corrosão do vidro

O vidro é muito mais resistente à corrosão do que a maioria dos materiais, tanto
que é fácil considerá-lo à prova de corrosão. As janelas de vidro após vários anos
de exposição aos elementos permanecem claras e aparentemente não afetadas. As
garrafas de vidro contêm uma grande variedade de líquidos que dissolvem outros
materiais. No laboratório, as reações são realizadas em béqueres e frascos de vidro
sem danos aos béqueres ou contaminação das soluções reagentes.
Mas, apesar dessas indicações de que o vidro é indestrutível por ataque químico, sob
certas condições ele irá corroer e até mesmo se dissolver. Nestes casos, é importante
escolher o tipo certo de vidro, pois alguns são mais resistentes à corrosão do que
outros. Apenas alguns produtos químicos atacam agressivamente o vidro - ácido
fluorídrico, ácido fosfórico concentrado (quando quente ou quando contém fluoretos),
soluções alcalinas concentradas quentes e água superaquecida. O ácido fluorídrico é o
mais poderoso desse grupo; ataca qualquer tipo de vidro de silicato (PINHEIRO, 2020).
Existem duas etapas distintas no processo de corrosão, ocorrendo juntas ou
separadamente. O primeiro estágio é a corrosão aquosa, causada pela umidade. É
conhecido como troca iônica ou extração alcalina (lixiviação). Uma troca iônica ocorre
entre os íons de sódio do vidro e os íons de hidrogênio da solução de corrosão. Os
demais componentes do vidro não são alterados, mas a área de superfície efetiva
em contato com a solução é aumentada. Esse aumento na área de superfície leva à
extração ou lixiviação dos íons alcalinos do vidro, deixando uma camada rica em sílica
na superfície. Como sílica (SiO 2) a concentração no vidro diminui, a área de superfície
aumenta com a dissolução da superfície do vidro. O pH da solução em contato com o
vidro afetará muito o processo de corrosão. Um rápido aumento do pH causará uma
quebra rápida da superfície do vidro.
Existem dois tipos de corrosão aquosa, estática e dinâmica. A corrosão aquosa
estática é causada pela retenção de umidade na superfície do vidro. Na corrosão
aquosa dinâmica, a solução de corrosão é restabelecida devido ao escoamento da
condensação. Mesmo uma única gota de umidade em um vidro desprotegido pode
produzir danos suficientes para serem visíveis em uma boa iluminação.
O segundo estágio de corrosão é um processo de destruição das camadas superficiais
de vidro lixiviadas. O vidro é resistente à maioria dos ácidos, mas é altamente suscetível
ao ataque de materiais alcalinos, especialmente uma concentração de íons OH - dando

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um pH superior a 9,0. O resultado é um ataque da rede formando ligações sílica-


oxigênio (Si-O), levando à dissolução da superfície do vidro.

13.6 Conclusão

Portanto, pode-se observar que o vidro possui diferentes versatilidades e benefícios,


além de proteção, o vidro é utilizado como mecanismo de iluminação, troca de calor,
considerado um material sustentável visto que além da troca de calor, entrada de
luz, ele é um material reciclável. Poucos materiais na construção civil apresentam o
mesmo desempenho que o vidro. A seguir está apresentado o mapa mental do que
foi visto na aula.

Título 35: Mapa Mental


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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AULA 14
MATERIAL CERÂMICO

INTRODUÇÃO

A cerâmica é um material muito utilizado na construção civil feito de uma mistura


de minerais, normalmente areia de sílica, com um aglutinante de argila e algumas
impurezas e até 30% de água. Eles são queimados a uma temperatura mais elevada
do que os tijolos, de forma que a sílica cristalina para formar um material vítreo que
tem maior densidade, resistência, dureza, resistência a produtos químicos e geadas
e uma maior estabilidade dimensional.
Durante a queima, a água é expelida, embora isso possa ser reduzido de 30% para
2-5% secando antes da queima. Com este conteúdo reduzido de água, os produtos
são modelados como pó antes de serem queimados a 1.800-2.000 graus por dias ou
semanas de cada vez, dependendo da cerâmica e dos detalhes do processo. A cerâmica
pode ter uma aparência de queimado ou esmaltada (um revestimento semelhante ao
vidro).
Esses materiais são ambientalmente estáveis -​​ eles não oxidam mais na atmosfera,
portanto, são econômicos em termos de custos de manutenção. É provável que ocorram
problemas quando são combinados com outros materiais, normalmente fixações
que são altamente tensionadas e sujeitas à corrosão. Se as fixações falharem, o
resultado pode ser dramático. Ao contrário dos metais, as cerâmicas não são capazes
de comportamento dúctil. Eles rompem de forma frágil, logo após seu limite elástico.

História da cerâmica

Os arqueólogos descobriram cerâmicas feitas pelo homem que datam de pelo


menos 24.000 aC. Essas cerâmicas foram encontradas na Tchecoslováquia e tinham
a forma de estatuetas de animais e humanos, placas e bolas. Essas cerâmicas eram
feitas de gordura animal e osso misturado com cinza de osso é um material fino
semelhante à argila. Após a formação, as cerâmicas foram cozidas em temperaturas

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entre 500-800 ° C em fornos abobadados e em forma de ferradura parcialmente


cavados no solo com paredes (PINHEIRO, 2016).
Embora não esteja claro para que essas cerâmicas eram usadas, não se acredita
que seja uma cerâmica utilitária. Acredita-se que o primeiro uso de vasos de cerâmica
funcionais tenha sido em 9.000 aC. Esses recipientes provavelmente eram usados​​
para armazenar grãos e outros alimentos.
Acredita-se que a antiga fabricação de vidro esteja intimamente relacionada à
fabricação de cerâmica, que floresceu no Alto Egito por volta de 8.000 aC. Durante a
queima da cerâmica, a presença de óxido de cálcio (CaO) contendo areia combinada
com soda e o superaquecimento do forno de cerâmica podem ter resultado em um
esmalte colorido na panela de cerâmica. Os especialistas acreditam que só em 1.500
aC o vidro foi produzido independentemente da cerâmica e transformado em itens
separados.
Desde os tempos antigos, a tecnologia e as aplicações da cerâmica (incluindo o
vidro) têm aumentado constantemente. Frequentemente, tomamos como certo o
importante papel que a cerâmica desempenhou no progresso da humanidade. Abaixo
estão apenas alguns exemplos de como a cerâmica é importante para a sociedade
Na construção de casas, vasilhas, armazenamento de alimentos, vinhos, óleos,
perfumes e até como superfície para escrita.

Uso da cerâmica na construção

Tijolos

Os tijolos ultrapassaram a pedra cortada como o material de construção predominante


na Europa durante a Revolução Industrial, quando a produção em massa se tornou
possível. Eles podem ser fabricados por extrusão, moldagem ou prensagem a seco. A
extrusão envolve forçar a matéria-prima (geralmente argila) através de uma matriz de
aço. Os tijolos moldados são prensados ​​de argila em um molde de tijolo e os tijolos
prensados ​​a seco usam uma argila mais espessa em um processo semelhante.
Além de fazer paredes, pisos e telhados dos edifícios tradicionais e modernos, os
tijolos podem ser fabricados para aplicações de construção especializadas, utilizando
suas propriedades cerâmicas. Os tijolos na construção devem cumprir a resistência
estipulada por norma. Possuem baixa porosidade à água e alta resistência a ácidos,
e são usados ​​na construção de fundações e cursos úmidos.

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Cerâmica em interiores de edifícios

Dos potes de barro e azulejos de mosaico de civilizações antigas à cozinha de


porcelana e acessórios de banheiro e superfícies de bancadas polidas de designs
modernos e elegantes, os materiais cerâmicos têm sido amplamente usados ​​em
interiores de edifícios.

ISTO ACONTECE NA PRÁTICA

Como um dos materiais de construção mais usados ​​e versáteis, a cerâmica


deve continuar a ser desenvolvida para minimizar o impacto dos edifícios no
meio ambiente. Uma startup na Holanda está fazendo exatamente isso. A
StoneCycling fundada pelos amigos Tom van Soest e Ward Massa, tritura resíduos
industriais construídos com materiais cerâmicos e os recicla nos chamados
WasteBasedBricks. Esses tijolos ecológicos usam apenas três quartos da energia
da fabricação tradicional de tijolos e podem atender aos requisitos da indústria em
termos de resistência e durabilidade.

Propriedades Gerais da Cerâmica:

As cerâmicas são duras e quebradiças e amorfas (não cristalinas) ou brilhantes.


• Estes são unidos por ligações iônicas, como resultado dessa ligação não há
elétrons livres em sua estrutura, o que os torna isolantes térmicos e elétricos.
• A baixa temperatura deformam-se elasticamente. Considerando que o mesmo
material pode sofrer fluxo viscoso em algumas outras condições de estresse.

Classificação da Cerâmica:

As cerâmicas são classificadas como materiais inorgânicos e não metálicos. Com


base na estrutura interna, a cerâmica pode ser classificada em três tipos.

Produtos de argila:

Argilas com quantidade certa de água possuem alto grau de plasticidade. Essas
argilas podem ser moldadas em qualquer formato. Esses moldes, quando secos e

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queimados, possuem boa resistência. As principais formas em que os produtos de


argila são usados ​​como materiais de construção são:
• Azulejos.
• Tijolos.
• Porcelana.
• Terracota.
• Mercadorias de barro.
• Artigos de pedra.

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AULA 15
MADEIRA

Madeira é um dos materiais naturais de construção mais usados ​​no mundo. Uma
série de propriedades valiosas, como baixa condutividade de calor, pequena densidade
aparente, resistência relativamente alta, facilidade de trabalho mecânico etc., torna a
madeira um material de construção famoso. A madeira pode ser usada da maneira
mais econômica, sem desperdiçar nenhum de seus derivados. Mesmo o pó de serra
obtido durante a serragem de madeira também pode ser usado para fazer placas de
fibra, papel etc.

15.1 Introdução

Árvores e madeira têm sido parte integrante do desenvolvimento de nossa civilização.


Diferentes tipos de madeira têm sido usados ​​desde os primeiros tempos do Paleolítico
para a construção de edifícios, marcenaria e bricolagem e ferramentas de manufatura,
armas e móveis. Desde os tempos antigos, o uso da madeira depende do custo, da
qualidade e da disponibilidade.
A madeira é um material fibroso duro que forma o tronco e os galhos das árvores ou
arbustos. Existem muitas aplicações estruturais e não estruturais da madeira usada na
construção. Como madeira é um termo genérico é importante entender sua aplicação
na construção.
A madeira só perde para a pedra em termos de aplicação no mundo da construção.
É um material amplamente preferido quando se trata de construção de casas, abrigos
e barcos. As propriedades químicas da madeira são inerentemente complexas, mas
apesar desse desafio, aproveitamos com sucesso suas características únicas para
construir uma variedade de estruturas compostas. Vamos entender por que a madeira
tem tanta popularidade no segmento de construção e decoração de casas.

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• A madeira é um material natural fácil de trabalhar, amplamente disponível em


grandes quantidades e com diversas variedades. Cada tipo de madeira pode
ser usado para fins específicos.
• É leve e resistente, além disso, está disponível em uma variedade de padrões
e parece natural.
• O material é usado desde a antiguidade. Portanto, trabalhadores qualificados
e com conhecimento adequado sobre os diferentes tipos de madeira estão
facilmente disponíveis em todo o mundo.
• A madeira mantém suas propriedades térmicas. Assim, é altamente resistente
a altas temperaturas.
• A condutividade térmica da madeira é relativamente baixa em comparação com
materiais como alumínio, mármore, aço ou vidro.
• Pode absorver som e eco, tornando-se o material preferido para a construção
de escritórios e estruturas residenciais.
• A madeira é um mau condutor de ondas elétricas. Portanto, é perfeito para
fornecer isolamento a uma área de estar ou de trabalho.
• As casas de madeira são baratas de construir e ampliar e desfrutam de baixos
custos de operação e manutenção por um longo período de tempo. No entanto,
isso também depende da disponibilidade de madeira na área local.
• Os painéis de madeira são particularmente populares para tetos, cobrindo
irregularidades, minimizando a manutenção e simplificando a instalação de
iluminação e o sistema de ventilação.

15.2 Diferentes tipos de madeira e seus usos

A madeira pode ser amplamente classificada como madeira macia e madeira dura.
A densidade é o principal determinante da resistência da madeira. As madeiras duras,
sendo mais densas que as macias, são mais fortes e duráveis.
A diferença entre madeira dura e fibra longa não se baseia apenas na densidade da
madeira. Isso ocorre porque várias madeiras duras são mais leves do que madeiras
macias. Geralmente, a distinção entre esses dois tipos de madeiras é baseada em
suas características botânicas.
A madeira macia vem das árvores coníferas. Essas árvores também são conhecidas
como árvores perenes, pois as folhas não caem até que as novas cresçam. A madeira

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macia geralmente cresce em regiões de clima frio. As árvores coníferas crescem rápido;
portanto, eles são menos caros em comparação com a madeira dura. Eles são mais
sustentáveis porque
​​ podem ser facilmente cultivados.
Por outro lado, a madeira dura vem de árvores decíduas que têm folhas largas,
produzem frutos ou nozes e geralmente ficam inativas no inverno. As madeiras duras
têm uma estrutura mais densa em comparação com as madeiras macias.

15.2.1 Madeira pinho

A madeira de pinho é uma madeira macia, branca ou amarelo-claro, leve e de


veios retos. Resiste ao encolhimento, inchaço e empenamento. O pinho é muito fácil
de moldar e tingir. O pinho se decompõe facilmente quando entra em contato com
o solo. Ela cresce na maior parte nas áreas de Serra, estado de São Paulo e Minas
Gerais. É usado para fazer todos os tipos de móveis internos e externos. Também é
usado para fazer caixilhos de portas e janelas, pisos e materiais de pavimentação. O
pinho nodoso é frequentemente utilizado para efeitos decorativos.

Título 36:Madeira de pinho


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Madeira#/media/Ficheiro:Kiefer_Holz.JPG

15.2.2 Madeira de cedro

É uma madeira macia nodosa que tem uma cor marrom-avermelhada com linhas
claras. A textura da madeira é uniforme e altamente resistente à podridão e aos insetos.

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Título 37: Madeira de Cedro


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/da/Cedrus_wood.jpg

É um dos famosos tipos de madeira usados ​​para forrar gavetas, baús e caixas.
Caixas simples e armários de armazenamento também são construídos com essa
madeira.

15.3 Madeira como material de construção

A madeira é um material orgânico versátil e o único material de construção renovável.


As estruturas de madeira têm certas propriedades que as tornam duráveis ​​e fortes.
Com um tratamento retardador de fogo adequado, a madeira pode ser um material
de construção confiável com uma longa vida útil.

15.3 Benefícios da madeira

• Propriedades Térmicas: a madeira não sofre grande expansão com o calor.


Além disso, a combinação de baixa condutividade térmica e alto calor específico
fornece isolamento.
• Propriedades acústicas: a madeira pode amplificar ou atenuar o som com base
em sua orientação. O som é transmitido ao longo da direção do grão e atenuado
na direção perpendicular.
• Propriedades elétricas: a madeira seca é um excelente isolante elétrico e não
acumula eletricidade estática. No entanto, observe que a resistência elétrica da
madeira é inversamente proporcional ao seu teor de umidade.
• Propriedades Mecânicas: a madeira apresenta alta resistência e durabilidade.
Ele também tem um alto comprimento de ruptura - o comprimento no qual um
material se quebra sob seu próprio peso ao ser pendurado

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• Propriedades Estéticas: a madeira é considerada aconchegante, rústica e


decorativa. Ele também oferece variedade em cores, formas, odores e texturas.
A madeira pode ser pintada para obter os acabamentos desejados.
• Manutenção: a madeira não enferruja como os metais e pode ser reparada e
mantida. Madeira velha pode ser restaurada, embora a operação possa ser cara.

15.3.2 Limitações da madeira

A madeira tem limitações como qualquer material de construção, mas elas podem
ser atenuadas com vários métodos de proteção. O ideal é que a madeira seja usada
em produtos que aproveitem seus benefícios e onde suas limitações não sejam um
problema importante.
• Encolhimento e dilatação: a madeira é higroscópica, o que significa que absorve
a umidade do ar. Isso faz com que a madeira encolha e encha.
• Deterioração biótica: como a madeira é um material orgânico é alimento para
algumas plantas e animais. A deterioração biológica pode ocorrer a partir do
ataque de fungos, cupins, besouros, formigas etc.
• Deterioração abiótica: a deterioração não biológica da madeira pode ser causada
pelo sol, vento, água, produtos químicos e fogo. Usar madeira grossa como
elemento estrutural pode ajudar a mitigar a deterioração.

15.3.3 Proteção de madeira para melhorar o desempenho

Selecionar o tipo certo de madeira de acordo com as condições do projeto é


fundamental, garantindo que funcione corretamente. As principais técnicas de proteção
da madeira incluem secagem, revestimento e impregnação. Isso pode ajudar a eliminar
as principais limitações do material.
Técnica de secagem pode prevenir a degradação da madeira e normalmente é seca
ao ar ou em um forno. O método de secagem em estufa é mais eficaz porque elimina
fungos e insetos, ao mesmo tempo que remove a umidade com mais eficácia. Outra
metodologia é a inserção em situações em que a madeira estará constantemente
exposta a líquidos, insetos e intempéries.
É impossível tornar a madeira não combustível, mas pode ser tratada com retardadores
de chama, em que são revestidos e sais químicos solúveis em água. Aumentam o

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ponto de queima, reduzem a formação de gases inflamáveis e


​​ mitigam a propagação
e penetração das chamas.

15.4 Resistência da madeira

A madeira é frequentemente usada nas residências, edifícios agrícolas e edifícios de


escritórios. Isso por ser considerada um material resistente, porém a sua ductilidade
vai depender das direções das fibras. Desta forma, as madeiras são denominadas
como um material ortotrópico, o que significa que a resistência da madeira difere nas
direções longitudinal, tangencial e radial.
As propriedades de resistência paralelas ao grão são 20-30 vezes maiores do que
as mesmas propriedades medidas perpendicularmente ao grão, conforme a figura.

Título 38: Direção da fibra da madeira


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

A madeira pode sofrer certa carga ou estresse antes de quebrar. A tensão é uma
força distribuída por unidade de área e ocorre quando uma força ou carga atua em
um membro sólido, como uma carga em uma coluna. A tensão é frequentemente
expressa em pascal (Pa ou N m -2 ). Quando a tensão é aplicada a um corpo rígido
como um bloco de madeira, ocorre a distorção da madeira. Uma grande tensão fará
com que a madeira quebre.
Baixas tensões farão com que a madeira seja distorcida (entortada ou encolhida) sem
realmente quebrar. A mudança no comprimento dividido pelo comprimento original é
chamada de tensão. A tensão é uma medida sem unidade. Como sabemos, a resistência
da madeira é diferente em cada direção (ou seja, tangencial ou radial). Outros fatores

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que podem influenciar a resistência de um determinado pedaço de madeira incluem:


gravidade específica, teor de umidade, nós e inclinação do grão.

15.4.1 Gravidade

A gravidade específica da madeira é uma medida de quanto material celular “sólido”


existe em relação ao volume vazio (ou espaço “vazio”). É igual à densidade da madeira
seca no forno (quanto material pesável existe das células da madeira em relação ao
volume do pedaço de madeira), dividido pela densidade da água.
As unidades de gravidade específica são a massa por unidade de volume da madeira
dividida pela massa por unidade de volume de água. Diferentes espécies de árvores
possuem madeira de diferentes gravidades específicas. Quanto maior for a gravidade
específica, maior será a resistência, uma vez que há mais substância “sólida” para
transportar a carga.

15.4.2 umidade:

Conforme a madeira seca abaixo do ponto de saturação da fibra, a maioria das


propriedades de resistência aumenta. As árvores vivas são muito fortes, precisando
suportar as forças de compressão do peso da árvore, bem como ter uma capacidade
extrema de flexão para lidar com o vento. Quando a madeira está molhada, as fibras da
parede celular são mais flexíveis. Quando secam, ficam mais rígidas e duras, qualidade
que desejamos quando usamos a madeira como material de construção.

ANOTE ISSO

Você pode pensar nisso como uma casca de laranja. Quando está na laranja úmida,
é macia e maleável, mas depois que você tira a casca, fica dura e rígida.

15.4.3 Nós

A direção da fibra em um nó pode ser completamente diferente daquela no resto da


madeira. Esta mudança na direção do grão representa uma diminuição na resistência

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da madeira. Na verdade, o efeito de um nó é frequentemente considerado equivalente


ao de um buraco.

15.4.4 Inclinação do grão

A madeira é mais forte ao longo do alinhamento paralelo ao seu grão. No entanto,


as placas processadas nem sempre têm um grão reto. Isso pode ocorrer quando a
própria árvore tem um grão em espiral ou devido ao processamento inadequado da
madeira serrada. A inclinação do grão refere-se a quão reto o grão é, em relação à
parte externa da placa. Idealmente, queremos que o grão esteja em linha reta a partir
de cada extremidade. Se for mais inclinada, a madeira terá uma inclinação maior de
grão e não será tão forte.

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AULA 16
METAIS

Título 39: Metais


Fonte: https://blog.belgobekaert.com.br/construcao-civil/steel-framing/

Os metais são materiais sólidos que geralmente são duros, brilhantes, maleáveis,
fusíveis, dúcteis e têm boa condutividade elétrica e térmica. Os metais são comumente
usados na de componentes estruturais, tubulações, materiais de revestimento e outros
componentes.
Todos os metais usados para obras de engenharia são classificados em:
• Metais ferrosos
• Metais não ferrosos: em que o ferro não é o constituinte principal (cobre, alumínio,
zinco e chumbo etc.)
A aula tem como objetivo identificar os tipos e usos dos metais na construção civil.

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MATERIAIS DE
CONSTRUÇÃO CIVIL
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16.1 Metais ferrosos e não ferrosos

Conforme foi visto no início da aula, os materiais metálicos podem ser divididos
em ferrosos e não ferrosos. Mas qual a diferença?
Os materiais ferrosos contêm ferro e são conhecidos por sua resistência. Pense
em aço, aço inoxidável, aço carbono, ferro fundido. Os metais ferrosos são usados ​​na
fabricação arquitetônica e industrial como arranha-céus, pontes, veículos e ferrovias.
Graças às suas propriedades magnéticas, os metais ferrosos também são usados​​
em eletrodomésticos e motores.
Os metais ferrosos também têm alto teor de carbono, o que geralmente os torna
suscetíveis à ferrugem. As exceções são o aço inoxidável, por causa do cromo, e o
ferro forjado, por causa de seu alto teor de ferro puro.
Exemplos de metais ferrosos são:
• Aço: ferro mais carbono; amplamente utilizado na construção e fabricação de
metal industrial.
• Aço carbono: teor de carbono ainda maior adicionado ao ferro; metal
excepcionalmente duro.
• Aço inoxidável: uma liga de aço feita com adição de cromo que protege contra
a ferrugem
• Outros aços de liga :metais leves como cromo, níquel, titânio adicionados para
fortalecer outros metais sem adicionar peso
• Ferro fundido: ferro, carbono, silício; metal pesado e duro que é resistente ao
desgaste.

Os materiais metais não ferrosos são usados ​​desde a Idade do Cobre, por volta de
5.000 a.C. Como os metais não ferrosos não contêm ferro, eles geralmente são mais
resistentes à corrosão do que os metais ferrosos. Alguns exemplos de metais não
ferrosos são alumínio, ligas de alumínio e cobre que são frequentemente usados ​​em
aplicações industriais, como calhas, telhados, tubos e elétrica. Metais não ferrosos
também incluem latão, ouro, níquel, prata, estanho, chumbo e zinco. Outras propriedades
comuns de metais não ferrosos são não magnéticos, maleáveis ​​e leves. Isso os torna
ideais para uso em aeronaves e outras aplicações.

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Exemplos de metais não ferrosos são:


• Alumínio: leve, de baixa resistência e facilmente moldado.
• Cobre: altamente maleável com alta condutividade elétrica.
• Chumbo: metal pesado, macio e maleável; baixo ponto de fusão, baixa resistência.
• Estanho: metal macio, maleável e de baixa resistência à tração, frequentemente
usado para revestir aço para evitar corrosão.
• Zinco: metal de resistência média com baixo ponto de fusão, amplamente
utilizado na galvanização para evitar ferrugem em ferro ou aço.

16. 2 Metais na construção civil

As possibilidades de uso do aço em edifícios e infraestrutura são ilimitadas. As


aplicações mais comuns estão listadas abaixo.
Nas edificações podem ser usadas como seções estruturais, ou seja, fornecem
uma estrutura forte e rígida para o edifício e podem representar 25% do uso de aço
em edifícios. Já as barras de reforço têm a finalidade de adicionar resistência à tração
e rigidez ao concreto.
Um dos principais incentivos do uso do aço é porque se liga bem ao concreto, tem
um coeficiente de expansão térmica semelhante e é forte e relativamente econômico.
Telhados, terças, paredes internas, tetos, revestimentos e painéis isolantes para paredes
externas são produtos em aço utilizados em folhas.
O aço não estrutural também é encontrado em muitas aplicações não estruturais
em edifícios, como equipamentos de aquecimento e resfriamento e dutos internos.
Os acessórios internos, como trilhos, estantes e escadas, também são feitos de aço.
O aço também é utilizado para a infraestrutura é o caso das redes de transporte, ou
seja, o aço é necessário para pontes, túneis, vias férreas e na construção de edifícios
como postos de abastecimento, estações ferroviárias, portos e aeroportos.

16.2.1 Alumínio

Um dos metais mais populares usados ​​na indústria da construção, o alumínio é


forte, mas leve em comparação com outros metais. Sua fluidez e versatilidade dão aos
arquitetos um grande escopo e o metal pode ser usado em uma variedade de projetos.
O metal mais comum na Terra, o alumínio, pode ser encontrado sendo usado para
trabalhos tão variados como caixilhos de janelas, tetos, coberturas de telhados, bem

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como para grandes projetos como estádios e pontes. Geralmente é um dos primeiros
metais a ser escolhido por designers e arquitetos por sua resistência, durabilidade e
capacidade de gerenciamento e também por causa de sua capacidade de ser moldado
em muitas formas diferentes.

Título 40: Homem Molécula, Berlin


Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/homem-molecule-farra-rio-berlim-944506/ https://pixabay.com/pt/photos/escultura-mol%c3%a9cula-um-
homens-2857948/

Fachada em alumínio

Título 41: Fachada de Alumínio


Fonte:https://pixabay.com/pt/photos/arquitetura-arranha-c%c3%a9u-moderna-4070982/

O alumínio destaca-se também por ser resistente à corrosão, altamente condutor


e dúctil. O metal é transformado em chapas, tubos e fundidos, e também utilizado na
construção de automóveis e caminhões, além de bicicletas e embarcações marítimas.
Dutos, tetos, paredes e puxadores também são encontrados com frequência na indústria
da construção.

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16.2.2 Aço

O aço é o metal preferido para muitos construtores, arquitetos e outros que trabalham
na indústria da construção. É sinônimo de força e permanece no cerne de qualquer
trabalho de construção onde a necessidade de robustez e durabilidade é fundamental.
Isso pode ser tão variado em programas de construção, como arranha-céus a casas,
pontes e estádios.
No entanto, embora seja usado principalmente por sua resistência, o aço também
adiciona uma qualidade estética aos projetos de construção. Também é adaptável
e sua força inerente permite flexibilidade de design em outras partes do edifício
ou infraestrutura. Também reciclável traz benefícios ambientais por ser facilmente
reciclável.
O aço carbono é uma liga valorizada na indústria da construção por sua dureza e
resistência. É normalmente usado para fazer vigas para estruturas estruturais, placas
para construção de rodovias e tubos retangulares para bases de reboques de quadros
soldados e pontes. É também um material de escolha para fazer vergalhões e seções
estruturais ocas. Feito pela mistura de carbono e ferro, o aço carbono é classificado
em uma escala de “leve” a “muito alto”, dependendo de quanto carbono está presente
no metal.
O aço inoxidável está entre um dos materiais de construção mais antigos conhecidos.
Foi usado há séculos para construir estruturas que ainda existem hoje, graças às
propriedades resistentes à corrosão e manchas do metal. Algumas das estruturas
arquitetônicas mais famosas, como o Chrysler Building na cidade de Nova York,
dependem do aço inoxidável para sua resistência, durabilidade e confiabilidade.

Título 42: Chrysler Building, Nova York


Fontes:https://pixabay.com/pt/photos/edif%c3%adcio-de-chrysler-nova-iorque-1167187/
https://pixabay.com/pt/photos/edif%c3%adcio-chrysler-g%c3%a1rgulas-1645464/

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O aço inoxidável é uma liga de vários metais diferentes, cujas quantidades podem
ser ajustadas para criar diferentes graus de aço inoxidável com propriedades diferentes.
O grau mais comum é o 301, que é dúctil e facilmente soldável. Pode ser encontrado
em coberturas, aplicações estruturais, corrimãos e balaustradas, revestimentos
arquitetônicos, bem como em componentes de drenagem.

16.2.3 Cobre

Tubos de cobre, que vêm em dois tipos principais, são frequentemente usados ​​para
construir tubos em edifícios. Os tubos rígidos de cobre são ideais para tubos de água
quente e fria em edifícios. O metal dúctil e maleável de cobre é resistente à corrosão
da água e do solo e também é reciclável. Tubos de cobre também são facilmente
soldados, formando ligações duradouras. Todas essas propriedades tornam esse
metal ideal para tubos e canos.

16.3 Ensaios

Os materiais metálicos, de forma geral, devem apresentar qualidade e desempenho


para a área da engenharia. Os requisitos são estipulados de acordo com normas
técnicas (NBR). Os tipos de ensaios são realizados de acordo com a necessidade
de aplicação em obra. De forma geral os ensaios mais comuns para esse tipo de
material são em relação a sua condutividade, resistência, dilatação, condução entre
outros. Os elementos metálicos, em geral, têm que atender aos requisitos de qualidade
apresentados nas normas técnicas da ABNT. Os ensaios a que devem ser submetidos
os metais e suas ligas dependem de suas aplicações na obra. Os NBR’s mais comum
estão representados na tabela a seguir:

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ABNT NBR Título


NBR 5915: 2013 Chapa e bobina de aço laminado
Produtos planos de aço zincados pelo processo contínuo de
NBR 14964:2003
eletrodeposição
NBR 7008-1:2012 Chapa e bobina de aço revestida com zinco
Chapas e bobinas de aço revestidas com zinco ou liga zinco-
NBR 7008-2:2012
-ferro pelo processo contínuo de imersão a quente
Chapas e bobinas de aço revestidas com zinco ou liga zin-
NBR 7008-3:2012 co-ferro pelo processo contínuo de imersão a quente- Aços
estruturais
Chapas e bobinas de aço revestidas com zinco ou liga zin-
NBR 7008-4:2013 co-ferro pelo processo contínuo de imersão a quente - Aços
endurecíveis em estufa
Chapas e bobinas de aço revestidas com zinco ou liga zin-
NBR 7008-5:2012 co-ferro pelo processo contínuo de imersão a quente - Aços
refosforados
Chapas e bobinas de aço revestidas com zinco ou liga zin-
NBR 7008-6:2012 co-ferro pelo processo contínuo de imersão a quente - Aços
microligados
Chapas e bobinas de aço revestidas pelo processo contínuo
NBR 7013:2013
de imersão a quente — Requisitos gerais
Tabela 7 – Compilação ABNT NBR para aço
Fonte: Autor (2021)

16.4 Steel frame

A construção de estruturas em aço inclui a construção de seus sistemas de


fundações, colunas, vigas e pisos. A montagem de estruturas de aço consiste em
levantar e colocar componentes na posição e, em seguida, conectá-los. Geralmente,
isso é obtido por meio de parafusos, ou soldagem no local. A estrutura montada precisa
ser alinhada antes que o aparafusamento seja concluído e a estrutura entregue ao
empreiteiro principal.
Frequentemente, a capacidade de concluir esses processos com segurança, rapidez
e economia é significativamente influenciada por decisões iniciais feitas durante o
projeto, muito antes do início da montagem. É importante que os designers entendam

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claramente o impacto que suas decisões podem ter; “capacidade de construção” é


um objetivo de design válido.

ISTO ESTÁ NA REDE

O processo de construção utilizando o sistema construtivo Steel Frame, ganha


destaque devido a sua agilidade. O vídeo a seguir demonstra a montagem do
sistema.
https://www.youtube.com/watch?v=DsbNk0ZEHYk

16.4.1 Edifícios de aço soldáveis

Um edifício de metal soldado é construído do zero no local de trabalho. A estrutura


geralmente consiste em um tubo de ferro vermelho razoavelmente barato adquirido
localmente. Também conhecidos como prédios soldados em campo, essas estruturas
funcionam adequadamente para pequenos galpões de armazenamento ou como
coberturas de sombra para alimentadores de gado em pastagens - se construídas
por soldadores profissionais competentes e experientes. As conexões de estrutura
são tão fortes quanto às soldas que as mantêm no lugar.
Como a construção em madeira, os edifícios soldados em campo exigem muita mão
de obra. Cada pedaço de aço é medido, cortado e soldado no lugar pelo construtor.

16.4.2 Edifícios de metal leve

A construção de bitola leve combina da mesma forma que uma estrutura com
moldura de madeira, substituindo os pinos de madeira por pinos de aço e os pregos
por parafusos auto-roscantes. Prometendo maior resistência ao fogo, mofo e cupins,
o aço leve definitivamente triunfa sobre a madeira. A permissão deve ser mais fácil de
obter para estruturas de aço de calibre leve do que para edifícios soldados em campo.
Por ser um material reciclado, a estrutura de aço leve também é considerada um
material de construção ecológico. No entanto, a estrutura de aço leve tem desvantagens,
como consumir mais tempo do que construir com madeira. Todo o enquadramento
é medido, cortado com uma serra de aço e conectado com milhares de parafusos
auto-perfurantes.

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Sem a resistência dos edifícios de aço de nível comercial, as estruturas de bitola


leve exigem paredes internas de suporte de carga em locais importantes, restringindo
as opções de planta baixa e impedindo reformas posteriores.

Conclusão

Os metais ganham destaque como material na construção civil, devido sua


durabilidade, resistência e bom desempenho em condição de intempéries, os metais
usados ​​na indústria da construção. Alguns exemplos vistos em aula foram os aços
carbonos, alumínio, tubos de cobre e aço inoxidável são metais duráveis, fortes e
resistentes à corrosão, frequentemente aplicados na indústria de construção. Esses
metais formam tudo, desde molduras de portas e rodovias a canos e escadas.

Título 43: Mapa mental – Metais


Fonte: elaborado pelo Autor (2021)

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CONCLUSÃO

Conforme foi visto, no decorrer deste livro, o Brasil possui uma gama de materiais
de construção, porém cada tipo deve ser aplicado correspondendo ao estipulado pelo
fabricante, necessidade da obra, levando em consideração o custo e benefício, e ainda
sempre correspondendo às especificações do fabricante. Erros tanto na escolha como
na execução do material podem gerar custos elevados e não planejados na obra.
Desta forma, o estudo dos materiais diligentes ajuda a evitar futuros trabalhos de
reparação e reparos dispendiosos. Ao revelar prontamente as questões relacionadas
à qualidade da construção no início do projeto, permite que a equipe de design tome
decisões informadas para o restante do cronograma do projeto.
Fica claro, importante desta disciplina, no qual foi estudado os diversos materiais
de construção, visto que as residências são compostas por pedras, tijolos, madeira
e concreto, sendo esses os materiais mais comuns utilizados hoje no Brasil. Foi
visto que o concreto armado é uma construção composta de aço e concreto, ajudou
na construção de grandes estruturadores. O aço, o alumínio, o vidro, os plásticos,
os azulejos, o gesso, as tintas e os vernizes melhoraram a qualidade dos edifícios.
Versões aprimoradas de muitos materiais de construção continuam aparecendo no
mercado regularmente. Um engenheiro civil deve fazer uso de todos esses materiais
criteriosamente.

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ELEMENTOS COMPLEMENTARES

LIVRO

Título: Materiais de Construção


Autor: André Luís Abitante e Ederval de Souza Lisboa
Editora: Solução educacional integrada
Sinopse: A recente evolução das tecnologias digitais e
a consolidação da internet modificou tanto as relações
na sociedade quanto às noções de espaço e tempo.
Se antes levávamos dias ou até semanas para saber
de acontecimentos e eventos distantes, hoje temos
a informação de maneira quase instantânea. Essa
realidade possibilita a ampliação do conhecimento.
No entanto, é necessário pensar cada vez mais em
formas de aproximar os estudantes de conteúdos
relevantes e de qualidade. Assim, para atender às
necessidades tanto dos alunos de graduação quanto das instituições de ensino,
desenvolvemos livros que buscam essa aproximação por meio de uma linguagem
dialógica e de uma abordagem didática e funcional, e que apresentam os principais
conceitos dos temas propostos em cada capítulo de maneira simples e concisa.
Nestes livros, foram desenvolvidas sessões de discussão para reflexão, de maneira
a complementar o aprendizado do aluno, além de exemplos e dicas que facilitam o
entendimento sobre o tema a ser estudado. Ao iniciar um capítulo, você, leitor, será
apresentado aos objetivos de aprendizagem e às habilidades a serem desenvolvidas
no capítulo, seguidos da introdução e dos conceitos básicos para que você possa
dar continuidade à leitura. Ao longo do livro, você irá encontrar hipertextos que irão
auxiliá-lo no processo de compreensão do tema.

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LIVRO

Título: Propriedades do Concreto


Autor: NEVILLE, Adam M.
Editora: Bookman
Sinopse: O concreto e o aço são os dois materiais
estruturais mais comuns. Algumas vezes,
complementam-se outras, competem entre si, já que
estruturas de mesmo tipo e mesma função podem ser
construídas com qualquer um deles. Apesar disso, o
engenheiro frequentemente conhece menos sobre o
concreto que é utilizado na estrutura do que sobre o aço.
O aço é produzido em condições rigorosamente
controladas. Suas propriedades são verificadas em
um laboratório e apresentadas em um certificado do
produtor. Dessa forma, o projetista estrutural somente precisa especificar o aço que
atenda às normas relevantes, e o controle do engenheiro da obra é limitado à mão de
obra para a realização das conexões entre os elementos estruturais.
A situação é totalmente diferente em um canteiro de obras de um edifício executado em
concreto. É verdade que a qualidade do cimento é, assim como a do aço, assegurada
pelo fabricante, e, garantindo que materiais cimentícios adequados tenham sido
selecionados, dificilmente o cimento é causa de falhas em uma estrutura de concreto.
Entretanto, o material de construção é o concreto, não o cimento. Os elementos
estruturais normalmente são produzidos em canteiro, e sua qualidade depende, de
forma quase exclusiva, da mão de obra de produção e lançamento do concreto.
Portanto, a disparidade entre os métodos de produção do aço e do concreto é evidente,
assim como a importância do controle de qualidade dos trabalhos em concreto no
canteiro. Além disso, como os profissionais responsáveis pelo trabalho com concreto
(“concreteiros”) ainda não têm o treinamento e a tradição de algumas outras profissões
relacionadas à construção, a supervisão do engenheiro no canteiro é essencial. Esses
fatos devem ser lembrados pelo projetista estrutural, já que um projeto meticuloso
e bem detalhado pode ser facilmente prejudicado caso as propriedades do concreto
real sejam diferentes das consideradas nos cálculos estruturais. Um projeto estrutural
será tão bom quanto os materiais utilizados.

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Apesar do exposto anteriormente, não se deve concluir que produzir um bom concreto
é difícil. O “mau concreto”, com frequência um material de consistência inadequada,
com falhas quando endurecido e massa não homogênea, é produzido simplesmente
pela mistura de cimento, agregados e água. De modo surpreendente, os ingredientes de
um bom concreto são exatamente os mesmos, sendo somente o know-how, amparado
pelo entendimento, o responsável por essa diferença.

LIVRO

Título: Materiais de Construção


Autor: Pinheiro, Antonio Carlos da Fonseca, B. e
Marcos Crivelaro
Editora: Editora Saraiva
Sinopse: O livro Materiais de Construção é de
fundamental importância para estudantes e
profissionais que desejam conhecer os materiais de
construção que podem ser utilizados em uma obra.
No Capítulo 1, apresentam-se os recursos materiais
utilizados na Antiguidade e no início do século XXI.
São abordados os metais, as cerâmicas, os polímeros,
os compósitos, os semicondutores e os biomateriais.
O Capítulo 2 expõe os critérios para escolha de materiais na construção civil. Apresenta,
também, classificações e ensaios na área. São abordadas as questões da normalização,
das unidades de medida e da notação científica. O capítulo é concluído com as
propriedades gerais dos materiais de construção civil.
No Capítulo 3, define-se a composição do concreto armado e é feito um estudo sobre seus
componentes. São apresentados os ensaios para recebimento do concreto em obras.
O Capítulo 4 apresenta os usos do vidro na construção civil e suas principais
características. Aborda, também, a corrosão em vidros.
No Capítulo 5, expõem-se as características gerais das cerâmicas e suas aplicações
na construção civil. É também apresentada a metodologia para a escolha de um
material cerâmico para aplicação em uma determinada obra.
Por fim, o Capítulo 6 relaciona os tipos de aplicações dos metais e de suas ligas na
construção civil, bem como os principais ensaios previstos nas normas técnicas.

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CONSTRUÇÃO CIVIL
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LIVRO

Título: Materiais de Construção - Vol. 1


Autor: BAUER, L. A. Falcão
Editora: LTC
Sinopse: Dedicado aos colegas engenheiros e
arquitetos, estudantes e a todos que, de alguma
forma, se interessam em conhecer os fundamentos,
características, propriedades e o comportamento dos
materiais e componentes de construção civil.
Quero agradecer ao professor João Fernando Dias,
pelo excelente trabalho e dedicação na coordenação
para atualização do conteúdo, bem como parabenizar
os 32 colegas, profissionais qualificados, que
realizaram a atualização dos 28 capítulos e a inclusão
de mais três nesta 6ª edição dos volumes 1 e 2.
Em um País com poucos recursos, é importante a conscientização sobre os custos
decorrentes de correções e desperdícios, desde a concepção, projeto, especificações
técnicas, materiais, execução, uso e manutenção.
O setor da construção civil é uma das principais alavancas de saída de crises e para
o desenvolvimento do País. Portanto, se dermos a justa valorização aos projetos,
levando em consideração a sustentabilidade, desempenho e durabilidade, a utilização
de materiais e componentes adequados e em conformidade com as normas técnicas,
bem como o emprego de boas práticas nos processos construtivos de edificações,
estaremos contribuindo para o avanço do desenvolvimento nacional.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 11578: Cimento


Portland composto. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12655: Concreto de


cimento Portland: Preparo, controle e recebimento: Procedimento. Rio de Janeiro, 2006.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5732: Cimento


Portland comum. Rio de Janeiro, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5733: Cimento


Portland de alta resistência inicial. Rio de Janeiro, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5735: Cimento


Portland de alto forno. Rio de Janeiro, 1991.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5736: Cimento


Portland pozolânico. Rio de Janeiro, 1999.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6118: Projeto de


estruturas de concreto: Procedimento. Rio de Janeiro, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7215: Cimento


Portland: Determinação da resistência a compressão. Rio de Janeiro, 1997.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7480: Aços destinados


à armadura para estrutura de concreto armado: Especificação. Rio de Janeiro, 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 248: Agregados:


Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003.

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CONSTRUÇÃO CIVIL
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 49: Agregado


miúdo: Determinação de impurezas orgânicas. Rio de Janeiro, 2001.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 52: Agregado


miúdo: Determinação da massa específica e da massa específica aparente. Rio de
Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 53: Agregado


graúdo: Determinação da massa específica e da massa específica aparente. Rio de
Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 65: Cimento


Portland: Determinação do tempo de pega. Rio de Janeiro, 2003.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR NM 67: Concreto:


Determinação da consistência pelo abatimento do tronco de cone. Rio de Janeiro, 1998.

FALCÃO, B.L. A. Materiais de Construção - Vol. 1: Grupo GEN, 2019. 9788521636632.


Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636632/.
Acesso em: 22 Jun 2021.

FALCÃO, B.L. A. Materiais de Construção - Vol. 2: Grupo GEN, 2019. 9788521636632.


Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521636632/.
Acesso em: 09 de ago. de 2021.

https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/7207/1/Cimento_P.pdf
Luís, AA; Souza, LED. Materiais de Construção. São Paulo: Grupo A, 2017. 9788595020092.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595020092/.
Acesso em: 2021 .

M., N. A. Propriedades do Concreto: Grupo A, 2016. 9788582603666. Disponível em:


https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582603666/. Acesso em: 09
de ago. de 2021.

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PINHEIRO, A.C.D.F. B.; CRIVELARO, M. Materiais de construção: Editora Saraiva,


2020. 9788536532769. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788536532769/. Acesso em: 09 de ago. de 2021.

REVISTA Eletrônica de Materiais e Processos, v.1, 1 (2006) 01-11 ISSN 1809-8797.

SALGADO, J.C. P. Técnicas e práticas construtivas para edificação: Editora Saraiva,


2020. 9788536528502. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/
books/9788536528502/. Acesso em: 09 de ago. de 2021.

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