Artigo Estratégias de Negociação PDF
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RESUMO
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Mestre em Administração e Recursos Humanos; Especialista em Administração, Análise
Empresarial, Marketing, Metodologia em Ensino Superior, Metodologia de Educação à Distância com
Tutoria e Desenvolvimento de Sistema. Graduado em Administração
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Introdução
“Em negociação se conquista o que se negocia e não o
que você julga merecer”.
O MOMENTO
O ambiente atual de negócios está sendo marcado por queda na confiança
junto ao governo brasileiro e aliado ao desaquecimento da economia tem
ocasionado insegurança junto ao mercado. O que era previsível se tornou
imprevisível na maioria das vezes, exigindo por parte das organizações uma nova
postura para fazer face às mudanças. Aspectos como a globalização e consequente
interdependência entre países, a instantaneidade das informações trouxe a
necessidade junto aos gestores das organizações e governos de saber interpretar e
rapidamente se amoldarem para fazer frente a novos cenários. No aspecto
mercadológico, observa-se o mercado sendo abastecido constantemente por
inúmeras opções de produtos e serviços ocasionando desequilíbrio por excesso de
oferta em relação à demanda – tal desequilíbrio foi uma das maiores causas,
fazendo com que o poder passasse das mãos das organizações para os clientes. De
acordo com Nordström & Riddestrale (2001), reforçam a idéia quando citam sobre o
poder dos clientes ao escrever: “a sociedade do excesso tem um excesso de
empresas similares, que empregam pessoas similares, de formação similar, com
idéias similares, que produzem coisas similares, por preços similares e de qualidade
similar. Num universo de empresas similares, em uma sociedade cada vez mais
diversa, o cliente quer ser o único”.
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Além dos questionamentos cotidianos, a negociação não é uma prática nova no
ambiente em que vivemos, porém certamente o que cada qual busca é um acordo
minimamente aceitável diante de cada situação.
O CONTEÚDO
O conteúdo teve como foco principal a negociação em ambiente
organizacional com fins lucrativos em âmbito nacional, voltados à indústria, comércio
ou serviços.
Por questão didática, o conteúdo foi dividido em quatro partes e a elas se
somaram a Introdução e ao final, as Considerações.
Parte I - O Contexto Contemporâneo – dentro do ambiente atual da negociação
abordou-se sobre o ambiente empresa, o microambiente e macroambiente e os
reflexos dos aspectos político, econômico e social nesses ambientes.
Parte II - Fundamentos de Negociação – tratou sobre os entendimentos de
negociação e seu papel à luz de Conceitos, Razões e respectivos Princípios.
Parte III - Negociação e suas Particularidades – é a reunião da parte central do
tema negociação. Foram destacados os fatores, as características, estilos,
habilidades e os tipos de negociação. Igual atenção foi dada aos cuidados
necessários no mundo dos negócios, porque há processos ou fases envolvidas, o
corpo fala ou se expressa e certamente influenciará positiva ou negativamente e
as questões estruturais sobre os aspectos de ética na negociação.
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Parte IV – Estratégias e Táticas de Negociação – é a parte onde houve conversão
dos entendimentos acima em ações voltadas a competências, fatores chave e
técnicas em planos estratégicos e táticos da negociação.
1. O CONTEXTO CONTEMPORÂNEO
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Figura 1 – Ambiente Organização, Micro e Macroambiente – Adaptado de Bateman; Snell (2007).
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O contexto global brasileiro é de alterações políticas, econômicas e sociais
onde os aumentos das habilidades específicas ganharam importância. As
negociações se tornaram mais difíceis, onde a diferença muitas vezes está no
detalhe. De um lado, a globalização tornou o mercado mais complexo, aumentou a
concorrência em quantidade e qualidade e a abertura de novos mercados se tornou
uma necessidade imperiosa. De outro, a importância do setor de serviços trouxe
nova ordem, onde o fator para agregar valor a uma negociação passou a ser as
pessoas e não somente através da força do produto ou marca.
Com a participação feminina cada vez crescente no mercado de trabalho e
alterações na classe social, aliado as fusões, aquisições, franquias,
empreendimentos conjuntos, desvalorização da moeda real em relação ao dólar, a
inflação em alta e a economia desaquecida, crescimento do desemprego, trouxe
ajustes nas organizações para novos arranjos organizacionais e revisão nos estilos
de negociação. A baixa produtividade brasileira na maioria dos segmentos de
negócios parece ser um grande desafio e a economia não saudável tem como raiz a
interferência estatal, a educação, a qualificação do empresário e do trabalhador e
aos incentivos inadequados por desestimular a iniciativa privada para a livre
concorrência.
No campo político, o quadro acima trouxe reflexos e não é diferente. O governo
atual e aliado tenta de forma recorrente minar as liberdades por meio do uso da
máquina estatal. Apresentam propostas radicais para testar os limites de reação da
sociedade e em seguida propõem agendas que interessam somente a esses
partidos. Os mecanismos políticos e jurídicos da forma como se encontram não
favorecem aos contribuintes de impostos. Parte da população não está mais a
aceitar os velhos discursos de promessas, clamam por maior efetividade de seus
governantes e quer fazer valer mais os seus direitos. Como consequência tem se
presenciado manifestações pedindo por mudança nos destinos do país. Paira
descrédito da classe política.
2. FUNDAMENTOS DE NEGOCIAÇÃO
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Sobre negociação, lembro-me ter recompensado uma das filhas com
brinquedos em troca de boas notas na escola. Também já negociei para que fosse
arrumado o quarto em troca de saída ao cinema com os amiguinhos no final de
semana. Em ambas as situações houve troca, onde se ofereceu o aceitável à época
por algo que me interessava.
De acordo com Mello (2012), negociar é um processo social utilizado para fazer
acordos e resolver ou evitar conflitos. Em Furnham e Petrova (2011), foi encontrado
que negociar é alcançar um acordo mutuamente aceitável. Para David Berley (The
Positive Negotiation Program, 1984), negociação é um processo, em que dias ou
mais partes, com interesses comuns e antagônicos se reúnem para confrontar e
discutir propostas explícitas com o objetivo de alcançarem um acordo (1).
As definições acima demonstram os motivos pelos quais nos levam à negociação,
seja para angariar novos clientes, seja para obter algum benefício, seja para atingir
determinadas metas ou mesmo para solucionar algum conflito. É importante na
negociação a compreensão de aceitação de idéias, propósitos ou interesses visando
acordos, de tal modo que as partes envolvidas concluam as negociações cientes de
que foram ouvidos, tiveram oportunidade de apresentar toda a sua argumentação,
sendo o produto final a soma das contribuições individuais. Às vezes, a negociação
por si só é complexa, porque há várias pessoas envolvidas cercado de carga cultural
diversificada e padrões de comportamento com representações e entendimentos
distintos. A negociação também pode ser um processo relativamente direto e
simples, mas, em outras ocasiões, pode levar meses e até mesmo anos. Exemplo, a
negociação dos termos de compra ou da fusão de uma organização. A negociação é
um indicador seguro do grau de desenvolvimento e maturidade das pessoas e
instituições porque evidencia claramente o abandono da força como solução das
diferenças.
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como tal, há expectativa que a junção entre as partes da organização gere um efeito
sinergético, onde isolados dificilmente se obteria o mesmo resultado.
De acordo com Teixeira et al (2007), o princípio da negociação em vendas é a
exploração de pontos comuns entre as partes para a obtenção de um resultado
mínimo aceitável à negociação, como preço, prazo de entrega, qualidade e
pagamento, etc. Se comércio, a função é de intermediar a distribuição de produtos e
serviços normalmente entre o fabricante e o consumidor final. A base do comércio
varejista é comprar, agregar serviço e vender. O varejista deve valorizar o produto
que comercializa por meio de um bom atendimento, oferecendo formas facilitadas de
pagamento, criando um ambiente agradável e expondo os produtos de forma que
atraia clientes. E se o comércio for de ferramentas, deverá ser capaz de orientar e
esclarecer ao cliente detalhes do uso, e outras questões sobre o produto que seja
capaz de gerar confiança e assim, facilitar o processo de compra.
Comprar bem é o primeiro passo para vender bem. Comprar bem é tão importante
que a maioria dos proprietários não se hesitam em fazê-lo pessoalmente,
principalmente nas organizações de pequeno porte. Na medida em que o comprador
passa a conhecer bem os seus clientes e possui foco no negócio, a probabilidade é
de se fazer boas compras de acordo com as vendas. O princípio da negociação por
compra possui nexo na antiga verdade, “quem compra bem, vende bem”.
Enquanto para Ferraz (2015), há pessoas que possuem razões ou motivações
para negociar. Algumas para ganhar dinheiro, evitar perda e outras para evitar
incômodo, sentir prazer, obter reconhecimento ou ser altruísta, sendo uns com maior
propensão (predominância) ou menor propensão (menor predominância) nos
aspectos os quais passaremos a discorrer:
Ganhar dinheiro
Trata-se de negociador que aceita riscos e desafios, porque a vontade de ganhar
é maior que o medo de perder e como tal, prefere trabalhar por comissão em vez
de um valor fixo, tem alta tolerância à frustação e propensão a trabalhar com
probabilidades de erros e acertos.
Evitar perda
Possui medo de perder, arrisca pouco, é conservador. Têm preferência por
remuneração fixa ou emprego estável.
Evitar incômodo
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São pessoas que preferem pagar a ter aborrecimentos, incômodos ou conviver
com burocracia. Preferem coisas simples, rápidas e têm pouca tolerância.
Sentir prazer
Gosta de se aprofundar em detalhes e como tal, sente especial prazer em debater
a exaustão e valoriza mais à técnica e menos a aparência.
Obter reconhecimento
Importa-se com a opinião alheia, adora elogios e busca reconhecimento.
Ser altruísta
Indivíduo que atingiu praticamente todos os objetivos pessoais e financeiros e se
dedica a trabalhos voluntários, tem forte apelo religioso e faz questão de dividir os
seus conhecimentos.
Ainda para Ferraz, é possível de se identificar a propensão de cada pessoa
em diferentes intensidades por razões ou motivações. Uma ou duas costumam ser
estruturais; duas ou três conjunturais e aparecem com certa frequência, e uma ou
duas são pouco importantes no dia a dia. A identificação dessas intensidades pode
ser realizada em cada pessoa, bastando preencher os testes que se seguem, com
sinceridade e com o seu jeito de ser e não como gostaria de ser no dia a dia.
A questão válida para todos os testes a seguir é: O Que o Motiva?
Teste 1 – Ganhar Dinheiro
Quase Muitas Poucas Quase
sempre vezes vezes nunca
Investido em ativos de risco.
Estou sempre procurando novas fontes de renda.
Priorizo a boa remuneração.
Tenho mais gana de ganhar do que medo de perder.
Mudaria de profissão ou negócio se tivesse chance
de ganhar mais.
Mudaria de cidade se fosse financeiramente
vantajoso.
Compro bens para revender.
Sou arrojado.
Sou corajoso para fazer negócios.
Prefiro ganhar por comissão a ter um salário fixo.
SUBTOTAL 3 x ___ 2 x ___ 1 x ___ 0 x ___
TOTAL: Soma dos resultados
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Fonte: Ferraz (2015).
10
TOTAL: Soma dos resultados
11
TOTAL: Soma dos resultados
Quando nos propomos a responder a seguinte questão, parece ficar claro as razões
para negociar: O que você e a organização perdem ao não saber negociar?
4. PRINCÍPIOS DA NEGOCIAÇÃO
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NECESSIDADES
ALTERNATIVAS
RISCOS
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5.1 FATORES DE UMA NEGOCIAÇÃO
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conhecer o negócio da organização, como: política financeira, qualidade,
desempenho, reputação, lançamentos e descontinuação de modelos, etc.
Para Costa (2011), os fatores de uma negociação se apresentam em quatro
categorias, podendo sobrepor em parte aos textos acima e são eles:
Fatores objetivos – são aspectos relativos aos objetivos e interesses da
negociação em si, como os comerciais, os institucionais e os pessoais. Importante
ressaltar que as partes envolvidas na negociação podem ter objetivos diferentes e
até conflitantes, sendo necessário alinhar os objetivos.
Fatores organizacionais – são todas as pessoas envolvidas na empresa, aos
papéis desempenhados individualmente na organização, a posição na estrutura
de poder e decisão na negociação.
Fatores humanos – referem-se a comportamentos de cada pessoa e preparo
quanto à forma de tratar os diferentes tipos de pessoas e quanto à confiança.
Fatores ambientais – é a atmosfera relacionada à estratégia da organização, a
urgência em concluir a negociação e as ações dos competidores que exercem
influência nos negócios.
As expressões a seguir ajudam a ampliar a compreensão sobre o tema.
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benefícios.
Impaciente: são aquelas pessoas que estão sempre apressadas, são ágeis e
fazem muitas atividades ao mesmo tempo. Podem perder o foco e profundidade.
São as suas principais características:
- irrita-se quando tem de esperar
- é ansioso
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- tem sentido de urgência
- valoriza pontualidade
- incomoda-se com pessoas de ritmo lento
- não tem paciência para negociar.
Perfeccionista: tomam decisões baseadas em dados precisos. São vistos como
organizados, costumam seguir regras, tendem a demorar a dar respostas por
serem detalhistas. Apresenta a seguinte característica:
- é detalhista
- gosta de seguir regras
- é crítico
- é reservado
- é pouco flexível
- estuda antes de negociar
- é formal.
1. Busque a objeção
É preciso enxergar a objeção do cliente como sinal de compra. Quando a pessoa
propõe uma barreira, ela quer um convencimento e indica que quer comprar com
você. A falta de objeção indica falta de interesse do cliente.
2. Estar pronto para o “não”
As pessoas que aprendem a dizer não passam a ter mais comando da
negociação. As partes envolvidas não podem se intimidar e nem se omitir durante
a negociação.
3. Criar empatia
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A empatia é uma das qualidades indispensáveis. O negociador por estar
acostumado a lidar com pessoas deve ser capaz de se colocar no lugar do outro.
Negociação se faz em clima empático e não trágico. O negociador deve ser capaz
de criar sintonia com o cliente para evitar conflito.
4. Ter calma
Ser ansioso ou afobado é prejudicial. É preciso ter calma. Meça a opinião do
cliente. Ouvir o cliente é essencial para conduzir a negociação. Usando os
argumentos do cliente fica mais fácil entender o que ele quer e auxiliar na tomada
de decisão.
5. Ser comunicativo e criativo
A comunicação também deve ser uma característica comum entre os bons
negociantes. Embora as negociações sejam conduzidas com naturalidade, há por
trás a aplicação de técnicas. É fundamental passar claramente sua posição para
mostrar detalhes que a outra parte não tenha visto.
6. Ter capacidade investigativa
Faça perguntas sem excessos, para descobrir o que o cliente quer na verdade
com a compra é bastante relevante.
7. Ter tino comercial
Pode parecer óbvio, mas possui a tenacidade comercial é fundamental. Completa
a característica a capacidade de fazer acontecer, o senso de prioridade e não
perder oportunidades.
Contrariamente aos aspectos acima, são prejudiciais às negociações os
seguintes comportamentos:
confiança ou despreparo.
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Desequilíbrio emocional: comportamento instável e descontrole emocional.
Trajes Interpretação
Terno, gravata, camisa Estilo formal, padrão no mundo dos negócios.
Saia curta/blusa com decote Traje geralmente não adequado para o trabalho.
Jeans e camiseta Traje casual, informal.
Quando utilizado em ambiente de trabalho, demonstra falta
Roupa esportiva
de sensibilidade.
Peça de design (ultima Comunica não convencionalismo, individualidade e
habilidade para as compras.
moda)
Quadro II – Interpretação sobre alguns vestuários – Adaptado de Furnham & Petrova (2011).
Cores
A cor transmite significado. No mundo dos negócios, observe que cada
empresa adota uma ou mais cores que irão representá-la. Empresa como a Coca-
Cola utiliza o vermelho na maior parte de seus produtos, remetendo ao calor – este
calor é “quebrado” pelo frescor que representam as bolhas d’água desenhadas nas
latas. Segue um resumo com o significado de algumas cores:
-- Branco:
Sugere pureza. Cria uma impressão de vazio e de infinito. Evoca frescor e limpeza,
principalmente quando combinado com o azul.
Ex: Ordem, simplicidade, luz, paz, higiene, casamento, hospital, neve, harmonia.
-- Preto:
Silêncio. Morte. Quando brilhante, confere nobreza, distinção e elegância.
Ex: Noite, nobreza, pessimismo, tristeza, dor.
-- Cinza:
É a expressão de um estado neutro. Símbolo da indecisão e da ausência de energia.
Quanto mais sombrio, conota monotonia.
Ex: Chuva, máquinas, seriedade, velhice, desânimo, sabedoria.
-- Vermelho:
Significa força, virilidade, masculinidade, dinamismo. É uma cor exaltante e até
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enervante. Impõe-se sem discrição. Cor essencialmente quente, transbordante de
vida e agitação.
Ex: Cereja, morango, sangue, desejo, sexo, agressividade, fogo, fome, perigo,
guerra, força, energia, fúria, dinamismo, paixão.
-- Laranja:
Transborda irradiação e expansão. É acolhedor, quente, íntimo.
Ex: Outono, pôr-do-sol, festa, comida, movimento.
-- Amarelo:
É uma cor luminosa e muito forte para atrair a atenção, seja sozinho ou em conjunto
com outras cores. É feliz, vibrante, vivo.
Ex: Luz, angústia, esperança, atenção.
-- Verde:
Cor universal da natureza. Tem frescor, harmonia e equilíbrio. Cor calma, que não
se dirige para nenhuma direção nem encerra algum elemento de alegria, tristeza ou
paixão. O verde mais amarelado sugere uma força ativa, um aspecto ensolarado. O
verde, seja em tons mais claros ou escuros, é sempre indiferente e calmo.
Ex: Floresta, natureza, bem estar, tranquilidade, juventude, umidade, saúde, tapete
de jogos.
-- Azul:
Cor profunda, calma. Preferida por adultos, marca uma certa maturidade. Quando
sombrio, o azul chama ao infinito. Mais claro, provoca uma sensação de frescura e
higiene, principalmente quando na presença de branco.
Ex: Frio, céu, mar, tranquilidade, paz, infinito, meditação, credibilidade.
-- Roxo:
Equivale a um pensamento meditativo e místico, mistério. Assim como o preto,
remete a nobreza e poder.
Ex: Sonho, mistério, egoísmo, nobreza, fantasia, profundidade, doença.
-- Marrom:
Emana a impressão de algo maciço, denso, compacto. Sugere segurança e solidez.
Ex: Terra, outono, chocolate.
-- Rosa:
É de pouca vitalidade e sugere feminilidade e afeição. É uma cor íntima, revela
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doçura e romantismo.
Ex: Feminilidade, delicadeza.
Emoções
Na maioria das vezes se manifesta de forma inconsciente. É o caso de
sentimentos de culpa, embaraço, raiva, tédio e excitação sexual que costumam
provocar reações psicológicas no ser humano. Deixamos transparecer nossas
emoções por meio de suor, ruborização, dilatação das pupilas, alterações
respiratórias, aumento no batimento cardíaco, etc. A efetividade que expressamos
de modo não verbal, visto que nem sempre encontramos as palavras adequadas
para fazê-lo por meio de nossa fala.
Algumas empresas costumam contratar pessoas pela demonstração do nível
de otimismo, alegria, dedicação e empatia e precisam ser capazes de estabelecer
uma excelente relação interpessoal.
Habilidades
De acordo com as psicólogas, os testes de autoavaliação para medir
habilidades em pessoas nem sempre tem se mostrado seguro em seus resultados.
Indivíduos pouco perceptivos e sem muita habilidade acreditam ser excelentes
comunicadores não verbais. Muitos consideram bons ouvintes ou que são capazes
de detectar quando alguém está mentindo, quando não é verdade.
No entanto, há consenso geral em concordar com o quadro III, abaixo:
Atitudes
Existem sinais claros de amizade e hostilidade na comunicação não verbal,
quando observados duas pessoas conversando. Da mesma forma, é possível
perceber quem está no comando e, por conseguinte, quem assume uma posição
submissa por meio de:
- incidência de contato corporal, com toques ou carícias;
- proximidade entre ambas nas posições de pé ou sentada;
- sorrisos e olhares mútuos em quantidade;
- inclinação corporal para frente e postura dos braços e pernas;
- fisionomia na emissão da voz.
Seguem alguns sinais não verbais da comunicação diária no quadro IV:
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Personalidade
Indivíduos extrovertidos são escandalosos, expansivos e falantes. Pessoa
extrovertida é normalmente sociável, possui muitos amigos e poucas pessoas ao
seu lado são suficientes para conversar; gosta de se sentir instigado, age no afã do
momento e adora brincadeira. Apresenta-se também despreocupado, fácil de lidar,
mas costuma ser agressivo e perder o controle rapidamente.
Indivíduos introvertidos são quietos, reservados, discretos e prefere
normalmente a companhia de livros a de pessoas. Preferem planejar com
antecedência, aprecia uma vida regrada e mantêm os seus sentimentos reservados.
Geralmente não é agressivo e nem se descontrola facilmente; costuma ser um
pouco pessimista e valoriza rígidos padrões éticos. O indivíduo extrovertido prioriza
agilidade em detrimento da precisão, enquanto o introvertido a praz e a
tranquilidade. O quadro V, abaixo, apresenta possíveis variações na fala de acordo
com a personalidade.
Quadro V – Variações da fala de acordo com a personalidade – Adaptado de Furnham & Petrova (2011).
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Enfim, existem inúmeros estudos relacionados à comunicação não verbal. O
quadro VI, abaixo, exprime as componentes da influenciação e respectivas práticas
não verbais.
Componentes
Práticas não verbais
de influenciação
Compromisso e Um aperto de mão é uma das melhores práticas para firmar
compromisso e, em muitas culturas, é um sinalizador necessário para se
consistência
fechar um acordo.
Enviar sinais de disponibilidade e cooperação por meio de linguagem
Reciprocidade corporal aumenta as chances de se conseguir colaboração da outra
parte.
Prova social Uso de nomes conhecidos e uma lista de acordos fechados sempre
ajudar a criar uma aura de profissionalismo e expertise.
Autoridade Obedeça ao código de vestimenta. Vista-se de forma associada à
imagem que estiver tentando projetar.
Apreciação Espelhe-se na linguagem corporal de seu cliente
Quadro VI – Componentes e relevantes práticas não verbais – Adaptado de Furnham & Petrova (2011).
8. TIPOS DE NEGOCIAÇÃO
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partes é favorecida. Para dar celeridade a essa negociação normalmente se
estabelece um prazo-limite curto à validade.
As negociações integrativas se baseiam na cooperação, onde as partes
interessadas buscam satisfazer os interesses para se chegar a um acordo. Ao
contrário da negociação distributiva, a resolução de problemas ocorre de maneira
integrativa sob a premissa de que há um ou mais acordos que podem gerar uma
relação ganha-ganha. Em termos de comportamento organizacional, a negociação
integrativa é preferível à distributiva, porque constrói relacionamentos de longo
prazo. Une os negociadores e todos saem da mesa de negociação sentindo-se
vitoriosos.
Mas, se o tipo de negociação integrativa não é interessante, porque será que
não vemos com frequência esse tipo de negociação? Provavelmente porque não há
muitas vezes nas organizações as condições necessárias para que este tipo de
barganha aconteça ou porque ainda prevalece a cultura de ganhar a qualquer custo.
O quadro VII, abaixo, resume as principais diferenças entre a negociação
distributiva e negociação integrativa.
Características da
Negociação distributiva Negociação integrativa
negociação
Conseguir o máximo possível do Aumentar o montante em disputa
Objetivo
montante em disputa para que ambas as partes ganhem
Atitude principal Eu ganho, você perde Ambos ganham
Foco Posições (intransigência, unilateral) Interesses (“trocas”)
Troca de Baixa Alta
informações
Duração do
Curto prazo Longo prazo
relacionamento
Quadro VII – Diferença entre Negociação distributiva e Negociação integrativa – Adaptado de Robbins; Judge; Sobral (2013).
a) Natureza do objeto
Se a negociação for qualitativa, sugere-se considerar a variável elasticidade
(grau de tolerância) e variável tangibilidade (concretude).
Se a negociação for quantitativa, considerar a variável utilidade (benefícios ou
prejuízos) e jogo (como comportar quando há alteração durante o acordo).
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b) Negociador e seus papeis
Se negociador é posicional (eu ganho você perde).
Se negociador é flexível (ponderado: expõe e também ouve a outra parte).
Se negociador afável (ouve bastante, não afronta).
Se negociador analítico (não dá pista se satisfeito ou insatisfeito)
c) Poder de barganha
Se negociador é posicional (eu ganho você perde).
Se negociador é flexível (não está preso a uma fórmula).
d) Interesses
É importante identificar o que se encontra atrás da outra parte e conciliar as
necessidades das partes.
9. O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
Preparação
Definição de escopo
Justificativas
Soluções alternativas
Conclusão
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Acordo Negociado) para alguns autores. A alternativa da MAAN é melhor que o
impasse. Nessa fase é importante se conjecturar a MAAN da outra parte e em caso
de, poder trabalhar no sentido que a outra parte a modifique. A distância entre o
ideal e o mínimo constitui a margem de negociação, que, quanto mais ampla, maior
flexibilidade se terá durante o processo. Na preparação é fundamental não se deixar
levar por percepções distorcidas para não permitir que o cérebro seja contaminado
por expectativas e percepções irrealistas. Entender que as partes podem ceder, mas
dependerá dos argumentos oportunos.
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posicionamento. O problema é que um processo com o conteúdo superficial pode
levar a acreditar que nossas propostas são justas e quando na verdade não o é.
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Figura 6 – O processo de negociação – CEDV (2006).
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4. Exploração – nesta etapa deveremos explorar e compreender as variáveis
envolvidas, clarificar os pontos obscuros, pesquisar e criar alternativas de ganho
mútuo.
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A título de ilustração, segue manual e regra da Nordstrom (Seattle,
Washington, EUA, fabrica calçados) em apenas uma folha cada, conforme figura 7,
dando a demonstração que nem sempre é necessário quantidade.
MANUAL DO FUNCIONÁRIO
Ficamos felizes em tê-lo em nossa empresa.
Nossa meta no 1 é fornecer um ótimo atendimento ao cliente.
Coloque suas metas pessoais e profissionais no maior patamar.
Regras da Nordstrom:
Regra no 1: Use seu bom senso em todas as situações.
Não haverá mais regras. Sinta-se livre para fazer perguntas a
qualquer momento para o seu gerente de departamento, gerente
de loja ou gerente geral da divisão.
Figura 7 – Adaptado de Nordstrom
(Fonte: Business and Society Review, Spring 1993, n85)
Postura de jogador
Negociadores que adotam essa postura consideram que a negociação é um
jogo com suas regras próprias. Essa postura apresenta alguns problemas:
- Parte do princípio de que todos conhecem as “regras do jogo” e as usa o que nem
sempre é verdade;
- É difícil determinar com precisão onde termina o blefe e começa a fraude;
- Quase sempre leva a resultados perde x ganha;
- Prejudica a reputação do negociador.
É importante que se tome cuidado com a postura em tratativa - o que pode
ser considerado por você como ético, a outra parte pode entender que sua atitude foi
antiética, podendo gerar atritos, desconfianças e negociação de baixo valor
agregado.
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Postura idealista
Contrariamente a postura anterior, a postura idealista considera a negociação
um aspecto da vida social e não uma atividade como um jogo. Prefere adotar
postura sincera e honesta quando negociam, mesmo que isso às vezes prejudique
sua estratégia. Essa postura apresenta também alguns problemas:
- O negociador quase sempre tem menos poder;
- Seus padrões éticos elevados podem impedir determinados acordos;
- Pode ficar vulnerável quando o outro negociador é um jogador;
- Tem problemas quando o outro negociador está defendendo o próprio interesse.
Trata-se de postura a princípio, a mais adequada. Tal postura mantém a
reputação elevada perante a sociedade, mas infelizmente nem sempre é possível
agir dessa maneira.
Postura pragmatista
A postura pragmatista pode ser considerada como intermediária entre as duas
anteriores. Considera a mentira às vezes necessária no processo de negociação,
mas prefere não utilizar se tiver outra alternativa melhor. Os negociadores que
adotam essa postura a seguem mais por prudência do que por razões idealistas. Os
pragmatistas tentam não se utilizar de mentiras e blefes porque sabem que causam
danos à reputação e à credibilidade do negociador. A postura pragmatista é a
princípio, a mais adequada às relações de negociação que as duas posturas
anteriores.
O quadro a seguir, mostra os comportamentos considerados éticos e
antiéticos na negociação.
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Fazer promessas para proteger suas
vendas, em contingências certas,
Tomar decisões e implementar ações que oferecendo um produto que não serve
enfatizam o bem-estar e os interesses tanto da para a pessoa naquele momento, mas
sociedade quanto da organização. que pode ser levado e depois trocado,
insistindo com garantias até que ela o
compre.
Quadro VIII – Comportamentos Éticos e Comportamentos Antiéticos – Adaptado de Martinelli e Ghisi (2006).
Fatores Estratégicos
São componentes consideradas cruciais ou vitais e relevantes ao sucesso da
organização e sejam capazes de assegurar a sua continuidade num ambiente em
constante mutação. São os seguintes fatores: Informação – Tempo – Poder –
Pressão. São fatores estratégicos por tratar de macroambiente, exige visão mais
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ampla e mais sistêmica. Normalmente influenciam na percepção dos rumos que a
organização, nas forças que se opõem aos seus objetivos e como lidar com elas,
nas oportunidades que se abrem e como aproveitá-las.
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conjunto de informações e se trabalha na busca de identificar algum aspecto
porventura faltante ou excedente para ampliar a capacidade de negociação.
Passo 4 - Aplicação
Passo em que se deve definir a forma como serão utilizadas as informações
trabalhadas na mesa de negociação, visando impactar positivamente na negociação.
Fatores Táticos
Trata de visão mais voltada à mesa de negociação e aspectos que
precisamos articular para a implementação de nossas ações. Compõem nos
seguintes fatores: Avaliar as posições – Fazer perguntas inteligentes – Definir seus
movimentos – Gerenciar as concessões. Têm influencia sobre o ambiente
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organização e microambiente. Momento em que os pontos fortes e pontos fracos da
organização devem ser trabalhados.
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negociação deve tomar. A forma como o fazemos dependerá em muito do estilo
pessoal e princípios da organização a qual nós representamos. Necessitamos de
prudência, mas é o instante que informações e estratégia da negociação podem vir a
tona. De acordo com o autor, seguem algumas dicas:
- Dica 3: determine a concessão que você está disposto a fazer em troca da outra
parte;
- Dica 5: faça uma concessão já prevista em seu plano de negociação, porém que a
outra parte não sabe, para obter concessão importante da outra parte.
Fatores Comportamentais
A importância desse fator não é a simples barganhas de posição, mas o de
atingir a outra parte em sua mente. Influenciar a mente das pessoas no sentido de
conduzi-las a que façam como desejamos é o mais alto grau que uma pessoa pode
atingir como negociador. Entender os diversos fatores comportamentais envolvidos
em uma negociação nos ajuda a fazer a leitura do perfil da outra parte, da minha
parte e possibilita fazer uma previsão mais segura a respeito dos possíveis
desdobramentos em uma mesa de negociação. Os fatores comportamentais são:
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Pessoas com predisposição positiva olham para as possibilidades de acordo e,
portanto de convergência. Divergência, são compostas por pessoas com
componente para o conflito e quase sempre, enxergam mais as diferenças. Saber
identificar os perfis e como lidar com cada um deles é a chave para a negociação.
- Truste (combinação entre empresas sob a direção de uma junta para diminuir as
despesas e dominar o mercado – Ex. Planos odontológicos);
- Cartel (acordo entre empresas para definir mercados e preços para limitar a
concorrência – Ex. Postos de combustíveis);
- Pool (união temporária de empresas para explorar um negócio para limitar custos –
Ex. Transmissão copa do mundo);
- Dumping (prática comercial de uma ou mais empresas para venderem seus
produtos por preços abaixo de seu valor justo, visando eliminar concorrentes e
dominar o mercado). Etc.
Alcança ótimos Pode ignorar os interesses Explorar aspectos que dizem respeito
resultados. alheios. à diferenciação:
- Maior rapidez
Tem fama de Pode criar conflitos ou - Maior facilidade
competente. impasses.
- Exclusividade
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É direto. Autodisciplina. - Inovação
- Flexibilidade
Impõe respeito. Ser moderado. - Tratar de aspectos macro.
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Compreensivo, bom Explorar aspectos que dizem respeito
Pode ter fama de submisso.
ouvinte. a relacionamento:
- Flexibilidade
É benquisto. Evita conflitos. - Respeito
- Persuasão
Faz amizades facilmente. Pode não impor respeito.
- Confiança
Dificuldade na - Tangibilizar a entrega
É conciliador. - Apoio.
autodeterminação.
É rápido. Pode ser mau ouvinte. Explorar aspectos que dizem respeito
a soluções:
É prático. Pode decidir sem pensar. - Objetividade
- Eficiência
Pode começar e tem dificuldade
Não perde tempo. - Agilidade
em concluir.
- Ouvir mais que falar
É ansioso. Pode ser precipitado. - Empatia
- Ter calma.
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outra parte.
Seja flexível de forma a adaptar-se à Não comece a fala se não tiver algo de
situação e às reações da outra parte. relevante para dizer.
Lembre-se de que a flexibilidade não é
sinal de insegurança ou fraqueza, mas
de estar alerta a compreender a
questão.
Se durante as negociações forem ditas Não interrompa a outra parte. Deixa-a
coisas sigilosas, mantenha-se sem se acabar primeiro ante de começar a falar.
posicionar.
Trabalhe com uma agenda para tornar a Evite fazer reuniões com mais de 2
reunião mais eficiente. horas sem intervalo.
Quadro IX – O que se deve fazer e O que não se deve fazer – CEDV (2006).
CONSIDERAÇÕES
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em algum momento fazer a menção; 2º) que mesmo dentro do foco proposto, a idéia
não foi a de esgotar o tema.
REFERÊNCIAS
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MARTINELLI, D; GHISI, F. Negociação: conceitos e aplicações – práticas de uma
abordagem. São Paulo: Saraiva, 2006.
MELLO, José C. M. de. Negociação baseada em estratégia. São Paulo: Atlas, 2012.
MENEZES, J. Aprenda a negociar com os tubarões. Rio de Janeiro: Alta Books, 2013.
NORDSTRÖM, K.; RIDDSTRALE, J. Funky business. São Paulo: Makron Books, 2001.
OLIVEIRA, J. F.; PRADO, J.; SILVA, E. A. da. Gestão de negócios. São Paulo: Saraiva,
2005.
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http://exame.abril.com.br/topicos/negociacoes
ROBBINS, S. P.; JUDGE, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e
prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson, 2013.
(1) RODRIGUES, L. C.; OLIVEIRA, J. V. de. O processo de negociação, sua estrutura
e importância no contexto atual. Disponível em 14.01.2016
http://www.aedb.br/seget/arquivos/...299_ARTIGO%20NEGOCIACAO.pdf
SCOTTI, M. Negociação. Curitiba: Signo Publicações, 2003.
SHELL, G. R. Negociar é preciso. São Paulo: Negócio, 2001.
SOBRAL, F. J. B. A. O julgamento moral dos dilemas éticos em negociação. São Paulo:
RAM – Revista de Administração Mackenzie, 2009.
TEIXEIRA, E. et al. Gestão de vendas. Rio de Janeiro: FGV, 2007.
WANDERLEY, J. A. Negociação total. São Paulo: Gente, 1998.
URY, W. Como chegar ao sim com você mesmo. Rio de Janeiro: Sextante, 2015.
ÍNDICE DE FIGURAS
50
ÍNDICE DE QUADROS
51