Semiologia Mamária
Semiologia Mamária
Semiologia Mamária
É constituída por um conjunto de 15 a 20 unidades funcionais conhecidas como lobos mamários, representados por 20
ductos terminais que se exteriorizam pelo mamilo. Apresentam a forma cônica ou pendular, variando de acordo com
as características biológicas corporais e com a idade da pessoa.
Os homens também possuem glândulas mamárias e mamilos, mas não há produção de leite devido à falta do hormônio
feminino estrogênio. Tanto nos homens como nas mulheres há uma grande concentração de nervos e vasos
sanguíneos nos mamilos que são, por essa razão, altamente erógenos.
É comumente aceito por biólogos que o real objetivo evolucionário das mulheres terem seios é atrair os machos da
espécie, sendo os seios uma das principais características sexuais secundárias. Alguns biólogos acreditam que o
formato dos seios femininos evoluíram como uma espécie de complemento estético na parte da frente às formas das
nádegas; outros acreditam que os os seios evoluíram de uma forma a prevenir que os bebês não se sufoquem enquanto
mamam (uma vez que bebês não possuem uma mandíbula protuberante como outros primatas, o nariz poderia ser
bloqueado por um peito feminino liso na hora da amamentação). De acordo com esta teoria, quando a mandíbula dos
hominídeos ficou menor, os seios aumentaram de tamanho para compensar esta diminuição.
Drenagem linfática: Aproximadamente 75% da linfa de origem nas mamas viaja a partir da mama aos linfonodos na
axila do mesmo lado. O resto viaja para os nódulos linfáticos paraesternais, para a mama no lado oposto e finalmente
para os linfonodos abdominais. Os gânglios axilares incluem o grupo inferior ou peitoral - que drena a parte profunda e
transmuscular -, o grupo interno ou subescapular - que drena a parte interna da glândula mamária - e o grupo externo
ou úmero - que drena a parte externa da mama -.
A drenagem linfática das mamas drena os linfonodos da axila. Esta drenagem é particularmente importante na
oncologia, porque as mamas são um local comum de desenvolvimento de câncer, se células malignas são derivadas
do tecido mamário, poderiam se espalhar para outras partes do corpo através do sistema linfático para produzir
metástases. O fato dos vasos linfáticos percorrerem o tecido transmuscular do peitoral maior é justificativo para a
remoção da mesma no tratamento cirúrgico do câncer de mama - chamada de mastectomia radical por Halsted.
Circulação sanguínea: arterial da mama provém da artéria torácica interna (anteriormente conhecida como "artéria
mamária interna"), que surge da artéria subclávia, a artéria torácica lateral, a artéria toracoacromial (ambos originários
da artéria axilar) e das artérias intercostais posteriores. A drenagem venosa dos seios é realizada principalmente pela
veia axilar, mas também pode envolver a veia torácica interna e as veias intercostais. Tanto os homens como as
mulheres têm uma alta concentração de vasos sanguíneos e nervos nos mamilos.
Inervação: Em ambos os sexos os mamilos têm capacidade eréctil em resposta a estímulos sexuais e ao frio. A
inervação das mamas, é dada por estímulos de ramos frontais e laterais dos quatro a seis ramos intercostais,
provenientes dos nervos espinhais. O mamilo é inervado pela distribuição dermatômica do nervo torácico T4.
ANAMNESE:
Identificação:
• Principais queixas: dor, nódulos, fluxo papilar, alterações de desenvolvimento, presença de lesões não
palpáveis, alterações de pele, alterações no complexo aréolo-papilar e alterações na cadeia linfática.
A sequência dos tempos do exame físico deve ser seguida de forma metódica, e da mesma forma, a sequência de
palpação deve ser bem estabelecida e observada. Todos os achados e impressões diagnósticas devem ser
criteriosamente anotados nas fichas da paciente.
• Para a realização do exame físico, a paciente deve estar vestida apenas com avental de fácil remoção,
despindo-se de sutiã, camisa ou blusa.
• O exame físico mamário é dividido em três etapas distintas, quais sejam: INSPEÇÃO (estática e dinâmica),
PALPAÇÃO (cadeias linfáticas, mamas e outras estruturas) e terminamos com a EXPRESSÃO MAMÁRIA.
Inspeção estática:
• Para esta etapa do exame físico, a paciente deverá estar em posição ortostática ou sentada, com os braços
soltos ao longo do corpo.
• Lembrar que nos pacientes com mamas muito volumosas, e/ou muito flácidas, devemos elevá-las para melhor
visualização do pólo inferior e sulco inframamário.
• Em relação às mamas, deve-se observar o número de mamas, localização, forma, volume (tomando-se o
cuidado de se graduar quando se fizer a anotação), contornos (abaulamentos e retrações) e simetria.
• Em relação à pele, deve-se observar a cor, brilho, presença de cicatrizes, vascularização e distribuição
dos vasos, pêlos, edema cutâneo (“peau d’orange”) e lesões (úlceras e feridas).
• Em relação ao complexo aréolo-mamilar (CAM), avalia-se a forma, dimensões, simetria, características da
pele e retração.
• Devem-se observar ainda eventuais alterações do tórax (cifoses, escolioses e defeitos das articulações
costoesternal) e da cintura escapular.
Figura 1. Peau d'orange no peito pode ser um sinal de Figura 2. Posição da inspeção
câncer de mama. Se notar que a pele do seio desenvolveu estática.
uma textura semelhante à casca de laranja, consulte o seu
médico para avaliação.
Inspeção dinâmica:
Na palpação das mamas, lembrar que este tempo implica no exame da região que tem como limites a clavícula, o
sulco infra-mamário, a linha axilar posterior, a linha médio-esternal e o prolongamento axilar.
• Para a palpação das mamas, a paciente deve estar em decúbito dorsal, de forma que toda a mama se
distribua sobre a parede torácica.
• Os braços devem estar elevados com as mãos atrás da nuca.
• Deve-se colocar um coxim embaixo do dorso (espádua)
correspondente à mama que se palpa. Preconizamos iniciar a
palpação pela mama “sadia”, palpando a mama afetada após,
e sempre comparando os achados.
• A palpação deve ser sempre sistematizada, de forma suave e
deve abranger toda a extensão mamária. Deve-se utilizar a
ponta e a polpa digital dos dedos indicadores, médios, anulares
e mínimos (Figura 8).
• Movimentos de dedilhamento, de massagem e de deslizamento
das mãos podem aumentar a sensibilidade do examinador,
como também a pressão variável sobre as mamas.
• Achados como nódulos, espessamentos, consistência do
parênquima, temperatura e dolorimento devem ser
criteriosamente anotados.
• Para a descrição mais acurada do local onde a alteração se encontra na mama, dividimos a mama em
quatro quadrantes, direitos ou esquerdos, quais sejam: Quadrante súpero lateral (QSL), quadrante ínfero
lateral (QIL), quadrante súpero medial (QSM) e quadrante ínfero medial (QIM). Alguns consideram ainda
um quinto quadrante que seria o quadrante central (retro-areolar).
• Além destas informações, a descrição da lesão pode ser feita de forma bastante precisa tomando-se como
referência um mostrador de relógio e a distância do CAM onde está a lesão (Figura 9).
• Lembrar que em pacientes com mamas volumosas, grandes, devemos fazer a palpação também com a
pacientes sentada.
TÉCNICAS DE PALPAÇÃO:
Figura 3. Exame para descarga. Figura 2. Exame para nódulo abaixo do mamilo.
Expressão: terminamos a palpação com a expressão das mamas,
bilateralmente (Fig. 10).
Substituição do “autoexame de mama” por “autoconsciência de mama”, em que mulheres acima de 20 anos tomariam
consciência da aparência e textura normais de sua mama, mas sem técnicas de rotina especial para o exame.