II Etapa - Operações e Métodos de Lavra A Céu Aberto
II Etapa - Operações e Métodos de Lavra A Céu Aberto
II Etapa - Operações e Métodos de Lavra A Céu Aberto
Professores:
Setembro de 2008
PROGRAMA
Pág.
1. Histórico...............................................................................................................................5
2. Desenvolvimento..................................................................................................................6
1.2. Preparação e limpeza do terreno...................................................................................7
1.3. Abertura de acessos .....................................................................................................8
1.4. Remoção de solo e cobertura vegetal ...........................................................................8
1.5. Preparação de bota-fora ...............................................................................................9
1.6. Recuperação da superfície............................................................................................9
3. Métodos de Lavra a Céu Aberto ...........................................................................................9
3.1. Método de Lavra em Bancadas ....................................................................................9
3.1.1. Sequência de desenvolvimento..........................................................................10
3.1.2. Ciclo de operações ............................................................................................11
3.1.3. Condições de utilização.....................................................................................11
3.2. Método de Lavra por Tiras ........................................................................................12
3.2.1. Sequência de desenvolvimento..........................................................................13
3.2.2. Ciclo de operações ............................................................................................13
3.2.3. Condições de utilização.................................................................................... 14
3.3. Método de Lavra de rochas ornamentais ....................................................................15
3.3.1. Sequência de desenvolvimento..........................................................................15
3.3.2. Ciclo de operações ...........................................................................................16
3.3.3 Condições de utilização......................................................................................16
3.4. Considerações Geométricas .......................................................................................17
3.4.1. Ângulo da Face da Bancada ..............................................................................18
3.4.2. Altura da Bancada .............................................................................................18
3.4.3. Largura da Bancada ..........................................................................................19
3.4.4. Ângulo de Talude..............................................................................................20
4. Operações unitárias (desmonte, carregamento e transporte) ................................................23
4.1. Desmonte mecânico ...................................................................................................25
4.2. Desmonte a explosivo ................................................................................................26
4.2.1. Perfuração para o desmonte...............................................................................26
4.2.2. Princípios de penetração na rocha .....................................................................26
4.2.3. Métodos de perfuração (mecânicos) ..................................................................28
4.2.4. Custos de perfuração .........................................................................................31
4.2.5. Dimensionamento de perfuratrizes ....................................................................32
4.3. Explosivos .................................................................................................................37
4.3.1. Propriedades dos explosivos..............................................................................40
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1. Histórico
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• Mineiros primitivos
- mãos
- implementos de madeira
- osso
- pedra
- e, posteriormente, metais
• Improvisação de implementos
- cunha e malho
- cestas para transporte de rocha e água
- escadas e molinetes para transporte
- iluminação com candeias ou outras lâmpadas
2. Desenvolvimento
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• Mecânicos
- lavra em bancadas (open pit mining)
- lavra por tiras (open cast mining) e
- lavra de rochas ornamentais (quarrying)
• Aquosos
- placer
- sucção hidráulica
- dragagem
- dissolução
- furo de sonda
- lixiviação
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Fig. 3.1 - Vista de uma lavra a céu aberto (Fonte: HARTMAN, 1987)
• Vantagens
- alta produtividade
- baixo custo de lavra, comparativamente com outros métodos
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• Desvantagens
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minério é feito de acordo com o estado de agregação do minério. Quando não é possível
escavar mecanicamente, utiliza-se explosivo. O material desagregado por explosivo é
carregado em caminhão por meio de escavadeira ou pá-carregadeira. No caso do
desmonte mecânico, a escavação é feita por trator, escavadeira ou pá-carregadeira e
carregado em caminhão para o transporte.
Somente o transporte por caminhão está sendo considerado pelo fato de ser o
mais largamente utilizado. Outros sistemas de transportes empregados na lavra não
apresentam a mesma versatilidade do caminhão. Entretanto, quando são viabilizados,
apresentam custos menores do que aqueles do transporte por caminhão.
• Vantagens
- alta produtividade
- baixo custo de lavra, menor custo de lavra entre os métodos (custo
relativo de 10% considerando custo de rochas ornamentais igual a
100%)
- alta razão de produção
- a lavra pode ser iniciada com pouco desenvolvimento
- possibilidade de utilização de equipamentos grandes
- baixo custo de desmonte
- desenvolvimento simples
- boa recuperação, diluição baixa
- normalmente elimina transporte de estéril e
- boas condições de salubridade e segurança
• Desvantagens
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A parte da rocha não aproveitada, que necessita ser retirada, como também o
capeamento, são removidos por método convencional de extração (mecanicamente ou a
explosivos).
A rocha economicamente aproveitável é extraída em blocos ou chapas, por meio
de cortes realizados por fios helicoidais ou adiamantados, discos adiamantados, jatos de
chama ou de água, cortadoras de correia ou furos paralelos que são interligados por uma
fenda aberta pela ação de cunhas ou explosivos.
Os procedimentos e técnicas de corte dependem do tipo de rocha, do produto
final desejado e dos equipamentos utilizados na lavra e no beneficiamento.
• Vantagens
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• Desvantagens
Pé
Largura
Bancada
Altura
da
da
Bancada
CRISTA
Talude
ou
Ân
Face
gu
Ta
do de
lo
lu
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Altura Total
β = Tan−1
Compriment o Total
ou:
4(A B )
β = Tan −1
3(L B ) + 4(D)
AB
D=
Tan(α )
e finalmente:
4(A B )
β = Tan −1
4(A B )
3(L B ) + Tan(α )
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4(A )
β = Tan −1 B
4(A B )
3(L B ) + Tan(α ) + L R
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4(10 )
β s = Tan −1 β s = 39 o
4(15 )
3(10 ) +
( )
Tan 75 o
4(10 )
β c = Tan −1 βc = 31o
4(15 )
3(10 ) + + 20
( )
Tan 75 o
• Fases da mineração
- prospecção
- exploração
- desenvolvimento
- lavra
• Funções
- quebra da rocha
- movimentação de materiais
• Mecanismos de fragmentação
- rochas brandas (equipamentos mecânicos)
- rochas mais resistentes (desmonte a explosivo)
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Mas apesar da natureza cíclica das operações de lavra ser bastante comum hoje
em dia, o aperfeiçoamento da indústria mineral tende a progredir de uma tecnologia
essencialmente intermitente (cíclica) para um processo contínuo.
Os equipamentos de carregamento devem estar adequadamente especificados e
dimensionados de acordo com o tipo de material, com a produção desejada e com o tipo
de equipamento de transporte.
A caçamba do equipamento de carregamento deve ser dimensionada em função
do britador à para controlar o tamanho do maior bloco a ser admitido no britador.
O equipamento de carregamento deve ser dimensionado também em função do
equipamento de transporte à para evitar operações inadequadas e número de ciclos
excessivos.
Deve-se evitar a formação das pilhas muito espalhadas, que acarreta aumento no
ciclo de carregamento.
Outro critério importante é o grau de seletividade na lavra.
Métodos de desmonte
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• Perfuração da rocha
- primeira operação
- furos com distribuição e geometria adequadas
- alojar as cargas de explosivo e seus acessórios iniciadores
• Tipos de operações
- penetração na rocha
- desmonte da rocha
• Penetração na rocha
- por impacto
- por corte
- por atrito
- por esmagamento
• Furo
- processo mecânico
- processo hidráulico
- processo térmico
• Desmonte da rocha
- quebra e fragmentação de grandes massas de material
- energia química
- energia mecânica
- energia hidráulica
- outras formas (em estudo)
a- Mecânicos - Percussão
- Rotação
- Percussão-Rotação
b- Térmicos - Sopro ou lança térmica
- Plasma
- Fluido quente
- Congelamento
c- Hidráulicos - Jorro d'água
- Erosão
- Cavitação
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• Sistemas mecânicos
- impacto
- atrito
- esmagamento
• Formas de ataque
- percussão
- rotação
• Interação coroa-rocha
- fragmentação da rocha
- aplicação de força
- campo de tensão
- resistência da rocha à perfuração
- penetração na rocha
• Furo
- forma
- tamanho
- regularidade
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• Fatores influentes
a- variáveis de operação
- perfuratriz
- haste
- coroa
- fluído
Categorias:
- potência da perfuratriz
- energia
- frequência do golpe
- velocidade de penetração
- empuxo
- desenho da haste
- propriedades do fluído
- fluxo do fluído
b- fatores de perfuração (variáveis independentes)
- diâmetro
- comprimento do furo
- inclinação do furo
c- fatores de perfurabilidade (variáveis independentes) (derivados do
ambiente)
- condições geológicas
- estado de tensão
- resistência à perfuração
- limitam performance da perfuratriz
d- fatores de serviço (variáveis independentes)
- supervisão
- potência do equipamento
- local de trabalho
- condições climáticas
• Percussivos (puros)
- furos de pequenos diâmetros
- perfuratrizes manuais
- baixa produção
- baixa produtividade
• Percussivo-rotativos
- quase todo tipo de rocha
- martelo fora do furo
- martelo dentro do furo (down the hole)
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• Rotativos
- trituração (esmagamento), empregando tri-cone-bits
- rocha de dureza média a alta
- por corte utilizando coroas especiais
- rochas brandas
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• Coroas tri-cone-bits
- desenvolvidas em 1910
- até a década de 60, só eram usadas para rochas brandas ou de
pouca resistência
- atualmente competem com outros métodos para rochas duras
b – esmagamento
- movimento lateral dos cones (trituração e cisalhamento)
- cisalhamento em rochas brandas
- esmagamento da rocha pelo giro da coroa
- formação de fragmentos de rocha
C A + C I + C M + CO + C E + C L
CT = + CC
VM
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33
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356 − 60
% Disponibilidade = × 100 = 83%
356
296 − 26 − 10 − 39 − 32
% Utilização = × 100 = 64%
296
PERFURATRIZES
OPERAÇÃO POR
OPERAÇÃO DE
AFETADO POR
N° MÍNIMO DE
PERFURAÇÃO
PERFURAÇÃO
PERFURADOS
PERFURADOS
PERFURADOS
N° DE FUROS
RELAÇÃO DE
FURO (t/furo)
TURNOS DE
PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
POR FURO
HORAS DE
HORAS DE
MATERIAL
TOTAL DE
(m/turno)
METROS
METROS
CLASSE
TURNO
(t/ano)
Horas de perfuração
Número mínimo de perfuratrizes =
Tempo disp. possível × Disp. × Utiliz.
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CUSTOS DE COROAS / m
229 270 311 381
MACIO 0,39 0,43 0,49 0,56
MÉDIO 0,62 0,62 0,72 0,82
DURO 0,85 0,85 0,98 1,12
m − Custo coroa
turno m
Custo de coroa por horas de operação =
5,1 horas operação
turno
MANUTENÇÃ
PERFURATRI
PERFURAÇÃ
PRODUÇÃO
OPERAÇÃO
OPERAÇÃO
CLASSE DE
ANUAIS DE
HORAS DE
MATERIAL
(t / ano)
ZES
O
E
3229632
229 DURO 22484,9 83,92 1886933
0
3229632
270 DURO 11573,4 96,28 1114287
0
3229632
311 DURO 7157,9 111,28 796531
0
3229632
381 DURO 5600,8 126,07 706093
0
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DEPRECIAÇÃO ( 10 ANOS )
CUSTOS ANUAIS DE
DE CAIXA ($ x 10³)
PERFURATRIZ ($)
PERFURATRIZES
MANUTENÇÃO
OPERAÇÃO E
CLASSE DE
CTVAFC
($ x 10³)
($ x 10³)
($ x 10³)
CAOM
CAFC
CC
22
5 350.000 1.750 175 1.887 897 6818
9
27
3 500.000 1.500 150 1.114 507 4365
0
31
2 715.000 1.430 143 797 346 3385
1
38
2 795.000 1.590 159 706 291 3234
1
FVA =
(1 + i)n − 1 n → tempo i → taxa FVA =
(1 + 0,12)10 − 1 = 5,65
i(1 + i) 0,12(1 + 0,12 )
n 10
36
•
CLASSE DE
381
311
270
229
PERFURATRIZES CLASSE DE
381
311
270
229
PERFURATRIZES
2
3
3
6
N° DE PERFURATRIZES
N° MÍNIMO DE
4.3. Explosivos
2
2
3
5
PERFURATRIZES
CUSTO DE CAPITAL NECESSÁRIAS
POR PERFURATRIZ ($)
TEMPO DE MUDANÇAS
Decomposição
CUSTO TOTAL DE DE POSIÇÃO
8
8
6
2
CAPITAL ($ x 10³) ADICIONAL/DIA DE
795.000 1.590
715.000 2.145
500.000 1.500
350.000 2.100
CC OPERAÇÃO
DEPRECIAÇÃO TEMPO TOTAL NAS
(10 ANOS) ($ x 10³)
159
215
150
210
MUDANÇAS DE
592
2368
2368
1776
D PERFURATIZ (HORAS)
CUSTOS ANUAIS DE AUMENTO EM
OPERAÇÃO E MUDANÇAS POR
592
1184
1184
118,4
706
797
MANUTENÇÃO ($ x10³) PERFURATRIZ
1.114
1.887
CAOM TEMPO TOTAL DE
PERFURAÇÃO
CUSTOS ANUAIS DE
3352
3352
3944
AJUSTADO POR
4417,6
291
311
507
880
CAFC
TOTAL HORAS DE
CUSTO TOTAL DE PERFURAÇÃO
XI. CÁLCULO E ANÁLISE ECONÔMICA PARA FROTA AJUSTADA
5600,8
7157,9
FLUXO DE CAIXA A
NO DE
3234
3902
4365
7072
12% EM 10 ANOS
2
3
3
6
($ x 10³) PERFURATRIZES
CTVAFC NECESSÁRIO
decomposição muito rápida quando é iniciada por calor, impacto, fricção ou choque.
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O explosivo é um agente, composto, ou uma mistura que apresenta
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- reação exotérmica
- alta velocidade
- liberação de grande quantidade de energia
- liberação de gases
- alta temperatura
- elevadíssima pressão
• Velocidade da reação
- supersônica (detonação) (1.500 a 9.000 m/s)
- sub-sônica (deflagração)
• Deflagração
- reação de oxi-redução
- queima muito rápida
- abaixo da velocidade sônica
- associada apenas ao calor
- pode ocorrer em explosivos onde deveria haver detonação
• Detonação
- onda de choque
- pressão instantânea (fragmentação)
- pressão termodinâmica (expansão dos gases)
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• Explosivos comerciais
- carbono
- hidrogênio
- oxigênio
- nitrogênio
• Balanço de oxigênio
- máxima energia liberada
• Produtos gasosos
- H2O (vapor)
- CO2
- N2
• Gases nocivos
- detonação não ideal (NO, NO2, CO, NH4 e CH4)
• Detonação ideal
- “steady state” (atrás da frente de choque)
- plano Chapman-Jouguet, C-J
- “non steady state”
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• Pulso de pressão
- alto explosivo (curva A)
- alta energia de quebra
- liberação de gases muito rápida
- explosivo comercial (curva B)
- baixa energia de quebra
- grande volume gasoso
Fig. 4.9 – Formas de pulso de pressão da onda de choque para um alto explosivo
(A) e para um explosivo comercial com grande volume gasoso (B).
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−Gases Nocivos:
- quantidade de gases gerados pela detonação
- gases tóxicos
- balanço de oxigênio
−Densidade:
- explosivos comerciais (0,5 a 1,7)
−Resistência à água:
- força ou capacidade de detonar
- alteração da composição dos gases produzidos
- formação de gases tóxicos
−Velocidade de detonação:
- quanto maior a velocidade de detonação maior é a força
- condições de carregamento (diâmetro do furo, compactação,
confinamento, umidade etc.) afetam a velocidade de detonação
- abaixo do diâmetro mínimo a velocidade de detonação diminui
−Pressão de Detonação:
- pressão teórica máxima atingida na zona de reação
- medida no plano Chapman-Joguet
- variam de 2 a 24 GPa
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−Pressão no furo:
- pressão máxima exercida contra a parede do furo
- medida atrás do plano C-J
- feita em testes subaquáticos
−Explosivos militares:
- TNT
- PETN
−Explosivos comerciais:
- nitroglicerinados
- agentes explosivos secos (ANFO)
- agentes explosivos úmidos (“hidrogéis”, “emulsões”)
- de segurança (“permissíveis”)
- iniciadores (“primers”)
- reforçadores (“boosters”)
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−Explosivos nitroglicerinados
- dinamite é o nome comercial introduzido por Alfred Nobel
- os três tipos básicos, considerados altos explosivos (HE), são:
- granulares
- gelatinas
- semi-gelatinas
- gelatinas e semi-gelatinas: nitrocelulose + nitroglicerina = gel
−Dinamite amoniacal
- mistura granular
- pequena quantidade de nitroglicerina
- nitrato de amônio
- nitrato de sódio
−Nitrato de amônio
- sal inorgânico (NH4NO3)
- cor branca
- temperatura de fusão: 160,6 °C
- isoladamente não é um explosivo
- (NH4NO3) + combustível = explosivo
- densidade: cerca de 0,8
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- higroscopicidade elevada
- pode se liquefazer em umidade relat. > 60%
Nitrato
Amônico
Combustível
(Diesel)
ANFO
Qualquer substância combustível pode ser usada com o nitrato de amônio para
produzir um agente explosivo. Nos Estados Unidos durante os anos 50 era utilizado o
carvão, mas posteriormente ele foi substituído por combustíveis líquidos, visto que estes
propiciam misturas mais íntimas e homogêneas com o nitrato de amônio. Dentre eles, o
produto mais utilizado é o óleo diesel, que apresenta a vantagem de ser menos volátil do
que outros combustíveis como a gasolina, o querosene, a parafina etc. e
conseqüentemente oferece menor risco de explosão.
Diversos tipos de óleos podem ser aproveitados também como combustível, mas
possuem o inconveniente de reduzir a sensibilidade à iniciação e propagação, assim como
o de apresentar um menor rendimento energético.
A quantidade de combustível é um fator importantíssimo. A reação de
decomposição do sistema equilibrado em oxigênio é:
produzindo cerca de 920 kCal/kg, o que pode ser inferior nos produtos comerciais
segundo o conteúdo de materiais inertes.
A mistura estequiométrica corresponde a 95,3% de nitrato de amônio e 5,7% de óleo-
diesel.
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ALANFO
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a esse agente explosivo produtos como o alumínio, obtendo-se bons resultados técnicos e
econômicos, sobretudo quando as rochas são muito resistentes e maciças.
O limite prático da porcentagem de alumínio no ANFO encontra-se entre 13 e
15%. Porcentagens superiores a 25% diminuem a eficiência energética, Figura 4.15. O
alumínio a adicionar deve possuir uma granulometria entre as 20 e 150 malhas (“mesh”).
Relativo a pureza, esta deve ser superior a 94%. O Alumínio muito fino pode produzir
explosões descontroladas.
Os agentes explosivos úmidos são aqueles que contêm mais do que 5% de água
em peso. Nesta categoria encontram-se os hidrogéis ou lamas explosivas, as emulsões e
o ANFO pesado.
Hidrogéis
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Emulsões
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- Desvantagens:
- condições restritas de preparação
- alteração nas baixas temperaturas
- contaminação da carga se esta for feita a granel
- impossibilidade de ser armazenado por muito tempo
- produz altas pressões de detonação (10 a 12 GPa) com velocidades
de detonação compreendidas entre 4.420 e 5.640 m/s
ANFO Pesado
−Princípio
- grandes quantidades de energia
- em frações de segundo
−Indicação
- maciços pouco alterados, pouco fraturados ou constituídos por rochas de
elevada dureza
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−Importância
- método econômico e rápido
- um dos principais responsáveis pelos custos de lavra
−Desenvolvimento
- propriedades dos explosivos
- mecanismos envolvidos na fragmentação dos materiais
−Planejamento do desmonte
- abordagem sistêmica
- operações subseqüentes
- custo global menor
−Resultado da detonação
- granulometria
- homogeneidade
- pilha
- riscos e incômodos
- níveis de ruídos
- emissão de gases
- vibrações
- ultra-lançamento
- estabilidade dos taludes
−Principal objetivo:
- alcançar o menor custo possível para o desmonte, obedecendo-se:
- às especificações técnicas
- à legislação ambiental
- às condições de segurança previstas
Forma de aplicação de
Método Agente ou máquina
energia
Alto explosivo, agente
Química Explosão
detonante
Pneumática Ar comprimido
Mecânica Corte Trator (dozer)
Impacto Martelo de impacto
Hidráulico
(solo) Monitor
Fluida
Hidráulico Jato hidráulico
(rocha)
Máquina de
Elétrica Arco elétrico
eletrofraturação
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t = l / v = 0,30m/6435m/s = 47 x 10-6 s
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Variáveis de projeto:
H = altura da bancada
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D = diâmetro do furo
L = comprimento do furo
d = diâmetro da carga
B = afastamento nominal
S = espaçamento nominal
LV = comprimento do desmonte
AV = largura do desmonte
Be = afastamento efetivo
Se = espaçamento efetivo
T = tampão
J = subperfuração
l = comprimento da carga
θ = ângulo de saída
v/w = grau de equilíbrio
tr = tempo de retardo
1 = repé
2 = seção do furo
3 = rocha saliente ou em balanço
4 = sobre-excavação
5 = fenda de tração
6 = descabeçamento
7 = cratera na boca do furo
8 = carga não confinada
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A altura da bancada:
- é definida no projeto de lavra
- está condicionada ao equipamento de escavação e carregamento
- se for muito grande, podem ocorrer problemas de desvio de furo, que
afetam a fragmentação da rocha e aumentam o risco de vibrações
fortes, projeções excessivas e sobre-escavação
- considerando a relação H/A (altura da bancada / afastamento):
- H/A grande à deslocamento e deformação grandes
- H/A igual a 1 à fragmentação grosseira (sobre-escavação e
repé)
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T ritura ção
prim ária
T ritura ção
secun dária
M oa gem
P rodu to
ben eficiáve l
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−Vantagens:
- aumenta a velocidade de detonação e a energia desenvolvida
- facilita o emprego de explosivos a granel e a mecanização do
carregamento do furo
- economia tanto no preço de explosivo como na mão de obra
- a planificação e o controle dos desmontes grandes é mais simples e
completa
−Incovenientes:
- os consumos específicos de explosivos são maiores para uma mesma
granulometria e o controle estrutural das rochas é cada vez mais
importante
- limitações pelo porte dos equipamentos de carregamento e transporte
- níveis de vibrações e de onda aérea, mais altos
- maior risco de projeções, pelo tamanho dos fragmentos
- fraturação do maciço remanescente mais interno
- aumento da diluição
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Altura da bancada
Nivelamento da praça
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Ângulo da face
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4.5. Meio-ambiente
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A solução para esses problemas tem sido uma melhor qualificação dos
responsáveis pelo desmonte a fim de reduzir os níveis de perturbação a um custo
razoável.
Uma medida que produz bons resultados é a realização de um trabalho de
informação e relações públicas junto à vizinhança, por parte da direção da mineração. Tal
trabalho, em alguns casos, pode ser até mais eficaz do que a realização de estudos por
parte de especialistas na matéria.
também os aspectos técnicos. Muitas vezes, o custo individual de desmonte pode ser
comparativamente maior para que se forme uma pilha mais adequada ao equipamento de
carregamento. Também pode ocorrer um aumento nesse custo individual para se
conseguir uma fragmentação mais homogênea e de granulometria menor, implicando
numa redução de custo de cominuição e de classificação do material no beneficiamento.
A partir da década de 50 foi desenvolvido um grande número de fórmulas e
métodos para a determinação das variáveis geométricas: afastamento, espaçamento,
subperfuração etc.. Essas fórmulas utilizam um ou vários grupos de parâmetros: diâmetro
do furo, características dos explosivos, resistência do maciço rochoso etc..
No desmonte em bancada o diâmetro é a variável mais importante para efeitos de
projeto. A ele estão relacionadas todas as outras variáveis.
Nesse aspecto, consideram-se duas classes de diâmetro:
- desmonte com furos de pequeno diâmetro (até 165mm)
- desmonte com furos de grande diâmetro (de 180 até 450mm)
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Equipamento de
Altura da bancada Diâmetro do furo
carregamento
H (m) D (mm)
recomendado
Carregadeia de rodas
8 – 10 65 – 90
Escavadeira hidráulica ou a
10 - 15 100- 150
cabo
Tab. 4.4 – Altura da bancada em relação ao diâmetro
do furo e ao equipamento de carregamento
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H β
L= + 1 − × J
cos β 100
sendo “β” o ângulo em relação à vertical em graus, “H” a altura da bancada e “J” a sub-
furação.
- Distribuição das cargas – Pela teoria das cargas seletivas, a energia por unidade
de comprimento no fundo do furo deve ser de 2 a 2,5 vezes superior à energia requerida
para a ruptura da rocha na carga de coluna. Essa energia também é proporcional à
resistência da rocha. A tabela 4.5 apresenta os comprimentos das cargas de fundo
recomendadas, que são determinadas em função do diâmetro. A altura da carga de
coluna é determinada pela diferença entre o comprimento do furo e a soma das
dimensões do tampão e da carga de fundo.
H = 10 + 0,57(C c − 6 )
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Em alguns casos, a altura da bancada está limitada pela geologia da jazida, por
imperativos de controle da diluição do mineral e por razões de segurança.
- Tampão – O comprimento do tampão é determinado em função do diâmetro e a
resistência da rocha, tabela 4.6.
Diâmetro do furo
Variáveis de (mm)
projeto 180 -
250 – 450
250
Subfuração - J 7–8D 5–6D
Tab. 4.8 – Subfuração em relação ao diâmetro do furo.
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- baixo custo
- energia de bolha elevada
- segurança
- facilidade de mecanizar a carga no furo
Utilizam-se os hidrogéis nos casos em que não é possível utilizar o ANFO. Por
exemplo, quando os furos apresentam água em seu interior. Ou simplesmente quando os
cartuchos são colocados no fundo do furo atuando como iniciadores ou reforçadores do
resto da coluna de explosivos.
Atualmente, o desenvolvimento das emulsões e a possibilidade de se obter no
próprio caminhão de carga misturas de emulsão e ANFO (ANFO pesado) têm propiciado a
utilização das cargas seletivas. O sistema consiste na criação de uma carga de fundo de
um explosivo denso com um comprimento de 8 a 16 vezes o diâmetro segundo o tipo de
rocha, preenchendo o restante do furo com ANFO. Essa técnica de carga proporciona o
custo mínimo de perfuração e desmonte em relação aos melhores resultados da operação
em termos de fragmentação, empolamento, condições do piso e geometria da pilha.
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Langefors
L. Jimeno
Andersen
Fraenkel
Konya e
Allsman
Hansen
Foldesi
Pearse
Praillet
Walter
Konya
PARÂMETROS UTILIZADOS
Berta
Ucar
Hino
Carr
Ash
Diâmetro do furo ou da carga X X X X X X X X X X X X X X X X
Altura da bancada X X X
Comprimento do furo X X
Tampão X
Subfuração X
Comprimento da carga X X X
Inclinação do furo X X
Densidade da rocha X X X X X X
Resistência da rocha ou índices
equivalentes
X X X X X X
Constantes ou fatores da rocha X X X X
Velocidade sísmica no maciço
rochoso
X X X X
Densidade do explosivo X X X X X X X X X X
Velocidade de detonação X X X X X X
Pressão de detonação X X X
Constante binômica rocha-explosivo X
Razão afastamento-espaçamento X
Potência do explosivo X
Equipamento de carregamento X
Quadro 4.1 – Comparação de fórmulas de cálculo do afastamento para desmonte
em bancada, com relação aos parâmetros utilizados.
Acredita-se que num futuro próximo todas as equações clássicas poderão ser
usadas como ferramentas do projeto de desmonte. A partir de uma classificação
preliminar para o desmonte determinam-se os parâmetros a serem utilizados nas
equações.
Com essas equações elaboram-se planos de fogo experimentais que permitirão
monitorar as principais variáveis envolvidas. Além disso, pela análise dos resultados do
desmonte e de amostras de material coletado na perfuração e após o desmonte, é
possível aprimorar a classificação e retro-alimentar as equações para melhorar o projeto
de desmonte.
Cabe ressaltar que um dos parâmetros de controle mais importantes – e muito
fácil de se obter – é a velocidade de penetração da broca no furo. Essa velocidade tem
uma relação direta com as características de desmonte do material.
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5. Carregamento
5.1. Princípios
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6. Transporte
6.1. Princípios
Os princípios básicos que caracterizam o transporte numa mina a céu aberto são
definidos em função do volume a ser transportado, da distância de transporte, das
características dos materiais, da rampa máxima a ser vencida e da produtividade
desejada.
O volume a ser transportado é definido em função da produção (por turno, diária,
semanal, etc.). A distância de transporte normalmente é definida entre a frente de lavra e
o britador primário.
Características dos materiais que mais influenciam o transporte:
- granulometria
- heterogeneidade
- humidade
A rampa máxima a ser vencida condiciona muito o sistema de transporte. A
produtividade interfere não só no método de transporte, como também no tipo de
operação cíclica ou contínua.
___________________________________________________________
Operação Método Distância Gradiente
(km) Méd. Máx.
__________________________________________________________________
_____
Cíclico Trem Ilimitada 2 3
Caminhão 0,3 - 8 8 12
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7.1. Operação
deixar o motor funcionar sem carga, em baixa rotação, para que o resfriamento se
processe lentamente, impedindo a ocorrência de trincas de contração, como, por exemplo,
nas placas dos cabeçotes dos cilindros.
Também é extremamente prejudicial a colocação de água fria no sistema de
refrigeração, pois esta, entrando em contato com a tampa do cabeçote aquecido, através
dos canais de circulação, fatalmente ocasionará o aparecimento de trincas que permitem
a perda de compressão e a penetração da água na câmara de combustão.
O operador deve se acostumar à rotina de verificar o abastecimento do
equipamento, não só do combustível, mas também o nível dos depósitos dos diversos
lubrificantes e do fluido dos sistemas hidráulicos. Não é incomum o equipamento parar por
falta de combustível, sendo necessário paralisá-la para escorvar o sistema de
alimentação, bem como a bomba injetora e, até os injetores, com perda de tempo
absolutamente indesejável.
Por outro lado, jamais se deve por a máquina em movimento com o nível dos
lubrificantes abaixo das marcas normais. Os equipamentos podem trabalhar em posições
bastante inclinadas, de modo que a tomada da bomba de óleo pode ficar parcialmente
descoberta, prejudicando a vazão normal do óleo e a lubrificação de peças vitais.
Mesmo a água a ser adicionada ao sistema de refrigeração deve ser limpa e livre
de corpos estranhos, que acabarão por obstruir algum ponto das tubulações levando ao
superaquecimento do motor.
Deve-se paralisar a máquina quando quer que os mostradores do painel indiquem
pressões muito baixas ou elevadas, fugindo da faixa normal, especialmente as dos
lubrificantes do motor, fluido do sistema hidráulico ou do conversor de torque.
Finalmente, recomenda-se manter o equipamento limpo, pois o óleo e a poeira
aderidos formam uma crosta que impede a constatação de vazamentos, trincas, falta de
parafusos etc..
Vê-se, pois, que com medidas simples de rotina pode-se evitar uma série de
problemas com sérias consequências, razão pela qual há um ditado conhecido entre os
que se utilizam de equipamentos mecânicos e que afirma, com muita verdade, que "a boa
manutenção começa com a boa operação da máquina".
7.2. Manutenção
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As falhas mecânicas provêm das peças dos seus diversos sistemas, quando
alguma parte vital é afetada ou danificada. Várias são as causas dessas anomalias.
Projetos ou especificações inadequados, falhas de fabricação, falta de manutenção,
operação inadequada e o inevitável desgaste natural das peças, por conta do uso.
- Manutenção corretiva: é aquela que se preocupa apenas em corrigir as falhas já
detectadas e que prejudicam o funcionamento normal do equipamento. Pode levar a
situações difíceis, porque a quebra das peças ou as falhas de um sistema podem ocorrer
de forma aleatória, exatamente no momento em que o equipamento se faz mais
necessário.
É preciso lembrar que a ruptura de um componente pode afetar outras peças que
trabalham em conjunto. Seria o caso de uma engrenagem da caixa de câmbio, quando
sofrendo a ruptura de um dente, os pedaços soltos poderiam cair exatamente entre outras
engrenagens que se apresentavam sem defeito, ampliando os efeitos do dano.
A quebra de um equipamento básico de um ciclo de produção, desde que não
haja substituição, pode interrompê-lo, deixando ociosos vários outros equipamentos e
aumentando os prejuízos decorrentes. Seria o caso da paralisação de uma escavadeira
que trabalha com unidades de transporte, ou de um trator pusher que carrega vários
motoscrapers.
Em conseqüência dessas possibilidades extremamente desfavoráveis à
produtividade e rentabilidade da obra, introduziu-se o conceito da manutenção preventiva.
- Manutenção preventiva: visa principalmente a evitar ou a prevenir o
aparecimento de falhas mecânicas durante a operação, detectando os defeitos antes de
sua manifestação e, sobretudo, evitando a ruptura de componentes fundamentais pela
substituição sumária de peças que, já tendo atingido certo número de horas de trabalho
ou certo desgaste máximo admissível, apresentam risco de quebra à curto prazo.
É evidente que a introdução da manutenção preventiva apresenta vantagens
óbvias mas, por outro lado, significa um programa de implantação difícil e por vezes de
custo elevado, o que torna a sua aplicação antieconômica para as empresas de pequeno
porte. Mais além, o programa de manutenção preventiva envolve alguns problemas
difíceis, tais como a determinação dos itens considerados críticos que, se forem
danificados em serviço, podem significar a paralisação do equipamento.
8. Operações Auxiliares
São todas as atividades de apoio que não contribuem diretamente para a extração
de minérios. A maior parte é prevista anteriormente ou a seguir ao ciclo de produção de
modo a suportar, mas sem interferir com operações de produção. Algumas dessas
operações podem ser conduzidas como uma parte integral do ciclo se forem essenciais
para a saúde e segurança ou a eficiência das operações.
Por não gerarem lucro, há uma tendência em lhes atribuírem uma baixa
prioridade.
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Muitas vezes, a praça de lavra está situada abaixo do nível do lençol. Em casos
como esses, quase sempre as operações de lavra são extremamente prejudicadas. A
drenagem é possível através do rebaixamento do lençol, que proporciona uma praça
seca, onde as operações podem ser conduzidas com eficiência.
O rebaixamento do lençol é feito a partir de furos nos quais são instaladas
bombas. Na prática, é comum manter o nível freático 2 a 3 bancos abaixo do piso em
operação.
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8.5. Estradas
8.5.1. Tipos
As estradas em mina a céu aberto são usadas para transportar produto em bruto
da mina:
- para a usina de beneficiamento
- para bota-fora
- para instalação de embarque
- para servir de acesso ao pessoal e equipamentos dentro da área da mina
O tipo de construção da estrada depende de sua finalidade e do tipo de
equipamento que irá utilizá-la. Quando o transporte na mina é feito por caminhão, a
estrada é dimensionada principalmente em função das características desses
equipamentos.
Do ponto de vista da utilização, a estrada pode ser considerada temporária ou
permanente. A permanente é aquela que terá vida igual à vida da mina, merecendo,
portanto, uma atenção especial no projeto e construção. A estrada temporária é um
acesso aberto para atender determinada área da mina por um período limitado.
8.5.2. Projeto
O projeto final é determinado pelo tempo de uso pretendido para a estrada e pelo
tipo de equipamento que irá utilizá-la. Durante e após o estágio de planejamento da
estrada, trabalhos preliminares de campo devem ser feitos (através de levantamento
topográfico) para resolver problemas relacionados a gradiente, construção de perfis e
drenagem.
8.5.3. Construção
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O traçado de uma pista é constituído por retas concordadas por curvas, que
formarão o futuro eixo. Na Figura 8.1 é mostrado o traçado de uma estrada descendo
numa cava.
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d- ângulo de rampa
e- curvas de concordância horizontal
f- curvas de concordância vertical
g- off-set
Largura de pista
Curvas
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onde: C = Z = (U + FA + FB ) / 2
Rampas
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8.5.5. Drenagem
8.5.6. Manutenção
9. Equipamentos
9.1. Introdução aos equipamentos de desmonte mecânico
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a- Unidades escavo-empurradoras
92
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(a)
(b)
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c- Unidades escavo-carregadoras
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horas trabalhad as
Disp. mecânica (%) = x 100
horas trabalhad as + horas de reparos
muitas vezes, são incluídos no tempo de trabalho por questão de simplificação, sendo
neste caso considerado parte dos custos de operação e cálculo de produtividade.
Exemplo:
300 horas trabalhadas
100 horas reparos
200 horas stand-by
600 horas totais
300 + 200
Disp. física = x100 = 83%
600
300
Disp. mecânica = x100 = 75%
300 + 100
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horas trabalhad as
Utilização de disp. (%) = x100
horas trabalhad as + horas de stand - by
horas trabalhad as
Utilização efetiva (%) = x100
horas totais
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10.1.2. Ciclo
100
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t c min = ∑ t f + ∑ t v
Tempo de ciclo efetivo é aquele gasto realmente pelo equipamento para executar
o ciclo de operação, computados os tempos de parada (tp) que ocorrem necessariamente
no decurso de muitos ciclos.
t c ef = ∑ t f + ∑ t v + ∑ t p ou,
t c ef = t c min + ∑ t p
Q =C ×f
1
Qmax = Cmax ×
t c min
1
Qef = Cmax ×
t c ef
Qef
R=
Qmax
101
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1
Cmax
t c ef t c min
R= =
1 t c ef
Cmax
t c min
t c min t c min
R= =
t c ef t c min + ∑ t p
ou,
1
R=
∑tp
1+
t c min
102
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1
Q =C R
tc min
Qualquer que seja o material, será preciso conhecer, ainda que de modo
aproximado, o ângulo de repouso (α) do material solto. Para solos argilosos tem-se α =
45o ou 1:1. Já para solos arenosos admite-se que α = 30o ou 1,7:1.
Um processo bastante prático para determinar a capacidade da lâmina, consiste
em escavar uma carga completa da lâmina, levando-a a uma área plana. Em seguida,
levanta-se a lâmina, empurrando o material para frente. Isso formará um montículo de
terra com a forma em planta e perfil é mostrada na Figura 11.2.
103
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e1 + e2 + e3
e=
3
h + h2 + h3
h= 1 dando :
3
3
C = e h L (solto)
8
D D
∑t v = +
vi vr
sendo:
D - distância média de percurso (m)
vi - velocidade de ida, empurrando (km/h)
vr - velocidade de retorno, vazio (km/h)
tv - tempo (min)
D ( m ) x 0,06 D ( m ) x 0,06
∑ tv (minutos) = +
vi ( km / h ) vr (km / h )
Resta adicionar aos tempos variáveis Σtv os tempos fixos, representados no caso
por mudanças de direção (reversão) e mudanças de marcha, para aceleração ou
desaceleração do trator.
Para tratores com conversor de torque, considerando Σtf = 0,05min, tem-se:
D ( m ) x 0,06 D ( m ) x 0,06
tcmin = 0,05(min)
+ +
vi ( km / h ) vr ( km / h )
104
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Exercícios de aplicação
50 x 0,06 50 x0,06
tc min = 0,3 + + = 0,3 + 1,15 + 0,27 = 1,72 min
2,6 11
60 50
Q (m3 / h ) = 3,4 x 0,8 x x ≅ 79m3 / h (i = 0%) (no corte)
1,72 60
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50 x 0,06 50 x 0,06
tc min = 0,05 + + = 0,05 + 1,5 + 0,75 = 2,30 min
2 4,0
60 50
Q = 4,7 x 0,8 x x ≅ 82 m 3 / h
2,30 60
4,5 x 0,06
tem-se: tempo de ida 2x = 0,18 min
3
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4,5 x 0,06
tempo de retorno 2 x = 0,09 min
6
_______
0,27 min
11.2.2. Ciclo
107
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11.2.3. Produtividade
108
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1
Q = c xϕ x xR
tc
onde
c = capacidade da caçamba x fator de carga
ϕ = fator de empolamento do material
tc = tempo de ciclo da carregadeira
R = coeficiente de rendimento
Exemplos
60 50
Q (m3 / h ) = 1,33 x 0,80 x 1,00 x x ≅ 106 m3 / h
0,5 60
com
c = 1,75 x 0,76 = 1,33 m3
ϕ = 0,80
tc = 0,50
R = 50/60
109
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60 50
Q (m3 / h ) = 3 x 0,76 x 0,80 x x ≅ 107 m3 / h
0,85 60
1 1
Qcarregadeira = c x ϕ x R = NC x ϕ x R (R = 100%)
tc Tc
C=nxc
e,
c N xnxc
=
tc Tc
ou,
Tc
N=
n x tc
110
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tc arg a = n x t c ,
111
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Exemplo
a- Trajeto
ß retorno
(Corte) i1 = 4% i2 = 0% (Bota fora)
____________________________________________
A L1 = 1800m B L2 = 1200mC
à ida
b- Características do caminhão
112
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c- Características do material:
fator de empolamento: ϕ = 0,80
peso específico solto: γs = 1,2 t/m3
coeficiente de rolamento: K = 60 kg/t
113
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ΣR = KP = 60 x 33,4 = 2.004 kg
ΣR = KP = 60 x 16,6 = 996 kg
Fator de correção
33.400kg
Máquina carregada r= = 148kg / HP
225
16.600kg
Máquina vazia r= = 74kg / HP
225
Trecho AB
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Trecho BC
r = 148 kg/HP
L = 1.200 > 1.050 m Fator de correção da
com velocidade inicial, em nível velocidade = 0,93
Vm BC = 26 x0,93 ≅ 24km / h
Trecho CB
Trecho BA
Tempos variáveis
Tempos fixos
C 14,0
Tempos de carga: = = 5,6 caçambadas = n
c 2,48
115
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Adotando n = 5
60
Q = 2,48 x 0,8 x1,0 x ≅ 238m 3 / h
0,5
60
Q = 14 x 0,8 x ≅ 46m 3 / h
14,4
Q = 6 x 46 x = 276m 3 / h
Q = 5 x 46 x = 230m 3 / h ,
116
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11.4. Alocação
As falhas mecânicas provêm das peças dos seus diversos sistemas, quando
alguma parte vital é afetada ou danificada.
Várias são as causas possíveis dessas anomalias:
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118
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Igual dificuldade reside na pesquisa e fixação da idade crítica das peças e dos
limites de desgaste admissíveis, pois, da determinação correta desses valores, depende o
sucesso de todo o programa de manutenção preventiva. Esse programa é feito
praticamente através de revisões ou inspeções periódicas, baseadas no número de horas
trabalhadas ou no de quilômetros percorridos.
Para os equipamentos de mineração as revisões mecânicas periódicas são feitas
após o decurso de certo número de horas de trabalho, indicadas pelo marcador de horas
da máquina que, por sua vez, registra um número proporcional às rotações do motor.
Normalmente, as verificações preventivas recomendadas pelo fabricante são
feitas a um determinado intervalo de horas dependendo do tipo de componente.
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O projeto das fases da lavra pode ser elaborado manualmente, com certa
limitação, com base nas seções horizontais e verticais. Ele pode também ser feito
analiticamente com auxilio do computador. Cada método tem vantagens e desvantagens
quando aplicado por um engenheiro experiente, mas o método escolhido é determinado
pela precisão requerida e disponibilidade de recursos financeiros. Se o objetivo do estudo
é muito preliminar, com pouca disponibilidade de dados básicos, então os métodos
manuais podem ser justificados. Se o estudo é para servir de base para investimento e
desenvolvimento de mina, e um grande número de informações foi coletado, então a
utilização de métodos computacionais deve ser preferida.
121
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122
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mercado não têm influência significativa nos preços. A receita é o resultado entre o valor
de mercado e o custo.
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