TCC - Metodologia Da Pesquisa 2014-2 PDF
TCC - Metodologia Da Pesquisa 2014-2 PDF
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DA PESQUISA
AUTORES: FERNANDO FONTAINHA, IVAR HARTMANN, ANA MARIA MACEDO CORRÊA,
CAMILA ALVES E KATARINA PITASSE
GRADUAÇÃO
2014.2
Sumário
Metodologia da pesquisa
1 — ESCOPO DA DISCIPLINA
1.1 — OBJETIVOS:
1.2 — METODOLOGIA:
Por fim, fica claro que se pretendem aulas práticas e aplicadas não apenas
no seu conteúdo, mas também na sua forma. Isto impõe um clima dialógico,
interativo, incorporando inclusive elementos do método socrático clássico.
Aula 1:
Aula 2:
Aula 3:
Aula 4:
Trabalho multidisciplinar.
Aula 5:
Aula 6:
Aula 7:
Aula 8:
Constituir um objeto
Aula 9:
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Ed.
Atlas, 2002.
Páginas: 23-29
Aula 10:
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Ed.
Atlas, 2002.
Páginas 31-34
Aula 11:
Aula 12:
Aula 13:
Aula 14:
Aula 15:
Aula 16:
Aula 17:
PINSKY, Carla B. (org). Fontes históricas. 3 ed. São Paulo. Contexto, 2001.
Páginas: 23-43
Aula 18:
Aula 19:
Aula 20:
Aula 21:
A perspectiva multi-método
Aula 22:
A perspectiva multi-método II
Aula 23:
__________. Tricks of the trade. How to think about tour research while
you are doing it. Chicago: University of Chicago Press, 1998.
BECKER, Howard. Writing for social scientists. How to start and finish
your thesis, book, or article. Chicago: The University of Chicago Press, 1986
ELSTER, John. Explaining social behavior: more nuts and bolts for the
social sciences. Cambridge: Cambridge University Press, 2007.
FIELD, Andy. Discovering Statistics using IBM SPSS Statistics. And sex
and drugs and rock ’n’ roll. 2 ed. London: Sage Publications, 2005.
GEDDES, Barbara. How the Cases you Choose Affect the Answers you Get:
Selection Bias in Comparative Politics’, In Paradigms and Sand Castles.
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GEORGE, A., L., & Bennett, A. Case Studies and Theory Development in
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TUFTE, Edward R. Data analysis for politics and policy. In Journal of Ame-
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LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEITURA COMPLEMENTAR:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEITURA COMPLEMENTAR:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
“I. INTRODUÇÃO
Dado esse cenário, devemos garantir que não passemos do ponto que as
evidências empíricas nos permitem, e não apenas sempre rejeitar a premissa
de racionalidade e procurar uma tendência cognitiva dentro do cardápio para
justificar uma dada posição normativa. Assim, a incorporação das evidências
da pesquisa comportamental no discurso jurídico deve ser acompanhada de
maior ênfase na pesquisa empírica em ambientes específicos.
Esse trabalho possui três objetivos. O primeiro é analisar as diferentes
concepções de racionalidade e porque elas possuem hoje uma posição privile-
giada nas ciências sociais. O segundo é tentar entender melhor a literatura de
pesquisa comportamental que questionam a validade empírica dos axiomas
da Teoria da Escolha Racional. O terceiro é identificar problemas na forma
como a pesquisa comportamental tem sido incorporada no discurso jurídico.
Essa questão é importante porque a Teoria da Escolha Racional hoje pos-
sui uma posição privilegiada nas ciências sociais, influenciando a formulação
de teorias, de objetivos normativos e de instrumentos de políticas públicas
decorrentes. O direito trabalha com certa ideia, ainda que implícita, de como
os indivíduos se comportam. Dessa forma, torna-se de grande importância a
existência de uma literatura robusta e crescente demonstrando achados empí-
ricos que questionam as premissas e previsões da teoria dominante.
Este trabalho possui como limites realizar uma breve discussão sobre al-
guns aspectos, ideias e evidências da literatura de Teoria da Escolha Racional
e Pesquisa Comportamental. Fogem do escopo deste trabalho maiores dis-
cussões sobre o mérito das pesquisas e experimentos específicos que demons-
tram as evidências comportamentais aqui explicadas, bem como a eventual
proposição de soluções normativas aos problemas aqui apontados.
O trabalho está estruturado em cinco tópicos, além desta Introdução (Par-
te I). Na Parte II refletimos sobre as diferentes concepções de racionalidade,
identificando os problemas de cada uma, e analisamos os principais argu-
mentos que fazem parte do debate. A Parte III destaca as tendências cogniti-
vas identificadas pela literatura de pesquisa comportamental que questionam
a validade empírica das premissas e previsões da Teoria da Escolha Racional.
Na Parte IV apontamos problemas na forma como os acadêmicos do direito
têm procurado incorporar a pesquisa comportamental ao discurso jurídico.
O trabalho termina com uma Conclusão na qual reiteramos parte dos argu-
mentos anteriores e defendemos que a incorporação das evidências da pes-
quisa comportamental ao discurso jurídico deve ser acompanhada por maior
ênfase na pesquisa empírica em ambientes específicos.
Ainda estamos em um período análogo à Idade das Trevas nas ciências
sociais no que se refere à busca pela compreensão das reais causas de diversas
instâncias do comportamento humano. Devemos sair dessa situação. Um
começo é a diferenciação do avanço científico de mera retórica”
LEITURA OBRIGATÓRIA:
Como você organiza o seu tempo? Você seria apto a conciliar o cronogra-
ma das atividades de pesquisa com seus os demais compromissos?
O aluno da FGV Direito Rio possui dois semestres letivos para terminar o
trabalho de conclusão de curso, por isso montar um cronograma de trabalho
é importante para que haja tempo hábil para o desenvolvimento de todas as
etapas da pesquisa. O aluno deve especificarno cronograma quantas semanas
ou meses desenvolverá cada etapa.
Em média, excluindo-se as férias, os alunos dispõem de oito meses para
concluir o TCC. Recomenda-se, de maneira geral, um mês para escolha do
assunto, orientador e desenvolvimento do problema; cinco meses para a pes-
quisa bibliográfica, coleta de dados e, se for o caso, reformulação do proble-
ma; dois meses para a redação e ajustes finais.
O cronograma pode ser modificado ao longo da pesquisa? Esses prazos
sugeridos podem ser flexíveis?
Fonte: Material Didático Metodologia do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Luci Oliveira,
Fundação Getúlio Vargas 2013
“2 — CRONOGRAMA DE REALIZAÇÃO
ATIVIDADE
mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar
PERÍODO
1ª ETAPA
Seleção da equipe de pesquisadores,
x
distribuição inicial das tarefas.
Revisão bibliográfica x x x
Levantamento dos acordos de cooperação
x x x
internacional.
Análise legislativa internacional e
x x x
comparada
Consolidação dos dados. Entrega do
x
primeiro relatório parcial
2ª ETAPA
Estudo jurisprudencial (STJ e STF) x x x
Levantamento dos acordos de cooperação
x x
administrativa
Atuação do DRCI, GGI-DL e ENCCLA. x x
Exame das bases de dados disponíveis no
x x
CNJ
3ª ETAPA
Mapeamento legislativo no Congresso
x x
Nacional
Elaboração de minuta x x
Realização de seminário x x
LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
Disponível em:
http://academia.edu/1858654/_Breve_roteiro_para_redacao_de_projetos_
de_pesquisa_._Revista_Estudos_Politicos_n.6_p.345-353_2013
LEITURA OBRIGATÓRIA:
1
DEMO, Pedro. Introdução à metodolo-
gia da ciência. São Paulo: Atlas, 1985.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Ed.
Atlas, 2002.
Páginas: 23-29
“Introdução
LEITURA OBRIGATÓRIA:
GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Ed.
Atlas, 2002.
Páginas 31-39
“Introdução
LEITURAS OBRIGATÓRIAS:
A partir dessa base é que iniciamos a análise dos casos para montagem do
formulário de análise. Alguns dos casos foram descartados por envolverem
erros de cadastramento, ou por não contarem com informações suficientes
para a análise.
Assim, a tabela final foi composta de 244 casos, que serão melhor especi-
ficados nas páginas seguintes, todos eles envolvendo Light ou Ampla, com
a palavra ANEEL na jurisprudência, e relacionados a decisões das Turmas
Recursais dos Juizados Especiais Cíveis do Estado do Rio de Janeiro.
gal, a ampla defesa e aos princípios protetivos do consumidor eis que in-
vertem o ônus de provar a inexistência da prática de fraude sem prévia intimação
ou comunicação da suspeita de irregularidade. Sanções inadmissíveis eis que
baseadas em procedimento irregular; cancelamento do TOI e abstenção de
cobranças que se mantém, eis que escusável o erro da medida, amparado que
foi em ato normativo de autarquia federal. Ausência de interrupção; ine-
xistência de danos morais, segundo entendimento majoritário deste Conselho ao
qual se adota em nome da segurança jurídica.” (Processo nº 2011.700.030824-7
— CONSELHO RECURSAL CÍVEL — grifo nosso)
Por mais que possa parecer impossível, existem experiências bem sucedi-
das que merecem destaque, como o “Supremo em Números” e a “Avaliação
dos impactos da Lei nº 11.101/05 — Lei de Recuperação de Empresas”,
ambas desenvolvidas pela Fundação Getúlio Vargas. E é nestas experiências
que o presente estudo inspira-se.
Assim, após diversas tentativas, chegou-se a um formulário final que foi
aplicado a todas as 244 decisões analisadas, como se segue:
LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA OBRIGATÓRIA:
Descrição metodológica
FIGURA 1:
FIGURA 3:
165 REs fizeram Em 136 REs, providos
comunicação com o total ou parcialmente, o
97.130 REs foram Senado, por STF comunicou sua
providos, total ou motivos diversos decisão ao Senado
parcialmente
FIGURA 4:
7
Vale lembrar que, mesmo em relação
aos que foram julgados parcialmente,
separaram-se os que tiveram declara-
ção de inconstitucionalidade de lei ou
ato normativo e, posteriormente, foram
enviados ao Senado para o exercício da
competência conferida pelo art.52, X,
Fonte: site do Senado Federal. da Constituição Federal.
8
Disponível em: <http://www.sena-
do.gov.br/sf/publicacoes/anais/pdf/
Resolucoes/2005.pdf>. Acesso em 05
mai.2010.
LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEITURA COMPLEMENTAR:
LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEITURA OBRIGATÓRIA
PINSKY, Carla B. (org). Fontes históricas. 3 ed. São Paulo. Contexto, 2001.
Páginas: 23-43
LEITURA COMPLEMENTAR
LEITURA OBRIGATÓRIA:
LEITURA COMPLEMENTAR:
Introdução
O tema geral do presente trabalho será o “Estudo de Caso: os novos direi-
tos dentro da perspectiva da empresa de ônibus Util nos últimos 25 anos”. A
relevância do estudo se dá pela análise que será feita da abrangência, impor-
tância e influência que o surgimento das chamadas gerações de direitos, mais
especificamente, novos direitos, dentre eles, direito do consumidor, ambien-
tal e regulatório, possuem do dia-a-dia da gestão de uma empresa de ônibus.
O surgimento dos novos direitos, que nasceram para resguardar a socieda-
de de abusos antes cometidos sem qualquer tipo de punição se deu a partir da
promulgação da Constituição Federal de 1988, que permitiu o nascimento
de um Estado Democrático de Direito.
A sociedade se encontra em constante mudança e desenvolvimento, pro-
vocando episódios causadores de novas situações jurídicas, e assim, o direi-
to também precisa acompanhar esse avanço. Diante de determinadas ocor-
rências, como por exemplo, a globalização e a conscientização social, novos
anseios da sociedades precisavam ser atendidos. Para novas situações, novos
direitos surgiram conjuntamente, no entanto, ainda precisam se tornar mais
sólidos.
E estudo tem a finalidade de demonstrar de que maneira, uma das em-
presas de ônibus mais antiga do Grupo Jacob Barata, precisou mudar e se
adaptar para atender as novas leis impostas a sociedade, que antes não tinha
a quem “prestar contas”.
O trabalho tem o objetivo de analisar não apenas por meio de doutrina,
mas também a partir de questionários feitos com aqueles que compõe o cora-
ção da empresa, de que forma tais áreas do direito interferiram na empresa ao
longo desses 25 anos. Fora isso, interessa mostrar também quais obstáculos
tiveram que ser superados e o que teve que ser consertado/adaptado para a
empresa se adequar ao sistema jurídico atual.
Diferentemente de trabalhos padrões de cursos de direito, nessa dinâmica
será possível ter um panorama não apenas jurídico, mas também adminis-
trativo, do modo como o direito do consumidor, regulatório e ambiental
passaram a fazer parte da história da empresa, não passando mais despercebi-
Ocorre que para que o empresário possa arcar com o ônus de passar a adquirir
ônibus mais sofisticados, este deve ter o direito de cobrar uma tarifa mais cara,
pois do contrario não conseguirá manter sua frota, o que acarretará em um
serviço mais mal prestado ou na falência do empresário.
Sendo o Poder Regulador menos incisivo do que o direito do consumidor
atualmente, tratarei desse ramo do direito mais adiante.
A empresa tem mais de sessenta anos de existência e quando iniciou suas
atividades, só havia o Código Civil e a Lei das Estradas de Ferro, além de
algumas normas regulamentares editadas pelo ente público competente. Foi
um período muito lucrativo para os empresários de ônibus, pois se atingiu
um mercado em ascendência e as leis existentes não causavam grandes preo-
cupações já que a fiscalização era mínima. Havia inclusive uma brincadeira
a época, que o melhor negócio do mundo era uma empresa de ônibus com
uma boa gestão e o segundo melhor negócio do mundo era uma empresa de
ônibus com uma má gestão.
Ressalta-se, que como se pode perceber com o passar dos anos, novas leis
foram criadas procurando garantir que os direitos dos cidadãos fosse exerci-
do. Para que a empresa pudesse se adequar a esse novo contexto, vultuosos
investimentos foram feitos, principalmente no que tange a qualidade do ser-
viço e o atendimento ao usuário.
Investimentos imperceptíveis para aqueles que não participam do negócio
são feitos freqüentemente, como em treinamento de pessoal e pesquisas de
qualidade e satisfação do usuário (nesses dois pontos o Fale Conosco se esqua-
dra, complementado-os). A empresa não lidava com esse tipo de preocupação
antes do surgimento desses “novos direitos”, pois não havia uma fiscalização
tão rigorosa em relação à qualidade do serviço, assim como os usuários não
tinham muitas opções de transporte. Essas circunstâncias influenciavam na
forma de gestão da empresa.
A administração da sociedade foi se adequando aos moldes das normas
que foram surgindo em nosso ordenamento jurídico. O surgimento de no-
vas tecnologias foi um facilitador para os empresários, pois cooperou para o
cumprimentos dos mandamentos legais. Um investimento interessante e de
grande importância, tanto para a receita da empresa (que teve um aumento
de aproximadamente 20%), quanto para prestação de serviço ao usuário, foi
a compra de GPS’s para os ônibus e de um software chamado SIGLA, que
operam conjuntamente. O SIGLA é um software importado da aviação e
adaptado para o sistema rodoviário, responsável pela escala de motoristas e
dos ônibus. Com o SIGLA integrado ao GPS foi possível redução de hora
extra, maior aproveitamento da frota (o Grupo adquiriu em 2009 uma em-
presa de ônibus em Brasília que possuía 300 veículos e com a implantação do
SIGLA + GPS passou a operar com apenas 160 ônibus), maior pontualidade,
maior prudência dos motoristas, maior transparência.
Acredito que mesmo o relatório do GPS não sendo aceito como docu-
mento pela Justiça, por não ter sido homologado ainda, de certa forma faça o
possível autor de uma demanda judicial ponderar, pois ninguém ajuíza uma
ação judicial quando suas chances de sucesso são claramente inferiores a de
obter bons resultados. Mesmo o GPS não sendo homologado, entendo que
deveria ser aceito, pois é uma tecnologia nova e muito precisa, já que se pode
emitir relatórios detalhados descrevendo hora e velocidade exatas na qual o
veiculo se encontrava como forma de prova contra possível denúncia. Não há
razões para em breve o aparelho não seja homologado e seus relatórios tam-
bém valham oficialmente como documento perante a justiça.
Gostaria de chamar a atenção ainda para a Lei no 11.975/09, um pon-
to curioso no que se refere ao direito do consumidor. A presente lei dispõe
sobre a validade dos bilhetes de passagem no transporte coletivo rodoviário
de passageiros, porém, em seu artigo 1o caput e parágrafo único e artigo 2o,
há tratamento desigual entre a empresa e o usuário, pois a empresa precisa
obrigatoriamente cumprir com um alto padrão na qualidade de seu serviço,
enquanto o consumidor não tem qualquer responsabilidade com a empresa,
sendo necessário para remarcar ou cancelar seu bilhete apenas sua declaração
vontade, sem qualquer tipo de multa, como se vê:
Além dessas exigências, a UTIL S.A. teve que mandar instalar uma “Bacia
de Segurança” para armazenamento de óleo diesel e óleo de motor, ou seja,
os tanques de óleo foram instalados sobre uma manta impermeável para im-
pedir a passagem de óleo para o solo, caso venha a ocorrer algum vazamento
desses tanques, minimizando, dessa forma, os risco de contaminação do solo.
A Secretaria de Limpeza Urbana — SLU — exigiu a apresentação de um
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, em que fosse especificado
o tipo de resíduo que é produzido pelo desenvolvimento da atividade da
empresa, a quantidade e o destino dado a eles. Além disso, foi exigida a cons-
trução de uma “Central de Resíduos”, um prédio destinado, exclusivamente,
ao armazenamento de resíduos perigosos e recicláveis.
Hodiernamente, a empresa adota como princípio em prol do Meio Am-
biente as políticas para reduzir, reutilizar e reciclar os resíduos resultantes
de sua atividade. Por exemplo: pneus e borrachas são usados como combus-
tíveis de siderúrgicas; papel, papelão e afins, assim como ferro, metal, aço,
vidros, etc., são entregues em cooperativas de reciclagem.
Some-se a tudo isso, ainda, o fato de toda a frota da empresa ter que passar
por rigorosa inspeção quanto a emissão de gases poluentes9.
Muitas adequações já foram feitas. No entanto, muitas outras ainda terão
que ser promovidas, posto que a UTIL S.A. tem garagens em vários Estados
e essas também terão que se adequar às exigências ambientais, cada vez mais
rígidas para assegurar um desenvolvimento sustentável.
Por fim, tratarei do direito regulatório e de que maneira vem interferindo
na empresa.
Começarei abordando um tema que já citei anteriormente, licitação.
Como foi dito, no curto — médio prazo acredita-se que devido as licitações o
direito regulatório venha a ter grande influência na vida de todas as empresas
de ônibus. Sabe-se que a ANTT, Agência Nacional de Transporte Terrestre,
além de outras atribuições, atualmente é responsável pela fiscalização e por
determinar diretrizes a serem seguidas por empresas rodoviárias interestadu-
ais. Assim sendo, cuidará também dos termos do edital de licitação. Antes da
criação da ANTT, o responsável pelos editais de licitação era o Ministério do
Transporte.
Nos termos do inciso V do art. 24 da Lei nº. 10.233/01, cabe à ANTT
estabelecer a edição de atos de outorga e de extinção da prestação de serviços
terrestres, assim como a celebração e gestão dos contratos e demais instru-
mentos administrativos decorrentes de tais ações.
A ANTT não possui importância para a empresa apenas quando se atenta
a licitações, mas tem influencia também no seu dia a dia. Como se sabe, a
agência tem forte papel fiscalizador, com relação a qualquer quesito que tenha
a ver com ônibus, como por exemplo, cumprimento de horários, limpeza,
documentação dos motoristas, se o veiculo que está saindo da plataforma cor-
responde ao bilhete comprado pelo passageiro, nova abertura de horários, etc.
Acredito que a criação da ANTT, juntamente com o direito do consumi-
dor, trouxe um grande avanço na qualidade do serviço prestado pela empresa,
já que indiretamente “obriga” a empresa a se preocupar com detalhes que
antes passavam despercebidos.
Sabe-se, no entanto, que sempre é possível encontrar prós e contras. Sen-
do assim, do mesmo modo que a agência vela rigorosamente pelo bom aten-
dimento aos usuários, como ponto negativo encontramos um excesso de bu-
rocracia, que faz parte de nossa cultura, o que acaba por engessar o órgão e 9
Art. 104. Os veículos em circulação
terão suas condições de segurança,
dificultar que atitudes necessárias e urgentes sejam tomadas com velocidade. de controle de emissão de gases po-
luentes e de ruído avaliadas mediante
Quando a empresa foi comprada, foi necessária a redução em seu quadro inspeção, que será obrigatória, na for-
ma e periodicidade estabelecidas pelo
de horários oficiais, pois a demanda não correspondia a oferta, o que acabava CONTRAN para os itens de segurança e
por gerar prejuízos que poderiam ser rapidamente superados, já que o pas- pelo CONAMA para emissão de gases
poluentes e ruído.
sageiro não estava deixando de ser atendido. Por toda a burocracia, levou-se
em torno de três meses para que o pedido de redução de horário pudesse ser
atendido pela ANTT.
Evidente, portanto, que a agência reguladora seja fundamental para garan-
tia da concorrência “saudável” e de um serviço bem prestado. Porém, deve-se
atentar para procedimentos mais rápidos, menos burocráticos. Como critica
positiva, para concluir, acredito que se a agência reguladora atuasse conjunta-
mente com os empresários, e não apenas condenando-os, teríamos um agen-
te fiscalizador mais eficiente e empresas prestando serviços ainda melhores a
partir de sugestões dadas pela Agência. Assim, teríamos condições de ver os
“dois lados da moeda”.
LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
ALBERTI, Verena. Ouvir Contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: Edi-
tora FGV, 2004.
LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
LEITURA OBRIGATÓRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
IVAR HARTMANN
Professor da FGV Direito Rio com mestrado em Direito Público pela PUC-
-RS e L.L.M em Direito pela Harvard Law School (Estados Unidos).
CAMILA ALVES
Tutora de ensino da FGV Direito Rio com mestrado em Sociologia e Di-
reito pela UFF – Universidade Federal Fluminense.
KATARINA PITASSE
Tutora de ensino da FGV Direito Rio mestranda em Filosofia pela UFRJ –
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
FICHA TÉCNICA