Caderno Aluno - 3 Serie PDF
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Caderno Aluno - 3 Serie PDF
Governador
João Doria
Vice-Governador
Rodrigo Garcia
Secretário da Educação
Rossieli Soares da Silva
Secretário Executivo
Haroldo Corrêa Rocha
Chefe de Gabinete
Renilda Peres de Lima
Sequência de atividades 1
OS JOVENS DE HOJE EM DIA... REPRESENTAÇÕES DE JUVENTUDE ............................... 7
Sequência de atividades 2
O QUE FAÇO COM ESSA INFORMAÇÃO? JOVENS: VITIMAS DE VIOLÊNCIA .................... 17
Sequência de atividades 3
O QUE FAÇO COM ESSA INFORMAÇÃO? DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS E
JUVENTUDE ............................................................................................................................. 22
Sequência de atividades 4
LEVANTANDO ARGUMENTOS ................................................................................................ 30
Sequência de atividades 5
O QUE FAÇO COM ESSA INFORMAÇÃO? A MULHER JOVEM NO BRASIL ......................... 36
Sequência de atividades 6
DISCUTA COM SEUS COLEGAS: O QUE SIGNIFICA “IGUALDADE DE DIREITOS”? ........... 40
Sequência de atividades 7
DISCUTA COM SEUS COLEGAS: LUGAR DE FALA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO .......... 44
Sequência de atividades 8
JUVENTUDES EM DEBATE – PARTE 1 ................................................................................... 48
Sequência de atividades 9
JUVENTUDES EM DEBATE – PARTE 2 ................................................................................... 54
Sequência de atividades 1
CONJUNTOS NUMÉRICOS ..................................................................................................... 59
Sequência de atividades 2
OS NÚMEROS REAIS E A RETA NUMÉRICA ......................................................................... 65
Sequência de atividades 3
PROPORCIONALIDADE E GEOMETRIA ................................................................................ 68
Sequência de atividades 4
RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS ............................................................................................... 74
Sequência de atividades 5
PROPORCIONALIDADE - PROBLEMAS ................................................................................ 79
Sequência de atividades 6
TABELAS E FUNÇÕES ........................................................................................................... 83
Sequência de atividades 7
FUNÇÃO POLINOMIAL DE 1º GRAU – COEFICIENTES E GRÁFICOS .................................. 86
Sequência de atividades 8
MÁXIMO E MÍNIMO DE PARÁBOLAS ..................................................................................... 91
Sequência de atividades 9
UM OLHAR PARA OUTRAS TABELAS E GRÁFICOS ............................................................ 94
Sequência de atividades 10
PROBLEMAS DE CONTAGEM ................................................................................................ 100
Sequência de atividades 11
PROBABILIDADE .................................................................................................................... 105
Conforme nossa vida se torna mais tecnológica, mais amplo se torna o contato com diversos discur-
sos midiáticos. Essa rapidez e diversidade não são, no entanto, sinônimos de qualidade. Nos encontramos
em um contexto em que muitos conteúdos são produzidos, intensificando ritmos de trocas de informação
e de formação de opinião, que facilitam a reprodução de informações tendenciosas e superficiais. Uma
opinião baseada em fatos não apurados, ou fundamentada em dados orientados, parciais ou superficiais
não vai resistir a questionamentos profundos. O leitor que analisa argumentos e conecta diferentes textos
combate ativamente a distorção de informações.
Confrontados por questões de impacto social, somos convidados a participar do debate público, a
nos manifestar. Nos identificamos e desejamos emitir opinião, há curiosidade com relação aos temas que
nos norteiam. Essa opinião é uma reflexão com base em fatos ou estamos reproduzindo informações que
confirmem crenças anteriores? O leitor ativo deve questionar posições, inclusive a sua própria.
O conjunto de atividades aqui proposto tem o objetivo de propiciar o desenvolvimento de sua apren-
dizagem, e provocar a discussão de questões contemporâneas de relevância social. Mais do que isso, as
atividades aqui propostas têm a intenção de criar oportunidades para que você possa compartilhar o que
pensa.
A ATIVIDADE 1 trabalha com as representações de juventude, estilo e identidade. Além das reflexões
e discussões apresentadas, ela pretende fazer com que você:
Localize informações explícitas em um texto.
Infira uma informação implícita em um texto.
Interprete texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.).
Antes de iniciarmos nosso caminho é importante pensarmos sobre nosso contexto: o lugar que os jovens
assumem em nossa sociedade e o seu papel dentro dos debates locais e globais.
1. “Juventude” é um termo de difícil definição. Veja algumas frases abaixo que podem nos dar algumas
pistas sobre como caracterizar juventude:
Estatuto da Juventude
Para os efeitos desta Lei, são consideradas jovens as pessoas com idade entre 15 (quinze) e 29 (vinte
e nove) anos de idade.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12852.htm>. Acesso em: 17 jun. 2019.
Nações Unidas
As Nações Unidas definem “juventude” como a faixa etária que abrange pessoas entre os 15 e os 24
anos de idade. No entanto, sabemos que a experiência de ser jovem pode variar enormemente em
todo o mundo, e que, muitas vezes, juventude é uma categoria fluida e mutável. Como tal, o contexto é
sempre um guia importante para a UNESCO na definição de juventude em ocasiões específicas, sendo
que essa definição é flexível e pode variar entre países e regiões.
Disponível em: <http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/social-and-human-sciences/youth/>. Acesso em: 17 jun. 2019.
b) Você conhece os Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Estatuto da Juventude? Do que tratam?
4. Durante sua leitura, tome notas para levantar as seguintes informações que serão discutidas após a leitura:
a) De que forma o consumo é apresentado e descrito pelos jovens na reportagem?
Identidade Parcelada
Podia ser apenas uma citação de “1 por amor, 2 por dinheiro” dos Racionais Mc’s, mas a frase saiu da
boca de outro nome conhecido do Capão Redondo - o escritor e fundador da marca 1dasul, Ferréz.
Ferréz foi um dos manos entrevistados na nossa grande reportagem sobre identidade, consumo e
juventude periférica. Uma investigação feita sobre jovens da quebrada por jovens da quebrada e que
acabou levantando vários questionamentos sobre nossa própria identidade.
Pra contarmos essa história, corremos atrás de dois personagens que fogem do estereótipo que cos-
tuma ser a cobertura das quebradas na grande mídia: Denis, um jovem evangélico de Americanópolis,
zona Sul, cujo estilo passa longe do clichê do paletó e Bíblia na mão; e a Nairóbi, uma tombadora,
falante e estilosa, da Cidade Tiradentes, zona Leste, que ilustra bem essa nova faceta do movimento
negro. Um evangélico, clássica figura do cenário periférico; e uma tombadora, nova cara do Brasil.
Parecia um equilíbrio massa pra retratar a juventude e seus hábitos de consumo.
Colamos com os dois nos seus rolês, nas suas compras e nas suas casas. Conhecemos suas famílias,
seus passados e fomos pedir ajudar pra duas psicanalistas para descobrir como nossas personalida-
des são influenciadas pelas marcas, pelas famílias, pelo desejo de consumo e pelo desejo de aceita-
ção. Essas reflexões e descobertas formam essa grande reportagem multimídia com webdocumentá-
rio, infográfico interativo, quiz, fotos e textos. Pronto pra embarcar na #IdentidadeParcelada? Cola com
a gente nesse rolê pelas quebradas de $P!”.
Disponível em: <http://escoladejornalismo.org/identidadeparcelada/>. Acesso em: 17 jun. 2019. (adaptado)
Se São Paulo tivesse apenas 100 habitantes, 16 seriam jovens entre 15 e 24 anos. Sete seriam mo-
radores das periferias. Cinco destes seriam pardos e/ou pretos e do sexo masculino. E todos teriam
renda familiar até R$ 2.500,00 mensais – sendo que apenas três receberiam o teto. Não parece lógico
que esses sete consumam mais do que os outros nove, que, além de serem maioria, também possuem
uma renda familiar dez vezes maior do que a sua:
Quem são?
Crédito: still do filme "A Batalha do Passinho", de Emílio Rodrigues (Osmose Filmes)
Fotógrafo: João Xavi.
c) Em que contexto dizemos “Cola com a gente nesse rolê pelas quebradas”? Essa forma diferencia-se
da norma padrão, normalmente empregada no jornalismo? Explique.
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6. Leia o parágrafo que introduz uma das partes da reportagem Identidade Parcelada.
a) A qual(ais) “estilo(s)” a reportagem se refere?
OS ESTILOS DA QUEBRADA
“Não espere nada do centro, se a periferia está morta, pois o que era velho no norte, se torna novo
no sul” já cantavam Chico Science e Fred 04 nos anos 90. Criada em meio à violência e pobreza, a
juventude periférica usa da criatividade pra lançar tendência na moda, na música, nas gírias e nas artes.
Muitos dos gêneros mais influentes da cultura pop - como o punk e o rap - nasceram na quebrada. Aqui
mapeamos os estilos mais comuns das periferias de São Paulo. Do chavoso ao metaleiro, do swagger ao
good vibes: todos eles, por mais diferentes que sejam, se encontram em determinados aspectos, sejam
visuais, musicais, comportamentais ou históricos, resultando numa grande rede que os une.
Disponível em: <http://escoladejornalismo.org/identidadeparcelada/>. Acesso em: 17 jun. 2019. (adaptado)
b) Na sua opinião, como a frase anterior pode estar relacionada a afirmação “a juventude periférica usa
da criatividade pra lançar tendência”? Ou seja, como as ideias de “norte”, “sul”, “centro”, “periferia” se
relacionam à criatividade juvenil?
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Metaleiro
Surgido a partir do Rock and Roll no final da década de 60, o
Heavy Metal se popularizou através de bandas como Black
Sabbath, que tinham como principais marcas o som pesado,
obscuro e agressivo. Os longos cabelos e roupas e acessó-
rios pretos, predominantes nos adeptos do estilo (chamados
de headbangers), refletem essas características.
Good-Vibes
Com forte influência de religiões indianas e africanas, os
good vibes usam roupas leves e coloridas, lembrando a cul-
tura hippie dos anos 60, com os toques cultura brasileira e
da MPB. A simplicidade está relacionada ao desapego ma-
terial que as religiões pregam, como meio de elevar a alma.
Peças e acessórios feitos por artistas independentes e mui-
tas vezes veganas (sem matéria-prima de origem animal).
Swag
Swag é um termo em inglês que significa “estiloso, maneiro,
legal”. Diretamente influenciado pela cultura pop/rap ameri-
cana, tem atualmente como principais referências os artistas
do Costa Gold e o rapper Wiz Khalifa. Meninos e meninas
geralmente usam as mesmas peças de roupa, que passam
por camisetas e regatas grandes e estampadas, bonés de
aba reta e a calça saruel, que é a mais característica do
estilo.
Hip Hop
Movimento cultural composto por quatro elementos (DJ, MC,
B-Boy e Grafiteiro). Bem amplo, o visual contempla desde
pessoas que não adotam um estilo até mais recentemen-
te os afrofuturistas. Independente da vertente, o boné e os
sneakers são elementos fundamentais. Camisetas com refe-
rências à cultura afro e à artistas da cena.
11. Releia o trecho abaixo e discuta com seus colegas as questões a seguir.
Do chavoso ao metaleiro, do swagger ao good vibes: todos eles, por mais diferentes que sejam, se
encontram em determinados aspectos, sejam visuais, musicais, comportamentais ou históricos, resul-
tando numa grande rede que os une.
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b) Na sua opinião, esses estilos são, de fato, “unidos” entre si? Quais seriam os elementos de diálogo
e de conflito entre eles?
PROCESSO
A gente não sabia, mas a apuração dessa pauta começou lá em março, no primeiro dia de aula, quan-
do nos apresentamos pros colegas e professores. Foi nesse dia em que percebi: todos nós queremos
e estamos transformando nossas realidades de alguma forma. Da nossa forma, ao mesmo tempo em
que nos transformamos também.
Recebemos uma missão jornalística pros meses seguintes: produzir uma grande reportagem multimí-
dia com o tema JUVENTUDE E CONSUMO. Embora sejamos todos jovens e consumidores, eu sabia
que essa seria uma missão complicada. Afinal, o quão abrangente pode ser esse tema pra cada um?
Mas se achamos que o único desafio seria encontrar recorte, pensar em pauta, personagem e ir pra
rua, nos enganamos. Além de um trampo, descobrimos, através das sensibilizações propostas pelo
Vicente, educador e coordenador pedagógico, que precisaríamos ir além de colocar a mão na massa e
mostrar resultado: foi preciso se olhar por dentro, se entrevistar, sabe? “Eu, jornalista de mim mesmo […]”.
E pro Ale, meu colega de turma, isso foi bem importante: “ser jornalista de mim mesmo ajuda bastante
a me rever. Na minha quebrada eu me sinto muito sozinho, e quando to na Enois sei que existem outros
jovens com o mesmo objetivo que eu: ressignificar o mundo”.
Na aula que eu mais gostei, a de Jornalismo Compassivo, ministrada pelo Guilherme Valadares do
site Papo de Homem, fiquei surpresa ao descobrir quão diferentes são as razões pra cada um estar
na Escola de Jornalismo: alguns já estão na Universidade, outros estão só pra experimentar e ver o
que dá, outros usam como ferramenta política, e assim vai. Uma das coisas que temos em comum,
porém, é a vontade de questionar o mundo. Só que a cada visita dentro de nós, percebemos que NOS
questionar é o primeiro passo pra, depois, dominar o mundo! (RÁ). A Beá, uma das colegas que já tá
na Universidade, compartilhou: “com a matéria eu fiquei mais fora da minha bolha. Tive contato com
ideias conservadoras com as quais me preocupo e me posiciono constantemente contra. Em uma das
entrevistas quase não pude participar por ser mulher”.
Buscamos e trouxemos algumas das nossas referências pessoais do que é um bom jornalismo, do que
gostamos dentro desse universo que, pra muitos, ainda era novidade e fomos questionados. Pelo Fred,
jornalista e coordenador pedagógico do curso, pelo Vicente, por nós mesmos. Afinal, por qual razão
escolhemos esse meio, e não aquele, para nos informar? O que nos representa?
Mais do que consumidores de informação, assumimos também a responsabilidade de reportar histórias
que nos pareciam interessantes e pensamos outras formas de contá-las. Com cuidado, pra não ofen-
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A ATIVIDADE 2 desenvolve uma discussão em torno dos dados apresentados pelo Atlas da Violência
2017, que mapeia os homicídios no Brasil, destacando, fundamentalmente, a relação existente entre o alto
número de homicídios e a situação de vulnerabilidade em que se encontram os jovens negros, moradores
das periferias brasileiras. Além das reflexões e discussões apresentadas, ela pretende fazer com que você:
1. Leia a charge publicada no Jornal Independente Ponte, criada pelo jornalista e ilustrador Junião:
a) Que fato a charge de Junião revela sobre a realidade vivida por jovens brasileiros?
b) Qual(ais) dos dados abaixo corroboram com a situação criticada pela charge:
( ) Mais de 318 mil jovens foram assassinados no Brasil entre 2005 e 2015.
( ) O crescimento de uso de aplicativos de conversa, em especial do WhatsApp, saltou de 86% para
99% de 2013 para 2015 entre jovens.
( ) A cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.
( ) 23% dos usuários de redes sociais (entre 9 e 17 anos) sinalizaram já terem sido ofendidos na internet.
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d) C
omo Junião faz para frisar por meio da linguagem visual da charge as diferentes realidades vividas
por jovens brasileiros?
b) Na sua opinião, o que pode ser feito para mudar essa triste realidade?
3. A seguir você irá ler uma notícia que divulga informações levantadas no Atlas da Violência 2017. Mas
antes de se aprofundar nos dados, observe o infográfico abaixo que compõe a notícia.
a) Você já viu infográfico como esses? Onde?
b) Na sua opinião, infográficos como esse são produzidos com qual finalidade?
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c) O que as setas brancas ao lado do gráfico nos informam sobre a variação das taxas de homicídios
nos Estados indicados?
5. Compare a tabela abaixo com as informações que acabou de observar no infográfico do IPEA.
a. Na sua opinião, em que medida infográficos como esse se assemelham e diferenciam de outras
formas de organizar dados para divulgação de resultados de pesquisa?
Tabela 1.2 - Taxa de homicídios por Unidade da Federação - Brasil, 2005 a 2015.
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b) Qual foi a evolução registrada no patamar de homicídios no período pesquisado (de 2005 a 2015)?
c) Qual é o total de número de jovens assassinados em comparação aos números de homicídios re-
gistrados?
Estudo realizado pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra que jovens e negros
são as principais vítimas de violência no país
O Brasil registrou, em 2015, 59.080 homicídios. Isso significa 28,9 mortes a cada 100 mil habitantes.
Os números representam uma mudança de patamar nesse indicador em relação a 2005, quando ocor-
reram 48.136 homicídios. As informações estão no Atlas da Violência 2017, produzido pelo Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP). O estudo analisa os números e as taxas de homicídio no país entre 2005 e 2015 e detalha os
dados por regiões, Unidades da Federação e municípios com mais de 100 mil habitantes. Apenas 2%
dos municípios brasileiros (111) respondiam, em 2015, por metade dos casos de homicídio no país, e
10% dos municípios (557) concentraram 76,5% do total de mortes.
Os estados que apresentaram crescimento superior a 100% nas taxas de homicídio no período analisa-
do estão localizados nas regiões Norte e Nordeste. O destaque é o Rio Grande do Norte, com um cres-
cimento de 232%. Em 2005, a taxa de homicídios no estado era de 13,5 para cada 100 mil habitantes.
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9. Por que é possível afirmar que os jovens negros são as principais vítimas de homicídios no Brasil?
Destaque alguns dados para justificar sua resposta.
10. As regiões brasileiras apresentam números iguais de homicídios? O que é possível destacar de
mais relevante sobre violência, diferentes situações socioeconômicas e as regiões do Brasil?
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Na ATIVIDADE 3, vamos continuar o trabalho em torno dos dados apresentados pelo Atlas da Violência
2017, que mapeia os homicídios no Brasil, destacando fundamentalmente, a relação existente entre o
alto número de homicídios e a situação de vulnerabilidade dos jovens negros, moradores das periferias
brasileiras. Articulam-se os dados estudados anteriormente com a Declaração dos Direitos Humanos,
investigando e discutindo a afirmação de que “Negros brasileiros não têm por que comemorar Decla-
ração dos Direitos Humanos”. Além das reflexões e discussões apresentadas, ela pretende fazer com
que você:
Localize informações explícitas em um texto;
Infira uma informação implícita em um texto;
Reconheça o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos ortográficos e/ou mor-
fossintáticos;
Identifique a finalidade de textos de diferentes gêneros.
1. Diante dos fatos apresentados pelo Atlas da Violência 2017, a Agência Brasil ouviu diferentes espe-
cialistas como o sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que afirma:
Negros brasileiros não têm por que comemorar Declaração dos Direitos Humanos
Publicado em 10/12/2017 - 17:53
Por Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil Brasília
Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-12/negros-brasileiros-nao-tem-por-que-comemorar-declara-
cao-dos>. Acesso em: 17 jun. 2019.
b) Na sua opinião, quais argumentos poderão ser levantados para sustentar a afirmação de que os
“negros brasileiros não têm por que comemorar Declaração dos Direitos Humanos”?
2. Leia a notícia escrita pela repórter Maiana Diniz. Durante sua leitura, grife:
Com uma linha dados e fatos que sustentam a afirmação de que, no Brasil, a população negra vem
Com duas linhas argumentos levantados que apontam para as possíveis causas desse desrespeito
à vida da população negra brasileira.
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Os dados oficiais sobre a população negra no Brasil indicam que esta é a parcela mais afetada pelos
altos índices de violência da sociedade e a mais sujeita à violação de direitos. Os negros são maioria
nos presídios e entre as vítimas de homicídios, ao mesmo tempo em que têm menos acesso à saúde
e à educação e compõem o segmento mais pobre da população.
Nestes e em outros aspectos, tal realidade viola o primeiro artigo da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que completa 69 anos neste domin-
go: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.
O Artigo 3 da declaração, segundo o qual “todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à seguran-
ça pessoal”, também está longe de ser cumprido no Brasil.
Os negros (pretos e pardos) são a maioria da população brasileira, representando 53,6% da população
em 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também são a maioria entre
os mais pobres. Entre os brasileiros que compõem o grupo dos 10% mais pobres, com renda média de
R$ 130,00 por pessoa na família, 76% eram negros em 2015. Ou seja, três em cada quatro pessoas
que estão entre os 10% mais pobres do país são negras.
Exclusão e violência
O Atlas da Violência 2017, lançado em junho pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e
pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revela que, atualmente, de cada 100 pessoas assassina-
das no Brasil, 71 são negras. Homens, jovens, negros e de baixa escolaridade são as principais vítimas
de mortes violentas no país.
A diretora executiva da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, diz que o racismo é um de-
terminante forte para essa realidade, embora não seja o único. “Os brancos têm vivido privilégios, e
alguns deles vivem os privilégios como se fossem talentos. Ou seja, fingem que não foi o racismo que
os levou aonde estão. Não se trata de apatia. Trata-se de proteção ativa de privilégios. É uma ação
cotidiana de racismo, é uma situação ativa.”
Jurema destaca que existem vozes discordantes entre os brancos, pessoas que querem combater o
racismo, mas há outra parte, “espalhada no controle das ações e das políticas, que age ativamente
para manter seus privilégios”.
Para a diretora da Área Programática da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (Unesco) no Brasil, Marlova Noleto, no entanto, o saldo dos 69 anos da Declaração Univer-
sal de Direitos Humanos é positivo.
“Representa um avanço de patamares civilizatórios para toda a humanidade. Não podemos esquecer
que a declaração aconteceu em 48 [1948], em um contexto de pós-guerra, logo após a fundação das
Nações Unidas, e trouxe para o mundo uma percepção, a ser compartilhada universalmente, de que
existem direitos humanos e universais. É importante destacar também a indivisibilidade dos direitos
humanos. Não é possível fatiar e cumprir um e não cumprir outro”, afirma Marlova.
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Encarceramento em massa
Dados do Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), divulgados na última sex-
ta-feira (8) pelo Departamento Penitenciário Nacional, do Ministério da Justiça, mostram que havia
726.712 pessoas encarceradas no Brasil em junho do ano passado. Mais da metade dessa população
é de jovens de 18 a 29 anos e 64% são negros. A situação é ainda mais grave no Acre, onde 95% dos
presos são negros. No Amapá, são 91% e, na Bahia, 89%.
Dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelam que, de 2015 a 2016, 76% dos mortos em
intervenções policiais eram homens negros. A pesquisadora Thandara Santos, do Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, observa que, no Brasil, a política de segurança pública é seletiva em termos de raça.
“Temos um perfil de abordagem policial que foi consolidado na instituição ao longo dos anos, o perfil
de quem deve ser abordado. Esse perfil foi construído pelo senso comum, pela mídia, por toda nossa
história de racismo institucionalizado, e isso acaba chegando ao sistema prisional e no judiciário”, diz
Thandara, que é também consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
Para ela, o judiciário reproduz as prisões em flagrante, especialmente em crimes contra o patrimônio,
e não busca alternativas a prisão.
Os crimes relacionados ao tráfico de drogas são os que mais levam pessoas à prisão, respondendo
por 28% da população carcerária. “Estudos mostram que a história da guerra às drogas no país está
muito atrelada a guerra à pobreza. Você acaba seletivamente criando a imagem do criminoso como
esse pequeno traficante que está nas comunidades e que acaba sendo foco principal do sistema de
segurança pública e de justiça criminal”, afirma a pesquisadora.
De acordo com Thandara, essa preponderância do crime ligado à droga nos presídios tem a ver com
o fato de que as prisões são vistas como uma meta de produtividade do trabalho policial. “O crime de
tráfico é mais fácil de ser concluído com prisão do que o crime contra a vida. Um homicídio demanda in-
vestigação, um esforço de esclarecimento maior. E temos uma baixíssima taxa de esclarecimento desse
tipo de crime. No caso do tráfico de drogas, não. Você tem a palavra do policial usada como testemunha
principal, na maior parte dos casos, e uma condenação imediata no sistema de justiça, em que é mais
fácil concluir um inquérito sobre tráfico do que o que trata de um crime contra a vida”, explica.
Thandara considera excessivos os números do encarceramento no país e diz que o sistema prisional,
como vem sendo operado hoje, é ineficiente em todos os sentidos: da gestão, da resposta à população
e sobretudo da garantia de direitos. “Nunca se prendeu tanto no Brasil, mas também nunca se matou
tanto. Temos uma população prisional enorme e registramos 60 mil homicídios no último ano. O avanço
do encarceramento não consegue ser uma resposta ao avanço da criminalidade. Então, claramente,
percebemos uma conta que não fecha. De um lado, temos uma segurança pública com dificuldade de
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Enfrentamento
Julio Waiselfisz defende um processo de reformulação das políticas sociais do país para equalizar oportuni-
dades entre os brasileiros. “Enquanto isso não existir, vai continuar a segregação, porque faz parte da cultura
e da economia brasileiras, historicamente. Há um longo processo pela frente para reverter essas barreiras
sociais do Brasil. Isso não vai mudar do dia para a noite”, afirma o sociólogo. Ele ressalta que o Estado tende
a reagir a conflitos sociais, mas diz que hoje a pressão social para combater a desigualdade racial e social
no Brasil está fraca. “Parece que os movimentos ainda não são tão efetivos e eficientes, parece que há uma
acomodação histórica no Brasil em relação à realidade vigente, como se fosse a única realidade possível.”
A pressão social por mudanças já foi maior. “Nos últimos dois, três anos, estamos num processo de
refluxo dos movimentos sociais, que eram mais poderosos e incisivos fortes há cinco anos. No mo-
mento, por diversos motivos, entre econômicos e políticos, há um certo refluxo da pressão social por
igualdade”, acrescenta.
Na opinião de Waiselfisz, enquanto tais conflitos não aflorarem de forma contundente na sociedade,
não criarem um movimento que a sociedade viva e sinta, o Estado vai continuar acomodado à reali-
dade do poder. “Quem está no poder são as classes abastadas, brancas e, para eles, interessa que a
situação permaneça como está.”
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a) Segundo a matéria da Agência Brasil que acabou de ler, quais artigos da Declaração Universal dos
Direitos Humanos a realidade brasileira vem desrespeitando? Por quê?
b) Segundo os pesquisadores entrevistados, quais seriam as causas da violência vivida pela popula-
ção negra brasileira?
c) Na sua opinião, o que é possível fazer para mudar essa realidade? E você, jovem brasileiro, tem voz
nessa discussão?
Frase I
De acordo com Thandara, essa preponderância do crime ligado à droga nos presídios tem a ver com
o fato de que as prisões são vistas como uma meta de produtividade do trabalho policial.
a) Que outras frases ou palavras poderiam ser usadas para substituir “De acordo” no contexto da Frase I?
b) Na sua opinião, qual seria a função da expressão em negrito (De acordo) dentro da Frase I?
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Frase II
“O crime de tráfico é mais fácil de ser concluído com prisão do que o crime contra a vida. Um homi-
cídio demanda investigação, um esforço de esclarecimento maior. E temos uma baixíssima taxa de
esclarecimento desse tipo de crime. No caso do tráfico de drogas, não. Você tem a palavra do policial
usada como testemunha principal, na maior parte dos casos, e uma condenação imediata no sistema
de justiça, em que é mais fácil concluir um inquérito sobre tráfico do que o que trata de um crime contra
a vida”, explica.
a) Com relação a forma de apresentar e introduzir argumento de um outro autor no texto, em que as
frases I e II se diferenciam e/ou se assemelham?
Frase I Frase II
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a) Qual o efeito pretendido com o uso da forma escolhida para qualificar “a taxa de esclarecimento
desse tipo de crime” na frase originalmente dita por Thandara?
b) Transforme a frase abaixo seguindo o mesmo princípio de construção da alternativa I: altere a ex-
pressão em negrito e reflita sobre o resultado obtido:
“Os dados oficiais sobre a população negra no Brasil indicam que esta é a parcela mais afetada pelos
altos índices de violência da sociedade e a mais sujeita à violação de direitos”.
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LEVANTANDO ARGUMENTOS
Na ATIVIDADE 4, vamos continuar o trabalho em torno dos dados apresentados pelo Atlas da Violência
2017, que mapeia os homicídios no Brasil. Destacamos o trabalho com artigo de opinião - Quanto vale
um jovem? de Jonathan Moreira, da Agência Jovem de Notícias São Paulo - Revista digital Viração. A
atividade pretende fazer com que você:
Localize informações explícitas em um texto;
Infira uma informação implícita em um texto;
Estabeleça relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la;
Identifique a finalidade de textos de diferentes gêneros;
Estabeleça relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções;
Identifique efeitos de ironia ou humor em textos variados.
1. Você irá ler um texto publicado em uma revista digital chamada Viração, na seção “Juventudes”.
Antes de iniciar sua leitura, converse com seus colegas:
a) Que aspecto sensível à juventude o artigo irá tratar?
c) Na sua opinião, que posição o autor do artigo deverá assumir diante do tema abordado?
2. Agora, leia Quanto vale um jovem?, durante sua leitura busque levantar a posição do autor sobre
o tema discutido.
“Acordo. Almoço. Toma um banho. 23 minutos. Peço benção pra minha mãe. Enfrento ônibus lotado.
Depois de 2 horas chego à Universidade. 23 minutos. Estudo. Sinto o meu “atraso” na aula. Vejo o
reflexo de anos de escravidão. 23 minutos. Enfrento fome e desemprego. Volto pra casa. No escuro
da cidade que me atravessa, bato a cabeça cansada na janela meio suja, mas que aparentemente se
torna o melhor lugar. Chego em casa. 23 minutos”.
Com pausas bruscas e com a angústia de saber/sentir que a cada 23 minutos um jovem negro é as-
sassinado no Brasil, começo meu texto.
Hoje é o dia Internacional da Juventude, data que não é recebida com cerimônias ou mensagens em
peso na internet. Às vezes é tratado com verdades estabelecidas e, quando muito, apenas um discurso
biológico e cientificista. Achar que o conceito de juventude sempre esteve presente e inato em nossa
30
31
a) Na sua opinião, é possível estabelecer um diálogo entre a charge com o artigo Quanto vale um
jovem? Qual?
b) Tanto a charge como o texto Quanto vale um jovem? utilizam alguns recursos de linguagem para
cativar o leitor e transmitir a mensagem desejada, assinale V (verdadeiro) e F (falso) para as alternati-
vas que mencionam corretamente o uso da ironia pelos dois autores.
32
4. O artigo que você leu procura responder a uma questão: quanto vale um jovem?
a) O autor responde essa questão?
c) Você concorda com o autor? Por quê? Qual a sua opinião sobre o tema?
Dar opinião é algo corriqueiro na nossa vida: dizemos o que achamos de uma partida de futebol, de
um filme, de uma festa, da aula que assistimos, da atitude de um colega, de um fato ocorrido etc. Uma
opinião expressa um juízo pessoal frente a algo. Isso, entretanto, é diferente de argumentar. Mas em
que dar opinião é diferente de argumentar? O que é, enfim, argumentar? As questões que seguem vão
ajudar na formulação de respostas a essas questões.
Frase 2
( ) Não se pode considerar que sejam liberdade de expressão os ataques, ofensas e xingamentos que
encontramos cada vez mais na internet.
Frase 3
( ) A redução da maioridade penal por si só não vai reduzir o número de crimes hediondos, visto que,
de acordo com dados do Ministério da Justiça, menos de 1% desses crimes são cometidos por menores.
Frase 4
( ) Reza a Constituição que todo brasileiro tem direito à educação. Infelizmente isso está muito dis-
tante da realidade vivida por nós. Um país sem educação é um país sem futuro.
Frase 5
( ) É preciso participar da vida política do país, acompanhando os acontecimentos mais relevantes,
discutindo os problemas nacionais e participando das principais decisões sempre que possível.
33
6. Agora, grife a posição, tese ou opinião defendida nos períodos assinalados e circule os argu-
mentos utilizados.
7. Retome o artigo Quanto vale um jovem e, em seu caderno, faça uma tabela como o modelo abaixo
e liste alguns argumentos levantados pelo autor para indicar seu posicionamento sobre o valor dado
ao jovem no Brasil.
Tipo Argumento
a) Considere alguns tipos de argumentos que costumamos usar, em textos como o que acabou de ler.
Tipos de argumentos
I. De autoridade: citação da fala de algum especialista no assunto ou de dados de pesquisa.
II. De princípio: citação de valores, direitos, garantidos por lei ou fortemente aceitos por um grupo social.
III. De causa e consequência: os argumentos são apresentados como “efeitos”, isto é, consequências
de uma ideia antes apresentada.
IV. Por exemplificação: são apresentados fatos que exemplificam, ilustram a ideia defendida.
b) Retome os argumentos que levantou e classifique cada um dos argumentos levantados pelo autor
do artigo de acordo com os tipos apresentados no quadro acima.
8. Compare os resultados de sua tabela com seus colegas e discuta os pontos abaixo:
a) No caso do artigo lido, qual o tipo de argumento mais usado pelo autor?
b) O autor cita fontes/pesquisas ou fatos notórios para justificar os argumentos apresentados? Quais?
34
a) Essas palavras ligam uma ideia apresentada no período em que aparece com outra ideia apresen-
tada anteriormente. Qual a relação que ela estabelece entre essas duas ideias?
35
Na ATIVIDADE 5, será desenvolvida uma discussão em torno dos índices de homicídios de mulheres
brasileiras, destacando fundamentalmente, questionamento levantado a partir dos dados apresentados
no Atlas da Violência 2017 e Mapa da Violência de 2015: por que as mulheres negras morrem mais que
as brancas no Brasil? Além das reflexões e discussões apresentadas, ela pretende fazer com que você:
Localize informações explícitas em um texto;
Infira uma informação implícita em um texto;
Interprete texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.);
Identifique a finalidade de textos de diferentes gêneros;
Distinga um fato da opinião relativa a esse fato.
Como vimos, nos dados levantados pelo Atlas da Violência 2017 não só os jovens vivem em condição
de vulnerabilidade, as mulheres negras vivem em situação de risco no Brasil.
b) Na sua opinião, por que as mulheres negras morrem mais que as brancas no Brasil?
2. Leia a matéria publicada pela Agência Brasil, compare com os dados levantados pelo Atlas da Violência
2017 e busque identificar alguns fatos que justifiquem a triste realidade das mulheres negras no Brasil.
No ano de 2016, foram assassinadas 4.645 mulheres no país, o que representa uma taxa de 4,5 ho-
micídios para cada 100 mil brasileiras. O aumento em dez anos foi de 6,4% - em 2006, foram mortas
4.030 mulheres no Brasil e a taxa de homicídio feminino ficou em 4,2 por grupo de 100 mil.
36
Feminicídio
Segundo a publicação, a base de dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade não traz indicação
sobre a motivação dos homicídios, portanto não é possível identificar o crime de feminicídio. No entanto,
os pesquisadores apontam que a mulher assassinada muitas vezes já foi vítima de outras violências de
gênero, como violência psicológica, patrimonial, física ou sexual e que, portanto, o desfecho fatal poderia
ter sido evitado em muitos casos se as mulheres tivessem tido apoio para sair de um ciclo de violência.
A publicação traz uma análise sobre as possibilidades para estimar o número de feminicídio no país e
cita metodologias desenvolvidos por pesquisadores. Uma delas busca separar os assassinatos motiva-
dos pelo fato de a vítima ser mulher em três categorias, de acordo com os indícios prévios do contexto
social e doméstico da vítima: feminicídio reprodutivo, feminicídio doméstico e feminicídio sexual.
Nessa abordagem, o feminicídio reprodutivo inclui casos de morte após aborto voluntário, já que decor-
re de “políticas de controle do corpo feminino e de supressão da liberdade e de direitos”. O feminicídio
sexual inclui os casos de agressão sexual por meio de força física, o que é tipificado no código penal
como estupro seguido de morte. E o feminicídio doméstico pode ser estimado pelo local de ocorrência.
Disponível em: < http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2018-06/em-10-anos-assassinatos-de-mulheres-negras-aumentaram-154>.
Acesso em: 17 jun. 2019.(adaptado)
37
b) A partir dos dados apresentados pela Agência Brasil é possível inferir por que as mulheres negras
continuam morrendo no Brasil?
c) Segundo David Marques, citado em na notícia publicada na Agência Brasil, o que seria necessário
fazer pela prevenção da violência contra a mulher? Concorda com ele? Por quê?
4. A partir de 2015, a palavra feminicídio passou a ser usada para designar um crime no Brasil. Mas
o que isso significa? Leia os trechos abaixo e busque compreender a importância dessa tipificação.
Feminicídio
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
.............................................................................................
§ 2º -A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:
I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
..............................................................................................
Aumento de pena
..............................................................................................
§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima.” (NR)
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm > Acesso em: 17 jun. 2019.
Feminicídio é uma palavra nova para uma prática antiga, uma vez que mulheres morrem de formas trá-
gicas todos os dias no Brasil: são espancadas, estranguladas, agredidas brutalmente até o momento
em que perdem a vida. A palavra feminicídio passou a ser usada para designar um crime no Brasil a
partir de 2015, pois existe nele uma particularidade. Vamos falar sobre feminicídio?
O QUE É FEMINICÍDIO?
Feminicídio é uma palavra que define o homicídio de mulheres como crime hediondo quando envolve
menosprezo ou discriminação à condição de mulher e violência doméstica e familiar. A lei define fe-
minicídio como “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo feminino” e a
pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos.
Créditos: www.politize.com.br. Conteúdos retirados do portal Politize!”. Disponível em: <https://www.politize.com.br/feminicidio/
> Acesso em: 17 jun. 2019.
38
b) Mesmo que o feminicídio só tenha sido tipificado recentemente (2015), podemos considerar esse um
fenômeno recente? Por quê?
39
Na ATIVIDADE 6, vamos desenvolver discussões em torno dos debates sobre igualdade de di-
reitos, destacando fundamentalmente, a igualdade de gênero por meio da leitura do inciso do Ar-
tigo 5º da Constituição Federal de 1988. Além disso, a atividade pretende fazer com que você:
Localize informações explícitas em um texto;
Infira uma informação implícita em um texto;
Interprete texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto etc.);
Identifique a finalidade de textos de diferentes gêneros.
Abaixo, você poderá ler a reportagem do site Politize! (https://www.politize.com.br/), produzida em parceria
com o Instituto Mattos Filho sobre igualdade de Gênero no Brasil.
1. Observe a abertura da reportagem escrita por Ana Paula Chudzinski Tavassi e Pâmela Morais:
Reflita com seus colegas e, durante as discussões, designe alguém do grupo para anotar os principais
posicionamentos, argumentos e exemplos levantados pelos colegas:
40
b) O que é necessário garantir (e existir) para que sejam garantidas reais condições de igualdades de
direitos e obrigações entre homens e mulheres?
c) Na sua opinião, as condições de direitos e deveres entre mulheres e homens brasileiros são real-
mente de igualdade? Por quê?
2. Agora, leia o trecho da reportagem sobre igualdade de direitos publicada pelo site Politize! Durante
sua leitura, considere o que discutiu anteriormente com seus colegas.
Caso seja necessário, reformule seu posicionamento. Ou retome algum dos pontos discutidos com
seus colegas.
ANALISANDO O INCISO I
Ana Paula Chudzinski Tavassi
Pâmela Morais
Art.5º, I, CF – “Homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; “
O primeiro inciso do artigo 5º da Constituição Federal trata do que chamamos de “igualdade de gêne-
ro”. Ou seja, prevê que todas as pessoas, independentemente de seu gênero, são iguais sob a ótica
da Constituição. Isso quer dizer que todas e todos devem ter os mesmos direitos, oportunidades,
responsabilidades e obrigações. Esse inciso é tão importante que é considerado um direito funda-
mental, indispensável à cidadania, à sociedade e ao Estado brasileiro.
Para compreender o inciso I e a igualdade de gênero prevista nele, precisamos antes entender o Prin-
cípio da Igualdade, ou Princípio da Isonomia. Para isso, é necessário retomar a leitura do Caput do
Artigo 5º e compreender o conceito de igualdade definido por ele.
O caput do artigo 5º diz o seguinte:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à proprie-
dade, nos termos seguintes;”.
Essa igualdade de que trata o caput deve ser entendida tanto como igualdade formal, ou seja, a ga-
rantia de que todos os cidadãos e residentes no país devem receber tratamento idêntico perante a lei,
quanto como igualdade material, que abraça a ideia de que os indivíduos são diferentes e que essas
particularidades devem ser levadas em conta em busca de um balanceamento ideal. Dessa forma,
cabe ao Estado a função de promover o combate a desigualdades, determinando políticas que levem
em consideração as especificidades de grupos sociais diferentes.
É, então, justamente a partir dessas ideias de igualdade formal e igualdade material que se deve ler
o inciso I. Isso é dizer que a igualdade de gênero não ignora a existência de diferenças entre homens
41
3. Retome a síntese das discussões criada pelo grupo e considere os dados abaixo. Em seguida, com-
plemente as discussões:
Com relação a representatividade das mulheres na política nacional:
a) Qual a realidade do cenário brasileiro?
b) Na sua opinião, essa condição reflete, ou não, na igualdade de direitos entre mulheres e homens? Por quê?
42
Infográfico II
43
Na ATIVIDADE 7, vamos desenvolver uma discussão em torno do conceito “lugar de fala”: como ele
vem sendo utilizado nas redes sociais, sua relação com representatividade, liberdade de expres-
são e as polêmicas que circulam sobre o tema. Além disso, a atividade também pretende que você:
Localize informações explícitas em um texto;
Infira uma informação implícita em um texto;
Reconheça posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao
mesmo tema.
1. O conceito do “lugar de fala” está sendo muito utilizado nas redes sociais e muitas polêmicas circu-
lam sobre o tema.
2. Durante a leitura do texto de Juarez Silva Junior, observe se o conceito, como o autor o defende,
pode ser denominado como polêmico e por quê.
Nos últimos anos, nas discussões e textos dos ativismos e principalmente no neoativismo de prati-
camente todos os recortes dos movimentos sociais, o termo é extremamente utilizado, e não raro de
forma equivocada.
Mas afinal o que é “lugar de fala”?
A origem do termo é, nos textos mais populares e atuais, reconhecida como proveniente do feminismo
dos anos 80. Teria aparecido pela primeira vez no artigo “O problema de falar pelos outros”, de Linda
Alcoff, filósofa panamenha, e em texto da professora indiana Gayatri Spivak, o ensaio “Pode o subal-
terno falar?”. Basicamente surge como uma questão de “voz de minorias” e autorrepresentatividade.
Obviamente o conceito transcendeu o escopo original e ganhou análises e compreensões diferencia-
das, além de usos práticos e intenções de uso.
O fato de, em essência, o conceito se ligar a autorrepresentação e protagonismo nas lutas ativistas
provoca um entendimento generalizado de que o lugar citado na expressão seria um “espaço” de
atuação, pautamento e discurso aonde determinado grupo dominaria e protagonizaria. A crítica mais
44
45
c) O que defendem aqueles que criticam o termo? Com relação às críticas feitas, quais são os contra-
argumentos levantados pelo autor do texto?
f ) Haveria determinadas condições que qualificam, ou não, o sujeito a falar sobre determinado assunto;
enquanto outros, não? Por quê?
b. Elabore um argumento que você usaria para defender a sua posição. Registre-o. Lembre-se: a pró-
pria matéria destaca que há diferentes posições sobre essa questão.
c. Agora, discuta a questão com seus colegas e tome nota. Em seu caderno, faça uma tabela como o
modelo abaixo anote posicionamento dos colegas.
Resposta:
( ) Sim
( ) Não
( ) Em parte
46
Resposta:
( ) Sim
( ) Não
( ) Em parte
( ) Sim
( ) Não
( ) Em parte
5. Quais foram os principais argumentos apresentados, registrando apenas os que não se repetem.
Atenção: quando se depararem com argumentos em comum, optem por registrar a formulação que
considerarem mais clara, consistente e completa.
6. Agora, retome seu primeiro registro. Considere a participação de seus colegas no debate, caso jul-
gue necessário, incremente seus argumentos iniciais.
47
Chegou o momento de você se posicionar e produzir seu primeiro comentário sobre uma notícia de
impacto para a comunidade juvenil em sua escola. O comentário será o primeiro de uma série a ser
publicada em um mural denominado Juventudes em Debate, o qual poderá ser lido por toda a escola.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) manifestou, por meio de nota publicada hoje
(4), preocupação quanto à elevada incidência de assassinatos de mulheres no Brasil no início deste
ano. Segundo a comissão, 126 mulheres foram mortas em razão de seu gênero no país desde o início
do ano, além do registro de 67 tentativas de homicídio.
A comissão diz que os casos que chegaram a seu conhecimento exigem do Estado a implementação
de estratégias abrangentes de prevenção e reparação integral às vítimas, além de investigações “sé-
rias, imparciais e eficazes dentro de um período de tempo razoável”, que possibilitem a punição dos
autores dos crimes. Uma das medidas que se fazem urgentes, segundo a CIDH, é a formação, a partir
de uma perspectiva de gênero, de agentes públicos e pessoas que prestam serviço público.
“A CIDH enfatiza que os assassinatos de mulheres não se tratam de um problema isolado e são sinto-
mas de um padrão de violência de gênero contra elas em todo o país, resultado de valores machistas
profundamente arraigados na sociedade brasileira”, diz a nota.
[...]
“Durante a visita in loco ao país, em novembro de 2018, a CIDH observou, em particular, a existência de
interseções entre violência, racismo e machismo, refletidas no aumento generalizado de homicídios de
mulheres negras. Ademais, a comissão vê com preocupação a tolerância social que perdura diante dessa
forma de violência, bem como a impunidade que continua caracterizando esses graves casos”, diz.
Na nota, a organização, vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), cita o fato de que
o Brasil concentrou 40% dos feminicídios da América Latina, em 2017. “A impunidade que caracteriza
os assassinatos de mulheres em razão de seu gênero transmite a mensagem de que essa violência é
tolerada”, diz a CIDH.
48
5. Na sua opinião, para além de definir o homicídio de mulheres como crime hediondo o que ainda é
preciso ser feito para diminuir a violência contra a mulher no Brasil?
b) Lembre-se de levantar argumentos e estabelecer conexões entre ideias conforme estudamos duran-
te a Atividade 4 – Levantando argumentos;
c) Use a ficha de apoio à produção e à avaliação disponível. Lembre-se de consultá-la durante e depois
da escrita da primeira versão de seu comentário sobre a importância de tipificar o feminicídio como
crime hediondo no Brasil.
TEXTO 1
“Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar vi-
sibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que, em
sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado
e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo contínuo de violências, cujas
raízes misóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui uma vasta gama de abusos, desde
verbais, físicos e sexuais, como o estupro, e diversas formas de mutilação e de barbárie.”
Um terço dos homicídios de mulheres no mundo – 35% – são cometidos por seus companheiros, de
acordo com a Organização Mundial da Saúde, enquanto 5% dos assassinatos de homens são come-
tidos por suas parceiras. A projeção da Organização das Nações Unidas é que 70% de todas as mu-
lheres no mundo já sofreram ou irão sofrer algum tipo de violência em algum momento de suas vidas.
49
50
TEXTO 3
51
Por falar em argumentos fortes, existem alguns critérios imprescindíveis que caracterizam uma boa
argumentação. O primeiro deles é nunca esquecer de fazer o dever de casa. Muitas vezes gostamos
muito de um tema e fica difícil resistir a um debate sobre ele. Mas você tem certeza de que domina
realmente o assunto?
52
28 jun. 2019.
Brasil abre uma investigação sobre Feminicídio a cada três horas. Disponível em: <https://ponte.org/brasil-
6. Use a ficha de apoio à produção e à avaliação disponível. A seguir, você encontra a tabela com os
critérios para a produção e revisão de seu comentário. Lembre-se de consultá-la durante e depois da
escrita da primeira versão do seu texto.
53
A ATIVIDADE 9 propõe, para as próximas semanas, que você assuma o compromisso de man-
ter o “Observatório Jovem” e o Painel “Juventude em Debate” ativos. Para isso, deve se compro-
meter em organizar rodas de conversa voltadas para o “monitoramento” de assuntos relevantes
para serem debatidos pelas culturas juvenis, parte da comunidade escolar. Nesse sentido, deve le-
vantar matérias jornalísticas (notícias, reportagens, artigo de opinião etc.) e pesquisas que tragam
à luz questões para serem debatidas e comentadas pelo grupo. Além disso, pretende-se que você:
Localize informações explícitas em um texto;
Infira uma informação implícita em um texto;
Reconheça posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao
mesmo tema.
O que comentar?
Vocês deverão selecionar um tema para discussão que seja relevante ao tema do Painel Juventudes
em Debate?. Em seguida, escrever um comentário e se posicionar sobre o tema de interesse da turma.
O comentário será publicado em um mural Juventudes em Debate e poderá ser lido por toda a escola.
Planejando o texto
Ao planejar seu comentário, é muito importante definir os tipos de argumentos que irá usar para justifi-
car sua opinião sobre o assunto tratado no texto lido. Lembre-se: é fundamental que você respeite os
direitos humanos e não difunda discurso de ódio e opiniões falsas.
54
Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação. Disponível em: <
Apresente sua opinião de forma que o leitor tenha claro qual é: usando palavras e expressões que
indicam seu posicionamento: “eu acredito”, “na minha opinião”, “não concordo” etc.
Estabelecer conexões entre ideias conforme estudamos durante a Atividade 4 –
Levantando argumentos.
Lembre-se de usar a ficha de apoio para produção e à avaliação de seu comentário. Consulte a ficha
durante e depois da escrita da primeira versão de seu texto.
Produzindo o comentário
Uma vez que você já definiu o seu ponto de vista sobre a questão polêmica e já decidiu que argumen-
tos vai usar para defendê-lo, é o momento de partir para a escrita do seu texto. Use a ficha de apoio.
Lembre-se de consultá-la durante e depois da escrita da primeira versão do seu texto.
Posso
Tema em debate: ________________________ Muito Bom Bom
melhorar
55
56
57
As atividades propostas não devem ser consideradas exercícios ou problemas a serem resolvidos
simplesmente com técnicas transformadas em rotinas automatizadas. Muitas dessas situações podem ser
vistas como ponto de partida para você estudar ou aprofundar uma noção ou propriedade matemática.
Aprender Matemática exige esforço e dedicação, mas também envolve curiosidade e criatividade
que estimulam a troca de ideias e conhecimentos. Por isso, sugerimos que você participe das aulas, obser-
ve as explicações do professor, faça anotações, exponha suas dúvidas, não se intimide em fazer perguntas,
procure respostas e sempre dê sua opinião.
Sempre que você precisar, peça ajuda ao professor. Ele pode orientá-lo sobre o que estudar e pes-
quisar, como organizar os estudos e onde buscar mais informações sobre um assunto. Reserve todos os
dias um horário para fazer as tarefas e rever os conteúdos, assim você evita que eles se acumulem.
E, principalmente, ajude e peça ajuda aos colegas. A troca de ideias é fundamental para construção
do conhecimento.
Temos certeza de que você irá descobrir que aprender Matemática pode ser muito prazeroso!
SEDUC
58
CONJUNTOS NUMÉRICOS
Saber classificar os números com os quais temos de trabalhar nas mais diversas situações, tanto escolares
como as de fora da escola, nos ajuda a termos mais sucesso nas soluções e maior economia de trabalho.
Descubra os números!
Você pode até ter algumas coisas contra os números, mas também já deve ter percebido que sem eles não
dá para ficar. Em todo momento eles se fazem presente, então vamos tentar olhá-los de um modo diferente
e fazer algumas descobertas sobre eles.
a) O conjunto dos Números Naturais (N) você conhece desde pequenininho. O conjunto dos Números
Inteiros (Z) é uma ampliação dele e, esta ampliação veio com algumas novidades. Quais diferenças
você reconhece entre os números naturais e os números inteiros quanto ao:
b) Você sabia que a ampliação do N para o Z trouxe a ideia de números simétricos? Agora você deve
estar pensando: nossa!! Piorou!!! Calma aí! Isso é simples e ajuda muito. Observe as figuras abaixo.
59
O conjunto dos Números Inteiros (Z) também foi ampliado e novos números com diferentes represen-
tações começaram a fazer parte de sua vida. Você conheceu o conjunto dos Números Racionais (Q).
a) Quais diferenças você reconhece entre os números inteiros e os números racionais quanto ao:
__________________________________________________________________________________
b) Ao estudar esses novos números você tem a possibilidade de imaginar o quão próximos dois nú-
meros podem estar e, mesmo assim, ainda ser possível pensar em outro entre eles. Isso foi possível
quando se pensou em dividir inteiros.
Quando falamos em dividir inteiros, qual tipo de número você já imagina? ______________________
__________________________________________________________________________________
Um número inteiro pode ser escrito nesta forma que você imagina para representar divisões em par-
Complete com > (maior), = (igual) ou < (menor) a partir do que observou nas retas acima.
1 1 2 2 5 4 9 15 13 11 14 19
– ... – ... – ... – ... ... – ... –
2 2 3 5 4 5 3 5 6 5 3 4
Ainda observando as retas, complete com frações que tornem as sentenças verdadeiras:
----- < ----- ----- > ----- ----- = ----- ----- > ----- ----- < -----
60
_________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
61
E se a fração não tiver denominador 10, 100, 1000? É preciso escrever uma equivalente a ela que te-
nha um desses denominadores!
1
= ----- = ----------- = ----------- = ----------- = ------------ ...
4
2
– = ---------- = ----------- = ----------- = ------------ = ----------- ...
5
1
= ---------- = ----------- = ----------- = ------------ = ----------- ...
2
b) Dentre as frações acima só uma não tem fração decimal equivalente a ela. Que fração é essa?
_______________. Por que não é possível escrever a fração decimal equivalente a ela? ___________
_________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
c) Dê outros exemplos de frações que não possuem frações decimais equivalentes a elas.
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Uma fração que não possui fração decimal equivalente a ela é chamada de
fração geratriz de uma dízima periódica.
62
4 3 34 11 49 6
10 1,3333... 100 3,09090909... 40 8,1666...
10 100 40
10 100 40
10 100 40
1 1 4
__________________________________________________________________________________
Todos esses números fazem parte do conjunto dos Números Racionais (Q), pois tanto os decimais como
as dízimas periódicas podem ser representados na forma , sendo que a e b são números inteiros e b ≠ 0.
Se você achou que a infinidade de números racionais tinha dado conta do recado, enganou-se. Desde
antes de Cristo os estudiosos de matemática já conheciam números que não se encaixam nas carac-
terísticas dos racionais. Dois desses números são muito famosos e você deve conhecê-los.
π ≅ 1,41421356237309504880...
2
π ≅ 3,14159 26535 89793...
__________________________________________________________________________________
Com esta característica eles não se encaixam no conjunto dos números racionais, então eles são chama-
dos de Números Irracionais. Os números irracionais junto com os racionais formam o conjunto dos Núme-
ros Reais.
63
π 6 -2
2 2 3
7.453 16 3,0007
2
231
π 3
125
1,010010001... 0,3333...
64
Você já estudou que os números irracionais são aqueles que não podem ser obtidos pela divisão de
dois números inteiros. Você pode estar pensando, então não deve existir muitos números desse tipo!
Mas, você está enganado, existem infinitos números irracionais. Só para ter uma ideia, entre dois nú-
meros racionais, por mais próximos que eles sejam, sempre existirá um número irracional entre eles.
a) A representação na forma decimal dos números irracionais ainda causa algumas discussões entre
os matemáticos. Mas, por enquanto, vamos considerar que eles podem ser reconhecidos pela obser-
vação cuidadosa de sua representação na forma decimal. Separe os números do quadro abaixo em
racionais e irracionais.
Racionais: ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Irracionais: _______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
b) Usando uma calculadora, divida dois números inteiros quaisquer e escreva o resultado obtido. ____
__________________________________________________________________________________
Você sabe dizer se este resultado é formado apenas pelos algarismos que couberam no visor da má-
quina ou se essa representação deve ter as reticências (...) no final? O que pode ser uma boa dica para
__________________________________________________________________________________
65
a) Faça uma busca na internet para verificar que eles estão mais presentes do que você imagina. Liste
abaixo algumas de suas descobertas.
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
b) O 2 é famoso porque foi o primeiro irracional a ser “encontrado”. Encontre-o também, para isso
basta calcular a hipotenusa deste triângulo retângulo isósceles.
__________________________________________________________________________________
a) Mesmo descobrindo que os números irracionais estão presentes no mundo a nossa volta, fica uma
pergunta: Ao medir um segmento que representa usando qualquer instrumento de medida que conhe-
cemos, vamos encontrar seu verdadeiro valor? ____________
___________________________________________________________________________________
b) Aproximações são necessárias! Porém podemos tratar com boas aproximações. Utilizando o fato
de que as representações geométricas de alguns números reais são simples de serem construídas,
vamos utilizá-las na reta numérica.
Utilizando régua e compasso faça a seguinte construção:
66
• Considerando este novo ponto marcado na reta, repita o processo de construção para obter a hipo-
tenusa do novo triângulo retângulo. Qual a medida da hipotenusa desse novo triângulo? _________.
Marque essa medida na reta. Se sua construção ficou boa, essa medida deve estar sobre o número
_______ ou muito próxima dele.
• Pensando nos valores aproximados dos números irracionais que marcou na reta, você considera que
as posições desses números estão adequadas? ________ Justifique sua resposta.
• Pensando em uma boa aproximação para a localização de um número irracional na reta, indique a
posição para π em cada uma das representações abaixo.
67
PROPORCIONALIDADE E GEOMETRIA
A proporcionalidade está presente em muitas das situações com as quais nos deparamos diariamen-
te, mas nem sempre nos damos conta de sua presença. Perceber se existe ou não proporcionalidade
entre os elementos presentes naquilo que estamos envolvidos faz grande diferença, pois essa relação
facilita muito a resolução de problemas nas várias atividades humanas.
Venha descobrir alguns truques que a proporcionalidade nos permite!
Qual característica observou entre as figuras que te levou a marcar aquelas que considerou serem
proporcionais? _____________________________________________________________________.
__________________________________________________________________________________
Qual característica observou entre as figuras que te levou a marcar aquelas que considerou serem
proporcionais? __________________________________.
68
nais? _________________________
Qual característica observou entre as figuras que te levou a marcar aquelas que considerou serem
proporcionais? __________________________________.
Na atividade anterior você fez algumas descobertas sobre a proporcionalidade, nesta você vai investi-
gar o que a proporcionalidade tem a ver com as frações.
a) Observe novamente as figuras abaixo e complete.
• As figuras A e C são ampliações da figura B porque as medidas de seus lados são proporcionais às
medidas dos lados da figura B e a forma foi mantida.
Na figura A as medidas dos lados correspondem ao ______________ das medidas dos lados da figura B.
Um outro modo de dizer a mesma coisa é que a relação entre a figura A e a figura B é de 2:1 (leia de
dois para um), isto é, a cada 2 quadradinhos que formam os lados da figura A correspondem a 1 qua-
dradinho na figura B.
• Na figura C as medidas dos lados correspondem ao _________________ das medidas dos lados da
figura B. Então podemos escrever que a relação entre a figura C e a figura B é de ____________, por-
que ______________________________________________________________________________
69
A e C? ___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
• Se quisermos pensar que a figura B é uma redução da figura A, como escrever a relação entre elas?
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
As relações 2:1, 4:1, 1:2 que escrevemos para as figuras são chamadas de razão de
proporcionalidade e também podem ser expressas na forma de fração
2 , 4 , 1 , ..., a , com b ≠ o
1 1 2 b
b) Na malha abaixo desenhe a figura 2, proporcional à figura 1, na razão de 1:3 e a figura 3, também
proporcional à figura 1, na razão de 1:2.
• Ao comparar a figura 2 com a figura 1, a razão de proporcionalidade entre as medidas dos lados é:
1 = ------
3
70
• Use a ideia de Tales para resolver a seguinte questão: A sombra de um poste vertical, projetada pelo
sol sobre um chão plano, mede 12 m. Nesse mesmo instante, a sombra, de um bastão vertical de 1 m
de altura mede 0,6 m. Qual a altura do poste?
d) O teorema de Tales é hoje assim enunciado: “Se um feixe de retas paralelas é interceptado por
duas retas transversais, então os segmentos determinados pelas paralelas sobre as transversais são
proporcionais.”
• Usando esse teorema, imagine que você queira uma estante como a abaixo.
______________________________________
______________________________________
______________________________________
71
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
a) As escalas de mapas são razões que indicam a relação de proporcionalidade entre a medida no
mapa e a medida real do espaço representado. Veja um exemplo de escala presente em mapas.
Neste exemplo aparecem dois tipos de representação da escala: numérico e gráfico. O numérico apre-
senta a razão, que deve ser lida como “1 centímetro no mapa representa 450.000 cm na realidade”.
• Como é difícil imaginar uma distância de 450.000 cm transforme essa medida em km. ________________
____________________________________________________________________________________
72
__________________________________________________________________________________
• Determine a distância real entre dois pontos de um mapa que apresenta essa escala, sabendo que a
distância no mapa é de 2,5 cm.
__________________________________________________________________________________
b) Na arquitetura as escalas também são muito importantes e as plantas que os arquitetos e engenhei-
ros desenham seguem normas determinadas por lei. Estas são as escalas que eles usam:
1:2; 1:5; 1:10; 1:20; 1:25;
1:50; 1:75; 1:100; 1:200;
1:250; 1:500.
• Se as medidas de um salão de festas são 10m x 20m, então sua representação na escala 1 : 100 terá
as medidas de _______________
• Se as medidas reais de um terreno são 12m x 35m e sua representação na planta está com 24cm x
73
RAZÕES TRIGONOMÉTRICAS
O triângulo retângulo é uma das figuras geométricas mais famosas. São poucas as pessoas que nunca
precisaram usar essa forma geométrica em alguma situação real. Isso se deve às suas várias proprie-
dades que permitem uma variedade de aplicações no mundo real. Nesta atividade vamos descobrir e
usar algumas dessas propriedades.
a) Observe a figura a seguir e responda:
• Considerando as medidas apresentadas, use uma calculadora para calcular as razões indicadas:
CG DH EF
= ______ = ______ = ______
AG AH AF
__________________________________________________________________________________
• Usando essa descoberta resolva este problema: Uma rampa plana, de 36 m de comprimento, faz ân-
gulo de 30° com o plano horizontal. Uma pessoa que sobe a rampa inteira a que altura do chão estará
quando chegar ao final?
74
__________________________________________________________________________________
Dentre as razões que se pode escrever entre as medidas dos lados dos triângulos
retângulos algumas se destacam:
cateto oposto
seno de um ângulo =
hipotenusa
cateto adjacente
cosseno de um ângulo =
hipotenusa
cateto oposto
tangente de um ângulo =
cateto adjacente
c) Com o estabelecimento dessas razões foi possível calcular o valor do seno, cosseno e tangente de
uma infinidade de ângulos. Aqui está uma tabela com esses valores para os ângulos mais usados.
75
Você já se perguntou como o homem conseguiu determinar a distância da Terra até a Lua, até ao Sol
e a todos os outros planetas? Como determinar a largura de rios muito largos ou de lagos? Você já viu
como Tales fez para a determinação da altura pirâmide. Procure conhecer um pouco sobre as façanhas
de outros estudiosos gregos como Erastóstenes e Aristarco. Nesta atividade vamos conhecer como
calcular distâncias inacessíveis usando as razões trigonométricas.
a) Um avião que decola, formando com o solo, um ângulo de 30º e seguindo uma trajetória retilínea,
passa acima de um morro depois de percorrer 1.000 metros. Sabendo que a altura do morro é de 300
m, determine a quantos metros de distância o avião passa do topo do morro.
Em todo problema de geometria é fundamental fazer um desenho que represente o enunciado. Mas,
para isso é preciso ler com cuidado todas as informações dadas para que o desenho represente bem
o problema. Vamos fazer esse juntos!
• Comece com esta informação: Um avião que decola, formando com o solo, um ângulo de 30º e se-
guindo uma trajetória retilínea. Não está dito que o solo é plano, mas sabemos que uma pista de deco-
lagem é plana. Então, faça essa parte do desenho.
• Agora, vamos ao próximo trecho: passa acima de um morro depois de percorrer 1.000 metros. Nesse
__________________________________________________________________________________
• Vamos ao próximo trecho: Sabendo que a altura do morro é de 300 m, determine a quantos metros de
distância o avião passa do topo do morro. Esse também traz duas informações, uma explícita e uma
76
c) Ao realizar a medida da altura de um morro, um agrimensor se coloca a uma certa distância e indica
essa posição como sendo um ponto A. Dessa posição ele enxerga o topo T do morro, conforme um
ângulo de 45º. Ao se aproximar 70 metros do morro, ele passa a ver o topo T conforme um ângulo de
60º. Determine a altura do morro.
• Complete o desenho com as informações apresentadas, depois resolva-o.
Nos próximos problemas serão feitas duas leituras, a do texto e a da imagem que o acompanha, mas
continue fazendo como o proposto anteriormente.
d) Um menino avista o topo de um morro, conforme figura abaixo. Considerando que ele está a uma
distância de 500 m da base do morro, calcule a altura (h) indicada.
Considere:
sen 20º = 0,34
cos 20º = 0,93
tg 20º = 0,36
77
Considere:
sen 20º = 0,34
cos 20º = 0,93
tg 20º = 0,36
Sabendo que as alturas das montanhas são 872 m e 761 m, calcule a distância a ser percorrida pelo
carrinho.
f) A figura abaixo representa um procedimento de medida da largura de um rio, feito por dois profissio-
nais ao mesmo tempo.
Use
sen55° = 0,82
cos55° = 0,57
tg55° = 1,43
Um na posição A e outro na posição B observam uma pedra que está na margem do outro lado, con-
forme mostra a figura. Ambos estão 1,7 m afastados da margem. Considerando que as duas margens
do rio são paralelas, determine a largura do rio.
78
PROPORCIONALIDADE - PROBLEMAS
A grande maioria dos problemas de proporcionalidade, direta ou inversa, pode ser resolvida por meio
da montagem de uma tabela que expressa o relacionamento entre as grandezas envolvidas. A identi-
ficação da regularidade presente nos valores determinados fornece os elementos necessários para a
resolução do problema. Essa regularidade também pode ser expressa pela razão (k) de proporciona-
lidade.
a) Uma fábrica mantém jornadas de trabalho de 6 horas para seus funcionários e, com essa jornada,
a produção mensal é de 160 mil produtos. Quantas horas diárias serão necessárias para elevar a pro-
dução para 240 mil produtos?
• Comece montando uma tabela para observar a relação que existe entre a quantidade de produtos
produzidos e o número de horas trabalhadas.
Quantidade
Horas
• Se sua tabela foi preenchida corretamente, a razão entre a quantidade de produtos produzidos e o
( ) ( ) ( ) ( )
79
b) Com 100 kg de grãos de trigo são fabricados 65 kg de farinha. Para fabricar 260 kg de farinha de
trigo quantos quilogramas de grãos serão necessários?
c) Francisco leva 5 minutos para chegar na escola andando a uma velocidade de 10km/h. Hoje ele
gastou 8 minutos neste percurso. A que velocidade veio o Francisco?
• Você já percebeu que a relação entre essas grandezas ocorre de modo diferente das anteriores, isto
porque elas são ______________________________
Neste caso, quando uma grandeza é multiplicada por 2 a outra é _________. Se uma for dividida por
3 a outra será ______________________________.
• Chamando a velocidade de v e o tempo de t, verifique o que ocorre com os resultados de v·t . Explique
o que obteve. ______________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
d) Uma torneira enche um tanque em 20 horas com uma vazão de 30 litros por minuto. Quanto tempo
demorará para encher esse mesmo tanque se a torneira tiver uma vazão de 50 litros por minuto?
e) Um relatório de 600 páginas foi entregue a digitadores que produzem, cada um, 8 páginas por hora.
Determine quantos digitadores serão necessários para esse relatório ficar pronto em 15 horas.
80
Problemas de geometria devem sempre ser resolvidos a partir da representação das figuras que fazem
parte do problema. Se achar interessante, use também as tabelas para reconhecer a constante de
proporcionalidade.
a) Uma foto retangular de 10 cm por 15 cm deve ser ampliada de modo que a ampliação seja seme-
lhante à foto. A medida do maior lado da ampliação será de 60 cm. Qual será a medida do menor lado?
b) Quando dois retângulos, A e B, são desenhados de modo que o B é uma ampliação do A, podemos
afirmar que:
81
Nestes problemas você vai buscar um modo de representar algebricamente a relação de proporciona-
lidade direta entre as grandezas. Aqui também a determinação da regularidade em tabelas é a chave
para a solução.
Peso
100 200 250 300 ... x
(em gramas)
Preço
3,60 7,20 9,00 10,80 ... y
(em reais)
• Determine a expressão que representa a quantia (y) a ser paga em reais, em função do peso (x) de
salgadinhos comprados em quilogramas. __________
• Utilizando o Geogebra, valide sua resposta analisando o gráfico correspondente à sua expressão,
verificando se os pontos da tabela pertencem ao gráfico.
b) Uma caixa d’água com um furo no fundo perde 2 litros de água a cada 1 hora. Determine a expres-
são algébrica que permite calcular a quantidade de água perdida em função do tempo.
c) Um carro desloca-se da cidade A para a cidade B, 450 km distante de A, a uma velocidade constante
de 80 km/h.
• No Geogebra trace o gráfico da função que representa este movimento. Lendo o gráfico montado
responda:
82
TABELAS E FUNÇÕES
Em seus estudos anteriores você já percebeu que as tabelas são de grande ajuda para representar
situações que envolvem a proporcionalidade. Hoje vamos ampliar um pouco mais o olhar sobre as ta-
belas e as relações que podemos reconhecer a partir delas.
50 7.500 _________________________________________
_________________________________________
60 9.000
__________________________________________________________________________________
b Para controlar o tempo que gasta em seu percurso até o trabalho, Marina anotou por alguns dias a
duração do trajeto que faz de ônibus. Ela anota a hora em que entra no ônibus e a duração do percurso.
Veja como ficou a tabela de Marina.
Hora Duração (min) Pela tabela, é possível prever a duração do trajeto de Marina
83
2 3
x -3 -2 -1 1 ... 10
y 9 4 0 4 ...
• Escreva uma expressão algébrica que permita calcular qualquer valor nesta tabela. ______________
__________________________________________________________________________________
A expressão algébrica associada a uma tabela também pode ser chamada de lei de formação
de y em função de x.
Uma função pode ser representada por três tipos diferentes de registro. Por sua lei de formação, por
uma tabela e por seu gráfico. Normalmente, usamos os pontos de uma tabela para construir um gráfi-
co. Hoje vamos fazer o contrário!
a) No Geogebra, insira a seguinte lei: y = x² + 2x. A partir do gráfico obtido complete a tabela abaixo.
x -5 -4 0
y 0 -1 3 8
Continue no Geogebra. Digite uma nova lei: y = -x² + 2x para preencher a tabela abaixo
x -4 -3 0
y -8 -3 1 -3
84
y -9 -6 3 0 y 9 -6 3 0
A B
y 6 3 0 -3 y 6 3 0 3
85
Você sabia que as funções polinomiais do 1º grau têm ampla aplicação em diversas áreas? Elas são
empregadas em situações do nosso dia a dia, em situações financeiras, em questões de física, química,
biologia etc..
Por isso é que saber fazer uma leitura de sua lei de formação e de seu gráfico acaba sendo importante
para a realização de algumas análises que não precisam de valores específicos de determinados pon-
tos. Nesta sequência vamos fazer um pouco dessas leituras.
a) O nome desse tipo de função já dá dicas de como sua representação algébrica deve ser. Então,
pensando nesse nome assinale quais das representações algébricas apresentadas abaixo podem ser
chamadas de função polinomial de 1º grau. Pesquise em seu livro de matemática ou na internet.
2
a) ƒ(x) = 2 b) g(x) = –x c) p(t) = t²+1 d) x = 3y
3
1
e) ƒ(x) = f) x + 5 = 7 g) h(z) = 2 – z³ g) y = 2x – 3
x
( ) ( ) ( ) ( )
86
( ) ( )
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Nesta atividade você vai se tornar um detetive matemático. Terá de observar pistas sobre o que muda
e o que permanece em cada uma das situações a serem investigadas. Fique esperto!!!
a) Usando o Geogebra, represente todas as funções desse grupo em um mesmo plano cartesiano.
F(x) = x e F’(x) = – x H(x) = 2x e H’(x) = – 2x
1 1
G(x) = x e G’(x) = – x I(x) = 5x e I’(x) = – 5x
2 2
A partir de suas observações, escreva o que descobriu sobre as mudanças no gráfico causadas pelas
mudanças no coeficiente de x quando há:
- uma troca de sinal no coeficiente de x: __________________________________________________
__________________________________________________________________________________
- mudança no valor do coeficiente de x: __________________________________________________
__________________________________________________________________________________
87
__________________________________________________________________________________
O coeficiente de x em uma função polinomial de 1º grau recebe o nome de coeficiente angular por
indicar se o ângulo que a reta forma com o eixo x é agudo ou obtuso.
C) De acordo com suas observações anteriores, sem mesmo construir os gráficos, é possível afirmar
que as retas cujas leis são y = – 3x – 2 e y = – 3x formam um ângulo ________________ com o eixo
x. Além disso, por terem o mesmo coeficiente angular, as retas representadas no mesmo plano carte-
siano ficarão _______________________________________________________________________
Continue com seu olhar sobre o que muda e o que permanece no gráfico de uma função polinomial do
1º grau de acordo com as alterações feitas em sua representação algébrica.
___________________________________________________________________________________
• mantendo o valor do coeficiente angular (a), faça alterações no valor de b. Lembre-se de usar núme-
ros negativos e frações. Escreva as alterações que irá testar no software. _______________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
• Descreva as mudanças que ocorreram no gráfico da função com a mudança no b (termo independente
de x). ____________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
• É possível observar uma regularidade no eixo y em relação ao valor de b. Descreva essa regularidade.
__________________________________________________________________________________
88
Usando as descobertas que fez você poderá antecipar como ficará o gráfico de uma função polinomial
de 1º grau apenas observando os coeficientes da representação algébrica. Mas, também poderá an-
tecipar características da representação algébrica apenas observando o comportamento do gráfico da
função. Vamos fazer isso!
Analisando as representações algébricas, complete os espaços com suas considerações sobre como
será o gráfico de cada uma, justificando suas colocações.
• F(x) = 2 x + 3: ____________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
• T(r) = 2 π r: ________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
b) Analisando os gráficos, complete os espaços com suas considerações sobre os coeficientes angular
e linear que compõem a representação algébrica de cada função.
• A representação algébrica da função f(x) terá coeficiente angular _____________ e seu coeficiente
linear será igual a _______. Exemplo: f(x) = ________________
89
90
Em nossas situações diárias muitas vezes usamos a expressão “no máximo” ou “no mínimo” querendo
dizer que estamos determinando um certo tempo, valor, quantidade de algo que não esperamos ultra-
passar. Então, vamos usar essa ideia para discutir sobre o valor máximo ou mínimo a ser atingido por
uma função polinomial do 2º grau.
a) Para descrever acrobacias aéreas um avião a jato descreve arcos no formato de uma parábola de
acordo com a seguinte função y = –x² + 60x. Qual a altura máxima atingida pelo avião? Vamos resolver
juntos esse problema!
A primeira coisa a fazer é construir um esboço do gráfico da parábola. Eu vou dando as dicas e você
vai completando.
• Analisando a expressão y = –x² + 60x podemos colher duas informações importantes sobre como será
essa parábola.
A primeira é o fato de que o coeficiente de x² é _______, o que significa que a concavidade da parábola
será voltada para ___________________________.
A segunda é que o termo independente de x nessa expressão algébrica é igual a _____, o que signi-
fica que a parábola deve cortar os eixos x e y em um mesmo ponto. Usando essas duas informações
indique qual dos esboços podemos usar para resolver o problema.
( ) ( ) ( )
91
Provavelmente você assinalou dois deles que atendem às duas primeiras condições. Mas, vamos a
mais uma consideração sobre o enunciado do problema. Trata-se de acrobacias de um avião, então
não faz sentido tomarmos valores negativos para x e y.
• Agora que já temos uma ideia de como é a curva que o avião faz, podemos pensar em encontrar o pon-
to de máximo. Observe o esboço que marcou, o ponto de máximo está localizado no _____________
da parábola.
• Pesquise sobre quais possibilidades de cálculo podem ser usadas para determinar os valores de x e
de y para esse ponto e, assim dê a resposta ao problema.
Agora, aplique o que descobriu nessas discussões para resolver outros problemas.
b) Um projétil, disparado para cima, a partir do solo, com uma certa inclinação descreve uma trajetória
dada pela curva y=-0,5x²+5x , onde x e y são as distâncias na horizontal e na vertical, como indicado
no esboço abaixo.
92
d) Durante o processo de tratamento uma peça de metal sofre uma variação de temperatura des-
crita pela função: f(t)= 2 + 4t – t², 0 < t < 5. Determine o instante t em que a temperatura atinge seu
valor máximo.
Neste grupo de problemas você deverá continuar aplicando as descobertas anteriores, mas agora é
para obter o mínimo.
a) Uma empresa produz um determinado produto com o custo definido pela seguinte função
C(x)= x² – 80x+3.000. Considerando o custo C em reais e x a quantidade de unidades produzi-
das, determine a quantidade necessária de unidades para que o custo seja mínimo. Valide sua
resposta com o Geogebra.
b) Considere a função dada por y = 3t² - 6t + 24, na qual y representa a altura, em metros, de um móvel,
no instante t, em segundos. O ponto de mínimo da função corresponde ao instante em que:
c) A soma e o produto das raízes de uma função do 2° grau são, respectivamente, 6 e 5. Se o valor
mínimo dessa função é -4, determine as coordenadas do vértice. Pesquise sobre a relação que existe
entre a soma e o produto das raízes com a representação algébrica da função polinomial de 2º grau.
93
Nesta sequência vamos continuar tratando com tabelas e gráficos, mas aquelas que encontramos nos
meios de comunicação ou em apresentações de pesquisas estatísticas. Estes também precisam ser
analisados cuidadosamente para que as informações colhidas não sejam equivocadas.
a) Tentando otimizar seu tempo no trânsito, um motorista montou um gráfico contendo o tempo gasto
por ele para ir de casa ao trabalho em diferentes horários da manhã.
Necessitando chegar ao seu trabalho até às 10:00, deve sair de casa no máximo em que horário?
O primeiro movimento a ser feito é o de ler e entender como o gráfico está apresentando as informa-
ções. Para isso, vá preenchendo os espaços.
balhador ___________________________________________________________________________.
94
trabalhador ________________________________________________________________________.
__________________________________________________________________________________
Assim, o horário de partida do trabalhador deverá ser, no máximo, ___________, para não se atrasar.
Aplique esse modo de pensar para resolver o próximo problema.
b) O movimento populacional de uma pequena cidade foi acompanhado ao longo de 60 anos, como
mostra o gráfico abaixo.
95
Diante dos resultados decidem investir no setor de menor produtividade de modo a alcançarem um
total de 34.000 produtos.
d) O gráfico abaixo apresenta os investimentos chineses no Brasil de 2013 a abril de 2018, de acordo
com o Ministério do Planejamento do Brasil1.
__________________________________
96
a) Cinco cidades vizinhas ofereceram terrenos para construção de um hospital para idosos. Como
critério de decisão, o governo do estado irá optar pela cidade com maior número de idosos. A tabela
abaixo apresenta os dados a serem considerados nesta decisão. Qual cidade receberá o hospital?
A 105.000 10%
B 84.000 14%
C 67.000 17%
D 95.000 11%
E 87.000 12%
• Do mesmo modo que para os gráficos, é preciso ler a tabela com atenção! Talvez você já esteja pen-
sando em responder que seria a cidade C, só porque tem o maior percentual ou a cidade A, porque tem
o maior número de habitantes. Mas, volte ao texto do problema e transcreva aqui o trecho que indica o
que devemos encontrar: __________________________________.
• Diante do que devemos encontrar, será preciso fazer cálculos. Você se lembra das porcentagens?
Vou dando as dicas e você vai completando.
10 1
10% de 105.000 é o mesmo que
100
. 105.000 = 10
. 105.000 = ___________
14
14% de 84.000 é o mesmo que
100
. 84.000 = _________________________
11% de _______________________________________________________
12% de _______________________________________________________
Agora, diante dos cálculos, aponte a cidade que receberá o hospital _______
97
Percentual de municípios com coberturas vacinais adequadas por tipo de vacinas (Homogeneidade
de coberturas vacinais), Brasil. 2011 a 20162
• Sabendo que o Brasil possui 5.570 municípios, qual a quantidade de municípios em que a população
não estava devidamente protegida contra a poliomielite, em 2016?_____________________________
___________________________________________________________________________________
Horas
Potência Consumo
Equipamento Quantidade utilizadas
(W) Mensal (W)
por dia
Geladeira 84 1 24 60.480
Forno Elétrico 800 1 0,2 4.800
Ferro de Passar 400 1 0,5 6.000
Chuveiro 5.500 1 0,4 66.000
Liquidificador 300 1 0,1 900
Televisor 70 2 2 8.400
Total 198.780
2 Disponível em https://www.conass.org.br/consensus/queda-da-imunizacao-brasil/
98
99
PROBLEMAS DE CONTAGEM
Os problemas de contagem exigem uma leitura apurada e discussões com os colegas para que a
interpretação e compreensão dos enunciados aconteça. Discuta com seus colegas sobre como cada
um entende a proposta e, se achar necessário, reescreva de um modo que fique mais claro para você.
a) Vamos começar a conversar sobre o princípio fundamental da contagem que diz que se há x modos
de tomar uma decisão D1 e, tomada a decisão D1, há y modos de tomar a decisão D2, então o número
de modos de tomar sucessivamente as decisões D1 e D2 é x vezes y (xy).
_______________________
Nesta situação é preciso verificar o entendimento do que seja montar esse número, isto é, por onde va-
mos começar a escrevê-lo, pela unidade ou pela centena? Vamos deixar combinado que vamos montar
como normalmente escrevemos um número, da esquerda para a direita.
100
Aplique o princípio fundamental para descobrir quantos são os números de três algarismos distintos.
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
• De quantos modos se pode responder em uma prova com 10 questões de múltipla escolha, com 5
alternativas por questão?
_________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
a) Alguns problemas de contagem aparecem muito e, então, memorizar como eles são resolvidos é um
modo de economizar trabalho. Eles continuam sendo de aplicação do princípio fundamental.
101
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Em algumas situações queremos selecionar um grupo de objetos distintos entre todos os disponíveis.
Aí vem a pergunta:
De quantos modos podemos selecionar p elementos distintos entre n elementos distintos dados?
Situações deste tipo são chamadas de Combinações Simples e podem ser representadas por
n!
= p!(n-p)!
102
b) Com 5 homens e 4 mulheres, quantas comissões de 5 pessoas, com pelo menos 3 homens, podem
ser formadas?
Leitura cuidadosa do problema: A expressão “com pelo menos 3 homens” indica que poderá haver co-
missões compostas por: ______________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
Resultado final: Soma dos diferentes momentos de aplicação do princípio fundamental. ___________
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Resultado final: Soma dos diferentes momentos de aplicação do princípio fundamental. ____________
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PROBABILIDADE
a) Em algum momento você já deve ter pensado na chance de ser sorteado para ganhar algo que que-
ria muito! Vamos pensar um pouco sobre isso!
Imagine que esteja em um grupo de 4 amigos e resolvem fazer uma “vaquinha” para comprar um game
e jogarem. Ao final, resolvem sorteá-lo entre vocês. Qual a sua chance de ganhar?
• Para pensar sobre isso, primeiro devemos considerar o número de elementos envolvidos como possí-
veis sorteados – o Espaço Amostral. Neste exemplo os elementos do espaço amostral são _________
__________________________________________________________________________________.
• Agora, pense no número de situações que seriam favoráveis a você neste sorteio. ___________________
Esse número reflete o que chamamos de eventos favoráveis a você.
• Pronto! A chance de você ser sorteado é dada pela razão entre o número de possibilidades favoráveis
a você e o número total de possibilidades. Que neste caso será _________. Esta será a probabilidade
de você ser sorteado!
b) Agora, imagine que um de seus amigos diga que se for sorteado ele dará o game a você, então
quantas são as possibilidades favoráveis a você? _________. E sua probabilidade de ganhar, como
fica? ____________
c) Imagine que para fazer o sorteio vocês decidam que vão tirar uma carta do baralho, sendo que cada
um escolhe um naipe – espada, paus, ouro ou copas. Assim, aquele que tirar uma carta com o naipe
escolhido será o vencedor.
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a) A porcentagem é uma comparação que fazemos com o número 100. Veja como ele pode ser usado
e vá completando os espaços:
60
• 60% ( ) dos alunos de uma escola são meninas. Isso significa que em cada grupo de 100 alunos,
100
60 são _____________ e, portanto, 40 são .
25
• Numa loja de games 25% ( ) dos jogos são de guerra, isso significa que em cada grupo de
100
___________ games, ______ são de ___________ e os outros _______ são de outras modalidades.
100
• Na classe da Bia 100% dos alunos trazem seu material em mochilas. Isso significa que ______
100
________________________________________________.
b) Embora a porcentagem indique a comparação com 100, é possível usarmos outras frações, desde
que sejam equivalentes à fração de denominador 100. Escreva frações equivalentes a cada uma das
porcentagens.
10
10% = = ____ 30% = ____ = ____
100
20
20% = = ____ = ____ 50% = ____ = ____ = ____ = ____
100
c) Quais frações são equivalentes a 100%? Explique como chegou a essa conclusão. ______________
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a) As perspectivas de envelhecimento da população mundial estimam que em 2050, nos países desen-
volvidos, a população de pessoas com 60 anos ou mais estará próxima de 35% da população. Nessas
condições qual será a probabilidade de se escolher, aleatoriamente, uma pessoa de 60 anos ou mais
na população dos países desenvolvidos?
• Este problema vai exigir que você utilize seus conhecimentos sobre porcentagem. A porcentagem
também é uma razão, pois 35% = ________ .
• A partir do que recordou sobre as porcentagens, é possível escrever a relação entre o número de ca-
sos favoráveis e o número total de casos e chegar à probabilidade pedida. Escreva-a ______________
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1 3 5 6 7
a) b) c) d) e)
20 242 22 25 15
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Coordenador
Caetano Pansani Siqueira
Assessor Técnico
Vinicius Gonzalez Bueno
COLABORADORES
Redatora de Matemática
Silvia Sentelhas