Entendendo o Próprio Mapa (Jyotisha)

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ÍNDICE

1.0. COMO POSSO CONHECER O MEU

PRÓPRIO MAPA? ___________________________3

1.1. CALCULANDO O MAPA____________________ 3

1.2. OBSERVANDO A VIṀŚOTTARĪ DAŚĀ________ 5

1.3. OS TRÂNSITOS DE JÚPITER/GURU E

SATURNO/ŚANI_______________________________6
A Jyotiṣa é como os indianos denominam a astrologia, popularmente conhecida como astrologia védica,
mas que também pode ser chamada de astrologia indiana ou hindu. Como todo sistema de astrologia, o
jyotiṣa trata do significado dos posicionamentos celestes, sendo que para isso ele se vale dos doze signos
(dvādaśā-rāśi), dos vinte e sete nakṣatras, dos nove grahas (planetas) e das doze casas (dvādaśa-bhāva),
além de outros elementos mais sutis.

As várias permutações possíveis entre todos os fatores acima mencionados é que torna possível diferen-
ciar o karma que cada um traz consigo, denominado prarabdha-karma, que abrange desde a concepção
até o momento da morte. O astrólogo é justamente aquele que interpreta este karma, por meio da simbo-
logia que o jyotiṣa compreende. Isso permite entender quais são os frutos a serem colhidos nesta vida, seja
na área afetiva, financeira, familiar, espiritual, etc.

1.0. COMO POSSO CONHECER O MEU PRÓPRIO MAPA?

Para conhecer o seu próprio mapa você precisa da ajuda de um astrólogo, porém, neste PDF vou te en-
sinar algumas noções básicas que vão lhe permitir calcular o seu próprio mapa, entender qual é o seu
signo ascendente (lagna-rāśi), quais são os posicionamentos dos nove grahas (planetas) no seu mapa,
que período vive atualmente, etc.

1.1. CALCULANDO O MAPA


O mapa natal, denominado em sânscrito jātaka, horā ou kundali, é um registro do espaço e do tempo no
qual o indivíduo nasce. Nele é possível saber como estava o céu e em que posições se situavam os astros
no momento e no local do nascimento do indivíduo. Para isso, precisamos saber a data, a hora e o local
em que nascemos. Tendo tais dados, podemos tanto usar um software como o Jagannatha hora (gratuito)
para calcular o mapa, como também apps de celular (Jyotish app é recomendável) ou sites que oferecem
essa opção, como o astrosage, prokerala, etc.

Como nem todos os softwares, apps e sites possuem coordenadas de longitude, latitude e fuso horário
precisas, especialmente porque praticamente todos são estrangeiros e, portanto, nem sempre possuem um
atlas completo para o Brasil, é importante consultar esses dados no google ou em outra fonte segura para
que seus cálculos sejam corretos.

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Tendo feito o cálculo, você obterá um dos seguintes gráficos ou ambos:

Gráfico do sul da Índia – Bṛhaspati-chakra

1. No primeiro gráfico, da direita, denominado Bṛhaspati-chakra, o qual é originário do sul da Índia, o


segundo quadrado superior, da esquerda para a direita, representa o signo de áries ( ) e, seguindo em
sentido horário, você tem os signos de touro ( ), gêmeos ( ), câncer ( ), leão ( ), virgem ( ), libra
( ), escorpião (H), sagitário ( ), capricórnio ( ), aquário ( ) e peixes ( ). Em outras palavras, neste
gráfico os signos são fixos. Nem todos os softwares/apps/sites vão apresentar os glifos dos signos
nos quadrados indicados, portanto, esse chakra demanda um pouco mais de conhecimento e atenção.

2. Sabendo onde estão os signos, agora resta saber onde estão as casas. No caso, a primeira casa
(ascendente) é marcada por uma linha diagonal, ao passo que os quadrados seguintes, em sentido
horário, representam as demais casas, de 2 a 12.

3. Por fim, basta saber onde cada graha se situa, por signo e por casa, o que é fácil, pois está indicado
dentro do gráfico por meio dos glifos ou das abreviações (geralmente em inglês). No caso, usamos
nove grahas no jyotiṣa: Sūrya/Sol ( ), Chandra/Lua ( ), Maṅgala/Marte ( ), Budha/Mercúrio (
), Guru/Júpiter ( ), Śukra/Vênus ( ), Śani/Saturno ( ), Rāhu ( ) e Ketu ( ). Quando dois ou mais
grahas ocupam um mesmo signo, diz-se que estão conjuntos. Da mesma forma, se um ocupa o séti-
mo signo a partir do outro, diz-se que estão em aspecto/olhar (dṛṣṭi).

Gráfico do norte da Índia – Bhṛgu-chakra

1. O gráfico a esquerda é denominado Bhṛgu-chakra, sendo originário do norte da Índia. Nele, as ca-
sas é que são fixas, ao passo que os signos variam de posição. Para localizar o ascendente (primeira
casa), basta identificarmos o diamante central superior e, a partir daí, contar no sentido anti-horário

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as demais casas. Note que as casas um, quatro, sete e dez se distribuem no centro do chakra, o que
facilita a sua rápida identificação.

2. Como disse anteriormente, neste chakra os signos variam de posição, o que é assinalado por meio
dos números presentes dentro de cada casa. Logo, áries corresponde ao número 1, touro ao 2, gêmeos
ao 3, câncer ao 4, leão ao 5, virgem ao 6, libra ao 7, escorpião ao 8, sagitário ao 9, capricórnio ao 10,
aquário ao 11 e peixes ao 12. O gráfico que apresento aqui, invés de usar números, usa os próprios
glifos dos signos.

4. Por fim, basta saber onde cada graha se situa, por signo e por casa, o que é fácil, pois está indicado
dentro do gráfico por meio dos glifos ou das abreviações (geralmente em inglês). No caso, usamos
nove grahas no jyotiṣa: Sūrya/Sol ( ), Chandra/Lua ( ), Maṅgala/Marte ( ), Budha/Mercúrio (
), Guru/Júpiter ( ), Śukra/Vênus ( ), Śani/Saturno ( ), Rāhu ( ) e Ketu ( ). Quando dois ou mais
grahas ocupam um mesmo signo, diz-se que estão conjuntos. Da mesma forma, se um ocupa o sétimo
signo a partir do outro, diz-se que estão em aspecto/olhar (dṛṣṭi).

Exemplo

No mapa usado aqui como exemplo, tanto usando um gráfico quanto outro, obteremos as mesmas infor-
mações. No caso, o ascendente (lagna) do mapa em questão está em câncer, Júpiter/Guru em escorpião na
cinco, Ketu, Saturno/Śani e Lua/Chandra em sagitário na seis, Vênus/Śukra em touro na onze, enquanto
Sol/Sūrya, Rāhu, Marte/Maṅgala e Mercúrio/Budha ocupam gêmeos na doze.

Agora, faça o mesmo com o seu próprio mapa e, em seguida, para obter informações sobre os posicio-
namentos identificados, consulte o meu instagram: jyotishabr. Nele você encontra informações sobre os
grahas em cada uma das doze casas, assim como também encontra informações sobre cada um dos doze
ascendentes (lagnas).

1.2. OBSERVANDO A VIṀŚOTTARĪ DAŚĀ

Todo software/app/site inclui junto ao mapa a chamada viṁśottarī daśā, um sistema de predição onde se
analisam os períodos da vida regidos pelos diferentes grahas. Esses períodos ativam as promessas dos
grahas, conforme o posicionamento natal desses.

Obviamente, apenas um astrólogo é capaz de interpretar a viṁśottarī e prever os resultados futuros com
base nos períodos indicados. Porém, se você tem conhecimento dos períodos que vive, sobre quando eles
irão mudar, etc., isso já lhe empodera de algum conhecimento, com o qual será capaz de indagar um as-
trólogo com mais propriedade, se consultar nos momentos em que as daśās mudam, etc.

No caso, a viṁśottarī daśā é geralmente dividida em mahādaśās que são os períodos longos, e nas antar-
daśās, os sub-períodos que ocorrem dentro dos períodos longos. As mahādaśās da viṁśottarī totalizam
120 anos (viṁśottarī) e são divididas em:

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Ketu – 7 anos
Vênus/Śukra – 20 anos
Sol/Sūrya – 6 anos
Lua/Chandra – 10 anos
Marte/Maṅgala – 7 anos
Rāhu – 18 anos
Júpiter/Guru – 16 anos
Saturno/Śani
Mercúrio/Budha – 17 anos

Dentro de cada uma dessas mahādaśās (grandes períodos) há nove antardaśās, ou subperíodos que come-
çam a partir do graha em questão e seguem a ordem natural acima apontada. Porém, é importante esclare-
cer que a primeira mahādaśā a ser vivenciada não é a de Ketu, pois conforme a posição da Lua no mapa
natal, a mahādaśā inicial irá variar, podendo ser de qualquer graha, mas sempre seguindo a ordem acima
mencionada. Também vale dizer que a mahādaśā inicial pode começar já no meio, fim, etc., do período e
não necessariamente no início. Logo, não estranhe se a sua primeira mahādaśā for de Vênus, mas durar
apenas 10 anos, invés de 20. Porque isso ocorre? Bem, vamos deixar isso para um outro momento...

1.3. OS TRÂNSITOS DE JÚPITER/GURU E SATURNO/ŚANI

Consideramos no jyotiṣa que para a predição, os trânsitos mais importantes são aqueles dos grahas lentos,
ou seja, de Júpiter e Saturno. Júpiter leva 1 ano para percorrer um signo, enquanto Saturno leva 2.5 anos.
Logo, Júpiter precisa de aproximadamente 12 anos para voltar a mesma posição do momento do nasci-
mento, enquanto Saturno leva 29.5 anos, em média.

Na tabela abaixo você tem listados os ingressos de Júpiter e Saturno nos signos até o ano de 2038. Sa-
bendo em que signo estarão a cada ano, basta olhar a qual casa esse signo corresponde em seu mapa, se
você possui algum graha ali presente, etc. A partir disso, é possível ter uma ideia do que será afetado ou
no mínimo isso já te habilita a consultar um astrólogo para entender os trânsitos que vier a identificar.

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Um exemplo bastante popular de técnica envolvendo trânsitos é o chamado sade-sati, o temido período
de 7.5 anos em que Saturno transita o décimo segundo, primeiro e o segundo signo a partir do signo
ocupado pela Lua natal. Logo, se você possuísse a Lua em gêmeos, por exemplo, o seu sade-sati teria
início em 08.08.2029, com o ingresso de Saturno em touro, signo anterior a gêmeos, ao passo que o fim
do sade-sati se daria em 27.08.2036, quando Saturno sai de câncer, signo posterior ao da Lua, e adentra
leão, o terceiro signo a partir da Lua.

Agora que já entendeu como podemos identificar um sade-sati, tente identificar quando o seu sade-sati irá
se iniciar e terminar. Inclusive, identifique também quando Júpiter e Saturno retornarão as suas posições
natais em seu mapa ou quando Júpiter se encontrará com Saturno natal e vice-versa, pois esses também
são trânsitos relevantes para o jyotiṣa. Não só, procure também por trânsitos de Júpiter e Saturno pelos
grahas do seu mapa, pois todos eles terão algum efeito mais relevante.

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