Exame Neurológico
Exame Neurológico
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Exame Neurológico
MATERIAIS NECESSÁRIOS:
- O exame neurológico muda sua interpretação a depender da idade do paciente: exame do adulto, é diferente do exame da
criança, que é diferente do RN, etc.
EXAME NEUROLÓGICO
1) Diagnóstico funcional;
2) Diagnóstico sindrômico clínico (motor, sensitivo, medular, de tronco, cortical, cerebelar, vascular,
cognitiva, comportamental, etc).
3) Diagnóstico topográfico (dizer onde está a lesão) ® até essa etapa, é obrigação do neurologista;
4) Diagnóstico etiológico (dizer o que é e o que está causando a lesão) ® podem ser necessários exames
complementares.
Ex2: mãe relata que criança de 10 anos ao pegar o copo durante o café da manhã, iniciou movimentos estranhos
e não conseguia pegar o copo.
Ao exame, solicita-se a criança para elevar membros à frente do corpo e constata-se a presença de movimentos.
Ex3: mãe relata que criança de 2 anos deambulava normalmente, mas agudamente começou a cair para os
lados.
*A criança pode ter parado de andar por perda de força, equilíbrio ou sensibilidade das pernas.
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Ao exame, força está normal, mas ao se solicitar a deambulação, constata-se perda de equilíbrio; fala estendida
e disártrica; incoordenação nos testes de index-index e index-nariz.
SISTEMATIZAÇÃO:
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
PARES CRANIANOS
I.OLFATÓRIO:
• Cílios das células olfatórias na mucosa olfatória → Nervo olfatório amielínico → Bulbo Olfatório → Tracto
olfatório → Estrias olfatórias → Parte anterior do úncus e giro-parahipocampal ipsilateral
• Não passa pelo tálamo e é totalmente homolateral.
• Teste (muito difícil de ser avaliado na prática):
o Olfato (Cada narina isoladamente: Café, tabaco e erva-doce);
§ Anosmia (ausência de olfato);
§ Hiposmia (olfato diminuído);
§ Hiperosmia (sensação exagerada dos cheiros),
§ Parosmia (perversão do olfato ® sente o cheiro de outra substância e não a testada);
§ Fantosmia (paciente sente cheiro mesmo na ausência do estímulo ® pode indicar tumor do
giro hipocampal, ou crise convulsiva nessa mesma região);
§ Coprosmia (cheiro de fezes);
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§ Agnosia olfatória (paciente identifica com olhar, mas só com o olfato não identifica®
sensibilidade está normal, paciente sente o cheiro, porém, não consegue conectar com a
área do conhecimento ® úncus e giro para-hipocampal).
o Não devem ser utilizados irritantes da mucosa nasal que estimulam o nervo trigêmio em vez do
olfatório.
• Condições que podem perturbar o olfato:
o IVAS e Sinusite; o Transtornos psiquiátricos;
o Trauma; o Deficiência de cobre e Zn;
o Meningite; o Alzheimer e/ou Parkinson;
o Drogas (Levodopa e ATB); o Neoplasias.
II.ÓPTICO:
o Homônima ® retroquiasmática;
o Heterônima ® quiasmática.
• Fundoscopia:
o Palidez da papila indica atrofia do nervo óptico.
o Papiledema é indicativo de HIC.
o Hemorragia retiniana em lactente com distúrbio de consciência, é sinal praticamente
patognomônico de Síndrome do Bebê Sacudido.
Þ NERVOS OCULOMOTORES:
III.OCULOMOTOR:
• Vai do sulco medial da fossa interpeduncular do mesencéfalo até a fissura orbitária superior;
• Realiza a elevação da pálpebra;
• Inerva os músculos retos medial, superior e inferior e oblíquo inferior.
• Realiza contração pupilar.
• Teste:
o Motilidade ocular intrínseca:
§ Reflexo fotomotor direto: contração ou constricção ráoida da pupila do lado estimulado.
§ Reflexo fotomor indireto ou consensual: contração da pupila contralateral ao lado
estimulado.
§ Reflexo da acomodação e convergência: Paciente fixa o olhar em um ponto bem distante,
haverá dilatação da pupila, depois volta a olhar imediatamente para a ponta do indicador
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Ex1: se um paciente tem só ptose, mas a pupila está normal, assim como a movimentação ocular, a lesão não estará no
mesencéfalo (está ou no nervo, ou no próprio músculo da pálpebra, ou na placa neuromotora).
Ex2: Se o paciente tem ptose, pupila dilatada arreativa e olho em abdução inferior divergente é uma lesão completa e
provavelmente a lesão estará no mesencéfalo.
IV. TROCLEAR:
VI. ABDUCENTE.
• As duas raízes possuem origem na face ântero-lateral da ponte, passam a ter direções ântero-superiores,
e atravessam as fossas posterior e média do crânio.
• Possui uma parte motora uma parte sensitiva (predomina).
o Motora: mastigação, movimentação da mandíbula, oclusão dos maxilares e justaposição dos
dentes.
o Sensitiva: sensibilidade da face.
• Teste:
o Exame da função sensitiva: testar sensibilidade (tátil, térmica, vibratória, dolorosa) da face no
território de inervação dos 3 ramos (oftálmico, maxilar superior e mandibular).
o Exame da função motora: solicita-se ao paciente que trinque os dentes, abra a boca, movimente o
queixo da direita para a esquerda.
o Testar reflexo córneo-palpebral: estímulo unilateral na córnea ocular. A resposta é o fechamento
da pálpebra.
• Lesão:
o Se for do lado direito, a mandíbula desvia para o lado que está flácido (hipotonia da musculatura) –
desvio homolateral à lesão.
o Fraqueza ao mastigar.
o Disestesia da face.
o Se ao solicitar que o paciente abra a boca, o examinador conseguir segurá-la, há algo de errado
com o trigêmeo. É quase impossível segurar quando o nervo está normal, uma vez que a
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VII. FACIAL:
• Origem na ponte.
• Possui uma raiz motora e uma raiz sensitiva visceral (intermédio).
o Raíz motora (facial propriamente dito) ® mímica facial, lágrimas e salivação.
o Nervo intermédio ® inervação dos 2/3 anteriores da língua e sensibilidade de parte do pavilhão
auditivo e meato acústico externo.
• Teste:
o Observar mímica facial em repouso e em movimento (fechar e abrir os olhos com força, inflar a
boca com ar, enrugar a testa, mostrar os dentes).
o Para avaliar a porção sensitiva, pingar gotas de limão ou pitadas de sal ou açúcar na porção
anterior da língua e pedir para que o paciente reconheça o sabor.
• Alterações:
o Paralisia Facial Periférica:
§ Lesão infranuclear;
§ Homolateral à lesão;
§ Desaparecimento do enrugamento da testa;
§ Não fechamento dos olhos (lagoftalmia);
§ Desvio da comissura labial para o lado normal;
§ Paralisia de Bell (inflamação autoimune do nervo facial).
o Paciente pode se queixar de xeroftalmia, mas xerostomia não é tão acentuada, já que a salivação
não é realizada apenas pelo VII par, mas também pelo IX (glossofaríngeo).
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- O nervo sai do córtex motor, e a parte responsável pela inervação da metade inferior da face, ao chegar na ponte, decussa. Já
a parte responsável pela inervação da metade superior da face, ao chegar na ponte, vai para os dois lados. A porção superior
recebe aferência dos dois lados, enquanto que a inferior, apenas de um lado.
Se o paciente consegue fechar o olho, é central!
VIII. VESTIBULOCOCLEAR
• Nervo puramente sensitivo, que sai da medula oblonga do bulbo e entra no crânio através do meato
acústico interno na porção petrosa do osso temporal, junto com o nervo facial e intermédio.
• Possui uma porção de equilíbrio e outra auditiva.
• Teste:
o Raíz Vestibular:
§ Teste de Romberg: O paciente em pé, com os pés juntos, mãos junto às coxas, de olhos
fechados, observar o equilíbrio. Pode ser sensibilizado colocando um pé na frente do
outro.
o Raíz Coclear:
§ Pelo tic-tac do relógio, roçar dos dedos ou voz sussurrada e falada próximo ao ouvido do
paciente, bilateralmente.
§ Prova de Rinne: O diapasão é colocado sobre o mastóide, até que o paciente refira que
não está mais escutando o som, momento este em que o diapasão é colocado junto ao MAE
cerca de 2 cm, com os arcos no sentido perpendicular ao ouvido (para se evitar a zona
muda). O normal é que a condução área seja melhor que a óssea.
- Positivo: quando o som é escutado por via aéreas após não ser mais escutado por via
óssea. Isto ocorre na audição normal e nas perdas neurossensoriais.
- Negativo: quando o som não é escutado por via aérea, após não ser mais escutado
por via óssea. Isto ocorre nas perdas condutivas onde a audição por via óssea é mais
prolongada.
§ Prova de Weber: O diapasão é posicionado no centro do crânio, equidistante à ambas as
orelhas e o normal é que o paciente sinta a vibração simetricamente.
- Se paciente referir ouvir mais do lado afetado, a perda auditiva é condutiva.
- Se ouvir mais no lado normal, a perda é neurossensorial.
IX. GLOSSOFARÍNGEO
X. VAGO
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• Emerge do sulco lateral posterior do bulbo, sai do crânio pelo forame jugular, percorre o pescoço e o
tórax, terminando no abdome. Neste trajeto o nervo vago dá origem a vários ramos que inervam a faringe
e a laringe, entrando na formação dos plexos viscerais que promovem a inervação autônoma das vísceras
torácicas e abdominais.
• Responsável pela fonação, reflexo do vômito e elevação do palato mole.
• Lesão: rouquidão e disfonia.
- Se o paciente não realiza elevação do palato e está disfônico, é lesão do vago. Se não eleva o palato, mas está disfágico, é
lesão do glossofaríngeo.
XI. ACESSÓRIO
XII. HIPOGLOSSO
• Emerge do sulco lateral anterior do bulbo, sai do crânio pelo canal hipoglosso e dirige-se aos músculos
intrínsecos e extrínsecos da língua.
• É puramente motor, e é responsável pela movimentação da língua (força, trofismo e motilidade).
• Teste:
o Observar a língua em repouso dentro da boca.
o Testar os movimentos de protrusão e retrusão da língua de maneira rápida
• Lesão:
o Bilateral: paresia, atrofia, paralisia, miofasciculação.
o Unilateral: Desvio da língua para o lado lesado, quando exteriorizada; impossibilidade de mover a
ponta da língua para o lado normal.
REFLEXOS
PROFUNDOS:
• Em todo reflexo profundo é necessário ver a aferência e em que nível está na medula, para saber a
topografia da lesão.
• Quando se realiza o teste de reflexo, o estímulo é feito no tendão, vai para uma fibra sensitiva, essa chega
à medula através de uma raiz anterior e sai pela raiz posterior para realizar a função motora.
• Se a doença está ou no nervo (que recebe o estímulo) ou na raíz motora (que vai realizar a contração
muscular) ou sensitiva ou na medula (NMI) ou no músculo ou placa ® arreflexia.
o Nesse caso, não se deve pesquisar a doença no cérebro, mas sim, em alguma dessas regiões.
o E se, por exemplo, só o reflexo do bicipital estiver diminúido, deve-se pesquisar o problema, mais
especificamente, ao nível de C5-C6 na medula.
• Se a doença estiver acima do nível do arco reflexo (NMS), esses reflexos estarão exaltados ® perde o
comando superior.
o Ex: em uma lesão à nível de S2, os reflexos acima da lesão estarão normais.
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• É obtido por percussão do tendão de Aquiles logo acima de sua inserção no calcâneo.
• Sem dúvida, o reflexo aquileu é o de mais difícil domínio. Existem duas variáveis essenciais: o
estiramento correto e a percussão eficiente. Das duas, a mais difícil de aprender é o estiramento correto.
A dorsiflexão insuficiente deixa o tendão frouxo e capaz de absorver o golpe sem que haja estiramento
do músculo. A dorsiflexão passiva excessiva tensiona demais o tendão e impede seu estiramento.
• Se o paciente estiver sentado ou deitado no leito, a coxa deverá ser mantida em moderada abdução e
rotação lateral e o joelho flexionado. Se o paciente estiver em decúbito dorsal, o acesso ao tendão irá
requerer a colocação das pernas em posição de pernas de rã, com os joelhos afastados e os tornozelos
próximos. Alguns preferem que o paciente cruze a perna a ser examinada sobre a região pré-tibial ou o
tornozelo da outra perna (número 4).
• Se as condições físicas do paciente permitirem, este pode ajoelhar-se em uma cadeira acolchoada, de
costas para o examinador, com os pés projetando-se para fora do assento, e então golpear o tendão.
• A resposta é a contração dos músculos crurais posteriores, gastrocnêmio, sóleo e plantar, com
consequente flexão plantar do pé no tornozelo.
• O reflexo patelar é a contração do músculo quadríceps femoral, com consequente extensão do joelho, em
resposta à percussão do ligamento da patela.
• Se o examinador puser uma mão sobre o músculo e, com a outra mão, percutir o ligamento da patela logo
abaixo da patela, será possível palpar a contração e observar a rapidez e a amplitude da resposta.
• O paciente pode sentar-se em uma cadeira com os joelhos em leve extensão e os calcanhares apoiados
no assoalho ou sentar-se sobre uma mesa de exame com as pernas pendentes. Se o paciente estiver
deitado no leito, o examinador deverá fazer a flexão parcial do joelho colocando uma das mãos sob ele e
percutir o tendão.
• Além de avaliar a presença, deve-se avaliar intensidade e simetria.
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• O ideal é conseguir avaliar logo na primeira tentativa, uma vez que nas tentativas seguintes, o paciente
tende a controlar o reflexo, mesmo que involuntariamente.
o Técnica de Jendrassik (dessensibilização) ® faz com que a atenção do paciente seja desviada
para a realização desse movimento com as mãos.
• O examinador, com o braço relaxado e o antebraço em leve pronação e a meio caminho entre flexão e
extensão, põe a face palmar do polegar ou de outro dedo estendido sobre o tendão do músculo bíceps e,
então, percute a face extensora com o martelo de reflexo.
• A pressão sobre o tendão deve ser leve; a pressão excessiva dificulta muito a obtenção do reflexo
• A principal resposta é a contração do músculo bíceps com flexão do cotovelo. Já que o bíceps também é
um supinador, é frequente certo grau de supinação.
• Reflexo provocado pela percussão do tendão do tríceps logo acima de sua inserção no olecrano da ulna.
• Deve-se segurar a mão do paciente e posicioná-la transversalmente sobre o tronco. O braço é colocado a
meio caminho entre flexão e extensão. Golpeia então o tendão do tríceps 5 cm acima do cotovelo.
• A resposta é a contração do tríceps com extensão do cotovelo.
• O erro mais comum ao se provocar o reflexo tricipital é a percussão demasiado tímida.
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• O examinador coloca seus dedos médio e indicador sobre a superfície palmar das falanges do paciente e
percute seus próprios dedos. O antebraço deve estar em semiflexão e supinação e os dedos em leve
flexão.
• A resposta é a flexão dos dedos e da falange distal do polegar do paciente.
• O normal é que o reflexo esteja quase imperceptível. Quando anormal, está exaltado (o paciente pode
até fechar as mãos).
• É difícil para o examinador inexperiente pesquisar porque muitas vezes está ausente em pessoas
normais.
• Uma outra maneira de se realizar a manobra, é fazendo o pinçamento da falange do dedo médio
(Hoffmann).
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CLASSIFICAÇÃO
0 Ausente
1 Hiporreflexia (SNMI ou no nível, na coluna anterior ou axônio das raízes anteriores ou núcleos no
tronco)
2 Normal
5 Clônus inesgotável
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SUPERFICIAIS
1. CUTÂNEO-PLANTAR EM EXTENSÃO:
o SINAL DE GORDON
§ Normal: Flexão dos artelhos após compressão da panturrilha.
o SINAL DE OPPENHEIM
§ Normal: Flexão dos artelhos após estimulação da crista tibial em direção descendente.
o SINAL DE FAUSTINO-AUSTREGÉSILO-ESPONSEL
§ Normal: Flexão dos artelhos após estimulação da face interna da coxa.
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2.CUTÂNEO-ABDOMINAL
• São caracterizados por contração dos músculos abdominais, provocadas por um estímulo deslizante leve
ou um arranhão na parede abdominal anterior, que puxa a linha alba e o umbigo na direção do estímulo.
• Epigástrico (T7-T9); abdominal superior (T9-T11); abdominal inferior (T11-T12).
• O resultado é a contração dos músculos do quadrante estimulado, e o desvio da cicatriz umbilical em
direção ao estímulo.
3. CREMASTÉRIO (L1-L2):
• Esse reflexo é provocado ao se aplicar um estímulo deslizante, arranhar de leve ou beliscar a pele na face
interna superior da coxa.
• A resposta é a contração do músculo cremáster com rápida elevação do testículo homolateral.
• O reflexo cremastérico pode estar ausente em homens idosos, em indivíduos com hidrocele ou
varicocele, naqueles com torção do testículo e nos que tiveram orquite ou epididimite.
• Reflexo anocutâneo:
o É caracterizado por contração do esfíncter externo em resposta a um estímulo deslizante ou com
alfinete da pele ou da mucosa na região perianal.
o O reflexo é mediado pelo nervo anal inferior (S2-S5).
o A avaliação do reflexo anal superficial é importante principalmente quando houver suspeita de
lesão da cauda equina ou do cone medular.
• Reflexo bulbocavernoso (RBC):
o Está relacionado com o reflexo anal porque ambos causam contração do esfíncter do ânus, mas no
RBC o estímulo é aplicado na glande do pênis ou no clitóris (reflexo clitoroanal).
o São necessárias algumas advertências e explicações preliminares, mas o estímulo ainda deve ser
uma surpresa.
o No homem, a preensão, o beliscão ou o pinçamento da glande com os dedos provoca a resposta,
percebida como a contração do esfíncter sobre o dedo.
o Nas mulheres, é muito mais difícil provocar essa resposta e o significado de sua ausência é mais
ambíguo.
o O RBC é útil sobretudo na avaliação da integridade da cauda equina, das raízes sacrais inferiores e
do cone medular.
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FORÇA MUSCULAR
• Avalia-se grosseiramente a energia com que o paciente realiza os movimentos voluntários e fisiológicos,
solicitando-o que faça movimentos e o examinador se opõe à execução dos mesmos.
• O exame será feito em cada grupo muscular separadamente, de modo ordenado e comparativo.
• O teste pode ser feito em várias posições, dependendo do músculo a ser avaliado e de sua potência. O
teste na posição sentada é suficiente na maioria das circunstâncias.
• É importante imobilizar a parte proximal de um membro ao se testarem os movimentos da parte distal.
Por exemplo, ao se testar a força de pronação do antebraço, não se deve permitir que o paciente faça a
rotação medial do ombro para compensar a ausência de potência da pronação.
• Ao se avaliarem músculos muito fracos, é preciso eliminar a gravidade para detectar a potência residual.
• Caso haja uma discreta ou duvidosa deficiência motora dos membros, deve-se realizar manobras
deficitárias:
o MINGAZZINI DE MMSS E MMII:
§ Paciente em decúbito dorsal; coxas dispostas verticalmente e fletidas sobre a bacia, em
angulo de 90°; pernas também fletidas sobre as coxas em angulo reto.
§ Normalmente, o indivíduo mantém essa posição, sem dificuldade, durante algum tempo.
§ Importante observar também se há simetria.
§ Nos casos de lesão da via motora podem-se observar: queda isolada da perna (déficit dos
músculos da face anterior da coxa), ou queda isolada da coxa (déficit do psoas), ou queda
simultânea da perna e da coxa (déficit da musculatura da face anterior da coxa e do psoas).
§ Com os MMSS, pede-se para erguer os braços à frente do corpo, ainda em decúbito dorsal,
e observa se paciente consegue manter por um tempo.
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§ É uma manobra bastante sensível (assim como a dos braços estendidos) ® muitas vezes o
déficit de força não é notado durante a marcha.
o BARRÉ DE MMII:
§ Doente em decúbito ventral; pernas fletidas sobre as coxas, em angulo reto.
§ Esta posição, mantida por alguns minutos sem maior esforço, não persiste se houver déficit
dos músculos flexores das pernas.
o PEDALAR DE PITRES:
§ Abaixar e levantar o pé, repetidas vezes e rapidamente.
§ Avaliar flexão do pé (ciático e poplíteo externo).
o BRAÇOS ESTENDIDOS:
§ Colocar os braços anteriormente, e observar se paciente consegue manté-los durante certo
tempo.
CLASSIFICAÇÃO
0 Sem contração
1 Contração leve mas não movimenta
2 Movimenta no plano horizontal
3 Vence gravidade
4 Vence resistência
4+ Vence resistência mas anda com dificuldade
5 Normal
- Como existe bastante divergência na literatura acerca dessa classificação, o ideal é que o achado seja descrito detalhadamente
(ex: braço direito movimenta apenas no plano horizontal, mas não vence a gravidade).
Þ APRAXIA MOTORA
• Inabilidade de realizar corretamente movimentos voluntários organizados apesar das funções motoras,
sensitivas e coordenativas não estarem significativamente alteradas.
• Em outras palavras, a força e sensibilidade preservadas, mas paciente não consegue realizar movimentos
complexos (abotoar camisa, escovar os dentes, colocar o sapato, dar tchau, etc).
• Esses movimentos complexos não requerem apenas a função motora, mas também outras funções
cerebrais.
• A lesão está no cérebro, mas não está no neurônio motor propriamente dito, mas estará numa área
secundária (responsável pela memória, aprendizado, coordenação).
• Nesse caso, a lesão não estará no núcleo no neurônio motor primário.
• Existem termos específicos para a perda da capacidade de executar determinadas tarefas:
o Apraxia construtiva: incapacidade de desenhar, modelar, copiar;
o Apraxia ideomotora: incapacidade de realizar gestos simples como pegar na orelha ou bater 3
vezes sobre a mesa;
o Apraxia de marcha;
o Apraxia do vestir;
o Apraxia bucolinguofacial: incapacidade de mostrar a língua ou os dentes, de sorrir ou beijar.
TÔNUS
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• É definido como a tensão no músculo relaxado ou a resistência ao movimento passivo quando não há
contração voluntária.
• Em virtude do tônus de repouso, os músculos normais oferecem leve resistência ao movimento passivo
mesmo no estado relaxado.
• O tônus muscular basal mantém as posições e atitudes normais do membro em repouso. A contração
muscular ativa ocorre a partir do nível do tônus muscular de repouso, e o tônus de repouso normal é
importante para a coordenação adequada do movimento.
• A avaliação do tônus é difícil, subjetiva e propensa a variar entre examinadores.
• A parte mais importante do exame do tônus é avaliar a resistência dos músculos relaxados à manipulação
passiva, bem como a extensibilidade, a flexibilidade e a amplitude de movimento.
• O membro é movimentado passivamente, a princípio devagar e por toda a amplitude de movimento e,
depois, em velocidades variadas.
• O examinador pode balançar o antebraço para a frente e para trás e observar a excursão da mão, segurar
um membro e soltá-lo subitamente ou observar a amplitude de movimento de uma parte em resposta à
percussão leve.
• O exame bilateral de partes homólogas ajuda a comparar as diferenças de tônus nos dois lados do corpo.
• De uma forma geral, realiza-se as mesmas manobras do teste de força, porém, aqui serão realizadas
passivamente: flexão e extensão do joelho, adução e abdução das coxas, levantar os MMSS e MMII,
flexionar e estender os dedos das mãos, etc.
• Anormalidades do tônus:
o HIPOTONIA:
§ Quando a hipotonia é causada por doença da unidade motora, sempre há algum grau de
fraqueza associada. A hipotonia decorrente de processos centrais (p. ex., doença
cerebelar) não causa fraqueza; a força muscular é preservada embora o exame mostre
hipotonia.
§ A hipotonia é observada em vários tipos de doença cerebelar, mas nunca é tão intensa
quanto nas doenças do neurônio motor inferior.
§ A hipotonia do lactente (síndrome do bebê flácido) é um distúrbio clínico comum que
causa diminuição generalizada do tônus muscular e afeta tipicamente neonatos.
o HIPERTONIA:
§ A hipertonia ocorre em muitas circunstâncias. É uma característica comum das lesões do
trato corticospinal após a fase aguda.
§ Pode ocorrer em distúrbios cerebrais difusos, na doença do sistema extrapiramidal, na
doença de interneurônios da medula espinal (p. ex., síndrome da pessoa rígida) e até
mesmo em distúrbios musculares quando há síndromes de atividade contínua das fibras
musculares.
o RIGIDEZ EXTRAPIRAMIDAL:
§ É o aumento difuso do tônus muscular à movimentação passiva que ocorre principalmente
nas lesões dos núcleos da base.
§ Na rigidez em roda dentada, a hipertonia tem caráter de arrancos. A parte manipulada
parece ceder em uma sucessão de pequenas etapas, como se o membro estivesse
acoplado a uma roda dentada.
o ESPASTICIDADE:
§ É causada por lesão no sistema nervoso piramidal (trato córtico-espinhal), e no NMS
primário.
§ A hipertonia nos movimentos passivos difere da rigidez por não ser uniforme em toda a
amplitude de movimento e variar com a velocidade de movimento.
§ Na espasticidade, a resistência pode ser pequena se o movimento passivo for lento, mas
haverá um aumento súbito do tônus no meio do arco se o movimento for rápido, com
consequente interrupção ou bloqueio, como se o músculo tivesse esbarrado em um
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1 Sem aumento
2 Discreto aumento com resistência quando em flexão ou extensão
3 Maior aumento do tônus, dificultando movimentos ativos
4 Aumento considerável do tônus; movimentos ativos muito difíceis
5 Parte afetada rígida em flexão ou extensão
MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS
1.TREMOR:
• É uma série de movimentos oscilatórios, involuntários, relativamente rítmicos e sem finalidade aparente.
• Um tremor simples atinge apenas um grupo muscular; um tremor composto atinge vários grupos
musculares e pode ter vários elementos combinados, resultando em uma série de movimentos
complexos (p. ex., flexão e extensão alternadas associadas a pronação e supinação alternadas).
• Alguns tremores intensificam-se quando o paciente estende os braços e mantém os dedos estendidos e
separados. Movimentos lentos e atividades como escrever e desenhar círculos ou espirais podem
revelar o tremor.
• Os tremores de repouso (estáticos) estão presentes principalmente durante o relaxamento (p. ex., mãos
apoiadas sobre o colo) e diminuem durante a atividade daquela parte do corpo. O tremor de repouso é
observado principalmente na DP e em outras síndromes parkinsonianas.
• Os tremores de ação surgem durante alguma atividade.
2.COREIA:
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3. ATETOSE:
• As hipercinesias são mais lentas, mais prolongadas e de maior amplitude do que na coreia.
• Elas são involuntárias, irregulares, grosseiras, um tanto rítmicas e do tipo contorção/vermiforme.
• Podem acometer membros, face, pescoço e tronco.
• Nos membros, afetam principalmente as partes distais, os dedos, as mãos e os dedos dos pés.
• Os movimentos são caracterizados por qualquer combinação de flexão, extensão, abdução, pronação e
supinação, muitas vezes alternados e em graus variados.
• Os movimentos passam aleatoriamente de uma parte do corpo para outra, e há mudança aleatória da
direção do movimento.
• A coreoatetose é caracterizada por movimentos com frequência e ritmo entre a coreia e a atetose e que
podem ser um modo de transição.
4.DISTONIA:
• A distonia é caracterizada por contrações musculares espontâneas, involuntárias e contínuas que forçam
movimentos ou posturas anormais das partes afetadas do corpo, às vezes com contração simultânea de
agonistas e antagonistas.
• Os movimentos são lentos, bizarros e, às vezes, grotescos, com um caráter ondulante, de contorção,
sinuosos e giratórios, e tendem à contração contínua no auge do movimento (distonia de torção, espasmo
de torção) ® Ex: opistótono.
• Pode ser constante ou intermitente e generalizada, segmentar, focal, multifocal, ou ter hemidistribuição.
• Os movimentos distônicos são padronizados e tendem a recorrer no mesmo local, em contraposição com a
natureza aleatória e fugaz da coreia.
• Crises distônicas generalizadas podem se assemelhar à crises convulsivas, porém, não há perda de
consciência.
• A velocidade da distonia varia muito, de lenta, contínua e tipo cãibra (distonia atetoide) a rápida e
tremulante (distonia mioclônica).
5.HEMIBALISMO:
• Assim como na coreia, os movimentos hemibalísticos são involuntários e sem finalidade, mas são muito
mais rápidos e vigorosos e incluem as partes proximais dos membros.
• Os movimentos não cessam durante a marcha e só desaparecem com o sono profundo.
• Em geral, são unilaterais e acometem apenas metade do corpo. Raras vezes, são bilaterais (bibalismo).
6.MIOCLONIA:
• Pode ser definida como a ocorrência de contrações involuntárias, isoladas ou repetitivas, abruptas, de
curta duração, rápidas, como uma descarga elétrica, espasmódicas, arrítmicas, assinérgicas, que
acometem partes dos músculos, músculos inteiros ou grupos de músculos
• Os movimentos são mais rápidos do que os vistos na coreia.
• A mioclonia é observada principalmente nos músculos dos membros e do tronco, mas o acometimento
costuma ser multifocal, difuso ou disseminado. Pode acometer os músculos da face, a mandíbula e o
maxilar, a língua, a faringe e a laringe.
7. ASTERIXE:
8.TIQUES:
• O paciente tem algum grau de consciência do movimento, mas precisa fazê-lo em resposta a alguma força
interna irresistível.
• São movimentos rápidos, irregulares, porém repetitivos, mais frequentes em crianças do que em adultos.
• são movimentos estereotipados, recorrentes, que podem parecer ter um propósito, mas são relativamente
involuntários.
• Os pacientes são capazes de inibir temporariamente os movimentos quando se concentram, mas eles logo
retornam quando a atenção é desviada para alguma outra atividade
• Os tiques são exagerados pela tensão emocional e cessam durante o sono.
EQUILÍBRIO E MARCHA
o Avaliar pedindo que paciente ande na ponta dos pés, calcanhar, andar para frente e para trás, com
olhos abertos e fechados e andar sobre uma linha.
§ O paciente pode ter um comprometimento apenas distal, que ao realizar a marcha normal, não
é perceptível, mas ao caminhar com a ponta dos pés, é possível observar.
o Tipos de marcha:
§ Atáxica ou Ebriosa:
- “Marcha do bêbado”. O paciente tem uma instabilidade grosseira, oscilando em todas
as direções, inclusive para trás.
- É vista em lesões de linha média da fossa posterior, incluindo tumores de vermis
cerebelar e anormalidades do forame magno com deslocamento das amígdalas.
- Diferente da marcha vestibular (lesão do nervo vestíbulo-coclear), em que o paciente
“desenha” uma espécie de estrela no chão.
§ Sensório-atáxica:
- Ocorre quando o sistema nervoso é privado das informações sensoriais, principalmente
proprioceptivas, necessárias para coordenar a marcha.
- O paciente com ataxia sensorial olha para os pés e observa o assoalho enquanto
caminha. Com os olhos fechados, os pés parecem ser projetados, há aumento do
cambaleio e da instabilidade e o paciente pode ser incapaz de caminhar. A oscilação e
a irregularidade são menores na ataxia sensorial do que na ataxia cerebelar de grau
semelhante. A dificuldade é ainda maior ao andar para trás, já que o paciente não vê
para onde está indo.
§ Hemiplégica ou Ceifante:
- O paciente tem uma postura hemiparética, com o braço flexionado, aduzido e rodado
medialmente e a perna estendida.
- Há flexão plantar do pé e dos dedos, causada por fraqueza da dorsiflexão do pé ou por
encurtamento do tendão do calcâneo; dessa maneira, o membro inferior no lado
acometido torna-se funcionalmente um pouco mais longo do que no lado normal, o que
é conhecido como deformidade equina.
- Ao caminhar, o paciente mantém o braço bem junto ao corpo, rígido e flexionado;
estende-o com dificuldade e não o balança da maneira normal. Ele mantém a perna
rígida em extensão e flexiona-a com dificuldade. Consequentemente, o paciente puxa
ou arrasta o pé e arranha os dedos.
- A cada passo, ele pode inclinar a pelve para cima no lado acometido para auxiliar a
levantar os dedos do chão (elevação do quadril) e balançar todo o membro em um
semicírculo ao redor do quadril (circundução).
- Pode ser causada por lesão que interrompa as vias corticospinais para metade do
corpo, na maioria das vezes por AVC.
§ Parkinsoniana (bradicinética):
- A marcha, na maioria das síndromes parkinsonianas acinético-rígidas, é caracterizada
por rigidez, bradicinesia e perda de movimentos associados.
- O paciente tem postura curva, com a cabeça e o pescoço para a frente e os joelhos
flexionados; os membros superiores são flexionados nos ombros, cotovelos e carpos,
mas os dedos geralmente são estendidos.
- A marcha é lenta, rígida e arrastada; o paciente caminha com passos miúdos.
- Outras características são aceleração involuntária (festinação), diminuição da oscilação
dos braços, rotação do corpo em bloco, hesitação inicial e congelamento ao encontrar
obstáculos como portas.
§ Atáxica-talonante (tabética):
- Esse tipo de marcha ocorre por perda da sensibilidade profunda ou cinética
postural.
Maria Cecília do C. Ferraz – Medicina UESB – Habilidades IV – Prof. João Carlos Dantas – 2019
COORDENAÇÃO
SENSIBILIDADE
• Superficial ou Estereoceptiva: conduzida por fibras finas ou trato espinotalâmico lateral ® dor, tato e
temperatura.
• Profunda ou Proprioceptiva: conduzida por fibras grossas na parte dorsal da medula ® posição,
movimento passivo, vibração e dor profunda.
• Cortical ou Combinada: utiliza o hemisfério cerebral direito combinada com as sensibilidades
superficial e profunda.
o Estereognosia (habilidade de reconhecer um objeto através do tato);
o Grafestesia (habilidade de reconhecer letras ou números escritos na pele com uma ponta romba) e;
o Discriminação entre dois pontos (habilidade de detectar o estímulo de duas pontas romnas
colocadas sobre a pele simultaneamente.
• Importante saber que a sensibilidade não se altera em miopatias (a não ser que o nervo sensitivo também
esteja comprometido ® é uma radiculopatia e não uma miopatia).
• Teste:
o Superficial: é a sensibilidade afetada nas hérnias discais. Deve ser testada em todos os
dermátomos.
§ Tátil: com algodão ou pincel;
§ Dolorosa: com agulha;
§ Térmica: pipetas com agua gelada e quente;
§ Protopática: toques simples (não discriminativa);
§ Epicrítica: toques simples (mas discriminativa) ® paciente além de reconhecer o toque
precisa detalhar se a superfície é mole, dura, rígida, lisa, áspera, etc.
o Profunda:
§ Cinética postural/Batiestesia/Cinestesia: paciente de olhos fechados, move-se o hálux
rapidamente para cima e para baixo, e ele deve indicar a ultima posição adotada pelo dedo
(para baixo ou para cima). Pode ser realizado em qualquer articulação ou tendão.
§ Vibratória/Palestésica: golpeia-se o diapasão de 256 Hz e coloca-o em contato com
eminências ósseas ® maléolo medial, extremidade distal do rádio, tuberosidade tibial,
cotovelo, espinhas ilíacas AP, clavícula e costelas.
§ Compressão muscular/Barestésica: para avaliar o grau de desconforto produzido, pressiona-
se os polegares firmemente nos músculos dos antebraços e panturrilhas, principalmente. Se
os músculos estiverem excessivamente doloridos, haverá um desconforto óbvio, mesmo à
palpação leve e a dor permanecerá por alguns segundos após o término do estímulo.
Maria Cecília do C. Ferraz – Medicina UESB – Habilidades IV – Prof. João Carlos Dantas – 2019
FALA E LINGUAGEM
o Disglosia: Constitui um transtorno da expressão da fala devido alterações anatômicas dos órgãos
orofonatórios faringobucais, como a fenda palatina, anquiloglossia, ausência de dentes.
o Fala escandida: pronúncia lenta, hesitante das palavras.
• Distúrbios de linguagem (causas apenas centrais):
o Disfasia: O paciente não consegue conectar a região cerebral responsável pelo conhecimento e
memória à região da linguagem expressiva ou compreensiva.
§ De expressão (lesão na área de Broca): A fala está preservada, o paciente consegue repetir
palavras, mas pode ser incapaz de responder uma pergunta simples, como o lugar onde
mora, por exemplo.
§ De compreensão (lesão na área de Wernicke): Se o examinador der uma ordem de
maneira falada, ele não consegue compreender, mas pode entender se for de forma
escrita, por exemplo.
o Afasia: É o grau mais extremo da disfasia. Há ausência completa da linguagem expressiva e
receptiva decorrente de uma lesão identificável no córtex.
§ Outros tipos de afasia/disfasia:
o Agnosia: Inabilidade de interpretar as impressões sensoriais recebidas atarv;es dos órgãos dos
sentidos. Pode ser visual, auditiva, somestésica.
MATERIAL DE APOIO
CAMPBELL, W. C. Dejong: o exame neurológico. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
SPILLANE, John. Trad. Francisco Tellechea Rotta. Exame neurológico na prática clínica
de Bickerstaff. 6.ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.