Farmaco 1
Farmaco 1
Farmaco 1
1
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE FÁRMACOS
(http://www2.liape.unaerp.br/medicina/disciplinas/farmacologia/farmacologia.htm)
Introdução
O Tempo de Indução do efeito de uma dada substância caracteriza-se pelo período
compreendido entre a administração desta, por diferentes vias, e o surgimento de uma
determinada alteração no organismo. Este período é inversamente proporcional à absorção
da substância, que compreende a passagem desta à partir de qualquer sistema corpóreo
para a corrente circulatória, seja esta sangüínea ou linfática. Desta forma, as características
físico-químicas da substância, que permitem a sua passagem pelas membranas biológicas e
a via pela qual ela é introduzida no organismo, são dois fatores fundamentais e
interdependentes na regulação da absorção.
Ao mesmo tempo, uma alta taxa de absorção da substância pode disponibilizá-la para uma
elevada metabolização e excreção no organismo, fatores envolvidos no seu tempo de
duração do efeito, compreendido pelo período decorrente entre o início e o término deste
efeito no organismo.
Objetivo
Estudar a influência de diferentes vias de administração no tempo de indução e duração do
efeito de fármacos em animais de experimentação.
Material
Animais – Ratos machos da linhagem Wistar, com peso aproximado de 200 g
Solução – Pentobarbital Sódico 40 mg/mL (Tio-nenbutal) sedativo/ hipnótico;
Agulhas hipodérmicas;
Seringas de 1 mL;
Seqüência Experimental
Após identificação e pesagem dos animais, aplicar a solução de pentobarbital sódico na dose
de 40 mg/Kg pelas vias intraperitonial, oral, subcutânea e endovenosa. Os efeitos
observados serão a incoordenação motora, caracterizada pela dificuldade que o animal
demonstra em movimentar- se pela mesa, a hipnose, avaliada pela perda do reflexo
postural e a morte por parada respiratória
Determinar o tempo de indução (em minutos) dos diferentes efeitos do pentobarbital
sódico administrado pelas diferentes vias propostas;
Construir uma tabela mostrando os dados obtidos e representá-los por meio de histograma.
Questões
- Baseado nos diferentes graus de absorção do pentobarbital sódico pelas vias utilizadas,
explique os diferentes tempos de indução de efeitos obtidos:
- Explique as diferenças observadas no tempo de duração dos efeitos sedativo/hipnótico
do pentobarbital, correlacionando- os com a taxa de absorção, metabolização e excreção
do fármaco
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METABOLIZAÇÃO DE FENOBARBITAL
(http://www2.liape.unaerp.br/medicina/disciplinas/farmacologia/farmacologia.htm)
Introdução
A metabolização de fármacos sobre a influência da ação de diversos medicamentos,
induzindo alterações na velocidade de metabolização, aumentando-a ou diminuindo-a.
Este fato ocasiona alterações no tempo de indução e duração de diversos fármacos,
alterando a terapêutica proposta.
O fenobarbital induz uma elevação da síntese de enzimas de metabolização hepática,
potenciado a biotransformação de alguns fármacos, entre eles o pentobarbital sódico,
alterando padrões relacionados a sua farmacocinética.
Objetivo
Esta aula prática tem por objetivo estudar o tempo de indução da ação hipnótica do
pentobarbital sódico administrado por via intraperitonial, em animais submetidos ao
tratamento prévio com fenobarbital.
Material
Animais – Ratos da linhagem Wistar, machos com peso aproximado de 200g
Soluções – Tiopental Sódico 40 mg/mL; Fenobarbital 20 mg/mL
Seringas hipodérmicas de 1mL c/ agulha
Seqüência Experimental
Em animais previamente tratados com fenobarbital (20 mg/mL) na dose de 20 mg/Kg dia,
por uma semana, será injetado solução de pentobarbital sódico (40 mg/mL) na dose de 40
mg/Kg, por via intraperitonial.
Determinar o tempo de indução e de duração do efeito, hipnótico do pentobarbital
sódico, em animais tratados e controle;
Questões
- Explique as alterações observadas nos tempos de indução e duração do pentobarbital
sódico sob efeito do fenobarbital.
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ELIMINAÇÃO DO ÁCIDO SALICÍLICO EM URINA NORMAL E ALCALINIZADA
(http://www2.liape.unaerp.br/medicina/disciplinas/farmacologia/farmacologia.htm)
Introdução
A metabolização de fármacos pelos organismos superiores tem por objetivo básico facilitar a
excreção destas substâncias ocasionando muitas vezes, o término do efeito no organismo.
Na maioria das vezes as reações de biotransformação transportam um composto em outro
maior e com maiores taxas de polaridade.
Objetivo
Estudar a alteração na eliminação de fármacos derivados de ácidos fracos da alcalinização
da urina.
Seqüência Experimental
Este experimento é feito em voluntários humanos (alunos) que serão selecionados durante
a aula. A estes voluntários será administrado uma dose de 1 grama de ácido acetil salicílico
por via oral. Uma hora após este tratamento, será colhida a urina. Deverão ser observados
os seguintes parâmetros em relação à urina.
Volume Total
pH (utilizando- se papel de tornassol)
Concentração de Ácido Salicílico em mg/mL (metodologia descrita adiante)
Quantidade total de A.A.S. eliminado
Este procedimento deverá ser repetido em aula subsequente nos mesmos voluntários após
ingestão de 100 mL de uma solução de Bicarbonato de Sódio 60%.
Os dados deverão ser apresentados em forma de tabela.
Metodologia “Wavelench”
Amostra – Urina
preparo da reação teste: colocar em um tubo de ensaio 0,5 mL de água; 0,5 mL de
urina e 5 mL de reagente de cor.
Preparo do padrão: em um tubo de ensaio colocar 0,5 mL de água; 0,5 mL de uma
solução padrão de ácido salicílico 1 mg/mL; 5 mL de reagente de cor.
Preparo do branco: em um tubo de ensaio colocar 1 mL de água e 5 mL de reagente de
cor.
Proceder leitura em espectofotômetro.
Questões
- Explique as possíveis alterações nas concentrações urinárias do AAS e após a
administração do bicarbonato de sódio nos indivíduos avaliados.
- Quais os procedimentos possivelmente adotados em caso de intoxicação por Fármacos
alcalóides derivados de opiácios, considerando que estes são bases fracas?
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ANESTESIA EM PELE DE COBAIA
(http://www2.liape.unaerp.br/medicina/disciplinas/farmacologia/farmacolo
gia.htm)
Introdução
Os anestésicos locais são fármacos que bloqueiam reversivamente a condução do impulso
nervoso, entre eles, o impulso nociceptivo. Estes fármacos têm ampla aplicação na clínica
médica e odontológica, promovendo anestesia local com intensidade que, muitas vezes,
permite a dispensa do uso de anestésicos gerais. Seu mecanismo de ação está ligado ao
bloqueio dos canais de sódio, principalmente, impedindo a despolarização neuronial,
mantendo a célula em estado de repouso. Dentre os vários efeitos adversos destes
fármacos, destacam-se sua ação inibitória sobre o funcionamento do SNC e sistema
cardiovascular, entre outros. Assim, torna-se necessário limitar a ação destes fármacos aos
seus respectivos sítios, por meio do uso concomitante de vasoconstritores.
Objetivo
O objetivo da presente aula prática é demonstrar o aumento no tempo de duração do efeito
de um anestésico local pelo uso de fármaco vasoconstritor (norepinefrina, levoarteranol
etc.). Para tanto, serão utilizados anestésicos com e sem agentes vasoconstritores, para
avaliar-se a possível diferença no tempo de duração dos efeitos anestésicos.
Material
Animais: Cobaias machos, com peso aproximado de 350 gramas, submetidas a tricotomia
na região dorsal posterior.
Drogas: Solução de xilocaína com e sem agente vasoconstritor.
Seqüência Experimental
Após delimitar uma área circular aproximada de 2,0 cm nos dois lados da região posterior
do dorso do animal, fazer a injeção subcutânea de anestésico local com vasoconstritor na
região direita e sem vasoconstritor na região esquerda. Após, estimular mecanicamente
com estímulo nociceptivo as regiões, com intervalo de 5,0 minutos, observando a resposta
do animal. Anotar o tempo de duração (em minutos) do efeito anestésico nas duas áreas
testadas. Ao final, todos os grupos deverão representar no quadro, os resultados obtidos
por meio de uma tabela, calculado a porcentagem do aumento do efeito anestésico por ação
do agente vasoconstritor.
Questões
- Quais as principais utilizações clínicas dos anestésicos locais na prática
médica?
- Qual o mecanismo de ação dos anestésicos locais no bloqueio dos
canais de sódio?
- De que forma os agentes vasoconstritores mantém o efeito dos
anestésicos locais?
- Explique o efeito do “aprisionamento iônico” na ação dos anestésicos locais
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EFEITOS DA SUCCINILCOLINA EM RATOS (RELAXANTES MUSCULARES)
(http://www2.liape.unaerp.br/medicina/disciplinas/farmacologia/farmacologia.htm)
Introdução
Dentre os fenômenos responsáveis pelo bloqueio da junção neuromuscular destaca-se os
referentes à fase pós-sináptica do ciclo da neurotransmissão. Eles interferem no processo
da interação do mediador químico com os seus receptores presentes na superfície da
membrana pós-sináptica (m.p.s.). Desta interação resulta a despolarização da referida
membrana, cujo potencial de ação - potencial da placa motora terminal ao atingir um
nível crítico deflagra a contração muscular. No prazo de alguns milisegundos, a acetilcolina
é hidrolisada pela acetilcolinesterase, com repolarização imediata da m.p.s. e reinicio do
ciclo.
O bloqueio da junção neuromuscular pode resultar da estabilidade ou da despolarização
prolongada da m.p.s.. No primeiro caso, as drogas do grupo curare (d-tubocurarina,
galamina, kondrocurare etc.) competem com a acetilcolina, ocupando o seu receptor e
impedindo a despolarização da m.p.s. Como conseqüência teremos paralisia flácida da
musculatura estriada. Nessas condições, a aplicação de um anticolinesterásico -
neostigmina, piridostigmina etc. - permite o acúmulo da acetilcolina endógena e promove o
retorno imediato do tônus muscular. O grupo do curare é também conhecido por
adespolarizantes, isto é, que não despolarizam a m.p.s. e dificulta a sua despolarização.
Pelo contrário, a succinilcolina e o decametonio, nos instantes iniciais da sua ação,
mimetizam os efeitos da acetilcolina despolarizando a m.p.s., fenômeno que se prolonga
por tempo bem superior (alguns minutos) à despolarização fisiológica em virtude de menor
(succinilcolina) ou nenhuma (decametônio) susceptibilidade destes compostos à inativação
pela colinesterase. Instala-se, portanto, um quadro de despolarização persistente, no
decorrer do qual a neurotransmissão permanece bloqueada. Neste caso, a neostigmina ao
invés de antagonizar, aumenta o bloqueio mioneural.
Procedente o bloqueio por despolarização persistente, há portanto, uma fase fugaz de
excitação que nos mamíferos exterioriza-se pelo aparecimento de fasciculação
generalizadas, que atingem de preferência os membros. Em aves, esse fenômeno é mais
característico, observando-se um quadro típico de contratura da musculatura extensora,
morrendo os animais em paralisia espástica. Consiste esse efeito, em método experimental
de caracterização de drogas despolarizantes em virtude dos agentes adespolarizantes
produzirem paralisia flácida em aves.
Objetivo
Estudar o mecanismo de ação dos relaxantes musculares, determinar seus efeitos e a
reversão dos mesmos pela neostigmina.
Material
Neostigmina 1,0 mg/ml; Pancurônio 0,4 mg/ml; Succinilcolina 0,5 mg/ml; Animais: ratos
wistar machos com peso aproximado de 250 g
Procedimento
Seguir o seguinte esquema:
Rato I - succinilcolina 0,5 mg/kg (s.c.); Rato II – succinilcolina 0,5 mg/Kg (s.c.) +
neostigimina 0,3 mg/Kg (i.p.); Rato III - Pancurônio 0,5 mg/kg (s.c.); Rato IV –
Pancurônio 0,3 mg/kg (s.c.) + neostigmina 0,5 mg/kg (i.p.). Obs. As drogas no caso dos
animais II e IV devem ser administradas na ordem e uma imediatamente após a outra.
Questões
- Como explicar a reversão do efeito relaxante da musculatura, guando observado,
produzido pela neostigmina?
- Quais os mecanismos de ação dos fármacos utilizados?
6
TEMPO DE SANGRAMENTO EM HUMANOS
(http://www2.liape.unaerp.br/medicina/disciplinas/farmacologia/farmacologia.htm)
Introdução
O tempo de sangramento é um teste feito para determinar a capacidade de coagulação
sangüínea “in Vivo” de pacientes que serão submetidos a cirurgias. O tempo normal de
sangramento geralmente se encontra entre 1 a 3 minutos em indivíduos normais.
Alterações nos tempos de sangramento podem ocorrer em estados patológicos
(hepatopatias, diabetes e hemofilias), ou pelo uso de drogas com atividade anticoagulante
(antiinflamatórios não esteróides, antibióticos de largo espectro e compostos cumarínicos).
Nestes casos a prévia suspensão do uso do fármaco já é suficiente para retornar ao tempo
normal de coagulação.
Objetivo
Estudar a interferência de Antiinflamatórios não esteróides, aspirina “like”, sobre o tempo
de sangramento de voluntários humanos.
Materiais e Métodos
- Indivíduos humanos, cinco voluntários, adultos e normais, não sensíveis a quaisquer dos
efeitos biológicos do ácido acetilsalicílico;
- Drogas: Comprimidos de Ácido Acetilsalicílico de 500 mg.
- Álcool
- Algodão
- Lancetas hematológicas
- Papel de filtro
- Cronômetros
Procedimento
Inicialmente, após assepsia e perfuração do lóbulo da orelha ou do dedo médio das mãos,
serão obtidos os tempos normais de sangramento dos voluntários humanos.
Na semana seguinte, os mesmos voluntários, deverão tomar 1 grama de ácido
acetilsalicílico, dois comprimidos com um intervalo de 12 horas entre os mesmos (dia
anterior ao experimento).
No dia seguinte a administração da droga, procede-se novamente a obtenção dos tempos
de sangramento.
Os tempos obtidos deverão ser tabelados e comparados, individualmente, os voluntários
antes e após administração do fármaco.
Questões
- Explique as alterações observadas, nos tempos de sangramento, antes e após a
administração do ácido acetilsalicílico.
- Qual o mecanismo de ação dos antiinflamatórios não esteroidais (AINEs) na diminuição
da coagulação sangüínea?
- Qual o efeito e o mecanismo de ação dos seguintes fármacos na coagulação sangüínea:
Antibióticos de largo espectro
Vitamina K
Heparina
Hidroxicumarina (cravo da Índia)
7
EFEITO DE DROGAS DEPRESSORAS DO SNC SOBRE O SISTEMA MOTOR
(http://www2.liape.unaerp.br/medicina/disciplinas/farmacologia/farmacologia.htm)
Introdução
As drogas psicotrópicas podem atuar estimulando ou inibindo as atividades do SNC.
Diversos fármacos apresentam, entre os seus efeitos, a capacidade de bloquear vias
motoras cerebrais, diminuindo os reflexos. Nesta aula, estaremos utilizando fármacos
depressores, como um analgésico de ação central derivado de morfina, um
anticonvulsivante (fenobarbital), o ansiolítico diazepam e a associação destes com álcool.
Desta forma, a associação poderá potencializar a perda motora, avaliada pelo tempo em
que o animal permanece sobre cone deslizante, no teste de rota-rod.
Objetivo
Esta aula prática tem por objetivo estudar a perda motora que fármacos depressores do
SNC podem causar a animais.
Material
Animais – Ratos da linhagem Wistar, machos com peso aproximado de 200g
5 animais por grupo
Drogas – Cloridrato de Tramadol - 50 mg/mL
Fenobarbital - 40 mg/mL
Diazepam – 5 mg/mL
Álcool 70 %
Seringas hipodérmicas de 1mL c/ agulha
Seqüência Experimental
Tratar os animais 20 minutos antes do teste com: Fenobarbital (40 mg/mL) na dose de 30
mg/Kg via intraperitonial, Tramal (50 mg/mL) na dose de 20 mg/Kg via intraperitonial,
Diazepam (5 mg/mL) na dose de 15 mg/Kg via intraperitonial, Diazepam (5 mg/mL) na
dose de 15 mg/ Kg + 0,5 mL de álcool 70 % via oral.
Após 20 minutos colocar os animais no aparelho e marcar o tempo de permanência.
Questão
- Explique as alterações motoras observadas pelo tratamento com os diversos fármacos
utilizados.
8
QUIMIOTERAPIA E ANTINEOPLÁSICOS
(http://www.ucb.br/quimica/quimicacomputacional/Alunos/12201/)
Introdução
A quimioterapia é um tratamento contra doenças infecciosas ou contra o câncer que utiliza
agentes químicos, os chamados agentes quimioterápicos. Quando destinados a impedir o
crescimento de células cancerosas tais agentes recebem o nome de agentes
antineoplásicos.
Enquanto não há um recurso que cure definitivamente o câncer, a quimioterapia continua
sendo uma das armas mais eficazes no combate a esse mal. Em virtude disso, diversas
pesquisas são feitas a procura de quimioterápicos cada vez mais eficientes e que causem
menos efeitos indesejáveis aos pacientes submetidos a tratamento.
O objetivo desse site é mostrar como surgiu a quimioterapia do câncer e falar sobre os
principais agentes neoplásicos, bem como seus usos e seus efeitos indesejáveis.
O câncer é uma neuroformação celular anárquica, em que células do organismo, iniciam um
processo rápido e incontrolável de divisão e crescimento autônomo, rompendo assim, o
equilíbrio do organismo. Essas células independentes formam um tumor que se divide,
invadem e matam os tecidos adjacentes normais.
Causas do câncer
Existem muitas causas para o câncer, muitas delas conhecidas. Um dos casos mais
documentados, é a exposição a compostos químicos denominados carcinogênicos.
Conheça alguns compostos químicos considerados carcinogênicos:
Aflatoxina B1-Substância produzida por certos microorganismos que pode ser encontrada no
mofo de amendoins e castanhas.
Espécies organocloradas- Muitas substâncias organocloradas provocam câncer, um exemplo
bastante conhecido é o DDT (dicloro-difenil-tricloroetano), substância usada como inseticida
no combate de pragas agrícolas.
Benzeno- Substância com papel extremamente importante na indústria
Azocorantes- Substâncias utilizadas como corante.
Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos- Os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos
constituem uma família de compostos caracterizada por possuírem dois ou mais anéis
aromáticos. Essas substâncias e seus derivados nitrados e oxigenados são encontrados em
misturas complexas em todo o ambiente. Como exemplos, temos o antraceno.
Fumaça de cigarro: A combustão incompleta do material orgânico do tabaco, lança no ar
mais de 4700 diferentes compostos, entre eles, compostos carcinogênicos, como,
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, cloreto de vinila e benzeno.
Histórico
A história moderna da quimioterapia do câncer começou durante a II Guerra Mundial, com a
demonstração de que diversos compostos da mostarda nitrogenada, agentes da guerra
química, agiam como agentes alquilantes e eram eficazes no tratamento da doença de
Hodgkin, linfomas malignos, leucemias crônicas e leucemias associadas. Em 1944, foi
demonstrado que o glicocorticóides possuíam profundo efeito sobre o volume, estrutura e
função do tecido linfóide. Subseqüentemente o efeito foi utilizado no controle da leucemia
humana. Nos anos seguintes, a prednisona e a prednisolona substituíram o hormônio
adrenocorticotrófico (ACTH), cortisona e hidrocortisona em protocolos de drogas indicadas
para combater doenças linfoproliferativas e mieloproliferativas.
Em 1948, Farber e associados obtiveram remissões temporárias em crianças com leucemia
aguda que receberam o antagonista do ácido fólico ácido 4-aminopteroilglutâmico
(aminopterina). Essa molécula especialmente sintetizada foi o primeiro antimetabólito a
produzir resultados inequivocamente benéficos em uma doença neoplásica humana. A
conduta do antagonista do folato levou ao desenvolvimento de inibidores competitivos da
purina e pirimidinas que interferiam na síntese dos ácidos nucleicos em células neoplásicas
em rápida multiplicação, num grau que foi demonstravelmente supressor tumoral.
Drogas Antineoplásicas
Agentes alquilantes antineoplásicos
São compostos eletrofílicos reativos capazes de alquilar os átomos nucleofílicos de oxigênio,
nitrogênio ou enxofre em moléculas biologicamente importantes. Tal alquilação tem o efeito
de inibir a divisão e o crescimento celular.
Exemplos de agentes alquilantes:
Tiotepa
Antibióticos:
Vários antibióticos exercem atividades antineoplásicas devido às suas propriedades
citotóxicas. Atuam através da ligação ao DNA para produzir complexos irreversíveis que
inibem a divisão celular.
Antimetabólitos:
Os antimetabólitos possuem grande semelhança estrutural com o ácido fólico e a purina e
bases pirimidínicas envolvidas na síntese de DNA e RNA em certas enzimas. Diferem na
disposição molecular do metabólito em grau suficiente para servir como inibidores
competitivos. O efeito inibitório é reação-específico e freqüentemente pode ser revertido
através do fornecimento do produto de reação suprimida. Os antimetabólitos
caracteristicamente interferem no crescimento das células rapidamente proliferativas em
todo organismo.
Alacalóides da vinca:
A vimblastina e a vincristina, os dois alcalóides em uso clínico, são substâncias diméricas
assimétricas quase idênticas em estrutura. A atividade antineoplásica dos alcalóides da
vinca foi atribuída à sua capacidade de interromper a divisão celular na metáfase através da
ligação à proteína microtubular, tubulina, que forma o fuso mitótico.
Agonistas e antagonistas hormonais:
Os adrenocorticosteróides, estrogênios, antiestrogênios, androgênios, agentes
progestacionais e fatores de liberação da gonadotrofina possuem um papel no controle do
câncer.
Efeitos indesejáveis
O agente quimioterápico ideal destruiria as células anormais e seria inofensivo para as
células normais do paciente, porém, sabe-se que esse agente não existe, por isso os
pacientes sob tratamento quimioterápico apresentam reações adversas indesejáveis.
Existem diversas perspectivas de se encontrar compostos cada vez mais próximo desse
quimioterápico ideal, enquanto isso não é possível, deve haver um rigoroso controle da
quantidade que deve ser ministrada. Indica-se a eficiência e a segurança relativas de
agentes quimioterápicos pelo chamado índice quimioterápico, expresso pela relação:
Dose máxima tolerada pelo paciente
Dose terapêutica mínima
Quanto maior for este índice, maior será a segurança proporcionada ao paciente.
Conheça alguns agentes neoplásicos e seus efeitos adversos:
Agentes alquilantes
Mielossupressão,
fibrose pulmonar,
Leucemia mielocítica
dermatotoxicidade,
Sulfonato de alquil Bussulfan crônica, policitemia
hipotensão,
vera
formação de
catarata
Mielossupressão, Leucemia mielocítica
Mostardas fibrose pulmonar, crônica,
Clorambucil
nitrogenadas dermatotoxicidade, linfossarcoma,
hepatotoxicidade carcinoma de ovário
Mielossupressão,
gastroenterotoxicida
Doença de Hodgkin,
Mecloroetamina de, necrose tecidual,
linfomas, micose
(mostarda neurotoxicidade,
fungóide, policitemia
nitrogenada) irregularidades
vera,
menstruais,
teratogenicidade
Mielossupressão, Linfomas não-
gastroenterotoxicida Hodgkin, leucemias
Mostarda uracil
de, linfocíticas e
dermatotoxicidade mielocítica crônica
Antimetabólitos
Coriocarcinoma,
tumores
Mielossupressão, trofoblásticos,
gastroenterotoxicida tumores do testículo
Análogo do ácido de, dor pleurítica, e bexiga, leucemias
Metotrexato
fólico hepatotoxicidade, linfocítica, linfomas,
fibrose pulmonar e sarcomas,
outros carcinoma da
cabeça, pescoço,
mama e pulmão
Mielossupressão, Carcinoma do
gastroenterotoxicida pulmão, mama,
Análogos da
Fluouracil de, ovário, próstata,
pirimidina
dermatotoxicidade, cérvix, bexiga,
neurotoxicidade cabeça e pescoço
Leucemias agudas,
doenças de
Hodgkin, linfomas
Mielossupressão, neuroblastoma,
gastroenterotoxicida carcinoma de
de, células de transição
Antibióticos Doxorrubicina dermatotoxicidade, do trato urinário,
cardiotoxicidade, carcinoma do
flebite, necrose pulmão, trato
tecidual gastrointestinal,
endométrio, ovário
tireóide e mama,
mieloma múltiplo
Doenças de
Mielossupressão,
Hodgkin, linfomas,
gastroenterotoxicida
coriocarcinoma,
Alcalóides da vinca Vinblastina de,
tumores da bexiga,
dermatotoxicidade,
mama e testicular,
neurotoxicidade
sarcoma de Kaposi
Doenças de
Hodgkin, linfomas,
leucemia linfocítica,
Neurotoxicidade,
leucemia mielocítica
dermatoxicidade,
Vincristina crônica, tumores
gastroentorotoxicida
testiculares,
de
sarcomas, câncer do
cérebro, mama,
ovário e pulmão
Bibliografia
NEIDLE, E. A. & YAGIELA, J. A. Farmacologia e Terapêutica para dentistas. 3ª ed. Rio de
Janeiro, Editora Guanabara, 1991.
ALLINGER, Norman. Química Orgânica. 2ª ed. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Dois, s.d.
Enciclopédia Mirador Internacional. Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. São
Paulo,1979, pág. 1995 a 1999.
KOROLKOVAS, A. & BURCKHALTER, J. H. Química Farmacêutica. Rio de Janeiro, Editora
Guanabara Koogan, 1998.
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ANESTÉSICOS
(http://www.anestesia.com.br/)
Tipos de anestesia
Existem diversos tipos de anestesia. O anestesiologista é a pessoa indicada para realizar a
escolha correta de um ou outro tipo de anestesia de acordo com diversos aspectos relativos
ao paciente e a cirurgia que ele vai realizar.
Aconselha-se uma consulta pré-anestésica antes de todo e qualquer procedimento
anestésico-cirúrgico.
Durante esta consulta, através da história médica pregressa e atual do paciente, tipo de
cirurgia a ser realizada, tempo operatório, exames complementares e exame físico é que o
anestesiologista pode indicar a melhor técnica de anestesia a ser realizada. Alguns detalhes
podem ser explicados a respeito dos procedimentos que serão utilizados para a realização
de uma ou outra técnica, trazendo tranqüilidade ao paciente e gerando uma relação
médico-paciente. São dadas orientações a respeito de jejum pré-operatório, que deve ser,
em geral de 8 horas para alimentos sólidos ou leite e de 6 horas para líquidos. Todas e
qualquer alergia ou medicamento em uso deve ser dita ao seu anestesiologista para que ele
possa, escolher a técnica de anestesia mais adequada ao seu caso.
Os tipos de anestesias mais realizadas são:
Anestesia Geral: Através da administração de medicamentos o paciente é mantido
inconsciente, sem dor e imóvel durante todo o procedimento. Está indicada para cirurgias
sobre o Abdome superior, tórax, cabeça, pescoço, cirurgias neurológicas e cardíacas.
Cirurgias em crianças são realizadas, normalmente com anestesia geral para evitar
movimentação brusca durante os procedimentos. Em alguns casos, é possível a
administração de anestésicos locais, após a criança ter adormecido, nos locais onde as
cirurgias são realizadas, para diminuir a dor pós-operatória. Atualmente, bloqueios
anestésicos associados a anestesia geral são bastante comuns em crianças, dando mais
conforto a este grupo de pacientes.
A anestesia geral pode ser aplicada por via venosa, inalatória ou ambas. O anestesiologista
é a pessoa que punciona a sua veia, coloca o soro, monitoriza todas as suas funções vitais,
como batimentos cardíacos, respiração, pressão arterial, temperatura corporal etc.,
mantendo-os normais ou tratando quando estes se alteram, através de monitores e
avaliação clínica.
Anestesia Regional: Através da administração de medicamentos obtemos anestesia de
apenas algumas áreas do corpo, como por exemplo:
-Anestesia Raquidiana: realizada com anestesia local, nas costas. O paciente fica com os
membros inferiores e parte do abdômen completamente anestesiados e imóveis.
-Anestesia Peridural: Também realizada pela adição de anestésicos locais nas costas
próximos aos nervos que transmitem a sensibilidade dolorosa. Neste caso é possível se
realizar o bloqueio de apenas algumas raízes nervosas ou várias - como anestesia peridural
para mamoplastias, por exemplo, onde o anestesiologista pode anestesiar apenas a região
do tórax onde estão localizadas as mamas.
As diferenças entre raqui e peridural, são as quantidades totais de anestésicos, o local onde
cada anestésico é administrado e o tipo de agulha utilizada.
Ambas têm vantagens e desvantagens - O anestesiologista, durante a consulta pré-
anestésica, é a pessoa mais qualificada para esclarecer suas dúvidas sobre ambas.
Os bloqueios de nervos periféricos são outro tipo e, neste caso, o anestesiologista
administra o anestésico apenas ao redor dos nervos que irão para o local da cirurgia a ser
realizada. Por exemplo, cirurgias sobre a mão podem ser realizadas com bloqueios dos
nervos que inervam a mão, através da administração de anestésicos próximos a estes, na
altura da axila ou do pescoço.
A anestesia local é outro tipo, e esta pode ser realizada com ou sem auxílio de drogas
sedativas. A Sociedade Brasileira de Anestesiologia, juntamente com todas as suas filiadas,
recomenda que todo o procedimento médico anestesiológico deva ser realizado por um
médico anestesiologista. Pequenas doses de anestésicos locais, como por exemplo, para
retirada de sinais de pele (nevus) são comumente realizados pelo médico cirurgião com ou
sem a presença de um anestesiologista. As doses máximas de anestésicos locais devem ser
respeitadas durante a sua utilização e o seu anestesiologista é a pessoa indicada para
realizar tais cálculos e tratar eventuais complicações dos mesmos.
Durante qualquer tipo de anestesia, o anestesiologista jamais se ausenta do lado do seu
paciente, controlando sua pressão arterial, seus batimentos cardíacos, sua temperatura, seu
grau de consciência e a sua respiração de 5/5 min ou menos, além de cuidar da
manutenção do seu bem estar e toda e qualquer complicação clínica que possa ocorrer
como conseqüência da cirurgia que o paciente está realizando ou de doenças prévias que
por ventura estejam presentes no momento da operação."
10
ANESTESIA
(http://www.ibcc.org.br/esp02_2.htm)
É a especialidade médica que faz com que o paciente não sinta dor na hora de uma
operação, um exame diagnóstico ou um curativo. Ela poder ser dividida em anestesia geral
- onde o corpo todo é anestesiado - e anestesia parcial ou anestesia regional, quando
apenas uma região do corpo é anestesiada e o paciente não precisa necessariamente
dormir. Isto vai de acordo com a necessidade de cada caso.
11
SISTEMAS AUTO-ANALGÉSICOS SUPRAMEDULARES
(http://icb.ufmg.br/lpf/revista/revista1/volume1_a_dor(II)/cap8.htm)
O mais eminente sistema modulador supramedular tem sua origem na substância cinzenta
periaquedutal (em sua região ventro lateral) se conectando com o núcleo magno da rafe
(bulbo). Vias descendentes se formam daí e seguem pelo funículo dorsolateral da medula
indo desembarcar na substância gelatinosa do nervo trigêmeo e do corno posterior A
estimulação através de impulsos elétricos dessa região(substância cinzenta periaquedutal)
provoca uma forte analgesia em cobaias e no ser humano. Uma injeção local de morfina
nesta região também causa analgesia e esta reação é bloqueada pela naloxona que é o
antagonista específico da morfina. A lesão do núcleo da rafe ou das vias descendentes na
medula também impede esses efeitos. É conhecido que o núcleo da rafe possui muitos
neurônios serotoninérgicos que si ligam à medula através de longos axônios. Ao ministrar
drogas que se prendam aos receptores 5-HT (precursor da serotonina no organismo), ou
minimizem sua síntese nos neurônios, ocorrem a inibição da analgesia obtida através da
estimulação elétrico-química da substância cinzenta periaquedutal. A aplicação direta de 5-
HT no corno dorsal da medula, diminui a freqüência dos disparos nos neurônios
transmissores da dor situados na lâmina V, sem eliminar completamente. Isso indica que
outros neurotransmissores além das encefalinas, também fazem parte da modulação da
dor.
12
ANALGESIA E HIPERALGESIA
(http://icb.ufmg.br/lpf/revista/revista1/volume1_a_dor(II)/cap8.htm)
13
A TEORIA DO PORTÃO
(http://icb.ufmg.br/lpf/revista/revista1/volume1_a_dor(II)/cap8.htm)
A teoria do portão foi elaborada, em 1965, por P.D. Wall e r. Melzack, para explicar a
influência da estimulação cutânea tátil no alívio da dor. Ela admite, essencialmente, existir
nos cornos posteriores medulares - CPME - um mecanismo neural que se comporta como
portão, que pode controlar a passagem dos impulsos nervosos transmitidos desde as fibras
periféricas até SNC, através da medula.
O portão regula o influxo de impulsos nociceptivos, mesmo antes de se criar uma percepção
à dor. A variação na passagem dos potenciais de ação (nociceptivas) que o portão produz é
determinada pela atividade das fibras grossas (A-alfa e A-beta) e finas (A-delta e C), e
também por influências cognitivas.
Quando há lesão tecidual, os estímulos nociceptivos são transmitidos por fibras finas, que
penetram nos cornos posteriores da medula, ativando células de transmissão presentes na
substância Gelatinosa (SG). A atividade das fibras grossas excita interneurônios que libera
encefalina na conexão pré-sinática com célula T, inibindo a liberação de substância P, ou
seja, inibindo a transmissão para as células dos influxos procedentes das fibras finas (da
dor), ao mesmo tempo que se projeta ascendentemente no tronco encefálico para as
estimulações táteis.
As fibras finas necessitam de fortes "estímulos" para transmitir os impulsos até as células T.
Nas células T convergem fibras vindas de todo corpo (fibras da pele, das vísceras e de
outras estruturas) que com suas influências, facilitador e inibidor, determinam um fluxo
resultante maior ou menor conforme a modulação do portão da dor.
Quando esta resultante ultrapassar um limiar, as zonas neurais responsáveis pela
experiência dolorosa e sua reação, são ativadas.
As fibras grossas funcionam como mecanismo de inibição da dor. Elas provocam uma
descarga intensa nas células da lâmina V (responsáveis pela percepção da dor) onde se
segue um período de inibição.
A substância gelatinosa (SG) constitui o portão de controle (é o veículo do mecanismo do
portão).
As células SG "comportar-se-iam como moduladores na transferência dos influxos que
circulam dos nervos periféricos para as grandes células do corno posterior, cujos axônios
transmitem a informação ao corno anterior, ao cérebro e aos segmentos distantes".
Um sistema especializado de fibras A de condução rápida (fibras c/ bainha de mielina) ativa
processos seletivos cognitivos, que influenciam as propriedades moduladoras ao mecanismo
do controle espinhal, por meio das fibras descendentes.
Sabemos que neurotransmissores atuam nas terminações das fibras finas, diminuindo a
liberação da substância P o que caracteriza uma inibição do tipo pré-sináptica. Talvez isso
explique a razão para o reflexo de massagear um local contundido, uma vez que a
massagem estimula as fibras grossas do tato, excitando as células do CPME, produzindo
encefalina e inibindo a transmissão da dor.
A circulação de informações nociceptivas, do CPME até níveis supra-segmentares, sofre
grandes alterações devido a participação de um grande número de influências facilitatórias
e inibitórias atuando em circuitos locais ou à distância.
Demonstra-se que estruturas encefálicas, em especial de núcleos localizados na formação
reticular ao tronco encefálico, exercem atividade inibitória sobre interneurônios do CPME,
fenômeno confirmado pela demonstração de que a estimulação elétrica da substância
cinzenta periaquedural mesenfálica em animais, resulta em depressão da atividade dos
neurônios das lâminas I e V do CPME ou cornos posteriores medulares e produz analgesia,
sem comprometer outras formas de sensibilidade.
A morfina é o principal neutransmissor de inibidor da dor no cérebro. A demonstração da
existência de receptores de morfina em várias regiões do sistema nervoso supramedular e a
constatação de que a injeção de morfina na substância periaquedutal mesencefálica provoca
anestesia prolongada devido à ativação de tratos descendentes inibitórios, foram marcos
14
ANESTESIA EXÓGENA
(http://icb.ufmg.br/lpf/revista/revista1/volume1_a_dor(II)/cap8.htm)
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A ACUPUNTURA E SUA OCIDENTALIZAÇÃO
(http://icb.ufmg.br/lpf/revista/revista1/volume1_a_dor(II)/cap8.htm)
Podem ser feitas desde cirurgias de grande porte até analgesias de traumatismos
localizados apenas com a inserção de umas poucas agulhas muito finas, flexíveis e maciças,
de ouro, prata ou aço inoxidável, em pontos localizados precisamente (por uma tradição
milenar que nada sabia de sofisticações tecnológicas) sobre a trajetória de linhas verticais
"imaginárias" do corpo.
A acupuntura, "arte milenar de curar as doenças e promover a saúde por meio do manejo
da energia do corpo", consegue produzir anestesias e analgesias que por muitas décadas
permaneceram inexplicadas e inexplicáveis para a ciência ocidental. Fez-se de tudo até
dissecações variadas e múltiplas de corpos em busca da existência anatomorfológica dos
meridianos, os canais condutores do Chi, mal sucedidas.
O interesse cada vez mais aguçado do Ocidente em relação a esta milenar arte/ciência de
curar, anestesiar e analgesiar sem recurso a nada além da mobilização da própria energia
vital, o Chi, de pessoas e animais, aliado ao avanço tecnológico ocidental (que permitiu o
registro de medições cada vez menos grosseiras) está se conseguindo desvendar, para a
forma de pensar e apreender os fenômenos no Ocidente, alguns dos mecanismos de ação
da acupuntura.
A evidência de sua eficácia anestésica/analgésica com procedimentos pouco invasivos, a
torna uma das formas mais seguras, práticas e de baixo custo para proceder até às
intervenções cirúrgicas de grande porte.
Os japoneses, em meados da década de 50, provaram que existe uma variação na
eletrocondutividade da pele, e ela é maior nos locais correspondentes aos chamados
"pontos de acupuntura" (localizados sobre meridianos) descritos pelos antigos chineses. A
descoberta permitiu avaliar a energia dos meridianos com um aparelho simples: um
medidor de microampères. Entretanto, por aí não se consegue uma explicação compatível
com a ciência que fazemos. A acupuntura, na aplicação da ciência ocidental, funciona em
caso de dor porque ela ajuda o cérebro a liberar endorfina, o analgésico natural do
organismo. Isto foi comprovado experimentalmente mediante a punção de amostra
sangüínea de um sujeito após tratamento de acupuntura, a qual evidenciou presenças de
endorfinas, como no caso das experiências da Dra. Maria Lico na USP-Ribeirão Preto,
estimulando a polpa dentária de ratos.
Descobriu-se também correlações das estimulações das agulhas com ativação das fibras
grossas que fecham a porta da dor. Hoje, com suporte das novas tecnologias, a técnica
sofreu alterações. Além das agulhas, utilizam-se eletrodos cutâneos através dos quais se faz
circular uma corrente elétrica, ou aplicação de raio laser.
Outra alteração introduzida no uso ocidental da acupuntura, consiste na preferência do uso
da técnica considerada mais rudimentar pelo acupunctures tradicionais, a saber, o uso da
acupuntura local e não a sistêmica.
A local consiste em colocar o estímulo (agulhas ou eletrodos) na região dolorida ou que se
quer anestesiar. No caso da ação sistêmica, mesmo a estimulação de pontos distantes do
nervo correspondente à região dolorida produz o alívio da dor. Explica-se esse fato supondo
que a estimulação (com ou sem agulha) exerce uma ação dupla. A primeira, local, poderia
ser atribuída à liberação local de algum tipo de endorfina, pelas terminações dos nervos
sensitivos. A segunda, geral, decorreria da liberação da mesma ou de outra endorfina no
SNC, ativando regiões analgésicas do sistema da rafe. Além disto há a ação em locais
distantes explicadas pelo efeito da teoria do portão, particularmente no caso de dor
referida.
Por outro lado, sabe-se que a acupuntura não produz profunda analgesia, o que consiste
uma vantagem operatória para os médicos chineses, ao ponto que podem orientar a
cirurgia, mostrando os pontos mais dolorosos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CINTRAC, M. Curso Rápido de Acupuntura, São Paulo, 1987.
COSENZA, R. M.. Fundamentos de Neuroanatomia. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan,
1990.
GRAEFF, F. Neurofisiologia da Dor. In: Drogas Psicotrópicas e seu modo de ação. São Paulo,
EDUSP, 1984.
GUYTON, A. Fisiologia Humana e o Mecanismo das Doenças. In: Tratado de Fisiologia
Médica. Rio de Janeiro, Guanabara, 1993.
KANDEL, E. & SCHWARTZ, J. Principles of neural science. Elsevier, Amsterdam, 1985.
FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 1978
LICO, M. C. Modulação da Dor. Ciência Hoje, 4(21):66-75, 1985
LOPES, M. Semiologia Médica.
MACBRIDE, C. M. Sinais e Sintomas.
MELZACK, R. & WALL, P. O Desafio da Dor. Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, pp425.
PACIORNIK, R. Dicionário Médico, Rio de Janeiro, The Random House Dictionary of the
English Language. The Unabriedged Edition, 1985
PORTO, Celmo C. Superinteressante, 2(10), 1994.
ROCHA E SILVA, Maurício. Fundamentos de Farmacologia, vol. 2, EDUSP, São Paulo, 1969.
TEIXEIRA, Manoel Jacobsen, et al. 1º Estudo Master sobre a Dor, São Paulo, 1994.
WALLIS, C. et al. Desvendando os Segredos da Dor. In: Time, pp. 40-47, 11/06/1984.
YANCEY, P. Deus Sabe que Sofremos. Miami, Editora Vida, 1988.
16
ANTICOAGULANTES
(http://www.iacs.com.br/txt/inf130.htm)
Farmacocinética
A varfarina administrada por via oral sofre rápida e total absorção gastrointestinal e liga-se
fortemente à albumina plasmática. A concentração máxima no sangue ocorre uma hora
após a ingestão, porem, em virtude do seu mecanismo de ação, este pico não coincide com
o seu efeito farmacológico anticoagulante máximo, o qual ocorre cerca de 48 horas mais
tarde. O efeito de uma dose única só começa depois de 12-16 horas e dura 4-5 dias.
A varfarina é metabolizada pelo sistema hepático citocromos P450 e a sua meia vida é da
ordem de 40 horas. Como existe uma elevada quantidade de fármacos de uso rotineiro que
são metabolizados por essa mesma via, a associação destes, competindo com a varfarina
pela mesma via, poderá provocar oscilações importantes na anticoagulação dos pacientes.
Assim, tanto a introdução como a suspensão destes fármacos poderá modificar o RNI.
Por outro lado, a indução de diferentes formas de citocromos P450 por uma determinada
droga, pode estimular o metabolismo da mesma e também o de outras drogas que sejam
susbstrato desse mesmo citocromo. Um exemplo deste evento é a associação de
fenobarbital – potente indutor de citocromo P450 – e de varfarina. Quando um paciente é
tratado simultaneamente com estas duas drogas, serão necessárias altas doses de varfarina
para manter a anticoagulação em níveis adequados, porque o fenobarbital ao induzir o
sistema citocromo P450, faz com que a varfarina seja eliminada em uma velocidade mais
rápida e tenha a sua efetividade terapêutica reduzida. Problemas clínicos serão criados
quando o fenobarbital for removido do esquema de tratamento sem a correspondente
diminuição da dose da varfarina. Este exemplo se aplica a uma grande gama de drogas,
cujas interferências estão elencadas, em sua maioria, no Manual de Exames de Laboratório
do IACS.
Posologia
Com uma dose de 10 mg uma vez ao dia, serão necessários 5 a 10 dias (5 meias vidas)
para atingir um equilíbrio terapêutico. O ajuste da dose ideal, para induzir a anticoagulação
e sem chegar a provocar hemorragias, pode demandar algum tempo, porque o efeito de
uma determinada dose só é observado dois dias após a sua administração. Geralmente a
dose é ajustada para fornecer um RNI de 2,0 a 3,0, sendo este alvo variável em função da
situação clínica.
A posologia deverá levar em conta, também, a existência ou não dos fatores que podem
potencializar ou reduzir o efeito anticoagulante da varfarina.
Doenças
Hepatopatias que interferem na síntese dos fatores da coagulação. Elevação da taxa
metabólica: febre e tireotoxicose.
Drogas
a) Reduzem o catatabolismo hepático da varfarina: cimetidina, imipramina, cotrimaxazol,
cloranfenicol, ciprofloxacina, metronidazol, amiodarona e antifúngicos (azóis).
b) Inibem a função plaquetária: moxalactama, carbenecilina, aspirina.
c) Deslocam a varfarina da albumina aumentando a concentração plasmática da fração
livre: alguns anti-inflamatórios não esteróides e hidrato de cloral.
d) Inibem a redução da vitamina K: cefalosporinas.
e) Diminuem a disponibilidade de vitamina K: antibióticos de largo espectro e algumas
sulfonamidas, ao deprimir a flora intestinal sintetizadora de vitamina K.
f) Bebidas alcoólicas: numa primeira fase, ao competir com a varfarina na mesma via
metabólica, irão potencializar seus efeitos. A longo prazo o efeito é inverso: o consumidor
crônico de álcool ao induzir uma maior atividade do citocromo P450 irá aumentar a
eliminação da varfarina e, portanto, serão necessárias maiores doses desta para obter o
mesmo efeito.
Estado fisiológico/doença
Na gravidez por aumento na síntese dos fatores de coagulação, e no hipotireoidismo por
redução na degradação desses fatores, irá ocorrer redução na resposta à varfarina.
Drogas/alimentos
Várias drogas reduzem a eficácia da varfarina, exigindo o uso de doses maiores. Se a dose
da varfarina não for reduzida por ocasião da interrupção do fármaco que estava interagindo,
poderá haver uma anticoagulação excessiva e ocorrência de hemorragias.
a) Vitamina K: oriunda de alimentação parenteral e preparados vitamínicos. Alimentos como
couve, couve-flor, espinafre, brócolis, repolho, agrião, aspargo, ervilha, alface, folhas de
nabo, chá verde, fígado, abacate e azeite de oliva, devem ter a ingesta padronizada.
b) Drogas que induzem as enzimas P450 hepáticas: rifampicina, carbamazepina,
barbitúricos e griseofulvina.
c) Drogas que reduzem a absorção da varfarina: colestiramina, fibras, orlistat e trânsito
gastrointestinal acelerado.
17
NORMAS TÉCNICAS EM HEMOTERAPIA
Portaria No. 1376, de 19 de novembro de 1993 do Ministério da Saúde.
(http://www.hemonline.com.br/msparcdoa.htm)
8.3 O doador deve ser mantido nas dependências do serviço pelo tempo necessário para
sua completa recuperação.
9. Situações especiais: todas as normas acima também se aplicam, acrescidas daquelas
referentes às situações especiais.
9.1 Aféreses.
9.2 Transfusão intra-uterina (TIU).
9.3 Transfusão de substituição ou exsanguíneotransfusão (TS).
9.4 Transfusão em transplante de órgãos.
9.5 Criobiologia.
9.6 Transfusão autóloga.
9.7 Transfusão em residência.
18
O VINHO E O ANTICOAGULANTE
(http://www.salton.com.br/vinhos_e_sabores/vinhos_e_sabores.htm)
Os vinhos tintos são benéficos a saúde, segundo pesquisadores, por apresentarem efeito
anticoagulante, protegendo contra obstruções nas artérias. A sustância que está sendo
responsabilizada por essa ação, o resveratol, é encontrada na casca e sementes das uvas
tintas e transferida para o vinho no seu processo de elaboração.
O vinho bebido moderadamente estimula o funcionamento de todos os órgãos internos,
incluindo o coração e todo o sistema digestivo, a circulação e a limpeza das veias. Os
médicos recomendam o consumo diário de dois cálices durante as refeições.
19
COAGULANTE
(http://www.fmrp.usp.br/rcm/ue/acidente_ofidico.html)
ACIDENTES OFÍDICOS
Paciente refere ter sido picado por cobra. Pode trazer o animal.
Reconhecer a cobra, se possível, verificando se apresenta características de
venenosa (principal-mente se possui fosseta loreal).
Lembrar que aproximadamente 45% do total de acidentes ofídicos que recebemos
são causados por Cobras Não Venenosas.
Avaliar se existem sintomas e/ou sinais de envenenamento.
Na nossa região as síndromes de envenenamento ofídico podem ser devidas a
acidentes botrópicos (78%), crotálicos (20%) ou elapídicos (2%).
Colher URINA para exame de rotina e guardar o restante da micção em frasco com
conservante (Azida sódica 20%), usando 2 gotas para cada frasco. É muito importante
insistir com o paciente para que ele colha a urina antes da aplicação do SAV, e mesmo
que seja um volume pequeno separá-lo para as duas finalidades.
Marcar na papeleta e no rótulo dos frascos o volume urinário total do qual estão sendo
retiradas as amostras, o dia e a hora. Aproximadamente 30 minutos após o esquema de
proteção, administrar o SAV, por via intravenosa, sem diluição, gota a gota, durante 15 a
30 minutos, sob VIGILÂNCIA CONTÍNUA DA EQUIPE MÉDICA. Usar doses iguais de
SAV em adultos e crianças. Devem estar preparadas para uso imediato, se necessário:
solução aquosa milesimal de adrenalina; aminofilina; oxigênio; soluções salinas e material
de entubação.
Colher URINA para exame de rotina e guardar amostra com conservante, como no item 5,
da 1ª e 2ª micção após a aplicação do SAV, com as mesmas recomendações do item 5.
Solicitar a realização de ECG nas primeiras 6 horas.
Repetir TP, TPPA e fibrinogênio 24 horas após aplicação do SAV mesmo que a 1ª amostra
colhida na entrada não tenha apresentado alterações nesses exames.
20
INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
(http://www.ccs.ufsc.br/psiquiatria/981-11.html)
Considerações gerais
Em 1900 um médico dispunha de: 1 analgésico potente (morfina), três antipiréticos-
analgésicos (aspirina, acetanilide, antipirine), 1 antiespasmódico (beladona), 1
antimalárico(quinino) 1 droga cardíaca (digital). Em média, nos EUA, um paciente
hospitalizado recebe 14 drogas.
Somando-se automedicação, tabagismo, álcool e alimentos industrializados o número de
produtos aos quais estamos expostos aumenta.
As interações podem ser benéficas, insignificantes ou deletérias.
Tomar cuidado ao prescrever e ao retirar bruscamente drogas.
O efeito de uma droga também é alterado por idade, o sexo e desnutrição.
A administração de uma droga A pode alterar a ação de uma droga B por dois
mecanismos gerais:
modificação da ação farmacológica de B (Farmacodinâmica)
alteração na concentração de B que atinge o local de ação (Farmacocinética)
2. Fase de distribuição:
Ocorre pela competição da drogas por proteínas plasmáticas, depende da interação da
droga A com albumina e da concentração da droga B. A droga livre é a que tem efeito,
logo ao ocorrer deslocamento de uma droga haverá aumento dos efeitos e da toxicidade
da droga deslocada. Exemplos de agentes deslocadores: fenilbutazona, aspirina,
paracetamol, dicumarol, clofibrato, sulfonamidas. Exemplos de drogas deslocadas:
warfarin, tolbutamina, metotrexato. Também pode ser alterada por hipoproteinemia ou
uremia.
3. Fase de metabolização:
4. Fase de excreção:
Podem ocorrer por alterar a taxa de filtração, inibir a secreção tubular, diminuir a
reabsorção, alterar o fluxo urinário, alterar o pH urinário. Quanto ao pH urinário: a urina
ácida favorece a excreção de drogas básicas, sendo um exemplo que a excreção de
anfetaminas e narcóticos é diminuída quando é administrado bicarbonato e aumentada
com a ingestão de vitamina C.
Bibliografia
1) CORDIOLI, A.V.- Interações Medicamentosas. IN: CORDIOLI, A. V.. Psicofármacos. Porto
Alegre, Artes Médicas, 1997.
2) GRINGAUZ, A. -Drug interactions. IN : GRINGAUZ, A. Drugs, how they act and why.
Saint Louis, USA, 1978.
3) RANG, H. P., DALE, M. M. - Farmacologia, pag. 72-75, 2 ed. Rio de Janeiro, Guanabara
Koogan.,1993.
21
AS REAÇÕES PSICOLÓGICAS À DOENÇA E AO ADOECER
FLAVIANA DALLA VECHIA (Colaboração: PSICÓLOGA MÁRCIA LISBOA)
Freud, em 1914, em seu livro "Sobre o Narcisismo: uma introdução", já definia bem o
sentimento de um indivíduo atormentado pela dor: "deixa de se interessar pelas coisas do
mundo externo porque não dizem respeito ao seu sofrimento; (...) enquanto sofre, deixa de
amar".
A doença é vista pelo indivíduo como uma ameaça do destino. Ela modifica a relação do
paciente com o mundo e consigo mesmo. Desencadeia uma série de sentimentos como
impotência, desesperança, desvalorização, temor, apreensão... É uma dolorosa ferida no
sentimento de onipotência e de imortalidade.
É claro que o tipo e intensidade das reações vão variar de acordo com uma série de
características da doença e do próprio indivíduo:
caráter breve e duradouro da doença e seu prognóstico
personalidade e capacidade de tolerância a frustrações do indivíduo;
relação com o médico e demais membros da equipe de saúde.
Pode-se dizer que tais reações variam em torno de três possibilidades:
Pacientes que se entregam à doença, à dor e ao desespero; são aqueles que não
lutam.
Pacientes que tratam a doença como se fosse banal, mesmo sendo grave;
Pacientes que promovem mudanças em sua vida, tentando se adaptar à situação
adversa.
Apesar de todos esses sofrimentos provocados pelo fato de se estar doente, pode-se dizer
que os pacientes têm certos "ganhos" chamados de diretos ou primários e secundários. As
gratificações diretas referem-se ao conflito inicial (interno) que gerou o sintoma psíquico.
Para evitar o contato com a ansiedade que o conflito gera a pessoa "desenvolve" o sintoma
e concentra sua atenção nele (e não no conflito e na ansiedade). Já os ganhos secundários
relacionam-se aos ganhos externos que a pessoa recebe em conseqüência da doença: mais
atenção, afastamento do trabalho ou de alguém, ganhos materiais etc.
Assim, independente dos "ganhos" obtidos, todo processo de adoecer ativa mecanismos
fisiológicos para restabelecer a homeostase e mobiliza defesas psicológicas no paciente.
Entre as possíveis reações emocionais podemos destacar: regressão, negação, minimização,
raiva e culpa, "depressão", "doctor shopping", rejeição, pensamento mágico e aceitação.
Regressão: é a primeira e mais constante das conseqüências psíquicas. O paciente
adota um comportamento infantil, de dependência e egocentrismo. Essa reação é útil
na medida que o paciente se deixa ajudar, renuncia temporariamente as suas
atividades habituais e aceita a hospitalização.
Negação: "Não, não é, não pode ser!!". É uma defesa contra a tomada de
consciência da enfermidade, que consiste na recusa parcial ou total da percepção do
fato de estar doente, sendo freqüentemente encontrada nas fases iniciais das
doenças agudas (IAM) ou de prognóstico grave (câncer).
Minimização: o paciente tenta diminuir a gravidade do seu problema.
Raiva e Culpa: "Por que logo eu?", "Que foi que eu fiz para merecer isto?". Um dos
primeiros alvos é o médico: o paciente questiona a validade do diagnóstico, troca de
profissional. Esses sentimentos podem ser dirigidos também a outras pessoas de
convívio próximo ou a si próprio.
"Depressão": Todo paciente, independente do diagnóstico e da gravidade do seu
problema, apresenta um componente "depressivo" conseqüente à perda de sua
saúde. Ocorre devido ao ataque à imagem corporal, à auto estima e ao sentimento
de identidade do indivíduo.
Cabe ressaltar que o termo "depressão" está sendo utilizado aqui no sentido de
desmoralização; e, não enquanto doença depressiva, como o episódio depressivo (CID-
10) ou depressão maior (DSM-IV).
"Doctor Shopping": o paciente sai em busca de alternativas ou de pessoas que se
proponham a restabelecer sua saúde. Faz um verdadeiro "shopping" de médicos.
BIBLIOGRAFIA:
ANGERAMI, Camon. E a Psicologia Entrou no Hospital. São Paulo: Pioneira, 1995. p.147
FENICHEL, Otto. Teoria Psicanalítica das Neuroses. Rio deJaneiro: Atheneu, 1981. p.131-
155.
GAUDERER, E. Cristian. Abordagem Prática da Pessoa Cronicamente Doente. In: Revista
Alergia Pediátrica. V. 1, n. 3, abril/junho, 1997.
NEMIAH, John C. Fundamentos da Psicopatologia. 2ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1976. P.253-
271
22
EMERGÊNCIAS DECORRENTES DO USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS
LIA KARINA VOLPATO
Álcool
1. Intoxicação aguda
Segundo a CID-10, trata-se de "uma condição transitória, seguindo-se à administração do
álcool resultando em perturbações no nível de consciência, cognição, percepção, afeto ou
comportamentos, ou outras funções ou respostas psicofisiológicas".
As manifestações clínicas da intoxicação incluem coordenação reduzida, euforia, rubor
facial, ataxia, diminuição do raciocínio, julgamento prejudicado, humor instável, fala
arrastada, náuseas e vômitos, anestesia, lapsos de memória, podendo chegar à insuficiência
respiratória, coma e morte, dependendo do grau de intoxicação.
Em caso de coma deve-se investigar a presença de hipoglicemia, TCE e intoxicação por
outras drogas.
O tratamento deve ser suportivo, com a diminuição dos estímulos externos, interrupção da
ingesta de álcool ; se necessário deve-se administrar glicose. Deve-se administrar tiamina
antes da glicose (para evitar a síndrome de Wernicke-Korsakoff *); em caso de agitação a
sedação deve ser feita com tranqüilizantes maiores (Haloperidol ou droperidol).
* A Síndrome de Wernicke-Korsakoff caracteriza-se por encefalopatia de início abrupto, com
ataxia troncular, oftalmoplegia e confusão mental, sendo provocada pela deficiência de
tiamina.
2. Delirium tremens
estado toxicoconfusional breve, mas com ocasional risco de vida (5%), que se acompanha
de perturbações somáticas. é usualmente uma conseqüência de abstinência absoluta ou
relativa de álcool em usuários gravemente dependentes, com uma longa história de uso.
Pode apresentar pródromos como náuseas, cefaléia, pesadelos, insônia, tremores,
ansiedade, taquicardia, sudorese, crises convulsivas epileptiformes.
O quadro clínico clássico é formado por obnubilação, confusão mental, alucinoses
(principalmente visuais e táteis, quase sempre noturnas e combinadas em arranjos
cenográficos) ilusões intensas e vívidas (zoopsias e micropsias); ideação deliróide, agitação,
insônia, hiperatividade autonômica (febre, midríase, sudorese intensa, taquicardia,
tremores). Costuma durar de 30 minutos até vários dias, findando geralmente com sono
prolongado e amnésia do ocorrido.
O tratamento é feito em UTI, onde deve-se administrar tiamina (100mg/dia IM) antes que
seja dado qualquer aporte de glicose, além disso administrar ácido fólico 1 mg VO/dia para
pacientes desnutridos e fazer a correção hidroeletrolítica administrando-se, quando
necessário, soro glicosado (SG) a 5%, Sódio, Potássio, Magnésio(1-2g de magnésio EV em
solução a 50% de 6/6 h) etc. O uso de benzodiazepínicos abrevia o quadro, devendo-se dar
preferência aos de longa duração como o Clordiazepóxido (25 a 50 mg VO, 4 vezes no
primeiro dia; diminuindo cerca de 20% desta dose/ dia, por um período de 5 a 7 dias. Em
pacientes internados pode-se adicionar a prescrição SOS de 25 a 50mg VO até de 2/2
horas, em caso de agitação, tremores ou taquicardia, com cuidadosa supervisão) ou o
Diazepam (10-20 mg VO, a cada 1-2 h, até que o paciente esteja sedado). Em pacientes
que apresentem crises convulsivas repetidas pode ser necessário o uso de fenitoína EV.
Benzodiazepínicos
Os benzodiazepínicos (BZD) exercem seus efeitos sobre o complexo receptor GABA, que
inclui um sítio de ligação para essas drogas, aumentando os efeitos do GABA com
conseqüente inibição do neurônio.
1. Intoxicação
As intoxicações por BZD geralmente ocorrem em tentativas de suicídio, mas os BZD têm um
elevado índice de segurança terapêutica, a razão entre a dose letal e a eficaz é muito alta,
sendo estimada em 1/200 ou mais.
Quando utilizados em doses maiores que 2g provocam sonolência letargia, ataxia, confusão,
prejuízo da memória e do desempenho psicomotor. Deprimem os sinais vitais mas não
causam danos permanentes.
A associação de pequenas quantidades de álcool e opiáceos potencializam as ações
depressivas podendo precipitar uma superdosagem.
O tratamento é feito inicialmente com o esvaziamento gástrico (emese ou lavagem
gástrica), administração de carvão ativado e laxativos osmóticos, afim de retardar a
absorção gástrica.
deve-se monitorar os sinais vitais, manter as vias aéreas abertas e hidratar o paciente. O
Flumazenil (LANEXATE), antagonista da benzodiazepina, pode ser útil na reversão do
quadro.
2. Abstinência
pode ocorrer após a suspensão abrupta de doses elevadas (40mg/d) ou se a droga for
utilizada por muito tempo (mais de um mês).Tende a aparecer 2-3 dias após a interrupção
do uso, mas no uso de BZD com meia vida longa o aparecimento é mais tardio.
Manifesta-se por ansiedade, tremores, intolerância a luzes e ruídos, cãibras, náuseas,
sudorese, hiperrreflexia e convulsões. Se não tratada pode ocorrer a intensificação dos
sintomas com alucinose ou delirium.
O tratamento é feito com a retirada lenta e gradual dos BZD, sendo preferidos os de ação
longa. Após estimada a dose de manutenção habitual, deve-se administrar dose equivalente
de Clordiazepóxido ou Diazepam nos 2 primeiros dias e diminuí-la em 10% ao dia, com a
dosagem final de 10% diminuída lentamente para zero durante 3-4 dias. O uso de
carbamazepina pode ser útil.
como insônia, inquietude, dores musculares, "fissura". Para a ansiedade pode-se usar BZD
ou propanolol em doses baixas.
Cocaína
A cocaína bloqueia a recaptação das monoaminas (serotonina, catecolaminas e dopamina) e
promovem um estímulo direto do Sistema Nervoso Central.
Intoxicação
Caracteriza-se por extrema agitação, irritabilidade, julgamento deficiente, comportamento
sexual impulsivo. Ocorre também taquicardia, hipertensão e midríase. Pode desencadear
uma ansiedade crescente, apreensão e desconfiança, que pode intensificar-se até o
surgimento de idéias delirantes e alucinose (Psicose cocaínica)
O tratamento é sintomático e de manutenção, sendo que na psicose cocaínica aplica-se
haloperidol (5mg IM ou VO de 6/6 h) ou tioridazina(25-50 mg de 8/8 h).
Solventes ou inalantes
Este grupo compreende várias substâncias, entre as quais temos : colas, solventes, tintas,
Thinners, corretivos líquidos, nitritos orgânicos e anestésicos.
Os sintomas vão desde euforia e excitação, na estimulação inicial, até depressão do SNC,
com confusão, tontura, obnubilação, ilusões, desinibição e sonolência, podendo ocorrer
convulsões coma e morte. Não há descrição de abstinência a esses produtos, e o
tratamento é feito com sintomáticos e manutenção dos sinais vitais e vias aéreas.
Anfetaninas
As anfetaminas são substâncias sintéticas que estimulam o SNC, com mecanismos de ação
semelhantes aos da cocaína. A intoxicação, a síndrome de abstinência e os fenômenos
alucinatórios-delirantes são semelhantes aos da cocaína, inclusive seu tratamento.
Alucinógenos e psicodélicos
Os alucinógenos mais utilizados são extraídos de plantas e cogumelos, como o Peyote
(mescalina), o chá de cogumelos (psilocibina), o Daime, a Dama da Noite ou Véu da Noiva
(atropina, escopolamina, beladona), também são usados anticolinérgicos em altas doses
como o Thrihexafenidol (Artane) e o Biperideno (Akineton) e drogas semi-sintéticas como o
LSD (dietilamina do ácido lisérgico) e sintéticos como MDMA (ecstasy).
Nas intoxicações observa-se palpitação, sialosquise (boca seca), sede, taquicardia,
midríase, distúrbios da fala, excitação, inquietação, alucinose, ideação delirante e coma.
Pode desencadear crises de ansiedade semelhantes a um ataque de pânico.
O tratamento é feito por meio de sintomáticos e manutenção dos sinais vitais, podendo-se
utilizar BZD no tratamento da ansiedade.
23
PSICOFÁRMACOS EM PACIENTES COM DOENÇAS OU PROBLEMAS FÍSICOS
KATIA LIN E MAIKA CASAGRANDE
ANTIDEPRESSIVOS:
Tricíclicos (ADT) e Tetracíclicos: imipramina (Tofranil®), amitriptilina
(Tryptanol®), clomipramina (Anafranil®), nortriptilina (Pamelor®), maproptilina
(Ludiomil®), mianserina (Tolvon®)
Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO): tranilcipromina (Parnate®),
moclobemida (Aurorix®)
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS): fluoxetina (Prozac®,
Eufor®, Daforin®), paroxetina (Aropax®), sertralina (Zoloft®), citalopram
(Cipramil®)
Nova geração: venlafaxina (Efexor®), nefazodona (Serzone®), mirtazapina
(Remeron®), tianeptina (Stablon ®)
ANTIPSICÓTICOS (NEUROLÉPTICOS):
drogas usadas principalmente no tratamento da esquizofrenia e de psicoses orgânicas.
Existem vários grupos químicos:
Típicos:
Fenotiazinas: clorpromazina (Amplictil®), tioridazina (Melleril®) - baixa potência;
Butirofenonas: haloperidol (Haldol®) - alta potência.
Atípicos
clozapina (Leponex®) - tem baixa tendência a causar efeitos extra-piramidais e
endócrinos
risperidona (Risperdal®)
A ação destas drogas deve-se principalmente ao antagonismo nos receptores da dopamina
(D2), embora provoquem o bloqueio de outros receptores como: acetilcolina, histamina
(H1), a - adrenérgico e 5-HT.
Bloqueio da dopamina (ocorre principalmente nos antipsicóticos de alta potência):
distúrbios extra-piramidais:
discinesia tardia: a clozapina tem menor tendência a causar este quadro.
aumento da prolactina sérica
Bloqueio dos receptores muscarínicos (causado principalmente por fenotiazinas):
turvação da visão
aumento da pressão intra-ocular
xerostomia e xeroftalmia
constipação e retenção urinária
Bloqueio a -adrenérgico (menor hipotensão com o haloperidol e maior com as fenotiazinas):
hipotensão ortostática
Reações idiossincrásicas e de hipersensibilidade (principalmente causado pelas
fenotiazinas):
Leucopenia e agranulocitose: este efeito é menor com drogas mais potentes. A
clozapina tem alta tendência a causar agranulocitose.
BENZODIAZEPÍNICOS (BZD):
Meia-vida longa (T/2 = 30-100 horas): diazepam (Valium®, Dienpax®),
clordiazepóxido (Psicosedin®), clorazepato (Tranxilene®), flurazepam
(Dalmadorm®)
Meia-vida média a curta (T/2 < 30 horas): bromazepam (Lexotan®), clobazan
(Urbanil®), alprazolam (Frontal®), lorazepam (Lorax®), flunitrazepam
(Rohypnol®), nitrazepan (Nitrazepol®), midazolan (Dormonid®), clonazepam
(Rivotril®)
ESTABILIZADORES DO HUMOR:
AIDS: No sistema nervoso central (SNC), o HIV produz síndromes cerebrais orgânicas,
incluindo sintomas neuropsiquiátricos (¯ da memória, apatia, retardo psicomotor, cefaléia,
déficit motores, convulsões, ¯ do nível de consciência) e síndromes psiquiátricas (mania,
depressão, ansiedade, psicose, sintomas obsessivo-compulsivos, ideação e tentativa de
suicídio). Em casos de depressão, optar por antidepressivos tricíclicos (ADT) com poucos
efeitos anticolinérgicos (nortriptilina) ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina
(ISRS) que tenham pouca interferência sobre o sistema microssomial hepático P-450
(sertralina e citalopram). Os Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO) são contra-indicados
devido às restrições alimentares que se impõem com o seu uso. Metilfenidato pode ser útil
para o tratamento da depressão e dos sintomas cognitivos (demenciais). Em pacientes
debilitados, com pouca energia e com depressão, a dextramfetamina revelou-se útil. Em
pacientes com agitação podem ser usados antipsicóticos em baixas doses. Evitar o uso do
lítio, devido ao risco de toxicidade e perigo de desidratação (diarréias crônicas, sudorese
excessiva etc.). Pode-se administrar carbamazepina e ácido valpróico nos pacientes com
impulsividade e agressividade intensas, contudo, controlar níveis séricos e efeitos de
discrasia sangüínea. Quanto aos benzodiazepínicos (BZD), que podem ser usados como
ansiolíticos e hipnóticos, preferir os de curta ação (menor interferência nas funções
cognitivas - lorazepam), porém, com cautela, pois muitos pacientes com AIDS possuem a
função respiratória bastante comprometida. Neste caso, como ansiolítico, a buspirona é
uma boa opção (não provoca sedação, tolerância ou síndrome de abstinência), desde que a
substituição dos BZD para a buspirona seja feita de forma gradual, uma vez que o
mecanismo de ação da buspirona é diferente dos BZD e, portanto, a buspirona não previne
os efeitos da abstinência aos BZD.
inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) que parecem ser fármacos seguros
do ponto de vista cardiológico, porém, observando a interação com fármacos usados na
doença cardíaca que compartilhem o sistema microssomial P-450 (sobretudo no uso da
paroxetina e da fluoxetina que são inibidores do sistema P-450). O lítio é contra-indicado
em pacientes com disfunção do nodo sino-atrial (SA). A carbamazepina interfere na
condução cardíaca: bradicardia sinusal, bloqueio átrio-ventricular (AV) em diferentes graus.
Cardiopatia moderada ou severa contra-indica o seu uso. Arritmias ventriculares podem
ocorrer em pacientes com uso associado de lítio + antipsicótico. Lítio + verapamil ®
bradicardia severa.
DELIRIUM: Transtorno mental orgânico que ocorre em 10-15% dos hospitalizados (idosos,
grandes queimados ou pacientes submetidos a grandes cirurgias). Tratamento de escolha ®
antipsicótico de alta potência (haloperidol): < efeito anticolinérgico (sedação) e de bloqueio
a -1-adrenérgico, embora possam causar acatisia e parkinsonismo. Benzodiazepínicos
(BZD): sedação piora a desorientação do paciente, agrava problemas de memória e propicia
quedas (idosos). A dose administrada deve ser 1/3 daquela para adultos jovens.
DEMÊNCIA: Benzodiazepínicos (BZD) devem ser usados com cautela e por poucos dias
devido ao risco de aumentar a confusão e a perda da memória, preferir os de meia-vida
curta ou intermediária (oxazepam, lorazepam). Para ansiedade pode-se usar a buspirona
que apresenta menos efeitos colaterais. Os antipsicóticos de alta potência (haloperidol,
flufenazina) podem ser usados para os sintomas psicóticos ou para agitação psicomotora,
devendo-se evitar os antipsicóticos de baixa potência (clorpromazina) devido aos riscos de
efeitos anticolinérgicos, hipotensores e sedativos que agravam a confusão mental do
paciente com demência. A depressão não é rara nos pacientes com demência e responde
bem aos antidepressivos, devendo dar-se preferência aos inibidores seletivos da recaptação
da serotonina (ISRS) e a nortriptilina (antidepressivo tricíclico - ADT - de baixa toxicidade
anticolinérgica, com mínimos efeitos hipotensores ou sedativos) e evitando-se a
clomipramina e a amitriptilina (ADTs). Anticonvulsivantes podem ser úteis para sintomas
maníacos com predomínio da impulsividade. O lítio pode ser utilizado para sintomas
maníacos e de impulsividade, porém, deve-se atentar para: controle por dosagem sérica,
monitorizar função renal, > risco de intoxicação e neurotoxicidade se associado a
antipsicótico de alta potência (haloperidol).
DOR: Amitriptilina, imipramina, nortriptilina podem ser usados sobretudo para cefaléias
crônicas, fibrosites, artrites, artrite reumatóide (AR), sendo primeira escolha para
neuropatias pós-herpéticas e diabéticas. A mais usada é a amitriptilina, cujo efeito sedativo
é útil quando a dor provoca insônia. Os antidepressivos em geral, potencializam o efeito dos
opiáceos e drogas anti-inflamatórias não esteroidais (DAINE). Antidepressivos tricíclicos
(ADT) e inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) podem provocar cefaléia
transitória que regride após 2 semanas de uso. Benzodiazepínicos (BZD): seus efeitos
gabaérgicos podem exacerbar a dor. Antipsicóticos da classe das fenotiazinas
(clorpromazina) possuem ação analgésica. Carbamazepina, ácido valpróico e fenitoína são
úteis nas neuropatias. Lítio: pode ser usado para o tratamento de cefaléias crônicas e
enxaquecas em salva. Inibidores da monoamino-oxidase (IMAO): sobretudo a
tranilcipromina pode causar dores musculares ou sensação de choque elétrico que aliviam
com piridoxina. Pacientes em uso de IMAO com cefaléia ® descartar crise hipertensiva.
OBESIDADE: Antidepressivos tricíclicos (ADT) podem aumentar o peso por sua ação anti-
histamínica e antipsicóticos por mecanismo hipotalâmico. O lítio pode provocar aumento de
peso por um efeito insulina-like e pode ser substituído por carbamazepina. Ácido valpróico
também pode aumentar o peso, já com os Inibidores da monoamina-oxidase (IMAO) este
efeito parece ser mais raro. Pacientes obesos e deprimidos podem se beneficiar do uso de
Inibidores seletivos da recaptação da serotina (ISRS).
ÚLCERA PÉPTICA: Deve-se dar atenção as drogas que causam irritação gástrica. O lítio
deve ser prescrito para uso pós-prandial ou na forma de preparação entérica.
Antidepressivos tricíclicos (ADT) podem ser benéficos pelo seu bloqueio H2, assim como os
antipsicóticos. Os Benzodiazepínicos (BZD) podem ser usados para diminuir a ansiedade.
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) irritam a mucosa gástrica devendo
ser evitados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CORDÁS, T. A., et al. Condutas em psiquiatria. 2. ed. São Paulo: Lemos, 1995.
TABORDA, J. G. V., et al. Rotinas em psiquiatria. 1. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
CORDIOLI A. V., Interações medicamentosas. IN: CORDIOLI A V. Psicofármacos: Consulta
Rápida. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
24
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
(http://www.farmaceuticovirtual.com.br/html/interamed.htm)
Pode reforçar Pode reduzir o Pode ter efeito Seu efeito Seu efeito
o efeito de efeito de tóxico pode ser pode ser
associado com reduzido por reforçado por
Antiácidos Tetraciclinas
Anticoncepcion Barbitúricos,
ais orais Difenilhidantoína
,
Rifampicina
Cloral Anticoagulantes
hidratado (ou orais
hidrato de
cloral)
Clofibrate Anticoagulantes
orais
Dextrotiroxina Anticoagulantes
orais
Esteróides Anticoagulantes
anabolizantes orais
Etacrinico, Cefalosporinas,
ácido Corticosteróides,
MAO, inibidores
da
Fenfluramina MAO, inibidores
da
Furosemida Cefalosporinas,
Corticosteróides,
MAO, inibidores
da
Indometacina Salicilatos
Metoxifluorano Tetraciclinas
Para- Sulfamidas
aminobenzóico
, ácido
P.A.S. Probenecida
Rifampicina Anticoagulantes
orais,
Anticoncepcionai
s orais
25
NEOPLÁSICOS
(http://www.usp.br/fo/lido/patoartegeral/patoarteneo1.htm)
As neoplasias podem ser conceituadas como “Proliferações locais de clones celulares cuja
reprodução foge ao controle normal, e que tendem para um tipo de crescimento autônomo
e progressivo, e para a perda de diferenciação."
O conceito indica bem a origem da palavra "neoplasia": "neo"= novo; "plasia" = formação.
O crescimento autônomo de uma população celular, bem como a liberdade de diferenciação
(a perda da diferenciação pode ser entendida como uma ação que a célula adquire de se
especializar segundo novas regras, interpretada por nós como sendo uma perda da
diferenciação normal) indicam que há um novo tecido se formando no local.
Alguns autores chamam as neoplasia de "tumor", a despeito de esse termo se referir a
qualquer aumento de volume (lembre-se do sinal cardinal "tumor" nas inflamações) não
necessariamente neoplásico. Trata-se de um convenção cuja adoção e proposta devem ser
sempre esclarecidos pelo grupo que a adota.
Um ponto importante desse novo tecido no local, com características próprias, é que as
células que o compõem estão alteradas geneticamente (a teoria de que a origem das
neoplasias, bem como dos demais grupos de patologias está no código genético está cada
vez mais forte hoje, haja visto o projeto genoma, de âmbito mundial...). Isso indica que a
célula-mãe, estando alterada geneticamente, passará essa alteração para as células-filhas.
Esse fato, aliado ao desconhecimento do mecanismo completo de formação das neoplasias e
de sua etiologia, fazem destas um grupo de patologias de cura difícil e de inúmeros
investimentos em pesquisa no mundo inteiro.
Os agentes causadores das neoplasias ainda constituem um mistério. Devido à
complexidade de alterações celulares presentes, ainda não se conseguiu isolar o agente
agressor. De qualquer forma, estes foram agrupados como se segue, tendo uma
participação no mecanismo neoplásico ainda não muito bem definido.
As pesquisas envolvendo a etiologias das neoplasias abordam uma possível origem a partir
da alteração direta do DNA. Isso implica que o agente agressor foi de tal ordem que
suplantou os mecanismos de reparação do DNA naturalmente disponíveis. Acredita-se hoje
que, para uma célula se tornar neoplásica, são necessárias inúmeras mutações, ou seja,
várias modificações no código genético em intervalos de tempo distintos para que a célula
adquira fenótipo neoplásico. Vale dizer que uma célula normalmente sofre mutações no
decorrer do seu ciclo (segundo Guidugli-Neto (1997), cerca de 1000000 mutações ocorrem
no ciclo normal celular, devido à imperfeição do nosso sistema de reparo do DNA).
Em termos genéticos, os genes alterados e ditos promotores das neoplasias são
denominados de oncogenes. Esses oncogenes podem ter sua alelo ativo ou inativo (nesse
último caso, conhecido como "proto-oncogene); produzem grande quantidade de proteínas,
as quais já bem conhecidas e pesquisadas. Essas proteínas podem servir futuramente como
fonte de diagnóstico precoce neoplasia, por intermédio de sua detecção (utilizando sistemas
de marcação protéica de rastreamento genético) já nos primeiros momentos da formação
da célula neoplásica.
Um outro mecanismo de origem das neoplasias envolveria os agentes epigenéticos, ou seja,
que causariam alterações na expressão do DNA mas não diretamente em sua estrutura. Um
exemplo são alguns agentes químicos que promovem a carcinogênese (origem do câncer)
não por lesão direta da estrutura do DNA, mas provavelmente por selecionarem e
facilitarem a viabilidade de alguns elementos celulares já mutados.
Didaticamente, os agentes neoplásicos podem ser divididos em:
AGENTES FÍSICOS
a) energia radiante: representadas pela radiação ultra-violeta e pelo raio X. Provocaram
danos diretos à estrutura do DNA.
b) energia térmica: principalmente exposições constantes ao calor ou queimaduras,
envolvendo principalmente lesões em pele. A constante exposição ao calor implica um alto
grau de renovação celular, principalmente do epitélio cutâneo, o que faz com que a célula
AGENTES QUÍMICOS
a) corantes: as anilinas, por exemplo, têm sido relacionadas ao desenvolvimento de
cânceres no trato urinário.
b) fumo: a queima do tabaco também pode ser um agente promotor de transformação
maligna (veja as campanhas antifumo).
AGENTES BIOLÓGICOS
a) virais: o DNA-vírus incorpora-se ao genoma humano ou participa diretamente dos
mecanismos de multiplicação celular, incluindo suas proteínas nesse processo. Os RNA-
vírus, ao contrário, copiam seqüências genéticas humanas e passam a interferir diretamente
nos mecanismos celulares. Acredita-se hoje que muitos vírus participem dos processos
neoplásicos haja visto sua interferência no genoma humano. Os mais estudados são o HPV
(papilomavírus humano), como possível causador de carcinomas de colo uterino, e o
citomegalovírus, como causador de linfomas.
b) bacterianos: ainda não se conhece bem a participação de bactérias no mecanismo de
formação neoplásica (alguns autores nem acreditam que tenha participação); contudo, têm
sido fonte também de pesquisas.
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MEDICINA DE VIAGEM
(http://www.buziosbrasil.com/2001/saude.htm)
Entre 30 e 60% dos viajantes em geral são afetados pela "diarréia do viajante". Um
ataque típico dura de 3 a 5 dias. Os patógenos causais são em geral adquiridos por
contaminação fecal-oral, devendo ser adotadas medidas estratégicas de prevenção que
incluem seleção cuidadosa de alimentos e água. É sabido que o risco de adquirir a "diarréia
do viajante" decresce com o aumento do estágio de desenvolvimento da região visitada.
Lembre-se! Desfrute do seu merecido lazer. Não exagere. Não se esqueça dos conselhos
do seu médico. Não se esqueça de tomar os seus remédios e lembre-se que a diferença de
fusos horários pode fazer você perder doses. Faça todas as vacinas recomendadas na
Clínica de Vacinas ou de Medicina de Viagem da sua cidade. Não se arrisque, se não estiver
seguro, simplesmente não o faça, em quaisquer situações.
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PLANTAS TÓXICAS
(http://www.santalucia.com.br/emergencia/plantastoxicas/default.htm)
São belas e enfeitam os nossos jardins e casas. porém, destilam veneno. As substâncias
tóxicas produzidas por algumas plantas ornamntais causam sérios danos ao organismo,
como lesões nos olhos e na pele, e podem levar à morte. As crianças são as principais
vítimas. A seguir, as principais plantas tóxicas do Brasil, encontradas praticamente em
qualquer lugar:
COMIGO-NINGUÉM-PODE
Outros nomes: aninga-do-Pará
Nome científico: Dieffenbachia picta (família das Aráceas)
Parte tóxica: Todas as partes da planta
Princípio ativo: oxalato de cálcio, saponinas.
Sintomas: A ingestão e o contato podem causar sensação de queimação, inchaço de lábios,
boca e língua, náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e
asfixia. O contato com os olhos podem provocar irritação e lesão da córnea.
COPO-DE-LEITE
Nome científico:Zantedeschia aethiopica (família das Aráceas)
Parte tóxica:todas as partes da planta
Princípio ativo: oxalato de cálcio
Sintomas:Semelhantes aos do comigo-ninguém-pode: Queimaduras na pele, inchaço na
boca quando há contato com a seiva. Nos olhos, pode provocar irritação e lesão da córnea.
A ingestão causa náuseas, vômitos, diarréia, salivação abundante, dificuldade de engolir e
asfixia.
BICO-DE-PAPAGAIO
Outros nomes: rabo-de-arara, papagaio
Nome científico: Euphobia pulcherrima (família das Euforbiáceas)
Parte tóxica: todas as partes da planta
Princípio ativo: látex irritante
Sintomas: A seiva leitosa causa inflamação na pele e mucosas da boca, inchaço de lábios e
língua, dor em queimação e coceira. Se for nos olhos, provoca irritação, lacrimejamento,
inchaço das pálpebras e dificuldade de visão. A ingestão pode causar náuseas, vômitos e
diarréia.
COROA-DE-CRISTO
Nome científico: Euphobia milii (família das Euforbiáceas)
Parte tóxica: todas as partes da planta.
Princípio ativo: látex irritante
Sintomas: O contato causa lesão na pele e mucosas, irritações nos lábios e mucosas da
boca, dor em queimação e coceira. Nos olhos, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e
dificuldade de visão. Se a pessoa ingere alguma parte da planta, sente náuseas, vômitos e
diarréia.
ESPIRRADEIRA
Outros nomes: oleandro, louro rosa
Nome científico: Nerium oleander (família das Apocináceas)
Parte tóxica: todas as partes da planta
Princípio ativo: glicosídeos cardiotóxicos
Sintomas: A ingestão ou o contato com a látex podem causar dor com queimação na boa,
salivação, náuseas, vômitos intensos, cólicas abdominais, diarréia, tonturas e distúrbios
cardíacos que podem levar a morte.
PARADA RESPIRATÓRIA
Ao comer alguma parte de comigo-ninguém-pode ou copo-de-leite, ocorre um depósito de
pequenos cristais na mucosa da boca e da língua, provocando uma inflamação no local. Em
alguns casos, os cristais podem atingir a glote, obstruindo a passagem de ar através da
traquéia e dos brônquios até os pulmões.
QUEIMADURAS
O contato da seiva ou leite de espécies como bico-de-papagaio e coroa-de-Cristo com a pele
causa queimaduras na região atingida. Se o contato for nos olhos, pode ocorrer um inchaço
nas pálpebras.
PROBLEMAS GASTROINTESTINAIS
O consumo da semente oleosa do pinhão paraguaio, por exemplo, provoca a liberação da
toxoalbumina no organismo. Essa substância, quando chega aos intestino, irrita as paredes
intestinais, causando diarréia e vômito. Os sintomas podem ser semelhantes ao do cólera.
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FARMÁCIA
(http://www.santalucia.com.br/emergencia/farmacia/default.htm)
A medicação certa
Serviços
Setor de dispensação
Responsável pela distribuição de medicamentos, conta com amplas
instalações que possibilitam a armazenagem e a conservação dos produtos e
sua distribuição individual e direta, assegurando qualidade e segurança ao
paciente.
Central de Manipulação Farmacotécnica
Preparo e o controle de qualidade dos produtos antissépticos, saneantes e
domi-sanitários utilizados pelo Hospital.
Central de Nutrição Parenteral
Soluções manipuladas de forma individual e específica, obedecendo a efetivo
controle de qualidade, garantido por modernos equipamentos de última
geração e pela capacitação técnica da equipe.
Central de Quimioterápicos
Responsável por medicamentos específicos para tratamento oncológico de
pacientes internos e ambulatoriais.
Equipe
farmacêuticos
auxiliares de enfermagem
auxiliares administrativos
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SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO
(http://www.santalucia.com.br/emergencia/anestesia/default.htm)
Estado físico 2: Alteraçào sistêmica leve ou moderada causada pela doença cirúrgica ou por
outro processo patológico: (Ex.: hipertensão arterial contralada, tabagismo, idade menor de
1 ano e maior de 70 anos etc.)
Estado físico 3: Alteração sistêmica grave de qualquer causa, mesmo que não seja possível
definir o grau de incapacitaçào. (Ex.: angina, obesidade mórbida, hipertensão mal
controlada etc.)
Estado físico 4: indicativo de paciente com alterações sistêmicas graves causando perigo de
vida, nem sempre corrigíveis pela cirurgia (Ex.: angina instável, falência, hepato-renal etc.)
Estado físico 5: Paciente moribundo, com pouca chance de sobrevivência, mas que é
submetido à cirurgia em última instância.
< 50 a Hb/Ht
51 – 65 a Hb/Ht, ECG
ASA I 66 – 75 a Hb/Ht, ECG, Creat, Glic
> 75 a Hb/Ht, ECG, Creat, Glic, RX Tórax
30
PSIQUIATRIA BIOLÓGICA — O SURGIMENTO DA CLORPROMAZINA
(http://www.santalucia.com.br/psiquiatria/default.htm)
DR. J. CAVENDISH*
_____________________________________________
*Dr. J. Cavendish é psiquiatra do Hospital Santa Lúcia
(Artigo publicado no Boletim do Hospital Santa Lúcia, nº 15, em abril de 1999)
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TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL: VISÃO DO CARDIOLOGISTA
(http://www.santalucia.com.br/reposicao/default.htm)
DR. LÁZARO FERNANDES DE MIRANDA*
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* Dr. Lázaro Fernandes de Miranda é Cardiologista e Coordenador Científico do Centro de
Estudos do Hospital Santa Lúcia.
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PRINCÍPIO ATIVO
(http://www.rionet.com.br/~cantoverde/pa.html)
Como Planta Medicinal se define a aquela planta que contém um ou mais Princípios Ativos.
Princípios Ativos são componentes químicos que conferem às plantas Medicinais, atividade
terapêutica. Distribuem-se pelos diferentes órgãos das plantas de forma desigual, em
função da especialização das células. Essa distribuição, em alguns casos, pode ocorrer em
todas as partes das plantas (em algumas espécies) e em outras não. Por exemplo, o
Ginseng concentra seu princípio ativo na raiz.
Cada parte da planta produz substâncias diferentes: princípios medicinais e substâncias
tóxicas. Ex.: Confrei = alantoína (cicatrizante - na raiz)+ alcalóides (tóxico - caule).
Vejamos alguns Princípios Ativos:
ALCALÓIDES Ação
MUCILAGENS calmante,
Ação
cicatrizantes Ação anti-reumática e antipirética
Salicílicos
Ação purgante ou laxante, digestiva, colerética e
Antraquinô
colagoga
nicos
Ação diurética, antiinflamatória, expectorante,
Flavonóide
antiespasmódica, tônico cardio-circulatório
s
Dilatador de coronárias, antiesclerótico, fortalece
Cardiotôni
os vasos capilares. Aumenta a força contrátil do
cos e
coração regulando seu ritmo
Cardioativ
os
Ação anti-séptica e estimulante estomacal
Sulfurados
GLICOSÍDIOS Ação sedativa e antiespasmódica
Cianogenét
icos
Ação anticoagulante, antiespasmódicas,
Cumarínico
antibióticas e venotônicas
s ou
Lactônicos
Ação anti-séptica e antiinflamatória sobre os
Fenólicos órgãos urinários
TANINOS Adstringente
ÓLEOS ESSENCIAIS s,
Bactericida,
MINERAIS antivirótico,
Ação
VITAMINAS reconstituint
B(B1, B2,
RESINAS B6, B12, C,
Purgante,
anti-
Fagáceas (Fagaceae)
Esta importante família de plantas lenhosas, geralmente arbóreas, compreende algo em
torno de 400 espécies distribuídas por toda parte do globo. Do ponto de vista curativo, os
taninos são encontrados em quase todos os seus órgãos.
Mirtráceas (Myrtaceae)
Fazem parte desta família 100 gêneros e 3.500 espécies. Habitam regiões tropicais e
temperadas. São árvores, com menos freqüência arbustos de folhas opostas, coriáceas.
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MEDICAMENTOS GENÉRICOS
(http://www.anvisa.gov.br/hotsite/genericos/faq/cidadao.htm)
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PRINCÍPIO ATIVO E PRODUTO FARMACÊUTICO COMERCIALIZADO
http://www.splough.com.br/farmaceutica/principioativo.html
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PRINCÍPIOS ATIVOS
(http://www.lapon.com.br/produtos_farmacia.htm)
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CONFECÇÃO E FORMULAÇÃO DE REMÉDIOS NAS BOTICAS JESUÍTICAS
FERNANDO SANTIAGO DOS SANTOS. 2003. “Os jesuítas, os índios e as plantas brasileiras:
considerações preliminares sobre a Triaga Brasílica”. Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, PUC-SP, São Paulo, 163 pp. Dissertação de Mestrado. Capítulo 2.
1
A farmacologia moderna tende a diferenciar três tipos de remédios: oficiais, que fazem parte da
farmacopéia de cada país; oficinais, que são os geralmente confeccionados nas próprias farmácias,
mediante fórmulas de compostos comprovadamente eficientes; e magistrais, que são aqueles cujo uso
popular consagrou como eficientes.
2
A. Debru, “O jardineiro e a dama: terapêutica e sociedade na época de Galeno”, in R. Pötzsch,
ed., A farmácia, p. 26.
3
A questão dos simples será abordada em maiores detalhes no Capítulo 3 deste trabalho. Acerca
de compostos e simples, vide A. M. Alfonso-Goldfarb, “Materia médica y farmacia en el siglo IX Árabe: un
composito del saber antiguo” in P. Aceves-Pastrana, ed., Construyendo las ciencias quimicas y
biológicas, pp. 13-9. Cf. M. H. M. Ferraz, “A Química Médica”, p. 701.
4
M. H. M. Ferraz, “A Química Médica”, p. 697.
5
João Curvo Semedo, Polianteia, p. 772, apud J. P. S. Dias, “Terapéutica química y polifarmacia
en Portugal”, in P. Aceves-Pastrana, ed. Construyendo das ciencias quimicas y biológicas, p. 77.
6
M. H. M. Ferraz, “A Química Médica”, p. 696.
remuneração (esta renda era, em parte, destinada à manutenção das livrarias). Em tempos
de epidemias, entretanto, esta regra talvez não fosse seguida, e os remédios seriam
distribuídos gratuitamente a todos, ricos e pobres.
As livrarias jesuíticas, cuja receita era, em parte, fornecida pela venda de medicamentos,
abasteciam os membros da Companhia que se dedicavam à confecção de remédios com
livros, os mais variados, versando sobre medicina, farmácia etc.7
A introdução das plantas medicinais utilizadas pelos índios modificou de maneira bastante
profunda a matéria médica e a terapêutica trazidas pelos europeus às colônias americanas,
embora tenha havido a tendência de se utilizar um pano-de-fundo com base na escola
humoralista. Desta forma, havia o emprego do tratamento clássico nas novas drogas. Isto
deve ter sido uma das razões principais para que se tenha perdido boa parte dos
conhecimentos nativos que simplesmente não puderam se encaixar na farmacologia
tradicional utilizada pelos europeus8.
Duas características interessantes acerca das boticas jesuíticas no Brasil podem ser
apontadas. Em primeiro lugar, parecem ter sido o local de referência, durante boa parte do
período colonial, para a preparação de remédios. Em segundo lugar, constituíam, junto às
enfermarias, o auxílio necessário à população em tempos de pestes, calamidades e outras
mazelas para as quais os colonos e os índios talvez não tivessem mais com quê contar.
boticas brasileiras. Em 1728, a nova botica é reconstruída fora do Colégio, junto à portaria
do Terreiro de Jesus10.
A localização privilegiada da Bahia deve ter contribuído para que seu Colégio atingisse a
fama e a grandeza reconhecidas durante quase três séculos. Os narradores dos primeiros
tempos de colonização, como Fernão Cardim, Gabriel Soares de Sousa e Jéan de Léry, por
exemplo, são fontes importantes de informações acerca das atividades desenvolvidas pelos
colonizadores nessa região. Serafim Leite parece fazer uso de tais narrativas ao afirmar
sobre a agricultura nos primeiros idos da colonização, em especial a desenvolvida pelos
jesuítas: “[...] tais eram as plantas principais, que os Portugueses levaram para o Brasil
desde os primeiros dias da colonização e que os jesuítas, por sua vez, cultivaram e
desenvolveram [...]”11.
As Collecções de Receitas do Colégio de Jesus na Bahia parecem coroar as
atividades dos jesuítas desenvolvidas nesse local. Suas receitas, indicadas para um
sem-número de enfermidades, parecem querer contar-nos quão importante o
Terreiro de Jesus foi para a medicina do Brasil colônia. Quando o Colégio da Bahia
foi saqueado e seqüestrado em julho de 1760, por ordem dada pelo Marques de
Pombal, o desembargador incumbido da ação judicial comunicava a seus superiores
que havia feito as diligências necessárias para se apossar da botica do Colégio e de
algumas receitas particulares, entre as quais se achava a Triaga Brasílica. Nessa
época, a Triaga já havia se tornado quase lendária. Mas a receita, porém, não
apareceu na Botica, nem em lugar algum na Bahia: foi encontrada mais tarde na
Collecção de Receitas no Arquivo Romano da Companhia de Jesus.
10
Serafim Leite, História, Tomo I, Livro I, Cap. IV, p. 53 (grifo nosso); ibid., Tomo V, Livro I, Cap. IV,
pp. 87-8.
11
Ibid., pp. 178-80 (grifo nosso). O trânsito de espécies vegetais entre a colônia e a metrópole foi
bastante intenso, pois, a Pernambuco, vieram, pelas mãos dos jesuítas, mudas de mangueiras e
coqueiros, entre outras plantas não nativas e que foram cultivadas no Brasil.